Padre com coronavírus morre após doar respirador para jovem com Covid-19
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Um padre italiano infectado pelo novo coronavírus morreu nesta terça-feira, 24, após doar o respirador que usava na UTI para um paciente mais jovem que também lutava contra a Covid-19. Frei Don Giuseppe Berardelli, de 72 anos, era padre na igreja de Casnigo, uma pequena vila que fica a 64km de Milão. Conforme o canal italiano "Sky News", ele estava internado no Hospital Lovere, em Bergamo, uma das áreas mais atingidas na Itália.
De acordo com informações do hospital, ele se recusou a usar o respirador que seus paroquianos haviam comprado. Ao invés disso, o padre decidiu doar para um jovem que ele não conhecia. Um obituário escrito no site "Araberara" descreveu o padre como uma pessoa que "ouvia a todos, que sabia como ouvir. Qualquer um que aparecia diante dele sabia que podia contar com sua ajuda".
O frei era apaixonado por motos e sempre era visto pelas ruas da cidade em cima do veículo. De acordo com a prefeita de Fiorano, Clara Poli, Don Giuseppe Berardelli era "uma grande pessoa".
"Me lembro dele em sua velha moto Guzzi. Ele adorava sua moto e, quando era visto passando, estava sempre alegre e cheio de entusiasmo. O frei deu paz e alegria para nossas comunidades", disse.
De acordo com as informações, sua paróquia perto de Bérgamo havia comprado o dispositivo especialmente para o padre infectado porque há falta de equipamento adequado nos hospitais da região. Don Giuseppe Berardelli, no entanto, insistiu em passar o dispositivo vital para um paciente mais jovem.
Até agora, pelo menos 60 padres católicos morreram na Itália
Até o momento, pelo menos 60 padres católicos morreram do vírus Corona na Itália. Muitos haviam respondido ao apelo do Papa Francisco e queriam ajudar os fiéis em tempos difíceis. Bergamo, no norte da Itália, é particularmente afetado pela atual emergência. Fontes: https://www.reportermt.com.br; https://www.oe24.at
AO VIVO- CARMO DE ANGRA DOS REIS/RJ: Uma Prece em tempos de coronavirus
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A nossa prece em forma de música para todos nós que estamos em quarentena. E que o senhor nos ajude a passar nesta noite escura. Carmo de Angra dos Reis/RJ. Segunda-feira, 23 de março-2020. www.instagram.com/freipetronio
Hóstias na mão, infectados na missa e o diabo: as religiões diante da pandemia na América Latina
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Os cultos e seus líderes têm um papel decisivo para os fiéis que buscam orientação e consolo em meio à crise; suas reações na região variam entre a prevenção e a inconsciência
Na manhã de quarta-feira, durante sua entrevista coletiva diária, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, tirou do bolso um par de amuletos religiosos com a oração “Pare, inimigo, que o coração de Jesus está comigo” −e disse que esses eram seus escudos contra o coronavírus, além da honestidade e do combate à corrupção. Seu gesto como líder de um dos países mais devotos da América Latina, e um dos que adotaram menos medidas preventivas diante da pandemia global de Covid-19, ilustra perfeitamente o conflito que as crenças individuais representam para o gerenciamento de crises coletivas: em uma situação que exige o acatamento em massa de critérios científicos para reduzir o risco, fomentar o pensamento mágico ou crenças pessoais a partir de uma posição de poder pode ter consequências nefastas.Os encontros religiosos já foram identificados como focos de contágio em dois países que tinham um número relativamente baixo de casos. Há uma semana, a Malásia anunciou que pelo menos 190 pessoas contraíram o coronavírus ao participar de uma oração em massa em uma mesquita. Foi o maior aumento de casos registrado no país, e lembrou o episódio que fez com que o número de infectados na Coreia do Sul disparasse em fevereiro, quando uma mulher conhecida como Paciente 31 assistiu a dois serviços da Igreja Shincheonji de Jesus −mesmo depois de ter febre− e provocou a infecção de mais de mil pessoas.
López Obrador não foi o único líder político a se encomendar às divindades: na segunda-feira, em um ato oficial, o presidente colombiano, Iván Duque, pediu proteção a Nossa Senhora de Chiquinquirá, padroeira da Colômbia, para superar a crise. Na sexta-feira, a mídia local informou que o Governo da Costa Rica planejava, em conjunto com autoridades da Igreja Católica, levar uma imagem da padroeira costa-riquenha, Nossa Senhora dos Anjos, em sobrevoo por todo o país.
Enquanto os Governos da América Latina se debatem entre proteger o que puderem de suas economias ou proteger mais a saúde de seus cidadãos, os cultos religiosos e seus líderes continuam tendo um papel decisivo para milhões de fiéis que buscam consolo e orientação em meio à crise, maior ainda do que os alertas da Organização Mundial da Saúde para a necessidade de que as pessoas se isolem, evitem aglomerações e fiquem em quarentena caso tenham viajado para áreas de alto contágio. A Paciente 1 da Colômbia foi a uma igreja quatro dias depois de voltar da Itália, e nos domingos posteriores os templos voltaram a ficar cheios. No domingo passado, na Cidade do México, a Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, um centro de peregrinação mundial, estava repleta como sempre. No Brasil, algumas das igrejas evangélicas mais poderosas afirmaram que não planejam suspender suas reuniões −mas no Estado de São Paulo a Justiça tornou essa medida obrigatória, proibindo cultos e missas. Na Nicarágua, os bispos parecem mais preocupados que os governantes. À medida que aumentam os casos de Covid-19 na região, os cultos começaram a reagir. Para o bem e para o mal.
‘É uma tática de Satanás’
No Brasil de Jair Bolsonaro, seus seguidores mais leais espalharam a ideia de que, como disse o presidente, a pandemia de coronavírus é uma “histeria”. Um deles é o todo-poderoso Edir Macedo, fundador e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Trata-se de uma das principais instituições evangélicas neopentecostais do Brasil, com várias ramificações na América Latina e Europa. No domingo passado, Macedo divulgou pelo WhatsApp um vídeo no qual afirma que não há motivos para que as pessoas fiquem “apavoradas com algo que não condiz com a realidade”. Além de acusar a mídia de levar “o pavor a populações e nações”, o líder da IURD, empresário multimilionário e dono da segunda maior rede de televisão do Brasil, disse que “por trás dessa campanha toda do coronavírus existem interesse econômicos".
Macedo inicia o vídeo dizendo que tem “excelentes notícias” e recomenda o depoimento do patologista Ben Schmidt, que divulgou notícias falsas sobre a Covid-19 no YouTube. “Meu amigo e minha amiga, não se preocupe com o coronavírus. Porque essa é a tática, ou mais uma tática, de Satanás. Satanás trabalha com o medo, o pavor. Trabalha com a dúvida”, afirma o pregador. “E quando as pessoas ficam apavoradas, com medo, em dúvida, a pessoas ficam fracas, débeis e suscetíveis. Qualquer vento que tiver é uma pneumonia para elas”, acrescenta.
Depois que o vídeo de Schmidt foi removido do YouTube, Macedo apagou o dele de suas redes sociais. Mas divulgou outro vídeo, no qual pede aos evangélicos que não busquem notícias sobre a pandemia e as recomendações médicas, e sim leiam a Bíblia para que “a palavra de Deus” os salve de qualquer doença. No Brasil, onde se registra a maior quantidade de casos de coronavírus na América Latina, outros líderes religiosos, como Silas Malafaia, da Assembleia de Deus −uma das maiores instituições evangélicas do país−, disseram que manteriam suas cerimônias, apesar do coronavírus. Malafaia, no entanto, acabou voltando atrás e anunciou sexta-feira a suspensão dos cultos. Porém, neste domingo, foi ao Twitter publicar um texto que dizia “A imaginação é a metade da doença; a tranquilidade é a metade do remédio; e a paciência é o primeiro passo para a cura”.
A Paciente 1 da Colômbia e sua visita a uma igreja
Em 1º de março, como em qualquer domingo de culto, a igreja cristã La Casa Sobre la Roca, em Bogotá, estava lotada de fiéis. Duas mil pessoas se reuniram naquele dia para um dos três encontros que o grupo religioso realiza por dia. Entre elas estava a Paciente 1 da Colômbia. A jovem de 19 anos tinha chegado de Milão quatro dias antes e assistiu ao culto sem saber que estava infectada. Sentou-se no segundo bloco da nave central e compartilhou com outros fiéis um ritual de pão e vinho que se realiza na igreja.
“Uma pessoa que esteve no terceiro serviço de domingo passado, assintomática, testou positivo para coronavírus”, disse dias depois a seus seguidores o pastor Alejandro Llanos, enquanto projetava um mapa da localização. Pediu que quem se sentou perto dela informasse seus dados e sintomas para a brigada de emergência da instituição, para que esta os repassasse ao Instituto Nacional de Saúde (INS). Embora a igreja tenha sido “transparente”, como contou um dos fiéis, seus membros ficaram com medo. “Ao saber da notícia, decidi não entrar na igreja porque tinha gripe e, é claro, fiquei preocupado”, contou Hernán Restrepo, que toca piano nesse templo. Ele foi a um hospital e o descartaram por não ter viajado recentemente nem compartilhado diretamente com a Paciente 1. O músico não foi submetido a exame, mas decidiu se isolar por conta própria. O Instituto Nacional de Saúde recebeu os dados de pelo menos cem paroquianos com sintomas, mas não confirmou se alguém foi infectado.Esse foi o sinal de alerta sobre o risco desse tipo de encontros em um país tão religioso como a Colômbia, onde há pelo menos 6.864 igrejas evangélicas e 4.000 paróquias católicas que poderiam ser focos de infecção pelo coronavírus. No entanto, nos domingos posteriores, esses lugares voltaram a ficar cheios. As igrejas se ampararam em um comunicado do Ministério do Interior que sugeriu que “as comunidades religiosas e / ou atos litúrgicos que ultrapassem 500 fieis” organizem “espaços dentro de seus lugares de culto para atender a essa capacidade”. As igrejas com mais recursos reforçaram a limpeza dos assentos e entregaram bactericida na entrada. A Conferência Episcopal recomendou receber a hóstia nas mãos, mas manteve, para quem quiser, a opção de recebê-la na boca. Nas capitais, as pessoas optaram por eliminar o cumprimento da paz. Mas não foi assim em todos os lugares. Através das redes sociais, fiéis perguntaram onde podiam denunciar sacerdotes que apertavam as mãos sem medo na hora da saudação da paz e obrigavam seus paroquianos a ir à missa. E um pastor evangélico convidou a violar medidas de proteção. “Esse vírus cometeu um erro e foi mexer com a igreja, por isso está condenado à extinção em até 30 dias. Todas as igrejas devem ficar abertas, pois são a esperança da sociedade”, disse.
