A Primeira Pedra
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*Luís Fernando Verissimo,
E os fariseus trouxeram a Jesus uma mulher apanhada em adultério e perguntaram a Jesus se ela não deveria ser apedrejada até a morte, como mandava a lei de Moisés. E disse Jesus: aquele entre vós que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra. E a vida da mulher foi poupada, pois nenhum dos seus acusadores era sem pecado. Assim está na Bíblia, Evangelho de São João 8, 1 a 11.
Mas imagine que a Bíblia não tenha contado toda a história. Tudo o que realmente aconteceu naquela manhã, no Monte das Oliveiras. Na versão completa do episódio, um dos fariseus, depois de ouvir a frase de Jesus, pega uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a mulher, dizendo: “Eu estou sem pecado!”.
– Pera lá – diz Jesus, segurando o seu braço. – Você é um adúltero conhecido. Larga a pedra.
– Ah. Pensei que adultério só fosse pecado para as mulheres – diz o fariseu, largando a pedra.
Outro fariseu junta uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a mulher, gritando: “Nunca cometi adultério, sou puro como um cordeiro recém-nascido!”.
– Falando em cordeiro – diz Jesus, segurando o seu braço também – e aquele rebanho que você foi encarregado de trazer para o templo, mas no caminho desviou 10% para o seu próprio rebanho?
– Nunca ficou provado nada! – protesta o fariseu.
– Mas eu sei – diz Jesus. – Larga a pedra.
Um terceiro fariseu pega uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a adúltera, dizendo: “Não só não sou corrupto como sempre combati a corrupção. Fui eu que denunciei o escândalo da propina paga mensalmente a sacerdotes para apoiar os senhores do templo”.
– Mas foste tu o primeiro a receber propina – diz Jesus, segurando seu braço.
– No meu caso foi para melhor combater a corrupção!
– Larga a pedra.
Um quarto fariseu junta uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a mulher, dizendo: “Não tenho pecados, nem da carne, nem de cupidez ou ganância!”.
– Ah, é? – diz Jesus, segurando o seu braço. – E aquela viúva que exploravas, tirando-lhe todo o dinheiro?
–Mas isto foi há muito tempo, e a mulher já morreu.
– Larga a pedra, vai.
E, quando os fariseus se afastam, um discípulo pergunta a Jesus:
– Mestre, que lição podemos tirar deste episódio?
– Evitem a hipocrisia e o moralismo relativo – diz Jesus.
E pensando um pouco mais adiante:
– E, se possível, a política partidária. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Sexta-feira, 5 de abril-2019. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que preparastes para nossa fraqueza os auxílios necessários à nossa renovação, dai-nos recebê-los com alegria e vê-los frutificar em nossa vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 7, 1-2.10.25-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 1Jesus percorria a Galileia. Ele não queria deter-se na Judeia, porque os judeus procuravam tirar-lhe a vida. 2Aproximava-se a festa dos judeus chamada dos Tabernáculos. 10Mas quando os seus irmãos tinham subido, então subiu também ele à festa, não em público, mas despercebidamente. 25Algumas das pessoas de Jerusalém diziam: Não é este aquele a quem procuram tirar a vida? 26Todavia, ei-lo que fala em público e não lhe dizem coisa alguma. Porventura reconheceram de fato as autoridades que ele é o Cristo? 27Mas este nós sabemos de onde vem. Do Cristo, porém, quando vier, ninguém saberá de onde seja. 28Enquanto ensinava no templo, Jesus exclamou: Ah! Vós me conheceis e sabeis de onde eu sou!... Entretanto, não vim de mim mesmo, mas é verdadeiro aquele que me enviou, e vós não o conheceis. 29Eu o conheço, porque venho dele e ele me enviou. 30Procuraram prendê-lo, mas ninguém lhe deitou as mãos, porque ainda não era chegada a sua hora. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* Ao longo dos capítulos 1 a 12 do Evangelho de João, vai acontecendo a progressiva revelação que Jesus faz de si mesmo aos discípulos e ao povo. Ao mesmo tempo e na mesma proporção, vai crescendo o fechamento e a oposição das autoridades contra Jesus a ponto de elas decidirem a condenação e a morte de Jesus (Jo 11,45-54). O capítulo 7, que meditamos no evangelho de hoje, é uma espécie de balanço no meio do caminho. Já faz prever como será o desfecho final.
* João 7,1-2.10: Jesus decide ir à festa dos Tabernáculos em Jerusalém. A geografia da vida de Jesus no evangelho de João é diferente da geografia nos outros três evangelhos. É mais completa. Conforme os outros evangelhos, Jesus foi apenas uma única vez a Jerusalém, aquela em que ele foi preso e morto. Conforme o evangelho de João, Jesus foi no mínimo duas ou três vezes a Jerusalém para a festa de Páscoa. Por isso sabemos que a vida pública de Jesus durou em torno de três anos. O evangelho de hoje informa que Jesus se dirigiu mais uma vez para Jerusalém, mas não publicamente. Foi às ocultas, pois na Judeia os judeus queriam matá-lo.
* Tanto aqui no capítulo 7 como nos outros capítulos, João fala de “judeus”, e de “vocês judeus”, como se ele e Jesus não fossem judeus. Esta maneira de falar reflete a situação da trágica ruptura que ocorreu no fim do primeiro século entre os judeus (Sinagoga) e os cristãos (Ecclesia). Ao longo dos séculos, esta maneira de falar do evangelho de João contribuiu para fazer crescer o anti-semitismo. Hoje, é muito importante tomar distância desta polêmica para não alimentar um antissemitismo. Nunca podemos esquecer Jesus é judeu. Nasceu judeu, viveu como judeu e morreu como judeu. Toda a sua formação é da religião e da cultura dos judeus.
* João 7,25-27: Dúvidas dos habitantes de Jerusalém a respeito de Jesus. Jesus está em Jerusalém e fala publicamente às pessoas que querem ouvi-lo. O povo fica confuso. Sabe que querem matar Jesus e ele anda solto aos olhos de todos. Será que as autoridades reconheceram que ele é o Messias? Mas como é que Jesus pode ser o messias? Todos sabem que ele vem lá de Nazaré, mas do messias, assim se ensinava, ninguém sabe a origem.
* João 7,28-29: Esclarecimento da parte de Jesus. Jesus fala da sua origem. “Vocês sabem de onde eu sou”. Mas o que o povo não sabe é a vocação e a missão que Jesus recebeu de Deus. Ele não veio por própria vontade, mas como todo profeta veio obedecendo a uma vocação, que é o segredo da vida dele. “Eu não vim por mim mesmo. Quem me enviou é verdadeiro, e vocês não o conhecem. Mas eu o conheço, porque venho de junto dele, e foi ele quem me enviou."
* João 7,30: Ainda não chegara a hora. Quiseram prender Jesus, mas ninguém pôs a mão nele, “porque ainda não chegara a sua hora”. No evangelho de João quem determina a hora e o rumo dos acontecimentos não são os que detêm o poder, mas é o próprio Jesus. Ele é que determina a hora (cf. Jo 2,4; 4,23; 8,20; 12.23.27; 13,1; 17,1). Mesmo pendurado na cruz, é Jesus quem determina até a hora de morrer (Jo 19,29-30).
4) Para um confronto pessoal
1) Como eu vivo o meu relacionamento com os judeus? Descobri alguma vez um pouco de antissemitismo dentro de mim? Consegui elimina-lo?
2) Como no tempo de Jesus, hoje em dia, há muitas ideias e opiniões novas sobre as coisas da fé. Como faço? Eu me agarro às ideias antigas e me fecho nelas, ou procuro entender o porquê das novidades?
