Terça-feira, 9 de maio-2023. 5ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que pela ressurreição do Cristo nos renovais para a vida eterna, dai ao vosso povo constância na fé e na esperança, para que jamais duvide das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 14,27-31a)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.
3) Reflexão - Jo 14,27-31a
Aqui, em Jo 14,27, começa a despedida de Jesus e no fim do capítulo 14, ele encerra a conversa dizendo: "Levantem! Vamos embora daqui!" (Jo 14,31). Mas, em vez de sair da sala, Jesus continua falando por mais três capítulos: 15, 16 e 17. Se você pular estes três capítulos, você vai encontrar no começo do capítulo 18 a seguinte frase: "Tendo dito isto, Jesus foi com seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia ali um jardim onde entrou com seus discípulos" (Jo 18,1). Em Jo 18,1, está a continuação de Jo 14,31. O Evangelho de João é como um prédio bonito que foi sendo construído lentamente, pedaço por pedaço, tijolo por tijolo. Aqui e acolá, ficaram sinais destes remanejamentos. De qualquer maneira, todos os textos, todos os tijolos, fazem parte do edifício e são Palavra de Deus para nós.
João 14,27: O dom da Paz.
Jesus comunica a sua paz aos discípulos. A mesma paz será dada depois da ressurreição (Jo 20,19). Esta paz é mais uma expressão da manifestação do Pai, de que Jesus tinha falado antes (Jo 14,21). A paz de Jesus é a fonte da alegria que ele nos comunica (Jo 15,11; 16,20.22.24; 17,13). É uma paz diferente da paz que o mundo dá, diferente da Pax Romana. Naquele fim do primeiro século a Pax Romana era mantida pela força das armas e pela repressão violenta contra os movimentos rebeldes. A Pax Romana garantia a desigualdade institucionalizada entre cidadãos romanos e escravos. Esta não é a paz do Reino de Deus. A Paz que Jesus comunica é o que no AT se chama Shalôm. É a organização completa de toda a vida em torno dos valores da justiça, fraternidade e igualdade.
João 14,28-29: O motivo por que Jesus volta ao Pai.
Jesus volta ao Pai para poder retornar em seguida. Ele dirá a Madalena: “Não me segure, porque ainda não subi para o Pai “ (Jo 20,17). Subindo para o Pai, ele voltará através do Espírito que nos enviará (cf Jo 20,22). Sem o retorno ao Pai ele não poderá estar conosco através do seu Espírito.
João 14,30-31a: Para que o mundo saiba que amo o Pai.
Jesus está encerrando a última conversa com os discípulos. O príncipe deste mundo vai tomar conta do destino de Jesus. Jesus vai ser morto. Na realidade, o Príncipe, o tentador, o diabo, nada pode contra Jesus. Jesus faz em tudo o que lhe ordena o Pai. O mundo vai saber que Jesus ama o Pai. Este é o grande e único testemunho de Jesus que pode levar o mundo a crer nele. No anúncio da Boa Nova não se trata de divulgar uma doutrina, nem de impor um direito canônico, nem de unir todos numa organização. Trata-se, antes de tudo, de viver e de irradiar aquilo que o ser humano mais deseja e tem de mais profundo dentro de si: o amor. Sem isto, a doutrina, o direito, a celebração não passa de peruca em cabeça calva.
João 14,31b: Levantem e vamos embora daqui.
São as últimas palavras de Jesus, expressão da sua decisão de ser obediente ao Pai e de revelar o seu amor. Na eucaristia, na hora da consagração, em alguns países se diz: “Na véspera da sua paixão, voluntariamente aceita”. Jesus diz em outro lugar: “O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la de novo. Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la. Esse é o mandamento que recebi do meu Pai” (Jo 10,17-18).
4) Para confronto pessoal
1) Jesus disse: “Dou-vos a minha paz”. Como contribuo para a construção da paz na minha família e na minha comunidade?
2) Olhando no espelho da obediência de Jesus ao Pai, em que ponto eu poderia melhorar a minha obediência ao Pai?
5) Oração final
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder! (Sl 144, 10-11)
Segunda-feira, 8 de maio-2023. 5ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Pai, que unis os corações dos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 14,21-26)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 21“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. 22Judas — não o Iscariotes — disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” 23Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.
3) Reflexão - Jo 14,21-26
Como dissemos anteriormente, o capítulo 14 do Evangelho de João é um exemplo bonito de como se praticava a catequese nas comunidades da Ásia Menor no fim do primeiro século. Através das perguntas dos discípulos e das respostas de Jesus, os cristãos formavam sua consciência e encontravam uma orientação para os seus problemas. Assim, neste capítulo 14, temos a pergunta de Tomé com a resposta de Jesus (Jo 14,5-7), a pergunta de Filipe com a resposta de Jesus (Jo 14,8-21), e a pergunta de Judas com a resposta de Jesus (Jo 14,22-26). A última frase da resposta de Jesus a Filipe (Jo 14,21) forma o primeiro versículo do evangelho de hoje.
João 14,21: Eu o amarei e me manifestarei a ele.
Este versículo traz o resumo da resposta de Jesus a Filipe. Filipe tinha dito: “Mostra-nos o Pai e isso nos basta!” (Jo 14,8). Moisés tinha perguntado a Deus: “Mostra-me a tua glória!” (Ex 33,18). Deus respondeu: “Não poderás ver minha face, porque ninguém pode ver-me e continuar vivendo” (Ex 33,20). O Pai não pode ser mostrado. Deus habita uma luz inacessível (1Tim 6,16). “Ninguém jamais viu a Deus” (1Jo 4,12). Mas a presença do Pai pode ser experimentada através da experiência do amor. Diz a primeira carta de São João: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. Jesus diz a Filipe: “Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele”. Observando o mandamento de Jesus, que é o mandamento do amor ao próximo (Jo 15,17), a pessoa mostra o seu amor por Jesus. E quem ama a Jesus, será amado pelo Pai e pode ter a certeza de que o Pai se manifestará a ele. Na resposta a Judas, Jesus dirá como acontece esta manifestação do Pai na nossa vida.
João 14,22: A pergunta de Judas, pergunta de todos.
A pergunta de Judas: “Por que o senhor se manifesta só a nós e não ao mundo?” Esta pergunta de Judas reflete um problema que é real até hoje. Às vezes, sobe em nós cristãos o pensamento de que somos melhores que os outros e que Deus nos ama mais do que os outros. Será que Deus faz distinção de pessoas?
João 14,23-24: Resposta de Jesus.
A resposta de Jesus é simples e profunda. Ele repete o que acabou de dizer a Filipe. O problema não é se nós cristãos somos mais amados por Deus do que os outros, ou que os outros são desprezados por Deus. Este não é o critério da preferência do Pai. O critério da preferência do Pai é sempre o mesmo: o amor. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda as minhas palavras”. Independentemente do fato de a pessoa ser ou não ser cristã, o Pai se manifesta a todos aqueles que observam o mandamento de Jesus que é o amor ao próximo (Jo 15,17). Em que consiste a manifestação do Pai? A resposta a esta pergunta está estampada no coração da humanidade, na experiência humana universal. Observe a vida das pessoas que praticam o amor e que fazem da sua vida uma doação aos outros. Examine a sua própria experiência. Independentemente de religião, classe, raça ou cor, a prática do amor traz uma paz profunda e uma alegria que conseguem conviver com dor e sofrimento. Esta experiência é o reflexo da manifestação do Pai na vida das pessoas. É a realização da promessa: Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada
João 14,25-26: A promessa do Espírito Santo.
Jesus termina sua resposta a Judas dizendo: Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. Jesus comunicou tudo que ouviu do Pai (Jo 15,15). As palavras dele são fonte de vida e devem ser meditadas, aprofundadas e atualizadas constantemente à luz da realidade sempre nova que nos envolve. Para esta meditação constante das suas palavras Jesus nos promete a ajuda do Espírito Santo: “O Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.
4) Para confronto pessoal
1) Jesus disse: Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Como eu experimento esta promessa?
2) Temos a promessa do dom do Espírito para nos ajudar a entender as palavra de Jesus. Eu invoco a luz do Espírito quando vou ler e meditar a Escritura?
5) Oração final
Que a minha boca cante a glória do Senhor e que bendiga todo ser seu nome santo, desde agora, para sempre e pelos séculos. (Sl 144, 21)
'Me exaltei', diz padre que expulsou padrinho de batismo
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O padre Rones Soares Buzaim escreveu uma carta aberta para pedir desculpas à família da criança, após ele expulsar o padrinho do batismo em Propriá (SE). Buzaim admitiu que os “ânimos se exaltaram” durante a cerimônia. O texto foi divulgado pela Diocese de Propriá.
