Sábado 18 de abril-2020. Oitava da Páscoa- Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que pela riqueza da vossa graça multiplicai os povos que creem em vós, contemplai solícitos aqueles que escolhestes e dai aos que renasceram pelo batismo a veste da imortalidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo..
2) Leitura do Evangelho (Marcos 16, 9-15)
9Ressuscitado na madrugada do primeiro dia depois do sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem tinha expulsado sete demônios. 10Ela foi anunciar o fato aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e choravam. 11Quando ouviram que ele estava vivo e tinha sido visto por ela, não acreditaram. 12Depois disso, Jesus apareceu a dois deles, sob outra aparência, enquanto estavam indo para o campo. 13Eles contaram aos outros. Também não acreditaram nesses dois. 14Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos, enquanto estavam comendo. Ele os criticou pela falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado. 15E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!
3) Reflexão
O evangelho de hoje faz parte de uma unidade literária mais ampla (Mc 16,9-20) que traz uma lista ou um resumo de várias aparições de Jesus: (1) Jesus aparece a Maria Madalena, mas os discípulos não aceitam o testemunho dela (Mc 16,9-11); (2) Jesus aparece a dois discípulos, mas os outros não creram no testemunho deles (Mc 16,12-13); (3) Jesus aparece aos Onze, critica a falta de fé e dá ordem de anunciar a Boa Nova a todos (Mc 16,14-18); (4) Jesus sobe ao céu e continua cooperando com os discípulos (Mc 16,19-20).
Além desta lista de aparições do evangelho de Marcos, existem outras listas de aparições que nem sempre coincidem entre si. Por exemplo, a lista conservada por Paulo na carta aos Coríntios é bem diferente (1 Cor 15,3-8). Esta variedade mostra que, inicialmente, os cristãos não se preocupavam em provar a ressurreição por meio das aparições. Para eles a fé na ressurreição era tão evidente e tão vivida, que não havia necessidade de prova. Uma pessoa que toma banho de sol na praia não se preocupa em provar que o sol existe. Ela mesma, bronzeada, é a prova viva de que o sol existe. As comunidades, elas mesmas, existindo no meio daquele império imenso, eram uma prova viva da ressurreição. As listas das aparições começam a aparecer mais tarde, na segunda geração, para rebater as críticas dos adversários.
Marcos 16,9-11: Jesus aparece a Maria de Mágdala, mas os outros discípulos não creram nela. Jesus aparece primeiro a Maria Madalena. Ela foi anunciá-lo aos outros. Para vir ao mundo, Deus quis depender do sim de uma jovem de 15 ou 16 anos, chamada Maria, lá de Nazaré (Lc 1,38). Para ser reconhecido como vivo no meio de nós, quis depender do anúncio de uma moça que tinha sido libertada de sete demônios, também chamada Maria, lá de Mágdala! (Por isso, era chamada Maria Magdalena). Mas os outros não acreditaram nela. Marcos diz que Jesus apareceu primeiro a Madalena. Na lista das aparições, transmitida na carta aos Coríntios (1 Cor 15,3-8), já não constam as aparições de Jesus às mulheres. Os primeiros cristãos tiveram dificuldade de crer no testemunho das mulheres. É pena!
Marcos 16,12-13: Jesus aparece a dois discípulos, mas os outros não creram neles. Sem muitos detalhes, Marcos se refere a uma aparição de Jesus a dois discípulos, “enquanto estavam a caminho do campo”. Trata-se, provavelmente, de um resumo da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús, narrada por Lucas (Lc 24,13-35). Marcos insiste em dizer que “os outros não acreditaram nem mesmo nestes”.
Marcos 16,14-15: Jesus critica a incredulidade e manda anunciar a Boa Nova a todas as criaturas. Por fim, Jesus aparece aos onze discípulos e os repreende por não terem acreditado nas pessoas que o tinham visto ressuscitado. Novamente, Marcos se refere à resistência dos discípulos em crer no testemunho daqueles e daquelas que experimentaram a ressurreição de Jesus. Por que será? Provavelmente, para ensinar três coisas. Primeiro, que a fé em Jesus passa pela fé nas pessoas que dão testemunho dele. Segundo, que ninguém deve desanimar, quando a dúvida e a descrença nascem no coração. Terceiro, para rebater as críticas dos que diziam que cristão é ingênuo e aceita sem crítica qualquer notícia, pois os onze discípulos tiveram muita dificuldade em aceitar a verdade da ressurreição!
O evangelho de hoje termina com o envio: “Ide pelo mundo inteiro e proclamai a Boa Nova a toda criatura!” Jesus lhes confere a missão de anunciar a Boa Nova a toda a criatura.
4) Para um confronto pessoal
1) Maria Madalena, os dois discípulos de Emaús e os onze discípulos: quem é que teve maior dificuldade em crer na ressurreição? Por que? Eu me identifico com qual deles?
2) Quais são os sinais que mais convencem as pessoas da presença de Jesus no nosso meio?
5) Oração final
O SENHOR é justo em todos os seus caminhos, santo em todas as suas obras. O SENHOR está perto de todos os que o invocam, dos que o invocam de coração sincero. (Sl 144, 17-18)
Sexta-feira, 17 de abril-2020. Oitava da Páscoa- Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que no Sacramento pascal restaurastes vossa aliança, reconciliando convosco a humanidade, concedei-nos realizar em nossa vida o mistério que celebramos na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 21, 1-14)
Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele. 3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Nós vamos contigo”. Saíram, entraram no barco, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já de manhã, Jesus estava aí na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Ele perguntou: “Filhinhos, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. 6Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo que Jesus mais amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros. 9Quando chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. 11Então, Simão Pedro subiu e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
3) Reflexão
O Capítulo 21 do evangelho de São João parece um apêndice que foi acrescentado mais tarde depois que o evangelho já estava terminado. A conclusão do capítulo anterior (Jo 20,30-31) ainda deixa perceber que se trata de um acréscimo. De qualquer maneira, acréscimo ou não, é Palavra de Deus que traz uma bonita mensagem de ressurreição para esta sexta-feira da semana de Páscoa.
João 21,1-3: O pescador de homens volta a ser pescador de peixes. Jesus morreu e ressuscitou. No fim daqueles três anos de convivência com Jesus, os discípulos voltaram para a Galileia. Um grupo deles está de novo diante do lago. Pedro retoma o passado e diz: “Eu vou pescar!” Os outros disseram: “Nós vamos com você!” Assim, Tomé, Natanael, João e Tiago junto com Pedro saíram de barco e foram pescar. Retomaram a vida do passado como se nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu. Algo estava acontecendo! O passado não voltou! “Não pagaram nada!” Voltaram à praia cansados. Foi uma noite frustrante.
João 21,4-5: O contexto da nova aparição de Jesus. Jesus estava na praia, mas eles não o reconheceram. Jesus pergunta: “Moços, por acaso vocês alguma coisa para comer?” Responderam: “Não!” Na resposta negativa reconheceram que a noite tinha sido frustrante e que não pescaram nada. Eles tinham sido chamados para serem pescadores de homens (Mc 1,17; Lc 5,10), e voltaram a ser pescadores de peixes. Mas algo mudou em suas vidas! A experiência de três anos com Jesus provocou neles uma mudança irreversível. Já não era possível voltar para atrás como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado.
João 21,6-8: Lancem a rede do lado direito do barco e vocês vão encontrar. Eles fizeram algo que, provavelmente, nunca tinham feito na vida. Cinco pescadores experimentados obedecem a um estranho que mandou fazer algo que contrastava com a experiência deles. Jesus, aquela pessoa desconhecida que estava na praia, mandou que jogassem a rede do lado direito do barco. Eles obedeceram, jogaram a rede, e foi um resultado inesperado. A rede ficou cheia de peixes! Como era possível! Como explicar esta surpresa fora de qualquer previsão? O amor faz descobrir. O discípulo amado diz: “É o Senhor!” Esta intuição clareou tudo. Pedro se jogou na água para chegar mais depressa perto de Jesus. Os outros discípulos vieram mais devagar com o barco arrastando a rede cheia de peixes.
