Quarta-feira, 21 de outubro-2020. 29ª Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12, 39-48)
39Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa. 40Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem. 41Disse-lhe Pedro: Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos? 42O Senhor replicou: Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo? 43Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier! 44Em verdade vos digo: confiar-lhe-á todos os seus bens. 45Mas, se o tal administrador imaginar consigo: Meu senhor tardará a vir, e começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, 46o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e na hora em que ele não pensar, e o despedirá e o mandará ao destino dos infiéis. 47O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. 48Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir.
3) Reflexão Lucas 12,39-48
O evangelho de hoje traz novamente uma exortação à vigilância com outras duas parábolas. Ontem, a parábola era de patrão e empregado (Lc 12,36-38). Hoje, a primeira parábola é do dono de casa e do ladrão (Lc 12,39-40) e a outra fala do proprietário e do administrador (Lc 12,41-47).
Lucas 12,39-40: A parábola do dono da casa e do ladrão
“Fiquem certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe arrombasse a casa. Vocês também estejam preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem”. Assim como o dono da casa não sabe a que hora chega o ladrão, assim ninguém sabe a hora da chegada do Filho do Homem. Jesus deixa bem claro: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!" (Mc 13,32). Hoje, muita gente vive preocupada com o fim do mundo. Nas ruas das cidades, se vê escrito nas paredes: Jesus voltará! Teve até gente que, angustiada com a proximidade do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Mas o tempo passa e o fim não chega! Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a freqüentar uma determinada igreja! De tanto esperar e especular em torno da vinda de Jesus, muita gente já nem percebe mais a presença dele no meio de nós, nas coisas mais comuns da vida, nos fatos do dia-a-dia. Pois o que importa mesmo não é saber a hora do fim deste mundo, mas sim ter um olhar capaz de perceber a vinda de Jesus já presente no meio de nós na pessoa do pobre (cf Mt 25,40) e em tantos outros modos e acontecimentos da vida de cada dia.
Lucas 12,41: A pergunta de Pedro
“Então Pedro disse a Jesus: "Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?" Não se vê bem o porquê desta pergunta de Pedro. Ela evoca um outro episódio, no qual Jesus respondeu a uma pergunta semelhante dizendo: “A vocês é dado conhecer o mistério do Reino de Deus, mas aos outros tudo é dado a conhecer em parábolas” (Mt 13,10-11; Lc 8,9-10).
Lucas 12,42-48ª: A parábola do proprietário e do administrador
Na resposta à pergunta de Pedro Jesus formula uma outra pergunta em forma de parábola: "Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a todos na hora certa?” Logo em seguida, o Jesus mesmo, na própria parábola, já dá a resposta: bom administrador é aquele que cumpre sua missão de servidor, nunca usa os bens recebidos em proveito próprio, e está sempre vigilante e atento. Talvez seja uma resposta indireta à pergunta de Pedro, como se dissesse: “Pedro, a parábola é realmente para você! É para você saber administrar bem a missão que Deus lhe deu como coordenador das comunidades. Neste sentido, a resposta vale também para cada um de nós. E aí toma muito sentido a advertência final: “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”.
A chegada do Filho do Homem e o fim deste mundo
A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. Muita gente das comunidades dizia que o fim deste mundo estava perto e que Jesus voltaria logo. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1 Tes 4,13-18; 2 Tes 2,2). Por isso, havia até pessoas que já não trabalhavam, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas. Trabalhar para que, se Jesus ia voltar logo? (cf 2Ts 3,11). Paulo responde que não era tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisava: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” Outros ficavam só olhando o céu, aguardando o retorno de Jesus sobre as nuvens (cf At 1,11). Outros reclamavam da demora (2Pd 3,4-9). Em geral, os cristãos viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para encerrar a história injusta deste mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso no céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca! (2 Pd 3,4). Até hoje, a vinda final de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? É que já não percebemos que Jesus já voltou, já está no nosso meio: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. A plenitude ainda não chegou, mas uma amostra ou garantia do Reino já está no meio de nós. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25). E enquanto esperamos e lutamos, dizemos acertadamente: “Ele já está no meio de nós!” (Mt 25,40).
4) Para um confronto pessoal
1) A resposta de Jesus a Pedro serve também para nós, para mim. Será que sou um bom administrador, uma boa administradora da missão que recebi?
2) Como faço para estar vigilante sempre?
5) Oração final
Do nascer ao pôr-do-sol seja louvado o nome do Senhor. O Senhor é excelso sobre todos os povos, mais alta que os céus é sua glória. (Sl 112, 3-4)
Segunda-feira, 19 de outubro-2020. 29ª Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12, 13-21)
13Disse-lhe então alguém do meio do povo: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. 14Jesus respondeu-lhe: Meu amigo, quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós? 15E disse então ao povo: Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas. 16E propôs-lhe esta parábola: Havia um homem rico cujos campos produziam muito. 17E ele refletia consigo: Que farei? Porque não tenho onde recolher a minha colheita. 18Disse então ele: Farei o seguinte: derrubarei os meus celeiros e construirei maiores; neles recolherei toda a minha colheita e os meus bens. 19E direi à minha alma: ó minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos; descansa, come, bebe e regala-te. 20Deus, porém, lhe disse: Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma. E as coisas, que ajuntaste, de quem serão? 21Assim acontece ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus.
3) Reflexão Lucas 12, 13-21
O episódio narrado no evangelho de hoje só se encontra no Evangelho de Lucas e não tem paralelo nos outros evangelhos. Ele faz parte da longa descrição da viagem de Jesus, desde a Galileia até Jerusalém (Lc 9,51 a 19,28), na qual Lucas colocou a maior parte das informações que ele conseguiu coletar a respeito de Jesus e que não se encontram nos outros três evangelhos (cf. Lc 1,2-3). O evangelho de hoje traz a resposta de Jesus à pessoa que lhe pediu para ser mediador na repartição de uma herança.
Lucas 12,13: Um pedido para repartir herança
“Do meio da multidão, alguém disse a Jesus: "Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo". Até hoje, a distribuição da herança entre os familiares sobreviventes é sempre uma questão delicada e, muitas vezes, ocasião de brigas e tensões sem fim. Naquele tempo, a herança tinha a ver também com a identidade das pessoas (1Rs 21,1-3) e com a sua sobrevivência (Nm 27,1-11; 36,1-12). O problema maior era a distribuição das terras entre os filhos do falecido pai. Sendo a família grande, havia o perigo de a herança se esfacelar em pequenos pedaços de terra que já não poderiam garantir a sobrevivência de todos. Por isso, para evitar o esfacelamento ou desintegração da herança e manter vivo o nome da família, o mais velho recebia o dobro dos outros filhos (Dt 21,17. cf. 2Rs 2,11).
