ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO: Padre Wladimir é encontrado morto
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Desaparecido desde sábado, 24 de agosto, padre Wladimir Anselmo da Silva, 50 anos (Foto), foi encontrado morto em São Bento do Sapucaí (SP). O sacerdote, que morava na Paróquia Santos Apóstolos, na Região Episcopal Brasilândia, estava com depressão e fazia um tratamento psiquiátrico com uso de medicamentos fortes.
A Arquidiocese de São Paulo já havia avisado a Polícia Militar, que agora deverá investigar e apurar o que aconteceu. A missa de corpo presente deverá acontecer amanhã, na Paróquia Santos Apóstolos (avenida Itaberaba, 3907, Jardim Maracanã).
Leia a íntegra do comunicado:
Nesta manhã chegou-nos o comunicado que foi encontrado o corpo do Pe. Wladimir Anselmo da Silva, nas proximidades de S. Bento de Sapucaí, nas mediações da "Pedra do Baú". Ele deverá ser transladado ainda hoje para São Paulo, afim de ser velado na Paróquia Santos Apóstolos. Está prevista Missa de "corpo presente" para amanhã, as 8h, e logo a seguir o sepultamento. (Estes horários poderão sofrer alterações).
A Arquidiocese de São Paulo, particularmente a Região Episcopal Brasilândia chora a morte deste sacerdote zeloso, dedicado e fiel no serviço de Deus e da Igreja. Deus na sua bondade lhe conceda a coroa da glória e a recompensa por todo bem realizado! Aos seus familiares, seus amigos e aos membros das comunidades onde realizou o seu ministério, nosso pesar e sentimentos de profunda comunhão na fé e na oração.
Dom Milton Kenan Junior
Vigário Episcopal para a Região Brasilândia
Dom Tarcísio Scaramussa
Vigário Geral da Arquidiocese de São Paulo
Fonte: http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
.Santa Teresinha e o aidético: A história de uma alma aflita.
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Por Frei Alonso Gustavo Malaquias, O.Carm. Convento do Carmo, São Paulo.
Há cerca de dois meses venho acompanhando uma pessoa que descobriu que adquiriu HIV e veio desabafar comigo. Para contar isso pedi permissão da pessoa envolvida. E não vou dizer o nome, nem onde mora por motivos óbvios.
Realmente, não deve ser nada fácil ter que encarar do dia pra noite toda a sua pequenez e mortalidade. Dar-se conta de toda a sua fragilidade de uma só vez é duro. Neste tempo todo estamos conversando e fui falando pra ela de Santa Teresinha, contando a história da sua vida, do quê ela passou com a sua doença incurável na época, inclusive a terrível tentação que Santa Teresinha pensou de que Deus não existisse e que sua fé em Deus fosse, ao final de tudo, apenas uma cruz de madeira pendurada na parede... E o pedido que ela fez às Irmãs de tirarem de perto dela todos os remédios, pois ela tinha medo de fazer alguma bobagem, dada a sua situação de extremo sofrimento. E o mais bonito de tudo: como Santa Teresinha, apesar de tudo isso, confiou totalmente e se abandonou ao Amor Misericordioso do Senhor em meio às mais terríveis tentações contra a fé, dores físicas e morais. E que ela morreu, olhando para Jesus no seu crucifixo dizendo: "meu Deus, eu te amo"...
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COISAS DE FRANCISCO: Papa exorta os cristãos a se livrarem de devoções e revelações que não levam a Cristo.
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O cristão jamais deve esquecer que o centro da sua vida é Jesus Cristo: foi o que ressaltou o Papa na missa celebrada neste sábado na Casa Santa Marta, no Vaticano. Francisco afirmou que devemos vencer a tentação de ser "cristãos sem Jesus" ou cristãos que "buscam somente devoções", mas falta Jesus.
Existem, acrescentou, "outros cristãos sem Cristo: os que somente buscam devoções", "mas falta Jesus". "Se suas devoções levam-no a Jesus – disse o Papa –, então tudo bem. Mas se não vai além da devoção, algo não funciona." Além disso, prosseguiu, há "outro grupo de cristãos sem Cristo: os que buscam coisas raras, um pouco especiais, que vão atrás de revelações privadas", enquanto a Revelação se concluiu com o Novo testamento.
O Papa frisou nestes cristãos a vontade do "espetáculo da revelação, de ouvir coisas novas". Francisco exortou esses cristãos a tomarem o Evangelho. E concluiu pedindo a Jesus que "nos faça entender que somente Ele é o Senhor, o único Senhor. E nos dê também a graça de amá-Lo, de segui-Lo, de caminhar na estrada que Ele nos ensinou".
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.OLHAR CARMELITANO SOBRE CAMOCIM DE SÃO FÉLIX-PE.
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Fotos e fatos do encerramento da Festa de São João Batista, bairro do Campo, Camocim de São Félix. Fonte: Face...
.ORDEM DO CARMO: Olhar Carmelitano.
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Com o tema; “Uma palavra de esperança e de salvação” (Const. 24): viver o carisma e a missão do Carmelo, hoje. A Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem do Monte Carmelo- Carmelitas, do dia 02 a 21 de setembro-2013, realiza o Capítulo Geral em Roma, Itália. Veja outras fotos. Clique aqui:
https://www.facebook.com/olharjornalistico/media_set?set=a.635713223128214.1073741834.100000686270175&type=1 (É necessário ter uma conta no facebook)
.*23º Domingo do Tempo Comum: A prioridade e as renúncias para seguir Jesus (Lucas 14,25-33)
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Ildo Bohn Gass, biblista do CEBI.
