Facebook confirma que rastreia até os movimentos do seu mouse
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Empresa de Mark Zuckerberg usa técnicas que permitem acompanhar os movimentos do cursor na tela do seu computador
Em um documento enviado ao Senado dos Estados Unidos, o Facebook responde ponto por ponto às perguntas feitas pelos parlamentares. São 228 páginas em que a empresa expõe a maneira como age em relação aos dados dos seus usuários. Um dos aspectos mais polêmicos é o da coleta de informações.
Aqui a empresa de Mark Zuckerberg lista em vários trechos do documento como reúne dados concretos sobre os dispositivos do usuário e que uso faz dessas informações. No computador, um dos parâmetros mais chamativos que o Facebook monitora são os movimentos do mouse. Tradicionalmente, esse tipo de rastreamento, conhecido como mouse tracking, serve para indicar como os usuários se comportam dentro de uma plataforma de software, reunindo dados que permitam melhorar a interface.
No computador, o Facebook controla os movimentos do cursor do mouse e também se uma janela está aberta em primeiro ou segundo plano. A companhia acrescenta entre parênteses que esse tipo de informação “pode ajudar a distinguir humanos de robôs”. Também observa que toda a informação colhida de um usuário através dos múltiplos dispositivos que ele usa, como computadores, smartphones e TVs conectadas, é cruzada para “ajudar a proporcionar a mesma experiência personalizada onde quer que as pessoas usem o Facebook”.
O documento não esclarece se a rede social se vale dos movimentos do mouse para algo além de distinguir entre humanos e robôs, embora tampouco afirme que o utilize exclusivamente para essa finalidade. No passado, o Facebook foi acusado de testar métodos que usavam o mouse tracking para determinar não só em quais anúncios o usuário clica como também em quais pontos da tela ele se detém, e durante quanto tempo.
A empresa acrescenta que esse tipo de informação “pode ajudar a distinguir os humanos dos robôs” Informações desse tipo são relevantes porque o lugar onde o cursor se detém muitas vezes coincide com o ponto no qual focamos nossa atenção, segundo os especialistas em mouse tracking.
Dados sobre bateria, armazenamento e operadora
No memorando enviado ao Senado dos EUA – e que a revista Business Insider foi o primeiro veículo de comunicação a examinar –, o Facebook também enumera a informação que reúne sobre os atributos do aparelho que usuário utiliza. Isso inclui o sistema operacional, as versões de hardware e software, o nível de bateria e a capacidade de armazenamento disponível. Do mesmo modo, sabe qual navegador e os tipos e nomes dos aplicativos instalados e de arquivos guardados.
A companhia também tem a capacidade de acessar o sinal Bluetooth e de rastrear informação sobre os pontos de acesso wi-fi próximos, as torres de telecomunicações ou outros dispositivos emissores de sinal, como os beacons.
O nome da operadora de telefonia celular de um usuário e o seu provedor de Internet são outros dados que a rede social conhece. Neste item relativo à conexão, o Facebook também detecta “o número de telefone, o endereço IP, a velocidade de conexão e, em alguns casos, informações a respeito dos dispositivos que estão próximos ou em sua mesma rede, com o que podemos fazer coisas como ajudar a enviar um vídeo do celular para a televisão”.
Informações sobre a localização por GPS, assim como acesso à câmera e à galeria de fotos, são outros dos aspectos, já amplamente conhecidos, que a companhia enumera no documento. Mas ela deixa claro, diante de várias perguntas ao longo do texto, que “não usa o microfone do celular dos usuários ou qualquer outro método para extrair áudio” a fim de influenciar os anúncios que são apresentados ou para determinar o que aparece no feed de notícias do usuário. Fonte: https://brasil.elpais.com
O ópio do povo
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POR MERVAL PEREIRA
Apropriando-se de uma máxima do idealizador do comunismo Karl Marx, que dizia que a religião é o ópio do povo, o genial Nelson Rodrigues acusava os esquerdistas modernos de acharem que o futebol, sim, é o ópio do do povo. Bem quisera Vladimir Putin que a frase de Nelson, não a de Marx, fosse verdadeira na Rússia de hoje, quando começa para valer a última etapa do seu projeto de “soft power” em relação à Copa do Mundo de futebol.
Sem grandes expectativas por parte da população, descrente da seleção depois de uma série de derrotas, Putin sabe que o objetivo não pode ser entregar a Taça ao capitão russo Akinfeev, já considerado o pior goleiro da Liga dos Campeões, mas sim entregar ao mundo uma Copa bem organizada e sem problemas de violência, comuns aos torcedores russos, e riscos para a segurança das delegações e de milhares de autoridades e turistas que vão chegando à Rússia.
O fracasso da seleção russa é tamanho que um famoso jornalista de televisão iniciou campanha de autoestima denominada “o bigode da esperança” com base no bigode do técnico Stanislav Cherchesov.
Atribui-se a Putin uma improvável manobra no sorteio das chaves da Copa para que o jogo inicial fosse contra um time inofensivo. Deu Rússia e Arábia Saudita, a única seleção que tem piores resultados que os dos anfitriões. Coincidência ou não, esta será apenas uma das três Copas em que o jogo de abertura não tem um país campeão em campo. Em se tratando de FIFA e de Putin, tudo é possível, no entanto.
Além da Arábia Saudita, a chave dos anfitriões tem ainda o Egito, dois países de maioria muçulmana que se encontram em posições distintas na guerra da Síria em relação à Rússia, que apóia a Bashar Al Assad: enquanto a Arábia Saudita opõe-se ao líder sírio, o Egito tem posição mais cautelosa.
O Egito, no entanto, pode causar danos irreversíveis a Putin na Copa do Mundo. Como uma das duas vagas do grupo deve ficar com o Uruguai, a disputa da segunda ficará provavelmente entre Rússia e Egito, que tem no jogador Salah um diferencial que pode eliminar a seleção anfitriã ainda nas oitavas.
