Corpo de Dom Paulo é velado na Catedral da Sé, em SP
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Arcebispo emérito de São Paulo morreu nesta quarta-feira (14) aos 95 anos. O sepultamento ocorrerá na Cripta da catedral após missa na sexta (16), às 15h.
Por G1 São Paulo
Dom Paulo Evaristo Arns tem seu lugar assegurado na história de São Paulo e do Brasil
O corpo do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de São Paulo, chegou na noite desta quarta-feira (14) à Catedral da Sé, na região central, onde será velado. Arns morreu no fim desta manhã em decorrência de uma broncopneumonia, aos 95 anos. O cardeal se destacou na luta pelos direitos humanos durante a ditadura militar.
O presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), decretaram luto oficial por três dias pela morte de dom Paulo Evaristo Arns. Durante o período do funeral, acontecerão missas a cada duas horas. O corpo de Dom Paulo será sepultado na sexta-feira (16), após a celebração presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, às 15h.
Arns será o primeiro cardeal enterrado na cripta da Catedral da Sé. No espaço estão sepultados dois arcebispos, 11 bispos, três padres e o cacique Tibiriçá, primeiro cidadão de São Paulo, batizado e catequizado pelos jesuítas. O último arcebispo enterrado no local foi Dom Josephi Gaspar, em 1942. A área foi fechada por volta das 15h e será reaberta para o enterro. Cripta é uma capela subterrânea. O espaço comporta, em média, 80 pessoas, sendo 55 cadeiras fixas e 30 colocadas durante cerimônias.
Cripta da Sé guarda câmaras mortuárias e sarcófagos de bispos e arcebispos em SP
O comunicado da morte de Arns foi feito em nota divulgada pela Arquidiocese de São Paulo. O arcebispo metropolitano, Dom Odilo Scherer, afirmou em nota que Arns “entregou sua vida a Deus, depois de tê-la dedicado generosamente aos irmãos neste mundo”. Cripta comporta, em média, 80 pessoas, sendo 55 cadeiras fixas e mais 30 colocadas no espaço para cerimônias
Luta pelos direitos humanos
Quinto de 13 filhos de imigrantes alemães, Dom Paulo Evaristo Arns nasceu em 1921 em Forquilhinha, Santa Catarina. Ingressou na Ordem Franciscana em 1939, e iniciou seus trabalhos como líder religioso em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Formou-se em teologia e filosofia em universidades brasileiras. Ordenado sacerdote em 1945, ele foi estudar na Sorbonne, em Paris, onde cursou letras, pedagogia e também defendeu seu doutorado.
Foi bispo e arcebispo de São Paulo entre os anos 60 e 70. Teve uma atuação marcante na Zona Norte da cidade, região em que desenvolveu inúmeros projetos voltados para a população de baixa renda. Em julho deste ano, foi celebrado os 50 anos de sua ordenação episcopal.
Ao longo de sua trajetória, trabalhou como jornalista, professor e escritor, tendo publicado 57 livros. Durante a Ditadura Militar, destacou-se por sua luta política em defesa dos direitos humanos, contra as torturas e a favor do voto nas Diretas Já.
Ganhou projeção na militância em janeiro de 1971, logo após tornar-se arcebispo de São Paulo, e denunciar a prisão e tortura de dois agentes de pastoral, o padre Giulio Vicini e a assistente social Yara Spadini. No mesmo ano, apoiou Dom Hélder Câmara e Dom Waldyr Calheiros que estavam sendo pressionados pelo regime militar.
Em 1972 criou a Comissão Justiça e Paz de São Paulo e, como presidente regional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), liderou a publicação do “Testemunho de paz”, documento com fortes críticas ao regime militar que ganhou ampla repercussão à época. Presidiu celebrações históricas na Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, em memória de vítimas da Ditadura Militar. Dentre eles, do estudante universitário Alexandre Vannucchi Leme, assassinado em 1973, e o ato ecumênico em honra do jornalista Vladimir Herzog, assassinado no DOI-CODI, em São Paulo, em 75.
Atuou contra a invasão da PUC em 1977, em São Paulo, comandada pelo coronel Erasmo Dias, à época secretário de Segurança, e a operação para entregar ao presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, uma lista com os nomes de desaparecidos políticos.
