BISPOS DO BRASIL, REUNIDOS NA 59ª AG CNBB, ENVIAM CARTA AO PAPA FRANCISCO
- Detalhes
O episcopado brasileiro, reunido na 59ª Assembleia Geral da Conferência Geral dos Bispos do Brasil (AG CNBB) desde domingo, 28 de agosto, aprovou e enviou um carta encaminhada ao Papa Francisco na segunda-feira, 29 de agosto. No documento, afirmaram que “Comunhão, participação e missão”, o mesmo tema do Sínodo dos Bispos de 2023 convocado pelo Santo Padre, constituem a inspiração e o critério das duas etapas da 59ª Assembleia Geral.
“Esta inspiração foi enriquecida pela conclusão da fase diocesana do Sínodo em todas as Igrejas Particulares do Brasil o que nos proporcionou a oportunidade de conhecer um retrato da escuta sinodal realizada nas comunidades eclesiais de todo o nosso País”, escreveram.
Os bispos destacam na carta que neste ano comemora-se os 200 anos da Independência do Brasil (1822 – 2022). “Neste contexto, a sociedade brasileira se encaminha para a eleição dos seus representantes legislativos e executivos, em âmbito nacional e estadual. Contudo, observamos que os contextos da comemoração histórica e do exercício democrático de direito desenvolvem-se sob clima de tensão entre os Poderes da República”, expressaram.
No documento, os prelados disseram que a Conferência Episcopal do Brasil tem se esforçado para animar as pessoas e as organizações da sociedade civil, através do Pacto pela Vida e pelo Brasil, dentro da tônica de amizade e cooperação social, em vista do bem comum, proposta na Carta Encíclica Fratelli Tutti. “Acreditamos na irrenunciável missão de nos empenharmos na promoção da pessoa humana à luz da fé cristã. Nesta tarefa, em que reconhecemos a essência do humanismo solidário cristão”, afirmaram na carta.
Integra da Carta
Aparecida - SP, 29 de agosto de 2022 P – Nº. 0272/22
Estimado Papa Francisco, Com nossas saudações e votos de saúde e paz, servimo-nos do presente para cumprimentá-lo, no contexto da etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Conselho Permanente da CNBB optou por uma Assembleia em duas partes. A primeira foi realizada em abril, e aconteceu com participação remota. A segunda está acontecendo nestes dias, em Aparecida – SP, com presença física, conforme o Senhor nos permitiu.
Nossa Assembleia realiza-se no contexto da celebração dos 70 anos da CNBB e dos 15 anos da Conferência de Aparecida. Nesse clima, nos encaminhamos, em espírito de colegialidade e sinodalidade, para a realização do 18º Congresso Eucarístico Nacional a realizar-se em novembro próximo, na Arquidiocese de Olinda e Recife, com o tema “Pão em todas as mesas”. Também se aproxima o III Ano Vocacional com o tema “Vocação: graça e missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33), a ser aberto oficialmente na Solenidade de Cristo Rei.
“Comunhão, participação e missão” constituem a inspiração e o critério das duas etapas da 59ª Assembleia Geral. Esta inspiração foi enriquecida pela conclusão da fase diocesana do Sínodo em todas as Igrejas Particulares do Brasil o que nos proporcionou a oportunidade de conhecer um retrato da escuta sinodal realizada nas comunidades eclesiais de todo o nosso País.
Nesta 2ª etapa da 59ª Assembleia, nos ocupamos da votação de quatro textos sumamente importantes para a Conferência Episcopal e para a Igreja no Brasil: 1. a atualização do Estatuto da CNBB, resultado de três anos de reflexões, escutas e discernimentos; 2. as traduções das orações eucarísticas do Missal Romano e a votação final da tradução da 3ª Edição típica; 3. critérios e orientações para a instituição do Ministério do Catequista e do Rito de Instituição; 4. e o documento da Animação Bíblica da Vida e da Pastoral da Igreja no Brasil.
Abordamos também, nestes dias, a pesquisa “Saúde Integral do Clero”, que busca traçar um diagnóstico do estado da saúde dos ministros ordenados. Observamos que muitos dos problemas de sofrimento psíquico, cansaço por sobrecarga de atividades, experiências de solidão, estilo de vida sedentário e pouco saudável, que já existiam de modo latente, foram agravados com a pandemia de Covid-19. Desejamos com esta pesquisa encontrar caminhos de acompanhamento pastoral dos ministros ordenados, no horizonte da melhora da nossa qualidade de vida e de ministério.
O Brasil neste ano comemora 200 anos da sua Independência (1822 – 2022). Neste contexto, a sociedade brasileira se encaminha para a eleição dos seus representantes legislativos e executivos, em âmbito nacional e estadual. Contudo, observamos que os contextos da comemoração histórica e do exercício democrático de direito desenvolvemse sob clima de tensão entre os Poderes da República.
A Conferência Episcopal tem se esforçado para animar as pessoas e as organizações da sociedade civil, através do Pacto pela Vida e pelo Brasil, dentro da tônica de amizade e cooperação social, em vista do bem comum, proposta na Carta Encíclica Fratelli Tutti. Acreditamos na irrenunciável missão de nos empenharmos na promoção da pessoa humana à luz da fé cristã. Nesta tarefa, em que reconhecemos a essência do humanismo solidário cristão.
Querido Papa Francisco, nós, bispos, manifestamos-lhe proximidade fraterna e apoio no exercício do seu ministério petrino, serviço exigente e indispensável à unidade e comunhão da Igreja Católica. Em que pesem os desafios, o seu testemunho segue luminoso e fecundo para vida da Igreja.
Estamos também em comunhão com o consistório que ora se realiza. Alegramonos, de modo particular, pela nomeação cardinalícia de Dom Leonardo Ulrich Steiner e Dom Paulo Cézar Costa. Seguimos esperançosos e animados pela continuidade das visitas Ad Limina.
Asseguramos-lhe as nossas preces junto a Deus. Com a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, rogamos bênçãos profusas sobre Vossa Santidade e seu ministério, ao tempo, em que lhe pedimos que reze sempre por nós e nos confirme no seguimento de Cristo, por sua proximidade e Bênção Apostólica.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte - MG
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre - RS
1º Vice-Presidente
Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá - MT 2º Vice-Presidente
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro - RJ
Secretário-Geral
Fonte: https://www.cnbb.org.br
Assembleia Geral da CNBB: aprovado o primeiro bloco referente à tradução do Missal Romano
- Detalhes
O presidente da CNBB e arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor de Azevedo recordou os 70 anos da CNBB lançando um olhar “sobre essa história de 70 anos e que ela ilumine o caminho que nós vamos percorrer nesses dias”. Conversamos com o primeiro vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler.
Silvonei José – Aparecida - Vatican News
Segundo dia de trabalhos da fase presencial da 59ª Assembleia Geral da CNBB, que teve início ontem de manhã (29/08) no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, no Santuário de Aparecida. No início dos trabalhos de ontem a presidência da CNBB destacou os principais assuntos que serão tratados durante a semana e deram boas-vindas a todos os presentes.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, destacou em sua fala inicial que os bispos já avançaram em muitas questões, mas ainda existe o que melhorar, lembrando o trabalho dos bispos falecidos, dos eméritos e dos que estão em exercício.
“Todos que já partiram e os que ainda continuam conosco, nos introduziram nos trilhos na experiência Sinodal”, disse dom Walmor. “Temos, é verdade, muito a avançar, respostas novas a dar; os desafios no coração do nosso mundo são muitos, os desafios da nossa sociedade são enormes no ponto de vista social, político, econômico, mas também na nossa tarefa missionária”. O arcebispo de Belo Horizonte recordou ainda os 70 anos da CNBB lançando um olhar “sobre essa história de 70 anos e que ela ilumine o caminho que nós vamos percorrer nesses dias”.
O presidente da CNBB lembrou que a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e caribenho, realizada há 15 anos, em Aparecida, também lança luzes às atividades da AG. “O texto final da Conferência de Aparecida, como é conhecida, fecunda os caminhos de nossa Igreja de modo bonito e promissor”, disse o dom Walmor.
Já o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes aproveitou a oportunidade para falar sobre a alegria de receber padres e comunidades no Santuário, mas principalmente de receber os bispos e destacou que a assembleia dará muitos frutos. “Esse recinto é verdadeiramente um cenáculo, a nossa assembleia é verdadeiramente um Pentecostes e dará, certamente, muitos frutos”.
Dos 322 bispos em exercício, estavam presentes ontem 292. Os 30 que não estavam presentes justificaram a ausência. Alguns estão no Consistório, outros por motivos de saúde, curso para novos bispos, serviços da Igreja e outros motivos inadiáveis.
No dia de ontem os bispos realizaram a primeira votação. Foi aprovado o primeiro bloco referente à tradução da terceira edição típica do Missal Romano. Essa parte compreende as orações eucarísticas e as orações sobre o povo.
Após a apresentação da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel), que explicou o processo da última etapa de consultas em vista da aprovação final da tradução brasileira da terceira edição do Missal Romano, os bispos anotaram seus votos, contabilizados pela equipe de escrutínios.
Dos 266 votantes presentes eram necessários 216 votos para aprovação de acordo com as normas vigentes na Conferência. 265 bispos aprovaram a tradução do texto. Houve 1 abstenção na votação geral. Ainda haverá um segundo bloco de votações referentes ao Missal no decorrer da Assembleia.
Análise da conjuntura eclesial
Ainda ontem pela manhã, as atividades da Assembleia Geral contaram com uma análise da conjuntura eclesial. Apresentada pelos padres Geraldo De Mori e Danilo Pinto, do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), a reflexão evidenciou o cenário interno e externo da Igreja no viés do pentecostalismo e da evangelização. A atual ação dos pentecostais no processo de urbanização e também na atração do mundo juvenil e o empoderamento das mulheres foram refletidos pelos bispos.
