Sábado, 18 de maio-2019. 4ª SEMANA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, fazei-nos viver sempre mais o mistério pascal para que, renovados pelo santo batismo, possamos, por vossa graça, produzir muitos frutos e chegar às alegrias da vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 14, 7-14)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos, 7Se me conhecestes, conhecereis também o meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes visto”. 8Filipe disse: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta”. 9Jesus respondeu: “Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras. 12“Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai. 13E o que pedirdes em meu nome, eu o farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o farei.
3) Reflexão
João 14,7: Conhecer Jesus é conhecer o Pai O texto do evangelho de hoje é a continuação do de ontem. Tomé tinha perguntado: "Senhor, não sabemos para onde vai. Como podemos conhecer o caminho?" Jesus respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida! Ninguém vai ao Pai senão por mim”. E acrescentou: “Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram". Esta é a primeira frase do evangelho de hoje. Jesus sempre fala do Pai, pois era a vida dele que transparecia em tudo que falava e fazia. Esta referência constante ao Pai provoca a pergunta de Filipe.
João 14,8-11: Filipe pergunta: "Mostra-nos o Pai, e basta!" Era o desejo dos discípulos e das discípulas, o desejo de muita gente nas comunidades do Discípulo Amado e é o desejo de muita de nós hoje: como é que a gente faz para ver o Pai de que Jesus fala tanto? A resposta de Jesus é muito bonita e vale até hoje: "Filipe, tanto tempo estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece! Quem me vê, vê o Pai!" A gente não deve pensar que Deus está longe de nós, como alguém distante e desconhecido. Quem quiser saber como é e quem é Deus Pai, basta olhar para Jesus. Ele o revelou nas palavras e gestos da sua vida! "O Pai está em mim e eu estou no Pai!" Através da sua obediência, Jesus está totalmente identificado com o Pai. Ele a cada momento fazia o que o Pai mostrava que era para fazer (Jo 5,30; 8,28-29.38). Por isso, em Jesus tudo é revelação do Pai! E os sinais ou as obras de Jesus são as obras do Pai! Como diz o povo: "O filho é a cara do pai!" Por isso, em Jesus e por Jesus, Deus está no meio de nós.
João 14,12-14: Promessa de Jesus. Jesus faz uma promessa para dizer que a intimidade dele com o Pai não é privilégio só dele, mas é possível para todos que creem nele. Nós também, através de Jesus, podemos chegar a fazer coisas bonitas para os outros do jeito que Jesus fazia para o povo do seu tempo. Ele vai interceder por nós. Tudo que a gente pedir a ele, ele vai pedir ao Pai e vai conseguir, contanto que seja para servir. Jesus é o nosso defensor. Ele vai embora, mas não nos deixa sem defesa. Ele promete que vai pedir ao Pai para Ele mandar um outro defensor ou consolador, o Espírito Santo. Jesus chegou a dizer que ele precisa ir embora, pois, do contrário, o Espírito Santo não poderá vira (Jo 16,7). É o Espírito Santo que realizará as coisas de Jesus em nós, desde que peçamos em nome de Jesus e observemos o grande mandamento da prática do amor.
4) Para um confronto pessoal
1) Conhecer Jesus é conhecer o Pai. Na Bíblia a palavra “conhecer uma pessoa” não é apenas uma compreensão intelectual, mas implica também uma profunda experiência da presença dessa pessoa na vida. Será que eu conheço Jesus?
2) Conheço o Pai?
5) Oração final
Aclamai ao SENHOR, terra inteira gritai e exultai cantando hinos. Cantai ao SENHOR com a harpa, com a harpa e com o som dos instrumentos; com a trombeta e ao som da corneta exultai diante do rei, o SENHOR. (Sl 97, 4-6)
Papa Francisco aceita pedido de demissão de Dom Vilson, bispo de Limeira
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Bispo está sob investigação por suspeita de acobertar casos de abuso sexual e extorsão; Vaticano anunciou que Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, será o administrador apostólico 'sede vacante' da diocese
CIDADE DO VATICANO - O papa Francisco aceitou o pedido de demissão do bispo de Limeira Dom Vilson Dias de Oliveira, informou o Vaticano nesta sexta-feira, 17, em um comunicado. O bispo está sob investigação por suspeita de acobertar casos de abuso sexual e extorsão.
Em carta de despedida, o bispo reconheceu suas "limitações", apontando que "nesses últimos meses enfrentamos todo tipo de cruzes, por meio de ataques à nossa Igreja Particular de Limeira, a mim e a vários presbíteros". "Hoje me despeço de vocês como Bispo Diocesano e peço minha renúncia por amor à Igreja de Cristo e pelo bem desta Diocese."
O Vaticano anunciou que Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, será o administrador apostólico "sede vacante" da diocese.
Em fevereiro, o Vaticano interveio em uma diocese brasileira em razão das denúncias de suposto abuso de coroinhas por um padre e desvio de dinheiro de fiéis por um bispo no interior paulista. Os crimes teriam sido registrados em Americana, Araras e Limeira.
Um dos investigados era Vilson Oliveira, suspeito de fraude e de ser omisso em relação às denúncias de abuso. / AFP. Fonte: https://brasil.estadao.com.br
Sexta-feira, 17 de maio-2019. 4ª SEMANA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus, a quem devemos a liberdade e a salvação, fazei que possamos viver por vossa graça e encontrar em vós a felicidade eterna, pois nos remistes com o sangue do vosso Filho. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 14, 1-6)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos,“1Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fosse assim, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós. 3E depois que eu tiver ido e preparado um lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. 4E para onde eu vou, conheceis o caminho”. 5Tomé disse: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim.
3) Reflexão
Estes cinco capítulos (Jo 13 a 17) são um exemplo bonito de como as comunidades do Discípulo Amado do fim do primeiro século lá na Ásia Menor, atual Turquia, faziam catequese. Por exemplo, neste capítulo 14, as perguntas dos três discípulos, Tomé (Jo 14,5), Filipe (Jo 14,8) e Judas Tadeu (Jo 14,22), eram também as perguntas e os problemas das Comunidades. Assim, as respostas de Jesus para os três eram um espelho em que as comunidades encontravam uma resposta para as suas próprias dúvidas e dificuldades. Para sentir melhor o ambiente em que se fazia a catequese, você pode fazer o seguinte. Durante ou depois da leitura do texto, feche os olhos e faça de conta que você está lá na sala no meio dos discípulos e discípulas, participando do encontro com Jesus. Enquanto vai escutando, procure prestar atenção na maneira como Jesus prepara seus amigos para a separação e lhes revela sua amizade, transmitindo segurança e apoio.
João 14,1-2: Nada te perturbe. O texto começa com uma exortação: "Não se perturbe o coração de vocês!" Em seguida, diz: "Na casa do meu Pai há muitas moradas!" A insistência em conservar palavras de ânimo que ajudam a superar a perturbação e as divergências, é um sinal de que havia muita polêmica e divergências entre as comunidades. Uma dizia para a outra: "Nossa maneira de viver a fé é melhor do que a de vocês. Nós estamos salvos! Vocês estão erradas! Se quiserem ir para o céu, têm que se converter e viver como nós vivemos!" Jesus diz: "Na casa do meu Pai há muitas moradas!" Não é necessário que todos pensem do mesmo jeito. O importante é que todos aceitem Jesus como revelação do Pai e que, por amor a ele, tenham atitudes de compreensão, de serviço e de amor. Amor e serviço são o cimento que liga entre si os tijolos e faz as várias comunidades serem uma igreja de irmãos e de irmãs.
João 14,3-4: Jesus se despede. Jesus diz que vai preparar um lugar e depois retornará para levar-nos com ele para a casa do Pai. Ele quer que estejamos todos com ele para sempre. O retorno de que Jesus fala é a vinda do Espírito que ele manda e que trabalha em nós, para que possamos viver como ele viveu (Jo 14,16-17.26; 16,13-14). Jesus termina dizendo: "Para onde eu vou, vocês conhecem o caminho!" Quem conhece Jesus conhece o caminho, pois o caminho é a vida que ele viveu e que o levou através da morte para junto do Pai.
João 14,5-6: Tomé pergunta pelo caminho. Tomé diz: "Senhor, não sabemos para onde vai. Como podemos conhecer o caminho?" Jesus responde: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida! Ninguém vai ao Pai senão por mim”. Três palavras importantes. Sem caminho, não se anda. Sem verdade, não se acerta. Sem vida, só há morte! Jesus explica o sentido. Ele é o caminho, porque "ninguém vem ao Pai senão por mim!" Pois, ele é a porteira, por onde as ovelhas entram e saem (Jo 10,9). Jesus é a verdade, porque olhando para ele, estamos vendo a imagem do Pai. "Se vocês me conhecem, conhecerão também o Pai!" Jesus é a vida, porque caminhando como Jesus caminhou, estaremos unidos ao Pai e teremos a vida em nós!
4) Para um confronto pessoal
1) Que encontros bons do passado você guarda na memória e que são força na sua caminhada?
2) Jesus disse: "Na casa de meu Pai há muitas moradas". O que significa esta afirmação para nós hoje?
5) Oração final
Cantai ao SENHOR um cântico novo, pois ele fez maravilhas. Deu-lhe vitória sua mão direita e seu braço santo. (Sl 97, 1)
Em eleição crucial, CNBB escolhe trilhar os caminhos do Papa Francisco
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Motivo de tensão entre a ala social da Igreja Católica, a ensaiada guinada reacionária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) naufragou. Ao menos pelos próximos quatro anos, o setor do episcopado que torce o nariz para as ideias do papa Francisco continuará a atuar nas franjas da estrutura eclesiástica. A reportagem é de Thais Reis Oliveira, publicada por Carta Capital, 14-05-2019.
