ELIAS PEREGRINO EM APARECIDA DO NORTE...
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FINAL DO ANO ELIANO MISSIONÁRIO: Aqui está mais um material que vc vai receber no dia 25 de setembro em Aparecida do Norte/SP, no encerramento do Ano Eliano Missionário da Província Carmelitana de Santo Elias- Ordem Terceira do Carmo. Esperamos você! Veja o vídeo- convite. Clique aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=d3VQYUshTIU
(Confirme a sua presença diretamente com o coordenador da Comissão Provincial Provincial, Paulo Dhaer. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.)
ACIDENTE ENTRE O BISPO E O TREM: Décio Zandonade se recupera bem após acidente
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Carro do bispo colidiu com trem na quinta-feira
O bispo emérito da diocese de Colatina (ES), dom Décio Sossai Zandonade, se recupera bem de um acidente de automóvel, ocorrido na tarde de quinta-feira, dia 8. De acordo com a cúria, ele permanece internado no Hospital São Camilo, em Aracruz (ES), a cerca de 70 quilômetros de Colatina.
Segundo o boletim médico divulgado hoje, 9, pelo hospital, dom Décio passa bem e está acomodado em apartamento aguardando nova avaliação médica. A informação é de que o prelado realizou exames de imagem “que não evidenciaram nenhuma alteração aguda. Apresenta bom prognóstico”. A diocese de Colatina pediu que todos continuem rezando para sua plena recuperação.
Ainda, de acordo com o boletim, dom Décio Sossai Zandonade será transferido para o Hospital Unimed Noroeste Capixaba, em Colatina, no começo da tarde. Com a transferência para Colatina, ficará mais próximo de seus médicos pessoais. Na sede da diocese, o bispo deve passar por novos exames. Por orientação médica, as visitas estão suspensas, a fim de que ele descanse, informou a cúria.
Acidente
Conforme informações da diocese, dom Décio deixava o Santuário Nossa Senhora da Saúde, em Ibiraçu (ES), na tarde de quinta-feira, quando o acidente aconteceu. Ele seguia com seu automóvel e, ao tentar atravessar a linha de ferro, colidiu com um trem que passava pelo local. O carro foi jogado para fora da ferrovia. Ele estava sozinho. Dom Décio sofreu um ferimento na cabeça e uma luxação na clavícula. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Deus, marketing e negócios: Francisco, precursor de Jobs. Artigo de Alessandro Barbero.
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"As analogias entre as ordens religiosas da Idade Média e as grandes empresas atuais são tão vistosas que nos perguntamos se as estratégias e a linguagem das multinacionais não se inspiraram conscientemente naquela experiência. Hoje, não há documento de marketing ou manual de comunicação empresarial que não empregue em cada linha as palavras vision e mission, que revelam imediatamente o seu pertencimento à linguagem dos frades e dos monges. E, por outro lado, por que as empresas não deveriam se inspirar em um modelo de tamanho sucesso?". A opinião é do historiador italiano Alessandro Barbero, professor da Università del Piemonte Orientale, em artigo publicado no jornal La Stampa, 06-09-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Imaginemos uma grande organização multinacional, conhecida em todo o mundo, fundada graças ao impulso visionário de um jovem fundador carismático, que se tornou um mito ainda vivo e mais ainda depois da morte; uma organização reconhecível também visualmente pelas suas escolhas de comunicação e pelo look inconfundível que a caracteriza. Estou falando da Apple e de Steve Jobs? Não, estou falando de São Francisco e da Ordem Franciscana.
As analogias entre as ordens religiosas da Idade Média e as grandes empresas atuais são tão vistosas que nos perguntamos se as estratégias e a linguagem das multinacionais não se inspiraram conscientemente naquela experiência. Hoje, não há documento de marketing ou manual de comunicação empresarial que não empregue em cada linha as palavras vision e mission, que revelam imediatamente o seu pertencimento à linguagem dos frades e dos monges. E, por outro lado, por que as empresas não deveriam se inspirar em um modelo de tamanho sucesso?
Dez anos depois que Francisco teve a intuição de fundar a sua ordem, os franciscanos já eram alguns milhares, o que significa que tinham quase duplicado a cada ano; para ser exato, calculou-se uma taxa de crescimento de 80% ao ano.
A conquista de novos mercados era gerida com campanhas dirigidas: nascidos na Itália central, depois de pouco tempo, os franciscanos decidem se expandir para o norte e enviam forças-tarefa especiais na Lombardia e na Alemanha, confiadas a frades que sabem pregar nas línguas estrangeiras, "in lombardico et in theutonico". Em 1219, Francisco decide enviar um grupo de frades para a França, para difundir a Ordem também naquele reino; 20 anos depois, já tinham sido fundados cerca de 72 conventos.
Não é de se admirar que Francisco, em certo ponto, abriu os olhos e se deu conta de que havia criado um monstro: estava à frente de uma multinacional, ele que queria ir por aí descalço com um grupinho de amigos, falando de Jesus às pessoas e descarregando caixas no mercado para se manterem.