O imaginário simbólico religioso do povo brasileiro, mesmo diante do processo de secularização, foi analisado como oportunidade para que a Igreja possa continuar sua ação evangelizadora na vida da sociedade. “Que possamos exercer e viver essa Igreja que saiba escutar e discernir os sinais dos tempos de modo sinodal e missionário”, destacou o padre De Mori. Também o uso tecnológico para a evangelização foi apresentado aos bispos como um desafio e, ao mesmo tempo, como grande oportunidade para o anúncio de Jesus Cristo.
A valorização dos leigos e leigas e a presença feminina no trabalho pastoral também foram citados pelos sacerdotes como caminhos na busca “de uma formação comum que atinja o fiel frente aos discursos fundamentalistas”, disse. A formação ética e crítica enquanto presença católica na mídia também integraram as reflexões do episcopado na manhã de hoje.
Na parte da tarde o encontro privativo no subsolo do Santuário e a Santa Missa que encerrou os trabalhos, presidida por dom João Francisco Salm, bispo da diocese de Novo Hamburgo. Durante a celebração rezou-se pelos bispos de recente nomeação. Fonte: https://www.vaticannews.va
22º DOMINGO DO TEMPO COMUM
- Detalhes
Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
“Quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado” (Lc 14,11)
Celebramos neste domingo o vigésimo segundo desse Tempo Comum. Aos poucos vamos nos aproximando do final do tempo litúrgico e o Senhor espera que nós possamos anunciar o Reino de Deus aqui na Terra, entre os nossos irmãos. Precisamos levar a esperança para esse mundo, tão marcado pelo ódio, violência, fome e tantas outras coisas. Cabe a nós, como discípulos de Cristo, anunciarmos a alegria que vem do Evangelho.
Neste domingo, chegamos ao final das celebrações do mês vocacional, recordando a vocação dos ministérios e serviços na comunidade e também a dos catequistas. Os catequistas são o braço direito do padre e a voz do padre no meio da comunidade. O primeiro catequista da paróquia é o padre, mas devido as atividades pastorais, o padre não consegue estar nas turmas de catequese e delega pessoas leigas da comunidade para serem catequistas e falarem em nome dele e da mãe Igreja, transmitindo a fé católica.
Os catequistas são pessoas leigas, que exercem de maneira voluntária esse trabalho — deixam marido, filhos, pai e mãe em casa para se dedicar a catequese. O trabalho do catequista não é remunerado. É uma missão decorrendo de uma vocação, de um chamado de Deus. A remuneração que o catequista recebe é o carinho e o amor dos catequizandos e o amor de Deus. Toda comunidade paroquial deve agradecer o trabalho dos catequistas, pois é muito importante e é o que faremos na liturgia deste domingo.
Como acompanhamos durante esse mês agosto, a Igreja reza por todas as vocações. Se a Igreja reza por aqueles que se consagram a Deus de maneira definitiva, reza também pelos leigos que cooperam junto com os ministros ordenados para a construção do Reino de Deus.
Podemos, nesta Eucaristia, lembrar dos nossos catequistas e agradecer a Deus por eles terem passado por nossas vidas. Se eles ainda estão vivos e têm contato com você, parabenize-os nessa data. Se já faleceram ou estão sem contato, reze por eles. Agradeçamos também aos nossos pais — eles são os nossos primeiros catequistas, que nos apontam o caminho para Deus.
A primeira leitura desse domingo é do livro do Eclesiástico (Eclo 3, 19-21.30-31). O Senhor fala que devemos realizar o nosso trabalho com humildade e mansidão. O Senhor pode estar dirigindo essa palavra aos catequistas no dia de hoje. Quem é escolhido para ser catequista não deve se vangloriar desse trabalho ou se achar melhor que os outros, mas deve realizar esse serviço com mansidão e humildade. Sendo humildes, serão grandes diante de Deus e Ele os abençoará.
O salmo responsorial é o 67 (68), que diz em seu refrão: “Com carinho preparastes uma mesa para o pobre”. O Senhor acolhe aquele que é humilde e justo e aquele que não esbanja os bens que tem. O Senhor tem preferência para com os pobres. Muitas vezes não é tanto a pobreza material, mas a pobreza de espírito. Temos que ter o coração de pobre para amar a Deus e aos irmãos.
A segunda leitura desse domingo é da carta aos Hebreus (Hb 12, 18-19.22-24a). O autor salienta que a comunidade, ao se aproximar de Jerusalém, se aproxima do local onde muitas pessoas já passaram e derramaram o seu sangue defendendo a sua fé e o nome de Deus. Quem se aproxima da Jerusalém terrestre, já pode contemplar a Jerusalém celeste — viver aqui na Terra aquilo que contemplará eternamente no céu. A nossa fé exige uma entrega total a Deus, até as últimas consequências.
O Evangelho desse domingo é de Lucas (Lc 14, 1.7-14). O Evangelho continua o tema que envolve a liturgia de hoje, Jesus fala sobre a humildade. Tudo o que realizamos na Igreja não devemos fazer esperando status, mas devemos fazer para agradar a Deus. Até mesmo em outras áreas da nossa vida, não devemos trabalhar esperando uma promoção ou para agradar o chefe, pelo contrário, devemos trabalhar com humildade e, na hora certa, a promoção virá.
Os pais têm que ensinar aos filhos a não menosprezarem os outros e, se tirarem notas boas, não esnobarem aqueles que porventura tenham tirado notas menores. Ensinar as novas gerações a importância de partilhar, seja o alimento, roupas, calçados etc. Ensinar a serem pobres de espírito e ricos diante de Deus.
Se trilharmos o caminho da humildade, Deus nos recompensará com coisas boas para nós. Se ajudarmos alguém que precisa, quando precisarmos, virá em dobro para nós. Se exercermos o nosso trabalho com humildade, poderemos receber a recompensa da promoção. As nossas atitudes dirão se seremos ou não merecedores de coisas boas.
Rezemos uma vez mais por todos os catequistas para que, na humildade, exerçam o seu trabalho de ensinar as coisas de Deus para os catequizandos. Estamos próximos de celebrar o mês da Bíblia. Que a Palavra de Deus seja livro de cabeceira de todos os catequistas. Os catequistas têm que estar em constante formação, sempre se aperfeiçoando para poder ensinar os catequizandos. Que na humildade os catequistas aceitem que precisam de formação.
Que o Espírito Santo nos ilumine e nos guie no caminho do bem e da humildade, amém. Fonte: https://www.cnbb.org.br
24- Santo do dia- São Bartolomeu ou, Natanael, Apóstolo
- Detalhes
Filipe encontrou-se com Natanael e disse-lhe: "Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei e nos Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José". Natanael exclamou: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" Filipe respondeu: "Venha ver". No entanto, Jesus viu Natanael vir ter com ele e disse sobre ele: "Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo". Disse-lhe Natanael: "De onde vós me conheceis?" Jesus respondeu: "Antes que Filipe o chamasse, eu lhe vi debaixo da figueira". Natanael respondeu-lhe: "Rabi, vós sois o Filho de Deus; vós sois o Rei de Israel!" (Jo 1, 45-49)
Nos Evangelhos Sinópticos, era chamado Bartolomeu, mas, naquele de João, era Natanael, em hebraico. Todavia, os estudiosos dizem que se trata da mesma pessoa: um "dom de Deus", segundo a etimologia do seu nome, como são todos os Santos para a Igreja.
A chamada no Evangelho de João
Tudo o que sabemos, com certeza, sobre a vida de Bartolomeu vem dos textos evangélicos, especialmente do Evangelho de São João, que narra a sua vocação de modo detalho.
Bartolomeu era um pescador de Caná, mas conhecia bem Nazaré, situada a apenas 8 km de distância, mas não confiava naqueles montanheses. Por isso, era um pouco cético quando seu amigo Filipe lhe falou sobre Jesus. Mas, ele lhe respondeu simplesmente: "venha e veja" . Assim, Bartolomeu foi e, logo que Jesus o viu, lhe demonstrou ter uma confiança sem precedentes: finalmente um israelita sincero. Ele o recebeu, mas apenas conseguiu responder, perguntando como Jesus o conhecia. De fato, ele era um homem concreto, apegado à tradição e que meditava a Bíblia, diariamente, conforme a Lei exigia. Contudo, depois de toda aquela desconfiança, a adesão de Bartolomeu a Jesus foi total: "Vós sois o Rei de Israel!", exclamou! Devido à sua origem, presume-se que Bartolomeu podia estar presente nas Bodas de Caná, palco do primeiro milagre de Jesus, mas não há provas nos textos.
Apóstolo na Índia, mártir na Armênia
Após a morte de Jesus, sabemos quais Apóstolos estavam reunidos em oração no Cenáculo, porque os Atos mostram uma lista precisa de nomes. Entre eles também estava Bartolomeu.
O que este apóstolo fez depois, não se sabe historicamente, mas, aparentemente, parece que foi pregar a Palavra em várias regiões do Oriente, da Mesopotâmia à Índia, realizando milagres e curas milagrosas, até chegar à Armênia. Ali, além de converter as populações de 12 cidades, conseguiu até evangelizar o rei Polimio e sua esposa, causando ira entre os sacerdotes das divindades locais.
Enfim, Astiage, irmão do rei, convencido pelos próprios sacerdotes, mandou condená-lo à morte. Seu martírio ocorreu em Albanópolis, por volta do ano 68.
Ao longo dos séculos, depois de milhares de peripécias, suas relíquias, chegaram a Roma, graças à mediação do imperador Otão III, onde descansam na Basílica a ele dedicada na Ilha Tiberina. Fonte: https://www.vaticannews.va
Vaticano autoriza início de processo de beatificação de Padre Cícero, diz Diocese do Crato
- Detalhes
Padre é considerado santo popular e atrai milhões de romeiros ao Ceará.
O processo de beatificação de padre Cícero Romão Batista na igreja católica foi autorizado pelo Vaticano. A informação foi anunciada pelo bispo da diocese do Crato, Dom Magnus Henrique Lopes, durante missa realizada na manhã deste sábado (20), no Largo Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará.
"Queridos filhos e filhas da Diocese do Crato, romeiros de todo Brasil, é com grande alegria que eu vos comunico nesta manhã histórica que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do santo padre, o papa Francisco, uma carta do dicastério para a causa dos santos, datada do dia 24 de junho de 2022. Recebemos a autorização para a abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista que, a partir de agora, receberá o título de servo de Deus", disse Dom Magnus Henrique Lopes durante a celebração.
