O Papa: a ira é um pecado desenfreado, destrói as relações humanas
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Francisco falou sobre a ira na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira. Segundo ele, a "é um pecado terrível que está na origem das guerras e da violência". "Há homens que reprimem a ira no local de trabalho, parecendo calmos e controlados, mas, uma vez em casa, tornam-se insuportáveis para a esposa e os filhos", sublinhou.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre "Vícios e Virtudes" na Audiência Geral desta quarta-feira (31/01).
"A ira" foi o tema deste encontro semanal do Pontífice com os fiéis. Segundo o Papa, a ira "é um vício particularmente obscuro e talvez o mais simples de identificar do ponto de vista físico". Segundo ele, "a pessoa dominada pela ira tem dificuldade em esconder esse ímpeto: reconhece-se pelos movimentos do seu corpo, pela agressão, pela respiração difícil, pelo olhar sombrio e carrancudo".
De acordo com o Papa, "na sua manifestação mais aguda, a ira é um pecado que não deixa trégua. Se surge de uma injustiça sofrida ou que se acredita ser tal, muitas vezes não é desencadeada contra o culpado, mas contra o primeiro infeliz que se encontra".
Há homens que reprimem a ira no local de trabalho, parecendo calmos e controlados, porém, uma vez em casa, tornam-se insuportáveis para a esposa e os filhos. A ira é um pecado desenfreado: é capaz de tirar-nos o sono e nos fazer tramar continuamente na nossa mente, sem conseguir encontrar uma barreira aos raciocínios e aos pensamentos.
A seguir, Francisco disse que a ira "é um pecado que destrói as relações humanas. Expressa a incapacidade de aceitar a diversidade dos outros, especialmente quando as suas escolhas de vida divergem das nossas. Não se detém nos comportamentos errados de uma pessoa, mas joga tudo no caldeirão: é o outro, o outro como ele é, o outro como tal que causa a raiva e o ressentimento. Começa-se a odiar o tom da sua voz, os gestos banais do dia a dia, os seus modos de raciocinar e de sentir".
Segundo o Papa, "quando a relação atinge esse nível de degeneração, já se perdeu a clareza. Porque uma das características da ira, às vezes, é que ela não pode ser mitigada com o tempo. É importante que tudo se dissolva imediatamente, antes do pôr do sol. Se durante o dia surgir algum mal-entendido e duas pessoas não conseguem mais se entender, sentindo-se subitamente distantes, a noite não deve ser entregue ao diabo. O pecado nos mantém acordados no escuro a remoer nossas razões e os erros indizíveis, que nunca são nossos e sempre do outro". "É assim: quando uma pessoa está sob a ira, ela sempre, sempre diz que o problema está no outro. Ela nunca é capaz de reconhecer suas próprias falhas, seus próprios defeitos", acrescentou o Papa.
"No “Pai Nosso”, Jesus faz-nos rezar pelas nossas relações humanas que são um campo minado: um plano que nunca está em perfeito equilíbrio. Todos precisamos aprender a perdoar. Os homens não estão juntos se não praticarem também a arte do perdão, tanto quanto isso for humanamente possível. O que neutraliza a ira é a benevolência, a generosidade, a mansidão, a paciência", disse ainda Francisco.
O Pontífice disse outra coisa a propósito da ira: que ela "é um pecado terrível que está na origem das guerras e da violência. Porém, nem tudo que surge da ira está errado. Os antigos sabiam muito bem que existe uma parte irascível dentro de nós que não pode e não deve ser negada".
As paixões são, até certo ponto, inconscientes: acontecem, são experiências da vida. Não somos responsáveis pelo surgimento da ira, mas sempre pelo seu desenvolvimento. E às vezes é bom que a ira seja desabafada da maneira certa. Se uma pessoa nunca se irritasse, se não se indignasse diante de uma injustiça, se diante da opressão de uma pessoa fraca não sentisse algo tremendo nas suas entranhas, então isso significaria que não é humana, e muito menos, cristã.
"Existe uma santa indignação, que não é ira, mas é um movimento interior, uma santa indignação. Jesus a encontrou várias vezes na sua vida: nunca respondeu ao mal com o mal, mas na sua alma sentiu este sentimento e, no caso dos cambistas do Templo, realizou uma ação forte e profética, ditada não pela ira, mas pelo zelo pela casa do Senhor. É preciso distinguir bem, o zelo, a santa indignação, é uma coisa, a ira, que é ruim, é outra coisa. Cabe a nós, com a ajuda do Espírito Santo, encontrar a medida certa das paixões. Educá-las para que se tornem boas", concluiu o Papa. Fonte: https://www.vaticannews.va
Terça-feira, 30 de janeiro-2024. 4ª SEMANA DO TEMPO COMUM-B. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todos os homens com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 5, 21-43)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 21Tendo Jesus navegado outra vez para a margem oposta, de novo afluiu a ele uma grande multidão. Ele se achava à beira do mar, quando 22um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, se apresentou e, à sua vista, lançou-se-lhe aos pés, 23rogando-lhe com insistência: Minha filhinha está nas últimas. Vem, impõe-lhe as mãos para que se salve e viva. 24Jesus foi com ele e grande multidão o seguia, comprimindo-o. 25Ora, havia ali uma mulher que já por doze anos padecia de um fluxo de sangue. 26Sofrera muito nas mãos de vários médicos, gastando tudo o que possuía, sem achar nenhum alívio; pelo contrário, piorava cada vez mais. 27Tendo ela ouvido falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe no manto. 28Dizia ela consigo: Se tocar, ainda que seja na orla do seu manto, estarei curada. 29Ora, no mesmo instante se lhe estancou a fonte de sangue, e ela teve a sensação de estar curada. 30Jesus percebeu imediatamente que saíra dele uma força e, voltando-se para o povo, perguntou: Quem tocou minhas vestes? 31Responderam-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te comprime e perguntas: Quem me tocou? 32E ele olhava em derredor para ver quem o fizera. 33Ora, a mulher, atemorizada e trêmula, sabendo o que nela se tinha passado, veio lançar-se-lhe aos pés e contou-lhe toda a verdade. 34Mas ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e sê curada do teu mal. 35Enquanto ainda falava, chegou alguém da casa do chefe da sinagoga, anunciando: Tua filha morreu. Para que ainda incomodas o Mestre? 36Ouvindo Jesus a notícia que era transmitida, dirigiu-se ao chefe da sinagoga: Não temas; crê somente. 37E não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. 38Ao chegar à casa do chefe da sinagoga, viu o alvoroço e os que estavam chorando e fazendo grandes lamentações. 39Ele entrou e disse-lhes: Por que todo esse barulho e esses choros? A menina não morreu. Ela está dormindo. 40Mas riam-se dele. Contudo, tendo mandado sair todos, tomou o pai e a mãe da menina e os que levava consigo, e entrou onde a menina estava deitada. 41Segurou a mão da menina e disse-lhe: Talita cumi, que quer dizer: Menina, ordeno-te, levanta-te! 42E imediatamente a menina se levantou e se pôs a caminhar (pois contava doze anos). Eles ficaram assombrados. 43Ordenou-lhes severamente que ninguém o soubesse, e mandou que lhe dessem de comer. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
No evangelho de hoje, vamos meditar sobre dois milagres de Jesus em favor de duas mulheres. O primeiro, em favor de uma senhora, considerada impura por causa de uma hemorragia que já durava doze anos. O outro, em favor de uma menina de doze anos, que acabava de falecer. Conforme a mentalidade da época, qualquer pessoa que tocasse em sangue ou em cadáver era considerada impura. Sangue e morte eram fatores de exclusão! Por isso, aquelas duas mulheres eram pessoas marginalizadas, excluídas da participação na comunidade.
O ponto de partida. Jesus chega de barco. O povo se junta. Jairo, o chefe da sinagoga, pede pela filha que está morrendo. Jesus vai com ele e o povo todo o acompanha, apertando-o de todos os lados. Este é o ponto de partida para as duas curas, que seguem: a cura da mulher e a ressurreição da menina de doze anos.
A situação da mulher. Doze anos de hemorragia! Por isso, ela vivia excluída, pois, naquele tempo, o sangue tornava a pessoa impura, e quem tocasse nela também ficava impura. Marcos informa que a mulher tinha gastado toda a sua economia com os médicos. Em vez de ficar melhor, ficou pior. Situação sem solução!
A atitude da mulher. Ela ouviu falar de Jesus. Nasceu uma nova esperança. Ela disse consigo: “Se ao menos tocar na roupa dele, eu ficarei curada”. O catecismo da época mandava dizer: “Se eu tocar na roupa dele, ele ficará impuro”. A mulher pensa exatamente o contrário! Sinal de que as mulheres não concordavam com tudo o que as autoridades religiosas ensinavam. A mulher meteu-se no meio da multidão e, de maneira desapercebida, tocou em Jesus, pois todo mundo o apertava e tocava nele. No mesmo instante ela sentiu no corpo que estava curada.
A reação de Jesus e dos discípulos. Jesus também sentiu que uma força tinha saído dele e perguntou: “Quem foi que me tocou?” Os discípulos reagem: “O senhor está vendo essa multidão que o aperta de todos os lados e ainda pergunta ‘Quem foi que me tocou?’” Aqui aparece o desencontro entre Jesus e os discípulos. Jesus tinha uma sensibilidade que não era percebida pelos discípulos. Estes reagiram como todo mundo e não entenderam a reação diferente de Jesus. Mas Jesus nem liga, e continua indagando.
A cura pela fé. A mulher percebeu que tinha sido descoberta. Foi um momento difícil e perigoso. Pois, conforme a crença da época, uma pessoa impura que, como aquela senhora, se metia no meio de uma multidão, contaminava todo mundo através do toque. Fazia todos ficar impuro diante de Deus (Lv 15,19-30). Por isso, como castigo, ela poderia ser apedrejada. Mas a mulher teve a coragem de assumir o que fez. “Cheia de medo e tremendo” caiu aos pés de Jesus e contou toda a verdade. Jesus dá a palavra final: “Minha filha, sua fé curou você. Vai em paz e fique curada dessa doença!” (1) “Minha filha”, isto é, Jesus acolhe a mulher na nova família, na comunidade, que se formava ao seu redor. (2) Aquilo que ela acreditava aconteceu de fato. (3) Jesus reconhece que sem a fé daquela mulher ele não poderia ter feito o milagre.