Cercado de símbolos capitalistas, o passado comunista da União Soviética que Putin ajudou a enterrar cisma de estar presente, como em frente ao estádio de Lujiniki, onde uma estátua de Lenin tem que conviver com uma grande propaganda da Coca-Cola. Em tudo semelhante ao filme alemão “Adeus Lenin”, que conta as dificuldades de um filho que tenta mudar a realidade para proteger a mãe, uma comunista radical que sai do coma após um ano, e não suportaria visões chocantes para ela, como a queda do Muro de Berlim e um grande cartaz da Coca-Cola em frente a seu prédio.
Na Rússia de hoje, essa convivência não é evitada, ao contrário, tornou-se mais um atrativo turístico. Foi-se a época em que Yeltsin queria retirar da Praça Vermelha o mausoléu de Lenin, para enterrar literalmente esse passado. Putin, ao contrário, mandou restaurar a múmia e a recolocou novamente onde os turistas possam visitá-la.
A festa de abertura da Copa terá a presença de Ronaldo Fenômeno, na impossibilidade de Pelé comparecer devido a problemas no quadril. Putin, aliás, apostava muito na presença de Pelé, com quem se abraçou na cerimonia de sorteio das chaves da Copa do Mundo. A abertura será a cerimonia mais breve das últimas Copas no estádio de Lujiniki, reformado ao custo de R$ 1,4 bilhão, com acusações de superfaturamento. O mesmo que aconteceu com o nosso Maracanã. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
TEMPO DO CARMELO: Novo CD do Frei Petrônio de Miranda (Lançamento em julho)
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OLHAR DO DIA: CMK ESTÚDIO/RJ. Carlos Maka. Gravação do CD- TEMPO DO CARMELO. Na foto, Thalita Sardinha. Ela interpreta a música- TEMPO DO CARMELO- em Inglês, Italiano e Espanhol. Em breve na sua casa. www.olharjornalistico.com.br
O que acontece quando o poder público escolhe cortar investimento em áreas sociais?
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Thaís Dantas
A vida de nossas crianças e adolescentes está em risco
O que você faria se soubesse que a mortalidade infantil aumentaria? Que mais famílias ficariam desamparadas? E que políticas públicas nas áreas de educação, saúde e proteção social seriam enfraquecidas, prejudicando especialmente crianças e adolescentes brasileiros?
Infelizmente, a projeção é que isso ocorrerá nos próximos anos. E já sabemos o motivo disso – ou ao menos os tomadores de decisão deveriam saber. A causa desses retrocessos acima anunciados, inclusive, foi publicada no Diário Oficial da União e, hoje, está em nossa Constituição. Trata-se da Emenda Constitucional 95 de 2016, que instituiu o Novo Regime Fiscal no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, o chamado teto de gastos públicos.
Embora de extrema relevância, o tema não tem sido tão pautado e ainda é encoberto por dúvidas, a despeito do esforço de diferentes pessoas e instituições em divulgar os prejuízos dessa emenda, muitas delas reunidas na Coalizão “Direitos valem mais, não aos cortes sociais".
A verdade é que precisamos falar sobre isso e ter consciência do quanto seremos afetados, em nosso cotidiano e em nossos direitos. É preciso ter em mente também que, em cenários de crise e escassez, crianças e adolescentes são os mais prejudicados.
Segundo estudo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, publicado recentemente, a política de austeridade instituída pela Emenda 95 será responsável por um aumento de 8,6% na mortalidade infantil até 2030, pois deixarão de ser evitadas 124 mil internações e vinte mil mortes de crianças de até cinco anos.
Ainda, nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) de 2016 afirmou que, em vinte anos de aplicação da referida emenda na política de assistência social brasileira, haverá menos da metade dos recursos necessários para garantir a manutenção da cobertura nessa área nos padrões atuais, o que afetará diferentes programas estatais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada, por exemplo. Reduzir o acesso ao Bolsa Família, inclusive, vai na contramão do recomendado pelo Banco Mundial o qual defende a necessidade de ampliação dos recursos neste programa a fim de mitigar os impactos da crise econômica brasileira no agravamento da desigualdade social.
A experiência internacional, também, demonstra os prejuízos das políticas de austeridade, especialmente em crianças e adolescentes. Relatório do Unicefapontou que diminuição e corte nos serviços em saúde, educação e nutrição geram ainda maior pressão sobre as famílias vivenciando perda de renda e desemprego, o que aumenta índices de ansiedade e estresse nas crianças, especialmente nas mais pobres. Outra experiência revela-se, também, sintomática: na Grécia, em decorrência da política de austeridade, houve aumento no número de casos de malária, de AIDS e de tuberculose, além de crescimento de 43% na mortalidade infantil entre 2008 e 2010, que vinha sofrendo queda constante desde os anos 1950, bem como um aumento de 21% no número de natimortos entre 2008 e 2011.
É importante pontuar que a emenda 95 é fruto de uma escolha política, que optou por congelar despesas primárias, responsáveis pela oferta de bens e serviços à população, ou seja, pelo investimento social, e manter as despesas financeiras intactas. Se, antes da emenda 95, já tínhamos índices de investimento nas áreas de educação e saúde considerados baixos, a tendência após a medida é piorar. Nesse sentido, vale ressaltar que, embora não haja um corte, a fixação de um teto não permite o crescimento do investimento, que acaba por se desvalorizar, especialmente considerando a inflação e o crescimento populacional. Essa escolha política tem permeado recentemente a ação do poder público: a Medida Provisória 859 de 2018 abriu crédito extraordinário superior a nove bilhões em favor dos Ministérios de Minas e Energia e da Defesa, por meio de cancelamento de gastos em programas como Criança Feliz e Rede Cegonha, bem como cortes nas áreas de assistência social, saúde e saneamento básico - os quais, sabidamente, irão impactar de maneira grave crianças e adolescentes.
