Discurso de Bolsonaro não é ético e governo se baseia em ’economia que mata’, diz carta assinada por 152 bispos brasileiros
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Por: FOLHAPRESS - MONICA BERGAMO
Documento seria divulgado no dia 22, mas foi suspenso para ser analisado por conselho da CNBB
Uma carta com duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro foi assinada por 152 bispos, arcebispos e bispos eméritos do Brasil. Ela deveria ter sido publicado na quarta (22), mas foi suspensa para ser analisada pelo conselho permanente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Há um temor entre signatários do documento de que o setor conservador do órgão impeça a divulgação.
O texto, chamado de "Carta ao Povo de Deus", afirma que o Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis de sua história, vivendo uma "tempestade perfeita". Ela combinaria uma crise sem precedentes na saúde e um "avassalador colapso na economia" com a tensão sofre "fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República [Jair Bolsonaro] e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança".
"Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises", diz o documento.
"Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela COVID-19, tratando-o como fruto do acaso ou do castigo divino", segue a carta. Ela se refere também ao "caos socioeconômico que se avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer preço".
"Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja, no seguimento àquele que veio `para que todos tenham vida e a tenham em abundância`”.
Os religiosos fazem críticas também às reformas trabalhista e previdenciária. Segundo eles, ambas, "tidas como para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que precarizaram ainda mais a vida do povo".
Eles reconhecem que o país precisa de reformas, "mas não como as que foram feitas, cujos resultados pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social. É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população".
O documento afirma ainda que o "sistema do atual governo" não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, "mas a defesa intransigente dos interesses de uma economia que mata, centrada no mercado e no lucro a qualquer preço".
Para eles, o ministro da Economia, Paulo Guedes, "desdenha dos pequenos empresários" e o governo promove "uma brutal descontinuidade da destinação de recursos para as políticas públicas no campo da alimentação, educação, moradia e geração de renda". A carta diz ainda que "o desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia" estarrece, sendo visível nas demonstrações de "raiva" pela educação pública e no "apelo a ideias obscurantistas".
Cita também o que julga ser o uso da religião para "manipular sentimentos e crenças", provocando tensões entre igrejas."Ressalte-se o quanto é perniciosa toda associação entre religião e poder no Estado laico, especialmente a associação entre grupos religiosos fundamentalistas e a manutenção do poder autoritário", segue o documento.
O texto é assinado, entre outros, pelo arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, pelo bispo emérito de Blumenau, dom Angélico Sandalo Bernardino, pelo bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), dom Edson Taschetto Damian, pelo arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira Corrêa, pelo bispo prelado emérito do Xingu (PA), dom Erwin Krautler, pelo bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Joaquim Giovani Mol, e pelo arcebispo de Manaus (AM) e ex-secretário-geral da CNBB dom Leonardi Ulrich.
Os religiosos pedem a abertura de "um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito".
Eles afirmam ainda que "todos, pessoas e instituições, seremos julgados pelas ações ou omissões neste momento tão grave e desafiador".
Carta ao Povo de Deus
"Somos bispos da Igreja Católica, de várias regiões do Brasil, em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que no exercício de sua missão evangelizadora, sempre se coloca na defesa dos pequeninos, da justiça e da paz. Escrevemos esta Carta ao Povo de Deus, interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo.
Evangelizar é a missão própria da Igreja, herdada de Jesus. Ela tem consciência de que "evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Alegria do Evangelho, 176). Temos clareza de que "a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados [...], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus [...] (Lc 4,43 e Mt 6,33)” (Alegria do Evangelho, 180). Nasce daí a compreensão de que o Reino de Deus é dom, compromisso e meta.
É neste horizonte que nos posicionamos frente à realidade atual do Brasil. Não temos interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus, presente em nossa história, na medida em que avançamos na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária, como uma civilização do amor.
O Brasil atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história, comparado a uma "tempestade perfeita” que, dolorosamente, precisa ser atravessada. A causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança.
Este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta. Essa realidade não comporta indiferença.
É dever de quem se coloca na defesa da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário. As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do Governo Federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro. Mazelas que se abatem também sobre a Casa Comum, ameaçada constantemente pela ação inescrupulosa de madeireiros, garimpeiros, mineradores, latifundiários e outros defensores de um desenvolvimento que despreza os direitos humanos e os da mãe terra. "Não podemos pretender ser saudáveis num mundo que está doente. As feridas causadas à nossa mãe terra sangram também a nós” (Papa Francisco, Carta ao Presidente da Colômbia por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, 05/06/2020).
Todos, pessoas e instituições, seremos julgados pelas ações ou omissões neste momento tão grave e desafiador. Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela COVID-19, tratando-o como fruto do acaso ou do castigo divino, o caos socioeconômico que se avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer preço. Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja, no seguimento Àquele que veio "para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises. As reformas trabalhista e previdenciária, tidas como para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que precarizaram ainda mais a vida do povo. É verdade que o Brasil necessita de medidas e reformas sérias, mas não como as que foram feitas, cujos resultados pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social. É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população.
O sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma "economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço. Convivemos, assim, com a incapacidade e a incompetência do Governo Federal, para coordenar suas ações, agravadas pelo fato de ele se colocar contra a ciência, contra estados e municípios, contra poderes da República; por se aproximar do totalitarismo e utilizar de expedientes condenáveis, como o apoio e o estímulo a atos contra a democracia, a flexibilização das leis de trânsito e do uso de armas de fogo pela população, e das leis do trânsito e o recurso à prática de suspeitas ações de comunicação, como as notícias falsas, que mobilizam uma massa de seguidores radicais.
O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece. Esse desprezo é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga; nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros da educação e do meio ambiente e do secretário da cultura; no desconhecimento e depreciação de processos pedagógicos e de importantes pensadores do Brasil; na repugnância pela consciência crítica e pela liberdade de pensamento e de imprensa; na desqualificação das relações diplomáticas com vários países; na indiferença pelo fato de o Brasil ocupar um dos primeiros lugares em número de infectados e mortos pela pandemia sem, sequer, ter um ministro titular no Ministério da Saúde; na desnecessária tensão com os outros entes da República na coordenação do enfrentamento da pandemia; na falta de sensibilidade para com os familiares dos mortos pelo novo coronavírus e pelos profissionais da saúde, que estão adoecendo nos esforços para salvar vidas.
No plano econômico, o ministro da economia desdenha dos pequenos empresários, responsáveis pela maioria dos empregos no País, privilegiando apenas grandes grupos econômicos, concentradores de renda e os grupos financeiros que nada produzem. A recessão que nos assombra pode fazer o número de desempregados ultrapassar 20 milhões de brasileiros. Há uma brutal descontinuidade da destinação de recursos para as políticas públicas no campo da alimentação, educação, moradia e geração de renda.
Fechando os olhos aos apelos de entidades nacionais e internacionais, o Governo Federal demonstra omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres e vulneráveis da sociedade, quais sejam: as comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, as populações das periferias urbanas, dos cortiços e o povo que vive nas ruas, aos milhares, em todo o Brasil. Estes são os mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus e, lamentavelmente, não vislumbram medida efetiva que os levem a ter esperança de superar as crises sanitária e econômica que lhes são impostas de forma cruel. O Presidente da República, há poucos dias, no Plano Emergencial para Enfrentamento à COVID-19, aprovado no legislativo federal, sob o argumento de não haver previsão orçamentária, dentre outros pontos, vetou o acesso a água potável, material de higiene, oferta de leitos hospitalares e de terapia intensiva, ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea, nos territórios indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais (Cf. Presidência da CNBB, Carta Aberta ao Congresso Nacional, 13/07/2020).
Até a religião é utilizada para manipular sentimentos e crenças, provocar divisões, difundir o ódio, criar tensões entre igrejas e seus líderes. Ressalte-se o quanto é perniciosa toda associação entre religião e poder no Estado laico, especialmente a associação entre grupos religiosos fundamentalistas e a manutenção do poder autoritário. Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?
O momento é de unidade no respeito à pluralidade! Por isso, propomos um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito, com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com "terra, teto e trabalho”, com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos. Estamos comprometidos com o recente "Pacto pela vida e pelo Brasil”, da CNBB e entidades da sociedade civil brasileira, e em sintonia com o Papa Francisco, que convoca a humanidade para pensar um novo "Pacto Educativo Global” e a nova "Economia de Francisco e Clara”, bem como, unimo-nos aos movimentos eclesiais e populares que buscam novas e urgentes alternativas para o Brasil.
Neste tempo da pandemia que nos obriga ao distanciamento social e nos ensina um "novo normal”, estamos redescobrindo nossas casas e famílias como nossa Igreja doméstica, um espaço do encontro com Deus e com os irmãos e irmãs. É sobretudo nesse ambiente que deve brilhar a luz do Evangelho que nos faz compreender que este tempo não é para a indiferença, para egoísmos, para divisões nem para o esquecimento (cf. Papa Francisco, Mensagem Urbi et Orbi, 12/4/20).
Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam. Com o apóstolo São Paulo, alertamos que "a noite vai avançada e o dia se aproxima; rejeitemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz” (Rm 13,12).
O Senhor vos abençoe e vos guarde. Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós. O Senhor volte para vós o seu olhar e vos dê a sua paz! (Nm 6,24-26). Fonte: https://dlnews.com.br
17º Domingo do Tempo Comum: Você encontrou a perola preciosa?
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Frei Jorge Van Kampen, Carmelita. In Memoriam. (*17/04/1932 + 08/08/2013)
Geralmente suspeitamos, que existem coisas maiores e mais satisfatórias que podemos imaginar. Às vezes pensamos em verdadeira amizade, em perdão cordial, ou algo que recompensa a nosso esforço. Tudo isso é, de alguma maneira, o Reino de Deus. Em todo caso não devemos esquecer a experiência que tivemos. Não é pesado para alguém, que deixou tudo para encontrar a luz da caminhada da vida. Cristo compara isto como uma pérola preciosa.
Para alguns é isto o ministério da Igreja; para outros a vida religiosa, mas o mais importante é encontrar Cristo; Ele é a perola preciosa, porque dá o sentido à nossa vida, um prêmio sobre os nossos sacrifícios.
Às vezes se ouve dizer: Cristo sim, a Igreja não! Mas Jesus ao instituir a Igreja não pensou em conseguir um grupo de pessoas perfeitas, ou isoladas, como por exemplo, os fariseus. A Sua Igreja ia acolher bons e maus elementos, que através da sua conversão podem pertencer à Igreja.
Por isso diz a presente comparação, que no dia do Juízo haverá seleção entre os chamados.
Introdução às Leituras.
Salomão recebe de Deus o dom da Sabedoria. O distintivo do cristão é ser portador de Cristo. Por isso, devemos saber valorizar a vida.
Reflexão.
Senhor, dai-nos o Vosso Espírito para tornar-nos homens sábios.
Dai-nos olhos novos para não julgar pelas aparências.
Dai-nos um coração sensível para quebrar a nossa frieza.
Dai-nos um ouvido atento para escutar os sinais da Vossa bondade.
Senhor, formai-nos discípulos de Jesus, para que com tudo o que temos e com tudo o que somos, saibamos trabalhar para o Vosso Plano: de realizar o Vosso Reino de Amor, de Paz e de Justiça.
Seja na Vossa Sabedoria o Inspirador em nós e em torno de nós. Amém.
Resposta à Palavra de Deus.
Frente ao desafio da paciência de Deus e da nossa impaciência, da nossa falta de tempo, nós cristãos temos a grande missão de humanizar e cristianizar o mundo!
17º Domingo do Tempo Comum - Ano A: Um Olhar
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Tema do 17º Domingo do Tempo Comum
A liturgia deste domingo convida-nos a refletir nas nossas prioridades, nos valores sobre os quais fundamentamos a nossa existência. Sugere, especialmente, que o cristão deve construir a sua vida sobre os valores propostos por Jesus.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Ele é o protótipo do homem "sábio", que consegue perceber e escolher o que é importante e que não se deixa seduzir e alienar por valores efêmeros.
No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face a esse "tesouro" supremo que é o Reino.
A segunda leitura convida-nos a seguir o caminho e a proposta de Jesus. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas.
A Primeira leitura- O Sonho de Salomão: Riqueza ou poder? (1 Reis 3,5.7-12)
AMBIENTE
O grande rei David morreu por volta de 972 a.C., após um reinado longo e fecundo, ocupado a expandir as fronteiras do reino, a consolidar a união entre as tribos do norte e do sul e a conquistar a paz e a tranquilidade para o Povo de Deus. Sucedeu-lhe no trono o filho, Salomão.
Salomão desenvolveu um trabalho meritório na estruturação do reino que o pai lhe legou. Organizou a divisão administrativa do território que herdou, dotou-o de grandes construções (das quais a mais emblemática é o Templo de Jerusalém), fortificou as cidades mais importantes, potenciou o intercâmbio cultural e comercial com os países da zona, incentivou e apoiou a cultura e as artes.
No Antigo Testamento, o "sonho" aparece, com alguma frequência, como uma forma privilegiada de Deus comunicar com os homens e de lhes indicar os seus caminhos. No nosso texto, aparece-nos também um sonho: os catequistas deuteronomistas vão utilizar este recurso literário para apresentar Salomão como "o escolhido" de Deus, a quem Jahwéh comunica os seus projetos e a quem confia a condução do seu Povo.
O "sonho" de Salomão está estruturado na forma de um diálogo entre Deus e Salomão. Há, em primeiro lugar, uma interpelação de Deus ("que posso Eu dar-te?"); e há, depois, uma resposta de Salomão: consciente da grandeza da sua tarefa e das suas próprias limitações, o jovem rei pede a Deus que lhe dê um coração "sábio" para governar com justiça. A prece do rei é atendida e Deus concede a Salomão uma "sabedoria" inigualável (na continuação - que, todavia, o nosso texto de hoje já não apresenta - Deus acrescenta ainda outros três dons: a riqueza, a glória e a longa vida - cf. 1 Re 3,13-14).
Em termos religiosos, qual a mensagem que os autores deuteronomistas pretendem deixar com esta "ficção"?
Antes de mais, o nosso texto deixa claro que, em Israel, o rei é o "instrumento de Deus", o intermediário entre Deus e o seu Povo. É através da pessoa do rei que Deus governa, que intervém na vida do seu Povo e o conduz pela história.
Depois, o texto mostra que Salomão não concebeu o seu papel como um privilégio pessoal que podia ser usado em benefício próprio, mas sim como um ministério que lhe foi confiado por Deus. Salomão tinha consciência de que a autoridade é um serviço que deve ser exercido com "sabedoria" e que o objetivo final desse serviço é a realização do bem comum.
Finalmente (e é talvez o aspecto mais significativo para o tema da liturgia deste domingo), os autores deuteronomistas sublinham a "qualidade" da resposta de Salomão: ele não pede riqueza nem glória, mas pede as aptidões necessárias e a capacidade para cumprir bem a missão que Deus lhe confiou. Salomão aparece aqui como o modelo do homem que sabe escolher as coisas importantes e que não se deixa distrair por valores efêmeros.
Dizer que a súplica de Salomão "agradou ao Senhor" (vers. 10) é propor aos israelitas que optem pelos valores eternos, duradouros e essenciais.
Evangelho (Mt 13,44-52): Atualização.
A primeira e mais importante questão abordada neste texto é a das nossas prioridades. Para Mateus, não há qualquer dúvida: ser cristão é ter como prioridade, como objetivo mais importante, como valor fundamental, o Reino. O cristão vive no meio do mundo e é todos os dias desafiado pelos esquemas e valores do mundo; mas não pode deixar que a procura dos bens seja o objetivo número um da sua vida, pois o Reino é partilha. O cristão está permanentemente mergulhado num ambiente em que a força e o poder aparecem como o grande ideal; mas ele não pode deixar que o poder seja o seu objetivo fundamental, porque o Reino é serviço.
O cristão é todos os dias convencido de que o êxito profissional, a fama a qualquer preço são condições essenciais para triunfar e para deixar a sua marca na história; mas ele não pode deixar-se seduzir por esses esquemas, pois a realidade do Reino vive-se na humildade e na simplicidade.
O cristão faz a sua caminhada num mundo que exalta o orgulho, a autossuficiência, a independência; mas ele já aprendeu, com Jesus, que o Reino é perdão, tolerância, encontro, fraternidade... O que é que comanda a minha vida? Quais são os valores pelos quais eu sou capaz de deixar tudo? Que significado têm as propostas de Jesus na minha escala de valores?
A decisão pelo Reino, uma vez tomada, não admite meias tintas, tibiezas, hesitações, jogos duplos. Escolher o Reino não é agradar a Deus e ao diabo, pactuar com realidades que mutuamente se excluem; mas é optar radicalmente por Deus e pelos valores do Evangelho. A minha opção pelo Reino é uma opção radical, sincera, que não pactua com desvios, com compromissos a "meio gás", com hipocrisias e incoerências?