5) Oração final
O SENHOR está perto de quem tem o coração ferido, salva os ânimos abatidos. Muitas são as desventuras do justo, mas de todas o SENHOR o livra. (Sl 33)
Quinta-feira, 4 de abril-2019. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Nós vos pedimos, ó Deus de bondade, que, corrigidos pela penitência e renovados pelas boas obras, possamos perseverar nos vossos mandamentos e chegar purificados às festas pascais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 5, 31-47)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 31Se eu der testemunho de mim mesmo, não é digno de fé o meu testemunho. 32Há outro que dá testemunho de mim, e sei que é digno de fé o testemunho que dá de mim. 33Vós enviastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. 34Não invoco, porém, o testemunho de homem algum. Digo-vos essas coisas, a fim de que sejais salvos. 35João era uma lâmpada que arde e ilumina; vós, porém, só por uma hora quisestes alegrar-vos com a sua luz. 36Mas tenho maior testemunho do que o de João, porque as obras que meu Pai me deu para executar - essas mesmas obras que faço - testemunham a meu respeito que o Pai me enviou. 37E o Pai que me enviou, ele mesmo deu testemunho de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz nem vistes a sua face... 38e não tendes a sua palavra permanente em vós, pois não credes naquele que ele enviou. 39Vós perscrutais as Escrituras, julgando encontrar nelas a vida eterna. Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de mim. 40E vós não quereis vir a mim para que tenhais a vida... 41Não espero a minha glória dos homens, 42mas sei que não tendes em vós o amor de Deus. 43Vim em nome de meu Pai, mas não me recebeis. Se vier outro em seu próprio nome, haveis de recebê-lo... 44Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a glória que é só de Deus? 45Não julgueis que vos hei de acusar diante do Pai; há quem vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança. 46Pois se crêsseis em Moisés, certamente creríeis em mim, porque ele escreveu a meu respeito. 47Mas, se não acreditais nos seus escritos, como acreditareis nas minhas palavras? - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* João, intérprete de Jesus. João é um bom intérprete das palavras de Jesus. Um bom intérprete deve ter uma dupla fidelidade. Fidelidade às palavras de quem fala, e fidelidade à linguagem de quem escuta. No Evangelho de João, as palavras de Jesus não são transmitidas materialmente ao pé da letra, mas são traduzidas e transpostas na linguagem do povo das comunidades cristãs do fim do primeiro século lá na Ásia Menor. Por este motivo, as reflexões do Evangelho de João nem sempre são fáceis de serem entendidas. Pois nelas se misturam as palavras de Jesus e as palavras do próprio evangelista que reflete a linguagem da fé das comunidades da Ásia Menor. Por isso mesmo, não basta o estudo erudito ou científico das palavras para podermos captar o sentido pleno e profundo das palavras de Jesus. É necessário ter em nós também a vivência comunitária da fé. O evangelho deste dia de hoje é um exemplo típico da profundidade espiritual e mística do evangelho do discípulo amado.
* Iluminação mútua entre vida e fé. Aqui vale repetir o que João Cassiano disse a respeito da descoberta do sentido pleno e profundo dos salmos: “Instruídos por aquilo que nós mesmos sentimos, já não percebemos o texto como algo que só ouvimos, mas sim como algo que experimentamos e tocamos com nossas mãos; não como uma história estranha e inaudita, mas como algo que damos à luz desde o mais profundo do nosso coração, como se fossem sentimentos que formam parte do nosso ser. repitamo-lo: não é a leitura (estudo) que nos faz penetrar no sentido das palavras, mas sim a própria experiência nossa adquirida anteriormente na vida de cada dia” (Collationes X,11). A vida ilumina o texto, o texto ilumina a vida. Se, por vezes, o texto não nos diz nada, não é por falta de estudo nem por falta de oração, mas simplesmente por falta de aprofundar a própria vida.
* João 5,31-32: O valor do testemunho de Jesus. O testemunho de Jesus é verdadeiro, porque ele não faz auto-promoção, nem exaltação de si mesmo. “Um outro dá testemunho de mim”, isto é o Pai. E o testemunho dele é verdadeiro e merece fé.
* João 5,33-36: O valor do testemunho de João Batista e das obras de Jesus. João Batista também deu testemunho a respeito de Jesus e o apresento ao povo como o enviado de Deus que devia vir a este mundo (cf. Jo 1,29.33-34; 3,28-34). Porém, por mais importante que seja o testemunho de João, Jesus não depende dele. Ele tem um testemunho a seu favor que é maior do que o testemunho de João, a saber, as obras que o Pai realiza por meio dele (cf. Jo 14,10-11).
* João 5,37-38: O Pai dá testemunho em favor de Jesus. Anteriormente, Jesus tinha dito: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus” (Jo 8,47). Os judeus que acusam Jesus não têm a mente aberta para Deus. Por isso, eles não conseguem perceber o testemunho do Pai que chega até eles através de Jesus.
* João 5,39-41: A própria escritura dá testemunho em favor de Jesus. Os judeus dizem ter fé nas escrituras, mas, mas realidade, eles não entendem a Escritura, pois a própria Escritura fala de Jesus (cf. Jo 5,46; 12,16.41; 20,9).
* João 5,42-47: O Pai não julga, mas confiou o julgamento ao filho. Os judeus se dizem fiéis à Escritura e a Moisés e, por isso, condenam Jesus. Na realidade, Moisés e a escritura falam a respeito de Jesus e pedem para crer nele.
4) Para um confronto pessoal
1) A vida ilumina o texto, o texto ilumina a vida. Já experimentou isto alguma vez?
2) Procure aprofundar o valor do testemunho de Jesus
5) Oração final
O SENHOR ampara todos os que caem e reergue todos os combalidos. Teu reino é reino de todos os séculos, teu domínio se estende a todas as gerações. (Sl 144, 14.13)
Quarta-feira, 3 de abril-2019. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que recompensais os méritos dos justos e perdoais aos pecadores que fazem penitência, sede misericordioso para conosco: fazei que a confissão de nossas culpas alcance o vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 5, 17-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. 28Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. 29Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. 30O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, 33e o seu reino não terá fim. 34Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? 35Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, 37porque a Deus nenhuma coisa é impossível. 38Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O Evangelho de João è diferente dos outros três. Ele revela uma dimensão mais profunda que só a fé consegue perceber nas palavras e gestos de Jesus. Os Padres da Igreja diziam que o Evangelho de João é “espiritual”, revela aquilo que o Espírito faz descobrir nas palavras de Jesus (cf. Jo 16,12-13). Um exemplo bonito desta dimensão espiritual do evangelho de João é o trecho que meditamos hoje.
* João 5,17-18: Jesus explicita o significado profundo da cura do paralítico. Criticado pelos judeus por ter feito uma cura em dia de sábado, Jesus responde: “Meu Pai trabalha até agora e por isso eu também trabalha!”. Os judeus ensinavam que em dia de sábado não se podia trabalhar, pois até o próprio Deus descansou e não trabalhou no sétimo dia da criação (Ex 20,8-11). Jesus afirma o contrário. Ele diz que o Pai não parou de trabalhar até agora. Por isso, ele, Jesus, também trabalha, mesmo em dia de sábado. Ele imita o Pai! Para Jesus, a obra criadora não terminou. Deus continua trabalhando, sem cessar, dia e noite, sustentando o universo e a todos nós. Jesus colabora com o Pai dando continuidade à obra da criação, para que um dia todos possam entrar no repouso prometido. A reação dos judeus foi violenta. Querem matá-lo por dois motivos: por negar o sentido do sábado e por se dizer igual a Deus.
* João 5,19-21: É o amor que deixa transparecer a ação criadora de Deus. Estes versículos revelam algo do mistério do relacionamento entre Jesus e o Pai. Jesus, o filho, vive em atenção permanente diante do Pai. Aquilo que vê o Pai fazer, ele também faz. Jesus é o reflexo do Pai. É a cara do Pai! Esta atenção total do Filho ao Pai, faz com que o amor do Pai possa entrar totalmente no Filho e, através do Filho, realizar a sua ação no mundo. A grande preocupação do Pai é vencer a morte e fazer viver. A cura do paralítico foi uma forma de tirar as pessoas da morte e faze-las viver. É uma forma de dar continuidade à obra criadora do Pai.
