O NASCIMENTO DE MARIA TÁ NA BÍBLIA?...
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O NASCIMENTO DE MARIA TÁ NA BÍBLIA?... Entenda a Festa que a Igreja celebra hoje. Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 8 de setembro-2020.
NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA - 8 de setembro. Evangelho do dia- Lectio Divina, com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Abri, ó Deus, para os vossos servos e servas os tesouros da vossa graça: e assim como a maternidade de Maria foi a aurora da salvação, a festa do seu nascimento aumente em nós a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 1,1-16.18-23)
1Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac. Isaac gerou Jacó. Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara. Farés gerou Esron. Esron gerou Arão. 4Arão gerou Aminadab. Aminadab gerou Naasson. Naasson gerou Salmon. 5Salmon gerou Booz, de Raab. Booz gerou Obed, de Rute. Obed gerou Jessé. Jessé gerou o rei Davi. 6O rei Davi gerou Salomão, daquela que fora mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão. Roboão gerou Abias. Abias gerou Asa. 8Asa gerou Josafá. Josafá gerou Jorão. Jorão gerou Ozias. 9Ozias gerou Joatão. Joatão gerou Acaz. Acaz gerou Ezequias. 10Ezequias gerou Manassés. Manassés gerou Amon. Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no cativeiro de Babilônia. 12E, depois do cativeiro de Babilônia, Jeconias gerou Salatiel. Salatiel gerou Zorobabel. 13Zorobabel gerou Abiud. Abiud gerou Eliacim. Eliacim gerou Azor. 14Azor gerou Sadoc. Sadoc gerou Aquim. Aquim gerou Eliud. 15Eliud gerou Eleazar. Eleazar gerou Matã. Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo. 18Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. 19José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. 20Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. 22Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: 23Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7, 14), que significa: Deus conosco.
3) Reflexão Mateus 1,1-16.18-23
Hoje, 8 de setembro, festa da Natividade de Nossa Senhora, o evangelho traz a genealogia ou a carteira de identidade de Jesus. Por meio de uma lista de nomes dos antepassados, o evangelista conta para as comunidades quem é Jesus e como Deus agiu de modo surpreendente para cumprir nele a sua promessa. As nossas carteiras de identidade têm o nosso nome e o nome dos nossos pais. Algumas pessoas, para dizer quem são, lembram também os nomes dos avôs e avós. Outras, têm vergonha de alguns antepassados da sua família, e se escondem atrás de aparências que enganam. A carteira de identidade de Jesus tem muitos nomes. Na lista destes nomes há uma grande novidade. Naquele tempo, as genealogias traziam somente os nomes dos homens. Por isso, surpreende o fato de Mateus colocar cinco mulheres entre os antepassados de Jesus: Tamar, Raab, Rute, a mulher de Urias e Maria. Por que ele escolheu precisamente estas cinco mulheres, e não outras? Esta é a pergunta que o evangelho de Mateus deixa na nossa cabeça.
Mateus 1,1-17: A longa lista dos nomes – o começo e o fim da genealogia
No começo e no final da genealogia, Mateus deixa claro qual é a identidade de Jesus: ele é o Messias, filho de Davi e filho de Abraão. Como descendente de Davi, Jesus é a resposta de Deus às expectativas do povo judeu (2 Sm 7,12-16). Como descendente de Abraão, ele é uma fonte de bênção e de esperança para todas as nações da terra (Gn 12,13). Assim, tanto os judeus como os pagãos que faziam parte das comunidades da Síria e da Palestina na época de Mateus, ambos podiam ver suas esperanças realizadas em Jesus.
Ao elaborar a lista dos antepassados de Jesus, Mateus adotou um esquema de 3 x 14 gerações (Mt 1,17). O número 3 é o número da divindade. O número 14 é duas vezes 7, que é o número da perfeição. Naquele tempo, era comum interpretar ou calcular a ação de Deus através de números e datas. Por meio destes cálculos simbólicos, Mateus revela a presença de Deus ao longo das gerações e exprime a convicção das comunidades de que Jesus apareceu no tempo estabelecido por Deus. Com a sua chegada a história alcançou o seu pleno cumprimento.
A mensagem das cinco mulheres citadas na genealogia
Jesus é a resposta de Deus às expectativas tanto de judeus como de pagãos, sim, mas o é de uma forma totalmente surpreendente. Nas histórias das quatro mulheres do AT, citadas na genealogia, existe algo de anormal. As quatro eram estrangeiras, conceberam seus filhos fora dos padrões normais do comportamento da época e não satisfaziam às exigências das leis da pureza do tempo de Jesus. Tamar, uma cananéia, viúva, se vestiu de prostituta para obrigar Judá a ser fiel à lei e dar-lhe um filho (Gn 38,1-30). Raab , uma cananéia, prostituta de Jericó, fez aliança com os israelitas. Ajudou-os a entrar na Terra Prometida e professou a fé no Deus libertador do Êxodo (Js 2,1-21). Betsabea, uma hitita, mulher de Urias, foi seduzida, violentada e engravidada pelo rei Davi, que, além disso, mandou matar o marido dela (2 Sm 11,1-27). Rute , uma moabita, viúva pobre, optou para ficar com Noemi e aderiu ao Povo de Deus (Rt 1,16-18). Aconselhada pela sogra Noemi, Rute imitou Tamar e passou a noite na eira, junto com Booz, forçando-o a observar a lei e dar-lhe um filho. Da relação entre os dois nasceu Obed, o avô do rei Davi (Rt 3,1-15;4,13-17). Estas quatro mulheres questionam os padrões de comportamento impostos pela sociedade patriarcal. Mesmo assim, suas iniciativas pouco convencionais deram continuidade à linhagem de Jesus e trouxeram a salvação de Deus para todo o povo. Foi através delas que Deus realizou seu plano e enviou o Messias prometido. Realmente, o jeito de agir de Deus surpreende e faz pensar! No fim, o leitor ou a leitora fica com a pergunta: “E Maria? Existe nela também alguma irregularidade nela? Qual?” A resposta é dada na história de São José que segue no texto (Mt 1,18-23).
Mateus 1,18-23: São José era justo
A irregularidade em Maria é que ela ficou grávida antes de conviver com José, seu prometido esposo, que era justo. Jesus disse: “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos fariseus e escribas, não vão poder entrar no Reino dos céus”. Se José tivesse sido justo conforme a justiça dos fariseus, ele deveria ter denunciado Maria e ela teria sido apedrejada. Jesus teria morrido. Graças à verdadeira justiça de José, Jesus pôde nascer.
4) Para um confronto pessoal
1-Quando me apresento aos outros, o que digo de mim mesmo e da minha família?
2-Se o evangelista coloca apenas estas cinco mulheres ao lado de mais de quarenta homens, ele, sem dúvida, quer comunicar uma mensagem. Qual é esta mensagem? O que tudo isto nos diz sobre a identidade de Jesus? E o que diz sobre nós mesmos?
5) Oração final
Que todas as tuas obras te louvem, Senhor, e te bendigam os teus fiéis. Proclamem a glória do teu reino e falem do teu poder. (Sl 144, 10-11)
Bispos, dinheiro e ‘africanidade’
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Igreja Universal passou a ser vista, em Angola, como potencial ameaça
Há uma guerra em curso, em Angola, entre o poder terreno e o poder espiritual. Dias atrás, o governo angolano ordenou o fechamento de diversos templos da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), sob as acusações de evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Atrás do véu das aparências, ocultam-se tensões políticas profundas, que envolvem o Brasil, além dos múltiplos usos do discurso da “africanidade”.
A Universal construiu um império com cerca de 300 templos, 500 mil fiéis e receitas anuais de US$ 80 milhões no país lusófono africano. No passado recente, a influência dos bispos de Edir Macedo não assustava o regime autoritário de José Eduardo dos Santos. A Iurd era aliada dos governos petistas — que, por sua vez, operavam como parceiros econômicos e diplomáticos do homem forte angolano, especialmente pela concessão de financiamentos do BNDES a obras da Odebrecht.
Mas tudo mudou, nos dois lados do Atlântico. Do lado de lá, João Lourenço tomou o lugar de José Eduardo dos Santos, deflagrando expurgos no MPLA, o partido dirigente, eliminando os dirigentes ligados ao antecessor. Do lado de cá, Bolsonaro substituiu o PT, rompendo a parceria com Angola. A única coisa que não mudou foi o “governismo de resultados” de Edir Macedo, que estabeleceu aliança com o presidente brasileiro de extrema-direita. Daí, a Iurd passou a ser vista, em Angola, como potencial ameaça ao sistema de poder de João Lourenço.
Regimes autoritários incomodam-se, sempre, com a presença de focos alternativos de influência. A ofensiva contra a Iurd inscreve-se nessa moldura genérica. Contudo as formas singulares que assume oferecem uma pequena aula sobre a narrativa da genuína “africanidade”.
Ano passado, sob a liderança do bispo Valente Bezerra Luiz, um vasto grupo de pastores angolanos cindiu com o comando brasileiro da Iurd, representado na África pelo bispo Honorilton Gonçalves. Os dissidentes formaram um centro dirigente local, a “comissão reformada”, e lançaram dois tipos de acusações contra a direção “universal”. De um lado, emergiu o tema do dinheiro: transferência ilegal de recursos angolanos ao Brasil. De outro, surgiu o da “africanidade”: o predomínio “racista” dos pastores brasileiros sobre os de Angola.
A igreja “universal” viu-se diante da questão nacional, uma encruzilhada que, ao longo da história, atormentou os partidos e movimentos internacionais. A guerra esquentou no fim de junho, durante a quarentena da Covid, quando os seguidores da “comissão reformada” invadiram templos vazios em quatro províncias, hasteando bandeiras angolanas nos púlpitos. Então, o grupo dissidente atacou residências de bispos brasileiros, enquanto os dirigentes oficiais organizaram uma milícia para recuperar os templos.
