DIRETO DA BAHIA: Líder de coroinhas é investigado por estupro e pedofilia
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De acordo com a polícia, um garoto de 13 anos, que foi violentado por Vítor Marques Daniel, se afastou da igreja após o crime e chegou a falar em suicídio antes revelar o caso
Um líder de coroinhas da cidade de Caravelas, no extremo sul da Bahia, está sendo investigado por estupro de vulnerável ocorrido dentro da Paróquia Santo Antônio.
De acordo com a Polícia Civil, um menino de 13 anos relatou abusos após a mãe dele descobrir que o garoto estava com sífilis. O garoto disse que sofreu abusos sexuais por Vítor Marques Daniel, líder do grupo de coroinhas que participava desde abril de 2017.
Já foi constatado que o religioso acusado de estupro e pedofilia é portador de sífilis, mas ele nega as acusações. Ele também está sendo investigado por outro caso de abuso sexual com outro integrante do mesmo grupo.
De acordo com a polícia, o garoto se afastou da igreja após o crime e chegou a falar em suicídio antes revelar o caso. Fonte: http://bahia.ba
56ª AG CNBB: 6º dia da Assembleia Geral da CNBB: Dom Vital e a violência no Brasil
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Durante os trabalhos nesta semana que está apenas iniciando serão escolhidos os bispos, titulares e suplentes, que representarão o episcopado brasileiro na Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em outubro no Vaticano.
Silvonei José – Aparecida
Depois da pausa neste final de semana dos trabalhos da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para o retiro espiritual pregado pelo bispo emérito de Marajó, Dom José Luís Azcona, os mais de 300 bispos de todo o país, reunidos em Aparecida (SP) retomaram nesta manhã de segunda suas atividades.
O dia como de costume teve início com a Santa Missa na Basílica Nacional, com a participação de muitos romeiros. A celebração foi presidida por Dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC). Participaram da procisão de entrada os Bispos da Comissão do Ano do Laicato.
Durante os trabalhos nesta semana que está apenas iniciando serão escolhidos os bispos, titulares e suplentes, que representarão o episcopado brasileiro na Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que se realiza entre os dias 3 e 28 de outubro deste ano no Vaticano, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O processo da escolha será feito por meio de eleições cujos eleitores são os bispos membros da CNBB presentes no auditório do Centro de Eventos padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP).
Para auxiliar o processo de escolha dos 4 titulares e 2 suplentes para a Assembleia Geral dos Sínodo dos Bispos foi elaborado uma ‘Manual de Votação’ que possui as indicações para as votações e apresentação dos candidatos. De acordo com o manual, todos os bispos membros da CNBB, presentes ou ausentes na 56ª Assembleia Geral, podem ser candidatos. “A apresentação dos candidatos pode ser feita livremente, num clima de liberdade com responsabilidade, transparência e responsabilidade”, consta o manual.
Sistema de Votação
Já foram instaladas no Auditório do Centro de Eventos 8 urnas eletrônicas com um sistema desenvolvido pelo Departamento de Tecnologia da Informação da CNBB idealizado em uma plataforma digital conectada a um servidor de banco de dados. O sistema, organizado pelo setor de Tecnologia de Informação da CNBB, foi testado e aprovado pelo Conselho Permanente da CNBB. Durante a votação, cada urna eletrônica será identificada e terá como responsáveis um presidente e um secretário para garantir o sigilo e a privacidade dos eleitores.
Segundo o Manual de Votação, a eleição será secreta e os titulares e suplentes serão eleitos um a um. “Será considerado eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos dos presentes, no primeiro ou no segundo escrutínio. Após dois escrutínios ineficazes, sem que alguém obtenha a maioria absoluta requerida, será realizada a terceira votação entre os dois candidatos mais votados no segundo escrutínio”, descreve.
Os resultados, após a análise e aprovação da Comissão de Escrutínios, presidida pelo bispo de Nazaré (PE), Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, será apresentado para o presidente da CNBB para anúncio em plenário. Os nomes dos eleitos só poderão tornar-se de domínio público após a ratificação da eleição por parte do Papa Francisco.
Violência em Belém
Diante dos recentes casos de violência, como a morte de 21 presos em Belém (PA), Dom Vital Corbelini, bispo de Marabá (PA) tem defendido que a Igreja não pode cruzar os braços. Segundo o religioso a violência tem aumentado no estado e isto acende uma luz de alerta. Além dos presos, o bispo denuncia que tem aumentado a violência contra pessoas simples, pobres, camponeses e de policiais militares no estado. O bispo atribui a desigualdade e a concentração de renda e da terra o avanço da violência na região.
“A violência está atingindo as nossas vidas, nossos ideais e projetos, sobretudo dos mais jovens que estão tendo suas vidas ceifadas”, disse. O prelado defende que a Igreja, neste contexto, tem o papel de cultivar uma cultura de paz e anunciar a civilização do amor como preconizou o papa Paulo VI. “A civilização do amor deve ser implantada entre nós. Jesus Cristo nos diz que devemos amar os inimigos e rezar por aqueles que nos perseguem”, disse.
O religioso tem defendido que é necessário que as autoridades façam seu trabalho no sentido de fazer cessar a violência com atitudes que favoreçam a paz na sociedade. Ele exorta que o povo não busque fazer justiça com as próprias mãos porque violência gera violência. A convocação, segundo o religioso, vem da própria Igreja no Brasil que em sua última campanha da fraternidade, realizada no período da quaresma deste ano, buscou apontar caminhos para a superação da violência.
O prelado falou também da necessidade de não estimular a violência pelas redes sociais e que a paz deve ser buscada dentro das famílias e também a partir das comunidades cristãs e católicas. Fonte: www.vaticannews.va
SEGUNDA 16: Bento XVI completa 91 anos
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O Papa emérito completa 91 anos neste dia 16 de abril e irá festejá- Bento XVI completa 91 anos
O Papa emérito completa 91 anos neste dia 16 de abril e irá festejá-lo em um clima de serenidade, no Mosteiro "Mater Ecclesiae", no Vaticano,, onde reside.
Benedetta Capelli – Cidade do Vaticano
O Papa emérito Papa Bento XVI completa hoje 91 anos. Nascido em 16 de abril de 1927 em Marktl, na Alemanha, foi eleito sucessor de Pedro em 19 de abril de 2005. É o Papa emérito desde 28 de fevereiro de 2013.
Em 17 de abril do ano passado, em frente ao convento "Mater Ecclesiae" onde reside no Vaticano, foi realizada uma festa no melhor estilo bávaro para celebrar seus 90 anos. Não faltou cerveja alemã para os brindes, bretzels típicos e música executada por um grupo de Schützen, com seus trajes típicos. No final do encontro, antes de conceder sua bênção, Bento XVI agradeceu aos presentes por terem conseguido fazê-lo “retornar” à sua "terra maravilhosa".
Cinco anos antes, na Missa celebrada na Capela Paulina, em 16 de abril de 2012, Bento XVI afirmou que estava diante "do último trecho" da jornada de sua vida. "Eu não sei o que me aguarda - disse ele – sei porém que a luz de Deus existe, que Ele ressuscitou, que sua luz é mais forte do que todas as trevas; que a bondade de Deus é mais forte do que todo o mal deste mundo. E isso me ajuda a prosseguir com segurança. Isso nos ajuda a seguir em frente, e nesta hora agradeço de coração a todos aqueles que continuamente me fazem perceber o sim de Deus por meio de sua fé ". Fonte: www.vaticannews.va
Em missa, bispo celebra a presença e organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil
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O sexto dia de trabalhos da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) começou com a Santa Missa celebrada no altar central do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na manhã desta segunda-feira, 16.
A celebração foi presidida pelo bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, dom Severino Clasen. Participaram da procissão de entrada os bispos da Comissão e a presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Marilza Schuina.
Dom Severino começou a homilia recordando que o Ano Nacional do Laicato celebra a presença e organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil aprofundando sua identidade, vocação, espiritualidade e missão, testemunhando Jesus Cristo e seu reino na sociedade.