* João 5,22-23: O Pai não julga, mas confiou o julgamento ao filho. O decisivo na vida é a maneira como nós nos situamos frente ao Criador, pois dele dependemos radicalmente. Ora, o Criador se faz presente para nós em Jesus. Em Jesus habita a plenitude da divindade (cf. Col 1,19). Por isso, é na maneira como nos definimos diante de Jesus, que expressamos nossa posição frente ao Deus Criador. O que o Pai quer é que o conheçamos e honremos na revelação que Ele fez de si mesmo em Jesus.
* João 5,24: A vida de Deus em nós através de Jesus. Deus é vida, é força criadora. Onde ele se faz presente, a vida renasce. Ele se faz presente através da Palavra de Jesus. Quem escuta a palavra de Jesus como sendo de Deus já está ressuscitado. Já recebeu o toque vivificante que o leva para além da morte. Já passou da morte para a vida. A cura do paralítico é a prova disso.
* João 5,25-29: A ressurreição já está acontecendo. Os mortos somos todos nós que ainda não nos abrimos para a voz de Jesus que vem do Pai. Mas “vem a hora, e é agora, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que o ouvirem viverão”. Com a palavra de Jesus, vinda do. Pai, iniciou-se a nova criação. Ela já está em andamento. A palavra criadora de Jesus vai atingir a todos, mesmo os que já morreram. Eles ouvirão e viverão.
* João 5,30: Jesus é o reflexo do Pai. “Por mim mesmo nada posso fazer, eu julgo segundo o que ouço, e meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas sim a vontade daquele que me enviou”. Esta frase final é o resumo de tudo que foi refletido anteriormente. Esta era a compreensão que as comunidades da época de João tinham e irradiavam a respeito de Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) Como você imagina o relacionamento entre Jesus e o Pai?
2) Como você vive a fé na ressurreição?
5) Oração final
O SENHOR é clemente e misericordioso, lento para a ira e rico de graça. O SENHOR é bom para com todos, compassivo com todas as suas criaturas. (Sl 144, 8-9)
Arcebispo de Maceió implanta projeto “Geladeira Solidária” no Santuário Arquidiocesano
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O projeto Geladeira Solidária já é uma realidade em grandes centros urbanos do país e atende a população necessitada.
Por Natália Silva
O arcebispo metropolitano de Maceió, dom Antônio Muniz Fernandes, implantou, nesta sexta-feira (29), o Projeto Geladeira Solidária no Santuário Arquidiocesano da Virgem dos Pobres, em Mangabeiras. A iniciativa, que já acontece em grandes centros urbanos, tem o objetivo de manter o espaço para receber e disponibilizar alimentos aos moradores de rua e população carente da região.
Dom Antônio abençoou a geladeira, que fica logo na entrada do Santuário, como ponto estratégico para facilitar o acesso daqueles que irão em busca de alimentos. O arcebispo explicou que esta iniciativa é importante, proporcionando para população carente e moradores de rua o que comer, uma alimentação mais digna. “É um exercício de solidariedade e caridade durante 24h, para alimentar os mais necessitados de modo mais especial à noite”, disse dom Antônio.
Segundo padre José Aloísio, administrador da Paróquia São Luas e do Santuário, a iniciativa de dom Antônio Muniz é significativa, principalmente por estarmos vivendo o tempo da Quaresma que nos pede oração, jejum e, sobretudo a caridade. “Escolher o Santuário Virgem dos Pobres para essa primeira geladeira solidária é gratificante, uma vez que o Santuário se torna referencia para quem busca auxílio, seja ele alimentício ou espiritual. Há sempre alguém que vem buscar e alguém que vem trazer algo. Esperamos que a comunidade no entorno do Santuário e quem frequenta faça seu gesto de solidariedade doando algo para que outros possam alimentar-se e se essa iniciativa for implantada em outros pontos da cidade, mais pessoas serão alimentadas”, afirmou o padre.
Após o lançamento, foi realizado a Via-Sacra pelo Arcebispo com a participação de fiéis e dos padres: cônego João Neto, da Paróquia Santa Catarina de Labouré, no Residencial Aldebaran; e o cônego Walfran Fonseca, Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Bebedouro. A Santa Missa foi presidida por padre José Aloisio, na capela do Santíssimo.
PROJETO GELADEIRA SOLIDÁRIA
As doações para o projeto solidário, tem regras no abastecimento da geladeira. São proibidos alimentos vencidos, bebidas alcoólicas, carnes cruas, peixes, ovos e embalagens abertas. Apenas alimentos embalados e com data de fabricação são aceitos na geladeira. Ela ficará disponível ao público carente 24h, na Travessa Comendador Gustavo Paiva, Mangabeiras.
SACRAMENTOS "08000"... Tudo de graça!
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Filipinas: a partir da Páscoa, mais uma diocese cancela as tarifas para os Sacramentos
A diocese de Balanga tomou a decisão, com o espírito de que os fiéis doem aquilo que podem. É o chamado “Pananabangan” ou “espírito de administração”, que já havia sido adotado em 2015 pela arquidiocese de Lingayen-Dagupan. O objetivo da Igreja em todo o país é abolir esse sistema até 2021, quando se comemoram os 500 anos da chegada do cristianismo nas Filipinas.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Com o espírito de que os fiéis doem aquilo que podem que um número sempre maior de bispos filipinos está abolindo o sistema de tarifas para os serviços oferecidos pela Igreja, tais como: funerais, missas de corpo presente, matrimônios e crismas. A partir da Páscoa, dia 21 de abril, as tarifas fixas para celebrar funeral e bênção dentro da diocese de Balanga, na ilha de Luzon, por exemplo, estão canceladas. A ordem foi dada no início do mês de março através de uma circular do bispo local, Ruperto Santos, segundo informou a agência de notícias Asianews.
Uma resposta ao convite do Papa para uma Igreja pobre para os pobres
O documento público da diocese responde aos apelos do Papa Francisco que, desde a sua eleição, disse querer uma “Igreja pobre e para os pobres”. O Pontífice enfatizou mais de uma vez que os sacramentos são um dom de Deus e pediu às igrejas de celebrarem os ritos de forma gratuita. Segundo Dom Santos, a decisão “é necessária para consolar a dor das pessoas aflitas pela morte de um defunto”.
Aos fiéis, o pedido de uma oferta livre
O bispo acredita que, “do ponto de vista da Igreja, as obrigações financeiras não são de importância primária e não devem ser um fardo” para as famílias do parente que morre. Por isso, Dom Santos ordenou aos sacerdotes da sua diocese de não colocaram um valor fixo para as missas fúnebres e as comemorações dos defuntos. “Devemos estar abertos à vontade livre de doar ou depositar (a contribuição) à Igreja”, finaliza o bispo.
Abolir as tarifas para os Sacramentos em todo país até 2021
As Filipinas é o país católico mais populoso da Ásia. Em 2015, o primeiro bispo que eliminou as tarifas para os serviços eclesiásticos foi Dom Socrates Buenaventura Villegas, arcebispo de Lingayen-Dagupan. No lugar das cotas, ele sugeriu a criação do “Pananabangan” ou “espírito de administração”: as paróquias deveriam aceitar aquilo que os fiéis poderiam doar, em base à condição econômica.
