NÃO SER CARANGUEJO: Frei Petrônio.
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CHUVAS NO RIO: O Caos
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E SE JESUS... Evangelho do dia.
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Papa Francisco: Jesus tinha autoridade porque estava próximo das pessoas.
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Jesus tinha autoridade porque servia as pessoas, estava próximo das pessoas e era coerente, ao contrário dos doutores da lei que se sentiam príncipes. Estas três características da autoridade de Jesus foram destacadas pelo Papa na reflexão matutina da terça-feira (10/01), na Casa Santa Marta.
O Pontífice sublinhou que os doutores da lei ensinavam com autoridade “clericalística”, afastados das pessoas, não viviam aquilo que pregavam.
A autoridade de Jesus e aquela dos fariseus são os dois eixos em torno dos quais orbita a homilia do Papa. Um é uma autoridade real, o outro formal. No Evangelho do dia se fala do estupor das pessoas porque Jesus ensinava “como alguém que tem autoridade” e não como os escribas: eram as autoridades do povo, destaca Francisco, mas aquilo que ensinavam não entrava no coração, enquanto em Jesus havia uma autoridade real: não era “um sedutor”, ensinava a Lei “até o último detalhe”, ensinava a Verdade com autoridade.
O Papa desce aos pormenores e reflecte sobre as três características que diferenciam a autoridade de Jesus daquela dos doutores da Lei. Enquanto Jesus “ensinava com humildade”, e diz aos seus discípulos que “o maior seja como aquele que serve: faça-se menor”, os fariseus se sentiam príncipes:
“Jesus servia as pessoas, explicava as coisas para que as pessoas entendessem bem: estava ao serviço das pessoas. Havia um comportamento de servidor, e isto Lhe dava autoridade. Ao invés, os doutores da lei que as pessoas ... sim, escutavam, respeitavam mas não reconheciam que tivessem autoridade sobre eles, estes tinham uma psicologia de príncipes: ‘Somos os mestres, os príncipes, e nós ensinamos vocês. Não serviço: nós mandamos, vocês obedecem”. E Jesus nunca se fez passar por um príncipe: era sempre servidor de todos e isto é o que Lhe dava autoridade”.
É o estar próximo das pessoas, na verdade, que confere autoridade. A proximidade é a segunda característica que diferencia a autoridade de Jesus daquela dos fariseus. “Jesus não era alérgico às pessoas: tocava os leprosos, os doentes, não lhe dava repugnância”, explica Francisco, enquanto os fariseus desprezavam “as pobres pessoas, ignorantes”, eles gostavam de passear pelas praças, bem vestidos:
“Eram distantes das pessoas, não eram próximos; Jesus era muito próximo das pessoas, e isso dava autoridade. Os distantes, aqueles doutores, tinham uma psicologia clericalística: ensinavam com uma autoridade clericalística, isto é, o clericalismo. Eu gosto tanto quando leio a proximidade às pessoas que tinha o Beato Paulo VI; no número 48 da “Evangelii Nuntiandi” se vê o coração do pastor próximo: ali está a autoridade daquele Papa, a proximidade”.
Mas há um terceiro ponto que diferencia a autoridade dos escribas daquela de Jesus, e é a coerência, Jesus “vivia o que pregava”: “havia como uma unidade, uma harmonia entre aquilo que pensava, sentia e fazia”.” Enquanto quem se sente príncipe tem “uma atitude clericalística”, isto é hipócrita, diz uma coisa e faz outra:
“Ao invés, essas pessoas não eram coerentes e sua personalidade era dividida a ponto que Jesus aconselhava seus discípulos: “Fazei o que eles dizem, mas não o que fazem”: diziam uma coisa e faziam outra. Incoerência. Eram incoerentes. E o adjectivo que Jesus usa muitas vezes é hipócrita. E dá para entender que quem se sente príncipe, que tem uma atitude clericalística, que é uma hipócrita, não tem autoridade! Dirá verdades, mas sem autoridade. Jesus, ao invés, que é humilde, que está ao serviço, que está próximo, que não despreza as pessoas e que é coerente, tem autoridade. E esta é a autoridade que o povo de Deus sente”.
Concluindo, para explicar plenamente isto, o Papa recorda a parábola do Bom Samaritano. Diante do homem abandonado meio morto na estrada pelos brigantes, passa o sacerdote e vai embora porque tem sangue e pensa que se o tivesse tocado se tornaria impuro; passa o levita, diz o Papa, e “creio pensasse” que se tivesse se envolvido, depois deveria testemunhar no tribunal” e tinha tantas coisas para fazer. E também ele vai embora. No final, vem o samaritano, um pecador que, ao invés, sente piedade. Mas tem outro personagem, o hospedeiro, nota o Papa, que fica impressionado não com o ataque dos brigantes, porque era uma coisa que acontecia naquela estrada, não pelo comportamento do sacerdote e do levita, porque os conhecia, mas pelo comportamento do samaritano. O estupor do hospedeiro diante do samaritano: “Mas ele é louco”, “não é hebreu, é um pecador”, podia pensar. Francisco então liga este episódio com o estupor das pessoas do Evangelho de hoje diante da autoridade de Jesus: “uma autoridade humilde, de serviço”, “uma autoridade próxima das pessoas” e “coerente”. Fonte: http://pt.radiovaticana.va
As três personalidades centrais do Vaticano.
