CARMELITAS: ACOLHER O MANTO DE ELIAS- O Dom para a vida Carmelita
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A pessoa chamada ao Carmelo reconhece que o carisma e a espiritualidade da Ordem encontram eco no centro do seu coração tocado pelo Deus vivo.
O processo de formação mostra gradualmente a sua identidade carmelita em relação contínua com o carisma comum da Ordem para a sua maturação e para o desenvolvimento da própria Ordem.
Partícipes de uma longa história
Entrar na experiência carmelita significa inserir-se numa história já existente. Significa entrar numa longa experiência humana, espiritual, eclesial e apostólica provada pelo tempo. Se bem que há que reler, reinterpretar e aprofundar o nosso modo de entender tal experiência, sem por isso se ter de partir do zero. Este trabalho de revisão contínua deixará à pessoa um amplo espaço para contribuir com os seus dons para enriquecer, desenvolver e rejuvenescer a vida da Ordem.
Uma vocação comum
Todos os carmelitas participam da mesma e única vocação do Carmelo, ainda que de maneira diferente e complementar, segundo o chamamento e os dons de cada um. Todos fizeram a mesma profissão religiosa, ordenados ou não. Por isso, a formação de base para a vida carmelita é comum a todos. Depois é integrado com a preparação apropriada e específica para os diversos ministérios.
* Ratio Institutionis- Vitae Carmelitanae
CARMO DE CACHOEIRA-BA: Convite.
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OLHAR CARMELITANO: REGRA DO CARMO, CAPÍTULO 17. Do silêncio Profético e do controle da língua (1ª Parte)
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
O silêncio, caminho para a prática da justiça: Saber escutar o grito dos silenciados
O Texto da Regra
O apóstolo recomenda o silêncio, quando manda que é nele que se deve trabalhar. E como afirma o profeta: a justiça é cultivada pelo silêncio. E ainda: no silêncio e na esperança estará a força de vocês.
Por isso, determinamos que, depois da recitação das completas, guardem o silêncio até depois da Hora Primeira do dia seguinte. Fora desse tempo, embora a observância do silêncio não seja tão rigorosa, com tanto mais cuidado abstenham-se do muito falar, porque, conforme está escrito e não menos ensina a experiência: No muito falar não faltará o pecado; e: Quem fala sem refletir sentirá um mal-estar; e ainda: Quem fala em demasia prejudica a sua alma; e o Senhor no Evangelho: De toda palavra inútil que os homens disserem, dela terão que prestar conta no dia do juízo.
Portanto, cada um faça uma balança para as suas palavras e rédeas curtas para a sua boca, para que, de repente, não tropece e caia por causa da sua língua, numa queda sem cura que conduz à morte. Que, como diz o profeta, cada um vigie sua conduta para não pecar com a língua, e se empenhe, com diligência e prudência, em observar o silêncio pelo qual se cultiva a justiça.
1-Um pouco de história: sobre o silêncio no Monte Carmelo e na Regra
Na solidão do Monte Carmelo, onde viviam os primeiros carmelitas, reinava um grande silêncio. Não havia barulho, a não ser os ruídos da própria natureza que convidam ao silêncio. Mesmo assim, a Regra recomenda com muita insistência o silêncio. Numa cidade barulhenta tem sentido insistir que se faça silêncio. Mas pedir que se faça silêncio naquela serra imensa do Carmelo, cheia de solidão, qual o sentido? Parece o mesmo que carregar água para o mar! Qual o silêncio que a Regra pede daqueles primeiros carmelitas do Monte Carmelo e, através deles, de todos nós da Família Carmelitana?
Comparando o texto escrito por Alberto em 1207 com o texto aprovado pelo Papa Inocêncio IV em 1247, a gente nota uma diferença. Alberto dizia que se devia observar um silêncio estrito desde a oração das Vésperas no fim da tarde até à Hora Terceira do dia seguinte. O texto definitivo, aprovado pelo Papa, encurtou o tempo do silêncio estrito. Agora é desde a oração do Completório à noite até à Hora Primeira do dia seguinte. O motivo deste abrandamento do silêncio estrito era poder servir melhor ao povo na atividade pastoral. Mas continua a pergunta: qual o silêncio que a Regra pede e recomenda?
Há muitos tipos de silêncio: o silêncio de uma sala de estudo ou de uma biblioteca; o silêncio que se pede num hospital; o silêncio da noite ou da madrugada; o silêncio da natureza, o silêncio da morte; o silêncio que precede à tempestade; o silêncio do medo; o silêncio do censurado e do povo silenciado e amordaçado; o silêncio do aluno que não sabe a resposta, o silêncio de .... Qual o silêncio que a Regra pede e recomenda?
2-O ponto de partida: o controle da língua que conduz ao silêncio profético
Como nos números anteriores sobre as armas espirituais e o trabalho (Rc 18 a 20), assim também aqui no número sobre o silêncio (Rc 21), a Regra sintetiza e canaliza as águas do rio da tradição monástica e eremítica e a faz passar pelo jardim do Carmelo situado nas periferias das cidades no meio dos pobres, para que o irrigue e produza frutos de justiça, de fraternidade e de santidade a serviço da Igreja e do povo.