Também teve papel importante em favor das vítimas da ditadura na Argentina, em 1976. O ativista de direitos humanos argentino Adolfo Perez Esquivel, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1980, disse que foi "salvo duas vezes" por dom Paulo Evaristo Arns durante a ditadura no Brasil. Em 1980, acompanhou a primeira visita do papa João Paulo II ao Brasil, em 1980. Em São Paulo, João Paulo II falou no estádio do Morumbi para 200 mil operários.
Em 1983, foi um dos criadores da Pastoral da Criança, com o apoio de sua irmã, Zilda Arns, que morreu no terremoto de 2010 no Haiti, onde realizava trabalhos humanitários. Em 28 anos de arcebispado, criou 43 paróquias, construiu 1200 centros comunitários, incentivou e apoiou o surgimento de mais de 2000 comunidades eclesiais de base (CEBs) na capital paulista.
Por seus feitos, recebeu inúmeros prêmios e homenagens no Brasil e no exterior. Dentre eles, o Prêmio Nansen do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), o Prêmio Niwano da Paz (Japão), e o Prêmio Internacional Letelier-Moffitt de Direitos Humanos (EUA), além de 38 títulos de cidadania. Sua biografia foi relatada em dez livros, sendo o mais recente lançado em outubro deste ano, no Tuca, teatro da PUC, na Zona Oeste de São Paulo, durante uma homenagem pelos 95 anos de Dom Paulo.
Arns organizou o Projeto Brasil: Nunca Mais, desenvolvido ao lado do rabino Henry Sobel, Pastor presbiteriano Jaime Wright e equipe, no qual reuniram informações em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM) revelando a extensão da repressão política no Brasil e sistematizada em um livro.
Dom Paulo era corintiano fanático e escreveu o livro "Corintiano Graças a Deus". Fonte: http://g1.globo.com
Dom Paulo não mandava recado e enfrentava os generais, diz biógrafa
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Dom Paulo ajudou vítimas de ditaduras de países vizinhos
Dom Paulo Evaristo Arns, morto nesta quarta-feira (14), enfrentava os militares com altivez durante a ditadura. Visitava de surpresa locais onde perseguidos políticos estavam detidos e procurava os generais para denunciar crimes praticados pelo regime. "Ele incomodava muito os militares. Ia pessoalmente [nos presídios e nos gabinetes], não mandava ninguém", afirma Evanize Sydow, uma das biógrafas do arcebispo emérito de São Paulo.
Quando dom Paulo se tornou arcebispo de São Paulo, em 1970, o país vivia o auge da repressão. A Igreja Católica na capital paulista, diz Evanize, estava alheia à situação política. "Era um momento crítico. A igreja de São Paulo estava virada de costas para essas questões. Ele mudou isso, abrigou perseguidos e denunciou crimes da ditadura."
O religioso ajudou, por exemplo, o jurista Helio Bicudo a publicar um livro com denúncias contra o Esquadrão da Morte, grupo de extermínio formado por policiais.
Jornalista e mestre em história, Evanize escreveu com a colega Marilda Ferri o livro "Dom Paulo, um homem amado e perseguido". "Todos os passos dele eram seguidos pelos militares", afirma a biógrafa.
Segundo Evanize, Arns tinha boas relações com generais como Golbery do Couto e Silva e Ednardo D'Ávila Mello, mas era execrado por Emílio Garrastazu Médici, presidente no período mais sangrento da ditadura (1969-1974), e pelo coronel Erasmo Dias, que foi secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo.
Cone Sul e Fidel Castro
Para a biógrafa, o religioso era a personificação da luta pelos direitos humanos. A atuação dele extrapolou as fronteiras brasileiras. Dom Paulo formou um grupo de apoio a perseguidos políticos pelas ditaduras do Cone Sul, o Clamor. "Ele corria o risco e assumia o apoio, dava proteção. Impressionante como os casos de vários países vinham para São Paulo. As pessoas sabiam que ele colocaria a equipe a serviço para ajudar."
