'Ferimos 2017 com obras de morte e injustiça', afirma Papa
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Francisco celebrou a tradicional cerimônia do 'Te Deum'
Neste domingo (31), durante a tradicional mensagem "Te Deum", homilia em agradecimento ao ano que passou, o papa Francisco afirmou que a humanidade "feriu" 2017 com diversos atos de maldade.
"Deus nos deu [o ano] íntegro e são. Mas nós, humanos, desperdiçamos tanto e o ferimos com obras de morte, de mentiras e injustiças. [...] As guerras são um sinal flagrante desse orgulho reincidente e absurdo. Mas, também todas as pequenas e grandes ofensas à vida, à verdade, à fraternidade causam múltiplas formas de degradação humana, social e ambiental", disse aos fiéis durante sua homilia.
A mensagem, que foi realizada na Basílica de São Pedro, também teve uma menção especial aos romanos. Na cerimônia, assim como ocorreu no ano passado, estava a prefeita da cidade, Virginia Raggi. O Pontífice afirmou que, como "Bispo de Roma", ele consegue "sentir na alma a gratidão pensando nas pessoas que vivem com o coração aberto nesta cidade".
"Tenho um sentimento de simpatia e de gratidão por todas aquelas pessoas que, a cada dia, contribuem com os pequenos, mas preciosos gestos concretos de bem em Roma. Buscam cumprir da melhor maneira os seus deveres, se movem no tráfego com critério e prudência, respeitam os lugares públicos, são atentos aos idosos. Esses e tantos outros milhares de comportamentos exprimem o amor pela cidade", destacou.
De acordo com Francisco, "mesmo que elas não virem notícias", essas pessoas são a maioria em Roma e, entre elas, "não são poucas as que estão em dificuldades econômicas".
"Mas, elas não choram por si mesmas, nem tem ressentimentos e rancores, mas se esforçam para trabalhar diariamente para melhorar um pouco as coisas. Hoje, no agradecimento a Deus, vos convido a exprimir o reconhecimento para todos esses artesãos do bem comum, que amam sua cidade não com palavras, mas com fatos", acrescentou.
Essa é a última cerimônia religiosa de Francisco em 2017. Fonte: https://www.terra.com.br
Papa preside Primeiras Vésperas com o canto do "Te Deum"
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A Igreja herdou de Maria e continuamente herda essa percepção interior da plenitude doada pela presença de Jesus, que alimenta um sentido de gratidão, como única resposta humana digna do dom imenso de Deus, disse o Papa
Cidade do Vaticano
“Nesta atmosfera criada pelo Espírito Santo, nós elevamos a Deus a ação de graças pelo ano que termina, reconhecendo que todo o bem é um presente seu".
Ao presidir na Basílica de São Pedro no final da tarde deste 31 de dezembro as primeiras Vésperas da Solenidade da Mãe de Deus, com a adoração ao Santíssimo Sacramento e o canto do Te Deum, o Papa Francisco agradeceu pelo ano que passou, recordando que Maria é “a primeira a experimentar esse sentido de plenitude doado pela presença de Jesus.
«Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho»
“Esta celebração vespertina – disse o Pontífice ao iniciar - respira a atmosfera da plenitude do tempo. Não porque estamos na última noite do ano solar, não é isso, mas porque a fé nos faz contemplar e sentir que Jesus Cristo, Verbo encarnado, deu plenitude ao tempo do mundo e à história humana”.
«Nasceu de uma mulher»
E “a primeira a experimentar esse sentido de plenitude doada pela presença de Jesus foi a “mulher” da qual Ele nasceu. A Mãe do Filho encarnado, Theotokos, Mãe de Deus. Através dela, por assim dizer, brotou a plenitude do tempo: através de seu coração humilde e cheio de fé, através de sua carne toda impregnada do Espírito Santo”.
Dela a Igreja herdou e continuamente herda essa percepção interior da plenitude, que alimenta um sentido de gratidão, como única resposta humana digna do dom imenso de Deus.
Uma gratidão pungente, que, partindo da contemplação daquele Menino envolto em faixas e colocado numa manjedoura, se estende a tudo e a todos, ao mundo inteiro.
É um “obrigado” que reflete a Graça; não vem de nós, mas d'Ele; não vem do eu, mas de Deus, e envolve o eu e o nós.
Nesta atmosfera criada pelo Espírito Santo, nós elevamos a Deus a ação de graças pelo ano que termina, reconhecendo que todo o bem é um presente seu.
Também este tempo do ano de 2017, que Deus nos havia dado íntegro e saudável, nós humanos de muitas maneiras o desperdiçamos e ferimos com obras de morte, com mentiras e injustiças. As guerras são um sinal flagrante desse orgulho persistente e absurdo.
Mas também o são todas as pequenas e grandes ofensas contra a vida, a verdade, a fraternidade, que causam diversas formas de degradação humana, social e ambiental. Por tudo isto queremos e devemos assumir, diante de Deus, dos irmãos e da Criação, a nossa responsabilidade.
Mas nesta noite prevalece a graça de Jesus e seu reflexo em Maria. E prevalece por isto a gratidão que, como Bispo de Roma, sinto na alma pensando nas pessoas que vivem com o coração aberto nesta cidade.
Experimento um sentimento de simpatia e gratidão por todas as pessoas que a cada dia contribuem com pequenos mas preciosos gestos concretos ao bem de Roma: procuram cumprir da melhor maneira o seu dever, deslocam-se no trânsito com critério e prudência, respeitando os lugares públicos e assinalam as coisas que não estão bem, estão atentas às pessoas idosas ou em dificuldades, e assim por diante.
Esses e outros mil comportamentos expressam concretamente o amor pela cidade. Sem discursos, sem publicidade, mas com um estilo de educação cívica praticada no dia-a-dia. E assim, cooperam silenciosamente para o bem comum.
Da mesma forma, sinto em mim uma grande estima pelos pais, os professores e todos os educadores, que com este mesmo estilo, procuram formar as crianças e adolescentes ao sentido cívico, a uma ética da responsabilidade, educando-os para sentirem-se parte, a cuidar, a se interessarem pela realidade que os circunda.
Essas pessoas, mesmo que não sejam notícia, são a maior parte das pessoas que vivem em Roma. E entre elas, muitas se encontram em condições econômicas precárias, e mesmo assim, não ficam lamentando, não cultivam ressentimentos e rancores, mas se esforçam para fazer a cada dia a sua parte a fim de melhorar um pouco as coisas.
Hoje, ao dar graças a Deus, convido todos a manifestar um reconhecimento a todos esses artesãos do bem comum, que amam a sua cidade, não com palavras, mas com os fatos”. Fonte: http://www.vaticannews.va
REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA: LECTIO DIVINA- SAGRADA FAMÍLIA
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Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm (31 de dezembro)
Oração
Ó Deus invisível e todo-poderoso,
que dissipastes as trevas do mundo
com a vinda da vossa luz,
volvei para nós o vosso olhar,
a fim de que proclamemos dignamente
a maravilhosa natividade de vosso Filho Unigênito.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém.
Leitura do Evangelho (Lucas 2, 22-40)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - 22Concluídos os dias da sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, 23conforme o que está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Ex 13,2); 24e para oferecerem o sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos. 25Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. 26Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. 27Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo. E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei, 28tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos: 29Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. 30Porque os meus olhos viram a vossa salvação 31que preparastes diante de todos os povos, 32como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel. 33Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam. 34Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, 35a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma.
