AO VIVO- CARMO DE ANGRA/RJ. Em tempo de Coronavirus, uma prece (Quinta-feira, 2).
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AO VIVO- CARMO DE ANGRA/RJ. Em tempo de Coronavirus, uma prece por você nesta quinta-feira, dia 2. www.instagram.com/freipetronio
A ressurreição nos dias de angústia e morte
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"A Páscoa está se aproximando, mas hoje mais do que nunca, angústia, desesperança e morte não podem ser classificadas como uma rápida passagem obrigatória em direção à radiante manhã da vitória. O tríduo pascal continuará por longos dias e talvez meses, e teremos que nos perguntar seriamente sobre a advertência de Jesus: 'Maligna é esta geração; ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão sinal do profeta Jonas' (Lc 11,29). Palavras dirigidas não a todos, mas aos crentes. Nada será concedido à necessidade de magia mais que de profecia. Nem será o calendário litúrgico que decidirá quanto tempo devemos permanecer este ano na escuridão do ventre da baleia", escreve Marinella Perroni, teóloga e biblista, fundadora da Coordenação das Teólogas Italianas, autora de vários livros, professora no Pontifício Ateneu Santo Anselmo de Roma, em artigo publicado por Il Regno, 28-03-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis o artigo.
A Páscoa se aproxima, mas o calendário litúrgico e o da epidemia são diferentes: os rigores e o tempo suspenso de uma Quaresma que tomou a cara da quarentena continuará. Então, que sinal há para nós? O sinal de Jonas.
Acrescentar palavras às palavras talvez não deva ser feito. Nem se pode ter a pretensão que as próprias palavras sejam merecedoras de escuta e reflexão mais do que as dos outros. Ainda assim, aquelas vestimentas cor de rosa que alguns presbíteros usaram para celebrar online a Eucaristia no quarto domingo da Quaresma, enviaram um sinal: a Páscoa está chegando. Porque, quando a Quaresma era um período de rígido jejum e privações evidentes, a liturgia convidava a fazer uma interrupção: o roxo dava lugar ao rosa, o canto de entrada se abria com palavras de alegria, era permitido suspender os rigores do jejum para depois repartir para o último trecho de estrada em direção à celebração da mãe de todos as festas, a Páscoa.
Esse sinal ecoa neste tempo blindado, nessa sucessão de dias que são todos iguais, todos pendurados, como a aranha na tela, com poucos fios sutis: a Páscoa está se aproximando, mas não podemos interromper os rigores de uma Quaresma que tomou o nome e as características de uma interminável quarentena, nem sabemos se celebraremos a Páscoa, uma vez que as antigas celebrações religiosas serão impedidas, mas também nos serão proibidos os novos ritos de transumância consumista.
Ministros e ministras de um mundo que já mudou.
Apesar disso, o tumulto de vozes continua a crescer. Elas se perseguem e tentam se sobrepor umas às outras como nunca antes, em uma sarabanda de sinos, megafones, mídia tradicional e novas redes sociais já entupidas de rosários, missas, mil formas diferentes de pregação bíblica ou de exortações espirituais. Chama a atenção a estrondosa oscilação entre reexumações de arcaicas superstições, tão pouco cristãs, e pueris tentativas de recuperar terreno contra a ciência que se impõe com palavras de sabedoria e, ainda mais, com o testemunho de operadores e profissionais da saúde, verdadeiros “ministros” de um mundo já mudado: testemunho em grego se diz martyria, e seu serviço às vezes atinge o martírio; seu “ministério”, aliás, não prevê discriminações, mas vê alinhados na primeira fila tanto homens como mulheres.
Talvez as Igrejas terão que refletir sobre esses homens e mulheres que se parecem com José de Arimateia e Nicodemos, dois discípulos que tiraram na cruz “o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com especiarias” (Jo 19,40) . Esperamos ser capazes de fazê-lo, quando finalmente vermos o final desta “hora” em que a morte parece mais forte do que qualquer esperança, e seremos solicitados a testemunhar que acreditar na ressurreição não significa acreditar no retorno à vida de um cadáver.
Estão se delineando novas formas de sacramentalidade laica, e podemos nos orgulhar disso, porque, se é verdade que a ciência contribuiu e contribui muito para o crescimento da expectativa de vida, é igualmente verdade que, para a beleza e qualidade de vida deram e dão uma contribuição essencial o Evangelho de Jesus, com sua tensão para o Reino de justiça e paz e com seu comando da diaconia, e todos aqueles homens e mulheres que o anunciaram e testemunharam.
O sinal do qual repartir
A Páscoa está se aproximando, mas hoje mais do que nunca, angústia, desesperança e morte não podem ser classificadas como uma rápida passagem obrigatória em direção à radiante manhã da vitória. O tríduo pascal continuará por longos dias e talvez meses, e teremos que nos perguntar seriamente sobre a advertência de Jesus: “Maligna é esta geração; ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão sinal do profeta Jonas” (Lc 11,29). Palavras dirigidas não a todos, mas aos crentes. Nada será concedido à necessidade de magia mais que de profecia. Nem será o calendário litúrgico que decidirá quanto tempo devemos permanecer este ano na escuridão do ventre da baleia.
Os tempos de fé certamente não são os da epidemia. Por essa razão, no entanto, mesmo sem missas ou passeios, é Páscoa se pudermos entender que apenas um é agora o sinal a partir do qual recomeçar: não devemos procurar entre os mortos aquele que é vivo. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Padres percorrem as ruas das cidades do Brasil levando o Santíssimo Sacramento
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Com muitos fiéis seguindo a recomendação de não ir às missas e celebrações para evitar aglomerações de pessoas, por conta do coronavírus, muitos padres estão improvisando maneiras de levar esperança a quem está em casa. O portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conversou com alguns deles para saber sobre suas experiências.
O pároco da Catedral Nossa Senhora de Belém, da diocese de Guarapuava (PR), padre Jean Patrik Soares, por exemplo, percorreu diversas ruas do centro da cidade, em carro aberto, levando o Santíssimo em procissão. No primeiro momento, ele afirmou ter se sentido solitário, pois muitas casas estavam com portas e janelas fechadas. Também afirmou sentir certa rejeição de algumas pessoas. “Elas não entendiam o que estava acontecendo, o que era aquilo”, explica.
O padre contou que percorreu as ruas com um carro de som com músicas de adoração, com o sino tocando. E que foi só depois, aos poucos, que as pessoas começaram a sair nas portas, nas janelas. “Foi um momento de muita emoção. Muitas pessoas se ajoelhavam, choravam, estendiam as mãos como se quisessem pegar”, disse.
Na oportunidade, o padre também passou pela região dos hospitais, onde, de acordo com ele, muitas pessoas acenaram das janelas, das portas. “O retorno principal eu tive depois com as redes sociais, nós tivemos mais de duas mil pessoas, acompanhando ao vivo, a ação”, contou.
Ele explica que o retorno foi positivo, pois muitas pessoas mandaram fotos e mensagens dizendo que estavam o acompanhando de suas casas. “Ao mesmo tempo em que eu me sentia sozinho ali com Jesus, por outro lado eu tive a alegria de saber que eu não estava sozinho, pois muitas pessoas estavam em sintonia, em conexão comigo, conectados virtualmente, mas principalmente na fé”, finalizou.
Em Natal, no Rio Grande do Norte, o padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro, pároco da Paróquia Nossa Senhora dos Impossíveis, percorreu todas as ruas da paróquia com o Santíssimo Sacramento. Ele diz ter ficado emocionado com a comoção das pessoas que estão há um tempo em quarentena. “Quando eu ia passando com o Santíssimo, eu percebia esse desejo, essa vontade de se fazer presente para poder ver e chegar mais próximo da Eucaristia”, conta.
Ele disse que foi encorajado a percorrer as ruas após pedidos dos próprios fiéis que frequentam as missas. “Muitos deles me diziam que estavam com muitas saudades de poder ir à missa, de se encontrar com os irmãos, de comungar, de dar um abraço nas pessoas que gostam e que, de certa forma, convivem com eles”, disse.
O padre levou cinco horas para percorrer as ruas com o Santíssimo em cima de um carro. “As pessoas iam se colocando nas calçadas, muitas delas fizeram altares em suas portas com imagens, alguns prepararam pétalas de flores e quando o carro ia passando iam jogando na rua para acolher o Santíssimo, muitos se ajoelharam, acenaram”, disse.
Para ele, o momento foi muito especial, de muita oração e presença. “Jesus saiu da Igreja e como pastor foi em busca das suas ovelhas”, finalizou.
Em Aparecida, São Paulo, o padre Gustavo Geraldo Pereira Ângelo dos Santos, Vigário da Paróquia de São Roque, também percorreu as ruas da cidade com o Santíssimo Sacramento. “Nós percorremos todas as comunidades, as principais ruas de todas elas. Foi uma experiência muito gratificante, da presença de Deus em nosso meio”, disse. Ainda de acordo com ele, a intenção foi a de justamente fazer com que as pessoas sentissem Jesus andando no meio delas e abençoando suas casas.