A cisão religiosa acompanha, como uma sombra, tanto a campanha de João Lourenço contra a facção de seu antecessor quanto o distanciamento geopolítico de Angola em relação ao Brasil. Valente e os seus ofereceram ao governo angolano os pretextos legais para deflagrar a ofensiva contra a Iurd. Repentinamente, as práticas financeiras habituais dos bispos “universais” chamaram a atenção de um regime que, antes, fingia nada saber. Fonte: https://oglobo.globo.com
Santuário dedicado à Madre Teresa: lugar de paz e alegria no coração
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Três anos atrás foi consagrado em Pristina, no Kosovo, o Santuário dedicado a Santa Teresa de Calcutá. O Bispo afirma; queremos trazer a reconciliação e a mensagem de amor da Santa, uma figura central para a evangelização
Debora Donnini – Vatican News
Este Santuário é como "uma lâmpada de amor, humildade e esperança, colocado no meio do povo". São palavras de Dom Dodë Gjergji, Bispo de Prizren-Pristina, Kosovo ao descrever o profundo significado do Santuário e da concatedral dedicada a Santa Teresa de Calcutá, três anos após sua consagração em 2017. A Santa fundadora das Missionárias da Caridade, falecida há 23 anos, tem sua memória litúrgica no dia 5 de setembro e foi beatificada em 2003 por São João Paulo II e canonizada pelo Papa Francisco em 2016. Em sua vida realizou ações extraordinárias de amor pelos descartados de nosso tempo e costumava reconhecer sua imagem como a de um "pequeno lápis nas mãos de Deus".
A história do Santuário
O Santuário tem uma história muito particular, encontra-se no local da morte dos primeiros mártires São Floro e Lauro (século II d.C.) e perto do túmulo do Arcebispo Peter Bogdani. Com o apoio do primeiro presidente do Kosovo, Ibrahim Rugova, o terreno foi concedido e a pedra fundamental foi abençoada em 26 de agosto de 2005 pelo bispo Mark Sopi. Ambos morreram no ano seguinte. Isto atrasou os trabalhos de construção. Com a nomeação e chegada do então administrador apostólico, Dodë Gjergji, o projeto foi retomado e, após 10 anos de trabalho, em 2017, o Santuário foi consagrado. Em 2010 foi possível celebrar o centenário do nascimento de Madre Teresa no próprio Santuário, que ainda estava em construção na época.
Luz que ilumina o passado
"Como Igreja Católica queremos ser uma luz de paz e reconciliação", "uma luz que ilumine nosso passado também para que as pessoas possam redescobrir suas raízes cristãs", diz o bispo na entrevista, em referência ao sofrimento vivido pela população, particularmente nos anos da Guerra em 1998-1999, com uma violência que causou a morte de pelo menos 11.000 pessoas. O Santuário é um lugar central na vida de Pristina, capital do Kosovo, "e não apenas para os cristãos", recorda Dom Gjergji: "é uma maravilha ver como pessoas de todas as confissões, de todas as nações, vêm alegremente à catedral e têm uma experiência de paz e alegria no coração". O prelado também lembra dos laços de Madre Teresa com esta terra: de seus pais nascidos em Prizren à vocação recebida no Santuário de Nossa Senhora de Letnica durante a vigília de 14 de agosto de 1928.
O encontro com Papa Francisco
Sobre o encontro com o Papa na semana passada, Dom Gjergji relata: "Discutimos várias questões a respeito do nosso país, nosso passado e futuro, e também falamos sobre o Santuário de Madre Teresa. Fiquei surpreso quando o Papa me perguntou: 'Como está o Santuário de Madre Teresa? Falamos, então, sobre o significado do Santuário para nosso país. A missão de Madre Teresa "nas periferias das cidades e nas periferias existenciais permanece em nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres", disse o Papa Francisco na homilia da missa de canonização, apontando como ela "se comprometeu com a defesa da vida proclamando incessantemente que ‘quem ainda não nasceu é o mais fraco, o menor, o mais miserável'" e como ela "inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas nas margens das ruas, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera.
Levar a mensagem de Madre Teresa aos jovens
O bispo de Prizren-Prishtin, que encontrou Madre Teresa duas vezes pessoalmente, lembra-se dela como uma mulher simples, boa e humilde, e salienta que ela é uma fonte central de esperança "para a reevangelização de nosso povo". "Tentamos", continua o bispo, "levar sua mensagem ao coração dos jovens porque não há exemplo mais belo do que o exemplo do amor de Madre Teresa por todos e em nome de Jesus Cristo". Fonte: https://www.vaticannews.va
23º Domingo do Tempo Comum - Ano A: Um Olhar de Correção Fraterna
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A liturgia deste domingo sugere-nos uma reflexão sobre a nossa responsabilidade face aos irmãos que nos rodeiam. Afirma, claramente, que ninguém pode ficar indiferente diante daquilo que ameaça a vida e a felicidade de um irmão e que todos somos responsáveis uns pelos outros.
A primeira leitura fala-nos do profeta como uma "sentinela", que Deus colocou a vigiar a cidade dos homens. Atento aos projetos de Deus e à realidade do mundo, o profeta apercebe-se daquilo que está a subverter os planos de Deus e a impedir a felicidade dos homens. Como sentinela responsável alerta, então, a comunidade para os perigos que a ameaçam.
O Evangelho deixa clara a nossa responsabilidade em ajudar cada irmão a tomar consciência dos seus erros. Trata-se de um dever que resulta do mandamento do amor. Jesus ensina, no entanto, que o caminho correto para atingir esse objetivo não passa pela humilhação ou pela condenação de quem falhou, mas pelo diálogo fraterno, leal, amigo, que revela ao irmão que a nossa intervenção resulta do amor.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Roma (e de todos os lugares e tempos) a colocar no centro da existência cristã o mandamento do amor. Trata-se de uma "dívida" que temos para com todos os nossos irmãos, e que nunca estará completamente saldada.
EVANGELHO - Mt 18,15-20: Atualização.
A palavra "tolerância" é uma palavra profundamente cristã, que sugere o respeito pelo outro, pelas suas diferenças, até pelos seus erros e falhas. No entanto, o que significa "tolerância"? Significa que cada um pode fazer o mal ou o bem que quiser, sem que tal nos diga minimamente respeito? Implica recusarmo-nos a intervir quando alguém toma atitudes que atentam contra a vida, a liberdade, a dignidade, os direitos dos outros? Quer dizer que devemos ficar indiferentes quando alguém assume comportamentos de risco, porque ele "é maior e vacinado" e nós não temos nada com isso? Quais são as fronteiras da "tolerância"? Diante de alguém que se obstina no erro, que destrói a sua vida e a dos outros, devemos ficar de braços cruzados? Até que ponto vai a nossa responsabilidade para com os irmãos que nos rodeiam? A "tolerância" não será, tantas vezes, uma desculpa que serve para disfarçar a indiferença, a demissão das responsabilidades, o comodismo?
O Evangelho deste domingo sugere a nossa responsabilidade em ajudar cada irmão a tomar consciência dos seus erros. Convida-nos a respeitar o nosso irmão, mas a não pactuar com as atitudes erradas que ele possa assumir. Amar alguém é não ficar indiferente quando ele está a fazer mal a si próprio; por isso, amar significa, muitas vezes, corrigir, admoestar, questionar, discordar, interpelar... É preciso amar muito e respeitar muito o outro, para correr o risco de não concordar com ele, de lhe fazer observações que o vão magoar; no entanto, trata-se de uma exigência que resulta do mandamento do amor...
Que atitude tomar em relação a quem erra? Como proceder? Antes de mais, é preciso evitar publicitar os erros e as falhas dos outros. O denunciar publicamente o erro do irmão, pode significar destruir-lhe a credibilidade e o bom-nome, a paz e a tranquilidade, as relações familiares e a confiança dos amigos. Fazer com que alguém seja julgado na praça pública - seja ou não culpado - é condená-lo antecipadamente, é não dar-lhe a possibilidade de se defender e de se explicar, é restringir-lhe o direito de apelar à misericórdia e à capacidade de perdão dos outros irmãos. Humilhar o irmão publicamente é, sobretudo, uma grave falta contra o amor. É por isso que o Evangelho de hoje convida a ir ao encontro do irmão que falhou e a repreendê-lo a sós...
Sobretudo, é preciso que a nossa intervenção junto do nosso irmão não seja guiada pelo ódio, pela vingança, pelo ciúme, pela inveja, mas seja guiada pelo amor. A lógica de Deus não é a condenação do pecador, mas a sua conversão; e essa lógica devia estar sempre presente, quando nos confrontamos com os irmãos que falharam. O que é que nos leva, por vezes, a agir e a confrontar os nossos irmãos com os seus erros: o orgulho ferido, a vontade de humilhar aquele que nos magoou, a má vontade, ou o amor e a vontade de ver o irmão reencontrar a felicidade e a paz?
A Igreja tem o direito e o dever de pronunciar palavras de denúncia e de condenação, diante de atos que afetam gravemente o bem comum... No entanto, deve distinguir claramente entre a pessoa e os seus atos errados. As ações erradas devem ser condenadas; os que cometeram essas ações devem ser vistos como irmãos, a quem se ama, a quem se acolhe e a quem se dá sempre outra oportunidade de acolher as propostas de Jesus e de integrar a comunidade do Reino.
*Laia o Evangelho na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
Frei Martinho: Memória-1
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No vídeo, a senhora Flávia trancozo, da Comunidade Nossa Senhora Aparecida- Vila Velha- Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Angra dos Reis/RJ, fala sobre o trabalho do Frei Martinho, O. Carm, In Memoriam (* 20/02/1938 + 4/09/2020).