A partir deste objetivo do Ano do Laicato, o bispo fez uma reflexão a partir da primeira leitura (At 6,8-15), na qual Estevão enfrenta um grande conflito com alguns membros da sinagoga dos libertos e outros tradicionais da comunidade ao aprofundar a identidade, vocação, espiritualidade e missão para poder, com liberdade, testemunhar Jesus Cristo e seu reino.
“Nota-se claramente um conflito provocado por Estevão por ultrapassar os velhos costumes e se deixar conduzir pelo Espírito Santo em defesa da comunidade”, ressaltou o bispo.
Refletindo sobre o Evangelho, dom Severino diz que Jesus anuncia com a vida a sintonia com o Pai: “Nós temos Jesus Cristo para apresentar ao mundo onde falta o alimento da verdade, da justiça e autenticidade. Esse é o alimento que nunca se corrompe”.
O bispo ressalta que é preciso incentivar e apoiar as iniciativas do Ano Nacional do Laicato para que produza na consciência de todos dos cristãos a firmeza de buscar o Jesus de Nazaré que apresente o Reino de Deus, o Reino sem corrupção, um Reino de Justiça e de paz. “A espiritualidade Cristã sempre terá por fundamentos os mistérios da encarnação e da redenção de Jesus Cristo. Este enfoque deve permear a formação laical desde o processo da iniciação a vida cristã”, salientou.
“Não existe fé cristã sem comunidade eclesial”, continuou dom Severino. Ele ensinou que o cristão se forma e se experimenta numa comunidade eclesial: “O testemunho de Santo Estevão que foi martirizado defendendo a comunidade de fé se repete nos mártires de ontem, de hoje e que sem dúvida teremos no amanhã”.
Dom Severino lembrou que nos últimos anos tem aumentado o assassinato de muitas lideranças nas comunidades periféricas que não são notícias, ou que são desmoralizadas para que não sejam notícias.
“São pobres que morrem. É preciso levantar esses nomes e evitar que outros líderes que defendem os pobres sejam preservados e possam encorajar todas as pessoas para que superem a onda de ódio, de perseguição, de mortes brutas financiadas pela força do capital e entidades secretas que matam, destroem vidas e a dignidade dos filhos de Deus”, destacou.
E completou: “A busca do pão vivo deve ser a maior preocupação dos cristãos leigos e leigas para que as estruturas sociais garantam o pão cotidiano, aquele pão que une e constrói segurança e sustentabilidade para toda a comunidade, humanidade, sobretudo aos pobres, abandonados, os sofridos de nossas cidades e metrópoles”.
Dom Severino finaliza invocando o Espírito Santo que ilumine a todos para que a 56ª AG confirme o princípio da unidade, caridade, ternura. “Não nos deixemos desanimar pelos que que tentam destruir a alegria de sermos irmãos e de que nos queremos bem”, concluiu. Fonte: http://www.cnbb.org.br
56ª AG/ CNBB: Bispos concluem retiro espiritual em missa celebrada no Santuário Nacional
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Por Adielson Agrelos
A celebração da santa missa no fim da manhã deste domingo marcou o fim do retiro espiritual do episcopado brasileiro durante à 56ª Assembleia Geral da CNBB. A missa foi celebrada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP), e teve com intenção principal os bispos que completam nesse ano seus jubileus de ordenação presbiteral ou episcopal.
O retiro que teve início na tarde deste sábado (14/04), foi conduzido por Dom José Luiz Azcona, bispo emérito da Prelazia do Marajó (MA). Para o bispo de Duque de Caxias (RJ), Dom Tarcisio Nascentes dos Santos, os bispos foram brindados pelas excelentes pregações de Dom Azcona “ele ajudou muito a nós bispos a fazermos uma reflexão muito intensa e nos colocarmos sempre na escuta do que o Espírito Santo deseja que realizemos”.
Dom Frei Evaristo Spengler, atual bispo do Marajó, recordou o exemplo do seu predecessor e também falou da importância do retiro “Dom Azcona tem um grande reconhecimento não somente pelos paroquianos, mas de todo o povo que vive nas cidades que compõe a Prelazia do Marajó e até mesmo das cidades vizinhas, como a capital Belém (PA).
Muito reconhecido pelos trabalhos que desenvolveu no enfrentamento ao tráfico humano, nas denúncias aos casos de exploração e abuso sexual, ele tem um grande caráter moral, espiritual e sempre com muita coerência. Por isso a palavra da nossa prelazia é vista com muito respeito e autoridade. E no retiro a nós bispos, Dom Azcona conseguiu passar aquilo que ele é: um homem de Deus, que busca a santidade e quer levar todos a fazerem constantemente um encontro pessoal com Cristo, que leve a uma conversão e a uma transformação e vida”, disse o prelado.
Em sua homilia, durante a missa de encerramento do retiro, Dom Odilo Scherer recordou o exemplo do Papa Francisco no apostolado de Jesus Cristo, “custa-nos acreditar que Ele ressuscitou. Ele está mesmo no meio de nós? Custa-nos acreditar que ele está presente, sobretudo na carne daqueles que mais sofrem, os pobres, como nos vem dizendo insistentemente o Papa Francisco? Jesus compreende a fraqueza dos apóstolos, mas nos oferece o Espírito Santo que nos dará coragem, para que sejamos verdadeiramente aquilo que a Páscoa proclama: vocês são as minhas testemunhas!”
Os bispos retomam os trabalhos da 56ª Assembleia Geral nesta segunda-feira, 15 de abril, com a celebração da santa missa às 07h30 no Santuário Nacional de Aparecida (SP). Você pode acompanhar as celebrações por meio das emissoras de televisão católicas e os meetings points e coletivas de imprensa por meio do portal A12.com. http://www.cnbb.org.br
56ª AG/ CNBB: Dom Murilo
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No vídeo, o Silvonei José, correspondente do vaticannews em Aparecida, entrevista o Arcebispo de Salvador na Bahia, primaz do Brasil e vice-presidente da CNBB, Dom Murilo Krieger, sobre a situação atual do Brasil. NOTA: LEIA NA ÍNTEGRA A EXORTAÇÃO APÓSTOLICA DO PAPA FRANCISCO, GAUDATE ET EXSULTATE. CLIQUE AQUI: http://www.olharjornalistico.com.br/index.php/video-cast/10699-na-integra-exortacao-apostolica-gaudete-et-exsultate-do-santo-padre-francisco-sobre-a-chamada-a-santidade-no-mundo-atual Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 14 de abril-2018.
5º dia da Assembleia Geral da CNBB: Dom Murilo e a situação no Brasil
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O retiro espiritual neste fim de semana foi um momento para a meditação sobre a vida pastoral de cada bispo, assim como, para pedir o auxílio de Deus às dioceses.
Silvonei José - Aparecida
Neste final de semana a 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se realiza em Aparecida (SP), e reúne mais de 300 bispos de todo o país, teve uma pausa nos trabalhos. Deste o início da tarde ontem os bispos estiveram em retiro, conduzido pelo bispo emérito de Marajó, Dom José Luís Azcona. O retiro se concluiu com a Santa Missa na Basílica Nacional às 11h30, presidida pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer. Milhares de fiéis e romeiros encheram a “Casa da Mãe”.
O momento de espiritualidade dos senhores bispos foi um momento para a meditação sobre a vida pastoral de cada bispo, assim como, para pedir o auxílio de Deus às dioceses. Dom Azcona, pregador oficial partilhou com todo o episcopado sua experiência e história de grande significado para a luta contra o tráfico humano de pessoas e a prostituição infantil, especialmente na Ilha do Marajó, no Pará.
Retiro espiritual
A temática do retiro dos bispos foi a mesma do último documento do Papa Francisco, lançado esta semana, a Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate”, na qual o Pontífice quer “fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade”, indicando “os seus riscos, desafios e oportunidades”.
“Às vezes falamos de Cristo como a nossa paixão, mas muitas vezes ocultamos e deixamos na sombra a sua identidade como crucificado”, disse. A identidade de Cristo, ao qual queremos seguir, afirmou Dom Azcona, é marcada pelas chagas.