Também o padre Sedemir de Melo, da Paróquia do Divino Espírito Santo, da cidade de Camboriú (SC), contou sua experiência ao motivar as pessoas a saírem em seus portões e janelas, por meio de uma rádio local, para acompanhar a passagem do Santíssimo Sacramento. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Armas vencedoras: bênçãos e intercessão com sobrevoos às cidades
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Em tempos de coronavírus: algumas arquidioceses do Brasil têm promovido iniciativas para abençoar as cidades que a compõem. São utilizadas as armas vencedoras, como disse o Papa: a oração e o serviço silencioso
Cidade do Vaticano
Na intenção pela saúde e proteção do povo de Deus e no propósito de estar sempre próxima, a Igreja busca alternativas para não deixar os fiéis desamparados e sem esperanças diante da pandemia do novo coronavírus. Após a bênção Urbi et Orbi do Papa Francisco, na última sexta-feira, 27, algumas arquidioceses do Brasil têm promovido iniciativas para abençoar as cidades que a compõem. São utilizadas as armas vencedoras, como disse o Papa: a oração e o serviço silencioso.
Quem sobrevoava era Jesus Sacramentado
Em Goiânia (GO), o arcebispo, dom Washington Cruz, sobrevoou a capital e a região metropolitana com o Santíssimo Sacramento: “Jesus Cristo, ressurreição e vida, nos faça firmes e fortes na fé e nos conceda o dom da cura, o dom de vencer essa pandemia…”, disse em vídeo antes da viagem.
Nesta segunda-feira (30), dom Washington comentou a experiência de conceder a bênção no território da arquidiocese: “Foi uma experiência da minha pequenez, da minha nulidade. Quem estava sobrevoando Goiânia era Jesus Sacramentado. Eu era apenas um instrumento que o carregava. O importante era ele, que, com certeza abençoou Goiânia, os arredores, a arquidiocese, o Brasil e o mundo”.
Nossa Senhora de Nazaré
Em Belém (PA), a ação contou com a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do estado do Pará e considerada Rainha da Amazônia, a mesma imagem que é utilizada durante o Círio no mês de outubro. No helicóptero, o reitor da basílica mariana, padre Luiz Carlos Maria Gonçalves, e o casal coordenador do Círio, Albano e Ana Paula Martins, rezaram o terço “suplicando as bênçãos e proteção da Virgem de Nazaré”, de acordo com vídeo partilhado nas redes sociais.
“Uma feliz iniciativa do Círio de Nazaré conduziu-nos a realizar essa viagem, esse giro com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré num helicóptero”, comentou o arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa. Para ele, foi uma experiência muito positiva que conduziu as pessoas à oração, “que ajudou muita gente a sentir a proteção de Nossa Senhora dentro deste momento tão exigente, tão difícil”.
Dom Alberto considera que, ao lado de tantas outras iniciativas, a ação ajudou a manter o clima de fé e de confiança nesse momento. “Desejo que muitas outras iniciativas nos ajudem a lutar com as armas mais poderosas que temos: a oração, a penitência, o jejum, a caridade, que são as armas da Quaresma e que podem nos ajudar-nos a vencer esse desafio”, afirmou.
Nossa Senhora da Vitória em São Luís
Na manhã desta segunda-feira, 30, ação semelhante foi promovida pela arquidiocese de São Luís (MA). A imagem de Nossa Senhora da Vitória, padroeira da cidade e da catedral metropolitana, sobrevoou a capital na intercessão para que “Deus que nos livre do mal que assola o Brasil e o mundo” (imagem ao lado). Durante o trajeto, os fiéis foram convidados a rezar o terço, “formando assim, uma grande corrente de oração na cidade”.
O sobrevoo foi uma iniciativa da Catedral da Sé, e a imagem foi conduzida pelo pároco, padre Roney Rocha Carvalho, passando pelas cidades de Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Panaquatira e Raposa, além dos bairros da capital maranhense: Araçagy, Ponta D’Areia, Centro Histórico, Anjo da Guarda, Maracanã, Cidade Operária e encerrando no Aeroporto Cunha Machado.
Serviço silencioso
A ação, além de ser uma iniciativa pastoral da Igreja, também se insere no rol de iniciativas movidas pela caridade silenciosa. Em Goiânia, a iniciativa foi viabilizada pelo Santuário de Adoração Perpétua Sagrada Família, por meio da oferta de uma família da comunidade. Já na capital paraense, uma empresa de táxi aéreo disponibilizou a aeronave para o sobrevoo à região. (Fonte: cnbb.org.br) https://www.vaticannews.va
AO-VIVO CARMO DE ANGRA DOS REIS/RJ: Uma Prece em tempos de Coronavirus. (Sexta-feira, 27 de março-2020).
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A Palavra do Frei Petrônio- Ao vivo- Direto do Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Sexta-feira, 27 de março-2020. Nos siga também aqui: www.instagram.com/freipetronio www.twitter.com/freipetronio
BÊNÇÃO URBI ET ORBI: “Abraçar o Senhor para abraçar a esperança”.
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Com o cenário inédito da Praça São Pedro vazia com o Papa Francisco diante da Basílica Vaticana, o Pontífice afirmou que é "diante do sofrimento que se mede o verdadeiro desenvolvimento dos povos”. Francisco falou ainda da ilusão de pensar :que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente".
Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano
(27/03/2020) Abraçar o Senhor para abraçar a esperança: esta é a mensagem do Papa Francisco aos fiéis de todo o mundo que, neste momento, se encontram em meio à tempestade causada pela pandemia do coronavírus.
Diante de uma Praça São Pedro completamente vazia, mas em sintonia com milhões de pessoas através dos meios de comunicação, o trecho escolhido para a oração dos féis foi a tempestade acalmada por Jesus, extraído do Evangelho de Marcos.
E foi esta passagem bíblica que inspirou a homilia do Santo Padre, que começa com o “entardecer…”.
“Há semanas, parece que a tarde caiu. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo de um silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador… Nos vimos amedrontados e perdidos.”
Estamos todos no mesmo barco
Estes mesmos sentimentos, porém, acrescentou o Papa, nos fizeram entender que estamos todos no mesmo barco, “chamados a remar juntos”.
Neste mesmo barco, seja com os discípulos, seja conosco agora, está Jesus. Em meio à tempestade, Ele dorme – o único relato no Evangelho de Jesus que dorme – notou Francisco. Ao ser despertado, questiona: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).
“A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade.”
A ilusão de pensar que continuaríamos saudáveis num mundo doente
Com a tempestade, afirmou o Papa, cai o nosso “ego” sempre preocupado com a própria imagem e vem à tona a abençoada pertença comum que não podemos ignorar: a pertença como irmãos.
“Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»”
O Senhor então nos dirige um apelo, um apelo à fé. Nos chama a viver este tempo de provação como um tempo de decisão: o tempo de escolher o que conta e o que passa, de separar aquilo que é necessário daquilo que não é. “O tempo de reajustar a rota da vida rumo ao Senhor e aos outros.”
A heroicidade dos anônimos
Francisco cita o exemplo de pessoas que doaram a sua vida e estão escrevendo hoje os momentos decisivos da nossa história. Não são pessoas famosas, mas são “médicos, enfermeiros, funcionários de supermercados, pessoal da limpeza, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho”.
“É diante do sofrimento que se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos”, afirmou o Papa, que recordou que a oração e o serviço silencioso são as nossas “armas vencedoras”.
A tempestade nos mostra que não somos autossuficientes, que sozinhos afundamos. Por isso, devemos convidar Jesus a embarcar em nossas vidas. Com Ele a bordo, não naufragamos, porque esta é a força de Deus: transformar em bem tudo o que nos acontece, inclusive as coisas negativas. Com Deus, a vida jamais morre.
Temos uma esperança
Em meio à tempestade, o Senhor nos interpela e pede que nos despertemos. “Temos uma âncora: na sua cruz fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor.”
Abraçar a sua cruz, explicou o Papa, significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de onipotência e posse, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. “Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança.” Aqui está a força da fé e que liberta do medo. Francisco então concluiu:
“Deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo, desça sobre vocês, como um abraço consolador, a bênção de Deus.”
Ao final da homilia, o Pontífice adorou o Santíssimo e concedeu a bênção Urbi et Orbi, com anexa a Indulgência Plenária. Fonte: https://www.vaticannews.va
Silêncio, serviço e doação: o legado da religiosa brasileira que faleceu na Itália, vítima do Covid-19
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Por causa das medidas restritivas para controlar a difusão do coronavírus na Itália, a cerimônia de despedida de Ir. Edite Bortolini nesta sexta-feira (27) não será celebrada dentro da Igreja. Do Brasil, amigos e familiares lembram da missão de mais de 60 anos da religiosa, há quase 20 atuando junto às Passionistas de São Paulo da Cruz, na Vila Montanina, região do Vêneto.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
“Irmã Edite, entre tantas qualidades que tinha, uma delas era o silêncio, a doação, o serviço. Era uma pessoa muito prática, de espírito administrativo. Ela renovou, transformou aquelas casas, porque, na realidade são três: temos a Casa Grande, construída por Antônio Fogazzaro, uma casa histórica muito bonita; temos a Escola da Infância e temos o Bom Pastor – uma casa que acolhe pessoas idosas autônomas. Ali, Irmã Edite, além da sua presença silenciosa, alegre e doada, ela era uma excelente administradora. E, quem conheceu aquela casa, e quem a conhece hoje, vê as grandes qualidades da Irmã Edite.”