Em 2015, o Vaticano atendeu ao pedido do bispo Dom Fernando Panico e reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a igreja católica. Com a reconciliação, não havia mais impeditivos para a abertura do processo de beatificação do "santo popular".
O pedido para a autorização da beatificação de padre Cícero foi solicitado por Dom Magnus Henrique Lopes , através de uma carta entregue ao papa Francisco durante a visita ao Vaticano, em maio deste ano.
"Recorremos a vossa solicitude de pastor universal da santa igreja para pedir especial clemência para com este sacerdote católico, amado, exonerado. Esperamos que Vossa Santidade, na hora oportuna, examine, com o coração de pai e como sucessor de Pedro, este pedido ora formulado, cuja resposta é um anseio nosso e dos milhões de devotos do padre Cícero", diz um trecho da carta entregue por Dom Magnus ao papa Francisco.
O trecho foi lido pelo bispo da diocese do Crato durante o anúncio da autorização do processo de beatificação de padre Cícero. A notícia foi recebida com salva de palmas e fogos por centenas de fiéis que estavam no local.
Padre Cícero morreu em 1934 rompido com o Vaticano por envolvimento com a política e pelo polêmico “milagre da hóstia”. Segundo a crença popular, uma hóstia dada pelo padre virou sangue na boca de uma beata. Para os devotos de padre Cícero, trata-se de um milagre, mas a igreja Católica considerou o caso uma interpretação equivocada. Por conta dos "equívocos", ele foi afastado da igreja católica.
Padre Cícero Romão Batista é considerado "santo popular" para muitos fiéis católicos nordestinos. Todos os anos, as romarias em homenagem a ele atraem milhões de romeiros a Juazeiro do Norte.
Processo de beatificação
Para concluir a beatificação, o Vaticano faz inicialmente um levantamento da biografia do candidato para verificar se há algum fator na biografia que possa impedir o processo. Se nada for encontrado, a igreja emite o Nihil Obstat (nenhum impeditivo), um documento formal, redigido em latim e dirigido ao bispo indicando que o pode haver continuidade do processo.
“É a partir deste documento que o candidato à santidade passa a ser chamado Servo de Deus e tem a investigação livre para desenrolar-se até o fechamento do processo”, explica o advogado e especialista em Direito Canônico José Luís Lira.
Em seguida, será constituído um tribunal eclesiástico diocesano que vai aferir as qualidades, as virtudes e constatar toda a vida do Servo de Deus.
Após a conclusão da fase diocesana, os documentos são encaminhados para o Vaticano, onde inicia-se a fase romana. O Vaticano avalia relatos de milagres, graças e atos que possam dar status de beato a Padre Cícero.
“Uma vez constatada, ele é automaticamente declarado como ‘venerável’. Se houver um milagre consistente, nos modos que a Santa Sé exige, com laudos médicos e toda documentação cabível, é iniciada a fase de beatificação. Aprovado o milagre, o papa autoriza a beatificação. Depois de se tornar beato, é necessário outro milagre para a canonização”, conta Luís. Fonte: https://g1.globo.com
Guarda suíço desmaia na frente do Papa em audiência no Vaticano
- Detalhes
A Guarda Suíça é responsável pela proteção do Papa nos compromissos oficiais. Um porta-voz do Vaticano disse que ele provavelmente sofreu uma queda de pressão.
Por Reuters
Guarda suíço desmaia durante audiência do Papa Francisco no Vaticano
Um membro da Guarda Suíça desmaiou na frente do Papa Francisco durante a audiência geral semanal nesta quarta-feira (17) no Vaticano.
O guarda, que caiu durante a mensagem dada em língua portuguesa, foi ajudado a se levantar e escoltado para fora do salão Paulo VI.
Um porta-voz do Vaticano disse que ele provavelmente sofreu uma queda de pressão, sem dar mais notícias sobre seu estado de saúde.
A Guarda Suíça é responsável pela proteção do Papa em todos os compromissos oficiais. Eles muitas vezes têm que ficar de prontidão por horas e raramente se envolvem em conversas ao entrar em contato com turistas.
Um pouco depois, na mesma audiência, um menino invadiu o palco e foi até o Papa. Fonte: https://g1.globo.com
Quarta-feira, 17 de agosto-2022. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 20,1-16a)
1Com efeito, o Reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar operários para sua vinha. 2Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para sua vinha. 3Cerca da terceira hora, saiu ainda e viu alguns que estavam na praça sem fazer nada. 4Disse-lhes ele: - Ide também vós para minha vinha e vos darei o justo salário. 5Eles foram. À sexta hora saiu de novo e igualmente pela nona hora, e fez o mesmo. 6Finalmente, pela undécima hora, encontrou ainda outros na praça e perguntou-lhes: - Por que estais todo o dia sem fazer nada?7Eles responderam: - É porque ninguém nos contratou. Disse-lhes ele, então: - Ide vós também para minha vinha. 8Ao cair da tarde, o senhor da vinha disse a seu feitor: - Chama os operários e paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros. 9Vieram aqueles da undécima hora e receberam cada qual um denário. 10Chegando por sua vez os primeiros, julgavam que haviam de receber mais. Mas só receberam cada qual um denário. 11Ao receberem, murmuravam contra o pai de família, dizendo: 12Os últimos só trabalharam uma hora... e deste-lhes tanto como a nós, que suportamos o peso do dia e do calor. 13O senhor, porém, observou a um deles: - Meu amigo, não te faço injustiça. Não contrataste comigo um denário? 14Toma o que é teu e vai-te. Eu quero dar a este último tanto quanto a ti. 15Ou não me é permitido fazer dos meus bens o que me apraz? Porventura vês com maus olhos que eu seja bom? 16Assim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.
3) Reflexão Mateus 20,1-16
O evangelho de hoje traz uma parábola que só é relatada por Mateus. Ela não existe nos outros três evangelhos. Como em todas as parábolas, Jesus conta uma história feita de elementos do dia-a-dia da vida do povo. Ele retrata a situação social do seu tempo, na qual os ouvintes se reconhecem. Mas ao mesmo tempo, na história desta parábola, acontecem coisas que nunca acontecem na realidade da vida do povo. É que, ao falar do patrão, Jesus pensa em Deus, seu Pai. Por isso, na história da parábola, o patrão faz coisas surpreendentes que não acontecem no dia-a-dia da vida dos ouvintes. É nesta atitude estranha do patrão, que deve ser procurada a chave para a compreensão do mensagem da parábola.
Mateus 20,1-7: As cinco vezes que o patrão sai em busca de operários
"O Reino do Céu é como um patrão, que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha” Assim começa a história que fala por si e nem precisaria de muito comentário. No que segue, o patrão sai mais quatro vezes chamando operários para trabalhar na sua vinha. Jesus alude ao terrível desemprego daquela época. Alguns detalhes da história: (1) O próprio patrão sai pessoalmente cinco vezes para contratar operários. (2) Na hora de contratar os operários, é só com o primeiro grupo que ele acerta o salário: um denário por dia. Com os da nona hora ele diz: Eu lhes pagarei o que for justo. Com os outros ele não acertou nada. Apenas os contratou para trabalhar na vinha. (3) No fim do dia, na hora de acertar as contas com os operários, o patrão manda que o administrador faça o serviço.
Mateus 20,8-10: A estranha maneira de acertar as contas no fim do dia
Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: Chame os trabalhadores, e pague uma diária a todos. Comece pelos últimos, e termine pelos primeiros. Aqui, na hora de acertar as contas, acontece algo estranho que não acontece na vida comum. Parece a inversão das coisas. O pagamento começa com os que foram contratados por último e que trabalharam apenas uma única hora. O pagamento é o mesmo para todos: um denário, como tinha sido combinado com os que foram contratados no começo do dia. No fim, chegaram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. No entanto, cada um deles recebeu também uma moeda de prata. Por que o patrão faz isso? Você faria assim? É aqui neste gesto surpreendente do patrão que está escondida a chave da mensagem desta parábola.
Mateus 20,11-12: A reação normal dos operários diante da estranha atitude do patrão
Os últimos a receber o salário eram os que foram contratados por primeiro. Estes, assim diz a história, ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão e disseram: “Esses últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor do dia inteiro!” É a reação normal do bom senso. Creio que todos nós teríamos a mesma reação e diríamos a mesma coisa ao patrão. Ou não?
Mateus 20,13-16: A explicação surpreendente do Patrão que fornece a chave da parábola
A resposta do patrão é esta: “Amigo, eu não fui injusto com você. Não combinamos uma moeda de prata? Tome o que é seu, e volte para casa. Eu quero dar também a esse, que foi contratado por último, o mesmo que dei a você. Por acaso não tenho o direito de fazer o que eu quero com aquilo que me pertence? Ou você está com ciúme porque estou sendo generoso?” Estas palavras trazem a chave que explica a atitude do patrão e aponta a mensagem que Jesus quer comunicar: (1) O patrão não foi injusto, pois ele agiu de acordo com o que tinha sido combinado com o primeiro grupo de operários: um denário por dia. (2) É decisão soberano do patrão de dar aos últimos o mesmo que tinha sido combinado com os da primeira hora. Estes não têm direito de reclamar. (3) Atuando dentro da justiça, o patrão tem o direito de fazer o bem que ele quer com as coisas que lhe pertencem. O operário da parte dele tem este mesmo direito. (4) A pergunta final toca no ponto central: Ou você está com ciúme porque estou sendo generoso?' Deus é diferente mesmo! Ele não cabe nos nossos pensamentos (Is 55,8-9).
O pano de fundo da parábola é a conjuntura daquela época, tanto de Jesus como de Mateus. Os operários da primeira hora são o povo judeu, chamado por Deus para trabalhar em sua vinha. Eles sustentaram o peso do dia, desde Abraão e Moisés, bem mais de mil anos. Agora, na undécima hora, Jesus chama os pagãos para ir trabalhar na sua vinha e eles chegam a ter a preferência do coração de Deus. “Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
4) Para um confronto pessoal
1) Os da undécima hora chegam, levam vantagem e recebem prioridade na fila diante da entrada do Reino de Deus. Quando você espera duas horas numa fila e chega alguém que, sem mais, se coloca na frente de você, você aceitaria? Dá para comparar as duas situações?