Nos últimos anos de vida, Francisco renunciou à chefia da ordem, criando enormes problemas para os seus sucessores, porque, para a imagem da organização e a motivação dos membros, o mito do fundador é essencial.
Entre os séculos XVIII e XIX, os grandes fundadores de empresas, Henry Ford, Bill Gates, Steve Jobs foram mitificados em vida e se tornaram lendas depois da morte, graças também à invenção daquele peculiar gênero literário, a biografia autorizada, herdeira direta da hagiografia medieval.
O caso de Steve Jobs confirma que os visionários da Idade Média tinham razão quando insistiam na importância do look. A biografia autorizada de Walter Isaacson nos revela que, certamente, não era por acaso que Jobs se vestia sempre igual, jeans azul sem cinto e camiseta preta de gola alta. Várias vezes, o fundador da Apple propôs que todos os empregados da empresa se vestissem do mesmo modo, mas os trabalhadores não gostavam da ideia, e Jobs teve que se contentar em vestir-se, ele mesmo, assim: no armário, ele tinha uma centena de camisetas pretas, todas iguais e previu corretamente que elas seriam suficientes para toda a vida.
Francisco, ao contrário, conseguiu impor aos frades que se vestissem todos do mesmo modo, com uma túnica cinza e um capuz pontudo, como os camponeses; mas, depois da sua morte, os franciscanos tinham túnicas largas e cômodas, de ótimo tecido, e o capuz se tornou amplo e arredondado, como queria a moda.
Graças às tecnologias modernas, os historiadores da arte descobriram que diversa tábuas com o retrato de São Francisco foram modificadas depois da sua morte, apagando o odiado capuz pontudo e substituindo-o por um capuz de jovem elegante.
Todos sabiam que a imediata reconhecibilidade era um ingrediente de sucesso. Quando o mosteiro de Cîteaux começou a competir com o de Cluny, os cistercienses descobriram que, na regra beneditina, não estava escrito em parte alguma de que cor tinha que ser o hábito; por tradição, era preto, mas eles se vestiram de branco, porque as pessoas tinham que ver a diferença. O manto branco também era a prerrogativa dos Templários, e, quando uma ordem concorrente, os Teutônicos, quis adotá-lo, os Templários protestaram com o papa, para que impedisse essa concorrência desleal: o copyright era deles!
Depois, as ordens militares tiveram o problema, comum a muitas empresas, de uma crise de mercado que reduziu a demanda. Depois da perda da Terra Santa e o fim das Cruzadas, não havia mais uma grande necessidade de monges guerreiros. Havia nada menos do que três ordens militares, os Templários, os Hospitalários e os Teutônicos, e cada vez mais vozes se levantavam contra essas entidades inúteis, que, para a cristandade, representavam um passivo líquido.
As ordens reagiram, apresentando um projeto de fusão: assim, argumentou o Grão-Mestre do Templo, vão ser feitas grandes economias, onde antes havia três cadeiras permanecerá apenas uma. Mas o antitruste interveio: os soberanos europeus mandaram dizer ao papa que não tinham nenhuma vontade de se deparar com uma multinacional monopolista e extrapoderosa. No fim, como se sabe, Filipe, o Belo, resolveu a seu modo o problema da redundância dos Templários; mas os seus rivais, os Hospitalários, ainda existem, com o nome de Ordem de Malta.
E, a esse propósito, existem duas organizações que recentemente lançaram um projeto chamado Vision 2050. São projetos que não têm nada em comum, mas foram chamados do mesmo modo, por acaso, por gestores que compartilham o mesmo tipo de linguagem. Uma delas é a WBCSD, organização que reúne cerca de 200 multinacionais e que, com o projeto Vision 2050, propõe-se a guiar a "global business community" rumo a um futuro sustentável.
A outra é precisamente a Ordem de Malta, que, com o projeto Vision 2050, propõe-se a recrutar jovens e iniciativas financeiras até meados do século. Assim, uma poderosíssima associação de multinacionais, fundada em 1992, com sede em Genebra, e a Ordem de Malta, o velho concorrente dos Templários, que, no seu site oficial, declara estar em atividade desde 1048, usam a mesma linguagem; e é muito difícil decidir quem está imitando o outro. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Madre Teresa, a santa que não encontrava Deus.
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Aqueles que ainda sonham com os santos como pessoas perfeitas em admirável diálogo com Deus ficarão perplexos. Porque o Papa Francisco, convidando todos os fiéis na Praça de São Pedro a imitarem a Madre Teresa de Calcutá, fazendo "aquela revolução da ternura iniciada por Jesus Cristo com o Seu amor de predileção pelos pequenos", proclamou santa uma mulher albanesa, que, durante 50 anos da sua vida – e não antes da sua "conversão", mas exatamente no último meio século da sua existência – não acreditou em Deus, não O encontrou, deparando-se apenas com uma enorme escuridão. As suas últimas palavras no seu leito de morte não foram uma invocação piedosa qualquer, mas um suspiro muito terrestre: "Não consigo respirar". A reportagem é de Marco Politi, publicada no jornal Il Fatto Quotidiano, 04-09-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A Madre Teresa de Calcutá, "mão estendida de Cristo", de acordo com a eficaz expressão do Papa Bergoglio, válida para ela e para todos os voluntários que se consomem pelo próximo, é uma personagem muito mais interessante do que o ícone que ela já se tornou, manchada em parte pela opinião pública laica de ter se envolvido, nos anos 1990, na violenta luta ideológica da Igreja Católica contra o direito de escolha das mulheres de abortar.