Que descreve a Irmã Edite Bortolini é a Ir. Elsa Rodrigues, que também faz parte da Congregação Passionistas de São Paulo da Cruz e a conheceu durante os 6 anos em que esteve na Vila Montanina. A grande estrutura católica é um lugar adequado para repouso espiritual, mas também atua a serviço da comunidade e pela educação das crianças.
“Irmã Edite foi uma pessoa muito significativa para a nossa Comunidade da Montanina. Nós ficamos sabendo da sua passagem através da Congregação que estava continuamente em contato conosco.”
A vida e história da religiosa gaúcha
Irmã Edite Terezinha Bortolini completaria 82 anos no próximo sábado, 28 de março. Vítima do coronavírus, a gaúcha, da cidade de Garibaldi, veio a falecer em 23 de março na Itália, onde atuava há quase 20 anos, na Vila Montanina, na pequena cidade de Velo d’Astico, na província de Vicenza, região do Vêneto.
Na comunidade, em que foi superiora até agosto de 2019, Ir. Edite foi responsável por transformar a casa que acolhia os idosos, o que veio a se tornar meta de turismo religioso e para as férias de verão das famílias, através da rica história cultural e de fé, onde atuam religiosas das mais diferentes nacionalidades.
Controle sanitário e de isolamento
Para conter a difusão do coronavírus, a imprensa local divulgou que os procedimentos de controle sanitário e de isolamento já foram feitos para a proteção de quem vive na comunidade e dos frequentadores da estrutura. A própria Escola de Infância já estava fechada há quase um mês.
O adeus aos familiares do Brasil
Ainda no início do ano, Irmã Edite esteve no Brasil para visitar familiares nas cidades de Canoas e Garibaldi, no Rio Grande do Sul. A sobrinha Lores Bortolini Affonso, que mora em Curitiba, no Paraná, contou que foi uma estadia de momentos muito felizes, inclusive para confraternizar com os irmãos e brincar com sobrinhos-netos.
Lores chegou a falar com a tia um dia antes de ser diagnosticada com a doença, quando já estava em estado febril: “o vírus foi fatal para ela, que já estava debilitada”, contou Lores. Por causa das medidas restritivas do Covid-19, a cerimônia de despedida não será celebrada dentro da Igreja. Impossibilitados de se despedir de Ir. Edite, Lores antecipa que os familiares estarão presentes de coração no funeral, marcado para esta sexta-feira (27), no Cemitério de Velo d’Astico:
“Irmã Edite, minha tia, esteve aqui no Brasil de janeiro e até dia 12 de fevereiro, visitando seus irmãos, seus sobrinhos, parentes e amigos, onde viveu momentos de intensa alegria junto conosco. E, feliz, retornou à Itália onde ela tinha uma missão. Havia prometido a ela que neste ano eu iria visitar e ficar um tempo com ela. Infelizmente (emocionada), não será possível. Farei a visita ao seu túmulo. É triste não poder estar junto, mas eu creio que o exemplo que ela deixa de viver os seus votos religiosos, durante mais de 60 anos, deixa o exemplo de obediência, de fé, de verdadeiro espírito de caridade e de oblação, de entrega e de jamais fazer a própria vontade.” Fonte: https://www.vaticannews.va
Mais de 60 padres já morreram de Covid-19 na It
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"Entre as mais de 6 mil vítimas da Covid-19 na Itália, pelo menos 66 são padres católicos, com idades entre 45 e 104 anos – e isso apenas entre os presbíteros diocesanos, isto é, aqueles ligados ao bispo local e não a uma congregação religiosa. Um terço deles são da Diocese de Bergamo, no norte da Itália, região que está no epicentro da pandemia do novo coronavírus no país.
As dioceses de Milão, Parma, Cremona e Piacenza-Bobbio perderam seis padres cada uma – incluindo, na última delas, os padres gêmeos Mario e Giovanni Boselli, de 87 anos. Entre os presbíteros religiosos mortos pelo coronavírus, cujo número total não é conhecido, se conta inclusive um padre xaveriano de Parma que atuou durante décadas como missionário na periferia de Belém do Pará e em Abaetetuba. Nicola Masi tinha 92 anos e morreu no dia 13 de março.
Em Roma, dois conventos femininos foram isolados. Em um deles, das irmãs angélicas de São Paulo, 19 das 21 freiras foram diagnosticadas com Covid-19. No outro, das irmãs camilianas, são 60 as religiosas com coronavírus. As camilianas, aliás, administram cinco hospitais na Itália, dos quais três estão concentrados em assistir as vítimas da pandemia.
“Em todas as nossas estruturas há irmãs enfermeiras que nesse período arriscam a própria vida com abnegação”, disse a secretária-geral da congregação e diretora de um dos hospitais, irmã Lancy Ezhupara, ao Vatican News. “Nós, filhas de São Camilo, fazemos um quarto voto, além dos três votos clássicos de pobreza, obediência e castidade: o voto de servir os doentes ainda que custe a própria vida. Talvez nos últimos anos, para muitas de nós, esse quarto voto esteve um pouco ofuscado, mas hoje ele voltou com força a ter toda a sua extrema atualidade”.
Uma história em especial tem se destacado nos últimos dias: a do padre Giuseppe Berardelli, da Diocese de Bergamo, que teria morrido depois de renunciar ao uso do respirador para cedê-lo a alguém mais jovem. Embora Berardelli de fato tenha dito, antes de seu quadro se agravar, que “se dependesse de mim, eu preferiria que em vez de mim fossem curados e salvos os mais jovens”, o episódio do respirador não corresponde à realidade.
Jornais locais atribuíram a informação a um funcionário do hospital de Lovere, na província de Bergamo, em que o padre de 72 anos esteve internado e onde morreu, na noite entre 15 e 16 de março. O jornal La Repubblica, porém, disse que a Diocese de Bergamo informou que a história não era verdadeira. O jornal Avvenire, que pertence à Conferência Episcopal Italiana, também desmentiu o episódio.
A morte de Berardelli causou comoção em Casnigo, na mesma província, onde ele era pároco. Ao saber da morte do padre, na segunda-feira (16), a população do município foi às sacadas homenageá-lo com um aplauso. “Era uma pessoa simples, franca, de enorme gentileza e disponibilidade em relação a todos, fiéis e não fiéis”, disse o prefeito de Casnigo, Giuseppe Imberti, a um veículo local. “Era amado por todos”.
Como em todos os outros casos, não houve um funeral para Berardelli. A Conferência Episcopal Italiana pediu que todos os bispos do país dediquem um momento do próximo dia 27 a visitar, sozinhos, um cemitério de suas dioceses, para um momento de recolhimento, oração e bênção." Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br
Itália. O coronavírus e os xaverianos de Parma: “Todos os dias, um de nós morre. Por favor, ajudem-nos”
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Um deles, quase todos os dias há duas semanas, morre em silêncio na cama do seu quarto. Eles vão embora rezando entre os lençóis da “casa”, a sede internacional dos xaverianos em Parma, Itália, quartel-general dos missionários acostumados a dar a volta ao mundo para levar ajuda e que, agora, talvez por dias demais, estão trancados entre quatro paredes e morrendo. A reportagem é de Giacomo Talignani, publicada por La Repubblica, 24-03-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“Chegamos a 13 mortos em 15 dias. Não é normal”, diz o Pe. Rosario Giannattasio, superior regional da Pia Sociedade de São Francisco Xavier para as Missões Estrangeiras, (Nota do IHU: conhecidos como padres xaverianos, com presença também no Brasil), ao telefone com o La Repubblica.
Ele fala dos mortos, do isolamento, de “zero contato com o exterior, para não colocar os jovens e os outros em risco”. Sequer a equipe externa, na sede de Parma, continua trabalhando.
“Estamos sozinhos, todos fechados aqui. A comida chega até nós por um elevador. Comemos a dois metros de distância um do outro. Rezamos. Ficamos doentes e morremos. Mas agora alguém tem que vir nos ajudar.”
Porque, além dos mortos, há também uma dezena de doentes. “Cerca de seis no andar abaixo de onde eu estou agora, e mais cinco, eu acho. Ninguém fez os testes aqui dentro, nunca. Estamos ficando pela metade. Não posso dizer que é o coronavírus. Mas o que você quer que seja? Falta o oxigênio, eles não respiram. Aqui ninguém fez os exames.”
Ele explica que tudo “começou há cerca de 15 dias: os primeiros doentes, depois os primeiros sacerdotes que começaram a morrer. Entre nós, que devemos ser cerca de 50 missionários aqui, se excluirmos o pessoal, contamos normalmente quatro a cinco mortes por ano, no máximo seis. Agora, foram 13 em poucos dias. Não sei o que dizer. Quase todos morreram aqui, apenas alguns no hospital”, explica ele com a voz embargada.