Segundo Pe. Roy Bellen, do escritório de comunicação da Arquidiocese de Manila, o objetivo é abolir esse sistema até 2021, quando a Igreja do país vai festejar os 500 anos da chegada do cristianismo: “esperamos que isso possa ser um indicador da mudança dos fiéis que querem apoiar a Igreja, ao invés de pensarem que podem ‘comprar os sacramentos’ da Igreja”. Fonte: https://www.vaticannews.va
Terça-feira, 2 de abril-2019. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que a fiel observância dos exercícios quaresmais prepare os corações dos vossos filhos para acolher com amor o mistério pascal e anunciar ao mundo a salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 5, 1-16)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 1Houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 2Há em Jerusalém, junto à porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, que tem cinco pórticos. 3Nestes pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que esperavam o movimento da água. 4[Pois de tempos em tempos um anjo do Senhor descia ao tanque e a água se punha em movimento. E o primeiro que entrasse no tanque, depois da agitação da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse.] 5Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. 6Vendo-o deitado e sabendo que já havia muito tempo que estava enfermo, perguntou-lhe Jesus: Queres ficar curado? 7O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; enquanto vou, já outro desceu antes de mim. 8Ordenou-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. 9No mesmo instante, aquele homem ficou curado, tomou o seu leito e foi andando. Ora, aquele dia era sábado. 10E os judeus diziam ao homem curado: E sábado, não te é permitido carregar o teu leito. 11Respondeu-lhes ele: Aquele que me curou disse: Toma o teu leito e anda. 12Perguntaram-lhe eles: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda? 13O que havia sido curado, porém, não sabia quem era, porque Jesus se havia retirado da multidão que estava naquele lugar. 14Mais tarde, Jesus o achou no templo e lhe disse: Eis que ficaste são; já não peques, para não te acontecer coisa pior. 15Aquele homem foi então contar aos judeus que fora Jesus quem o havia curado. 16Por esse motivo, os judeus perseguiam Jesus, porque fazia esses milagres no dia de sábado. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Jo 5,1-16
* O Evangelho de hoje descreve como Jesus curou um paralítico que ficou esperando 38 anos por alguém que o ajudasse chegar à água da piscina para poder ser curado! Trinta e oito anos! Diante desta ausência total de solidariedade, Jesus, o que faz? Ele transgride a lei do sábado curando o paralítico. Hoje, com a falência do atendimento às pessoas doentes nos países pobres, muita gente experimenta a mesma falta de solidariedade. Vivem num total abandono, sem ajuda nem solidariedade da parte de ninguém.
* João 5,1-2: Jesus vai a Jerusalém . Por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus vai a Jerusalém. Havia ali, perto do Templo, uma piscina com cinco pórticos ou corredores. Naquele tempo, o culto no Templo exigia muita água por causa dos inúmeros animais que eram sacrificados, sobretudo nas grandes festas. Por isso, perto do templo havia várias cisternas, que recolhiam a água da chuva. Algumas delas tinham a capacidade de mais de um milhão de litros de água. Lá por perto, por causa da abundância de água, havia um balneário público, onde os doentes se aglomeravam à espera de ajuda ou de cura. A arqueologia informa que, naquela mesma redondeza do Templo, havia o lugar onde os escribas ensinavam a lei aos estudantes. De um lado, o ensino da Lei de Deus. Do outro lado, o abandono dos pobres. A água purificava o Templo, mas não purificava o povo.
* João 5,3-4: A situação dos doentes. Esses doentes eram atraídos pelas águas do balneário. Diziam que um anjo mexia nas águas e o primeiro que nelas descesse depois do mexido do anjo ficava curado. Com outras palavras, os doentes eram atraídos por falsas esperanças. Pois a cura era só para uma única pessoa. Como as loterias de hoje. Só uma única pessoa ganha um prêmio! A maioria só paga e não ganha nada. É nessa situação de total abandono, lá no balneário popular, que Jesus vai encontrar os doentes.
* João 5,5-9: Jesus cura em dia de sábado. Bem perto do lugar, onde se ensinava a observância da Lei de Deus, um paralítico ficou 38 anos à espera de alguém que o ajudasse a descer na água para obter a cura. Este fato revela a falta absoluta de solidariedade e de acolhida aos excluídos! O número 38 indicava a duração de uma geração (Dt 2,14). É toda uma geração que não chegou a experimentar solidariedade nem misericórdia. A religião da época já não era capaz de revelar a face acolhedora e misericordiosa de Deus. Diante desta situação dramática, Jesus transgride a lei do sábado e atende o paralítico dizendo: "Toma teu leito e anda!" O homem pegou a sua cama nas costas e foi andando, e Jesus desapareceu no meio da multidão.
* João 5,10-13: Discussão do homem curado com os judeus. Logo em seguida, alguns judeus chegam ao local e criticam o homem por ele estar carregando a cama em dia de sábado. O homem nem soube responder quem foi a pessoa que o tinha curado. Não conhecia Jesus. Isto significa que Jesus, passando por aquele lugar dos pobres e doentes, viu aquele fulano, percebeu a situação dramática em que se encontrava e, sem mais, o curou. Não fez a cura para que o homem se convertesse, nem para que acreditasse em Deus. Fez, porque queria ajudá-lo. Queria que ele pudesse experimentar um pouco do amor e de solidariedade através da sua ajuda e bem-querer.
* João 5,14-16: O reencontro com Jesus. Andando no Templo no meio da multidão, Jesus encontra o mesmo fulano e lhe diz: "Você está curado! Não deve pecar mais, para que não te aconteça algo pior!" Naquele tempo, o povo dizia: "Doença é castigo de Deus! Se você é paralítico, é sinal de que Deus está de mal com você!" Jesus não concordava com este modo de pensar. Curando o homem, ele estava dizendo o contrário: "Tua doença não é castigo de Deus. Deus está de bem com você!" Uma vez curado, o homem deve manter-se de bem com Deus e não pecar mais, para que não lhe aconteça algo pior! Meio ingênuo, o homem foi dizer aos judeus que tinha sido Jesus quem o curou. Os judeus começam a perseguir Jesus por ele fazer tais coisas em dia de sábado. No Evangelho de amanhã vem a seqüência.
4) Para um confronto pessoal
- Você já passou alguma vez por uma experiência como a do paralítico: ficar tanto tempo sem ajuda? Como é a situação de atendimento aos doentes no lugar onde você mora? Você percebe sinais de solidariedade?
- O que tudo isto ensina para nós hoje?
5) Oração final
Deus é para nós refúgio e força, defensor poderoso no perigo. Por isso não temos medo se a terra treme, se os montes desmoronam no fundo do mar. (Sl 45, 2-3)
Mãe é condenada em R$ 5 mil por batizar filha sem conhecimento do pai
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Pai alegou que a atitude desencadeou um abalo psicológico e magistrada do TJDFT determinou a indenização por danos morais
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) condenou uma mãe a pagar indenização por danos morais ao pai de sua filha. Segundo relatado por ele, a mulher batizou a criança sem comunicá-lo, o que gerou um "abalo psicológico" paterno. A 1ª Turma Cível do TJDFT julgou o caso e determinou o pagamento de R$ 5 mil ao autor do processo.
De acordo com a desembargadora relatora do caso, "não se pode minimizar o desgaste psicológico sofrido pelo apelante, ao ser excluído de forma proposital, pela ré, de um momento importante e único na vida religiosa da filha menor", como divulgado pelo TJDFT. O valor indenizatório foi estipulado em semelhança a casos deste tipo, adequando-se "aos critérios da razoabilidade e proporcionalidade" dos envolvidos.