O padre insinuou que o homem estava bêbado. O caso repercutiu após o vídeo do desentendimento viralizar nas redes sociais.
O sacerdote disse no texto que “precisaria se retratar pelo erro cometido na condução do problema”. Na carta, além de se dirigir à família da criança ele menciona “pessoalmente, ao padrinho”.
“Reconheço que me exaltei e acabei por extrapolar os limites do bom senso. Pelo meu erro cometido, reitero o meu pedido de perdão, confiante na Misericórdia de Deus, a fim de que possamos viver na Unidade do Corpo Místico de Jesus Cristo, que é a sua Igreja”, escreveu o padre.
O bispo da Paróquia de Propriá, dom Vítor Agnaldo de Menezes, informou por meio de nota que já sabia do ocorrido e que atua para compreender o contexto do ocorrido, “com a prudência e cautela que o caso exige”, e tomar as providências necessárias.
Entenda o caso
O batismo de uma menina acabou marcado por uma briga entre o padre e o padrinho, que foi expulso da igreja durante a cerimônia, que aconteceu nessa quinta-feira (4), em Propriá, interior de Sergipe.
O padrinho da criança, Gleidson Alves dos Santos, esqueceu o nome da afilhada no momento do batismo, revoltando o padre.
"No momento em que ele perguntou o nome da menina, que é sobrinha da minha esposa, eu perguntei a ela. Aí ele disse que não ia mais batizar e perguntou se eu era 'padrinho de cachaça', só que eu não estava bêbado", contou ao g1.
Gleidson disse ainda que ficou assustado com a reação do padre, que segundo ele, não cabia para o momento. Fonte: https://www.correio24horas.com.br
Justiça manda despejar templo da igreja de Valdemiro e autoriza uso da polícia
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Justiça manda despejar templo da igreja de Valdemiro e autoriza uso da polícia
Igreja Mundial do Poder de Deus ainda pode recorrer da decisão
A Justiça de São Paulo determinou o despejo de um templo da Igreja Mundial do Poder de Deus e autorizou o arrombamento com apoio de força policial para o cumprimento da medida caso o imóvel não seja desocupado voluntariamente.
A determinação foi dada pela juíza Juliana Francini dos Reis de Oliveira em um processo movido por um empresário que cobra uma dívida estimada em cerca de R$ 15 mil referente ao contrato de aluguel de um imóvel na cidade de Monte Alto, no interior do estado.
A igreja, fundada pelo apóstolo Valdemiro Santiago em 1988, não negou a dívida à Justiça, mas disse que há um excesso na cobrança. Declarou que o proprietário deixou de abater parcelas já pagas, bem como os valores referentes ao Imposto de Renda. Questionou ainda o cálculo da correção monetária e juros.
A Mundial disse também ser uma instituição religiosa sem fins lucrativos, que presta serviços filantrópicos gratuitamente para pessoas necessitadas e que se mantém apenas com a ajuda de fiéis.
Na sentença em que condenou a igreja, a juíza decretou a rescisão do contrato e condenou a igreja a fazer o pagamento dos valores em atraso.
O mandado de despejo foi expedido no dia 25 de abril.
A Mundial ainda pode recorrer.
A igreja, que declara em seu site ter cerca de 6.000 templos, passa por uma grave crise financeira, sendo alvo de centenas de processos de cobrança na Justiça paulista.
Nos processos, a Mundial costuma afirmar que é "público e notório" que vem enfrentando dificuldades financeiras, "principalmente pelo longo período de pandemia". Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Sínodo: leigos e leigas também têm direito a voto
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Foram introduzidas novidades e mudanças em relação à composição dos participantes da Assembleia Geral de outubro no Vaticano: 70 "não bispos" também participarão como membros votantes, identificados pelas Conferências Episcopais e Conselhos das Igrejas Orientais e após nomeados pelo Papa. Pede-se que as mulheres sejam em 50% e que a presença dos jovens seja valorizada. Os cardeais Grech e Hollerich: "não é uma revolução, mas um enriquecimento para a Igreja".
Salvatore Cernuzio - Vatican News
Não muda a natureza nem o nome - que continua sendo Sínodo dos Bispos -, mas muda a composição dos participantes da assembleia de outubro, no Vaticano, sobre o tema da sinodalidade, ao qual irão participar também membros "não bispos", incluindo sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, nomeados diretamente pelo Papa: 50% dos quais "são solicitados" que sejam mulheres. Um pedido explícito, juntamente com o de "aumentar" a presença de jovens. Todos terão direito a voto, chegando a um número de membros votantes na Sala Nova do Sínodo de cerca de 370 para um total de mais de 400 participantes. Até agora, havia um pequeno número de membros votantes não bispos e eram alguns membros de institutos religiosos clericais.
Sínodo, o instrumentum laboris estará pronto no fim de maio
Essas são as principais mudanças e novidades introduzidas pelo Papa para o Sínodo que selará no outono (e depois continuará em 2024) o caminho sinodal que ele mesmo lançou em 2021 e que envolveu as dioceses dos cinco continentes. "Não é uma revolução, mas uma mudança importante", fizeram questão de especificar os cardeais Mario Grech e Jean-Claude Hollerich, respectivamente secretário-geral do Sínodo e relator-geral, ilustrando as novidades em um encontro na Sala de Imprensa do Vaticano nesta quarta-feira (26).
Membros não bispos
As novas disposições, que foram comunicadas em uma carta aos responsáveis das assembleias continentais celebradas na África, Ásia, Oriente Médio e Oceania, não revogam os regulamentos atuais, a Constituição Apostólica Episcopalis Communio de 2018, que já previa a presença de "não bispos". Com as novidades desta quarta (26) - que são justificadas no contexto do processo sinodal que Francisco queria que começasse "de baixo para cima" - o número exato é fornecido: 70 entre sacerdotes, religiosos e leigos provenientes das Igrejas locais que representam o Povo de Deus. Portanto, não haverá mais "auditores".
Uma Assembleia "plenariamente" de bispos
"Esta decisão", explica a Secretaria Geral do Sínodo, "reforça a solidez do processo como um todo, incorporando à assembleia a memória viva da fase preparatória, através da presença de alguns daqueles que foram seus protagonistas. Dessa forma, a especificidade episcopal da Assembleia Sinodal não é afetada, mas sim confirmada". "Estamos falando de 21% da assembleia que continua sendo totalmente uma Assembleia de bispos, com uma certa participação de não bispos", reiterou Hollerich. "A presença deles garante o diálogo entre a profecia do povo de Deus e o discernimento dos pastores, a circularidade colocada em prática durante todo o processo sinodal."
Sínodo, etapa continental concluída
Mais detalhadamente, os membros "não bispos" são nomeados pelo Papa a partir de uma lista de 140 pessoas identificadas pelas Conferências Episcopais e pela Assembleia de Patriarcas das Igrejas Católicas Orientais (20 cada). Em outras palavras, cada assembleia continental terá que propor uma lista de 20 nomes e o Papa escolherá 10 dentre eles. Como mencionado, pede-se que metade desses nomes seja de mulheres e que os jovens sejam enfatizados: "porque o nosso mundo é assim", observaram os dois cardeais.
Na escolha, eles levam em conta a cultura geral, a "prudência", mas também o conhecimento e a participação no processo sinodal. Como membros, eles têm o direito de votar. Um aspecto importante, embora Grech espere "que um dia possamos dispensar o voto. O sínodo é um discernimento, uma oração, não nos apoiamos nos votos". O cardeal maltês também explicou que haverá "uma única votação" e não duas diferentes, uma para os bispos e outra para os não bispos.
Cinco religiosas e cinco religiosos
As cinco religiosas e os cinco religiosos eleitos pelas respectivas organizações de Superioras Gerais e Superiores Gerais (Uisg para o feminino e Usg para o masculino) também terão direito a voto. Eles - e essa é a outra novidade substancial - substituem os 10 clérigos dos Institutos de Vida Consagrada previstos no passado. Todas as eleições - realizadas em plenário e por voto secreto pelos respectivos Sínodos, Conselhos e Conferências Episcopais - devem ser ratificadas pelo Papa. E até que o Papa não confirme a eleição, os nomes dos eleitos não serão conhecidos pelo público.