O evangelho da liturgia deste final de semana apresenta Jesus colocando as condições fundamentais para quem quer segui-lo no caminho da cruz. Diante da prioridade do seguimento, todo o resto se torna relativo.
E nós hoje
Certamente, as exigências de Jesus nos questionam quando nossa ação evangelizadora está voltada mais para as "massas" e não tanto para o "fermento", isto é, o engajamento radical em favor da justiça e da partilha, da gratuidade e da superação de preconceitos.
É evidente que Jesus não recusa ninguém. Ele mesmo acolheu com ternura um homem muito rico. Porém, não deixou de lhe mostrar que o caminho da felicidade passa pela partilha (Lucas 18,18-23). Também foi comer na casa de um ladrão confesso. Mas deixou claro que ele se tornaria discípulo do reino na medida em que devolvesse o que roubara e partilhasse outro tanto com os pobres (Lucas 19,1-10)...
*Leia na íntegra. Clique aqui:
.*ORDEM DO CARMO: CAPÍTULO GERAL- 2013. SASSONE - ITÁLIA
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Frei Evaldo Xavier Gomes, O. Carm.
Primeiro dia
ABERTURA DIA 03/09/2013
O Capítulo Geral foi aberto com uma missa presidida pelo P. Geral, Fernando Millán, concelebrada pelos membros do Conselho Geral e padres capitulares. Após a missa todos, vestindo o hábito e capa branca, se dirigiram em procissão para a sala capitular. Ao longo do percurso se cantou a ladainha dos santos carmelitas e o veni creator. A procissão foi aberta pelo ícone de Nossa Senhora e dos padroeiros do Capítulo Geral. Fr. Joseph Chalmers foi eleito Presidente do Capítulo.
TARDE
1-Leitura da Carta do Papa Francisco para o Prior Geral da Ordem por ocasião da celebração do Capítulo Geral (texto em anexo). Em sua mensagem o Papa sugere três “fios condutores” para a realização do Capítulo Geral...
*Leia na íntegra. Clique aqui:
.Filho de Lira ganha cargo em AL aos 18 anos e é preparado para suceder pai na política
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Álvaro Lins Pereira de Lira, o Alvinho, ocupa cargo de gestor administrativo em Barra de São Miguel, com salário de R$ 8.000
Álvaro Filho, o Alvinho, é filho de Arthur Lira e competiu em vaquejada no ano passado com sua égua Jocarta Two - Itawi Albuquerque - 30.nov.24/Folhapress
Maceió
Aos 18 anos, Álvaro Lins Pereira de Lira, conhecido como Alvinho, foi nomeado para o cargo de gestor administrativo em Barra de São Miguel (AL) no início deste mês, com salário de R$ 8.000. Filho do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), ele é apontado como o herdeiro político da família.
Questionada, a prefeitura informou que a atribuição do cargo é prestar assessoria do gabinete do prefeito junto aos secretários e debater as demandas da administração.
Ao assumir o cargo, Álvaro disse que esta era "uma forma de retribuir, com trabalho e dedicação, a confiança que a população depositou em seu avô" nas últimas eleições municipais.
Benedito de Lira, que morreu em janeiro deste ano, havia sido reeleito prefeito do município. Agora, o gestor é seu vice, Luiz Henrique Lima Alves Pinto (PP), que tem salário de R$ 12 mil. Durante a campanha, Álvaro foi ponto-chave ao preencher lacunas que o avô, à época com 82 anos, não conseguia.
Ele discursava em eventos, acompanhava as passeatas e agia como suporte de Benedito, como visto pela Folha em comício em setembro do ano passado.
No "Arrastão do Biu", foi elogiado durante o discurso do avô, que também brincou ao chamá-lo de "um menino" e "um bebê", e por meio dele agradeceu a Arthur Lira, que estava em agenda política em outra cidade.
Em Alagoas, Álvaro é visto como o sucessor natural do ex-presidente da Câmara dos Deputados. Embora seja o caçula, ele é o filho que escolheu participar das atividades políticas da família. Já estavam no seu dia a dia compromissos como conversas com moradores, visitas a obras e participações em agendas políticas.
Filiado ao PP, ele é visto como um candidato em preparação. Por causa da idade, o jovem poderia ter concorrido ao cargo de vereador no pleito do ano passado.
Álvaro completa 21 anos somente em 17 de março de 2027. Essa é a idade em que poderia concorrer para deputado federal, estadual, prefeito ou vice-prefeito.
Por isso, o planejamento inicial era que assumisse a Prefeitura de Barra de São Miguel após o segundo mandato de seu avô. O anúncio da reeleição, por exemplo, tinha Álvaro e Henrique Alves Pinto gesticulando o 11, com Benedito ao centro.
Com Alves Pinto no comando do município, a tendência é que a presença de Álvaro na administração continue constante. Eles estiveram juntos no dia 30 de janeiro, data que marcou o início do ano letivo da rede pública de ensino de Barra de São Miguel, com direito a discurso do filho de Arthur Lira.