Com o passar dos dias, algumas igrejas tomaram decisões mais radicais. Embora agora o Governo colombiano permita a reunião de no máximo 50 pessoas, há igrejas que cancelaram todos os seus encontros. A Arquidiocese de Bogotá suspendeu todas as missas abertas ao público e só fará as de defuntos e bodas, com grupos de poucas pessoas que entrarão por uma porta lateral. “Dói em nossa alma, mas é necessário pela vida e pela saúde dos colombianos”, disse o cardeal Rubén Salazar ao anunciar a medida. Tiveram de usar o argumento de que “o Papa já fez isso e nos dá o exemplo” para convencer os fiéis que insistiam em ir.
“A saudação da paz será feita inclinando a cabeça”
Os fiéis mexicanos que buscarem na fé as respostas para o coronavírus terão de esperar, pelo menos, duas semanas. Como tantas outras cerimônias que reúnem uma grande quantidade de pessoas, as missas foram suspensas. A Igreja Católica anunciou que, para evitar possíveis infecções, foram cancelados também retiros religiosos, assembleias, congressos, jornadas de oração e catequese. Em um comunicado, a Conferência Episcopal mexicana recomendou que seus sacerdotes transmitam suas cerimônias pela Internet enquanto durar a crise.
Embora as igrejas possam fechar as portas sem grandes inconvenientes, a maior resistência para que as recomendações científicas se imponham sobre a tradição vem das celebrações populares. Especificamente, a procissão da Semana Santa realizada anualmente em Iztapalapa, uma cidade vizinha da capital, que foi cancelada. A representação teatral da crucificação, que pretende ser catalogada pela Unesco como Patrimônio Imaterial da Humanidade, reúne dezenas de atores que se preparam todos os anos para a representação durante o Domingo de Ramos e a Segunda-Feira de Páscoa.
Os organizadores e as autoridades tiveram de realizar uma mesa de diálogo em um dos bairros “pesados” da capital para conter a indignação pelo cancelamento, e chegaram a um acordo para fazer a representação sem público. O argumento para não cancelar a celebração foi o de que ela é realizada ininterruptamente há 176 anos e que foi precisamente uma epidemia de cólera, em 1843, que deu origem a uma procissão em homenagem ao Senhor do Santo Sepulcro, que os organizadores prometeram repetir todos os anos. Uma procissão que hoje reúne mais de um milhão de pessoas durante dois dias.
Na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, a missa foi celebrada normalmente até domingo passado. Tudo ocorreu de acordo com a liturgia clássica até que, no momento da saudação da paz, uma voz soou pelos alto-falantes: “Não vamos fazer a saudação da paz apertando as mãos, bastará uma breve inclinação da cabeça; a sagrada comunhão será na mão. Os que vão comungar estenderão a mão esquerda para receber a hóstia consagrada e a levarão à boca com a direita, diante de quem entregou a comunhão”.
A cautela religiosa e a imprudência oficial na Nicarágua
Os bispos da Nicarágua pediram aos devotos que na Sexta-Feira Santa não haja beijos no ritual de Adoração da Cruz. Na verdade, que não haja nenhum contato físico com as imagens de santos para evitar a propagação do coronavírus, que está se espalhando rapidamente pela América Central.
Evitar o tradicional beijo na cruz de Cristo é uma das medidas anunciadas pela Conferência Episcopal da Nicarágua para as celebrações da Semana Santa, uma tradição profundamente enraizada no país. Embora as celebrações não tenham sido canceladas, o clero limitou todos os ritos que envolvam contato físico. Foi feito um apelo específico para que os fiéis mais vulneráveis ao coronavírus −“maiores de 60 anos, grávidas e crianças”− não participem presencialmente das missas e procissões, e sim fiquem em suas casas e acompanhem as cerimônias pelas redes sociais ou pela mídia.
O cardeal Leopoldo Brenes recomendou que nas liturgias exista uma distância de um metro entre os assistentes. “Que a saudação da paz seja feita sem o aperto de mãos. Que a santa hóstia seja entregue na mão”, acrescentou.
Na direção contrária às medidas adotadas pela Igreja Católica, o Governo sandinista conclamou a população a participar das atividades da Semana Santa e do “Plano Verão 2020”, promovido pela vice-presidenta Rosario Murillo.
“Ao afirmar que mantemos todos os nossos planos, nós nos referimos a tudo que foi descrito nas circulares anteriores, e reforçamos a presença natural, de acordo com a fé do nosso povo, em todos os cultos, tradições e eventos religiosos próprios da temporada”, ordenou Murillo. O Instituto Nicaraguense de Turismo anunciou que serão realizadas 80 atividades durante a Semana Santa, incluindo missas campais, shows e festivais.
No dia 14, o Governo sandinista surpreendeu o mundo ao realizar em Manágua uma marcha, denominada Caminhada do Amor em Tempos de Covid-19. A mídia local informou que nem o presidente Daniel Ortega nem Murillo participaram da caminhada. Fonte: https://brasil.elpais.com
FICAR EM CASA... Dez conselhos de uma Carmelita de clausura para viver na “cela” de casa.
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Irmãs Carmelitas Descalças de Cádiz na Espanha. Tradução.
Rui Jorge Martins
1- Atitude de liberdade
O mais importante é a atitude com que se vive, a interpretação pessoal que se faz da situação, a consciência de que não se trata de uma derrota. Paradoxalmente, esta pode ser uma oportunidade para descobrir a maior e mais genuína liberdade: a liberdade interior que ninguém pode tirar, e que procede da própria pessoa. Num contexto em que as autoridades “obrigam” a estar em casa, a liberdade consiste na adesão voluntária, sabendo que é por um bem superior. É livre aquele que tem a capacidade de assumir a situação porque quer fazer o correto. Não se está encerrado em casa, antes, optou-se por nela permanecer “livremente”.
2- Paz onde a alma se amplia
Olhe para dentro de si próprio, o espaço mais amplo para a pessoa se expandir e ser feliz está no seu coração. Não são necessários espaços exteriores, mas andar folgadamente no próprio mundo. Dê asas à criatividade, escute as suas próprias inspirações, e encontre a beleza de que é capaz. Talvez ainda não tenha descoberto que da paz da alma brota vida… a vida é criação de mais vida, comunicação de alegria e amor. Quando se acostumar a viver em si, já não quererá sair.
3- Não se descuide, a paz requer trabalho
Exercite virtudes que requerem concentração e autoconhecimento, essas que normalmente se descuidam quando se está ocupado nos mil e um afazeres “externos”. De como se encara as próprias emoções e pensamentos, da gestão dos sentidos e paixões, depende se se vive no céu ou no inferno. Observe-se e domine-se, porque se se deixar levar pelo medo, pela tristeza ou pela apatia, dificilmente se sairá delas, já que não há muitas evasões. Exerça disciplina sobre o seu coração: quando algum pensamento não lhe fizer bem, rejeite-o. Procure inclinar-se para tudo aquilo que note que lhe dá paz e alegria... a harmonia tem de trabalhar-se.
4- Ame
A questão de fogo destes dias será a convivência. Perante a crise causada pela pandemia as pessoas ficam mais suscetíveis e, inclusive, irritáveis. É preciso ser-se muito paciente e usar muito o senso comum. Somos diferentes, cada qual tem uma sensibilidade distinta por múltiplas circunstâncias. Aceite e respeite as opiniões e sentimentos dos outros. É muito normal, quando se está em casa, a tendência para querer controlar tudo… Procure não o fazer, seria causa de muitos conflitos e frustrações. Não dê importância às diferenças, potencie as coisas que unem. O único terreno que realmente lhe pertence é a sua própria pessoa: os seus pensamentos, palavras e emoções; não controle, controle-se. A partir do amor extrairá compreensão e empatia, vontade de dar e agradecimento ao receber. Respeite, acolha a fragilidade, desdramatize, viva e deixe viver.
5- Não mate o tempo
Nada poderá criar-lhe uma sensação tão grande de vazio e fastio como passar o tempo inutilmente. É um inimigo gravíssimo que lhe poderá roubar a paz, e até colocá-la em depressão. Faça um plano para estes dias, e tente vivê-lo com disciplina. Descanso e ocupação não são antagónicos, aproveite para descansar realizando atividades que a relaxem ou que estimulem um ânimo positivo. Dê tempo nas coisas simples: que o grão-de-bico se torne tenro, que o assado demore a ficar cozinhado… temos tempo! Mesmo que um guisado lhe leve duas horas, desfrute de o fazer, e empenhe-se em que as coisas que faz, por simples que sejam, tenham valor e uma finalidade. Nada de perder tempo sem sentido, “matar o tempo” é matar a vida.