Os facilitadores
Outra novidade é que a Assembleia também contará com a participação - mas sem direito a voto - de "especialistas", pessoas competentes em vários aspectos sobre o assunto em questão. Haverá também delegados fraternos, membros de outras Igrejas e comunidades eclesiásticas. Pela primeira vez, as figuras dos "facilitadores", também especialistas que facilitarão o trabalho nos vários momentos, aparecerão. Uma escolha, explicou Grech, que nasceu da experiência dos grupos de estudo "que nos mostrou como esses especialistas podem criar uma dinâmica que pode dar frutos". "Há bispos que nunca participaram do Sínodo, por isso é necessário facilitar a dimensão espiritual", explicou Hollerich, enfatizando que, pela primeira vez, também haverá bispos de países que não têm uma Conferência Episcopal na Assembleia: Luxemburgo é um deles, mas também a Estônia e a Moldávia. Dessa forma, concordaram os dois cardeais, "a Igreja será mais completa e será uma alegria tê-la toda reunida em Roma". Fonte: https://www.vaticannews.va
Sínodo: gratidão pelo voto das mulheres
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Irmã Nadia Coppa, presidente da UISG, União Internacional das Superioras Gerais, envia uma mensagem ao Santo Padre pela extensão do voto às religiosas na próxima assembleia sinodal
Irmã Grazielle Rigotti, ascj - Vatican News
"Uma tenda que se esta alargando", foi o título da mensagem enviada ao Santo Padre pela Presidente da União Internacional das Superioras Gerais, por ocasião do comunicado da Secretaria-geral do Sínodo sobre a XVI Assembleia Sinodal dos Bispos, no último dia 26 de abril. De forma particular, Irmã Nádia Coppa destacou o fato de que a assembleia contará com a participação, como membros com direito de voto, de religiosos e leigos dos quais a metade deverão ser mulheres.
"Em nome do Conselho de Direção da União Internacional das Superioras Gerais, expresso a minha gratidão e apreço pela escolha feita", completou a religiosa, ressaltando ser "uma disposição inédita que enriquece o dinamismo eclesial".
De fato, o comunicado destacou a mudança na composição dos participantes da assembleia de outubro, no Vaticano, sobre o tema da sinodalidade. Desta forma, irão participar também membros "não bispos", incluindo sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, nomeados diretamente pelo Papa. Além disso, 50% dos quais "são solicitados" que sejam mulheres. Um pedido explícito, juntamente com o de "aumentar" a presença de jovens. Todos terão direito a voto, chegando a um número de membros votantes na Sala Nova do Sínodo de cerca de 370 para um total de mais de 400 participantes.
“Todos somos chamados a tornar-nos parte ativa de uma Igreja relacional, inclusiva e dialogante.”
Relembrando o sentido próprio da sinodalidade, Irmã Nádia ainda afirmou que o Sínodo é uma profecia para o mundo atual: só a partir da unidade em Cristo é que tem sentido a pluralidade entre os membros do corpo. Por isso, este alargar a participação dos membros neste sentido significa, "dar a oportunidade de continuar a aprofundar este movimento apaixonante do Espírito num processo de comunhão eclesial que nos torna uma presença profética num mundo em contínua transformação." Fonte: https://www.vaticannews.va
Bispo de Penedo Dom Valdemir passa mal em celebração na cidade de Taquarana mas sua saúde já está restabelecida.
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O Bispo da Diocese de Penedo Dom Valdemir Ferreira, passou mal nesta quarta-feira (03) durante uma missa solene na Paróquia de Santa Cruz, município de Taquarana, devido a uma hipertensão. O mesmo recebeu os primeiros socorros ainda naquela cidade, sendo em seguida transferido para uma unidade de saúde em Arapiraca.
De acordo com informações repassadas pelo o próprio pastor, o mesmo já encontra-se em casa em pronto restabelecimento de saúde. Na oportunidade, Dom Valdemir agradeceu pela atenção, gentileza e preocupação de todos fieis que concentraram-se em orações, e aqueles que estiveram presentes nos hospitais assim como os que enviaram mensagens via whatsapp e telefonemas.
” O Senhor da vida e da esperança continue abençoando cada um(a). Minha orações, fraternalmente, Dom Valdemir.
Por redação. Fonte: https://diariopenedense.com.br
Ator denuncia padre após discurso homofóbico durante missa de 7º dia em Nova Friburgo, no RJ
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Caso aconteceu no último domingo (30) na capela do Colégio Nossa Senhora dos Dores.
Por Isabella Chaboudt, g1 — Nova Friburgo
O ator e professor de teatro Bernardo Dugin denunciou o padre Antonio Carlos dos Santos, da Diocese de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, por falas homofóbicas durante a homilia em uma missa de sétimo dia de um familiar. O caso aconteceu na capela do Colégio Nossa Senhora das Dores no domingo (30).
A denúncia foi registrada na Delegacia de Nova Friburgo e, segundo a Polícia Civil, um inquérito foi instaurado para apurar o crime de homofobia. As investigações estão em andamento e o padre prestará depoimento nos próximos dias.
Por meio de um vídeo nas redes sociais, Bernardo relatou como aconteceu o caso.
“Já era um momento muito difícil para a minha família inteira [...] e, na hora da homilia, o padre disse ‘que o demônio tá entrando na casa das pessoas de diferentes formas para destruir as famílias, na representação da união de pessoas do mesmo sexo, homem com homem, mulher com mulher’".
Segundo o ator, essa não foi a primeira fala homofóbica. Ele conta que, do início ao fim da celebração, o padre seguiu com o mesmo discurso. No vídeo, ele também deixou um recado para o celebrante.
“Padre, ontem o senhor teve o meu silêncio, porque em respeito à perda da minha família, eu me levantei em silêncio e me retirei da missa. Mesmo assim, depois que eu saí o senhor continuou dizendo que quem se incomodou com seu discurso que essa era a verdade. Bom, agora o senhor vai ter que responder na justiça o crime que o senhor cometeu”.
A Diocese de Nova Friburgo divulgou uma nota sobre o ocorrido.
"A Diocese de Nova Friburgo, por meio de seu Bispo Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, lamenta profundamente o ocorrido com o ator Bernardo Dugin, durante a Santa Missa de 30 de abril, na Capela do Colégio Nossa Senhora das Dores, em Nova Friburgo. Pedimos perdão às pessoas que se sentiram ofendidas e reafirmamos aquilo que é recorrente nas orientações do Bispo para os padres e leigos: misericórdia, respeito, diálogo, tolerância e reconciliação”.
A Diocese disse, ainda, que nesta quarta vai publicar uma nota com o pronunciamento do Pe. Antônio Carlos dos Santos, sacerdote envolvido no caso.
O Colégio Nossa Senhora das Dores, onde está situada a capela que foi celebrada a missa, se pronunciou, também por meio de uma nota, destacando que seguem o discurso do Papa Francisco, sobre o verdadeiro evangelho de Jesus ser sobre amar e respeitar, sem distinção, todas as pessoas como irmãos. Afirmam ainda que respeitam e acolhem às diferenças e recusam toda e qualquer forma de discriminação.
Por fim, esclarece que a indicação de sacerdotes para as liturgias da Capela do CNSD é de inteira responsabilidade da Diocese de Nova Friburgo. Fonte: https://g1.globo.com
DEFENDER DIREITOS E A DIGNIDADE DOS TRABALHADORES E DAS TRABALHADORAS
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Dom Reginaldo Andrietta
Bispo de Jales (SP)
A missão que Cristo conferiu a seus discípulos de serem “sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13-16), nos inspira como Igreja que atua no mundo do trabalho, a exemplo da Pastoral Operária, da Juventude Operária Católica e do Movimento de Trabalhadores Cristãos, a nos manifestarmos, por ocasião do Dia 1º de Maio, solidários à justa reivindicação da classe trabalhadora e de outros setores socialmente excluídos do Brasil, pela universalização de direitos.
Há cerca de 150 anos, trabalhadores e trabalhadoras de muitos países, motivados por defender seus direitos e sua dignidade, passaram a lutar por reduzir para oito horas a jornada diária de trabalho, que, na época, chegava a 16 horas. O 1º de Maio é um símbolo dessa e de outras lutas que garantiram a conquista de muitos direitos e beneficiaram a sociedade no seu todo. Fruto dessas lutas, a democracia no Brasil avançou e recuperou-se quando foi cerceada.
Os últimos anos foram de cerceamento, comprovado pelo congelamento de investimentos sociais por 20 anos; pela reforma trabalhista que precarizou as condições de trabalho; pela privatização de empresas estatais; pelo favorecimento de grandes grupos econômicos, sobretudo transnacionais; pela canalização excessiva de recursos a bancos nacionais e estrangeiros para pagamento de dívidas públicas; pela alta taxa de juros e muitos outros fatores.
Essas e outras situações desafiam a classe trabalhadora deste país, a agir de forma unitária. As comemorações do 1° de Maio são oportunas, portanto, para unificar ainda mais suas ações, visando, prioritariamente, hoje, revisar os critérios de pagamento da dívida pública, o congelamento de gastos sociais e as últimas reformas trabalhistas; estancar as privatizações e implementar políticas de geração de emprego em condições dignas, especialmente para a juventude.