Estamos em ano eleitoral e é preciso cobrar de candidatas e candidatos o compromisso com a revogação da emenda 95 e a retomada do investimento social, o qual, em verdade, já está assegurado em nossa Constituição, que garante como direitos sociais a educação, a saúde, a assistência, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, bem como a proteção à maternidade e à infância. É também preciso lembrar: crianças e adolescentes – os mais gravemente afetados por medidas de austeridade – devem, por força do artigo 227 da Constituição, ter seus direitos assegurados com absoluta prioridade, o que significa primeiro lugar em orçamento, políticas e serviços públicos, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Ainda não alcançamos esse patamar de proteção social, especialmente no que diz respeito à infância e adolescência brasileiras. Mas, se queremos reverter esse cenário de violações e desigualdades, é preciso assegurar investimentos que cumpram a norma da prioridade absoluta, respeitando a força de uma Constituição vigente há quase trinta anos e não a relegando ao papel de uma carta vazia de princípios.
*Thaís Dantas é advogada do programa Prioridade Absoluta, do Instituto Alana, e Conselheira do Conselho Nacional de Direitos de Crianças e Adolescentes (Conanda). Fonte: https://brasil.elpais.com
Canudinhos de plástico são banidos no Rio
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Nova lei exige que bares e restaurantes usem os de material biodegradável
RIO - Os canudinhos de plástico vão ser banidos de bares, restaurantes e quiosques do Rio. A Câmara Municipal aprovou nesta quinta-feira, em segunda discussão, o projeto de lei, de autoria do vereador Jairinho (MDB), que obriga estabelecimentos comerciais a usar canudos de papel biodegradável. Os que forem recicláveis, de forma individual, também serão permitidos. A medida agora seguirá para sanção ou veto do prefeito Marcelo Crivella.
Quem descumprir a nova lei será multado em R$ 3 mil, valor que será dobrado em caso de reincidência. Uma petição virtual, criada pela ONG Meu Rio para pressionar os vereadores a votar a favor do projeto, recebeu mais de 4.500 assinaturas. O texto já havia sido aprovado na quarta-feira, em primeira discussão. O único vereador a votar contra foi Leandro Lyra, do Partido NOVO. Fonte: https://oglobo.globo.com
Falha no Facebook divulga postagens privadas de 14 milhões de usuários
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Em um comunicado enviado a imprensa, Erin Egan, diretora de privacidade do Facebook, assumiu a falha. As postagens foram divulgadas publicamente sem nenhum tipo de alerta aos usuário
Um erro na rede social Facebook fez com que 14 milhões de usuários que publicaram textos, fotos e vídeos de modo privado ou apenas para amigos compartilhassem as informações publicamente na rede social. A falha aconteceu durante cinco dias em maio. A empresa disse, por meio de nota, que irá notificar imediatamente as pessoas afetadas.
As postagens foram divulgadas publicamente sem nenhum tipo de alerta aos usuários. A empresa disse que não sabe quantos desses 14 milhões de usuários expuseram dados que não queriam que fossem públicos ou quantos perceberam o erro antes de publicar algo no Facebook. Em 27 de maio, a empresa mudou as configurações das postagens afetadas para privadas -- mas não avisou os usuários do ocorrido.
Em um comunicado enviado a imprensa, Erin Egan, diretora de privacidade do Facebook, assumiu a falha. "Gostaríamos de nos desculpar por esse erro", disse. Após a divulgação da falha, as ações do Facebook fecharam o mercado em baixa de 1,65%, negociadas em US$ 188 -- após o fechamento do mercado, as ações da rede social seguiram apresentando baixa de 0,18%, negociadas em US$ 187.
Pesadelo
A revelação da falha de privacidade torna ainda mais dramática a situação do Facebook, que vem sendo cada vez mais criticado nos últimos meses por seu papel em fenômenos como a disseminação de notícias falsas e tentativas de interferência em eleições. O auge da polêmica aconteceu em março, quando os jornais The New York Times e The Observer, de Londres, revelaram que a consultoria britânica Cambridge Analytica e o pesquisador da Universidade de Cambridge, Aleksandr Kogan, usaram de forma ilícita dados pessoais de mais de 87 milhões de usuários do Facebook.
Desde então, o Facebook tem sofrido forte pressão da mídia, de órgãos reguladores e governos em todo o mundo. O próprio presidente executivo da rede social, Mark Zuckerberg, teve de comparecer ao Congresso Americano e ao Parlamento Europeu para dar explicações sobre como a rede social trata os dados pessoais dos usuários. Na mais recente aparição, no Parlamento Europeu, o executivo foi fortemente criticado por responder de forma genérica a poucas perguntas feitas durante a audiência.
Ainda não está claro se a rede social poderá ser punida por só revelar a falha de segurança agora, uma vez que a nova legislação de proteção de dados pessoais da União Europeia (GDPR, na sigla em inglês) obriga as empresas a comunicar os consumidores imediatamente. Pela lei europeia, a empresa pode estar sujeita a sanções que podem chegar a 4% da receita anual global da companhia, em caso de descumprimento das novas regras, que entraram em vigor em 25 de maio. O Facebook ainda não detalhou a localização dos usuários afetados pela brecha de segurança. Fonte: www.em.com.br
Prefeitura de SP vai multar em R$ 200 quem der comida a pombos
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Lei foi sancionada pelo prefeito Bruno Covas. Quem tiver ninho de pombos em casa deve providenciar redes e outros obstáculos contra as aves.
Uma lei publicada nesta quinta-feira (7) no Diário Oficial de São Paulo proíbe que as pessoas deem comida a pombos na cidade. Quem for flagrado dando comida a pombos poderá ser multado em R$ 200. A lei foi aprovada pela Câmara Municipal no dia 3 de maio e sancionada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).
A lei proíbe ainda a comercialização de ração para pombos nas vias e logradouros públicos. Também fica proibido abrigar as aves. Os proprietários de imóveis com infestação de pombos deverão providenciar redes e outros obstáculos para dificultar o seu pouso e a formação de ninhos. Fonte: https://g1.globo.com
Caminhoneiro: o novo velho protagonista do Brasil
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Identidade, gênero e luta de classes no protesto que parou o país e pode apontar para uma versão brasileira do eleitor de Donald Trump nas eleições. A reportagem é de Eliane Brum, escritora, repórter e documentarista, publicada por El País, 04-06-2018.