Sua atuação chamou a atenção até mesmo do ditador cubano Fidel Castro, morto no último dia 25 e cujo regime foi acusado de praticar violações aos direitos humanos. "Fidel era grande admirador de dom Paulo, mandou cartas para ele e queria que dom Paulo fosse a Cuba", conta Evanize. O arcebispo respondeu que a visita dependia da Igreja Católica. A viagem nunca foi autorizada.
A biógrafa diz que, antes da ditadura, dom Paulo era um anticomunista "como todos os católicos". Com o golpe de 1964 e a repressão política promovida pela ditadura, o arcebispo mudou de postura e estendeu a mão aos opositores do regime, sem fazer restrições a militantes de esquerda.
No entanto, o religioso, segundo a biógrafa, "nunca se deixou rotular" nem se posicionou ideologicamente. "Ele conversava com todo mundo e nunca se filiou [a partidos]". O arcebispo manteve proximidade, por exemplo, com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). http://noticias.uol.com.br
Nota de pesar da CNBB pelo falecimento do cardeal Paulo Evaristo Arns
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Dom Leonardo Steiner: "em sua longa e frutífera existência, este nosso Irmão deu testemunho da alegria do Evangelho".
O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, assina Nota de Condolências em nome da Presidência da Conferência, na qual lembra que "em sua longa e frutífera existência, este nosso Irmão deu testemunho da alegria do Evangelho".
Dom Leonardo ainda recorda que dom Arns foi sempre "um pastor símbolo da fidelidade à Palavra de Cristo e aos Ensinamentos da Igreja". E encerra a Nota fazendo um pedido: "Rezemos para que o Senhor, por intercessão da Santíssima Virgem Maria, receba seu servo fiel na Comunhão dos Santos".
Leia Nota:
Nota de pesar da CNBB pelo falecimento do Cardeal Paulo Evaristo Arns
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta seu pesar pelo falecimento do querido Cardeal Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo (SP). Em sua longa e frutífera existência, este nosso Irmão deu testemunho da alegria do Evangelho.
Em seu ministério episcopal, especialmente durante os penosos anos do regime de excessão vividos pelo Brasil, ele foi sempre um pastor símbolo da fidelidade à Palavra de Cristo e aos Ensinamentos da Igreja. Dom Arns tornou-se um verdadeiro ícone da defesa dos desamparados e perseguidos. Ele jamais faltou ao seu compromisso com as comunidades da Arquidiocese de São Paulo – onde serviu como bispo auxiliar e arcebispo – e também com toda a Igreja presente no País. Sua palavra sempre trouxe especial alento ao coração dos cristãos e deu significativa contribuição na luta contra a tortura e o restabelecimento da democracia.
Dom Arns, como Francisco de Assis, encontrava na prática de Jesus a motivação fundante para sua predileção pelos pobres e desamparados da sociedade conforme declarou em uma de suas obras mais conhecidas: “Jesus não foi indiferente nem estranho ao problema da dignidade e dos direitos da pessoa humana, nem às necessidades dos mais fracos, dos mais necessitados e das vítimas da injustiça. Em todos os momentos Ele revelou uma solidariedade real com os mais pobres e miseráveis (Mt 11, 28-30); lutou contra a injustiça, a hipocrisia, os abusos do poder, a avidez de ganho dos ricos, indiferentes aos sofrimentos dos pobres, apelando fortemente para a prestação de contas final, quando voltará na glória para julgar os vivos e os mortos” (Da esperança à utopia: testemunho de uma vida).
Rezemos para que o Senhor, por intercessão da Santíssima Virgem Maria, receba seu servo fiel na Comunhão dos Santos. Em nome da presidência da Conferência, envio um abraço fraterno aos familiares de dom Arns, ao cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer e a todas as comunidades da Arquidiocese.
Em Cristo.