O jovem também é a face do Parque Arthur Filho, que promove vaquejadas e homenageia o filho mais velho do deputado federal alagoano. Álvaro, inclusive, competiu na 17ª vaquejada do Parque Arthur Filho em novembro do ano passado.
O evento teve a presença de diversos políticos de Alagoas e de estados vizinhos. Lira, o atual presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos) e o senador Ciro Nogueira (PP) estiveram juntos em uma das noites.
No dia 1º de janeiro deste ano, quando Benedito já estava hospitalizado e não conseguiu comparecer à posse como prefeito, Arthur Lira o representou e discursou, citando a importância do filho na eleição.
"Eu dizia a ele [Álvaro] que ele era meus olhos e meus ouvidos e as pernas do meu pai durante a campanha. Junto a todos vocês, fez um papel muito importante", afirmou.
Com o atual salário, o filho de Arthur Lira supera os vencimentos dos secretários municipais e também do procurador-geral do município —para eles, o valor é de R$ 6.800, o maior praticado até então. O cargo foi criado no dia 31 de janeiro deste ano, conforme lei delegada.
Não há menção a esse cargo nas alterações do dia 24 de março de 2023, em que o município estava sob o comando de Benedito de Lira, nem em 15 de dezembro de 2016, quando o gestor era José Medeiros Nicolau, conhecido como Zezeco. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Memórias da ditadura
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Registro em certidão dos mortos pelo regime alerta para importância da preservação das instituições democráticas
Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, durante entrevista ao lado da foto do marido em 1986 - Jorge Araujo - 4.set.86/Arquivo Folhapress
No dia 20 de janeiro de 1971, Rubens Beyrodt Paiva foi sequestrado em sua casa, preso, torturado e assassinado por agentes do regime militar. O corpo do ex-deputado, cujo mandato havia sido cassado em 1964, nunca foi encontrado.
Após uma luta hercúlea por informações sobre o marido, Eunice Paiva obteve, em 1996, uma certidão de óbito que registrava só o desaparecimento.
Agora, o poder público corrige esse erro. No documento passa constar que a morte de Paiva foi "não natural; violenta; causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964".
Mesmo tardia, a retificação tem expressivo papel simbólico. Foram muitos os desaparecidos pela brutalidade da ditadura militar, e a ausência de um documento oficial que ateste não só o óbito como as causas funestas apenas perpetua a dor de parentes.
A trágica história da família foi contada no filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles. A obra foi indicada ao prêmio Oscar nas categorias de melhor filme, melhor filme em língua estrangeira e melhor atriz para Fernanda Torres, já vencedora do Globo de Ouro, que interpreta Eunice. A película se baseia no livro homônimo do escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do político assassinado.
As outras famílias que viveram casos semelhantes, embora menos conhecidos do grande público, poderão igualmente ter as certidões de óbito de seus entes queridos retificadas.
Em dezembro, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que os cartórios do país devem atualizar os documentos de centenas de mortos e desparecidos durante a ditadura para constar que foram vítimas do regime. "É um acerto de contas legítimo com o passado", afirmou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal.
Os parentes, inclusive de Paiva, deverão receber as novas certidões em sessões organizadas pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e pelo Ministério de Direitos Humanos.
Segundo levantamento realizado pelo Operador Nacional do Registro Civil de Pessoas Naturais, há 202 casos de retificação de certidões e 232 novos registros de óbito a serem produzidos.
Documentar os crimes da ditadura militar é uma reparação histórica que evidencia a importância da preservação das instituições democráticas. Em tempos de polarização política e populismos, tal alerta torna-se ainda mais necessário. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Lewandowski fala em desrespeito dos EUA e pede retirada de algemas de brasileiros deportados
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Segundo PF, migrantes chegaram algemados a Manaus em voo americano; FAB fará transporte até Belo Horizonte
Constança Rezende Victor Lacombe
Brasília e São Paulo
O ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) determinou às autoridades e a representantes do governo americano a imediata retirada das algemas de migrantes brasileiros deportados dos Estados Unidos que chegaram em Manaus na sexta-feira (24).
De acordo com nota divulgada neste sábado (25) pela pasta, Lewandowski informou ao presidente Lula (PT) "sobre uma tentativa de autoridades dos Estados Unidos de manter cidadãos brasileiros algemados durante o voo de deportação" até Belo Horizonte, destino final. Segundo nota da Polícia Federal, os brasileiros chegaram algemados em Manaus.
A situação foi comunicada ao ministro pelo diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues. Lewandowski disse ao presidente que houve "flagrante desrespeito" aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros.
"Ao tomar conhecimento da situação, o presidente Lula determinou que uma aeronave da FAB fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final, de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança", diz a nota. O avião americano parou em Manaus para reabastecer, mas uma falha técnica impediu a continuidade do voo até Belo Horizonte.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou ainda que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis.
Já a PF afirmou que os brasileiros que chegaram algemados foram recebidos e imediatamente liberados das algemas, na garantia da soberania brasileira em território nacional e dos protocolos de segurança no país. O órgão também proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas.
Procurada pela Folha, a embaixada dos EUA em Brasília limitou-se a dizer que "os cidadãos brasileiros do voo de repatriação estão sob custódia das autoridades brasileiras" e que a representação diplomática está em contato com as autoridades do país.