EVANGELHO DO DIA-22º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Sexta-feira, 4 de setembro -2020. Lectio Divina- com Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 5,33-39)
Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da lei disseram a Jesus: Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam com freqüência e fazem longas orações, mas os teus comem e bebem... 34Jesus respondeu-lhes: Porventura podeis vós obrigar a jejuar os amigos do esposo, enquanto o esposo está com eles? 35Virão dias em que o esposo lhes será tirado; então jejuarão. 36Propôs-lhes também esta comparação: Ninguém rasga um pedaço de roupa nova para remendar uma roupa velha, porque assim estragaria uma roupa nova. Além disso, o remendo novo não assentaria bem na roupa velha. 37Também ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo arrebentará os odres e entornar-se-á, e perder-se-ão os odres; 38mas o vinho novo deve-se pôr em odres novos, e assim ambos se conservam. 39Demais, ninguém que bebeu do vinho velho quer já do novo, porque diz: O vinho velho é melhor. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lucas 5,33-39
No evangelho de hoje vamos ver de perto mais um conflito entre Jesus e as autoridades religiosas de época, escribas e fariseus (Lc 5,3). Desta vez, o conflito é em torno da prática do jejum. Lucas relata vários conflitos em torno das práticas religiosas da época: o perdão dos pecados (Lc 5,21-25), comer com pecadores (Lc 5,29-32), o jejum (Lc 5,33-36), e mais dois conflitos em torno da observância do sábado (Lc 6,1-5 e Lc 6,6-11).
Lucas 5,33: Jesus não insiste na prática do jejum
Aqui, o conflito é em torno da prática do jejum. O jejum é um costume muito antigo, praticado por quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade. Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber por que motivo Jesus não insiste no jejum.
Lucas 5,34-35: Enquanto o noivo está com eles não precisam jejuar
Jesus responde com uma comparação. Enquanto o noivo está com os amigos do noivo, isto é, durante a festa do casamento, estes não precisam jejuar. Jesus se considera o noivo. Durante o tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de casamento. Um dia, porém, o noivo vai ser tirado. Aí, se quiserem, podem jejuar. Jesus alude à sua morte. Ele sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade, as autoridades vão querer matá-lo.
No Antigo Testamento, várias vezes, o próprio Deus se apresenta como sendo o noivo do povo (Is 49,15; 54,5.8; 62,4-5; Os 2,16-25). No Novo Testamento, Jesus é visto como o noivo do seu povo (Ef 5,25). O Apocalipse faz o convite para a celebração das núpcias do Cordeiro com sua esposa a Jerusalém celeste (Ap 19,7-8; 21,2.9).
Lucas 5,36-39: Vinho novo em odre novo!
Estas palavras meio soltas sobre o remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em odre novo devem ser entendidas como uma luz que joga sua claridade sobre os vários conflitos, relatados por Lucas, antes e depois da discussão em torno do jejum. Elas esclarecem a atitude de Jesus com relação a todos os conflitos com as autoridades religiosas. Colocados em termos de hoje seriam conflitos como estes: casamento de pessoas divorciadas, amizade com prostitutas e homossexuais, comungar sem estar casado na igreja, faltar à missa no domingo, não fazer jejum na Sexta-feira Santa, etc.
Não se coloca remendo de pano novo em roupa velha. Na hora de lavar, o remendo novo repuxa o vestido velho e o estraga mais ainda. Ninguém coloca vinho novo em odre velho, porque o vinho novo pela fermentação faz estourar o odre velho. Vinho novo em odre novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como odre velho. Não se deve querer combinar o novo que Jesus trouxe com os costumes antigos. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trouxe faz estourar o odre velho. Tem que saber separar as coisas. Muito provavelmente, Lucas traz estas palavras de Jesus para orientar as comunidades dos anos 80. Havia um grupo de judeu-cristãos que queriam reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo de antes. Jesus não é contra o que é “velho”. O que ele não quer é que o velho se imponha ao novo e, assim, o impeça de manifestar-se. Seria o mesmo que, na Igreja Católica, reduzir a mensagem do Concílio Vaticano II ao tamanho da igreja de antes do concílio, como hoje muita gente parece estar querendo.
4) Para um confronto pessoal
1-Quais os conflitos em torno de práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo de muita discussão e polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos estes preconceitos, normas e proibições?
2-Como entender hoje a frase de Jesus: “Não colocar remendo de pano novo em roupa velha”? Qual a mensagem que você tira de tudo isto para a sua vida e a vida da sua comunidade?
5) Oração final
Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele agirá. Como a luz, fará brilhar a tua justiça; e como o sol do meio-dia, o teu direito (Sl 36, 2)
EVANGELHO DO DIA-22º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Quinta-feira, 3 de setembro -2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 5,1-11)
Naquele tempo, 1Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus. 2Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes -, 3subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. 5Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede. 6Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia. 7Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo. 8Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. 9É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito. 10O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. 11E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram.
3) Reflexão Lucas 5,1-11
O evangelho de hoje conta como Pedro foi chamado por Jesus. O evangelho de Marcos situa o chamado dos primeiros discípulos logo no início do ministério público de Jesus (Mc 1,16-20). Lucas o situa depois que a fama de Jesus já se havia espalhado por toda a região (Lc 4,14). Jesus já havia curado muita gente (Lc 4,40) e pregado nas sinagogas de todo o país (Lc 4,44). O povo já o procurava em massa e a multidão o apertava por todos os lados para ouvir a Palavra de Deus (Lc 5,1). Lucas torna o chamado mais compreensível. Primeiro, Pedro pôde escutar as palavras de Jesus ao povo. Em seguida, presenciou a pesca milagrosa. Foi só depois desta dupla experiência surpreendente, que veio o chamado de Jesus. Pedro atendeu, largou tudo e se tornou “pescador de gente”.
Lucas 5,1-3: Jesus ensina a partir da barca.
O povo busca Jesus para ouvir a Palavra de Deus. É tanta gente que se junta ao redor de Jesus, que ele fica comprimido. Jesus busca ajuda com Simão Pedro e mais alguns companheiros que acabavam de voltar de uma pescaria. Ele entra no barco deles e, de lá, responde à expectativa do povo, comunicando-lhe a Palavra de Deus. Sentado, Jesus tem a postura e a autoridade de um mestre, mas ele fala a partir da barca de um pescador. A novidade consiste no fato de ele ensinar não só na sinagoga para um público selecionado, mas em qualquer lugar onde tem gente que queira escutá-lo, até mesmo na praia.
Lucas 5,4-5: "Pela tua palavra lançarei as redes!"
Terminada a instrução ao povo, Jesus se dirige a Simão e o anima a pescar de novo. Na resposta de Simão transparecem frustração, cansaço e desânimo: "Mestre, pelejamos a noite toda e não pescamos nada!". Mas, confiantes na palavra de Jesus, eles voltam a pescar e continuam a peleja. A palavra de Jesus teve mais força do que a experiência frustrante da noite!
Lucas 5,6-7: O resultado é surpreendente.
A pesca é tão abundante que as redes quase se rompem e as barcas ameaçam afundar. Simão precisa da ajuda de João e Tiago, que estão na outra barca. Ninguém consegue ser completo sozinho. Uma comunidade deve ajudar a outra. O conflito entre as comunidades, tanto no tempo de Lucas como hoje, deve ser superado em vista do objetivo comum, que é a missão. A experiência da força transformadora da Palavra de Jesus é o eixo em torno do qual as diferenças se abraçam e se superam.
Lucas 5,8-11: "Seja pescador de gente!"
A experiência da proximidade de Deus em Jesus faz Simão perceber quem ele é: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!" Diante de Deus somos todos pecadores! Pedro e os companheiros sentem medo e, ao mesmo tempo, se sentem atraídos. Deus é um mistério fascinante: mete medo e, ao mesmo tempo, atrai. Jesus afasta o medo: "Não tenha medo!" Ele chama Pedro e o compromete na missão, mandando que seja pescador de gente. Pedro experimenta, bem concretamente, que a Palavra de Jesus é como a Palavra de Deus. Ela é capaz de fazer acontecer o que ela afirma. Em Jesus aqueles rudes trabalhadores fizeram uma experiência de poder, de coragem e de confiança. Então, "deixaram tudo e seguiram a Jesus!". Até agora, era só Jesus, que anunciava a Boa Nova do Reino. Agora, outras pessoas vão sendo chamadas e envolvidas na missão. Esse jeito de Jesus trabalhar em equipe é também uma Boa Nova para o povo.
O episódio da pesca no lago mostra a atração e a força da Palavra de Jesus. Ela atrai o povo (Lc 5,1). Leva Pedro a oferecer o seu barco para Jesus poder falar (Lc 5,3). A Palavra de Jesus é tão forte que vence a resistência de Pedro, leva-o a lançar de novo a rede e faz acontecer a pesca milagrosa (Lc 5,4-6). Vence nele a vontade de se afastar de Jesus e o atrai para ser "pescador de gente!" (Lc 5,10) É assim que a Palavra de Deus atua em nós até hoje!
4) Para um confronto pessoal
1) Onde e como acontece hoje a pesca milagrosa, realizada em atenção à Palavra de Jesus?
2) Eles largaram tudo e seguiram Jesus. O que devo largar para poder seguir Jesus?
5) Oração final
Quem será digno de subir ao monte do Senhor? Ou de permanecer no seu lugar santo? O que tem as mãos limpas e o coração puro, cujo espírito não busca as vaidades nem perjura para enganar seu próximo (Sl 23, 3)
ANGRA-AO VIVO: Quinta-feira de Adoração e Confissão. (Das 9h às 17h.
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A Igreja do Carmo está aberta hoje até às 17h. Receba essa bênção neste dia de hoje. Como gesto de caridade, leve a sua doação de roupas e alimentos e deixe no altar da Igreja. A Santa Missa será às 19h, com transmissão ao vivo.
REDENTORISTAS: Carta do Superior Geral sobre o caso "Pe. Robson".