É o que mostram os resultados da 57ª Assembleia-Geral da entidade, que elegeu o novo presidente, dois vice-presidentes, um secretário-geral e representantes de vários organismos e pastorais. A parelha principal não poderia ser mais simpática aos ideais do papa argentino, e deve abraçar seus planos para o futuro da Igreja Católica em um mundo no qual a pobreza, a desigualdade e a violência crescem sob a batuta de falsos profetas do populismo.
A presidência e a primeira vice-presidência ficaram com os moderados dom Walmor Azevedo, arcebispo regional de Belo Horizonte, e dom Jaime Spengler, de Porto Alegre. Um dos postulantes ao comando da CNBB, o antirreformista dom Odilo Scherer, de São Paulo, acabou preterido.
Azevedo é reconhecido entre os pares como um bispo dedicado à Igreja, sensível aos problemas do País e com trânsito entre diferentes tendências políticas. Nas questões cotidianas e burocráticas, é descrito como um chefe sereno, mas exigente. No grupo de assessores mais próximos figura dom Joaquim Giovanni Mol, reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, cuja atuação notadamente se alinha ao pensamento do papa. O novo presidente da CNBB também cultiva amizade com o monsenhor Ilson Montanari, chefe diplomático da Santa Sé.
A ala menos simpática às ideias de Francisco não ficou, porém, de mãos vazias. Em um jogo de equilíbrio, os bispos escolheram para a secretaria-geral dom Joel Portella Amado, auxiliar de dom Orani Tempesta, religioso que topou posar para fotos ao lado de Jair Bolsonaro durante as eleições e foi citado como beneficiário de propinas na delação do ex-governador fluminense Sérgio Cabral. Por tradição, o secretário-geral administra o dia a dia da CNBB e não é incomum que assuma os holofotes no lugar do presidente. Aliados de Azevedo projetam, no entanto, um outro comportamento do líder máximo da Conferência, mais aberto do que antecessores ao debate público. Espera-se ainda que Amado não atue como caixa de ressonância de seu aliado. “Ele deu muita assistência à CNBB e aos bispos regionais. Tem escrito sobre o mundo, é professor e um teólogo de boa formação”, avalia um observador da Conferência que pede anonimato.
Os bispos também decidiram mandar um recado àqueles que atacaram a Igreja no debate sobre o meio ambiente. O segundo vice-presidente será dom Mário Antônio da Silva, bispo em Roraima. O grupo pan-amazônico, que reúne cerca de 90 bispos latino-americanos, teme pelo futuro dos povos indígenas e pela biodiversidade enquanto Bolsonaro ocupar o Palácio do Planalto. Os riscos advêm, na avaliação do grupo, da postura permissiva em relação ao avanço do agronegócio, ao uso indiscriminado de pesticidas, ao aumento da violência rural e à autorização para exploração farmacêutica e megaempreendimentos de turismo na floresta.
A escolha de Silva favorece ainda os preparativos para o Sínodo da Amazônia, marcado para ocorrer em Roma, e alvo de críticas e da arapongagem do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional e responsável pela Agência Brasileira de Inteligência. Além das questões sociais e ambientais, o evento discutirá questões eclesiais importantes, entre elas a ordenação de padres casados para atuar em regiões de difícil acesso como a floresta.
A CNBB foi fundada por dom Hélder Câmara em 1952 e vicejou durante um período de intensa renovação na Cúria Romana que resultou no “catolicismo de face humana”, após os horrores do nazifascismo. Grande parte do clero defendia uma “igreja dos pobres”, atuante contra a desigualdade social e a favor dos direitos das minorias. A esta ala contrapunha-se, como se contrapõe até os dias atuais, os defensores de um trabalho religioso fincado nos ritos, sacramentos e dogmas que mantiveram por séculos a Santa Sé como o mais influente agente político do planeta.
Com a segunda derrota consecutiva em eleições, Scherer e seus aliados perdem força na CNBB. O arcebispo paulistano, dado a censurar colegas de pensamento diferente – certa vez ele desancou um bispo de Santa Catarina que participou de uma missa ecumênica pela morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia – assumira certo protagonismo no campo mais à direita após Tempesta ter sido engolido pela delação de Cabral. Segundo o ex-governador, o religioso habilitou-se a participar de um esquema de desvios de fundações católicas que administram hospitais no estado do Rio de Janeiro. O caso continua sob investigação.
O balanço final do evento, encerrado na sexta-feira 10, indica uma escolha pela independência com moderação. A Igreja tende a manter a crítica ao governo Bolsonaro, como fez em relação ao projeto de reforma da Previdência e ao pacote “Anticrime” do ministro Sérgio Moro, sem subir o tom em demasia. “Será uma presidência que não buscará confronto. Mas, se houver ataques, certamente defenderá a Igreja”, avalia Robson Sávio Reis Souza, coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC de Minas Gerais.
Embora mantenha relações com políticos de diferentes legendas, Azevedo não costuma escapar da discussão dos problemas sociais. Quando a lama cobriu a zona rural da cidade de Brumadinho, a arquidiocese de Belo Horizonte marcou posição firme contra o poder econômico da mineradora Vale. O arcebispo também fez cobranças públicas ao governador Romeu Zema e deu apoio a grupos de especialistas dedicados a analisar as causas da tragédia.
Quanto a Bolsonaro, que não esconde seu desconforto com a oposição que encontra na Igreja Católica, a relação vai depender das reações de Brasília ao novo comando da CNBB.
Se houver o devido respeito e deferência, a Conferência evitará abrir novos flancos de atrito. O comedimento não significa, porém, um recuo no trabalho das pastorais que tanto incomodam o presidente e seus aliados. A CNBB mantém um contínuo trabalho de base em comunidades indígenas, áreas rurais, presídios e em meio a desvalidos de toda a sorte.
A presidência e as duas vices da entidade ficaram com bispos comprometidos com as causas sociais.
Não se sabe ainda se a moderação será aceita. Núcleos de católicos bolsonaristas não fizeram questão de esconder seu desapontamento tão logo o resultado das eleições veio a público. “Tiraram Lula e colocaram o Luiz Inácio da Silva”, provocou o londrinense Bernardo Küster, famoso nas redes sociais por postar vídeos críticos à entidade. As teorias conspiratórias ganharam novo fôlego. O mesmo Küster “denunciou” que o novo presidente da CNBB comandou a construção de uma igreja moderna, erguida sob o projeto de um comunista chamado Oscar Niemeyer.
Os acontecimentos eclesiais no Brasil têm influência no futuro do papado de Francisco. A CNBB é a maior Conferência Episcopal do mundo – são 480 bispos em todo o País, dos quais 307 formam o corpo ativo da CNBB. O Brasil é também o maior rebanho entre todas as nações de maioria católica, com 123 milhões de fiéis.
Francisco tem movido as peças para manter acesa as chamas de seu “Catolicismo do Século XXI” na América Latina. Desde que assumiu o Vaticano, em 2013, o argentino Bergoglio atua para mudar o perfil dos cardeais dessa porção do continente. No Peru, o arcebispo José Luiz Cipriani, ligado ao Opus Dei, foi substituído às pressas quando se aposentou por um nome alinhado à visão eclesiástica do papa. Francisco também reatou os laços da Cúria com Gustavo Gutiérrez, idealizador da Teologia da Libertação perseguido durante os papados de João Paulo II e Bento XVI.
A eleição da CNBB, que ocupou por dez dias o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, foi marcado por novidades. Uma mulher, a economista e professora universitária Tânia Bacelar, estrelou o painel de abertura do evento. De verniz desenvolvimentista, Bacelar expôs aos bispos as conquistas sociais entre 2003 e 2014 e os problemas da economia brasileira que se intensificaram após o impeachment de Dilma Rousseff.
Na carta de encerramento da assembleia, sobraram críticas à reforma da Previdência, aos cortes na Educação e à liberação das armas
Na carta de encerramento do evento, houve críticas contundentes às políticas do governo Bolsonaro. O texto condena a opção “por um liberalismo exacerbado e perverso, que desidrata o Estado quase ao ponto de eliminá-lo”, ignora as políticas sociais e amplia as desigualdades e a concentração de renda. Cita ainda os cortes na Educação anunciados pelo ministro Abraham Weintraub, da corrupção, da escalada do desemprego e das graves ameaças aos direitos dos povos indígenas.
Deu tempo até de criticar o mais recente decreto de Bolsonaro que amplia o porte de armas no País. “O verdadeiro discípulo de Jesus terá sempre no amor, no diálogo e na reconciliação a via eficaz para responder à violência e à falta de segurança, inspirado no mandamento ‘Não matarás’ e não em projetos que flexibilizem a posse e o porte de armas”, anota o documento.
Entre o capitão e o papa, a Igreja brasileira escolheu o segundo. Amém.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Quinta-feira, 16 de maio-2019. 4ª SEMANA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que restaurais a natureza humana dando-lhe uma dignidade ainda maior, considerai o mistério do vosso amor, conservando para sempre os dons da vossa graça naqueles que renovastes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 13, 16-20)
Naquele tempo, depois de haver lavado os pés dos discípulos, Jesus disse-lhes: 16Em verdade, em verdade, vos digo: o servo não é maior do que seu senhor, e o enviado não é maior do que aquele que o enviou. 17Já que sabeis disso, sereis felizes se o puserdes em prática. 18Eu não falo de todos vós. Eu conheço aqueles que escolhi. Mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: ‘Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar’. 19Desde já, antes que aconteça, eu vo-lo digo, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. 20Em verdade, em verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.