O “Comitê Trabalho” da Comissão Sociotransformadora da CNBB, com suas “Reflexões para o 1° de Maio”, e a Pastoral Operária Nacional, com sua cartilha de encontros, à luz do tema “Direito ao trabalho e trabalho com direitos”, oferecem conteúdos de reflexão aos organismos eclesiais e sociais que celebrarão o 1° de Maio, com o intuito de colaborar para fortalecer a histórica luta dos trabalhadores e das trabalhadoras em defesa de seus direitos e sua dignidade. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Instituto Luisa Mell troca de nome, afirma que apresentadora nunca fez doações e ela fala em ‘golpe’
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Instituto Luisa Mell troca de nome, afirma que apresentadora nunca fez doações e ela fala em ‘golpe’
Por Redação
O Instituto Luisa Mell, que até sexta-feira, 28, levava o nome da apresentadora e ativista dos direitos animais, agora se chama Instituto Caramelo. O anúncio, feito em uma rede social, informa que “essa mudança vem para ‘despersonificar’ o trabalho e separar posturas e interesses individuais do propósito do grupo”. A entidade se dedica ao resgate de animais em situação de vulnerabilidade e maus-tratos, campanhas de castração e atendimentos populares.
Ao responder ao comentário de uma seguidora que se disse “chocada” com a alteração, o instituto afirma que Luisa “nunca colocou dinheiro algum no instituto”. De acordo com o, agora, Instituto Caramelo, “ao contrário do que muitos pensam, a Luisa nunca colocou dinheiro algum no Instituto. Nenhuma doação sequer. Foi dinheiro das outras pessoas do grupo e de doações que fizeram as coisas funcionarem ao longo desses anos. Vocês podem comprovar isso facilmente solicitando a ela que mostre qualquer depósito dela para o instituto”.
Se isso não bastasse para deixar claro que a separação não ocorre de forma consensual, a resposta da apresentadora não deixa restar dúvidas. Neste domingo, ela usou o Instagram para rebater o anúncio e as afirmações da organização. De acordo com a ativista, ela doou sua saúde, tempo e imagem, além de dinheiro. Luisa também afirma que parcerias foram feitas em seu nome sem sua autorização.
“Doei, minha saúde, meu tempo, minha imagem, meu trabalho, meus contatos… Meu ex-marido sempre fez doações. Eu NUNCA tive salário no instituto. Mas a partir do momento que descobri parcerias feitas em meu nome, sem minha autorização, com condições absurdas… resolvi não delegar mais tanto. Aí virei inimiga”, afirma na postagem.
Luisa diz também ter sido vítima de um golpe. “Diante da vergonhosa tentativa de usarem deste momento delicado para tentar arranjar um motivo para o golpe que me deram”, diz.
O instituto, por sua vez, afirma que a entidade foi fundada em 2015 por um grupo de pessoas que já ajudava animais há muito tempo. “Esse grupo convidou Luisa Mell para participar, com a premissa de que fosse um serviço totalmente voluntário de todos. A opção de o Instituto levar o nome ‘Luisa Mell’ foi para ajudar o maior número de animais possível, partindo de uma marca conhecida com um trabalho real por trás”, afirma.
A entidade diz que atualmente abriga mais de 200 animais entre cães, gatos e cavalos, além de empregar membros de 35 famílias. Fonte: https://www.estadao.com.br
DOMINGO DO BOM PASTOR
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Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
A profissão de pastor de ovelhas na pecuária atual e na cultura está muito distante do mundo bíblico. Mesmo assim, com um pouco de explicações e atenção a imagem do pastoreio pode se tornar muito expressiva porque faz parte da linguagem religiosa. Também no mundo bíblico a imagem do pastor de ovelhas foi, por analogia, aplicada às lideranças, tanto religiosas como civis. A liturgia dominical oferece o ensinamento de Jesus, segundo o Evangelho de São João 10,1-10, usando a imagem do Bom Pastor.
“Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobre por outro lugar, é ladrão e assaltante. Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. (…) caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz”. Vamos imaginar a rotina dos pastores, profissão muito difundida, no tempo de Cristo. Ao final do dia, os pastores levavam, normalmente suas poucas ovelhas, a um lugar seguro, provido de porta e vigiado por guarda noturno. O mesmo guarda cuidava de ovelhas de vários proprietários. De manhã, cada pastor, na porta, chamava suas ovelhas para fora e as levava para as pastagens.
A imagem de Deus como pastor vem proposta antes de tudo no salmo 22/23. O salmista simboliza o pastoreio com duas imagens. A primeira faz referência à abundância de alimentação na natureza e a proteção neste ambiente. A segunda referência é a mesa abundante e o clima de acolhida e felicidade. O evangelista acrescenta outros elementos, ainda mais familiares e personalizados. A relação é de intimidade, pois o pastor entra pela porta e chama pelo nome e as ovelhas respondem. Depois as conduz andando na frente e as ovelhas seguem o pastor.
Esta breve descrição tem vários elementos que permitem criar intimidade entre Deus, o Bom Pastor, e todos os que farão parte do seu povo. Antes de fazer parte do rebanho do Senhor, cada fiel teve que abrir a porta para que Deus entrasse. Deus entra pela porta da frente do fiel, isto é, a porta foi-lhe livremente aberta. Esta relação pessoal vai permitir o reconhecimento da voz do pastor; vai criar confiança para se deixar orientar e seguir pelos caminhos que vai conduzindo pelo mundo. O pastor “conduz para fora”. Ficar fechado e recluso vai levar à inanição. Seguir pelo mundo tem os seus riscos, mas o pastor atento é mais forte que as ameaças.
O pastor chama pelo nome, significa que conhece a quem é chamado, tem uma relação pessoal. Não é mais um, um número, ou apenas um num rebanho. O nome distingue entre muitos fazendo que cada pessoa seja única, irrepetível e de dignidade inviolável. Também, diante de Deus cada pessoa é única. “Não tenhas medo, pois eu te resgatei, chamei-te pelo teu nome, tu és meu!” (Isaías 43,1)
Este domingo é o dia “Mundial de Oração pelas Vocações”. O Bom Pastor chama entre os seus seguidores alguns para compartilharem a tarefa do pastoreio na Igreja, particularmente no ministério ordenado como diáconos, presbíteros e bispos. Os fiéis necessitam ter pastores que caminham na frente, no seu meio e atrás. Também é responsabilidade de todos os fiéis se cuidarem mutuamente e despertarem novos pastores.
“Eu sou a porta das ovelhas”. É o segundo grande símbolo ligado ao pastor. É a porta pela qual entram e saem as ovelhas. Jesus se apresenta como a porta de ingresso no mistério e à comunhão com Deus. Revela um Deus presente na história do homem e esta proximidade se revela na condução segura, na doação, sem segundas intenções e interesses mesquinhos. É o pastor que morre em vez das ovelhas. Ela dá vida em abundância. Fonte: www.cnbb.org.br
Após caso no Quênia, conheça outros líderes de seitas que levaram seus seguidores à morte.
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Jonestown, Heaven's Gate e o cerco de Waco são outros casos de cultos religiosos que terminaram com até milhares de mortes
Jim Jones liderou seita americana que levou seus membros para a Guiana — Foto: Reprodução
Por O Globo
O caso do pastor queniano Paul Mackenzie Nthenge, líder de uma seita que teria levado ao menos 90 pessoas à morte através de jejuns extremos "para ver Jesus", não é único. Ao longo da história, outros episódios semelhantes, nos quais lideranças religiosas estimulara ou provocaram a morte de seus próprios seguidores foram registrados, como o caso de Jonestown, do culto Heaven's Gate e o cerco de Waco.
Paul Nthenge foi preso na última semana, suspeito de ser o responsável pelas mortes. Seus seguidores eram estimulados a fazerem longos jejuns com o objetivo de "conhecerem Jesus", segundo as autoridades locais. De acordo com a Cruz Vermelha do Quênia, 212 pessoas foram dadas como desaparecidas. Ao longo dos últimos dias, ao menos 90 corpos foram encontrados em covas na floresta de Shakahola, no leste do Quênia.
Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias AFP, cerca de 50% das vítimas seriam crianças. A grande quantidade de corpos exumados obrigou a uma paralisação nas buscas, já que os necrotérios locais ficaram lotados com a repentina chegada de dezenas de cadáveres. Nas buscas, cerca de 34 pessoas foram encontradas com vida.
Jim Jones (Templo do Povo)
Fundado em meados dos anos 50, a congregação Templo do Povo dos Discípulos de Cristo se tornou popular no estado americano de Indiana, tendo ganho força na Califórnia na década seguinte. Por trás do grupo religioso, estava o pastor Jim Jones, que, nos anos 70, provocou o maior suicídio coletivo da história, com mais de 913 mortes.