Leonardo Ulrich Steiner
Bispo auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
Fonte: http://www.cnbb.org.br
Programa dos funerais do cardeal Paulo Evaristo Arns
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Velório: a partir das 19 horas da quarta-feira, dia 14. Sepultamento: sexta-feira, dia 16, após a celebração das 15 horas, na Catedral da Sé
Dom Devair Fonseca de Araújo, bispo auxiliar e Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo divulgou, na tarde desta quarta-feira, a programação dos funerais do arcebispo emérito de São paulo, cardeal paulo Evaristo Arns:
COMUNICADO
FUNERAL DO CARDEAL PAULO EVARISTO ARNS
ARCEBISPO EMÉRITO DE SÃO PAULO
Comunicamos que o funeral do Cardeal Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito de São Paulo, ocorrerá na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo, na Praça da Sé, na Cidade de São Paulo (SP), a partir das 19h desta quarta-feira (14/12). O corpo de Dom Paulo será sepultado na cripta da Catedral na sexta-feira (16/12), após a Celebração presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, às 15h. Durante o período do funeral, acontecerão missas a cada duas horas. A programação completa das celebrações será oportunamente divulgada.
Dom Devair Araújo da Fonseca
Bispo Auxiliar de São Paulo
Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação
Fonte: http://www.cnbb.org.br
Dom Paulo: Coragem e Fé
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Falece o cardeal Paulo Evaristo Arns
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Arquidiocese de São Paulo comunicou falecimento com uma nota que recorda o lema episcopal "De esperança em esperança”
Faleceu nesta quarta-feira, dia 14 de dezembro, em São Paulo (SP), o arcebispo emérito de São Paulo, cardeal Paulo Evaristo Arns. O prelado estava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Santa Catarina, na capital paulista, onde recebia os cuidados médicos. Segundo a cúria, o estado de saúde do purpurado era “delicado e inspirava preocupação”. A arquidiocese de São Paulo comunicou o falecimento com uma nota que iniciava recordando o lema episcopal do cardeal “Spe in spem (De esperança em esperança)”.
“Louvemos e agradeçamos ao 'Altíssimo, onipotente e bom Senhor' pelos 95 anos de vida de dom Paulo, seus 76 anos de consagração religiosa, 71 anos de sacerdócio ministerial, 50 de episcopado e 43 anos de cardinalato. Glorifiquemos a Deus pelos dons concedidos a dom Paulo, e que ele soube partilhar com os irmãos. Louvemos a Deus pelo testemunho de vida franciscana de dom Paulo e pelo seu engajamento corajoso na defesa da dignidade humana e dos direitos inalienáveis de cada pessoa”, escreveu o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer.
Dom Odilo agradeceu a Deus também “por seu exemplo de Pastor zeloso do povo de Deus e por sua atenção especial aos pequenos, pobres e aflitos”. “Dom Paulo, agora, se alegre no céu e obtenha o fruto da sua esperança junto de Deus!”, escreveu o cardeal.
No texto, o arcebispo de São Paulo convidou todos a elevarem preces de louvor e gratidão a Deus e de sufrágio em favor do falecido cardeal Paulo Evaristo Arns. O velório e os ritos fúnebres serão realizados na Catedral Metropolitana de São Paulo.
Vida dedicada aos pequenos
Dom Paulo nasceu no dia 14 de setembro de 1921, em uma colônia de descendentes de alemães, na cidade de Forquilhinha (SC). Filho de Gabriel Arns e Helena Steiner, tinha treze irmãos, entre eles a médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann. A família preservava muito da cultura de seus antepassados no dia a dia, em especial a proximidade com a religião. Desde cedo, as crianças também aprenderam a contribuir com os trabalhos da casa e da lavoura.
Seguindo sua vocação, dom Paulo foi ordenado sacerdote no dia 30 de novembro de 1945, aos 24 anos, em Petrópolis (RJ), integrante da Ordem dos Frades Menores (OFM). No dia 7 de julho de 1966, recebeu a ordenação episcopal. Em 5 de março de 1973, foi nomeado cardeal pelo então papa Paulo VI.
Na sua trajetória episcopal do Paulo foi bispo auxiliar de São Paulo, de 1966 a 1970, período em que foi vigário episcopal da região Norte da arquidiocese. Na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi encarregado do Departamento de Educação e no regional Sul 1 da entidade atuou como presidente da Comissão Episcopal do Regional. Também exerceu funções na Cúria Romana: membro da Sagrada Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, do Secretariado para os não-crentes e do Secretariado do Sínodo dos Bispos.