Para o bispo emérito de Marajó as raízes da santidade e, portanto, do bispo hoje sempre estão na sua condição primeira de cristão. Ele disse que é necessário chegar à identidade de cristão para ser missionário.
Atualização dos Estatuto Canônico da CNBB
Entretanto o cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida (SP), falou na manhã de ontem, sábado (14) aos bispos reunidos em plenário na parte da manhã sobre a atualização dos Estatuto Canônico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tema que já apresentará durante a coletiva de imprensa na sexta-feira, dia 13.
Dom Raymundo explicou aos jornalistas que o Estatuto em vigor foi aprovado em 2001 e promulgado no ano seguinte. Em 2015, atendendo ao pedido dos bispos, a presidência da CNBB nomeou uma comissão para a reforma do documento, presidida pelo Cardeal.
“Eu não chamaria de uma reforma, porque ela não é tão profunda, mas uma revisão dos estatutos, procurando adapta-los às novas exigências que se fazem necessárias”, destacou Dom Raymundo.
Mas sobre os trabalhos desta semana da Assembleia Geral nós conversamos com o arcebispo de Salvador na Bahia, primaz do Brasil e vice-presidente da CNBB, Dom Murilo Krieger. Ele falou ainda da situação atual do Brasil. Fonte: www.vaticannews.va
3º Domingo da Páscoa – Ano B: Um Olhar.
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TEMA DO DOMINGO: A Comunidade enquanto sinal de Ressurreição
Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como é que podemos fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação? É, fundamentalmente, a estas questões que a liturgia do 3° Domingo da Páscoa procura responder.
O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial – no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço – que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. Depois desse “encontro”, os discípulos são convidados a dar testemunho de Jesus diante dos outros homens e mulheres.
ATUALIZAÇÃO
Jesus ressuscitou verdadeiramente, ou a ressurreição é fruto da imaginação dos discípulos? Como é possível ter a certeza da ressurreição? Como encontrar Jesus ressuscitado? É a estas e a outras questões semelhantes que o Evangelho deste domingo procura responder. Com a sua catequese, Lucas diz-nos que nós, como os primeiros discípulos, temos de percorrer o nem sempre claro caminho da fé, até chegarmos à certeza da ressurreição. Não se chega lá através de deduções lógicas ou através de construções de carácter intelectual; mas chega-se ao encontro com o Senhor ressuscitado inserindo-nos nesse contexto em que Jesus Se revela – no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço desse “caminho” que vamos encontrando Cristo vivo, atuante, presente na nossa vida e na vida do mundo.
É que Cristo continua presente no meio da sua comunidade em marcha pela história. Quando a comunidade se reúne para escutar a Palavra, Ele está presente e explica aos seus discípulos o sentido das Escrituras. Não sentimos, tantas vezes, a presença de Cristo a indicar-nos caminhos de vida nova e a encher o nosso coração de esperança quando lemos e meditamos a Palavra de Deus? Não sentimos o coração cheio de paz – a paz que Jesus ressuscitado oferece aos seus – quando escutamos e acolhemos as propostas de Deus, quando procuramos conduzir a nossa vida de acordo com o plano de Deus?
Jesus ressuscitado reentrou no mundo de Deus; mas não desapareceu da nossa vida e não se alheou da vida da sua comunidade. Através da imagem do “comer em conjunto” (que, para o Povo bíblico, significa estabelecer laços estreitos, laços de comunhão, de familiaridade, de fraternidade), Lucas garante-nos que o Ressuscitado continua a “sentar-se à mesa” com os seus discípulos, a estabelecer laços com eles, a partilhar as suas inquietações, anseios, dificuldades e esperanças, sempre solidário com a sua comunidade. Podemos descobrir este Jesus ressuscitado que se senta à mesa com os homens sempre que a comunidade se reúne à mesa da Eucaristia, para partilhar esse pão que Jesus deixou e que nos faz tomar consciência da nossa comunhão com Ele e com os irmãos.
Jesus lembra aos discípulos: “vós sois as testemunhas de todas estas coisas”. Isto significa, apenas, que os cristãos devem ir contar a todos os homens, com lindas palavras, com raciocínios lógicos e inatacáveis que Jesus ressuscitou e está vivo? O testemunho que Cristo nos pede passa, mais do que pelas palavras, pelos nossos gestos. Jesus vem, hoje, ao encontro dos homens e oferece-lhes a salvação através dos nossos gestos de acolhimento, de partilha, de serviço, de amor sem limites. São esses gestos que testemunham, diante dos nossos irmãos, que Cristo está vivo e que Ele continua a sua obra de libertação dos homens e do mundo.
Na catequese que Lucas apresenta, Jesus ressuscitado confia aos discípulos a missão de anunciar “em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todos os povos, começando por Jerusalém”. Continuando a obra de Jesus, a missão dos discípulos é eliminar da vida dos homens tudo aquilo que é “o pecado” (o egoísmo, o orgulho, o ódio, a violência e propor aos homens uma dinâmica de vida nova. Fonte: http://www.dehonianos.org
56ª AG/ CNBB: Coletiva do dia 13.
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FORMAÇÃO PRESBITERAL: Grupo de padres pede mudança significativa no processo de formação sacerdotal
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A Associação dos Padres Católicos dos EUA pediu que os bispos do país assegurem que os ensinamentos do Concílio Vaticano II sejam o alicerce de programas de formação sacerdotal do país, e não "pouco mais que uma nota de rodapé histórica" ou "um momento de distorção na peregrinação da Igreja ao longo do tempo". A reportagem é de Dan Morris-Young, publicada por National Catholic Reporter, 10-04-2018. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
Em 29 de março, o grupo divulgou uma declaração de 5.000 palavras delineando as "cinco principais preocupações” em relação a formação sacerdotal. O documento e ofício foi enviado a Joseph Tobin, cardeal de Newark, Nova Jersey, no final de janeiro.
Tobin lidera a Comissão para o Clero, a Vida Consagrada e as Vocações da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, que está supervisionando a revisão do programa de formação sacerdotal para os seminários dos EUA, como parte de um esforço global empreendido pelo Vaticano.
Chamado Preparing the Sixth Edition of the Program of Priestly Formation: Five Overriding Concerns (Preparação da sexta edição do programa de formação sacerdotal: cinco principais preocupações), a declaração da associação dos sacerdotes argumenta que deve ser feita uma “revisão profunda” na formação dos sacerdotes para responder "aos desafios significativos enfrentados pela Igreja dos Estados Unidos”.
Segundo o documento, dentre esses desafios estão:
Milhões de católicos terem deixado de se engajar e participar ativamente da Igreja
Queda no número de padres em atividade e de vocações para o sacerdócio
Diminuição do número de conversões, casamentos na Igreja, batismos e paróquias
Crescente identificação dos estadunidenses como "espiritualizados", em vez de "religiosos".
As cinco áreas focais do documento — cada uma com suas observações, preocupações e propostas — são:
Fidelidade ao Concílio Vaticano II
Chamado a servir
Modelo pastoral da formação sacerdotal
Celibato e desenvolvimento psicossexual
Processos de discernimento e formação
A declaração destaca que "é preciso que os valores pastorais do Concílio Vaticano IIsejam difundidos e afirmados de forma persistente e consistente" e que esses "valores devem servir como base e estar presentes em todas as fases da formação sacerdotal".
Alguns dos princípios-chave do Concílio Vaticano II salientados são "embasamento nas Escrituras, conversão do coração em um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, ter a Igreja como povo de Deus, um chamado universal à santidade, o papel central dos leigos, o culto vernacular, a missão da Igreja no mundo, construção de diálogo e consenso, subsidiariedade e compromisso ecumênico e inter-religioso".