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CONGREGATIO SS. REDEMPTORIS
Superior Generalis
Roma, 29 de agosto de 2020 Festa do Martírio de São João Batista
Queridos confrades, estudantes, leigos e leigas Redentoristas,
Hoje, uma semana apos os eventos que chocaram e abalaram a Província de Goias e tantos fieis, quero assegurar-vos que não estais sozinhos. Ao longo desta semana, como Superior Geral, em conjunto corn o conselho geral e com o Pe. Marcelo Araujo, Coordenador da Conferencia, acompanhei o Pe. Andre Ricardo e seu conselho no dialogo realizado com Dom Washington Cruz, Arcebispo de Goiânia. Como vós, também estamos nos esforçando para entender esses acontecimentos e a situação que levou a essa investigação criminal. Assim como vos, estamos profundamente consternados e pesarosos com as noticias que temos recebido através da mídia e de outras fontes.
Neste momento, a Província Redentorista de Goias esta a sombra da Cruz. Lembro-vos que não estais sozinhos. E desta Cruz que Jesus fala convosco. Foi ao pé da Cruz que permaneceram Maria com João, Maria Madalena e os outros discípulos fieis que não fugiram. Eles continuaram juntos em solidariedade a Jesus. Hoje, também somos chamados a permanecer juntos sob o sinal da Cruz em solidariedade com o nosso Redentor, uns com os outros e com as pessoas a quem fomos enviados...
Como estamos juntos em solidariedade, tantos outros estão aqui conosco. Relembramos as centenas de fervorosos Redentoristas, padres e irmãos, que serviram ao Povo goiano e ao Santuário do Divino Pai Eterno por mais de um século. Por meio de suas pregações, da proximidade com os peregrinos, de sua simplicidade de vida e pobreza, testemunharam o amor de Deus, o Pai Eterno, derramado por nós através de Jesus, nosso Redentor, que vive em nós através da graça do Espirito Santo.
Não podemos esquecer o testemunho dos primeiros missionários alemães que aprenderam português através da proximidade com as pessoas, homens simples como o Servo de Deus, Pe. Pelagio Sauter, C.Ss.R. Recordamos com gratidão as primeiras vocações brasileiras que deixaram seus lares e famílias para darem suas vidas com fidelidade a fim de trazer abundante redenção a milhões de peregrinos e que construíram a Basílica e difundiram a devoção. Esses mesmos missionários levaram o Evangelho a lugares isolados no coração do Brasil, na Amazônia, e alguns foram enviados a outros países.
Sustentados por uma fé forte no amor e na presença de Deus Pai e de Jesus Redentor; plenos do Espirito Santo e sempre acompanhados por Maria, Nossa Mãe Santíssima; vós sois testemunhas do Redentor em nosso mundo ferido ao longo de muitas gerações.
Esta crise atual a ao mesmo tempo uma cruz e uma oportunidade. 0 Redentor vos chama para renovar e fortalecer a fé e reafirmar os princípios da nossa vocação: uma profunda e pessoal relação com Jesus, estilo de vida simples em comunidade, solidariedade com as pessoas a quem nos somos enviados e paixão pelo Evangelho.
Não é tempo para julgamentos, nem para “Não é tempo para julgamentos, nem lamentações ou críticas mútuas. Sim, devemos colaborar o mais plenamente possível com as autoridades, civis e eclesiásticas. Devemos também rezar para que a verdadeira e profética justiça prevaleça para todos os envolvidos!
Em nome do Redentor e de seu Espirito, suplico-vos encarecidamente que se mantenham unidos, em comunhão na oração no coração e na missão. Fortalecei-vos e apoiai-vos mutuamente.
Que Deus Pai Eterno, vos abençoe em nome de seu Filho, nosso Redentor e nosso Irmão! Que Espirito Santo vos Guie e console! Que Maria, nosso Perpétuo Socorro, vos acompanhe diante desta Cruz. Possa as orações de Santo Afonso e do Venerável Pe. Pelagio Sauter ajudar-vos a ser testemunhas autenticas e proféticas do Redentor em solidariedade com o nosso mundo ferido.
Seu Irmão em Jesus, nosso Redentor
Michael Brehl, C.Ss.R.
Superior Gera! C.Ss.R.
Escândalo em Goiás vai parar em Roma e superior-geral se manifesta sobre caso do padre Robson
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Reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, padre Robson Pereira é suspeito do desvio de R$ 130 milhões. Superior-geral diz que redentoristas vão colaborar com as autoridades
Missionário redentorista, padre Robson de Oliveira Pereira é suspeito de vários crimes (Afipe/Reprodução)
O superior-geral da Congregação Redentorista, padre Michael Brehl, C.Ss.R., se pronunciou oficialmente, através de uma carta, sobre as denúncias de irregularidades na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), responsável pelo Santuário Basílica de Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia (GO). O reitor afastado é o padre Robson de Oliveira Pereira, C.Ss.R., também fundador e presidente da Afipe. O sacerdote é o principal investigado de operação feita pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). O superior-geral afirma que a congregação vai colaborar com as autoridades.
Padre Robson de Oliveira Pereira é suspeito dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsificação de documentos e sonegação fiscal. A investigação levou ao afastamento do religioso da presidência da Associação Pai Eternos e Perpétuo Socorro (Afipe).
O MP investiga o desvio de pelo menos R$ 120 milhões de doações de fiéis que teriam sido usados, segundo a denúncia, para aquisição de imóveis, entre os quais uma fazenda de R$ 6 milhões na cidade goiana de Abadiânia, e de uma casa de praia, no valor de R$ 3 milhões, em Guarajuba, na Bahia.
Com a repercussão causada, o caso foi parar na cúria central dos Redentoristas. De Roma, o superior-geral manifestou sua solidariedade e reforçou a importância em manter a fé sustentada no amor e na presença de Deus, mesmo diante de momentos difíceis como este. “Não é tempo para julgamentos, nem lamentações ou críticas mútuas. Sim, devemos colaborar o mais plenamente possível com as autoridades, civis e eclesiásticas. Devemos também rezar para que a verdadeira e profética justiça prevaleça para todos os envolvidos!”, declarou padre Brehl, um canadense no comando da congregação desde 2009. Fonte: https://domtotal.com
Padre morre após passar mal durante missa ao vivo pela internet
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Imagens mostram quando Jean Sinsin Bayo chegou a ser socorrido mas morreu cinco dias depois por complicação cardíaca
Um padre da Igreja Católica morreu depois de passar mal enquanto celebrava uma missa transmitida ao vivo pela internet, em Abidjan, capital econômica da Costa do Marfim. De acordo com a Associaton for Catholic Information Africa (ACI África), Jean Sinsin Bayo chegou a ser socorrido, no último dia 22 de agosto, mas morreu cinco dias depois por complicação cardíaca.
Como a celebração era feita por streaming, o momento em que o pároco passa mal, seus últimos minutos fora de um hospital, foi registrado em vídeo que circulou o globo nos últimos dias. Nas imagens, ele aparece normalmente no púlpito, mas parece começar a se sentir mal e cai no chão. Tudo em questão de segundos.
Em nota, o dom Gaspard Béby Gnéba, da Diocese de Man da Costa do Marfim, confirmou o “retorno ao Pai Todo-Poderoso do padre Jean Sinsin Bayo ”, convidando os fiéis a orarem para que Deus o receba no céu. Jean Sinsin Bayo já tinha 41 anos de sacerdócio e era professor de Teologia Dogmática na Universidade Católica da África Ocidental.
Confusão
Apesar do mal estar se tornar viral, Jean Sinsin Bayo acabou envolvido em uma confusão após sua morte. As imagens de sua celebração e queda foram reproduzidas massivamente por portais de notícias de todo o mundo, mas identificado-o como um outro padre, Jude Tafon, que também faleceu nos últimos dias, mas nos Camarões. O esclarecimento foi feito nesta quarta-feira (2/9) pela ACI África.
Jude Tafon tinha 32 anos e morava na Paróquia de São João Deido, em Douala, nos Camarões. Ele faleceu no último sábado (29/8), por complicações de uma doença pré-existente que não foi revelada. O arcebispo Samuel Kleda, da Arquidiocese de Douala dos Camarões, anunciou “com pesar a morte do padre Jude Tafon Nfor, cura na Paróquia de St. John Deido que ocorreu no sábado, em Douala após uma doença.”
Tafon Nfor foi ordenado sacerdote em 12 de dezembro de 2015. Ele também foi professor na Universidade Católica de São Jerônimo em Douala, Camarões. Fonte: https://www.clickpb.com.br
EVANGELHO DO DIA-22º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Quarta-feira, 2 de setembro -2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 4,38-44)
Naquele tempo, 38Saindo Jesus da sinagoga, entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta; e pediram-lhe por ela. 39Inclinando-se sobre ela, ordenou ele à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se imediatamente e pôs-se a servi-los. 40Depois do pôr-do-sol, todos os que tinham enfermos de diversas moléstias lhos traziam. Impondo-lhes a mão, os sarava. 41De muitos saíam os demônios, aos gritos, dizendo: Tu és o Filho de Deus. Mas ele repreendia-os severamente, não lhes permitindo falar, porque sabiam que ele era o Cristo. 42Ao amanhecer, ele saiu e retirou-se para um lugar afastado. As multidões o procuravam e foram até onde ele estava e queriam detê-lo, para que não as deixasse. 43Mas ele disse-lhes: É necessário que eu anuncie a boa nova do Reino de Deus também às outras cidades, pois essa é a minha missão. 44E andava pregando nas sinagogas da Galiléia.
3) Reflexão Lucas 4,38-44 (Mc 1,29-39)
O evangelho de hoje traz quatro assuntos diferentes: a cura da sogra de Pedro (Lc 4,38-39), a cura de muitos doentes à noite, depois do sábado (Lc 4, 40-41), a oração de Jesus num lugar deserto (Lc 4,42) e a sua insistência na missão (Lc 4,43-44). Com pequenas diferenças Lucas segue e adapta as informações que tirou do evangelho de Marcos.
Lucas 4,38-39: Jesus restaura a vida para o serviço
Depois de participar da celebração do sábado, na sinagoga, Jesus entra na casa de Pedro e cura a sogra dele. A cura faz com que ela se coloque imediatamente de pé. Com a saúde e a dignidade recuperadas, ela se põe a serviço das pessoas. Jesus não só cura, mas cura para que a pessoa possa colocar-se a serviço da vida.