Karol Wojtyla, durante as inúmeras beatificações e canonizações do seu pontificado, fez uma virada na imagem de "santo" do passado. Não mais apenas padres, bispos e papas e algumas freiras excepcionais, além de mártires individuais. Da fábrica de santos wojtyliana, saíram personagens de extrações mais variadas, de todas as culturas, de todos os países, incluindo leigos e leigas, simples pais e mães de família.
Na visão de Wojtyla, não deviam ser necessariamente figuras extraordinárias, mas testemunhas reais da mensagem cristã na normalidade da vida cotidiana. Santos não mais em uma acepção clerical, mas modelos de comportamento inseridos em uma sociedade de massa, no mundo globalizado. Nesse sentido, João Paulo II foi muito moderno.
A Madre Teresa de Calcutá, venerada por Wojtyla pelo seu estrênuo compromisso em favor dos miseráveis e, não por acaso, escolhida por Francisco para marcar a fase culminante do seu Jubileu da Misericórdia, é um passo ainda mais à frente.
Um salto. Justamente por causa da sua relação problemática com Deus.
Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, nascida em Skopje em 1910 e falecida aos 87 anos de idade, atravessou todo o século XX, um século nada curto, e hoje, a 20 anos do seu falecimento – com a justa distância dada pelo tempo –, torna-se um estímulo de reflexão muito bergogliano: uma personagem, pelo calibre da sua existência, de significativa relevância para o mundo contemporâneo e – para aqueles que querem refletir – não só para a área dos crentes, mas também para a dos não crentes pensantes.
O primeiro elemento de absoluta realidade é a sua escolha radical de deixar um trabalho tranquilo como professora em uma escola frequentada por alunos de classe média para se comprometer irrevogavelmente ao lado dos "mais pobres dos pobres". Os condenados da Terra, se diria na linguagem política dos anos 1960-1970. E a essa escolha de campo deve ser adicionada a decisão de se dedicar aos destituídos "morrentes".
Não são mais questões do Terceiro Mundo, não são em nada problemas do século passado. Hoje, a miséria – no próprio coração das sociedades aparentemente opulentes do Primeiro Mundo – e a morte no abandono da solidão se tornaram questões centrais da sociedade contemporânea.
A personagem histórica de Teresa representa, com a sua escolha, um indicador precioso dos dramas que as elites políticas e econômicas contemporâneas preferem remover e diante do qual cada contemporâneo é chamado a tomar posição: comprometer-se para superá-los ou fechar-se na esfera individualista. Tema sobre o qual o Papa Francisco recorda com obstinação os homens e as mulheres do nosso tempo, para além das fronteiras confessionais ou filosóficas.
O segundo aspecto de atualidade na vida de Teresa é, justamente, o fato de não encontrar Deus. Na sua correspondência privada, encontram-se frases chocantes para uma futura santa: "Sinto que Deus não é Deus (…) que Ele realmente não existe (…) Eu chamo, eu me agarro, eu quero, mas há Alguém que responda. Ninguém, ninguém... Eu não tenho fé alguma. Nenhuma fé".
Interrogações radicais mantidas às escondidas durante décadas. Porque aqui não se trata simplesmente, como os apologetas preferem dizer, daquele fenômeno que os teólogos católicos chamam de "noite da fé". Fenômeno que afetou mais de um santo. Não foi uma noite de escurecimento temporário, uma crise passageira.
Ao contrário, foi uma condição que marcou toda a segunda parte da vida de Madre Teresa até a sua morte. O padre Brian Kolodiejchuk, postulador oficial da sua causa de canonização, escreveu: "Ela não sentia a presença de Deus, nem no seu coração, nem na eucaristia".
Se um santo (para a Igreja Católica) é um modelo que tem algo a dizer para a sociedade, Teresa é um aguilhão à reflexão sobre o problema-Deus na era contemporânea. Agora que Deus não é mais pensável como o Onipotente com a barba grande, que decide os destinos da humanidade, que pune com os terremotos, que premia evitando o granizo, agora que Deus – depois de Auschwitz – não é sequer imaginável como portador de uma Providência que tem uma finalidade benéfica própria através dos infortúnios, a escuridão sentida sistematicamente por Teresa toca qualquer um (crente ou não crente) que se faça a pergunta sobre a existência ou não de um princípio, que vá além do transitório.
O silêncio de Deus, a inimaginabilidade de Deus e a pergunta por Deus estão inextrincavelmente imbricados na era contemporânea para qualquer homem ou mulher que se faça filosoficamente perguntas de fundo sobre a existência – até mesmo para rejeitar a ideia de uma divindade.