Entre os últimos que faleceram, estão o Pe. Stefano Coronese (88 anos), desde sempre próximo do mundo dos escoteiros, e o Pe. Gerardo Caglioni (73 anos), conhecido pelas suas missões no México e em Serra Leoa.
Antes deles, lemos na longa lista no site dos xaverianos o adeus aos padres Luigi Masseroni, Giuseppe Scintu, Gugliemo Saderi, Giuseppe Rizzi, Piermario Tassi, Vittorio Ferrari, Enrico Di Nicolò, Corrado Stradiotto, Pilade Giuseppe Rossini, Nicola Masi e outros ainda.
São todos sacerdotes que passaram a vida nos lugares mais distantes do mundo para levar conforto e depois voltaram para Parma, para a grande sede, “para continuar as suas vidas. A idade média dos xaverianos é 75 anos – conta o Pe. Rosario –, e muitos deles vieram para cá depois de terem viajado por 40, até 50 anos. E agora foram embora assim, no silêncio dos seus quartos”.
Houve silêncio desde o início, mais de duas semanas atrás. Depois das primeiras mortes, os xaverianos contam que intuíram que algo estava errado. Então, a equipe de serviço foi mandada para casa. Também foi mandada embora uma enfermeira “talvez positiva para o coronavírus”. Nada de cozinheiros, assistentes, equipe de limpeza e lavanderia ou dos escritórios das missões estrangeiras: todos os “empregados” da sede não podiam mais entrar, até mesmo por causa dos decretos do governo.
“Fechamos tudo e nos fechamos dentro.” Assim, criou-se lá, entre os corredores e os quartos, um “lazaretto”, sem praticamente nenhum médico, “exceto um de nós, um missionário que completou 25 anos em Bangladesh”. Um elevador com comida cozinhada por uma empresa de catering traz a comida.
“Quanto ao resto, nos viramos entre nós, mas a situação piorou. Agora precisamos de ajuda, que alguém venha. Também escrevemos para o prefeito, dissemos às autoridades. Precisamos de uma intervenção rápida. Venham higienizar, porque está claro que o vírus circula aqui.”
Ele explica que, há alguns dias, não tendo visto ainda “ninguém que se apresentasse aqui para nos ajudar, mesmo que um médico tenha vindo depois, decidimos falar com a mídia, dizer o que está acontecendo. Digam, vocês também, que precisamos de uma mão. Daqui nós não saímos. Lá fora, há 15 rapazes do seminário, os estudantes de teologia: não queremos correr o risco de encontrá-los, de infectá-los. Mas precisamos de alguém que venha nos tratar, nos salvar”, confessam os últimos salvadores de almas que permaneceram na sede. Fonte: https://www.vaticannews.va
Coronavírus: salesianos lamentam morte do vigário apostólico de Gambella (Etiópia)
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Como prefeito e como vigário apostólico, Dom Angelo Moreschi, SDB sempre encarnou a predileção salesiana pelos pequenos, acompanhando-a com um espírito prático e um forte zelo apostólico.
A comunidade salesiana em todo o mundo lamenta a morte do vigário apostólico de Gambella (Etiópia), Dom Angelo Moreschi, SDB, falecido na quarta-feira, 25 de março, em Brescia (Itália), devido à infecção do Covid-19.
O arcebispo Moreschi nasceu em Nave (BS) em 13 de junho de 1952 e frequentou o noviciado salesiano em Albarè. Professou seus primeiros votos religiosos em 1º de setembro de 1974 e os votos perpétuos em Cremisan (Israel) em 15 de agosto de 1980, sendo ordenado sacerdote em 2 de outubro de 1982 em Brescia.
Enviado em missão à Etiópia, serviu como pároco e diretor em Dilla (1991-2000), ocupando o cargo de Conselheiro Provincial da então Visitadoria África na Etiópia-Eritreia (1998-2001).
Em 16 de novembro de 2000, foi nomeado prefeito apostólico de Gambella; em 5 de dezembro de 2009, a prefeitura foi elevada a vicariato, quando então foi nomeado bispo titular da Diocese de Elefantaria da Mauritânia e vigário apostólico de Gambella, recebendo a consagração episcopal em 31 de janeiro de 2010.
Em sua missão, inicialmente como prefeito e depois como vigário apostólico, Dom Moreschi sempre encarnou a predileção salesiana pelos pequenos, acompanhando-a com um espírito prático e um forte zelo apostólico.
Ele costumava visitar os povoados ao longo do Rio Baro em um veículo 4 x 4 muito velho, ou de lancha quando as estradas estavam inundadas, e logo ao chegar, começava a distribuir biscoitos multivitamínicos para as crianças desnutridas.
O bispo Moreschi deixa essa terra depois ter servido por 46 anos como salesiano aos jovens, aos pobres e ao seu rebanho de almas: 38 como sacerdote e como bispo por mais de 10 anos.
(ANS - Agência de Informação Salesiana/Brescia). Fonte: https://www.vaticannews.va
Presidente da CNBB reforça apelo para que as pessoas não saiam de casa
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O pedido das autoridades para que a população não saia de casa tem sido reiterada vezes reforçado por causa da pandemia que tem avançado no Brasil e no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ritmo de transmissão está acelerado.
“A pandemia está se acelerando”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, nesta segunda-feira (23). Segundo ele, quase todos os países do mundo já registraram mais de 300 mil casos de infecção por Covid-19.
Em homilia em missa rezada hoje, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil repudiou o discurso em cadeia nacional de tv do presidente Jair Bolsonaro proferido na noite de terça feira, 24 de março. Segundo ele, a autoridade do Executivo nacional minimizou o que é preciso ser realizado, com responsabilidade, por todos.
“À pandemia da covid-19 não pode se compor com mais uma pandemia de irresponsabilidade, inconsequência e falta de sentido humanístico e respeitoso para com a dignidade humana“, afirmou.
Dom Walmor reforçou mais uma vez o apelo. “Fique em casa. Esta é a indicação das autoridades sanitárias competentes e sensatas. Trabalhemos tudo que podemos para ajudar a construir uma sociedade justa e fraterna. Os trabalhos precisam ser mantidos com as condições necessárias, resguardando e cuidado da vida de cada um de nós”, reforçou. Veja, no vídeo, abaixo a íntegra da sua fala.
O presidente da CNBB exigiu dos três poderes uma ação tendo em vista a construção de uma nova ordem social e política adequada. Do Executivo, disse esperar um grande projeto de contingência cujo objetivo é minimizar os impactos na vida dos pobres. Do Legislativo, disse que a Igreja espera, em todas as esferas, a corajosa postura de mostrar com exemplos que possam modificar o caminho da sociedade brasileira. E da Suprema Corte disse esperar a garantia e a defesa da ordem constitucional. Segundo ele, a Igreja no Brasil e a sociedade estão dispostas a ser solidárias e contribuir de forma humanística, abrindo mão de muitas coisas.
Diante dessa realidade, a Igreja no Brasil tem se mobilizado e apelado para que as pessoas cumpram a quarentena. O Arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) já havia divulgado (abaixo) um vídeo, no último sábado, no qual apelou para que a população não saia de casa.
“É hora de colaborar. Vamos ter entre nós, agora, marcando o tecido da nossa cidadania uma atitude de solidariedade como bom samaritano, viu sentiu compaixão e cuidou dele. Não saia de casa, vamos colaborar. Do contrário, pagaremos um alto preço. O preço alto que já estamos pagando será ainda mais amargo, por isso vamos colaborar, não saia de casa”, diz dom Walmor na mensagem. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Padre com coronavírus morre após doar respirador para jovem com Covid-19
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Um padre italiano infectado pelo novo coronavírus morreu nesta terça-feira, 24, após doar o respirador que usava na UTI para um paciente mais jovem que também lutava contra a Covid-19. Frei Don Giuseppe Berardelli, de 72 anos, era padre na igreja de Casnigo, uma pequena vila que fica a 64km de Milão. Conforme o canal italiano "Sky News", ele estava internado no Hospital Lovere, em Bergamo, uma das áreas mais atingidas na Itália.
De acordo com informações do hospital, ele se recusou a usar o respirador que seus paroquianos haviam comprado. Ao invés disso, o padre decidiu doar para um jovem que ele não conhecia. Um obituário escrito no site "Araberara" descreveu o padre como uma pessoa que "ouvia a todos, que sabia como ouvir. Qualquer um que aparecia diante dele sabia que podia contar com sua ajuda".
O frei era apaixonado por motos e sempre era visto pelas ruas da cidade em cima do veículo. De acordo com a prefeita de Fiorano, Clara Poli, Don Giuseppe Berardelli era "uma grande pessoa".
"Me lembro dele em sua velha moto Guzzi. Ele adorava sua moto e, quando era visto passando, estava sempre alegre e cheio de entusiasmo. O frei deu paz e alegria para nossas comunidades", disse.
De acordo com as informações, sua paróquia perto de Bérgamo havia comprado o dispositivo especialmente para o padre infectado porque há falta de equipamento adequado nos hospitais da região. Don Giuseppe Berardelli, no entanto, insistiu em passar o dispositivo vital para um paciente mais jovem.