Lucas 4,40-41: Jesus acolhe e cura os marginalizados
Ao cair da tarde, na hora do aparecimento da primeira estrela no céu, terminado o sábado, Jesus acolhe e cura os doentes e os possessos que o povo tinha trazido. Doentes e possessos eram as pessoas mais marginalizadas naquela época. Elas não tinham a quem recorrer. Ficavam entregues à caridade pública. Além disso, a religião as considerava impuras. Elas não podiam participar na comunidade. Era como se Deus as rejeitasse e as excluísse. Jesus as acolhe e as cura impondo a mão em cada um. Assim, aparece em que consiste a Boa Nova de Deus e o que ela quer atingir na vida da gente: acolher os marginalizados e os excluídos e reintegrá-los na convivência.
“De muitas pessoas saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus”. Jesus os ameaçava e não os deixava falar, porque os demônios sabiam que ele era o Messias”. Naquele tempo, o título Filho de Deus ainda não tinha a densidade e a profundidade que o título tem hoje para nós. Significava que o povo reconhecia em Jesus uma presença todo especial de Deus. Jesus não deixava os demônios falar. Ele não queria propaganda fácil por meio do impacto de expulsões espetaculares.
Lucas 4,42a: Permanecer unido ao Pai pela oração
“Ao raiar do dia, Jesus saiu, e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam, e, indo até ele, não queriam deixá-lo que fosse embora”. Aqui Jesus aparece rezando. Ele faz um esforço muito grande para ter o tempo e o ambiente apropriado para rezar. Levantou mais cedo que os outros e foi para um lugar deserto, para poder estar a sós com Deus. Muitas vezes, os evangelhos nos falam da oração de Jesus no silêncio (Lc 3,21-22; 4,1-2.3-12; 5,15-16; 6,12; 9,18; 10,21; 5,16; 9,18; 11,1; 9,28;23,34; Mt 14,22-23; 26,38; Jo 11,41-42; 17,1-26; Mt Mc 1,35; Lc 3,21-22). É através da oração que ele mantém viva em si a consciência da sua missão.
Lucas 4,42b-44: Manter viva a consciência da missão e não se fechar no resultado
Jesus tornou-se conhecido. O povo ia atrás dele e não queria que ele fosse embora. Jesus não atendeu ao pedido e disse: "Devo anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus também para as outras cidades, porque para isso é que fui enviado." Jesus tem muito clara a sua missão. Não se fecha no resultado já obtido, mas quer manter bem viva a consciência da sua missão. É a missão recebida do Pai que o orienta na tomada das decisões. Foi para isto que fui enviado! E aqui no texto esta consciência tão viva aparece como fruto da oração.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus tirava tempo para poder rezar e estar a sós com o Pai? Eu tiro tempo para rezar e estar a sós com Deus?
2) Jesus mantinha viva a consciência da sua missão. E eu, será que, como cristã ou cristão, tenho consciência de alguma missão ou vivo sem missão?
5) Oração final
Nossa alma espera no Senhor, porque ele é nosso amparo e nosso escudo. Nele, pois, se alegra o nosso coração, em seu santo nome confiamos (Sl 32)
“Uma só Igreja”, novo livro de Francisco e Bento XVI, a quatro mãos
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“Uma só Igreja”, novo livro de Francisco e Bento XVI, a quatro mãos
Editora Rizzoli publica um volume com as intervenções similares do atual pontífice e do papa emérito. A informação é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 01-09-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Uma só Igreja”. Com distintos tons, com formas diferentes de atuar, interpretar e comunicar a realidade. Porém, uma só Igreja. Este é o objetivo do livro que, escrito a quatro mãos por Francisco e Bento XVI, publica a editora Rizzoli, nesta terça-feira, na Itália. Um volume, apresentado pelo secretário de Estado, Pietro Parolin, no qual se mostram as “cumplicidades” entre ambos pontífices em questões relativas à fé, à Igreja, à família, à oração, à verdade e à justiça, à misericórdia e ao amor.
“Há uma continuidade teológica e proximidade íntima entre eles”, destaca o cardeal Parolin no prefácio da obra, que compara os estilos de Bergoglio e Ratzinger em torno dos temas abordados ao longo de 16 audiências públicas de cada um deles.
Dividido em cinco partes (Igreja; Família, Oração, Fé; e uma quinta mais extensa, sobre Verdade e Justiça, misericórdia e amor), no volume consta um guia de leitura e ressalta “a continuidade do magistério, a comunidade de afeto e a consonância espiritual que os une”, diz a nota de imprensa da editora. “É uma cartilha do cristianismo”, tal e como a define Pietro Parolin. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
EVANGELHO DO DIA-22º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Terça-feira, 1º de setembro -2020. Lectio Divina- com Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 4,31-37) (Mc 1,21-28)
Naquele tempo, 31Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali ensinava-os aos sábados. 32Maravilharam-se da sua doutrina, porque ele ensinava com autoridade. 33Estava na sinagoga um homem que tinha um demônio imundo, e exclamou em alta voz: 34Deixa-nos! Que temos nós contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: o Santo de Deus! 35Mas Jesus replicou severamente: Cala-te e sai deste homem. O demônio lançou-o por terra no meio de todos e saiu dele, sem lhe fazer mal algum. 36Todos ficaram cheios de pavor e falavam uns com os outros: Que significa isso? Manda com poder e autoridade aos espíritos imundos, e eles saem? 37E corria a sua fama por todos os lugares da redondeza.
3) Reflexão Lucas 4,31-37
No evangelho de hoje, vamos ver de perto dois assuntos: a admiração do povo pela maneira de Jesus ensinar e a cura de um homem possuído por um demônio impuro. Nem todos os evangelistas contam os fatos do mesmo jeito. Para Lucas, o primeiro milagre é a calma com que Jesus se livrou da ameaça de morte da parte do povo de Nazaré (Lc 4,29-30) e a cura do homem possesso (Lc 4,33-35). Para Mateus, o primeiro milagre é a cura de uma porção de doentes e endemoninhados (Mt 4,23) ou, mais especificamente, a cura de um leproso (Mt 8,1-4). Para Marcos, foi a expulsão de um demônio (Mc 1,23-26). Para João, o primeiro milagre foi em Caná, onde Jesus transformou água em vinho (Jo 2,1-11). Assim, na maneira de contar as coisas, cada evangelista mostra qual foi, segundo ele, a maior preocupação de Jesus.
Lucas 4,31: A mudança de Jesus para Cafarnaum
“Jesus foi a Cafarnaum, cidade da Galileia, e aí ensinava aos sábados”. Mateus diz que Jesus foi morar em Cafarnaum (Mt 4,13). Mudou de residência. Cafarnaum era uma pequena cidade junto ao entroncamento de duas estradas importantes: uma que vinha da Ásia Menor e ia para Petra no sul da Transjordânia, e a outra que vinha da região dos rios Euphrates e Tigris e descia para o Egito. A mudança para Cafarnaum facilitava o contato com o povo e a divulgação da Boa Nova.
Lucas 4,32: Admiração do povo pelo ensino de Jesus
A primeira coisa que o povo percebe é o jeito diferente de Jesus ensinar. Não é tanto o conteúdo, mas sim o jeito de ensinar, que impressiona. “Jesus falava com autoridade”. Marcos acrescenta que, por este seu jeito diferente de ensinar, Jesus criava consciência crítica no povo com relação às autoridades religiosas da época. O povo percebia e comparava: Ele ensina com autoridade, diferente dos escribas” (Mc 1,22.27). Os escribas da época ensinavam citando autoridades. Jesus não cita autoridade nenhuma, mas fala a partir da sua experiência de Deus e da vida.
Lucas 4,33-35: Jesus combate o poder do mal
O primeiro milagre é a expulsão de um demônio. O poder do mal tomava conta das pessoas e as alienava. Jesus devolve as pessoas a si mesmas. Devolve a consciência e a liberdade. E ele o faz pelo poder da sua palavra: "Cale-se, e saia dele!" Ele dizia em outra ocasião: “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês” (Lc 11,20). Hoje também, muita gente vive alienada de si mesma pelo poder dos meios de comunicação, da propaganda do governo e do comércio. Vive escrava do consumismo, oprimida pelas prestações e ameaçada pelos cobradores. Acha que não vive direito enquanto não comprar aquilo que a propaganda anuncia. Não é fácil expulsar este poder que hoje aliena tanta gente, e devolver as pessoas a si mesmas!
Lucas 1,36-37: A reação do povo: ele manda nos espíritos impuros primeiro impacto
Além do jeito diferente de Jesus ensinar as coisas de Deus, o outro aspecto que causava admiração no povo era o seu poder sobre os espíritos impuros: "Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros com autoridade e poder, e eles saem". Jesus abre um novo caminho para o povo poder conseguir a pureza através do contato com ele. Naquele tempo, uma pessoa impura não podia comparecer diante de Deus para rezar e receber a bênção prometida a Abraão. Teria que purificar-se, primeiro. Havia muitas leis e normas que dificultavam a vida do povo e marginalizavam muita gente como impura. Mas agora, purificadas pela fé em Jesus, as pessoas podiam comparecer novamente na presença de Deus e rezar a Ele, sem necessidade de recorrer àquelas complicadas e, muitas vezes, dispendiosas normas de pureza.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus provocava a admiração do povo. A atuação da nossa comunidade aqui no bairro provoca alguma admiração no povo? Qual?
2) Jesus expulsava o poder do mal e devolvia as pessoas a si mesmas. Hoje, muita gente vive alienada de si mesma e de tudo. Como devolve-las a si mesmas?
5) Oração final
O Senhor é clemente e compassivo, longânime e cheio de bondade. O Senhor é bom para com todos, e sua misericórdia se estende a todas as suas obras (Sl 144, 1)
Texto-base do Mês da Bíblia está disponível também em formato digital
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O mês de setembro tornou-se referência para o estudo e a contemplação da Palavra de Deus, tornando-se em todo o Brasil, desde 1971, o Mês da Bíblia. Desde o Concílio Vaticano II, convocado em dezembro de 1961, pelo papa João XXIII, a Bíblia ocupou espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais.