6- Alargue as suas fronteiras
Quantas vezes se deixou de fazer o que se devia por falta de tempo. Pois bem, agora temo-lo! Esse livro que lhe ofereceram há três anos e que não leu, aquele que ainda não devolveu porque ficou pela metade. Se gosta de música, procure novos artistas, descubra novos géneros. Apetece-lhe uma viagem? Pense num país exótico e aprenda sobre a sua cultura e tradições… temos internet também para isso. Se é pessoa de fé e oração, talvez não saiba o que rezar porque já esgotou tudo o que sabia. Por que não experimenta a liturgia das horas? Descarregue-a no seu telemóvel; procure os escritos de algum santo, seguramente vai encontrar muitas coisas que lhe encherão a alma de novas luzes. Não se conforme com o que conhece e sabe… agora que há oportunidade, abra-se a novidades que lhe acrescentem sabedoria e a encham de alegria.
7- Para as mais sensíveis
Nem todos dominam as emoções de igual maneira. Haverá pessoas para quem, pela sua psicologia, lhes custará muito mais este confinamento do que a outras. As emoções não só provêm do interior; também aquilo que se vê, escuta, toca, etc. influencia. Por isso, é preciso ser-se seletivo com aquilo que se recebe do exterior, para evitar entrar em círculos viciosos que envolvam em desespero ou façam perder o controlo. Evite-se, na medida do possível: conversas pessimistas, discussões, más caras, excesso de informação, filmes de terror ou intriga, desordem dentro de casa. Como não há muitas evasões que façam mudar de “chip”, tudo o que entra no cérebro nele permanecerá mais tempo do que o habitual; por isso, é preciso ter cuidado para não se ficar obcecado, ou permitir aninhar uma emotividade negativa no interior. O excesso de ecrãs também é mau porque estimula em demasia e o cérebro, e provoca mais nervosismo. Há que dormir bem, mas em excesso pode causar a sensação de fracasso ou derrota. Um remédio muito bom para canalizar a energia e relaxar é dançar. Ponha boa música e divirta-se a dançar. Nada como rir e divertir-se para reiniciar o sistema interior.
8- Não está isolada
É importante compreender que não há motivo para se sentir só, pois não se está. O amor e o carinho dos teus continua, mesmo que o contato físico se tenha distanciado. Esta é uma oportunidade para viver a comunicação a um nível mais profundo, mais íntimo. Fale com quem está em casa com tranquilidade, sem pressas, escute-os até que terminem, deixe que o diálogo faça crescer a confiança e as confidências construam cumplicidade. Diga aquilo que nunca tem tempo de dizer, conte o que sempre quis contar, fale de tudo e de nada, mas com carinho, que é o que chega à alma e nela se aninha. Responda àquela mensagem de Natal que não agradeceu, a carta que a emocionou e à qual estava a preparar uma resposta, àquele “e-mail” de uma velha amizade. Procure palavras com beleza, tente dar expressão aos seus sentimentos mais nobres… Fale com o coração e crie laços muito mais profundos com os seus. Descobrirá que a distância não é ausência.
9- Dia de reflexão
Para não se angustiar, também é conveniente procurar momentos de silêncio e solidão. Na organização do tempo para estes dias, inclua espaços de “oxigenação” individual. Quantas pessoas já alguma vez disseram: «Como gostaria de me retirar alguns dias para um mosteiro». Pois bem, a ocasião está aqui, em casa. Habitualmente as pessoas cansam-se por causa da aceleração das suas horas, como se a rotina diária não desse tempo para assimilar o que se vive. Esperamos mudanças substanciais na sociedade, «isto não pode continuar assim». Agora temos esta oportunidade para nos metermos num casulo como a lagarta que se converte em borboleta. Reflita, pense, medite… Que posso mudar em mim para ser melhor depois destes dias?... A separação das coisas que normalmente temos entre mãos ajudará a ver se realmente se está a pôr o acento naquelas que importam, em vez daquelas que podem ser secundarizadas, quais são as insubstituíveis, etc. Um bom discernimento para melhorar fará com que estes dias sejam de muito proveito. Homens e mulheres novos depois desta crise.
10- Reze
Só a oração (que é o vínculo de amizade com Deus) pode sustentar a vida em todas as situações, especialmente nas adversas. Oração, que como diria Santa Teresa, «ainda que a diga na sobremesa, é o principal». Orar é abrir-se a esse “Outro” que pode sustentar-nos quando se precisa de ajuda; mas também quando se está bem, orar é sustentar outros que precisam. É a experiência mais universal do amor. Ore, fale com Deus, as horas passarão sem que se dê conta: fale-lhe de tudo, Ele não se cansa de a escutar, desafogue-se com Ele quando necessitar, e, porque não?, deixe que também Ele se desafogue consigo, é o seu Pai, seu Irmão, seu Amigo. Exercite a sua fé e a sua confiança. Se deixou a relação com Deus no vestido da sua primeira comunhão, volte a experimentá-lo, agora há tempo e serenidade para conversar com Ele. Talvez não acredite porque nunca o experimentou. E se tentar?...
Domingo 22. Olhos novos: 4º Domingo da Quaresma.
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(Missa Online direto do Carmo de Angra dos Reis/RJ, às 18h no sábado 21, com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm., e no domingo 22 às 9h, com Frei Marcelo de Jesus, O. Carm)
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 9,1-41 que corresponde ao Quarto Domingo de Quaresma, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
O relato do cego de Siloé está estruturado a partir de uma chave de forte contraste. Os fariseus acreditam que sabem tudo. Não duvidam de nada.
Impõem a sua verdade. Chegam, inclusive, a expulsar da sinagoga o pobre cego: “Sabemos que a Moisés falou-lhe Deus”. “Sabemos que esse homem que te curou não guarda o sábado”. “Sabemos que é um pecador”.
Pelo contrário, o mendigo curado por Jesus não sabe nada. Apenas conta a sua experiência a quem o queira escutar: “Só sei que era cego e agora vejo”. “Esse homem trabalhou os meus olhos e comecei a ver”. O relato termina com esta advertência final de Jesus: “Eu vim para que os que não veem, vejam, e os que veem fiquem cegos”.
A Jesus dá-lhe medo uma religião defendida por escribas seguros e arrogantes, que manejam autoritariamente a Palavra de Deus para impô-la, usá-la como arma ou inclusivamente excomungar a quem sente de maneira diferente. Teme os doutores da lei, mais preocupados em “guardar o sábado” do que em “curar” mendigos doentes. Parece-lhe uma tragédia, uma religião com “guias cegos” e diz abertamente: “Se um cego guia outro cego, os dois cairão no buraco”.
Teólogos, pregadores, catequistas e educadores, que pretendem “guiar” outros sem ter-se deixado iluminar por Jesus, não devemos ouvir a sua interpelação? Vamos continuar a repetir incansavelmente as nossas doutrinas sem viver uma experiência pessoal de encontro com Jesus que nos abra os olhos e o coração?
A nossa Igreja, hoje, não necessita de pregadores que encham as igrejas de palavras, mas de testemunhas que contagiem, mesmo que de forma humilde, com a sua pequena experiência do evangelho. Não necessitamos de fanáticos que defendam “verdades” de forma autoritária e com linguagem vazia, cheios de clichês e frases feitas. Necessitamos de crentes de verdade, atentos à vida e sensíveis aos problemas das pessoas, buscadores de Deus capazes de escutar e acompanhar com respeito a tantos homens e mulheres que sofrem, procuram e não conseguem viver de uma maneira mais humana ou mais crente. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Vice-governador do estado de Washington, EUA deixa a vida pública e entra para os Jesuítas.
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Por que estou renunciando ao cargo eletivo e optando por ser jesuíta? Depoimento de Cyrus Habib, vice-governador do estado de Washington, EUA
"Nos últimos dois anos, senti-me chamado a uma vocação diferente, embora também orientada ao serviço e à justiça social. Senti um chamado para dedicar minha vida de maneira mais direta e pessoal a servir os marginalizados, capacitar os vulneráveis, curar aqueles que sofrem feridas espirituais e acompanhar os que discernem seu próprio futuro. Eu acredito que a melhor maneira de aprofundar meu compromisso com a justiça social é reduzir a complexidade da minha própria vida e dedicá-la ao serviço aos outros", escreve Cyrus Habib, vice-governador do estado de Washington, EUA, em artigo publicado por America Magazine, 19-03-2020.
Eis o depoimento.
Hoje cedo, anunciei que não disputarei a reeleição como vice-governador do estado de Washington e que decidi entrar para a Companhia de Jesus. Essa decisão decorre de dois anos de oração e cuidadoso discernimento.
Mas por causa desse processo ter sido em boa parte inteiramente privado, eu percebi que isso viria como uma grande surpresa aos meus eleitores e apoiadores. Muitos devem estar surpresos pelo porquê alguém que dispendeu os últimos oito anos escalando a carreira política e que tem uma significativa chance de assumir o governo no próximo ano trocaria uma vida de autoridade por uma de obediência. Eu quero tirar um momento pra discutir essa decisão, bem como para expressar minha profunda gratidão a todos aqueles que me ajudaram durante esses oito anos no cargo a que fui eleito, com tanto sucesso e gratificação.
Fui eleito deputado do estado em 2012, senador estadual em 2014 e vice-governador em 2016. Minhas razões para concorrer a esses cargos e minhas prioridades no cargo estavam firmemente enraizadas no ensino social católico, que coloca os pobres, os doentes, os deficientes, os imigrantes, os presos e todos os que estão marginalizados no centro de nossa agenda social e política. Eu sabia desde a infância como era ser excluído por ser um garoto cego de uma família iraniana e tentei usar o poder que me foi dado pelos eleitores para garantir que avançássemos urgentemente rumo ao dia em que ninguém se sentirá esquecido ou descartado em nossa sociedade.