Segundo a polícia, os passageiros foram acolhidos e acomodados na área restrita do aeroporto. No local, receberam bebida, comida, colchões e foram disponibilizados banheiros com chuveiros. "Os brasileiros serão acompanhados e protegidos pelos militares da FAB e policiais federais brasileiros", disse.
O grupo de 158 migrantes deportados desembarcou em Manaus após o avião americano que os levaria até Belo Horizonte apresentar um problema técnico. O voo com o deportados, dos quais 88 são brasileiros, decolou na sexta-feira (24) da cidade de Alexandria, no estado da Virgínia, e pousou em Manaus para reabastecer.
A FAB (Força Aérea Brasileira) informou que fará o transporte dos migrantes deportados. Segundo a Força, o avião saiu de Brasília às 13 horas e tinha chegada prevista em Manaus às 15h30 (14h30 no horário local). Profissionais de saúde acompanharão os deportados durante o trajeto até Belo Horizonte. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Trump chama de 'desagradável' e 'desinteligente' bispa de Washington e exige pedido de desculpas
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Líder religiosa apelou ao presidente para que fosse mais brando com população LGBT e estrangeiros
AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, qualificou, nesta quarta-feira (22) como "desagradável" uma bispa de Washington e exigiu desculpas dela por ter dito que o republicano estava semeando o medo entre os migrantes e as pessoas LGBTQ.
"A chamada bispa que falou na terça-feira no Serviço Nacional de Oração é uma esquerdista radical que odeia Trump. Ela teve um tom desagradável, não foi convincente nem inteligente", escreveu o mandatário em sua rede, a Truth Social.
O presidente compareceu na terça a uma missa na Catedral Nacional de Washington dirigida pela bispa Mariann Edgar Budde, da Diocese Episcopal de Washington.
Em seu discurso, a religiosa sermoneou o novo líder pelos decretos assinados contra as pessoas LGBTQ e os migrantes após assumir seu segundo mandato presidencial.
"Peço que tenha piedade, senhor presidente", disse a bispa, que falou do "medo" que, segundo ela, se sente em todo o país.
"Há crianças gays, lésbicas e transgênero em famílias democratas, republicanas e independentes", afirmou.
Também defendeu os trabalhadores estrangeiros que "podem não ser cidadãos ou não ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos migrantes não são criminosos."
O presidente, que anteriormente se limitou a dizer que a missa "não foi muito emocionante", atacou duramente a bispa em sua rede social.
"Além de seus comentários inapropriados, o sermão foi muito chato e pouco inspirador. Ela não é muito boa em seu trabalho. Ela e sua igreja devem desculpas ao público", publicou.
Entre as dezenas de ordens executivas assinadas na última hora de segunda-feira por Trump estão medidas para suspender a chegada de solicitantes de asilo e expulsar os migrantes que estão no país ilegalmente.
Trump também decretou que apenas serão reconhecidos dois sexos: masculino e feminino, mas não o transgênero. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Nova ordem no Planeta Vermelho
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Marte é o deus da Guerra. Portanto, é Marte acima de tudo e Trump, seu marechal, acima de todos
Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.
Donald Trump tomou posse como presidente de Marte. Elon Musk, o homem mais rico do Universo e com grandes interesses no Planeta Vermelho, será o seu mentor, o cérebro por trás do trono, quase um presidente putativo. Com isso, podemos ter certeza de que Trump cumprirá suas promessas de campanha: "Vamos fazer Marte grande de novo!", "Marte em primeiro lugar!", "Vamos nos orgulhar, vamos ser fortes, vamos vencer como nunca!" Perguntado sobre a sua relação com a Lua, foi taxativo: "Não precisamos dela!"
Com Trump no comando, Marte pode esperar por um governo marcial. Trump vai taxar todo o Sistema Solar. Planetas estéreis, como Saturno, Urano e Netuno, com suas organizações inúteis e parasitárias que vivem às custas de Marte, não perdem por esperar. Trump vai ocupar pela força os vizinhos Mercúrio e Vênus, retomar o Canal de Júpiter —afinal, foram os marcianos que o construíram— e, principalmente, construir um muro para isolar a Terra. Chega de terráqueos bigodudos, traficantes de drogas e cheios de filhos barrigudinhos e de nariz sujo continuando a passar pela fronteira e empesteando Marte. Os que já tiverem entrado serão deportados. Filhos de terráqueos ilegais terão sua cidadania revogada. O slogan oculto é: "Vamos fazer Marte louro de novo!"
Trump promete acabar de furar a Terra por todos os lados em busca de combustíveis fósseis. Se isso provocar mais secas, chuva, tsunamis, incêndios ou terremotos, a culpa será do Partido Democrata, que não trabalhou direito nos últimos quatro anos.
Em Marte só haverá homens ou mulheres, uns ou outros, sem opções extra ou intermediárias. As mulheres serão obrigadas a usar o chapéu do Zorro. As fake news serão a nova verdade, e acredite quem quiser. Com o indulto aos condenados pela invasão do Capitólio em 2021, o Poder Judiciário se tornará mero subscritor das decisões imperiais. Fica liberado dar calços em policiais, roubar-lhes o quepe e passar a mão em suas bundas e sair correndo.