Reflexão
* Os primeiros dois capítulos do Evangelho de Lucas, escrito na metade dos anos 80, não são história no sentido em que nós hoje entendemos a história. Funcionam muito mais como espelho, onde os cristãos convertidos do paganismo descobriam que Jesus tinha vindo realizar as profecias do Antigo Testamento e atender às mais profundas aspirações do coração humano. São também símbolo e espelho do que estava acontecendo entre os cristãos do tempo de Lucas. As comunidades vindas do paganismo tinham nascido das comunidades dos judeus convertidos, mas eram diferentes. O Novo não correspondia ao que o Antigo imaginava e esperava. Era "sinal de contradição" (Lc 2,34), causava tensões e era fonte de muita dor. Na atitude de Maria, imagem do Povo de Deus, Lucas apresenta um modelo de como perseverar no Novo, sem ser infiel ao Antigo.
* Nestes dois primeiros capítulos do evangelho de Lucas tudo gira em torno do nascimento de duas crianças: João e Jesus. Os dois capítulos nos fazem sentir o perfume do Evangelho de Lucas. Neles, o ambiente é de ternura e de louvor. Do começo ao fim, se louva e se canta, pois, finalmente, a misericórdia de Deus se revelou e, em Jesus, ele cumpriu as promessas feitas aos pais. E Deus as cumpriu em favor dos pobres, dos anawim, como Isabel e Zacarias, Maria e José, Ana e Simeão, os pastores. Estes souberam esperar pela sua vinda.
* A insistência de Lucas em dizer que Maria e José cumpriram tudo aquilo que a Lei prescreve evoca o que Paulo escreveu na carta aos Gálatas: “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho. Ele nasceu de uma mulher, submetido à Lei para resgatar aqueles que estavam submetidos à Lei, a fim de que fôssemos adotados como filhos” (Gal 4,4-5).
* A história do velho Simeão ensina que a esperança, mesmo demorada, um dia se realiza. Ela não se frustra nem se desfaz. Mas a forma de ela realizar-se nem sempre corresponde à maneira como a imaginamos. Simeão esperava o Messias glorioso de Israel. Chegando ao templo, no meio de tantos casais que trazem seus meninos ao templo, ele vê um casal pobre lá de Nazaré. É neste casal pobre com seu menino ele vê a realização da sua esperança e da esperança do povo: “Meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel."
* No texto do evangelho deste dia, aparecem os temas preferidos de Lucas, a saber, uma grande insistência na ação do Espírito Santo, na oração e no ambiente orante, uma atenção contínua à ação e à participação das mulheres, e uma preocupação constante com os pobres e com a mensagem a ser dada aos pobres.
Para um confronto pessoal
1) Você seria capaz de perceber numa criança pobre a luz para iluminar as nações?
2) Você seria capaz de agüentar uma vida inteira esperando a realização da sua esperança?
Oração final
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome,
anunciai dia após dia a sua salvação. (Sal 95, 1-2)
REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA: LECTIO DIVINA
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Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm (30 de dezembro)
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso,
que o novo nascimento de vosso Filho como homem
nos liberte da antiga escravidão do pecado.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém.
Leitura do Evangelho (Lucas 2, 36-40)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 36Havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada. 37Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. 38Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação. 39Após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, à sua cidade de Nazaré. 40O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele.
Reflexão
* Nos primeiros dois capítulos de Lucas, tudo gira em torno do nascimento de duas crianças: João e Jesus. Os dois capítulos nos fazem sentir o perfume do Evangelho de Lucas. Neles, o ambiente é de ternura e de louvor. Do começo ao fim, se louva e se canta a misericórdia de Deus: os cânticos de Maria (Lc 1,46-55), de Zacarias (Lc 1,68-79), dos anjos (Lc 2,14), de Simeão (Lc 2,29-32). Finalmente, Deus chegou para cumprir suas promessas, e Ele as cumpre em favor dos pobres, dos anawim, dos que souberam perseverar e esperar pela sua vinda: Isabel, Zacarias, Maria, José, Simeão, Ana, os pastores.
* Os capítulos 1 e 2 do Evangelho de Lucas são muito conhecidos, mas pouco aprofundados. Lucas escreve imitando os escritos do AT. É como se os primeiros dois capítulos do seu evangelho fossem o último capítulo do AT que abre a porta para a chegada do Novo. Estes dois capítulos são a dobradiça entre o AT e o NT. Lucas quer mostrar como as profecias estão se realizando. João e Jesus cumprem o Antigo e iniciam o Novo.
* Lucas 2,36-37: A vida da profetisa Ana
“Havia também uma profetisa chamada Ana, de idade muito avançada. Ela era filha de Fanuel, da tribo de Aser. Tinha-se casado bem jovem, e vivera sete anos com o marido. Depois ficou viúva, e viveu assim até os oitenta e quatro anos. Nunca deixava o Templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações”. Como Judite (Jd 8,1-6), Ana é viúva. Como Débora (Jz 4,4), ela é profetisa. Isto é, pessoa que comunica algo de Deus e que tem uma abertura especial para as coisas da fé a ponto de poder comunicá-las aos outros. Ana casou jovem, viveu em casamento durante sete anos, ficou viúva e continuou dedicada a Deus até oitenta e quatro anos. Hoje, em quase todas as nossas comunidades, no mundo inteiro, você encontra um grupo de senhoras de idade, muitas delas viúvas, cuja vida se resume em rezar e marcar presença nas celebrações e em servir ao próximo.
* Lucas 2,38: Ana e o menino Jesus
“Ela chegou nesse instante, louvava a Deus, e falava do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém”. Chegou ao templo no momento em que Simeão abraçava o menino e conversava com Maria sobre o futuro do menino (Lc 2,25-35). Lucas sugere que Ana participou neste gesto. O olhar de Ana é um olhar de fé. Ela vê um menino nos braços de sua mãe, e descobre nele o Salvador do mundo.
* Lucas 2,39-40: A vida de Jesus em Nazaré
”Quando acabaram de cumprir todas as coisas, conforme a Lei do Senhor, voltaram para Nazaré, sua cidade, que ficava na Galiléia. O menino crescia e ficava forte, cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava com ele”. Nestas poucas palavras, Lucas comunica algo do mistério da encarnação. “A Palavra de fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1,14). O Filho de Deus tornou-se igual a nós em tudo e assumiu a condição de servo (Filp 2,7). Foi obediente até a morte e morte de cruz (Filp 2,8). Dos trinta e três anos que viveu entre nós, trinta foram vividos em Nazaré. Se você quiser saber como foi a vida do Filho de Deus durante os anos que ele viveu em Nazaré, procure conhecer a vida de qualquer nazareno daquele época, mude o nome, coloque Jesus e você terá a vida do Filho de Deus durante trinta dos trinta e três anos da sua vida, igual a nós em tudo, menos no pecado (Hb 4,15). Nestes trinta anos da sua vida, “o menino crescia e ficava forte, cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava com ele”. Em outro lugar Lucas afirma a mesma coisa com outras palavras. Ele diz que o menino “crescia em sabedoria, idade e tamanho diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52). Crescer em Sabedoria significa assimilar os conhecimentos, a experiência humana acumulada ao longo dos séculos: os tempos, as festas, os remédios, as plantas, as orações, os costumes, etc. Isto se aprende vivendo e convivendo na comunidade natural do povoado. Crescer em Tamanho significa nascer pequeno, crescer aos poucos e ficar adulto. É o processo de cada ser humano com suas alegrias e tristezas, descobertas e frustrações, raivas e amores. Isto se aprende vivendo e convivendo na família com os pais, os irmãos e irmãs, os tios, os parentes. Crescer em Graça significa: descobrir a presença de Deus na vida, a sua ação em tudo que acontece, a vocação, o chamado dele. A carta aos hebreus diz que: “Embora fosse filho de Deus, Jesus teve que aprender a ser obediente através dos seus sofrimentos” (Hb 4,8).