2) A ação de Deus ultrapassa nossos cálculos e nosso jeito humano de atuar. Ele surpreende e às vezes incomoda. Isto já aconteceu alguma vez na sua vida? Qual a lição que tirou?
5) Oração final
A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias. (Sl 22, 6)
16 de agosto - São Roque de Montpellier, Peregrino- O Santo do Cachorro.
- Detalhes
São Roque nasceu no ano de 1295, na cidade de Montpellier, França, em uma família rica, da nobreza da região. Outros dados sobre sua vida e descendência não são precisos. Ao certo, o que sabemos é que ficou órfão na adolescência e que vendeu toda a herança e distribuiu o que arrecadou entre os pobres. Depois disso, viveu como peregrino andante. Percorreu a França com destino a Roma.
Mas antes disso Roque deparou com regiões infestadas pela chamada peste negra, que devastou quase todas as populações da Europa no final do século XIII e início do XIV. Era comum ver, à beira das estradas, pequenos povoados só de doentes que foram isolados do convívio das cidades para evitar o contágio do restante da população ainda sã. Lá eles viviam até morrer, abandonados à própria sorte e sofrendo dores terríveis. Enxergando nas pobres criaturas o verdadeiro rosto de Cristo, Roque atirou-se de corpo e alma na missão de tratá-los. Iluminado pelo Santo Espírito, em pouco tempo adquiriu o dom da cura, fazendo inúmeros prodígios.
Fez isso durante dois anos, ganhando fama de santidade. Depois partiu para Roma, onde durante três dias rezou sobre os túmulos de são Pedro e são Paulo. Depois, por mais alguns anos, peregrinou por toda a Itália setentrional, onde encontrou um vasto campo de ação junto aos doentes incuráveis. Cuidando deles, descuidou-se de si próprio. Certo dia, percebeu uma ferida na perna e viu que fora contaminado pela peste. Assim, decidiu refugiar-se, sozinho, em um bosque, onde foi amparado por Deus.
Roque foi encontrado por um cão, que passou a levar-lhe algum alimento todos os dias, até que seu dono, curioso, um dia o seguiu. Comovido, constatou que era seu cão que socorria o pobre doente.
O homem, que não reconheceu em Roque o peregrino milagreiro, a partir daquele momento, cuidou da sua recuperação. Restabelecido, voltou para Montpellier, que, na ocasião, estava em guerra. Confundido como espião, foi preso e levado para o cárcere, onde sofreu calado durante cinco anos. No cárcere, continuou praticando a caridade e pregando a palavra de Cristo, convertendo muitos prisioneiros e aliviando suas aflições, até morrer.
Diz a tradição que, quando o carcereiro, manco de nascença, tocou com o pé o seu corpo, para constatar se realmente estava morto, ficou imediatamente curado e começou a andar normalmente. Esse teria sido o primeiro milagre de Roque, após seu falecimento, ocorrido em 16 de agosto de 1327, na prisão de seu país de origem.
O seu culto foi reconhecido em 1584 pelo papa Gregório XIII, que manteve a sua festa no dia de sua morte. Hoje, as relíquias de são Roque são veneradas na belíssima basílica dedicada a ele em Veneza, Itália, sendo considerado o santo Protetor contra as Pestes.
Terça-feira, 16 de agosto-2022. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 19,23-30)
Naquele tempo, 23Jesus disse então aos seus discípulos: Em verdade vos declaro: é difícil para um rico entrar no Reino dos céus!24Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.25A estas palavras seus discípulos, pasmados, perguntaram: Quem poderá então salvar-se?26Jesus olhou para eles e disse: Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível.27Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós?28Respondeu Jesus: Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.29E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.30Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros.
3) Reflexão Mateus 19,23-30
O evangelho de hoje é a continuação imediata do evangelho de ontem. Traz o comentário de Jesus a respeito da reação negativa do jovem rico.
Mateus 19,23-24: O camelo e o fundo da agulha.
Depois que o jovem foi embora, Jesus comentou a decisão dele e disse: "Eu garanto a vocês: um rico dificilmente entrará no Reino do Céu. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus". Duas observações a respeito desta afirmação de Jesus: 1) O provérbio do camelo e do buraco da agulha se usava para dizer que uma coisa era impossível e inviável, humanamente falando. 2) A expressão “um rico entrar no Reino” trata, não em primeiro lugar da entrada no céu depois da morte, mas sim da entrada na comunidade ao redor de Jesus. E até hoje é assim. Os ricos dificilmente entram e se sentem em casa nas comunidades que tentam viver o evangelho de acordo com as exigências de Jesus e que procuram abrir-se para os pobres, os migrantes e os excluídos da sociedade.
Mateus 19,25-26: O espanto dos discípulos
O jovem tinha observado os mandamentos, mas sem entender o porquê da observância. Algo semelhante estava acontecendo com os discípulos. Quando Jesus os chamou, fizeram exatamente o que Jesus tinha pedido ao jovem: largaram tudo e foram atrás de Jesus (Mt 4,20.22). Mesmo assim, ficaram espantados com a afirmação de Jesus sobre a quase impossibilidade de um rico entrar no Reino de Deus. Sinal de que não tinham entendido bem a resposta de Jesus ao moço rico: “Vai vende tudo, dá para os pobres e vem e segue-me!” Pois, se o tivessem entendido, não teriam ficado tão chocados com a exigência de Jesus. Quando a riqueza ou o desejo da riqueza ocupa o coração e o olhar, a pessoa já não consegue perceber o sentido da vida e do evangelho. Só Deus mesmo para ajudar! "Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível."
Mateus 19,27: A pergunta de Pedro.
O pano de fundo da incompreensão dos discípulos transparece na pergunta de Pedro: “Olhe, nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber?” Apesar da generosidade tão bonita do abandono de tudo, eles mantinham a mentalidade anterior. Abandonaram tudo para receber algo em troca. Ainda não entendiam bem o sentido do serviço e da gratuidade.
Mateus 19,28-30: A resposta de Jesus
"Eu garanto a vocês: no mundo novo, quando o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, vocês, que me seguiram, também se sentarão em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e terá como herança a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos; e muitos que agora são os últimos, serão os primeiros". Nesta resposta, Jesus descreve o mundo novo, cujos fundamentos estavam sendo lançados pelo trabalho dele e dos discípulos. Jesus acentua três pontos importantes: (1) Os discípulos vão sentar nos doze tronos junto com Jesus para julgar as doze tribos de Israel (cf. Apc 4,4). (2) Vão receber em troca muitas vezes aquilo que tinham abandonado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, e terão a herança da vida eterna garantida. (3) O mundo futuro será a inversão do mundo atual. Nele os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. A comunidade ao redor de Jesus é semente e amostra deste mundo novo. Até hoje as pequenas comunidades dos pobres continuam sendo semente e amostra do Reino.
Cada vez que, na história do povo da Bíblia, surge um movimento para renovar a Aliança, ele começa restabelecendo os direitos dos pobres, dos excluídos. Sem isto, a Aliança não se refaz! Assim faziam os profetas, assim faz Jesus. Ele denuncia o sistema antigo que, em nome de Deus, excluía os pobres. Jesus anuncia um novo começo que, em nome de Deus, acolhe os excluídos. Este é o sentido e o motivo da inserção e da missão da comunidade de Jesus no meio dos pobres. Ela atinge a raiz e inaugura a Nova Aliança.
4) Para um confronto pessoal
1) Abandonar casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do nome de Jesus. Como isto acontece na sua vida? O que já recebeu de volta?
2) Hoje, a maioria dos países pobres não é da religião cristã, enquanto a maioria dos países ricos é da religião cristã. Como se aplica hoje o provérbio do camelo que não passa pelo fundo de uma agulha?
5) Oração final
Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso cajado são o meu amparo. (Sl 22, 4)
20º Domingo do Tempo Comum: Evangelho. (Lc 12,49-53)
- Detalhes
Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Jesus é a paz do mundo: para isso veio, viveu e morreu. Mas nós, como, Jesus, convivemos, num mundo de injustiças. Logo, quem decide por Ele, é contra as divisões e injustiças. Vai sofrer. Estamos dispostos a pagar o preço da fidelidade?
1º Jesus no Evangelho fala em fogo, mas, a que (fogo) se refere? Não veio, para trazer a paz e a fraternidade? Então de que fogo está falando? Daquele, dos incêndios? Não. Já existia. Do fogo das revoluções, das guerras? Como a do Putin, da Ucrânia, da China, ou similares? Não. Do fogo, que queimando, mata? Destrói? Não. Ele veio somente para salvar, jamais para condenar. 1.1 Alude, certamente, ao fogo do Espírito Santo, ao da renovação, ou seja, daquele que há de queimar as malvadezas, ódio, injustiças, ganâncias etc. 1.2 Ao Amor, que não despreza, pobres, desempregados, marginalizados, nem membros de outras religiões ou crenças. Fala do seu fogo: o divino. 1.3 Ele sabia e muito bem, que isso não seria fácil, mas por amor a nós, tudo enfrentou. 1.4 Por isso, encarnou-se. Tornou-se semelhante a nós, (menos no pecado) enfrentando as maldades, sem acusar a ninguém. Perturbou consciências pesadas, diabólicas, pois a luz machuca, sempre, olhos doentes. Doentes: não os sãos. 1.5 São os maus, que gostam das trevas, as buscam e nelas, se escondem.
2º Jesus tem um batismo, no qual deve ser batizado (…)e como, deseja que aconteça. Na verdade, teve dois (batismos): o do Jordão e o do Calvário. No das águas, assumiu sua missão, na cruz, morrendo a consumou, abrindo-nos a casa do Pai. Enfatizo: a morte na cruz, foi seu maior sofrimento. No entanto, tornou-se também, o momento de nossa redenção e o da glorificação amorosa e plena do Pai. Hoje, como são vivenciados nossos batismos?