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O Papa Francisco confiou importantes aspectos de seu programa de reforma aos cardeais Pietro Parolin e Beniamino Stella, assim como ao Monsenhor Dario Edoardo Viganò. A reportagem é de Marie Malzac, publicada por La Croix, 03-01-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Cardeal Pietro Parolin, confidente do papa
Com 61 anos, o Cardeal Pietro Parolin é um diplomata de alto escalão, tendo sido embaixador na Venezuela antes de ser nomeado secretário de Estado da Santa Sé em 2013. Parolin encarna o espírito renovador do Papa Francisco nos níveis mais altos do Vaticano. O seu temperamento moderado e a sua maneira afável complementam um profissionalismo e uma simplicidade que são altamente apreciadas por aqueles que convivem com ele.
No começo de sua vida de padre, Parolin foi enviado à escola diplomática vaticana pouco depois de ser ordenado. Postos na Nigéria e no México foram ocupados por ele. Na volta a Roma, logo ficou responsável por um conjunto de dossiês espinhosos, que tratavam das relações entre a Santa Sé e o Vietnã, Israel e a China.
Livre de panelinhas e pouco interessado na política italiana, Parolin conquistou a plena confiança do Papa Francisco e se tornou um dos seus colaboradores mais próximos.
Cardeal Beniamino Stella, formando padres ao estilo Papa Francisco
Escolhido entre os melhores diplomatas da Santa Sé, o Cardeal Beniamino Stella, prefeito da poderosa Congregação para o Clero, tem a responsabilidade vital de supervisionar os padres do mundo no atual pontificado. De uma família de doze irmãos e irmãs, cresceu sob a alçada da Igreja local tendo se envolvido com a Ação Católica.
Após completar os estudos na Pontifícia Academia, ficou encarregado de vários postos importantes. Durante a assembleia de Aparecida, do CELAM em 2007, Stella, então núncio apostólico (embaixador papal) na Colômbia, primeiro fez amizade com o papa, na ocasião ainda Dom Jorge Mario Bergoglio, de Buenos Aires.
No documento Ratio Fundamentalis, sobre o “Dom da vocação presbiteral”, publicado em 2016, o cardeal, hoje com 75 anos, apresenta um retrato do padre do futuro como sendo “capaz de unificar as dimensões humanas, espirituais, intelectuais e pastorais” da pessoa humana de uma maneira equilibrada.
Monsenhor Dario Edoardo Viganò, o comunicador
Como prefeito da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé, Viganò, italiano nascido no Rio de Janeiro em 1962, anulou os usos e costumes vaticanos com o seu desejo de racionalizar e modernizar os meios de comunicação (a Rádio Vaticano, o Osservatore Romano e a Sala de Imprensa da Santa Sé). Por outro lado, a sua abordagem de “supergerente” não conseguiu ganhar muita simpatia.
Na sequência de sua ordenação pelo Cardeal Carlo Maria Martini, de Milão em 1987, este imediatamente o designou para estudar as ligações entre fé e cinema. Assim, em 2004 tornou-se o presidente da comissão para avaliação de filmes da Conferência Episcopal Italiana, eventualmente sendo reconhecido por seu conhecimento de cinema, “a sétima arte”.
Em 2013, o Papa Bento o nomeou como chefe do Centro Televisivo Vaticano. Um mês depois, o papa alemão aposentou-se e o mundo pôde assistir ao vivo a sua partida de helicóptero para Castel Gandolfo. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Ser cristão em tempo de férias
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Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger
Arcebispo de Salvador
As férias anuais são um direito dos trabalhadores. Atualmente, a preocupação de muitos deles não é nem com as férias, mas com o próprio trabalho, já que o desemprego tem sido uma ameaça constante, em toda a parte. Para quem, contudo, tem a possibilidade de usufruir de férias, só a ideia de viajar já é suficiente para alegrar o seu coração. É inato no ser humano o desejo de ir além dos horizontes diários. Em uma época em que os meios de comunicação trazem para dentro de nossas casas as maravilhas do mundo inteiro, torna-se irresistível o desejo de viajar, para conhecer outras pessoas, para admirar outras paisagens, ou para aventurar-se no desconhecido.
Cada final e começo de ano, o litoral baiano acolhe milhares e milhares de turistas. Quem para cá se dirige sonha com umas férias inesquecíveis. Contempla o mar, desejoso de ver o infinito; sobe montes, para ver amplos horizontes; busca a solidão, para ter companhia... Todos estão em busca da felicidade, do paraíso perdido e, mesmo sem saber, do próprio Deus.
As férias são uma excelente ocasião para um encontro com a natureza. As estrelas do céu, o sol que nasce, a planta com seu colorido, a areia da praia, o mar que é sempre diferente... Tudo isso nos identifica com o coração do Salmista, que cantava: “Os céus proclamam a glória de Deus” (Sl 19).