A notícia da morte da menina. Neste momento o pessoal da casa de Jairo informa que a filha tinha morrido. Já não adiantava molestar Jesus. Para eles, a morte era a grande barreira. Jesus não conseguiria ir além da morte! Jesus escuta, olha para Jairo e aplica o que acabava de presenciar, a saber, que a fé é capaz de realizar o que a pessoa acredita. E ele diz: “Não tenha medo! Crê somente!”
Na casa de Jairo. Jesus só permite três discípulos com ele. Vendo o alvoroço dos que fazem luto pela morte da menina, ele diz: “A criança não morreu. Está dormindo!”. O pessoal deu risada. O povo sabe distinguir quando uma pessoa está dormindo ou quando está morta. É a risada de Abraão e de Sara, isto é, dos que não conseguem crer que para Deus nada é impossível (Gn 17,17; 18,12-14; Lc 1,37). Também para eles, a morte era uma barreira que ninguém poderia ultrapassar! As palavras de Jesus têm ainda um significado mais profundo. A situação das comunidades perseguidas do tempo de Marcos parecia uma situação de morte. Elas tinham que ouvir: “Não é morte! Vocês é que estão dormindo! Acordem!” Jesus não dá importância à risada e entra no quarto onde está a menina, só ele, os três discípulos e os pais da menina.
A ressurreição da menina. Jesus toma a criança pela mão e diz: “Talita kúmi!” Ela levantou-se. Grande alvoroço! Jesus conserva a calma e pede que lhe dêem de comer. Duas mulheres são curadas! Uma tem doze anos de vida, a outra tem doze anos de hemorragia, doze anos de exclusão! Aos doze anos começa a exclusão da menina, pois começa a menstruação, começa a morrer! Jesus tem poder maior e ressuscita: “Levante-se!”
4) - Para um confronto pessoal
1) Qual o ponto deste texto de que você mais gostou ou que mais chamou a sua atenção? Por que?
2) Uma mulher foi curada e reintegrada na convivência da comunidade. Uma menina foi levantada do seu leito de morte. O que esta ação de Jesus nos ensina para nossa vida em família e na comunidade, hoje?
5) Oração final
De vós procede o meu louvor na grande assembleia, cumprirei meus votos na presença dos que vos temem. Os pobres comerão e serão saciados; louvarão o Senhor aqueles que o procuram: Vivam para sempre os nossos corações. (Sl 21, 26-27)
Segunda-feira, 29 de janeiro-2024. 4ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todos os homens com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 5, 1-20)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 1Jesus e os discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2Logo que Jesus desceu do barco, um homem que tinha um espírito impuro saiu do meio dos túmulos e foi a seu encontro. 3Ele morava nos túmulos, e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4Muitas vezes tinha sido preso com grilhões e com correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava os grilhões, e ninguém conseguia dominá-lo. 5Dia e noite andava entre os túmulos e pelos morros, gritando e ferindo-se com pedras. 6Ao ver Jesus, de longe, o homem correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: “Que queres de mim, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Por Deus, não me atormentes!” 8Jesus, porém, disse-lhe: “Espírito impuro, sai deste homem!” 9E perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?” Ele respondeu: “Legião é meu nome, pois somos muitos”. 10E suplicava-lhe para que não o expulsasse daquela região. 11Entretanto estava pastando, no morro, uma grande manada de porcos. 12Os espíritos impuros suplicaram então: “Manda-nos entrar nos porcos”. 13Jesus permitiu. Eles saíram do homem e entraram nos porcos. E os porcos, uns dois mil, se precipitaram pelo despenhadeiro no mar e foram se afogando. 14Os que cuidavam deles fugiram e espalharam a notícia na cidade e no campo. As pessoas saíram para ver o que tinha acontecido. 15Chegaram onde estava Jesus e viram o possesso sentado, vestido e no seu perfeito juízo – aquele que tivera o Legião. E ficaram com medo. 16Os que tinham presenciado o fato explicavam-lhes o que havia acontecido com o possesso e com os porcos. 17Então, suplicaram Jesus para que fosse embora do território deles. 18Enquanto Jesus entrava no barco, o homem que tinha sido possesso pediu para que o deixasse ir com ele. 19Jesus, porém, não permitiu, mas disse-lhe: “Vai para casa, para junto dos teus, e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20O homem foi embora e começou a anunciar, na Decápole, tudo quanto Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
No Evangelho de hoje, vamos meditar um longo texto sobre a expulsão de um demônio que se chamava Legião e que oprimia e maltratava uma pessoa. Hoje há muita gente que usa os textos do evangelho sobre a expulsão dos demônios para meter medo nos outros. É pena! Marcos faz o contrário. Como veremos, ele associa a ação do poder do mal com quatro coisas: 1) Com o cemitério, o lugar dos mortos. A morte que mata a vida! 2) Com o porco, que era considerado um animal impuro. A impureza que separa de Deus! 3) Com o mar, que era visto como símbolo do caos de antes da criação. O caos que destrói a natureza. 4) Com a palavra Legião, nome dos exércitos do império romano. O império que oprime e explora os povos. Ora, Jesus vence o poder do mal nestes quatro pontos. A vitória de Jesus tinha um alcance enorme para as comunidades dos anos setenta, época em que Marcos escreve o seu evangelho. Elas viviam perseguidas pelas legiões romanas, cuja ideologia manipulava as crenças populares nos demônios para meter medo no povo e conseguir submissão!
O poder do mal oprime, maltrata e aliena as pessoas. Os versículos iniciais descrevem a situação do povo antes da chegada de Jesus. Na maneira de descrever o comportamento do endemoninhado, Marcos associa o poder do mal com cemitério e morte. É um poder sem rumo, ameaçador, descontrolado e destruidor, que mete medo em todos. Priva a pessoa da consciência, do autocontrole e da autonomia.
Diante da simples presença de Jesus o poder do mal desmorona e desintegra. Na maneira de descrever o primeiro contato entre Jesus e o homem possesso, Marcos acentua a desproporção total! O poder, que antes parecia tão forte, se derrete e se desmancha diante de Jesus. O homem cai de joelhos, pede para não ser expulso da região e entrega até o seu nome Legião. Através deste nome, Marcos associa o poder do mal com o poder político e militar do império romano que dominava o mundo através das suas Legiões.
O poder do mal é impuro e não tem autonomia nem consistência. O demônio não tem poder sobre os seus próprios movimentos. Só consegue ir para dentro dos porcos com a permissão de Jesus! Uma vez dentro dos porcos, estes se precipitam no mar. Eram 2000 porcos! Na opinião do povo, o porco era símbolo da impureza que impedia o ser humano de relacionar-se com Deus e sentir-se acolhido por Ele. O mar era símbolo do caos que existia antes da criação e que, conforme a crença da época, ameaçava a vida. Este episódio dos porcos que se precipitam no mar é estranho e difícil de ser entendido. Mas a mensagem é muito clara: diante de Jesus, o poder do mal não tem autonomia nem consistência. Quem crê em Jesus já venceu o poder do mal e já não precisa ter medo!
A reação do povo do lugar. Alertado pelos empregados que tomavam conta dos porcos, o povo do lugar veio e viu o homem liberto do poder do mal “em perfeito juízo”. Mas eles ficaram sem os porcos! Por isso, pedem a Jesus para ir embora. Para eles, os porcos eram mais importantes que o ser humano que acabava de ser devolvido a si mesmo. Assim é hoje: o sistema neoliberal pouco se importa com as pessoas. O que importa é o lucro!
Anunciar a Boa Nova é anunciar “o que o Senhor fez por você!” O homem liberto quer “seguir Jesus”, mas Jesus diz: “Vá para casa, para junto dos seus, e anuncia a eles o que o Senhor fez por você!”. Esta frase de Jesus, Marcos a dirige às comunidades e a todos nós. Para a maioria de nós “seguir Jesus” significa: “Vá para sua casa e anuncia aos seus o que o Senhor te fez!”
4) Para um confronto pessoal
1) Qual o ponto deste texto de que você mais gostou ou que mais chamou a sua atenção? Por que?
2) O homem curado quer seguir Jesus. Mas ele deve ficar em casa e contar a todo mundo o que Jesus fez por ele. O que Jesus fez por você que pode ser contado para os outros?
5) Oração final
Quão grande é, Senhor, vossa bondade, que reservastes para os que vos temem e com que tratais aos que se refugiam em vós, aos olhos de todos. (Sl 30, 20)
Terça-feira 23 de janeiro-2024. Evangelho do Dia- 3ª Semana do Tempo Comum- Com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 3,31-35)
Naquele tempo, 31chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: "Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura".
33Ele respondeu: "Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?" 34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: "Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
A família de Jesus. Os parentes chegam na casa onde Jesus estava. Provavelmente tinham vindo de Nazaré. De lá até Cafarnaum são uns 40 quilômetros. Sua mãe veio junto. Eles não entram, mas mandam recado: Tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs estão lá fora e te procuram! A reação de Jesus é firme: Quem é minha mãe, quem são meus irmãos? E ele mesmo responde apontando para a multidão que estava ao redor: Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Pois todo aquele que faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã, minha mãe! Para entender bem o significado desta resposta convém olhar a situação da família no tempo de Jesus.
No antigo Israel, o clã, isto é, a grande família (a comunidade), era a base da convivência social. Era a proteção das famílias e das pessoas, a garantia da posse da terra, o veículo principal da tradição, a defesa da identidade. Era a maneira concreta do povo daquela época encarnar o amor de Deus no amor ao próximo. Defender o clã era o mesmo que defender a Aliança.
Na Galiléia do tempo de Jesus, por causa do sistema implantado durante os longos governos de Herodes Magno (37 a.C. a 4 a.C.) e de seu filho Herodes Antipas (4 a.C. a 39 d.C.), o clã (a comunidade) estava enfraquecendo. Os impostos a serem pagos, tanto ao governo como ao templo, o endividamento crescente, a mentalidade individualista da ideologia helenista, as freqüentes ameaças de repressão violenta por parte dos romanos, a obrigação de acolher os soldados e dar-lhes hospedagem, os problemas cada vez maiores de sobrevivência, tudo isto levava as famílias a se fecharem dentro das suas próprias necessidades. Este fechamento era reforçado pela religião da época. Por exemplo, quem dedicava sua herança ao Templo podia deixar seus pais sem ajuda. Isto enfraquecia o quarto mandamento que era a espinha dorsal do clã (Mc 7,8-13). Além disso, a observância das normas de pureza era fator de marginalização de muita gente: mulheres, crianças, samaritanos, estrangeiros, leprosos, possessos, publicanos, doentes, mutilados, paraplégicos.