Entre os comentários e sugestões do documento estão:
Insistência de que, acima de tudo, os sacerdotes "precisam se considerar servos de Deus e do povo de Deus"
Forte apelo para que as mulheres tenham um papel muito maior na formação pastoral, no discernimento da "aptidão para ordenação" dos seminaristas, na formação teológica e como guias espirituais
Descrição da "comunidade típica do seminário" como "significativamente tamponada se não isolada do mundo mais amplo, funcionando em nível paroquial" e defesa da ideia de que "as comunidades diocesanas presbiterianas e paroquianas” oferecem "melhores contextos comunitários para a formação de possíveis sacerdotes focados em servir”
Crítica ao atual programa de formação sacerdotal, considerado "excessivamente concentrado em abstrações espirituais, filosóficas e teológicas", formando “futuros sacerdotes... para serem teólogos, e não 'pastores'"
Extensas observações sobre o "desenvolvimento psicossexual" dos possíveis sacerdotes em áreas como o celibato, orientação sexual e relacionadas ao futuro trabalho pastoral, acrescentando que "a sexualidade humana é complexa demais para que apenas o sistema de formação sacerdotal assegure que os padres sejam celibatários saudáveis e maduros"
Preocupação de "que a implementação do programa de formação sacerdotal atual em muitos seminários frequentemente teve como resultado sacerdotes que não se veem como servos do povo de Deus à imagem de Cristo”, contrariamente “ao entendimento do Concílio Vaticano II do chamado ao serviço pastoral", que, por sua vez, promove "um sentimento de distância, separação, elitismo, clericalismo, insensibilidade e superioridade, que têm sido criticados pelo Papa Francisco"
A sexta edição do programa de formação sacerdotal dos Estados Unidos deve ser apresentada para aprovação na assembleia geral dos bispos, em novembro de 2019.
A Associação dos Padres Católicos dos EUA (AUSCP, em inglês, Association of Catholic Priests), "que trabalhou em conjunto na elaboração do documento, tem décadas de experiência no ensino e administração de seminário, bem como no ministério paroquial e nas capelanias", com "formação avançada e muitos anos de instrução e formação no seminário”, afirmou, em um comunicado de imprensa no dia 29 de março.
O sulpiciano Ronald Chochol coordenou a equipe e assinou o documento endereçado a Tobin, juntamente com Bernard Robert Bonnot, da diocese de Youngstown, Ohio, a qual orienta a equipe de liderança da AUSCP e outras cinco pessoas que trabalharam na elaboração do documento de formação sacerdotal.
Chochol foi reitor e professor de seminário, reitor acadêmico da antiga Weston Jesuit School of Theology, faculdade jesuíta de teologia que hoje é parte do Boston College, e da St. Meinrad School of Theology, faculdade de teologia de St. Meinrad, em Indiana. Ele também lecionou no seminário Kenrick-Glennon, em Saint Louis, Missouri.
Dentre os membros do grupo que elaborou a declaração da AUSCP também estavam dois padres vicentinos - Louis Arceneaux e Daniel Kearns - e quatro diocesanos - Bonnot, Kevin de Clinton, de Minneapolis-Saint Paul, Minnesota, Thomas Ivory, de Newark, New Jersey e Martin Marren, de Chicago, Illinois -, de acordo com o comunicado de imprensa da organização.
Fundada em 2011 e com sede em Tiffin, Ohio, a AUSCP tem entre seus membros cerca de 1.200 sacerdotes e 120 apoiadores.
De acordo com Bonnot, a tentativa de abordar a formação sacerdotal veio à tona na última assembleia nacional da organização, em junho do ano passado, em Atlanta.
"Quando foi anunciado que o Vaticano estava exigindo, nos propomos a contribuir com o processo na assembleia de 2017”, disse Bonnot ao NCR, por e-mail.
"Para minha surpresa", acrescentou, "a proposta não apenas foi aprovada pela assembleia, mas também foi selecionada como uma das três prioridades do ano. Foi criado, então, um comitê de trabalho, que trabalhou diligentemente e apresentou o relatório no final de janeiro".
Até agora, Tobin e outros membros da Comissão para o Clero, a Vida Consagrada e as Vocações não deram nenhuma resposta, conforme e-mail conjunto de Bonnot e Chochol.
Segundo os padres, as primeiras reações ao discurso da AUSCP têm sido "em geral, positivas, animadas e até mesmo de gratidão por alguém estar expressando o que recomendamos, principalmente por esse 'alguém' serem sacerdotes... com experiência em ensino nos seminários".
Bonnot disse que estava "surpreso" com o fato de o “projeto e o processo” de atualização do sistema de formação sacerdotal "parecerem muito discretos".
A AUSCP "não foi convidada para participar", disse. "Não estamos a par de quem foi convidado. Tem sido difícil aprender sobre o processo".
Não foi identificado nenhum pedido para que Tobin fizesse comentários pelo gabinete de comunicação da arquidiocese de Newark.
O Pe. John Kartje, no entanto, reitor/presidente de um dos maiores seminários dos EUA, elogiou a intenção e o espírito da declaração da AUSCP.
Embora não estivesse familiarizado com a associação, Kartje, do seminário Mundelein, declarou: "eu compartilho da sensação de que é um momento único para o sistema de seminários no mundo todo e de que há um tom forte no novo Ratio Fundamentalis de que haja uma capacidade de realmente contribuir” com sua direção.
No final de 2016, a Congregação do Vaticano para o Clero emitiu um documento sobre o sacerdócio, Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis ("O dom da vocação presbiteral”).
Kartje disse que não tinha "lido todo o documento [da AUSCP] detalhadamente”, mas apoiava sua ênfase na educação pastoral dos sacerdotes nas bases, descrevendo a experiência paroquial como "uma peça chave da formação".
Mundelein e outros grandes seminários, segundo ele, estão desenvolvendo, cada vez mais, "parcerias com paróquias" e outros ministérios de evangelismo da vida real, nos quais "os homens estão recebendo formação significativa através do contato e do trabalho com as paróquias, trabalhando com homens e mulheres, leigos e ordenados".
Não ficou claro para ele, segundo Kartje, até que ponto os autores da AUSCPacompanharam tais desenvolvimentos nos seminários dos Estados Unidos.
Da mesma forma, disse ele, seminários modernos do país empregam ciências comportamentalistas na avaliação e na educação dos seminaristas, o que parece apoiar a chamada AUSCP a fazer uma avaliação robusta da formação psicossexual.
A AUSCP acusou: "programas de formação sacerdotal não engajam de forma adequada profissionais experientes, sejam homens ou mulheres, que falem com certo conforto, estejam conscientes da expressão sexual humana realista e saudável e possam ajudar os seminaristas a entender sua sexualidade de forma pessoal e honesta".
O atual programa de formação sacerdotal "propõe que a preparação para o celibato seja um dos principais objetivos do programa de formação humana", diz a declaração da AUSCP. "Consideramos esta seção do atual programa um calcanhar de Aquiles da seção de Formação Humana e de todo o documento. Os membros do seminário precisa se precaver e não pensar que detém o poder de 'fabricar' desenvolvimento psicossexual. Evasão, superficialidade e coerção não criam um ambiente de 'discernimento dos espíritos' nem para os seminaristas nem para os formadores".
Kartje indicou que a AUSCP e os principais seminários dos Estados Unidos podem estar em harmonia em relação à formação minuciosa e padronizados para que as pessoas sejam conselheiros e diretores de formação eficazes.
Recentemente, disse, vários grandes seminários uniram-se para formar um conselho que, entre outras coisas, será uma espécie de escola de "formadores", ou seja, pessoas que trabalham em vários aspectos da avaliação e da formação dos candidatos ao sacerdócio. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Uma carta aos bispos brasileiros: defendam os pobres e a democracia!
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Nesta quarta (11) começa em Aparecida a 56ª Assembleia Geral da CNBB (a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Ela acontece em meio a uma brutal crise do país e da própria Igreja Católica.
Tradicionalmente, a CNBB pronunciou-se em suas assembleias sobre o cenário nacional, como uma voz ao lado dos pobres, da democracia e da justiça. No entanto, sob pressão do clero e movimentos católicos integristas, a direção da entidade tem se mantido silenciosa e acuada nos últimos meses.
O professor Robson Sávio Reis Souza escreveu uma carta aos bispos brasileiros estimulando-os a saírem do silêncio e posicionarem-se claramente sobre o momento nacional, na perspectiva histórica da entidade, nascida “da inspiração de Dom Hélder, o ‘santo rebelde’.