Encontrar Deus, contudo, não é fácil. O mundo em que vivemos não oferece muito um lugar para ele. Construímos uma sociedade que acaba vivendo como se Deus não existisse. Cresce, por outro lado, uma insatisfação generalizada, uma expectativa não bem definida. Espera-se alguma coisa, mas não se sabe bem o quê, nem de que maneira ela virá. Nessa situação, sem perspectivas maiores, assume-se como filosofia de vida aquela vivida por alguns habitantes de Corinto, na época do apóstolo Paulo: “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos” (1Cor 15,32).
Para que as férias sejam restauradoras, é preciso haver uma “alma”. Evite-se nelas, pois, tudo o que for desonesto e nocivo, e procure-se uma harmonia entre o descanso físico e as exigências espirituais.
Elas são uma excelente ocasião para o cultivo do silêncio. Não penso, aqui, na simples ausência de barulho, mas na capacidade de cada um escutar a si mesmo, aos outros e a Deus. Então, faremos nossa a descoberta feita por Santo Agostinho (séc. IV): “Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Estavas dentro de mim e eu estava fora, e aí te procurava... Estavas comigo e eu não estava contigo... Mas Tu me chamaste, clamaste e rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste e curaste a minha cegueira.”
É tempo de férias. É tempo de um encontro especial conosco, com os outros, com a natureza e com Deus.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
BATISMO DO SENHOR...
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LINKS DOS VÍDEOS SOBRE O BATISMO:
Curso de batismo-01.
Curso de batismo-02.
“O Padre Cícero já foi canonizado nas mentes e nos corações dos romeiros”. Entrevista com Annette Dumoulin.
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Nem sempre aquilo que a Igreja oficial pensa coincide com o sentimento popular. Um exemplo claro dessa forma diferente de sentir é o Padre Cícero Romão Batista, o santo do povo nordestino brasileiro. A entrevista é de Luis Miguel Modino, publicada por Religión Digital, 07 -01-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.
Quando o romeiro chega à Juazeiro do Norte, buscando o Padre Cícero, depara-se com uma figura profundamente unida ao Santuário de Nossa Senhora das Dores. Trata-se de Annette Dumoulin, nascida na Bélgica, que deixou sua terra natal para chegar à Juazeiro e acolher com amor e carinho os romeiros, que sempre serviram com dedicação e entrega total, seguindo um conselho recebido de seu pai, que lhe ensinou que a felicidade está em ajudar os outros, o que ao longo do tempo tornou-se sua filosofia de vida.
Sendo professora da Universidade Católica de Lovaina, a religiosa da Congregação de Nossa Senhora chegou ao Brasil em 1970 para estudar as Comunidades Eclesiais de Base na periferia de Recife, na diocese do Monsenhor Helder Câmara. Ali ela ouviu falar de Padre Cícero e buscou saber tudo o que estava envolvido com este personagem surpreendente.
Depois de um tempo de idas e vindas em Juazeiro, em 1976, ela deixa a docência em Lovaina e assumiu definitivamente a defesa do Padre Cícero e a acolhida aos romeiros, criando o Centro de Recepção para estes. Ao longo de quarenta anos, provida de um chapéu de palha, sua voz forte ressoou nas celebrações dos romeiros, não deixando de se assemelhar com a figura de um dos personagens mais populares do país, além de realizar um grande trabalho pastoral e vocacional, o que fez com que vários jovens na região buscassem fazer parte de sua congregação.
Nesta entrevista, a irmã Annette Dumoulin ajuda-nos a conhecer um pouco mais sobre a figura de quem se tornou uma das maiores referências da religiosidade popular brasileira, alguém que com o passar do tempo, e graças aos esforços do Papa Francisco, está prestes a ser reconhecido pela Igreja oficial, como aquilo que já é pelo povo mais pobre: um santo.
Eis a entrevista.
A senhora é uma das grandes conhecedoras da figura de Padre Cícero. O que aprendeu com a vida deste notável homem?
Aprendi muito, mas posso resumir apresentando algumas qualidades extraordinárias deste padre: sua escolha incondicional pela causa dos pobres, a fidelidade e a sua consciência e espírito de profunda misericórdia, de preocupação com o sofrimento alheio.
Outra virtude extraordinária é a sua grande confiança na possibilidade de conversão de qualquer pecador arrependido, sempre dando-lhe uma nova oportunidade e fazendo de Juazeiro um espaço de humanização e de esperança através do trabalho e da oração.
Sua capacidade como conselheiro também foi fantástica, pois ele não era teórico, mas procurou antes de tudo avaliar diversas propostas para soluções, deixando para as pessoas, entretanto, a liberdade de seguir ou não o conselho que ele dava.
De que forma o Padre Cícero contribui para a história do Brasil e da Igreja Católica?
Na história do Brasil, o Padre Cícero deu valor para a região Nordeste, reconhecendo a dignidade dos habitantes do "sertão" (região semi-árida do nordeste brasileiro com secas prolongadas e grandes bolsões de pobreza). Ele ensinou as pessoas a viver no semi-árido, possibilitou que o Nordestino vivesse em sua terra e não tivesse que migrar para o sul. Ele foi um ecologista e defensor da Mãe Terra um século antes de que essa problemática, que hoje é tão presente, fosse pensada.