3) Reflexão
Nos próximos dias, com exceção das festas, o evangelho diário é tirado da longa conversa de Jesus com os discípulos durante a Última Ceia (Jo 13 a 17). Nestes cinco capítulos que descrevem a despedida de Jesus, percebe-se a presença daqueles três fios de que falamos anteriormente e que tecem e compõem o evangelho de João: a palavra de Jesus, a palavra das comunidades e a palavra do evangelista que fez a última redação do Quarto Evangelho. Nestes cinco capítulos, os três fios estão de tal maneira entrelaçados que o todo se apresenta como uma peça única de rara beleza e inspiração, onde é difícil distinguir o que é de um e o que é do outro, mas onde tudo é Palavra de Deus para nós.
Estes cinco capítulos trazem a conversa que Jesus teve com os seus amigos, na véspera de ser preso e morto. Era uma conversa amiga, que ficou na memória do Discípulo Amado. Jesus, assim parece, queria prolongar ao máximo esse último encontro, momento de muita intimidade. O mesmo acontece hoje. Há conversa e conversa. Há conversa superficial que gasta palavras à toa e revela o vazio das pessoas. E há conversa que vai fundo no coração e fica na memória. Todos nós, de vez em quando, temos esses momentos de convivência amiga, que dilatam o coração e vão ser força na hora das dificuldades. Ajudam a ter confiança e a vencer o medo.
Os cinco versículos do Evangelho de hoje tiram duas conclusões do lava-pés (Jo 13,1-15). Falam (1) do serviço como característica principal dos seguidores e seguidoras de Jesus, e (2) da identidade de Jesus como revelação do Pai.
João 13,16-17: O servo não é maior que o seu senhor. Jesus acabou de lavar os pés dos discípulos. Pedro levou susto e não quis que Jesus lhe lavasse os pés. “Se eu não te lavar os pés, não terás parte comigo” (Jo 13,8). E basta lavar os pés; o resto não precisa (Jo 13,10). O valor simbólico do gesto do lava-pés consistia em aceitar Jesus como o Messias Servidor que se entrega a si mesmo pelos outros, e recusar um messias rei glorioso. Esta entrega de si mesmo como servo de todos é a chave para entender o gesto do lava-pés. Entender isto é a raiz da felicidade de uma pessoa: “Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática". Mas havia pessoas, mesmo entre os discípulos, que não aceitavam Jesus como Messias Servo. Não queriam ser servidores dos outros. Provavelmente, queriam um messias glorioso como Rei e Juiz, de acordo com a ideologia oficial. Jesus diz: "Eu não falo de todos vocês. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: Aquele que come pão comigo, é o primeiro a me trair!” João se refere a Judas, cuja traição vai ser anunciada logo em seguida (Jo 13,21-30).
João 13,18-20: Digo isto agora, para que creiais que EU SOU. Foi por ocasião da libertação do Egito ao pé do Monte Sinai, que Deus revelou o seu nome a Moisés: “Estou com você!” (Ex 3,12), “Estou que Estou” (Ex 3,14), “Estou” ou “Eu sou” me mandou até vocês!” (Ex 3,14), O nome Javé (Ex 3,15) expressa a certeza absoluta da presença libertadora de Deus junto do seu povo. De muitas maneiras e em muitas ocasiões esta mesma expressão Eu Sou ou Sou Eu é usada por Jesus (Jo 8,24; 8,28; 8,58; Jo 6,20; 18,5.8; Mc 14,62; Lc 22,70). Jesus é a presença do rosto libertador de Deus no meio de nós.
4) Para um confronto pessoal
1) O servo não é maior que o seu senhor. Como faço da minha vida um serviço permanente aos outros?
2) Jesus soube conviver com pessoas que não o aceitavam. E eu consigo?
5) Oração final
Vou cantar para sempre a bondade do SENHOR; anunciarei com minha boca sua
fidelidade de geração em geração. Pois disseste: “Minha bondade está de pé para sempre”. Estabeleceste tua fidelidade nos céus. (Sl 88, 2-3)
Depressão no altar: quando padres e sacerdotes precisam de ajuda
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André Bernardo
Do Rio de Janeiro para a BBC Brasil
No último dia 16 de novembro, o padre Rosalino Santos, de 34 anos, publicou no Facebook uma foto de quando era garoto.
O pároco da igreja de São Bartolomeu, em Corumbá (MS), parecia triste. Escreveu frases soltas na legenda, como "Dei o meu melhor" e "Me ilumine, Senhor". O que parecia ser um desabafo se tornou um bilhete de despedida. Dois dias depois, o corpo do sacerdote foi encontrado, enforcado, dentro de casa.
O suicídio do padre Rosalino não foi um caso isolado. Oito dias antes, o padre Ligivaldo dos Santos, da paróquia Senhor da Paz, em Salvador (BA), já tinha colocado ponto final em sua história. Aos 37 anos, atirou-se de um viaduto.
Doze dias depois, outro caso. Pela terceira vez em menos de 15 dias, um sacerdote encerrava a própria vida. Renildo Andrade Maia, de 31 anos, era pároco da igreja de Jesus Operário, em Contagem (MG).
"A vida religiosa não dá superpoderes aos padres. Pelo contrário. Eles são tão falíveis quanto qualquer um de nós", diz o psicólogo Ênio Pinto, autor do livro Os Padres em Psicoterapia (editora Ideias e Letras). "Em muitos casos, a fé pode não ser forte o suficiente para superar momentos difíceis", afirma Pinto, que atua há 17 anos no Instituto Terapêutico Acolher, em São Paulo (SP), voltado ao atendimento psicoterápico de padres, freiras e leigos em serviço à Igreja. Desde a fundação, em 2000, o instituto estima ter atendido cerca de 3,7 mil pacientes, com média de permanência de seis meses a um ano.
Estresse ocupacional
O eventual comportamento suicida de sacerdotes intriga clérigos e terapeutas. Para especialistas consultados pela reportagem, há vários possíveis fatores: excesso de trabalho, falta de lazer, perda da motivação.
"O grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade", afirma o psicólogo William Pereira, autor do livro Sofrimento Psíquico dos Presbíteros (editora Vozes).
'Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade', diz psicólogo autor de livro sobre sofrimento de sacerdotes "Qualquer deslize, por menor que seja, vira alvo de crítica e julgamento. Por medo, culpa ou vergonha, muitos preferem se matar a pedir ajuda", diz.
Pesquisa de 2008 da Isma Brasil, organização de pesquisa e tratamento do estresse, apontou que a vida sacerdotal é uma das profissões mais estressantes. Naquele ano, 448 entre 1,6 mil padres e freiras entrevistados (28%) se sentiam "emocionalmente exaustos". O percentual de clérigos nessa situação era superior ao de policiais (26%), executivos (20%) e motoristas de ônibus (15%).
A psicóloga Ana Maria Rossi, que coordenou o estudo, afirma que padres diocesanos, que trabalham em paróquias, estão mais propensos a sofrer de estresse do que monges e frades que vivem reclusos.
"Um dos fatores mais estressantes da vida religiosa é a falta de privacidade. Não interessa se estão tristes, cansados ou doentes, padres têm que estar à disposição dos fieis 24 horas por dia, sete dias por semana."
Problemas terrenos
Em 8 de janeiro de 2008, o padre José Chitumba ingressou na fazenda Santa Rosa, em Garanhuns (PE), uma das unidades do projeto Fazenda da Esperança, de recuperação de dependentes químicos em mais de 15 países.
"Quando caí em depressão virei alcoólatra, pensei em suicídio, perdi o ânimo para rezar. Passei oito meses sem celebrar missa. Achei que aquela noite não teria fim", recorda Chitumba, de 62 anos, hoje pároco da Igreja de Santo Antônio, em Chiador (MG).
A vida sacerdotal é mais atribulada do que se costuma imaginar. Inclui celebração de batizados e casamentos, visita a doentes, sessões de confissão, aulas em universidades, presença em pastorais.
Dados de 2010 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ajudam a entender essa demanda: havia no Brasil naquele ano 22 mil padres para 123 milhões de católicos, uma média de um padre para cada 5,6 mil fiéis.
No Brasil há, em média, um padre para cada 5,5 mil fieis católicos; 'Sobra trabalho e falta tempo', diz diretor de casa de repouso para religiosos
"Sobra trabalho e falta tempo. Se não tomar cuidado, o sacerdote negligencia sua espiritualidade e trabalha no piloto automático", adverte o padre Adalto Chitolina, um dos diretores do centro Âncora, casa de repouso em Pinhais (PR) que atende padres e freiras com diagnóstico de estresse, ansiedade ou depressão. "Ao longo de 2016, nossa taxa de ocupação foi de 100%. Em alguns meses, tivemos lista de espera", afirma.
O padre Edson Barbosa, da paróquia Nossa Senhora das Graças, em Andradina (SP), foi um dos religiosos atendidos no centro paranaense.
Há dois anos, dormia pouco, comia mal, andava irritado. Mas o alarme soou quando começou a beber além da conta. Em julho de 2015, pediu dispensa de suas atividades paroquiais e passou três meses no centro Âncora, entre consultas médicas, palestras de nutrição e exercícios físicos.
"Não sei o que teria acontecido comigo se não tivesse dado essa parada. Demorei a perceber que não era super-herói", afirma. Sóbrio há um ano e nove meses, o padre, de 36 anos, trocou o álcool por caminhadas e trajetos diários de bicicleta.
Preocupação na cúpula
Reitor do seminário São José de Niterói, o padre Douglas Fontes diz estar atento à saúde mental dos colegas. Em pregações, costuma alertar os futuros sacerdotes para a necessidade de cuidarem mais de si mesmos.