Este número 21 da Regra sobre o silêncio tem quatro partes: 1) Descreve o valor do silêncio; 2) Organiza o silêncio; 3) Recomenda a prática do silêncio; 4) Aponta o objetivo do silêncio.
3-O Valor do silêncio
Na primeira parte, usando frases da Bíblia, a Regra lembra a recomendação do apóstolo Paulo a respeito do trabalho em silêncio (Rc 20). Em seguida, para descrever o valor do silêncio, ela cita por inteiro duas frases do profeta Isaías: "A justiça é cultivada pelo silêncio", e “É no silêncio e na esperança, que se encontrará a força de vocês. Assim se sugere que o silêncio recomendado pela Regra tem a sua origem nos profetas. É um silêncio profético! Trata-se de um silêncio que é muito mais do que só ausência de barulho e de falatório. Conforme as duas fraes do profeta Isaías, o silêncio tem a ver com a prática da justiça e com a esperança e a força (resistência). Para nós, carmelitas, o silêncio profético evoca o profeta Elias.
Este silêncio profético tem dois aspectos, expressos nas duas frases de Isaías. A primeira frase diz que o cultivo do silêncio gera justiça: "A justiça é cultivada pelo silêncio". Isaías compara a prática do silêncio com o trabalho do agricultor que cultiva sua roça para ter boa colheita. A primeira frase indica o esforço ativo nosso que visa atingir um determinado resultado. A segunda frase do profeta sugere o contrário. Em vez de esforço ativo em busca de um resultado, aqui a prática do silêncio é vista como a atitude de espera resistente de algo que deve acontecer, mas que não depende do nosso esforço. Depende de Deus.
4-A Organização do silêncio ao longo do dia e da noite
Na segunda parte do número 21, a Regra descreve a organização do silêncio. Se o silêncio é um valor tão importante, ele deve ter a sua expressão na vida diária no Carmelo, adaptada ao ritmo diferente do dia e da noite. A noite, ela por si mesma, é silenciosa. Produz uma certa passividade. O silêncio da noite acalma as pessoas e as faz silenciar. Acontece, independente de nós. O dia é mais barulhento. Em vez de silêncio, produz distração. Agita as pessoas. Por isso, a Regra pede um tipo de silêncio mais estrito para a noite e um silêncio menos estrito para durante o dia. Assim, insistindo para que o silêncio seja organizado conforme o ritmo diferente do dia e da noite, a Regra, por assim dizer, cria canais concretos através dos quais o silêncio possa atingir as pessoas para gerar nelas a justiça, a esperança e a resistência (força) de que fala o profeta Isaías. Através da observância do ritmo do silêncio de dia e de noite, a pessoa vai assimilando dentro de si os valores do silêncio profético.
5-A recomendação da prática do silêncio
Na terceira parte a Regra descreve como a pessoa deve fazer para cultivar o silêncio que gera a justiça. Este cultivo consiste sobretudo no controle da língua. Citando frases da Bíblia, Alberto aponta os perigos do muito falatório. Ele diz: No muito falar não faltará o pecado; e quem fala sem refletir sentirá um mal-estar, e ainda quem fala muito prejudica sua alma. E o Senhor no Evangelho: de toda palavra inútil que as pessoas disserem, dela terão que prestar conta no dia do juízo.
6-O objetivo do silêncio
No fim, citando novamente frases da Bíblia, a Regra conclui descrevendo o objetivo do silêncio. Ela diz: Portanto, cada um faça uma balança para as suas palavras e rédeas curtas para a sua boca, para que, de repente, não tropece e caia por causa da sua língua, numa queda sem cura que conduz à morte. Que, com o profeta, cada um vigie sua conduta para não pecar com a língua, e se empenhe, com diligência e prudência, em observar o silêncio pelo qual se cultiva a justiça. Com outras palavras, a ausência de silêncio conduz ao pecado e à morte. A prática do silêncio conduz à justiça e à vida. Aqui, no fim do número sobre o silêncio, aparece de novo a insistência na prática do silêncio como caminho para a justiça. É o objetivo do silêncio profético!
Hoje em dia, o fluxo de palavras, de imagens e de falatório que nos envolvem é tanto, que impede as pessoas de perceberem o que está acontecendo de fato. Envolve-nos de tal maneira, que acabamos achando normal aquilo que, na realidade, é uma situação de pecado e de morte. Por exemplo, anos atrás, o povo se revoltava diante de assassinatos e diante da violência. Hoje em dia, a violência tornou-se uma coisa tão freqüente e tão presente, que já nos acostumamos. A miséria crescente do povo, a injustiça impune, o sofrimento dos que nunca cometeram algum mal, o abandono, o desemprego, a exclusão, a doença, a solidão, o desamor...! Vivemos numa situação de morte, e já não nos damos conta. Além disso, muitas vezes, o consumismo mata qualquer esforço de consciência mais crítica
7-O objetivo do silêncio profético: enfrentar a morte e conduzir à vida
O primeiro passo do silêncio profético
O primeiro passo do silêncio profético está expresso na primeira citação de Isaías que diz: A justiça é cultivada pelo silêncio. Este cultivo consiste num trabalho ativo nosso que faz silenciar tudo dentro de nós, para que a realidade possa aparecer do jeito que ela é em si mesma e não como aparece desfigurada através do muito falatório, do barulho da moda, do diz-que-diz, ou através dos meios de comunicação. Este trabalho ativo da prática do silêncio produz, aos poucos, o desmantelo das falsas idéias, da ideologia dominante ou dos preconceitos que tínhamos na cabeça. Faz nascer a visão justa das coisas. Gera em nós a justiça. "A justiça é cultivada pelo silêncio".