Ele deu valor a uma "reforma agrária", contra os latifúndios daquela época, aconselhando os beatos, como José Lourenço, a experimentar outras formas de organização dos agricultores, vivendo com dignidade. Ele defendeu a hegemonia e a independência da Nação brasileira em relação às outras nações mais poderosas. Ele não tinha tendências racistas. Respeitava e valorizava as mulheres e defendia os seus direitos.
Em relação à Igreja Católica, que tanto o fez sofrer, ele não deixou de lado sua fidelidade, mas, seguindo o exemplo do Padre Ibiapina, ele nunca separou a "salvação da alma, do corpo e da dignidade humana". Apesar do movimento de "romanização", valorizou a religiosidade popular. Foi um exemplo de sacerdote, mesmo quando não pôde exercer o seu sacerdócio.
A Igreja o expulsou por muitos anos de sua sacristia, do altar e do confessionário. Por isso podemos dizer que ele foi obrigado a ser um sacerdote em saída. O Padre Cícero soube falar para as pessoas e ser ouvido, porque ele encarnava o Evangelho em palavras simples e informais. E acima de tudo, o seu exemplo de vida marcou profundamente a sua missão evangelizadora, especialmente a sua profunda caridade, a sua capacidade de acolher, compreender, e doar a si mesmo.
Qual é a importância do Padre Cícero para Juazeiro do Norte?
Meu Deus! Juazeiro do Norte deve tudo ao Padre Cícero, ainda que esteja esquecendo disso. O Padre Cícero além de acolher os romeiros e convidá-los a sempre visitar o "Santo Juazeiro da Mãe das Dores", foi um visionário em relação ao desenvolvimento deste lugar que era insignificante quando chamado de Tabuleiro Grande.
O Padre Cícero, buscando dar aos romeiros trabalho e meios de sobrevivência, tinha uma visão moderna do desenvolvimento do comércio, pois alguns iam buscar ouro e diversos materiais na Amazônia, outros trabalhavam como artesãos em Juazeiro e outros iam até o Sul, e inclusive para fora das fronteiras, vender artesanatos de Juazeiro.
O Padre Cícero foi um conselheiro a quem vinham pedir conselhos profissionais. Primeiro ele buscava descobrir as habilidades e gostos da pessoa interessada para em seguida, orientá-la em tal profissão. Ele amou e cuidou de Juazeiro como um pai cuida de seu filho.
Os romeiros são figuras importantes na vida de Juazeiro do Norte, o que eles representam para a cidade?
Os romeiros são a principal fonte de renda do comércio de Juazeiro. Infelizmente, muitos habitantes de Juazeiro estão apenas olhando pelo lado do interesse financeiro. Mas o romeiro significa muito mais para a cidade, pois é ele quem consagra esta terra conhecida como a "Jerusalém dos pobres". A dimensão mística e religiosa é o ar que se respira nesta cidade da Mãe das Dores.
Somente aqueles que têm olhos para enxergar o mistério e o sagrado podem descobrir essa dimensão que faz de Juazeiro uma cidade única no mundo. Desgraçadamente, quem não percebe essa dimensão mais profunda quer transformar Juazeiro em um centro turístico com atrações que querem distrair o romeiro de sua verdadeira vocação. Ele quer viver e se aprofundar em uma experiência mística e religiosa, enquanto o turista quer, antes de mais nada, ver e se distrair. Não tenho nada contra o turismo em si, mas é fundamental não misturar experiências. Como o turismo dá mais dinheiro, vejo que ele invade o espaço místico como um trator.
Como pode-se explicar que, ao longo de tantos anos, os romeiros vieram em busca de alguém que morreu em confronto com a Igreja Católica?
Mas o padre Cícero não morreu para o romeiro. E ele não confrontou a Igreja Católica, mas foi uma vítima dela. Como afirmou o Monsenhor Delgado quando era arcebispo de Fortaleza, o Padre Cícero foi um "mártir da disciplina", mas manteve-se fiel ao seu povo. Assim como os pobres, especialmente o romeiro nordestino também é vítima de uma sociedade injusta, pois ele ficou ao lado de seu "Padim" e padeceu com ele, identificando-se com ele.
Muda alguma coisa na vida dos romeiros o fato de que o Padre Cícero tenha se reconciliado com a Igreja Católica?
Me perdoe, mas a pergunta está mal feita. Não foi o Padre Cícero quem se reconciliou com a Igreja. Foi a Igreja quem se reconciliou com ele. O Padre Cícero havia dito, em vida: "Não se preocupem em defender-me, meus amigos, porque um dia será a própria Igreja que me defenderá". Para o romeiro, a reconciliação é uma prova a mais de que o Padrinho Cícero tinha razão. É claro que o romeiro está feliz, especialmente vindo do Papa Francisco, um latino-americano.