Porque é que os cristãos apresentam, tantas vezes, um ar amargurado, sofredor, desolado? Quando a tristeza nos tolda a vista e nos impede de sorrir, quando apresentamos semblantes carrancudos e preocupados, quando deixamos transparecer em gestos e em palavras a agitação e o desassossego, quando olhamos para o mundo com os óculos do pessimismo e do desespero, quando só nos deixamos impressionar pelo mal que acontece à nossa volta, já teremos descoberto esse valor fundamental - o Reino - que é paz, esperança, serenidade, alegria, harmonia?
Mais uma vez o Evangelho convida-nos a admirar (e a absorver) os métodos de Deus, que não tem pressa nenhuma em condenar e destruir, mas dá tempo ao homem - todo o tempo do mundo - para amadurecer as suas opções e fazer as suas opções. Sabemos respeitar, com esta tolerância e liberdade, o ritmo de crescimento e de amadurecimento dos irmãos que nos rodeiam?
Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
Treze freiras de um convento nos EUA morrem de coronavírus, doze delas em um mês: 'espalhou como fogo'
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Treze freiras idosas de um mesmo convento católico em Livonia, no Michigan (EUA), morreram de complicações do novo coronavírus, número que corresponde a 22% das moradoras, afirmou Suzanne Wilcox English, porta-voz das Irmãs Felicianas da América do Norte. Doze das 13 mortes aconteceram no período de um mês, entre 10 de abril, Sexta-feira Santa, e 10 de maio - a 13ª foi a óbito em 27 de junho. Outras 17 freiras contraíram a Covid-19, mas se recuperaram.
As freiras, que tinham entre 69 e 99 anos, moravam juntas em três andares do convento e exerciam funções diversas: professora, bibliotecária, acadêmica, organista, enfermeira - uma delas era uma executiva da Secretaria de Estado do Vaticano, de acordo com a Global Sisters Report, uma agência católica de informações. As 13 mortes "podem ser a pior perda de vidas para uma comunidade religiosa desde a pandemia de influenza de 1918", segundo a agência.
"Ouvi pela primeira vez que duas auxiliares haviam contraído o vírus. Não sabemos quem foi e nem queremosa saber", disse a madre superiora do convento de Livonia, Mary Andrew Budinski: "Então, atingiu as irmãs no segundo andar e se espalhou como fogo. Não nos davam números. Mas todo dia diziam: 'outra irmã', 'outra irmã', 'outra irmã'... Foi muito assustador".
Ela chegou a contrair o coronavírus, em meados de abril, e pensou que morreria como suas companheiras, mas conseguiu se recuperar: "Eu estava tão doente que rezava para que o Senhor me levasse, senti muita dor. Eu realmente pensei que ia morrer e me rendi a isso. Disse: 'Deus, se você vai me levar, estou pronta'. Então, acordei na manhã seguinte e ainda estava viva. De alguma forma, melhorei".
Agora, o pior parece ter passado, mas a vida no convento continua limitada. As freiras não puderam assistir aos funerais das que morreram. O número de pessoas que podem frequentar a capela ao mesmo tempo é limitado. No refeitório, só comem duas religiosas em cada mesa, em três turnos diferentes, e elas não podem visitar os quartos das outras. Fonte: https://extra.globo.com
EVANGELHO DO DIA-16ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Quinta, 23 de julho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 13, 10-17)
10Os discípulos aproximaram-se dele, então, para dizer-lhe: Por que lhes falas em parábolas? 11Respondeu Jesus: Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. 12Ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem será tirado até mesmo o que tem. 13Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam. 14Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis, 15porque o coração deste povo se endureceu: taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda; para que não se convertam e eu os sare (Is 6,9s). 16Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem! 17Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram.
3) Reflexão Mateus 13,10-17
O Capítulo 13 traz o Sermão das Parábolas. Seguindo o texto de Marcos (Mc 4,1-34), Mateus omitiu a parábola da semente que germina sozinha (Mc 4,26-29), ampliou a discussão sobre o porque das parábolas (Mt 13,10-17) e acrescentou as parábolas do joio e do trigo (Mt 13,24-30), do fermento (Mt 13,33), do tesouro (Mt 13,44), da pérola (Mt 13,45-46) e da rede (Mt 13,47-50). Junto com as do semeador (Mt 13,4-11) e do grão de mostarda (Mt 13,31-32), são ao todo sete parábolas no Sermão das Parábolas (Mt 13,1-50).
Mateus 13,10: A pergunta
No evangelho de Marcos, os discípulos pedem uma explicação das parábolas (Mc 4,10). Aqui em Mateus, a perspectiva é outra. Eles querem saber por que Jesus, quando fala ao povo, só fala em parábolas: "Por que usas parábolas para falar com eles?" Qual o motivo desta diferença?
Mateus 13,11-13: A vocês é dado conhecer o mistério do Reino
Jesus responde: "Porque a vocês foi dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não. Pois, a quem tem, será dado ainda mais, será dado em abundância; mas daquele que não tem, será tirado até o pouco que tem”. Por que será que aos apóstolos era dado conhecer, e aos outros não? Uma comparação para ajudar na compreensão. Duas pessoas escutam a mãe ensinar: "quem ama não corta casaco". Uma das duas é filha e outra não. A filha entendeu e a outra não entendeu nada. Por que? É que na casa da mãe a expressão "cortar casaco" significava caluniar. Assim, o ensinamento da mãe ajudou a filha a entender melhor como praticar o amor. Cresceu nela aquilo que ela já sabia. A quem tem, será dado ainda mais. A outra pessoa não entendeu nada e perdeu até o pouco que pensava entender a respeito de amor e de casaco. Ficou confusa e não conseguiu entender o que o amor tem a ver com casaco. Daquele que não tem, será tirado até o pouco que tem. Uma parábola revela e esconde ao mesmo tempo! Revela para “os de dentro”, que aceitam Jesus como Messias Servo. Esconde para os que insistem em dizer que o Messias será e deve ser um Rei Glorioso. Estes entendem as imagens da parábola, mas não chegam a entender o seu significado. Enquanto os discípulos crescem naquilo que já sabem a respeito do Messias. Os outros não entendem nada e perdem até o pouco que pensavam saber sobre o Reino e o Messias.
Mateus 13,14-15: A realização da profecia de Isaías
Como da outra vez (Mt 12,18-21), nesta reação diferente do povo e dos fariseus frente ao ensinamento das parábolas, Mateus vê novamente uma realização da profecia de Isaías. Ele até cita por extenso o texto de Isaías que fala por si: “É certo que vocês ouvirão, porém nada compreenderão. É certo que vocês enxergarão, porém nada verão. Porque o coração desse povo se tornou insensível. Eles são duros de ouvido e fecharam os olhos, para não ver com os olhos, e não ouvir com os ouvidos, não compreender com o coração e não se converter. Assim eles não podem ser curados”.
Mateus 13,16-17: Felizes os olhos que vêem o que vocês estão vendo
Tudo isso explica a frase final: “Vocês, porém, são felizes, porque seus olhos vêem e seus ouvidos ouvem. Eu garanto a vocês: muitos profetas e justos desejaram ver o que vocês estão vendo, e não puderam ver; desejaram ouvir o que vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir”.
As parábolas: um novo jeito de falar ao povo sobre Deus
O povo ficava impressionado com o jeito que Jesus tinha de ensinar. “Um novo ensinamento! Dado com autoridade! Diferente dos escribas!” (Mc 7,28). Jesus tinha uma capacidade muito grande de encontrar imagens bem simples para comparar as coisas de Deus com as coisas da vida que o povo conhecia e experimentava na sua luta diária pela sobrevivência. Isto supõe duas coisas: estar por dentro das coisas da vida do povo, e estar por dentro das coisas de Deus, do Reino de Deus. Em algumas parábolas acontecem coisas que não costumam acontecer na vida. Por exemplo, onde se viu um pastor de cem ovelhas abandonar noventa e nove para encontrar aquela única que se perdeu? (Lc 15,4) Onde se viu um pai acolher com festa o filho devasso, sem dar nenhuma palavra de censura? (Lc 15,20-24). Onde se viu um samaritano ser melhor que o levita e o sacerdote? (Lc 10,29-37). A parábola provoca para pensar. Ela leva a pessoa a se envolver na história a partir da sua própria experiência de vida. Faz com que nossa própria experiência nos leve a descobrir que Deus está presente no cotidiano da nossa vida. A parábola é uma forma participativa de ensinar, de educar. Não dá tudo trocado em miúdo. Não faz saber, mas faz descobrir. A parábola muda os olhos, faz a pessoa ser contemplativa, observadora da realidade. Aqui está a novidade do ensino das parábolas de Jesus, diferente dos doutores que ensinavam que Deus só se manifestava na observância da lei. Para Jesus, “o Reino não é fruto de observância. O Reino está presente no meio de vocês!” (Lc 17,21). Mas os ouvintes nem sempre o percebiam.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus disse: “A vocês foi dado conhecer os mistérios do Reino”. Quando leio os evangelhos, sou como os que não entendem nada ou como aqueles a quem é dado conhecer o Reino?
2) Qual a parábola de Jesus com mais me identifica? Por que°
5) Oração final
6Senhor, vossa bondade chega até os céus, vossa fidelidade se eleva até as nuvens. Vossa justiça é semelhante às montanhas de Deus, vossos juízos são profundos como o mar. (Sl 35)
Evangelho do dia: Lectio Divina- Santa Maria Madalena (22 de julho de 2020)
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1) Oração
Ó Deus, o vosso Filho confiou a Maria Madalena o primeiro anúncio da alegria pascal; dai-nos, por suas preces e a seu exemplo, anunciar também que o Cristo vive e contemplá-lo na glória de seu Reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 20,1-2.11-18)
1No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro.2Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!11Entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro.12Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.13Eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.14Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o reconheceu.15Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem procuras? Supondo ela que fosse o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar.16Disse-lhe Jesus: Maria! Voltando-se ela, exclamou em hebraico: Rabôni! (que quer dizer Mestre).17Disse-lhe Jesus: Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.18Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz a aparição de Jesus a Maria Madalena, cuja festa hoje celebramos. A morte de Jesus, seu grande amigo, trouxe para ela uma perda do sentido da vida. Mas ela não desistiu da busca. Foi ao sepulcro para reencontrar aquele que a morte lhe havia roubado. Há momentos na vida em que tudo desmorona. Parece que tudo acabou. Morte, desastre, doença, decepção, traição! Tantas coisas que podem tirar o chão debaixo dos nossos pés e jogar-nos numa crise profunda. Mas também acontece o seguinte. Como que de repente, o reencontro com uma pessoa amiga pode refazer a vida e nos fazer redescobrir que o amor é mais forte do que a morte e a derrota. Na maneira de descrever a aparição de Jesus a Maria Madalena transparecem as etapas da travessia que ela teve de fazer, desde a busca dolorosa do falecido amigo até o reencontro com o ressuscitado. Estas são também as etapas pelas quais passamos todos nós, ao longo da vida, na busca em direção a Deus e na vivência do Evangelho. É o processo de morte e ressurreição que se prolonga no dia-a-dia da vida.
João 20,1: Maria Madalena vai ao sepulcro
Havia um amor muito grande entre Jesus e Maria Madalena. Ela foi uma das poucas pessoas que tiveram a coragem de ficar com Jesus até a hora da sua morte na cruz. Depois do repouso obrigatório do sábado, ela voltou ao sepulcro para estar no lugar onde tinha encontrado o Amado pela última vez. Mas, para a sua surpresa, o sepulcro estava vazio!
João 20,11-13: Maria Madalena chora, mas busca
Chorando, Maria Madalena inclinou-se e olhou para dentro do túmulo, onde viu dois anjos vestidos de branco, sentados no lugar onde o corpo de Jesus tinha sido colocado, um na cabeceira e outro nos pés. Os anjos perguntam: "Por que você chora?" Resposta: "Levaram meu senhor e não sei onde o colocaram!" Maria Madalena busca o Jesus que ela tinha conhecido, o mesmo com quem tinha convivido durante três anos.
João 20,14-15: Maria Madalena conversa com Jesus sem reconhecê-lo
Os discípulos de Emaús viram Jesus mas não o reconheceram (Lc 24,15-16). O mesmo acontece com Maria Madalena. Ela vê Jesus, mas não o reconhece. Pensa que é o jardineiro. Como os anjos, Jesus também pergunta: "Por que você chora?" E acrescenta: "A quem está procurando?" Resposta: "Se foi você que o levou, diga-me, que eu vou buscá-lo!" Ela ainda busca o Jesus do passado, o mesmo de três dias atrás. A imagem de Jesus do passado impede que ela reconheça o Jesus vivo, presente na frente dela.
João 20,16: Maria Madalena reconhece Jesus
Jesus pronuncia o nome: "Maria!" (Miriam) Foi o sinal de reconhecimento: a mesma voz, o mesmo jeito de pronunciar o nome. Ela responde: "Mestre!" (Rabôni) Jesus tinha voltado. A primeira impressão é de que a morte foi apenas um incidente doloroso de percurso, mas que agora tudo tinha voltado a ser como antes. Maria abraça Jesus com força. Era o mesmo Jesus que tinha morrido na cruz, o mesmo que ela tinha conhecido e amado. Aqui se realiza o que Jesus disse na parábola do Bom Pastor: "Ele as chama pelo nome e elas conhecem a sua voz". - "Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem" (Jo 10,3.4.14).
João 20,17: Maria Madalena recebe a missão de anunciar a ressurreição aos apóstolos
De fato, é o mesmo Jesus, mas a maneira de ele estar junto dela já não é mais a mesma. Jesus lhe diz: "Não me segure, porque anda não subi para o Pai!" Jesus vai para junto do Pai. Maria Madalena deve soltá-lo e assumir sua missão: “Vá dizer aos meus irmãos que subo para junto do meu Pai, que é Pai de vocês, do meu Deus, que é o Deus de vocês”. Chama os discípulos de “meus irmãos”. Subindo para o Pai, Jesus abriu o caminho para nós e fez com que Deus ficasse, de novo, perto de nós. “Quero que eles estejam comigo onde eu estiver” (Jo 17,24; 14,3).
João 20,18: A dignidade e missão de Madalena e das Mulheres
Maria Madalena é citada como discípula de Jesus (Lc 8,1-2); como testemunha da sua crucifixão (Mc 15,40-41; Mt 27,55-56; Jo 19,25), do seu sepultamento (Mc 15,47; Lc 23,55; Mt 27,61), e da sua ressurreição (Mc 16,1-8; Mt 28,1-10; Lc 24,1-10; Jo 20,1.11-18). E agora ela recebe a ordem, a ordenação, de ir aos Doze e anunciar a eles que Jesus está vivo. Sem esta Boa Nova da Ressurreição, as sete lâmpadas dos sacramentos se apagariam (Mt 28,10; Jo 20,17-18).
4) Para um confronto pessoal
1) Você já passou por uma experiência que lhe deu esse sentimento de perda e de morte? O que foi que lhe trouxe vida nova e lhe devolveu a esperança e a alegria de viver?
2) Maria Madalena buscava Jesus de um jeito e o reencontrou de outro jeito. Como isto acontece hoje na nossa vida?
5) Oração final
Ó Deus, vós sois o meu Deus, com ardor vos procuro. Minha alma está sedenta de vós, e minha carne por vós anela como a terra árida e sequiosa, sem água. (Sl 62, 2)
Carmo de Angra: Agradecer
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Direto da Igreja Conventual dos Carmelitas de Angra dos Reis/RJ, uma prece de agradecimento ao Bom Deus pelas últimas festividades carmelitanas. No vídeo, ouça a Ave Maria com o jovem músico de Angra, Eliaquin Petrus: Face: https://www.facebook.com/EliaquinPetrusSax
Convento do Carmo de Angra. 22 de julho-2020. (#Tempodecuidar Entre em contato conosco e ajude os pobres através de doação de cestas básicas. Convento do Carmo; 3367-3412 (Frei Petrônio). Meu Whatsapp- (21) 982917139. Whatsapp da Conceição Fonseca: 97404-1826)
O padre não pode fazer tudo em toda a parte.
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Olhando para os âmbitos mais próprios do exercício do ministério, damo-nos conta de um excesso que atravessa de cima a baixo a vida do padre: liturgia, pregação, catequese, oração, caridade e assim por diante... Dando a impressão de que o padre pode fazer tudo, apesar da qualidade e da preparação com que o faz, em virtude da sua ordenação. O comentário é do teólogo e padre italiano Marcello Neri, professor da Universidade de Flensburg, na Alemanha, em artigo publicado em Settimana News, 21-07-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o artigo.