Na hora em que se desmantela dentro da nossa cabeça o arcabouço ideológico que nos dava uma visão falsa e artificial da realidade, nessa hora é como se levássemos uma pancada forte. Como que de repente, despertamos do sono e somos confrontados com a situação de morte sem saída em que estamos vivendo e que grita por mudança e conversão. Nesse momento, tudo silencia dentro da gente. O falatório acabou, emudecemos. Perdemos os argumentos que nos sustentavam. É o momento da crise. Este momento do confronto com a situação de morte que faz silenciar, é o primeiro passo do silêncio profético, de que fala a Regra. É fruto do esforço ativo nosso de fazer silenciar o muito falatório da propaganda, da ingenuidade sem consciência crítica.
O silêncio profético coloca o dedo na ferida escondida. Ele denuncia os caminhos sem saída em que estávamos caminhando e dos quais achávamos que fossem caminhos de vida, quando, na realidade, nos conduziam para a morte. O profeta aponta a morte, não porque gosta da morte, mas sim para que a vida possa manifestar-se. Agindo assim, ele dá pancada, faz silenciar. Faz silêncio para que possamos escutar e experimentar a morte e, passando pela morte, reencontrar a vida. É a caminhada da Noite Escura, de que fala São João da Cruz. É uma exigência da vida que sejam apontados os falsos e ilusórios caminhos da morte, para que possam provocar mudança e conversão, tanto na vida pessoal como na convivência social, e, assim, gerar justiça.
O segundo passo do silêncio profético
O segundo passo do silêncio profético está expresso na segunda citação do profeta Isaías: No silêncio e na esperança está a força de vocês. O silêncio produzido em nós pelo confronto com a situação de morte, apesar de doloroso, é fonte de esperança e produz a força da resistência. Dá força para a gente agüentar a situação de morte, porque acreditamos que da morte do trigo caído na terra vai brotar vida nova (cf. Jo 12,24). Faz cantar. Como diz o poeta: Faz escuro mas eu canto. Canta a Noite Escura do povo, porque dentro dela já se articula a madrugada da ressurreição.
Este segundo passo, fruto da ação de Deus, aparece em muitos lugares na Bíblia e de várias maneiras. Trata-se da experiência mística. Salmo 37,7 diz: Descansa em Javé e nele espera. Literalmente se diz: Esvazia-te diante de Javé e agüenta firme. Ele espera e aguenta firme, porque sabe que vai nascer vida nova, apesar das muitas dores. Diz o salmo 62: "Só em Deus a minha alma descansa, porque dele vem a minha salvaçao (Sl 62,2.6). Lamentação 3,26 diz: É bom esperar em silêncio a salvação de Javé. É a experiência da certeza que vem de Deus. A pessoa não sai de frente de Deus, porque sabe que vai ser atendido. A mesma experiência transparece em outro salmo: "Como os olhos dos escravos fixos nas mãos do seu senhor, e como os olhos da escrava fixos nas mãos de sua senhora, assim estão nossos olhos fixos em Javé nosso Deus, até que ele se compadeça de nós" (Sl 123,2).
Este mesmo silêncio foi acontecendo na vida do profeta Elias na caminhada para o Monte Horeb (1Rs 19). Disto falaremos no Capítulo 18. O mesmo silêncio aconteceu também na vida de Maria e na vida dos Santos e Santas Carmelitas. Sobre isto meditaremos no
Capítulo 19.
Resumindo. O silêncio profético recomendado pela Regra tem dois aspectos, expressos pelas duas frases de Isaías. O primeiro aspecto é fruto do esforço nosso. Exige disciplina e controle, estudo e reflexão, para que a gente possa perceber os mecanismos da opressão e da ideologia, dos preconceitos e das propagandas. É fruto da partilha, da troca de experiências, do trabalho comunitário. O segundo aspecto do silêncio profético é fruto da ação do Espírito de Deus em nós. Desobstruído o acesso à fonte pelo esforço ativo nosso, a água brota de dentro de nós e inunda o nosso ser.
NOVIDADES: DEVOÇÃO E DIVULGAÇÃO DO CARMELO:
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Nossa Senhora do Carmo no Escudo do Carmo. RS 50,00.
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O HÁBITO DO CARMO E O ESCAPULÁRIO: Simbolismo Bíblico
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Já no Antigo Testamento a veste - e de maneira especial, o manto - era símbolo dos benefícios divinos, da proteção do Alto, do poder transmitido a um enviado de Deus.
A veste especial de José foi símbolo da predileção (cf Gn 37,3); a capa de Jônatas presenteada a Davi foi um símbolo da amizade (cf 1Sm 18,4). Em Isaías lemos: "Alegro-me imensamente no Senhor, a minha alma exulta no meu Deus, porque me revestiu com as vestimentas da salvação e envolveu-me com o manto da justiça" (Is 61,10). Quando Elias, o Profeta, foi arrebatado da terra, o seu manto caiu sobre Eliseu, seu discípulo, transmitindo-lhe o espírito do mestre (cf 2Rs 2,14ss).