Mas o Padre Cícero já foi canonizado nas mentes e nos corações dos romeiros. Com paciência, ele espera que um dia a "Igreja de Roma" descubra o que ele já sabe há muitos anos.
Para muitas pessoas o Padre Cícero já é um santo. Algum dia ele será canonizado pela Igreja Católica? O que está faltando para que isso aconteça?
Quando o Bispo, Dom Fernando Panico, agradeceu ao Papa Francisco pela carta de reconciliação, escrita por seu Secretário de Estado, o Cardeal Parolin, ele escutou do Papa a seguinte promessa: "Padre Cícero? Sim, quero fazer mais a seu favor".
O que está faltando é a entrada do processo em nome do padre Cícero, feita pelo bispo de Crato, para que seja reconhecido como servo de Deus. Depois, o dinheiro para que seja realizada a beatificação e canonização. E os milagres e provas? Não vão faltar, tenho certeza e sou testemunha disso.
Falta também a conversão de uma parte do clero da diocese de Crato, que continua se opondo a qualquer reconhecimento das virtudes do "Padim Ciço". O tempo e a morte podem ajudar.
Padre Cícero sempre teve inimigos. Ele ainda tem? Quem são esses inimigos?
Sim, ele ainda tem, dentro da diocese de Crato, como disse o Cardeal João Braz de Aviz, quando veio, em nome do Papa Francisco, para participar das comemorações do Centenário da Diocese de Crato.
Quando perguntei por que o Padre Cícero ainda não havia sido reabilitado pela Igreja, ele olhou para o Monsenhor Fernando e perguntou: posso dizer a verdade? Com a resposta afirmativa do bispo, o cardeal, frente a mais de duzentos religiosos da Diocese, disse claramente: "o problema não está mais em Roma, mas na Diocese de Crato, onde nem todos os padres aceitam essa reabilitação", e acrescentou, "há também alguns bispos do Ceará que não são favoráveis. Agora, bem, não me peçam para dizer nomes... busquem e encontrarão". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
TAQUARANA-AL: A Cruz Viva.
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PASTOR É ESFAQUEADO.
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NESTE DOMINGO, 8. Pastor Valdemiro Santiago é esfaqueado durante culto em SP
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Líder da Igreja Mundial do poder de Deus foi levado para hospital e passa bem.
SÃO PAULO - Valdemiro Santiago, pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus, foi esfaqueado no pescoço durante um culto na manhã deste domingo, em um templo no bairro do Brás, região central de São Paulo. O rapaz que cometeu o atentado foi levado para o 8º Distrito Policial, no mesmo bairro, e Santiago encaminhado para um hospital na região, onde levou 25 pontos e não corre risco de morrer.
Segundo informações da igreja, o ataque foi cometido logo no início do culto das 8h. Mesmo ferido, o pastor queria continuar a pregação, mas foi encaminhado para o hospital. Não ficou claro se o agressor, que foi preso com um facão, era um fiel que frequentava o templo habitualmente. A única informação dada é que ele estava desempregado e, há algumas semanas, teria tido uma discussão com o religioso.
Após receber os primeiros cuidados, Santiago postou um vídeo na página da igreja no Facebook em que, com a voz ainda rouca, explicou o que aconteceu, pediu orações para si e perdoou o rapaz que cometeu o atentado.
“Eu estava impondo as mãos, acabando de ouvir um milagre, um testemunho, e entrou alguém por trás. Não sei, não vi quem era, e deu uma facada no pescoço, ou com uma navalha, não sei. Mas eu não fui. A gente só vai quando Deus quer. Voltei pra vocês, em nome de Jesus", disse ele no vídeo, em que estava acompanhado de sua mulher, a bispa Franciele Santiago.
O pastor disse ainda que perdoa quem quer que o tenha atacado. “Eu perdoo a pessoa que fez isso. Em nome de Jesus. E a pessoa que mandou também”, completou.
Santiago é egresso da Igreja Universal do Reino de Deus, onde era bispo. Em 1997, ele rompeu com o pastor Edir Macedo e abriu a Igreja Mundial do Poder de Deus, que hoje conta com uma rede de cerca de 4 mil templos no Brasil e no exterior.
No 8º DP, um plantonista confirmou que o rapaz está passando por triagem e será interrogado. Fonte: http://oglobo.globo.com
SANTOS REIS: Homilia do Papa Francisco.
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“Onde está o Rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo”. (Mt 2, 2).
Com estas palavras, os Magos, que vieram de terras distantes, explicam o motivo da sua longa caminhada: adorar o Rei recém-nascido. Ver e adorar são duas ações que sobressaem na narração evangélica: vimos uma estrela e queremos adorar.
Estes homens viram uma estrela, que os pôs em movimento. A descoberta de algo fora do comum, que aconteceu no céu, desencadeou uma série inumerável de acontecimentos. Não era uma estrela que brilhou exclusivamente para eles, nem possuíam um DNA especial para a descobrir.
Como justamente reconheceu um Pai da Igreja, os Magos não se puseram a caminho porque tinham visto a estrela, mas viram a estrela porque se tinham posto a caminho (cf. João Crisóstomo). Mantinham o coração fixo no horizonte, podendo assim ver aquilo que lhes mostrava o céu, porque havia neles um desejo que a tal os impelia: estavam abertos a uma novidade.