“Já são quase 50 anos que temos essa tradição de dedicar um mês para o estudo mais aprofundado da Palavra de Deus, então é extremamente importante que as comunidades se deixem reunir e experimentar a Palavra de Deus. A Bíblia é para nós a Palavra de Deus revelada, a forma que Ele dialoga continuamente conosco na história”, afirma irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.
Este ano, 2020, a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia, em sintonia com a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fundamentando-se no livro do Deuteronômio, com o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11). É um livro rico em reflexões morais e éticas, com leis para regular as relações com Deus e com o próximo. Destaca-se no Deuteronômio a preocupação de promover a justiça, a solidariedade com os pobres, o órfão, a viúva e o estrangeiro. São leis humanitárias encontradas também no Código da Aliança (Ex 20-23).
E o Texto-Base para o Mês da Bíblia deste ano, segundo o arcebispo de Curitiba, dom José Antônio Peruzzo, quer oferecer ao leitor atual a experiência de fé daqueles que primeiramente acederam ao que Deus queria revelar de si mesmo. “Seus autores querem aproximar os leitores de hoje dos protagonistas de ontem. É como se os de outrora e os de agora se reunissem para conversar sobre aquele Deus que se revelou, que se deixou conhecer”, afirma o presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Elaborado por um grupo de professores especializados, o texto-base do Mês da Bíblia foi publicado recentemente pela Editora da CNBB, a Edições CNBB. É um instrumento para que as comunidades possam estudar e interpretar o livro e possam atualizar a Palavra de Deus para o contexto vivido. “Gostaria de convidar, motivar as lideranças para que estudem o texto-base, tenham contato com o texto para que em setembro possa-se realizar melhor os encontros bíblicos”, exorta padre Jânison de Sá, assessor da Comissão para a Animação Bíblico Catequética da CNBB.
O texto-base, além de apresentar o contexto e os objetivos do livro, traz informações sobre as características itinerárias e vocabulário, além de sua importância teológica. “É um livro extramente importante porque ele se apresenta como uma orientação para a comunidade israelita e também para nós. Teve uma grande influência no Antigo Testamento. Foi reelaborado, atualizado por várias vezes por ser extremamente importante”, explica irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.
Encontros Bíblicos
Além do texto-base, há o subsídio para os encontros bíblicos. Neste ano, foram preparados cinco encontros na metodologia da Leitura Orante, que garante uma pedagogia interativa e mistagógica. Ao final, há ainda sugestões de cantos que podem ser utilizados nos diversos momentos. “Que cada família possa adquirir o seu livreto dos encontros para fazê-los em casa, pois são muito importantes para que as famílias possam continuar-se alimentando da palavra de Deus e neste ano conhecendo melhor o livro do Deuteronômio, que é um livro importante do Antigo Testamento”, afirma padre Jânison.
Baixe (aqui) o cartaz oficial do Mês da Bíblia. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Como se preparar para o Mês da Bíblia 2020?
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A Edições CNBB realizou ontem, 27 de agosto, uma live cujo título foi “Preparação para o Mês da Bíblia”. O objetivo da formação, segundo o mediador da live, padre Jânison de Sá, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi conhecer melhor o tema do mês da Bíblia 2020 (setembro), o livro que será objeto de estudo este ano e importância do mês da Bíblia para a Igreja no Brasil. Este ano, 2020, a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia fundamentando-se no livro do Deuteronômio, com o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11).
Participou da live como convidado o bispo de Luziânia (GO), dom Waldemar Passini. Ele também é presidente do regional Centro-Oeste da CNBB, membro da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB e mestre em ciências bíblicas. Outros convidados foram o frei Ildo Perondi, doutor em Teologia Bíblica e professor de Bíblia na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná e a assessora da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, irmã Izabel Patuzzo.
História do Mês da Bíblia
Dom Waldemar Passini, bispo de Luziânia (GO), falou sobre origem da celebração do Mês da Bíblia, um evento que é específico da Igreja no Brasil. Segundo ele, a semana tem origem com o Domingo da Bíblia, cujo início no Brasil se deu a partir da 1ª Semana Bíblica Nacional, em 1947. “A partir desta data começou-se a celebrar o Domingo da Bíblia, sempre no último domingo do mês de setembro. Neste o mês, dia 30, comemora-se também o dia de São Jerônimo, um grande conhecedor da Bíblia, exegeta e tradutor da Bíblia para o latim, a vulgata”, disse.
Depois do “Domingo da Bíblia”, dom Waldemar lembrou que passou-se a celebrar o Mês da Bíblia a partir de uma iniciativa pioneira da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) que se expandiu para o regional Leste 2. Em 1976, a celebração do Mês da Bíblia foi assumida pela CNBB e em todo Brasil. “Inicialmente fazia-se uma reflexão por temas, depois passou-se à aprofundar os livros da sagrada escritura”, disse.
Orientações pastorais para o Mês da Bíblia no contexto da pandemia
O presidente do regional Centro Oeste da CNBB também falou das orientações pastorais para realização do Mês da Bíblia este ano em decorrência da pandemia da Covid-19. O bispo disse que a Igreja no Brasil e a Comissão Bíblico-Catequética da CNBB estão num tempo de adaptação. “Estamos acompanhando os dramas e as tragédias das pessoas e de seus familiares e também de coisas que tocam a vida de nossas comunidades, cidades, país e mundo”, disse.
Dom Waldemar disse que a Igreja, por ser encarnada nas diferentes realidades, não pode ficar alheia ao avanço do novo Coronavírus. Contudo, o bispo de Luziânia disse que isto não significa que ela deve permanecer parada e se ausentar da reflexão, da oração e dos encontros. Ele reforçou, por outro lado, que são necessárias adaptações. “Esse ano, diante desta realidade, imagino que o lugar da oração e reflexão da família já conquistou espaço. Para o Mês da Bíblia a prioridade deve ser à Palavra de Deus”, disse.
A sugestão da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB é que a oração, a reflexão e os estudos sejam feitos em família sobre o Livro do Deuteronômio, tendo o cuidado de adaptar a reflexão às diferentes idades. O material também, como sugestão da Comissão da CNBB, poderá ser estudado em grupos de convivência que tenham uma espiritualidade bíblica (amigos, colegas de trabalho, círculos bíblicos, entre outros). Uma outra sugestão é fazer encontros à distância pelas plataformas que permitem reuniões online. Encontros, como este, sugeriu dom Waldemar, podem ser organizados pelas comunidades e paróquias.
Como método, dom Waldemar deu duas orientações: a) se ater à leitura contínua do texto proposto, o que ajuda a entender o contexto no qual está inserida a história e a oração com o mesmo. Uma opção, aponta, é fazer a leitura orante com os textos bíblicos sugeridos. Momentos importantes, reforçou dom Waldemar, são as celebrações da Palavra e as homilias, onde os ministros leigos e ordenados poderão aprofundar a Palavra de Deus.
Deuteronômio: o livro de estudo em 2020
Segundo o bispo, trata-se de um livro de grande importância, citado várias vezes no Novo Testamento. “Nós precisamos, como sempre para o Antigo Testamento, termos a referência da leitura cristã. Lemos o Antigo Testamento como Palavra de Deus para nós, mas temos na mente e no coração o Evangelho de Jesus Cristo e a teologia do Novo Testamento para nós como um todo. Assim vamos ao livro de Deuteronômio e vamos encontrá-lo tal como ele se apresenta”, disse.
O bispo de Luziânia disse que trata-se de um texto de grande importância teológica porque coloca em seu centro a Lei de Deus. Lei como núcleo primeiro dado a Moisés e que depois de muito tempo continua falando a seu povo, estimulando o culto a Deus, mais tarde reconhecido como único e promove relações de fraternidade entre irmãos e entre o povo de Israel.
“O texto nos é dado como último livro do Pentateuco pelo próprio Moisés. Aí nós encontramos a primeira referência clássica da revelação, sendo Moisés o grande mediador desta revelação entre Deus e o povo que ele escolheu. Mas temos também no livro a resposta que o povo eleito deve dar ao seu Deus: ‘a vivência dos mandamentos como resposta à escolha e aliança estabelecida por Deus com seu povo'”, explicou.
No núcleo do livro, entre os capítulos 12 ao 16, encontra-se o “Código Deuteronômio”, um conjunto de preceitos que vai do culto à relações sociais e familiares e a como lidar com a guerra e com o conflito nas cidades que Israel vai conquistando. “O livro chama a atenção sobre como usar a lei não apenas para ocupar a terra mas também para permanecer nela e torná-la fecunda. É um texto forte que perpassa períodos distintos da história mas sempre com a mesma teologia: a resposta fiel ao Deus que elegeu Israel, Judá o seu povo“, apontou.
Lema do Mês da Bíblia
A irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, aprofundou o lema bíblico escolhido este ano: “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11). Segundo ela, o lema remete à questão da solidariedade. A religiosa destacou que o livro fala, especialmente, do cuidado com três categorias muito importantes para a época aos olhos de Deus: o estrangeiro, o órfão e a viúva, citados 11 vezes.
“O órfão, a viúva e os estrangeiros não são do tempo em que o povo recebeu a lei no deserto e que viveu em tribos. São categorias que aparecem no tempo que já tinha se constituído o Estado. Já havia guerras e migrações forçadas. O livro lembra Israel sempre da sua origem e que Deus o escolheu quando era um povo pobre, escravo e necessitado no Egito. Em decorrência disto, após entrar na terra prometida, eles deveriam cuidar também para que não houvesse pobres entre eles”, disse. Irmã Izabel falou do dízimo e de outras práticas que foram adotadas pelo povo de Israel para não permitir que entre eles existissem empobrecidos e para que se tornasse um povo, entre o qual, a retidão, a justiça e a solidariedade acontecessem.