Senti um chamado para dedicar minha vida de maneira mais direta e pessoal para estar a serviço dos marginalizados, capacitando os vulneráveis e curando aqueles que sofrem com as feridas espirituais.
Foi por isso que, como legislador, introduzi a legislação para estabelecer licenças médicas pagas em todo o estado e, por isso, que banquei a Lei de Direitos de Voto em Washington para tornar nossas eleições mais justas. E foi por isso que tornei o acesso ao ensino superior a principal prioridade no cargo de vice-governador e porque estou entusiasmado que, através das leis que criamos e dos programas que lançamos, removemos obstáculos ao acesso à faculdade para inúmeros washingtonianos que serão os primeiros em suas famílias a contemplar uma educação pós-secundária.
Nos últimos dois anos, porém, senti-me chamado a uma vocação diferente, embora também orientada ao serviço e à justiça social. Senti um chamado para dedicar minha vida de maneira mais direta e pessoal a servir os marginalizados, capacitar os vulneráveis, curar aqueles que sofrem feridas espirituais e acompanhar os que discernem seu próprio futuro. Para mim, isso está enraizado na minha fé: no Evangelho de Cristo. Mas meu desejo de encontrar algo maior do que eu, caminhando com os pobres e abandonados deste mundo, será familiar àqueles de muitas tradições espirituais diferentes. Eu acredito que a melhor maneira de aprofundar meu compromisso com a justiça social é reduzir a complexidade da minha própria vida e dedicá-la ao serviço aos outros.
Eu acredito que, embora certamente continuemos a precisar de pessoas de boa vontade para servir no cargo eletivo, enfrentar os desafios que nosso país enfrenta exigirá mais do que apenas a formulação de políticas.
As pessoas precisam desesperadamente de apoio espiritual e acompanhamento. Da nossa cultura descartável, que trata os trabalhadores e o meio ambiente como descartáveis, para uma nova geração de jovens ansiosos por mudar o mundo, mas lutando com ansiedade sem precedentes, alienação e outros desafios de saúde mental, até o medo e o isolamento que todos vivenciamos por consequência do coronavírus, é um momento em que precisamos nos ater à sabedoria daqueles que vieram antes e cultivar novas formas de sabedoria forjadas nos fogos de nosso momento presente.
A Igreja Católica luta com questões sociais e morais difíceis há 2 mil anos e, embora eu possa ser tão impaciente quanto alguém que se move vagarosamente, sei, por experiência própria, o quanto todos podemos nos beneficiar de um vocabulário moral que insiste na dignidade de cada pessoa. E também sei que, neste tempo de consumismo, desconfiança e polarização, muitos estadunidenses desejam um encontro com o transcendente, o rejubilante, o amoroso.
Eu mesmo sinto esse consolo toda vez que falo com meu orientador espiritual, o padre Mike Ryan, da Catedral de São Tiago, em Seattle. E porque Deus é grande o suficiente para falar conosco através de muitas tradições diferentes, senti isso quando tive o privilégio único de conhecer e aprender com o Dalai Lama no ano passado. Como pude resistir à oportunidade de participar, ainda que em pequena escala, do trabalho de renovação espiritual que dá vida e que nosso mundo e esses tempos precisam tão desesperadamente?
Os jesuítas são conhecidos por sua dedicação à educação, particularmente ao ensino superior, por sua filosofia de encontrar Deus em todas as pessoas, culturas e coisas, por defenderem uma igreja e um mundo mais inclusivos e por servirem como diretores espirituais enraizados nas práticas contemplativas da espiritualidade inaciana. E agora o papa Francisco, o primeiro papa jesuíta, trouxe esses valores com sua liderança para a igreja global e, ao fazer isso, inspirou uma geração de católicos a se envolver novamente com sua fé. Neste momento, é muito cedo para eu saber para onde minha vida como jesuíta me levará, mas estou confiante de que envolverá ensino, diálogo intercultural e inter-religioso, advocacy e acompanhamento espiritual.
Finalmente, e mais importante, quero agradecer a todos aqueles que me possibilitaram servir ao público na função eleita – a todos os voluntários, doadores, funcionários e colegas que me acompanharam nesta jornada. Valorizo mais as nossas realizações compartilhadas do que poderia escrever aqui. O cargo eleitoral e o serviço governamental são atividades profundamente nobres, e as pessoas com quem trabalhei apenas aprofundaram meu respeito por nossa forma de governo. Obrigado pelo que fizeram e pelo que continuarão fazendo pelo nosso país. Peço a todos que me mantenham em suas orações enquanto viajo nesta nova estrada; vocês, é claro, estarão nas minhas. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Decreto da Santa Sé sobre as celebrações da Semana Santa 2020
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DECRETO
Em tempo de Covid-19
No tempo difícil que estamos a viver, devido à pandemia de Covid-19, considerando o caso de impedimento para celebrar a liturgia comunitariamente na igreja, tal como os bispos o têm indicado para os territórios de sua competência, chegaram a esta Congregação consultas relativas às próximas festividades pascais.
1 – Sobre a data da Páscoa.
Coração do ano litúrgico, a Páscoa não é uma festa como as outras: celebrada no arco de três dias, o Tríduo Pascal, precedida pela Quaresma e coroada pelo Pentecostes, não pode ser transferida.
2 – A Missa crismal.
Avaliando o caso concreto nos diversos países, o Bispo tem a faculdade de a adiar para data posterior.
3 – Indicações para o Tríduo Pascal.
Onde a autoridade civil e eclesial impôs restrições, atenda-se ao que se segue em relação ao Tríduo Pascal. Os Bispos darão indicações, de acordo com a Conferência Episcopal, para que na Igreja Catedral e nas Igrejas paroquiais, mesmo sem a participação dos fiéis, o bispo e os párocos celebrem os mistérios litúrgicos do Tríduo Pascal, avisando os fiéis da hora de início de modo a que se possam unir em oração nas respectivas habitações. Neste caso são uma ajuda os meios de comunicação telemática em directo, não gravada.
A Conferência Episcopal e cada Diocese não deixem de oferecer subsídios para ajudar a oração familiar e pessoal.
Em Quinta-Feira Santa, nas Igrejas catedrais e paroquiais, na medida da real possibilidade estabelecida por quem de direito, os sacerdotes da paróquia podem concelebrar a Missa na Ceia do Senhor; concede-se a título excepcional a todos os sacerdotes a faculdade de celebrar neste dia, em lugar adequado, a Missa sem o povo. O lava-pés, já facultativo, omite-se. No termo da Missa na Ceia do Senhor omite-se a procissão e o Santíssimo Sacramento guarda-se no Sacrário. Os sacerdotes que não tenham a possibilidade de celebrar a Missa, em vez dela rezarão as Vésperas (cf. Liturgia Horarum).
Em Sexta-Feira Santa, nas igrejas catedrais e paroquiais, na medida da real possibilidade estabelecida por quem de direito, o Bispo / o pároco celebra a Paixão do Senhor. Na oração universal, o Bispo Diocesano terá o cuidado de estabelecer uma intenção especial pelos doentes, pelos defuntos e pelos doridos que sofreram alguma perda (cf. Missal Romano, pág. 253, n. 12).
Domingo de Páscoa. A Vigília Pascal celebra-se apenas nas igrejas catedrais e paroquiais, na medida da real possibilidade estabelecida por quem de direito. Para o “Início da vigília ou Lucernário” omite-se o acender do fogo, acende-se o círio e, omitindo a procissão, segue-se o precónio pascal (Exsultet). Segue-se a “Liturgia da Palavra”. Para a “Liturgia baptismal”, apenas se renovam as promessas batismais (cf. Missal Romano, pág. 320, n. 46). Segue-se a “Liturgia eucarística”.
Aqueles que não podem de modo nenhum unir-se à Vigília Pascal celebrada na igreja, rezam o Ofício de Leituras indicado para o Domingo de Páscoa (cf. Liturgia Horarum).
Para os mosteiros, os seminários e as comunidades religiosas, o Bispo diocesano decidirá.
As expressões de piedade popular e as procissões que enriquecem os dias da Semana Santa e do Tríduo Pascal, a juízo do Bispo diocesano poderão ser transferidas para outros dias convenientes, por ex., 14 e 15 de Setembro.
De mandato Summi Pontifcis pro hoc tantum anno 2020 [Por mandato do Sumo Pontífce apenas para este ano de 2020].
Sede da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, 19 de Março de 2020, Solenidade de São José, Padroeiro da Igreja Universal.
Robert Card. Sarah
Prefeito
Arthur Roche
Arcebispo Secretário
Igrejas desafiam recomendação de suspender missas e cultos diante da pandemia do coronavírus
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Igrejas desafiam recomendação de suspender missas e cultos diante da pandemia do coronavírus
São Paulo sugere cancelamento de encontros religiosos. Cúpula católica no Estado fala em aumentar missas para minimizar contato. Pastor Silas Malafaia, no Rio, promete manter culto
“Em nome de Jesus, nenhum mal te sucederá nem praga alguma chegará à tua casa.” Citando o salmo 91, da Bíblia Sagrada, o pastor Silas Malafaia instiga seguidores a não temerem a pandemia de coronavírus que já infectou quase 200.000 pessoas pelo mundo. O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo publicou o vídeo em suas redes sociais horas depois do governador de São Paulo, João Doria, recomendar a templos e igrejas da capital do Estado e região metropolitana a suspensão de cultos e missas que promovam aglomeração de fiéis.