Para um confronto pessoal
1) Conhece pessoas como Ana, que tem um olhar de fé sobre as coisas da vida?
2) Crescer em sabedoria, tamanho e graça: como isto acontece em minha vida?
Oração final
Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome,
anunciai dia após dia a sua salvação.
Entre os povos narrai a sua glória,
entre todas as nações dizei seus prodígios. (Sl 95, 2-3)
RECORDANDO FRANCISCO EM 2017-01. “Façam homilias que saiam do coração”.
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O Papa Francisco recomendou a novos sacerdotes que ordenou na Basílica Vaticana estar próximos dos fiéis e evitar as homilias intelectuais, advertindo-lhes que a vida dupla é uma doença.
Como é tradição a cada ano no IV domingo da Páscoa, chamado “do Bom Pastor”, dia em que a Igreja celebra a 54º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Papa Francisco ordenou 10 novos sacerdotes para a Diocese de Roma.
Os novos sacerdotes pertencem ao Pontifício Seminário Mario, ao Pontifício Seminário Menor, ao Seminário Redemptoris Mater (cujos seminaristas são do Caminho Neocatecumenal) e do Seminário da Virgem do Divino Amor.
“Não façam homilias por demais intelectuais e elaboradas: falem simples, falem aos corações”. “A vida dupla é uma doença feia na Igreja”, advertiu aos novos presbíteros.
Francisco lhes pediu que reconheçam “o que fazem, imitem o que celebram para que, participando do mistério da morte e da ressurreição do Senhor, esforcem-se por fazer morrer em vocês todo o mal e por caminhar na vida nova”.
“Peço-lhes – continuou o Papa – em nome de Cristo e da Igreja que sejam misericordiosos. Sempre. Não coloquem nas costas dos fiéis fardos que não podem carregar nem mesmo vocês”.
O Papa os aconselhou também a exercitarem “a alegria e a caridade sincera” e “unicamente tentar agradar a Deus e não a vocês mesmos. São pastores, não funcionários. São mediadores, não intermediários”.
“Sejam alegres, não sejam senhores, não sejam clérigos de Estado, mas pastores: pastores do povo de Deus”, recomendou também.
O Pontífice pronunciou a homilia ritual prevista na edição italiana do Pontifical Romano para as Ordenações de Presbíteros, acrescentando alguns comentários pessoais.
Francisco assinalou que os novos sacerdotes “serão configurados a Cristo Sumo e Eterno Sacerdote, ou seja, serão consagrados como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento e, a este título, serão pregadores do Evangelho, Pastores do Povo de Deus, e presidirão os atos de cultos, especialmente as celebrações do sacrifício do Senhor”.
“Foram eleitos pelo Senhor Jesus não para fazer carreira”, disso o Papa improvisando. “Lembrem-se de sua história, do dom das palavras que o Senhor lhes deu através de sua mãe, seus avós, seus catequistas e de toda a Igreja”. http://www.acidigital.com
* VATICANO, 07 mai. 2017
Depois de 50 anos, cristãos puderam celebrar publicamente o Natal em Yangun
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Antes restritas às igrejas, as celebrações do Natal este ano em Yangun foram públicas. Segundo as autoridades, com a explícita intenção de “honrar a visita do Papa Francisco a Mianmar realizada em novembro de 2017 e para demonstrar solidariedade aos cristãos de Mianmar e do mundo”.
Cidade do Vaticano
Depois de 50 anos, as comunidades cristãs em Mianmar – católicas e protestantes – puderam celebrar publicamente o Natal pelas ruas de Yangun.
Como constatado pela Agência Fides, enquanto no passado a celebração ficava restrita às igrejas, de 23 a 25 de dezembro deste ano foram celebradas diversas liturgias e realizadas festas, caminhadas luminosas e procissões pela cidade, tudo com a expressa autorização do governo.
As comemorações pelo nascimento de Jesus tiveram início no dia 23 na Igreja metodista da Santíssima Trindade e concluíram-se em 25 de dezembro com uma solene liturgia na Catedral católica Santa Maria, em Yangun, na presença do vice-presidente da União da República de Mianmar, Henry Van Yhio.
O bispo auxiliar da Arquidiocese de Yangun, Dom John Saw Yaw Han, falou sobre a felicidade dos cristãos birmaneses, ao mesmo tempo em que encorajou todos os cidadãos “a contribuírem de todas as formas possíveis para a paz e a prosperidade da nação”.
O especial “Festival de Natal” foi realizado com o consenso de Phyo Min Thein, Primeiro Ministro do governo regional de Yangun, e de Mg Mg Spoe, prefeito de Yangun, com a explícita intenção de “honrar a visita do Papa Francisco a Mianmar realizada em novembro de 2017 e para demonstrar solidariedade aos cristãos de Mianmar e do mundo”.
Segundo padre George Mg Mg, a permissão para realizar estas celebrações são o sinal do aumento da liberdade religiosa em Mianmar.
Naw Nilar San, da Igreja Batista, recordou que “em 50 anos nunca havia vivido este tipo de festa de Natal. Muitos cantores cristãos puderam entoar hinos de Natal. E os cristãos ofereceram alimento e bebidas à população de Yangun, sem nenhuma discriminação, levando a todos felicitações e votos de paz. E muitos uniram-se aos festejos”.
“Este ano foi muito significativo na história da ex-Birmânia, porque aos cristãos foi permitido celebrar o Natal com a população, publicamente, pelas ruas. Este Festival de Natal teve o objetivo de promover a coesão social, a compreensão inter-religiosa e a amizade entre os cidadãos”, declarou à Agência Fides padre Thet Tin, pároco local. Já o leigo católico Toe Toe recorda que “Natal significa mostrar e dar o amor de Cristo à humanidade”.
Thant Shwe, cidadão budista, declarou à Fides ter “apreciado o Festival” acompanhado de sua esposa, “sublinhando que o Natal é uma festa que tem valor para todos os homens e não somente para os cristãos”.
O Festival de Natal da cidade de Yangun – observam os cristãos birmaneses – será recordado como o maior encontro ecumênico e inter-religioso, especialmente com a população budista, na história de Mianmar.
Phyo Min Thein, Primeiro Ministro do governo regional de Yangun, prometeu à população que o Festival de Natal terá continuidade nos próximos anos. Fonte: http://www.vaticannews.va
Vinte e três missionários foram assassinados no mundo em 2017
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Segundo dados coletados pela agência missionária Fides, de 2000 a 2016 foram mortos no mundo 424 agentes pastorais, dos quais cinco bispos.