"Jamais amaremos ao próximo se antes não amarmos a nós mesmos. E amar a si mesmo significa levar uma vida mais saudável. Tristes, cansados ou doentes não cumpriremos a missão que Deus nos confiou."
Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da comissão da CNBB que se ocupa da vida dos padres, diz que sacerdotes devem pedir ajuda ao bispo de sua diocese em caso de tensão psicológica ou esgotamento físicos.
"Os padres não estão sozinhos. Fazemos parte de uma família. E nesta família cabe ao bispo desempenhar o papel de pai e, como tal, zelar pelas necessidades dos filhos", afirma.
Outros locais do mundo também registram casos de padres com problemas psicológicos.
Uma pesquisa da Universidade de Salamanca, na Espanha, ouviu 881 sacerdotes de três países (México, Costa Rica e Porto Rico) e identificou incidência alta de transtornos relacionados à atividade.
"Três em cada cinco experimentavam graus médios ou avançados de burnout, a síndrome do esgotamento profissional", registrou a autora da pesquisa, Helena de Mézerville, no livro O Desgaste na Vida Sacerdotal (editora Paulus).
Na Itália, o burnout é conhecido por alguns sacerdotes como a "síndrome do bom samaritano desiludido". Naturalmente, sacerdotes católicos não são os únicos sob risco.
"A natureza do trabalho é a mesma. Logo, estamos sujeitos aos mesmos riscos", avalia o rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista (CIP). O sheik Ahmad Mazloum, do Centro Islâmico de Foz do Iguaçu (PR), faz coro.
"É preciso satisfazer, de maneira lícita e correta, as necessidades básicas do espírito, mente e corpo. Caso contrário, estaremos sempre em perigoso desequilíbrio", alerta. Fonte: https://www.bbc.com
Beata Irmã Dulce, o "Anjo bom da Bahia", será proclamada Santa
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Com o Decreto autorizado pelo Santo Padre reconhecendo o milagre atribuído à intercessão de Irmã Dulce, a Beata será proximamente proclamada Santa em solene celebração de canonizações. Entre outros decretos, destaque também para o que reconhece as virtudes heróicas do Servo de Deus Salvador Pinzetta, Frade Menor Capuchinho nascido em Casca, no Rio Grande do Sul, em 1911, e falecido em Flores da Cunha (RS) em 1972
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco recebeu em audiência esta segunda-feira, 13 de maio, o prefeito do Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, na qual autorizou o Dicastério vaticano a promulgar os Decretos relacionados:
- Ao milagre, atribuído à intercessão da Beata Dulce Lopes Pontes (nome de batismo: Maria Rita Lopes de Sousa Brito), conhecida como Irmã Dulce – “O Anjo bom da Bahia”, recordada por sua obras de caridade e de assistência aos pobres e necessitados. Religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, a Beata Irmã Dulce nasceu em Salvador em 26 de maio de 1914 e ali faleceu em 22 de maio de 1992. Irmã Dulce foi beatificada em 22 de maio de 2011 e com este decreto será proclamada Santa proximamente em solene celebração de canonizações;
- O Putro Decreto diz respeito ao milagre, atribuído à intercessão da Beata Giuseppina Vannini (nome de batismo: Giulia Adelaide Agata), fundadora das Filhas de São Camilo, nascida em Roma em 7 de julho de 1859 e falecida na capital italiana em 23 de fevereiro de 1911;
- Às virtudes heroicas do Servo de Deus Salvador Pinzetta (nome de batismo: Hermínio Pinzetta), religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em Casca, no Rio Grande do Sul (Brasil) em 27 de julho de 1911 e falecido em Flores da Cunha (RS) em 31 de maio de 1972;
-Ao milagre, atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Lucia dell’Immacolada (nome de batismo: Maria Ripamonti), Irmã professa do Instituto das Servas da Caridade; nascida em Acquate (Itália) em 26 de maio de 1909 e falecida em Brescia (Itália) em 4 de julho de 1954;
- Às virtudes heroicas do Sevo de Deus Giovanni Battista Pinardi, Bispo auxiliar de Turim, nascido em Castagnole Piemonte (Itália) em 15 de agosto de 1880 e falecido em Turim em 2 de agosto de 1962;
- Às virtudes heroicas do Servo de Deus Carlo Salerio, Sacerdote do Instituto das Missões Exteriores de Paris, Fundador do Instituto das Irmãs da Reparação; nascido em Milão (Itália) em 22 de março de 1827 e falecido em 29 de setembro de 1870;
às virtudes heroicas do Servo de Deus Domenico Lázaro Castro, Sacerdote professo da Sociedade Maria; nascido em San Adrian de Juarros (Espanha) em 10 de maio de 1877 e falecido em Madri em 22 de fevereiro de 1935;
- Às virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Eufrasia Iaconis (nome de batismo: Maria Giuseppina Amalia Sofia), Fundadora da Congregação das Filhas da Imaculada Conceição; nascida em Casino de Calabria, hoje Castelsilano (Itália) em 18 de novembro de 1867 e falecida em Buenos Aires (Argentina) em 2 de agosto de 1916. Fonte: www.vaticannews.va
Papa nomeia novos bispos para três dioceses brasileiras
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Uma nova ordenação, uma sucessão e uma transferência: essas são as novidades para as dioceses de Ipameri (GO), Nova Iguaçu (RJ) e Campinas (SP).
Cidade do Vaticano
As dioceses de Ipameri (GO), Nova Iguaçu (RJ) e Campinas (SP) têm novos bispos.
Ipameri
Para Ipameri, o Papa Francisco nomeou bispo o Rev. José Francisco Rodrigues do Rêgo, do clero da diocese de Uruaçu (GO), até então vigário-geral e pároco da Catedral.
O sacerdote nasceu em 24 de dezembro de 1966 em Barras, no Estado do Piauí. Estudou Filosofia na “Faculdade João Paulo II” na arquidiocese do Rio de Janeiro e Teologia no Seminário Maior “Nossa Senhora de Fátima” em Brasília. Foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1992, incardinando-se na diocese de Uruaçu, onde desempenhou inúmeros cargos, como reitor do seminário, pároco, presidente da Associação do Clero. Atualmente, é vigário-geral e pároco da Catedral de Uruaçu.
Nova Iguaçu
Em Nova Iguaçu, o Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da diocese apresentada por Dom Luciano Bergamin, C.R.L. Ele será sucedido por Dom Gilson Andrade da Silva, até então bispo coadjutor da mesma diocese.
Campinas
Já o novo arcebispo metropolita de Campinas (SP) é Dom João Inácio Muller, transferindo-o da sede episcopal de Lorena. Fonte: www.vaticannews.va
14 DE MAIO, TERÇA-FEIRA: Festa do Apóstolo São Matias: Lectio Divina
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
1) Oração
Ó Deus, que associastes são Matias ao colégio apostólico, concedei, por sua intercessão, que, fruindo da alegria do vosso amor, mereçamos ser cotados entre os eleitos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 15, 9-17)
Naquele tempo disse Jesus: 9Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. 11Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. 12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. 13Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. 14Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. 15Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda.17O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.
3) Reflexão Jo 15,9-17
Hoje é a festa do apóstolo Matias. O Evangelho João 15,9-17 já foi meditado no dia 24 de abril. Vamos retomar alguns pontos que já foram vistos naquele dia.
João 15,9-11: Permanecer no amor, fonte da perfeita alegria.
Jesus permanece no amor do Pai observando os mandamentos que dele recebeu. Nós permanecemos no amor de Jesus observando os mandamentos que ele nos deixou. E devemos observá-los com a mesma medida com que ele observou os mandamentos do Pai: “Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor”. É nesta união de amor do Pai e de Jesus que está a fonte da verdadeira alegria: “Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa”.
João 15,12-13: Amar os irmãos como ele nos amou.
O mandamento de Jesus é um só: "amar-nos uns aos outros como ele nos amou!" (Jo 15,12). Jesus ultrapassa o Antigo Testamento. O critério antigo era: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 18,19). O novo critério é: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Aqui ele disse aquela frase que cantamos até hoje: "Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão!"
João 15,14-15 Amigos e não empregados
"Vocês serão meus amigos se praticarem o que eu mando", a saber, a prática do amor até à doação total de si! Em seguida, Jesus coloca um ideal altíssimo para a vida dos discípulos e das discípulas. Eles diz: "Não chamo vocês de empregados mas de amigos. Pois o empregado não sabe o que faz o seu patrão. Chamo vocês de amigos, porque tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês!" Jesus já não tinha mais segredos para os seus discípulos e suas discípulas. Tudo que ouviu do Pai contou para nós! Este é o ideal bonito da vida em comunidade: chegarmos a uma total transparência, a ponto de não haver mais segredos entre nós e de podermos confiar totalmente um no outro, de podermos partilhar a experiência que temos de Deus e da vida e, assim, enriquecer-nos mutuamente. Os primeiros cristãos conseguiram realizar este ideal durante alguns anos. Eles "eram um só coração e uma só alma" (At 4,32; 1,14; 2,42.46).
João 15,16-17: Foi Jesus que nos escolheu
Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi ele que nos encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, fruto que permaneça. Nós precisamos dele, mas ele também quer precisar de nós e do nosso trabalho para poder continuar fazendo hoje o que fez para o povo na Galileia. A última recomendação: "Isto vos mando: amai-vos uns aos outros!"
4) Para um confronto pessoal
1) Amar o próximo como Jesus nos amou. Este é o ideal de cada cristão. Como isto está sendo vivido por mim?
2) Tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês. Este é o ideal da comunidade: chegar a uma total transparência. Como isto está sendo vivido na minha comunidade?
5) Oração final
Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre.