O cardeal Paulo Evaristo Arns, que esteve à frente do governo pastoral da arquidiocese de São Paulo entre 1970 e 1998, foi ainda grão-chanceler da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; delegado à Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a América, em 1997. Arns também representou a Sociedade Civil no Conselho Deliberativo do Instituto de Estudos Avançados e membro titular do Conselho da Cátedra Unesco do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP).
Em julho deste ano, a arquidiocese de São Paulo preparou uma cerimônia em homenagem ao cinquentenário de sua ordenação episcopal. Na ocasião, dom Paulo recebeu, inclusive, uma mensagem especial enviada pelo papa Francisco, parabenizando pelo jubileu e reconhecendo sua atuação pastoral em defesa dos direitos humanos.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
UM OLHAR DE AMOR: Frei Petrônio.
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14 DE DEZEMBRO: São João da Cruz.
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Papa Francisco a padres: não cair no ridículo
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O Papa chamou a atenção dos “rígidos” que fazem os fiéis carregar coisas que nem eles carregam
Que os sacerdotes sejam mediadores do amor de Deus, não intermediários que pensam somente no próprio interesse. Esta foi a advertência do Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã desta sexta-feira (09/12), na Capela da Santa Marta, toda ela centrada nas tentações que podem colocar em risco o serviço dos sacerdotes.
O Papa chamou a atenção dos “rígidos” que fazem os fiéis carregar coisas que nem eles carregam. Mais ainda: denunciou a tentação da mundanidade que transforma o sacerdote em um funcionário e o leva a parecer “ridículo”.
São como crianças às quais se oferece uma coisa e não lhes agrada. Oferece a elas o contrário, também não está bem. O Papa inspirou-se nas palavras de Jesus que, no Evangelho do dia, sublinham a insatisfação do povo, sempre insatisfeito.
Também hoje – observou imediatamente o Pontífice – “existem cristãos insatisfeitos – tantos – que não conseguem entender o que o Senhor nos ensinou, não conseguem entender o cerne da revelação do Evangelho”.
Então, concentrou-se nos padres “insatisfeitos” que – advertiu – “fazem tanto mal”. Vivem insatisfeitos, buscam sempre novos projetos, “porque o coração deles está afastado da lógica de Jesus” e por isto “se lamentam ou vivem tristes”.
Não ao sacerdotes intermediários, sim aos sacerdotes mediadores
A lógica de Jesus – retomou o Papa – deveria, ao invés disto , dar “plena satisfação” a um sacerdote. “É a lógica do mediador”. “Jesus – sublinhou Francisco – é o mediador entre Deus e nós. E nós devemos seguir por este caminho de mediadores”, “não como a outra figura que assemelha tanto, mas não é a mesma: intermediários”.
O intermediário, de fato, “faz o seu trabalho e recebe o pagamento”, “ele nunca perde”. O mediador é totalmente diferente disto:
“O mediador perde a si mesmo para unir as partes, dá a vida, a si mesmo, e o preço é aquele: a própria vida, paga com a própria vida, o próprio cansaço, o próprio trabalho, tantas coisas, mas – neste caso o pároco – para unir o rebanho, para unir as pessoas, para levá-las a Jesus. A lógica de Jesus como mediador é a lógica de aniquilar a si mesmo. São Paulo na Carta aos Filipenses é claro sobre isto: “Aniquilou a si mesmo, esvaziou a si mesmo”, mas para fazer esta união, até a morte, morte de cruz. Esta é a lógica: esvaziar-se, aniquilar-se”.
O sacerdote autêntico – acrescentou o Santo Padre – “é um mediador muito próximo ao seu povo”. O intermediário – pelo contrário – faz o seu trabalho mas depois pega outro, “sempre como funcionário”, “não sabe o que significa sujar as mãos” em meio à realidade.
E é por isto – reiterou o Santo Padre – que quando “o sacerdote muda de mediador a intermediário não é feliz, é triste”. E busca um pouco de felicidade no “mostrar-se, no fazer sentir a sua autoridade”.