Porém, o próprio homem apelou à sentença, questionando a quantia da condenação e pedindo uma indenização de R$ 10 mil. A magistrada negou e manteve o valor de R$ 5 mil, concluindo que se trata de uma determinação que não é tão alta a ponto de gerar grandes prejuízos, nem tão baixa "que não sirva como desestímulo à apelada para adoção de medidas que busquem evitar a recorrência de atitudes que obstem ou dificultem a boa convivência entre pai e filha". Fonte: www.correiobraziliense.com.br
Segunda-feira, 1º de abril-2019. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que renovais o mundo com admiráveis sacramentos, fazei a vossa Igreja caminhar segundo a vossa vontade, sem que jamais lhe faltem neste mundo os auxílios de que necessita. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 4,43-54)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 43Passados os dois dias, Jesus partiu para a Galiléia. 44(Ele mesmo havia declarado que um profeta não é honrado na sua pátria.) 45Chegando à Galiléia, acolheram-no os galileus, porque tinham visto tudo o que fizera durante a festa em Jerusalém; pois também eles tinham ido à festa. 46Ele voltou, pois, a Caná da Galiléia, onde transformara água em vinho. Havia então em Cafarnaum um oficial do rei, cujo filho estava doente. 47Ao ouvir que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi a ele e rogou-lhe que descesse e curasse seu filho, que estava prestes a morrer. 48Disse-lhe Jesus: Se não virdes milagres e prodígios, não credes... 49Pediu-lhe o oficial: Senhor, desce antes que meu filho morra! 50Vai, disse-lhe Jesus, o teu filho está passando bem! O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu. 51Enquanto ia descendo, os criados vieram-lhe ao encontro e lhe disseram: Teu filho está passando bem. 52Indagou então deles a hora em que se sentira melhor. Responderam-lhe: Ontem à sétima hora a febre o deixou. 53Reconheceu o pai ser a mesma hora em que Jesus dissera: Teu filho está passando bem. E creu tanto ele como toda a sua casa. 54Esse foi o segundo milagre que Jesus fez, depois de voltar da Judéia para a Galiléia. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Jo 4, 43-54
* Jesus tinha saído da Galiléia, andou pela Judéia, foi até Jerusalém por ocasião da festa (Jo 4,45) e, passando pela Samaria, ia voltar para a Galiléia (Jo 4,3-4). Para os judeus observantes era proibido passar pela Samaria, nem era costume conversar com os samaritanos (Jo 4,9). Jesus não se importa com estas normas que impedem a amizade e o diálogo. Ele ficou vários dias na Samaria e muita gente se converteu (Jo 4,40). Depois disso ele resolveu voltar para a Galiléia.
* João 4,43-46ª: O retorno para a Galiléia. Mesmo sabendo que o povo da Galiléia olhava para ele com uma certa reserva, Jesus quis voltar para a sua terra. Provavelmente, João se refere à má acolhida que Jesus recebera em Nazaré da Galiléia. Jesus mesmo tinha dito: “Um profeta não é honrado em sua pátria” (Lc 4,24). Mas agora, diante da evidência dos sinais de Jesus em Jerusalém, os galileus mudaram de opinião e lhe fizeram uma boa acolhida. Jesus voltou para Caná, onde tinha feito o primeiro “sinal” (Jo 2,11).
* João 4,46b-47: O pedido de um funcionário do rei. Trata-se de um pagão. Pouco antes, na Samaria, Jesus tinha conversado com uma samaritana, pessoa herética para os judeus, à qual Jesus revelara sua condição de messias (Jo 4,26). E agora, na Galiléia, ele recebe um pagão, funcionário do Rei, que buscava ajuda para o filho doente. Jesus não se fecha na sua raça nem na sua religião. Ele é ecumênico e acolhe a todos.
* João 4,48: A resposta de Jesus ao funcionário. O funcionário queria que Jesus fosse com ele até à casa dele para curar o filho. Jesus responde: “Se vocês não vêem sinais e prodígios vocês não acreditam!”. Resposta dura e estranha. Por que será que Jesus respondeu assim? Qual era o defeito do pedido do funcionário? O que Jesus queria alcançar com esta resposta? Jesus quer ensinar como deve ser a fé. O funcionário do rei só acreditaria se Jesus fosse com ele até à casa dele. Ele queria ver Jesus fazendo a cura. No fundo, esta é e continua sendo a atitude normal de todos nós. Não nos damos conta da deficiência da nossa fé.
* João 4,49-50: O funcionário repete o pedido e Jesus repete a resposta. Apesar da resposta dura de Jesus, o homem não se abalou e repetiu o mesmo pedido: “Desça comigo antes que meu filho morra!” Jesus continuou firme. Ele não atendeu ao pedido e não foi com o homem até à casa dele e repetiu a mesma resposta, mas formulada de outra maneira: “Vai! Teu filho vive!” Tanta na primeira resposta como agora na segunda resposta, Jesus pede fé, muita fé. Pede que o funcionário acredite que o filho já esteja curado. E o verdadeiro milagre aconteceu! Sem ver nenhum sinal nem prodígio, o homem acreditou na palavra de Jesus e voltou para casa. Não deve ter sido fácil. Este é o verdadeiro milagre da fé: acreditar sem nenhuma outra garantia a não ser a Palavra de Jesus. O ideal é crer na palavra de Jesus, mesmo sem ver (cf. Jo 20,29).
* João 4,51-53: O resultado da fé na palavra de Jesus. Enquanto o homem vai indo para casa, os empregados lhe vem ao encontro para dizer que o filho estava curado. Ele investigou a hora e descobriu que era exatamente a hora em que Jesus tinha dito: “Teu filho vive!” Ele teve a confirmação da sua fé.
* João 4,54: Um resumo da parte de João, o evangelista. João termina dizendo: “Este foi o segundo sinal que Jesus fez”. João prefere falar sinal e não milagre. A palavra sinal evoca algo que eu vejo com os olhos, mas cujo sentido profundo só a fé me faz descobrir. A fé é como Raio-X: faz descobrir o que a olho nu não se vê.
4) Para um confronto pessoal
1) Como você vive a sua fé? Confia na palavra de Jesus ou só crê na base de milagres e experiências sensíveis?
2) Jesus acolhe pessoas heréticas e estrangeiras. E eu, como me relaciono com as pessoas?
5) Oração final
Cantai hinos ao SENHOR, ó seus fiéis, rendei graças a sua santa memória; porque sua ira dura um instante, a sua bondade, por toda a vida. Se de tarde sobrevém o pranto de manhã vem a alegria. (Sl 29, 5-6)
A Parábola do Filho Pródigo
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A parábola do Filho Pródigo, o Senhor revela, de maneira forte e eloquente, o perdão e a misericórdia de Deus, contextualizando personagens tão próximos em uma situação fácil de ser compreendida; por isso esta parábola é uma das mais conhecidas e meditadas pelos cristãos. Com muita freqüência é o texto mais lido no tempo da Grande Quaresma da Igreja.
A parábola mostra a imensa misericórdia de Deus para com o homem pecador, mas também as disposições do pecador para encontrar a misericórdia. Deus é misericórdia, mas não invade a liberdade de seus filhos.
A misericórdia Divina é diferente da do homem.
«Os homens exercem a misericórdia na medida que podem. Em troca recebem-na de Deus de maneira copiosa. Pois não há comparação entre a misericórdia humana e divina. Entre elas há uma grande distância.» (S. João Crisóstomo)
Jesus dá início a uma reveladora face do Pai que está pronto a perdoar. João Batista, preparava o povo insistindo que houvesse o arrependimento e a conversão, pois haveria um terrível juízo sobre a terra. No entanto, Jesus veio «não para condenar o mundo, mas para salvá-lo» e «veio não para os justos mas para os pecadores.» (Jo 12,47)
Os destinatários desta misericórdia são os pobres, os estrangeiros, os miseráveis e os repudiados pela sociedade, aqueles que eram tidos como os mais pecadores entre os filhos de Israel. Para Jesus, o filho pródigo está sempre sendo esperado para ser acolhido. Deus espera-nos como o pai da parábola, estendendo para nós os braços. Mas é necessário que lhe abramos o coração, que tenhamos saudades do lar paterno, que nos maravilhemos e nos alegremos perante o dom que nos fez seus filhos. É preciso que nos deixemos, aconchegar pelo abraço misericordioso do Pai.