Quem chama o Papa de herege? Artigo de Giuseppe Ruggieri
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Cerca de vinte católicos, clérigos e leigos escreveram aos bispos para que acusem o Papa Francisco por heresia. O artigo é de Giuseppe Ruggieri, teólogo, membro da Fundação para as ciências religiosas de Bologna, publicado por La Repubblica, 10-05-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis o artigo.
Eu li, com um incômodo sentimento de mal-estar espiritual, a carta inicialmente assinada por cerca de vinte católicos, clérigos e leigos, e dirigida aos bispos, para que advirtam, por heresia, o papa Francisco. O incômodo tem várias razões. Vou tentar explicá-las.
A primeira é de natureza estética, como se um vândalo tivesse jogado um punhado de lama em uma bela pintura. No rosto doce de um velho papa, cansado, mas luminoso e tornado belo pela "alegria do evangelho", foram lançados cuspes mesquinhos por figuras parecidos com os sombrios inquisidores de um famoso filme de Dreyer. Quem alguma vez viu a Paixão de Joana d'Arc daquele diretor, nunca conseguirá esquecer o contraste entre o rosto limpo e sofredor de Renée Falconetti e aquele grosseiro e duro de seus juízes. É verdade que os inquisidores do Papa Francisco não pedem a fogueira, mas querem a sua renúncia pública.
A segunda razão é dada pela grosseria das acusações formuladas, em termos que não mencionam o que foi realmente dito pelo papa, mas o que deveria ser pressuposto pelo que o papa disse, escreveu ou fez. Esta é uma velha prática inquisitorial, infelizmente ainda não completamente abandonada pela igreja católica. Tudo gira em torno de três tópicos de acusação: a rejeição da condenação dos homossexuais, a admissão à Eucaristia dos cristãos divorciados, a justificação do pluralismo religioso.
Não faltam entre os signatários alguns teólogos profissionais. Para eles, mesmo que não a todos os signatários, é legítimo perguntar como conseguem passar por cima do cânon 8 do Concílio de Niceia sobre a comunhão aos digamoi, como ignoram o significado exato dos decretos tridentinos sobre a indissolubilidade do matrimônio e a consequente disciplina, que não implica a condenação da praxe nas igrejas ortodoxas, as quais preveem para os divorciados, de acordo com o princípio de "economia" (isto é, em termos orientais, da "misericórdia"), uma bênção especial (até o terceiro casamento "civil" e, para algumas igrejas, até mesmo para o quarto). E ainda cabe perguntar por que ignoram todo o alcance da doutrina de Trento sobre a Eucaristia que estabelece como, quando se participa com sentimentos retos à celebração do sacrifício eucarístico, Deus "apaziguado pela oferenda concede o dom e a graça da penitência e crimina et peccata etiam ingentia dimittit”.
A terceira razão é dada pela forma extremamente tosca da hermenêutica teológicaimplementada pelos signatários autodenominados de ortodoxos. Que as doutrinas da igreja tenham mudado, em continuidade substancial, não é um fato que possa ser questionado. E sabemos que, como em muitos outros casos análogos. os "vencedores" no Concílio de Calcedônia (451) foram "vencidos" no segundo concílio de Constantinopla(553). Que exista algo que mudou na disciplina da igreja, introduzida sob o papado do papa Francisco, é um dado igualmente incontroverso. E, dado importante, as pedras angulares de tal mudança foram aprovadas com a maioria qualificada de dois terços e mais de um sínodo episcopal. Mas pelo menos os teólogos deveriam saber que a continuidade ou a descontinuidade não se medem na relação direta entre doutrina e doutrina, entre disciplina e disciplina, mas a cada oportunidade na relação de cada formulação doutrinária ou medida disciplinar com o evangelho. Isto é, cada doutrina e cada disciplina devem, nas condições históricas sempre mutáveis, ser fiéis ao evangelho que permanece soberano na igreja. E, portanto, é grave ignorar a envergadura do Evangelho, que não está fechado na formulação doutrinal ou na lei disciplinar, mas "é poder de Deus para a salvação daquele que crê, do Judeu, primeiro, como do Grego. Nele se revela a justiça de Deus”.
Há também outras razões para o incômodo. Relendo os nomes dos signatários e procurando notícias a seu respeito na rede, descobri que a maioria deles fazem explicitamente referência a uma espécie de Internacional dos tradicionalistas, tanto no plano político como religioso, que sabemos bem fomentada economicamente por um certo sr. Bannon. Aqui o incômodo não é apenas aquele gerado por alguma específica sensibilidade teológica, mas toca outras fibras talvez mais delicadas, aquelas cristãs como tais e culturais de quem, nascidas nos anos 1940, até o fim da década de 1960, respirava o ar de uma humanidade, sujeita contra a sua vontade à vaidade, mas que não deixa de esperar que "a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Polícia prende suspeita de aplicar golpe e acusar Padre Marcelo Rossi de plágio
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Polícia prende suspeita de aplicar golpe e acusar Padre Marcelo Rossi de plágio
Presa por estelionato, Izaura Mendes disse que 'Ágape' foi plagiado e pediu R$ 51,6 milhões de indenização. Investigação aponta que ela falsificou documentos da Biblioteca Nacional.
Por Leslie Leitão, Marco Antônio Martins e Mônica Teixeira, Fantástico e G1 Rio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na manhã de quinta-feira (9), Izaura Garcia de Carvalho Mendes, de 65 anos, suspeita de praticar estelionato ao aplicar um golpe milionário no padre Marcelo Rossi.
Uma investigação da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPim), da Polícia Civil, mostra que Izaura fraudou o registro de um texto e, em processo na Justiça, alegou que o padre o copiou e o usou sem dar crédito no livro "Ágape".
O livro vendeu 10 milhões de exemplares entre 2010, quando foi lançado, até abril deste ano, quando foi retirado de circulação por uma decisão judicial movida por ela. Em 2013, Izaura fez um acordo com a Editora Globo e recebeu R$ 25 mil numa primeira ação.
Em uma nova ação contra a editora do livro, que manteve na obra o trecho que Izaura diz ser seu, a Justiça determinou, em 11 de abril passado, a proibição de venda do "Ágape" e o recolhimento de todos os livros que estão no mercado. Agora, o pedido de Izaura é por uma indenização de R$ 51,6 milhões.
Questionada sobre a suspeita de que o registro do texto foi forjado, Izaura respondeu ao delegado Maurício Demétrio: "Eu não tenho a dizer nada, porque foi o (documento de autoria do texto) que eu recebi lá na época".
A polícia suspeita que duas advogadas, também presas, auxiliaram a mulher na possível fraude. O processo tramita na Vara Empresarial do Tribunal de Justiça de Rio.
Procurado pela equipe de reportagem, o Padre Marcelo não quis gravar entrevista mas informou que perdoa Izaura.
Caso iniciado há sete anos
Em 2012, Izaura entrou com uma ação na Justiça em que relatava que uma de suas obras, o poema "Perguntas e respostas – Felicidade! Qual é?" foi utilizado indevidamente no livro "Ágape", publicado em 2010, pela Globo Livros, sem sua autorização.
A citação no livro é atribuída à madre Teresa de Calcutá. Izaura diz que foi feito por ela.
Dentre os documentos anexados por ela no processo está um Certificado de Registro ou Averbação da Fundação Biblioteca Nacional – Ministério da Cultura. Sob o número 100.928, livro 145, folhas 3, 4, 5, indicando que o texto é seu.
Em agosto de 2018, Izaura entrou com uma queixa-crime contra Marcelo Rossi e a editora na Delegacia Antipirataria, da Polícia Civil. O delegado Maurício Demétrio oficiou a Fundação Biblioteca Nacional requisitando os documentos originais.
A polícia, então, descobriu que não consta na Biblioteca Nacional qualquer texto registrado sob o título ‘Felicidade! Qual é? Crônicas e Poesias’, que Izaura diz ser seu. O número apresentado por ela refere-se à obra "Por todo o amor que houver nesta vida", de 18 de agosto de 1995, de autoria de Tatiana Cristina Medeiros dos Santos.
"Ou seja, a ação indenizatória na Justiça está baseada numa fraude e este documento falsificado fez com que o juiz desse a liminar mandando recolher os livros", afirmou o delegado Maurício Demétrio.
Igor Calaça Martins, coordenador do escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional, encaminhou à polícia um laudo mostrando várias fraudes no documento apresentado por Izaura. Nesta quinta, Izaura foi chamada a depor na delegacia. Diante do delegado respondeu que não sabe falsificar documentos e que mostrou toda a documentação às advogadas.
"Só sei datilografar", disse. Após a afirmação, o delegado Maurício Demétrio prendeu Izaura e as duas advogadas.
Depois, a polícia fez buscas na casa de Izaura, no bairro do Rio Comprido, na região Central do Rio, onde apreendeu documentos que podem auxiliar nas investigações. Fonte: https://g1.globo.com
Freiras escolhem a Praia da Barra para mergulhar pela primeira vez
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Passeio foi encerramento de um retiro anual e reuniu 95 devotas, inclusive estrangeiros
Maíra Rubim
RIO — Na última quarta-feira, chamava a atenção, próximo à Praia do Pepê, um grupo numeroso de freiras que curtia a praia apesar do dia nublado. Sem tirar o hábito, algumas mergulhavam no mar enquanto outras faziam piquenique na areia, perto da grama. O passeio foi o encerramento do retiro anual das religiosas do grupo católico Semente do Verbo e reuniu 95 devotas de Rio, Belém, Manaus, Palmas, Portugal, Bélgica e República dos Camarões.