Até agora, pelo menos 60 padres católicos morreram na Itália
Até o momento, pelo menos 60 padres católicos morreram do vírus Corona na Itália. Muitos haviam respondido ao apelo do Papa Francisco e queriam ajudar os fiéis em tempos difíceis. Bergamo, no norte da Itália, é particularmente afetado pela atual emergência. Fontes: https://www.reportermt.com.br; https://www.oe24.at
AO VIVO- CARMO DE ANGRA DOS REIS/RJ: Uma Prece em tempos de coronavirus
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A nossa prece em forma de música para todos nós que estamos em quarentena. E que o senhor nos ajude a passar nesta noite escura. Carmo de Angra dos Reis/RJ. Segunda-feira, 23 de março-2020. www.instagram.com/freipetronio
Hóstias na mão, infectados na missa e o diabo: as religiões diante da pandemia na América Latina
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Os cultos e seus líderes têm um papel decisivo para os fiéis que buscam orientação e consolo em meio à crise; suas reações na região variam entre a prevenção e a inconsciência
Na manhã de quarta-feira, durante sua entrevista coletiva diária, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, tirou do bolso um par de amuletos religiosos com a oração “Pare, inimigo, que o coração de Jesus está comigo” −e disse que esses eram seus escudos contra o coronavírus, além da honestidade e do combate à corrupção. Seu gesto como líder de um dos países mais devotos da América Latina, e um dos que adotaram menos medidas preventivas diante da pandemia global de Covid-19, ilustra perfeitamente o conflito que as crenças individuais representam para o gerenciamento de crises coletivas: em uma situação que exige o acatamento em massa de critérios científicos para reduzir o risco, fomentar o pensamento mágico ou crenças pessoais a partir de uma posição de poder pode ter consequências nefastas.Os encontros religiosos já foram identificados como focos de contágio em dois países que tinham um número relativamente baixo de casos. Há uma semana, a Malásia anunciou que pelo menos 190 pessoas contraíram o coronavírus ao participar de uma oração em massa em uma mesquita. Foi o maior aumento de casos registrado no país, e lembrou o episódio que fez com que o número de infectados na Coreia do Sul disparasse em fevereiro, quando uma mulher conhecida como Paciente 31 assistiu a dois serviços da Igreja Shincheonji de Jesus −mesmo depois de ter febre− e provocou a infecção de mais de mil pessoas.
López Obrador não foi o único líder político a se encomendar às divindades: na segunda-feira, em um ato oficial, o presidente colombiano, Iván Duque, pediu proteção a Nossa Senhora de Chiquinquirá, padroeira da Colômbia, para superar a crise. Na sexta-feira, a mídia local informou que o Governo da Costa Rica planejava, em conjunto com autoridades da Igreja Católica, levar uma imagem da padroeira costa-riquenha, Nossa Senhora dos Anjos, em sobrevoo por todo o país.
Enquanto os Governos da América Latina se debatem entre proteger o que puderem de suas economias ou proteger mais a saúde de seus cidadãos, os cultos religiosos e seus líderes continuam tendo um papel decisivo para milhões de fiéis que buscam consolo e orientação em meio à crise, maior ainda do que os alertas da Organização Mundial da Saúde para a necessidade de que as pessoas se isolem, evitem aglomerações e fiquem em quarentena caso tenham viajado para áreas de alto contágio. A Paciente 1 da Colômbia foi a uma igreja quatro dias depois de voltar da Itália, e nos domingos posteriores os templos voltaram a ficar cheios. No domingo passado, na Cidade do México, a Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, um centro de peregrinação mundial, estava repleta como sempre. No Brasil, algumas das igrejas evangélicas mais poderosas afirmaram que não planejam suspender suas reuniões −mas no Estado de São Paulo a Justiça tornou essa medida obrigatória, proibindo cultos e missas. Na Nicarágua, os bispos parecem mais preocupados que os governantes. À medida que aumentam os casos de Covid-19 na região, os cultos começaram a reagir. Para o bem e para o mal.
‘É uma tática de Satanás’
No Brasil de Jair Bolsonaro, seus seguidores mais leais espalharam a ideia de que, como disse o presidente, a pandemia de coronavírus é uma “histeria”. Um deles é o todo-poderoso Edir Macedo, fundador e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Trata-se de uma das principais instituições evangélicas neopentecostais do Brasil, com várias ramificações na América Latina e Europa. No domingo passado, Macedo divulgou pelo WhatsApp um vídeo no qual afirma que não há motivos para que as pessoas fiquem “apavoradas com algo que não condiz com a realidade”. Além de acusar a mídia de levar “o pavor a populações e nações”, o líder da IURD, empresário multimilionário e dono da segunda maior rede de televisão do Brasil, disse que “por trás dessa campanha toda do coronavírus existem interesse econômicos".
Macedo inicia o vídeo dizendo que tem “excelentes notícias” e recomenda o depoimento do patologista Ben Schmidt, que divulgou notícias falsas sobre a Covid-19 no YouTube. “Meu amigo e minha amiga, não se preocupe com o coronavírus. Porque essa é a tática, ou mais uma tática, de Satanás. Satanás trabalha com o medo, o pavor. Trabalha com a dúvida”, afirma o pregador. “E quando as pessoas ficam apavoradas, com medo, em dúvida, a pessoas ficam fracas, débeis e suscetíveis. Qualquer vento que tiver é uma pneumonia para elas”, acrescenta.
Depois que o vídeo de Schmidt foi removido do YouTube, Macedo apagou o dele de suas redes sociais. Mas divulgou outro vídeo, no qual pede aos evangélicos que não busquem notícias sobre a pandemia e as recomendações médicas, e sim leiam a Bíblia para que “a palavra de Deus” os salve de qualquer doença. No Brasil, onde se registra a maior quantidade de casos de coronavírus na América Latina, outros líderes religiosos, como Silas Malafaia, da Assembleia de Deus −uma das maiores instituições evangélicas do país−, disseram que manteriam suas cerimônias, apesar do coronavírus. Malafaia, no entanto, acabou voltando atrás e anunciou sexta-feira a suspensão dos cultos. Porém, neste domingo, foi ao Twitter publicar um texto que dizia “A imaginação é a metade da doença; a tranquilidade é a metade do remédio; e a paciência é o primeiro passo para a cura”.
A Paciente 1 da Colômbia e sua visita a uma igreja
Em 1º de março, como em qualquer domingo de culto, a igreja cristã La Casa Sobre la Roca, em Bogotá, estava lotada de fiéis. Duas mil pessoas se reuniram naquele dia para um dos três encontros que o grupo religioso realiza por dia. Entre elas estava a Paciente 1 da Colômbia. A jovem de 19 anos tinha chegado de Milão quatro dias antes e assistiu ao culto sem saber que estava infectada. Sentou-se no segundo bloco da nave central e compartilhou com outros fiéis um ritual de pão e vinho que se realiza na igreja.
“Uma pessoa que esteve no terceiro serviço de domingo passado, assintomática, testou positivo para coronavírus”, disse dias depois a seus seguidores o pastor Alejandro Llanos, enquanto projetava um mapa da localização. Pediu que quem se sentou perto dela informasse seus dados e sintomas para a brigada de emergência da instituição, para que esta os repassasse ao Instituto Nacional de Saúde (INS). Embora a igreja tenha sido “transparente”, como contou um dos fiéis, seus membros ficaram com medo. “Ao saber da notícia, decidi não entrar na igreja porque tinha gripe e, é claro, fiquei preocupado”, contou Hernán Restrepo, que toca piano nesse templo. Ele foi a um hospital e o descartaram por não ter viajado recentemente nem compartilhado diretamente com a Paciente 1. O músico não foi submetido a exame, mas decidiu se isolar por conta própria. O Instituto Nacional de Saúde recebeu os dados de pelo menos cem paroquianos com sintomas, mas não confirmou se alguém foi infectado.Esse foi o sinal de alerta sobre o risco desse tipo de encontros em um país tão religioso como a Colômbia, onde há pelo menos 6.864 igrejas evangélicas e 4.000 paróquias católicas que poderiam ser focos de infecção pelo coronavírus. No entanto, nos domingos posteriores, esses lugares voltaram a ficar cheios. As igrejas se ampararam em um comunicado do Ministério do Interior que sugeriu que “as comunidades religiosas e / ou atos litúrgicos que ultrapassem 500 fieis” organizem “espaços dentro de seus lugares de culto para atender a essa capacidade”. As igrejas com mais recursos reforçaram a limpeza dos assentos e entregaram bactericida na entrada. A Conferência Episcopal recomendou receber a hóstia nas mãos, mas manteve, para quem quiser, a opção de recebê-la na boca. Nas capitais, as pessoas optaram por eliminar o cumprimento da paz. Mas não foi assim em todos os lugares. Através das redes sociais, fiéis perguntaram onde podiam denunciar sacerdotes que apertavam as mãos sem medo na hora da saudação da paz e obrigavam seus paroquianos a ir à missa. E um pastor evangélico convidou a violar medidas de proteção. “Esse vírus cometeu um erro e foi mexer com a igreja, por isso está condenado à extinção em até 30 dias. Todas as igrejas devem ficar abertas, pois são a esperança da sociedade”, disse.