Desde a manifestação dos primeiros casos de Covid-19 no Brasil, Malafaia tem comprado briga com autoridades e até correligionários de outras igrejas pela manutenção das cerimônias abertas ao público. Ele admite, entretanto, encerrar cultos em localidades que decretem estado de emergência. Na última quarta-feira, o pastor afirmou que só fecharia sua igreja por ordem da Justiça, que, de fato, foi instada a deliberar sobre o tema. O Ministério Público do Estado do Rio ajuizou uma ação civil pública proibindo Malafaia de realizar aglomerações e prevendo multa para desobediência. A Justiça estadual do Rio negou o pedido.
Assim como ele, o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, se recusa a interromper os cultos presenciais pelo país, afirmando que a epidemia é inofensiva e se trata de “mais uma tática de Satanás”.
Ana Paula Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, que fechou templos e anunciou a continuidade de suas celebrações apenas via transmissão online, criticou líderes religiosos que relutam em tomar postura semelhante. Ela sugere que o dízimo seja arrecadado pela Internet. Em outro vídeo, Malafaia respondeu à pastora, alegando que, pelo fato de sua igreja contar com tecnologia para cobrança virtual das contribuições, não mantêm eventos públicos pelo interesse nas ofertas dos fiéis, mas sim por convicção espiritual.
“Nunca cobrei um centavo para pregar o Evangelho”, diz o pastor. “Ninguém tá mandando o crente ir pra igreja. Enquanto tiver transporte coletivo circulando, minha igreja vai continuar aberta com culto. Se fechar tudo no mundo, a igreja é o último reduto de fé e esperança. Se entrar alguém pela porta desesperado com coronavírus, eu tenho que impor as mãos sobre a pessoa. Vai ter sempre uma porta aberta na minha igreja”, esbravejou ao qualificar a crítica de Valadão como uma “fala do inferno e do nosso meio”.
Alheio à troca de farpas entre pastores evangélicos, Doria explicou durante o anúncio da recomendação, válida por 60 dias, que os espaços religiosos podem permanecer abertos, porém com limitação de público em suas dependências, respeitando o espaçamento de pelo menos 3 metros entre os fiéis. “Não significa o fechamento de igrejas, templos ou outras áreas em que as pessoas se reúnem para fazer orações. É apenas uma recomendação para que não promovam mais, presencialmente, missas e cultos”, disse o governador. A medida despreza o rigor demandado pelo Ministério Público de São Paulo, que, nesta quarta, havia cobrado de Governo e Prefeitura, devido à concentração de casos do coronavírus no Estado, a publicação de decretos que obrigassem o fechamento de recintos como igrejas, estabelecendo punições a quem os descumprisse.
A resistência em fechar as igrejas encontra eco no Congresso. Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) solicitou a reabertura de templos religiosos que foram fechados em outros Estados por recomendação de Governos sob a justificativa de “acolher os desesperados” nos refúgios contra o que chama de “pandemia maligna”.
A Igreja Católica também evita acatar as recomendações. Liderada pelo arcebispo Dom Odilo Scherer, a Arquidiocese de São Paulo reafirma o posicionamento divulgado na semana passada, em defesa da manutenção de igrejas abertas, mas com um maior número de celebrações litúrgicas por dia, na tentativa de prevenir grandes aglomerações, e sugestão a fiéis idosos ou em grupos de risco da Covid-19 para acompanhar as missas de casa.
No Ceará, já há missas virtuais. O Dia de São José, padroeiro dos trabalhadores e das famílias, é celebrado virtualmente nas paróquias de Fortaleza e Canindé, por exemplo.
Em tom reativo às pressões para fechar igrejas, pastores como Silas Malafaia utilizam discursos inflamados como forma de encorajar seus devotos. “Não repassem nada de coisa ruim sobre coronavírus nas redes sociais”, pregou o pastor da Assembleia de Deus ao rogar aos fiéis que não tenham medo da pandemia. “Que todas as previsões das autoridades caiam por terra.” Até esta quinta-feira, o Brasil já registrou 621 casos confirmados de coronavírus e sete mortes, cinco delas em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é que o número de infecções no país siga crescendo pelo menos até junho. Fonte: https://brasil.elpais.com
Adiada a realização da 58ª Assembleia Geral da CNBB
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CNBB toma medidas de precaução com relação ao coronavírus. As palavras o o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.
Brasília
A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) adotou uma série de medidas para conter a transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Entre elas estão o cancelamento de reuniões pastorais anteriormente agendadas, como é o caso da reunião do Conselho Permanente, órgão eletivo e deliberativo, de orientação e acompanhamento da atuação da Conferência e dos organismos a ela vinculados, que estava agendada para a próxima semana, nos dias 24 a 26 de março.
Também em conformidade com o artigo 52 do Estatuto Canônico da Conferência e o artigo 203 do Regimento da Conferência, a presidência tendo ouvido os membros do Conselho Permanente decidiu adiar a realização da 58ª Assembleia Geral da CNBB, que aconteceria nos dias 22 a 30 de abril. A proposta, segundo o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, é que a Assembleia seja realizada agora nos dias 12 a 20 de agosto, a depender de reversão do atual quadro pandêmico.
De acordo com ele tais medidas foram tomadas com base em um processo “gradativo de cuidado”. Ainda com relação às atitudes tomadas, como prevenção, a presidência decidiu por manter a sede da Conferência, localizada em Brasília (DF), fechada. Os serviços prestados nos outros setores da entidade continuarão sendo feitos via teletrabalho.
Tendo em vista a Campanha da Fraternidade deste ano que interpela a questão do “cuidado”, dom Joel reforçou que o momento é de prevenção. “Precisaremos nos manter afastados, por enquanto, como forma de cuidado a nós mesmos e às outras pessoas”, finalizou. Ainda com relação ao trabalho desenvolvido pelas Comissões da Conferência, embora os assessores não estejam trabalhando presencialmente na sede, eles continuarão mantendo suas atividades também à distância, via internet. Fonte: CNBB
Coronavírus mata dezenas de padres no norte da Itália
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Eles morrem como seus fiéis, sem missa ou ritual fúnebre. O coronavírus está matando muitos padres na região norte da Itália: uma dezena em Bérgamo, além de outros em Parma, Milão e Cremona.
A diocese de Bérgamo, uma das cidades mais afetada pela pandemia, confirmou que pelo menos 10 padres morreram depois de contrair a doença, segundo o jornal católico Avvenire. As mortes são tão numerosas que "o censo é difícil de estabelecer", afirmou a publicação.
O jornal L'Eco di Bergamo, por sua vez, publicou ao menos 160 anúncios de morte em sua edição de 15 de março, cinco vezes a mais na comparação com um dia normal. De acordo com o veículo, morreram cinco padres na diocese de Parma, dois em Milão e Cremona e um em Brescia. Há ainda diversos sacerdotes infectados — alguns deles internados em unidades de terapia intensiva.
Ao lado de médicos e enfermeiras, os padres prestam auxílio espiritual aos enfermos, uma missão necessária nesta região da Itália particularmente religiosa.
— Equipados com máscara, gorro, luvas, blusa e óculos, os padres caminham pelos corredores como zumbis — disse Claudio del Monte, padre de uma paróquia de Bérgamo, à agência italiana Adnkronos.
Os necrotérios não têm espaço para acomodar os caixões e os enviam para o cemitério:
— Não sabemos mais onde colocar os mortos. Utilizamos algumas igrejas. Tudo isso diz respeito aos sentimentos mais profundos — afirmou o arcebispo de Bérgamo, monsenhor Francesco Beschi, entrevistado pelo Vatican News.
A rádio da Conferência Episcopal Italiana, InBlu, explicou que devido às medidas para evitar a propagação do coronavírus, os padres devem evitar a unção dos enfermos, sacramento católico para pessoas doentes que estão próximas da morte.
— Um padre que perdeu o pai me ligou. Ele está em quarentena, a mãe está em quarentena sozinha em outra casa, seus irmãos estão em quarentena e os funerais estão proibidos. Será enterrado no cemitério sem que ninguém possa participar de um momento de piedade humana e cristã — contou o arcebispo Beschi.
O religioso considera que o número de padres mortos em sua diocese é "realmente alto", assim como o daqueles que estão em "condição particularmente grave". Como todas as outras vítimas do novo coronavírus, os padres falecidos foram sepultados sem o rito fúnebre.
"Estou muito impressionado com o sofrimento que padecem, pela morte solitária, sem a companhia das famílias, tão dolorosa", acrescentou Beschi em um comunicado.
Comovido com a situação difícil de Bérgamo, o papa Francisco ligou na quarta-feira para o arcebispo Beschi para expressar "apoio aos padres, aos enfermos, aos que cuidam dos pacientes e a toda nossa comunidade", disse.
Francisco considera que "as medidas draconianas nem sempre são boas" e pediu aos bispos e padres que não deixem os fiéis sozinhos ante o coronavírus. A declaração foi percebida como uma crítica indireta às restrições drásticas impostas pela Itália para conter a propagação do vírus e que incluem a proibição de viagens e de visitas, como a dos padres que diariamente se encontravam com idosos isolados. O governo também proibiu a celebração de missas, casamentos e funerais. Fonte: https://extra.globo.com
Mais de 10 padres mortos pelo Coronavírus na Itália
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Andressa Collet – Cidade do Vaticano – O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta segunda-feira (16), que a pandemia do Covid-19 é “a grande crise sanitária global dos nossos tempos”.
Pela primeira vez, o número de mortes pelo coronavírus no mundo superou aquele da China e são mais de 85 mil contágios. As medidas de restrição para conter a disseminação da doença estão sendo adotadas, inclusive, dentro da Igreja católica para preservar fiéis e consagrados.