Assim, a preocupação com os problemas da própria família impedia as pessoas de se unirem em comunidade. Ora, para que o Reino de Deus pudesse manifestar-se na convivência comunitária do povo, as pessoas tinham de ultrapassar os limites estreitos da pequena família e abrir-se, novamente, para a grande família, para a Comunidade. Jesus deu o exemplo. Quando sua própria família tentou apoderar-se dele, reagiu e alargou a família: “Quem é minha mãe, quem são meus irmãos? E ele mesmo deu a resposta apontando para a multidão que estava ao redor: Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Pois todo aquele que faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã, minha mãe! (Mc 3,33-35). Criou comunidade.
Jesus pedia o mesmo de todos que queriam segui-lo. As famílias não podiam fechar-se. Os excluídos e os marginalizados deviam ser acolhidos dentro da convivência e, assim, sentir-se acolhidos por Deus (cf Lc 14,12-14). Este era o caminho para realizar o objetivo da Lei que dizia: “Entre vocês não pode haver pobres” (Dt 15,4). Como os grandes profetas do passado, Jesus procura reforçar a vida comunitária nas aldeias da Galiléia. Ele retoma o sentido profundo do clã, da família, da comunidade, como expressão da encarnação do amor de Deus no amor ao próximo.
4) Para um confronto pessoal
1) Viver a fé em comunidade. Qual o lugar e a influência da comunidade na minha maneira de viver a fé?
2) Hoje, na cidade grande, a massificação promove o individualismo que é o contrário da vida em comunidade. O que estou fazendo para combater este mal?
5) Oração final
Esperei firmemente no SENHOR e ele se inclinou para mim, atendendo a minha súplica. Fez-me cantar um canto novo, um louvor ao nosso Deus. (Sal 39, 2.4)
Segunda-feira 22 de janeiro-2024. Evangelho do Dia- 3ª Semana do Tempo Comum- Com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 3,22-30)
Naquele tempo, 22os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebul, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: "Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, não poderá manter-se. 26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa.
28Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto nos pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno". 30Jesus falou isso, porque diziam: 'Ele está possuído por um espírito mau".
- Palavra da Salvação
3) Reflexão
O conflito cresce. Existe uma sequência progressiva no evangelho de Marcos. Na medida em que a Boa Nova progride e é aceita pelo povo, nesta mesma medida cresce a resistência por parte das autoridades religiosas. O conflito começa a crescer e envolve vários grupos de pessoas. Por exemplo, os parentes de Jesus acham que ele ficou louco (Mc 3,20-21), e os escribas que tinham vindo de Jerusalém acham que ele é um possesso (Mc 3,22).
Conflito com as autoridades. Os escribas caluniam Jesus. Dizem que ele está possesso e que expulsa os demônios com a ajuda de Belzebu, o príncipe dos demônios. Eles tinham vindo de Jerusalém, a mais de 120 km de distância, para vigiar o comportamento de Jesus. Queriam defender a Tradição contra as novidades que Jesus ensinava ao povo (Mc 7,1). Achavam que o ensino dele era contra a boa doutrina. A resposta de Jesus tem três partes.
Primeira parte: a comparação da família dividida. Jesus usa a comparação da família dividida e do reino dividido para denunciar o absurdo da calúnia. Dizer que Jesus expulsa os demônios com a ajuda do príncipe dos demônios é negar a evidência. É o mesmo que dizer que a água é seca, e que o sol é escuridão. Os doutores de Jerusalém caluniavam, porque não sabiam explicar os benefícios que Jesus realizava para o povo. Estavam com medo de perder a liderança.
Segunda parte: a comparação do homem forte. Jesus compara o demônio com um homem forte. Ninguém, a não ser uma pessoa mais forte, poderá roubar a casa de um homem forte. Jesus é este mais forte que chegou. Por isso, ele consegue entrar na casa e amarrar o homem forte. Consegue expulsar os demônios. Jesus amarrou o homem forte e agora rouba a casa dele, isto é, liberta as pessoas que estavam no poder do mal. O profeta Isaías já tinha usado a mesma comparação para descrever a vinda do messias (Is 49,24-25). Lucas acrescenta que a expulsão do demônio é um sinal evidente de que chegou o Reino de Deus (Lc 11,20).
Terceira parte: o pecado contra o Espírito Santo. Todos os pecados têm perdão, menos o pecado contra o Espírito Santo. O que é o pecado contra o Espírito Santo? É dizer: “O espírito que leva Jesus a expulsar o demônio, vem do próprio demônio!” Quem fala assim torna-se incapaz de receber o perdão. Por quê? Quem tapa os olhos pode enxergar? Não pode! Quem mantém a boca fechada pode comer? Não pode! Quem não fecha o guarda-chuva da calúnia pode receber a chuva do perdão? Não pode! O perdão passaria de lado e não o atingiria! Não é que Deus não quer perdoar. Deus quer perdoar sempre! Mas é o pecador que se recusa a receber o perdão!
4) Para um confronto pessoal
1) As autoridades religiosas se fecham e negam a evidência. Já aconteceu comigo eu me fechar contra a evidência dos fatos?
2) Calúnia é a arma dos fracos. Você já teve experiência neste ponto?
5) Oração final
Todos os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai ao SENHOR, terra inteira gritai e exultai cantando hinos. (Sal 97, 3b-4)
Padre potiguar leiloa bolo por R$ 100 mil durante festa religiosa na Paraíba
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Padre Gleiber Dantas, de Caicó, disse que bolo foi disputado por duas correntes políticas na cidade de São Bento e que nunca tinha visto 'prenda' tão cara.
Bolo leiloado pela Paróquia de São Bento, na Paraíba — Foto: Reprodução
Por Igor Jácome, g1 RN
Um único bolo foi arrematado por R$ 100 mil durante um leilão realizado na última sexta-feira (19) pela paróquia da cidade de São Bento, na Paraíba, durante a festa de São Sebastião. A iguaria virou alvo de uma disputa política local.
O responsável pelo leilão era o padre potiguar Gleiber Dantas, que é de Caicó, na região Seridó do Rio Grande do Norte. Ele afirma que já realizou mais de 300 leilões, mas nunca tinha visto algo ser vendido por um valor tão alto em uma festa religiosa.
"A prenda mais cara que eu tinha visto na minha vida tinha sido no leilão de madrinha Santa Luzia em Mossoró (RN), que toda vida eu sou chamado para fazer. Um oratório saiu por R$ 34 mil. Foi a prenda mais cara que eu já tinha visto", afirmou.
Segundo o padre Gleiber, tradicionalmente o bolo é o bem mais disputado no leilão da paróquia de São Bento. O primeiro lance, na última sexta (19), foi de R$ 5 mil.
No entanto, o objeto se tornou alvo da disputa de dois grupos políticos, de situação e oposição, no município, ambos liderados por primos do religioso, que tem familiares na Paraíba. A distância entre Caicó (RN) e São Bento (PB) é de cerca de 60 quilômetros.
O valor subiu surpreendentemente, até um lance de R$ 70 mil ser superado por outro de R$ 100 mil. "Teve uma hora que me deu medo, porque eram dois grupos muito fortes, e ali o que mais estava em cena era mostrar que quem tirasse o bolo tinha mais força política", afirmou.
"Obviamente os dois grupos tinham intenção de ajudar a igreja, porque só foi para ali quem queria ajudar a igreja, mas ficou claro que havia uma queda de braço. Parecia que um grupo estava chamando o outro para a briga", disse.
O bolo foi arrematado pelo empresário conhecido como Rafinha Banana e acabou sendo consumido pela população da cidade.
O padre Gleiber se tornou conhecido ao virar um "meme" nas redes sociais, em 2020. Ele fez um leilão por meio de uma live, usando uma rede para se balançar. Entre os produtos arrematados, havia uma lasanha de R$ 140. Desde então, ele sempre usa uma rede durante os leilões que realiza.
Ele afirmou que o leilão rendeu mais de R$ 200 mil da última sexta-feira (19), mas não sabe o valor preciso da arrecadação. Ainda de acordo com o religioso, os valores levantados nos eventos são usados pelas paróquias para manter as despesas rotineiras, além de construção de novas capelas e ajuda social.
"A paróquia deve ser mantida pelos dízimos dos fiéis, mas há casos em que os dízimos mensais não cobrem os custos", explicou. Fonte: https://g1.globo.com
Cada um que sustente sua igreja
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Governo Lula fez bem em rever benefício concedido na gestão de Bolsonaro
Servidor federal, é doutor em sociologia pela Universidade de Oxford (Inglaterra) e autor de "PT, uma História".
Em 2022, Jair Bolsonaro te fez ajudar a pagar o imposto de todos os líderes religiosos do Brasil, inclusive de quem não é da sua igreja, inclusive se você for ateu. Na semana passada, Lula livrou você dessa obrigação.
Pouco antes da eleição de 2022, Bolsonaro dispensou os líderes religiosos de pagar contribuição previdenciária. Com medo de perder, Jair tentou comprar o apoio de líderes religiosos, na esperança de que fizessem campanha para ele junto a seus fiéis.
Enquanto fazia isso, Jair também gastava uma fortuna em dinheiro público para tentar se reeleger. Isto é, aumentou o rombo que nós, brasileiros, precisamos cobrir com nossos impostos.
Faça a conta comigo: se a conta a ser dividida aumentou, e os líderes religiosos foram dispensados de pagar, quem sobrou vai ter que pagar mais.
Sempre que você ler no jornal "Governo isentou X de pagar impostos", leia: "De agora em diante, todos nós vamos ter que pagar os impostos que X pagava".
Afinal, no dia seguinte do decreto da isenção, o governo continuará com as mesmas obrigações: vai ter que pagar os mesmos salários para os funcionários públicos, as mesmas aposentadorias, os mesmos hospitais, as mesmas estradas, os mesmos quartéis, os mesmos juros da dívida, o mesmo Bolsa Família.
A única diferença é que X não vai mais contribuir com essa vaquinha. Logo, todo mundo vai ter que pagar um pouco mais para que X não pague nada.
Em alguns casos, isenções fiscais podem ser justificáveis. Mas os economistas concordam que elas precisam ser adotadas com muito cuidado, após muitos estudos que comprovem que terão efeitos positivos sobre o crescimento da economia.
Em geral, é mutreta.