João 21,9-14: A delicadeza de Jesus. Chegando em terra, viram que Jesus tinha aceso umas brasas e que estava assando peixe e pão. Ele pediu que trouxessem mais uns peixes. Imediatamente, Pedro subiu no barco, arrastou a rede com cento e cinquenta e três peixes. Muito peixe, e a rede não se rompeu. Jesus chamou a turma: “Venham comer!” Ele teve a delicadeza de preparar algo para comer depois de uma noite frustrada sem pescar nada. Gesto bem simples que revela algo do amor com que o Pai nos ama. “Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14,9). Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. E evocando a eucaristia, o evangelista João completou: “Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles”. Sugere assim que a eucaristia é o lugar privilegiado para o encontro com Jesus ressuscitado.
4) Para um confronto pessoal
1) Já aconteceu com você ter que te pediram jogar a rede do lado direito do barco da sua vida, contrariando toda a sua experiência? Você obedeceu? Jogou a rede?
2) A delicadeza de Jesus. Como é a sua delicadeza nas coisas pequenas da vida?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, porque ele é bom; pois eterno é seu amor. Que Israel diga: eterno é seu amor. Que a casa de Aarão diga: eterno é seu amor. Digam os que temem o SENHOR: eterno é seu amor. (Sl 117, 1-4)
Bento XVI completa 93 anos e reza pelos doentes da Covid-19
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Dom Gänswein conta ao "Vatican News" o aniversário do Papa emérito: uma festa sem visitas por causa da pandemia, mas circundado pelo afeto e pelas orações e com um pensamento especial voltado para as vítimas do coronavírus
Alessandro Gisotti - Vatican News
No sinal da sobriedade e da gratidão ao Senhor. Assim Bento XVI está transcorrendo seu 93º aniversário no mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano. No respeito pelas medidas preventivas ao contágio, o Papa emérito não recebeu visitas, conta ao Vatican News dom Georg Gänswein.
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Todavia, prossegue o secretário particular de Ratzinger, nestas horas está recebendo numerosos telefonemas de felicitações, em particular do irmão Georg. Também são muitas as mensagens que estão chegando pelo correio eletrônico.
O Papa emérito está constantemente informado sobre os desdobramentos da pandemia e reza diariamente pelos doentes e por aqueles que sofrem por causa do vírus, afirma o prefeito da Casa Pontifícia.
“Ficou também particularmente impressionado com os muitos sacerdotes, médicos e enfermeiros mortos, em particular no norte da Itália, na realização do próprio serviço de assistência aos doentes do coronavírus”, disse seu secretário. Bento XVI, concluiu dom Gänswein, “participa desta dor”, acompanha “com preocupação”, mas “não se deixa roubar a esperança.”
Iniciado com a Missa na capela do mosteiro – uma celebração mais solene do que o habitual –, o dia no Mater Ecclesiae prossegue marcado por momentos de oração e leituras, mas também momentos dedicados aos cantos típicos da Baviera (sul da Alemanha), pátria de Bento XVI.
Particularmente apreciado o presente que o Papa emérito recebeu esta manhã: uma volumosa biografia escrita pelo jornalista alemão Peter Seewald, que será publicada no próximo dia 4 de maio.
“Inicialmente – disse dom Gänswein –, Seewald pretendia presenteá-la pessoalmente nestes dias ao Papa emérito. Infelizmente, a pandemia o tornou impossível.”
A biografia de Seewald “Bento XVI – uma vida” será publicada pela casa editora Droemer Knaur. O autor publicou vários livros-entrevista com o Papa emérito, entre os quais os best sellers “Luz do mundo” e “Últimas conversações”. Fonte: https://www.vaticannews.va
Quarta-feira, 15 de abril-2020. Oitava da Páscoa- Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que nos alegrais todos os anos com a solenidade da ressurreição do Senhor, concedei-nos, pelas festas que celebramos nesta vida, chegar às eternas alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 24, 13-35)
13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. 17Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” 19Ele perguntou: “Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. 20Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu”. 25Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. 29Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entrou para ficar com eles. 30Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu- o e deu a eles. 31Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
3) Reflexão Luca 24,13-35
O evangelho de hoje traz o episódio tão conhecido da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús. Lucas escreve nos anos 80 para as comunidades da Grécia que na sua maioria eram de pagãos convertidos. Os anos 60 e 70 tinham sido muito difíceis. Houve a grande perseguição de Nero em 64. Seis anos depois em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Em 72, em Massada no deserto de Judá, foi o massacre dos últimos judeus revoltosos. Nesses anos todos, os apóstolos, testemunhas da ressurreição, foram desaparecendo. O cansaço ia tomando conta da caminhada. Onde encontrar força e coragem para não desanimar? Como descobrir a presença de Jesus nesta situação tão difícil? A narração da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús procura ser uma resposta para estas perguntas angustiantes. Lucas quer ensinar as comunidades como interpretar a Escritura para poder redescobrir a presença de Jesus na vida.
Lc 24,13-24: 1º Passo: partir da realidade. Jesus encontra os dois amigos numa situação de medo e de descrença. As forças de morte, a cruz, tinham matado neles a esperança. Era a situação de muita gente no tempo de Lucas e continua sendo a situação de muitos hoje em dia. Jesus se aproxima e caminha com eles, escuta a conversa e pergunta: "De que estão falando?" A ideologia dominante, isto é, a propaganda do governo e da religião oficial da época, impedia-os de enxergar. "Nós esperávamos que ele fosse o libertador, mas...". Qual é hoje a conversa do povo que sofre?
O primeiro passo é este: aproximar-se das pessoas, escutar sua realidade, sentir seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que ajudem as pessoas a olhar a realidade com um olhar mais crítico.
Lc 24,25-27: 2º Passo: usar a Bíblia para iluminar a vida. Jesus usa a Bíblia e a história do povo de Deus para iluminar o problema que fazia sofrer os dois amigos, e para esclarecer a situação que eles estavam vivendo. Usa-a também para situá-los dentro do conjunto do projeto de Deus que vinha desde Moisés e os profetas. Ele mostra assim que a história não tinha escapado da mão de Deus. Jesus usa a Bíblia não como um doutor que já sabe tudo, mas como o companheiro que vem ajudar os amigos a lembrar o que estes tinham esquecido. Jesus não provoca complexo de ignorância nos discípulos, mas procura despertar neles a memória: “Como vocês demoram para entender o que os profetas anunciaram!”.
O segundo passo é este: com a ajuda da Bíblia, ajudar as pessoas a descobrir a sabedoria que já existe dentro delas mesmas, e transformar a cruz, sinal de morte, em sinal de vida e de esperança. Aquilo que as impedia de caminhar, torna-se agora força e luz na caminhada. Como fazer isto hoje?
Lc 24,28-32: 3º Passo: partilhar na comunidade. A Bíblia, ela por si, não abre os olhos. Apenas faz arder o coração. O que abre os olhos e faz enxergar, é a fração do pão, o gesto comunitário da partilha, rezar juntos, a celebração da Ceia. No momento em que os dois reconhecem Jesus, eles renascem e Jesus desaparece. Jesus não se apropria da caminhada dos amigos. Não é paternalista. Ressuscitados, os discípulos são capazes de caminhar com seus próprios pés.
O terceiro passo é este: saber criar um ambiente de fé e de fraternidade, de celebração e de partilha, onde possa atuar o Espírito Santo. É ele que nos faz descobrir e experimentar a Palavra de Deus na vida e nos leva a entender o sentido das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,13).