Na Itália, um comunicado oficial da Conferência Episcopal lembrou que o período é “de grande responsabilidade” e “proximidade ao país”. A pandemia, porém, mesmo com as disposições, atingiu os responsáveis pela atenção pastoral aos fiéis.
Segundo reporta a agência de notícias ACI, onze sacerdotes já morreram na Itália, vítimas do Covid-19. A maioria estava na região da Lombardia, de onde se originou a disseminação do coronavírus no país: 6 morreram na cidade de Bérgamo, três em Bréscia e um em Cremona. O outro padre falecido estava na região da Emilia-Romagna. Os infectados pelo Covid-19 No caso de Bérgamo, os dois últimos sacerdotes falecidos são Pe. Silvano Sirtoli, de 59 anos, e Pe. Giancarlo Nava, de 70 anos. Outros 20 padres testaram positivo e alguns, inclusive, já se recuperaram.
Entre os infectados pelo Covid-19 está o bispo de Bérgamo, Dom Francesco Beschi, que segue se recuperando bem. Já o bispo de Cremona, Dom Antonio Napolioni, recuperado, retornou à residência episcopal nesta segunda-feira (16) para o período de convalescença e 14 dias de quarentena. Depois, o prelado deverá refazer os exames para confirmar que já não tem a doença. Período “perfeito” de conversão Dom Atonio assegura que esta crise deve ser vivida como “uma oportunidade para a conversão” neste tempo de Quaresma.
Em entrevista concedida ao Vatican News, quando ainda estava internado, mostrou pesar pelo falecimento, no mesmo hospital em que se encontrava em Bérgamo, do sacerdote de 75 anos, Pe. Vincenzo Rini, ex-presidente da agência SIR (Serviço de Informação Religiosa), diretor do semanário diocesano “La Vitta Cattolica” e presidente da Federação Italiana de Semanários Católicos. Ao viver a doença em primeira pessoa, o bispo exortou a não ter medo e a aproveitar este período de isolamento domiciliar para “redescobrir a presença do Senhor de uma forma muito mais poderosa e fiel”. Uma Quaresma “dramaticamente dura, mas precisamente, por isso, perfeita”. Fonte: https://fdamiaonoticias.blogspot.com
Em São Paulo, paróquia realiza missa campal observando série de medidas
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Frente ao avanço da COVID-19, o padre Michelino Roberto da paróquia Nossa Senhora do Brasil, no bairro Jardim América da cidade de São Paulo (SP) consultou os paroquianos sobre alternativas para manter as celebrações eucarísticas mantendo, contudo, a segurança.
Foi da consulta que nasceu a ideia de fazer missa campal, realizada no último domingo, 15 de março, em frente à Igreja. A experiência, segundo o religioso, foi endossada por médicos que são paroquianos e ampliada com uma série de medidas como receber os fieis com álcool gel, a organização das cadeiras mantendo uma distância entre os fieis. Entre as medidas, a paróquia também disponibilizou máscaras para quem desejasse.
Os ministros extraordinários da Comunhão adotaram a prática de higienizar e lavar as mãos antes da missa e com álcool gel pouco antes do momento da comunhão que foi dada nas mãos. O padre informou ainda que foi suprimido da liturgia o abraço da paz e tirada a água benta da porta.
Outro recurso que está sendo usado, neste tempo do coronavírus, para manter reuniões na paróquia são videoconferências com o recurso de plataformas digitais. Segundo o padre Michelino, a opção de fazer missas campais, em lugares abertos, pode ser uma alternativa segura desde que observadas as medidas como manter o distanciamento, cuidado com a higiene e realizar missas com intervalo de horários menores para evitar aglomerações. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Silas Malafaia: 'Governador nenhum vai suspender meus cultos'
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Silas Malafaia, fundador da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, uma das mais poderosas igrejas evangélicas do país, e amigo de Jair Bolsonaro, não pretende fechar as portas de seus templos durante a pandemia da Covid-19.
Alega que não vê sentido em suspender cultos, pelo menos enquanto estabelecimentos como shoppings estiverem funcionando e os transportes públicos rodando. Ele só enxerga a possibilidade de dar uma pausa nas cerimônias religiosas caso a situação se agrave ainda mais e o país praticamente pare.
Nos últimos dias, governadores país afora tomaram medidas para proibir eventos com grande aglomeração de pessoas. No Distrito Federal, por exemplo, Ibaneis Rocha (DF) determinou, inclusive, o fechamento temporário de academias de ginástica.
Malafaia adianta que não vai acatar eventuais interferências do Estado:
— Governador nenhum vai suspender meus cultos. Eles não são nem doidos. Não têm poder para isso, só com determinação Judicial. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Primeiro padre afetado por coronavírus morre na Itália
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O jornal Avvenire dos bispos italianos informou que o padre de 75 anos, Dom Vincenzo Rini, morreu neste sábado por causa do coronavírus ou COVID-19.
"Alguns dias atrás ele estava se recuperando no hospital principal de Cremona, mas suas condições pioraram irreversivelmente", relata Avvenire sobre o padre que era presidente da agência SIR (Serviço de Informações Religiosas), diretor do semanário diocesano La Vita Cattolica e presidente Federação Italiana dos semanários católicos (FISC).
O bispo Rini será enterrado na capela canônica no cemitério de Cremona.
O Bispo de Cremona, Dom Antonio Napolioni, que também está se recuperando da infecção por coronavírus, expressou suas condolências e proximidade com a família e os amigos do padre falecido.
Vincenzo Corrado, diretor do escritório de comunicações da Conferência Episcopal Italiana, e P. Iván Maffeis, subsecretário; eles também transmitiram suas condolências.
"Don Vincenzo tinha a capacidade de ler e compor o fragmento do todo", indicaram e enfatizaram que "cada encontro com ele sempre foi uma janela de esperança, essa virtude que se destacou em sua vida".
Dom Rini dirigiu o semanário Cremona por 30 anos até 2016. Embora se aposentasse da esfera de reportagem jornalística, continuou escrevendo outras coisas, incluindo romances, e atuou em outros cargos nos níveis local e nacional.
Por dois anos, trabalhou como assistente eclesiástico nacional dos congressos culturais "Maria Cristina di Savoia", posição que lhe foi conferida pela Conferência Episcopal Italiana (CEI).
Com mais de 1.250 mortes neste sábado, a Itália é o país com mais mortes por coronavírus fora da China. Estima-se que no país europeu existam quase 18 mil casos confirmados. Fonte: https://www.aciprensa.com
Justiça suspende missas no Santuário Nacional de Aparecida por causa do coronavírus, SP
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Decisão é deste sábado (14) e leva em consideração avanço dos casos de coronavírus. Apesar disso, as visitas seguem liberadas aos fiéis.
Por G1 Vale do Paraíba e Região
A Justiça determinou neste sábado (14) a suspensão de missas e eventos no Santuário Nacional de Aparecida (SP). A decisão leva em consideração a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no mundo e o avanço dos casos no Brasil. A visitação dos fiéis ao templo, contudo, está liberada.
A ação foi proposta pelo Ministério Público em razão da Covid-19. Na tarde deste sábado, a juíza Luciene Belan Ferreira Allemand acatou o pedido em caráter liminar para suspensão das missas no maior templo mariano do mundo.
"Pelo exposto, antecipo os efeitos da tutela, em razão da ameaça de contaminação e disseminação da doença, por se trata de medida de saúde pública, evitando-se, assim, a exposição de diversas pessoas ao vírus, bem como suas consequências , deferindo a liminar para impedir a realização de quaisquer eventos no Santuário Nacional de Aparecida (...)", diz trecho da decisão.
Segundo a decisão, a suspensão é por 30 dias e, caso seja necessário, pode ser prorrogada. O prazo estipulado afeta as celebrações da Sexta-feira Santa e Páscoa no Santuário.
A última missa no templo foi celebrada às 12h deste sábado. A Basílica de Aparecida comporta 35 mil fiéis em torno do Altar Central, onde são realizadas as principais celebrações do templo.
De acordo com o Santuário Nacional, as visitas aos fiéis estão liberadas. Além disso, a limpeza dos espaços comuns foram reforçadas e o posto médico do templo criou um fluxo de atendimento orientado pela Secretaria de Saúde.
Aparecida (SP) não tem nenhum caso suspeito de coronavírus.
Casos no Brasil
O Ministério da Saúde divulgou neste sábado (14) novo balanço dos casos confirmados de novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil: são 121 casos. Além disso, o balanço tem os seguintes destaques:
-121 casos confirmados, eram 98 na sexta-feira
-1.496 suspeitos
-1.413 casos descartados
No estado de São Paulo subiu para 65 o número de casos confirmados. O estado representa 53,7% dos casos de todo o Brasil.
Segundo a Secretaria da Saúde, são 62 casos confirmados na capital, 1 em Santana do Parnaíba, 1 em Ferraz de Vasconcelos e 1 em Carapicuíba.
Além dos confirmados, São Paulo também tem 752 casos suspeitos e 545 descartados. Fonte: https://g1.globo.com
Vaticano anuncia que celebrações da Semana Santa serão realizadas sem fiéis na Praça São Pedro
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Objetivo é evitar propagação do novo coronavírus.
As celebrações litúrgicas da Semana Santa serão realizadas sem os fiéis na Praça de São Pedro, anunciou o Vaticano neste domingo (15). A decisão tem o objetivo de evitar a propagação do novo coronavírus.
“Devido à atual emergência sanitária, todas as celebrações litúrgicas da Semana Santa serão realizadas sem a presença física dos fiéis”, afirmou o Vaticano em comunicado. “Da mesma forma, comunicamos que domingo, 12 de abril de 2020, a recitação do ‘Angelus’ pelo papa Francisco será transmitida apenas via ‘streaming’”, acrescentou o Vaticano.