Lucas 12,14-15: Resposta de Jesus: cuidado com a ganância
“Jesus respondeu: "Homem, quem foi que me encarregou de julgar ou dividir os bens entre vocês?" Na resposta de Jesus transparece a consciência que ele tinha da sua missão. Jesus não se sente enviado por Deus para atender ao pedido de arbitrar entre os parentes que brigam entre si por causa da repartição da herança. Mas o pedido do homem despertou nele a missão de orientar as pessoas, pois “ele falou a todos: Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens". Fazia parte da sua missão esclarecer as pessoas a respeito do sentido da vida. O valor de uma vida não consiste em ter muitas coisas mas sim em ser rico para Deus (Lc 12,21). Pois, quando a ganância toma conta do coração, não há como repartir a herança com equidade e paz.
Lucas 12,16-19: Parábola que faz pensar no sentido da vida
Em seguida, Jesus conta uma parábola para ajudar as pessoas a refletir sobre o sentido da vida: "A terra de um homem rico deu uma grande colheita. E o homem pensou: O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita”. O homem rico está totalmente fechado dentro da preocupação com os seus bens que aumentaram de repente por causa de uma colheita abundante. Ele só pensa em acumular para garantir-se uma vida despreocupada. Ele diz: “Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir outros maiores; e neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: meu caro, você possui um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse, coma e beba, alegre-se!”
Lucas 12,20: Primeira conclusão da parábola
“Mas Deus lhe disse: Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?” A morte é uma chave importante para redescobrir o sentido verdadeiro da vida. Ela relativiza tudo, pois mostra o que perece e o que permanece. Quem só busca o ter e esquece o ser perde tudo na hora da morte. Aqui transparece um pensamento muito frequente nos livros sapienciais: para que acumular bens nesta vida, se você não sabe para quem vão ficar os bens que você acumulou, nem sabe o que vai fazer o herdeiro com aquilo que você deixou para ele (Ecl 2,12.18-19.21).
Lucas 12,21: Segunda conclusão da parábola
“Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus”. Como tornar-se rico para Deus? Jesus deu várias sugestões e conselhos: quem quer ser o primeiro, seja o último (Mt20,27; Mc 9,35; 10,44); é melhor dar que receber (At 20,35); o maior é o menor (Mt 18,4; 23,11; Lc 9,48) preserva vida quem perde a vida (Mt 10,39; 16,25; Mc 8,35; Lc 9,24).
4) Para um confronto pessoal
1) O homem pediu a Jesus para ajudar na repartição da herança. E você, o que você pede a Deus nas suas orações?
2) O consumismo cria necessidades e desperta em nós a ganância. Como você faz para não ser vítima da ganância provocado pelo consumismo?
5) Oração final
Aclamai o Senhor, por toda a terra. Servi o Senhor com alegria. Vinde, entrai exultantes em sua presença. (Sl 99, 1-2)
*O zelo missionário de Cristóvão Colombo
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Landing of Columbus (12 de outubro de 1492), pintura de John Vanderlyn
O seguinte post convidado foi escrito por Mike FitzGerald, co-presidente da Charlotte Latin Mass Community e também co-líder da Catholic Pró-Life Action Network de Charlotte. Mike também atua como correspondente free-lance e fotógrafo do Catholic News Herald, o jornal oficial da Diocese de Charlotte, Carolina do Norte.
Há mais de 125 anos, o Papa Leão XIII decretou que uma missa votiva da Santíssima Trindade fosse oferecida em 12 de outubro em ação de graças pela descoberta da América por Colombo e por trazer a fé católica a este hemisfério. Elogiando Colombo, o Papa Leão XIII escreveu em sua encíclica:
Pois Colombo é nosso; visto que se um pouco de consideração for dada à razão particular de seu projeto em explorar o mare tenebrosum, e também a maneira pela qual ele se esforçou para executar o projeto, é indubitável que a fé católica foi o motivo mais forte para o início e o prosseguimento do o design; de modo que também por isso todo o gênero humano não deve pouco à Igreja.
Decretamos, portanto, que no dia 12 de outubro, ou no domingo seguinte, se o ordinário preferir, em todas as igrejas catedrais e capelas conventuais de toda a Espanha, Itália e as duas Américas, após o ofício do dia haverá celebrou a Missa Solene da Santíssima Trindade … Quarto Abeunte Saeculo, 1892
Nos últimos tempos, Colombo e seu legado foram desnecessariamente criticados por meio de mentiras e falsidades . Mas como Servo de Deus, pe. John Hardon, SJ observou em seu livro “ Cristóvão Colombo: A Descoberta Católica da América ”, Colombo tinha uma fé profunda em Cristo e expressou-a em muitos de seus escritos. Fr. Hardon fornece vários exemplos do registro de Columbus:
Como é nosso costume, as Vésperas foram rezadas no final da tarde, e um agradecimento especial foi oferecido a Deus por nos dar uma esperança renovada através dos muitos sinais de terra que Ele proveu. Agora acredito que a luz que vi antes foi um sinal de Deus e que foi realmente a primeira indicação positiva de terra. - 11 de outubro de 1492.
Quero que os nativos desenvolvam uma atitude amigável para conosco, porque sei que são um povo que pode ser libertado e convertido à nossa Santa Fé Católica, mais pelo amor do que pela força. - 12 de outubro de 1492.
Para Fr. Hardon, ficou claro que o zelo missionário de Colombo (um franciscano da Ordem Terceira) e da Serva de Deus Rainha Isabel a Católica (conforme declarado em 1974), os levava a seguir esta missão. Esta fome de almas por Cristo pode ter sido também uma das razões, outro Servo de Deus, pe. Michael J. McGivney escolheu o nome de Colombo para sua nova ordem fraterna, os Cavaleiros de Colombo.
Aqueles de nós em Charlotte, Carolina do Norte, devemos ser particularmente gratos a Colombo porque menos de 50 anos após sua descoberta, uma subsequente expedição espanhola liderada por Hernando De Soto apresentou a fé católica às Carolinas em 1540 quando ele passou perto de Charlotte com seus padres. Como tal, fechamos com o Papa Leão XIII:
E, acima de tudo, convém confessar e celebrar de maneira especial a vontade e os desígnios da Sabedoria Eterna, sob cuja orientação o descobridor do Novo Mundo se colocou com uma devoção tão tocante. - Quarto Abeunte Saeculo
É um lembrete para recuperarmos a Santa Fé que foi introduzida nessas terras há cinco séculos e com zelo compartilhá-la com aqueles que estão separados dela ou que dela carecem em sua totalidade.
*Nota do Olhar Jornalístico. Mesmo sem concordar com tais afirmações do autor, sempre é bom pensar com outro olhar.
DIA MUNDIAL DAS MISSÕES: Padre sequestrado libertado na África
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Ao recordar o Dia Mundial das Missões com o seu tema “Eis-me aqui, envia-me! Tecelões de fraternidade” o Papa Francisco saudou com alegria a libertação do missionário padre Macalli sequestrado dois anos atrás no Níger
Jane Nogara – Vatican News
Depois da oração do Angelus, neste domingo (18) o Santo Padre saudou os presentes e recordou que hoje a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões destacando o trabalho dos missionários. Iniciou citanto o tema 2020.