No Novo Testamento até as fímbrias do manto de Jesus tocadas com fé comunicam o seu poder benfazejo (cf Mc 5,25ss). São Paulo, mais de uma vez, apresenta a vida em Cristo como um revestir-se de Cristo (Rm 13,14; Gl 3,27); assumir os mesmos sentimentos de Jesus, isto é, a vida da graça filial do cristão, se descreve com a imagem da vestimenta. O hábito religioso, do qual o Escapulário é uma parte e um símbolo, significa de modo particular este seguimento de Jesus.
HUMANIZAR-SE NO CARMELO: Encontro em Angra dos Reis.
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HUMANIZAR-SE NO CARMELO: Encontro do Frei Petrônio com a Ordem Terceira do Carmo de Carmo de Angra dos Reis/RJ. Sábado, às 14.
*O Ideal Dominicano e o Ideal Carmelita
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Frei Tito Brandsma, Camelita, Jornalista e Mártir da 2ª Guerra Mundial.
Este ideal parece ser, na vida mística, uma contradição do fim que se propuseram os Frades Pregadores: Contemplata aliis tradere: comunicar aos outros, na vida ativa, os frutos da contemplação, o que representa, na interpretação de S. Tomás, o mais alto ideal da vida espiritual. Estas duas aspirações, porém, não são necessariamente contraditórias. Ambos os caminhos levam para Deus e os fiéis colhem de ambos as mais preciosas graças. Os diferentes ideais das Ordens Religiosas manifestam com admirável evidência a variedade superabundante da vida da Igreja.
"Maria escolheu a melhor parte que lhe não será tirada", disse o Senhor a Marta que andava irrequieta com muitas coisas e se queixava de que a irmã a deixava sozinha no serviço. A Santa Igreja aplica estas palavras a Maria, a Mãe de Deus. A Ordem do Carmo, tão cara a mãe celeste, vindica para si a parte de Maria na vida espiritual da Igreja. Podemos em verdade dizer que as Ordens contemplativas tiveram sempre que haver-se na vida de oração com obstáculos muito sérios. O Carmelo, não obstante, defendeu constantemente a preeminência da contemplação.
O apostolado ativo reclama necessariamente, em quase todas as circunstâncias da vida moderna, o concurso do Carmelo. Neste caso os sacerdotes carmelitas adotam gostosamente a divisa dos Frades Dominicanos. Devem, porém, radicar esta atividade bem fundo na contemplação, única fonte e garantia de fecundidade. Quando for assim preciso, o apostolado dará honra e bênção ao Carmelo. Mas jamais esquecerá que a parte melhor é a contemplação. A vida ativa ocupará sempre lugar secundário.
Os primeiros eremitas do Carmelo amavam a solidão. Após o ruído e o tumulto dos combates retiravam-se do mundo para o silêncio da cavernas do Carmelo, consagrando as suas vidas inteiramente a Deus. Como Elias haviam reconhecido os perigos do deserto e ansiavam pelo encontro de Deus na montanha santa. Mas quase imediatamente a seguir vêmo-los espalharem-se pelo mundo, a fundar conventos e realizar trabalhos apostólicos. Nicolau- o Francês, podia afirmar com razão que o faziam raramente, mas certo é que, em caso de necessidade, faziam-no e este trabalho não era considerado contrário a Santa Regra.
*DO LIVRO: A BELEZA DO CARMELO- O SANTO PROFETA ELIAS.
*O CARMELO: VEM, Ó ESPÍRITO SANTO
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Das Obras de Santa Maria Madrilena de Pazzi, Carmelita.
Vem, Espírito de Verdade, Luz das trevas. Riqueza dos pobres,
Consolação dos Peregrinos.
Oh! Vem, tu, refrigério, alegria e alimento de nossa alma.
Oh! Vem e toma aquilo que e meu e infunde em mim somente aquilo que e teu.
Oh! Vem, tu que és alimento de cada pensamento puro,
Plenitude de toda a bondade e cumulo de toda pureza.
Oh! Vem, e queima em mim tudo aquilo que impede que eu seja, tomada por Ti
Oh! Vem, Espírito que estas sempre com o Pai e com o Esposo, Jesus Cristo!
*A ORAÇÃO NA VIDA CARMELITANA: Reflexões e textos de autores carmelitanos sobre a Comunhão com Deus e a Oração no Carmelo. Textos preparados por Frei Emanuele Boaga, O.Carm
CARMELITAS: O LOUVOR DA CELA
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*De: “A flecha de fogo” de Nicolau “Gallus” (ano 1270 )
Na cela nos é mostrado o tesouro inestimável, e incomparável de contemplação cheia de perfume, de maneira que, desprezadas totalmente as cousas caducas da terra, a nossa alma se consome inteiramente no desejo fervente da contemplação; ... na cela recebemos as verdadeiras delicias do paraíso que de tal modo deleitam e restauram o nosso homem interior, que o seu desejo ao mesmo tempo aumenta a nossa sede e é saturado.