Com o passar dos dias, algumas igrejas tomaram decisões mais radicais. Embora agora o Governo colombiano permita a reunião de no máximo 50 pessoas, há igrejas que cancelaram todos os seus encontros. A Arquidiocese de Bogotá suspendeu todas as missas abertas ao público e só fará as de defuntos e bodas, com grupos de poucas pessoas que entrarão por uma porta lateral. “Dói em nossa alma, mas é necessário pela vida e pela saúde dos colombianos”, disse o cardeal Rubén Salazar ao anunciar a medida. Tiveram de usar o argumento de que “o Papa já fez isso e nos dá o exemplo” para convencer os fiéis que insistiam em ir.
“A saudação da paz será feita inclinando a cabeça”
Os fiéis mexicanos que buscarem na fé as respostas para o coronavírus terão de esperar, pelo menos, duas semanas. Como tantas outras cerimônias que reúnem uma grande quantidade de pessoas, as missas foram suspensas. A Igreja Católica anunciou que, para evitar possíveis infecções, foram cancelados também retiros religiosos, assembleias, congressos, jornadas de oração e catequese. Em um comunicado, a Conferência Episcopal mexicana recomendou que seus sacerdotes transmitam suas cerimônias pela Internet enquanto durar a crise.
Embora as igrejas possam fechar as portas sem grandes inconvenientes, a maior resistência para que as recomendações científicas se imponham sobre a tradição vem das celebrações populares. Especificamente, a procissão da Semana Santa realizada anualmente em Iztapalapa, uma cidade vizinha da capital, que foi cancelada. A representação teatral da crucificação, que pretende ser catalogada pela Unesco como Patrimônio Imaterial da Humanidade, reúne dezenas de atores que se preparam todos os anos para a representação durante o Domingo de Ramos e a Segunda-Feira de Páscoa.
Os organizadores e as autoridades tiveram de realizar uma mesa de diálogo em um dos bairros “pesados” da capital para conter a indignação pelo cancelamento, e chegaram a um acordo para fazer a representação sem público. O argumento para não cancelar a celebração foi o de que ela é realizada ininterruptamente há 176 anos e que foi precisamente uma epidemia de cólera, em 1843, que deu origem a uma procissão em homenagem ao Senhor do Santo Sepulcro, que os organizadores prometeram repetir todos os anos. Uma procissão que hoje reúne mais de um milhão de pessoas durante dois dias.
Na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, a missa foi celebrada normalmente até domingo passado. Tudo ocorreu de acordo com a liturgia clássica até que, no momento da saudação da paz, uma voz soou pelos alto-falantes: “Não vamos fazer a saudação da paz apertando as mãos, bastará uma breve inclinação da cabeça; a sagrada comunhão será na mão. Os que vão comungar estenderão a mão esquerda para receber a hóstia consagrada e a levarão à boca com a direita, diante de quem entregou a comunhão”.
A cautela religiosa e a imprudência oficial na Nicarágua
Os bispos da Nicarágua pediram aos devotos que na Sexta-Feira Santa não haja beijos no ritual de Adoração da Cruz. Na verdade, que não haja nenhum contato físico com as imagens de santos para evitar a propagação do coronavírus, que está se espalhando rapidamente pela América Central.
Evitar o tradicional beijo na cruz de Cristo é uma das medidas anunciadas pela Conferência Episcopal da Nicarágua para as celebrações da Semana Santa, uma tradição profundamente enraizada no país. Embora as celebrações não tenham sido canceladas, o clero limitou todos os ritos que envolvam contato físico. Foi feito um apelo específico para que os fiéis mais vulneráveis ao coronavírus −“maiores de 60 anos, grávidas e crianças”− não participem presencialmente das missas e procissões, e sim fiquem em suas casas e acompanhem as cerimônias pelas redes sociais ou pela mídia.
O cardeal Leopoldo Brenes recomendou que nas liturgias exista uma distância de um metro entre os assistentes. “Que a saudação da paz seja feita sem o aperto de mãos. Que a santa hóstia seja entregue na mão”, acrescentou.
Na direção contrária às medidas adotadas pela Igreja Católica, o Governo sandinista conclamou a população a participar das atividades da Semana Santa e do “Plano Verão 2020”, promovido pela vice-presidenta Rosario Murillo.
“Ao afirmar que mantemos todos os nossos planos, nós nos referimos a tudo que foi descrito nas circulares anteriores, e reforçamos a presença natural, de acordo com a fé do nosso povo, em todos os cultos, tradições e eventos religiosos próprios da temporada”, ordenou Murillo. O Instituto Nicaraguense de Turismo anunciou que serão realizadas 80 atividades durante a Semana Santa, incluindo missas campais, shows e festivais.
No dia 14, o Governo sandinista surpreendeu o mundo ao realizar em Manágua uma marcha, denominada Caminhada do Amor em Tempos de Covid-19. A mídia local informou que nem o presidente Daniel Ortega nem Murillo participaram da caminhada. Fonte: https://brasil.elpais.com
FICAR EM CASA... Dez conselhos de uma Carmelita de clausura para viver na “cela” de casa.
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Irmãs Carmelitas Descalças de Cádiz na Espanha. Tradução.
Rui Jorge Martins
1- Atitude de liberdade
O mais importante é a atitude com que se vive, a interpretação pessoal que se faz da situação, a consciência de que não se trata de uma derrota. Paradoxalmente, esta pode ser uma oportunidade para descobrir a maior e mais genuína liberdade: a liberdade interior que ninguém pode tirar, e que procede da própria pessoa. Num contexto em que as autoridades “obrigam” a estar em casa, a liberdade consiste na adesão voluntária, sabendo que é por um bem superior. É livre aquele que tem a capacidade de assumir a situação porque quer fazer o correto. Não se está encerrado em casa, antes, optou-se por nela permanecer “livremente”.
2- Paz onde a alma se amplia
Olhe para dentro de si próprio, o espaço mais amplo para a pessoa se expandir e ser feliz está no seu coração. Não são necessários espaços exteriores, mas andar folgadamente no próprio mundo. Dê asas à criatividade, escute as suas próprias inspirações, e encontre a beleza de que é capaz. Talvez ainda não tenha descoberto que da paz da alma brota vida… a vida é criação de mais vida, comunicação de alegria e amor. Quando se acostumar a viver em si, já não quererá sair.
3- Não se descuide, a paz requer trabalho
Exercite virtudes que requerem concentração e autoconhecimento, essas que normalmente se descuidam quando se está ocupado nos mil e um afazeres “externos”. De como se encara as próprias emoções e pensamentos, da gestão dos sentidos e paixões, depende se se vive no céu ou no inferno. Observe-se e domine-se, porque se se deixar levar pelo medo, pela tristeza ou pela apatia, dificilmente se sairá delas, já que não há muitas evasões. Exerça disciplina sobre o seu coração: quando algum pensamento não lhe fizer bem, rejeite-o. Procure inclinar-se para tudo aquilo que note que lhe dá paz e alegria... a harmonia tem de trabalhar-se.
4- Ame
A questão de fogo destes dias será a convivência. Perante a crise causada pela pandemia as pessoas ficam mais suscetíveis e, inclusive, irritáveis. É preciso ser-se muito paciente e usar muito o senso comum. Somos diferentes, cada qual tem uma sensibilidade distinta por múltiplas circunstâncias. Aceite e respeite as opiniões e sentimentos dos outros. É muito normal, quando se está em casa, a tendência para querer controlar tudo… Procure não o fazer, seria causa de muitos conflitos e frustrações. Não dê importância às diferenças, potencie as coisas que unem. O único terreno que realmente lhe pertence é a sua própria pessoa: os seus pensamentos, palavras e emoções; não controle, controle-se. A partir do amor extrairá compreensão e empatia, vontade de dar e agradecimento ao receber. Respeite, acolha a fragilidade, desdramatize, viva e deixe viver.
5- Não mate o tempo
Nada poderá criar-lhe uma sensação tão grande de vazio e fastio como passar o tempo inutilmente. É um inimigo gravíssimo que lhe poderá roubar a paz, e até colocá-la em depressão. Faça um plano para estes dias, e tente vivê-lo com disciplina. Descanso e ocupação não são antagónicos, aproveite para descansar realizando atividades que a relaxem ou que estimulem um ânimo positivo. Dê tempo nas coisas simples: que o grão-de-bico se torne tenro, que o assado demore a ficar cozinhado… temos tempo! Mesmo que um guisado lhe leve duas horas, desfrute de o fazer, e empenhe-se em que as coisas que faz, por simples que sejam, tenham valor e uma finalidade. Nada de perder tempo sem sentido, “matar o tempo” é matar a vida.