“Eis-me aqui, envia-me! Tecelões de fraternidade. Essa é uma palavra bonita “tecelões”. Cada cristão é chamado a ser um tecelão de fraternidade. De maneira especial, assim são os missionários e missionárias - sacerdotes, leigos, homens e mulheres consagrados - que semeiam o Evangelho no grande campo do mundo. Rezemos por eles e ofereçamos-lhe o nosso apoio concreto”
Em seguida o Papa manifestou publicamente a sua gratidão pela recente libertação do padre Pierluigi Maccalli da Sociedade de Missões Africanas, sequestrado dois anos atrás no Níger.
“Também nos alegramos porque com ele foram libertados outros três reféns. Continuemos a rezar pelos missionários e catequistas e também por aqueles que são perseguidos ou sequestrados em várias partes do mundo”. Fonte: https://www.vaticannews.va
29º Domingo do Tempo Comum - Ciclo A: A imagem de Deus que temos
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A reflexão bíblica é elaborada por Adroaldo Palaoro, padre jesuíta, comentando o evangelho do 29º Domingo do Tempo Comum - Ciclo A, que corresponde ao texto de Mateus 22,15-21.
“De quem é a imagem e a inscrição desta moeda?” (Mt 22,20).
Eis o comentário.
Sempre é importante estar atento ao contexto em que se situa o evangelho de cada domingo. Hoje, os chefes religiosos compreenderam que as parábolas polêmicas (os dois irmãos convidados pelo pai a trabalhar na vinha, os vinhateiros homicidas, o banquete de casamento) se referiam a eles; por isso, contra-atacam a Jesus com três perguntas capciosas que são como que armadilhas para ter de quê acusá-lo (pagar ou não o imposto a César, a ressurreição dos mortos e qual é o primeiro mandamento).
Hoje, perguntam a Jesus sobre o imposto a ser pago aos romanos. Era um assunto polêmico que dividia a opinião pública. Os adversários de Jesus querem a todo custo acusá-lo e, assim, diminuir a sua influência junto do povo. Muitas vezes, pessoas ou grupos, inimigos entre si, se unem para defender seus privilégios contra aqueles que os incomodam com o anúncio da verdade e da justiça.
As perguntas dirigidas a Jesus, mesmo aquelas que revelavam uma intenção de incriminá-lo, são para Ele ocasião privilegiada para ir além das mesmas perguntas e acabam gerando respostas surpreendentes, que ninguém esperava.
No evangelho deste domingo, Jesus responde ao que não lhe haviam perguntado, indicando uma atitude vital que vai além da alternativa que lhe foi proposta: a licitude de pagar ou não o imposto a César.
Em primeiro lugar, Jesus denuncia a submissão dos fariseus e herodianos que carregavam consigo moedas com a imagem do imperador romano: viviam como escravos submissos a um poder que desumanizava e humilhava a todos com pesados impostos e com violência extrema.
Na prática, eles já reconheciam a autoridade de César. Já estavam dando a César o que era de César, pois usavam as moedas dele para comprar e vender e até para pagar o imposto ao Templo!
Em segundo lugar, Jesus, ao perguntar – “de quem é essa imagem e essa inscrição” – está fazendo clara referência ao Gênesis, onde se diz que o ser humano foi criado à imagem de Deus. Se o ser humano é imagem de Deus, é preciso dar a Deus o que lhe fora tirado, ou seja, o próprio ser humano.
O ser humano é “imagem” de Deus e só a Ele pertence. O único absoluto é Deus. Trata-se de uma “submissão amorosa” que não se impõe (imposto), pois o convida a entrar em sintonia com Ele, numa comunhão de vida e compromisso com os outros.
Alguns biblistas traduzem a expressão “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” por “retirai de César o que é de Deus”, ou “não dai a César o que é de Deus”, ou ainda, “dai a César o que é de César, mas não lhe deis o que é de Deus”.
O que interessa a Jesus é que “deem a Deus o que é de Deus!”, isto é, pratiquem a justiça e a misericórdia, para entrar em sintonia com o coração do Pai, pois a hipocrisia dos fariseus e herodianos negava a Deus o que lhe era devido.
Em outras palavras: não entregueis a nenhum “césar” o que é de Deus: os pobres e os pequenos que são os prediletos do Pai; o Reino de Deus pertence aos últimos. Não se pode sacrificar a vida e a dignidade dos indefesos a nenhum poder político, financeiro, econômico ou religioso. Os humilhados pelos poderosos são de Deus e de ninguém mais. Que nenhum poder abuse deles; que nenhum “césar” se imponha sobre eles.
Com sua resposta, Jesus propõe um princípio de validade permanente: rejeitar, de maneira absoluta, qualquer tipo de poder. César se impõe (imposto) pelo poder, que oprime e exclui; Deus não se impõe (não é imposto); faz-se dom, esvazia-se de todo poder e se aproxima de cada um de nós, se faz comunhão.
O relacionamento entre o ser humano e Deus dá-se na esfera da mais pura liberdade, lá onde as decisões são ditadas pelo amor. O Deus que Jesus nos revelou é o Deus que se faz presente no pequeno, no simples, naqueles que não tem voz e nem vez neste mundo. Não é o Deus do poder absoluto, nem o Deus que exige obediência e submissão àqueles que se apresentam como representantes do divino.
Esta identificação de Deus com cada ser humano não vai na linha do poder que se impõe, mas na direção do amor que se faz oferta. Deus revela sua transcendência não no poder que tanto buscamos, mas na humanidade da qual queremos constantemente escapar.
A afirmação lapidar de Jesus vai da imagem impressa na moeda à imagem que trazemos impressa em nossas vidas, ou seja, a imagem de Deus. O dinheiro traz impressa a imagem dos poderosos; o ser humano traz impressa a imagem de Deus; o dinheiro vale o que vale o poderoso que o imprimiu; o ser humano vale o que vale Aquele que o criou à sua própria imagem. O denário traz impressa a imagem de César; por isso, vale o que vale o César.
O ser humano traz impressa a imagem de Deus; por isso, tem valor absoluto. Com o denário, pode-se pagar os impostos, mas o ser humano não é moeda de circulação, que se compra ou se vende. O ser humano é a única “moeda” que vale a vida mesma de Deus. Por isso, o ser humano não pode ser “produto” que é vendido aos interesses humanos.
Jesus desencadeou um movimento de vida, centrada na comunhão de bens, sem um dinheiro divinizado em forma de capital autônomo, valioso em si mesmo. Estritamente falando, seu projeto se opunha (em um nível diferente) à ordem imperial de Roma, que mantinha seu poder, assentado sobre fundamentos de dinheiro.
Nesse contexto se situa e deve ser entendida esta passagem sobre o tributo a César, que os adversários apresentam a Jesus para pegá-lo em algum tipo de contradição e assim poder acusá-lo diante do povo (se defendesse o tributo) ou diante da administração romana (se rejeitasse o tributo).
A partir deste cenário de fundo as comunidades cristãs apresentam o tema da relação entre a “economia do Reino”, ou seja, a comunhão gratuita de bens, e a “economia de César”, que se fundamenta e se expressa nos tributos a serviço da administração militar do império e do sustento de um tipo de política, que se expressava em domínio dos poderosos.