Até hoje, ainda não conseguimos encontrar um modo de superar o “clerocentrismo” na vida das nossas paróquias, onde o padre é a referência para tudo. Uma espécie de funil que corre o risco de sufocar não apenas a leveza missionária de uma comunidade paroquial, mas também a vivência do ministério, que muitas vezes se vê desempenhando funções que não lhe são próprias e para as quais não está devidamente preparado.
O envolvimento ativo dos leigos nesses âmbitos também permanece substancialmente subsidiário – no máximo, aliviando aquilo que deve ser feito, mas sem conseguir reverter o estado de necessária onipresença do padre.
Para este último, o pêndulo entre um senso insano de onipotência e uma depressão desorientadora parece ser, muitas vezes, a consequência inevitável. Em detrimento de todos. Encher a agenda de compromissos é apenas o outro lado da moeda de uma relação patológica com o tempo e a vida cotidiana.
Mas, mesmo se olharmos para os âmbitos mais próprios do exercício do ministério, damo-nos conta de um excesso que atravessa de cima a baixo a vida do padre: liturgia, pregação, catequese, oração, caridade e assim por diante... Dando a impressão de que o padre pode fazer tudo, apesar da qualidade e da preparação com que o faz, em virtude da sua ordenação. Hoje também sem tempo de aprendizagem das práticas de vida de uma comunidade paroquial. Isso ocorre seja quando se é catapultado, dentro de poucos anos, do seminário para a paróquia; seja quando se multiplicam as paróquias pelas quais um padre é responsável.
Em vez disso, passar um tempo aprendendo com a comunidade cristã à qual se é destinado seria precisamente o que ajudaria o padre a compreender o traço próprio da sua genérica vocação (tudo, em toda a parte, sempre). Um exercício de discernimento na configuração pessoal do ministério que o padre deve à vivência religiosa do povo da sua comunidade paroquial.
Uma aprendizagem da fé cotidiana que o leva a compreender que ele não pode fazer tudo no próprio ministério; que alguns aspectos não estão nas suas mãos; que, em outros, ele não é capaz; até conseguir delimitar um território do ministério com relação ao qual ele não é apenas sacramentalmente habilitado, mas também pastoral e humanamente competente.
Um território precioso, não apenas para a sua paróquia, mas também para toda uma Igreja local. A ser conservado com cuidado e a ser destinado com a devida atenção, quando um bispo decide uma mudança de paróquia.
A urgência de tapar os buracos de um clero diocesano em constante diminuição geralmente é fatal em relação a essa boa limitação das possibilidades de competência do ministério ordenado. Nem todos os padres se dão bem em todas as paróquias; e, talvez, seria melhor fazer sem o padre do que pôr as mãos em um destino paroquial que não leva em consideração a fecunda limitação do ministério aprendida na comunidade que se deixa.
Um padre não pode fazer tudo o que concerne ao ministério (ou, melhor, talvez, a uma certa ideia de ministério) em uma paróquia e em toda a parte em uma Igreja local. Em vez disso, quando se pede sub-repticiamente precisamente isso, então se deveria opor resistência: tanto o padre quanto a comunidade paroquial – induzindo a um sério discernimento compartilhado dentro da Igreja local à qual se pertence. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Itália. Pároco casa duas mulheres, e bispo o remove: “Iniciativa inoportuna”
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Um pároco colocou a faixa tricolor [da República italiana] sobre a batina e casou civilmente duas mulheres. O bispo da sua diocese o removeu. Mas a demissão pode não ser a única consequência. A reportagem é de Ugo Baldi e Giorgio Renzetti, publicada em Il Messaggero, 21-07-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Tudo ocorreu na pequena localidade de Sant’Oreste (província de Roma), aos pés do Monte Soratte. Lá, na semana passada, o Pe. Emanuele Moscatelli, pároco da Igreja de São Lourenço há cerca de oito anos, pediu e obteve do prefeito a delegação para poder unir em matrimônio com rito civil, conforme previsto pela lei, duas residentes na localidade.
A primeira cidadã, Valentina Pini, eleita em uma lista cívica e próxima ao Movimento Cinco Estrelas, não hesitou diante do pedido. E o rito foi celebrado.
“O nosso pároco me pediu para poder ter a delegação para casar duas mulheres – disse Pini –, já que é prerrogativa do prefeito concedê-la. Estamos em um Estado laico, ele é um cidadão italiano, e, não querendo ferir os direitos de ninguém, eu a concedi a ele”.
Assim, a celebração na prefeitura uniu civilmente em matrimônio Francesca, 38 anos, e Beatrice, 50 anos. Mas, no dia seguinte, na Diocese de Civita Castellana (na província de Viterbo, com a qual Sant’Oreste faz divisa), o matrimônio não pôde passar despercebido.
No domingo passado, o próprio bispo, Romano Rossi, foi até a missa na paróquia de Sant’Oreste para anunciar na homilia a chegada de um novo pároco em breve. Na presença do próprio Pe. Emanuele, como concelebrante.
Nessa segunda-feira, Dom Rossi especificou que o pároco “demitiu-se espontaneamente. Ele entendeu a falta de oportunidade e fará um período de reflexão. Eu conversei longamente com ele, dialogamos, e não se tratou de uma decisão de autoridade. Então, ele decidiu que era oportuno demitir-se. O pároco é um cidadão livre, mas existe um cânone que impede que os sacerdotes oficiem cerimônias civis, independentemente de quem se casa”.
O Pe. Emanuele, natural da vizinha Bassano Romano e que já esteve de serviço em Bracciano, corre o risco de pagar caro pela repercussão midiática que o seu gesto laico provocou. O pedido de excomunhão poderia vir da cúpula da Igreja.
Sobre as consequências da decisão do seu pároco, a prefeita Pini não se deixa abater: “O nosso Estado é laico, e eu acredito que também chegou a hora de a Igreja rever algumas posições”.
Em Sant’Oreste, com pouco mais de 3.500 habitantes, a união civil celebrada pelo Pe. Emanuele foi a segunda registrada na prefeitura. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Bispo e sacerdotes contagiados com Covid-19 na Indonésia. Foco foi em igreja de Medan
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O foco surgiu na igreja de Medan. Além do arcebispo Sipayung, também testaram positivo o capuchinho padre Michael Manurung, vigário geral, o carmelita Frans Borta Rumapea, secretário geral da Arquidiocese, o sacerdote claretiano Romuald Nairun, vigário episcopal para os religiosos e presidente da Fundação Católica para a Educação, o padre Jodgy Morison Turnip e uma senhora que trabalha no episcópio. Por precaução, outros dois sacerdotes e uma religiosa estão em quarentena.
Cidade do Vaticano
A comunidade católica indonésia está rezando e vivendo um tempo de expectativa e temor pelo surto de Covid-19 que eclodiu na Igreja de Medan, capital da Província de Sumatra do Norte: o arcebispo local, o capuchinho Kornelius Sipayung, testou positivo para Covid-19 e agora está hospitalizado no Hospital Martha Friska da cidade. Segundo informações enviadas à Agência Fides pela Igreja local, o prelado está em condições estáveis e vive sua doença em oração e confiando no trabalho dos médicos e na ajuda de Deus.
"As notícias não devem assustar nossos corações, mas apenas nos informar e nos convidar a ser cautelosos", disse padre Benjamin Purba, vigário da Arquidiocese de Medan, que falou aos microfones da Rádio Maria e por meio dos canais utilizados pela Comissão diocesana para as comunicações sociais.
O arcebispo Sipayung nomeou o padre Purba como porta-voz e moderador da Cúria da Arquidiocese de Medan, para a esfera eclesial e civil, até que a saúde o permita retornar ao serviço apostólico.
O porta-voz confirmou que testaram positivo para Covid-19, além do arcebispo Sipayung, o capuchinho padre Michael Manurung, vigário geral, o carmelita Frans Borta Rumapea, secretário geral da Arquidiocese, o sacerdote claretiano Romuald Nairun, vigário episcopal para os religiosos e presidente da Fundação Católica para a Educação, o padre Jodgy Morison Turnip e uma senhora que trabalha no episcópio.
Por precaução, também padre Petrus Simarmata, responsável pelos programas pastorais, e o padre Fernandus Saragi, responsável pelos bens arquidiocesanos, assim como uma religiosa que trabalhava em contato com sacerdotes doentes, estão em quarentena em seus quartos.
Padre Purba convidou todos aqueles que, a partir de 1º de julho, tiveram contato com os sacerdotes que contraíram o vírus, para consultar um médico e fez votos para que "a pandemia não cause medo injustificado e encontre maneiras de proteger as relações humanas".
"A Covid-19 pode tirar a vida humana, mas há uma coisa que não nos pode tirar, ou seja, a nossa humanidade", afirmou o moderador, que exortou os católicos da Igreja local e em toda a Indonésia, "para acompanhar nosso bispo e sacerdotes doentes com incessante oração".
"Por enquanto - disse padre Purba - não podemos visitá-los. Então rezemos por eles e peçamos a Deus para consolar seus corações, orientar os médicos, para que os remédios possam ter efeito para uma rápida recuperação". Fonte: https://www.vaticannews.va
16º Domingo do Tempo Comum - Ano A: Um Olhar de paciência
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Tema do 16º Domingo do Tempo Comum
A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia, a quem não interessa a marginalização do pecador, mas a sua integração na comunidade do "Reino"; e convida-nos, sobretudo, a interiorizar essa "lógica" de Deus, deixando que ela marque o olhar que lançamos sobre o mundo e sobre os homens.
A primeira leitura fala-nos de um Deus que, apesar da sua força e omnipotência, é indulgente e misericordioso para com os homens - mesmo quando eles praticam o mal. Agindo dessa forma, Deus convida os seus filhos a serem "humanos", isto é, a terem um coração tão misericordioso e tão indulgente como o coração de Deus.
O Evangelho garante a presença irreversível no mundo do "Reino de Deus". Esse "Reino" não é um clube exclusivo de "bons" e de "santos": nele todos os homens - bons e maus - encontram a possibilidade de crescer, de amadurecer as suas escolhas, de serem tocados pela graça, até ao momento final da opção definitiva.
A segunda leitura sublinha, doutra forma, a bondade e a misericórdia de Deus. Afirma que o Espírito Santo - dom de Deus - vem em auxílio da nossa fragilidade, guiando-nos no caminho para a vida plena.
Deus perdeu a paciência: Outro olhar para o 16º Domingo do Tempo Comum (Mt 13,24-43).
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 18 de julho-2020.
E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. www.instagram.com/freipetronio
Depois de passar séculos e séculos esperando a conversão dos pecadores, Deus resolveu dá um basta nos mentirosos, falsos, corruptos, bandidos, assassinos, vaidosos, consumistas e fanáticos.
Chegando em Assis, Itália, se deparou com Francisco, jovem este vaidoso, beberão e mulherengo. Ele – o Todo Poderoso e Onipotente – não teve meia conversa, mandou o jovem Francisco para as cucuias. Chega! Disse Deus, não aguento mais este Chico fazendo bobagens e cometendo erros às 24 horas! Pronto, em questão de segundos, o Senhor das Batalhas pôs-fim na vida sem vida do conquistador dos corações das jovens de Assis.
Resolvido este caso, Deus viajou para Tagaste, região do continente africano. Lá, se deparou com outro depravado que, dias após dias, só dava desgosto para a sua mãe, Mônica. Refiro-me a Agostinho, um jovem metido a intelectual e depravado da época. Com ele não teve muita conversa, porque foram anos de oração da sua querida mãe e ele nem sequer agradecia. Bem... Diante da vida desenfreada, Deus apenas olhou para a Agostinho e mandou ele, dessa para melhor. Foi o fim!
Saindo da África, o Onipotente resolveu passar em Roma. Lá, se deparou com Calisto. Este homem do século 2 vivia embolsando o dinheiro das doações de fiéis, sem falar que era muito encrenqueiro, fofoqueiro, mal humorado e sonegador de impostos. Diante destas falhas humanas que leva o ser o humano ao abismo, o Senhor dos Exércitos tirou este verme da face da terra imediatamente!
Também em Roma, o Deus Altíssimo ouviu falar de um jovem problemático, Camilo de Lellis. Na infância foi uma criança irritadiça e problemática, quando jovem tornou militar, mas por conta de seu caráter agressivo acabou sendo expulso do exército. Logo depois- depressivo e revoltado- este jovem se tornou mercenário, viciado em jogos, drogas e todo tipo de profanidade. Sabendo desse histórico, o Senhor das batalhas não pensou duas vezes e deletou a vida deste estrupício. “Perdi a paciência! Será Benedito”! Disse Javé.
Ainda quando estava na capital italiana, Deus ouviu falar em um tal de Dimas. Dizem que era o ladrão mais famoso de Jerusalém. Além de roubar, matar e se prostituir, também usava da religião- através dos sacerdotes- para se beneficiar da venda das doações no templo. Óbvio que Senhor da Paz não via futuro naquela maldita alma. Resumindo a história, acabou com a infrutífera vida apenas um estalar de dedos.
É meu caro... Já pensou se a paciência de Deus estivesse no limite diante de tais vidas? É possível pensar no movimento ecológico sem o pai da ecologia, São Francisco de Assis? É possível falar na Igreja hoje sem citar o exemplo de simplicidade do Papa Francisco- nome este inspirado no jovem de Assis? É possível falar das grandes reflexões teológicas sem citar o grande teólogo, Santo Agostinho? É possível olhar para a caridade da nossa Igreja sem citar São Camilo de Lellis, enquanto exemplo de amor aos doentes?...
Imagina se Deus perdesse a paciência diante dos nossos erros, das nossas falhas e limitações? E o que dizer dos políticos corruptos que estão desviando o dinheiro do combate ao covid-19? E o que dizer dos empresários que, graças ao coronavírus, estão lucrando milhões com super faturamentos em equipamentos e medicamentos? Sim, meu caro, sim minha cara, ainda bem que temos um Deus amigo, irmão, pai, paciente e compassivo diante das nossas infinitas teimosias, erros, e limitações diárias. E tenho dito!
EVANGELHO - Mt 13,24-43: Atualização
O Evangelho deste domingo garante-nos, antes de mais, que o "Reino" é uma realidade irreversível, que está em processo de crescimento no mundo. É verdade que é difícil perceber essa semente a crescer ou esse fermento a levedar a massa, quando vemos multiplicarem-se as violências, as injustiças, as prepotências, as escravidões... É difícil acreditar que o "Reino" está em processo de construção, quando o materialismo, a futilidade, o comodismo, a procura da facilidade, o efémero sobressaem, de forma tão marcada, na vida de grande parte dos homens e das mulheres do nosso tempo... A Palavra de Deus convida-nos, contudo, a não perder a confiança e a esperança. Apesar das aparências, o dinamismo do "Reino" está presente, minando positivamente a história e a vida dos homens.
Na verdade, falar do "Reino" não significa falarmos de um "condomínio fechado", ao qual só tem acesso um grupo privilegiado constituído pelos "bons", pelos "puros", pelos perfeitos", e de onde está ausente o mal, o egoísmo e o pecado... Falar do "Reino" é falar de uma realidade em processo de construção, onde cada homem e cada mulher têm o direito de crescer ao seu ritmo, de fazer as suas escolhas, de acolher ou não o dom de Deus, até à opção final e definitiva. É falarmos de uma realidade onde o amor de Deus, vivo e atuante, vai introduzindo no coração do homem um dinamismo de conversão, de transformação, de renascimento, de vida nova.
Neste Evangelho temos também uma lição muito sugestiva sobre a atitude de Deus face ao mal e aos que fazem o mal. Na parábola do trigo e do joio, Jesus garante-nos que os esquemas de Deus não preveem a destruição do pecador, a segregação dos maus, a exclusão dos culpados. O Deus de Jesus Cristo é um Deus de amor e de misericórdia, sem pressa para castigar, que dá ao homem "todo o tempo do mundo" para crescer, para descobrir o dom de Deus e para fazer as suas escolhas. Não percamos nunca de vista a "paciência" de Deus para com os pecadores: talvez evitemos ter de carregar sentimento de culpa que oprimem e amarguram a nossa breve caminhada nesta terra.
A "paciência de Deus" com o joio convida-nos também a rejeitarmos as atitudes de rigidez, de intolerância, de incompreensão, de vingança, nas nossas relações com os nossos irmãos. O "senhor" da parábola não aceita a intolerância, a impaciência, o radicalismo dos "servos" que pretendem "cortar o mal pela raiz" e arrancar o mal (correndo o risco de serem injustos, de se enganarem e de meterem mal e bem no mesmo saco).