A rigidez afasta as pessoas que buscam consolação
Aos intermediários de seu tempo – acrescentou – “Jesus dizia que lhes agradava passear pelas praças”, para mostrarem-se e serem honrados:
“Mas para fazerem-se importantes, os sacerdotes intermediários seguem pelo caminho da rigidez: tantas vezes, separados das pessoas, não sabem o que é a dor humana; perdem aquilo que haviam aprendido em suas casas, com o trabalho do pai, da mãe, do avô, da avó, dos irmãos… Perdem estas coisas. São rígidos, aqueles rígidos que largam sobre os fieis tantas coisas que eles não carregam, como dizia Jesus aos intermediários de seu tempo. A rigidez. Chicote em mãos com o povo de Deus: “Isto não pode, isto não pode…”. E tantas pessoas que se aproximam buscando um pouco de consolação, um pouco de compreensão, acabam expulsas com esta rigidez”.
Quando sacerdote rígido e mundano tornar-se um funcionário, cai no ridículo
Todavia – advertiu o Pontífice – a rigidez “não pode se manter por muito tempo, totalmente. E fundamentalmente é esquizoide: parecerás rígido, mas dentro serás um desastre”. E com a rigidez, a mundanidade. “Um sacerdote mundano, rígido – disse Francisco – é um insatisfeito porque pegou o caminho errado”:
“Sobre rigidez e mundanidade, aconteceu há algum tempo, que veio a mim um Monsenhor idoso da Cúria, que trabalha, um homem normal, enamorado de Jesus e me contou que havia ido ao ‘Euroclero’ comprar um par de camisas e viu diante de um espelho um jovem – ele pensa que talvez tivesse uns 25 anos, o padre jovem ou (que estava) para tornar-se padre – diante do espelho, com uma manta, grande, larga, com veludo, a corrente de prata e se olhava. E depois pegou o chapéu romano, o colocou e olhava. Um rígido mundano. E o sacerdote – é sábio o Monsenhor, muito sábio – conseguiu superar a dor, com uma história de saudável humorismo e acrescentou: “E depois se diz que a Igreja não permite o sacerdócio às mulheres!”. De forma que o trabalho que faz o sacerdote quando torna-se um funcionário, cai no ridículo”.
Um bom sacerdote se reconhece se sabe brincar com uma criança
“No exame de consciência – disse a seguir o Papa – considerem isto: hoje fui funcionário ou mediador? Guardei a mim mesmo, busquei a mim mesmo, a minha comodidade, a minha organização ou deixei que o dia seguisse a serviço dos outros?”.
Uma vez – contou Francisco – uma pessoa me dizia “que ele reconhecia os sacerdotes pelo comportamento com as crianças: se sabem fazer carinho numa criança, sorrir para uma criança, brincar com uma criança…É interessante isto porque significa que sabem abaixar-se, aproximar-se das pequenas coisas”.
Pelo contrário – observou – “o intermediário é triste, sempre com aquela cara triste ou muito séria, rosto sisudo. O intermediário tem olhar sisudo, muito sisudo! O mediador – retomou – é aberto: o sorriso, a acolhida, a compreensão, os carinhos”.
Policarpo, São Francisco Xavier, São Paulo: três ícones de sacerdotes mediadores
Na parte final da homilia, o Papa propôs três “ícones” de sacerdotes mediadores e não intermediários”. O primeiro é o “grande” Policarpo que “não negocia a sua vocação e vai com coragem à pira e quando o fogo o cerca, os fieis que estavam ali sentiram odor de pão”. “Assim – disse Francisco – acaba um mediador: como um pedaço de pão para os seus fieis”.
O outro ícone é São Francisco Xavier, que morre jovem na praia de San-cian, “olhando para a China” onde queria ir mas não o poderá, porque o Senhor o leva para Si.
E depois o último ícone: o idoso São Paulo nas Três Fontes. “Aquela manhã, bem cedo – recordou – os soldados foram até ele, o pegaram e ele caminhava encurvado”. Sabia muito bem que isto acontecia pela traição de alguns dentro da comunidade cristã, mas ele lutou tanto, tanto na sua vida, que se oferece ao Senhor como um sacrifício”.