Anos antes, denuncias sobre seu estilo messiânico e ditatorial, feitas por ex-membros, levaram Jones a deixar os Estados Unidos e buscar refúgio na Guiana, onde adquiriu um terreno em 1974. Três anos depois, ele e centenas de seguidores se mudaram para o assentamento, batizado em homenagem ao próprio pastor: Jonestown.
A comunidade era isolada, e os contatos com o mundo externo raros. Relatos de punições severas e a presença de guardas armados começaram a surgir. Em 1978, o deputado americano Leo Ryan viajou para a Guiana com o objetivo de verificar a situação do assentamento. Quando se preparava para deixar o local, foi alvo de um atentado e morto a tiros pelos seguidores de Jones. Horas depois, os membros do Templo do Povo ingeriram veneno. Dos 913 mortos, 275 eram crianças e 12 bebês.
Waco, Texas
Liderada pelo americano Vernon Howell, que julgava ser a segunda vinda de Jesus Cristo, uma dissidência dos adventistas do sétimo dia envolveu-se em um conflito com agentes de segurança americanos na cidade de Waco, no estado do Texas, em 1993.
Agentes responsáveis pela fiscalização de armas haviam sido acionados para cumprir um mandado de busca na sede do grupo, em uma propriedade conhecida como Monte Carmel. Acreditava-se que os membros da seita estavam em posse de armamentos proibidos.
Ao tentarem entrar na casa, uma troca de tiros entre os dois grupos teve início, resultando na morte de cinco agentes e cinco seguidores de Howell, que havia mudado o nome para David Koresh. 16 pessoas ficaram feridas no episódio.
Cerca de 50 dias depois, as autoridades americanos fariam a investida final na propriedade. Durante o conflito, um incêndio levou a morte de 76 seguidores da seita.
Marshall Applewhite (Heaven's Gate)
A crença de que a cauda do cometa Hale-Bopp escondia uma nave espacial fez com que 39 pessoas da seita Heaven's Gate (Portão do Paraíso) ingerissem veneno em março de 1997. Na época, a investigação policial concluiu que os mortos não haviam apresentado sinais de resistência.
A seita era baseada na mistura de ideias tiradas da Bíblia e na crença de que os Objetos Voadores Não Identificados tinham origem alienígena.
Iniciado nos anos 70, o grupo teve diferentes nomes ao longo das décadas, mas se manteve sempre sob o comando do casal Marshall Applewhite e Bonnie Nettles, que viajavam pelos Estados Unidos angariando seguidores. Aqueles que se juntavam a seita cortavam os laços com o mundo exterior.
Após a morte de Nettles, o grupo passou a residir na cidade de San Diego, na Califórnia, onde as mortes aconteceram. Em meados dos anos 90, desenvolveram a ideia de que caso, caso morressem durante a passagem do cometa Hale-Bopp, suas almas adrentariam a nave espacial que viajava escondida no rastro da rocha espacial. Fonte: https://oglobo.globo.com
CNBB é criticada por religiosos por 'absolutismo da brancura' na eleição de seus dirigentes.
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OUTRO LADO: Procurada, a CNBB não respondeu até a publicação deste texto
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) se tornou alvo de duras críticas após eleger, no início desta semana, apenas arcebispos e bispos brancos para a sua diretoria nacional. Uma carta assinada por um padre e por um frei acusa a instituição de perpetuar o "pacto da branquitude" e o "absolutismo da brancura" ao supostamente ignorar candidatos negros para os postos.
"É vantajoso ser bispo branco na Igreja", diz o documento, de autoria do frei David Santos e do padre Geraldo Natalino, conhecido como padre Gegê. Ambos se autodeclaram negros. "É evidente que os brancos (no caso, os bispos) não promovem reuniões às cinco da manhã para definir como vão manter os seus privilégios e excluir os negros. Mas é como se assim fosse. As exclusões acontecem às claras", segue a carta.
"Olhando para as faces dos bispos eleitos, como não discutir o racismo na estrutura de poder que ainda domina a Igreja Católica do Brasil? Como não debater a existência silenciosa do 'pacto da branquitude' na Igreja do Brasil?", diz ainda, em referência à obra da doutora em psicologia e colunista da Folha Cida Bento.
O frei e o padre ainda evocam o caso da agressão cometida pela ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias contra o entregador de aplicativo Max Angelo, no Rio de Janeiro, para comparar o ato violento com a postura da CNBB diante da escolha de sua direção.
"Como a ex-atleta branca chicoteou o homem negro à luz do sol, de forma diferente a CNBB chicoteia a pupila de nossos olhos com o absolutismo da brancura de seu quadro, em pleno dia. E isso é excludente; isso é triste; isso é feio; mas isso é feito!", afirma o texto.
"O racismo na Igreja precisa ser enfrentado. Olhe aí em sua diocese: onde estão trabalhando os padres negros? Quase sempre, nas paróquias deficitárias", continua.
Procurada pela coluna, a CNBB não respondeu até a publicação deste texto.
Coautor da carta, frei David Santos é fundador e diretor-executivo da Educafro. A ONG participou da negociação do Termo de Ajustamento de Conduta milionário com o Carrefour após um homem negro ser morto por asfixia em uma unidade da rede. Segundo a Educafro, a indenização por dano coletivo racial no valor de R$ 115 milhões é a maior da América Latina.
"O que mais me machuca é saber que em vez de a Igreja influenciar a classe dominante para acabar com os seus erros, a Igreja é influenciada pela classe dominante para reproduzir os erros dela", afirma o frei à coluna. "Essa imitação da Igreja dos erros da classe dominantes a afasta de Jesus Cristo."
Frei David defende que seja realizado um novo concílio para que se discuta a questão racial dentro da Igreja. Segundo ele, o último encontro ecumênico que tratou do tema ocorreu em 1988 —e foi marcado por forte reação de arcebispos que discordavam da abordagem.
"No Brasil, 56,1% são negros. Como bispos negros, não chegamos a ser 5%. A exclusão é cruel mesmo e precisa ser discutida intensamente", afirma o frei.
A CNBB elegeu na segunda-feira (24) o arcebispo de Porto Alegre e atual primeiro vice-presidente da instituição, dom Jaime Spengler, para o cargo de presidente. A posse deve ocorrer na sexta (28), e ele ficará no cargo de 2023 a 2027.
Dom Jaime foi eleito em terceiro escrutínio, o qual pede maioria simples dos votos, de acordo com a CNBB. Dom Jaime será o 14º presidente da Conferência.
A primeira vice-presidência da CNBB será ocupada nos próximos anos por dom João Justino de Medeiros Silva, e a segunda, por dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa. O cargo de secretário-geral, por sua vez, será de dom Ricardo Hoepers.
Leia, abaixo, a íntegra da carta escrita por frei David Santos e por padre Gegê com críticas à eleição:
"Eleições na CNBB: respeita o Brasil ou é o 'pacto da branquitude'?
Pe. Gege e Frei David Santos OFM
É vantajoso ser bispo branco na Igreja! Findam as eleições para a direção nacional, para os cargos de poder da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e, para escândalo e vexame nossos, não há sequer um bispo negro entre os eleitos. Olhe: temos o Archebispo Dom Zanin e muitos outros. É inevitável não trazer para o debate a potente noção de 'pacto da branquitude' formulada por Cida Bento, na obra com o mesmo título.
A aurora é Doutora em psicologia, referência na luta antirracista em empresas e organizações, e em 2015 foi eleita pela revista britânica The Economist uma das cinquenta pessoas mais influentes no mundo no âmbito da diversidade.
As palavras de Cida Bento servem justa e adequadamente para as eleições recentes na CNBB:
'É evidente que os brancos (no caso, os bispos) não promovem reuniões às cinco da manhã para definir como vão manter os seus privilégios e excluir os negros. Mas é como se assim fosse'. As exclusões acontecem às claras!
Em conclusão, como a ex-atleta branca chicoteou o homem negro à luz do sol, de forma diferente a CNBB chicoteia a pupila de nossos olhos com o absolutismo da brancura de seu quadro, em pleno dia. E isso é excludente; isso é triste; isso é feio; mas isso é feito!
Olhando para as faces dos bispos eleitos, como não discutir o racismo na estrutura de poder que ainda domina a Igreja Católica do Brasil?
Como não debater a existência silenciosa do 'pacto da branquitude' na Igreja do Brasil?
O racismo na Igreja precisa ser enfrentado. Olhe aí em sua diocese: onde estão trabalhando os padres negros? Quase sempre, nas paróquias deficitárias. De cada 10 padres, escolhidos para se formarem em Roma: quantos são negros?"