3º A missão de Jesus, foi plena de contradições, não por Ele causadas, porém, por Ele sofridas, em função da vivência da missão recebida. Pergunto então, não afirmava já o Antigo Testamento, que Ele seria o príncipe da paz? Sim. (Is 9,5,6;11.6-9). Anjos, em seu nascimento, não cantaram paz aos homens de boa vontade? (Lc 2,14). Não afirma Paulo, que Ele é nossa paz? (Ef 2,14) Sim. Por que, então retoma Jesus a afirmação: “não vim trazer a paz, mas a divisão”? Por quê? Porque nem todos optam pela paz, pelo reino de Deus, mas buscam outros (reinos). Surgem então confusões, ódio, atentados e mortes. Nós próprios, já sentimos, isso em não poucas famílias, onde uns optaram por Cristo, outros contra uns pela Igreja Católica, outros contra, ou até pelo ateísmo. Quanta amargura, divisões e infelicidade. É claro, Jesus nunca foi causa de separações, injustiças, mas apenas ocasião, pois quem não é a favor é contra Cristo. O sofrimento, aliás, já está embutido, na própria finitude humana. Jesus sempre repudiou radicalismos, mas nunca a radicalidade na fidelidade. Ninguém pode querer defender o Reino de Deus, sendo contra Cristo, e a justiça. Infelizmente existem hoje, muitos cristãos, de meia tigela: nem frios nem quentes. São os mornos. Qual é a nossa opção? Por e com Cristo? Por um mundo melhor? Lembro: Jesus não foi para cruz, por ter feito milagres, nem por ter rezado, mas por que, se posicionou contra o mal, injustiças, corrupção e usura. E em nossos dias, como nos posicionamos nós?
4º Hoje é também o dia dos Pais. Sê-lo é vocação e missão. É graça. Felizes as famílias onde os pais são referências amorosas e seguras, para todos os de casa. Parabéns e muitos anos de vida, para a felicidade das famílias. Em nossas Eucaristias, os lembraremos, com gratidão. Fonte: https://www.cnbb.org.br
10 de Agosto. São Lourenço – mártir.
- Detalhes
Festejamos, neste dia, a vida de santidade e martírio do Diácono que nem chicotes, algozes, chamas, tormentos e correntes puderam contra sua fé e amor ao Cristo. Lourenço, espanhol, natural de Huesca, foi um Diácono de bom humor que servia a Deus na Igreja de Roma durante meados do Século III.
Conta-nos a história que São Lourenço como primeiro dos Diáconos tinha grande amizade com o Papa Sisto II, tanto assim que ao vê-lo indo para o martírio falou: “Ó pai, aonde vais sem o teu filho? Tu que jamais ofereceste o sacrifício sem a assistência do teu Diácono, vais agora sozinho para o martírio?”. E o Papa respondeu: “Mais uns dias e te aguarda uma coroa mais bonita!”. São Lourenço era também responsável pela administração dos bens da Igreja que sustentava muitos necessitados.
Diante da perseguição do Imperador Valeriano, o prefeito local exigiu de Lourenço os tesouros da Igreja, para isso o Santo Diácono pediu um prazo, o qual foi o suficiente para reunir no átrio os órfãos, os cegos, os coxos, as viúvas, os idosos… todos os que a Igreja socorria, e no fim do prazo – com bom humor – disse: “Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem, e podem ser encontrados em toda parte”.
Sentindo-se iludido, o prefeito sujeitou o santo a diversos tormentos, até colocá-lo sobre um braseiro ardente; São Lourenço que sofreu o martírio em 258, não parava de interceder por todos, e mesmo assim encontrou no Espírito Santo força para dizer no auge do sofrimento na grelha: “Vira-me que já estou bem assado deste lado”.
A Roma cristã venera o santo espanhol com a mesma veneração e respeito com que honra seus primeiros Apóstolos. Depois de São Pedro e São Paulo, a festa de São Lourenço foi a maior da antiga liturgia romana. O que foi Santo Estevão em Jerusalém, isso mesmo o foi São Lourenço em Roma. São Lourenço, rogai por nós! Fonte: https://rainhadoscoracoes.org.br
Dom Álvarez: "Retido, mas com força, paz e alegria"
- Detalhes
O Bispo de Matagalpa, Monsenhor Rolando Álvarez, celebrou neste sábado a Eucaristia da Transfiguração do Senhor, enquanto permanece cercado pela Guarda Sandinista que, ao mesmo tempo, anunciou ter aberto uma investigação criminal contra o líder católico.
“Bem, eu não sei o que, mas eles vão fazer seus próprios palpites. Eles disseram formalmente que temos uma casa para uma prisão. Estamos aqui reunidos e retidos, mas com a força, a paz interior e a alegria que o Ressuscitado nos dá”, disse Álvarez em sua homilia neste sábado.
Álvarez permanece com outras onze pessoas na Cúria de Matagalpa, enquanto a Polícia Sandinista mantém um cordão policial que se estende até a Catedral de Matagalpa.
“O medo paralisa, o desespero auto-enterrado e o ódio são a morte do coração. O ódio é respondido com amor, o desespero com esperança; e temor com a força do glorioso Cristo ressuscitado”, acrescentou.
Leia também: Opinião: «Ortega decidiu bloquear o jogo político »
Ao mesmo tempo, agradeceu à mídia e aos cidadãos em geral por estarem cientes da situação.
“Queremos agradecer aos nossos milhares e milhares de irmãos que através das redes expressaram sua proximidade conosco. Quero agradecer à mídia nacional e internacional, aos portais digitais”, disse Álvarez.
Polícia envia citações
Enquanto isso, a Polícia Sandinista enviou convocações para aqueles que se manifestaram em apoio ao bispo de Matagalpa. “Fui intimado a depor na polícia nacional, não sei o motivo, vou me apresentar neste momento, peço a todos vocês suas orações. Irmãos de fé, Deus nos abençoe”, escreveu a Dra. Magda Alonso em sua conta no Twitter.
Além disso, um áudio enviado por Pedro Haslam, secretário político do departamento de Matagalpa, aos militantes sandinistas vazou nas redes sociais, orientando-os a posicionar a agenda midiática.
“Devemos estar atentos às redes diante da situação de desenvolvimento de atos criminosos dirigidos por Rolando Álvarez. Vamos espalhar a declaração da Polícia por todas as redes das instituições, governos locais, juventude, partido", disse Haslam.
“Devemos estar em sintonia. Esta é uma nova tentativa de desestabilizar nosso país a partir de Matagalpa. Este não é um padre, mas um político disfarçado de batina", acrescentou.
Conferência Episcopal de Honduras pronuncia
A Conferência Episcopal de Honduras mostrou sua proximidade com os bispos católicos da Nicarágua e encorajou os religiosos a continuar cumprindo sua missão evangelizadora.
“Lembremos que a liberdade é um pilar fundamental, que garante a existência de uma democracia, que respeita os direitos e os promove”, diz uma carta enviada pelos bispos de Honduras a Dom Carlos Herrera, bispo de Jinotega e presidente da Conferência Bispo da Nicarágua.
“Esperamos que muito em breve se abram caminhos de diálogo e paz com as autoridades para resolvermos juntos esta dolorosa situação”, acrescenta.
Pode lhe interessar: Ditadura ordena "cúria prisional" contra Álvarez e inventam uma "investigação" contra ele
Por sua vez, a Arquidiocese de Manágua emitiu um comunicado expressando sua proximidade com a Diocese de Matagalpa e seu bispo, Monsenhor Rolando Álvarez.
“Com a certeza colocada em Cristo Bom Pastor, queremos evangelizar no tempo e fora do tempo, confiando que a comunicação franca e respeitosa pode abrir caminhos de entendimento”, diz o comunicado.
Esta sexta-feira, a ditadura de Daniel Ortega e Rosario Murillo, ordenou uma "cúria prisional" contra o Bispo de Matagalpa, Monsenhor Rolando Álvarez, contra quem anunciam uma "investigação" por crimes inventados como incitar "atos de ódio" e gerar " instável".
"Aproveitando-se de sua condição de líderes religiosos, usando os meios de comunicação e redes sociais, estão tentando organizar grupos violentos, incitando-os a praticar atos de ódio contra a população, causando um clima de ansiedade e desordem, perturbando a paz e a harmonia em à comunidade. , com o objetivo de desestabilizar o Estado da Nicarágua e cumprir as autoridades constitucionais”, diz um comunicado da Guarda Sandinista. Fonte: https://cafeconvoz.com
ESTAR ESPERANDO
- Detalhes
Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
Esperar alguém ou um compromisso importante com dia marcado e hora exata permite se organizar e se preparar. Seguramente se toma todas as medidas para ter tudo planejado, encaminhado e, assim, o encontro ou evento ocorra sem sobressaltos. A maioria dos nossos compromissos são possíveis de prever e tomar as medidas cabíveis. Porém, muitos fatos acontecem de forma imprevista. Por não estarem previstos nem sempre se toma medidas para viver os imprevistos.
Jesus aborda com os seus discípulos e hoje conosco tudo que se refere à vida humana. Hoje, como nos relata Lucas 12, 32-48, nos convida a refletir sobre o dia imprevisto da morte. “Por que o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. Na profissão de fé cristã afirmamos que Jesus “há de vir a julgar os vivos e os mortos”. Além de afirmar que cremos “na vida eterna”. Estas realidades últimas chamamos de morte, juízo final, eternidade, inferno e paraíso. Escatologia é o nome técnico usado na teologia para estas realidades últimas.
O dia da morte é imprevisível, mas o morrer é uma certeza. Como viver esta incerteza e esta certeza? Jesus ajuda a viver até aquele dia imprevisível de uma maneira que traga felicidade. Começa ensinando: “não tenhais medo”. A consciência da morte pode levar a uma vida de constante angústia. Jesus conduz os discípulos confiarem Nele e diz que a morte não é o fim da jornada, mas é o retorno à casa do Pai. Viver com medo impede de tomar atitudes, além de trazer tristeza.