«Não podemos conhecer a Deus segundo sua grandeza, mas podemos conhece-Lo segundo seu amor e sua misericórdia. O amor é identificado pela gratuita filiação e a misericórdia revela-se pelo ininterrupto perdão que nos é oferecido a cada queda.» (Santo Irineu)
A vida humana é um constante voltar à casa do nosso Pai, pois somos pecadores e necessitamos deste retorno. «Levantar-me-ei e irei ter com meu pai... E lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.» (Lc 15,18)
Quando tomamos a decisão de retornar a casa do Pai, movidos pelo arrependimento, damos o primeiro passo para alcançar o perdão que nos é oferecido. A certeza deste perdão, só a teremos quando já estivermos dentro dos limites territoriais da casa. O perdão sacramental, que é a certeza absoluta do perdão divino, é dado quando já estivermos com nossos pés em solo familiar, isto é, na comunidade eclesial.
«Senhor misericordioso,
recebe a confissão do teu servo
e não leves em consideração os seus pecados,
mas o arrependimento e a contrição de seu coração
absolve suas culpas e apaga suas iniqüidades,
pois, Tu disseste, ó Senhor:
«não desejo a morte do pecador,
mas que se converta e viva»;
e, também: que os pecados devem ser perdoados
até setenta vezes sete.
Tu, de majestade incomparável e misericórdia infinita,
se te fixares em cada transgressão à tua Lei,
quem poderia subsistir?
Pois, Tu és o Deus dos que se arrependem
e nós te glorificamos, Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.»
(Oração do rito bizantino da Penitência).
A revelação que Jesus nos trouxe, mostrando um Pai que perdoa, tem sua continuidade na Igreja, através do sacramento da Reconciliação. «Tudo quanto ligares na terra será ligado no céu.»
O perdão divino continua a ser exercido na Igreja por iniciativa e vontade de Deus e pelo poder que lhe deu o próprio Cristo.
«A Igreja, corpo místico do Ressuscitado, abraça todos os filhos pródigos que voltam à casa paterna, oferecendo-lhes a roupa nova da reconciliação, o anel da filiação e a dignidade de sentar-se à mesa do Cordeiro.» (S. Agostinho de Hipona)
Participando das riquezas da casa paterna, mas desejando uma completa independência, o mais novo dos filhos achou melhor dirigir sua própria vida, apossando-se do dinheiro que lhe pertencia, gastando com festas, amizades e alegrias vãs. O pecado do filho mais novo, não foi sair de casa, nem tomar a herança que legalmente era sua. O erro consistiu em gastar a sua herança, desfrutando de prazeres mundanos, desprezando sua família, pois achava que ela não tinha mais nada a lhe oferecer. Ele queria ser seu próprio senhor e se transformou em escravo. Ele desejava a liberdade e se transformou em prisioneiro das paixões mundanas. Quando o homem se deixa iludir pelas tentações, toma decisões equivocadas, pois seu coração se enche de orgulho e vaidade.
A permanência do filho mais velho na casa de seu pai, no entanto, não lhe dava garantia de que seu coração fosse bom. Não bastou permanecer na casa do Pai para ser digno de participar do Banquete; era preciso saber perdoar. Não bastou nada ter feito de reprovável; era necessário esperar e desejar a volta daqueles que se afastaram. A Igreja não é a Comunidade daqueles que não erram, dos que não caem. Ela é a casa dos pecadores que se reconciliam com o Pai. È a casa daqueles que sentem imensa alegria em acolher os que retornam à convivência dos irmãos.
«Alegrai-vos comigo,
pois teu irmão estava morto e reviveu;
estava perdido e foi achado.» (Lc 15,32)
A alegria é uma característica do cristão, uma vez que nossa fé está alicerçada na Ressurreição de Jesus. Esta alegria é sinônimo de júbilo quando vemos que um irmão se reconcilia com o outro e quando nos reconciliamos com Deus, através do sincero arrependimento, pela sacramento da Confissão.
Sabemos o quanto este Sacramento, nos dias atuais, não é devidamente procurado por nós cristãos. A Igreja Bizantina empenha-se, principalmente neste tempo de preparação para a Páscoa, em proclamar o valor e a eficácia do sacramento da Reconciliação na vida dos fiéis. "É um verdadeiro tesouro da Igreja", diz-nos São João Damasceno. Tesouro este que deve ser redescoberto.
... Que saibamos, então, «trilhar os caminhos que nos levarão a alegria que nos reconciliar com Deus, por meio de orações e súplicas, pois Ele já está a caminho com seus braços abertos para nos acolher em seu divino coração.» (Santo Atanásio). Fonte: www.ecclesia.org.br
Perdoar, para ser perdoado
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Pe. José Artulino Besen
«Eis como meu Pai celeste agirá convosco,
se cada um de vós não perdoar,
de coração, ao seu irmão». (Mt 18,35)
Existe unia situação em que Deus não perdoa, em que sua justiça se manifesta: quando aquele que é perdoado não sabe perdoar. É atitude de tanta importância e exigência que se encontra na Oração que Jesus ensinou, o Pai-nosso: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6,12). A justiça de Deus se manifesta a nosso pedido: que ele nos perdoe, mas somente se nós perdoarmos! Nem sempre nos damos conta da seriedade e severidade deste pedido.
Jesus exemplifica a atitude de Deus e do homem com uma história. Um servo devia unia fortuna a seu rei. Como não podia pagá-la, foi perdoado. Apenas saiu, no caminho encontrou um amigo que lhe devia uma ninharia. Foi intransigente: ou lhe pagasse, ou iria preso. E mandou prendê-lo, sem compaixão. Pouco depois, o rei ficou sabendo da dureza de seu servo. Indignado, mandou prendê-lo e confiscar-lhe os bens, até que pagasse tudo. O rei foi justíssimo: como alguém que foi perdoado em muito, não foi capaz de perdoar em pouco?
A situação se repete em nossa vida, infelizmente com muita freqüência. Tanto em relação a Deus, como ao próximo. Somos perdoados com imensa misericórdia, e depois usamos medidas rigorosas e mesquinhas para perdoarmos o semelhante. Normalmente, os que menos perdoam ofensas, são os que mais ofendem. O marido infiel exige fidelidade absoluta de sua esposa, sendo capaz de matá-la num lance de ciúme. O atleta mais bruto do estádio, geralmente é o que mais se indigna com a menor brutalidade. Quem muito exige para si acha sempre exagerado o que o outro pede.
O perdão é irmão gêmeo do amor: quem ama, perdoa, quem perdoa, ama. Quem ama, tem a bondade de admitir que o outro erra, e que somente poderá não mais errar se for perdoado. Perdoar e amar, dois pilares sobre os quais se edifica a vida cristã. Deus nos ama, e por isso nos perdoa. O agradecimento menor que lhe podemos oferecer é tomar a mesma atitude diante de quem nos ofendeu.
A intransigência no perdoar, destruiu muitas pessoas. Quiseram se reerguer, mas não encontraram uma família, grupo ou comunidade que as perdoasse. O não-perdão condenou-as à morte afetiva, espiritual, arruinou sua vida. Se os pais não perdoarem os deslizes de seus filhos, como poderão eles tentar uma nova vida? Se não perdoarmos as fraquezas de nossos amigos, que amizade é essa que não admite erros? Perdoar é sinal de inteligência e humanidade: hoje sou eu que devo perdoar; sem dúvida alguma, amanhã eu estarei precisando de perdão. Para poder me reerguer, poder crescer.
Mas, além de todas as considerações, basta essa: Deus me perdoa a cada vez que peço perdão. Ele não faz estatísticas de meus erros. Não vale a pena ter a mesma compreensão com os que me rodeiam? Fonte: https://pebesen.wordpress.com/2008/07/01/perdoar-para-ser-perdoado/
O QUE É PERDOAR?
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Pe. José Artulino Besen
Perdoar é um dos mais nobres gestos de que é capaz o ser humano. E também um dos mais difíceis. Quem sabe perdoar, praticamente atingiu a perfeição, pois viver sem ódio, sem mágoa, livre de todo ressentimento é possuir a verdadeira sabedoria de viver. Acima de tudo, quem sabe perdoar compreende de modo pleno uma das maiores necessidades do ser humano: ser perdoado sempre. Se errar faz parte da fraqueza humana, ser perdoado é o único caminho para ser redimido do erro. Quem não recebe o perdão, praticamente está impossibilitado de se recuperar. Negar o perdão é condenar o que errou a permanecer no erro.