Não me entenda mal: todo mundo tem o direito de dar dinheiro para a igreja que frequenta. Eu dou para a minha. Eu quero que ela continue lá, que pague a conta de luz, que alguém faça a limpeza periodicamente, que alguém seja pago para tocar órgão.
Mas cada um tem que sustentar sua própria igreja. Não roube meu imposto para chamar de seu dízimo.
Se você acha que seu pastor deveria ganhar mais, aumente suas oferendas durante o culto. O dinheiro é seu, você faz o que quiser com ele. Se você acha que o Malafaia precisa de um carro novo, dê seu carro para o Malafaia. Se você acha que o Edir Macedo precisa de uma nova casa, dê a ele a sua.
Mas o que Bolsonaro fez foi colocar o resto dos brasileiros para pagar os impostos do Malafaia. Aí não, filho. A maioria dos brasileiros não frequenta a mesma igreja que o Silas. E mesmo as que frequentam provavelmente preferem que o dinheiro do governo vá para o posto médico de seu bairro.
Portanto, Lula fez bem em revogar a isenção para líderes religiosos.
Os bolsonaristas disseram que Lula está perseguindo os cristãos. É mentira.
Só o que aconteceu foi o seguinte: pessoas cuja profissão é propagar a fé cristã e administrar seus rituais –uma profissão belíssima, a propósito– vão ter que contribuir para a construção de escolas e hospitais do mesmo jeito que os outros cidadãos que ganham a mesma coisa que eles.
E, talvez por castigo divino após ter tentado subornar todas as lideranças cristãs brasileiras ao mesmo tempo, Bolsonaro perdeu a eleição. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Quinta-feira 18 de janeiro-2024. Evangelho do Dia- 2ª Semana do Tempo Comum- Com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 3,7-12)
Naquele tempo, 7Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galiléia o seguia. 8E também muita gente da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9Então Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse.
10Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: "Tu és o Filho de Deus!" 12Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era.
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
A conclusão a que se chega, no fim destes cinco conflitos (Mc 2,1 a 3,6), é que a Boa Nova de Deus tal como era anunciada por Jesus dizia exatamente o contrário do ensinamento das autoridades religiosas da época. Por isso, no fim do último conflito, se prevê que Jesus não vai ter vida fácil e será combatido. A morte aparece no horizonte. Decidiram matá-lo (Mc 3,6). Sem uma conversão sincera não é possível as pessoas chegarem a uma compreensão correta da Boa Nova.
Um resumo da ação evangelizadora de Jesus. Os versículos do evangelho de hoje (Mc 3,7-12) são um resumo da atividade de Jesus e acentuam um enorme contraste. Um pouco antes, em Mc 2,1 a 3,6, só se falou em conflitos, inclusive em conflito de vida e morte entre Jesus e as autoridades civis e religiosas da Galiléia (Mc 3,1-6). E aqui no resumo, aparece o contrário: um movimento popular imenso, maior que o movimento de João Batista, pois veio gente não só da Galiléia, mas também da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, da Transjordânia e até da região pagã de Tiro e Sidônia para encontrar-se com Jesus! (Mc 3,7-12). Todos querem vê-lo e tocar nele. É tanta gente, que o próprio Jesus fica preocupado. Ele corre o perigo de ser esmagado pelo povo. Por isso, pediu aos discípulos para manter um barco à disposição a fim de que o povo não o apertasse. E do barco falava à multidão. Eram sobretudo os excluídos e os marginalizados que vinham a ele com seus males: os doentes e os possessos. Estes, que não eram acolhidos na convivência social da sociedade da época, são acolhidos por Jesus. Eis o contraste: de um lado, a liderança religiosa e civil que decide matar Jesus (Mc 3,6); do outro lado, um movimento popular imenso que busca a salvação em Jesus. Quem vai ganhar?
Os espíritos impuros e Jesus. A insistência de Marcos na expulsão dos demônios é muito grande. O primeiro milagre de Jesus é a expulsão de um demônio (Mc 1,25). O primeiro impacto que Jesus causa no povo é por causa da expulsão dos demônios (Mc 1,27). Uma das principais causas da briga de Jesus com os escribas é a expulsão dos demônios (Mc 3,22). O primeiro poder que os apóstolos vão receber quando são enviados em missão é o poder de expulsar os demônios (Mc 6,7). O primeiro sinal que acompanha o anúncio da ressurreição é a expulsão dos demônios (Mc 16,17). O que significa expulsar os demônios no evangelho de Marcos?
No tempo de Marcos, o medo dos demônios estava aumentando. Algumas religiões, em vez de libertar o povo, alimentavam nele o medo e a angústia. Um dos objetivos da Boa Nova de Jesus era ajudar o povo a se libertar deste medo. A chegada do Reino de Deus significou a chegada de um poder mais forte. Jesus é “o homem mais forte” que chegou para amarrar o Satanás, o poder do mal, e roubar dele a humanidade prisioneira do medo (Mc 3,27). Por isso, Marcos insiste tanto, na vitória de Jesus sobre o poder do mal, sobre o demônio, sobre o Satanás, sobre o pecado e sobre a morte. Do começo ao fim, com palavras quase iguais, ele repete a mesma mensagem: “E Jesus expulsava os demônios!” (Mc 1,26.27.34.39; 3,11-12.15.22.30; 5,1-20; 6,7.13; 7,25-29; 9,25-27.38; 16,9.17). Parece até um refrão! Hoje, em vez de usar sempre as mesmas palavras preferimos usar palavras diferentes. Diríamos: “O poder do mal, o Satanás, que mete tanto medo no povo, Jesus o venceu, dominou, amarrou, destronou, derrotou, expulsou, eliminou, exterminou, aniquilou, abateu, destruiu e matou!” O que Marcos nos quer dizer é isto: “Ao cristão é proibido ter medo de Satanás!” Depois que Jesus ressuscitou, já é mania e falta de fé apelar, a toda hora, para Satanás, como se ele ainda tivesse algum poder sobre nós. Insistir no perigo dos demônios para chamar o povo de volta para as igrejas é desconhecer a Boa Nova do Reino. É falta de fé na ressurreição de Jesus!
4) Para um confronto pessoal
1) Como você vive a sua fé na ressurreição de Jesus? Contribui para vencer o medo?
2) Expulsão dos demônios. Como você faz para neutralizar esse poder em sua vida?
5) Oração final
Exultem e se alegrem em ti todos os que te buscam; digam sempre: “O SENHOR é grande” os que desejam a tua salvação. (Sal 39, 17)
Quarta-feira 17 de janeiro-2024. Evangelho do Dia- 2ª Semana do Tempo Comum- Ano B, com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 3,1-6)
Naquele tempo, 1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus disse ao homem da mão seca: "Levanta-te e fica aqui no meio!" 4E perguntou-lhes: "E permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?" Mas eles nada disseram. 5Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: "Estende a mão". Ele a estendeu e a mão ficou curada. 6Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo. - Palavra da Salvação.
3) Reflexão
No evangelho de hoje vamos meditar o último dos cinco conflitos que Marcos colecionou no início do seu evangelho (Mc 2,1 a 3,6). Os quatro conflitos anteriores foram provocados pelos adversários de Jesus. Este último é provocado pelo próprio Jesus e revela a gravidade do conflito entre ele e as autoridades religiosas do seu tempo. É um conflito de vida e morte. Importa notar a categoria de adversários que aparece neste último conflito. Trata-se dos fariseus e dos herodianos, ou seja, das autoridades religiosas e civis. Quando Marcos escreve o seu evangelho nos anos 70, muitos traziam na lembrança a terrível perseguição dos anos 60, que Nero moveu contra as comunidades cristãs. Ouvindo agora como o próprio Jesus tinha sido ameaçado de morte e como ele se comportava no meio destes conflitos perigosos, os cristãos encontravam uma fonte de coragem e de orientação para não desanimar na caminhada.
Jesus na sinagoga em dia de sábado. Jesus entra na sinagoga. Ele tinha o costume de participar das celebrações do povo. Havia ali um homem com a mão atrofiada. Um deficiente físico não podia participar plenamente, pois era considerado impuro. Mesmo presente na comunidade, era marginalizado. Devia manter-se afastado.
A preocupação dos adversários de Jesus. Os adversários observam para ver se Jesus faz curas em dia de sábado. Querem acusá-lo. O segundo mandamento da Lei de Deus mandava “santificar o sábado”. Era proibido trabalhar nesse dia (Ex 20,8-11). Os fariseus diziam que curar um doente era o mesmo que trabalhar. Por isso ensinavam: “É proibido curar em dia de sábado!” Colocavam a lei acima do bem-estar das pessoas. Jesus os incomodava, porque ele colocava o bem-estar das pessoas acima das normas e das leis. A preocupação dos fariseus e dos herodianos não era o zelo pela lei, mas sim a vontade de acusar e de eliminar Jesus.
Levanta-te e vem aqui para o meio! Jesus pede duas coisas ao deficiente físico: Levanta-te e vem aqui para o meio! A palavra “levanta-te” é a mesma que as comunidades do tempo de Marcos usavam para dizer “ressuscitar”. O deficiente deve “ressuscitar”, levantar-se, vir para o meio e ocupar o seu lugar no centro da comunidade! Os marginalizados, os excluídos, devem vir para o meio! Não podem ser excluídos. Devem ser incluídos e acolhidos. Devem estar junto com todo mundo! Jesus chamou o excluído para ficar no meio.
A pergunta de Jesus deixa os outros sem resposta. Jesus pergunta: Em dia de sábado é permitido fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matá-la? Ele podia ter perguntado: ”Em dia de sábado é permitido curar: sim ou não?” Aí, todos teriam respondido: “Não é permitido!” Mas Jesus mudou a pergunta. Para ele, naquele caso concreto, “curar” era o mesmo que “fazer o bem” ou “salvar uma vida”, e “não curar” era o mesmo que “fazer o mal” ou “matar uma vida”! Com a sua pergunta Jesus colocou o dedo na ferida. Denunciou a proibição de curar em dia de sábado como sendo um sistema de morte. Pergunta sábia! Os adversários ficaram sem resposta.
Jesus fica indignado diante do fechamento dos adversários. Jesus reage com indignação e tristeza diante da atitude dos fariseus e herodianos. Ele manda o homem estender a mão, e ela ficou curada. Curando o deficiente, Jesus mostrou que ele não estava de acordo com o sistema que colocava a lei acima da vida. Em resposta à ação de Jesus, os fariseus e os herodianos decidem matá-lo. Com esta decisão eles confirmam que são, de fato, defensores de um sistema de morte! Eles não têm medo de matar para defender o sistema contra Jesus que os ataca e critica em nome da vida.