Como todos sabem, Marte, na mitologia, é o deus da Guerra. Portanto, é Marte acima de tudo e Trump, seu marechal, acima de todos. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Trump autoriza agentes de imigração a prenderem pessoas em igrejas e escolas
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Medida altera uma política de longa data que vetava batidas de fiscalização em locais designados como 'áreas sensíveis'
Por O Globo
Autoridades da agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira dos EUA (ICE, em inglês) serão autorizados a realizar batidas de fiscalização em locais como igrejas e escolas, anunciou o governo de Donald Trump nesta terça-feira, um dia após a posse do republicano. A medida altera uma política de longa data que evitava ações do tipo em locais considerados "'áreas sensíveis".
Em comunicado emitido nesta terça, o secretário interino de Segurança Interna, Benjamine Huffman, anunciou o fim de duas diretrizes, dando aos agentes mais autoridade para fiscalizações e acabando com um caminho de regularização para migrantes que buscam entrar nos Estados Unidos.
“Os criminosos não poderão mais se esconder nas escolas e igrejas dos Estados Unidos para evitar a prisão. O governo Trump não vai amarrar as mãos de nossos corajosos agentes da lei e, em vez disso, confia que eles usarão o bom senso”, diz a declaração.
Em 2011, o ICE estabeleceu uma política que impedia os agentes de efetuar prisões em locais sensíveis. Grupos defensores dos direitos dos imigrantes manifestaram seu temor diante da retirada da política, afirmando que isso alimentaria o medo nas comunidades. Como efeito, imigrantes podem tirar seus filhos da escola e muitos ficarão com receio de buscar atendimento médico em hospitais.
A segunda medida anunciada elimina de forma gradual os programas de liberdade condicional que permitiam que determinados imigrantes vivessem e trabalhassem temporariamente nos Estados Unidos enquanto aguardassem audiência no tribunal de imigração, o que pode levar meses ou até anos.
Partidários do Partido Republicano têm acusado o governo anterior, do ex-presidente Joe Biden, de ter abusado do programa, estendendo a autorização a várias nacionalidades — pessoas de países em crise, como Venezuela, El Salvador e Ucrânia, por exemplo, foram beneficiados com a política nos últimos anos. A declaração não esclarece quais programas serão eliminados, mas diz que as avaliações voltarão a ser feitas caso a caso.
“O governo Biden-Harris abusou do programa de liberdade condicional humanitária para permitir indiscriminadamente que 1,5 milhão de migrantes entrassem em nosso país. Tudo isso foi interrompido no primeiro dia do governo Trump", disse o texto. "Essa ação fará com que o programa de liberdade condicional humanitária retorne ao seu propósito original de analisar os imigrantes caso a caso." Fonte: https://oglobo.globo.com
De preso substituído pelo filho a eleito que citou voto 'caro demais': os prefeitos impedidos de tomar posse pelo Brasil
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Há ainda candidatos eleitos que, no entendimento da Justiça Eleitoral, estariam prestes a assumir um terceiro mandato, o que é proibido pela legislação
Por O Globo — Rio de Janeiro
Prefeitos eleitos no Ceará ficaram impedidos de assumirem cargos por investigações policiais — Foto: Reprodução
Nesta quarta-feira, aconteceu a cerimônia de posse dos prefeitos eleitos nas eleições municipais de 2024. Nem todos, no entanto, puderam assumir os cargos por força de decisões judiciais. Dois desses casos aconteceram no Ceará e envolvem políticos suspeito de ligações com facções criminosas e compra de votos.
Reeleito prefeito de Santa Quitéria (CE), José Braga Barrozo (PSB) foi preso pela Polícia Federal e a Polícia Civil instantes antes da cerimônia de posse. Barrozo é investigado por suspeita de envolvimento com a facção Comando Vermelho. Investigado no mesmo processo, o vice Francisco Gardel Mesquita Ribeiro (PSB) também foi impedido de assumir, apesar de não ter sido preso. A função de interino coube a Joel Barroso, filho de José Braga e presidente da Câmara de Vereadores.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) alega que Barrozo foi favorecido por membros do Comando Vermelho durante as eleições municipais de 2024, segundo a TV Verdes Mares. Eleitores do candidato adversário teriam sido ameaçados e coagidos a votar no prefeito. O MPE pediu a cassação da chapa de Barrozo e Ribeiro.
"Destacamos que toda essa discussão na mídia reflete ações orquestradas por grupos que não aceitaram sua derrota nas últimas eleições. Alegações semelhantes têm sido apresentadas desde 2020, sempre sem qualquer comprovação", disse o prefeito reeleito em nota divulgada no início desta semana.
A Justiça Eleitoral também suspendeu a posse do prefeito de Choró (CE), Carlos Alberto Queiroz Pereira, o Bebeto Queiroz (PSB), e do vice Bruno Jucá Bandeira (PRD). Alvo de um mandado de prisão preventiva, Bebeto já se encontrava foragido das autoridades quando a suspensão foi determinada.
Bebeto Queiroz foi alvo de duas operações. Uma delas é a "Ad Manaus", deflagrada pelo Ministério Público do Ceará em novembro deste ano. O MP investiga a suspeita de fraude em contratos envolvendo o abastecimento de veículos da prefeitura do município, segundo a TV Verdes Mares.