O Brasil que parou o Brasil por 11 dias reivindica um lugar que perdeu e um tempo que já não existe. Neste sentido, não poderia estar mais distante dos protagonistas dos protestos de 2013. Se uma parcela significativa estava ali como autônomos, avulsos, os caminhoneiros são unidos por uma identidade muito particular, cujo papel não deve ser reduzido. As rodas dos caminhões já giram em falso há muito. Aqueles que interromperam o abastecimento do país são também homens encurralados num mundo que já não compreendem. As máquinas estacionadas nas rodovias são a potência que restou, mas essa potência já não pertence a esse século.
O homem que trancou as rodovias tem idade média de 44 anos, está acima do peso, é sedentário, tem baixa escolaridade, trabalha mais de 11 horas por dia, tem remuneração mensal média de menos de quatro mil reais e acredita que sua renda está em queda. Quase metade dos caminhoneiros estava endividada. A maioria acreditava que a diminuição da demanda era causada pela crise econômica e, mesmo antes da mudança da política de preços da Petrobras, 46% já apontava o preço do combustível como um dos grandes problemas. Este é o perfil revelado por uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) em 2016. É improvável que algo substantivo tenha mudado em dois anos. É provável, porém, que a queda do número de fretes e da renda, assim como as dificuldades, tenham se ampliado com a instabilidade do país. E certamente o aumento do diesel pesou.
A relação entre a paralisação dos caminhoneiros e o apelo por intervenção militar revela conexões simbólicas profundas
É importante compreender quem é esse novo velho protagonista que parou o país em maio de 2018, assim como perceber o quanto há de protagonismo real nesse personagem. Durante boa parte da segunda metade do século 20, com mais ênfase na ditadura civil-militar (1964-1985), o caminhoneirotornou-se um personagem importante da propaganda nacionalista de um Brasil em busca do progresso e do futuro. Ao longo das últimas décadas, esse mesmo personagem testemunhou essa imagem se dissolver e, junto com ela, perdeu não só renda, mas também espaço simbólico.
A propaganda da ditadura era marcada por grandes caminhões desbravando as novas estradas abertas no país, algumas delas míticas como a Transamazônica. Basta folhear as revistas da época para alcançar o que era ser um caminhoneiro no imaginário do país dos anos setenta, a serviço de um governo opressor que manipulava tanto nacionalismo como ufanismo. A relação entre a paralisação pela redução do valor do diesel e o apelo por intervenção militar, a qual uma parte dos caminhoneiros aderiu, revela conexões simbólicas mais profundas, fundamentais para compreender o que foi esse momento.
A questão de gênero marca o movimento que reivindica também a potência perdida
A imagem que se consolidou também como autoimagem era a do caminhoneiro como um desbravador do Brasil. Afinal, era preciso atribuir valor de heroísmo à profissão, para convencer pais de família a enfrentar por semanas estradas terríveis e cheias de perigos na boleia de um caminhão. Não um desbravador qualquer, mas um que avançava conduzindo grandes máquinas e empurrava o país sobre rodas enormes. Ser caminhoneiro era também ser potente. Potente no sentido masculino e arcaico do termo. Essa marca de testosterona, essa marca de gênero do movimento precisa ser levada em conta nas análises. O caminhoneiro esteve, e ainda está, ligado a três valores: ao transporte da riqueza do país, ao espírito de aventura e ao empreendedorismo, representado pela meta de comprar seu próprio caminhão. Cada família de classe média baixa tinha pelo menos um parente caminhoneiro, especialmente nas cidades do interior e nos subúrbios das grandes cidades. Apenas como exemplo: Maria, a irmã mais querida de Luiz Inácio Lula da Silva, era esposa e mãe de caminhoneiros bastante orgulhosos da profissão, moradores dos bairros menos nobres de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
No Rio Grande do Sul, um dos polos de caminhoneiros do Brasil, parte deles é descendente de imigrantes europeus. Se transportar as mercadorias da terra não era tão valorizado quanto possuir a terra, o bem mais cobiçado que seus antepassados vieram buscar no Novo Mundo, ser caminhoneiro era, e ainda é, considerado uma profissão digna, “de homem”, e muitas vezes passava de pai para filho, com clãs de caminhoneiros preparando o churrasco de domingo enquanto as mulheres se dividiam entre a maionese de batata e o pudim de leite da sobremesa.
Num estado que mitificou a figura do gaúcho como o errante dos caminhos, de coração valente e alma livre, o caminhoneiro era o mais próximo de um cavaleiro moderno das estradas. Muitos deles eram filhos de pequenos agricultores que perderam a terra durante o processo de mecanização da agricultura ou que não tinham terra suficiente quando os filhos cresciam e constituíam sua própria família. Em vez das raízes plantadas no chão, esses herdeiros da vontade de vencer na vida e de ter um lugar no país carregavam o produto da terra para outros cantos do mundo. Como os antigos tropeiros que os caminhões foram tornando mais e mais obsoletos.
São muitas as místicas criadas em torno do caminhoneiro para, o mais rapidamente possível, atribuir tradição à profissão num país que escolheu a estrada como principal meio de transporte de bens e de pessoas. Pelo Brasil afora há canções e histórias de caminhoneiros. E muitos devem lembrar da série Carga Pesada, da TV Globo. Ao contar as aventuras de uma dupla de caminhoneiros pelo país, Pedro e Bino, interpretados por Antônio Fagundes e Stênio Garcia, a série fez muito sucesso entre 1979 e 1981. Depois, entre 2003 e 2007, foi reeditada. Era a realização na dramaturgia do brasileiro pobre, mas trabalhador, empreendedor e sonhador, lutando contra um Brasilmuitas vezes corrompido e corruptor.
Entre o autônomo e o autômato, a luta de classes é espertamente borrada
O caminhoneiro como “guerreiro das estradas” é um personagem do Brasil. Mas de um Brasil que já não é. E este é o ponto. Nos últimos vários anos, tornou-se cada vez mais difícil manter essa autoimagem. A força dessa simbologia, cevada por tantas décadas, já não era capaz de dar sentido a uma vida que se precarizava de forma acelerada. De empreendedor do asfalto o caminhoneiro passou a ser o trabalhador autônomo, que pouco ou nada tem de “autônomo”, como bem demonstrado em artigo de Vitor Araújo Filgueiras e José Dari Krein.