4) Para um confronto pessoal
1) O deficiente foi chamado para estar no centro da comunidade. Na nossa comunidade, os pobres e os excluídos têm um lugar privilegiado?
2) Você já se confrontou alguma vez com pessoas que, como os herodianos e os fariseus, colocam a lei acima do bem-estar das pessoas? O que você sentiu naquele momento? Deu razão a eles ou os criticou?
5) Oração final
De todos tens compaixão porque tudo podes, e fechas os olhos aos pecados os mortais, para que se arrependam. Sim, amas tudo o que existe e não esprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa, não a terias criado. (Sab 11,23-24)
NOTA DE FALECIMENTO- Arquidiocese de Pouso Alegre/MG
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É com imenso pesar e comiseração que comunico o falecimento do meu irmão de ministério e amigo Padre Leandro Luís Mota Ribeiro, natural de Consolação, MG. Aos familiares e amigos minhas orações.
Meu amigo, eu não consigo expressar em palavras a dor de sua partida. Ainda na última sexta-feira pudemos partilhar da convivência e das angústias que afligiam o seu coração. Suas lágrimas, seu medo, sua angústia estão ainda no meu coração. A misericórdia e justiça devem caminhar juntas, mas a primeira fica muitas das vezes nas páginas mortas de livros e discursos. Misericórdia, misericórdia, misericórdia... grito surdo de uma alma cadávera.
Missa de Exéquias às 15h, nesta segunda-feira dia 15, na Igreja Matriz de N. Sra da Consolação em Consolação (MG). Início do velório dependerá da liberação do corpo. Fonte: https://www.facebook.com/pe.paulogiovanni
Terça-feira 16 de janeiro-2024. Evangelho do Dia- 2ª Semana do Tempo Comum- Com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e daí ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 2, 23-28)
23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: "Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?"
25Jesus lhes disse: "Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães". 27E acrescentou: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado". - Palavra da Salvação.
3) Reflexão
A lei existe para o bem das pessoas. Num dia de sábado, os discípulos passam pelas plantações e abrem caminho arrancando espigas. Em Mateus 12,1 se diz que eles estavam com fome. Invocando a Bíblia, os fariseus criticam a atitude dos discípulos. Seria uma transgressão da lei do Sábado (cf Ex 20,8-11). Jesus responde invocando a mesma Bíblia para mostrar que os argumentos dos outros não tinham fundamento. Ele lembra que o próprio Davi também fez coisa proibida, pois tirou os pães sagrados do templo e os deu de comer aos soldados que estavam com fome (1 Sm 21,2-7). E Jesus termina com duas frases importantes: 1) O sábado é para o ser humano, e não o ser humano para o sábado, 2) O Filho do Homem é dono até do sábado!
O sábado é para o ser humano, e não o ser humano para o sábado. Durante mais de quinhentos anos, desde os tempos do cativeiro na Babilônia até a época de Jesus, os judeus tinham observado a lei do sábado. Esta observância secular tornou-se para eles um forte sinal identidade. O sábado era rigorosamente observado. Na época dos Macabeus, meados do século II antes de Cristo, esta observância rígida chegou a um ponto crítico. Atacados pelos gregos em dia de sábado, os rebeldes macabeus preferiram deixar-se matar a transgredir o sábado usando as armas para defender sua vida. Por isso, morreram mil pessoas (1Mac 2,32-38). Refletindo sobre este massacre, os líderes macabeus concluíram que deviam resistir e defender sua vida, mesmo em dia de sábado (1Mac 2,39-41). Jesus teve a mesma atitude de relativizar a lei do sábado em favor da vida, pois a lei existe para o bem da vida humana, e não vice-versa!
O Filho do Homem é dono até do sábado! A nova experiência de Deus como Pai/Mãe fez com que Jesus, o Filho do Homem, dava a Jesus uma chave para descobrir a intenção de Deus que está na origem das leis do Antigo Testamento. Por isso, o Filho do Homem é dono até do Sábado. Convivendo com o povo da Galiléia durante trinta anos e sentindo na pele a opressão e a exclusão a que tantos irmãos e irmãs eram condenados em nome da Lei de Deus, Jesus percebeu que isto não podia ser o sentido daquelas leis. Se Deus é Pai, então ele acolhe a todos como filhos e filhas. Se Deus é Pai, então nós temos que ser irmão e irmã uns dos outros. Foi o que Jesus viveu e pregou, desde o começo até o fim. A Lei do Sábado deve estar a serviço da vida e da fraternidade. Foi por causa da sua fidelidade a esta mensagem que Jesus foi preso e condenado à morte. Ele incomodou o sistema, e o sistema se defendeu, usando a força contra Jesus, pois ele queria a Lei a serviço da vida, e não vice-versa.
Jesus e a Bíblia. Os fariseus criticavam Jesus em nome de Bíblia. Jesus responde e critica os fariseus usando a Bíblia. Ele conhecia a Bíblia de memória. Naquele tempo, não havia Bíblias impressas como temos hoje em dia. Em cada comunidade só havia uma única Bíblia, escrita a mão, que ficava na sinagoga. Se Jesus conhecia tão bem a Bíblia, é sinal de que ele, durante aqueles 30 anos da sua vida em Nazaré, deve ter participado intensamente da vida da comunidade, onde todo sábado se liam as Escrituras. Ainda falta muito para nós termos a mesma familiaridade com a Bíblia e a mesma participação na comunidade!
4) Para um confronto pessoal
1) O Sábado é para o ser humano, e não vice versa. Quais os pontos em minha vida que devem mudar?
2) Mesmo sem ter Bíblia em casa, Jesus conhecia a Bíblia de memória. E eu?
5) Oração final
De todo coração darei graças ao SENHOR, na reunião dos justos e na assembléia. Grandes são as obras do SENHOR, merecem a reflexão dos que as amam. (Sal 110, 1-2)
Morre padre Leandro Luis, aos 37 anos. Corpo foi encontrado pelo pai em Consolação/MG
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Vigário atualmente em Itajuba/MG padre Luiz teve história religiosa em Pouso Alegre, Arquidiocese lamente passamento.
Por Jornal da Cidade
O Padre Leandro Luís, Vigário em Itajubá/Sul de Minas, foi encontrado morto por seu pai, na tarde de domingo, 14 de janeiro, em Consolação/MG. Sepultamento acontece nesta segunda, no cemitério da cidade.
A Arquidiocese de Pouso Alegre em nota a imprensa local comunica a morte prematura do padre Leandro Luís Mota Ribeiro, de 37 anos. Ele foi encontrado sem vida por seu pai, em casa, onde passava o final de semana, o fato foi registrado na tarde do último domingo (14/1), na cidade de Consolação/MG.
Padre Leandro Luís Mota vazia parte atualmente na paróquia Nossa Senhora das Graças, em Itajubá, na função de vigário paroquial há quase quatro anos. Ele foi ordenado presbítero em 2014. Exerceu seu ministério diaconal em Pouso Alegre, na paróquia Nossa Senhora de Fátima, onde fez um estágio pastoral, tornando-se vigário paroquial na paróquia logo após sua ordenação, onde ficou quatro anos.
De Pouso Alegre foi transferido para a Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Extrema, em 2020, novamente transferido para Paróquia Nossa Senhora das Graças, para ser vigário paroquial de Itajubá.
Padre Leandro luís também foi assessor da Pastoral Universitária na Arquidiocese de Pouso Alegre, membro do Conselho de Presbíteros no mandato 2022-2024.
“Como instrumentista de piano, violino e flauta sempre encantou a todos com sua voz. Também foi compositor de peças litúrgicas. Com personalidade marcante, amigo de todos, tinha sempre um jeito intuitivo de ser, por vezes, engraçadas vazia observações de fatos e pessoas”.
Ultimamente idealizou a reforma do presbitério da Igreja Matriz da Paróquia de Nossa Senhora das Graças, obra que vinha acompanhando num bonito projeto de sua autoria. Com seu talento musical tornou-se coordenador do coral arquidiocesano. Padre Leandro Luís deixa saudades e uma cidade inteira de luto, uma região inteira lamentando sua inesperada partida.
O velório tem início na tarde desta segunda-feira, na casa da família, após liberação do corpo pelo IML – Instituto Médico Legal. O sepultamento está previsto para acontecer no fim desta tarde, 15/01 no Cemitério Municipal de Consolação.
A Direção e funcionários da TV Jornal da Cidade lamenta o ocorrido, rogando ao Pai Celestial que receba Leandro Luís Mota Ribeiro em sua glória e traga conforto aos familiares, amigos e fieis da Paróquia Nossa Senhora das Graças. Descanse em paz! A todos nossos sentimentos. Fonte: https://www.tvjornaldacidade.com.br
Segunda-feira 15 de janeiro-2024. Evangelho do Dia- 2ª Semana do Tempo Comum- Com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e daí ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 2,18-22)
Naquele tempo, 18os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Então, vieram dizer a Jesus: "Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?"
19Jesus respondeu: "Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum, enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. 20Mas vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles vão jejuar.
21Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda. 22Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo em odres novos".
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
Os cinco conflitos entre Jesus e as autoridades religiosas. Em Mc 2,1-12 vimos o primeiro conflito. Era em torno do perdão dos pecados. Em Mac 2,13-17, o segundo conflito tratava da comunhão de mesa com pecadores. O evangelho de hoje traz o terceiro conflito sobre o jejum. Amanhã, teremos o quarto conflito em torno da observância do sábado (Mc 2,13-28). Depois de amanhã, o último dos cinco conflitos será em torno da cura em dia de sábado (Mc 3,1-6). O conflito sobre o jejum ocupa o lugar central. Por isso, as palavras meio soltas sobre o remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em barril novo (Mc 2,21-22) devem ser entendidas como uma luz que joga sua claridade também sobre os outros quatro conflitos, dois antes e dois depois.
Jesus não insiste na prática do jejum. O jejum é um costume muito antigo, praticado em quase todas as religiões. O próprio Jesus praticou-o durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade. Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber por que Jesus não insiste no jejum.
Enquanto o noivo está com eles não precisam jejuar. Jesus responde com uma comparação. Enquanto o noivo está com os amigos do noivo, isto é, durante a festa do casamento, estes não precisam jejuar. Jesus se considera o noivo. Os discípulos são os amigos do noivo. Durante o tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de casamento. Chegará o dia em que o noivo vai ser tirado. Aí, se eles quiserem, poderão jejuar. Jesus alude à sua morte. Sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade, as autoridades religiosas vão querer matá-lo.