Cidade do Vaticano
Vinte e três missionários foram assassinados em 2017: é o que afirma o relatório anual de fim de ano publicado pela agência Fides, da Congregação para a Evangelização dos Povos.
Missionários assassinados são a ponta do iceberg
Segundo a divisão continental, pelo oitavo ano consecutivo, o número mais elevado se registra na América, onde foram mortos 11 agentes pastorais (8 sacerdotes, 1 religiosos e 2 leigos), seguido pela África, onde foram mortos 10 agentes pastorais (4 sacerdotes, 1 religiosa e 5 leigos); na Ásia foram assassinados 2 agentes pastorais (1 sacerdote e 1 leigo).
Segundo dados coletados pela agência missionária, de 2000 a 2016 foram mortos no mundo 424 agentes pastorais, dos quais cinco bispos.
Agentes pastorais mortos de modo violento
Já de há muito, o elenco anual da Fides não diz respeito somente aos missionários ad gentes(além-fronteiras), mas busca registrar todos os agentes pastorais mortos de modo violento, não expressamente “por ódio à fé”.
Por isso se prefere não usar o termo “mártires”, a não ser em seu significado etimológico de “testemunhas”, para não entrar no mérito do juízo que a Igreja poderá eventualmente dar sobre alguns deles, e que procuramos em todo caso documentar nesse mesmo contexto anual.
Mortos em contextos onde falta respeito pela vida e todo e qualquer direito humano
Muitos agentes pastorais foram mortos durante tentativas de assalto ou furto, perpetradas inclusive com ferocidade, em contextos de pobreza econômica e cultural, de degradação moral e ambiental, onde a violência e vilipêndio assumem forma de comportamento, na ausência total de respeito pela vida e por todo e qualquer direito humano.
Em todas as latitudes sacerdotes, religiosas e leigos partilham com o povo a mesma vida diária, levando o valor específico de seu testemunho evangélico como sinal de esperança.
Muitos agentes pastorais são vítimas de violência por causa da fé
Os assassinados são a ponta do iceberg, vez que é longo o elenco de agentes pastorais, ou de simples católicos, agredidos, espezinhados, ameaçados, bem como de estruturas católicas a serviço de toda a população assaltadas, vandalizadas ou saqueadas.
Deve-se, além disso, acrescentar a longa lista de muitos, dos quais jamais se terá notícia ou dos quais jamais se conhecerão os nomes, que em todos os cantos do planeta sofrem e pagam com a vida sua fé em Jesus Cristo.
Raramente os assassinos de padres ou religiosas são identificados ou condenados
O relatório destaca a condenação do mandante do assassinato do missionário jesuíta espanhol Vicente Canas, morto no Brasil em 1987. No primeiro processo, realizado –quase vinte anos depois – em 2006, os imputados foram absolvidos por falta de provas; o novo processo, de 29 e 30 de novembro, levou à condenação do mandante, único sobrevivente dos imputados.
(Agência Fides). Fonte: http://www.vaticannews.va
Papa Francisco no Angelus: a mensagem de Jesus é desconfortável e nos incomoda
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O Santo Padre rezou ao meio-dia desta terça-feira, 26 de dezembro, a oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro.
Silvonei José - Cidade do Vaticano
(26/12/2017) O Papa Francisco convida os cristãos a “acolherem Jesus como Senhor da nossa vida e a nos tornarmos suas corajosas testemunhas, prontas a pagar pessoalmente o preço da fidelidade ao Evangelho”.
O Santo Padre rezou ao meio-dia desta terça-feira, 26 de dezembro a oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro. Depois de ter celebrado o nascimento de Jesus sobre a terra, hoje – recordou o Santo Padre – celebramos o nascimento ao céu de Santo Estêvão, o primeiro mártir.
O Pontífice destacou no início da sua alocução proferida da janela dos aposentos Pontifícios que a primeira vista poderia parecer que entre as duas recorrências não exista uma ligação, na realidade existe, e é muito forte.
Recordando que na liturgia de Natal ouvimos a proclamação “O Verbo se fez carne e veio habitar entre nós”, Santo Estêvão – continuou o Papa –, colocou os líderes do seu povo em crise, porque “cheio de fé e do Espírito Santo”, ele firmemente acreditava e professava a presença nova de Deus entre os homens; ele sabia que o verdadeiro templo de Deus é agora Jesus, Verbo eterno que veio morar entre nós, que se fez em tudo como nós, exceto no pecado. Mas Estêvão é acusado de pregar a destruição do templo de Jerusalém. A acusação que fazem contra ele é de ter afirmado que “Jesus, este Nazareno, destruirá este lugar e mudar os costumes que Moisés nos transmitiu”.
“ Na verdade, a mensagem de Jesus é desconfortável e nos incomoda, porque desafia o poder religioso mundano e provoca as consciências. ”
"Após a sua vinda, é necessário converter-se, mudar a mentalidade, renunciar a pensar como antes”.
Estevão – disse o Papa – esteve ancorado à mensagem de Jesus até sua morte. Suas últimas palavras: “Senhor Jesus, acolhe o meu espírito” e “Senhor, não lhes atribua esse pecado”, são o eco fiel daquelas pronunciadas por Jesus na cruz: “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito” e “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. As palavras de Estêvão só foram possíveis porque o Filho de Deus veio sobre a terra, morreu e ressuscitou por nós; antes desses eventos eram expressões humanamente impensáveis. Fonte: http://www.vaticannews.va
CLEONICE: Mensagem de Natal
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*Natal do Senhor – Missa do Dia – Ano B.
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Tema da “Missa do Dia”
A liturgia deste dia convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na encarnação de Jesus… Ele é a “Palavra” que se fez pessoa e veio habitar no meio de nós, a fim de nos oferecer a vida em plenitude e nos elevar à dignidade de “filhos de Deus”.
A primeira leitura anuncia a chegada do Deus libertador. Ele é o rei que traz a paz e a salvação, proporcionando ao seu Povo uma era de felicidade sem fim. O profeta convida, pois, a substituir a tristeza pela alegria, o desalento pela esperança.
A segunda leitura apresenta, em traços largos, o plano salvador de Deus. Insiste, sobretudo, que esse projeto alcança o seu ponto mais alto com o envio de Jesus, a “Palavra” de Deus que os homens devem escutar e acolher.
O Evangelho desenvolve o tema esboçado na segunda leitura e apresenta a “Palavra” viva de Deus, tornada pessoa em Jesus. Sugere que a missão do Filho/”Palavra” é completar a criação primeira, eliminando tudo aquilo que se opõe à vida e criando condições para que nasça o Homem Novo, o homem da vida em plenitude, o homem que vive uma relação filial com Deus.
ATUALIZAÇÃO (Evangelho de João 1,1-18)
A transformação da “Palavra” em “carne” (em menino do presépio de Belém) é a espantosa aventura de um Deus que ama até ao inimaginável e que, por amor, aceita revestir-Se da nossa fragilidade, a fim de nos dar vida em plenitude. Neste dia, somos convidados a contemplar, numa atitude de serena adoração, esse incrível passo de Deus, expressão extrema de um amor sem limites.
- Acolher a “Palavra” é deixar que Jesus nos transforme, nos dê a vida plena, a fim de nos tornarmos, verdadeiramente, “filhos de Deus”. O presépio que hoje contemplamos é apenas um quadro bonito e terno, ou uma interpelação a acolher a “Palavra”, de forma a crescermos até à dimensão do homem novo?