A palavra, convertida em mais um termo falsificador no Brasil, ganhou um sentido ainda mais perverso após a reforma trabalhista de 2017, que tornou a carne dos trabalhadores mais barata e liberou os desmandos sobre seu corpo. De autônomo a autômato, a luta de classes vai sendo encoberta, tendo como ápice essa paralisação apoiada – ou em parte articulada – por patrões.
Como os trabalhadores de muitas categorias profissionais, o caminhoneiro também foi se descobrindo sem direitos, explorado por uma jornada exaustiva, pressionado a entregar mercadorias em tempo curto demais, estressado pelo tráfego intenso e pelas estradas péssimas, ameaçado por assaltos cada vez mais violentos, com cada vez menos poder para negociar o valor dos fretes, muitas vezes trabalhando para um só transportador, mas sem direitos de empregado porque “autônomo”.
E, para completar, testemunhando a crescente ruína do seu corpo pelo excesso de horas sentado na boleia do caminhão e pela comida gordurosa da beira da estrada. Muito trabalho, pouco dinheiro, nenhum glamour. Também não é um dado qualquer que uma das principais queixas dos caminhoneiros, no campo da saúde, é a espinha que se “quebra” ou é “quebrada”, expressada pelas dores e problemas na coluna vertebral.
Também no lado de fora a propaganda ruía. O caminhoneiro é cada vez mais visto como um irresponsável que provoca acidentes, tanto quanto como um drogado que toma rebites para poder dirigir um número maior de horas e cumprir o horário dos fretes. O combate à prostituição juvenil nas estradas o generalizou também como um explorador sexual que usa as viagens para fazer sexo com meninas. Ao chegar ao fim de uma jornada extenuante, muitas vezes ainda é tratado com preconceito e descaso e recebe menos do que o prometido, sem nenhum poder de barganha em tempos de crise, porque há um outro que aceitará as piores condições para poder garantir algum sustento para a família. Longe de casa por semanas, esse mesmo caminhoneiro nem sempre consegue manter o lugar de chefe de família ao voltar, no contexto de crescente protagonismo das mulheres, hoje mais escolarizadas que os homens.
Em busca da potência perdida, o caminhoneiro confrontou um governo sem potência alguma
É também este o homem que se insurgiu parando o país. E encontrou sua potência perdida ao se confrontar com um governo sem potência alguma, dedicado a gastar suas escassas energias para manter-se no Planalto enquanto concede o que tem e o que não tem a todos que o chantageiam. Michel Temer(MDB) e seu ministério, parte dele suspeita ou já denunciada por corrupção, entregaram tudo e também a cabeça do presidente da Petrobras, que se não renunciasse cairia de qualquer modo. Para piorar, Temer chamou de novo as Forças Armadas para botar ordem na casa que sabe governar sem legitimidade. Não apenas uma parcela da população se infantiliza, como também o presidente.
Parte dos caminhoneiros sequer percebeu que fazia o jogo dos patrões que apoiaram a paralisação. Parte deles mostrou-se incapaz de enxergar que mais uma vez os donos das transportadoras botaram o corpo dos mais frágeis na linha de frente. Enquanto eram estimulados a pintar o corpo para a guerra, os caminhoneiros mais uma vez lutaram pelos interesses de seus opressores, os mesmos que deixaram para os trabalhadores precarizados a conta para pagar também dos dias sem trabalho em nome do protesto. Essa nuance do movimento não é tudo, mas parte importante da complexidade do quadro.
Quem perdeu, mais uma vez, de todos os lados, foi a maioria da população. Mas, mesmo assim, a maioria da população, como a pesquisa do Datafolha mostrou, apoiou a paralisação dos caminhoneiros. Mesmo sendo afetada pelo desabastecimento nos supermercados, nos hospitais, nos postos de gasolina, mesmo sem ônibus para chegar ao trabalho ou às escolas, a maioria dos brasileiros apoiou a paralisação dos caminhoneiros.
Em parte, é possível que a maioria da população acredite que já paga a conta, todas as contas, de qualquer modo. Em parte, é catártico diante da contenção cotidiana numa vida ruim e numa vida que não para de piorar. A vontade reprimida e tão humana de romper com todas as amarras e ter seu dia de foda-se. Ou apoiar o dia de foda-se do outro com quem se sente identificado. Não há nada mais perigoso do que aquele que não tem nada a perder. O Brasil está vivendo um momento em que cada vez mais gente tem cada vez menos a perder. E cada vez menos motivos para conter seu ódio e sua fúria.
Que Brasil os caminhoneiros mobilizaram? Me parece haver vários, incluindo uma parte da esquerda que acreditou ser possível embarcar no movimento, adicionando a ele sentidos que não tinha, como a categoria sindicalizada dos petroleiros. Ou a esquerda que acreditava ser uma traição não apoiar qualquer paralisação. E também uma parte da extrema-direita, esta mais bem sucedida, que buscou instrumentalizar a raiva dos caminhoneiros. Depois recuou, mas certamente foi beneficiada. As forças que agiram nessa paralisação ainda precisam ser expostas com mais clareza.
Me interessa particularmente esse Brasil espontâneo, sem sindicato nem clube, identificado com os caminhoneiros porque também se sente ferrado de todas as maneiras. Esse Brasil que se descobre sem perspectiva de melhorar a renda. Ou, um sentimento mais desestabilizador, sem perspectiva de deter a sua queda. Um Brasil que se sente sem lugar. E que compartilha da enorme nostalgia do que não foi, mas acreditava que pudesse ter sido. Ou que merecia ter sido. Uma nostalgia do passado que nunca houve, este que existiu apenas como possibilidade não realizada. Mas que chegou mais perto de se realizar na primeira década deste século, nos anos de Lula, hoje na cadeia e possivelmente impedido de disputar a próxima eleição.