Lc 24,33-35: O resultado: Ressuscitar e voltar para Jerusalém. Os dois criam coragem e voltam para Jerusalém, onde continuavam ativas as mesmas forças de morte que tinham matado Jesus e que tinham matado neles a esperança. Mas agora tudo mudou. Se Jesus está vivo, então nele e com ele está um poder mais forte do que o poder que o matou. Esta experiência os faz ressuscitar! Realmente tudo mudou! Coragem, em vez de medo! Retorno, em vez de fuga! Fé, em vez de descrença! Esperança, em vez de desespero! Consciência crítica, em vez de fatalismo frente ao poder! Liberdade, em vez de opressão! Numa palavra: vida, em vez de morte! Em vez da má noticia da morte de Jesus, a Boa Notícia da sua Ressurreição! Os dois experimentam a vida, e vida em abundância! (Jo 10,10). Sinal do Espírito de Jesus atuando neles!
4) Para um confronto pessoal
1-Os dois disseram: “Nós esperávamos, mas….!” Você já viveu uma situação de desânimo que o levou a dizer: “Eu esperava, mas...!”?
2-Como você lê, usa e interpreta a Bíblia? Já sentiu arder o coração ao ler e meditar a Palavra de Deus? Lê a Bíblia sozinho ou faz parte de algum grupo bíblico?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, invocai seu nome, manifestai entre as nações suas grandes obras. Cantai em sua honra, tocai para ele, recordai todos os seus milagres. Gloriai-vos do seu santo nome, alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR. (Sl 104, 1-3)
De líder religioso a escândalos de pedofilia: relembre a história de Dom Aldo
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Um dos mais emblemáticos e polêmicos líderes religiosos que passaram pelo comando da Arquidiocese da Paraíba, o arcebispo emérito, Dom Aldo di Cillo Pagotto, morreu nesta terça-feira (14), com suspeita de Coronavírus. Dom Aldo tem uma história cercada de polêmicos questionamentos, assim como, feitos à frente da Igreja Católica na Paraíba, quando foi nomeado em 5 de maio de 2004 em substituição a Dom Marcelo Carvalheira.
Ele cursou filosofia e teologia no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário Caratinga (Minas Gerais) e no Seminário S. Pio X dos Padres Sacramentinos, Caratinga. Na Universidade Gregoriana estudou de 1988 a 1991, onde bacharelou-se em Filosofia e especializou-se em teologia dogmática.
Dom Aldo foi ordenado bispo no dia 31 de outubro de 1997, por Dom Cláudio Hummes, então Arcebispo de Fortaleza. Logo ordenado bispo, sucedeu a Dom Walfrido Teixeira em Sobral, no interior norte do Ceará entre 18 de março de 1998 e 5 de maio de 2004. Como bispo, foi encarregado da Dimensão Ecumênica no Regional NE 1; Comissão Pastoral da Seca no Nordeste. Em 2000, foi eleito Presidente do Regional Nosdeste, CNBB. Foi também Presidente da Comissão Episcopal Serviço, Caridade, Justiça e Paz (2003-2007).
No dia 30 de outubro de 2007, Dom Aldo recebeu da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba a medalha Papa João Paulo II. Da Câmara Municipal de João Pessoa, recebeu a medalha do Mérito da Cidade de João Pessoa.
Polêmicas
Em abril de 2002, o Ministério Público do Ceará acusou dom Aldo Pagotto de coagir adolescentes a mudar depoimentos sobre abuso sexual, no caso do frei Luis Sebastião Thomaz -apontado como suposto autor de abuso sexual contra 21 meninas de Santana do Acaraú, no interior cearense. Nove das supostas vítimas passaram por exames no IML (Instituto Médico Legal). A polícia revelou que uma delas teria sofrido estupro e duas teriam mantido relações sexuais com o frei.
Em julho de 2016, o Papa Francisco aceitou a renúncia do arcebispo da Paraíba Aldo Pagotto. De acordo com a imprensa italiana, ele era suspeito de ter abrigado em sua diocese padres e seminaristas acusados de abusar sexualmente de menores e expulsos por outros bispos.
Depois do início da investigação do Vaticano, em 2015, Pagotto recebeu a determinação de não ordenar padres ou receber novos seminaristas.
Em novembro de 2017, Dom Aldo di Cillo Pagotto – arcebispo emérito da Paraíba – e outros padres daquela Arquidiocese foram inocentados da acusação da prática de crimes sexuais devido a prescrição. Mas processo na Justiça do Trabalho, prosseguiu e a Igreja Católica foi condenada a pagar 12 milhões de reais devido à condenação por Exploração Sexual.
Sobre a morte
Dom Aldo havia sido foi internado, em Fortaleza, no estado do Ceará, nesta terça-feira (14). A informação tinha sido confirmada pela assessoria da Arquidiocese da Paraíba. Já a informação da morte foi confirmada pela Arquidiocese de Fortaleza.
O sacerdote foi levado à UTI (Unidade de Terapia Intenvisa) em Fortaleza. Dom Aldo Pagotto vivia em Fortaleza desde que deixou o cargo de Arcebispo da Paraíba, sendo substituído por Dom Manoel Delson. O título de emérito de Dom Aldo é uma espécie de aposentadoria dentro da Igreja Católica. Fonte: https://fonte83.com.br
Convento no centro de SP tem 8 freis infectados pelo coronavírus
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Dois franciscanos estão internados. Convento pede ajuda do governo com organização de fila para distribuição de comida.
O Convento São Francisco, no Centro de São Paulo, tem 8 freis infectados pelo coronavírus, do total de 14. Dois deles estão internados, informou o Frei David, que também teve sintomas da doença. O convento organiza diariamente doações de comida para moradores em situação de rua, o que provoca enormes filas em frente ao local.
O Frei Davi explica que os mais jovens organizam a distribuição, e que não sabe como o vírus chegou aos franciscanos. "Estamos preocupados com a ausência do estado em organiza para nós a fila", disse o Frei Davi. Sem máscaras e sem o distanciamento mínimo recomendado, milhares de pessoas aguardam na fila por um parto de comida.
A cena tem se repetido no centro da capital. A fila se forma pouco antes do almoço. Voluntários também costumam entregar matéria de higiene pessoal, mas as doações não dão conta da alta demanda. Fonte: https://g1.globo.com
Terça-feira, 14 de abril-2020. Oitava da Páscoa- Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que nos concedestes a salvação pascal, acompanhai o vosso povo com vossos dons celestes, para que, tendo conseguido a verdadeira liberdade, possa um dia alegra-se no céu, como exulta agora na terra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 20, 11-18)
Naquele tempo, 11Maria tinha ficado perto do túmulo, do lado de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para olhar dentro do túmulo. 12Ela enxergou dois anjos, vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras”. Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Dizendo isto, Maria virou-se para trás e enxergou Jesus, de pé, mas ela não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou- lhe: “Mulher, por que choras? Quem procuras?” Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste, e eu irei buscá-lo”. 16Então, Jesus falou: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabûni!” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures, pois ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então, Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”, e contou o que ele lhe tinha dito.
3) Reflexão
O evangelho de hoje descreve a aparição de Jesus a Maria Madalena. A morte do seu grande amigo levou Maria a uma perda do sentido da vida. Mas ela não desistiu da busca. Foi ao sepulcro para reencontrar aquele que a morte lhe tinha roubado. Há momentos na vida em que tudo desmorona. Parece que tudo acabou. Morte, desastre, doença, decepção, traição! Tantas coisas que podem tirar o chão debaixo dos pés e jogar-nos numa crise profunda. Mas também acontece o seguinte. Como que de repente, o reencontro com uma pessoa amiga pode refazer a vida e nos fazer redescobrir que o amor é mais forte do que a morte e a derrota.
O Capítulo 20 de João, além da aparição de Jesus a Madalena, traz vários outros episódios que revelam a riqueza da experiência da ressurreição: (1) do discípulo amado e de Pedro (Jo 20,1-10); (2) de Maria Madalena (Jo 20,11-18); (3) da comunidade dos discípulos (Jo 20,19-23) e (4) do apóstolo Tomé (Jo 20,24-29). O objetivo da redação do Evangelho é levar as pessoas a crer em Jesus e, acreditando nele, ter a vida (Jo 20,30-3).