- Hoje, como ontem, a “Palavra” continua a confrontar-se com os sistemas geradores de morte e a procurar eliminar, na origem, tudo o que rouba a vida e a felicidade do homem. Sensíveis à “Palavra”, embarcados na mesma aventura de Jesus – a “Palavra” viva de Deus – como nos situamos diante de tudo aquilo que rouba a vida do homem? Podemos pactuar com a mentira, o oportunismo, a violência, a exploração dos pobres, a miséria, as limitações aos direitos e à dignidade do homem?
- Jesus (esse menino do presépio) é para nós a “Palavra” suprema que dá sentido à nossa vida, ou deixamos que outras “palavras” nos condicionem e nos induzam a procurar a felicidade em caminhos de egoísmo, de alienação, de comodismo, de pecado? Quais são essas “palavras” que às vezes nos seduzem e nos afastam da “Palavra” eterna de Deus que ecoa no Evangelho que Jesus veio propor?
*Leia na íntegra. Clique ao lado no EVANGELHO DO DIA.
Festas na Oitava de Natal fortalecem sentido da encarnação do verbo
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Após a Solenidade do Natal de Jesus, a Igreja celebra a Oitava de Natal, período que se estende até o dia 1º de janeiro, quando é celebrada a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. São celebrações muito significativas que devem ser levadas em conta, especialmente no trabalho com as comunidades e na espiritualidade que caracteriza o Natal e a encarnação do Verbo de Deus, de acordo com o arcebispo de Londrina (PR), dom Geremias Steinmetz, que é membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Entre o Natal e a solenidade de Maria, Mãe de Deus, são celebradas as festas de santo Estevão, são João Apóstolo e Evangelista, dos Santos Inocentes e da Sagrada Família. “Cada uma dessas celebrações exprime um aspecto do testemunho do mistério da encarnação”, afirma dom Geremias.
O mistério da encarnação do verbo de Deus (tornar-se carne) é aquele no qual se reconhece que o Filho de Deus se fez homem no seio da Virgem Maria por obra do Espírito Santo.
Olhar a realidade e os martírios de hoje
“O tempo da Oitava de Natal é exatamente para conseguirmos olhar para a nossa realidade de hoje, onde efetivamente vai acontecendo grande o mistério da encarnação”, afirma dom Geremias, que também aponta para o martírio de Estevão, João e os Santos Inocentes, onde acontece o mistério da encarnação.
O martírio da realidade atual, que ocorre no dia-a-dia por causa do testemunho que as pessoas dão, é muito importante, reflete o bispo:
“E esse martírio a gente encontra em muitas mães que veem seus filhos mortos, seus filhos assassinados, em muitas famílias que veem os seus perdidos no mundo das drogas; ou nas pessoas que sofrem especialmente a questão da doença, que vem os seus queridos não sendo bem atendidos, morrendo por causa de doenças que poderiam ser curadas; veem o sofrimento dos trabalhadores, dos sem-teto, sem trabalho. São muitos os martírios que acontecem no dia de hoje e que vão manifestando como continua ocorrendo a encarnação do verbo na vida das pessoas, especialmente nos seus sofrimentos”.
Dom Gerêmias oferece um aprofundamento sobre as festas e a solenidade da Oitava de Natal:
Santo Estevão – 26 de dezembro
Estevão foi o primeiro mártir de Cristo e um dos sete que os apóstolos escolheram para o serviço à comunidade, porque era homem cheio de fé e do Espírito Santo. Nele realizou-se de modo exemplar a figura do mártir imitador de Cristo. Ele contemplou a glória do ressuscitado, proclamou a sua atividade, confiou-lhe o seu espírito, perdoou seus assassinos. E, inclusive, uma curiosidade: Saulo, testemunha do seu apedrejamento, recolhe a sua herança espiritual tornando-se apóstolo das nações.
São João Apóstolo e Evangelista – 27 de dezembro
Filho de Zebedeu (Mc 1, 20), irmão de Tiago Maior, (Lc 5, 10), discípulo de João Batista (Jo 1, 35-41), foi um dos primeiros a seguir Jesus, foi o discípulo predileto que, na última ceia, colocou a cabeça no peito de Jesus (Jo 13). Também testemunha da transfiguração e da agonia do Senhor, estava presente aos pés da cruz, onde Jesus confiou-lhe a mãe. Na primeira carta, ápice de toda a teologia sapiencial, nos dá a mais alta definição da divindade: “Deus é amor”.
Depois, exilado na Ilha de Patmos, o Espírito tomou conta dele no dia do Senhor e teve visões que descreveu no Apocalipse, último livro do novo testamento. A liturgia sublinha a revelação da misteriosa profundidade do verbo e a inteligência penetrante da Palavra, que caracterizam os textos inspirados do apóstolo.
Santos Inocentes Mártires – 28 de dezembro
Eles deram testemunho de Cristo não com palavras, mas com o sangue. Lembram-nos que o martírio é dom gratuito do Senhor. As vítimas imoladas pela ferocidade de Herodes pertencem, junto com Santo Estevam e João Evangelista ao cortejo do Rei Messiânico e recordam a eminente dignidade das crianças na Igreja.
Sagrada Família – Domingo durante a Oitava de Natal
Esta festa recorda que o mistério da encarnação é um mistério de partilha. O Filho de Deus veio partilhar em tudo, exceto do pecado, na nossa condição humana, e veio para fazer parte da família humana, vivendo na obediência, no trabalho dentro de uma família concreta, embora única e irrepetível. Emergem, porém, nessa família os valores e as virtudes que devem caracterizar qualquer família cristã. E assim, com certeza, todos os textos bíblicos desse período trazem então características muito bonitas que devem ser, acima de tudo, cultivadas pelas famílias. Os textos evangélicos também apresentam os principais momentos da família de Nazaré: a fuga para o Egito, a apresentação do menino Jesus no templo, Jesus com 12 anos no tempo e, acima de tudo, a solenidade de Maria Santíssima, mãe de Deus.
Maria, Mãe de Deus – 1º de janeiro
Temos ainda para completar e espiritualidade desse período da Oitava do Natal, a festa da Virgem Maria Mãe de Deus. A partir do Concílio de Éfeso o culto prestado pelo povo de Deus prestado a Maria cresceu admiravelmente em amor, em oração e em imitação. Todos a veneram como a Mãe de Deus. A maternidade divina, de fato, está na origem de todo o privilégio de Maria. Essa dignidade é única. A virgem concebeu e deu a luz ao verbo de Deus segundo a carne e por isso pode ser chamada verdadeiramente Mãe de Deus. Ela não é apenas mãe do corpo do seu filho, mas é, a pleno título, a mãe do seu filho, mãe desse filho que é Deus. O essencial dessa maternidade é a relação pessoal com Deus que encontramos em Maria num nível único de profundidade. Certamente permanece uma relação infinitamente distante das relações substanciais divinas encontradas nas pessoas da Santíssima Trindade e menos profunda que a relação da humanidade de Jesus com o Verbo que a assume. Fonte: http://www.vaticannews.va
Papa na Missa do Galo: "Transformar a força do medo em força da caridade"
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A caridade que não se habitua à injustiça como se fosse algo natural, mas tem a coragem, no meio de tensões e conflitos, de se fazer «casa do pão», terra de hospitalidade”, disse Francisco na homilia.
Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
A Basílica Vaticana ficou pequena na noite deste domingo (24/12) para acolher os fiéis na missa da vigília de Natal presidida pelo Papa Francisco.
Telões instalados na Praça São Pedro possibilitaram a participação, apesar do frio, de milhares de pessoas.
A homilia do Papa, inspirada do Evangelho de Lucas, começou com a reflexão sobre aquela narração simples do acontecimento que mudou para sempre a nossa história. Tudo, naquela noite, na manjedoura, se tornava fonte de esperança: Maria deu à Luz”.
Francisco recordou a trajetória de Maria e José, obrigados a partir deixando os parentes, sua casa, sua terra, numa viagem nada confortável nem fácil para um casal jovem que estava para ter um bebê: foram forçados a deixar a sua terra. E o pior, quando chegaram a Belém, sentiram era uma terra onde não havia lugar para eles.
“Mas foi precisamente lá, naquela realidade que se revelava um desafio, que Maria nos presenteou com o Emanuel, lá acende-se a centelha revolucionária da ternura de Deus. Em Belém, criou-se uma pequena abertura para aqueles que perderam a terra, a pátria, os sonhos; mesmo para aqueles que sucumbiram à asfixia produzida por uma vida fechada”.
Nos passos de José e Maria, escondem-se tantos passos
O Papa Francisco lembrou aquela realidade confrontando-a com os fatos do presente: “Nos passos de José e Maria, vemos hoje as pegadas de famílias inteiras que são obrigadas a partir, milhões de pessoas que não escolhem partir, mas são obrigadas a separar-se dos seus entes queridos, são expulsas da sua terra”.
Afirmando que “em muitos casos, esta partida está carregada de esperança, carregada de futuro”; ressaltou que “em tantos outros, a partida tem apenas um nome: sobrevivência".
“ Sobreviver aos Herodes de turno, que, para impor o seu poder e aumentar as suas riquezas, não têm problema algum em derramar sangue inocente ”
“Maria e José, para quem não havia lugar, são os primeiros a abraçar Aquele que nos vem dar a todos o documento de cidadania; Aquele que, na sua pobreza e pequenez, denuncia e mostra que o verdadeiro poder e a autêntica liberdade são os que honram e socorrem a fragilidade do mais fraco”, reiterou Francisco.
Pastores não observavam as prescrições rituais de purificação religiosa
Descrevendo ainda o contexto daquela época em Belém, o Papa mencionou a figura dos pastores, homens e mulheres que viviam à margem da sociedade, eram considerados impuros pela cor de sua pele, as roupas, o odor, o modo de falar, a origem: neles tudo gerava desconfiança. Mas foi a eles que o anjo anunciou o nascimento do Salvador, eles foram os primeiros destinatários da Boa Notícia.
A fé nos impele a abrir espaço a uma nova imaginação social
“Eis a alegria que somos convidados a partilhar, celebrar e anunciar nesta noite. A alegria com que Deus, na sua infinita misericórdia, nos abraçou a nós, pagãos, pecadores e estrangeiros, e nos impele a fazer o mesmo”.
“ Nesta noite de Natal, em que nasce Jesus, reconheçamos Deus em todas as situações onde O julgamos ausente ”
“Ele está no visitante indiscreto, muitas vezes irreconhecível, que caminha pelas nossas cidades, pelos nossos bairros, viajando nos nossos transportes públicos, batendo às nossas portas.”
E como pedido final da homilia, disse:
“Não tenhamos medo de experimentar novas formas de relacionamento; Natal é tempo para transformar a força do medo em força da caridade, em força para uma nova imaginação da caridade. A caridade que não se habitua à injustiça como se fosse algo natural, mas tem a coragem, no meio de tensões e conflitos, de se fazer «casa do pão», terra de hospitalidade”.
Deus vem ao nosso encontro para nos tornar protagonistas da vida que nos rodeia
Citando a primeira homilia do Pontificado de São João Paulo II, Francisco exortou: «Não tenham medo! Abram, ou, escancarem as portas a Cristo».
“Menino pequenino de Belém, pedimo-Vos que o vosso choro nos desperte da nossa indiferença, abra os olhos perante quem sofre. A vossa ternura desperte a nossa sensibilidade e nos faça sentir convidados a reconhecer-Vos em todos aqueles que chegam às nossas cidades, às nossas histórias, às nossas vidas. Que a vossa ternura revolucionária nos persuada a sentir-nos convidados a cuidar da esperança e da ternura do nosso povo”, concluiu. Fonte: http://www.vaticannews.va
Obrigado, Menino Deus
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Padre Omar
Esta noite de Natal tem um sabor de esperança, porque, não obstante as nossas trevas, resplandece a luz de Deus
Rio - Hoje quero te fazer um convite. Naa preparação para a ceia de Natal, faça um pouco de silêncio. Compreenda o mistério desta noite santa: manifestou-se a graça de Deus, o seu presente gratuito; no Menino que nos é dado, concretiza-se o amor de Deus por nós. É uma noite de glória. De alegria: porque, desde agora e para sempre, Deus não está longe, está próximo, fez-se homem e não se separará desta nossa humanidade. É uma noite de luz. Esta noite de Natal tem um sabor de esperança, porque, não obstante as nossas trevas, resplandece a luz de Deus.
Ele é a luz que brilhou na escuridão, trazendo a todos a esperança de uma nova vida. Somos convidados a continuar celebrando o tempo do Natal, que iluminará nossa vida e nossa caminhada histórica para que possamos ser sinais da presença de Deus diante de uma sociedade A cada ano a celebração do Natal é nova oportunidade de vermos as consequências do mistério da revelação cristã. Já no Antigo Testamento Deus falou de muitos modos, mas Ele quis de maneira extraordinária e excepcional tornar o invisível em visível, através de seu filho Jesus Cristo que nasce de Maria.
E o clamor que havia entre o povo não é do passado. Hoje, há um desejo no coração das pessoas. Muitos anseiam por essa luz, por uma vida nova, por novos tempos. Um mundo diferente, com mais justiça, paz e fraternidade. Entremos verdadeiramente no Natal, levando a Jesus aquilo que somos, as nossas marginalizações, as nossas feridas não curadas. Assim, em Jesus, saborearemos o verdadeiro espírito do Natal - a beleza de ser amado por Deus.
Com Maria e José, paremos diante do presépio e contemplando Jesus que nasce, seu amor humilde e infinito, digamos-lhe obrigado: Obrigado, porque fizestes tudo isto por mim.
*É o Reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado.
Fonte: http://odia.ig.com.br
“Sem Jesus não tem Natal”, diz dom Guilherme
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Numa época marcada pelo consumo, o bispo de Iparemi (GO), presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora, dom Guilherme Werlang lembra que o comércio não pode nos dar a paz. O religioso afirma que estamos vivendo numa época comandada pelo dinheiro, definido pelo papa Francisco com um “falso deus” em sua encíclica Laudato Sí.
“O Natal só pode ser celebrado se tivermos o menino Jesus e o comércio roubou dos cristãos e da humanidade a criança. Trocou a essência do Natal pelo papai Noel”, afirmou. Para dom Guilherme, as luzes e os enfeites podem ser importantes, mas só se sua finalidade for para homenagear a verdadeira luz.