Os seguintes ensinamentos tirados da vida cotidiana convida os discípulos a saírem da acomodação e terem uma vida muito ativa, propositiva e dispostos para qualquer hora. “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas”. Para entender a força deste ensinamento se faz necessário recordar as vestes daquele tempo. As vestes eram largas e quando se precisava trabalhar ou correr era preciso amarrá-las na cintura. O mesmo refere-se à lâmpada, não havendo ainda fósforo, era muito demorado acender o fogo. Portanto, o discípulo deve estar pronto para o trabalho e ter o fogo aceso para não perder tempo de agir.
Estar preparado e em constante atenção não é simplesmente um dever, mas também exprime atenção e amor para com Deus. Relação que traz alegria e recompensa. “Felizes os (…) que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá”. Quem ficou em prontidão, sentir-se-á feliz, além de receber a gratidão e de ser servido por Deus.
“A passagem do Evangelho nos educa a viver em plenitude o nosso tempo, tornando plena e frutuosa a espera mediante uma vigilância amorosa e uma fidelidade a toda prova. A responsabilidade de amar faz passar o tempo veloz e frutuosamente. Vigiar significa ter em mãos a direção da situação e operar eventuais correções de rota, servir o presente com fidelidade e direcionar-se ao futuro com esperança. O cristão não é chamado a conservar o status quo de uma situação oxidada e mumificada da rotina, porque o Evangelho deslegitima o estado sonolento de um cristianismo opaco e apagado. A vigilância requer capacidade de ler e interpretar os sinais dos tempos, é brilhante imaginação que cria novas situações e se adapta àqueles presentes, conservando a fidelidade ao Senhor que veio, na espera do Senhor que virá, vivendo em comunhão com o Senhor sempre presente” (Mauro Orsatti). Fonte: https://www.cnbb.org.br
Família de menino que ligou para a polícia pedindo comida recebe doações
- Detalhes
Após a repercussão da história, família de Miguel recebeu doações de alimentos
Um menino de 11 anos ligou para a polícia para falar que estava passando fome e pedir ajuda. Após a repercussão da história, a família de Miguel recebeu diversas doações de alimentos na tarde desta quarta-feira (03).
Miguel vive com a mãe, Célia Arquimino Barros, de 46 anos, e mais cinco irmãos em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. Célia está desempregada e não conseguia comprar alimentos há quase três semanas. A criança resolveu, então, ligar para o 190 pedindo ajuda.
Após o chamado, uma equipe da polícia foi até a residência deles e constatou que não se tratava de um caso de maus-tratos, mas, sim, de uma família que passava necessidades. A própria polícia, os vizinhos e conhecidos se mobilizaram para ajudar. Fonte: https://www.band.uol.com.br
Investigação já tem hipótese para morte de padre dentro de igreja
- Detalhes
Na tarde desta terça-feira (2), o padre Marcos Leite Azevedo, responsável pela Igreja Bom Jesus do Cabral, em Curitiba, foi encontrado morto dentro da paróquia.
O delegado Thiago Teixeira informou que o padre foi encontrado enforcado no sótão da igreja. A polícia não encontrou indícios de arrombamento e nem de furtos. Por essa razão, a Polícia Civil (PC) trabalha com a hipótese de que o padre tirou a própria vida.
A delegacia ainda aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML). Se for comprovado que ele tirou a própria vida, o caso irá para a Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP).
Apesar da apuração inicial da investigação, pessoas próximas não acreditam nessa versão. O caso ainda está em investigação.
O padre Marcos atuava na Igreja Bom Jesus desde fevereiro de 2022.
Em nota, a Arquidiocese de Curitiba confirmou a morte do padre. Confira:
Com muito pesar, informamos o falecimento do padre Marcos Leite Azevedo, CP. Ele foi encontrado morto nas dependências da Igreja Bom Jesus do Cabral, onde atuava como pároco desde fevereiro de 2022.
Até o presente momento, não temos informações sobre o ocorrido e as autoridades competentes estão cuidando das investigações.
Em breve, informaremos sobre o velório e o sepultamento.
A Arquidiocese de Curitiba lamenta o ocorrido e pede orações pela alma do padre Marcos Azevedo e pela congregação passionista. Fonte: https://massanews.com
Contra calor na Itália, padre usa boia como altar em missa na praia e vira alvo de investigação
- Detalhes
Evento inusitado foi filmado e transmitido por diversos meios de comunicação; promotoria de Crotone abre investigação por "ofensa a uma instituição religiosa"
Dom Mattia Bernasconi decidiu celebrar a missa nas águas do Mediterrâneo em meio à onda de calor Foto: Reprodução Twitter
Por AFP — Crotone, Itália
Um padre católico que celebrou uma missa no último domingo dentro do mar, sem camisa e usando uma boia como altar, virou alvo de investigação pelas autoridades italianas. A Promotoria de Crotone, no sul da Itália, onde foi celebrada a missa, abriu uma investigação por "ofensa a uma instituição religiosa".
Em um comunicado de imprensa publicado em seu site, a arquidiocese de Crotone condenou o padre:
"A celebração eucarística tem uma linguagem particular, é feita com gestos e símbolos que é justo respeitar e valorizar. Não devem ser renunciados com tanta superficialidade", escreveu. "É necessário manter esse mínimo de decoro e atenção aos símbolos", complementou.
Devido à onda de calor que atinge a península e à falta de sombra, Dom Mattia Bernasconi decidiu celebrar a missa nas águas do Mediterrâneo. A celebração religiosa concluía as atividades de um acampamento de jovens voluntários da associação antimáfia Libera, que administra terras confiscadas da máfia. O evento inusitado foi filmado e transmitido por diversos meios de comunicação.
Nas imagens é possível ver o padre, sem camisa, diante de seu altar improvisado e de um grupo de pessoas em trajes de banho. Na quarta-feira, Dom Mattia divulgou uma carta enviada à arquidiocese, na qual explica que não queria banalizar a Eucaristia ou manipulá-la para enviar algum tipo de mensagem.
— Foi simplesmente uma missa que concluiu uma semana de trabalho com os jovens que participaram do acampamento — declarou. — Os símbolos são fortes, é verdade, e são eloquentes (...) Houve uma certa ingenuidade em não lhes dar o devido peso. Peço humildes desculpas do fundo do meu coração pela confusão causada pelas imagens divulgadas na imprensa — acrescentou.
Por sua parte, um deputado manifestou sua solidariedade ao padre e agradeceu "que leve os valores cristãos até as praias". Fonte: https://oglobo.globo.com
Festa de São Tiago Apóstolo - 25 de julho. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que pelo sangue de São Tiago consagrastes as primícias dos trabalhos Apostólicos, concedei que a vossa igreja seja confirmada pelo seu testemunho e sustentada pela sua proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 20, 20-28)
20A mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, aproximou-se de Jesus e prostrou-se para lhe fazer um pedido. 21Ele perguntou: “Que queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. 22Jesus disse: “Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23“Sim”, declarou Jesus, “do meu cálice bebereis, mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda não depende de mim. É para aqueles a quem meu Pai o preparou”. 24Quando os outros dez ouviram isso, ficaram zangados com os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os e disse: “Sabeis que os chefes das nações as dominam e os grandes fazem sentir seu poder. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, 27e quem quiser ser o primeiro entre vós, seja vosso escravo. 28Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos”.
3) Reflexão (Mateus 20,20-28)
Jesus e os discípulos estão a caminho de Jerusalém (Mt 20,17). Jesus sabe que vão matá-lo (Mt 20,8). O profeta Isaías já o tinha anunciado (Is 50,4-6; 53,1-10). Sua morte não será fruto de um destino cego ou de um plano já preestabelecido, mas será conseqüência do compromisso livremente assumido de ser fiel à missão que recebeu do Pai junto aos pobres da sua terra. Jesus já tinha avisado que o discípulo deve seguir o mestre e carregar sua cruz atrás dele (Mt 16,21.24), Mas os discípulos não entendiam bem o que estava acontecendo (Mt 16,22-23; 17,23). O sofrimento e a cruz não combinavam com a idéia que eles tinham do messias.
Mateus 20,20-21: O pedido da mãe dos filhos de Zebedeu
Os discípulos não só não entendem, mas continuam com suas ambições pessoais. A mãe dos filhos de Zebedeu, como porta-voz de seus dois filhos Tiago e João, chega perto de Jesus para pedir um favor: "Promete que meus dois filhos se sentem, um à tua direita e o outro à tua esquerda, no teu Reino". Eles não tinham entendido a proposta de Jesus. Estavam preocupados só com os próprios interesses. Isto reflete as tensões nas comunidades, tanto no tempo de Jesus e de Mateus, como hoje nas nossas comunidades.
Mateus 20,22-23: A resposta de Jesus
Jesus reage com firmeza. Ele responde aos filhos e não à mãe: "Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso, vocês podem beber o cálice que eu vou beber?" Trata-se do cálice do sofrimento. Jesus quer saber se eles, em vez do lugar de honra, aceitam entregar sua vida até à morte. Os dois respondem: “Podemos!” Era uma resposta sincera e Jesus confirma: "Vocês vão beber do meu cálice”. Ao mesmo tempo, parece uma resposta precipitada, pois, poucos dias depois, abandonaram Jesus e o deixaram sozinho na hora do sofrimento (Mt 26,51). Eles não têm muita consciência crítica, nem percebem sua realidade pessoal. E Jesus completa: “Não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou esquerda. É meu Pai quem dará esses lugares àqueles para os quais ele mesmo preparou". O que ele, Jesus, tem para oferecer é o cálice do sofrimento da cruz.