Na maneira de descrever a aparição de Jesus a Maria Madalena transparecem as etapas da travessia que ela teve de fazer, desde a busca dolorosa até o reencontro da Páscoa. Estas são também as etapas pelas quais passamos todos nós, ao longo da vida, na busca em direção a Deus e na vivência do Evangelho.
João 20,11-13: Maria Madalena chora, mas busca. Havia um amor muito grande entre Jesus e Maria Madalena. Ela foi uma das poucas pessoas que tiveram a coragem de ficar com Jesus até a hora da sua morte na cruz. Depois do repouso obrigatório do sábado, ela voltou ao sepulcro para estar no lugar onde tinha encontrado o Amado pela última vez. Mas, para a sua surpresa, o sepulcro estava vazio! Os anjos perguntam: "Por que você chora?" Resposta: "Levaram meu senhor e não sei onde o colocaram!" Maria Madalena buscava o Jesus, o mesmo Jesus, que ela tinha conhecido e com quem tinha convivido durante três anos.
João 20,14-15: Maria Madalena conversa com Jesus sem reconhecê-lo. Os discípulos de Emaús viram Jesus mas não o reconheceram (Lc 24,15-16). O mesmo acontece com Maria Madalena. Ela vê Jesus, mas não o reconhece. Pensa que é o jardineiro. Como os anjos, Jesus pergunta: "Por que você chora?" E acrescenta: "A quem está procurando?" Resposta: "Se foi você que o levou, diga-me, que eu vou buscá-lo!" Ela ainda busca o Jesus do passado, o mesmo de três dias atrás. É a imagem de Jesus do passado que a impede de reconhecer o Jesus vivo, presente na frente dela.
João 20,16: Maria Madalena reconhece Jesus. Jesus pronuncia o nome: "Maria!" Foi o sinal de reconhecimento: a mesma voz, o mesmo jeito de pronunciar o nome. Ela responde: "Mestre!" Jesus tinha voltado, o mesmo que tinha morrido na cruz. A primeira impressão é que a morte foi apenas um incidente doloroso de percurso, mas que agora tudo tinha voltado a ser como antes. Maria abraça Jesus com força. Era o mesmo Jesus que ela tinha conhecido e amado. Realiza-se o que dizia a parábola do Bom Pastor: "Ele as chama pelo nome e elas conhecem a sua voz". - "Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem" (Jo 10,3.4.14).
João 20,17-18: Maria Madalena recebe a missão de anunciar a ressurreição aos apóstolos. De fato, é o mesmo Jesus, mas a maneira de ele estar junto dela já não é mais a mesma. Jesus lhe diz: "Não me segure, porque anda não subi para o Pai!" Ele vai para junto do Pai. Maria Madalena deve soltar Jesus e assumir sua missão: anunciar aos irmãos que ele, Jesus, subiu para o Pai. Jesus abriu o caminho para nós e fez com que Deus ficasse, de novo, perto de nós.
4) Para um confronto pessoal
1-Você já passou por uma experiência que lhe deu um sentimento de perda e de morte? Como foi? O que foi que lhe trouxe vida nova e lhe devolveu a esperança e a alegria de viver?
2-Qual a mudança que se operou em Maria Madalena ao longo do diálogo? Maria Madalena buscava Jesus de um jeito e o reencontrou de outro jeito. Como isto acontece hoje na nossa vida?
5) Oração final
Nossa alma espera pelo SENHOR, é ele o nosso auxílio e o nosso escudo. SENHOR, esteja sobre nós a tua graça, do modo como em ti esperamos. (Sl 32, 20.22)
ANGRA: Carreata de São Benedito.
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CARMELITAS EM ANGRA DOS REIS, RIO DE JANEIRO. Carreata e Bênção de São Benedito- Patrono da cidade- contra o coronavirus. Segunda-feira, 13 de abril-2020. Câmera: Guilherme Bertoldo.
Dom Murilo: É Páscoa! Cristo ressuscitou!
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Dom Murilo S.R. Krieger, scj - Administrador Apostólico de São Salvador da Bahia
É Páscoa! Cristo ressuscitou! Ele está vivo! Ele está nos dando uma nova oportunidade de construirmos a vida segundo o seu Evangelho. Não adianta procurarmos outros caminhos para sermos felizes. Só Ele, o Filho de Deus, o Salvador, será capaz de preencher os anseios de felicidade que sentimos em nosso coração.
Neste domingo de Páscoa Dom Murilo Krieger enviou aos padres da arquidiocese de São Salvador um homilia que, se eles quiserem, podem ler na Missa deste Domingo. Eis a íntegra do seu texto.
Caros irmãos,
caras irmãs em Jesus Cristo!
Mesmo não podendo presidir esta celebração, quero entrar em sua casa e em seu coração neste Domingo da Páscoa. Desejo que esta minha mensagem seja um eco do que ouvimos nas três leituras que foram há pouco proclamadas: Cristo ressuscitou! Ele está vivo!
O apóstolo Pedro, em Cesareia, disse isso de forma clara: “E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia!”
O apóstolo Paulo, escrevendo aos Colossenses, acentuou: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus!”.
E o evangelista João, que esteve com Pedro no sepulcro, em Jerusalém, na manhã da Páscoa, ao ver o túmulo vazio, testemunhou: “De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos”.
Desde aquela manhã, pelos séculos afora, o anúncio que a Igreja faz, não só anualmente, mas dia por dia, é o mesmo: Jesus Cristo ressuscitou! Ele venceu o pecado e a morte! Verdadeiramente acontece o que ele prometeu em sua ascensão ao céu, ao partir para o Pai: “Eis que estarei convosco todos os dias, até a consumação do mundo!”
Esse anúncio poderá soar estranho em meio à experiência que estamos vivendo. Ressurreição fala de vida, de vitória e de alegria! Ora, vivemos em uma situação que nunca havíamos imaginado que poderíamos viver. A pandemia do Covid-19 mudou os nossos planos, derrubou nossas certezas e nos está fazendo conhecer um número crescente de notícias tristes. Nossas relações foram interrompidas, o emprego de muitos está ameaçado e a necessidade de isolamento leva muitos à tristeza e depressão. Muitos se perguntam: O que está ocorrendo? O que não estão funcionando? O que devemos fazer? O que não devemos fazer? Quanto tempo isso durará? Quantos morrerão?
Ao mesmo tempo, surpreendem-nos notícias e imagens que expressam solidariedade, amor e doação. Só na Itália, quase setenta sacerdotes faleceram por atenderem pessoas infectadas. Além disso, dezenas de médicos e profissionais da saúde morreram ou estão com a vida ameaçada. Voluntários socorrem necessitados. Multiplicam-se iniciativas para prestar ajuda a quem está sozinho. Mas as perguntas se renovam: O que está acontecendo? Por que isso? Será que Deus não está vendo aquilo que estamos vivendo?
Na manhã da ressurreição, tanto as mulheres que foram ao túmulo de Jesus como os apóstolos Pedro e João, não viram nada de extraordinário. Viram apenas um túmulo vazio. Muito mais vazio, porém, estavam os seus corações. Depois disso, Jesus começou a aparecer a um e a outro discípulo; na tarde daquele domingo, apareceu aos apóstolos. Mesmo assim, não lhes foi fácil acreditar que Jesus havia ressuscitado. Tomé, inclusive, colocou uma condição para acreditar na ressurreição do Mestre: só acreditaria se pudesse colocar o seu dedo nas chagas de Cristo! Quando, finalmente, os apóstolos e discípulos acreditaram que era mesmo Jesus que lhes aparecia, quando comeram com ele e Tomé pôde tocar em suas chagas, a vida deles mudou! De medrosos que eram, tornaram-se fortes e corajosos. Partiram pelo mundo para anunciar: Cristo está vivo! Ele está no meio de nós! A maioria deles chegou, inclusive, a dar a própria vida para confirmar isso.