O verdadeiro sentido do Natal, roubado pelo sentido comercial que a data adquiriu, precisa ser recuperado na avaliação de dom Guilherme. “Se você perguntar para 100 crianças se preferem o menino Jesus ou o Papai Noel? A maioria dirá que prefere o papai Noel, inclusive os filhos das famílias cristãs. Muitas crianças de famílias cristãs não sabem dizer uma ou três frases sobre o menino Jesus”.
Para o bispo é necessário revolver este problema encontrando novamente a criança, o menino Jesus, na gruta de Belém, filho de Maria, concebido pelo poder do Espírito Santo. “Só ele pode nos trazer a paz, o amor, a reconciliação, a justiça, o perdão. Sem essa criança, que Deus nos envia, como a luz do mundo, nós continuaremos a tatear na escuridão da noite da humanidade”, disse.
Partilha e solidariedade – O Natal deve ser uma época para, na visão de dom Guilherme, além de compartilhar a vida e esperança, viver a solidariedade. “Nesta época, precisamos compartilhar dos bens que possuímos, especialmente o alimento”, disse.
Dom Guilherme conta que na diocese de Ipameri (GO), a Catedral do Divino Espírito Santo, as pastorais sociais e o movimento de Cursilho de Cristandade junto com a rádio local realizam todo ano o Natal da Solidariedade. Uma equipe passa, durante os três sábados que antecedem a data, em todos os supermercados arrecadando alimentos que são doados para famílias mais pobres cadastradas. Em 2016 foram 400 cestas básicas. Este ano pretendem chegar a 500 cestas.
O Natal quando não for baseado no consumo, mas no amor e na solidariedade, será capaz de fazer o que previu Isaías: anunciar ao povo brasileiro que é hora da alegria, de reacender a esperança no coração da humanidade, de olhar prá frente e dizer com Deus nós seremos vencedores. “Que o Natal possa nos fazer superar o egoísmo, o egocêntrimo, o consumismo e possa plantar em nosso coração a semente do amor, da justiça e da paz”, desejou. Fonte: http://cnbb.net.br
Presidente da CNBB: que a nossa resposta ao amor de Deus revelado em Jesus Menino seja de muita oração e amor
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Neste tempo do Natal, a Igreja convida aos cristãos vivenciar o mistério do nascimento de Jesus, o Deus que se fez Menino, nascido da Virgem Maria, que veio habitar no meio de nós. Em entrevista para o programa Igreja no Brasil especial de Natal e Fim de Ano de ano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que vai ao ar em todas as emissoras de inspiração Católica a partir do dia 25 de janeiro de 2017, o arcebispo de Brasília e presidente da Conferência, cardeal Sergio da Rocha, ressaltou que o nascimento do Salvador traz para os cristãos esperança e alegria, pois Deus está conosco:
“Jesus veio habitar entre nós, na humilde manjedoura de Belém. Ele continua a manifestar o seu amor na simplicidade da vida cotidiana. A nossa resposta ao amor de Deus revelado em Jesus Menino, neste Natal, seja feita de muita oração e de muito amor. Acolha o amor do Menino Deus para amar a todos, como ele nos ensinou, pois somos todos irmãos. Seja testemunha do amor de Deus, promovendo a reconciliação e paz. Seja portador de esperança e de alegria, especialmente aos que mais sofrem”.
O cardeal salientou a importância de recordar o sentido mais genuíno do Natal. Infelizmente, muita gente perdeu o sentido verdadeiro do Natal que é celebrar o nascimento de Jesus.
“É bom que as pessoas possam se confraternizar, é bonito ver as pessoas se alegrando juntas, mas sabemos que a razão de ser desta alegria, desta festa se encontra em Jesus Cristo, no menino Jesus, menino Deus. Portanto, o Natal que é de Jesus se torna uma ocasião privilegiada para celebração da fé no nascimento Salvador e para testemunho desta fé. Então, nós queremos compartilhar com os outros irmãos e irmãs a graça de celebrar o nascimento de Jesus. É uma ocasião sim privilegiada para a Igreja evangelizar, anunciar a presença amorosa de Deus entre nós, anunciar a palavra e a boa nova daquele que nasce, o nosso Salvador”, destacou.
De acordo com o Sergio da Rocha, o Natal deve ser sim uma ocasião para renovar a esperança que brota da fé em Jesus, na esperança que brota da confiança em Deus e a compartilha com os irmãos. Ao final da entrevista, o cardeal deixa uma mensagem aos fieis:
“A mensagem do natal ela é feita de esperança e da paz que vem do Jesus Menino, esperança e a paz que nos oferece como dons a serem cultivadas ao longo do novo ano. Portanto, eu desejo que toda a Igreja no Brasil seja portadora dessa esperança e que possa oferecer sua contribuição para a construção da paz, que é dom de Deus, que é tarefa. Portanto, abraçando a esperança e o amor que Jesus Menino traz, nós vamos construindo cada vez mais relações fraternas e a paz. Eu desejo que todos tenham a graça de um Natal Santo e feliz, mas também de um novo ano marcado pela esperança, pela paz que vem de Jesus menino”.
Fonte: http://cnbb.net.br
Papa Francisco sugere reformulação do Pai Nosso. O problema? A tradução da frase 'Não nos deixeis cair em tentação'
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O Papa Francisco pediu uma reestruturação do Pai Nosso, afirmando que a tradução atual mancha a imagem de Deus e, essencialmente, não dá ao diabo o que lhe é devido.
Descrita na Bíblia como uma oração ensinada por Jesus, a oração do Pai Nosso é vista no catecismo da Igreja Católica Romana como "o resumo de todo o evangelho".
A reportagem é de Tom Kington, publicada por Los Angeles Times, 08-12-2017. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
Usada por católicos, protestantes e ortodoxos, a oração serve de base comum a todas as igrejas, que historicamente debatem a respeito de teologia, e é recitada de cabeça por milhões de pessoas no mundo todo.
Mas em uma entrevista na TV esta semana, o Papa Francisco disse que o trecho em que se pede a Deus que "não nos submeteis à tentação" ou, em italiano, “non indurci in tentazione”, deve ser modificado porque foi mal traduzido.
"Não é uma boa tradução", disse ao canal TV2000, que pertence à conferência dos Bispos da Itália, porque isso implica que Deus ativamente coloca as pessoas em tentação.
"Eu sou aquele que cai", disse Francisco. "Não é que Ele me coloque em tentação para depois ver como caí. Um pai não faz isso; um pai ajuda a se levantar imediatamente", acrescentou.
"É o Satanás que nos coloca em tentação — este é o seu ofício", disse ele.
A entrevista marcou a aprovação papal a movimentos já em andamento na Igreja para mudar esta frase na oração.
No mês passado, a Igreja Católica na França concordou em mudar do equivalente em francês de "não nos submetais à tentação” para "não nos deixeis entrar em tentação". O Papa disse que ficou impressionado com a nova redação.
O Pai Nosso aparece em dois evangelhos: Mateus 6: 9-13 e Lucas 11: 2-4.
Ao longo dos séculos, a breve oração passou pelo infortúnio, linguisticamente falando, de ser traduzida do aramaico – a língua que Jesus falava — para o grego, para o latim e para outros idiomas.