Professor da PUC-MG e da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte, Robson é coordenador da Comissão da Verdade em Minas Gerais e integrante da Rede de Assessores do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (organismo da própria CNBB). A carta é publicada por Caminho Pra Casa, 11-04-2018.
Eis a carta.
Carta aberta aos bispos brasileiros, por ocasião da 56ª Assembleia Geral da CNBB[1]
Senhores bispos,
Mais uma vez a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se reúne em assembleia para discutir os rumos da Igreja Católica no Brasil.
A CNBB nasceu da inspiração de Dom Hélder, o “santo rebelde”. E Dom Helder se tornou referência ética e profética para os cristãos porque sempre foi um discípulo que tinha lado: o lado dos pobres, dos excluídos, dos marginalizados, dos sem voz e sem vez. Optou por seguir, radicalmente, Jesus de Nazaré – que nunca deixou de afirmar com gestos, palavras, ações e testemunhos que o Deus da vida é do Deus dos pobres e dos sofredores.
Neste ano do laicato, a CNBB está a insistir no protagonismo dos leigos. Pois muito bem! Estou aqui para incitá-los a um debate e uma reflexão sobre a vida (e a morte) dos brasileiros e o papel da Igreja Católica no momento atual do nosso país.
Num país marcado pela secular e avassaladora desigualdade social[2], pela violência estrutural[3] e pela injustiça[4], a impossibilitar condições de vida com dignidade a milhões de brasileiros[5], o testemunho cristão é um imperativo ético, um dever profético e uma atitude de fé.
Nos últimos anos assistimos em nosso país ao recrudescimento de disputas reais e simbólicas que redundam num quadro de deterioração sem precedentes de conquistas sociais e políticas dos brasileiros. Como se não bastasse tão grandiosa desventura, um clima de ódio e de violências se espraiam no país.
A CNBB já se manifestou algumas vezes sobre alguns desses temas[6]. Não obstante, a coalizão governista toca uma avassaladora política ultraliberal e continua a empreitada de privatização e esfacelamento do estado e das políticas sociais.
Por outro lado, há um vertiginoso crescimento de grupos religiosos ultraconservadores, inclusive dentro do espectro do catolicismo, colonizando os poderes públicos e usando de estratégias violentas para a criminalização dos mais pobres, dos defensores dos direitos humanos, dos movimentos sociais organizados; enfim, de segmentos que lutam por uma sociedade mais justa, igualitária, fraternae inclusiva.
No quadro político, a deterioração dos três poderes da República sinaliza a ausência de qualquer perspectiva para saídas democráticas e constitucionais à crise institucional que se instalou no país desde as eleições de 2014, agravando-se com o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff, sem comprovação de crime de responsabilidade, e a controversa prisão do ex-presidente Lula, marcada por um processo caracterizado pela politização judicial[7]. Esses fenômenos não podem ser naturalizados e refletem os caminhos tortuosos da vida política nacional.
A imprensa, dominada por oligopólios econômicos, atua em uníssono como um partido político, a impor uma “verdade única” e a insuflar a radicalização dos discursos de ódio. As redes sociais se transformam num patíbulo.
O desrespeito à ordem constitucional levou membros das Forças Armadas, na ativa, a desrespeitarem flagrantemente a lei[8] , manifestando publicamente suas posições políticas e partidárias.
O Supremo Tribunal Federal se transformou num campo de batalhas, exibidas em rede nacional, para o constrangimento geral.
O panorama eleitoral é dos mais complexos: projeções especializadas dão conta que é alta a tendência, nas eleições deste ano, de manutenção dos atuais ocupantes do Congresso Nacional[9], caracterizado pelo conservadorismo[10] e por implementar uma série de reformas que maculam a Constituição Federal de 1988.
Sob outra perspectiva, há uma clara estratégia de empoderamento político-partidário de muitas igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais e partidos ligados a elas para ampliarem suas bancadas na Câmara e no Senado a partir de 2019.[11]
O quadro torna-se ainda mais complexo à medida que está cada vez mais incerta a realização das eleições, previstas para outubro deste ano.
Nesse cenário, a tendência de um acirramento das disputas parece evidente. Além do escandaloso contingente de homicídios no país (cerca de 60 mil por ano, vitimando principalmente pobres, negros e jovens), o número de ativistas executados nos últimos cinco anos já chega a 194, sendo 20 apenas no Rio, segundo levantamento do jornal “O Estado de São Paulo”. A União de Vereadores do Brasil informa que o número de vereadores e de prefeitos mortos entre 2017 e 2018 já chega a 23. Estão de volta os crimes políticos, a nos recordarem, entre outros acontecimentos, os tempos sombrios da Ditadura.
Como é sabido, num país historicamente marcado pela aniquilação das vozes que discordam do establishment, certamente serão os pobres, os movimentos sociais e os grupos vulneráveis que padecerão da violência estatal à medida que se aprofundam as crises política, econômica e institucional.
Por isso, penso que a CNBB, tendo em vista sua história na luta pelas liberdades democráticas e pela justiça social, é convidada a se posicionar claramente sobre a situação política atual do nosso país, a indicar à sociedade brasileira caminhos de superação da crise.
Está em jogo, no atual momento, o futuro da nossa Nação. Muitos podem argumentar que a pior atitude da Igreja, com vista a agradar gregos e troianos, seria a omissão. É fato que uma atitude profética sempre implicará em riscos.
O medo e a paralisia que se abateram sobre muitas lideranças sociais e políticas – e que trarão consequências perversas à vida do nosso povo – poderiam ser enfrentados com corajosa atitude profética dessa Conferência, nesse momento crucial da vida nacional.
Não poderia ser diferente. Termino essa modesta missiva com um trecho da última exortação apostólica do Papa Francisco: “Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo em que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua vida passa e termina miseravelmente. ” (Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, 101).
Notas:
[1] De 11 a 20 de abril de 2018, em Aparecida (SP).
[2] Relatório de janeiro de 2018 da ONG Oxfam aponta que cinco bilionários em nosso país têm a mesma riqueza que a metade mais pobre dos brasileiros e os 5% mais ricos detém a mesma fatia de renda dos demais 95% da população.
[3] CNBB. Texto-base da Campanha da Fraternidade de 2018: “A violência como sistema no Brasil”, pp 24-29.
[4] CNBB. Texto-base da Campanha da Fraternidade de 2018: “A ineficiência do aparato judicial”, pp 38-40.
[5] “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
[6] Nota sobre o momento nacional, de 21 abr. 2015; Nota sobre a PEC 241, de 27 out. 2016; Nota sobre a PEC 287/2016 (Reforma da Previdência), de 23 mar. 2017; Nota pública contrária ao projeto de reforma trabalhista, de 10 jul. 2017 e Nota sobre o atual momento político, de 26 out. 2017.
[7] O jurista italiano Luigi Ferrajoli, um dos expoentes das teorias do garantismo constitucional, escreveu sobre o tema. Confira no link. O livro “Comentários a uma Sentença Anunciada: o Processo Lula”, reúne 103 artigos, de 122 juristas, que apontam problemas e equívocos na sentença do Juiz Sergio Moro, que condenou o ex-presidente Lula no caso do tríplex.
[8] O decreto 4.346, de 26 de agosto de 2002, que regula o comportamento de militares das Forças Armadas Brasileiras não permite a manifestação pública, sem uma autorização prévia, sobre política. Trata-se do item 57 do anexo sobre a relação de transgressões: “Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária.” O texto foi assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
[9] “Câmara deverá ter um dos maiores índices de reeleição das últimas décadas, projeta Diap”. Veja aqui.
[10] Segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, de 06 de outubro de 2014, “o aumento de militares, religiosos, ruralistas e outros segmentos mais identificados com o conservadorismo refletem, segundo o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto Queiroz, [que] o novo Congresso é, seguramente, o mais conservador do período pós-1964″.