Hoje, não deixa de ser um desafio tomar consciência da presença de Cristo em meio a essa pandemia que deixa marcas profundas por toda a parte. Gostaríamos, como muitos que estavam aos pés da Cruz, que Jesus não ficasse em silêncio; desejaríamos que ele mostrasse a sua força – ou, como alguns lhe diziam ironicamente: “Se és mesmo o Cristo, desce da Cruz que acreditaremos!” Mas houve também, naquele momento, o testemunho belíssimo de um soldado pagão, que proclamou: “Verdadeiramente, Ele é o Filho de Deus!”
Temos grandes desafios nesta Páscoa de 2020. Devemos prestar atenção a tais desafios para, então, perceber os sinais que Deus está enviando ao nosso mundo envolvido pelo coronavirus. Não é possível que, passado tudo isso, continuemos os mesmos, como se nada de significativo tivesse ocorrido. Lembro-lhes alguns dos desafios:
- Quando tanta certeza se desmorona; quando a ideia de um progresso indefinido cai por terra; quando nosso conforto está ameaçado, perguntemo-nos: Qual o lugar que Deus tem ocupado em nossa vida? Em minha vida? Posso afirmar que o amo sobre todas as coisas? Ele é, realmente, o meu SENHOR?
- Quando vemos cenas de ruas ou, mesmo, de bairros imensos, sem água, sem esgoto e sem o mínimo necessário para se falar em uma vida digna, perguntemo-nos: Colocamos em prática o ensinamento de Jesus, que devemos amar o próximo como a nós mesmos? Que devemos nos amar como ele nos ama? Que devemos repartir com os outros os bens que dele recebemos?
- Quando procuramos afastar de nossa vida a ideia da morte, do juízo final e da eternidade, perguntemo-nos: Jesus deu sua vida por nós apenas para termos uma vida confortável aqui na terra? Ele veio até nós para fundar uma ONG ou para dar início à Igreja, que é a família daqueles que ele, Jesus, conquistou com o seu sangue?
- Quando a humanidade procura construir um mundo no qual não há lugar para Deus; quando crianças e jovens crescem sem conhecer que “Deus é amor”; quando muitos se fecham em seu egoísmo e comodismo, perguntemo-nos: do alto da Cruz, o que Jesus nos ensina? O que ele quis dizer quando falou: “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem?”
É Páscoa! Cristo ressuscitou! Ele está vivo! Ele está nos dando uma nova oportunidade de construirmos a vida segundo o seu Evangelho. Não adianta procurarmos outros caminhos para sermos felizes. Só Ele, o Filho de Deus, o Salvador, será capaz de preencher os anseios de felicidade que sentimos em nosso coração. Talvez as palavras do evangelista João se refiram também a nós: “De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos!” Hoje, neste domingo da Páscoa, voltados para Jesus, proclamamos:
Jesus, eu creio que ressuscitaste!
Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!
Eu creio que tu tens palavras de vida eterna!
Dá-me a graça, dá-nos a graça de ressuscitar contigo para uma vida nova.
Tu tens esse poder!
O teu sangue tem poder!
Eu creio que tu estás presente no meio de nós!
Sim, eu creio, mas aumenta a minha fé!
Amém!
Fonte: https://www.vaticannews.va
CNBB e Cáritas Brasileira lançam Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil no domingo de Páscoa
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A partir deste domingo, 12 de abril, domingo de Páscoa, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dá início a Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil, uma ação nacional que tem como lema ‘É tempo de cuidar’ para estimular a solidariedade, a começar pela arrecadação de alimentos, produtos de higiene e limpeza. Além de incentiva a ajuda material às pessoas, também quer promover o cuidado no campo religioso, humano e emocional. Assim, a CNBB se une a diversas campanhas e projetos de solidariedade que já estão em curso pelo país.
O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, destaca que neste momento em que o país vive, a solidariedade é o selo de autenticidade da vida dos verdadeiros cristãos, o indispensável compromisso cidadão, a tarefa primeira dos governantes, a conversão dos ricos, a nova compreensão para inaugurar o tempo novo que está sendo exigido de todos, o único novo caminho para a paz e para o equilíbrio que o planeta precisa urgentemente, a única prática política, o novo jeito de ser humanidade.
“Solidariedade é a praça de encontro de todos, iguais, para respeitar a dignidade humana, superar os vergonhosos cenários de pobreza e exclusão, a trilha única dos lúcidos e servidores em busca do reencontro de uma ordem nova, social, política e econômica, fazendo valer a vida como dom e compromisso de cada um! Seja solidário, é inteligente, é desenvolvimento integral, é o selo de autenticidade da fé professada, é a nova cidadania”, afirmou
Por causa da pandemia do novo coronavírus, grande parcela da população brasileira, como as pessoas em situação de rua, migrantes e refugiados, as que vivem em moradias precárias, além dos desempregados e trabalhadores informais, que neste momento têm suas fontes de renda fortemente afetadas, estão enfrentando uma realidade de extrema vulnerabilidade.
E é com espírito de fraternidade que a Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil quer que se multipliquem os gestos solidários nas comunidades, nos setores da indústria e do comércio e nas famílias para que essas pessoas possam ser cuidadas e que possam cuidas de suas famílias.
A Cáritas Brasileira, organismo da CNBB, está atuando para orientar arquidioceses, dioceses, paróquias e comunidades a respeito dos protocolos de segurança para que as doações sejam recebidas e entregues de maneira adequada às pessoas e famílias necessitadas, neste momento de risco de contaminação pelo coronavírus.
“Estamos vivendo um tempo muito difícil no Brasil e no mundo, um momento de sofrimento. A Cáritas tem como objetivo valorizar e resgatar a vida. É com esse sentimento que participamos da Ação Solidária Emergencial ‘É tempo de cuidar’”, afirma o diretor executivo da Cáritas Brasileira, Carlos Humberto Campos.
A Ação Solidária Emergencial contará ainda com uma mobilização nas redes sociais com o slogan “É tempo de cuidar”. Em sintonia com a proposta da Campanha da Fraternidade 2020, a iniciativa mantém a inspiração bíblica do evangelho de São Lucas 10, 33-34: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.
A mobilização convoca ainda que as pessoas gravem vídeos de 15 segundos ou façam fotos das ações realizadas de forma comunitária ou individual e postem nos stories do Facebook e Instagram marcando a CNBB (@CNBBnacional) e a Cáritas Brasileira (@CaritasBrasileira) e colocando a hashtag #TempodeCuidar.
O material com as orientações sobre a organização da Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil, bem como os materiais de divulgação, está disponível aqui no portal: cnbb.org.br e no site: caritas.org.br. Fonte: http://www.cnbb.org.br
AO-VIVO ANGRA DOS REIS/RJ. Missa da Ceia do Senhor
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AO-VIVO ANGRA DOS REIS/RJ. Missa da Ceia do Senhor. O Rito celebra o dia da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio Ministerial e o gesto do lava-pés. (Missa sem a participação do povo). www.instagram.com/freipetronio
Quarta-feira, 8 de abril-2020. Evangelho do dia com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o suplício da cruz, para arrancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vossos servos a graça da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 26, 14-25)
14Um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15e disse: “Que me dareis se eu vos entregar Jesus?” Combinaram trinta moedas de prata. 16E daí em diante, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo. 17No primeiro dia dos Pães sem fermento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?” 18Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a ceia pascal em tua casa, junto com meus discípulos’”. 19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a ceia pascal. 20Ao anoitecer, Jesus se pôs à mesa com os Doze. 21Enquanto comiam, ele disse: “Em verdade vos digo, um de vós me vai entregar”. 22Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a perguntar-lhe: “Acaso sou eu, Senhor?” 23Ele respondeu: “Aquele que se serviu comigo do prato é que vai me entregar. 24O Filho do Homem se vai, conforme está escrito a seu respeito. Ai, porém, daquele por quem o Filho do Homem é entregue! Melhor seria que tal homem nunca tivesse nascido!” 25Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, serei eu?” Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”. Palavra da salvação.