O que é perdoar? É admitir que a fraqueza humana esteja sempre presente, mesmo na pessoa que vive na mais reta intenção, e que o erro de hoje necessariamente não se repetirá amanhã. Assim, perdoar é oferecer à pessoa um crédito de confiança: “Você errou. Eu o perdôo, ofereço‑lhe uma nova oportunidade. Aquilo que você fez não existe mais. Você é uma nova criatura, com nova chance”.
Como é bom, num momento de fraqueza, receber uma nova oportunidade! Ter gente que confia em nossa recuperação! Quando um pai perdoa ao filho o erro cometido, lhe está dizendo exatamente isso: “Meu filho, você errou. Mas você pode ser diferente. Conte comigo”. Por outro lado, não o perdoando, estará dizendo: “Meu filho, você não tem jeito mesmo. Não conte mais comigo”. É o caminho mais fácil para fazer com que o filho não lute mais para superar as próprias limitações. É condená‑lo a repetir o erro.
Todos nós, praticamente, já vivemos esta gratificante experiência de termos sido perdoados em momentos de fraqueza. Foi esse perdão fraterno que nos deu ânimo para reiniciar o caminho. Por outro lado, também já passamos pela dolorosa experiência de termos errado e não recebido o perdão reanimador. Foi muito difícil, então, recolher forças para recomeçar! Pareceu até que os outros tinham prazer em que permanecêssemos nos erro, em nos ver atolando sempre mais.
Perdoar é reconhecer a quase infinita capacidade do ser humano de se regenerar. Por pior que alguém seja, a chama da bondade nele não está extinta. Basta um pequeno sopro, e a chama brilha com força. Transforma‑se em labareda. Assim como ninguém é totalmente bom, ninguém é totalmente mau.
Perdoar é participar da misericórdia divina, que faz o sol brilhar sobre justos e injustos. Quanto maior o pecado, mais intensa a presença amorosa de Deus. Saber perdoar é ser capaz de realizar o mais divino dos gestos para com o ser humano: o gesto do perdão. Fonte: https://pebesen.wordpress.com
Morrer é preciso...
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Num artigo muito interessante, Paulo Angelim, que é arquiteto, pós-graduado em marketing, dizia mais ou menos o seguinte:
Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas a ausência de vida e isso é um erro existem outros tipos de morte e precisamos morrer todo dia. Morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação.
Não existe planta sem a morte da semente.
Não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma.
Não existe borboleta sem a morte da lagarta.
Isso é óbvio. A morte nada mais é que o ponto de partida para o início de algo novo, a fronteira entre o passado e o futuro.
Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.
Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas. E após formado, aí sim, você deverá se atirar com tudo o que tem naquilo que vai fazer, não perdendo tempo nem desperdiçando oportunidades, pois quanto antes você dominar e saber exatamente o que vai fazer é bom para você e para aqueles para quem trabalha.
Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta ou o solteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projeto e tempo com mais ninguém.
Quer ter boas amizades? E
ntão mate dentro de si a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesmo. Mate a vontade de tentar manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência. Respeite seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos.
Quer ser útil na sua comunidade? Então prepare-se para “doar-se” inteiramente a uma causa humanitária sem retorno ou esperanças de grandiosidade. Você só participa realmente, colaborando de alguma forma física ou mentalmente. Quando sair de casa para participar de qualquer reunião, prepare-se para sugerir mas já certo que vai ajudar naquilo que propôs. Se vai para criticar ou julgar, também é necessário a sua participação na resolução do problema senão a sua participação é superficial, pois estará propondo trabalho para as outras pessoas e você volta para casa tranqüila e sem nenhum compromisso e ainda se acha no direito de cobrar das pessoas aquilo que não ajudou. Deve morrer para as palavras “não posso”, “não vai dar certo”, “já tenho compromisso”, “não vai dar tempo”. Se você não pode ajudar, também não deve desestimular as pessoas de tentarem fazer alguma coisa. Não haja como aquela pessoa que não podendo fazer, também não quer que nada seja feito ou aconteça, ou que tudo deve ser feito de maneira simples, banal, sem responsabilidade, sem ordem, sem organização.
Enfim todo processo de evolução exige que matemos o nosso "eu" passado, inferior
e qual o risco de não agirmos assim? O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo essa produtividade, e, por fim prejudicando nosso sucesso.
Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam e acabam se transformando em projetos acabados, híbridos, adultos infantilizados.
Podemos até agir, às vezes, como meninos, mas com brincadeiras, sorriso fácil, vitalidade, disposição, tolerância, criatividade, etc.
Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar atitudes infantis, para passarmos a agir como adultos.
Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e evoluído? Então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, é o "egoísmo" é o "egocentrismo", para que nasça o ser que você tanto deseja ser.
Pense nisso e morra. Mas, não esqueça de nascer melhor ainda .
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Sábado, 30 de março-2019. 3ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, alegrando-nos cada ano com a celebração da Quaresma, possamos participar com fervor dos sacramentos pascais e colher com alegria todos os seus frutos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 18, 9-14)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 9Jesus lhes disse ainda esta parábola a respeito de alguns que se vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros: 10Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano. 11O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali. 12Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros. 13O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador! 14Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lc 18,9-14
* No Evangelho de hoje, Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano para ensinar como rezar. Jesus tinha outra maneira de ver as coisas da vida. Ele via algo de positivo no publicano, de quem todo mundo dizia: “Ele nem sabe rezar!” Jesus vivia tão unido ao Pai pela oração, que tudo se tornava expressão de oração para ele.
* A maneira de apresentar a parábola é muito didática. Lucas dá uma breve introdução que serve como chave de leitura. Em seguida, Jesus conta a parábola e, no fim, o próprio Jesus faz a aplicação da parábola na vida.
* Lucas 18,9: A introdução. A parábola é apresentada com a seguinte frase: "Jesus contou ainda esta parábola para alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros!" A frase é de Lucas. Ela se refere, ao tempo de Jesus. Mas ela também se refere ao tempo do próprio Lucas e ao nosso tempo. Sempre há pessoas e grupos de pessoas que se consideram justos e fiéis e que desprezam os outros como ignorantes e infiéis.
* Lucas 18,10-13: A parábola. Dois homens sobem ao templo para rezar: um fariseu e um publicano. Na opinião do povo daquela época, os publicanos não prestavam para nada e não podiam dirigir-se a Deus, pois eram pessoas impuras. Na parábola, o fariseu agradece a Deus por ser melhor do que os outros. A sua oração nada mais é do que um elogio de si mesmo, uma auto-exaltação das suas boas qualidades e um desprezo pelos outros e pelo próprio publicano. O publicano nem sequer levanta os olhos, bate no peito e apenas diz: "Meu Deus, tem dó de mim que sou um pecador!" Ele se coloca no seu lugar diante de Deus.
* Lucas 18,14: A aplicação. Se Jesus tivesse deixado ao povo opinar para dizer quem dos dois voltou justificado para casa, todos teriam respondido: "É o fariseu!" Pois esta era a opinião comum naquela época. Jesus pensa diferente. Para ele, quem voltou justificado para casa, isto é, em boas relações com Deus, não é o fariseu, mas sim o publicano. Jesus virou tudo pelo avesso. As autoridades religiosas da época não devem ter gostado da aplicação que ele fez desta parábola.