Vivemos em um contexto social e econômico onde o “deus dinheiro” determina todas as relações humanas, inclusive no campo religioso. O neo-liberalismo (“césar” pós moderno) endeusou o “poder monetário”, destruindo aquela “imagem” divina impressa no coração de cada um. E o ser humano passou a ter “valor de mercado”, e toda pessoa que não produz ou não é rentável (doentes, idosos, pobres...) é descartado.
São os “césares” que se infiltram nas profundezas de nosso ser, conduzindo-nos a um profundo processo de desumanização.
Para meditar na oração:
Alimentamos diferentes “césares” em nosso coração, aos quais nos fazemos submissos: instinto de posse, busca de poder e prestígio, consumismo, obsessão por um bem-estar material sempre maior, o espírito de competição... Quando é “césar’ que determina nossa vida, sua influência envenena nossa relação com Deus, deforma nossa verdadeira identidade e rompe nossa comunhão com os outros e nos desumanizamos...
Como seguidores de Jesus, devemos buscar nele a inspiração e o alento para viver de maneira livre e solidária.
- Dar nomes aos “césares” que comandam seu coração e que exigem pesados impostos.
O evangelho de hoje faz emergir a seguinte pregunta: sinto-me “denário de césar”? sinto-me imagem de Deus? Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Os pobres são de Deus: 29º Domingo do Tempo Comum
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A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 22,15-21 que corresponde ao 29° Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Nas costas de Jesus, os fariseus chegam a um acordo para preparar-lhe uma armadilha decisiva. Eles não vão pessoalmente encontrar-se com Ele. Enviam discípulos acompanhados por uns partidários de Herodes Antipas. Talvez não faltem entre eles alguns poderosos cobradores dos tributos para Roma.
A armadilha está bem pensada: “Estamos obrigados a pagar tributo a César ou não?”. Se responde negativamente poderão acusá-lo de rebelião contra Roma. Se legitima o pagamento de tributos ficará desprestigiado ante aqueles pobres camponeses que vivem oprimidos pelos impostos, e aos que Ele ama e defende com todas as suas forças.
A resposta de Jesus foi resumida de forma lapidária ao longo dos séculos nestes termos: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Poucas palavras de Jesus foram citadas como estas. E nenhuma, talvez, mais distorcida e manipulada a partir de interesses muito afastados ao Profeta defensor dos pobres.
Jesus não está pensando em Deus e no César de Roma como os poderes que podem exigir cada um deles, no seu próprio campo, os seus direitos aos seus súbditos. Como todo o judeu fiel, Jesus sabe que a Deus “lhe pertence a terra e tudo o que contêm, a orbe e todos os seus habitantes” (Salmo 24). Que pode ser do César que não seja de Deus? Acaso não são filhos de Deus os súbditos do imperador?
Jesus não se detém nas diferentes posições que enfrentam naquela sociedade os herodianos, saduceus ou fariseus sobre os tributos a Roma e o seu significado: se levam a “moeda do tributo” nas suas bolsas que cumpram suas obrigações. Mas Ele não vive ao serviço do Império de Roma, mas abrindo caminhos ao reino de Deus e da sua justiça.
Por isso lhes recorda algo que ninguém lhe perguntou: “Dai a Deus o que é de Deus”. Quer dizer, não deis a nenhum César o que só é de Deus: a vida dos seus filhos e filhas. Como já tinha dito aos seus seguidores, os pobres são de Deus, os pequenos são seus prediletos, o reino de Deus lhes pertence. Ninguém pode abusar deles.
Não se deve de sacrificar a vida, a dignidade ou a felicidade das pessoas a nenhum poder. E, sem dúvida, nenhum poder sacrifica hoje mais vidas e ocasiona mais sofrimento, fome e destruição que essa “ditadura de uma economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano” que, segundo o Papa Francisco, conseguiu impor-se aos poderosos da terra. Não podemos permanecer passivos e indiferentes silenciando a voz da nossa consciência com as práticas religiosas. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Sexta-feira, 16 de outubro-2020. 28ª Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12, 1-7)
1Enquanto isso, os homens se tinham reunido aos milhares em torno de Jesus, de modo que se atropelavam uns aos outros. Jesus começou a dizer a seus discípulos: Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser conhecido. 3Pois o que dissestes às escuras será dito à luz; e o que falastes ao ouvido, nos quartos, será publicado de cima dos telhados. 4Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disto nada mais podem fazer. 5Mostrar-vos-ei a quem deveis temer: temei àquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno; sim, eu vo-lo digo: temei a este. 6Não se vendem cinco pardais por dois asses? E, entretanto, nem um só deles passa despercebido diante de Deus. 7Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois. Mais valor tendes vós do que numerosos pardais.
3) Reflexão Lucas 12,1-7 (Mt 10,28-31)
O evangelho de hoje traz uma última crítica de Jesus contra as autoridades religiosas do seu tempo.
Lucas 12,1ª: Milhares buscam Jesus
“Enquanto isso, milhares de pessoas se reuniram, de modo que uns pisavam nos outros”. Esta frase deixa transparecer a enorme popularidade de Jesus e o desejo do povo de encontrar-se com ele (cf. Mc 6,31; Mt 13,2). Deixa transparecer também o abandono em que se encontrava o povo. “São como ovelhas sem pastor”, dizia Jesus em outra ocasião quando via a multidão aproximar-se dele para ouvir a sua palavra (Mc 6,34).
Lucas 12,1b: Cuidado com a hipocrisia
“Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: "Tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”. Marcos já falava do fermento dos fariseus e dos herodianos e sugeria que se tratava da mentalidade ou da ideologia dominante da época que esperava um messias glorioso e poderoso (Mc 8,15; 8,31-33). Aqui no nosso texto, Lucas identifica o fermento dos fariseus com a hipocrisia. Hipocrisia é uma atitude que inverte os valores. Esconde a verdade. Mostra uma casca bonita que encobre e disfarça a podridão dentro da casca. No caso, a hipocrisia era a casca aparente da fidelidade máxima à palavra de Deus que escondia a contradição da vida deles. Jesus quer o contrário. Quer a coerência que não deixa no escondido.
Lucas 12,2-3: O escondido será revelado
“Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. Pelo contrário, tudo o que vocês tiverem feito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que vocês tiverem pronunciado em segredo, nos quartos, será proclamado sobre os telhados". É a segunda vez que Lucas fala deste assunto (cf. Lc 8,17). Em vez da hipocrisia dos fariseus que esconde a verdade, os discípulos devem ter a sinceridade. Não devem ter medo da verdade. Jesus os convida a partilhar com os outros os ensinamentos que dele aprenderam. Os discípulos não podem conservá-los só para si, mas devem divulgá-los. Um dia, as máscaras vão cair e tudo será revelado às claras, proclamado sobre os telhados (cf. Mt 10,26-27).