Pelo conteúdo das manifestações, Lula não é um “herói injustiçado” para a maioria dos caminhoneiros, mas mais um “político corrupto”, o substantivo e o adjetivo hoje quase um sinônimo para uma parcela dos brasileiros. A paralisação dos caminhoneiros prova, de forma contundente, que a democracia já não responde aos anseios de melhora de vida. Mais do que um clamor por intervenção militar, o movimento revelou a profundidade da crise da democracia que se alarga no mundo, mas ganha tons singulares no Brasil.
Não tenho pesquisa para apoiar minha hipótese. Espero que alguém a esteja fazendo. Mas minha percepção através de conversas é de que os caminhoneiros mobilizaram uma grande parcela de brasileiros que se sente impotente – e se sente impotente em mais de um sentido. Como os caminhoneiros, são trabalhadores de corpos precarizados e arruinados, pessoas exauridas, exaustas e com medo.
“Pai, faça alguma coisa antes que eu tenha que mijar sentado”
Chamo atenção, mais uma vez, para as questões de sexo e de gênero. Os caminhoneiros são 99,8% homens, e as imagens dessa paralisação exacerbam testosterona. São raras as referências a homossexuais, transexuais e transgêneros nessa categoria de trabalhadores. As redes sociais e os grupos de WhatsApp mostraram que a maior parte dos protagonistas ativos eram homens supostamente ansiosos para voltar para suas famílias de modelo tradicional, das quais estariam separados pela paralisação. “Sentiram saudades de casa e da família, que rezava e pedia para que voltassem logo e bem”, escreveu em 3 de junho o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, em artigo publicado na Folha de S.Paulo.
Acredito existir algo para se compreender nessa masculinidade ameaçada pelo crescimento do protagonismo das mulheres e das pessoas LGBTs. Ameaçado, por um lado, pela perda da renda e pela precarização do trabalho, e, por outro, pela mudança dos costumes, esse homem “comum” sente-se encurralado num país que piora a cada dia. É quase previsível que uma parte desse sentimento seja canalizada para um pedido de ordem ao Exército, a instituição que representa a testosterona em estado bruto. Tipo: “Pai, faça alguma coisa antes que eu tenha que mijar sentado”.
É menos um anseio pela volta da ditadura – e mais um desejo de viver num mundo cujos códigos possa reconhecer, num momento em que se sente empobrecido, desprestigiado, sem lugar e sem perspectivas, e com as rodas atoladas em areia movediça. Essa parcela de brasileiros, que vai muito além dos caminhoneiros, mas que se sentiu representada por eles, pode criar uma versão brasileira, e por isso particular, do eleitor de Donald Trump nas eleições de 2018. Uma parcela de brasileiros que secretamente se sente impotente, de várias maneiras.
A corrupção é o guarda-chuva que permite a quem o ostenta nem precisar explicar, muito menos precisar entender o que o move de fato
A corrupção, a bandeira mais uma vez desfraldada por apoiadores da paralisação e por parte dos caminhoneiros ao longo dos dias, é um guarda-chuva que protege aquele que gosta de se apresentar como “cidadão de bem” de seus objetivos mais mesquinhos e egoístas. É fácil ser contra a corrupção. Nunca se ouviu alguém dizer que é a favor da corrupção. A corrupção é o guarda-chuva que permite a quem o ostenta não precisar explicar, muito menos precisar entender o que o move de fato, o que sempre é muito confortável.
Ao constatarmos que a maioria dos brasileiros se corrompe um pouco por dia, no que se refere às pequenas infrações, como tirar vantagem de alguma coisa, roubar no peso ou no troco, é possível desconfiar que não é a corrupção que move tanto ódio, mas um profundo descontentamento com a corrosão do cotidiano e o sentimento de impotência. Quando alguém diz que é contra a corrupção, talvez esteja gritando contra o fato de sua vida ser tão difícil e tão aquém de seus melhores esforços, no caso dos mais pobres. Ou, no caso de quem lamenta os privilégios perdidos, contra a crença de que sua vida não está à altura do que considera merecer por posição de classe.
A corrupção, no caso dessa paralisação, foi definitiva apenas no fato de o governo Temer comprometer ainda mais o investimento em saúde e educação, decisão que atinge os mais pobres de forma explícita. E fez isso justamente por temer perder o governo e ser despachado para a cadeia por... corrupção. Não é um dado lógico, uma escolha inescapável, a de cortar justamente em áreas como saúde e educação, ciência e tecnologia; cortar recursos no campo do saneamento básico, da reforma agrária e da regularização fundiária na Amazônia; na esfera do incentivo à agricultura familiar e do desenvolvimento da agricultura orgânica e de baixo carbono; no âmbito da demarcação de terras indígenas, do desenvolvimento sustentável, da oferta de água, da fiscalização ambiental e da prevenção de desastres; nas áreas das políticas públicas sobre drogas e do combate à violência contra a mulher; no setor do trabalho, do emprego e da saúde do trabalhador. Entre outros.
A escolha do que cortar e de como manejar o preço do diesel não é lógica, mas ideológica
A escolha do que cortar e de como manejar o preço do diesel não é lógica, mas ideológica, e está a serviço de um projeto de ocupação e perpetuação de poder. Os caminhoneiros são acusados de terem chantageado o governo, em especial pela parte que toca aos donos de transportadoras, suspeitos de terem promovido um locaute – greve de patrões, portanto ilegal. Mas o governo Temer, cada vez mais fraco e desmoralizado é, ao mesmo tempo, alinhado e chantageado de forma permanente por grupos com maior poder de pressão, como os ruralistas e os donos de planos de saúde.
Em 2013, Lula, Dilma Rousseff e o PT descobriram que perderam as ruas. Em 2018, as direitas que articularam o impeachment de Dilma Rousseff descobriram o que foi dito ao PT anos antes: quem acredita que controla as ruas é um idiota. Suspeito que muita gente que apoiou o impeachment em 2016, incluindo parte da imprensa, hoje esteja bastante arrependida com os rumos que o país tomou. Mas ainda sem grandeza ética para assumir seus erros publicamente. Não é só o PT que precisa fazer autocrítica, obviamente.