O subsídio do Mês da Bíblia 2020
O professor da PUC-PR, frei Ildo falou das temáticas relevantes do livro. Segundo ele, o livro é organizado como se fossem os últimos discursos proferidos por Moisés antes de o povo entrar entrar na terra prometida tendo sido conduzido por Josué. “Temos, no livro, uma série de leis para que o povo possa viver bem na terra que entrará. Os temas mais importantes que encontramos em toda a Bíblia também estão presentes no livro do Deuteronômio”, disse. O primeiro mandamento é que o povo de Israel, ao entrar na terra prometida, seja um povo que escute a palavra do senhor e a deixe cair em seu coração. “Jesus ensina, no Novo Testamento, que o amor a Deus precisa se traduzir em solidariedade aos irmãos”, disse.
Neste ano, segundo o professor, que foi um dos autores do subsídio de reflexão, o Mês da Bíblia quer recordar que aquele que quer agradar a Deus não basta se dirigir ao Senhor mas que é necessário também abrir a sua mão para o irmão. “Na terra prometida e da promessa, o povo de Deus é chamado a viver uma vida nova, onde a vida deve prevalecer, neste lugar não deve haver pobres. A terra que o povo está entrando é a terra do leite e do mel, portanto é a terra da fartura, que é dom de Deus, e nesse lugar não pode haver a opressão“, disse.
O biblista apontou que no capítulo 30, um dos textos mais bonitos do livro, entre os versículos 15 ao 20, há toda uma proposta colocada diante do povo: escolher entre a vida ou a morte, entre a bênção ou a maldição, etc. O professor lembrou que é do livro o lema bíblico adotado pela Campanha da Fraternidade de 2008: “Escolhe, pois, a vida”. A campanha teve como tema “Fraternidade e defesa da vida”.
“Nós lemos a Bíblia não apenas para compreendê-la mas para colocá-la em prática. O livro do Deuteronômio levanta hoje muitos gritos, apelos e clamores. Muitas das realidades que estamos vivendo hoje se assemelham à realidade que o povo de Deus passou. Hoje temos uma massa de pessoas empobrecidas. O tema é muito mais que atual. A questão do acesso à terra também é um tema no livro. A terra que deve ser partilhada para o sustento dos irmãos. O tema da justiça também: as leis devem ser para que o povo possa viver. Os pobres, hoje, dificilmente têm acesso à justiça. Este é um tema que o livro nos convida a refletir e a colocar em prática também. No Deuteronômio estão os 10 mandamentos. Uma das questões que se pede é que não se use o nome de Deus em vão. Hoje estamos numa época que o uso e a banalização do nome de Deus está sendo banalizado, inclusive nos discursos políticos”, disse. Fonte: https://www.cnbb.org.br
EVANGELHO DO DIA-22º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Segunda-feira, 31 de agosto-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 4,16-30)
Naquele tempo, 16Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (61,1s.): 18O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, 19para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. 20E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir. 22Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José? 23Então lhes disse: Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria. 24E acrescentou: Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria. 25Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra; 26mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. 27Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã. 28A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga. 29Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo. 30Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se. - Palavra da salvação.Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 16Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (61,1s.): 18O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, 19para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. 20E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir. 22Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José? 23Então lhes disse: Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria. 24E acrescentou: Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria. 25Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra; 26mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. 27Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã. 28A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga. 29Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo. 30Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
3) Reflexão Lucas 4,16-30
Hoje, primeiro dia do mês de setembro, começamos a meditação do Evangelho de Lucas que se prolongará por três meses até o fim do ano eclesiástico, sábado 29 de Novembro. O evangelho de hoje traz a visita de Jesus a Nazaré e a apresentação do seu programa ao povo na sinagoga. Num primeiro momento, o povo ficou admirado. Mas, em seguida, quando perceberam que Jesus queria acolher a todos, sem excluir ninguém, ficaram revoltados e quiseram matá-lo.
Lucas 4,16-19: A proposta de Jesus.
Animado pelo Espírito Santo, Jesus tinha voltado para a Galileia (Lc 4,14) e começou a anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. Andando pelas comunidades e ensinando nas sinagogas, ele chegou em Nazaré, onde tinha sido criado. Estava de volta na comunidade, onde, desde pequeno, tinha participado durante quase trinta anos. No sábado seguinte, conforme o seu costume, Jesus foi à sinagoga para participar da celebração e levantou-se para fazer a leitura. Escolheu o texto de Isaías que falava dos pobres, presos, cegos e oprimidos (Is 61,1-2). Este texto refletia a situação do povo da Galileia do tempo de Jesus. A experiência que Jesus tinha de Deus como Pai amoroso dava a ele um novo olhar para avaliar a realidade. Em nome de Deus, Jesus toma posição em defesa da vida do seu povo e, com as palavras de Isaías, define a sua missão: (1) anunciar a Boa Nova aos pobres, (2) proclamar a libertação aos presos, (3) a recuperação da vista aos cegos, (4) restituir a liberdade aos oprimidos e, retomando a antiga tradição dos profetas, (5) proclama “um ano de graça da parte do Senhor”. Proclama o ano do jubileu!
Na Bíblia, o “Ano Jubileu” era uma lei importante. Inicialmente, a cada sete anos (Dt 15,1; Lev 25,3), as terras deviam voltar ao clã de origem. Cada um devia poder voltar à sua propriedade. Assim impediam a formação de latifúndio e garantiam às famílias a sobrevivência. Também deviam perdoar as dívidas e resgatar as pessoas escravizadas (Dt 15,1-18). Não foi fácil realizar o ano jubileu cada sete anos (cf Jr 34,8-16). Depois do exílio, decidiram realiza-lo cada sete vezes sete anos (Lev 25,8-12), isto é, cada cinqüenta anos. O objetivo do Ano Jubileu era e continua sendo: restabelecer os direitos dos pobres, acolher os excluídos e reintegrá-los na convivência. O jubileu era um instrumento legal para voltar ao sentido original da Lei de Deus. Era uma oportunidade oferecida por Deus para fazer uma revisão da caminhada, descobrir e corrigir os erros e recomeçar tudo de novo. Jesus inicia a sua pregação proclamando um jubileu, um “Ano de Graça da parte do Senhor”.
Lucas 4,20-22: Ligar Bíblia com Vida.
Terminada a leitura, Jesus atualiza o texto de Isaías dizendo: “Hoje se cumpriu esta escritura nos ouvidos de vocês!” Assumindo as palavras de Isaías como suas próprias palavras, Jesus lhes dá o seu pleno e definitivo sentido e se declara messias que veio realizar a profecia. Esta maneira de atualizar o texto provocou uma reação de descrédito por parte dos que estavam na sinagoga. Ficaram escandalizados e já não queriam saber dele. Não aceitaram Jesus como o messias anunciado por Isaías. Diziam: “Não é este o filho de José?” Ficaram escandalizados porque Jesus falou em acolher os pobres, os cegos e os oprimidos. O povo de Nazaré não aceitou a proposta de Jesus. E assim, no momento em que apresentou o seu projeto de acolher os excluídos, ele mesmo foi excluído.
Lucas 4,23-30: Ultrapassar os limites da raça.
Para ajudar a comunidade a superar o escândalo e levá-la a compreender que sua proposta estava bem dentro da tradição, Jesus contou duas histórias conhecidas da Bíblia, uma de Elias e outra de Eliseu. As duas histórias criticavam o fechamento do povo de Nazaré. Elias foi enviado para a viúva estrangeira de Sarepta (1 Rs 17,7-16). Eliseu foi enviado para atender ao estrangeiro da Síria (2 Rs 5,14). Transparece aqui a preocupação de Lucas em mostrar que a abertura para os pagãos já vinha desde Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo no tempo de Lucas. Mas o apelo de Jesus não adiantou. Ao contrário! As histórias de Elias e Eliseu provocaram mais raiva ainda. A comunidade de Nazaré chegou ao ponto de querer matar Jesus. Mas ele manteve a calma. A raiva dos outros não conseguiu desviá-lo do seu caminho. Lucas mostra assim como é difícil superar a mentalidade do privilégio e do fechamento.
É importante notar os detalhes no uso do Antigo Testamento. Jesus cita o texto de Isaías até onde diz: "proclamar um ano de graça da parte do Senhor". Cortou o resto da frase que dizia: "e um dia de vingança do nosso Deus". O povo de Nazaré ficou bravo com Jesus por ele pretender ser o messias, por querer acolher os excluídos e por ter omitido a frase sobre a vingança. Eles queriam que o Dia de Javé fosse um dia de vingança contra os opressores do povo. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas uma virada da mesa e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita este modo de pensar, não aceita a vingança (cf.Mt 5,44-48). A sua nova experiência de Deus como Pai/Mãe ajudava-o a entender melhor o sentido das profecias.
4) Para um confronto pessoal
1) O programa de Jesus consiste em acolher os excluídos. Será que nós acolhemos a todos, ou excluímos alguém? Quais os motivos que nos levam a excluir certas pessoas?
2) Será que o programa de Jesus está sendo realmente o nosso programa, o meu programa? Quais os excluídos que deveríamos acolher melhor na nossa comunidade? O que ou quem nos dá força para realizar a missão que Jesus nos deu?
5) Oração final
Ah, quanto amo, Senhor, a vossa lei! Durante o dia todo eu a medito. Mais sábio que meus inimigos me fizeram os vossos mandamentos, pois eles me acompanham sempre (Sl 118, 1-2)
*Tema do 22º Domingo do Tempo Comum: Um Olhar
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A liturgia do 22º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir a "loucura da cruz": o acesso a essa vida verdadeira e plena que Deus nos quer oferecer passa pelo caminho do amor e do dom da vida (cruz).
Na primeira leitura, um profeta de Israel (Jeremias) descreve a sua experiência de "cruz". Seduzido por Jahwéh, Jeremias colocou toda a sua vida ao serviço de Deus e dos seus projetos. Nesse "caminho", ele teve que enfrentar os poderosos e pôr em causa a lógica do mundo; por isso, conheceu o sofrimento, a solidão, a perseguição... É essa a experiência de todos aqueles que acolhem a Palavra de Jahwéh no seu coração e vivem em coerência com os valores de Deus.