[11] “Evangélicos querem eleger 150 deputados e 15 senadores”. Disponível aqui. []. Veja, também: “Evangélicos querem Crivella presidente e bancada de um terço da Câmara em 2018”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
DIA 13 DE ABRIL: Evangelho com o Papa.
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Com Edição do Olhar Jornalístico (Frei Petrônio de Miranda, O. Carm/RJ), veja o vídeo com a homilia do Papa Francisco na Missa celebrada na Casa Santa Marta, em Roma nesta quarta-feira, 13. Na homilia, o Sumo Pontífice propôs uma reflexão sobre a liberdade cristã baseada nos exemplos de Gamaliel, João, Pedro e do próprio Jesus. (1ª Leitura, Atos 5, 34-42 e Evangelho de João 6, 1-15). Fonte: www.vaticannews.va
NOTA: LEIA NA ÍNTEGRA A EXORTAÇÃO APÓSTOLICA DO PAPA FRANCISCO, GAUDATE ET EXSULTATE. CLIQUE AQUI: http://www.olharjornalistico.com.br/index.php/video-cast/10699-na-integra-exortacao-apostolica-gaudete-et-exsultate-do-santo-padre-francisco-sobre-a-chamada-a-santidade-no-mundo-atual E-mail do Frei Petrônio para contato- críticas ou sugestões de temas. Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. FACE: www.facebook.com/freipetros SITE: www.olharjornalistico.com.br TWITTER: www.twitter.com/freipetronio Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 13 de abril-2018. Divulgação: www.olharjornalistico.com.br
DIOCESE DE FORMOSA-GO: Justiça bloqueia bens de acusados de desviar dinheiro de igrejas do Entorno
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Medida visa imóveis adquiridos pelos integrantes do esquema desbaratado na Operação Caifás
A Justiça de Goiás determinou o bloqueio dos bens dos membros da Igreja Católica e empresários presos na Operação Caifás, que desarticulou um esquema milionário de desvio de dinheiro de igrejas do Entorno do Distrito Federal. O magistrado Fernando Oliveira Samuel expediu o ofício determinando as buscas e o bloqueio de imóveis adquiridos pelos suspeitos atendendo pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO). O objetivo é facilitar um eventual ressarcimento aos prejudicados pelo esquema fraudulento. O sigilo fiscal ds acusados ainda não foi quebrado.
Os documentos foram expedidos para os cartórios das cidades de Posse (GO) e Formosa (GO). Entretanto, as buscas podem se estender a outros estados. O Correio teve acesso a documentos que indicam que os religiosos têm propriedades além do território goiano. O monsenhor Moacyr Santana, por exemplo, teria dois imóveis na cidade de Santo Anastácio, no interior de São Paulo.
Na pequena cidade de 20 mil habitantes, Moacyr teria comprado o primeiro imóvel de 240m² em 2004 a um preço de R$ 3,4 mil. Na época, ele era pároco no município de Posse (GO). Em fevereiro de 2010, comprou outra casa no mesmo conjunto habitacional ao preço de R$ 16 mil. Na ocasião, Moacyr já era padre em Planaltina de Goiás.
A reportagem entrou em contato com o MPGO para saber se os imóveis em nome de Moacyr no interior de São Paulo estão bloqueados. Um dos promotores à frente da investigação, Douglas Chegury comunicou que, a princípio, as buscas estavam restritas a Goiás, mas que, a partir da informação levantada pelo Correio, as buscas podem se estender para outras unidades da federação.
Prisões preventivas
São alvo da decisão judicial: o Monsenhor Epitácio Cardozo Pereira; o bispo José Ronaldo Ribeiro; os padres Moacyr Santana, Mário Vieira de Brito e Waldson José de Melo; e os empresários Pedro Henrique Costa Augusto e Antônio Rubens Ferreira; e o secretário da Cúria, Guilherme Frederico Guimarães.
Guilherme é o único que responde ao processo em liberdade porque está colaborando com a Justiça. Os demais continuam presos preventivamente, embora suas defesas já tenham impetrado inúmeros habeas corpus em distintas instâncias judiciais. De acordo com o cartório de Formosa, apenas o monsenhor Epitácio Cardozo tem bens imóveis registramos na cidade.
Entenda o caso
O bispo dom José Ronaldo Ribeiro, quatro padres e o vigário-geral de Formosa deram um prejuízo superior a R$ 2 milhões aos cofres da Igreja Católica em Formosa (GO), segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO). Dinheiro desviado de dízimos, doações, taxas de celebrações e usado na compra de uma fazenda de gado e uma casa lotérica, entre outros bens, de acordo com as denúncias de fiéis e de padres que não faziam parte do esquema.
Policiais civis e militares prenderam o bisco, cinco padres, dois empresários e um funcionário da Cúria, na última segunda-feira, durante a Operação Caifás. Na casa de um monsenhor, apreenderam dinheiro escondido no fundo falso do guarda-roupa, além de dezenas de relógios e aparelhos eletrônicos e importados.
As investigações começaram em 2015. No ano passado, fiéis denunciaram ao MPGO que as despesas da casa episcopal de Formosa, onde o bispo mora, passaram de R$ 5 mil para R$ 35 mil. Todos negam o envolvimento no caso. Na sexta-feira, a Justiça converteu a prisão temporária em preventiva, que não tem prazo. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
Experiências Missionárias da Igreja no Brasil
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Dom Giovanni Crippa conversou com os jornalistas: “A Igreja – disse - é o lugar a partir do qual temos que enxergar o mundo com os olhos do coração”.
Silvonei José - Aparecida
Experiências Missionárias da Igreja no Brasil. Esse foi o tema tratado pelo bispo de Estância (SE) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, Dom Giovanni Crippa na manhã de ontem, quinta-feira (12), durante a 56° Assembleia Geral da CNBB. O encontro do episcopado do Brasil seguirá até o dia 20 de abril com inúmeras discussões e com o tema central: “Diretrizes para formação de presbíteros da Igreja no Brasil”.
Dom Giovanni Crippa conversou com os jornalistas: “A Igreja – disse - é o lugar a partir do qual temos que enxergar o mundo com os olhos do coração”.
Para o bispo, anunciar o Evangelho não é simplesmente uma atividade entre muitas outras que a Igreja desenvolve, a missão de anunciar o Evangelho é a sua missão de ser. A Igreja existe enquanto é enviada. É a missão que vai constituindo e construindo a Igreja.
O bispo de Estância (SE) advertiu que a Igreja, o povo de Deus, ainda não se tornou um povo missionário. Mas ressaltou que a Igreja da América Latina tem uma caminhada muito bonita a partir do Concílio Vaticano II. Dom Giovanni citou a V Conferência, que aconteceu em Aparecida (SP) em 2007, onde se ressaltou os cristãos como discípulos missionários. “O verdadeiro missionário é aquele que leva a mensagem de Cristo”. Fonte: www.vaticannews.va
Terceiro dia de trabalhos da 56ª Assembleia Geral da CNBB
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Sobre os trabalhos até o momento e o tema central nós conversamos com Dom Darci José Nicioli, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB.
Silvonei José – Aparecida
Terceiro dia de trabalhos da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP). Nesta sexta-feira os trabalhos, como de costume tiveram início com a celebração da Santa Missa na Basílica Nacional. A celebração foi presidida por Dom Luiz Soares Vieira, arcebispo emérito de Manaus. Participaram da procissão de entrada os muitos bispos eméritos presentes nesta Assembleia Geral.
Já na Santa Missa na manhã de ontem, o núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D´Aniello acolheu os novos bispos nomeados no último ano pelo Papa Francisco e falou que os bispos se coloquem à serviço da Igreja como o Bom Pastor.