6- Alargue as suas fronteiras
Quantas vezes se deixou de fazer o que se devia por falta de tempo. Pois bem, agora temo-lo! Esse livro que lhe ofereceram há três anos e que não leu, aquele que ainda não devolveu porque ficou pela metade. Se gosta de música, procure novos artistas, descubra novos géneros. Apetece-lhe uma viagem? Pense num país exótico e aprenda sobre a sua cultura e tradições… temos internet também para isso. Se é pessoa de fé e oração, talvez não saiba o que rezar porque já esgotou tudo o que sabia. Por que não experimenta a liturgia das horas? Descarregue-a no seu telemóvel; procure os escritos de algum santo, seguramente vai encontrar muitas coisas que lhe encherão a alma de novas luzes. Não se conforme com o que conhece e sabe… agora que há oportunidade, abra-se a novidades que lhe acrescentem sabedoria e a encham de alegria.
7- Para as mais sensíveis
Nem todos dominam as emoções de igual maneira. Haverá pessoas para quem, pela sua psicologia, lhes custará muito mais este confinamento do que a outras. As emoções não só provêm do interior; também aquilo que se vê, escuta, toca, etc. influencia. Por isso, é preciso ser-se seletivo com aquilo que se recebe do exterior, para evitar entrar em círculos viciosos que envolvam em desespero ou façam perder o controlo. Evite-se, na medida do possível: conversas pessimistas, discussões, más caras, excesso de informação, filmes de terror ou intriga, desordem dentro de casa. Como não há muitas evasões que façam mudar de “chip”, tudo o que entra no cérebro nele permanecerá mais tempo do que o habitual; por isso, é preciso ter cuidado para não se ficar obcecado, ou permitir aninhar uma emotividade negativa no interior. O excesso de ecrãs também é mau porque estimula em demasia e o cérebro, e provoca mais nervosismo. Há que dormir bem, mas em excesso pode causar a sensação de fracasso ou derrota. Um remédio muito bom para canalizar a energia e relaxar é dançar. Ponha boa música e divirta-se a dançar. Nada como rir e divertir-se para reiniciar o sistema interior.
8- Não está isolada
É importante compreender que não há motivo para se sentir só, pois não se está. O amor e o carinho dos teus continua, mesmo que o contato físico se tenha distanciado. Esta é uma oportunidade para viver a comunicação a um nível mais profundo, mais íntimo. Fale com quem está em casa com tranquilidade, sem pressas, escute-os até que terminem, deixe que o diálogo faça crescer a confiança e as confidências construam cumplicidade. Diga aquilo que nunca tem tempo de dizer, conte o que sempre quis contar, fale de tudo e de nada, mas com carinho, que é o que chega à alma e nela se aninha. Responda àquela mensagem de Natal que não agradeceu, a carta que a emocionou e à qual estava a preparar uma resposta, àquele “e-mail” de uma velha amizade. Procure palavras com beleza, tente dar expressão aos seus sentimentos mais nobres… Fale com o coração e crie laços muito mais profundos com os seus. Descobrirá que a distância não é ausência.
9- Dia de reflexão
Para não se angustiar, também é conveniente procurar momentos de silêncio e solidão. Na organização do tempo para estes dias, inclua espaços de “oxigenação” individual. Quantas pessoas já alguma vez disseram: «Como gostaria de me retirar alguns dias para um mosteiro». Pois bem, a ocasião está aqui, em casa. Habitualmente as pessoas cansam-se por causa da aceleração das suas horas, como se a rotina diária não desse tempo para assimilar o que se vive. Esperamos mudanças substanciais na sociedade, «isto não pode continuar assim». Agora temos esta oportunidade para nos metermos num casulo como a lagarta que se converte em borboleta. Reflita, pense, medite… Que posso mudar em mim para ser melhor depois destes dias?... A separação das coisas que normalmente temos entre mãos ajudará a ver se realmente se está a pôr o acento naquelas que importam, em vez daquelas que podem ser secundarizadas, quais são as insubstituíveis, etc. Um bom discernimento para melhorar fará com que estes dias sejam de muito proveito. Homens e mulheres novos depois desta crise.
10- Reze
Só a oração (que é o vínculo de amizade com Deus) pode sustentar a vida em todas as situações, especialmente nas adversas. Oração, que como diria Santa Teresa, «ainda que a diga na sobremesa, é o principal». Orar é abrir-se a esse “Outro” que pode sustentar-nos quando se precisa de ajuda; mas também quando se está bem, orar é sustentar outros que precisam. É a experiência mais universal do amor. Ore, fale com Deus, as horas passarão sem que se dê conta: fale-lhe de tudo, Ele não se cansa de a escutar, desafogue-se com Ele quando necessitar, e, porque não?, deixe que também Ele se desafogue consigo, é o seu Pai, seu Irmão, seu Amigo. Exercite a sua fé e a sua confiança. Se deixou a relação com Deus no vestido da sua primeira comunhão, volte a experimentá-lo, agora há tempo e serenidade para conversar com Ele. Talvez não acredite porque nunca o experimentou. E se tentar?...
Domingo 22. Olhos novos: 4º Domingo da Quaresma.
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(Missa Online direto do Carmo de Angra dos Reis/RJ, às 18h no sábado 21, com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm., e no domingo 22 às 9h, com Frei Marcelo de Jesus, O. Carm)
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 9,1-41 que corresponde ao Quarto Domingo de Quaresma, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
O relato do cego de Siloé está estruturado a partir de uma chave de forte contraste. Os fariseus acreditam que sabem tudo. Não duvidam de nada.
Impõem a sua verdade. Chegam, inclusive, a expulsar da sinagoga o pobre cego: “Sabemos que a Moisés falou-lhe Deus”. “Sabemos que esse homem que te curou não guarda o sábado”. “Sabemos que é um pecador”.
Pelo contrário, o mendigo curado por Jesus não sabe nada. Apenas conta a sua experiência a quem o queira escutar: “Só sei que era cego e agora vejo”. “Esse homem trabalhou os meus olhos e comecei a ver”. O relato termina com esta advertência final de Jesus: “Eu vim para que os que não veem, vejam, e os que veem fiquem cegos”.
A Jesus dá-lhe medo uma religião defendida por escribas seguros e arrogantes, que manejam autoritariamente a Palavra de Deus para impô-la, usá-la como arma ou inclusivamente excomungar a quem sente de maneira diferente. Teme os doutores da lei, mais preocupados em “guardar o sábado” do que em “curar” mendigos doentes. Parece-lhe uma tragédia, uma religião com “guias cegos” e diz abertamente: “Se um cego guia outro cego, os dois cairão no buraco”.
Teólogos, pregadores, catequistas e educadores, que pretendem “guiar” outros sem ter-se deixado iluminar por Jesus, não devemos ouvir a sua interpelação? Vamos continuar a repetir incansavelmente as nossas doutrinas sem viver uma experiência pessoal de encontro com Jesus que nos abra os olhos e o coração?
A nossa Igreja, hoje, não necessita de pregadores que encham as igrejas de palavras, mas de testemunhas que contagiem, mesmo que de forma humilde, com a sua pequena experiência do evangelho. Não necessitamos de fanáticos que defendam “verdades” de forma autoritária e com linguagem vazia, cheios de clichês e frases feitas. Necessitamos de crentes de verdade, atentos à vida e sensíveis aos problemas das pessoas, buscadores de Deus capazes de escutar e acompanhar com respeito a tantos homens e mulheres que sofrem, procuram e não conseguem viver de uma maneira mais humana ou mais crente. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Vice-governador do estado de Washington, EUA deixa a vida pública e entra para os Jesuítas.
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Por que estou renunciando ao cargo eletivo e optando por ser jesuíta? Depoimento de Cyrus Habib, vice-governador do estado de Washington, EUA
"Nos últimos dois anos, senti-me chamado a uma vocação diferente, embora também orientada ao serviço e à justiça social. Senti um chamado para dedicar minha vida de maneira mais direta e pessoal a servir os marginalizados, capacitar os vulneráveis, curar aqueles que sofrem feridas espirituais e acompanhar os que discernem seu próprio futuro. Eu acredito que a melhor maneira de aprofundar meu compromisso com a justiça social é reduzir a complexidade da minha própria vida e dedicá-la ao serviço aos outros", escreve Cyrus Habib, vice-governador do estado de Washington, EUA, em artigo publicado por America Magazine, 19-03-2020.
Eis o depoimento.
Hoje cedo, anunciei que não disputarei a reeleição como vice-governador do estado de Washington e que decidi entrar para a Companhia de Jesus. Essa decisão decorre de dois anos de oração e cuidadoso discernimento.
Mas por causa desse processo ter sido em boa parte inteiramente privado, eu percebi que isso viria como uma grande surpresa aos meus eleitores e apoiadores. Muitos devem estar surpresos pelo porquê alguém que dispendeu os últimos oito anos escalando a carreira política e que tem uma significativa chance de assumir o governo no próximo ano trocaria uma vida de autoridade por uma de obediência. Eu quero tirar um momento pra discutir essa decisão, bem como para expressar minha profunda gratidão a todos aqueles que me ajudaram durante esses oito anos no cargo a que fui eleito, com tanto sucesso e gratificação.