A segunda leitura convida os cristãos a oferecerem toda a sua existência de cada dia a Deus. Paulo garante que é esse o sacrifício que Deus prefere. O que é que significa oferecer a Deus toda a existência? Significa, de acordo com Paulo, não nos conformarmos com a lógica do mundo, aprendermos a discernir os planos de Deus e a viver em consequência.
No Evangelho, Jesus avisa os discípulos de que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos e êxitos humanos, mas passa pelo amor e pelo dom da vida (até à morte, se for necessário). Jesus vai percorrer esse caminho; e quem quiser ser seu discípulo tem de aceitar percorrer um caminho semelhante.
EVANGELHO – (Mt 16,21-27): Atualização
Frente a frente, o Evangelho deste domingo coloca a lógica dos homens (Pedro) e a lógica de Deus (Jesus). A lógica dos homens aposta no poder, no domínio, no triunfo, no êxito; garante-nos que a vida só tem sentido se estivermos do lado dos vencedores, se tivermos dinheiro em abundância, se formos reconhecidos e incensados pelas multidões, se tivermos acesso às festas onde se reúne a alta sociedade, se tivermos lugar no conselho de administração da empresa. A lógica de Deus aposta na entrega da vida a Deus e aos irmãos; garante-nos que a vida só faz sentido se assumirmos os valores do Reino e vivermos no amor, na partilha, no serviço, na solidariedade, na humildade, na simplicidade. Na minha vida de cada dia, estas duas perspectivas confrontam-se, a par e passo... Qual é a minha escolha? Na minha perspectiva, qual destas duas propostas apresenta um caminho de felicidade seguro e duradouro?
Jesus tornou-Se um de nós para concretizar os planos do Pai e propor aos homens - através do amor, do serviço, do dom da vida - o caminho da salvação, da vida verdadeira. Neste texto (como, aliás, em muitos outros), fica claramente expressa a fidelidade radical de Jesus a esse projeto. Por isso, Ele não aceita que nada nem ninguém O afaste do caminho do dom da vida: dar ouvidos à lógica do mundo e esquecer os planos de Deus é, para Jesus, uma tentação diabólica que Ele rejeita duramente. Que significado e que lugar ocupam na minha vida os projetos de Deus? Esforço-me por descobrir a vontade de Deus a meu respeito e a respeito do mundo? Estou atento a esses "sinais dos tempos" através dos quais Deus me interpela? Sou capaz de acolher e de viver com fidelidade e radicalidade as propostas de Deus, mesmo quando elas são exigentes e vão contra os meus interesses e projetos pessoais?
Quem são os verdadeiros discípulos de Jesus? Muitos de nós receberam uma catequese que insistia em ritos, em fórmulas, em práticas de piedade, em determinadas obrigações legais, mas que deixou para segundo plano o essencial: o seguimento de Jesus. A identidade cristã constrói-se à volta de Jesus e da sua proposta de vida. Que nenhum de nós tenha dúvidas: ser cristão é bem mais do que ser batizado, ter casado na igreja, organizar a festa do santo padroeiro da paróquia, ou dar-se bem com o padre... Ser cristão é, essencialmente, seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. O cristão é aquele que faz de Jesus a referência fundamental à volta da qual constrói toda a sua existência; e é aquele que renuncia a si mesmo e que toma a mesma cruz de Jesus.
O que é "renunciar a si mesmo"? É não deixar que o egoísmo, o orgulho, o comodismo, a autossuficiência dominem a vida. O seguidor de Jesus não vive fechado no seu cantinho, a olhar para si mesmo, indiferente aos dramas que se passam à sua volta, insensível às necessidades dos irmãos, alheado das lutas e reivindicações dos outros homens; mas vive para Deus e na solidariedade, na partilha e no serviço aos irmãos.
O que é "tomar a cruz"? É amar até às últimas consequências, até à morte. O seguidor de Jesus é aquele que está disposto a dar a vida para que os seus irmãos sejam mais livres e mais felizes. Por isso, o cristão não tem medo de lutar contra a injustiça, a exploração, a miséria, o pecado, mesmo que isso signifique enfrentar a morte, a tortura, as represálias dos poderosos.
*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
PADRE CELEBRIDADE GASTOU R$ 367 MILHÕES PARA COMPRAR 106 PROPRIEDADES RURAIS
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As terras foram adquiridas principalmente em Goiás, onde vive o pároco, mas também há registros de compras em Mato Grosso e São Paulo; 99 fazendas foram quitadas em uma única parcela
Alfredo Mergulhão
A defesa do padre Robson afirmou que todos os negócios realizados pela Afipe foram feitos dentro da legalidade Foto: Divulgação
A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) comprou ao menos 106 propriedades rurais como fazendas, sítios e chácaras entre os anos de 2010 e 2019. Para as aquisições, a entidade criada pelo padre Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, gastou R$ 367,6 milhões neste período. As terras foram adquiridas principalmente em Goiás, onde vive o pároco, mas também há registros de compras em Mato Grosso e São Paulo.
Os valores aplicados nesses negócios foram provenientes de doações feitas pelos fiéis à Afipe, associação fundada para cuidar dos interesses do Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade. Robson foi presidente da entidade até semana passada, quando se afastou do cargo em meio a uma série de denúncias apresentadas pelo Ministério Público de Goiás (MP). O pároco é suspeito de utilizar os recursos dos donativos para fins pessoais.
As aquisições dessas terras foram negócios fechados, sobretudo, com pagamento à vista. De acordo com dados que constam em um relatório das movimentações financeiras da Afipe, que Época teve acesso, 99 fazendas foram quitadas em uma única parcela. Apenas sete propriedades rurais foram pagas a prazo.
A primeira terra comprada pela Afipe foi a Fazenda Boa Vista do Ribeiro, localizada em Guapó, município localizado a 36 quilômetros de Goiânia. Os documentos mostram que a aquisição ocorreu no dia 23 de setembro de 2010, ano em que o padre Robson divulgou o projeto para construir uma nova basílica em Trindade, cidade que se tornou destino de romaria de peregrinos católicos. A propriedade custou R$ 400 mil em valores da época.
Os gastos com fazendas cresceram ano após ano, assim como aumentavam os donativos para a Afipe. No fim de 2010, a entidade totalizou R$ 8,6 milhões investidos em áreas rurais. O valor saltou para R$ 76,5 milhões em 2015 e chegou ao máximo dois anos depois.
Em 2017, o montante gasto pela entidade na compra de propriedades rurais chegou a R$ 115,1 milhões. A fazenda São Domingos, situada em Caiapônia, foi uma das responsáveis pelo alto valor gasto com imóveis rurais naquele ano. A propriedade custou R$ 92,9 milhões e foi paga à vista pela Afipe.
Naquela altura, o padre Robson foi vítima de um crime de extorsão, quando teve o computador e celular hackeados. Segundo o MP, o pároco foi chantageado ao longo de 2017 “para que não divulgassem imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais que levassem a prejudicar sua imagem”.
O Padre Robson chegou a transferir mais de R$ 2 milhões das contas bancárias da Afipe para os criminosos. Após a condenação da quadrilha de extorsão, o padre passou ser investigado por uso indevido das doações dos fiéis. Para o MP, o pároco é suspeito de ter cometido crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, sonegação fiscal e associação
Reduto do padre
A maioria das propriedades rurais da Afipe está em Trindade. Ao todo, a entidade adquiriu 68 áreas situadas no município. Metade dessas compras foram de glebas da Fazenda Forquilha. Para realizar esses negócios, a associação gastou R$ 163,6 milhões.
Situado nas margens do Rio Araguaia, Aruanã é um destino requisitado pelos goianos. A Afipe comprou quatro fazendas no local. As duas primeiras foram adquiridas ainda em 2013, ambas no mesmo dia. Em 31 de outubro, a entidade pagou R$ 5,3 milhões e R$ 2,3 milhões à vista, de acordo com o relatório das movimentações financeiras da Afipe.
Uma nova investida foi feita em 2017. Naquele ano, a Afipe comprou uma fazenda por R$ 10,5 milhões em Aruanã. A entidade voltou ao município no ano seguinte para adquirir uma propriedade rural que custou R$ 18,3 milhões, mais uma vez com pagamento integral do valor no ato da compra.
A Afipe também comprou fazendas nos municípios goianos de Abadia de Goiás, Abadiânia, Anicuns, Campestre, Goiânia, Guapó, Hidrolândia, Itaberaí, Mairipotaba, Niquelândia, Santa Bárbara e Varjão.
Investimentos em outros estados
A partir de 2014, a Afipe passou a comprar propriedades rurais em outros estados, além de Goiás. A primeira terra que a entidade religiosa comprou foi uma chácara em Tanabi, no interior de São Paulo, por 217 mil. Dois anos depois, a associação comprou um sítio em Lorena por R$ 450 mil.
Ainda em 2016, os negócios do padre foram expandidos para Mato Grosso. Naquele ano, a Afipe pagou R$ 8,9 milhões à vista por uma fazenda em Araguaiana. E também comprou uma terra em Cocalinho, por R$ 1,7 milhão.
No ano seguinte, mais duas fazendas foram compradas em Cocalinho, ambas no mesmo dia. Uma delas custou R$ 9,3 milhões e o preço da outra foi R$ 2,1 milhões, pagos à prazo.
Em nota, a defesa do padre Robson afirmou que todos os negócios realizados pela Afipe foram feitos dentro da legalidade. E acrescentou que investimentos apresentaram bons resultados para a entidade.
“A aquisição de propriedades rurais era operada exclusivamente como forma de investimento. A Afipe obteve excelentes resultados financeiros com as compras e vendas das fazendas. Todas estão, desde o início, formal e legalmente contabilizadas e declaradas às autoridades competentes, bem como os demais bens da associação”, diz o texto. Fonte: https://epoca.globo.com
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