Os Magos nos dão, assim, o retrato da pessoa que acredita, da pessoa que tem nostalgia de Deus; o retrato de quem sente a falta da sua casa: a pátria celeste. Refletem a imagem de todos os seres humanos que não deixaram, na sua vida, anestesiar o próprio coração.
Esta nostalgia santa de Deus brota no coração que acredita, porque sabe que o Evangelho não é um acontecimento do passado, mas do presente. A nostalgia santa de Deus permite-nos manter os olhos abertos contra todas as tentativas de restringir e empobrecer a vida. A nostalgia santa de Deus é a memória fiel que se rebela contra tantos profetas de desgraça. É esta nostalgia que mantém viva a esperança da comunidade fiel que implora, semana após semana, com estas palavras: «Vinde, Senhor Jesus!»
Era precisamente esta nostalgia que impelia o velho Simeão a ir ao Templo todos os dias, tendo a certeza de que a sua vida não acabaria sem ter nos braços o Salvador. Foi esta nostalgia que impeliu o filho pródigo a sair de uma conduta autodestrutiva e procurar os braços de seu pai. Era esta nostalgia que sentia no seu coração o pastor, quando deixou as noventa e nove ovelhas para ir à procura da que se extraviara.
E foi também o que sentiu Maria Madalena na madrugada do Domingo de Páscoa, fazendo-a correr até ao sepulcro e encontrar o seu Mestre ressuscitado. A nostalgia de Deus tira-nos para fora dos nossos recintos deterministas, que nos induzem a pensar que nada pode mudar. A nostalgia de Deus é a disposição que rompe com inertes conformismos, impelindo a empenhar-nos na mudança que anelamos e precisamos.
A nostalgia de Deus tem as suas raízes no passado, mas não se detém lá: vai à procura do futuro. Impelido pela sua fé, o fiel «nostálgico» vai à procura de Deus, como os Magos, nos lugares mais recônditos da história, pois está seguro, em seu coração, de que lá o espera o seu Senhor. Vai à periferia, à fronteira, aos lugares não evangelizados, para poder encontrar-se com o seu Senhor; e não o faz, seguramente, com uma atitude de superioridade, mas como um mendigo que se dirige a alguém aos olhos de quem a Boa Nova é um terreno ainda a explorar.
Entretanto no palácio de Herodes que distava poucos quilômetros de Belém, animados de procedimento oposto, não se tinham apercebido do que estava a acontecer. Enquanto os Magos caminhavam, Jerusalém dormia; dormia em conluio com Herodes que, em vez de andar à procura, dormia também. Dormia sob a anestesia de uma consciência cauterizada.
E ficou perturbado; teve medo. É aquela perturbação que leva a pessoa, à vista da novidade que revoluciona a história, a fechar-se em si mesma, nos seus resultados, nos seus conhecimentos, nos seus sucessos. A perturbação de quem repousa na sua riqueza, incapaz de ver mais além. É a perturbação que nasce no coração de quem quer controlar tudo e todos; uma perturbação própria de quem vive imerso na cultura que impõe vencer a todo o custo, na cultura onde só há espaço para os “vencedores” e a qualquer preço.
Uma perturbação que nasce do medo e do temor face àquilo que nos interpela, pondo em risco as nossas seguranças e verdades, o nosso modo de nos apegarmos ao mundo e à vida. E Herodes teve medo, e aquele medo levou-o a procurar segurança no crime: «Necas parvulos corpore, quia te necat timor in corde – matas o corpo das crianças, porque o temor te matou o coração» (São Quodvultdeus, Sermo 2 de Symbolo: PL 40, 655).
Queremos adorar. Aqueles homens vieram do Oriente para adorar, decididos a fazê-lo no lugar próprio de um rei: no Palácio. Aqui chegaram eles com a sua busca; era o lugar idôneo, porque é próprio de um rei nascer em um palácio, ter a sua corte e os seus súditos. É sinal de poder, de êxito, de vida bem-sucedida.
E pode-se esperar que o rei seja reverenciado, temido e lisonjeado; mas não necessariamente amado. Estes são os esquemas mundanos, os pequenos ídolos a quem prestamos culto: o culto do poder, da aparência e da superioridade. Ídolos que prometem apenas tristeza e escravidão.
E foi lá precisamente onde começou o caminho mais longo que tiveram de fazer aqueles homens vindos de longe. Lá teve início a ousadia mais difícil e complicada: descobrir que não se encontrava no Palácio aquilo que procuravam, mas estava em outro lugar: e não só geográfico, mas também existencial.
Lá não veem a estrela que os levava a descobrir um Deus que quer ser amado, e isto só é possível sob o signo da liberdade e não da tirania; descobrir que o olhar deste Rei desconhecido – mas desejado – não humilha, não escraviza, não aprisiona.