3) Reflexão
Ontem o evangelho falou da traição de Judas e da negação de Pedro. Hoje, fala novamente da traição de Judas. Na descrição da paixão de Jesus do evangelhos de Mateus acentua-se fortemente o fracasso dos discípulos. Apesar da convivência de três anos, nenhum deles ficou para tomar a defesa de Jesus. Judas traiu, Pedro negou, todos fugiram. Mateus conta isto, não para criticar ou condenar, nem para provocar desânimo nos leitores, mas para ressaltar que o acolhimento e o amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos! Esta maneira de descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para as Comunidades na época de Mateus. Por causa das freqüentes perseguições, muitos tinham desanimado e abandonado a comunidade e se perguntavam: "Será que é possível voltar? Será que Deus nos acolhe e perdoa?" Mateus responde sugerindo que nós podemos romper com Jesus, mas Jesus nunca rompe conosco. O seu amor é maior do que a nossa infidelidade. Esta é uma mensagem muito importante que colhemos do evangelho durante a Semana Santa.
Mateus 26,14-16: A Decisão de Judas de trair Jesus. Judas tomou a decisão, depois que Jesus não aceitou a crítica dos discípulos a respeito da mulher que gastou um perfume caríssima só para ungir Jesus (Mt 26,6-13). Ele foi até os sacerdotes e perguntou: “Quanto vocês me pagam se eu o entregar?” Combinaram trinta moedas de prata. Mateus evoca as palavras do profeta Zacarias para descrever o preço combinado (Zc 11,12). Ao mesmo tempo, a traição de Jesus por trinta moedas evoca a venda de José pelos seus próprios irmãos, avaliado pelos compradores em vinte moedas (Gn 37,28). Evoca ainda o preço de trinta moedas a ser pago pelo ferimento a um escravo (Ex 21,32).
Mateus 26,17-19: A Preparação da Páscoa. Jesus era da Galileia. Não tinha casa em Jerusalém. Ele passava as noites no Horto das Oliveiras (cf. Jo 8,1). Nos dias da festa de páscoa a população de Jerusalém triplicava por causa da quantidade enorme de peregrinos que vinham de toda a parte. Não era fácil para Jesus encontrar uma sala ampla para poder celebrar a páscoa junto com os peregrinos que tinham vindo com ele desde a Galileia. Ele manda os discípulos encontrar uma pessoa em cuja casa decidiu celebrar a Páscoa. O evangelho não oferece ulteriores informações e deixa que a imaginação complete o que falta nas informações. Era um conhecido de Jesus? Um parente? Um discípulo? Ao longo dos séculos, a imaginação dos apócrifos soube completar a falta de informação, mas com pouca credibilidade.
Mateus 26,20-25: Anúncio da traição de Judas. Jesus sabe que vai ser traído. Apesar de Judas fazer as coisas em segredo, Jesus está sabendo. Mesmo assim, ele faz questão de se confraternizar com o círculo dos amigos, do qual Judas faz parte. Estando todos reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor. É "aquele que põe a mão no prato comigo". Esta maneira de anunciar a traição acentua o contraste. Para os judeus a comunhão de mesa, colocar juntos a mão no mesmo prato, era a expressão máxima da amizade, da intimidade e da confiança. Mateus sugere assim que, apesar da traição ser feita por alguém muito amigo, o amor de Jesus é maior que a traição!
O que chama a atenção é a maneira de Mateus descrever estes fatos. Entre a traição e a negação ele colocou a instituição da Eucaristia (Mt 26,26-29): a traição de Judas, antes (Mt 25,20-25); a negação de Pedro e a fuga dos discípulos, depois (Mt 25,30-35). Deste modo, ele destaca para todos nós a inacreditável gratuidade do amor de Jesus, que supera a traição, a negação e a fuga dos amigos. O seu amor não depende do que os outros fazem por ele.
4) Para um confronto pessoal
1) Será que eu seria capaz de ser como Judas e de negar e trair a Deus, a Jesus, aos amigos e amigas?
2) Na semana santa é importante eu reservar algum momento para compenetrar-me da inacreditável gratuidade do amor de Deus por mim.
5) Oração final
Quero louvar com um cântico o nome de Deus e exaltá-lo com ações de graças; “Vede, humildes e alegrai-vos! Vós que buscais a Deus, vosso coração reviva! Pois o SENHOR atende os pobres, não despreza os seus cativos. (Sl 68, 31.33-34)
Coronavírus: pastor que chamou epidemia de 'histeria' morre após participar de carnaval
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Coronavírus: pastor que chamou epidemia de 'histeria' morre após participar de carnaval
Landon Spradlin, de 66 anos, viajara para pregar no carnaval de Nova Orleans; pouco após compartilhar postagens criticando a mídia e comparando Covid-19 a gripe suína, era levado ao hospital.
O pastor Spradlin (no meio, de boné) e Jean (no teclado) tocando durante o mardi gras — Foto: Arquivo pessoal
O pastor Landon Spradlin não estava preocupado com o coronavírus quando viajou a Nova Orleans, nos Estados Unidos, para pregar durante o mardi gras — o festival de carnaval celebrado em março na cidade americana. Um mês depois, Landon, de 66 anos, estava morto.
Após o festival, quando já tinha sintomas da doença, o pastor postou nas redes sociais sobre a "histeria" em relação à Covid-19. Em 13 de março, compartilhou no Facebook uma postagem em que as mortes por Covid-19 eram comparadas às da gripe suína e que trazia números falsos.
A postagem também sugeria que o presidente Donald Trump fora tratado de forma "desigual" pela mídia, na comparação com o ex-presidente Barack Obama, e que as notícias sobre a doença eram um complô para prejudicar a imagem de Trump. No mesmo dia, mais cedo, em uma coletiva de imprensa, o próprio presidente americano tinha dito algo parecido.
Agora, a família de Landon — mulher e cinco filhos — esperam que a pandemia causada pela covid-19 passe, para poderem realizar um velório em memória ao ente falecido.
Por enquanto, houve apenas um enterro no qual poucas pessoas compareceram, incluindo um guitarrista de blues que tocou ao lado do caixão.
"Ele amava rir, amava tocar guitarra", lembra uma das filhas de Ladon, Jesse Spradlin. "Era o melhor homem do mundo."
Pregação no festival
Há pouco mais de um mês, Landon, que tinha 66 anos, foi de carro com sua esposa Jean da casa deles na Virgínia para o Estado da Louisiana, a 1,5 mil km de distância. Ele viu o mardi gras como uma oportunidade de, através da música, "salvar as almas de algumas das centenas de milhares de pessoas" que estariam nas ruas.
Duas de suas filhas, que vieram do Texas, também o acompanharam.
"Sua missão era ir a pubs, clubes noturnos e bares para tocar blues e se conectar com os músicos, falando do amor de Jesus", conta a filha Jesse, de 28 anos.
"O mardi gras em Nova Orleans é como a Times Square em Nova York durante o ano novo", diz ela. "É um mar de gente bebendo e festejando. Ele falou muito, riu. Estava à vontade."
Spradlin tocava guitarra desde os quatro anos de idade e, em 2016, foi incluído no Hall da Fama do Blues de Virgínia. A religião, diz a família, o salvou o alcoolismo e do vício em drogas que o acometeram aos 20 e poucos anos.
Nos anos mais recentes, o pastor estava realizando o sonho de pregar através da música — e sua experiência difícil com drogas o tornava mais próximo de pessoas que se sentem tristes e excluídas, algo com o qual ele conseguia se identificar.
No mardi gras, a banda da família tocou em uma praça movimentada, sem perceber a ameaça à qual estavam expostos. Eles não foram os únicos. Ainda que já tivesse passado um mês desde o primeiro caso confirmado de coronavírus nos Estados Unidos, o mardi gras foi adiante normalmente.
As autoridades locais agora acusam o governo americano de negligência e da falta de esforços coordenados para evitar novas contaminações.
Entre os casos suspeitos na Lousiania, estava Spradlin, mas exames apontaram resultado negativo para a covid-19. Foi quando postou nas redes sociais sobre a "histeria" em torno do vírus.