Lucas 12,4-5: Não ter medo
“Pois bem, eu digo a vocês, meus amigos: não tenham medo daqueles que matam o corpo, e depois disso nada mais têm a fazer. Vou mostrar a quem vocês devem temer: tenham medo daquele que, depois de ter matado, tem poder de jogá-los no inferno. Eu lhes digo: é a este que vocês devem temer”. Aqui Jesus se dirige aos seus amigos, os discípulos e discípulas. Eles não devem ter medo daqueles que matam o corpo, que torturam, machucam e fazem sofrer. Os torturadores podem até matar o corpo, mas não conseguem matar neles a liberdade e o espírito. Devem ter medo, isto sim, de que o medo do sofrimento os leve a esconder ou a negar a verdade e, assim, os faça ofender a Deus. Pois quem se afasta de Deus se perde para sempre.
Lucas 12,6-7: Vocês valem mais que muitos pardais
“Não se vendem cinco pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. Até mesmo os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais”. Os discípulos não devem ter medo de nada, pois eles estão na mão de Deus. Jesus manda olhar os passarinhos. Dois pardais se vendem por poucos centavos e no entanto nenhum pardal cai no chão sem o consentimento do Pai. Até os cabelos na cabeça estão contados. Lucas diz que nenhum cabelo cai sem a licença do Pai (Lc 21,18). E caem tantos cabelos! Por isso, “não tenham medo. Você valem muito mais que muitos pardais”. É a lição que Jesus tirou da contemplação da natureza. (cf Mt 10,29-31)
A contemplação da natureza
No Sermão da Montanha, a mensagem mais importante, Jesus a tirou da contemplação da natureza. Eles diz: "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo, e odeie o seu inimigo!' Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês! Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos. Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu." (Mt 5,43-45.48). A observação do ritmo do sol e da chuva levaram Jesus e esta afirmação revolucionária: “Eu lhes digo amem os seus inimigos!” O mesmo vale para o convite de olhar os lírios do campo e as aves do céu (Mt 6,25-30). Esta surpreendente atitude contemplativa diante da natureza levou Jesus a criticar verdades aparentemente eternas. Seis vezes em seguida ele teve a coragem de corrigir publicamente a Lei de Deus: “Antigamente foi dito, mas eu digo...”. A descoberta feita na contemplação renovada da natureza tornou-se para ele uma luz muito importante para reler a história com outros olhos e descobrir nela luzes que antes não eram percebidas. Hoje está em andamento uma nova visão do universo. As descobertas da ciência a respeito da imensidão do macro-cosmo e do micro-cosmo estão sendo fonte de uma nova contemplação do universo, Já está começando a crítica de muitas verdades aparentemente eternas.
4) Para um confronto pessoal
1) O escondido será revelado. Tem em mim algo do qual tenho medo de que seja revelado?
2) A contemplação dos pardais e das coisas da natureza levaram Jesus a atitudes novas e surpreendentes que revelavam a bondade gratuita de Deus. Tenho costume de contemplar a natureza?
5) Oração final
A palavra do Senhor é reta, em todas as suas obras resplandece a fidelidade: ele ama a justiça e o direito, da bondade do Senhor está cheia a terra. (Sl 32, 4-5)
O segundo padre desaparecido é encontrado carbonizado em Minas. O outro- da Paraíba- continua desaparecido.
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Corpo de padre desaparecido é encontrado carbonizado em Manhumirim, em MG
O padre, de 36 anos, foi visto por último nessa terça-feira (13). No corpo havia marcas de facadas.
Por Matheus Mesmer e Hérisder Matias, G1 Vales de Minas Gerais e Inter TV
O corpo do padre que estava desaparecido desde essa terça-feira (13), foi encontrado carbonizado e com marcadas de facadas, em Manhumirim (MG).
Segundo a Polícia Militar, Adriano da Silva Barros teria ido visitar a mãe, que está doente, em Martins Soares (MG), e retornaria para Simonésia (MG), onde é vigário, para celebrar uma missa na paróquia.
O religioso foi visto por último deixando a irmã em Reduto (MG), por volta das 13h. Ela foi a última pessoa que teve contato com ele.
No início da noite desta quarta-feira (14), a polícia foi acionada por um morador do Córrego Pirapetinga, em Manhumirim, ao perceber que havia um fogo no seu terreno e, ao chegar para apagar, encontrou o corpo carbonizado.
No local, a perícia constatou que havia ferimentos no corpo do padre provocados, provavelmente, por facas. A Polícia Civil suspeita que ele tenha sido vítima de latrocínio, já que o veículo em que ele estava foi visto no estado do Rio de Janeiro.
A autoria do crime ainda é investigada pela polícia. Dois suspeitos, que foram vistos por testemunhas próximo ao local onde o corpo foi encontrado, foram detidos pela Polícia Militar. Ainda não há confirmação de que eles tenham participação no crime.
O veículo utilizado pelo padre ainda não foi localizado. A Polícia Rodoviária Federal informou que ele foi visto passando por Teresópolis (RJ), por volta de 5h da manhã.
'Amigo do povo'
O padre Júlio César que também é pároco em Simonésia, divulgou um vídeo com o objetivo de encontrar Adriano, que estava desaparecido.
Segundo ele, o religioso não tinha problemas com ninguém e era amigo de todos. “É um padre jovem, 36 anos de idade, dinâmico, amigo do povo. Um padre que tem uma boa reflexão, uma boa comunicação”, afirmou. Fonte: https://g1.globo.com
NOTA OFICIAL
Polícia Civil. Manhuaçu 14/10/2020-21h15
Foi encontrado o início da noite desta quarta-feira, 14/10/20, o corpo do Padre Adriano, Vigário da Paróquia de Simonésia.
O corpo sem vida estava em uma estrada rural próxima a Manhumirim. Exames periciais iniciais indicam ao menos cinco perfurações causadas por arma branca - possivelmente uma faca -, sendo esta a possível causa da morte. A vítima estava carbonizado e vestígios de gasolina foram encontrados no local.
Familiares fizeram reconhecimento da vítima. Pertences pessoais encontrados junto ao corpo, em especial uma aliança usada por religiosos, corroboram para identificação. Exames de DNA poderão ser realizados a critério do Delegado de Polícia que presidirá o Inquérito Policial.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de latrocínio, pois já se tem informações de que o veículo da vítima foi visto no Estado do Rio de Janeiro na madrugada, por volta das 2h30, do dia 14/10/20. Fonte: Uol
Após pedido de socorro pelo Whatsapp, padre desaparece em João Pessoa
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Ele tinha saído para rezar por um morto, a pedido de familiares, segundo o secretário da paróquia
Por Carlos Rocha
Um sumiço misterioso está angustiando a família de padre de João Pessoa, que desapareceu misteriosamente após ser chamado para rezar por um corpo, nesta terça-feira (13). José Gilmar é pároco da Igreja Santa Teresinha, no bairro do Roger, e saiu ainda pela manhã.
De acordo com Thiago Melo, secretário da paróquia, o padre José Gilmar foi chamado pela família de um morto para "encomendar o corpo". Alguns instantes após ter saído, uma pessoa da paróquia recebeu uma mensagem do religioso, via Whatsapp, na qual pedia socorro.