Mateus 20,24-27: Entre vocês não seja assim
“Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram com raiva dos dois irmãos”. O pedido que a mãe fez em nome dos dois, provocou briga e discussão no grupo. Jesus os chamou e falou sobre o exercício do poder:"Vocês sabem: os governadores das nações têm poder sobre elas, e os grandes têm autoridade sobre elas. Entre vocês não deverá ser assim: quem de vocês quiser ser grande, deve tornar-se o servidor de vocês; e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se servo de vocês. Entre vocês não deve ser assim! Quem quiser ser o maior, seja o servidor de todos!”. Naquele tempo, os que detinham o poder não prestavam conta ao povo. Agiam conforme bem entendiam (cf. Mc 14,3-12). O império romano controlava o mundo e o mantinha submisso pela força das armas e, assim, através de tributos, taxas e impostos, conseguia concentrar a riqueza dos povos na mão de poucos lá em Roma. A sociedade era caracterizada pelo exercício repressivo e abusivo do poder. Jesus tem outra proposta. Ele traz ensinamentos contra os privilégios e contra a rivalidade. Inverte o sistema e insiste na atitude de serviço como remédio contra a ambição pessoal. A comunidade deve preparar uma alternativa. Quando império romano desintegrar, vítima das suas próprias contradições internas, as comunidades deverão estar preparadas para oferecer ao povo um modelo alternativo de convivência social.
Mateus 20,28: O resumo da vida de Jesus
Jesus define a sua vida e a sua missão: “O Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir, e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos”. Nesta auto-definição de Jesus estão implicados três títulos que o definem e que eram para os primeiros cristãos o início da Cristologia: Filho do Homem, Servo de Javé e Irmão mais velho (Parente próximo ou Goêl). Jesus é o messias Servidor, anunciado pelo profeta Isaías (cf. Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). Aprendeu da mãe que disse: “Eis aqui a serva do Senhor!”(Lc 1,38). Proposta totalmente nova para a sociedade daquele tempo.
4) Para um confronto pessoal
- Tiago e João pedem favores, Jesus promete sofrimento. E eu, o que busco na minha relação com Deus e o que peço na oração? Como acolho o sofrimento que acontece na vida e que é o contrário daquilo que pedimos na oração?
- Jesus diz: “Entre vocês não deve ser assim!” Nosso jeito de viver na comunidade e na igreja está de acordo com este conselho de Jesus?
5) Oração final
Então se comentava entre os povos: “O Senhor fez por eles maravilhas”. Maravilhas o Senhor fez por nós, encheu-nos de alegria. (Sl 125, 2-3)
EVANGELHO DO DIA-16ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Quinta, 21 de julho-2022. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 13, 10-17)
10Os discípulos aproximaram-se dele, então, para dizer-lhe: Por que lhes falas em parábolas? 11Respondeu Jesus: Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. 12Ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem será tirado até mesmo o que tem. 13Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam. 14Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis, 15porque o coração deste povo se endureceu: taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda; para que não se convertam e eu os sare (Is 6,9s). 16Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem! 17Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram.
3) Reflexão Mateus 13,10-17
O Capítulo 13 traz o Sermão das Parábolas. Seguindo o texto de Marcos (Mc 4,1-34), Mateus omitiu a parábola da semente que germina sozinha (Mc 4,26-29), ampliou a discussão sobre o porque das parábolas (Mt 13,10-17) e acrescentou as parábolas do joio e do trigo (Mt 13,24-30), do fermento (Mt 13,33), do tesouro (Mt 13,44), da pérola (Mt 13,45-46) e da rede (Mt 13,47-50). Junto com as do semeador (Mt 13,4-11) e do grão de mostarda (Mt 13,31-32), são ao todo sete parábolas no Sermão das Parábolas (Mt 13,1-50).
Mateus 13,10: A pergunta
No evangelho de Marcos, os discípulos pedem uma explicação das parábolas (Mc 4,10). Aqui em Mateus, a perspectiva é outra. Eles querem saber por que Jesus, quando fala ao povo, só fala em parábolas: "Por que usas parábolas para falar com eles?" Qual o motivo desta diferença?
Mateus 13,11-13: A vocês é dado conhecer o mistério do Reino
Jesus responde: "Porque a vocês foi dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não. Pois, a quem tem, será dado ainda mais, será dado em abundância; mas daquele que não tem, será tirado até o pouco que tem”. Por que será que aos apóstolos era dado conhecer, e aos outros não? Uma comparação para ajudar na compreensão. Duas pessoas escutam a mãe ensinar: "quem ama não corta casaco". Uma das duas é filha e outra não. A filha entendeu e a outra não entendeu nada. Por que? É que na casa da mãe a expressão "cortar casaco" significava caluniar. Assim, o ensinamento da mãe ajudou a filha a entender melhor como praticar o amor. Cresceu nela aquilo que ela já sabia. A quem tem, será dado ainda mais. A outra pessoa não entendeu nada e perdeu até o pouco que pensava entender a respeito de amor e de casaco. Ficou confusa e não conseguiu entender o que o amor tem a ver com casaco. Daquele que não tem, será tirado até o pouco que tem. Uma parábola revela e esconde ao mesmo tempo! Revela para “os de dentro”, que aceitam Jesus como Messias Servo. Esconde para os que insistem em dizer que o Messias será e deve ser um Rei Glorioso. Estes entendem as imagens da parábola, mas não chegam a entender o seu significado. Enquanto os discípulos crescem naquilo que já sabem a respeito do Messias. Os outros não entendem nada e perdem até o pouco que pensavam saber sobre o Reino e o Messias.
Mateus 13,14-15: A realização da profecia de Isaías
Como da outra vez (Mt 12,18-21), nesta reação diferente do povo e dos fariseus frente ao ensinamento das parábolas, Mateus vê novamente uma realização da profecia de Isaías. Ele até cita por extenso o texto de Isaías que fala por si: “É certo que vocês ouvirão, porém nada compreenderão. É certo que vocês enxergarão, porém nada verão. Porque o coração desse povo se tornou insensível. Eles são duros de ouvido e fecharam os olhos, para não ver com os olhos, e não ouvir com os ouvidos, não compreender com o coração e não se converter. Assim eles não podem ser curados”.
Mateus 13,16-17: Felizes os olhos que vêem o que vocês estão vendo
Tudo isso explica a frase final: “Vocês, porém, são felizes, porque seus olhos vêem e seus ouvidos ouvem. Eu garanto a vocês: muitos profetas e justos desejaram ver o que vocês estão vendo, e não puderam ver; desejaram ouvir o que vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir”.
As parábolas: um novo jeito de falar ao povo sobre Deus
O povo ficava impressionado com o jeito que Jesus tinha de ensinar. “Um novo ensinamento! Dado com autoridade! Diferente dos escribas!” (Mc 7,28). Jesus tinha uma capacidade muito grande de encontrar imagens bem simples para comparar as coisas de Deus com as coisas da vida que o povo conhecia e experimentava na sua luta diária pela sobrevivência. Isto supõe duas coisas: estar por dentro das coisas da vida do povo, e estar por dentro das coisas de Deus, do Reino de Deus. Em algumas parábolas acontecem coisas que não costumam acontecer na vida. Por exemplo, onde se viu um pastor de cem ovelhas abandonar noventa e nove para encontrar aquela única que se perdeu? (Lc 15,4) Onde se viu um pai acolher com festa o filho devasso, sem dar nenhuma palavra de censura? (Lc 15,20-24). Onde se viu um samaritano ser melhor que o levita e o sacerdote? (Lc 10,29-37). A parábola provoca para pensar. Ela leva a pessoa a se envolver na história a partir da sua própria experiência de vida. Faz com que nossa própria experiência nos leve a descobrir que Deus está presente no cotidiano da nossa vida. A parábola é uma forma participativa de ensinar, de educar. Não dá tudo trocado em miúdo. Não faz saber, mas faz descobrir. A parábola muda os olhos, faz a pessoa ser contemplativa, observadora da realidade. Aqui está a novidade do ensino das parábolas de Jesus, diferente dos doutores que ensinavam que Deus só se manifestava na observância da lei. Para Jesus, “o Reino não é fruto de observância. O Reino está presente no meio de vocês!” (Lc 17,21). Mas os ouvintes nem sempre o percebiam.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus disse: “A vocês foi dado conhecer os mistérios do Reino”. Quando leio os evangelhos, sou como os que não entendem nada ou como aqueles a quem é dado conhecer o Reino?
2) Qual a parábola de Jesus com mais me identifica? Por que°
5) Oração final
6Senhor, vossa bondade chega até os céus, vossa fidelidade se eleva até as nuvens. Vossa justiça é semelhante às montanhas de Deus, vossos juízos são profundos como o mar. (Sl 35)
MISSA DE SANTO ELIAS, PROFETA E INSPIRADOR DA ORDEM DO CARMO (Do Missal Carmelitano)
- Detalhes
Comentário inicial
O profeta Elias aparece nas Sagradas Escrituras como o homem de Deus que caminha na presença do Senhor, e que, abrasado de zelo, luta pela defesa do culto do único Deus verdadeiro.
Defendeu os direitos de Deus num desafio público, realizado no monte Carmelo entre ele e os sacerdotes de Baal. Entregou-se à íntima experiência do Deus vivo no monte Horeb.
Nele se inspiraram os primeiros eremitas que, por volta do séc. XII, iniciaram no Monte Carmelo um novo estilo de vida que originou a Ordem dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Por este motivo, o profeta Elias é considerado o Fundador ideal da Ordem.
De pé, acolhamos a procissão de entrada cantando.
ANTÍFONA DE ENTRADA 1Rs 17, 1
O profeta Elias disse: «Vive o Senhor, Deus de Israel, a quem eu sirvo».
ORAÇÃO COLETA
Deus eterno e onipotente, que concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta e nosso pai, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória,
Fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
1ª LEITURA: 1Rs 19,1-9.11-14
Leitura do primeiro livros dos Reis.