'Eu apenas disse: você precisa chegar em casa. Mas ele não conseguiu'
Landon Isaac, 32, filho do pastor, me contou que ele e o pai haviam conversado e concordado sobre o que consideravam ser um frenesi irracional e um medo do vírus motivado, talvez, pelo ano eleitoral nos Estados Unidos.
"Quero destacar que papai não achava que era uma farsa, ele sabia que era um vírus real", diz Landon Isaac.
"Mas ele publicou aquela postagem porque estava frustrado com mídia propagando o medo como principal forma de comunicação."
Em meados de março, porém, a saúde do pastor Spradlin subitamente piorou. Ele e sua esposa decidiram fazer, mesmo assim, a longa viagem de volta para casa, de Nova Orleans à Virgínia.
"Falei com meu pai cinco minutos antes de ele desmaiar, na Carolina do Norte", lembra o filho do pastor. "Posso dizer que percebi a respiração dele ficando ruim. Eu apenas disse: você precisa chegar em casa. Mas ele não conseguiu."
Spradlin foi levado a um hospital na Carolina do Norte, onde descobriram que seus dois pulmões tinham sido fortemente afetados por uma pneumonia. Neste momento, seu teste para coronavírus também deu positivo.
Após oito dias em uma unidade de terapia intensiva (UTI), o pastor morreu.
"É como se papai fosse nossa coluna de apoio e alguém a derrubasse. Parece que o teto está caindo sobre todas as nossas cabeças agora", lamenta Landon Isaac. Por dias, Isaac e suas quatro irmãs tiveram que se comunicar com a mãe pela porta de vidro da casa dela. O pequeno funeral veio depois do fim da quarentena da esposa do pastor, Jean.
"Nunca pensamos que nosso pai fosse morrer por causa disso. Mas ele não era o tipo de pessoa a viver apenas de medo, deixando que sua alegria de vida fosse roubada", diz Jesse Spradlin.
Polarização política e coronavírus
Ela diz que o pai desconfiava da mídia, o que contribui para o pouco caso que fazia dos perigos do coronavírus.
"Fiquei frustrada pela mídia ser muito pautada por uma agenda política — de todos os lados. Sinto que a questão do coronavírus se transformou em algo de 'partido contra partido', em vez de uma nação sob Deus", diz ela.
Para Jesse, a polarização política, que atingiu também a mídia americana, torna difícil saber em que acreditar. De fato, é impressionante como a opinião de cada americanos sobre a pandemia praticamente varia conforme sua posição política. Pesquisas mostram que os republicanos estão mais inclinados a pensar que há uma reação exagerada ao coronavírus; já os democratas, que a situação não está sendo levada a sério o suficiente.
Jesse sente que a magnitude da crise que tirou a vida de seu pai indica que estas disputas não podem mais continuar assim.
"Ainda há muitas notícias pautadas por uma agenda política, mesmo que as pessoas estejam morrendo", diz ela.
"Isso está afetando nosso país e, a menos que comecemos a agir como uma nação, não encontraremos realmente uma solução. Mas, para que isso aconteça, é necessária uma certa humildade." Fonte: https://g1.globo.com
Evangelho do dia com Frei Carlos Mesters, O. Carm., terça-feira, 7 de abril-2020.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos celebrar de tal modo os mistérios da paixão do Senhor, que possamos alcançar vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 13, 21-33.36-38)
21Depois de dizer isso, Jesus ficou interiormente perturbado e testemunhou: “Em verdade, em verdade, vos digo: um de vós me entregará”. 22Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem estava falando. 23Bem ao lado de Jesus estava reclinado um dos seus discípulos, aquele que Jesus mais amava. 24Simão Pedro acenou para que perguntasse de quem ele estava falando. 25O discípulo, então, recostando- se sobre o peito de Jesus, perguntou: “Senhor, quem é?” 26Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der um bocado passado no molho”. Então, Jesus molhou um bocado e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27Depois do bocado, Satanás entrou em Judas. Jesus, então, lhe disse: “O que tens a fazer, faze logo”. 28Mas nenhum dos presentes entendeu por que ele falou isso. 29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus estava dizendo: “Compra o que precisamos para a festa”, ou que desse alguma coisa para os pobres. 30Então, depois de receber o bocado, Judas saiu imediatamente. Era noite. 31Depois que Judas saiu, Jesus disse: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, Deus também o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33Filhinhos, por pouco tempo eu ainda estou convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’. 36Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, não podes seguir-me agora; mais tarde me seguirás”. 37Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei minha vida por ti!” 38Jesus respondeu: “Darás tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: não cantará o galo antes que me tenhas negado três vezes. Palavra da salvação
3) Reflexão
Estamos na terça feira da Semana Santa. Os textos do evangelho destes dias nos confrontam com os fatos terríveis que levaram à prisão e à condenação de Jesus. Os textos não trazem só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, mas também relatam as traições e negações dos próprios discípulos que possibilitaram a prisão de Jesus pelas autoridades e contribuíram enormemente para aumentar o sofrimento de Jesus.
João 13,21: O anúncio da traição. Depois de ter lavado os pés dos discípulos (Jo 13,2-11) e de ter falado da obrigação que temos de lavar os pés uns dos outros (Jo 13,12-16), Jesus se comoveu profundamente. E não era para menos. Enquanto ele estava fazendo aquele gesto de serviço e de total entrega de si mesmo, ao lado dele um discípulo estava tramando a maneira de como traí-lo naquela mesma noite. Jesus expressa a sua comoção e diz: “Em verdade lhes digo: um de vocês vai me trair!” Não diz: “Judas vai me trair”, mas “um de vocês”. É alguém do círculo da amizade dele que vai ser o traidor”.
João 13,22-25: A reação dos discípulos. Os discípulos levam susto. Não esperavam por esta declaração tão séria de que um deles seria o traidor. Pedro faz um sinal a João para ele perguntar a Jesus qual dos doze iria cometer a traição. Sinal de que eles nem sequer desconfiavam quem pudesse ser o traidor. Ou seja, sinal de que a amizade entre eles ainda não tinha chegado à mesma transparência de Jesus para com eles (cf. Jo 15,15). João se inclinou para perto de Jesus e perguntou: “Quem é?”
João 13,26-30: Jesus indica Judas. Jesus disse: é aquele a quem vou dar um pedaço de pão umedecido no molho. Ele pegou um pedaço de pão, molhou e deu a Judas. Era um gesto comum e normal que os participantes de uma ceia costumavam fazer entre si. E Jesus disse a Judas: “O que você tem que fazer, faça logo!” Judas tinha a bolsa comum. Era o encarregado de comprar as coisas e de dar esmolas para os pobres. Por isso, ninguém percebeu nada de especial no gesto e na palavra de Jesus. Nesta descrição do anúncio da traição está uma evocação do salmo em que o salmista se queixa do amigo que o traiu: “Até o meu amigo, em quem eu confiava e que comia do meu pão, é o primeiro a me trair” (Sl 41,10; cf. Sl 55,13-15). Judas percebeu que Jesus estava sabendo de tudo (Cf. Jo 13,18). Mesmo assim, não voltou atrás, e manteve a decisão de trair Jesus. É neste momento que se opera a separação entre Judas e Jesus. João diz que o satanás entrou nele. Judas levantou e saiu. Ele entrou para o lado do adversário (satanás). João comenta: “Era noite”. Era a escuridão.
João 13,31-33: Começa a glorificação de Jesus. É como se a história tivesse esperado por este momento da separação entre a luz e as trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entraram em Judas quando ele decidiu de executar o que estava tramando. Neste mesmo momento se fez luz em Jesus que declara: “Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo!” O que vai acontecer daqui para frente é contagem regressiva. As grandes decisões foram tomadas, tanto da parte de Jesus (Jo 12,27-28) e agora também da parte de Judas. Os fatos se precipitam. E Jesus já dá o aviso: “Filhinhos, é só mais um pouco que vou ficar com vocês”. Falta pouco para que se realize a passagem, a Páscoa.