*Nicolau “Gallus” (1270) foi prior geral da Ordem e se retirou para um eremitério onde terminou os seus dias. É uma figura representativa da corrente do novo eremitismo dentro da Ordem, em sua época. Na polemica contra os adeptos do apostolado ativo, ele na sua Obra “A flecha de fogo” da primazia aos valores da solidão e do recolhimento.
CARMELITAS: ORAÇÃO, UM BUQUÊ DE FLORES
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Santa Teresa de Jesus.
“Habituar-se à solidão é grande coisa para a oração e, sendo esta o fundamento desta casa, é necessário por todos os meios afeiçoarmo-nos ao que mais a favorece” (C. 4,9) ... “Todos sabem que sois religiosas e que tendes vida de oração. Grande mal é que pessoas tão obrigadas a. não falar senão de Deus, tenham por licito usar de dissimulação em tais circunstâncias, a não ser alguma vez para conseguir maior bem. Este é o vosso trato e o vosso modo de falar. Quem quiser ter relação convosco, aprenda-o, se não, guardai-vos de aprender vós o seu.
Se vos julgarem grosseiras, pouco perdereis. Se hipócritas, ainda menos. Saireis ganhando, porque não virá procurar-vos senão quem souber a vossa língua. É impossível uma pessoa que não sabe o árabe gostar de entreter-se longamente com quem só fala árabe. Nem vos cansarão, nem vos farão dano. Do contrário, ficaríeis muito prejudicadas tendo de aprender nova língua. Nisto iria todo o vosso tempo. Não podeis calcular como eu. que o sei, por experiência, quanto prejudica a alma. Para se aprender uma língua, esquece-se n outra e vive-se num perpetuo desassossego. O que muito convém para este caminho é paz e tranqüilidade na alma. Se os que falarem convosco quiserem aprender vossa linguagem, contai-lhes as riquezas que se ganham em aprendê-las. Disto não vos canseis. Insisti com piedade e amor, fazendo também oração para que lhes seja proveitoso” (C. 20, 4-6)...
“Quando chegardes a ele, refleti e procurai compreender com quem ides falar, ou com quem estais falando. Mil vidas das nossas não bastariam para acabarmos de entender como merece ser tratado este Senhor. Em sua presença tremem os anjos. Ele tudo governa, tudo pode. Seu querer é realizar. Não faleis com Deus pensando em outras coisas. Isto vem de não compreender o que é oração mental. Penso que o deixo assaz explicado: praza ao Senhor que o saibamos pôr em prática. Amém.” (C. 22, 7.8)... “A primeira coisa que nos ensina Sua Majestade é que a alma se recolha a sós, na solidão. Assim fazia ele sempre que orava, não por necessidade, mas para nosso ensinamento. Já se disse: é intolerável falar ao mesmo tempo a Deus e ao mundo.
É o que fazemos quando estamos a rezar e a escutar, por outro lado, o que se fala em torno de nós, ou a pensar no que nos vem à cabeça, sem domínio de nós mesmos. Excetuo certos tempos em que, por indisposições naturais estados em tensão ou dores de cabeça, nada se consegue, por mais que se faça.
Há também dias em que Deus permite desabarem grandes tempestades sobre seus servos para maior bem de suas almas. Embora se aflijam e procurem aquietar-se, não o conseguem. Por mais que se estorcem, não prestam atenção ao que dizem, não fixam o intelecto. Este parece vítima de uma grande agitação, de tal modo anda desbaratado. Pela aflição que da, quem se acha neste estado, verá que não é culpa sua. Não se aflija, porque é pior. Nem se canse em querer dar juízo a quem por então não o tem, isto é, o seu próprio entendimento. Reze como puder, e até nem reze. Como enferma procure dar alívio a sua alma. Ocupe-se em outras obras virtuosas. Este aviso é para pessoas que cuidam da própria santificação.
Já se convenceram de que não devem, a um tempo, falar com Deus e com o mundo. Em tal caso, o que podemos fazer de nossa parte é buscar solidão. E praza a Deus que isto baste, para entendermos que estamos na presença do Senhor e que ele responde aos nossos pedidos. Pensais que está calado, porque não o ouvimos? Bem que ele fala ao coração, quando de oração lhe rezamos. Nunca o Mestre fica tão longe do discípulo que seja necessário gritar. Fica pertinho” (C. 24,4)... “A oração é entender o que falamos, e com quem falamos, e quem somos nós que ousamos falar a tão grande Senhor. Oração mental é pensar nisto e em outros assuntos semelhantes, como por exemplo, no pouco que fizemos no serviço de Deus e no muito que somos obrigados a fazer. Não vos espanteis com o nome, nem imagineis que seja algo complicado.
Oração vocal é rezar o Pai-nosso e a Ave-maria ou qualquer outra oração que quiserdes. Mas, se não for acompanhada da oração mental, que música desafinada vai produzir? Até as palavras nem sempre sairão certas. Nestes dois modos de orar, com o favor de Deus podemos também fazer alguma coisa. Na contemplação, de que falei acima, nada absolutamente está em nossas mãos. Sua Majestade é quem tudo faz, é obra sua, transcende nossa natureza.” (C. 25,3)
... “Há certas pessoas que vejo muito curiosas por saber qual o grau de sua oração, tão encapotadas, ao rezar, que parece não ousam mexer-se. nem agir com o pensamento, pelo receio de perder um pouquinho do gosto e da devoção. Vejo que pouco entendem do caminho por onde se alcança a união. Pensam que o essencial está nessas exterioridades. Não irmãs, não é assim.