Às vezes, somos demasiados ligeiros em julgar e condenar, como se as coisas fossem claras e tudo fosse, sem discussão, claro ou escuro... A Palavra de Deus convida-nos a moderar a nossa dureza, a nossa intolerância, a nossa intransigência e a contemplar os irmãos (com as suas falhas, defeitos, diferenças, comportamentos religiosa ou socialmente incorretos) com os olhos benevolentes, compreensivos e pacientes de Deus.
Convém termos sempre presente o seguinte: não há o mal quimicamente puro de um lado e o bem quimicamente puro do outro...
Mal e bem misturam-se no mundo, na vida e no coração de cada um de nós. Dividir as nações em boas (as que têm uma política que serve os nossos interesses) e más (as que têm uma política que lesa os nossos interesses), os grupos sociais em bons (os que defendem valores com os quais concordamos) e maus (os que defendem valores que não são os nossos), os indivíduos em bons (os amigos, aqueles que nos apoiam e que estão sempre de acordo conosco) e maus (aqueles que nos fazem frente, que nos dizem verdades que são difíceis de escutar, que não concordam conosco)...
É uma atitude simplista, que nos leva frequentemente a assumir atitudes injustas, que geram exclusão, marginalização, sofrimento e morte. Mais uma vez: saibamos olhar para o mundo, para os grupos, para as pessoas sem preconceitos, com a mesma bondade, compreensão e tolerância que Deus manifesta face a cada homem e a cada mulher, independentemente das suas escolhas e do seu ritmo de caminhada.
*Leia o Evangelho na íntegra. Clique no link- EVANGELHO DO DIA.
Criminosos assaltam igreja durante transmissão ao vivo de missa
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Fiéis que assistiam a uma missa na Paróquia São Pedro Operário, em São Leopoldo, Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), por uma transmissão ao vivo, levaram um susto após o padre Ramiro Mincato interromper a celebração para avisar que a igreja estava sendo assaltada. O caso aconteceu na noite da última quarta-feira (15/7).
“Pessoal, mandem a polícia aqui para a igreja. Estamos sendo assaltados durante a missa”, disse o padre.
Na ocasião, dois homens invadiram o local, por volta das 19h, e anunciaram o assalto. Na celebração, além do padre, estavam mais três pessoas na igreja. Os fiéis acompanhavam a missa de casa, em razão da pandemia do novo coronavírus.
A polícia informou que foram levados dois celulares e a chave de um veículo. Ninguém ficou ferido. Após o assalto, os suspeitos fugiram. Até o momento, os criminosos seguem foragidos. Fonte: https://www.jaenoticia.com.br
TRÍDUO DE SANTO ELIAS: Pai e Guia do Carmelo
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TRÍDUO DE SANTO ELIAS. 1º Dia: Ritual e reflexão
(Com a Missa)
Frei Carlos Mesters, O. Carm
Org. Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Tema: Vivo é o Senhor, em cuja presença estou
Comentário
Sejam todos bem-vindos e bem-vindas nesta primeira noite do Tríduo de Santo Elias. Depois de celebrar Nossa Senhora do Carmo- Mãe dos Carmelitas e nossa, aqui estamos para lembrar outra coluna do Carmelo- Santo Elias Profeta, Pai e Guia do Carmelo.
"Vivo é o Senhor, em cuja presença estou" (1Reis 17,1). É com esta frase que o profeta Elias aparece na Bíblia e se apresenta ao povo. É esta atitude de fé que o caracteriza e que sempre inspirou os carmelitas, até hoje. Ela é a raiz da nossa vida no Carmelo. Quando Elias diz: "Vivo é o Senhor em cuja presença estou", ele se refere a um costume daquela época. Os servos ou ministros do rei costumavam estar sempre "na presença do rei", junto ao trono, prontos para atenderem a qualquer pedido e realizarem qualquer serviço que ele pedisse. Que o testemunho de Elias possa ajudar-nos a viver na presença de Deus, como servos e servas, prontos para atendermos a qualquer apelo ou serviço que Deus nos pedir.
De pé, vamos receber o presidente da celebração (........ ), os ministros da eucaristia, os leitores e coroinhas louvando ao nosso Bom Deus que manifestou em Elias a sua ação libertadora em favor do povo e em busca do verdadeiro Deus. Cantemos!
Oração da coleta
Deus eterno e omnipotente, que concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta e nosso pai, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória, fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
Primeira leitura (1Reis 17,1-6)
1Elias, tesbita, de Tesbi em Galaad, disse a Acab: "Pela vida do Senhor, o Deus de Israel, a quem sirvo: não haverá nestes anos nem orvalho nem chuva, a não ser quando eu o ordenar." 2A palavra do Senhor foi-lhe dirigida nestes termos: 3"Vai-te daqui, retira-te para o oriente e esconde-te na torrente de Carit, que está a leste do Jordão. 4Beberás da torrente e ordenei aos corvos que te deem lá alimento." 5Elias partiu, pois, e fez como o Senhor ordenara, indo morar na torrente de Carit, a leste do Jordão. 6Os corvos lhe traziam pão de manhã e carne à tarde, e ele bebia da torrente. Palavra do Senhor.
Salmo de meditação
Salmo. (Sl 119,10-12.14)
Imitar o profeta Elias que meditava dia e noite na lei do Senhor
Refrão: Quero meditar dia e noite na lei do Senhor
1-Eu te busco, Senhor, de todo o coração, não me deixes afastar dos teus mandamentos. Conservei tuas promessas no meu coração para não pecar contra ti.
2-Bendito sejas, Senhor, ensina-me os teus estatutos. Eu me alegro com o caminho dos teus testemunhos, mais do que com todas as riquezas.
3-Vou meditar teus preceitos e considerar teus caminhos. Eu me delicio com teus estatutos e não me esqueço da tua palavra.
Leitura do Evangelho. (João 8,28-30)
Como Elias, Jesus vive sempre com Deus.
28Disse-lhes, então, Jesus: "Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que EU SOU e que nada faço por mim mesmo, mas falo como me ensinou o Pai. 29E quem me enviou está comigo. Não me deixou sozinho, porque faço sempre o que lhe agrada". 30Tendo ele assim falado, muitos creram nele. Palavra da Salvação.
Pensamentos para a Homilia
1º Dia: 1Reis 17,1-6: Viver na presença de Deus e refazer a história
1 Reis 17,1a
A primeira coisa que a Bíblia nos informa a respeito do profeta Elias é o testemunho vivo da sua fé: "Vivo é o Senhor, em cuja presença estou". É com esta frase que Elias aparece e se apresenta. É a atitude que o caracteriza. É a raiz de toda a sua ação profética. Esta frase vem da tradução latina da Vulgata que era a Bíblia usada pelos Carmelitas ao longo dos séculos. Literalmente, no hebraico, se diz: "Pela vida de YHWH a quem sirvo". São dois conceitos ligados entre si: Vivo é o Senhor em cuja presença estou e Pela vida de YHWH a quem sirvo. É que naquele tempo, os "servos" (empregados, servidores, ministros) estavam sempre "na presença" do rei", junto ao trono dele, prontos para atender a qualquer pedido e realizar qualquer serviço para o rei. Esta profissão de fé de Elias "Vivo é o Senhor em cuja presença estou!" sempre inspirou os carmelitas, até hoje. Ela é a raiz da nossa vida no Carmelo. Que ela possa ser também a fonte da nossa disponibilidade de servir.
1 Reis 17,1b
Elias diz ao rei Acab: "Nestes anos não haverá orvalho, nem chuva, a não ser quando eu mandar". Aqui transparece a capacidade de Elias de descobrir os apelos de Deus nos fenômenos da natureza. Elias soube ler o apelo de Deus naquela seca demorada de mais de três anos e, assim, conseguiu obrigar o rei Acab a respeitar a lei de Deus. Esta atitude contemplativa de Elias diante dos fenômenos da natureza é a consequência daquele novo olhar nascido nele a partir da experiência de Deus: "Vivo é o Senhor em cuja presença estou!" O novo olhar de fé o ajudava a interpretar os sinais dos tempos e a ler o apelo de Deus nos fatos da vida.
1 Reis 17,2-6
Deus diz a Elias: "Saia daqui, dirija-se para o orienta e esconde-se no córrego Carit, que fica a leste do Jordão". Elias deve sair da terra prometida no mesmo lugar por onde, séculos antes, depois dos 40 anos no deserto, o povo tinha entrado para tomar posse da terra prometida. Agora, por ordem de Deus, Elias atravessa o Jordão, volta para o deserto e se esconde no Carit, onde será alimentado pelos corvos e poderá beber água do córrego. Isto significa que Elias, voltando para o deserto, deve recomeçar a viver como vivia o povo durante aqueles 40 anos da sua formação, sobrevivendo com o maná que Deus lhe fornecia. Ou seja, Elias deve refazer a história do seu povo. É o que se pede de todos nós, Carmelitas: refazer a história, recuperar a memória, redescobrir nossa identidade, voltar a alimentar-nos daquela mesma experiência da nossa origem no Monte Carmelo. Devemos fazer isto não só com reflexões teóricas, mas também e sobretudo, como Elias, com iniciativas bem concretas: atravessar o rio, fazer um retiro, esconder-se no Carit. Os primeiros Carmelitas diziam: Carit significa Caridade: esconder-se na caridade.
LADAINHA DE SANTO ELIAS.
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 17 de julho-2019.
Senhor tende piedade de nós!
Senhor tende piedade de nós!
Jesus Cristo tende piedade de nós!
Jesus Cristo tende piedade de nós!
Senhor tende piedade de nós!
Senhor tende piedade de nós!
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade que sois um só Deus,
Tende piedade de nós.
Nossa Senhora do Carmo. Rogai por nós!
São José Patrono do Carmelo. Rogai por nós!
Santo Elias Pai e guia do Carmelo. Rogai por nós!
Que foste nutrido por um corvo no deserto. Intercedei por nós!
Santo Elias Pai dos eremitas. Rogai por nós!
Que perseverante na contemplação da lei do Senhor. Rogai por nós!
Santo Elias modelo de justiça. Rogai por nós.
Que chamaste Eliseu para ser o teu sucessor. Intercedei por nós!
Santo Elias propagador da verdade. Rogai por nós!
Que pela vossa oração abristes o céu e conseguistes a chuva. Rogai por nós!
Santo Elias protetor das viúvas. Rogai por nós!
Que fostes apaixonado pelo zelo do Senhor Deus. Intercedei por nós!
Santo Elias precursor de Cristo. Rogai por nós!
Que aparecestes com Moisés no Monte Tabor. Rogai por nós!
Que caminhastes pelo deserto até a montanha de Deus. Rogai por nós!
Santo Elias zeloso defensor do culto do Deus único. Intercedei por nós!
Que vos compadecestes da viúva de Sarepta. Rogai por nós!
Que defendestes Nabot um homem temente a Deus, Rogai por
Que encontrastes o senhor no silêncio e na oração. Rogai por nós!
Santo Elias defensor dos pobres e perseguidos. Intercedei por nós!
Santo Elias mestre dos profetas. Rogai por nós!
Santo Elias defensor do verdadeiro Deus no Monte Carmelo. Rogai por nós
Santo Elias perseguido por causa da justiça. Rogai por nós
Santo Elias inspiração da Igreja em saída. Intercedei por nós
Que encontrastes vida na nuvenzinha para regar a terra. Rogai por nós!
Que pelo Senhor Deus fostes consolado na noite escura. Rogai por nós!
Santo Elias arrebatado aos céus em uma carruagem de fogo. Rogai por nós!
Santo Elias intercede a Deus Pai pelos desempregados. Intercedei por nós
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo: Perdoai-nos Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo: Ouvi-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo: Tende piedade de nós!
Padre: Rogai por nós, santo Elias, nosso Pai e Guia do Carmelo.
Todos: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo! Amém
Oração.
Deus eterno e onipotente, que concedestes a Santo Elias, vosso profeta e nosso pai espiritual, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória. Fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém
Oração sobre as ofertas
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja, e, assim como aceitastes o sacrifício do profeta Elias, dignai-Vos, de igual modo, receber as nossas ofertas de pão e vinho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PREFÁCIO
O Profeta Elias, amigo de Deus e apóstolo
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Corações ao alto. R. O nosso coração está em Deus.
- Dêmos graças ao Senhor nosso Deus. R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai Santo, Deus eterno e omnipotente é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo nosso Senhor. Vós suscitastes profetas para que proclamassem que sois o Deus vivo e verdadeiro e conduzissem o vosso povo na esperança da salvação. Entre eles honrastes com a vossa divina amizade o profeta Elias, para que, devorado pelo zelo da vossa glória, manifestasse a vossa omnipotência e a vossa misericórdia. Ele caminhou sempre na vossa presença e por isso o quisestes junto a Cristo no Tabor, como testemunha da Transfiguração, para se alegrar com a presença gloriosa do vosso Filho. Por isso, com os Anjos e os Santos, proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
Depois da Comunhão: Invocação Eliana-Mariana
Padre: Falou Elias para o seu servo:
Todos: Sobe a montanha, olha para o mar!....
Padre: Ave Maria... Todos: Santa Maria...
Padre: Cobriu-se o céu de densas nuvens...
Todos: Foi muita chuva a desabar
Padre: Ave Maria... Todos: Santa Maria...
Cel: E a terra deu o mais novo fruto:
Todos: Nasce de uma Virgem, Aquele que vem salvar!
Padre: Ave Maria... Todos: Santa Maria...
Padre: Rogai por nós Virgem Bendita!
Todos: Ó Padroeira dos Carmelitas!
OREMOS
Deus eterno e onipotente, que concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta e nosso pai, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória,
Fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Antífona da comunhão (1Rs 19, 8)
Elias comeu e bebeu, e, fortalecido com o alimento, caminhou até ao monte de Deus.
Depois da Comunhão (Final)
Fortalecidos com a comida e a bebida angélica da mesa do vosso Filho, concedei-nos, Senhor, que, procurando-Vos sempre por meio da fé, alcancemos a contemplação da vossa presença no monte santo da glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém
TRÍDUO DE SANTO ELIAS. 2º Dia: Ritual e reflexão
(Com a Missa)
Frei Carlos Mesters, O. Carm
Org. Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Tema: A Partilha da viúva
Comentário
Sejam todos bem-vindos e bem-vindas nesta segunda noite do Tríduo de Santo Elias. Hoje, vamos olhar para a misericórdia de Elias- Pai e Guia do Carmelo- a partir do gesto de solidariedade na casa de uma pobre viúva.
A seca prolongada de mais de três anos provocou fome. O córrego Carit, onde Elias estava, secou. Ficou sem água. Deus mandou que Elias fosse para Sarepta na terra de Sidônia, onde uma viúva cuidaria da sua comida. Mas por causa da seca, na casa da viúva só tinha sobrado um pouco de farinha e de azeite. Nada mais! Ela disse a Elias que ia fazer uns pãezinhos para si mesma e o filho e depois esperar a morte chegar.
Mesmo sendo difícil, Elias insiste na partilha: "Faça primeiro um pão para mim, e depois você fará o pão para você e seu filho!" Ela obedeceu. Partilhou com Elias o pouco que tinha. A partilha garantiu a sobrevivência dela mesma, do filho e de Elias. Se houvesse partilha no Brasil, não haveria fome nem faminto, e sobraria comida para muita gente de outros países. O povo diz até hoje: "Pobre não deixa pobre morrer de fome!"
De pé, vamos receber o presidente da celebração (........ ), os ministros da eucaristia, os leitores e coroinhas louvando ao nosso Bom Deus que manifestou em Elias a favor da pobre viúva da sua época e em nosso dia-a-dia. Cantemos!
Oração da coleta
Deus eterno e omnipotente, que concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta e nosso pai, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória, fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
Primeira leitura. (1Reis 17,7-16)
7Depois de certo tempo, a torrente secou, porque não chovia mais na terra. 8Então a palavra de Iahweh lhe foi dirigida nestes termos: 9"Levanta-te e vai a Sarepta, que pertence à Sidônia, e lá habitarás. Eis que ordenei lá, a uma viúva, que te dê o sustento." 10Ele se levantou e foi para Sarepta. Chegando à porta da cidade, eis que estava lá uma viúva apanhando lenha; chamou-a e disse: "Por favor, traze-me num vaso um pouco d'água para eu beber!" 11Quando ela já estava indo para buscar água, ele gritou-lhe: "Traze-me também um pedaço de pão na tua mão!" 12Respondeu ela: "Pela vida de Iahweh, teu Deus, não tenho pão cozido; tenho apenas um punhado de farinha numa vasilha e um pouco de azeite na jarra. Estou ajuntando uns gravetos, vou preparar esse resto para mim e meu filho; nós o comeremos e depois esperaremos a morte." 13Mas Elias lhe respondeu: "Não temas; vai e faze como disseste. Mas, primeiro, prepara-me com o que tens um pãozinho e traze- mo; depois o prepararás para ti e para teu filho. 14Pois assim fala Iahweh, Deus de Israel: A vasilha de farinha não se esvaziará e a jarra de azeite não acabará, até o dia em que Iahweh enviar a chuva sobre a face da terra." 15Ela partiu e fez como Elias disse e fizeram uma refeição ele, ela e seu filho: 16A vasilha de farinha não se esvaziou e a jarra de azeite não acabou, conforme a predição que Iahweh fizera por intermédio de Elias. Palavra do Senhor
Salmo de meditação (Sl 119,29-32)
Imitar o profeta Elias que meditava dia e noite na lei do Senhor
Refrão. Quero meditar dia e noite na lei do Senhor
1-Afasta-me do caminho da mentira, e gratifica-me com tua lei. Eu escolhi o caminho da verdade, e me conformo às tuas normas.