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Quem é o líder da seita suspeito de levar ao menos 89 pessoas à morte com 'jejum para ver Jesus', no Quênia
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Ex-taxista, o pastor Paul Mackenzie Nthenge fundou a própria igreja ainda em 2003
Pastor Paul Mackenzie Nthenge foi preso no Quênia; ele é suspeito de envolvimento nas mortes de ao menos 73 pessoas Reprodução
Por AFP
Acusado de ter levado seus seguidores a morrerem de fome no leste do Quênia, Paul Mackenzie Nthenge é um taxista que virou "pastor" em 2003, e cuja pregação extrema o levou duas vezes à prisão desde 2017. Ao todo, 89 corpos, incluindo o de crianças, foram encontrados ao longo dos últimos quatro dias, segundo um balanço provisório atualizado nesta terça-feira.
Os investigadores trabalham em uma floresta de 325 hectares, que fica próxima da cidade costeira de Malindi, em busca de valas comuns. De acordo com a Cruz Vermelha queniana, 212 pessoas foram registradas como desaparecidas.
A polícia havia apresentado o líder desta "Igreja" como Mackenzie Nthenge em um relatório de 14 de abril, quando as forças de ordem local intervieram depois de receber denúncias sobre "cidadãos mortos de fome com o pretexto de conhecer Jesus depois de terem passado por uma lavagem cerebral".
Nthenge sabia que era procurado e se entregou à polícia na noite de 14 de abril. Nos documentos judiciais consultados pela AFP, seu nome é Paul Mackenzie Nthenge, mas, no site de sua organização na internet, diz-se que esta foi "criada em 17 de agosto de 2003 pelo seguidor de Deus PN Mackenzie". O ministro do Interior, Kithure Kindiki, citou a possibilidade de indiciá-lo por "terrorismo".
Com sucursais em várias regiões do Quênia, a Igreja Internacional das Boas Novas conta com mais de 3.000 membros, mil deles na cidade costeira de Malindi.
'Os últimos tempos'
Paul Mackenzie Nthenge difundia um programa intitulado "Mensagem dos últimos tempos" que evocava "ensinamentos, pregações e profecias sobre o final dos tempos, comumente chamados escatologia". Ele dizia "levar o evangelho do nosso senhor Jesus Cristo livre do engano e do intelecto do homem".
Também lançou um canal no YouTube em 2017, no qual se podem encontrar vídeos de seus sermões em sua igreja em Malindi, onde alertava enfaticamente seus fiéis sobre práticas "demoníacas" como usar perucas e fazer transações digitais sem dinheiro vivo.
Este ano, foi preso pela primeira vez por "radicalização", por ter promovido a não escolarização das crianças, afirmando que a educação não era reconhecida pela Bíblia.
Ele afirma ter criado sua igreja dois anos depois para se estabelecer no povoado florestal de Shakahola. "Tive a revelação de que tinha chegado a hora de parar", declarou em 25 de março ao jornal The Nation. "Só rezo comigo mesmo e com aqueles que escolheram acreditar", afirmou.
Dias antes, ele foi preso novamente "após ser vinculado à morte de duas crianças que, supõem-se, teriam morrido de fome por instruções deste criminoso", disse Japhet Koome nesta segunda. Segundo o chefe da polícia do Quênia, ele havia recomendado a seus seguidores "jejuar até a morte para se encontrar com seu criador".
Ele teria sido solto graças a uma fiança de US$ 700. Em sua entrevista ao The Nation, dizia estar "chocado com as acusações contra ele".
Isto ocorreu algumas semanas antes de a polícia encontrar as primeiras vítimas na floresta de Shakahola: 15 de seus seguidores, muitos deles debilitados e abatidos. Quatro morreram enquanto eram transferidos para o hospital. Fonte: https://oglobo.globo.com
DOM JAIME SPENGLER É ELEITO PRESIDENTE DA CNBB PARA O QUADRIÊNIO 2023 – 2027
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O arcebispo de Porto Alegre (RS) e atual primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler, foi eleito 14º presidente da CNBB nesta segunda-feira, 24 de abril. Ele estará à frente da Presidência da entidade de 2023 a 2027.
A eleição foi realizada na segunda sessão na manhã desta segunda-feira. Dom Jaime foi eleito em terceiro escrutínio, por maioria simples. O anúncio foi feito no início da sessão reservada, no auditório Noé Sotillo, no período da tarde.
Perguntado pelo atual presidente, dom Walmor Oliveira de Azevedo, se aceita a função a ele confiada pelo episcopado brasileiro, conforme prevê o Estatuto, dom Jaime respondeu:
“Com humildade, simplicidade, temor e tremor, mas sobretudo na fé, em espírito de comunhão e colaboração, sim!”,
Biografia e trajetória eclesial
Dom Jaime Spengler nasceu em 6 de setembro de 1960, em Gaspar (SC). Ingressou na Ordem dos Frades Menores, também conhecida por Ordem de São Francisco (Franciscanos) em 20 de janeiro de 1982, pela admissão no Noviciado na cidade de Rodeio (SC). Cursou Filosofia no Instituto Filosófico São Boaventura, de Campo Largo (PR), e Teologia no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ), concluindo-o no Instituto Teológico de Jerusalém, em Israel.
Foi ordenado sacerdote em 17 de novembro de 1990, na sua cidade natal. Fez doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, e atuou dentro da Ordem dos Frades Menores em diversas missões e cidades do país até 2010, quando foi nomeado pelo Papa Bento XVI como bispo auxiliar da arquidiocese de Porto Alegre. A ordenação episcopal, presidida por dom Lorenzo Baldisseri, núncio apostólico no Brasil na ocasião, ocorreu dia 5 de fevereiro de 2011, na paróquia São Pedro Apóstolo, em Gaspar.
Dom Jaime Spengler é arcebispo metropolitano de Porto Alegre desde 18 de setembro de 2013, quando foi nomeado pelo Papa Francisco que, concomitantemente, recebeu o pedido de renúncia de dom Dadeus Grings. Escolheu como seu lema episcopal “Gloriar-se na Cruz” (Cl 6,14) – In Cruce Gloriari.
No quadriênio de 2011 a 2015, foi membro da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenado e a Vida Consagrada da CNBB. Em 2015, foi eleito presidente desta comissão. Entre os destaques de sua atuação à frente do colegiado, consta a aprovação das novas Diretrizes para a Formação de Presbíteros da Igreja no Brasil, em 2018.
Em maio de 2019, foi eleito primeiro vice-presidente da CNBB. Também é o bispo referencial da CNBB para o Colégio Pio Brasileiro, em Roma. Exerce ainda as funções de vice-presidente da Comissão Especial para o Acordo Brasil-Santa Sé da CNBB e bispo referencial CNBB – Regional Sul 3 para Vida Consagrada e Ministérios Ordenados. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Padre cantando sucesso de Xande de Pilares em missa no RJ viraliza: ‘Tradução da vida dos brasileiros’
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Cena foi filmada por Ito Melodia, intérprete da Unidos da Tijuca, que também cantou com o sacerdote. Além de Xande de Pilares, Carlinhos Madureira e Gilson Bernini também assinam a autoria de 'Tá Escrito'.
Por Cristina Boeckel, Eduardo Pierre e Enildo Viola, g1 Rio e TV Globo
O vídeo de um padre cantando o samba ‘Tá escrito’, hit na voz de Xande de Pilares, no meio da própria missa, está fazendo sucesso nas redes sociais. O pároco Ataniel Silva, da Igreja de São Jorge e Nossa Senhora da Glória, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, aparece puxando um animado coro em uma nave lotada.
Ataniel comanda o rebanho do Jardim Primavera há 31 anos. Ele conta que a escolha da música, que é sempre cantada na hora do abraço da paz nas missas do terceiro domingo do mês, é por tocar os corações dos fiéis.
“Essa música é a tradução da vida dos brasileiros. E tem uma frase que eu gosto e que é muito ligada aos devotos de São Jorge, conhecido como Santo Guerreiro. A parte que fala que: ‘Guerreiro não foge da luta e não pode correr, ninguém vai poder atrasar quem nasceu para vencer’ é uma frase muito feliz”, disse o padre Atanael.
A tradição de cantar a música não é nova. Padre Atanael conta que a igreja é muito querida entre os sambistas e recebe músicos ligados a todas as escolas de samba do Rio de Janeiro. E ele se prepara para o Dia de São Jorge, no próximo domingo (23).
“A gente canta essa música há uns anos. São Jorge é muito querido no mundo do samba. E muitos vão lá. Tem gente de todas as escolas. No domingo, muitos deles vão celebrar o Santo Guerreiro”, disse Atanael.
Uma curiosidade sobre o vídeo que circula nas redes sociais é o cinegrafista das imagens. Trata-se de Ito Melodia, atual voz da Unidos da Tijuca, mas que já passou por União da Ilha, Porto da Pedra e Império Serrano. Ito é filho de Aroldo Melodia, que também fez história como cantor das escolas de samba do Rio.