O problema advém da tradução de uma palavra grega, "eisenènkes", segundo Massimo Grilli, professor de estudos do novo testamento na Universidade Gregoriana, em Roma.
"O verbo grego 'eisfèro' significa 'fazer entrar', e a forma usada na oração, 'eisenènkes', significa, literalmente, 'não nos faça entrar’", acrescentou.
"Mas é uma tradução muito literal, que deve passar por uma interpretação”, afirmou.
Uma tradução latina da Bíblia de São Jerônimo, do século IV, que foi adotada pela Igreja Católica, mantém o significado literal, usando a palavra em latim "inducere", que significa "induzir”.
"Apesar do que alguns jornalistas podem sugerir em suas manchetes, o Papa Francisconão está sugerindo mudar as palavras de Jesus, mas apenas dar uma tradução mais adequada do grego original", disse James Martin, padre jesuíta e um dos principais editores da revista jesuíta América.
"Antes de criticar o Papa por inserir sua própria opinião numa oração tradicional, devemos recordar que São João Paulo II acrescentou toda uma nova série de mistérios ao rosário", acrescentou.
Segundo o professor, a frase equivalente a "Não nos deixeis cair em tentação" em português, na oração do Pai Nosso já estava sendo reavaliada em toda a Igreja Católica.
"Os espanhóis já mudaram para 'não nos deixes cair em tentação’", observou.
Em 2008, a conferência dos bispos italianos mudou a frase para "e não nos abandoneis à tentação", embora muitos sacerdotes mantenham a versão antiga em suas celebrações.
A ênfase de Francisco no papel do diabo em levar os crentes à tentação reflete sua firme convicção de que Satanás existe, depois de anos em que a Igreja minimizou a ideia da existência do diabo como pessoa.
Ajustar a tradução da oração pode parecer inovador, mas empalidece em comparação com os ajustes que já aconteceram. Hoje, a versão do Rei James da oração termina assim: E não nos deixeis cair em tentação, Mas livrai-nos do mal: Pois vosso é o Reino e o
poder e a glória, para sempre.
Mas estudiosos dizem que as duas últimas linhas foram adicionadas por escribas. Por quê? Porque sentiram que terminar a oração com a conversa do diabo era muito abrupto e era necessário um final mais lapidado. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Papa aos funcionários: “Não quero trabalho irregular no Vaticano”
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Proteger o trabalho, que seja justo. Custodiar a família, a língua e perdoar os maus exemplos, além de fazer “uma bela limpeza no coração neste Natal”, foram os conselhos de Francisco ao encontrar na Sala Paulo VI os funcionários do Vaticano, para os augúrios de Natal.
Cidade do Vaticano
Papa Francisco, encontrando os funcionários do Vaticano por ocasião das felicitações de Natal, fala com o coração, mas acima de tudo com grande humildade e pede desculpas pelos “maus exemplos” também dentro da Igreja e pelo trabalhar informal, irregular que ainda existe dentro da Santa Sé.
Trabalho
“A primeira palavra que eu gostaria de lhes dizer - disse o Papa falando de improviso na Sala Paulo VI - é trabalho. Mas não para dizer trabalhem mais, e mais rápido. Não! É para agradecer-lhes!”.
“Mas também há no Vaticano, falando de trabalho, um problema: uma senhora entre vocês apontando para um jovem disse: “Ajude os trabalhadores precários”. Outro dia eu tive um encontro com o cardeal Marx, que é o presidente do Conselho da Economia e eu disse: não quero trabalho irregular no Vaticano”.
“Peço desculpas a vocês se isso ainda existe. Para mim, este é um problema de consciência, porque não podemos pregar a doutrina social da Igreja e depois ter situações de trabalho irregular. Isto nunca mais!. Entende-se que é necessário testar uma pessoa, mas um ano, ou dois, depois basta”.
“O trabalho é o caminho de santidade, de felicidade de vocês, de seguir em frente. Hoje talvez a pior maldição que existe, é não ter trabalho”. “O trabalho nos dá dignidade e a segurança do trabalho nos dá dignidade”.
“Não quero dizer os nomes, mas nos jornais vocês os encontraram. Hoje eu vi em dois jornais, duas empresas importantes, aqui na Itália, que estão a risco, mas para salvar a empresa se deve “racionalizar” o trabalho, ou seja, despedir 3-4.000 pessoas. É muito ruim porque assim se perde a dignidade. E isso é um problema não só aqui no Vaticano, na Itália, na Europa, mas é um problema mundial”.
Família
“A segunda palavra que gostaria de dizer é 'família” - disse o Papa - assegurando que sofre ao saber quando uma família está em crise, “que existem crianças que se angustiam, porque veem que a família é..., é um problema!”.
O Papa recomendou então a estas famílias, para deixarem-se ajudar. ‘Por favor, salvar a família. Eu sei que não é fácil, há tantos problemas em um matrimônio. Mas procurem pedir ajuda enquanto há tempo. Enquanto há tempo. Proteger a família!”.
E, “nunca briguem diante das crianças, nunca!” - foi seu conselho - pois as “crianças sofrem”. Se há dificuldades, "que ao menos as crianças não sofram".
“A família é um grande tesouro, porque Deus nos criou família. A imagem de Deus é o matrimônio, homem e mulher, fecundos, “multiplicai-vos”, façam filhos, sigam em frente”.
As fofocas
A terceira palavra que me vem em mente – “talvez alguém possa ter a vontade de dizer: ‘Mas acabe com isto!’”: as fofocas, uma palavra recorrente.
“Talvez eu me engane, no Vaticano não se faz fofoca...talvez, não sei”.
Alguém me disse certa vez depois de eu falar sobre as fofocas em uma Missa: “Mas padre, se não se fofoca no Vaticano se fica isolados!”. Eh...pesado, hein?!”. É como uma bomba – recordou. “Não façam terrorismo!” - pediu - “mordam a língua”.
Perdão
A quarta palavra é o perdão. O Pontífice pediu desculpas aos funcionários do Vaticano pelos “maus exemplos da fauna clerical, nós [sorri]”: “perdão e desculpas porque nem sempre damos um bom exemplo. Na vida há erros, pecados, injustiças que também nós clérigos cometemos.
Às vezes, tratamos mal as pessoas, somos um pouco “neuróticos”. Perdão por todos esses exemplos não bons. Eu também devo pedir perdão”, disse Francisco.
Felicitações de Natal
A última palavra é o augúrio de Natal: “Feliz Natal, no coração, na família e também na consciência. Não tenham medo, também vocês, de pedir perdão se a consciência acusa de alguma coisa. Procurem um bom confessor e façam uma boa limpeza, hein!”.
“Dizem que o melhor confessor é o padre surdo. Não te faz passar vergonha! Mas mesmo não sendo surdo, existem tantos misericordiosos, tantos! Que te escutam e te perdoam. Vai em frente. O Natal é uma boa oportunidade para se fazer as pazes também dentro de nós. Todos somos pecadores, hein! Todos! Ontem, eu fiz minha confissão de Natal. Veio o confessor…e me fez bem, todos devemos confessar-nos”.
E não esqueçamos – disse Francisco ao concluir – os doentes que talvez existam em nossas famílias, que sofrem: “enviar uma bênção também a eles”. Fonte: http://www.vaticannews.va
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