2- Eu me apego aos teus testemunhos, Senhor, não me deixes envergonhado. Eu corro no caminho dos teus mandamentos, pois tu alargas o meu coração.
3-Indica-me, Senhor, o caminho dos teus estatutos, eu quero guardá-lo como recompensa. Faze-me entender e guardar tua lei, para observá-la de todo o coração.
Leitura do Evangelho: Marcos 12,41-44
Jesus elogia a partilha da viúva no Templo
41E, sentado frente ao Tesouro do Templo, observava, como a multidão lançava pequenas moedas no Tesouro, e muitos ricos lançavam muitas moedas. 42Vindo uma pobre viúva, lançou duas moedinhas, isto é, um quadrante. 43E chamando a si os discípulos, disse-lhes: “Em verdade eu vos digo que esta viúva que é pobre lançou mais do que todos os que ofereceram moedas ao Tesouro. 44Pois todos os outros deram do que lhes sobrava. Ela, porém, na sua penúria, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver”.
Pensamentos para a Homilia
2º Dia: 1Reis 17,7-16: Insistir na partilha e estar com os pobres
1 Reis 17,7-16. A partilha da viúva
Por causa da seca demorada de mais de três anos, na casa daquela viúva só sobrou um pouco de farinha e de azeite. Nada mais! Era para ela fazer uns pãezinhos para si mesma e para o filho e depois morrer. Ela disse a Elias: "Vamos comer e ficar esperando a morte". Mesmo sendo difícil, Elias exige que ela faça a partilha do pouco de pão de ela dispunha para sobreviver. Ele diz com uma certa dureza: "Faça primeiro um pão para mim, e depois você fará o pão para você e seu filho!" Isto significa que devemos reaprender a partilha como um dos fundamentos indispensáveis da vida em comunidade. É a falta de partilha que até hoje gera a injustiça no mundo. A partilha garantiu a sobrevivência para a viúva e o filho naquela época de seca e de penúria. A partilha é a raiz da vida em comunidade. Se houvesse partilha no Brasil, não haveria fome nem faminto e sobraria comida para muita gente de outros países. O povo diz até hoje: "Pobre não deixa pobre morrer de fome!" Jesus elogiou a outra viúva que depositou duas pequenas moedas no cofre: Eu garanto a vocês: essa viúva pobre depositou mais do que todos os outros que depositaram moedas no Tesouro. Porque todos depositaram do que estava sobrando para eles. Mas a viúva na sua pobreza depositou tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver (Mc 12,43-44).
LADAINHA DE SANTO ELIAS.
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 19 de julho-2018.
Senhor tende piedade de nós!
Senhor tende piedade de nós!
Jesus Cristo tende piedade de nós!
Jesus Cristo tende piedade de nós!
Senhor tende piedade de nós!
Senhor tende piedade de nós!
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade que sois um só Deus,
Tende piedade de nós.
Nossa Senhora do Carmo. Rogai por nós!
São José Patrono do Carmelo. Rogai por nós!
Santo Elias Pai e guia do Carmelo. Rogai por nós!
Que foste nutrido por um corvo no deserto. Intercedei por nós!
Santo Elias Pai dos eremitas. Rogai por nós!
Que perseverante na contemplação da lei do Senhor. Rogai por nós!
Santo Elias modelo de justiça. Rogai por nós.
Que chamaste Eliseu para ser o teu sucessor. Intercedei por nós!
Santo Elias propagador da verdade. Rogai por nós!
Que pela vossa oração abristes o céu e conseguistes a chuva. Rogai por nós!
Santo Elias protetor das viúvas. Rogai por nós!
Que fostes apaixonado pelo zelo do Senhor Deus. Intercedei por nós!
Santo Elias precursor de Cristo. Rogai por nós!
Que aparecestes com Moisés no Monte Tabor. Rogai por nós!
Que caminhastes pelo deserto até a montanha de Deus. Rogai por nós!
Santo Elias zeloso defensor do culto do Deus único. Intercedei por nós!
Que vos compadecestes da viúva de Sarepta. Rogai por nós!
Que defendestes Nabot um homem temente a Deus, Rogai por
Que encontrastes o senhor no silêncio e na oração. Rogai por nós!
Santo Elias defensor dos pobres e perseguidos. Intercedei por nós!
Santo Elias mestre dos profetas. Rogai por nós!
Santo Elias defensor do verdadeiro Deus no Monte Carmelo. Rogai por nós
Santo Elias perseguido por causa da justiça. Rogai por nós
Santo Elias inspiração da Igreja em saída. Intercedei por nós
Que encontrastes vida na nuvenzinha para regar a terra. Rogai por nós!
Que pelo Senhor Deus fostes consolado na noite escura. Rogai por nós!
Santo Elias arrebatado aos céus em uma carruagem de fogo. Rogai por nós!
Santo Elias intercede a Deus Pai pelos desempregados. Intercedei por nós
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo: Perdoai-nos Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo: Ouvi-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo: Tende piedade de nós!
Padre: Rogai por nós, santo Elias, nosso Pai e Guia do Carmelo.
Todos: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo! Amém
Oração.
Deus eterno e onipotente, que concedestes a Santo Elias, vosso profeta e nosso pai espiritual, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória. Fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém
Oração sobre as ofertas
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja, e, assim como aceitastes o sacrifício do profeta Elias, dignai-Vos, de igual modo, receber as nossas ofertas de pão e vinho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PREFÁCIO
O Profeta Elias, amigo de Deus e apóstolo
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Corações ao alto. R. O nosso coração está em Deus.
- Dêmos graças ao Senhor nosso Deus. R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai Santo, Deus eterno e omnipotente é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo nosso Senhor. Vós suscitastes profetas para que proclamassem que sois o Deus vivo e verdadeiro e conduzissem o vosso povo na esperança da salvação. Entre eles honrastes com a vossa divina amizade o profeta Elias, para que, devorado pelo zelo da vossa glória, manifestasse a vossa omnipotência e a vossa misericórdia. Ele caminhou sempre na vossa presença e por isso o quisestes junto a Cristo no Tabor, como testemunha da Transfiguração, para se alegrar com a presença gloriosa do vosso Filho. Por isso, com os Anjos e os Santos, proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
Depois da Comunhão: Invocação Eliana-Mariana
Padre: Falou Elias para o seu servo:
Todos: Sobe a montanha, olha para o mar!....
Padre: Ave Maria... Todos: Santa Maria...
Padre: Cobriu-se o céu de densas nuvens...
Todos: Foi muita chuva a desabar
Padre: Ave Maria... Todos: Santa Maria...
Cel: E a terra deu o mais novo fruto:
Todos: Nasce de uma Virgem, Aquele que vem salvar!
Padre: Ave Maria... Todos: Santa Maria...
Padre: Rogai por nós Virgem Bendita!
Todos: Ó Padroeira dos Carmelitas!
OREMOS
Deus eterno e onipotente, que concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta e nosso pai, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória,
Fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Antífona da comunhão (1Rs 19, 8)
Elias comeu e bebeu, e, fortalecido com o alimento, caminhou até ao monte de Deus.
Depois da Comunhão (Final)
Fortalecidos com a comida e a bebida angélica da mesa do vosso Filho, concedei-nos, Senhor, que, procurando-Vos sempre por meio da fé, alcancemos a contemplação da vossa presença no monte santo da glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém
TRÍDUO DE SANTO ELIAS. 3º Dia: Ritual e reflexão
(Com a Missa)
Frei Carlos Mesters, O. Carm
Org. Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Tema: O Reencontro de Elias com Deus na brisa suave
Comentário
Sejam todos bem-vindos e bem-vindas nesta última noite do Tríduo de Santo Elias- Pai e Guia do Carmelo. Hoje, vamos olhar de perto para o encontro do grande profeta com o nosso Bom Deus na brisa suave.
Elias chegou na Montanha de Deus e entrou numa gruta. Deus o manda sair da gruta, pois Deus vai passar. Como é que Deus vai passar? Aconteceu um furacão; em seguida, um terremoto e, depois do terremoto, um fogo. E cada vez de novo se diz: Deus não estava no furacão! Não estava no terremoto! Não estava no fogo!
No passado, furacão, terremoto e fogo tinham sido sinais da presença de Deus. E agora, já não são mais. Então, onde está Deus? A Bíblia responde: depois do fogo, ouviu-se a voz de uma brisa suave. Ouvindo-a, Elias cobriu o rosto com o manto. Sinal de que intuiu a presença de Deus.
Elias descobriu a presença de Deus naquilo que antes parecia a sua ausência. Conosco acontece o mesmo. Nosso mal é a falta de atenção aos fatos da vida. Nós não podemos fixar-nos numa determinada imagem de Deus que nos agrada. Não podemos obrigar Deus a ser como nós o queremos. Devemos estar sempre atentos à brisa leve, às mudanças que ocorrem na história. Devemos deixar Deus ser Deus!
É com esta mensagem da presença do Senhor na brisa suave, que vamos receber o Presidente da celebração (........) os leitores e coroinhas louvando ao nosso Bom Deus que se fez presença na vida do grande profeta. Cantemos!
Oração da coleta
Deus eterno e omnipotente, que concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta e nosso pai, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória, fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
Primeira leitura. (1Reis 19,9-13)
9 Elias entrou numa gruta, onde passou a noite. E foi-lhe dirigida a palavra de Javé nestes termos: "Que fazes aqui, Elias?" 10Ele respondeu: "Eu me consumo de ardente zelo por Javé dos Exércitos, porque os filhos de Israel abandonaram tua aliança, derrubaram teus altares, e mataram teus profetas. Fiquei somente eu e procuram tirar-me a vida." 11E Deus disse: "Sai e fica na montanha diante de Javé." E eis que Javé passou. Um grande e impetuoso furacão fendia as montanhas e quebrava os rochedos diante de Javé , mas Javé não estava no furacão; e depois do furacão houve um terremoto, mas Javé não estava no terremoto; 12e depois do terremoto um fogo, mas Javé não estava no fogo; e depois do fogo o murmúrio de uma brisa suave. 13Quando Elias o ouviu, cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta. Palavra do Senhor.
Salmo de meditação: (Sl 119,105-109.111)
Imitar o profeta Elias que meditava dia e noite na lei do Senhor
Refrão: Quero meditar dia e noite na lei do Senhor
1-Tua palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho. Eu jurei, e sustento: observar as tuas normas justas.
2- Estou por demais humilhado, Senhor, faze-me viver, conforme a tua palavra. Aceita, Senhor, a oferta de minha boca e ensina-me tuas normas.
3- Minha vida está sempre em minha mão, eu não me esqueço de tua lei. Teus testemunhos são minha herança para sempre, a alegria do meu coração.
Leitura do Evangelho. (Lc 9,28-36)
Na Transfiguração Jesus reencontra sua missão
28Mais ou menos oito dias depois dessas palavras, tomando consigo a Pedro, João e Tiago, ele subiu à montanha para orar. 29Enquanto orava, o aspecto de seu rosto se alterou, suas vestes tornaram-se de fulgurante brancura. 30E eis que dois homens conversavam com ele: eram Moisés e Elias que, 31aparecendo envoltos em glória, falavam de sua partida que iria se consumar em Jerusalém. 32Pedro e os companheiros estavam pesados de sono. Ao despertarem, viram sua glória e os dois homens que estavam com ele. 33E quando estes iam se afastando, Pedro disse a Jesus: "Mestre, é bom estarmos aqui; façamos, pois, três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias", mas sem saber o que dizia. 34Ainda falava, quando uma nuvem desceu e os cobriu com sua sombra; e ao entrarem eles na nuvem, os discípulos se atemorizaram. 35Da nuvem, porém, veio uma voz dizendo: "Este é o meu Filho, o Eleito; ouvi-o". 36Ao ressoar essa voz, Jesus ficou sozinho. Os discípulos mantiveram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram coisa alguma do que tinham visto. Palavra da Salvação
Pensamentos para a Homilia
7º Dia: 1Reis 19,9-13: Renascimento e reencontro com Deus na Brisa leve
1 Reis 19,9-10
A falta de visão de Elias e a dolorosa experiência dos próprios limites. Chegando no alto do Monte Horeb, a Montanha de Deus, Elias se esconde na gruta e passa aí a noite. Deus lhe dirige a palavra: "Elias, o que é que você está fazendo aqui?" Elias responde: "O zelo por Javé dos exércitos me consome, porque os israelitas abandonaram tua aliança, derrubaram teus altares e mataram teus profetas. Sobrei somente eu, e eles querem me matar também". Há alguma coisa estranha nesta resposta de Elias. Ele diz que está cheio de zelo, mas estava fugindo! Ele diz que é o único que sobrou para defender a aliança, mas havia sete mil homens que não se dobraram diante de Baal (1Reis 19,18). A visão de Elias tem algum defeito. Ele não enxerga bem as coisas. Não é que Elias tenha perdido a fé, mas ele já não consegue enfrentar a nova situação com a fé antiga e desatualizada que o animava por dentro. Até hoje, nós Carmelitas, no escudo oficial da Ordem, conservamos, em latim, a primeira parte daquela frase de Elias: "Zelo zelatus sum pro Domino Deo exercituum". Ela expressa a esperança de que o zelo seja mais forte que o desânimo e que, nos momentos da dúvida e da crise, o zelo nos ajude a recuperar a visão correta da nossa missão a serviço do povo de Deus.
1 Reis 19,11-14
A experiência da passagem de Deus na vida de Elias. Deus lhe dirige a palavra: "Elias, saia da gruta e fique no alto da montanha, diante de Javé, pois Javé vai passar". Como é que Deus vai passar na vida de Elias? Como é que Deus passa na nossa vida? Primeiro, acontece um furacão. E vem em nós a pergunta: Será que o furacão é o sinal da passagem de Deus? A Bíblia responde: "Deus não estava no furacão". Em seguida, um terremoto e, depois do terremoto, um fogo. E cada vez de novo, a mesma pergunta e a mesma resposta da Bíblia: "Deus não estava no terremoto. Deus não estava no fogo!" Esta tríplice repetição tem um significado. Furacão, terremoto e fogo eram os sinais com que Deus se tinha manifestado, séculos antes, quando concluiu a Aliança com seu povo no Monte Horeb. Diz o livro de êxodo que naquela ocasião, "toda a montanha do Sinai fumegava, porque Javé tinha descido sobre ela no fogo; a fumaça subia, como fumaça de fornalha. E a montanha toda tremia" (Ex 19,18). E agora, solenemente se afirma, por três vezes, que Deus não está mais no furacão, nem no terremoto, nem no fogo! Os sinais tradicionais da presença de Deus perderam o seu significado. Já não eram sinais da presença de Deus. Desintegrou-se o mundo religioso de Elias! Então, onde está Deus? Onde? A Bíblia responde: depois do fogo, ouviu-se a voz de uma brisa suave. Ouvindo-a, Elias cobriu o rosto com o manto. Sinal de que Elias intuiu a presença de Deus.
Elias descobriu a presença de Deus naquilo que antes parecia a sua ausência. Com Elias aconteceu o mesmo que tantas vezes acontece na vida da gente. Desatentos, não percebemos as mudanças que acontecem na vida e na história e, de repente, estamos perdidos: Onde está Deus? Deus está na história, na vida, nos fatos, na natureza. Nosso mal é a falta de atenção aos fatos da vida, às mudanças. Um salmo descreve esta experiência dizendo: "Meu mal é este: Deus mudou!" (Sl 77,11). Deus mudou, e Elias não mudou. Desatento, ele não percebeu a passagem de Deus. No seu relacionamento com Deus, Elias não podia fixar-se naquelas três imagens do passado. Nós não podemos fixar-nos numa determinada imagem de Deus que nos agrada. Não podemos obrigar Deus a ser como nós o queremos. Devemos estar sempre atentos à brisa leve, às mudanças que ocorrem na história. Devemos deixar Deus ser Deus!