As missas afetadas são as do Domingo de Ramos (5 de abril), quinta-feira santa (dia 9 de abril), Sexta-feira Santa e o Caminho da Cruz no Coliseu Romano (10 de abril), Sábado Sagrado da Vigília Pascal (11 de abril) e Domingo de Páscoa (12 de abril) com a tradicional benção "Urbi et Orbi".
Até 12 de abril as orações de Angelus só podem ser vistas ao vivo no site do Vaticano.
Desde a semana passada, o papa Francisco realizou audiências gerais e o Angelus sem os fiéis para evitar a propagação. O pontífice também tem mantido a distância prudente recomendada de seus interlocutores. A basílica e a Praça de São Pedro permanecem fechadas, seguindo as recomendações das autoridades italianas. Fonte: https://g1.globo.com
Coronavirus: Orientações da Diocese de Itaguaí.
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O Bispo da Diocese de Itaguaí/RJ, Dom Frei José Ubiratan Lopes, OFMCap, orienta o povo de Deus sobre a participação nos eventos religiosos na Diocese. Convento do Carmo de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. 14 de março-2020. www.instagram.com/freipetronio
Domingo 15: Terceiro Domingo da Quaresma - Ano A
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A Palavra de Deus que hoje nos é proposta afirma, essencialmente, que o nosso Deus está sempre presente ao longo da nossa caminhada pela história e que só Ele nos oferece um horizonte de vida eterna, de realização plena, de felicidade perfeita.
A primeira leitura mostra como Jahwéh acompanhou a caminhada dos hebreus pelo deserto do Sinai e como, nos momentos de crise, respondeu às necessidades do seu Povo. O quadro revela a pedagogia de Deus e dá-nos a chave para entender a lógica de Deus, manifestada em cada passo da história da salvação.
PRIMEIRA LEITURA - Ex 17,3-7
O texto que nos é proposto como primeira leitura pertence às "tradições sobre a libertação" (cf. Ex 1-18). Trata-se de um bloco de tradições que narram a libertação dos hebreus do Egipto (por acção de Jahwéh e do seu servo Moisés) e a caminhada pelo deserto até ao Sinai.
O texto leva-nos até ao deserto do Sinai. O vers. 1 do nosso texto situa o episódio de Massa/Meribá nos arredores de Refidim, provavelmente no sul da península do Sinai (cf. Nm 33,14-15); mas Nm 20,7-11 situa-o nos arredores de Kadesh, a norte (aliás, não é possível traçar com rigor o caminho percorrido pelos hebreus, desde o Egito até à Terra Prometida: estamos diante de textos que provêm de "fontes" diferentes, aqui combinados por um redactor final; e essas "fontes" referem-se, provavelmente, a viagens distintas e a grupos distintos, que em épocas distintas atravessaram o deserto do Sinai). De qualquer forma, também não interessa definir exatamente o enquadramento geográfico: mais do que escrever um diário de viagem, aos catequistas de Israel interessa fazer uma catequese sobre o Deus libertador, que conduziu o seu Povo da terra da escravidão para a terra da liberdade.
A questão fundamental para este grupo de fugitivos que, chefiados por Moisés, fugiu do Egito, é a questão da sobrevivência num cenário desolado como é o deserto do Sinai. Os beduínos conheciam diversos "truques" que lhes asseguravam a sobrevivência no deserto. Um desses "truques" pode relacionar-se com o texto que nos é proposto... Alguns autores garantem a existência no deserto do Sinai de rochas porosas que, quando quebradas em certos lugares, permitem o aproveitamento da água aí armazenada. Terá sido qualquer coisa parecida que aconteceu na caminhada dos hebreus e que deixou um sinal na memória do Povo? É possível; mas o importante é que Israel viu no facto um sinal da presença e do amor do Deus libertador.
MENSAGEM
Este episódio é um episódio paradigmático, que reproduz as vicissitudes e as dificuldades da caminhada histórica do Povo de Deus.
Desde que o Povo fugiu do Egito, até chegar a este lugar (Massa/Meribá, segundo os autores do relato), Jahwéh manifestou, de mil formas, o seu amor por Israel... No episódio da passagem do mar (cf. Ex 14,15-31), no episódio da água amarga transformada em água doce (cf. Ex 15,22-27), no episódio do maná e das codornizes (cf. Ex 16,1-20), Deus mostrou o seu empenho em conduzir o seu Povo para a liberdade e em transformar a experiência de morte numa experiência de vida... Jahwéh mostrou, sem margem para dúvidas, estar empenhado na salvação do seu Povo. Depois dessas experiências, Israel já não devia ter qualquer dúvida sobre a vontade salvadora de Deus e sobre o seu projeto de libertação.
No entanto, não é isso que acontece. Diante das dificuldades da caminhada, o Povo esquece tudo o que Jahwéh já fez e manifesta as suas dúvidas sobre os objetivos de Deus. A falta de confiança em Deus ("o Senhor está ou não no meio de nós?" - vers. 7) conduz ao desespero e à revolta. O Povo entra em contenda com Moisés (o nome "meribá" vem da raíz "rib" - "entrar em contencioso") e desafia Deus a clarificar, através de um gesto espetacular, de que lado está (o nome "massa" vem da raíz "nsh" - "tentar", no sentido de "provocar"). Acusam Deus de ter um projeto de morte, apesar de Ele, tantas vezes, ter demonstrado que o seu projeto é de vida e de liberdade. Afinal, depois de tantas provas, Israel ainda não fez uma verdadeira experiência de fé: não aprendeu a confiar em Deus e a entregar-se nas suas mãos.
Como é que Deus reage à ingratidão e à falta de confiança do seu Povo? Com "paciência divina", Deus responde mais uma vez às necessidades do seu Povo e oferece-lhe a água que dá vida. À pergunta do Povo ("o Senhor está ou não no meio de nós?"), Deus responde provando que está, efectivamente, no meio do seu Povo.
Desta forma os israelitas - e os crentes de todas as épocas - são convidados a reter esta verdade definitiva: o Senhor é o Deus que está sempre presente na caminhada histórica do seu Povo oferecendo-lhe, em cada passo da caminhada, a vida e a salvação.
ATUALIZAÇÃO
A caminhada dos hebreus pelo deserto é, um pouco, o espelho da nossa caminhada pela vida. Todos nós fazemos, todos os dias, a experiência de um Deus libertador e salvador, que está presente ao nosso lado, que nos estende a mão e nos faz passar da escravidão para a liberdade. No entanto, ao longo da travessia do deserto que é a vida, experimentamos, em certas circunstâncias, a nossa pequenez, a nossa dependência, as nossas limitações e a nossa finitude; as dificuldades, o sofrimento e o desencanto fazem-nos duvidar da bondade de Deus, do seu amor, do seu projeto para nos salvar e para nos conduzir em direção à verdadeira felicidade. No entanto, a Palavra de Deus deste domingo garante-nos: Deus nunca abandona o seu Povo em caminhada pela história... Ele está ao nosso lado, em cada passo da caminhada, para nos oferecer gratuitamente e com amor a água que mata a nossa sede de vida e de felicidade.
Ao longo da caminhada do Povo de Deus pelo deserto vêm ao de cima as limitações e as deficiências de um grupo humano ainda com mentalidade de escravo, agarrado à mesquinhez, ao egoísmo e ao comodismo, que prefere a escravidão ao risco da liberdade. No entanto, Deus lá está, ajudando o Povo a superar mentalidades estreitas e egoístas, fazendo-o ir mais além e obrigando-o a amadurecer. À medida que avança, de mãos dadas com Deus, o Povo vai-se renovando e transformando, vai alargando os horizontes, vai-se tornando um Povo mais responsável, mais consciente, mais adulto e mais santo.
É esta, também, a experiência que fazemos. Muitas vezes somos egoístas, orgulhosos, comodistas, "meninos mimados" que passam a vida a lamentar-se e a acusar Deus e os outros pelos "dói-dóis" que a vida nos faz. No entanto, as dificuldades da caminhada não são um castigo ou uma derrota; são, tantas vezes, parte dessa pedagogia de Deus para nos forçar a ir mais além, para nos renovar, para nos amadurecer, para nos tornar menos orgulhosos e autosuficientes. Devíamos, talvez, aprender a agradecer a Deus alguns momentos de sofrimento e de fracasso que marcam a nossa vida, pois através deles Deus faz-nos crescer.
EVANGELHO - Jo 4,5-42
AMBIENTE
O Evangelho deste domingo situa-nos junto de um poço, na cidade samaritana de Sicar. A Samaria era a região central da Palestina - uma região heterodoxa, habitada por uma raça de sangue misturado (de judeus e pagãos) e de religião sincretista.
Na época do Novo Testamento, existia uma animosidade muito viva entre samaritanos e judeus. Historicamente, a divisão começou quando, em 721 a.C., a Samaria foi tomada pelos assírios e foi deportada cerca de 4% da população samaritana. Na Samaria instalaram-se, então, colonos assírios que se misturaram com a população local. Para os judeus, os habitantes da Samaria começaram, então, a paganizar-se (cf. 2 Re 17,29). A relação entre as duas comunidades deteriorou-se ainda mais quando, após o regresso do Exílio, os judeus recusaram a ajuda dos samaritanos (cf. Esd 4,1-5) para reconstruir o Templo de Jerusalém (ano 437 a.C.) e denunciaram os casamentos mistos. Tiveram, então, de enfrentar a oposição dos samaritanos na reconstrução da cidade (cf. Ne 3,33-4,17). No ano 333 a.C., novo elemento de separação: os samaritanos construíram um Templo no monte Garizim; no entanto, esse Templo foi destruído em 128 a.C. por João Hircano. Mais tarde, as picardias continuaram: a mais famosa aconteceu por volta do ano 6 d.C., quando os samaritanos profanaram o Templo de Jerusalém durante a festa da Páscoa, espalhando ossos humanos nos átrios.