Não houve resposta às tentativas de entrar em contato com o padre após o recebimento da mensagem. Segundo o secretário, o aparelho aparece sem sinal de internet, fora de área ou desligado.
A polícia foi acionada e faz buscas pelo religioso. Quem tiver informação sobre o paradeiro de José Gilmar pode entrar em contato através do número (83) 9 8829 9909. Fonte: https://www.portalt5.com.br
28º Domingo do Tempo Comum: Quarta-feira 14.
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A RELIGIÃO HIPÓCRITA... Evangelho do Dia (Lc 11, 42-46). Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 14 de outubro-2020.
Quarta-feira, 14 de outubro-2020. 28ª Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 42-46)
Naquele tempo disse Jesus: 42Ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de diversas ervas e desprezais a justiça e o amor de Deus. No entanto, era necessário praticar estas coisas, sem contudo deixar de fazer aquelas outras coisas. 43Ai de vós, fariseus, que gostais das primeiras cadeiras nas sinagogas e das saudações nas praças públicas! 44Ai de vós, que sois como os sepulcros que não aparecem, e sobre os quais os homens caminham sem o saber. 45Um dos doutores da lei lhe disse: Mestre, falando assim também a nós outros nos afrontas. 46Ele respondeu: Ai também de vós, doutores da lei, que carregais os homens com pesos que não podem levar, mas vós mesmos nem sequer com um dedo vosso tocais os fardos.
3) Reflexão
No Evangelho de hoje continua o relacionamento conflituoso entre Jesus e as autoridades religiosas da época. Hoje, na igreja acontece o mesmo conflito. Numa determinada diocese, o bispo convocou os pobres a participar ativamente. Eles atenderam ao pedido e em grande número começaram a participar. Surgiu um grave conflito. Os ricos diziam que foram excluídos e alguns sacerdotes começaram a dizer: “O bispo só faz política e esquece o evangelho!”
Lucas 11,42: Ai de vocês, que deixam de lado a justiça e o amor
“Ai de vocês, fariseus, porque vocês pagam o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixam de lado a justiça e o amor de Deus. Vocês deveriam praticar isso, sem deixar de lado aquilo”. Esta crítica de Jesus contra os líderes religiosos daquela época pode ser repetido contra muitos líderes religiosos dos séculos seguintes, até hoje. Muitas vezes, em nome de Deus, insistimos em detalhes e esquecemos a justiça e o amor. Por exemplo, o jansenismo tornou árida a vivência da fé, insistindo em observâncias e penitências que desviaram o povo do caminho do amor. A irmã carmelita Santa Teresa de Lisieux foi criada nesse ambiente jansenista que marcava a França no fim do século XIX. Foi a partir de uma dolorosa experiência pessoal, que ela soube recuperar a gratuidade do amor de Deus como a força que deve animar por dentro a observância das normas. Pois, sem a experiência do amor, as observâncias fazem de Deus um ídolo.
A observação final de Jesus dizia: “Vocês deveriam praticar isso, sem deixar de lado aquilo”. Esta advertência faz lembrar uma outra observação de Jesus que serve de comentário: "Não pensem que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento. Eu garanto a vocês: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem sequer uma letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo aconteça. Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino do Céu. Com efeito, eu lhes garanto: se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino do Céu" (Mt 5,17-20)
Lucas 11,43: Ai de vocês, que gostam dos lugares de honra
“Ai de vocês, fariseus, porque gostam do lugar de honra nas sinagogas, e de serem cumprimentados em praças públicas”. Jesus chama a atenção dos discípulos para o comportamento hipócrita de alguns fariseus. Estes tinham gosto em circular pelas praças com longas túnicas, receber as saudações do povo, ocupar os primeiros lugares nas sinagogas e os lugares de honra nos banquetes (cf. Mt 6,5; 23,5-7). Marcos acrescenta que eles gostavam de entrar nas casas das viúvas e fazer longas preces em troca de dinheiro! Pessoas assim vão receber um julgamento mais severo (Mc 12,38-40). Hoje acontece o mesmo na nossa igreja.
Lucas 11,44: Ai de vocês, túmulos escondidos
“Ai de vocês, porque são como túmulos que não se vêem, e os homens pisam sobre eles sem saber". Lucas modificou a comparação. Em Mateus se diz: “Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão! Assim também vocês: por fora, parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e injustiça” (Mt 23,27-28). A imagem de “sepulcros caiados” fala por si e não precisa de comentário. Por meio dela, Jesus condena os que mantêm uma aparência fictícia de pessoa correta, mas cujo interior é a negação total daquilo que querem fazer aparecer para fora. Lucas fala em sepulcros escondidos: “Ai de vocês, porque são como túmulos que não se veem, e os homens pisam sobre eles sem saber". Quem pisa ou toca num sepulcro torna-se impuro, mesmo quando o sepulcro existe escondido debaixo do chão. A imagem é muito forte: por fora, o fariseu de sempre parece justo e bom, mas esse aspecto é um engano, pois dentro dele existe um sepulcro escondido que, sem o povo se dar conta, espalha um veneno que mata, comunica uma mentalidade que afasta de Deus, sugere uma compreensão errada da Boa Nova do Reino. Uma ideologia que faz do Deus vivo um ídolo morto!
Lucas 11,45-46: Crítica do doutor da lei e a resposta de Jesus
“Um especialista em leis tomou a palavra, e disse: "Mestre, falando assim insultas também a nós!" Na resposta Jesus não voltou atrás mas deixou bem claro que a mesma crítica valia também para os escribas: "Ai de vocês também, especialistas em leis! Porque vocês impõem sobre os homens cargas insuportáveis, e vocês mesmos não tocam essas cargas nem com um só dedo”. No Sermão da Montanha, Jesus expressou a mesma crítica que serve de comentário: “Os doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, vocês devem fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imitem suas ações, pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam no ombro dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo” (Mt 23,2-4).
4) Para um confronto pessoal
1) A hipocrisia mantém uma aparência enganadora. Até onde atua em mim a hipocrisia? Até onde a hipocrisia atua na nossa igreja?
2) Jesus criticava os escribas que insistiam na observância disciplinar das coisas miúdas da lei como dízimo da hortelã, da arruda e de todas as ervas, e esqueciam de insistir no objetivo da lei que é a prática da justiça e do amor. Vale para mim esta crítica?
5) Oração final
Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores. Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite. (Sl 1, 1-2)
El Salvador. Evangélicos superam católicos numericamente
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Pesquisa do CID Gallup constatou que pela primeira vez a grei evangélica é maior que o rebanho católico na República de El Salvador. Os evangélicos somam 44% da população estimada em 6,5 milhões de habitantes, enquanto católicos são 38%, outros 15% não se identificam com qualquer religião e 3% professam outros credos. A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Das pessoas com mais de 40 anos, 66% nasceram católicas; já @s que têm menos de 24 anos, apenas 38% são católicos. “É interessantes ver a perda dos fiéis do catolicismo ao longo dos anos”, avaliou o jornalista Jonathan Laguan, que conduziu a pesquisa. Segundo o levantamento, a Igreja Católica salvadorenha perdeu 17% de fiéis nos últimos anos.