O Senhor quer obras. Se vês uma enferma a quem podes dar algum alivio, não tenhas receio de perder a tua devoção e compadecer-te dela. E se lhe sobrevêm alguma dor, doa-te como se a sentisses em ti. Se for preciso, faze jejum para lhe dar de comer. Não tanto com os olhos nela, quanto porque sabes que teu Senhor o quer assim: Esta é a verdadeira união com a vontade de Deus. Se vires louvar muito a uma pessoa, alegra-te mais do que se te louvassem a ti. Verdadeiramente, é fácil para quem é humilde, pois até sente confusão quando é louvado. Esta alegria de que se entendam as virtudes das irmãs é muito meritória, e ainda sentir, como se fora nossa, alguma falta sua, procurando encobri-la”. (5 M. 3,11)
*A ORAÇÃO NA VIDA CARMELITANA: Reflexões e textos de autores carmelitanos sobre a Comunhão com Deus e a Oração no Carmelo. Textos preparados por Frei Emanuele Boaga, O.Carm.
*CARMELITAS: CONDUZI-LA-EI À SOLIDÃO E FALAR-LHE-EI AO CORAÇÃO
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*CARMELITAS: CONDUZI-LA-EI À SOLIDÃO E FALAR-LHE-EI AO CORAÇÃO
de: “A flecha de fogo”, de Nicolau “Gallus” (ano 1270)
Porventura o Senhor e Salvador nosso não nos conduziu benevolamente à solidão, onde, com uma especial familiaridade, falou ao nosso coração? Aquele que para nossa consolação se mostra aos seus amigos e revela os seus mistérios, não em público, não nas praças, não no meio do ruído, mas no segredo.
A solidão do monte, por mandato do Senhor, subiu Abraão, que, por obediência, não hesitando na fé, mas pela sua esperança antevendo o fruto, quis sacrificar o seu filho Isaac, pelo que foi significada a paixão de Cristo, o verdadeiro Isaac. Foi dito também a Lot, sobrinho de Abraão, que saindo de Sodoma salvaria a sua vida na solidão do monte.
Ainda na solidão do Monte Sinai a Lei foi dada a Moisés, que aí foi revestido de tal fulgor que, quando desceu do monte, não puderam contemplar a sua face resplendente.
Eis que na solidão de uma cela, dialogando Maria e Gabriel, verdadeiramente incarna o Verbo do Pai Altíssimo. Eis que Deus feito homem, querendo transfigurar-se, mostrava a sua glória na solidão do Monte Tabor. Eis que o nosso Salvador subiu sozinho à solidão do monte para orar. Na solidão do deserto jejuou continuamente quarenta dias e quarenta noites. Aí quis ser tentado pelo demônio, para assim nos mostrar um lugar mais apto para orar, fazer penitência e vencer as tentações. A solidão do monte ou do deserto subiu o Salvador para orar; mas quando quis pregar ao povo ou manifestar os suas obras desceu do monte.
Eis que Aquele que plantou os nossos pais na solidão do monte, a Si mesmo se lhes deu como exemplo e aos seus sucessores, querendo que os suas obras, que nunca estão isentas de mistério, fossem transcritas para exemplo.
Outrora, diversos dos nossos antecessores seguiram esta regra verdadeiramente santíssima do nosso Salvador: conhecendo a própria imperfeição moravam longo tempo na solidão do ermo, mas querendo ajudar o seu próximo, embora sem com isso sofrerem dano, desciam algumas vezes do ermo, se bem que raramente, para semearem prodigamente o grão que na solidão colheram com a fouce da contemplação.
*A ORAÇÃO NA VIDA CARMELITANA: Reflexões e textos de autores carmelitanos sobre a Comunhão com Deus e a Oração no Carmelo. Textos preparados por Frei Emanuele Boaga, O.Carm.
O Profeta Elias e o Silêncio Profético
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
Elias parecia forte e invencível no confronto com os profetas de Baal (1Rs 18,20-40). Mas diante da ameaça de morte da parte de Jezabel, ele aparece como era na realidade: fraco e vulnerável, "igual a nós" (Tg 5,17). Com medo de ser morto, foge do país, vai para o deserto (1Rs 19,1-3). Cego, sem enxergar, não percebe o anjo de Deus que lhe traz comida. Ele só quer comer, beber, dormir e ficar longe de tudo (1Rs 19,5). Está desanimado. Quer morrer: Não sou melhor que meus pais! Mas Deus não desiste. O anjo volta uma segunda vez (1Rs 19,7). Finalmente, Elias desperta e, alimentado por Deus, recupera sua força. No silêncio do deserto, ele caminha quarenta dias e quarenta noites até o Horeb (Sinai), a Montanha de Deus (1Rs 19,8). Elias busca reencontrar Deus no mesmo deserto onde, séculos antes, na época do êxodo, havia nascido o povo.