Os judeus desprezavam os samaritanos por serem uma mistura de sangue israelita com estrangeiros e consideravam-nos hereges em relação à pureza da fé jahwista; e os samaritanos pagavam aos judeus com um desprezo semelhante.
A cena passa-se à volta do "poço de Jacob", situado no rico vale entre os montes Ebal e Garizim, não longe da cidade samaritana de Siquém (em aramaico, Sicara - a atual Askar). Trata-se de um poço estreito, aberto na rocha calcária, e cuja profundidade ultrapassa os 30 metros. Segundo a tradição, teria sido aberto pelo patriarca Jacob... Os dados arqueológicos revelam que o "poço de Jacob" serviu os samaritanos entre o ano 1000 a.C. e o ano 500 d.C. (embora ainda hoje se possa extrair dele água).
O "poço" acaba por transformar-se, na tradição judaica, num elemento mítico. Sintetiza os poços abertos pelos patriarcas e a água que Moisés fez brotar do rochedo no deserto (primeira leitura de hoje); mas, sobretudo, torna-se figura da Lei (do poço da Lei brota a água viva que mata a sede de vida do Povo de Deus), que a tradição judaica considerava observada já pelos patriarcas, antes de ser dada ao Povo por Moisés.
O Evangelho segundo São João apresenta Jesus como o Messias, Filho de Deus, enviado pelo Pai para criar um Homem Novo. No chamado "Livro dos Sinais" (cf. Jo 4,1-11,56), o autor apresenta - recorrendo aos "sinais" da água (cf. Jo 4,1-5,47), do pão (cf. Jo 6,1-7,53), da luz (cf. Jo 8,12-9,41), do pastor (cf. Jo 10,1-42) e da vida (cf. Jo 11,1-56) - um conjunto de catequeses sobre a acção criadora do Messias.
O nosso texto é, exactamente, a primeira catequese do "Livro dos Sinais": através do "sinal" da água, o autor vai descrever a acção criadora e vivificadora de Jesus.
MENSAGEM
No centro da cena, está o "poço de Jacob". À volta do "poço" movimentam-se as personagens principais: Jesus e a samaritana.
A mulher (aqui apresentada sem nome próprio) representa a Samaria, que procura desesperadamente a água que é capaz de matar a sua sede de vida plena. Jesus vai ao encontro da "mulher". Haverá neste episódio uma referência ao Deus/esposo que vai ao encontro do povo/esposa infiel para lhe fazer descobrir o amor verdadeiro? Tudo indica que sim (aliás, o profeta Oseias, o grande inventor desta imagem matrimonial para representar a relação Deus/Povo, pregou aqui, na Samaria).
O "poço" representa a Lei, o sistema religioso à volta do qual se consubstanciava a experiência religiosa dos samaritanos. Era nesse "poço" que os samaritanos procuravam a água da vida plena. No entanto: o "poço" da Lei correspondia à sede de vida daqueles que o procuravam? Não. Os próprios samaritanos tinham reconhecido a insuficiência do "poço" da Lei e haviam buscado a vida plena noutras propostas religiosas (por isso, Jesus faz referência aos "cinco maridos" que a mulher já teve: há aqui, provavelmente, uma alusão aos cinco deuses dos samaritanos de que se fala em 2 Re 17,29-41).
Estamos, pois, diante de um quadro que representa a busca da vida plena. Onde encontrar essa vida? Na Lei? Noutros deuses? A mulher/Samaria dá conta da falência dessas "ofertas" de vida: elas podem "matar a sede" por curtos instantes; mas quem procura a resposta para a sua realização plena nessas propostas voltará a ter sede.
É aqui que entra a novidade de Jesus. Ele senta-se "junto do poço", como se pretendesse ocupar o seu lugar; e propõe à mulher/Samaria uma "água viva", que matará definitivamente a sua sede de vida eterna (vers. 10-14). Jesus passa a ser o "novo poço", onde todos os que têm sede de vida plena encontrarão resposta para a sua sede.
Qual é a água que Jesus tem para oferecer? É a "água do Espírito" que, no Evangelho de João, é o grande dom de Jesus. Na conversa com Nicodemos, Jesus já havia avisado que "quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus" - Jo 3,5; e quando Jesus se apresenta como a "água viva" que matará a sede do homem, João tem o cuidado de explicar que Ele se referia ao Espírito, que iam receber aqueles que acreditassem n'Ele (cf. Jo 7,37-39). Esse Espírito, uma vez acolhido no coração do homem, transforma-o, renova-o e torna-o capaz de amar Deus e os outros.
Como é que a mulher/Samaria responde ao dom de Jesus? Inicialmente, ela fica confusa. Parece disposta a remediar a situação de falência de felicidade que caracteriza a sua vida, mas ainda não sabe bem como: essa vida plena que Jesus está a propor-lhe significa que a Samaria deve abandonar a sua especificidade religiosa e ceder às pretensões religiosas dos judeus, para quem o verdadeiro encontro com Deus só pode acontecer no Templo de Jerusalém e na instituição religiosa judaica ("nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar")?
No entanto, Jesus nega que se trate de escolher entre o caminho dos judeus e o caminho dos samaritanos. Não é no Templo de pedra de Jerusalém ou no Templo de pedra do monte Garizim que Deus está... O que se trata é de acolher a novidade do próprio Jesus, aderir a Ele e aceitar a sua proposta de vida (isto é, aceitar o Espírito que Ele quer comunicar a todos os homens).
Dessa forma - e só dessa forma - desaparecerá a barreira de inimizade que separa os povos - judeus e samaritanos. A única coisa que passa a contar é a vida do Espírito que encherá o coração de todos, que a todos ensinará o amor a Deus e aos outros e que fará de todos - sem distinção de raças ou de perspectivas religiosas - uma família de irmãos.
A mulher/Samaria responde à proposta de Jesus abandonando o cântaro (agora inútil), e correndo a anunciar aos habitantes da cidade o desafio que Jesus lhe faz. O texto refere, ainda, a adesão entusiástica de todos os que tomam conhecimento da proposta de Jesus e a "confissão da fé": Jesus é reconhecido como "o salvador do mundo" - isto é, como Aquele que dá ao homem a vida plena e definitiva (vers. 28-41).
O nosso texto define, portanto, a missão de Jesus: comunicar ao homem o Espírito que dá vida. O Espírito que Jesus tem para oferecer desenvolve e fecunda o coração do homem, dando-lhe a capacidade de amar sem medida. Eleva, assim, esses homens que buscam a vida plena e definitiva à categoria de Homens Novos, filhos de Deus que fazem as obras de Deus. Do dom de Jesus nasce a nova comunidade.
ATUALIZAÇÃO
A modernidade criou-nos grandes expectativas. Disse-nos que tinha a resposta para todas as nossas procuras e que podia responder a todas as nossas necessidades. Garantiu-nos que a vida plena estava na liberdade absoluta, numa vida vivida sem dependência de Deus; disse-nos que a vida plena estava nos avanços tecnológicos, que iriam tornar a nossa existência cómoda, eliminar a doença e protelar a morte; afirmou que a vida plena estava na conta bancária, no reconhecimento social, no êxito profissional, nos aplausos das multidões, nos "cinco minutos" de fama que a televisão oferece... No entanto, todas as conquistas do nosso tempo não conseguem calar a nossa sede de eternidade, de plenitude, dessa "mais qualquer coisa" que nos falta para sermos, realmente, felizes. A afirmação essencial que o Evangelho de hoje faz é: só Jesus Cristo oferece a água que mata definitivamente a sede de vida e de felicidade do homem. Eu já descobri isto, ou a minha procura de realização e de vida plena faz-se noutros caminhos? O que é preciso para conseguirmos que os homens do nosso tempo aprendam a olhar para Jesus e a tomar consciência dessa proposta de vida plena que Ele oferece a todos?
Essa "água viva" de que Jesus fala faz-nos pensar no batismo. Para cada um de nós, esse foi o começo de uma caminhada com Jesus... Nessa altura acolhemos em nós o Espírito que transforma, que renova, que faz de nós "filhos de Deus" e que nos leva ao encontro da vida plena e definitiva. A minha vida de cristão tem sido, verdadeiramente, coerente com essa vida nova que então recebi? O compromisso que então assumi é algo esquecido e sem significado, ou é uma realidade que marca a minha vida, os meus gestos, os meus valores e as minhas opções?
Atentemos no pormenor do "cântaro" abandonado pela samaritana, depois de se encontrar com Jesus... O "cântaro" significa e representa tudo aquilo que nos dá acesso a essas propostas limitadas, falíveis, incompletas de felicidade. O abandono do "cântaro" significa o romper com todos os esquemas de procura de felicidade egoísta, para abraçar a verdadeira e única proposta de vida plena. Eu estou disposto a abandonar o caminho da felicidade egoísta, parcial, incompleta, e a abrir o meu coração ao Espírito que Jesus me oferece e que me exige uma vida nova?
A samaritana, depois de encontrar o "salvador do mundo" que traz a água que mata a sede de felicidade, não se fechou em casa a gozar a sua descoberta; mas partiu para a cidade, a propor aos seus concidadãos a verdade que tinha encontrado. Eu sou, como ela, uma testemunha viva, coerente, entusiasmada dessa vida nova que encontrei em Jesus?
*Leia o Evangelho na íntegra. Clique no link- EVANGELHO DO DIA.
A Palavra do Frei Petrônio: Olhar da Semana
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO- Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Direto de Angra dos Reis/RJ. Sábado, 14 de março-2020. www.instagram.com/freipetronio
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