Assim, Teresa, a mulher que escolheu como hábito o sari indiano com a cor azul dos párias, a casta dos intocáveis desterrados, a cristã que não encontra Deus, mas se entrega pela humanidade abandonada, acaba se tornando um ponto de interrogação para muitos.
Por outro lado, o Papa Wojtyla proclamou "Doutora da Igreja", isto é, grande mestra dos fiéis, Santa Teresa de Lysieux, que morreu não acreditando na vida após a morte. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
SÃO JOÃO DEL REI: 270 Anos da Ordem Terceira do Carmo.
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Celebração dos 270 anos da VOTC de São João del Rei-MG, da Paroquia da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, que contou com a presença de diversos representantes dos Sodalícios de Barbacena, Ouro Preto, Angra dos Reis, Lapa-RJ, Sapopemba- Grande São Paulo e Joée dos Campos.
A Missa foi celebrada pelo Revmo Frei Evaldo Xavier, Provincial da Província Carmelitana de Santo Elias, além dos frades Frei Geraldo Bezerra, Frei Márcio Silvan, Pe. Alex, Pe. Ramiro e Pe. Geraldo Magela. Ainda contamos com a presença de diversos postulantes do Carmo de BH e duas monjas que virão para São Joao del Rei. Após a Santa Mmiss, houve uma rasoura pelas com a imagem de Nossa Senhora e na chegada o canto do Te Deum Laudamus.
Que a Virgem do Carmo continue abençoando muito esta cidade e seus devotos!
Fonte: https://www.facebook.com/ordem.carmelitana?hc_ref=NEWSFEED
FREI PETRÔNIO NA VILA KOSMOS/RJ...
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MISSA COM FREI PETRÔNIO NO RIO DE JANEIRO: Neste domingo, 11, o Frei Petrônio de Miranda se encontra na Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Vicente de Carvalho- Vila Kosmos- RJ. (Primeiras Fotos). Missas; 7:30min; 10h e 18h. Fotos: Rosemiro Magalhães.
Bento XVI segundo ele mesmo: "Ninguém me chantageou"
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Ratzinger se confessa no livro-entrevista Ultime conversazioni [Últimas conversas]: "Decidir não é o meu forte, mas não me sinto um fracasso".
A reportagem é do jornal Corriere della Sera, 07-09-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Eu escrevi a renúncia"
"O texto da renúncia, fui eu que escrevi. Não posso dizer precisamente quando, mas, no máximo, duas semanas antes. Eu o escrevi em latim, porque uma coisa tão importante se faz em latim. Além disso, o latim é uma língua que eu conheço bem o suficiente para poder escrever de modo decoroso. Eu também poderia tê-lo escrito em italiano, naturalmente, mas havia o perigo de que eu cometesse alguns erros."
"Eu não fui chantageado"
"Não se tratou de uma retirada sob a pressão dos eventos ou de uma fuga por causa da incapacidade de enfrentá-los. Ninguém tentou me chantagear. Eu não teria sequer permitido. Se eles tivessem tentado fazer isso, eu não teria ido embora, porque não é preciso sair quando se está sob pressão. E também não é verdade que eu estava desapontado ou coisas semelhantes. Ao contrário, graças a Deus, eu estava no estado de espírito pacífico de quem superou a dificuldade. O estado de espírito em que se pode passar tranquilamente o leme para quem vier depois."
Feliz com o sucessor
"O meu sucessor não quis a mozeta vermelha. Isso não me afetou minimamente. O que me tocou, em vez disso, é que, ainda antes de sair à loggia, ele quis me telefonar, mas não me encontrou, porque estávamos justamente na frente da TV. O modo como ele rezou por mim, o momento de recolhimento, depois a cordialidade com que saudou as pessoas, tanto que a centelha, por assim dizer, acendeu imediatamente. Ninguém esperava ele. Eu o conhecia, naturalmente, mas não pensei nele. Nesse sentido, foi uma grande surpresa. Não pensei que ele estivesse no grupo restrito dos candidatos. Quando eu ouvi o nome, primeiro, fiquei inseguro. Mas, quando eu vi como ele falava, de um lado, com Deus, de outro, com os homens, fiquei realmente contente. E feliz."
"A Igreja está viva"
"A eleição de um cardeal latino-americano significa que a Igreja está em movimento, é dinâmica, está aberta, diante de perspectivas de novos desenvolvimentos. Que não está congelada em esquemas: sempre acontece algo surpreendente, que possui uma dinâmica intrínseca capaz de renová-la constantemente. O que é bonito e encorajador é que, justamente na nossa época, acontecem coisas que ninguém esperava e mostram que a Igreja está viva e transborda de novas possibilidades."
Reformas: "Não sou forte"
"Cada um tem o seu próprio carisma. Francisco é o homem da reforma prática. Ele foi arcebispo por muito tempo, conhece o ofício, foi superior dos jesuítas e também têm o ânimo para pôr a mão em ações de caráter organizacional. Eu sabia que este não era o meu ponto forte."