LADAINHA DE SANTO ELIAS.
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 17 de julho-2019.
Senhor tende piedade de nós!
Senhor tende piedade de nós!
Jesus Cristo tende piedade de nós!
Jesus Cristo tende piedade de nós!
Senhor tende piedade de nós!
Senhor tende piedade de nós!
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade que sois um só Deus,
Tende piedade de nós.
Nossa Senhora do Carmo. Rogai por nós!
São José Patrono do Carmelo. Rogai por nós!
Santo Elias Pai e guia do Carmelo. Rogai por nós!
Que foste nutrido por um corvo no deserto. Intercedei por nós!
Santo Elias Pai dos eremitas. Rogai por nós!
Que perseverante na contemplação da lei do Senhor. Rogai por nós!
Santo Elias modelo de justiça. Rogai por nós.
Que chamaste Eliseu para ser o teu sucessor. Intercedei por nós!
Santo Elias propagador da verdade. Rogai por nós!
Que pela vossa oração abristes o céu e conseguistes a chuva. Rogai por nós!
Santo Elias protetor das viúvas. Rogai por nós!
Que fostes apaixonado pelo zelo do Senhor Deus. Intercedei por nós!
Santo Elias precursor de Cristo. Rogai por nós!
Que aparecestes com Moisés no Monte Tabor. Rogai por nós!
Que caminhastes pelo deserto até a montanha de Deus. Rogai por nós!
Santo Elias zeloso defensor do culto do Deus único. Intercedei por nós!
Que vos compadecestes da viúva de Sarepta. Rogai por nós!
Que defendestes Nabot um homem temente a Deus, Rogai por
Que encontrastes o senhor no silêncio e na oração. Rogai por nós!
Santo Elias defensor dos pobres e perseguidos. Intercedei por nós!
Santo Elias mestre dos profetas. Rogai por nós!
Santo Elias defensor do verdadeiro Deus no Monte Carmelo. Rogai por nós
Santo Elias perseguido por causa da justiça. Rogai por nós
Santo Elias inspiração da Igreja em saída. Intercedei por nós
Que encontrastes vida na nuvenzinha para regar a terra. Rogai por nós!
Que pelo Senhor Deus fostes consolado na noite escura. Rogai por nós!
Santo Elias arrebatado aos céus em uma carruagem de fogo. Rogai por nós!
Santo Elias intercede a Deus Pai pelos desempregados. Intercedei por nós
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo: Perdoai-nos Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo: Ouvi-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo: Tende piedade de nós!
Padre: Rogai por nós, santo Elias, nosso Pai e Guia do Carmelo.
Todos: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo! Amém
Oração.
Deus eterno e onipotente, que concedestes a Santo Elias, vosso profeta e nosso pai espiritual, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória. Fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém
Oração sobre as ofertas
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja, e, assim como aceitastes o sacrifício do profeta Elias, dignai-Vos, de igual modo, receber as nossas ofertas de pão e vinho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PREFÁCIO
O Profeta Elias, amigo de Deus e apóstolo
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Corações ao alto. R. O nosso coração está em Deus.
- Dêmos graças ao Senhor nosso Deus. R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai Santo, Deus eterno e omnipotente é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo nosso Senhor. Vós suscitastes profetas para que proclamassem que sois o Deus vivo e verdadeiro e conduzissem o vosso povo na esperança da salvação. Entre eles honrastes com a vossa divina amizade o profeta Elias, para que, devorado pelo zelo da vossa glória, manifestasse a vossa omnipotência e a vossa misericórdia. Ele caminhou sempre na vossa presença e por isso o quisestes junto a Cristo no Tabor, como testemunha da Transfiguração, para se alegrar com a presença gloriosa do vosso Filho. Por isso, com os Anjos e os Santos, proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
Depois da Comunhão: Invocação Eliana-Mariana
Padre: Falou Elias para o seu servo:
Todos: Sobe a montanha, olha para o mar!....
Padre: Ave Maria... Todos: Santa Maria...
Padre: Cobriu-se o céu de densas nuvens...
Todos: Foi muita chuva a desabar
Padre: Ave Maria... Todos: Santa Maria...
Padre: E a terra deu o mais novo fruto:
Todos: Nasce de uma Virgem, Aquele que vem salvar!
Padre: Ave Maria... Todos: Santa Maria...
Padre: Rogai por nós Virgem Bendita!
Todos: Ó Padroeira dos Carmelitas!
OREMOS
Deus eterno e onipotente, que concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta e nosso pai, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória,
Fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Antífona da comunhão (1Rs 19, 8)
Elias comeu e bebeu, e, fortalecido com o alimento, caminhou até ao monte de Deus.
Depois da Comunhão (Final)
Fortalecidos com a comida e a bebida angélica da mesa do vosso Filho, concedei-nos, Senhor, que, procurando-Vos sempre por meio da fé, alcancemos a contemplação da vossa presença no monte santo da glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém
20 de julho: Missa de Santo Elias-Pai e Guia do Carmelo.
Comentário
O profeta Elias aparece nas Sagradas Escrituras como o homem de Deus que caminha na presença do Senhor, e que, abrasado de zelo, luta pela defesa do culto do único Deus verdadeiro. Defendeu os direitos de Deus num desafio público, realizado no monte Carmelo entre ele e os sacerdotes de Baal. Entregou-se à íntima experiência do Deus vivo no monte Horeb. Nele se inspiraram os primeiros eremitas que, por volta do séc. XII, iniciaram no Monte Carmelo um novo estilo de vida que originou a Ordem dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Por este motivo, o profeta Elias é considerado o Fundador ideal da Ordem.
ANTÍFONA DE ENTRADA 1Rs 17, 1
O profeta Elias disse: «Vive o Senhor, Deus de Israel, a quem eu sirvo».
(Diz-se o Glória).
ORAÇÃO COLETA
Deus eterno e onipotente,
que concedestes ao bem-aventurado Elias,
vosso profeta e nosso pai,
a graça de viver na vossa presença
e de se inflamar de zelo pela vossa glória,
fazei que, procurando sempre a vossa presença,
nos tornemos testemunhas do vosso amor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
1ª LEITURA: 1Rs 19,1-9.11-14
Leitura do primeiro livro dos Reis.
Acab contou a Jezabel tudo que Elias tinha feito e como tinha passado ao fio da espada todos os profetas de Baal. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias para lhe dizer: “Os deuses me cumulem de castigos, se amanhã, a esta hora, eu não tiver feito contigo o mesmo que fizeste com a vida desses profetas”. Elias ficou com medo e, para salvar sua vida, partiu. Chegou a Bersabéia de Judá e ali deixou o seu servo. Depois, adentrou o deserto e caminhou o dia todo. Sentou-se, finalmente, debaixo de um junípero e pediu para si a morte, dizendo: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais”. E, deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse: “Levanta-te e come!” Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado na pedra e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. Mas o anjo do SENHOR veio pela segunda vez, tocou-o e disse: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”. Elias levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus. Chegando ali, entrou numa gruta, onde passou a noite. Então a palavra do SENHOR veio a ele, dizendo: “Que fazes aqui, Elias?” Ele respondeu: “Estou ardendo de zelo pelo SENHOR, Deus dos exércitos, porque os israelitas abandonaram tua aliança, demoliram teus altares, mataram à espada teus profetas. Só eu escapei; mas agora querem matar-me também”. O SENHOR disse-lhe: “Sai e permanece sobre o monte diante do SENHOR”. Então o SENHOR passou. Antes do SENHOR, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o SENHOR não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo, mas o SENHOR não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa. Ouvindo isto, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta. Ouviu, então, uma voz que dizia: “Que fazes aqui, Elias?” Ele respondeu: “Estou ardendo de zelo pelo SENHOR, Deus dos exércitos, porque os israelitas abandonaram tua aliança, demoliram teus altares e mataram à espada teus profetas. Só eu escapei. Mas, agora, querem matar-me também”. – Palavra do Senhor.
SALMO DE MEDITAÇÃO
Refrão: Diante dos meus olhos tenho presente o Senhor.
1-Protege-me, ó Deus: em ti me refúgio.
Eu digo ao SENHOR: “És tu o meu Senhor,
fora de ti não tenho bem algum”.
2-O SENHOR é a minha parte da herança e meu cálice.
Nas tuas mãos, a minha porção.
Para mim a sorte caiu em lugares deliciosos,
maravilhosa é minha herança.
3-Sempre coloco à minha frente o Senhor,
ele está à minha direita, não vacilo.
Disso se alegra meu coração, exulta a minha alma.
4-Também meu corpo repousa seguro,
pois não vais abandonar minha vida no sepulcro,
nem vais deixar que teu santo experimente a corrupção,
O caminho da vida me indicarás,
alegria plena à tua direita, para sempre.
2ª LEITURA: 1Pd 1,8-12
Leitura da primeira carta de São Pedro.
Sem terdes visto o Senhor, vós o amais. Sem que agora o estejais vendo, credes nele. Isto será para vós fonte de alegria inefável e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação. Esta salvação tem sido objeto das investigações e meditações dos profetas. Eles profetizaram a respeito da graça que estava destinada para vós. Procuraram saber a que época e a que circunstâncias se referia o Espírito de Cristo, que estava neles, ao anunciar com antecedência os sofrimentos de Cristo e a glória que viria depois. Foi-lhes revelado que não para si mesmos, mas para vós é que estavam ministrando esses ensinamentos, que agora são anunciados a vós. Agora vo-los anunciam aqueles que vos pregam a Boa Nova em virtude do Espírito Santo, enviado do céu; são revelações que até os anjos desejam contemplar! – Palavra do Senhor.
EVANGELHO: Lc 9,28B-36
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para orar. Enquanto orava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou branca e brilhante. Dois homens conversavam com ele: eram Moisés e Elias. Apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a saída deste mundo que Jesus iria consumar em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Quando acordaram, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E enquanto esses homens iam se afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Nem sabia o que estava dizendo. Estava ainda falando, quando desceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Ao entrarem na nuvem, os discípulos ficaram cheios de temor. E da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-o!” Enquanto a voz ressoava, Jesus ficou sozinho. Os discípulos ficaram calados e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto. – Palavra da Salvação.
(Onde se celebra como Solenidade, diz-se o Credo).
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja,
e, assim como aceitastes o sacrifício do profeta Elias,
dignai-Vos, de igual modo,
receber as nossas ofertas de pão e vinho.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PREFÁCIO O profeta Elias, amigo de Deus e apóstolo
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Corações ao alto.
- O nosso coração está em Deus.
- Demos graças ao Senhor nosso Deus.
- É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai Santo, Deus eterno e onipotente
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Vós suscitastes profetas para que proclamassem
que sois o Deus vivo e verdadeiro
e conduzissem o vosso povo na esperança da salvação.
Entre eles honrastes com a vossa divina amizade o profeta Elias,
para que, devorado pelo zelo da vossa glória,
manifestasse a vossa onipotência e a vossa misericórdia.
Ele caminhou sempre na vossa presença
e por isso o quisestes junto a Cristo no Tabor,
como testemunha da Transfiguração,
para se alegrar com a presença gloriosa do vosso Filho.
Por isso, com os Anjos e os Santos,
proclamamos a vossa glória,
cantando numa só voz: Santo, Santo, Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Cfr 1Rs 19, 8
Elias comeu e bebeu,
e, fortalecido com o alimento,
caminhou até ao monte de Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fortalecidos com a comida e a bebida angélica
da mesa do vosso Filho,
concedei-nos, Senhor,
que, procurando-Vos sempre por meio da fé,
alcancemos a contemplação da vossa presença
no monte santo da glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
BÊNÇÃO SOLENE
- Deus, nosso Pai, que hoje nos reuniu
para celebrar a festa de Santo Elias,
vos abençoe e proteja e vos confirme na sua paz.
- Amém
- Cristo Nosso Senhor,
que manifestou de modo admirável em Santo Elias
a força e a imagem do mistério pascal,
faça de vós testemunhas fiéis do seu Evangelho.
- Amém.
- O Espírito Santo,
que em Santo Elias nos deu um sinal da caridade divina,
vos torne capazes
de formar uma verdadeira comunidade de fé e amor.
- Amém.
- Abençoe-vos Deus todo-poderoso,
Pai, Filho e Espírito Santo.
- Amém.
Bispo que chamou covid-19 de “sinal de Deus” e fez campanha para Bolsonaro está intubado com a doença
- Detalhes
A Arquidiocese de Maceió divulgou, por meio de nota, que Dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares (PE), apresentou agravamento no quadro de saúde. Ele foi intubado na UTI do Hospital Memorial São José, no Recife.
Diagnosticado com o novo coronavírus, se encontrava dispneico e dessaturado, segundo boletim médico.
“Dom Henrique aceitou bem tranquilo, consciente e enfrenta com serenidade e uma profunda espiritualidade toda a situação. Continuemos em oração por nosso Pastor Diocesano”, diz o comunicado.
Num vídeo recente, Dom Henrique afirmou que a covid-19 é “sinal de Deus” e que “a ciência é sempre precária”. Não se sabe se está usando cloroquina.
Em 2018, Costa fez campanha para Bolsonaro, sem citar diretamente o nome dele, mas repetindo a ladainha moralista do sujeito.
Defendeu que, no caso de um cristão, “este nunca deve votar em quem defende valores contrários à fé: aborto, dissolução da família, ideologia de gênero, educação sexual aberrante nas escolas, laicismo, etc”.
“A guerra contra o cristianismo é clara, pesada e metódica. Não dá para brincar com isso. Hoje, é nossa maior urgência.” Segundo ele, se devia “prestar muita atenção no quesito corrupção”.
Também abriu guerra contra o Porta dos Fundos por causa do especial de Natal retratando Cristo como homossexual. Acusou os humoristas de “neopaganismo” e pediu boicote à Netflix. “Liberdade de expressão é desculpa quando alguém se esconde por trás deste conceito para agredir o que é sagrado, santo e precioso para os demais”, disse.
“Já conhecia o trabalho desse grupo; não é a primeira vez que fazem isto. Desta vez, foi longe demais!”, falou na ocasião. Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br
EVANGELHO DO DIA-15ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Sexta-feira, 17 de junho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé, rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mt 12, 1-8)
1Atravessava Jesus os campos de trigo num dia de sábado. Seus discípulos, tendo fome, começaram a arrancar as espigas para comê-las. 2Vendo isto, os fariseus disseram-lhe: Eis que teus discípulos fazem o que é proibido no dia de sábado. 3Jesus respondeu-lhes: Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros, 4como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição? Ora, nem a ele nem àqueles que o acompanhavam era permitido comer esses pães reservados só aos sacerdotes. 5Não lestes na lei que, nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tornam culpados? 6Ora, eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo. 7Se compreendêsseis o sentido destas palavras: Quero a misericórdia e não o sacrifício... não condenaríeis os inocentes. 8Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado.
3) Reflexão Mateus 12,1-8 (Mc 2,23-28; Lc 6,1-5)
No evangelho de hoje veremos de perto um dos muitos conflitos entre Jesus e as autoridades religiosas da época. São conflitos em torno das práticas religiosas daquele tempo: jejum, pureza, observância do sábado, etc. Colocados em termos de hoje seriam conflitos como, por exemplo, casamento de pessoas divorciadas, amizade com prostitutas, acolher os homossexuais, comungar sem estar casado na igreja, faltar à missa no domingo, não fazer jejum na sexta feira santa. São muitos os conflitos: em casa, na escola, no trabalho, na comunidade, na igreja, na vida pessoal, na sociedade. Conflitos de crescimento, de relacionamento, de idade, de mentalidade. Tantos! Viver a vida sem conflito é impossível. O conflito faz parte da vida e já aparece no nosso próprio nascimento. Nascemos com dor de parto. Os conflitos não são acidentes na estrada, mas são parte integrante do caminho, do processo de conversão. O que chama atenção é a maneira como Jesus enfrenta os conflitos. Na discussão com os adversários, não se tratava de ele obter razão contra eles, mas sim de fazer prevalecer a experiência que ele, Jesus, tinha de Deus como Pai e Mãe. A imagem de Deus dos outros era a de um juiz severo que só ameaçava e condenava. Jesus procurava fazer prevalecer a misericórdia sobre a observância cega de normas e de leis que não tinham mais nada a ver com o objetivo da Lei que é a prática do amor.
Mateus 12,1-2: Colher trigo em dia de sábado e a crítica dos fariseus
Num dia de sábado, os discípulos passavam pelas plantações e abriam caminho arrancando espigas para come-las. Estavam com fome. Os fariseus chegam e invocam a Bíblia para dizer que os discípulos estão cometendo uma transgressão da lei do Sábado (cf Ex 20,8-11). Jesus também usa a Bíblia e responde evocando três exemplos tirados da Escritura: (1) de Davi, (2) da legislação sobre o trabalho dos sacerdotes no templo e (3) da ação do profeta Oséias, ou seja, ele cita um livro histórico, um livro legislativo e um livro profético.