Acab contou a Jezabel tudo que Elias tinha feito e como tinha passado ao fio da espada todos os profetas de Baal. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias para lhe dizer: “Os deuses me cumulem de castigos, se amanhã, a esta hora, eu não tiver feito contigo o mesmo que fizeste com a vida desses profetas”. Elias ficou com medo e, para salvar sua vida, partiu. Chegou a Bersabéia de Judá e ali deixou o seu servo. Depois, adentrou o deserto e caminhou o dia todo. Sentou-se, finalmente, debaixo de um junípero e pediu para si a morte, dizendo: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais”. E, deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse: “Levanta-te e come!” Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado na pedra e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. Mas o anjo do SENHOR veio pela segunda vez, tocou-o e disse: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”. Elias levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus. Chegando ali, entrou numa gruta, onde passou a noite. Então a palavra do SENHOR veio a ele, dizendo: “Que fazes aqui, Elias?” Ele respondeu: “Estou ardendo de zelo pelo SENHOR, Deus dos exércitos, porque os israelitas abandonaram tua aliança, demoliram teus altares, mataram à espada teus profetas. Só eu escapei; mas agora querem matar-me também”. O SENHOR disse-lhe: “Sai e permanece sobre o monte diante do SENHOR”. Então o SENHOR passou. Antes do SENHOR, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o SENHOR não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo, mas o SENHOR não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa. Ouvindo isto, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta. Ouviu, então, uma voz que dizia: “Que fazes aqui, Elias?” Ele respondeu: “Estou ardendo de zelo pelo SENHOR, Deus dos exércitos, porque os israelitas abandonaram tua aliança, demoliram teus altares e mataram à espada teus profetas. Só eu escapei. Mas, agora, querem matar-me também”. – Palavra do Senhor.
SALMO DE MEDITAÇÃO
Diante dos meus olhos tenho presente o Senhor.
Protege-me, ó Deus: em ti me refugio.
Eu digo ao SENHOR: “És tu o meu Senhor,
Fora de ti não tenho bem algum”.
O SENHOR é a minha parte da herança e meu cálice.
Nas tuas mãos, a minha porção.
Para mim a sorte caiu em lugares deliciosos,
maravilhosa é minha herança.
Sempre coloco à minha frente o SENHOR,
Ele está à minha direita, não vacilo.
Disso se alegra meu coração, exulta a minha alma;
também meu corpo repousa seguro,
Pois não vais abandonar minha vida no sepulcro,
Nem vais deixar que teu santo experimente a corrupção,
O caminho da vida me indicarás,
alegria plena à tua direita, para sempre.
2ª LEITURA: 1Pd 1,8-12
Leitura da primeira carta de São Pedro.
Sem terdes visto o Senhor, vós o amais. Sem que agora o estejais vendo, credes nele. Isto será para vós fonte de alegria inefável e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação. Esta salvação tem sido objeto das investigações e meditações dos profetas. Eles profetizaram a respeito da graça que estava destinada para vós. Procuraram saber a que época e a que circunstâncias se referia o Espírito de Cristo, que estava neles, ao anunciar com antecedência os sofrimentos de Cristo e a glória que viria depois. Foi-lhes revelado que não para si mesmos, mas para vós é que estavam ministrando esses ensinamentos, que agora são anunciados a vós. Agora vo-los anunciam aqueles que vos pregam a Boa Nova em virtude do Espírito Santo, enviado do céu; são revelações que até os anjos desejam contemplar! – Palavra do Senhor.
EVANGELHO: Lc 9,28B-36
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para orar. Enquanto orava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou branca e brilhante. Dois homens conversavam com ele: eram Moisés e Elias. Apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a saída deste mundo que Jesus iria consumar em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Quando acordaram, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E enquanto esses homens iam se afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Nem sabia o que estava dizendo. Estava ainda falando, quando desceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Ao entrarem na nuvem, os discípulos ficaram cheios de temor. E da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-o!” Enquanto a voz ressoava, Jesus ficou sozinho. Os discípulos ficaram calados e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto. – Palavra da Salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja, e, assim como aceitastes o sacrifício do profeta Elias, dignai-Vos, de igual modo, receber as nossas ofertas de pão e vinho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PREFÁCIO O profeta Elias, amigo de Deus e apóstolo.
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Corações ao alto.
- O nosso coração está em Deus.
- Demos graças ao Senhor nosso Deus.
- É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai Santo, Deus eterno e onipotente é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo nosso Senhor. Vós suscitastes profetas para que proclamassem que sois o Deus vivo e verdadeiro e conduzissem o vosso povo na esperança da salvação. Entre eles honrastes com a vossa divina amizade o profeta Elias, para que, devorado pelo zelo da vossa glória, manifestasse a vossa onipotência e a vossa misericórdia. Ele caminhou sempre na vossa presença e por isso o quisestes junto a Cristo no Tabor, como testemunha da Transfiguração, para se alegrar com a presença gloriosa do vosso Filho. Por isso, com os Anjos e os Santos, proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz: Santo, Santo, Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Cfr 1Rs 19, 8
Elias comeu e bebeu, e, fortalecido com o alimento, caminhou até ao monte de Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fortalecidos com a comida e a bebida angélica da mesa do vosso Filho, concedei-nos, Senhor, que, procurando-Vos sempre por meio da fé, alcancemos a contemplação da vossa presença no monte santo da glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
BÊNÇÃO SOLENE
- Deus, nosso Pai, que hoje nos reuniu para celebrar a festa de Santo Elias, vos abençoe e proteja e vos confirme na sua paz.
- Amém
- Cristo Nosso Senhor, que manifestou de modo admirável em Santo Elias a força e a imagem do mistério pascal, faça de vós testemunhas fiéis do seu Evangelho.
- Amém.
- O Espírito Santo, que em Santo Elias nos deu um sinal da caridade divina, vos torne capazes de formar uma verdadeira comunidade de fé e amor.
- Amém.
- Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo.
- Amém.
EVANGELHO DO DIA-16ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Segunda-feira, 18 de julho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 12,38-42)
38Então alguns escribas e fariseus tomaram a palavra: Mestre, quiséramos ver-te fazer um milagre.39Respondeu-lhes Jesus: Esta geração adúltera e perversa pede um sinal, mas não lhe será dado outro sinal do que aquele do profeta Jonas:40do mesmo modo que Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim o Filho do Homem ficará três dias e três noites no seio da terra.41No dia do juízo, os ninivitas se levantarão com esta raça e a condenarão, porque fizeram penitência à voz de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas.42No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará com esta raça e a condenará, porque veio das extremidades da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está quem é mais do que Salomão.
3) Reflexão Mateus 12,38-42
O evangelho de hoje traz mais uma discussão entre Jesus e as autoridades religiosas da época. Desta vez são os doutores da lei e os fariseus que pedem que Jesus faça um sinal para eles. Jesus já tinha realizado muitos sinais: curou o leproso (Mt 8,1-4), curou o empregado do centurião (Mt 8,5-13), a sogra de Pedro (Mt 8,14-15), os doentes e possessos da cidade (Mt 8,16), acalmou a tempestade (Mt 8,23-27), expulsou os demônios (Mt 8,28-34) e tantos outros milagres. O povo, vendo os sinais reconheceu em Jesus o Servo de Javé (Mt 8,17; 12,17-21). Mas os doutores e os fariseus não foram capazes de perceber o significado de tantos sinais que Jesus já tinha realizado. Eles queriam algo diferente.
Mateus 12,38: O pedido de doutores e fariseus por um sinal
Os fariseus chegam e dizem a Jesus: "Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti". Querem que Jesus realize para eles um sinal, um milagre, para que eles possam examinar e verificar se Jesus é ou não o enviado por Deus conforme eles o imaginavam e esperavam. Querem prová-lo. Querem que se Jesus se submeta aos critérios deles, para que possam enquadrá-lo dentro do esquema do messianismo deles. Não há neles abertura para uma possível conversão. Não tinham entendido nada de tudo que Jesus tinha feito.
Mateus 12,39: A resposta de Jesus: o sinal de Jonas
Jesus não se submete ao pedido das autoridades religiosas, pois não há sinceridade no pedido deles. "Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas”. Estas palavras proferem um julgamento muito forte a respeito dos doutores e fariseus. Elas evocam o oráculo de Oséias que denunciava o povo como esposa infiel e adúltera (Os 2,4). O evangelho de Marcos diz que Jesus, diante do pedido dos fariseus, soltou um profundo suspiro (Mc 8,12), provavelmente de desgosto e de tristeza diante de tão grande cegueira. Pois não adianta mostrar uma pintura bonita a quem não quer abrir os olhos. Quem fecha os olhos não pode ver! O único sinal que lhe será dado é o sinal de Jonas.
Mateus 12,41: Aqui está mais do que Jonas
Jesus aponta para o futuro: “Assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites no seio da terra”. Ou seja, o único sinal será a ressurreição de Jesus que se prolongará na ressurreição de seus seguidores. Este é o sinal que, futuramente, vai ser dado aos doutores e fariseus. Eles serão confrontados com o fato de que Jesus, por eles condenado à morte de cruz, será ressuscitado por Deus e continuará ressuscitando de muitas maneiras naqueles que nele acreditarem, por exemplo, ele ressuscitará no testemunho dos apóstolos “pessoas iletradas” que terão a coragem de enfrentar as autoridades anunciando a ressurreição de Jesus (At 4,13). O que converte é o testemunho! Não os milagres. “No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração, e a condenarão. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar”. O povo de Nínive se converteu diante do testemunho da pregação de Jonas e vai denunciar a incredulidade dos doutores e dos fariseus. Pois “aqui está quem é maior do que Jonas”.
Mateus 12,42: Aqui está mais do que Salomão
A alusão à conversão do povo de Nínive associou e fez lembrar o episódio da Rainha de Sabá: “No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra esta geração, e a condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão". Esta evocação quase ocasional do episódio da Rainha de Sabá que reconheceu a sabedoria de Salomão, mostra como se usava a Bíblia naquele tempo. Era por associação. A regra principal da interpretação era esta: “A Bíblia se explica pela Bíblia”. Até hoje, esta é uma das normas mais importantes para a interpretação da Bíblia, sobretudo para a Leitura Orante da Palavra de Deus.
4) Para um confronto pessoal
1) Converter-se é mudar não só de comportamento moral, mas também de idéias e de modo de pensar. Moralista é quem muda de comportamento, mas mantém seu modo de pensar inalterável. E eu, quem sou?
2) Diante da atual renovação da Igreja, sou fariseu que pede mais um sinal ou sou como o povo que reconhece que este é o caminho que Deus quer?
5) Oração final
4Porque vossa graça me é mais preciosa do que a vida, meus lábios entoarão vossos louvores.
Pág. 158 de 664