Outra é a Operação 'Vis Occulta', da Polícia Federal, que investiga a compra de votos em dezenas de municípios do Ceará, entre eles Choró. Em uma das mensagens obtidas pelos invesetigadores, o prefeito reeleito reclama do preço de um voto. "Mas só para votar... ele é doido, é caro demais, mano... ele consegue quantos votos?", diz Bebeto a um interlocutor, segundo o jornal Estado de São Paulo.
'Terceiro mandato'
Em Itaguaí, o prefeito eleito Dr. Rubão (Podemos) ficou impedido de assumir o cargo após uma decisão da Justiça Eleitoral. O Tribunal Regional Eleitoral entendeu que, caso o político ocupasse o cargo, estaria configurado um terceiro mandato consecutivo. Em 2020, quando era presidente da Câmara de Vereadores, ele assumiu o cargo após o impeachment de Carlo Busatto Júnior, o Charlinho, e do vice. O caso será julgado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 4 de fevereiro.
A situação semelhante aconteceu Presidente Kennedy, no Espírito Santo. No final de dezembro, o TSE manteve o entendimento do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) de que Dorlei Fontão (PSB) buscava o terceiro mandato consecutivo, o que é proibido por lei. Ele assumiu o cargo em 2019 quando era vice-prefeito. A prefeita Amanda Quinta Rangel foi afastada por suspeita de envolvimento com esquema de fraude em licitações e pagamento de propina. Em 2020, ele se reelegeu para o cargo.
Em Bandeirantes, no Mato Grosso do Sul, o prefeito Álvaro Urt (PSDB) também foi impedido de tomar posse no cargo. Em 2020, enquanto era prefeito do município, Urt foi cassado pela Câmara de Vereadores e ficou inelegível por oito anos. Ele recorre da cassação e tenta assumir o mandato. Um novo julgamento deve ocorrer em 2025. Fonte: https://oglobo.globo.com
A polícia do Jerônimo
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A polícia do Jerônimo
A polícia da Bahia, estado governado pelo PT, tem uma política de genocídio
Aline Bispo/Folhapress
Mestre em filosofia política pela Unifesp e coordenadora da coleção de livros Feminismos Plurais.
Os números do feminicídio e a violência generalizada que acomete o Brasil são desesperadores e é triste não ver uma saída realmente satisfatória para essa situação. Porém, neste texto, gostaria de abordar a violência em série cometida pela polícia do estado da Bahia: um verdadeiro descalabro, uma política de genocídio. E é uma vergonha ainda maior considerando que, há quase duas décadas, o governo da Bahia é liderado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), um fato que não deveria impedir a crítica necessária e urgente.
Afinal, quando a polícia de São Paulo joga um jovem de uma ponte, apontamos com razão que se trata da polícia do Tarcísio —inclusive escrevi sobre isto recentemente na Folha, sobre as necessárias responsabilizações do governador e de seu secretário de segurança. Mas o que pergunto é: por que não devemos apontar que a polícia baiana, que mata mais do que toda a polícia dos Estados Unidos, é a polícia do Jerônimo, do Rui Costa, do Jaques Wagner?
Sou uma das poucas escritoras a enfrentar esse tema de forma franca. Em agosto de 2023, quando do assassinato brutal e inaceitável de Mãe Bernardete, liderança de terreiro morta no interior de sua própria casa em circunstâncias longe de serem devidamente esclarecidas, escrevi o seguinte nesta Folha:
"Somente nesse estado da Bahia, em um ano, a polícia matou mais do que toda a polícia dos Estados Unidos, segundo dados do Anuário de Segurança Pública. Em qualquer governo estadual e federal isso é uma vergonha. Em um governo progressista, então, me faltam palavras para definir. A polícia de governos estaduais de direita matam, as de esquerda também. Se um ex-governador do Rio de Janeiro afirma que é para 'mirar na cabecinha', um outro na Bahia diz que policiais são artilheiros na frente do gol. Partidarizar essas mortes endêmicas no país por proselitismo político deveria envergonhar quem se diz intelectualmente honesto".
Destaco a citação pois, ainda que seja atual e pertinente, penso também que é necessário ter coragem e, sobretudo, memória num país de gente covarde, que não só partidariza esse proselitismo como ainda mente a meu respeito. Eu me orgulho de ser uma intelectual negra independente, no sentido descrito por bell hooks, que, entre muitas coisas, afirma que, como vivemos numa sociedade fundamentalmente anti-intelectual e difícil para os intelectuais comprometidos e preocupados com mudanças sociais radicais, é preciso afirmar sempre que o trabalho que fazemos tem impacto significativo.
Nesse sentido, fico pensando em como um tema tão grave e urgente como o genocídio cometido pela polícia baiana pode concorrer com a indignação seletiva diante da substituição do nome de Iemanjá pelo de Rei Yeshua por uma cantora em uma letra de música. Foi com essa indignação que me vi bombardeada de notícias e textões pseudorrevolucionários a respeito. Ora, que fique claro: o que Claudia Leitte fez é um desrespeito inegável. Mas, convenhamos, há algo mais óbvio que isso?