Remendo novo em roupa velha, vinho novo em barril novo. Estas duas afirmações de Jesus, que Marcos colocou aqui, esclarecem a atitude crítica de Jesus frente às autoridades religiosas. Não se coloca remendo de pano novo em roupa velha. Na hora de lavar, o remendo novo repuxa o vestido velho e o estraga mais ainda. Ninguém coloca vinho novo em barril velho, porque a fermentação do vinho novo faz estourar o barril velho. Vinho novo em barril novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como barril velho. Não se deve querer combinar o novo que Jesus trouxe com os costumes antigos. Nem se pode querer reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trouxe faz estourar o barril velho. Tem que saber separar as coisas. Jesus não é contra o que é “velho”. O que ele quer evitar é que o velho se imponha ao novo e, assim, o impeça de manifestar-se. Seria o mesmo que reduzir a mensagem do Concílio Vaticano II ao tamanho do catecismo anterior ao Concílio, como alguns estão querendo.
4) Para um confronto pessoal
1) A partir da experiência profunda de Deus que o animava por dentro, Jesus tinha muita liberdade com relação às normas e práticas religiosas. E hoje, será que temos a mesma liberdade ou será que nos falta a liberdade dos místicos?
2) Remendo novo em roupa velha, vinho novo em barril velho. Existe isto em minha vida?
5) Oração final
Todo aquele que professa que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. E nós, que cremos, reconhecemos o amor que Deus tem para conosco. (1Jo 4,15-16)
Sexta-feira, 12 de janeiro-2024. 1ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 2, 1-12)
1Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. 2E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra. 3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: "Filho, os teus pecados estão perdoados". 6Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7"Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus". 8Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: "Por que pensais assim em vossos corações? 9O que é mais fácil: dizer ao paralítico: 'os teus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levanta-te, pega a tua cama e anda'? 10Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados disse ele ao paralítico: 11eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!" 12O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: "Nunca vimos uma coisa assim".
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
Em Mc 1,1-15, Marcos mostrou como a Boa Nova de Deus deve ser preparada e divulgada. Em Mc 1,16-45, mostrou qual o objetivo da Boa Nova e qual a missão da comunidade. Agora, em Mc 2,1 a 3,6, aparece o efeito do anúncio da Boa Nova. Uma comunidade fiel ao evangelho vive valores que contrastam com os interesses da sociedade envolvente. Por isso, um dos efeitos do anúncio da Boa Nova é o conflito com aqueles que defendem os interesses da sociedade. Marcos recolhe cinco conflitos que o anúncio da Boa Nova de Deus trouxe para Jesus.
* Nos anos 70, época em que ele escreve o seu evangelho, havia muitos conflitos na vida das comunidades, mas elas nem sempre sabiam como comportar-se diante das acusações que vinham da parte das autoridades romanas e dos líderes judeus. Este conjunto de cinco conflitos de Mc 2,1 a 3,6 servia como uma espécie de cartilha para orientar as comunidades, tanto as de ontem como de hoje. Pois o conflito não é um acidente de percurso, mas sim parte integrante da caminhada.
* Eis os esquema dos cincos conflitos que Marcos conservou no seu evangelho:
TEXTOS |
ADVERSÁRIOS DE JESUS |
CAUSA DO CONFLITO |
1º conflito: Mc 2,1-12 2º conflito: Mc 2,13-17 3º conflito: Mc 2,18-22 4º conflito: Mc 2,23-28 5º conflito: Mc 3,1-6 |
Escribas escribas dos fariseus discípulos de João e fariseus fariseus fariseus e herodianos |
perdão dos pecados comer com pecadores prática do jejum observância do sábado cura em dia de sábado |
A solidariedade dos amigos consegue o perdão dos pecados para o paralítico. Jesus está de volta em Cafarnaum. Juntou muita gente na porta da casa. Ele acolhe a todos e começa a ensinar. Ensinar, falar de Deus, era o que Jesus mais fazia. Chega um paralítico, carregado por quatro pessoas. Jesus é a única esperança deles. Eles não hesitam em subir no telhado e tirar as telhas. Deve ter sido uma casa pobre, barraco coberto de folhas. Eles descem o homem em frente a Jesus. Jesus, vendo a fé deles, diz ao paralítico: Teus pecados estão perdoados! Naquele tempo, o povo achava que defeitos físicos (paralítico) fossem castigo de Deus por algum pecado. Os doutores ensinavam que tal pessoa ficava impura e tornava-se incapaz de aproximar-se de Deus. Por isso, os doentes, os pobres, os paralíticos, sentiam-se rejeitados por Deus! Mas Jesus não pensava assim. Aquela fé tão grande era um sinal evidente de que o paralítico estava sendo acolhido por Deus. Por isso, ele declarou: Teus pecados estão perdoados! Ou seja: “Você não está afastado de Deus!” Com esta afirmação Jesus negou que a paralisia fosse um castigo pelo pecado do homem.
Jesus é acusado de blasfêmia pelos donos do poder. A afirmação de Jesus era contrária ao catecismo da época. Não combinava com a idéia que eles tinham de Deus. Por isso, reagem e acusam Jesus: Ele blasfema! Para eles, só Deus podia perdoar os pecados. E só o sacerdote podia declarar alguém perdoado e purificado. Como é que Jesus, homem sem estudo, leigo, simples carpinteiro, podia declarar as pessoas perdoadas e purificadas dos pecados? E havia ainda um outro motivo que os levava a criticar Jesus. Eles devem ter pensado: “Se for verdade o que esse Jesus está falando, nós vamos perder nosso poder! Vamos perder também nossa fonte de renda”.
Curando, Jesus prova que ele tem poder de perdoar os pecados. Jesus percebeu a crítica. Por isso, pergunta: O que é mais fácil dizer: ‘Teus pecados estão perdoados!’ ou: ‘Levanta-te e anda!’? É muito mais fácil dizer: “Teus pecados estão perdoados”. Pois ninguém pode verificar se de fato o pecado foi ou não foi perdoado. Mas se digo: “Levanta-te e anda!”, aí todos podem verificar se tenho ou não esse poder de curar. Por isso, para mostrar que tinha o poder de perdoar os pecados em nome de Deus, Jesus disse ao paralítico: Levanta-te, toma teu leito e vá para casa! Curou o homem! Assim através de um milagre provou que a paralisia do homem não era um castigo de Deus, e mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe no seu amor.
A mensagem do milagre e a reação do povo. O paralítico se levanta, pega seu leito, começa a andar, e todos dizem: Nunca vimos coisa igual! Este milagre revelou três coisas muito importantes: 1) As doenças das pessoas não são castigo pelos pecados. 2) Jesus abre um novo caminho para chegar até Deus. Aquilo que o sistema chamava de impureza já não era empecilho para as pessoas se aproximarem de Deus. 3) O rosto de Deus revelado através da atitude de Jesus era diferente do rosto severo do Deus revelado pela atitude dos doutores.
Isto lembra a fala de um drogado que se recuperou e agora participa de uma comunidade em Curitiba, Brasil. Ele disse: “Fui criado na religião católica. Deixei de participar. Meus pais eram muito praticantes e queriam que nós, os filhos, fôssemos como eles. A gente era obrigada a ir à igreja sempre, todos os domingos e festas. E quando não ia, eles diziam: "Deus castiga!” Eu ia a contragosto, e quando fiquei adulto, fui deixando aos poucos. Eu não gostava do Deus dos meus pais. Não conseguia entender como Deus, criador do mundo, ficasse em cima de mim, menino da roça, ameaçando com castigo e inferno. Eu gostava mais do Deus do meu tio que não pisava na igreja mas que, todos os dias, sem falta, comprava o dobro de pão, de que ele mesmo precisava, para dar para os pobres!"
4) Para um confronto pessoal
1) Você gostou do Deus do tio ou do Deus dos pais daquele ex-drogado?
2) Qual o rosto de Deus que transparece para os outros através do meu comportamento?
5) Oração final
O que nós ouvimos, o que aprendemos, o que nossos pais nos contaram não ocultaremos a seus filhos; mas vamos contar à geração seguinte as glórias do SENHOR, o seu poder e os prodígios que operou. (Sl 77, 3-4)
Papa Francisco lança em abril autobiografia que liga sua vida a eventos históricos
- Detalhes
Livro de memórias traz ponto de vista do pontífice sobre fatos como o Holocausto, as Torres Gêmeas e o conclave que o elegeu.
Walter Porto, editor de Livros.
Capa da edição brasileira da autobiografia do papa Francisco, que sai pela HarperCollins em abril - Divulgação
A HarperCollins prepara o lançamento mundial da autobiografia do papa Francisco, que sairá no Brasil simultaneamente a pelo menos outros dez países em que a editora de alcance global está ativa.
Intitulado "Vida - Minha História Através da História", o pontífice de 87 anos narra sua experiência dos principais acontecimentos que tomaram o mundo, indo desde a eclosão da Segunda Guerra Mundial, quando o argentino Jorge Mario Bergoglio tinha apenas três anos, até os dias de hoje.
O livro foi feito em parceria com o jornalista italiano Fabio Marchese Ragona, alternando a voz de Francisco em primeira pessoa com relatos mais distanciados do narrador.
O líder da Igreja Católica já tem uma série de livros publicados com sua assinatura, mas é a primeira vez que ele se dedica a um relato de memórias de tamanha amplitude sobre sua própria vida.
Entre os fatos sobre os quais o religioso decidiu oferecer seu testemunho estão o Holocausto, o bombardeio atômico sobre Hiroshima e Nagasaki, o ataque às Torres Gêmeas, a recessão de 2008, a renúncia do Papa Bento 16 e o conclave que o elegeu papa, há quase 11 anos.
Em comunicado divulgado pela editora, o papa afirma que "este livro foi escrito para que as pessoas, principalmente os mais jovens, possam ouvir a voz de um idoso e refletir sobre o que o nosso planeta tem vivido, para não repetir os erros do passado". Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Quinta-feira, 11 de janeiro-2024. 1ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 1, 40-45)
Naquele tempo, 40um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: "Se queres tens o poder de curar-me". 41Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: "Eu quero: fica curado!" 42No mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou curado. 43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: "Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!" 45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo. - Palavra da Salvação.