Bispos nomeados 2017-2018
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife (PE) Dom Limacêdo Antônio da Silva
Bispo auxiliar da Diocese de São Carlos (SP), Dom Eduardo Malaspina
Bispo de Teixeira de Freitas/Caravelas (BA), Dom Jailton de Oliveira Lino
Bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), Dom Paulo Celso Dias do Nascimento
Bispo da Diocese de Propriá (BA), Dom Vitor Agnaldo de Menezes
Bispo da Diocese de Guarabira (PB), Dom Aldemiro Sena dos Santos
Bispo da Diocese de Cametá (PA), Dom José Altevir da Silva
Bispo Auxiliar da Diocese de Belém do Pará (PA), Dom Antônio de Assis Ribeiro
Bispo da Diocese de Campo Maior (PI), Dom Francisco de Assis Gabriel dos Santos
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de janeiro (RJ), Dom Juarez Delorto Secco
Bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba (PR), Dom Francisco Cota de Oliveira
Bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba (PR), Dom Amilton Manoel da Silva
Bispo da Diocese de Limoeiro do Norte (CE), Dom André Vital Félix da Silva
Bispo da Diocese de São Luiz de Cáceres (MT), Dom Jacy Diniz Rocha
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Niterói (RJ), Dom Luiz Antônio Lopes Ricci
Tema central
Além do tema central: “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil”, mais de trinta assuntos serão trabalhados nesta Assembleia Geral da CNBB no intuito de buscar a plena participação de todo o episcopado brasileiro nos dias de atividades.
Segundo Dom João Bosco Barbosa de Sousa, bispo de Osasco (SP), as decisões tomadas na Assembleia não se referem a uma determinada circunscrição ou Diocese. São assuntos que dizem respeito a todo o episcopado e assuntos relevantes para a Igreja e a sociedade brasileira. “A Assembleia Geral da CNBB é um evento eclesial que pretende buscar a unidade da Igreja. Nenhum assunto é decidido sem que se gaste bastante tempo ouvindo as opiniões dos irmãos bispos, contestando, se for o caso, estudando em grupos e retornando para a grande plenária. Os textos que são aprovados são revirados de todos os jeitos para que se chegue a uma unanimidade que é importante para que a Igreja caminhe”, declarou.
Temas prioritários
Dentre os temas que serão abordados durante a Assembleia, a evangelização nos centros urbanos ganhará destaque. Outro tema que também implicará a reflexão aprofundada do episcopado é a manutenção do estado laico. “Muitos entendem o estado laico como um estado contra as religiões ou um estado ateu. Um estado laico é aquele onde todas as religiões tem o seu espaço e onde a liberdade religiosa realmente existe. O estado laico não se compromete com nenhuma religião e favorece a todas. Se temos um estado laico, temos uma nação religiosa”, explicou Dom João Bosco.
Sobre os trabalhos até o momento e o tema central, nós conversamos com Dom Darci José Nicioli, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB.
Fonte: www.vaticannews.va
2º dia da Assembleia Geral da CNBB: entrevista com o Cardeal Scherer
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"Os bispos reunidos em Aparecida darão uma palavra ao povo brasileiro que vive uma situação difícil", disse o arcebispo de São Paulo.
Silvonei José – Aparecida
Teve início na manhã de ontem (11/04) a 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O primeiro ato dos trabalhos foi a Santa Missa presidida pelo arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, no Santuário Nacional de Aparecida.
Cerca de 400 bispos participaram da Celebração Eucarística de abertura, no Altar Central do Santuário.
O principal evento da Igreja Católica no país reune até o dia 20 de abril, cardeais, arcebispos, bispos administradores de dioceses, arquidioceses e prelazias para a discussão de importantes temas como a situação dos seminários, traçando diretrizes para a formação de novos presbíteros e a formação permanente dos sacerdotes.
Encontro na "Casa da Mãe"
Durante a Missa de abertura da Assembleia, Dom Sérgio da Rocha enfatizou a importância de iniciar o encontro dos Bispos na Casa da Mãe Aparecida com uma Eucaristia, que é sustento da vida de todo o cristão. “Essa Celebração Eucarística é o primeiro ato da Assembleia Geral e assinala a recordação que a Eucaristia é o sustento da nossa vida e a fonte da comunhão desses dias da Assembleia e de toda a nossa vida, afim de que nossas ações sejam realizadas em Deus”.
O presidente da CNBB também lembrou que é por meio da oração que os desafios para a realização da missão da Igreja nos dias de hoje serão superados, enfatizando que “Não podemos desanimar... as dificuldades não devem impedir o anúncio da Palavra de Deus”.
Com a conclusão das discussões da 56ª Assembleia Geral a expectativa é que as percepções integrem um texto base que será apresentado à Congregação para o Clero do Vaticano, onde deve ser referendado, e se tornará um documento da CNBB que orientará a formação dos novos presbíteros no Brasil.
Sínodo dos Bispos
Ainda durante a Assembleia haverá a eleição dos delegados e suplentes para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, marcada para outubro deste ano, no Vaticano.
Após a Santa Missa os bispos se reuniram para a sessão de abertura, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, local onde os trabalhos se realizarão ao redor do tema central da formação dos presbíteros na Igreja do Brasil.
Durante a sessão de abertura, Dom Sérgio da Rocha destacou que a Assembleia é sempre uma experiência privilegiada de oração, partilha fraterna, estudo e reflexão para fortalecer a comunhão entre os bispos, para melhor servir as Igrejas particulares, ou seja, um tempo especial de participação em vista da missão da Igreja no Brasil.
Ele também ressaltou que o Papa, em audiência pessoal, disse para “continuarmos firmes na missão, confiando a esperança e permanecendo unidos”. “Agradecemos o Papa pelo apreço à Conferência brasileira e pela última Exortação Apostólica ‘Gaudete et Exsultate’. Convivamos na santidade”.
Valorizar a missão da Igreja
Dom Sérgio não deixou de lembrar que a 56ª AG, realiza-se no Ano do laicato, buscando valorizar sempre mais a missão dos leigos na Igreja, como sal da terra e luz do mundo.” Buscamos apoiar cada vez mais a vocação e a missão dos leigos, pois precisamos de um laicato atuante na Igreja e na sociedade”.
O Cardeal também recordou outros temas que serão debatidos, como, por exemplo a realidade social, as eleições no país e a eleição dos delegados para o sínodo dos bispos em Roma, que tratará de jovens, fé e discernimento vocacional.
O presidente da CNBB, fez questão de pedir orações pela restauração da saúde do secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, e informou a nomeação do bispo auxiliar de São Luis do Maranhão, Dom Esmeraldo Barreto de Farias, como coordenador dos trabalhos, auxiliado pelo arcebispo-coadjutor de Montes Claros, Dom João Justino de Medeiros Silva.
Presente também na abertura dos trabalhos, Dom Giovane Danielli, Núncio Apostólico no Brasil.
Nesta quinta-feira teremos a análise da Conjuntura social e eclesial e a apresentação do tema central.
Temas da Assembleia
O tema central: “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil”. Além desse assunto, os bispos vão tratar de vários outros temas. Entre eles, estão: Texto sobre novas comunidades, Estatutos da CNBB, Pensando o Brasil: Estado laico, Ano do Laicato, Sínodo da Pan-Amazônia e indicações para as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) que serão renovadas em 2019. Fonte: www.vaticannews.va
Comunicação, santidade e os excessos da mídia (inclusive católica)
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Na Exortação Apostólica "Gaudete et exsultate” do Papa Francisco são encontradas indicações também para quem comunica, e podem ser um útil antídoto contra a hipertrofia do "eu”, o egocentrismo, a violência verbal, a zombaria, a incapacidade de sentir empatia pelas razões dos outros e pela dor dos outros; a incapacidade de fazer uma autocrítica. A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 09-04-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
Comentando a seguinte frase das bem-aventuranças anunciadas por Jesus: "Felizes os mansos, porque possuirão a terra", Francisco escreve: " É uma frase forte, neste mundo que, desde o início, é um lugar de inimizade, onde se litiga por todo o lado, onde há ódio em toda a parte, onde constantemente classificamos os outros pelas suas ideias, os seus costumes e até a sua forma de falar ou vestir. Em suma, é o reino do orgulho e da vaidade, onde cada um se julga no direito de elevar-se acima dos outro"(71).