João 13,34-35: O novo mandamento. O evangelho de hoje omite estes dois versículos sobre o novo mandamento do amor e passa a falar do anúncio da negação de Pedro.
João 13,36-38: Anúncio da negação de Pedro. Junto com a traição de Judas, o evangelho traz também a negação de Pedro. São os dos dois fatos que mais contribuíram para o sofrimento de Jesus. Pedro diz que está disposto a dar a vida por Jesus. Jesus o chama à realidade: “Você dar a vida por mim? O galo não cantará sem que me renegues três vezes”. Marcos tinha escrito: “O galo não cantará duas vezes e você já me terá negado três vezes” (Mc 14,30). Todo mundo sabe que o canto do galo é rápido. Quando de manhã cedo o primeiro galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os galos estão cantando. Pedro é mais rápido na negação do que o galo no canto.
4) Para um confronto pessoal
1) Judas, amigo, torna-se traidor. Pedro, amigo, torna-se negador. E eu?
2) Colocando-me na situação de Jesus: como enfrenta negação e traição, o desprezo e a exclusão?
5) Oração final
És tu, Senhor, a minha esperança, és minha confiança, SENHOR, desde a minha juventude. Sobre ti me apoiei desde o seio materno, desde o colo de minha mãe és minha proteção; em ti está sempre o meu louvor. (Sl 70, 5-6)
Semana Santa: Um Olhar de São Gregório Nacianceno.
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Um dos Pais da Igreja do século IV, Gregório Nacianceno, foi um homem de vasta cultura e um grande teólogo. É venerado tanto na Igreja Latina (católicos ) como nas igrejas orientais ( ortodoxos).
Em um dos seus célebres sermões, São Gregório, convida-nos a entrar na Páscoa e faz isso de forma um tanto " teatral ": Pede-nos para nos identificarmos com algum dos personagens da Paixão e, daí, convida-nos a uma atitude vital e espiritual de fé. É uma "técnica" (muito plástica, muito visual, mas também profunda) que depois seguiram outros grandes mestres espirituais posteriormente.
"Se você é Simão Cirineo, pegue sua cruz e siga Cristo.
Se você está crucificado com ele como um ladrão, como o bom ladrão confia em seu Deus.
Se por ti e pelos teus pecados Cristo foi tratado como um malfeitor, foi para que tu chegasse a ser justo.
Adora aquele que por você foi crucificado, e, mesmo que você seja crucificado por sua causa, tire proveito do seu mesmo pecado e compre com a morte a sua salvação.
Entra no paraíso com Jesus e descobre quais bens você tinha privado.
Contempla a formosura daquele lugar e deixe que, fora, fique morto o murmurador com suas blasfêmias.
Se você é José de Arimateia, reclama o corpo do Senhor a quem o crucificou, e faça sua a xxpiação do mundo.
Se você é Nicodemo, aquele que de noite adorava Deus, venha enterrar o corpo, e junte-o com pomadas.
Se você é uma das duas marias, ou Salomé, ou Joana, chora desde o amanhecer; procure ser o primeiro a ver a pedra tirada, e você verá também talvez os anjos ou até mesmo Jesus..."
Domingo de Ramos deve ser celebrado de modo especial em tempos de coronavírus
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Domingo de Ramos deve ser celebrado de modo especial em tempos de coronavírus
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida a todos a viverem de forma muito especial o Domingo de Ramos durante a quarentena do coronavírus. Cada um e cada família, em suas casas, são chamados a celebrar o próximo domingo com fé e esperança. Por isso, A CNBB propõe cinco pontos para ajudar os fiéis na celebração do Domingo de Ramos.
Vamos celebrar o Domingo de Ramos?
1- Rezar pedindo a graça de bem viver a Semana Santa, ainda que em recolhimento em casa.
2- Colocar no portão ou na porta de casa (em lugar bem visível) alguns ramos. Marcar a casa é uma característica do povo de Deus.
3- Participar das celebrações transmitidas pela televisão ou pelas redes sociais.
4- Comprometer-se a, no futuro, participar ativamente da Coleta da Campanha da Fraternidade. Com ela, ajudamos os mais pobres.
5- Motivar pelas redes sociais, telefonemas ou outros meios que mantenham o distanciamento social, outras pessoas a também celebrarem o domingo de Ramos desse mesmo modo. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Vaticano confirma seis casos de coronavírus
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Santa Sé garante que o Papa não é um dos positivos, embora um dos contagiados viva na mesma residência do Pontífice
O coronavírus também chegou ao Vaticano. A Santa Sé registrou seis casos positivos, segundo divulgou em um comunicado. Um deles, na residência em que o Papa vive. Trata-se de um funcionário da Secretaria de Estado, o principal órgão do Governo do Vaticano, que compartilha a casa com Francisco, contraiu o vírus e está internado em observação em um hospital em Roma. O religioso tinha entrado em isolamento voluntário assim que apresentou alguns sintomas da doença.
O porta-voz do pontífice, Matteo Bruni, confirmou que foram ativadas as medidas de segurança e, entre outras coisas, desinfetados os espaços pelos quais o paciente infectado havia passado. Além disso, foram feitos testes nas pessoas com quem ele teve contato nos dias anteriores. Todos os moradores da Casa Santa Marta, a residência onde o Papa vive, deram negativo e um funcionário que trabalha com o doente na Secretaria de Estado deu positivo. Em suma, foram feitos 170 testes e nem o Papa nem seus colaboradores próximos estão contaminados, segundo Bruni.
O Papa mora em um pequeno apartamento dentro dessa residência de cinco andares e cerca de 130 quartos na qual vivem padres e prelados que trabalham no Vaticano, onde residem cerca de 500 pessoas. No início de seu pontificado, Francisco renunciou às luxuosas acomodações em que os papas habitavam no Palácio Apostólico.
Desde algumas semanas atrás, quando contraiu um resfriado que o obrigou a cancelar grande parte de seus atos, ele praticamente vive em isolamento voluntário em seu apartamento e quase nunca frequenta as áreas comuns da residência, como a sala de jantar, o que costumava fazer. Faz as refeições em seu quarto. Segundo o jornal italiano Il Messaggero, Francisco está tranquilo em relação à sua saúde pessoal e se recusou a deixar sua atual residência. “Não vou embora de Santa Marta”, disse a seus colaboradores.
Ele também não celebra missas nem nenhum tipo de ato com a presença de fiéis. Mantém seus compromissos semanais fixos, como a oração do Angelus aos domingos ou a catequese às quartas-feiras, mas os celebra a portas fechadas e são transmitidos ao vivo em vídeo pela mídia do Vaticano. Se mantém alguma reunião com bispos ou cardeais, faz isso respeitando o protocolo de prevenção e as distâncias de segurança.
Os museus do Vaticano e a Praça de São Pedro estão fechados ao público desde os dias 8 e 10 de março, respectivamente, como precaução para impedir a propagação do vírus. Grande parte dos funcionários da Santa Sé trabalham em casa.
Francisco reza na capela da própria residência de Santa Marta a maioria das missas que celebra pelos doentes da Covid-19, suas famílias, o pessoal de saúde que ajuda a aliviar a emergência e por todas as pessoas que estão lutando contra a pandemia.
Na sexta-feira, ele deu uma histórica benção Urbi et Orbi à cidade e ao mundo, sozinho, na praça São Pedro totalmente vazia, à meia-luz, envolta em silêncio e sob chuva incessante. Em uma cerimônia sem precedentes no Vaticano, o Pontífice também presidiu uma oração extraordinária para invocar o fim da pandemia, diante de diferentes símbolos religiosos, incluindo um crucifixo que foi levado em procissão em 1522 pelos bairros de Roma para pedir o fim da peste que assolava a cidade.
“Fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e violenta. Percebemos que estávamos no mesmo barco, todos frágeis e desorientados; mas, ao mesmo tempo, importantes e necessários, todos chamados a remar juntos, todos necessitados de confortar um ao outro", disse Francisco. Fonte: https://brasil.elpais.com
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