3) Reflexão
Acolhendo e curando o leproso Jesus revela um novo rosto de Deus. Um leproso chegou perto de Jesus. Era um excluído, impuro. Devia viver afastado. Quem tocasse nele ficava impuro também! Mas aquele leproso teve muita coragem. Transgrediu as normas da religião para poder chegar perto de Jesus. Ele grita: Se queres, podes curar-me! Ou seja: “Não precisa tocar-me! Basta você querer para eu ficar curado!” A frase revela duas doenças: 1) a doença da lepra que o tornava impuro; 2) a doença da solidão a que era condenado pela sociedade e pela religião. Revela também a grande fé do homem no poder de Jesus. Profundamente compadecido, Jesus cura as duas doenças. Primeiro, para curar a solidão, toca no leproso. É como se dissesse: “Para mim, você não é um excluído. Eu te acolho como irmão!” Em seguida, cura a lepra dizendo: Quero! Seja curado! O leproso, para poder entrar em contato com Jesus, tinha transgredido as normas da lei. Da mesma forma, Jesus, para poder ajudar aquele excluído e, assim, revelar um rosto novo de Deus, transgride as normas da sua religião e toca no leproso. Naquele tempo, quem tocasse num leproso tornava-se um impuro perante as autoridades religiosas e perante a lei da época.
Reintegrar os excluídos na convivência fraterna. Jesus não só cura, mas também quer que a pessoa curada possa conviver novamente. Reintegra a pessoa na convivência. Naquele tempo, para um leproso ser novamente acolhido na comunidade, ele precisava ter um atestado de cura assinado por um sacerdote. É como hoje. O doente só sai do hospital com o documento assinado pelo médico. Jesus obrigou o leproso a buscar o documento, para que ele pudesse conviver normalmente. Obrigou as autoridades a reconhecer que o homem tinha sido curado.
O leproso anuncia o bem que Jesus fez a ele, e Jesus se torna um excluído. Jesus tinha proibido o leproso de falar sobre a cura. Mas não adiantou. O leproso, assim que partiu, começou a divulgar a notícia, de modo que Jesus já não podia entrar publicamente numa cidade. Permanecia fora, em lugares desertos. Por que? É que Jesus tinha tocado no leproso. Por isso, na opinião pública daquele tempo, Jesus, ele mesmo, era agora um impuro e devia viver afastado de todos. Já não podia entrar nas cidades. Mas Marcos mostra que o povo pouco se importava com estas normas oficiais, pois de toda a parte vinham a ele! Subversão total!
Resumindo. Tanto nos anos 70, época em que Marcos escreve, como hoje, época em que nós vivemos, era e continua sendo importante ter diante de nós modelos de como viver e anunciar a Boa Nova de Deus e de como avaliar a nossa missão. Nos versículos 16 a 45 do primeiro capítulo do seu evangelho, Marcos descreve a missão da comunidade e apresenta oito critérios para as comunidades do seu tempo poderem avaliar a sua missão. Eis o esquema:
TEXTO |
ATIVIDADE DE JESUS |
OBJETIVO DA MISSÃO |
1. Marcos 1,16-20 |
Jesus chama os primeiros discípulos |
formar comunidade |
2. Marcos 1,21-22 |
o povo fica admirado com o ensino |
criar consciência crítica |
3. Marcos 1,23-28 |
Jesus expulsa um demônio |
combater o poder do mal |
4. Marcos 1,29-31 |
a cura da sogra de Pedro |
restaurar a vida para o serviço |
5. Marcos 1,32-34 |
a cura de doentes e endemoninhados |
acolher os marginalizados |
6. Marcos 1,35 |
Jesus levanta cedo para rezar |
ficar unido ao Pai |
7. Marcos 1,36-39 |
Jesus segue em frente no anúncio |
não se fechar nos resultados |
8. Marcos 1,40-45 |
a cura um leproso |
reintegrar os excluídos |
4) Para um confronto pessoal
1) Anunciar a Boa Nova é dar testemunho da experiência concreta que se tem de Jesus. O leproso, o que ele anuncia? Ele conta aos outros o bem que Jesus lhe fez. Só isso! Tudo isso! E é este testemunho que leva os outros a aceitar a Boa Nova de Deus que Jesus nos trouxe. Qual o testemunho que você dá?
2) Para levar a Boa Nova de Deus ao povo, não se deve ter medo de transgredir normas religiosas que são contrárias ao projeto de Deus e que dificultam a comunicação, o diálogo e a vivência do amor. Mesmo que isto traga dificuldades para a gente, como trouxe para Jesus. Já tive esta coragem?
5) Oração final
Vinde, prostrados adoremos, de joelhos diante do Senhor que nos criou. Ele é o nosso Deus, e nós o povo sob seu governo, o rebanho que ele conduz. (Sl 94, 6-7)
Quarta-feira, 10 de janeiro-2024. 1ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 1, 29-39)
Naquele tempo, 29Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André. 30A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. 31E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los.
32À tarde, depois do pôr-do-sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. 33A cidade inteira se reuniu em frente da casa. 34Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era.
35De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. 36Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. 37Quando o encontraram, disseram: "Todos estão te procurando". 38Jesus respondeu: "Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim". 39E andava por toda a Galiléia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
Jesus restaura a vida para o serviço. Depois de participar da celebração do sábado na sinagoga, Jesus entrou na casa de Pedro e curou a sogra dele. A cura fez com ela se colocasse de pé e, com a saúde e a dignidade recuperadas, começasse a servir as pessoas. Jesus não só cura a pessoa, mas cura para que a pessoa se coloque a serviço da vida.
Jesus acolhe os marginalizados. Ao cair da tarde, terminado o sábado na hora do aparecimento da primeira estrela no céu, Jesus acolhe e cura os doentes e os possessos que o povo tinha trazido. Os doentes e possessos eram as pessoas mais marginalizadas naquela época. Elas não tinham a quem recorrer. Ficavam entregues à caridade pública. Além disso, a religião as considerava impuras. Elas não podiam participar na comunidade. Era como se Deus as rejeitasse e as excluísse. Jesus as acolhe. Assim, aparece em que consiste a Boa Nova de Deus e o que ela quer atingir na vida da gente: acolher os marginalizados e os excluídos, e reintegrá-los na convivência da comunidade.
Permanecer unido ao Pai pela oração. Jesus aparece rezando. Ele faz um esforço muito grande para ter o tempo e o ambiente apropriado para rezar. Levantou mais cedo que os outros e foi para um lugar deserto, para poder estar a sós com Deus. Muitas vezes, os evangelhos nos falam da oração de Jesus no silêncio (Mt 14,22-23; Mc 1,35; Lc 5,15-16; 3,21-22). É através da oração que ele mantém viva em si a consciência da sua missão.
Manter viva a consciência da missão e não se fechar no resultado já obtido. Jesus se tornou conhecido. Todos iam atrás dele. Esta publicidade agradou aos discípulos. Eles vão em busca de Jesus para levá-lo de volta junto do povo que o procurava, e lhe dizem: Todos te procuram. Pensavam que Jesus fosse atender ao convite. Engano deles! Jesus não atendeu e disse: Vamos para outros lugares. Foi para isto que eu vim! Eles devem ter estranhado! Jesus não era como eles o imaginavam. Jesus tem uma consciência muito clara da sua missão e quer transmiti-la aos discípulos. Não quer que eles se fechem no resultado já obtido. Não devem olhar para trás. Como Jesus, devem manter bem viva a consciência da sua missão. É a missão recebida do Pai que deve orientá-los na tomada das decisões.
Foi para isto que eu vim! Este foi o primeiro mal-entendido entre Jesus e os discípulos. Por ora, é apenas uma pequena divergência. Mais adiante no evangelho de Marcos, este mal-entendido, apesar das muitas advertências de Jesus, vai crescer e chegar a uma quase ruptura entre Jesus e os discípulos (cf. Mc 8,14-21.32-33; 9,32;14,27). Hoje também existem mal-entendidos sobre o rumo do anúncio da Boa Nova. Marcos ajuda a prestar atenção nas divergências, para não permitir que elas cresçam até à ruptura.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus não veio para ser servido mas para servir. A sogra de Pedro começou a servir. E eu, faço da minha vida um serviço a Deus e aos irmãos e às irmãs?
2) Jesus mantinha a consciência da sua missão através da oração. E a minha oração?
5) Oração final
Povos todos, louvai o SENHOR, nações todas, dai-lhe glória; porque forte é seu amor para conosco e a fidelidade do SENHOR dura para sempre. (Sl 116)
Padre pede desculpas após chamar casal de 'pobre' em Sergipe
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‘Deve ser um casal pobre’, diz padre ao reclamar de decoração de casamento em Sergipe — Foto: Reprodução Facebook
O padre Raimundo Diniz usou as redes sociais para pedir desculpas ao casal de noivos, após criticar a qualidade da decoração escolhida por eles para a cerimônia de casamento. Durante uma missa que antecedeu a celebração de um casamento na Igreja Nossa Senhora de Santana, no município de Boquim, Sergipe, no último sábado, o pároco reclamou do tapete escolhido pelos dois.
“Peço publicamente aos familiares do noivo e da noiva e às pessoas que divulgaram esse vídeo, peço perdão se feri, não fui compreendido, entendido ou se falei palavras que feriram alguém. Publicamente, ao bispo e a toda a Diocese peço perdão”, disse o padre.
“Quando eu disse certamente que devem ser pessoas simples ou pobres, não estava discriminado ninguém. Afinal de contas, minha vida de sacerdote é acolher e defender os pobres”, acrescentou o líder religioso.
Diniz recebeu diversas críticas após o vídeo com a fala circular nas redes sociais:
“Não vou dar a comunhão aqui na nave central porque esse tapete está fazendo vocês escorregarem, porque não é tapete, é um negócio muito devagar, que escorrega, né? Pra não dizer que é coisa ruim. Foi essa condição que os noivos tiveram, infelizmente. A gente percebe que eles são bem simples e que a arrumação é bem simples, né? Deve ser um casal pobre”, disse o padre. Fonte: https://oglobo.globo.com
‘Deveria ser suspenso de celebrar casamentos’, diz mãe de noivo após padre criticar decoração e chamar noivos de pobres em Sergipe
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Ela disse ainda que ele deveria 'pagar pela língua' sendo responsabilizado pelo que falou. Após a situação, o padre usou as redes sociais da paróquia para pedir desculpas.