— Foi um momento muito fraterno, em que nos divertimos enquanto evangelizávamos quem passava. Surgiram muitos curiosos perguntando sobre nós. Foi bem divertido. A maioria das freiras nunca tinha mergulhado aqui, e outras estavam indo à praia pela primeira vez — conta a irmã Catarina Carvalho.
Antes do passeio, o grupo assistiu a uma missa no Jardim Botânico.
— O ambiente da Praia da Barra é mais familiar e as ondas são mais bonitas, por isso viemos para cá. Também é mais vazio e tem até grama, o que era ideal para o nosso piquenique — destaca a irmã. Fonte: https://oglobo.globo.com
4º Domingo da Páscoa- O BOM PASTOR- Uma voz que move
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Pe. Adroaldo Palaoro, sacerdote jesuíta.
Esta parábola é muito instigante. O mistério da voz é sugestivo: desde o ventre de nossa mãe aprendemos a reconhecer sua voz e, quando nascemos, vamos reconhecendo outras vozes. Pelo tom de uma voz percebemos o amor ou o desprezo, o afeto ou a frieza, a acolhida ou a rejeição.
A voz de Jesus é única! Se aprendemos a distingui-la de outras vozes, Ele nos guiará pelo caminho da vida, um caminho que supera também o abismo da morte.
Em um mundo onde há tanto ruído, discursos ocos e palavreado intolerante, não é fácil prestar atenção a alguma voz em especial. O fato é que às vezes vivemos em bolhas onde raramente entram vozes que nos comovam de verdade. E, no entanto, debaixo de gritos, ruídos, músicas estridentes, anúncios, peças publicitárias e frases que apelam ao conservadorismo, continua brotando palavras cheias de verdade. Palavras que valem a pena escutá-las. Talvez, detrás de muitos gestos petrificados, palavras sem sentido, falsas seguranças, estarão vozes que clamam por ajuda, ou simplesmente expressam dor, desejo de paz, de consolo.
O verdadeiro desafio é aprender a escutar, por debaixo desses discursos, a palavra profunda, o canto tranquilo ou a voz que põe em movimento.
Saber escutar o outro é uma simples, mas profunda acolhida humana; trata-se de um ato de hospitalidade, pois consiste em abrir espaço para a presença do outro, sem preconceito. Porque quem escuta de verdade recebe toda palavra como nova e ativa a sensibilidade para deixar-se “tocar” pela voz que alarga a vida.
Vivemos mergulhados num mundo de vozes; um “vozerio” nos cerca: vozes que nos levam à morte, vozes que nos chamam à vida; vozes contaminadas pelo egoísmo, adulteradas pelo medo, deturpadas pela impureza, e vozes que são o eco do paraíso convidando para a festa, comunicando paz, convocando à comunhão... É possível que as vozes do egoísmo, do orgulho e da ambição tentem se disfarçar em voz de Cristo, a fim de arrastar-nos para o vazio e a ruína. Mas o Pastor verdadeiro não fala por ruídos, e sim pelo silêncio; não fala pela força dos pulmões, e sim pelo vento suave de seu Espírito...
Para escutá-la requer-se interioridade e atenção aos sinais de sua presença: pode ser a voz de um irmão pedindo socorro; pode ser a linguagem de um acontecimento alegre ou triste; pode ser uma palavra lida ou proclamada; pode ser uma inspiração misteriosa captada no silêncio...
Na arte do discernimento das vozes, o importante é, através da escuta interior, perceber de onde vem e para onde nos conduz cada voz que ressoa em nós. Se ela nos conduz para o outro, para o Reino...é clara manifestação da voz do Pastor.
Depois de mais vinte séculos, nós seguidores(as) precisamos recordar de novo que o essencial para ser a Igreja de Jesus é escutar sua voz e seguir seus passos.
Primeiramente, é preciso despertar a capacidade de escutar Jesus; ativar muito mais em nossas comunidades essa sensibilidade, que está viva em muitos cristãos simples que sabem captar a Palavra que vem de Jesus em todo seu dinamismo e sintonizar com sua Boa Notícia de Deus.
Mas não basta escutar sua voz. É necessário seguir a Jesus. Chegou o momento de decidir-nos entre contentar-nos com uma “religião burguesa” que tranquiliza as consciências mas afoga nossa alegria, ou aprender a viver a fé cristã como uma aventura apaixonante de seguir a Jesus.
Texto bíblico: Jo 10, 27-30
Na oração: minha voz, está a serviço de quem? Da vida ou da morte? Como ela se expressa: com intolerância, julgamento, preconceito? Sou canal através do qual a Voz de Vida chega até os últimos..., ou coloco minha voz à disposição daqueles que estão a serviço da violência e da morte? Sei distinguir as diferentes vozes que se fazem ouvir ao meu redor? Purifico minha voz no fogo do silêncio ou ela é expressão do ruído da superficialidade? Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
ENCONTRO DO PAPA COM AS SUPERIORAS EM ROMA
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O Papa Francisco encontra na Sala Paulo VI cerca de 900 participantes da XXI Assembleia Plenária da União Internacional das Superioras Gerais (UISG).
“TU NÃO FICASTE FREIRA PARA SER SE TORNAR A DOMÉSTICA DE UM PADRE. NÃO”! Francisco.
Serviço sim, servidão não!
“A Igreja é feminina, é mulher. Não é uma imagem, é a realidade, é a esposa de Jesus, devemos ir avante com a teologia da mulher.”
“...Depois o abuso de religiosas...é um problema sério, é um problema grave, eu tenho consciência disso.... também aqui em Roma tenho consciência dos problemas, das informações que chegam, e não somente o abuso sexual da religiosa, mas o abuso de poder, o abuso de consciência, devemos lutar contra isso...e também do serviço das religiosas. Por favor, serviço sim, servidão não! Tu não ficaste religiosa para se tornar a doméstica de um clérigo, não! Mas isto, ajudemo-nos mutuamente... (aplausos)...”Nós podemos dizer não, mas se a Superiora diz sim” ... mas se todos juntos...Servidão não. Serviço sim! Tu trabalhas no discastério, nisto, naquilo, também administrando uma Nunciatura, como administradora, isto está bem. Mas doméstica não! Se queres ser doméstica, faça como faziam, como fazem as irmãs de Padre Pernet [das Pequenas Irmãs da Assunção], que são enfermeiras e domésticas nas casas dos doentes.... Ali sim, porque é serviço...Mas servidão não!” (Papa Francisco no encontro com as Superioras Gerais, 10/05/2019). Fonte: vaticannews.
Presidente eleito da CNBB celebra missa de encerramento da 57ª AG
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Dirigindo-se ao povo de Deus, saudando o Papa Francisco e manifestando seu apoio ao trabalho do Sumo Pontífice na tarefa de ser uma Igreja misericordiosa, hospitaleira e em saída, no enfrentamento dos muitos e complexos desafios e na preparação para o Sínodo para a Amazônia, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente eleito da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, que presidiu a Santa Missa de enceramento da 57ª Assembleia Geral da Conferência, nesta sexta-feira (10), no Santuário Nacional em Aparecida (SP), deu início à sua homilia.
“Queremos que chegue ao coração do Santo Padre o quanto nós, bispos do Brasil, a nossa Conferência e todo amado povo de Deus que tanto o ama da nossa profunda comunhão neste caminho missionário”, disse.
Dom Walmor também saudou e pediu ao povo uma salva de palmas aos bispos que estiveram à frente da Presidência da CNBB no último quadriênio, na pessoa do arcebispo de Brasília (DF), cardeal Sergio da Rocha, o arcebispo de Salvador (BA), dom Murilo Krieger, e o bispo auxiliar de Brasília (DF), dom Leonardo Steiner, aos presidentes das Comissões Episcopais Pastorais e a todos os colaboradores da Conferência.
E continuou: “quero saudar de modo muito especial aos irmãos que compõem agora a Presidência nessa nossa tarefa missionária, mas também muito amorosa de continuarmos esse caminho bonito, na importância grande, incontestável de credibilidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil com todos aqueles que presidirão as Comissões, neste caminho bonito nosso quando enfrentamos, é verdade, enormes desafios. Talvez até enchendo um pouco e medo ou de não clareza no caminho, mas como uma oportunidade de ouro de darmos uma resposta nova porque nós temos uma reserva que não é nossa, é do coração Deus na força de sua Palavra e na fortaleza da sua graça para ajudar o mundo a abrir-se ao amor de Deus e para ajudar a nossa sociedade brasileira pelo diálogo para encontrar um novo caminho”, destacou.
Ao refletir sobre as leituras de hoje, o arcebispo, trouxe a trajetória missionária do apóstolo Paulo narrada na leitura do livro do Atos dos Apóstolos, que destaca as três grandes viagens missionárias, os desafios enfrentados, as perseguições e que foram vencidos e superados em nome de Deus.
“Se quisermos dar ao nosso humano a força que ele precisa, se quisermos ter a força para estarmos de pé para não nos faltar a sabedoria, não nos deixar pender em polarização alguma. É preciso cultivar essa profunda intimidade com Ele [Jesus]. Esse é o nosso caminho, não há outro. Esse é o serviço que queremos prestar para que todos os outros serviços que prestarmos se desbordem na verdade do amor, na promoção da justiça e na alegria de sermos irmãos e irmãs uns dos outros. Essa é a lógica que somos chamados a aprender, a lógica que o apóstolo Paulo aprendeu e, por isso, se tornou essa grande referência”, ressaltou.
Antes de encerrar sua homilia, Dom Walmor rogou a Deus que o trabalho na CNBB seja o ponto de encontro da colegialidade que é o voltar em primeiro a Ele, Cristo e cultivar a partir Dele a alegria do respeito fraterno, do respeito das diferenças fazendo delas uma grande riqueza.
E finalizou declamando um poema de Cecilia Meireles.