Sobre o lobby gay vaticano
"Efetivamente, foi-me indicado um grupo, que, enquanto isso, dissolvemos. Estava assinalado justamente no relatório da comissão de três cardeais que era possível identificar um pequeno grupo de quatro, talvez cinco, pessoas. Nós o dissolvemos. Outros vão se formar? Eu não sei. No entanto, o Vaticano certamente não pulula de casos semelhantes."
Que a Igreja mude
"É evidente que a Igreja está abandonando cada vez mais as velhas estruturas tradicionais da vida europeia e, portanto, muda de aspecto, e nela vivem novas formas. Está claro, principalmente, que a descristianização da Europa progride, que o elemento cristão desaparece cada vez mais do tecido da sociedade. Consequentemente, a Igreja deve encontrar uma nova forma de presença, deve mudar o seu modo de se apresentar. Estão em curso inversões epocais, mas ainda não se sabe até que ponto se poderá dizer com exatidão quando começa uma ou outra."
"Não sou um fracasso"
"Um ponto fraco meu talvez seja a pouca determinação para governar e tomar decisões. Aqui, na realidade, sou mais professor, alguém que reflete e medita sobre as questões espirituais. O governo prático não é o forte, e essa certamente é uma fraqueza. Mas não consigo me ver como um fracasso. Durante oito anos, desempenhei o meu serviço. Houve momentos difíceis, basta pensar, por exemplo, no escândalo da pedofilia e no caso Williamson ou também no escândalo Vatileaks. Mas, em geral, também foi um período em que muitas pessoas encontraram um novo caminho para a fé e também houve um grande movimento positivo."
"Estou me preparando para a morte"
"É preciso se preparar para a morte. Não no sentido de fazer certos atos, mas de viver preparando-se para superar o último exame diante de Deus. Para abandonar este mundo e se encontrar diante d’Ele e dos santos, dos amigos e dos inimigos. Digamos, para aceitar a finitude desta vida e pôr-se a caminho para chegar à presença de Deus. Eu tento fazer isso pensando sempre que o fim está se aproximando. Tentando me preparar para esse momento e, sobretudo, mantendo-o sempre presente. O importante não é imaginá-lo, mas viver na consciência de que toda a vida tende a esse encontro."
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
*OLHAR SOBRE O CARMELO: Surgimento e evolução da Segunda e Terceira Ordem.
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Quando falamos aqui de ‘Terceira Ordem’ referimo-nos a pessoas que vivem o carisma carmelitano exatamente na sua condição de leigo ou leiga. Globalmente podemos distinguir três fases evolutivas. Antes de descrevê-las convém dizer que o assunto é um tanto complexo, pelo fato de serem as datas às vezes confusas, imprecisas e localmente situadas. Corremos, assim, o risco de introduzir generalizações que, na realidade, se referem a fatos de um determinado tempo ou área geográfica específica...
*Leia na íntegra. Clique aqui:
Deslocar seminaristas levanta o debate sobre a formação do futuro clero
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"Suspeito que o arcebispo de Dublin, alguém que passou a maior parte de sua vida sacerdotal em um escritório no Vaticano, não está feliz em mandar os seus seminaristas a Roma. Pelo contrário, ele considera essa atitude a única forma de incitar uma discussão mais importante e urgente a respeito da natureza da formação sacerdotal".
O comentário é de Robert Mickens, editor-chefe da Global Pulse e teólogo, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 02-09-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Eis o artigo.
Todos os caminhos levam a Roma.
E um caminho em particular – na verdade, um trajeto aéreo do Aeroporto John Kennedy, em Nova York, para o Aeroporto Leonardo da Vinci (Fiumicino) em Roma – me trouxe aqui a exatamente 30 anos atrás.
Era o dia 30 de agosto de 1986. (Desde então estou aqui, após eu ter vivido um ano na Suíça a passado seis meses nos EUA.)
Essa data é fácil lembrar porque, no dia anterior, quando eu e outros 35 seminaristas americanos partimos em direção à Cidade Eterna, celebrava-se a festa litúrgica da Decapitação de João Batista.
Por vezes, em momentos inesperados de altos e baixos nos primeiros meses principalmente, nós nos perguntávamos se tal data não era algum tipo de presságio.
Mais tarde ficou claro que, de fato, muitas pessoas perderam a cabeça (pelo menos de modo figurativo) nessa antiga cidade de santos e pecadores. Em tempo, também aprendemos que Roma é um lugar onde alguns perdem a fé
Em nosso próprio mundo rarefeito, vivendo no Pontifício Colégio Norte-Americano e frequentando uma das pontifícias universidades da cidade, veríamos alguns do nosso grupo se agarrarem com mais tenacidade às vacas sagradas, coisas que eles acabaram confundindo com a crença católica.
Mas a maioria de nós iria sucumbir dolorosamente à experiência impotente e muitas vezes solitária de ver ídolos piedosos desmoronar diante de nós. E isso abriria a possibilidade de ou embarcar em uma jornada mais profunda da fé cristã marcada pela responsabilidade pessoal e por um discernimento cuidadoso, ou buscar refúgio em uma instituição eclesial regrada onde se finge que tudo é preto e branco.