Mas a busca parece não estar bem orientada. Alguma coisa não está dando certo. Elias diz ter muito zelo, mas, na realidade, está fugindo com medo de morrer (1Rs 19,10.14). Ele diz que ficou sozinho, mas havia sete mil que não tinham dobrado o joelho diante de Baal (1Rs 19,18). Elias tem a visão limitada. Ele pensa que é o único a defender a causa de Deus! (1Rs 19,14) Deus o manda sair da gruta e ficar na entrada, pois "Deus vai passar" (1Rs 19,11). Elias sai da gruta, mas a gruta não sai de Elias. Ele continua com a mesma visão limitada, achando ser ele o único que defende a Deus! (1Rs 19,14) Enquanto não mudar esta sua maneira limitada de perceber a presença de Deus, não poderá percebê-la na vida e nos fatos.
Deus vai passar! Primeiro, um furacão! Depois, um terremoto! Depois, um fogo! No passado, ao concluir a Aliança com o povo naquela mesma Montanha Horeb ou Sinai, na época do êxodo, Deus tinha se manifestado no furacão, no tremor da montanha e nos raios de fogo (Ex 19,16). Eram os sinais tradicionais da presença atuante de Deus no meio do povo. Eram estes os critérios que orientavam Elias na busca de Deus. Ele mesmo tinha experimentado a presença de Deus no fogo quando, no Monte Carmelo, enfrentou os profetas de Baal (1Rs 18,36-38).
Elias estava fazendo uma coisa certa. Ele buscava Deus voltando às origens do povo, à experiência de Deus no êxodo. Mas os critérios da sua busca estavam desatualizados. Ele vivia no passado. Encerrou Deus dentro dos critérios! Queria obrigar Deus a ser como ele, Elias, o imaginava e desejava. Por isso aconteceu o inesperado, a surpresa total: Deus não estava mais no furacão, nem no terremoto, nem mesmo no fogo que tinha sido sinal da presença de Deus, pouco antes, no Monte Carmelo! Parece até um refrão que volta três vezes: Javé não estava no furacão! Javé não estava no terremoto! Javé não estava no fogo! Se Ele não está nestes sinais, então onde está Deus? Onde encontrá-lo?
É a desintegração do mundo de Elias. A crise mais violenta e mais dolorosa que se possa imaginar! Cai tudo! Pois se Deus não está mais nestes sinais familiares e tradicionais de sempre, então Ele não está em canto nenhum! É o silêncio de todas as vozes! É a escuridão da noite! Ora, é neste momento, que se abre para Elias um novo horizonte. É no silêncio de todas as vozes que a voz de Deus se manifesta.
Este silêncio total. A brisa suave indica algo, uma experiência, que, de repente, faz emudecer, faz a pessoa ficar calada, cria nela um vazio e, assim, a dispõe para escutar. Esvazia a pessoa, para que Deus possa entrar e ocupar o lugar. Ou melhor, Deus entrando provoca o vazio e o silêncio. Silêncio sonoro, solidão povoada! Vacare Deo dizem até hoje os carmelitas, isto é, esvaziar-se para Deus!
Elias cobriu o rosto com o manto (1Rs 19,13). Sinal de que tinha experimentado a presença de Deus exatamente naquilo que parecia ser a ausência total de Deus! A escuridão se iluminou por dentro e a noite ficou mais clara que o dia. É a libertação de Elias. Reencontrando-se com Deus, ele se reencontra consigo mesmo e descobre que não é ele, Elias, que defende a Deus, mas sim que é Deus quem defende a Elias. Libertado por Deus, ele é livre para libertar os outros!
OLHAR CARMELITANO. Domingo, 28.
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Na missão de Delegado Provincial para Ordem Terceira do Carmo, Carmelitas. Tive a alegria de acolher três Padres e um noviço na noite de ontem, sábado, 27, na Diocese de Campo Limpo, grande São Paulo. Os Padres; Gian e Luciano, professaram os votos perpétuos. Já o Padre Beto e o jovem Silvano, entraram para o Noviciado. Todos da Ordem Terceira do Carmo de Osasco. Parabéns ao Sodalício na pessoa do seu Prior, o irmão Valcir. Nas próximas horas, veja vídeos e fotos.
*DA REGRA DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Bula Cum Nulla.
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“Nicolau, Bispo, Servo de Deus, em perpétua memória.
Visto que nenhum grupo de fiéis, sob qualquer forma de religião, pode organizar-se, sem autorização do Sumo Pontífice, e para que os grupos de religiosas, virgens, viúvas, beguinas, manteladas ou outras formas particulares que vivem sob o título e proteção da Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, ou que no futuro assim queiram viver, não pareçam bem sem a aprovação da autoridade apostólica.
Nós, pelas presentes letras, decretamos que para a recepção, modo de viver, admissão e proteção das supracitadas, a Ordem, o Mestre Geral da mesma e os Priores Provinciais gozem e usem dos mesmos e idênticos privilégios concedidos à Ordem dos Pregadores e à Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, de modo que as sobreditas virgens, viúvas, beatas e manteladas, vivam em continência e honestamente, guardem o jejum e façam todas as demais coisas, como soem fazer, de acordo com seu regulamento e estatutos.
Que ninguém, por isto, ouse infringir ou contradizer esta nossa constituição. Se, contudo, alguém cogitasse contrariá-la, saiba que incorreria na ira de Deus onipotente e de seus santos apóstolos Pedro e Paulo.