O problema não está na troca dos nomes; o problema é que Claudia Leitte tenha sido validada como cantora de axé em primeiro lugar. A troca foi apenas a cereja do bolo de uma narrativa que já estava fora do eixo havia muito tempo. Bolo esse sobre o qual muitos de seus confeiteiros se dizem agora surpresos com o resultado.
Pessoas que adularam, incensaram, financiaram, quando não fizeram a mesma coisa e cantaram músicas e/ou bajularam autores de "hinos racistas" em um ritmo negro, agora se dizem revoltadas. Para além de muita indignação, há uma indústria que se reorganiza e deixa seus bois de piranha de tempos em tempos. Lucram com o axé e o gospel e, ainda assim, como os governadores, se livram de responder por seus crimes.
Feita esta breve digressão, pois o Brasil não é para iniciantes, mas sim para iniciados, por que não voltamos ao que realmente importa?
Há uma urgência em apontar os crimes de uma política pública que tem acumulado taxas estratosféricas de homicídios sob governos que deveriam ser responsabilizados. Sim, é necessário que governadores e seus antecessores sejam levados ao banco dos réus. Que um promotor, como um artilheiro diante do gol –a infeliz analogia emprestada por um ex-governador baiano–, os acuse pelos crimes contra sua própria população e marque seu golaço.
Os dados falam por si. Segundo o Anuário de Segurança Pública (sempre importante citar), a polícia da Bahia é a que mais mata no Brasil. Trata-se de um dado insuperável e que, por si só, exige perguntas, respostas, mudanças e consequências aos agentes responsáveis na máquina estatal. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Fundamentalismo islamita trocou terrorismo por estratégias mais brandas
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Mundo secular, com seus valores líquidos e oportunistas, não parece páreo para comunidades religiosas coesas férteis
Escritor e ensaísta, autor de "Notas sobre a Esperança e o Desespero" e “A Era do Niilismo”. É doutor em filosofia pela USP.
Fundamentalismo religioso é uma expressão que na passagem do século era muito usada pela mídia e pelas universidades. Livros e artigos foram escritos fazendo uso dela para chamar a atenção para o fenômeno identitário que ameaçaria o modo secular de sociedade.
Mas a expressão saiu de moda. O mundo das ideias, como tudo no século 21, é coisa arrastada pelas modas de comportamento e pelo oportunismo. Um fenômeno que atravessou a discussão das identidades antimodernas foi a crítica decolonial e a afirmação de que algumas identidades vítimas poderiam matar por que seriam "resistentes ao colonialismo" —caso emblemático é a carta branca dada ao Hamas pela ONU.
Essa virada teórica da esquerda implicou o abandono do uso da expressão "fundamentalismo religioso" porque ela carregava consigo um valor negativo, do ponto de vista ideológico, quando aplicado a populações "subalternizadas". No caso do Brasil, o termo era utilizado em grande parte para se referir aos evangélicos.
Vale salientar que, no início do século 20, nos Estados Unidos, evangélicos usavam o termo para si mesmos com valor positivo —viver segundo os fundamentos do cristianismo e recusar a secularização, o feminismo e o darwinismo.
Quase três décadas depois, os evangélicos despontam como o maior grupo religioso do país e, portanto, como um mercado imenso de votos e influência lobista. Há que se tratar bem deles, afinal de contas a democracia é um regime de competição por votos.
Aqueles "ainda" mal comportados recebem o nome de "extrema direita" e ficam ainda na berlinda, por conta de seu mau comportamento eleitoral. No entanto, os grupos descolados entre os evangélicos, e portanto de esquerda, são recebidos com honras pela elite da mídia. Sua missão: convencer os evangélicos a votar na esquerda em 2026. Pois bem.
Recentemente, na Bélgica, um livro sobre o fundamentalismo islâmico teve seu lançamento cancelado sob acusação de difamar o islamismo —esses fundamentalistas são chamados pelo termo "islamiste" em francês, para designar o movimento de teor político ideológico que visa colonizar a Europa secular e impor um islamismo radicalizado à sua população, a começar pelos jovens de fé muçulmana.
A obra dos jornalistas Laurence D’Hondt e Jean-Pierre Martin se constitui numa série de entrevistas com professores francófonos de escolas entre França e Bélgica. "Allah n’a Rien à Faire dans Ma Classe" é o título — "Alá nada tem a fazer na minha aula", com um sentido de que Alá não deve se meter na minha aula.
Os autores citam um professor de história de um "collège" francês, Iannis Roder, que afirma algo essencial: "Se entregarmos à extrema direita a exclusividade do real, deixamos para eles o real". É o que muitos de nós têm feito —negando o fenômeno descrito pelos autores na sua obra a fim de passar uma imagem de "cool".
Os autores não são de forma nenhuma reacionários, mas jornalistas que fazem sua lição de casa e dão voz a professores que sofrem com a pressão de alunos fundamentalistas e que não encontram nem na direção da escola, nem nas instâncias superiores responsáveis do governo, espaço ou apoio mínimo para seus impasses dentro da sala de aula.
Todos têm medo de ser acusados de serem de extrema direita ou de sofrer violências cotidianas. Enquanto isso, os fundamentalistas colonizam o ensino francófono. O árabe vai se tornando a língua franca em algumas escolas. A estratégia do fundamentalismo islamita mudou —o terrorismo pode ser substituído por formas mais brandas de impor sua visão religiosa de mundo, fazendo o uso da educação, cuja entrada está aberta para eles.