“’Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo’”.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
Müller ataca a iminente reforma da Cúria: "Será um erro fatal
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Foi um dos maiores colaboradores do Papa. Agora, caído em desgraça por sua arrogância e seu enfrentamento às reformas do Papa, o outrora prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Gerhard Müller, candidata-se a líder do pequeno grupo de cardeais que se opõem ao pontificado de Francisco, junto a Sarah, Burke ou Brandmüller. A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 07-05-2019. A tradução é de Graziela Wolfart.
Agora, o purpurado alemão ataca o projeto de reforma da Cúria, que está a ponto de ser assinado por Bergoglio, depois de seis anos de trabalho do C-9 (agora C-6), e o qualifica como “erro fatal”.
“No esboço, a Doutrina da Fé aparece somente como uma tarefa aleatória do Papa entre muitas outras e, sobretudo, está subordinada a suas obrigações temporárias”, denuncia Müller, que vê “uma surpreendente ignorância teológica entre os autores” do projeto de reforma da Cúria.
Doutrina revelada e o restante da doutrina
Em especial, o cardeal afirma que “os conceitos básicos da teologia católica, como a Revelação, o Evangelho, as Escrituras, a Tradição apostólica ou o Magistério eclesiástico são usados de maneira incorreta”, ao mesmo tempo em que “não se distingue entre a doutrina revelada e o restante da doutrina”.
“Evoca-se a sinodalidade e se usa este termo como uma palavra mágica. Ao mesmo tempo, no entanto, as congregações são abolidas e substituídas pelo conceito funcional de dicastério”, lamenta Müller, que pede que a reformulação do aparato curial “seja feita do zero por um teólogo e canonista reconhecido”.
Periferias e centralismo
Müller critica especialmente a intenção do Papa de “fortalecer a periferia e reduzir o centralismo”, o que, em sua opinião, “pode parecer bom nos meios de comunicação, mas soa estridente e desafinado em um ouvido com formação teológica”.
Se for aprovada a nova Constituição Apostólica, “um conglomerado de ideias individuais subjetivas, desejos piedosos, apelações morais com encontros individuais de textos do Concílio e declarações do Papa atual”, sustenta Müller, se repetirão os erros realizados por Paulo VI, “que converteu a Secretaria de Estado no coração da Cúria”.
É que, para o purpurado ultraconservador, “colocar as tarefas seculares antes da missão espiritual de hoje é um erro que agora deve ser evitado”. “O Papa é só um bispo como todos os outros”, acrescenta Müller. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Sexta-feira, 10 de maio-2019. 3ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus todo-poderoso, concedei que, conhecendo a ressurreição do Senhor e a graça que ela nos trouxe, ressuscitemos para uma vida nova pelo amor do vosso espírito. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 52-59)
Naquele tempo, 52Os judeus discutiam entre si: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” 53Jesus disse: “Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem consome a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Pois minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida. 56Quem consome a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por meio do Pai, assim aquele que me consome viverá por meio de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram – e no entanto morreram. Quem consome este pão viverá para sempre”. 59Jesus falou estas coisas ensinando na sinagoga, em Cafarnaum.
3) Reflexão
Estamos chegando quase ao fim do Discurso do Pão da Vida. Aqui começa a parte mais polêmica. Os judeus se fecham e começam a questionar as afirmações de Jesus.
João 6,52-55: Carne e sangue: expressão da vida e da doação total. Os judeus reagem: "Como esse homem pode dar-nos 0a sua carne para comer?" Era perto da festa da Páscoa. Dentro de poucos dias, todos iam comer a carne do cordeiro pascal na celebração da noite de páscoa. Eles não entenderam as palavras de Jesus, porque tomaram tudo ao pé da letra. Mas Jesus não diminui as exigências, não retira nada do que disse, e insiste: "Eu garanto a vocês: se vocês não comem a carne do Filho do Homem e não bebem o seu sangue, não terão a vida em vocês. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu vivo nele”. (1) Comer a carne de Jesus significa aceitar Jesus como o novo Cordeiro Pascal, cujo sangue nos liberta da escravidão. A lei do Antigo Testamento, por respeito à vida, proibia comer sangue (Dt 12,16.23; At 15.29). Sangue era o sinal da vida. (2) Beber o sangue de Jesus significa assimilar a mesma maneira de viver que marcou a vida de Jesus. O que traz vida não é celebrar o maná do passado, mas sim comer este novo pão que é Jesus, a sua carne e o seu sangue. Participando da Ceia Eucarística, assimilamos a sua vida, a sua doação e entrega. “Se vocês não comem a carne do Filho do Homem e não bebem o seu sangue não terão vida em vocês”. Devem aceitar Jesus como messias crucificado, cujo sangue vai ser derramado.
João 6,56-58: Quem me receber como alimento viverá por mim. As últimas frases do Discurso do Pão da Vida são de grande profundidade e tentam resumir tudo que foi dito. Elas evocam a dimensão mística que envolve a participação na eucaristia. Expressam o que Paulo diz na carta aos Gálatas: “Vivo, mas já não sou eu que vivo. É Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). E o que diz o Apocalipse de João: “Se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, ele comigo” (Ap 3,20). E o próprio João no Evangelho: “Se alguém me ama guardará minha palavra e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23). E termina com a promessa da vida que marca a diferença com o antigo êxodo: “Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que os pais de vocês comeram e depois morreram. Quem come deste pão viverá para sempre."
João 6,59: Termina o discurso na sinagoga. Até aqui foi a conversa entre Jesus e o povo e os judeus na sinagoga de Cafarnaum. Como aludimos anteriormente, o Discurso do Pão da Vida nos oferece uma imagem de como era a catequese naquele fim do primeiro séculos nas comunidades cristãs da Ásia Menor. As perguntas do povo e dos judeus refletem as dificuldades dos membros das comunidades. E as resposta de Jesus representam os esclarecimentos para ajuda-los a superar as dificuldades, aprofundar sua fé e viver mais intensamente a eucaristia que era celebrada sobretudo nas noites de sábado para o domingo, o Dia do Senhor.
4) Para um confronto pessoal
1) A partir do Discurso do Pão da Vida, a celebração da Eucaristia recebe uma luz muito forte e um aprofundamento enorme. Qual a luz eu estou percebendo que me ajuda a dar um passo?
2) Comer a carne e o sangue de Jesus, é o mandamento que ele nos dá. Como vivo a eucaristia na minha vida? Mesmo não podendo ir à missa todos os dias ou todos os domingos, minha vida deve ser eucarística. Como tento realizar este objetivo?
5) Oração final
Povos todos, louvai o SENHOR, nações todas, dai-lhe glória; porque forte é seu amor para conosco e a fidelidade do SENHOR dura para sempre. (Sl 116, 1-2)
Bispos católicos contestam política de Bolsonaro e defendem direitos humanos
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Bispos católicos contestam política de Bolsonaro e defendem direitos humanos
Por Joelmir Tavares, da Folhapress
SÃO PAULO-SP – Principal entidade da Igreja Católica no Brasil, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) publicou nessa terça-feira, 7, uma mensagem em que, sem mencionar diretamente o presidente Jair Bolsonaro (PSL), contesta bandeiras do governo.
Os líderes católicos, reunidos em Aparecida (SP) para uma assembleia que começou na quarta-feira, 1º, atacaram pontos como o estímulo ao liberalismo econômico, a ausência de medidas eficazes para combater o desemprego, o corte de verbas para a área da educação, a extinção de conselhos de participação da sociedade, a flexibilização das regras sobre armas e a interferência em terras indígenas e quilombolas.
Também se colocaram contra a criminalização dos defensores de direitos humanos e pregaram o combate a qualquer tipo de discriminação, preconceito e ódio. Os problemas apontados pelos bispos fazem parte do documento ‘Mensagem da CNBB ao povo brasileiro’ e se somam a uma nota divulgada na semana passada com ressalvas ao projeto de reforma da Previdência defendido pelo Planalto.
A instituição eleva o tom dos reparos ao governo depois de concluir a eleição de sua nova cúpula, que aponta para uma gestão de continuidade, com membros da ala considerada progressista da igreja. O texto divulgado nesta terça foi aprovado pelos mais de 300 bispos que participaram da assembleia.
No manifesto, a CNBB afirma que “a crise ética, política, econômica e cultural tem se aprofundado cada vez mais no Brasil” e que “a opção por um liberalismo exacerbado e perverso, que desidrata o Estado quase ao ponto de eliminá-lo, ignorando as políticas sociais de vital importância para a maioria da população, favorece o aumento das desigualdades e a concentração de renda em níveis intoleráveis”.
Esse cenário, na visão dos bispos, torna “os ricos mais ricos à custa dos pobres cada vez mais pobres”. Ainda na seara econômica, a carta diz que “o crescente desemprego, outra chaga social”, que alcança o patamar de 13 milhões de afetados, “mostra que as medidas tomadas para combatê-lo, até agora, foram ineficazes”.
Além disso, segue o comunicado, “é necessário preservar os direitos dos trabalhadores”. Na semana passada, além de questionar as mudanças no sistema de aposentadorias, a conferência afirmou que a reforma trabalhista concretizada pela gestão Michel Temer(MDB) agravou o desemprego. “As necessárias reformas política, tributária e da Previdência só se legitimam se feitas em vista do bem comum e com participação popular”, assinala a carta, observando que “nenhuma reforma será eticamente aceitável se lesar os mais pobres”.
Em outro ponto, os bispos reclamam da violência, do aumento do feminicídio e da situação das cadeias, repudiam “a criminalização daqueles que defendem os direitos humanos” e fazem referência a uma das promessas de campanha de Bolsonaro, a facilitação do acesso a armas.