Dado em Roma, em São Pedro no ano de 1452 da Encarnação de Nosso Senhor, no dia 07 de outubro, sexto ano de nosso Pontificado”.
*Da Regra da Venerárvel Ordem Terceira do Carmo.
PROFETA Elias, “homem fraco como nós”
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
A expressão é da carta de Tiago; “Elias era um homem fraco como nós” (Tg 5,17). De fato, os seis capítulos com as histórias de Elias não escondem os defeitos e as limitações de Elias. Ele teve momentos de medo e de fuga. Sentiu vontade de largar tudo e de morrer. Desanimado só queria comer, beber e dormir.
Chegando na montanha de Deus, o Horeb, Elias entrou na gruta e ouviu a pergunta: "Elias, que fazes aqui?" (1R 19,8) E ele respondeu, por duas vezes: "O zelo por Javé dos exércitos me consome, porque os israelitas abandonaram tua aliança, derrubaram teus altares, mataram teus profetas. Sobrei somente eu, e eles querem me matar também" (1Rs 19,10.14).
Existe uma contradição entre o discurso e a prática de Elias. Conforme o discurso ele é o único que sobrou; mas na prática havia sete mil que não tinham dobrado o joelho diante de Baal (1Rs 19,18). Conforme o discurso ele está cheio de zelo; mas a prática mostra um homem medroso que foge (1Rs 19,3). Conforme o discurso ele sabe analisar o fracasso da nação; mas na prática não sabe analisar o seu próprio fracasso. Elias não se dá conta de que a situação de derrota e de morte em que se encontra é o lugar onde Deus o atinge, pois não percebe a presença do anjo que o orienta. Ele só pensa em comer, beber e dormir (1Rs 19,6).
O olhar de Elias está perturbado por algum defeito que o impede de perceber a realidade tal como ela é. Ele não é capaz de avaliar a situação com objetividade. Ele se considera dono da luta contra Baal (e não é); acha que sem ele tudo estará perdido (e não estará); pensa que Deus sai perdendo caso ele, Elias, for derrotado (e Deus não sai perdendo). Qual o defeito nos olhos de Elias? Qual o defeito em nossos olhos hoje? A resposta está na história da Brisa Leve.
BISPO CARMELITA É ELEVADO A CARDEAL.
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Anders Arborelius, OCD – Ordem dos Carmelitas Descalços, 24/09/1949, 67, anos, bispo de Estocolmo (Suécia). Sagrado bispo em 29/12/1998 por nomeação do santo Papa João Paulo II. É o primeiro cardeal da Suécia. Superfície da Suécia – 441.369 quilômetros quadrados. Língua: sueco, finlandês, noruego, inglês. Capital: Estocolmo, com 864.324 habitantes. População: europeus e lapões. Fronteiras com Finlandia e Noruega. É membro da Comunidade Europeia. Indice de fecundidade é de apenas 1,42 filhos por mulher. Expectativa de vida de 80,5 anos. A população urbana soma 83,41%. É o maior produtor de ferro de toda Europa. Há minas de prata, chumbo, zinco e cobre. Atualmente são 9.651.531 habitantes, dos quais 106.873 católicos, ou seja, 1,1% da população, segundo as estatísticas publicadas pela Santa Sé. Há uma única circunscrição eclesiástica. O episcopado conta com dois bispos.
O bispo de Estocolmo e o núncio apostólico dos países nórdicos que vive na Suécia. A organização pastoral se faz por meio de 44 paróquias, 60 centros de atendimento pastoral. Ministros do povo de Deus: 159 sacerdotes (78 padres do clero secular e 81 membros do clero religioso ou regular), 31 diáconos permanentes, 96 irmãos, dois missionários leigos, 173 religiosas consagradas e 347 catequistas.
Os irmãos luteranos são 87%, ateus ou sem filiação religiosa compõe imenso número de suecos. A evangelização inicia-se no século nove pela pregação do monge Santo Oscar em 830. Há igrejas construídas em pedra desde o ano 1100. A reforma protestante é instituída por decreto pelo Rei Gustave Vasa e se torna religião oficial de Estado em 1560. O primeiro vicariato apostólico da Suécia remonta a 23/09/1783. A diocese de Estocolmo foi erigida em 29/06/1953 pelo papa Pio XII. Durante séculos o luteranismo foi religião oficial do Estado até o ano 2000. A Igreja da Suécia, de origem luterana reúne 7.200.000 membros e tem 3426 pastores e pastoras. A United Church, de matriz batista, metodista e da Missão tem 63 mil membros. O primeiro bispo sueco foi nomeado em 1998 depois de mais de 400 anos. Padroeiros: Santa Brigida, São Eric, Santo Oscar, Santo Gaal, São Sigfrid de Wexlow. Nenhum bispo presente da Suécia durante o Concílio Vaticano I de 08/12/1869 a 20/10/1870. Houve um participante da Suécia ao Concílio Vaticano II de 1962 a 1965. Falecido. Mons. John Edward Taylor, O.M.I. †, Bispo de Stockholm, Suécia; Idade: 50.8 anos. Território da diocese que é o tamanho de todo o país: 450.000 quilômetros quadrados. Fonte: cnbb.net.br
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