Mateus 12,3-4: O exemplo de Davi
Jesus lembra que o próprio Davi também fez uma coisa proibida pela lei, pois tirou os pães sagrados do templo e os deu de comer aos soldados que estavam com fome (1 Sm 21,2-7). Nenhum fariseu teria coragem de criticar o rei Davi!
Mateus 12,5-6: O exemplo dos sacerdotes
Acusado pelas autoridades religiosas, Jesus argumenta a partir do que elas mesmas, as próprias autoridades religiosas, fazem em dia de sábado. No templo de Jerusalém, em dia de sábado, os sacerdotes trabalham muito mais do que nos dias de semana, pois devem sacrificar os animais para os sacrifícios, devem limpar, varrer, carregar peso, degolar os animais etc. E ninguém dizia que era contra a lei, pois achavam normal. A própria lei os obrigava a fazer isto (Nm 28,9-10).
Mateus 12,7: O exemplo do profeta
Jesus cita a frase do profeta Oséias: Quero misericórdia e não sacrifício. A palavra misericórdia significa ter o coração (cor) na miséria (miseri) dos outros, ou seja, a pessoa misericordiosa deve estar bem perto do sofrimento das pessoas, deve identificar-se com elas. A palavra sacrifício significa fazer (fício) com que uma coisa fique consagrada (sacri), ou seja, quem oferece um sacrifício separa o objeto sacrificado do uso profano e o distancia da vida diária do povo. Se os fariseus tivessem em si este olhar do profeta Oséias, saberiam que o sacrifício mais agradável a Deus não a pessoa consagrada viver distanciada da realidade, mas sim ela colocar o coração inteiramente consagrado para aliviar a miséria dos irmãos e das irmãs. Eles não teriam condenado como culpados os que, na realidade eram inocentes.
Mateus 12,8: O Filho do Homem é dono do sábado
Jesus termina com esta frase: o Filho do Homem é dono até do sábado! Jesus, ele mesmo, é o critério da interpretação da Lei de Deus.Jesus conhecia a Bíblia de cor e salteado, e a invocava para mostrar que os argumentos dos outros não tinham fundamento. Naquele tempo, não havia Bíblias impressas como temos hoje em dia. Em cada comunidade só havia uma única Bíblia, escrita a mão, que ficava na sinagoga. Se Jesus conhecia tão bem a Bíblia, é sinal de que ele, durante os trinta anos de vida em Nazaré, deve ter participado intensamente da vida da comunidade, onde todo sábado se liam as escrituras. A nova experiência de Deus como Pai fazia com que Jesus chegasse a descobrir melhor qual tinha sido a intenção de Deus ao decretar as leis do Antigo Testamento. Convivendo com o povo da GalilEia durante trinta anos em Nazaré e sentindo na pele a opressão e a exclusão de tantos irmãos e irmãs em nome da Lei de Deus, Jesus deve ter percebido que isto não podia ser o sentido daquelas leis. Se Deus é Pai, então ele acolhe a todos como filhos e filhas. Se Deus é Pai, então nós temos que ser irmãos e irmãs uns dos outros. Foi o que Jesus viveu e pregou, desde o começo até o fim. A Lei deve estar a serviço da vida e da fraternidade. “O ser humano não foi feito para o sábado, mas o sábado para o ser humano” (Mc 2,27). Foi por causa da sua fidelidade a esta mensagem que Jesus foi preso e condenado à morte. Ele incomodou o sistema, e o sistema se defendeu, usando a força contra Jesus, pois ele queria a Lei a serviço da vida, e não vice-versa. Ainda falta muito para nós termos a mesma familiaridade com a Bíblia e a mesma participação na comunidade como Jesus.
4) Para um confronto pessoal
- Que tipo de conflitos você vive na família, na sociedade e na igreja? Quais os conflitos em torno de práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo de muita discussão e polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos estes preconceitos, normas e proibições?
- O que o conflito já ensinou a você nestes anos todos? Qual a mensagem que você tira de tudo isto para as nossas comunidades de hoje?
5) Oração final
No meu leito te recordo, penso em ti nas vigílias noturnas, pois tu foste meu auxílio; exulto de alegria à sombra de tuas asas. A ti está ligada a minha alma, a tua mão direita me sustenta. (Sl 62, 7-9)
15º Domingo do Tempo Comum - Ano A.
- Detalhes
Tema do 15º Domingo do Tempo Comum
A liturgia do 15º Domingo do Tempo Comum convida-nos a tomar consciência da importância da Palavra de Deus e da centralidade que ela deve assumir na vida dos crentes.
A primeira leitura garante-nos que a Palavra de Deus é verdadeiramente fecunda e criadora de vida. Ela dá-nos esperança, indica-nos os caminhos que devemos percorrer e dá-nos o ânimo para intervirmos no mundo. É sempre eficaz e produz sempre efeito, embora não atue sempre de acordo com os nossos interesses e critérios.
O Evangelho propõe-nos, em primeiro lugar, uma reflexão sobre a forma como acolhemos a Palavra e exorta-nos a ser uma "boa terra", disponível para escutar as propostas de Jesus, para as acolher e para deixar que elas deem abundantes frutos na nossa vida de cada dia. Garante-nos também que o "Reino" proposto por Jesus será uma realidade imparável, onde se manifestará em todo o seu esplendor e fecundidade a vida de Deus.
A segunda leitura apresenta uma temática (a solidariedade entre o homem e o resto da criação) que, à primeira vista, não está relacionada com o tema deste domingo - a Palavra de Deus. Podemos, no entanto, dizer que a Palavra de Deus é que fornece os critérios para que o homem possa viver "segundo o Espírito" e para que ele possa construir o "novo céu e a nova terra" com que sonhamos.
Um olhar Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista da Ordem do Carmo
Pode um corrupto ter recebido a semente da palavra? Pode sim, ele foi um terreno duro. Até que participou da Missa, dos círculos bíblicos e dos grupos de oração. Mas depois agiu com má fé roubando o dinheiro do povo, esquecendo assim o verdadeiro ensinamento de Jesus que abomina o desprezo de toda e qualquer forma de corrupção.
Pode um pai de família violento na família ter recebido a semente da palavra? Pode sim. Para ele, a palavra caiu em seu coração pedregoso. Sim, porque muitas vezes entramos na Igreja para cumprir um rito social, rezamos para “afastar o diabo” ou para pedir algum milagre. Mas depois... Bem, depois caímos nos mesmos erros do cotidiano colocando as nossas vontades em primeiro lugar, esquecendo assim da mensagem central de Jesus.
Pode um mentiroso, falso e arrogante ter recebido a semente da palavra? Pode sim, porque bem sabemos que é tão fácil cumprir o preceito dominical- ir à missa- ou seguir a nosso belo prazer os dogmas e mandamentos da lei de Deus, mas tudo por tradição vazia ou por mero gosto pela religião, mas sem nenhum compromisso transformador com o Jesus de Nazaré.
Pode um bandido, um assassino, um corrupto, um arrogante ou um estrupício mudar a vida depois de ter recebido a palavra de Deus? Pode sim, porque esta mensagem salvífica ao cair em terra boa transforma, inova, mexe e remexe com vidas feridas e vasos quebrados transformando-os em verdadeiras obras de arte.
E para você? E para mim, qual o terreno para acolher a palavra? E tenho dito!
EVANGELHO - Mt 13,1-23: Atualização
No seu "estado atual", a parábola do semeador e da semente é, sobretudo, um convite a refletir sobre a importância e o significado da Palavra de Jesus. É verdade que, nas nossas comunidades cristãs, a Palavra de Jesus é a referência fundamental, à volta do qual se constrói a vida da comunidade e dos crentes? Temos consciência de que é a Palavra anunciada, proclamada, meditada, partilhada, celebrada, que cria a comunidade e que a alimenta no dia a dia?
A semente que caiu em terrenos duros, de terra batida, faz-nos pensar em corações insensíveis, egoístas, orgulhosos, onde não há lugar para a Palavra de Jesus e para os valores do "Reino". É a realidade de tantos homens e mulheres que veem no Evangelho um caminho para fracos e vencidos, e que preferem um caminho de independência e de autossuficiência, à margem de Deus e das suas propostas. Este caminho de orgulho e de autossuficiência alguma vez foi "o meu caminho"?
A semente que caiu em sítios pedregosos, que brota nessa pequena camada de terra que aí há, mas que morre rapidamente por falta de raízes profundas, faz-nos pensar em corações inconstantes, capazes de se entusiasmarem com o "Reino", mas incapazes de suportarem as contrariedades, as dificuldades, as perseguições. É a realidade de tantos homens e mulheres que veem em Jesus uma verdadeira proposta de salvação e que a ela aderem, mas que rapidamente perdem a coragem e entram num jogo de cedências e de meias tintas quando são confrontados com a radicalidade do Evangelho. A Palavra de Deus é, para mim, uma realidade que eu levo a sério, ou algo que eu deixo cair quando me dá jeito?
A semente que caiu entre os espinhos e que foi sufocada por eles, faz-nos pensar em corações materialistas, comodistas, instalados, para quem a proposta do "Reino" não é a prioridade fundamental. É a realidade de tantos homens e mulheres que, sem rejeitarem a proposta de Jesus (muitas vezes são "muito religiosos" e têm "a sua fé") fazem do dinheiro, do poder, da fama, do êxito profissional ou social o verdadeiro Deus a que tudo sacrificam. As propostas de Jesus são a referência fundamental à volta da qual a minha vida se constrói, ou deixo que outros interesses e valores sufoquem os valores do Evangelho?
A semente que caiu em boa terra e que deu fruto abundante faz-nos pensar em corações sensíveis e bons, capazes de aderirem às propostas de Jesus e de embarcarem na aventura do "Reino". É a realidade de tantos homens e mulheres que encontraram na proposta de Jesus um caminho de libertação e de vida plena e que, como Jesus, aceitam fazer da sua vida uma entrega a Deus e um dom aos homens. Este é o quadro ideal do verdadeiro discípulo; e é esta a proposta que o Evangelho de hoje me faz.
A parábola, na sua forma original (vers. 1-9) refere-se à inevitável erupção do "Reino", à sua força e aos resultados maravilhosos que o "Reino" alcançará... Com frequência, olhamos o mundo que nos rodeia e ficamos desanimados com o materialismo, a futilidade, os falsos valores que marcam a vida de muitos homens e mulheres do nosso tempo. Perguntamo-nos se vale a pena anunciar a proposta libertadora de Jesus num mundo que vive obcecado com as riquezas, com os prazeres, com os valores materiais... O Evangelho de hoje responde: "coragem! Não desanimeis, pois, apesar do aparente fracasso, o 'Reino' é uma realidade imparável; e o resultado final será algo de surpreendente, de maravilhoso, de inimaginável".
*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
EVANGELHO DO DIA-14ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Terça-feira, 7 de julho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria, e dai aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mt 9, 32-38)
Naquele tempo, 32apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. 33O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração: Jamais se viu algo semelhante em Israel.34Os fariseus, porém, diziam: É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios.35Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade.36Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor.37Disse, então, aos seus discípulos: A messe é grande, mas os operários são poucos.38Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe.
3) Reflexão Mateus 9,32-38
O evangelho de hoje traz dois assuntos: (1) a cura de um endemoninhado mudo (Mt 9,32-34) e (2) um resumo das atividades de Jesus (Mt 9,35-38). Estes dois episódios encerram a parte narrativa dos capítulos 8 e 9 do evangelho de Mateus na qual o evangelista procura mostrar como Jesus praticava os ensinamentos dados no Sermão da Montanha (Mt 5 a 7). No capítulo 10, cuja meditação começa no evangelho de amanhã, veremos o segundo grande discurso de Jesus: o Sermão da Missão (Mt 10,1-42).
Mateus 9,32-33a: A cura de um mudo.
Num único versículo, Mateus descreve como trouxeram um endemoninhado mudo até Jesus, como Jesus expulsou o demônio e como o mudo começou a falar de novo. O que impressiona na atitude de Jesus, aqui e em todos os quatro evangelhos, é o cuidado e o carinho com as pessoas doentes. As doenças eram muitas, e a previdência social, inexistente. As doenças não eram só as deficiências corporais: mudez, surdez, paralisia, lepra, cegueira e tantos outros males. No fundo, estas doenças eram apenas a manifestação de um mal muito mais amplo e mais profundo que arruinava a saúde do povo, a saber, o total abandono e o estado deprimente e desumano em que ele era obrigado a viver. As atividades e as curas de Jesus se dirigiam não só contra as deficiências corporais, mas também e sobretudo contra esse mal maior do abandono material e espiritual em que o povo era condenado a passar os poucos anos da sua vida. Pois, além da exploração econômica que roubava a metade do orçamento familiar, a religião oficial da época, em vez de ajudar o povo a encontrar em Deus uma força para resistir e ter esperança, ensinava que as doenças eram castigo de Deus pelo pecado. Aumentava nele o sentimento de exclusão e de condenação. Jesus fazia o contrário. O acolhimento cheio de ternura e a cura dos enfermos faziam parte do esforço mais amplo para refazer o relacionamento humano entre as pessoas e restabelecer a convivência comunitária e fraterna nos povoados e aldeias da Galiléia, sua terra.
Mateus 9,33b-34: A dupla interpretação da cura do mudo
Diante da cura do endemoninhado mudo, a reação do povo é de admiração e de gratidão: “Nunca se viu coisa semelhante em Israel!” A reação dos fariseus é de desconfiança e de malícia: “É pelo príncipe dos demônios que ele expulse os demônios!” Não podendo negar os fatos que provocam a admiração do povo, a única maneira que os fariseus encontravam para neutralizar a influência de Jesus junto ao povo era atribuir a expulsão ao poder maligno. Marcos traz uma longa argumentação de Jesus para mostrar a malícia e a falta de coerência da interpretação dos fariseus (Mc 3,22-27). Mateus não traz nenhuma resposta de Jesus à interpretação dos fariseus, pois quando a malícia é evidente, a verdade brilha por si mesma.
Mateus 9,35: Incansável, Jesus percorre os povoados
É bonita a descrição da atividade incansável de Jesus, na qual transparece a dupla preocupação a que aludimos: o acolhimento cheio de ternura e a cura dos enfermos: “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade”. Nos capítulos anteriores, Mateus já tinha aludido várias vezes a esta atividade ambulante de Jesus pelos povoados Galiléia (Mt 4,23-24; 8,16).
Mateus 9,36: A compaixão de Jesus.
“Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor”. Os que deviam ser os pastores não eram pastores, não cuidavam do rebanho. Jesus procura ser o pastor (Jo 10,11-14). Mateus vê aqui a realização da profecia do Servo de Javé que “levou nossas enfermidade e carregou nossas doenças” (Mt 8,17 e Is 53,4). Como Jesus, a grande preocupação do Servo era “encontrar uma palavra de conforto para quem estava desanimado” (Is 50,4). A mesma compaixão para com o povo abandonado, Jesus a mostrou por ocasião da multiplicação dos pães: são como ovelhas sem pastor (Mt 15,32). O evangelho de Mateus tem uma preocupação constante em revelar aos judeus convertidas das comunidades da Galileia e da Síria que Jesus é o messias anunciado pelos profetas. Por isso, frequentemente, ele mostra como nas atividades de Jesus se realizam as profecias (cf. Mt 1,23; 2,5.15.17.23; 3,3; 4,14-16; etc).
Mateus 9,37-38: A messe é grande e os operários são poucos
Jesus transmite aos discípulos a preocupação e a compaixão que o animam por dentro: "A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! Por isso, peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita".
4) Para um confronto pessoal
1) Compaixão diante das multidões cansadas e famintas. Na história da humanidade, nunca houve tanta gente cansada e faminta como hoje. A TV divulga os fatos, mas não oferece resposta. Será que nós cristãos conseguimos ter em nós a mesma compaixão de Jesus e irradiá-la aos outros?
2) A bondade de Jesus para com os pobres incomodava os fariseus. Estes recorrem à malícia para desfazer e neutralizar o incômodo que Jesus causava. Existem muitas atitudes boas nas pessoas que me incomodam? Como eu as interpreto: com admiração agradecida como o povo ou com malícia como os fariseus?