A irresponsabilidade de tirar do poder uma presidente ruim, mas eleita, sem base legal para isso, alargou a convicção de que o voto vale pouco no Brasil e que os resultados das eleições, caso sejam insatisfatórios para grupos de poder, podem ser alterados. Os ecos dessa violência contra a democracia se farão sentir por décadas e foram determinantes para essa paralisação que, à certa altura, acreditou poder derrubar o governo.
Se o sentimento de revolta contra a corrosão da vida moveu 2013 e move 2018, talvez seja só isso o que existe em comum. A luta original do Movimento Passe Livre (MPL), detonador das manifestações de junho de 2013, era pela ocupação do espaço público pelas pessoas. O desejo era de retomar a cidade para quem nela vive. Em 2013, caminhando sobre as próprias pernas, uma multidão descobriu uma cidade impossível de alcançar pela janela dos carros e ônibus.
A luta dos caminhoneiros de maio de 2018 é por um Brasil que já não pode ser, embora ainda será por muito tempo. O transporte ferroviário e fluvial é pífio, apesar das dimensões continentais do país e do fato de o Brasil ter o privilégio de alguns dos maiores rios do mundo correrem no seu território. As rodas dos caminhões que hoje giram em falso dizem muito sobre as escolhas do passado e do presente.
A poluição de São Paulo foi reduzida à metade durante a paralisação
A luta de 2013 era para liberar o fluxo, a de 2018 para interromper o fluxo. Não há maior símbolo dessa diferença do que a imagem agressiva dos caminhões num planeta em que é preciso reduzir as emissões de CO2. Isso se nossa espécie quiser continuar vivendo num mundo ruim, mas ainda possível. Uma das constatações mais importantes na paralisação dos caminhoneiros, ainda que pouco mencionada, foi a redução da contaminação de São Paulo: no sétimo dia do movimento, a poluição foi reduzida pela metade. Segundo matéria da Agência Fapesp, a qualidade do ar na capital paulista tornou-se “boa” em todas as estações de medição e para todos os poluentes analisados, algo muito difícil de ser registrado.
A luta de 2013 era a das capitais, a de 2018 é a dos Brasis do interior e dos subúrbios das grandes cidades. A luta de 2013 era pelo futuro, a de 2018 é pelo futuro do passado. Escutar a todos é obrigatório. E votar em outubro se torna cada dia mais importante para a defesa da democracia num país em que ela foi corrompida. Sem a democracia, nem as ruas teriam falado em 2013, nem apoiadores – ou manipuladores – da paralisação dos caminhoneiros poderiam gritar para que o tio da farda bote ordem na casa. Essa democracia imperfeita, falha e seguidamente injusta ainda é o melhor que temos. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Morre jovem atacado por tubarão no Grande Recife
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José Ernesto Ferreira da Silva chegou a passar por cirurgia, amputou a perna esquerda e parte de sua genitália, mas não resistiu aos ferimentos.
Pernambuco - O jovem que foi atacado por um tubarão morreu na madrugada desta segunda-feira no Hospital da Restauração (HR), no Derby, na área da capital pernambucana. José Ernesto Ferreira da Silva, de 18 anos, chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.
Com esse caso, deve subir para 65 o número oficial de ataques e para 25 a quantidade de mortes que integram a lista do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), que registra os casos desde 1992, em Pernambuco. Para o registro, o órgão depende do laudo da morte, que ainda não foi divulgado.
José Ernesto foi atacado no domingo, na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, na frente da Igrejinha de Piedade, uma das áreas mais perigosas na orla de acordo com os bombeiros.
Segundo a corporação, o jovem foi orientado pelos guarda-vidas a se aproximar da faixa de areia devido ao risco de ataque. Já foram 12 registros de incidente de tubarão na região. Além disso, há placas com informações de risco na região. Ele foi atacado no momento do alerta.
José Ernesto precisou amputar parte da perna esquerda e da genitália para conter o sangramento. O jovem ainda sofreu duas paradas cardíacas antes de ser submetido à cirurgia, que durou cerca de três horas. Ele seguiu para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu. Fonte: https://odia.ig.com.br
Policial alemão atira em homem na Catedral de Berlim
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BERLIM — Um policial alemão atirou em um homem na Catedral de Berlim no domingo, informou a mídia alemã, acrescentando que as circunstâncias do incidente ainda não estão claras. Imagens postadas nas redes sociais mostram policiais armados cercando a área ao redor da catedral e duas ambulâncias estacionadas em sua entrada, uma atração turística na capital alemã.
"Por volta das 16h (local), a polícia interveio em função de uma pessoa que causava problemas, em seguida um policial fez uso de sua arma de serviço", indicou uma porta-voz da polícia à AFP, sem dar maiores detalhes.
A mídia alemã disse que a polícia foi chamada ao Berliner Dom após uma disputa entre duas pessoas no local. Pelo Twitter, a polícia alemã informou que policiais atiraram contra um homem violento, que foi ferido nas pernas. A polícia pediu ainda que as pessoas não espalhem rumores sobre o incidente. Fonte: https://oglobo.globo.com
Odor de passageiro faz avião realizar pouso de emergência: Cheiro estava impregnado
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Um grupo de turistas que viajavam entre os Países Baixos e Grã Canária, na Europa, experimentaram uma experiência incomum depois de embarcar num voo da empresa Transavia. Antes de decolar, alguns passageiros começaram a reclamar do odor dentro da aeronave. O "problema" se intensificou e o mau cheiro se tornou insuportável em pleno voo.
Foi constatado que a situação peculiar foi gerada por um dos passageiros. Para solucionar a questão, os comissários de bordo removeram o responsável pelo odor de seu assento e tentaram isolá-lo dentro de um dos banheiros, afirmou o Daily Mail.
Infelizmente nada funcionou, o cheiro parecia estar impregnado no avião. "Era como se ele não tivesse tomado banho por várias semanas. Vários passageiros ficaram ruins e tiveram que vomitar ", disse um dos turistas ao jornal.