Fui eleito deputado do estado em 2012, senador estadual em 2014 e vice-governador em 2016. Minhas razões para concorrer a esses cargos e minhas prioridades no cargo estavam firmemente enraizadas no ensino social católico, que coloca os pobres, os doentes, os deficientes, os imigrantes, os presos e todos os que estão marginalizados no centro de nossa agenda social e política. Eu sabia desde a infância como era ser excluído por ser um garoto cego de uma família iraniana e tentei usar o poder que me foi dado pelos eleitores para garantir que avançássemos urgentemente rumo ao dia em que ninguém se sentirá esquecido ou descartado em nossa sociedade.
Senti um chamado para dedicar minha vida de maneira mais direta e pessoal para estar a serviço dos marginalizados, capacitando os vulneráveis e curando aqueles que sofrem com as feridas espirituais.
Foi por isso que, como legislador, introduzi a legislação para estabelecer licenças médicas pagas em todo o estado e, por isso, que banquei a Lei de Direitos de Voto em Washington para tornar nossas eleições mais justas. E foi por isso que tornei o acesso ao ensino superior a principal prioridade no cargo de vice-governador e porque estou entusiasmado que, através das leis que criamos e dos programas que lançamos, removemos obstáculos ao acesso à faculdade para inúmeros washingtonianos que serão os primeiros em suas famílias a contemplar uma educação pós-secundária.
Nos últimos dois anos, porém, senti-me chamado a uma vocação diferente, embora também orientada ao serviço e à justiça social. Senti um chamado para dedicar minha vida de maneira mais direta e pessoal a servir os marginalizados, capacitar os vulneráveis, curar aqueles que sofrem feridas espirituais e acompanhar os que discernem seu próprio futuro. Para mim, isso está enraizado na minha fé: no Evangelho de Cristo. Mas meu desejo de encontrar algo maior do que eu, caminhando com os pobres e abandonados deste mundo, será familiar àqueles de muitas tradições espirituais diferentes. Eu acredito que a melhor maneira de aprofundar meu compromisso com a justiça social é reduzir a complexidade da minha própria vida e dedicá-la ao serviço aos outros.
Eu acredito que, embora certamente continuemos a precisar de pessoas de boa vontade para servir no cargo eletivo, enfrentar os desafios que nosso país enfrenta exigirá mais do que apenas a formulação de políticas.
As pessoas precisam desesperadamente de apoio espiritual e acompanhamento. Da nossa cultura descartável, que trata os trabalhadores e o meio ambiente como descartáveis, para uma nova geração de jovens ansiosos por mudar o mundo, mas lutando com ansiedade sem precedentes, alienação e outros desafios de saúde mental, até o medo e o isolamento que todos vivenciamos por consequência do coronavírus, é um momento em que precisamos nos ater à sabedoria daqueles que vieram antes e cultivar novas formas de sabedoria forjadas nos fogos de nosso momento presente.
A Igreja Católica luta com questões sociais e morais difíceis há 2 mil anos e, embora eu possa ser tão impaciente quanto alguém que se move vagarosamente, sei, por experiência própria, o quanto todos podemos nos beneficiar de um vocabulário moral que insiste na dignidade de cada pessoa. E também sei que, neste tempo de consumismo, desconfiança e polarização, muitos estadunidenses desejam um encontro com o transcendente, o rejubilante, o amoroso.
Eu mesmo sinto esse consolo toda vez que falo com meu orientador espiritual, o padre Mike Ryan, da Catedral de São Tiago, em Seattle. E porque Deus é grande o suficiente para falar conosco através de muitas tradições diferentes, senti isso quando tive o privilégio único de conhecer e aprender com o Dalai Lama no ano passado. Como pude resistir à oportunidade de participar, ainda que em pequena escala, do trabalho de renovação espiritual que dá vida e que nosso mundo e esses tempos precisam tão desesperadamente?
Os jesuítas são conhecidos por sua dedicação à educação, particularmente ao ensino superior, por sua filosofia de encontrar Deus em todas as pessoas, culturas e coisas, por defenderem uma igreja e um mundo mais inclusivos e por servirem como diretores espirituais enraizados nas práticas contemplativas da espiritualidade inaciana. E agora o papa Francisco, o primeiro papa jesuíta, trouxe esses valores com sua liderança para a igreja global e, ao fazer isso, inspirou uma geração de católicos a se envolver novamente com sua fé. Neste momento, é muito cedo para eu saber para onde minha vida como jesuíta me levará, mas estou confiante de que envolverá ensino, diálogo intercultural e inter-religioso, advocacy e acompanhamento espiritual.
Finalmente, e mais importante, quero agradecer a todos aqueles que me possibilitaram servir ao público na função eleita – a todos os voluntários, doadores, funcionários e colegas que me acompanharam nesta jornada. Valorizo mais as nossas realizações compartilhadas do que poderia escrever aqui. O cargo eleitoral e o serviço governamental são atividades profundamente nobres, e as pessoas com quem trabalhei apenas aprofundaram meu respeito por nossa forma de governo. Obrigado pelo que fizeram e pelo que continuarão fazendo pelo nosso país. Peço a todos que me mantenham em suas orações enquanto viajo nesta nova estrada; vocês, é claro, estarão nas minhas. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Decreto da Santa Sé sobre as celebrações da Semana Santa 2020
- Detalhes
DECRETO
Em tempo de Covid-19
No tempo difícil que estamos a viver, devido à pandemia de Covid-19, considerando o caso de impedimento para celebrar a liturgia comunitariamente na igreja, tal como os bispos o têm indicado para os territórios de sua competência, chegaram a esta Congregação consultas relativas às próximas festividades pascais.
1 – Sobre a data da Páscoa.
Coração do ano litúrgico, a Páscoa não é uma festa como as outras: celebrada no arco de três dias, o Tríduo Pascal, precedida pela Quaresma e coroada pelo Pentecostes, não pode ser transferida.
2 – A Missa crismal.
Avaliando o caso concreto nos diversos países, o Bispo tem a faculdade de a adiar para data posterior.
3 – Indicações para o Tríduo Pascal.
Onde a autoridade civil e eclesial impôs restrições, atenda-se ao que se segue em relação ao Tríduo Pascal. Os Bispos darão indicações, de acordo com a Conferência Episcopal, para que na Igreja Catedral e nas Igrejas paroquiais, mesmo sem a participação dos fiéis, o bispo e os párocos celebrem os mistérios litúrgicos do Tríduo Pascal, avisando os fiéis da hora de início de modo a que se possam unir em oração nas respectivas habitações. Neste caso são uma ajuda os meios de comunicação telemática em directo, não gravada.
A Conferência Episcopal e cada Diocese não deixem de oferecer subsídios para ajudar a oração familiar e pessoal.
Em Quinta-Feira Santa, nas Igrejas catedrais e paroquiais, na medida da real possibilidade estabelecida por quem de direito, os sacerdotes da paróquia podem concelebrar a Missa na Ceia do Senhor; concede-se a título excepcional a todos os sacerdotes a faculdade de celebrar neste dia, em lugar adequado, a Missa sem o povo. O lava-pés, já facultativo, omite-se. No termo da Missa na Ceia do Senhor omite-se a procissão e o Santíssimo Sacramento guarda-se no Sacrário. Os sacerdotes que não tenham a possibilidade de celebrar a Missa, em vez dela rezarão as Vésperas (cf. Liturgia Horarum).
Em Sexta-Feira Santa, nas igrejas catedrais e paroquiais, na medida da real possibilidade estabelecida por quem de direito, o Bispo / o pároco celebra a Paixão do Senhor. Na oração universal, o Bispo Diocesano terá o cuidado de estabelecer uma intenção especial pelos doentes, pelos defuntos e pelos doridos que sofreram alguma perda (cf. Missal Romano, pág. 253, n. 12).
Domingo de Páscoa. A Vigília Pascal celebra-se apenas nas igrejas catedrais e paroquiais, na medida da real possibilidade estabelecida por quem de direito. Para o “Início da vigília ou Lucernário” omite-se o acender do fogo, acende-se o círio e, omitindo a procissão, segue-se o precónio pascal (Exsultet). Segue-se a “Liturgia da Palavra”. Para a “Liturgia baptismal”, apenas se renovam as promessas batismais (cf. Missal Romano, pág. 320, n. 46). Segue-se a “Liturgia eucarística”.
Aqueles que não podem de modo nenhum unir-se à Vigília Pascal celebrada na igreja, rezam o Ofício de Leituras indicado para o Domingo de Páscoa (cf. Liturgia Horarum).
Para os mosteiros, os seminários e as comunidades religiosas, o Bispo diocesano decidirá.
As expressões de piedade popular e as procissões que enriquecem os dias da Semana Santa e do Tríduo Pascal, a juízo do Bispo diocesano poderão ser transferidas para outros dias convenientes, por ex., 14 e 15 de Setembro.
De mandato Summi Pontifcis pro hoc tantum anno 2020 [Por mandato do Sumo Pontífce apenas para este ano de 2020].
Sede da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, 19 de Março de 2020, Solenidade de São José, Padroeiro da Igreja Universal.
Robert Card. Sarah
Prefeito
Arthur Roche
Arcebispo Secretário
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