A indicação é a de ser mansos: "No entanto, apesar de parecer impossível, Jesus oferece outro estilo: a mansidão". Quando vivemos "agitados e arrogantes diante dos outros, acabamos cansados e esgotados. Mas quando vemos suas limitações e defeitos com ternura e mansidão, sem nos sentirmos superiores, podemos dar-lhes uma mão e evitar o desperdício de energia em lástimas inúteis", sugere o Papa Bergoglio.
Outra bem-aventurança diz respeito à capacidade de compartilhar o sofrimento e a dor. "A pessoa que, vendo as coisas como realmente estão, se deixa trespassar pela aflição e chora no seu coração, é capaz de alcançar as profundezas da vida e ser autenticamente feliz" (76). O Papa nos lembra que a vida "tem sentido quando ajudamos o outro em sua dor, quando compreendemos o sofrimento das outras pessoas, quando damos alívio para os outros. Essa pessoa sente que o outro é carne de sua carne, não tem medo de chegar perto e tocar a ferida, sente compaixão até experienciar que as distâncias se anulam". Mais uma vez, estas são palavras que não deveriam deixar indiferente quem se ocupa das comunicações.
Em outro capítulo da exortação, descrevendo algumas características essenciais da vida santa como "suportar-se mutuamente, paciência e mansidão," Francisco escreve: "É preciso lutar e estar atentos às nossas inclinações agressivas e egocêntricas, para não deixar que ganhem raízes" (114). O egocentrismo, a tendência a se mostrar, a acreditar-se melhor, a destacar-se, a colocar-se em um pedestal é característica muitas vezes vista no mundo midiático, e na mais ampla galáxia da web.
Francisco não concede descontos e escreve que "também os cristãos fazem parte de redes de violência verbal através da internet e vários fóruns ou espaços de intercâmbio digital. Mesmo nas mídias católicas, é possível ultrapassar os limites, tolerando-se a difamação e a calúnia e parecendo excluir qualquer ética e respeito pela reputação alheia. Gera-se, assim, um dualismo perigoso, porque, nessas redes, dizem-se coisas que não seriam toleráveis na vida pública e procura-se compensar as próprias insatisfações descarregando furiosamente os desejos de vingança. É impressionante como, às vezes, pretendendo defender outros mandamentos, se ignora completamente o oitavo: «não levantar falsos testemunhos» e destrói-se sem piedade a imagem alheia" (115).
Não há necessidade de ser especialista na área para perceber quanta violência verbal, zombaria, difamação e calúnia existe na galáxia da web, mesmo em sites, blogs e mídias sociais que veem católicos como protagonistas. O abuso das fontes anônimas para transmitir as opiniões mais desdenhosas, os ataques diários a outros cristãos "réus” por não pensar da mesma maneira.
O Papa recordou que "o santo não gasta as suas energias a lamentar-se dos erros alheios, é capaz de guardar silêncio sobre os defeitos dos seus irmãos e evita a violência verbal que destrói e maltrata, porque não se julga digno de ser duro com os outros, mas considera-os superiores a si próprio" (116). Ele acrescenta que "não nos faz bem olhar com altivez, assumir o papel de juízes sem piedade, considerar os outros como indignos e pretender continuamente dar lições. Esta é uma forma sutil de violência" (117).
São sugestões que se adicionam àquelas, muito claras e conhecidas há séculos, que o patrono dos jornalistas, o bispo São Francisco de Sales, havia definido no início do século XVII em sua “Filoteia”. O santo escrevia: "ao julgar o próximo, se deve prestar tanta atenção, como um hábil cirurgião que corta entre os nervos e os tendões. É preciso que o golpe que eu der seja tão certeiro e justo, que não diga nem mais nem menos do que é". Ele acrescentou: "seja sincera tua linguagem, agradável, natural e fiel. Guarda-te de dobres, artifícios e toda sorte de dissimulações, porque, embora não seja prudente dizer sempre a verdade, entretanto é sempre ilícito faltar a verdade".
Francisco de Sales sugeria um critério particularmente indicativo: "eis aí como devemos julgar do próximo: o melhor possível; e, se uma ação tivesse cem aspectos diferentes, deveríamos encará-la unicamente pelo lado mais belo sempre interpretando a favor de outros".
E concluía: "O homem justo, quando não pode escusar um fato nem a intenção daquele que, aliás, conhece por homem de bem, não só não o quer julgar, mas lança de si tal pensamento e deixa o juízo unicamente a Deus [...] Assim se as vezes não podemos desculpar o pecado do próximo, tornemo-lo ao menos digno de compaixão, atribuindo a falta a causa mais sofrível que possa ter, como a ignorância ou a fraqueza". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
CNBB. 56ª Assembleia Geral dos Bispos: Missa de abertura.
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“Para enfrentar desafios, nós necessitamos caminhar unidos. No mundo marcado por tantas divisões, o testemunho de comunhão se torna ainda mais necessário”, disse o presidente da CNBB na missa de abertura da AG
“Alegrai e exultai” é o convite que o papa Francisco está fazendo a toda a Igreja para experimentar a alegria da santidade no dia a dia da vida, assim o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, deu início a sua homilia na manhã desta quarta-feira (11), na missa de abertura da 56ª Assembleia Geral dos Bispos (AG).
“Todos somos chamados a santidade nas diversas vocações e ministérios e felizes, bem-aventurados são os santos”.
Durante a celebração de abertura, o cardeal Sérgio da Rocha, questionou: Por que alegrar-se em meio a tantos desafios, por que alegra-se em meio a tantas situações de sofrimento? Porque o senhor ressuscitou proclama a nossa Igreja, porque a vida venceu a morte, o amor venceu o ódio, o perdão venceu a vingança, a esperança venceu o desânimo e a alegria venceu a tristeza. Por isso, nós nos alegramos porque unidos a Cristo e graças a Ele nós também podemos superar os desafios e caminhar numa vida nova.
São inúmeros desafios para a missão da Igreja no mundo de hoje e na realidade brasileira. Conforme os Atos dos Apóstolos, as dificuldades não devem impedir o anúncio da palavra de Deus. Ao contrário exige ainda mais a proclamação firme, o testemunho fiel do Evangelho.
“Ninguém pode aprisionar a palavra de Deus”, salientou
O Cardeal também falou da importância da oração de todos para o enfrentamento das dificuldades. “Para enfrentar desafios, nós necessitamos caminhar unidos. No mundo marcado por tantas divisões de conflitos, o testemunho de comunhão se torna ainda mais necessário”.
E finalizou sua reflexão, dizendo que os todos são chamados e desafiados a serem cristãos por inteiro, a viverem a santidade sendo fieis em todos os momentos, nas alegrias e nas dores.
“Seja o nosso louvor Pascal manifestado com os lábios, com o coração e com a vida. Seja o nosso louvor Pascal acompanhado da busca da paz, jamais cedendo a tentação da agressividade, do ressentimento, da vingança em palavras ou atos”.
A Missa foi concelebrada pelos arcebispos de Salvador (BA) e vice-presidente da CNBB, dom Murilo Krieger, de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes, e pelos bispos de Santo André (SP), dom Pedro Cipollini, de Lages (SC), dom Guilherme Werlang e o coadjudor de Montes Claros (MG), dom João Justino de Medeiros. Além do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello.
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Fonte: http://www.cnbb.org.br
A Missa, uma senhora e um grão de milho
- Detalhes
*João Pedro Rodrigues, Barbacena-MG.
Uma senhora que sempre ia a missa e depois de cada missa colocava um grão de milho em uma latinha para saber quantas missas lhe serviriam para sua salvação. Um dia, indo para a missa, ela se deparou com um pobre pedindo alimento, ela deu o alimento ao pobre e por isso se atrasou para a missa, chegando na metade.
Ela chegou em casa e partiu um grão de milho pois só havia participado de metade da Missa. Quando essa senhora faleceu e seus filhos foram abrir a latinha, estava apenas aquele meio grão de milho.
Moral da história: Mais valeu ela ajudar aquele pobre necessitado do que só ir as Missas e não fazer mais nada em prol das pessoas.
*História contada no programa, A Palavra do Frei Petrônio- AO VIVO- do dia 10 de abril-2018-
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