Uma professora, Adeline — os nomes são fictícios— narra que, logo após o evento da Charlie Hebdo em 2015, um professor muçulmano afirmou que os cartunistas mereceram e ninguém teve coragem de criticá-lo.
Ela o fez e sofreu inúmeras represálias. Em uma delas, um colega, quando era obrigado a sentar no lugar que ela havia sentado, cobria o assento com um plástico, para mostrar todo o nojo que sentia por ela. Os valores da República —como se fala na França— se tornaram insalubres, quando grande parte dos alunos são profundamente refratários.
Estado laico, secularismo, igualdade de gêneros, crítica das tradições, ciência, Darwin. Os alunos se ofendem com esses assuntos. Professoras mulheres são desrespeitadas. Mas o tema vai além da colonização islamita. O que se revela é algo anterior e grave. O mundo secular, com seus valores líquidos e oportunistas, seu egoísmo, sua infertilidade, não parece páreo para comunidades religiosas coesas férteis. O Sapiens é religioso, antes de republicano. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Um general quatro estrelas na cadeia
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Seja qual for o destino penal do general Braga Netto, sua prisão preventiva mostra a extensão da vergonha que o bolsonarismo causou às Forças Armadas
O País acordou ontem com a notícia da prisão de um general quatro estrelas da reserva, um desdobramento dramático do caso da suposta trama golpista contra o presidente Lula da Silva, investigada pela Polícia Federal (PF). É evidente que tudo ainda carece de maiores esclarecimentos, mas o episódio em si mesmo ilustra com clareza meridiana a dimensão da vergonha causada pelo bolsonarismo às Forças Armadas.
Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após consulta à Procuradoria-Geral da República (PGR), a Polícia Federal (PF) prendeu preventivamente o general de Exército da reserva Walter Braga Netto. O militar, segundo a PF, é suspeito de ser um dos líderes da tentativa de golpe de Estado urdida nos estertores do governo de Jair Bolsonaro para impedir a posse de Lula da Silva, plano que teria envolvido até o assassinato do atual mandatário, entre outras autoridades.
Moraes decretou a prisão preventiva de Braga Netto porque, ainda de acordo com a PF, ele estaria destruindo provas e, principalmente, coagindo testemunhas para tomar conhecimento do teor sigiloso do acordo de colaboração premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A serem verdadeiras essas acusações, haja vista que a prisão de Braga Netto foi ordenada por Moraes em grande medida pelos supostos novos elementos de prova que Mauro Cid teria fornecido ao STF em seu depoimento mais recente, prestado no dia 21 de novembro, está-se diante, de fato, de condutas típicas para a decretação da prisão preventiva. Por essa razão, Braga Netto foi mantido no cárcere após ser submetido à audiência de custódia, ocasião em que são verificadas as eventuais ilegalidades de uma prisão.
De todos os suspeitos de participar da intentona, Braga Netto, sem dúvida alguma, é o mais graduado a ser preso até agora. Acima dele só haveria o golpista maior, Jair Bolsonaro, o grande beneficiário do eventual sucesso daquele plano nefasto que teria sido colocado em marcha após sua derrota nas urnas em 2022, como aponta a PF. A regra no Brasil, como o passado demonstra, sempre foi o acobertamento de militares, da ativa e da reserva, suspeitos de terem cometido crimes comuns – à exceção, por óbvio, daqueles delitos cobertos pela Lei da Anistia, de 1979.
A prisão preventiva de Braga Netto, portanto, quebra essa rotina de leniência, para dizer o mínimo, com a apuração de crimes comuns envolvendo militares, fardados ou não, em que pese se tratar – e é fundamental frisar isso – de uma prisão cautelar, ou seja, decretada em sede de investigação, e não de antecipação de culpa nem muito menos de cumprimento de pena. Mas só isso, porém, já é algo inédito ao menos desde a redemocratização do País.
Se a prisão de outros militares de alta patente suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe já não foram triviais, a de Braga Netto é histórica, na mais estrita acepção do vocábulo. Afinal, além de ele ser um general com quatro estrelas nos ombros a ir para a cadeia, sobretudo por suspeita de ter liderado uma tentativa de golpe de Estado, Braga Netto foi chefe do Estado-Maior do Exército, ministro da Casa Civil e da Defesa no governo Bolsonaro, candidato a vice na chapa do ex-presidente e, ademais, interventor na Segurança Pública do Rio de Janeiro, uma elevada posição de poder, malgrado o fiasco operacional da intervenção militar.
A prisão de um personagem como Braga Netto, alguém que, além de possuir o currículo acima, foi uma figura central na política brasileira nos últimos anos, é reveladora do desassombro com que membros do alto escalão do governo anterior parecem ter agido para se manter no poder a despeito da derrota eleitoral. Como sublinhamos nesta página há algumas semanas, o Brasil só terá paz quando todos os suspeitos de ter urdido o golpe de Estado forem julgados de acordo com as leis do mesmo Estado Democrático de Direito que tentaram abolir (ver Traidores da Pátria, 20/11/2024).
Desde a manhã de ontem, o general da reserva Walter Braga Netto viu consideravelmente reduzida a distância que o separa desse inevitável acerto de contas com a Justiça. Fonte: https://www.estadao.com.br
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