O Papa Francisco me fez recordar estas ideias após algumas observações que fez a respeito da formação sacerdotal enquanto falava em privado no mês passado na Polônia com um grupo de companheiros jesuítas. “Igreja precisa, hoje, crescer na capacidade de discernimento espiritual”, disse ele aos cerca de trinta confrades em 30 de julho.
“Alguns planos de formação sacerdotal correm o risco de apresentar ideias demasiado claras e distintas”, com limites e critérios “que são definidos a priori, rigidamente (...) e que põem de lado as situações concretas”, continuou.
“É preciso verdadeiramente perceber isto: na vida nem tudo é preto ou branco. Não, na vida prevalecem os tons de cinza. (…) Por isso, é preciso compreender estes aspectos onde as coisas não são claras”, concluiu Francisco.
Eu gostaria apenas de salientar algumas poucas questões que estes comentários fazem surgir em mim à luz da experiência de ter vivido em Roma, e especialmente em seu ambiente eclesiástico, nas últimas três décadas. Par isso, irei considerar alguns eventos recentes que envolvem a formação de jovens seminaristas.
O primeiro pensamento que destaco diz respeito ao atual método ou sistema de preparar membros da religião cristã para serem presbíteros (isto é, sacerdotes ordenados). O segundo tem a ver com a adequação de levar a cabo tal preparação (formação sacerdotal) em Roma.
Recentemente, Dom Diarmuid Martin, de Dublin, foi motivo de manchetes quando declarou que estava retirando os seus seminaristas que estudavam no seminário nacional do país, o St. Patrick’s College, em Maynooth, Irlanda, e mandando-os para o Pontifício Seminário Irlandês, em Roma.
Segundo falou, ele estava fazendo isto em decorrência do que vinha ocorrendo em Maynooth, coisas aparentemente ligadas a acusações anônimas de comportamento e intrigas impróprias envolvendo homossexualidade, o que incluía o uso, de parte de alguns estudantes, do aplicativo de celular Grindr, para encontros entre pessoas do mesmo sexo.
Os outros bispos da Irlanda ficaram surpresos e quase todos comprometeram-se em manter seus alunos estudando no seminário nacional.
Isso não impediu o conselho administrativo do seminário de aplicar imediatamente um “curativo” para consertar o suposto problema: os seminaristas terão agora que fazer suas refeições noturnas na companhia de seus superiores, ao invés de jantar fora; deverão também participar de uma recitação comunitária do rosário às 21 horas.
Os administradores do Maynooth devem achar que os seminaristas são capazes de agir em seus desejos sexuais somente à noite e que quaisquer ações podem ser impedidas com um monitoramento cuidados dos jovens e mantendo-os reclusos no prédio.
Na verdade, não acho que eles pensam isso. Mas suspeito que Martin acabou envergonhando-os com a sua decisão abrupta e drástica, de forma que os fez se sentirem obrigados a tomarem uma atitude.
Suspeito que o arcebispo de Dublin, alguém que passou a maior parte de sua vida sacerdotal em um escritório no Vaticano, não está feliz em mandar os seus seminaristas a Roma. Pelo contrário, ele considera essa atitude a única forma de incitar uma discussão mais importante e urgente a respeito da natureza da formação sacerdotal.
Ele já começou a falar sobre a possibilidade de criar um modelo de aprendizagem de preparação de futuros padres onde os candidatos morariam em paróquias ou em outros ambientes – em vez de seminários, que ainda estão modelados segundo uma programação monástica e de reclusão – enquanto estudam em universidades locais.
Martin terá dado uma contribuição fundamental à Igreja caso este tipo de modelo venha a ser estudado com mais cuidado e se levar a uma reforma em grande escala do atual sistema de formação sacerdotal (até mesmo deixando de lado outras questões cruciais como o sacerdote restrito a homens e o celibato obrigatório). Existem muitas maneiras de como estas coisas poderiam ser desenvolvidas.
Será uma batalha, no entanto. Muitas pessoas têm interesses em torno do atual status quo. Os seminários tradicionais precisariam redefinir suas missões (como alguns já começaram a fazer) ou fechariam, mesmo se forem considerados necessários como centros de discernimento ou formação espiritual – à semelhança dos programas de noviciado existentes nas ordens religiosas.
E quanto a mandar seminaristas para se preparar em Roma?
Não pareceria oportuno se a ideia – conforme deixa claro o Papa Francisco – é evitar dar-lhes “ideias demasiado claras e distintas” e “limites e critérios que são definidos a priori, rigidamente, (…) que põem de lado as situações concretas” nas quais eles estarão ministrando. Os seminaristas deveriam se preparar na – e para a – cultura e lugar onde irão atuar. Os estudos no exterior poderiam ser melhor empreendidos após alguns anos ordenação e serviço local.
É por isso que considero ainda mais alarmante que o seminário St. John Vianney College, em St. Paul, Minnesota, esteja enviando 15 de seus alunos para morar e estudar no Pontifício Colégio Irlandês. O St. John Vianney é o seminário preparatório de teologia para a Arquidiocese de St. Paul-Minneapolis, mas forma seminaristas de 19 dioceses americanas.