‘Deve ser um casal pobre’, diz padre ao reclamar de decoração de casamento em Sergipe
Por g1 SE
Padre reclama da decoração de igreja para casamento
Um dia após a repercussão do vídeo de um padre criticando o tapete da decoração de um casamento e chamando os noivos de pobres, no município de Boquim (SE), o g1, ouviu a mãe do noivo, a agricultora Juciara de Jesus. A fala do padre aconteceu em uma missa pouco antes do casamento, no último sábado (6).
Bastante indignada com o que aconteceu, ela confirmou que as declarações do padre foram feitas antes do casamento, que também foi celebrado por ele. No entanto, ela soube da fala do sacerdote sobre os noivos somente um dia depois. “Se eu soubesse antes, eu ia parar o casamento, ia pedir a ele para não casar o meu filho, porque eu tenho mais educação do que ele”, disse Juciara.
Juciara disse também que não tem raiva do padre, mas espera uma punição para o sacerdote.
“Ele deveria ser suspenso de celebrar casamentos por um tempo. Eu não tenho raiva dele, mas ele precisa ser punido por causa da língua dele. Criei meus filhos na roça, longe de drogas e tenho muito orgulho da criação que dei ”, disse.
Ela disse ainda que o filho e a esposa ficaram muito abalados com a fala do padre e com a repercussão da situação. “A igreja deveria pagar um psicólogo para eles. São dois jovens. Ele tem 20 anos e ela 19. Os dois se conheceram na escola”, falou.
O g1, também procurou a família da noiva. O pai dela, que preferiu não ser identificado, disse que a filha está mais tranquila. Ainda de acordo com ele, ela está grávida de oito meses, e o foco agora é que ela tenha a criança longe do estresse que essa situação já provocou.
Ele disse também que já conversou com o padre e reforçou que o sacerdote precisa ser responsabilizado pelo que disse. “Queria que ele se desculpasse por ter chamado a nossa família de pobre. Contratamos uma das melhores decoradoras de Boquim, um dos melhores fotógrafos e isso não é coisa que um padre deva falar”, finalizou.
O que disse o padre
Após o vídeo com a sua fala circular nas redes sociais, o padre se manifestou em uma rede social da paróquia para pedir desculpas pelo ocorrido. Segundo ele, a intenção era reforçar para que o sacristão tivesse cuidado com as ornamentações utilizadas nas missas e casamentos para que não colocasse em risco a vida das pessoas.
"Certamente a família pagou um preço alto e fizeram essa arrumação. Quando eu disse certamente que devem ser pessoas simples ou pobres não estava discriminado ninguém, afinal de contas minha vida de sacerdote é acolher e defender os pobres. Peço publicamente aos familiares do noivo e da noiva e às pessoas que divulgaram esse vídeo, peço perdão se feri não fui compreendido, entendido ou se falei palavras que feriram alguém. Publicamente ao bispo e a toda a diocese peço perdão “, disse o padre. Fonte: https://g1.globo.com
ACN: mais de 130 sacerdotes mortos, presos ou sequestrados em 2023
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Treze sacerdotes e um religioso foram assassinados em 2023, embora metade tenha sido morto por motivos aparentemente não relacionados à perseguição; as prisões aumentaram, mas os sequestros de clérigos e religiosos caíram em comparação com 2022, no entanto continua sendo uma séria preocupação, especialmente na África; regimes autoritários mantém repressão à Igreja.
Cristãos protestam contra a violência em Peshawar, Paquistão (Photo by Epa/Bilawal Arbab) (ANSA)
Por Marcio Martins, Ajuda à Igreja que Sofre
De acordo com os números levantados pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, um total de 132 padres e religiosos católicos foram presos, sequestrados ou assassinados durante 2023. Isso representa um aumento em relação aos 124 em 2022. Estes são, no entanto, os casos confirmados, o número poderia ser maior, uma vez que em alguns países é difícil obter informações confiáveis. Destes, 86 foram presos ou detidos em algum momento durante 2023.
Alguns dos padres e religiosos já haviam sido presos ou sequestrados antes do início do ano, mas permaneceram sob custódia ou ficaram desaparecidos por parte ou todo o ano de 2023. Isso se compara a 55 que estavam presos em algum momento de 2022.
Nicarágua e Belarus lideram a lista de regimes autoritários que recorreram à detenção de padres e religiosos para punir a Igreja por se manifestar contra injustiças e violações de direitos humanos, ou simplesmente por tentar operar livremente.
Um total de 46 clérigos foram presos em algum momento durante 2023 na Nicarágua, incluindo dois bispos e quatro seminaristas, enquanto outros, incluindo religiosas como as Missionárias da Caridade, foram expulsos do país ou recusaram a reentrada depois de estarem no exterior. Muitos dos padres que haviam sido presos acabaram sendo libertados ou enviados para o exílio, mas uma grande repressão nas últimas duas semanas de dezembro levou à prisão de pelo menos 19 clérigos, incluindo o bispo Isidoro de Carmen Mora Ortega, de Siúna. Dois dos padres foram libertados mais tarde, mas os restantes 17, mais o bispo Rolando Alvarez, que foi preso em agosto de 2022 e depois condenado a 26 anos de prisão, permanecem sob custódia.
Mesmo que provar a informação seja quase impossível, os números da ACN apontam para 20 casos de clérigos presos em algum momento de 2023 na China, alguns dos quais permanecem desaparecidos depois de muitos anos. Mas o número real pode ser maior, ou até um pouco menor, já que alguns padres ou bispos podem ter sido divulgados sem que detalhes fossem divulgados.
Outro país que recorreu a detenções para silenciar padres é a Belarus, onde pelo menos 10 foram detidos pelas autoridades em algum momento, com três ainda atrás das grades quando o ano se aproximava do fim.
Os padres Ivan Levitskyi e Bohdan Heleta, os dois padres greco-católicos que foram presos na Ucrânia em 2022 pelas forças russas de ocupação, também ainda não foram libertados.
E na Índia, onde as leis anticonversão continuam a ser usadas para tentar impedir o trabalho de organizações católicas, pelo menos seis foram presos ao longo do ano, incluindo uma irmã religiosa. Todos já foram libertados, embora alguns ainda enfrentem acusações que podem levar a penas de prisão.
Mesmo em diminuição, número de sequestros preocupa
O número de padres ou religiosas sequestrados em 2023 caiu de 54 em 2022 para 33, mas continua significativo. Este número inclui cinco padres que foram raptados em anos anteriores, mas permaneceram nas mãos dos seus raptores ou ficaram desaparecidos em 2023, como o padre Hans-Joachim Lohre, que foi raptado no Mali em 2022 e libertado em novembro de 2023.
A Nigéria lidera a lista de longe, com 28 casos, incluindo três religiosas, enquanto o único outro país com múltiplos casos foi o Haiti, com dois. Outros países onde padres foram sequestrados incluem Mali e Burkina Faso, enquanto na Etiópia uma irmã religiosa foi sequestrada.
Houve um caso na Nigéria de um monge que foi assassinado por seus sequestradores, caso contrário, a grande maioria dos sequestrados acabou sendo libertada, com exceção de quatro padres: John Bako Shekwolo, da Nigéria, e Joël Yougbaré, de Burkina Faso, que estão desaparecidos desde 2019, e Joseph Igweagu e Christopher Ogide, ambos da Nigéria. desaparecidos desde 2022.
Este é o segundo ano em que a ACN rastreia todos os casos de sequestros, assassinatos e prisões de clérigos e religiosos católicos em todo o mundo. Em relação às prisões, a ONG internacional rastreia apenas aquelas que estão relacionadas à perseguição, e não a casos comprovados de crime comum. Casos relacionados a membros de outras confissões também não são considerados na lista.
Nigéria registra maior número de assassinatos
Tragicamente, em 2023, muitos cristãos, especialmente clérigos e religiosos, pagaram um preço alto por seu compromisso com o bem comum, os direitos humanos, a liberdade religiosa e a liberdade das comunidades e nações que servem. Em 2023, foram registrados 14 assassinatos, incluindo 11 padres, um bispo, um irmão religioso e um seminarista. Isso representa uma queda em relação aos 18 registrados em 2022. Até onde a ACN pôde apurar, nenhuma religiosa foi assassinada este ano.
Sete dos assassinatos ocorreram em circunstâncias que não eram claras ou não estavam diretamente relacionadas a qualquer incidente confirmado de perseguição. Estes incluíam um bispo e um padre nos EUA, um padre na Colômbia, um padre no México, um irmão religioso nos Camarões, um padre no Burkina Faso e um padre na Nigéria.
Das outras sete mortes diretamente relacionadas à perseguição, a Nigéria novamente tem o maior número da lista, com três. O padre Isaac Achi foi brutalmente assassinado em janeiro, quando não conseguiu escapar de sua residência, que pegou fogo após um ataque, e o seminarista Na'aman Danlami teve exatamente o mesmo destino, mas em setembro. Logo depois, em outubro, Godwin Eze, um beneditino que havia sido sequestrado junto com dois colegas noviços, foi assassinado por seus sequestradores.
Alguns dos assassinatos foram classificados como sendo por motivos de perseguição, apesar dos motivos obscuros dos assassinos. Pamphili Nada foi morto na Tanzânia por um homem com problemas mentais. No México, o padre Javier García Villafaña foi encontrado morto a tiros em seu carro por agressores desconhecidos, em uma região onde o crime organizado é comum e aqueles que se manifestam contra ele são frequentemente alvos de cartéis de drogas. E, em dezembro, um padre belga idoso chamado Leopold Feyen, conhecido localmente como Pol, foi morto a facadas por homens armados que invadiram sua casa na República Democrática do Congo, onde serviu por décadas.
Sobre a ACN (Ajuda à Igreja que Sofre)
A Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, sigla em inglês) é uma Fundação Pontifícia que auxilia a Igreja por meio de informações, orações e projetos de ajuda a pessoas ou grupos que sofrem perseguição e opressão religiosa e social ou que estejam em necessidade. Fundada no Natal de 1947, a ACN tornou-se uma Fundação Pontifícia da Igreja em 2011. Todos os anos, a instituição atende mais de 5.000 pedidos de ajuda de bispos e superiores religiosos em cerca de 130 países, incluindo: formação de seminaristas, impressão de Bíblias e literatura religiosa - incluindo a Bíblia da Criança da ACN com mais de 51 milhões de exemplares impressos em mais de 190 línguas; apoia padres e religiosos em missões e situações críticas; construção e restauração de igrejas e demais instalações eclesiais; programas religiosos de comunicação; e ajuda aos refugiados e vítimas de conflitos. Fonte: https://www.vaticannews.va
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