Descobrir que o olhar de Deus levanta, perdoa, cura. Descobrir que Deus quis nascer onde não o esperávamos, onde talvez não o quiséssemos; ou onde muitas vezes o negamos. Descobrir que, no olhar de Deus, há lugar para os feridos, os cansados, os maltratados e os abandonados: que a sua força e o seu poder se chamam misericórdia.
Como é distante, para alguns, Jerusalém de Belém!
Herodes não pode adorar, porque não quis nem pôde mudar o seu olhar. Não quis deixar de prestar culto a si mesmo, pensando que tudo começava e terminava nele. Não pôde adorar, porque o seu objetivo era que o adorassem a ele. Nem sequer os sacerdotes puderam adorar, porque sabiam muito, conheciam as profecias, mas não estavam dispostos a caminhar nem a mudar.
Os Magos sentiram nostalgia, não queriam mais as coisas usuais. Estavam habituados, dominados e cansados dos Herodes do seu tempo. Mas lá, em Belém, havia uma promessa de novidade, uma promessa de gratuidade. Lá estava a acontecer algo de novo.
Os Magos puderam adorar, porque tiveram a coragem de caminhar e, prostrando-se diante do pequenino, prostrando-se diante do pobre, prostrando-se diante do inerme, prostrando-se diante do insólito e desconhecido Menino de Belém, descobriram a Glória de Deus. http://www.acidigital.com
Papa nomeia pastor protestante como editor de jornal da Santa Sé
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Escolha de Marcelo Figueroa para edição argentina do Osservatore Romano surpreendeu líderes protestantes e provocou reação contrária na Igreja Católica.
O papa Francisco nomeou, na segunda-feira, 1º, o pastor protestante Marcelo Figueroa, editor da edição semanal argentina do jornal Osservatore Romano, órgão oficioso da Santa Sé, que já tem uma versão em espanhol. Francisco, o então cardeal Jorge Mario Bergoglio, e Figueroa são amigos há mais de 15 anos e participaram de uma série de debates na TV sobre a Bíblia, em Buenos Aires, com o rabino Abraão Skorka, também amigo do papa.
A edição argentina do Osservatore será lançada em setembro, com o apoio da Conferência dos Bispos da Argentina e colaboração de teólogos católicos. A escolha de Figueroa para a função surpreendeu líderes protestantes e vem provocando reação contrária de movimentos conservadores da Igreja Católica, que criticam a aproximação do papa com os evangélicos à véspera das comemorações dos 500 anos da Reforma de Lutero, em outubro.
Figueroa foi presidente da Sociedade Bíblica da Argentina durante 35 anos e pastor de uma igreja presbiteriana em Buenos Aires. Além de dirigir a edição argentina do Osservatore, ele continuará como colaborador da edição diária do jornal da Santa Sé, publicado em italiano. A exemplo da edição brasileira, também semanal, que é preparada em Roma e rodada na gráfica da Editora Santuário, em Aparecida (SP), a versão argentina será impressa na Argentina, com material de redação enviado pela internet.
A tendência para futuro próximo, segundo fonte do Vaticano ouvida pelo Estado, é adotar a edição digital para as edições nacionais ou regionais, para economizar papel. Somente a edição diária, publicada em Roma, continuará sendo impressa. A Secretaria da Comunicação, que passa a englobar o jornal, a Rádio Vaticano, o Centro Televisivo Vaticano e sites na internet, está assumindo a administração de todos os meios de comunicação da Santa Sé.
Marcelo Figueroa adiantou que a edição argentina do Osservatore dará destaque à atuação e pronunciamentos de Francisco e dedicará atenção especial à presença da Igreja na América Latina, sem prejuízo dos temas e reportagens de interesse universal publicados pelo Osservatore diário. O movimento ecumênico merecerá cobertura ampla e constante.
"A ideia nasceu de um constante diálogo que tive com Francisco, como amigo. Nós queremos propagar o trabalho pastoral que Francisco vem fazendo, de modo que atinja toda a Argentina. Eu acredito que aqueles que quiserem ouvir a voz do papa, seguir seu trabalho pastoral, com alguns comentários adicionais, será enriquecido por nossa edição. Eu acredito que isso será bom para as almas de todos os argentinos, para seguir cuidadosamente aquele que hoje é o mais relevante líder espiritual", adiantou Figueroa em entrevista sobre sua nova função. Fonte: http://brasil.estadao.com.br
Bispo de El Salvador diz que canonização de Oscar Romero será conhecida em março.
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O bispo auxiliar de El Salvador, Gregorio Rosa Chávez, assegurou hoje que a santificação do monsenhor Oscar Arnulfo Romero será anunciada em março deste ano, durante uma reunião dos bispos salvadorenhos com o Papa Francisco. A reportagem é publicado por portal Terra 02-01-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas
"Há diversos sinais positivos" de que Romero será declarado santo pela Igreja e "o mês de março será fundamental, pois no dia 24 de março eu e todos os bispos teremos uma reunião com o Papa em Roma, e nesse momento nos dirão como estão as coisas", disse Rosa Chávez para os repórteres.
Acrescentou que a "palavra definitiva será do Papa", que "está muito motivado pelo assunto, muito desejoso de que aconteça em breve" e "nesse encontro nos dirá claramente o que podemos esperar".