“O verdadeiro discípulo de Jesus terá sempre no amor, no diálogo e na reconciliação a via eficaz para responder à violência e à falta de segurança, inspirado no mandamento ‘Não matarás’ e não em projetos que flexibilizem a posse e o porte de armas”.
Também entrou no radar dos integrantes da CNBB “a ameaça aos direitos dos povos indígenas assegurados na Constituição de 1988”, com o que chamam de “mercantilização das terras indígenas e quilombolas”.
Em outro ponto da mensagem, os líderes católicos reivindicaram um cuidado especial com a educação, “gravemente ameaçada com corte de verbas, retirada de disciplinas necessárias à formação humana e desconsideração da importância das pesquisas”. O MEC determinou um congelamento orçamentário que atinge desde o ensino infantil até a pós-graduação.
Numa contraposição ao ato de Bolsonaro que extingue conselhos, os bispos afirmam: “Instâncias que possibilitam o exercício da democracia participativa, como os conselhos paritários, devem ser incentivadas e valorizadas, e não extintas, como estabelece o decreto 9.759/2019”.
Os colapsos em barragens da Vale (chamados na nota de crimes) também foram lembrados, em meio ao alerta de que o lucro não pode se sobrepor às vidas humanas e que “tanto as atividades mineradoras e madeireiras quanto o agronegócio precisam rever seus conceitos de progresso, crescimento e desenvolvimento”.
São exemplo de uma economia que privilegia o dinheiro “os crimes ocorridos em Mariana e Brumadinho, com o rompimento das barragens de rejeitos de minérios”.
Sobre a corrupção, a entidade diz que “é uma das causas da pobreza e da exclusão social”, por desviar recursos de áreas básicas. “Queremos uma sociedade cujo desenvolvimento promova a democracia, preze conjuntamente a liberdade e a igualdade, respeite as diferenças, incentive a participação dos jovens, valorize os idosos, ame e sirva os pobres e excluídos, acolha os migrantes, promova e defenda a vida em todas as suas formas e expressões, incluído o respeito à natureza, na perspectiva de uma ecologia humana e integral”, escrevem os membros da organização.
O texto é salpicado de referências ao papa Francisco e de declarações dele. Também traz trechos da Bíblia, como: “No mundo tereis aflições, mas tende coragem! Eu venci o mundo” e “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça”. Fonte: https://amazonasatual.com.br
“Preservação dos bens culturais da Igreja é preocupação da CNBB”, diz dom Muniz
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“Salvaguarda e restauração dos bens culturais da Igreja no Brasil” foi o tema da última edição do meeting point da 57ª Assembleia dos Bispos, ocorrido nesta quinta-feira, 9 de maio. O bispo escolhido para falar sobre o assunto é integrante da Comissão Especial para os Bens Culturais da CNBB, dom Antônio Muniz Fernandes, arcebispo de Maceió (AL).
Dom Muniz recordou que todo projeto de restauro, feito em parceria com o apoio técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e dos demais órgãos que cuidam dessa questão nos estados, leva em consideração quatro etapas importantes: avaliação do estado de conservação dos materiais, identificação dos agentes degradadores, análise dos danos estruturais e levantamento das etapas de prospecção, a fim de orientar os trabalhos.
“Dentre os principais agentes degradadores dos bens culturais da Igreja estão os próprios padres e os fiéis, o que denota falta de consciência e de educação cultural dentro do próprio ambiente eclesial”, afirmou o arcebispo. Segundo ele, é preciso que essa questão seja trabalhada nos seminários, com a formação dos seminaristas, a fim de que aprendam a importância da salvaguarda e preservação dos bens culturais e, dessa forma, possam despertar nos fiéis a consciência sobre a temática. “Tudo o que tiver que ser feito em relação a qualquer bem cultural da Igreja, deve-se sempre procurar a orientação de um profissional especializado”, informou.
Dom Muniz chamou a atenção para dois projetos de restauro, sob a supervisão da Comissão, que se encontram em andamento em sua arquidiocese, considerados importantes por seu valor religioso, artístico, arquitetônico, histórico e cultural: o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Alagoas, localizado na cidade de Marechal Deodoro, ex-capital do estado, no antigo Convento de Santa Maria Madalena, e a Catedral Metropolitana de Maceió.
Acerca dos principais desafios na conservação e restauração dos patrimônios históricos religiosos, Dom Muniz destaca: “Além do problema da falta de recursos financeiros e da não preocupação do Governo, a Igreja se preocupa com o ‘óbulo da víuva’, como se está fazendo atualmente em Maceió: com o restauro que está em andamento há três anos e o difícil trabalho técnico realizado, estamos envolvendo e convocando os padres, os diáconos e os seminaristas para que colaborem financeiramente com o projeto”.
Segundo ele, num momento posterior, a intenção é sensibilizar os fiéis e a população em geral a colaborar com os recursos destinados às obras de restauro e, assim, conscientizar para a importância de se preservar os bens culturais religiosos como legado para as futuras gerações. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Aparecida – CNBB: penúltimo dia de atividades da 57ª Assembleia
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O Sínodo da Pan-Amazônico foi tema ontem na Assembleia Geral em Aparecida. O Cardeal Dom Cláudio Hummes afirmou que "o Papa Francisco insiste que busquemos alternativas”.
Silvonei José - Aparecida
Penúltimo dia de atividades da 57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Santuário Nacional de Aparecida (SP). A Santa Missa nesta manhã foi presidida por Dom João Francisco Salm, bispo de Tubarão (SC). A celebração foi dedicada ao Regional Sul 4.
No dia de ontem a Santa Missa foi presidida pelo bispo de Miracema do Tocantins (TO), dom Philip Dickmans. A celebração foi em ação de graças pelos regionais da CNBB, em especial, os Regionais Norte 2 e Norte 3, que compreendem os estados de Amapá e Pará, Tocantins e parte do Mato Grosso.
Dom Philip Dickmans iniciou a homilia refletindo as palavras do Senhor: “A paz esteja com vocês, não tenhais medo, coragem, sou Eu”, seguindo com uma reflexão sobre a identidade dos católicos de discípulos e missionários.
Dom Philip lembrou ainda dos 25 anos do Genocídio de Ruanda, que matou ao menos 800 mil pessoas, segundo a ONU, por perseguições, e destacou que na semana passada o estado Islâmico informou nas redes sociais que vão continuar os ataques contra cristãos. Antes de finalizar a homilia, dom Philip citou São Oscar Romero.
Na primeira sessão de ontem, quarta-feira, 8 de maio, os bispos reelegeram dom José Antonio Peruzzo como presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética.
Foi reeleito ainda ontem, como presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB, dom Pedro Carlos Cipollini, bispo de Santo André (SP). Já para a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia foi eleito Dom Edmar Peron, bispo de Paranaguá, PR.
‘Meeting Point’
A atuação da Igreja no Brasil em relação à situação dos imigrantes venezuelanos, que buscam refúgio no País, foi pauta do ‘Meeting Point’ de ontem, durante a Assembleia em Aparecida. O trabalho da Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH) também esteve entre os temas.
O bispo da Diocese de Pesqueira (PE) e referencial do Setor de Combate ao Tráfico Humano da CNBB, Dom José Luiz Ferreira, e o bispo de Roraima e coordenador do Projeto Caminhos de Solidariedade: Brasil & Venezuela, Dom Mário Antônio da Silva participaram do debate.
Situação dos imigrantes venezuelanos
Segundo Dom Mário Antônio, dados de organismos da Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que 96 mil venezuelanos já tenham entrado no Brasil. Só o estado de Roraima recebeu 50 mil imigrantes, representando mais de 10% da população total de imigrantes.
O bispo falou sobre os esforços da diocese, da Cáritas, do Serviço Pastoral do Migrante, do Estado de Roraima e do Governo Federal, através do Ministério da Defesa, para o acolhimento desses migrantes.
Caminhos de Solidariedade
Dom Mario explicou que a capital roraimense (Boa Vista) é o ponto de partida do plano, que pretende alcançar cidades do país inteiro, sobretudo aquelas onde o fluxo de pessoas que vêm para o Brasil é maior.
O bispo fez um apelo às pessoas e dioceses para que se cadastrem no site do projeto e preencherem o formulário de acolhimento, para receber uma família migrante ou pessoas venezuelanas. “Que possamos abrir o nosso coração, pois a solidariedade gera vida nova, dá esperança e nos faz crescer na fraternidade”, finalizou.
Enfrentamento ao Tráfico Humano
Dom José Luiz Ferreira falou sobre o cenário das migrações venezuelanas, particularmente dos atos de violência que atingiram os imigrantes que fogem da fome e da falta de condições de vida em seu país.
O bispo de Pesqueira fez referência ao projeto, que nasceu a partir de uma visita da Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB à Diocese de Roraima, e se concretizou após uma oficina de planejamento, organizada pela Cáritas Brasileira em julho de 2018, com a participação das entidades envolvidas no Plano, em Brasília (DF).
“A Comissão quer atuar tanto na prevenção como também atuar para que as situações deixem de ser invisíveis”, afirmou.
Sínodo da Pan-Amazônico
O Sínodo da Pan-Amazônico foi tema ontem na Assembleia Geral aqui em Aparecida. O Cardeal Dom Cláudio Hummes nomeado, pelo Papa Francisco como relator geral do Sínodo Pan-Amazônico afirmou que "o Papa Francisco insiste que busquemos alternativas. Não devemos traçar os mesmos caminhos do que não deu certo. O Sínodo deve enfrentar as surpresas da caminhada. A Igreja está a serviço da humanidade, por isso, a importância de debater esse tema", destacou. Fonte: www.vaticannews.va
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