Evangélicos estão há quase 125 anos em El Salvador, um país historicamente católico. Comentando esse crescimento ao portal Mundo Cristão, o pastor Jorge Aguirre, da Igreja Gamaliel, acha que ele aconteceu “por causa do que as igrejas fazem com indivíduos num país carente, com famílias destruídas”.
A população salvadorenha reconhece as ações sociais das igrejas evangélicas, num país marcado pela violência. “Logicamente há muito mais a ser feito, é preciso mudar as leis para que as pessoas tenham realmente medo de fazer o mal, mas ao mesmo tempo dar às pessoas uma oportunidade de desenvolvimento, de crescimento”, definiu o pastor Numa Rodezno.
Tramita na Assembleia Legislativa do país a proposta do Estado reconhecer a Igreja Evangélica em sua Constituição. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
É possível?... Um Olhar sobre Nossa Senhora Aparecida
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É POSSÍVEL?... Um Olhar sobre a devoção a Nossa Senhora Aparecida, por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 12 de outubro-2020.
Orai por nós, Nossa Senhora Aparecida
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Por Joaquim Ferreira dos Santos
Valei-me, Nossa Senhora Aparecida, porque hoje é o teu dia, sublime padroeira do Brasil, e já aqui bem cedo me faço presente para pedir socorro, arroz, esperança, o que tiver sobrado na tua sempre farta dispensa de generosidade e auxílio emergencial.
Eu sei que santo de casa não faz milagre, eu sei que o estado é laico e o jornalismo deveria sê-lo também. Não resisto, porém, à premência do desespero e à coincidência de te ter hoje no calendário. Mendigo das palavras, servo dos teus obséquios, faço em teu louvor os clamores desta oração.
Eis-me aqui, ó mulher preta dos orgulhos nacionais, na segunda-feira das crônicas ligeiras, te pedindo com a gravidade de um homem genuflexo, a excelsa delicadeza de jogar luz sobre essa mina escura e funda, o trem das nossas vidas.
Se fosse em outubros passados eu subiria os degraus da Penha e lá do alto, os olhos fitos no meu berço suburbano, eu pediria contrito pela conversão dos pecados, a vida eterna e o amém salvador – mas a festa da Penha acabou.
Peço desculpas, Virgem Altíssima, se atropelo a hierarquia celeste e, diante da falta de quadros nacionais, recorro com meu pedido de socorro à tua superior instância. No outro dia, apareceu por aqui um “Anjo” – mas suas asas guardavam apenas um bandido. Tem sido assim. Falta-nos santo.
Nunca tivemos tantos candidatos ao cargo, todos homens e mulheres que se anunciam ungidos pela hóstia do bem, dispostos a cerrar os olhos, dar as mãos e rezar um rosário de aleluias até na abertura das sessões do STF. Zombam da fé, esses insensatos. São padroeiros de si mesmos, santos que ainda estão com a comprovação de inocência percorrendo o devido trâmite legal.
Me perdoe, ó incomparável, o português ruim do pronome abrindo a frase, mas é que o acúmulo de aflições não permite uma prece com melhor homilia e revisão. Tenho pressa em comungar das tuas benesses. Quem me dera a poesia da encíclica papal, a beleza de citar Vinicius de Moraes, o branco mais preto-velho do Brasil, e repetir que a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Perdão, mas hoje não tem a hóstia consagrada dos verbos mais bonitos. O bicho tá pegando.
Diz o dito popular, minha Aparecida do Norte, que pra baixo todo santo ajuda e, neste momento de ladeira abaixo nacional, 150 mil mortos pelo vírus, eu deveria seguir o conselho e pedir proteção a gente menos gabaritada do baixo clero - mas é aí que mora o perigo. Os novos santos têm pés-de-barro, são de pau oco. Foi falsificado em alguma universidade distante o currículo em que apresentam seus milagres.
A mentira virou sacramento, a esperteza ganhou o evangelho e atrás do púlpito federal o homem com ar desmiolado aponta o céu como se acusasse Jesus por todo esse horror. É a teologia do deboche. Valei-me, padroeira, porque faz apenas um ano e o Brasil ganhava sua primeira santa, Irmã Dulce, consagrada justamente depois de se examinar a veracidade de seus milagres.
Pioramos, e por tudo isso eis-me aqui, neste dia sagrado, súdito fiel aos teus pés, na carência pública por atenção. Orai por nós, Aparecida, e não nos deixei cair na tentação de piorar mais ainda. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
28º Domingo do Tempo Comum: Um Olhar.
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28º Domingo do Tempo Comum: Um Olhar. Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Angra dos Reis/RJ. 11 de outubro-2020.
Papa telefona para Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, e pede que não desanime e continue ao lado dos pobres
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Padre Júlio foi ameaçado ao menos duas vezes este ano. Papa Francisco viu fotos dos moradores de rua em São Paulo e disse conhecer as dificuldades por quais passam.
Por G1 SP
O Papa Francisco telefonou neste sábado (10) para o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, para perguntar sobre os moradores de rua no Brasil.
Segundo comunicado divulgado pela Arquidiocese de São Paulo, o papa telefonou para o padre Júlio às 14h15 e queria saber por quais dificuldades a pastoral passa.
O papa pediu ao padre, que mesmo diante de todas as dificuldades, não "desanime" e continue junto aos pobres (leia íntegra da nota abaixo).
Neste ano, padre Júlio foi ameaçado ao menos duas vezes. Em janeiro, policiais teriam dito a três jovens moradores de rua que "a hora do Padre Julio Lancelotti vai chegar", no Belenzinho, Zona Leste da cidade. A Corregedoria da Polícia Militar apura a denúncia e a a Defensoria Pública da União "afirmou preocupada com a integridade pessoal e a liberdade de manifestação do padre".
Em setembro, padre Júlio registrou um boletim de ocorrência por ameaça após ter sido xingado por um motoqueiro enquanto fazia trabalho de atendimento a moradores de rua no Centro da cidade.
Lancellotti afirma ser alvo de uma campanha de difamação vinda do deputado estadual e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Arthur do Val (Patriota), conhecido pelo apelido de Mamãe Falei. O político nega as ameaças.
No último dia 1º, a Justiça Eleitoral determinou a remoção das publicações nas redes sociais de Arthur do Val nas quais ele critica o padre Júlio. Conhecido pelo apelido Mamãe Falei, o candidato publicou vídeos em suas redes sociais chamando o padre de "cafetão da miséria".
Comunicado
"Neste sábado, 10 de outubro, às 14h15, recebi o telefonema de sua santidade o Papa Francisco que falou comigo com toda simplicidade e proximidade, perguntando sobre a população de rua, como é nossa convivência com os irmãos de rua, quais as dificuldades que sentimos.