Anteriormente, estes seminaristas tinham a opção de estudar um semestre em Roma, mas com estudantes leigos no Campus Bernardi da Universidade de São Tomás, onde normalmente estudam. A mudança parece buscar manter os candidatos ao ministério sacerdotal separados de outros fiéis batizados que não estão em fase de discernimento espiritual. Este movimento é pensado para “proteger” uma vocação incipiente, mas também tem servido para formar atitudes de pertencimento a uma casta separada, clerical.
Simplificando: este é o modelo que foi confirmado por João Paulo II em sua exortação apostólica pós-sinodal de 1992, Dabo Pastores Vobis, e que teve continuidade com Bento XVI.
Mas Dom Diarmuid Martin, intencionalmente ou não, pode ter desferido o primeiro golpe a esta prática inadequada e ultrapassada, que não está conseguindo produzir padres eficientes para as necessidades e a missão da Igreja. Ironicamente, talvez, ele inspirou o esforço de percorrer um trajeto que, mais uma vez, leva a Roma. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
ANO ELIANO MISSIONÁRIO: O silêncio profético na vida do profeta Elias.
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
- Elias parecia forte e invencível no confronto com os profetas de Baal (1Rs 18,20-40). Mas diante da ameaça de Jezabel, ele aparece como é na realidade: fraco e vulnerável, "igual a nós" (Tg 5,17). Com medo de ser morto, foge do país, vai para o deserto (1Rs 19,1-3). Cego, sem enxergar, não percebe o anjo de Deus que lhe traz comida. Ele só quer comer, beber, dormir e ficar longe de tudo (1Rs 19,5). Está desanimado. Quer morrer: Não sou melhor que meus pais! Mas Deus não desiste. O anjo volta uma segunda vez (1Rs 19,7). Finalmente, Elias desperta e, alimentado por Deus, recupera sua força e, no silêncio do deserto, caminha quarenta dias e quarenta noites até o Horeb (Sinai), a Montanha de Deus (1Rs 19,8). Ele busca reencontrar Deus no mesmo deserto onde, séculos antes, na época do êxodo, havia nascido o povo.
- Mas a busca parece não estar bem orientada. Alguma coisa não está dando certo. Ele diz ter muito zelo, mas, na realidade, está fugindo com medo de morrer (1Rs 19,10.14). Diz que ficou sozinho, mas havia sete mil que não tinham dobrado o joelho diante de Baal (1Rs 19,18). Elias tem a visão limitada. Ele acha que é o único a defender a causa de Deus! (1Rs 19,14) Deus o manda sair da gruta e ficar na entrada, pois "Deus vai passar" (1Rs 19,11). Elias sai da gruta, mas a gruta não sai dele. Ele continua com a mesma visão limitada, achando que é ele quem defende a Deus! (1Rs 19,14)
- Deus vai passar! A nova experiência de Deus desintegra o mundo de Elias. Primeiro, um furacão! Depois, um terremoto! Depois, um fogo! No passado, ao concluir a Aliança com o povo naquela mesma Montanha Horeb ou Sinai, Deus tinha se manifestado no furacão, no tremor da montanha e nos raios de fogo (Ex 19,16). Eram os sinais tradicionais da presença atuante de Deus no meio do povo. Eram estes os critérios que orientavam a Elias na sua busca de Deus. Ele mesmo tinha experimentado a presença de Deus no fogo quando, no Monte Carmelo, enfrentou os profetas de Baal (1Rs 18,36-38).
- Elias estava fazendo uma coisa certa. Ele buscava Deus voltando às origens do povo. Ele voltou à experiência de Deus no êxodo. Mas os critérios da sua busca estavam desatualizados. Ele vivia no passado. Encerrou Deus dentro dos critérios! Queria obrigar Deus a ser como ele, Elias, o imaginava e desejava. Por isso acontece o inesperado, a surpresa total: Deus não estava mais no furacão, nem no terremoto, nem mesmo no fogo que tinha sido sinal da presença de Deus, pouco antes, no Monte Carmelo! Parece até um refrão que volta três vezes: Javé não estava no furacão! Javé não estava no terremoto! Javé não estava no fogo!
- É a desintegração do mundo de Elias. A crise mais violenta e mais dolorosa que se possa imaginar! Cai tudo! Pois se Deus não está aqui nestes sinais de sempre, então Ele não está em canto nenhum! É o silêncio de todas as vozes! É a escuridão da noite! E é neste momento, que se abre para Elias um novo horizonte. É no silêncio de todas as vozes que a voz de Deus se manifesta a Elias.