A situação foi tão grave, que o piloto decidiu desviar o avião e fazer um pouso de "emergência". A companhia aérea disse que o aeronave havia sido desviado devido aos problemas médicos de um dos passageiros, no entanto, o porta-voz da reconheceu que o homem "cheirava mal". Fonte: www.metrojornal.com.br
Governo corta verbas da educação e da saúde para bancar diesel mais barato
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Políticas públicas para mulheres, juventude e reforma agrária também serão afetados
Para bancar a política de subsídio ao preço do óleo diesel, cujo valor para os cofres públicos será de cerca de R$ 10 bilhões, o governo Michel Temer (PMDB) anunciou uma série de cortes no orçamento de áreas básicas como saúde e educação.
Políticas públicas voltadas ao enfrentamento à violência contra a mulher, à juventude e à reforma agrária também estão na lista dos cortes, publicados nesta quinta-feira (31) no Diário Oficial da União. Em paralelo, além da reoneração da folha de pagamento para alguns setores, o Planalto também aumentará a arrecadação de impostos para exportadores, indústria de refrigerantes e indústria química.
Antes mesmo do anúncio de quais áreas seriam afetadas, a oposição criticou a proposta do governo. A senadora e presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman (PR), destacou os impactos que o subsídio representaria.
“O governo, ao propor subsídio e desoneração não enfrenta o problema principal: a política de preços da Petrobras. Ou seja, vai tirar dinheiro de quem precisa, de políticas públicas e programas dos mais pobres para subsidiar o diesel. Na negociação que o governo fez, o foco foram as grandes empresas de transporte”, diz.
A mudança na política de preços mencionada por Hoffman, bem como o emprego da capacidade máxima das refinarias da Petrobras, era um dos pontos de reivindicações da recente greve dos petroleiros, impedida judicialmente por meio de uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Alexandre Castilho, diretor do Sindicato dos Petroleiros Unificado de São Paulo, explica que as medidas permitiriam abaixar o preço dos derivados, já que a produção nacional é mais barata.
“Qual o caminho? Voltar a uma política de preços internos baixos, inviabilizando as importações, porque nosso preço é mais competitivo, aumentando a produção das refinarias. Nós podemos trabalhar com 95% da nossa carga e atender o mercado”, defende.
Quem perde
Com os cortes no orçamento, o governo planeja economizar R$ 3,4 bilhões. R$ 135 milhões previstos para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) não serão executados. Em termos comparativos, o Planalto destinou quase 60% deste montante – R$ 80 milhões – para garantir a execução de operações de Garantia da Lei e da Ordem para desbloquear estradas. Um programa de incentivo a instituições de Ensino Superior, por sua vez, deve perder R$ 55 milhões.
A gestão de políticas públicas de juventude a nível federal também será afetada. Na reforma agrária, a assistência técnica para a agricultura familiar, o desenvolvimento de assentamentos e a promoção da educação no campo também sofrerão cortes.
O governo afirma também que utilizará uma reserva de pouco mais de R$ 2 bilhões, que estavam destinados à capitalização de empresas públicas.
Com os cortes, o limite para modificar despesas manejáveis será ainda menor do que em 2017, ano em que serviços como a emissão de passaportes e políticas como o combate ao trabalho escravo foram prejudicados e até mesmo interrompidos. Fonte: www.brasildefato.com.br
PF investiga fraude em registros sindicais e faz buscas na Câmara
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Há suspeitas de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares. PF faz buscas em gabinetes de três deputados na Câmara dos Deputados, em Brasília
Uma operação da Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta quarta-feira (30/5), ordens judiciais em uma investigação que busca suspeitos de integrarem uma organização criminosa dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, especializada na concessão fraudulenta de registros sindicais. Há suspeitas de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares.
Em Brasília, segundo o jornal Folha de S. Paulo, as buscas foram concentradas nos gabinetes dos deputados Paulinho da Força (Solidariedade-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB).
A ação, intitulada Registro Espúrio, faz buscas em São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e no Distrito Federal. No total, o Supremo Tribunal Federal (STF) expediu 64 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de prisão temporária, além de outras medidas cautelares.
Em nota, a Polícia Federal explica que não dará coletiva à imprensa. Relatou apenas que, após cerca de um ano, as investigações revelaram um amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho. "Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro", afirmou a nota da PF.
O Ministério dos Trabalho ainda não se posicionou sobre o assunto. O espaço está aberto para as manifestações da pasta e dos deputados alvos da investigação. A reportagem também aguarda resposta da Câmara dos Deputados. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
Quarta-feira 30: Petroleiros entram em Greve
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Petroleiros decidiram cruzar os braços. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne 14 sindicatos, anunciou que a greve deve durar três dias. Já a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que agrega cinco sindicatos, disse que a paralisação não tem previsão para acabar.
Os petroleiros pedem que a Petrobras volte a produzir 100% da capacidade das refinarias. Atualmente, a estatal opera em 60%.
Os grevistas também pedem o fim da política de preços da Petrobras. Hoje, baseada no preço do barril do Petróleo e na cotação do dólar (esses são os critérios que a Petrobras usa para reajustar o combustível brasileiro). A estatal foi comunicada da greve pelas federações. Fonte: www.noticiasbrasilonline.com.br
9º DIA DA GREVE: PRF vai prender caminhoneiro que impedir fim da greve
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Instituição tem policiais de inteligência infiltrados entre os caminhoneiros para descobrir "falsos líderes" que tentam manter a paralisação
Em um novo balanço sobre a greve dos caminhoneiros, o Ministério da Defesa e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciaram no fim da tarde desta segunda-feira, 28, que não existem mais bloqueios totais ou parciais nas rodovias do país. De acordo com o levantamento da PRF, ainda há 494 pontos de aglomeração de motoristas, mas todos estão parados nos acostamentos ou nos pátios de postos de gasolina.
Policiais da inteligência da PRF estão infiltrados no movimento para tentar identificar e prender líderes que insistem para que os caminhoneiros permaneçam parados, afirmou o diretor-geral da instituição, Renato Antonio Borges. Fonte: https://veja.abril.com.br
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