O Papa disse que viu as fotos que enviamos para ele e que sabe das dificuldades que passamos, mas que não desanimemos e façamos sempre como Jesus, estando junto dos mais pobres.
Pediu para transmitir a todos os moradores de rua o seu amor e proximidade e que todos rezem por ele. Ele reza por todos nós também.
Padre Julio Lancellotti
Vigário Episcopal para o Povo da Rua
Arquidiocese de São Paulo".
Fonte: https://g1.globo.com
*28º Domingo do Tempo Comum - Ano A: Um Olhar
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A liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum utiliza a imagem do "banquete" para descrever esse mundo de felicidade, de amor e de alegria sem fim que Deus quer oferecer a todos os seus filhos.
Na primeira leitura, Isaías anuncia o "banquete" que um dia Deus, na sua própria casa, vai oferecer a todos os Povos. Acolher o convite de Deus e participar nesse "banquete" é aceitar viver em comunhão com Deus. Dessa comunhão resultará, para o homem, a felicidade total, a vida em abundância.
O Evangelho sugere que é preciso "agarrar" o convite de Deus. Os interesses e as conquistas deste mundo não podem distrair-nos dos desafios de Deus. A opção que fizemos no dia do nosso batismo não é "conversa fiada"; mas é um compromisso sério, que deve ser vivido de forma coerente.
Na segunda leitura, Paulo apresenta-nos um exemplo concreto de uma comunidade que aceitou o convite do Senhor e vive na dinâmica do Reino: a comunidade cristã de Filipos. É uma comunidade generosa e solidária, verdadeiramente empenhada na vivência do amor e em testemunhar o Evangelho diante de todos os homens. A comunidade de Filipos constitui, verdadeiramente, um exemplo que as comunidades do Reino devem ter presente.
Não basta...
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 9 de outubro-2020.
Não basta ser de uma pastoral, associação religiosa ou exercer uma função “evangelizadora” na comunidade. É necessário ter as vestes da amorosidade, porque as vezes somos verdadeiros pit bulls!
Quando as pessoas se aproximam atacamos, ferimos e, muitas vezes, até matamos e condenamos o nosso “irmão” de comunidade com o nosso olhar e atitudes de indiferença, discriminação e rejeição.
Não basta estar no convento, seminário, mosteiro ou comunidade de vida. É necessário termos as vestes do perdão, do diálogo, da humildade e da mansidão.
Quantos religiosos, religiosas, seminaristas, consagrados e consagradas que vivem em um verdadeiro inferno comunitário. São obrigados a rezarem juntos, viverem juntos e celebrarem juntos, mas na verdade são incapazes de falar um Bom dia, uma Boa tarde e uma Boa noite. São incapazes de perdoar o seu irmão (a) de comunidade- mesmo falando no perdão- e se fecha no individualismo, moralismo e conservadorismo, criando assim uma máscara para se protegerem.
Não basta se apresentar no altar ou testemunhar o amor conjugal em retiros, conferências, palestras e formação. É necessário usar as vestes do diálogo na família, é necessário usar as vestes da compreensão, da tolerância e da amizade com os filhos e a família.
Quantos casais “igrejeiros” não conseguem aceitar os filhos por questões sexuais? Quantos casais líderes de movimentos que são incapazes de ser família nas questões de ecumenismo ou no trato com as diferenças econômicas e raciais no seio da família?
Não basta usar um Escapulário de Nossa Senhora do Carmo ou o hábito carmelita- Seja na ordem primeira, segunda ou terceira- é necessário usarmos as vestes evangélicas para termos assim uma vida com “sabor do Evangelho”, como afirma o Sumo pontífice, o Papa Francisco na Encíclica Fratelli Tutti.
Não basta dizer que é candidato do Movimento A ou do Movimento B da Igreja Católica. É necessário usar as vestes da ética nas relações políticas, econômicas, religiosas e sociais com o próximo.
Quantos políticos ditos “cristãos” foram presos ou condenados na operação lava-jato? Quantos candidatos “igrejeiros” que agem e vivem completamente contra a Boa Nova do Evangelho no que se refere aos menos favorecidos e vulneráveis?
Sim, em nossas relações diárias precisamos usar as vestes evangélicas anunciadas, “vendidas” e defendidas por Jesus Cristo. Caso o contrário, não passamos de intrusos na Festa do Banquete e verdadeiros estrupícios que, em nome de uma fé, de uma religião ou de uma “verdade” que professamos, não passamos de fariseus e hipócritas aproveitadores do sagrado. E tenho dito!
EVANGELHO - Mt 22,1-14: Atualização
No nosso texto, a questão decisiva não é se Deus convida ou se não convida; mas é se se aceita ou se não se aceita o convite de Deus para o "banquete" do Reino. Os convidados que não aceitaram o convite representam aqueles que estão demasiado preocupados a dirigir uma empresa de sucesso, ou a escalar a vida a pulso, ou a conquistar os seus cinco minutos de fama, ou a impor aos outros os seus próprios esquemas e projetos, ou a explorar o bem estar que o dinheiro lhes conquistou e não têm tempo para os desafios de Deus.
Vivemos obcecados com o imediato, o politicamente correto, o palpável, o material, e prescindimos dos valores eternos, duradouros, exigentes, que exigem o dom da própria vida. A questão é: onde é que está a verdadeira felicidade? Nos valores do Reino, ou nesses valores efémeros que nos absorvem e nos dominam?
Os convidados que não aceitaram o convite representam também aqueles que estão instalados na sua autossuficiência, nas suas certezas, seguranças e preconceitos e não têm o coração aberto e disponível para as propostas de Deus. Trata-se, muitas vezes, de pessoas sérias e boas, que se empenham seriamente na comunidade cristã e que desempenham papéis fundamentais na estruturação dos organismos paroquiais... Mas "nunca se enganam e raramente têm dúvidas"; sabem tudo sobre Deus, já construíram um deus à medida dos seus interesses, desejos e projetos e não se deixam questionar nem interpelar. Os seus corações estão, também, fechados à novidade de Deus.
Os convidados que aceitaram o convite representam todos aqueles que, apesar dos seus limites e do seu pecado, têm o coração disponível para Deus e para os desafios que Ele faz. Percebem os limites da sua miséria e finitude e estão permanentemente à espera que Deus lhes ofereça a salvação. São humildes, pobres, simples, confiam em Deus e na salvação que Ele quer oferecer a cada homem e a cada mulher e estão dispostos a acolher os desafios de Deus.
A parábola do homem que não vestiu o traje apropriado convida-nos a considerar que a salvação não é uma conquista, feita de uma vez por todas, mas um sim a Deus sempre renovado, e que implica um compromisso real, sério e exigente com os valores de Deus. Implica uma opção coerente, contínua, diária com a opção que eu fiz no Batismo... Não é um compromisso de "meias tintas", de tentativas falhadas, de "tanto se me dá como se me deu"; mas é um compromisso sério e coerente com essa vida nova que Jesus me apresentou.
*Leia o Evangelho na íntegra. Clique ao lado no link- EVANGELHO DO DIA.
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