5) Oração final
Celebrai o Senhor, aclamai o seu nome, apregoai entre as nações as suas obras. Cantai-lhe hinos e cânticos, anunciai todas as suas maravilhas. Gloriai-vos do seu santo nome; rejubile o coração dos que procuram o Senhor. (Sl 104, 1-3)
EVANGELHO DO DIA-14ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Segunda-feira, 6 de julho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria, e dai aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mt 9, 18-26)
18Falava ele ainda, quando se apresentou um chefe da sinagoga. Prostrou-se diante dele e lhe disse: Senhor, minha filha acaba de morrer. Mas vem, impõe-lhe as mãos e ela viverá.19Jesus levantou-se e o foi seguindo com seus discípulos.20Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto.21Dizia consigo: Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada.22Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou. E a mulher ficou curada instantaneamente.23Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada. Disse-lhes:24Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme. Eles, porém, zombavam dele.25Tendo saído a multidão, ele entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se.26Esta notícia espalhou-se por toda a região.
3) Reflexão - Mateus 9,18-26
O evangelho de hoje nos leva a meditar dois milagres de Jesus em favor de duas mulheres. O primeiro foi em favor de uma senhora, considerada impura por causa de uma hemorragia irregular que já durava doze anos. O outro, em favor de uma menina que acabava de falecer. Conforme a mentalidade daquela época, qualquer pessoa que tocasse em sangue ou em cadáver era considerada impura e quem tocasse nela também ficava impura. Sangue e morte eram fatores de exclusão! Por isso, aquelas duas mulheres eram pessoas marginalizadas, excluídas da participação na comunidade. Quem nelas tocasse também estaria impura, impedida de participar na comunidade, e já não poderia relacionar-se com Deus. Para poder ser readmitida na plena participação comunitária teria de fazer o rito de purificação, prescrito pelas normas da lei. Ora, curando através da fé a impureza daquela senhora, Jesus abriu um novo caminho para Deus que já não dependia dos ritos de purificação, controlados pelos sacerdotes. Ressuscitando a menina, venceu o poder da morte e abriu um novo horizonte para a vida.
Mateus 9,18-19: A morte da menina.
Enquanto Jesus ainda estava falando, um chefe do lugar vem interceder pela filha que acabava de morrer. Ele pede que Jesus venha e imponha a mão na menina, “e ela viverá”. O chefe crê que Jesus tem o poder de devolver a vida à filha. Sinal de muita fé em Jesus da parte do pai da menina. Jesus se levanta e vai com ele levando consigo os discípulos. Este é o ponto de partida para os dois episódios que seguem: a cura da mulher com doze anos de hemorragia e a ressurreição da menina. O evangelho de Marcos traz os mesmos dois episódios, mas com muitos detalhes: o chefe se chamava Jairo e era um dos chefes da sinagoga. A menina ainda não estava morta, e tinha doze anos, etc (Mc 5,21-43). Mateus abreviou a narração tão viva de Marcos.
Mateus 9,20-21: A situação da mulher.
Durante a caminhada para a casa do chefe, uma mulher que sofria doze anos de hemorragia irregular aproxima-se de Jesus em busca de cura. Doze anos de hemorragia! Por isso, ela vivia excluída, pois, como dissemos, naquele tempo o sangue tornava a pessoa impura. Marcos informa que a mulher tinha gastado toda a sua economia com os médicos e, em vez de ficar melhor, ficou pior (Mc 5,25-26). Ela tinha ouvido falar de Jesus (Mc 5,27). Por isso, nasceu nela uma nova esperança. Dizia consigo: “Se ao menos tocar na roupa dele, eu ficarei curada”. O catecismo da época mandava dizer: “Se eu tocar na roupa dele, ele ficará impuro”. A mulher pensava exatamente o contrário! Sinal de muita coragem. Sinal de que as mulheres não concordavam com tudo o que as autoridades religiosas ensinavam. O ensinamento dos fariseus e dos escribas não conseguia controlar o pensamento do povo! Graças a Deus! A mulher aproximou-se por de trás de Jesus, tocou na roupa dele, e ficou curada.
Mateus 9,22. A palavra iluminadora de Jesus
Jesus voltando-se e vendo a mulher declara: “Coragem, minha filha, sua fé curou você!” Frase curta, mas que deixa transparecer três pontos muito importantes: (1) Dizendo “Minha filha”, Jesus acolhe a mulher na nova comunidade, que se formava ao seu redor. Ela já não é uma excluída. (2) Aquilo que ela esperava e acreditava aconteceu de fato. Ela ficou curada. Prova de que o catecismo das autoridades religiosas não estava correta e que em Jesus se abriu um novo caminho para as pessoas poderem obter a pureza exigida pela lei e entrar em contato com Deus. (3) Jesus reconhece que, sem a fé daquela senhora, ele não poderia ter feito o milagre. A cura não foi um rito mágico, mas um ato de fé.
Mateus 9,23-24: Na casa de chefe.
Em seguida, Jesus vai para a casa do chefe. Ao ver o alvoroço dos que faziam luto pela morte da menina, mandou que todo mundo saísse. Dizia: “A criança não morreu. Está dormindo!”. O pessoal deu risada. O povo sabe distinguir quando uma pessoa está dormindo ou quando está morta. Para eles, a morte era uma barreira que ninguém poderia ultrapassar! É a risada de Abraão e de Sara, isto é, dos que não conseguem crer que para Deus nada é impossível (Gn 17,17; 18,12-14; Lc 1,37). As palavras de Jesus têm ainda um significado mais profundo. A situação das comunidades do tempo de Mateus parecia uma situação de morte. Elas também tinham que ouvir: “Não é morte! Vocês é que estão dormindo! Acordem!”
Mateus 9,25-26: A ressurreição da menina.
Jesus não deu importância à risada do povo. Ele esperou até que todos saíssem da casa. Aí ele entrou, tomou a criança pela mão e ela se levantou. Marcos conservou as palavras de Jesus: “Talita kúmi!”, o que quer dizer: Menina, levanta-te (Mc 5,41). A notícia espalhou-se por toda aquela região. Fez o povo acreditar que Jesus é o Senhor da vida que vence a morte.
4) Para um confronto pessoal
1-Hoje, quais as categorias de pessoas que se sentem excluídas da participação na comunidade cristã? Quais os fatores que hoje causam a exclusão de tantas pessoas e lhes dificultam a vida tanto na família como na sociedade?
2-“A criança não morreu. Está dormindo!” “Não é morte! Vocês é que estão dormindo! Acordem!” Esta é a mensagem do evangelho de hoje. O que ela diz para mim? Sou daqueles que dão risada?
5) Oração final
Dia a dia vos bendirei, e louvarei o vosso nome eternamente. Grande é o Senhor e sumamente louvável, insondável é a sua grandeza. (Sl 144, 2-3)
14º Domingo do Tempo Comum – Ano A: Um Olhar
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Domingo, 5 de julho-2020.
Tema do 14º Domingo do Tempo Comum
A liturgia deste domingo ensina-nos onde encontrar Deus. Garante-nos que Deus não Se revela na arrogância, no orgulho, na prepotência, mas sim na simplicidade, na humildade, na pobreza, na pequenez.
A primeira leitura apresenta-nos um enviado de Deus que vem ao encontro dos homens na pobreza, na humildade, na simplicidade; e é dessa forma que elimina os instrumentos de guerra e de morte e instaura a paz definitiva.
No Evangelho, Jesus louva o Pai porque a proposta de salvação que Deus faz aos homens (e que foi rejeitada pelos “sábios e inteligentes”) encontrou acolhimento no coração dos “pequeninos”. Os “grandes”, instalados no seu orgulho e autossuficiência, não têm tempo nem disponibilidade para os desafios de Deus; mas os “pequenos”, na sua pobreza e simplicidade, estão sempre disponíveis para acolher a novidade libertadora de Deus.
Na segunda leitura, Paulo convida os crentes – comprometidos com Jesus desde o dia do Baptismo – a viverem “segundo o Espírito” e não “segundo a carne”. A vida “segundo a carne” é a vida daqueles que se instalam no egoísmo, orgulho e autossuficiência; a vida “segundo o Espírito” é a vida daqueles que aceitam acolher as propostas de Deus.
Um olhar do Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista da Ordem do Carmo.
Jesus é estranho...
Sabe Jesus, nós gostamos é de prestígio, do mundo virtual e das Selfies, enquanto você fala em simplicidade e escondimento.
Sabe Jesus, nós somos auto suficientes, você fala em humildade e desprendimento em nossas relações com o sagrado e com o próximo.
Sabe Jesus, você fala em pequeninos, já nós votamos em políticos médicos, advogados, empresários e bem sucedidos na vida profissional, social e política, mesmo que sejam corruptos e assassinos dos pobres.
Sabe Jesus, você fala nos cansados, fatigados e esquecidos. Por sua vez, nó seguimos nas redes sociais os famosos e “vencedores da vida”. Sim, não importa se eles seguem a tua Boa Nova ou não, não importa se eles são éticos, humanos e solidários.
Sabe Jesus, você fala em espiritualidade sincera, livre é de coração. Nós gostamos mesmo é de leis, dogmas, regras e normas, mesmo que seja apenas para vivermos de aparência e fingimento diante do povo.
Sabe Jesus, você fala em mansidão, compaixão e amor. Nós gostamos mesmo é de agir com arrogância na Igreja, na família e no trabalho.
É o seguinte Jesus... Tudo é muito bonito e espiritual na tua fala, mas fica difícil te seguir deixando de lado o nosso desejo de crescer, afinal, estamos neste mundo cão da competitividade e não vamos ficar para trás!
Sim Jesus, até entramos nos templos e achamos bonito todo aquele ritual, mas a vida é dura Senhor. Ah! E por favor, não me peça para ser manso e humilde de coração. Não quero ser motivo de chacota entre os meus amigos e familiares. Fala sério, né Senhor!
VIVER SEGUNDO A CARNE OU SEGUNDO O ESPÍRITO? Um olhar sobre a Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos (Rom 8,9.11-13).
À luz dos critérios que hoje presidem à construção do mundo, a vida de Jesus foi um rotundo fracasso. Ele nunca desempenhou qualquer cargo público nem teve jamais conta num banco qualquer; mas viveu na simplicidade, na humildade, no serviço, sem ter para si próprio uma pedra onde reclinar a cabeça. Ele nunca foi apoiado pelos “cabeças pensantes” da sua terra; apenas foi escutado pela gente humilde, marginalizada, condenada a uma situação de escravidão, de pobreza, de debilidade. Ele nunca se proclamou chefe de um movimento popular; apenas ensinou, àqueles que O seguiam, que Deus os ama e que quer fazer deles seus filhos. Ele nunca se sentou num trono, a dar ordens e a distribuir benesses; mas foi abandonado por todos, condenado a uma morte infame e pregado numa cruz. No entanto, Ele venceu a morte e recebeu de Deus a vida plena e definitiva. Paulo diz aos crentes a quem escreve: não vos preocupeis com aqueles valores a que o mundo chama êxito, realização, felicidade; mas tende a coragem de gastar a vida do mesmo jeito de Jesus, a fim de encontrardes a vossa realização plena, a vida definitiva.
Paulo ensina que a vida “segundo a carne” gera morte; e que a vida “segundo o Espírito” gera vida. O que é viver “segundo a carne”? Olhando para o mundo e para a vida da Igreja, quais são os sintomas que eu noto da vida “segundo a carne”? O que é viver “segundo o Espírito”? Olhando para o mundo e para a vida da Igreja, quais são os sintomas que eu noto da vida “segundo o Espírito”?
O cristão tem de viver “segundo o Espírito”. É desse jeito que eu vivo? Estou aberto à ação renovadora e libertadora do Espírito que recebi no dia do meu Baptismo?
EVANGELHO – Mt 11,25-30.
MENSAGEM
Os “sábios e inteligentes” (fariseus e doutores da Lei) estavam convencidos de que o conhecimento da Lei lhes dava o conhecimento de Deus. A Lei era uma espécie de “linha direta” para Deus, através da qual eles ficavam a conhecer Deus, a sua vontade, os seus projetos para o mundo e para os homens; por isso, apresentavam-se como detentores da verdade, representantes legítimos de Deus, capazes de interpretar a vontade e os planos divinos.
Entre os fariseus do tempo de Jesus, a imagem do “jugo” era aplicada à Lei de Deus (cf. Si 6,24-30; 51,26-27) – a suprema norma de vida. Para os fariseus, por exemplo, a Lei não era um “jugo” pesado, mas um “jugo” glorioso, que devia ser carregado com alegria.
Na realidade, tratava-se de um “jugo” pesadíssimo. A impossibilidade de cumprir, no dia a dia, os 613 mandamentos da Lei escrita e oral, criava consciências pesadas e atormentadas. Os crentes, incapazes de estar em regra com a Lei, sentiam-se condenados e malditos, afastados de Deus e indignos da salvação. A Lei aprisionava em lugar de libertar e afastava os homens de Deus em lugar de os conduzir para a comunhão com Deus.
Jesus veio libertar o homem da escravidão da Lei. A sua proposta de libertação plena dirige-se aos doentes (na perspectiva da teologia oficial, vítimas de um castigo de Deus), aos pecadores (os publicanos, as mulheres de má vida, todos aqueles que tinham publicamente comportamentos política, social ou religiosamente incorretos), ao povo simples do país (que, pela dureza da vida que levava, não podia cumprir escrupulosamente todos os ritos da Lei), a todos aqueles que a Lei exclui e amaldiçoa. Jesus garante-lhes que Deus não os exclui nem amaldiçoa e convida-os a integrar o mundo novo do “Reino”. É nessa nova dinâmica proposta por Jesus que eles encontrarão a alegria e a felicidade que a Lei recusa dar-lhes.
ATUALIZAÇÃO
Na verdade, os critérios de Deus são bem estranhos, vistos de cá de baixo, com as lentes do mundo… Nós, homens, admiramos e incensamos os sábios, os inteligentes, os intelectuais, os ricos, os poderosos, os bonitos e queremos que sejam eles (“os melhores”) a dirigir o mundo, a fazer as leis que nos governam, a ditar a moda ou as ideias, a definir o que é correto ou não é correto. Mas Deus diz que as coisas essenciais são muito mais depressa percebidas pelo “pequeninos”: são eles que estão sempre disponíveis para acolher Deus e os seus valores e para arriscar nos desafios do “Reino”. Quantas vezes os pobres, os pequenos, os humildes são ridicularizados, tratados como incapazes, pelos nossos “iluminados” fazedores de opinião, que tudo sabem e que procuram impor ao mundo e aos outros as suas visões pessoais e os seus pseudo-valores… A Palavra de Deus ensina: a sabedoria e a inteligência não garantem a posse da verdade; o que garante a posse da verdade é ter um coração aberto a Deus e às suas propostas (e com frequência, com muita frequência, são os pobres, os humildes, os pequenos que “sintonizam” com Deus e que acolhem essa verdade que Ele quer oferecer aos homens para os levar à vida em plenitude).
Como é que chegamos a Deus? Como percebemos o seu “rosto”? Como fazemos uma experiência íntima e profunda de Deus? É através da filosofia? É através de um discurso racional coerente? É passando todo o tempo disponível na igreja a mudar as toalhas dos altares? O Evangelho responde: “conhecemos” Deus através de Jesus. Jesus é “o Filho” que “conhece” o Pai; só quem segue Jesus e procura viver como Ele (no cumprimento total dos planos de Deus) pode chegar à comunhão com o Pai. Há crentes que, por terem feito catequese, por irem à missa ao domingo e por fazerem parte do conselho pastoral da paróquia, acham que conhecem Deus (isto é, que têm com Ele uma relação estreita de intimidade e comunhão)… Atenção: só “conhece” Deus quem é simples e humilde e está disposto a seguir Jesus no caminho da entrega a Deus e da doação da vida aos homens. É no seguimento de Jesus – e só aí – que nos tornamos “filhos” de Deus.
Como nos situamos face a Deus e à proposta que Ele nos apresenta em Jesus? Ficamos fechados no nosso comodismo e instalação, no nosso orgulho e auto-suficiência, sem vontade de arriscar e de pôr em causa as nossas seguranças, ou estamos abertos e atentos à novidade de Deus, a fim de perceber as suas propostas e seguir os seus caminhos?
Cristo quis oferecer aos pobres, aos marginalizados, aos pequenos, a todos aqueles que a Lei escravizava e oprimia, a libertação e a esperança. Os pobres, os débeis, os marginalizados, aqueles que não encontram lugar à mesa do banquete onde se reúnem os ricos e poderosos, continuam a encontrar – no testemunho dos discípulos de Jesus – essa proposta de libertação e de esperança? A Igreja dá testemunho da proposta libertadora de Jesus para os pobres? Como é que os pequenos e humildes são acolhidos nas nossas comunidades? Como é que acolhemos aqueles que têm comportamentos social ou religiosamente incorretos?
*Leia a reflexão na íntegra. Clique ao lado no link- EVANGELHO DO DIA.
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