E Ito, além de filmar, solta a voz ao lado do sacerdote.
“Nós o gravamos cantando, fiz esse vídeo com ele. Ele sempre canta mais para o fim da missa, entre outras canções”, explicou Ito Melodia.
As imagens foram gravadas na missa do último domingo (16). Ito, inclusive, não descarta uma parceria com ele em uma de suas composições e elogia a capacidade do padre.
“O padre canta muito. Cantor mesmo, sambista”, completou Ito Melodia.
Xande de Pilares, que é o autor da música ao lado de Carlinhos Madureira e Gilson Bernini, conta que já cantou na missa do padre Atanael no ano passado e se emocionou.
“Eu já conheço o padre há um tempo. E teve uma mobilização para que eu assistisse à missa. Eu fui ano passado e foi emocionante para caramba”, contou Xande ao g1.
A capacidade da música em circular em diversos ambientes chama a atenção. Além de ser hit na igreja em Duque de Caxias, a canção já foi cantada por Caetano Veloso, foi eleita pelos jogadores da seleção brasileira como tema do time na Copa do Mundo de 2014 e foi tema de abertura da novela A Dona do Pedaço.
“A gente não tem noção do que é capaz. Essa música traz coisas boas para mim e para meus parceiros. Fiquei muito feliz”, finalizou Xande de Pilares. Fonte: https://g1.globo.com
COMUNIDADES TÊM ATÉ PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO PARA COMEÇAR A USAR NOVA TRADUÇÃO DO MISSAL ROMANO
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Dom Edmar apresenta prazo para uso do Missal Romano | Foto: Victória Holzbach/CNBB Sul 3
Por Juliana Mastelini Moyses/Arquidiocese de Londrina (PR)
A Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentou, no início deste segundo dia de 60ª Assembleia Geral, 20 de abril, o processo de adaptação da Igreja do Brasil à tradução brasileira da terceira edição do Missal Romano. Como foi decidido na última reunião do Conselho Permanente da CNBB, realizada em março, as comunidades de todo país têm até o Advento para começar a utilizar os novos textos nas celebrações da missa.
“O uso dos textos da terceira edição serão facultativos até o primeiro domingo do Advento e depois será obrigatório”, explicou o bispo de Paranaguá (PR) e presidente da Comissão para a Liturgia, dom Edmar Peron.
Na missa de ontem, 19 de abril, primeiro dia de assembleia, os bispos já utilizaram os textos da tradução brasileira na Missa com Vésperas, na Basílica Nacional de Aparecida. A celebração marcou o início do uso da terceira edição do Missal Romano no Brasil, cujo processo de tradução e aprovação levou 19 anos.
Dom Edmar explicou que não se trata de um “novo missal” inaugurando uma nova forma de liturgia, como em 1965 pós Concílio Vaticano II, mas a tradução da terceira edição típica do Missal Romano, “o missal pós Concílio Vaticano II, também chamado Missal de Paulo VI”, ressaltou. A terceira edição foi promulgada em 2002 por São João Paulo II e revisada em 2008, com o objetivo de incorporar as disposições litúrgicas e canônicas desde a segunda edição típica, de 1975.
“A Igreja é dinâmica”, afirmou dom Edmar, e precisava incorporar essa dinâmica nos textos do missal. Mas o trabalho das conferências não foi apenas inserir coisas novas, ressaltou, mas principalmente revisar a tradução do missal.
Recepção nas comunidades
Dom Edmar apresentou três aspectos fundamentais para a recepção do missal nas comunidades. O primeiro é ter claro que o livro por si só não basta, é preciso “passar do livro à celebração”. E aí o papel fundamental do bispo em promover uma educação litúrgica. “Nós somos, pela Cristus Dominus, moderadores, promotores e guardiães de toda vida litúrgica da nossa Igreja”, reforçou dom Edmar.
O segundo aspecto é rever o modo de bem celebrar a liturgia. Esta é, explica, um evento de salvação e não apenas rubricas a serem seguidas. “Não celebramos para observar rubricas, celebramos com elas o evento de salvação. Rito não é rubrica a ser observada, mas uma ação de Cristo e da Igreja a ser celebrada”, destaca dom Edmar.
Por fim, não haverá recepção autêntica do missal se este não se tornar fonte da vida espiritual. Segundo a Sacrossantun Conciliun, cita o bispo, a “plena e ativa participação de todo o povo” possibilita que a Liturgia seja, de fato a primeira fonte onde os fiéis vão beber o “espírito genuinamente cristão” (14).
“A meditação contínua (uma “leitura orante”) dos textos do missal o tornarão novos e fonte de nossa vida espiritual”, concluiu dom Edmar.
Folhetos diocesanos
Os textos do missal serão disponibilizados integralmente pelas Edições CNBB às dioceses que têm folhetos próprios das missas, em tempo hábil para atender a obrigatoriedade do uso no primeiro domingo do Advento. As dioceses podem entrar em contato com a editora para solicitar o material.
Relatório da Comissão para a Doutrina da Fé
Ainda na primeira parte da manhã, a Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé apresentou um relato, como última contribuição aos bispos antes da nova eleição. O bispo da diocese de Santo André (SP) e presidente da comissão, dom Pedro Carlos Cipollini, partiu de uma análise da fé num momento de mudança de época para falar de luzes e sombras na vida de fé da Igreja. Dom Pedro apontou questões desafiadoras que exigem “reflexão e vigilância constante”.
“Muitos já separaram a vivência da fé, a prática da fé, da religião e da própria vida”, falou dom Pedro. “É preciso, portanto, retomar, recomeçar, a partir de Jesus Cristo (CELAM, Documento de Aparecida, 244-245). Voltar a Jesus Cristo, às origens é voltar ao essencial, retomar o ‘coração da fé’, ao Evangelho do Reino.” Por isso, é preciso transmitir “uma fé capaz de dar esperança para sustentar a vida do povo”.
“Confiemos na ação do Espírito, enviado sobre os apóstolos em Pentecostes”, concluiu dom Pedro Cipollini. Fonte: https://www.cnbb.org.br
AMEAÇAS À COMUNHÃO ECLESIAL SÃO APONTADAS EM ANÁLISE DE CONJUNTURA ECLESIAL DURANTE A 60ª AG CNBB
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AMEAÇAS À COMUNHÃO ECLESIAL SÃO APONTADAS EM ANÁLISE DE CONJUNTURA ECLESIAL DURANTE A 60ª AG CNBB
Crédito: Jaison Alves/ regional Sul 4
Na última sessão da 60ª Assembleia Geral da CNBB, a terceira desta quarta-feira, 19 de abril, o episcopado brasileiro se reuniu no auditório Noé Sotillo, do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, para apreciar o trabalho do grupo de análise de conjuntura eclesial da CNBB, coordenado pelo arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cézar Costa, com o tema “as ameaças à comunhão eclesial no atual contexto sociopolítico e pastoral”.
A análise foi dividida em três partes – diagnóstico (cenário interno e externo); análise e prognóstico. Como um dos pontos do cenário externo, o estudo trouxe a polarização como chave de compreensão. “Contribuiu para isso um ecossistema comunicacional pós-redes sociais, pois reduziu a economia da informação à caça desesperada por cliques”.
Outros aspectos que contribuíram para o cenário externo, conforme o estudo, foram as guerras culturais e as manifestações. “No Brasil, a polarização foi aproveitada pela extrema direita para recuperar as insatisfações das manifestações de 2013”. Conforme a análise, as manifestações são expressões do antagonismo entre governantes e governados, classe política e população, instituições e os que a representam.
O texto apontou também as matrizes que estão na origem da polarização no Brasil, como o militarismo, o antiintelectualismo, o empreendedorismo, o libertarismo econômico, o anticomunismo e o combate à corrupção. “O encontro desse conservadorismo traz individualismo, punitivismo, valorização da ordem acima da lei; e as condições afetivas trazem humilhação diante de situações de desemprego, subemprego”. A análise eclesial salientou ainda que as redes sociais são determinantes e que a mídia digital facilita a comunicação rápida, mas que também cria bolhas.
Foram salientadas as oportunidades do cenário externo para a missão evangelizadora da Igreja, como o uso dos símbolos religiosos e o uso inteligente das tecnologias digitais. E como prognóstico foram apontadas as dinâmicas eclesiais e pastorais para enfrentar a polarização. O texto sugere, por exemplo, que cabe aos bispos “aproximar-se, expressar-se, ouvir-se, olhar-se, conhecer-se, esforçar-se por entender-se, procurar pontos de contato”.