No dia 27 de março de 2016, o principal hierarca da Igreja Católica em El Salvador, José Luis Escobar Alas, assegurou que a canonização de Romero depende de que o Vaticano confirme "científica e teologicamente" um milagre atribuído a ele.
Monsenhor Romero foi assassinado em 24 de Março de 1980 por um franco-atirador desconhecido enquanto ministrava uma missa na capela do hospital do câncer La Divina Providência, em San Salvador.
Um relatório da Comissão da Verdade da ONU, que investigou as violações dos direitos humanos durante a guerra civil salvadorenha (1980-1992), determinou que o ex-major do Exército e fundador do partido de direita Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), Roberto D'Aubuisson, deu a ordem para assassinar o Monsenhor Romero.
O arcebispo, beatificado em 23 de maio de 2015, em San Salvador, em uma missa com a presença massiva de seus fiéis, denunciava em suas homilias os ataques das forças de segurança contra a população civil, entre outras violações dos direitos humanos.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Papa pede que penitenciárias sejam locais de reeducação e reinserção social
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Na audiência geral desta quarta-feira, Francisco lembra de rebelião ocorrida em Manaus
Ao final da audiência geral desta quarta-feira, dia 04, o papa Francisco expressou dor e preocupação diante das notícias que chegaram até ele sobre a rebelião ocorrida no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), no último domingo, dia 1º de janeiro, que causou ao menos 56 mortos. O pontífice fez um apelo para que as prisões sejam lugares de reeducação e reinserção social.
“Ontem, chegaram do Brasil notícias dramáticas sobre o massacre ocorrido no cárcere de Manaus, onde uma rebelião violenta entre facções rivais causou dezenas de mortos. Expresso minha dor e preocupação por esse acontecimento”, disse o papa.
Francisco convidou os participantes da audiência a rezarem pelos defuntos e seus familiares, por todos os detentos desse cárcere e por aqueles que trabalham ali. “Renovo o apelo para que as prisões sejam lugares de reeducação e reinserção social, e que as condições de vida dos reclusos sejam dignas de pessoas humanas”, pediu.
Ao final, convidou a todos a rezarem “pelos detentos mortos e vivos, e também por todos os encarcerados do mundo para que as prisões sejam para reinserir e não sejam superlotadas, para que sejam lugares de reinserção”. Logo após, iniciou uma Ave-Maria pelos detentos. Fonte: http://www.cnbb.org.br
A não violência: estilo de uma política para a paz
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Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Na sua mensagem para a celebração do 50º Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco discorre e reflete sobre a não violência. Considera-a um estilo de política para a paz, isto é, a partir da paz e da caridade expressas nesta atitude de desarmamento espiritual e mansidão, se concretiza a não violência como proposta capaz de criar novos relacionamentos e espaços a nível internacional, nacional e local.
A seguir o Papa mostra o cenário de um mundo dilacerado, e a violência que se exerce aos pedaços, destruindo e ceifando vidas, favorecendo aos senhores da guerra. Na verdade a não violência se ancora e respalda na mensagem evangélica, apresentada por Jesus que coloca as raízes da violência no coração humano. É Jesus o mestre da não violência quando ensina o caminho das bem aventuranças que exige dos discípulos o amor incondicional aos inimigos e o perdão e a acolhida fraterna permanente (70 x 7). Ser cristão como afirma São Francisco, é viver reconciliado e ser agente de reconciliação e concórdia.
A não violência para os seguidores de Cristo não é apenas uma técnica ou comportamento tático, mas um modo de ser e de viver, fundamentado na firme convicção do poder do amor e da verdade que vem de Deus. A não violência longe de ser uma expressão de debilidade, rendição ou até de covardia, é sem duvida mais forte e poderosa que a violência porque vai direto a consciência dos violentos, que ao se sentir respeitados, e amados incondicionalmente se sentem atingidos como pessoas humanas e chamados a conversão.
Foi testemunhada e exercida por líderes espirituais de grande vulto, profundamente atuais: Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Ghandi, Khan Abdul Ghaffar Khan na libertação da Índia; Martin Luther King contra a discriminação e desigualdade racial, e as várias lideranças femininas de hoje, como Leydmh Gbowee e milhares de mulheres liberianas que lutam pela paz em seu país. Esta educação para a não violência tem uma raiz forte na família. Ela constitui para o Papa Francisco o cadinho indispensável no qual os cônjuges, país e filhos, irmãos e irmãs aprendem a se comunicar e a cuidar uns dos outros com gratuidade, abrindo-se para o diálogo e o perdão.
Finalmente, o Pontífice faz um convite a assumir a construção da paz pela não violência, apresentando a mística das bem avemturanças como programa de vida, escolhendo sempre a solidariedade fraterna,n consolidando novos vínculos e a amizade social. O importante é caminhar fazendo acontecer processos que respeitem as diferenças e as incluam conservando as preciosas potencialidades das polaridades em contraste. Que Nossa Senhora, Rainha da paz, nos sirva de guia e nos torne a todos (as) em artesãos. Fonte: http://www.cnbb.org.br
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