- Este silêncio total, a língua hebraica expressa-o dizendo: “voz de calmaria suave”, (qôl demamáh daqqáh). As traduções costumam dizer: “Murmúrio de uma brisa suave” A palavra hebraica, demamáh, usada para indicar a calmaria, vem da raiz DMH que significa parar, ficar imóvel, emudecer. A brisa suave indica algo, uma experiência, que, de repente, faz emudecer, faz a pessoa ficar calada, cria nela um vazio e, assim, a dispõe para escutar. Esvazia a pessoa, para que Deus possa entrar e ocupar o lugar. Ou melhor, Deus entrando provoca o vazio e o silêncio. Silêncio sonoro, solidão povoada! Vacare Deo diziam os antigos carmelitas, isto é, esvaziar-se para Deus!
- Elias cobriu o rosto com o manto (1Rs 19,13). Sinal de que tinha experimentado a presença de Deus exatamente naquilo que parecia ser a ausência total de Deus! A escuridão se iluminou por dentro e a noite ficou mais clara que o dia. É a libertação de Elias. Reencontrando-se com Deus, ele se reencontra consigo mesmo. Não é ele, Elias, que defende a Deus, mas é Deus quem defende a Elias. Libertado por Deus, ele é livre para libertar os outros!
- A experiência de Deus reconstrói a pessoa e lhe revela a sua missão (1Rs 19,15-18). Refeito pelo encontro com Deus, Elias redescobre sua missão (1Rs 19,15-18) e se preocupa em dar-lhe continuidade, indicando Eliseu como sucessor (Rs 19,19-21). Antes, ele queria morrer. Já não via mais sentido no que fazia. Agora, a nova experiência de Deus mudou tudo. Ele volta para o lugar onde queriam matá-lo. Já não tem mais medo. Em vez de querer morrer, quer que sobreviva a sua missão. Sinal de que novamente crê no que faz e deve fazer.
ANO ELIANO MISSIONÁRIO: A brisa leve e o Profeta Elias: puxão de orelha.
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
Na língua hebraica, se diz literalmente: “voz de calmaria suave”, (qôl demamáh daqqáh). As traduções costumam dizer: “Murmúrio de uma brisa suave” Tanto faz! A palavra hebraica, usada para indicar a calmaria ou a brisa suave, vem da raiz DMH, que significa parar, ficar imóvel, emudecer. O “murmúrio de uma brisa suave”, que veio depois do furacão, terremoto e fogo, indica uma experiência, que, como um golpe suave e inesperado, faz a pessoa ficar calada, cria nela um vazio e, assim, dispõe-na para escutar. É um puxão de orelha, tapa na cara para acordar! Mesmo dado com suavidade, não deixa de ser tapa! Tapa que desperta, quebra a ilusão irreal e faz a pessoa colocar o pé no chão. Faz cair a ficha! Agóóóra entendi! A brisa suave era o próprio exílio.
A situação de derrota, de morte e de secularização em que se encontrava o povo no cativeiro é percebida por Elias como sendo o momento e o lugar onde Deus o atinge. A escuridão iluminou-se por dentro e a noite ficou mais clara que o dia (Sl 139,12). Deus se fez presente na ausência para além de todas as representações e imagens! Escuridão luminosa! Não é a luz no fim do túnel, mas sim a luz que já existia na escuridão do próprio túnel e que Elias não enxergava. É uma luz diferente.
Hoje acontece a mesma coisa. Quem olha o mundo de hoje com os olhos do passado, dirá: “Está tudo errado! As igrejas estão ficando cada vez mais vazias. Só ficaram os velhos! A juventude está perdida!”. Mas eles se esquecem de ver quem é que está nas passeatas em defesa do meio ambiente, em protestos contra a corrupção: os jovens ou os velhos? Faça a ficha cair! Lembre a frase de Jesus, seis vezes repetida: Era eu! Era eu! Era eu! Era eu! Era eu! Era eu! (Mt 25, 31-46)
A experiência de Deus na Brisa Leve dá olhos novos e produz uma mudança radical. Elias descobre que não é ele, Elias, que defende a Deus, mas é Deus quem defende a Elias. É a sua conversão e libertação! Reencontrando-se com Deus, encontrou-se consigo mesmo e com a sua missão. Descobriu sua vocação lá, onde pensava que Deus não tivesse nada a dizer-lhe! Imediatamente, ele parte para cumprir as ordens de Deus. Uma delas é ungir Eliseu como profeta em seu lugar (1Rs 19,16). Renasce a profecia! A luta pela justiça renasce da experiência da gratuidade.
PERGUNTAS:
- A Imagem de Deus em mim, em nós, desde a infância: Como era a imagem de Deus em mim na minha infância? Algo mudou? Mudou por quê? Para melhor ou para pior? Qual a imagem de Deus em mim agora?
- Qual a imagem de Deus que deveríamos ter em nós? Por quê?
A VIDA DE BRIAN: 1ª Parte.
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A VIDA DE BRIAN: 1ª Parte. por olharjornalistico
A Vida de Brian, no original inglês Life of Brian, é um filme dos Monty Python realizado em 1979 por Terry Jones, membro do grupo. O seu argumento baseia-se numa sátira à época de Jesus Cristo e é considerado blasfemo, por uns, e genial, por outros. DIVULGAÇÃO: www.olharjornalistico.com.br Convento do Carmo da Lapa/RJ. 6 de setembro-2016
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