“Três ícones – concluiu – que podem nos ajudar. Olhemos nisto: como quero acabar a minha vida de sacerdote? Como funcionário, como intermediário ou como mediador, isto é, na cruz?”. Fonte: http://catholicus.org.br
FREI MARCELO E FREI REINALDO: Convite:
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Os Frades Carmelitas; Marcelo Aquino- futuro Presbítero da Igreja- e Reinaldo Paraíso- futuro Diácono da Igreja - convida a família Carmelitana para o Tríduo em Preparação a Ordenação Presbiteral e Diaconal. TRÍDUO: Dias 14- Festa de São João da Cruz- 15 e 16, na Rua Martiniano de Carvalho, 114, Bela Vista, São Paulo, capital. ORDENAÇÃO: Dia 17, às 16h na mesma Igreja. Melhores informações através do Tel. do Convento do Carmo/SP. (011) 3146-4500. Mensagens através do Olhar Jornalístico pelo e-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. Convento do Carmo da Lapa/RJ. 13 de dezembro-2016. DIVULGAÇÃO: www.mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com
O OLHAR DE LUZIA: Frei Petrônio
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OUÇO UMA VOZ LÁ NO DESERTO
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OUÇO UMA VOZ LÁ NO DESERTO
LETRA:
Música: Reginaldo Veloso
(CD Liturgia IV - Paulus)
SALMO 147/146
Ouço uma voz lá no deserto a gritar: Uma estrada preparai para o Senhor! Endiretai os seus caminhos, pois Ele vem, e logo mais avistareis o Salvador!
1- Louva, Jerusalém, louva o Senhor teu Deus: tuas portas reforçou, e os teus abençoou, te cumulou de paz, e o pão do céu te traz.
2 - Sua Palavra, envia, corre veloz sua voz. Da névoa desce o véu, unindo a terra e o céu; as nuvens se desmancham, o vento sopra e avança.
3- Ao povo revelou, palavras de amor. A sua Lei nos deu, e o mandamento seu; com ninguém fez assim, amou até o fim.
4- A virgem, mãe será, um filho à luz dará, seu nome, Emanuel:
“Conosco Deus” do céu; o mal desprezará, o bem escolherá.
5- Ao Pai do céu louvemos, e ao que vem, cantemos; e ao Divino,
então, a nossa louvação! Os três, que são um Deus, exalte o povo seu!
*Padres em perigo, entre vulnerabilidade e fraternidade.
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Para todos os cristãos, e particularmente para os padres, a fé é um eixo dessa existência que deve permitir manter unidas as múltiplas facetas do próprio destino, entre o "fazer", que muitas vezes os submerge nas missões institucionais, e o "estar com", que dá à própria aventura espiritual toda a sua cor e a sua densidade.
Um recente e dramático suicídio de um padre convida à reflexão. Felizmente, trata-se de um fato muito raro, e é legítimo que desperte uma emoção forte, mas que corre o risco de nos fazer esquecer outras formas de autoculpabilização dos padres, que precisam de igual vigilância e solicitude.
A minha experiência profissional de professora-pesquisadora e de terapeuta me levou a dar cursos de formação de vários anos para seminaristas, a acompanhar padres em períodos de fragilidade e de assumir compromissos em estruturas eclesiais. Como pesquisadora e médica, analisei o problema da exaustão profissional, particularmente nas profissões "vocacionais", em que, à carga efetiva de trabalho, soma-se o sentimento de culpa de não poder corresponder à missão prescrita ou que se imaginava poder desenvolver...
*Leia na íntegra. Clique aqui:
*Padre irlandês adverte sobre depressão entre clérigos sobrecarregados de trabalho.
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Ele destacou como muitos padres estão lutando, no nível pastoral, com questões que vão além de sua formação e competência, como ministrar a pais de casais homoafetivos, responder a um convite para um casamento gay e o que significa um acompanhamento pastoral nessas situações.
Autor de livros como “Where Do We Go From Here? The Crisis in Irish Catholicism”, Hoban alertou que o nível de desconfiança entre os padres e bispos na Irlanda é tal que um acúmulo de ressentimento e raiva está cada vez mais evidente em algumas dioceses onde uns bispos estão usando o cargo para “forçar sua autoridade pessoal sobre os sacerdotes”...
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