Outro ponto destacado e que precisa ser corrigido pelos bispos, segundo o texto, é a questão da religiosidade popular, sobretudo mariana, que enfatiza a perspectiva da “manifestação”. “Ela necessita ser corrigida com a dimensão da proclamação; para isso: formação bíblica”.
Por último, foi também sugerido na análise que fosse criado um observatório de mídias digitais, pelas dioceses, para que se faça um acompanhamento do que é publicado nas mídias digitais. Além disso, houve a sugestão para que se priorize a formação nos seminários e a continuação do caminho sinodal iniciado em 2021, como um caminho de conversação espiritual. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Sexta-feira, 14 de abril-2023. Oitava da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que no Sacramento pascal restaurastes vossa aliança, reconciliando convosco a humanidade, concedei-nos realizar em nossa vida o mistério que celebramos na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 21, 1-14)
Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele. 3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Nós vamos contigo”. Saíram, entraram no barco, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já de manhã, Jesus estava aí na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Ele perguntou: “Filhinhos, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. 6Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo que Jesus mais amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros. 9Quando chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. 11Então, Simão Pedro subiu e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
3) Reflexão
O Capítulo 21 do evangelho de São João parece um apêndice que foi acrescentado mais tarde depois que o evangelho já estava terminado. A conclusão do capítulo anterior (Jo 20,30-31) ainda deixa perceber que se trata de um acréscimo. De qualquer maneira, acréscimo ou não, é Palavra de Deus que traz uma bonita mensagem de ressurreição para esta sexta-feira da semana de Páscoa.
João 21,1-3: O pescador de homens volta a ser pescador de peixes. Jesus morreu e ressuscitou. No fim daqueles três anos de convivência com Jesus, os discípulos voltaram para a Galiléia. Um grupo deles está de novo diante do lago. Pedro retoma o passado e diz: “Eu vou pescar!” Os outros disseram: “Nós vamos com você!” Assim, Tomé, Natanael, João e Tiago junto com Pedro saíram de barco e foram pescar. Retomaram a vida do passado como se nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu. Algo estava acontecendo! O passado não voltou! “Não pagaram nada!” Voltaram à praia cansados. Foi uma noite frustrante.
João 21,4-5: O contexto da nova aparição de Jesus. Jesus estava na praia, mas eles não o reconheceram. Jesus pergunta: “Moços, por acaso vocês alguma coisa para comer?” Responderam: “Não!” Na resposta negativa reconheceram que a noite tinha sido frustrante e que não pescaram nada. Eles tinham sido chamados para serem pescadores de homens (Mc 1,17; Lc 5,10), e voltaram a ser pescadores de peixes. Mas algo mudou em suas vidas! A experiência de três anos com Jesus provocou neles uma mudança irreversível. Já não era possível voltar para atrás como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado.
João 21,6-8: Lancem a rede do lado direito do barco e vocês vão encontrar. Eles fizeram algo que, provavelmente, nunca tinham feito na vida. Cinco pescadores experimentados obedecem a um estranho que mandou fazer algo que contrastava com a experiência deles. Jesus, aquela pessoa desconhecida que estava na praia, mandou que jogassem a rede do lado direito do barco. Eles obedeceram, jogaram a rede, e foi um resultado inesperado. A rede ficou cheia de peixes! Como era possível! Como explicar esta surpresa fora de qualquer previsão? O amor faz descobrir. O discípulo amado diz: “É o Senhor!” Esta intuição clareou tudo. Pedro se jogou na água para chegar mais depressa perto de Jesus. Os outros discípulos vieram mais devagar com o barco arrastando a rede cheia de peixes.
João 21,9-14: A delicadeza de Jesus. Chegando em terra, viram que Jesus tinha aceso umas brasas e que estava assando peixe e pão. Ele pediu que trouxessem mais uns peixes. Imediatamente, Pedro subiu no barco, arrastou a rede com cento e cinquenta e três peixes. Muito peixe, e a rede não se rompeu. Jesus chamou a turma: “Venham comer!” Ele teve a delicadeza de preparar algo para comer depois de uma noite frustrada sem pescar nada. Gesto bem simples que revela algo do amor com que o Pai nos ama. “Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14,9). Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. E evocando a eucaristia, o evangelista João completou: “Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles”. Sugere assim que a eucaristia é o lugar privilegiado para o encontro com Jesus ressuscitado.
4) Para um confronto pessoal
1) Já aconteceu com você ter que te pediram jogar a rede do lado direito do barco da sua vida, contrariando toda a sua experiência? Você obedeceu? Jogou a rede?
2) A delicadeza de Jesus. Como é a sua delicadeza nas coisas pequenas da vida?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, porque ele é bom; pois eterno é seu amor. Que Israel diga: eterno é seu amor. Que a casa de Aarão diga: eterno é seu amor. Digam os que temem o SENHOR: eterno é seu amor. (Sl 117, 1-4)
16 de abril: Domingo da Misericórdia
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Dom Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)
“Amei-te com amor eterno; por isso atraio-te a mim, cheio de misericórdia…” (Jr 31, 3). Ef. 2,4
O amor de Deus pela humanidade é visível, palpável e real. Da criação do mundo aos nossos dias, o Senhor não se cansa de nos atrair a Si mesmo e ao seu Divino Coração, oferecendo-nos a sua infinita Misericórdia. Deus é Amor, no sentido mais verdadeiro que se possa sentir e partilhar. Um Amor que ultrapassa nosso entendimento, mas que se expressa em sinais, gestos, palavras e graças abundantes. O dom da fé propicia a cada um de nós essa experiência e vivência de amar e sermos amados por Deus, mesmo quando menos merecemos.
Na Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus pudemos experenciar toda bondade e compaixão do Pai para conosco e, para que possamos interiorizar essa grande experiência de amor e encontro com Cristo, a Igreja estende esses dias de júbilo a toda essa semana: estamos vivendo a Semana Pascal, que culmina no Domingo da Divina Misericórdia. Instituído oficialmente pelo Papa São João Paulo II no ano 2000 e comemorada imediatamente no primeiro domingo que sucede ao da Ressurreição, a Festa da Divina Misericórdia deseja nos fazer imergir diretamente na Fonte Única e repleta de compaixão e bondade: o Coração Misericordioso de Cristo. Impossível para nós alcançarmos a profundidade do Amor que Deus dispõe gratuitamente para que permaneçamos Nele. O Senhor é compassivo, paciente e acolhedor, é um Deus que ama incondicionalmente cada um de nós, a ponto de nos salvar pelo sacrifício de seu Filho na Cruz. Oferece-se a Si mesmo, em Cristo Jesus, para que retornemos a Ele, para que não nos percamos nos tantos caminhos que o mundo oferece nos direcionando para longe Dele.
A Festa da Divina Misericórdia relembra aos homens a presença amorosa de Cristo em nosso meio, Vivo e Ressuscitado, caminhando conosco em todos os momentos, desejoso de que sejamos cada vez mais unidos ao Pai, numa proximidade tal que supra nossas necessidades reais de encontramos o verdadeiro Amor. É desejo do Filho que nos aproximemos do Pai, que tomemos posse da Misericórdia Divina e da graça imensa derramada sobre aqueles que O buscam.
Do Coração de Cristo traspassado pela lança, jorrou Água e Sangue. Água que purifica, restaura e nos faz comprometidos com as promessas do Batismo que renovamos na noite Santa da Vigília Pascal. Sangue que, penetrando o mais profundo da Terra, tornou-nos merecedores da Salvação Eterna. “Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus, como fonte de Misericórdia para nós, eu confio em Vós!” Sabemos que fomos salvos por compaixão e bondade de Deus, conforme nos fala a Sagrada Escritura: “Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isso não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus” (Ef 2,8). Temos um Deus Misericordioso que se revela paciente, bondoso, compassivo e repleto de ternura, sempre pronto a proteger, buscar, perdoar e, como na parábola do Filho pródigo, Deus é o Pai que festeja a volta do filho que estava distante. Se soubéssemos o quanto somos dependentes e necessitados da Misericórdia do Pai, não tardaríamos a tomar posse de tão grande Graça.
Jesus Ressuscitado é fonte de amor e de perdão, de acolhimento e de Misericórdia, Nele podemos ver a chama ardente do amor misericordioso que se consome pela nossa salvação. Voltemo-nos para a Fonte Cristalina, onde jorram amor e compaixão infinitos, deixemo-nos inundar pelos raios misericordiosos do Salvador. Que sejamos homens e mulheres corajosos e decididos, que não tenhamos receio de irmos até a Fonte que é Jesus e nos encharcarmos com a sua infinita Misericórdia! Que a Virgem Maria, Mãe de Misericórdia nos auxilie, tomando-nos pelas mãos e nos guiando até Cristo Ressuscitado e Misericordioso. Fonte: www.cnbb.org.br
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