* Jesus Orante. É sobretudo Lucas que nos informa sobre a vida de oração de Jesus. Ele apresenta Jesus em constante oração. Eis uma lista de textos do evangelho de Lucas, nos quais Jesus aparece em oração: Lc 2,46-50; 3,21: 4,1-12; 4,16; 5,16; 6,12; 9,16.18.28; 10,21; 11,1; 22,32; 22,7-14; 22,40-46; 23,34; 23,46; 24,30. Lendo o evangelho de Lucas você poderá encontrar outros textos que falam da oração de Jesus. Jesus vivia em contato permanente com o Pai. A respiração da vida dele era fazer a vontade do Pai (Jo 5,19). Jesus rezava muito e insistia, para que o povo e seus discípulos fizessem o mesmo, pois é no contato com Deus que a verdade aparece e que a pessoa se encontra consigo mesma em toda a sua realidade e humildade. Em Jesus, a oração estava intimamente ligada aos fatos concretos da vida e às decisões que ele devia tomar. Para poder ser fiel ao projeto do Pai, ele buscava estar a sós com Ele para escutá-lo. Jesus rezava os Salmos. Como todo judeu piedoso, conhecia-os de memória. Jesus chegou a fazer o seu próprio salmo. É o Pai Nosso. Sua vida era uma oração permanente: "Eu a cada momento faço o que o Pai me mostra para fazer!" (Jo 5,19.30). A ele se aplica o que diz o Salmo: "Eu sou oração!" (Sl 109,4).
4) Para um confronto pessoal
- Olhando no espelho desta parábola, eu sou como o fariseu ou como o publicano?
- Tem pessoas que dizem que não sabem rezar, mas elas conversam com Deus o tempo todo. Você conhece pessoas assim?
5) Oração final
Ó Deus, tem piedade de mim, conforme a tua misericórdia; no teu grande amor cancela o meu pecado. Lava-me de toda a minha culpa, e purifica-me de meu pecado. (Sl 50, 3-4)
Relatório para ex-futebolista virou seminarista causa um rebuliço na Internet
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Em um artigo recente que atraiu muita atenção na Irlanda e nos Estados Unidos, a história de Niall McDonag um exfutbolista que recebeu o chamado ao sacerdócio após uma lesão esportiva que o obrigou a deixar sua carreira foi transmitido, e outros trágicos acontecimentos que marcaram a sua vida
No final de fevereiro, o programa nacional RTE conduziu o seminarista entrevista 34 anos, que além da grave lesão, perdeu em apenas alguns meses seu primo e o suicídio de seu irmão, e seu pai vítima de câncer.
"Minha prioridade número um na vida naquela época era esporte e de lá eu costumava ter toda a minha felicidade. Eu me lembro que depois que me machuquei jogando futebol, o cirurgião que entrou na sala disse: "Olhe Niall, na pior das hipóteses, teremos que amputar a perna", disse ele à rede de TV.
Niall disse que naquela época ele era uma pessoa "muito superficial" que vivia "preso em sua aparência".
"Basicamente, sendo muito superficial, esse tipo de notícia era como uma faca no coração", acrescentou. No entanto, confrontado com os momentos difíceis que teve de enfrentar, Niall admitiu que não tinha escolha senão olhar novamente para Deus em busca de misericórdia.
"Eu tive que lidar com a morte do meu irmão mais velho. Quando você passa por esses trágicos acontecimentos em sua vida, você deve tomar uma decisão. Eu não podia mudar minhas circunstâncias, então de muitas maneiras, fui forçado a me mudar ".
"Um dos pertences do meu falecido irmão era sua Bíblia e muito tarde da noite, por algum motivo, comecei a ler as escrituras e comecei a desenvolver um relacionamento com Deus", disse ele.
Mais tarde, Niall deixou seu emprego em Dublin e mudou-se para Nova York para entrar no seminário e se voluntariar para cuidar dos sem-teto e viciados em drogas.
"Eu sei que meu tempo é limitado, tudo ao meu redor é temporário, então eu quero tentar usar este tempo da melhor maneira que puder, e não há melhor maneira do que servir a Deus", disse o seminarista.
Atualmente, Niall atende às populações vulneráveis do Bronx (Nova York). "Embora as pessoas não tenham muito aqui e haja falta de oportunidades, a humanidade é linda", disse ele.
Nos próximos meses, após três anos de estudos e preparação nos Estados Unidos, Niall terá que retornar à Irlanda e discernir por mais um ano sua vocação sacerdotal. Após sua aparição no Nationwide, centenas de pessoas compartilharam e comentaram positivamente nas redes sociais a história de Niall. Fonte: https://www.aciprensa.com
Sexta-feira, 29 de março-2019. 3ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Infundi, ó Deus, vossa graça em nossos corações, para que, fugindo aos excessos humanos, possamos, com vosso auxílio, abraçar os vossos preceitos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 12, 28b-34)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 28Achegou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, vendo que lhes respondera bem, indagou dele: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? 29Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; 30amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. 31Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe. 32Disse-lhe o escriba: Perfeitamente, Mestre, disseste bem que Deus é um só e que não há outro além dele. 33E amá-lo de todo o coração, de todo o pensamento, de toda a alma e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios. 34Vendo Jesus que ele falara sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus. E já ninguém ousava fazer-lhe perguntas. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* No Evangelho de hoje (Mc 12,28b-34), os escribas ou doutores da Lei querem saber de Jesus qual o maior mandamento. Hoje também muita gente quer saber o que é o mais importante na religião. Uns dizem que é ser batizado. Outros, que é rezar. Outros dizem: ir à Missa ou participar do culto no domingo. Outros ainda: amar o próximo e lutar por um mundo mais justo! Outros estão preocupados só com as aparências ou com os cargos na igreja.
* Marcos 12,28: A pergunta do doutor da Lei. Pouco antes da pergunta do escriba, a discussão tinha sido com os saduceus em torno da fé na ressurreição (Mc 12,23-27). O doutor, que tinha assistido ao debate, gostou da resposta de Jesus, percebeu a grande inteligência dele e quis aproveitar da ocasião para fazer uma pergunta de esclarecimento: “Qual é o maior de todos os mandamentos?” Naquele tempo, os judeus tinham uma grande quantidade de normas para regulamentar na prática a observância dos Dez Mandamentos da Lei de Deus. Alguns diziam: “Todas estas normas têm o mesmo valor, pois todas vêm de Deus. Não compete a nós introduzir distinções nas coisas de Deus”. Outros diziam: “Algumas leis são mais importantes que as outras e, por isso, obrigam mais!” O doutor quer saber qual a opinião de Jesus.
* Marcos 12,29-31: A resposta de Jesus. Jesus responde citando um trecho da Bíblia para dizer que o mandamento maior é “amar a Deus com todo o coração, com toda a alma, com todo o entendimento e com toda a força!” (Dt 6,4-5). No tempo de Jesus, os judeus piedosos recitavam esta frase três vezes ao dia: de manhã, ao meio dia e à noite. Era tão conhecida entre eles como entre nós, hoje, o Pai-Nosso. E Jesus acrescenta, citando novamente a Bíblia: “O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’ (Lv 19,18). Não existe outro mandamento maior do que estes dois”. Resposta breve e muito profunda! É o resumo de tudo que Jesus ensinou sobre Deus e sobre a vida (Mt 7,12).
* Marcos 12,32-33: A resposta do doutor da lei. O doutor concordou com Jesus e concluiu: “Sim, amar a Deus e amar ao próximo é muito mais importante do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios”. Ou seja, o mandamento do amor é mais importante que os mandamentos relacionados com o culto e os sacrifícios do Templo. Esta afirmação já vinha desde os profetas do Antigo Testamento (Os 6,6; Sl 40,6-8; Sl 51,16-17). Hoje diríamos que a prática do amor é mais importante que novenas, promessas, missas, rezas e procissões.
* Marcos 12,34: O resumo do Reino. Jesus confirma a conclusão do doutor e diz: “Você não está longe do Reino!” De fato, o Reino de Deus consiste em unir os dois amores: amor a Deus e amor ao próximo. Pois se Deus é Pai/Mãe, nós todos somos irmãos e irmãs, e temos que mostrar isto na prática, vivendo em comunidade. "Destes dois mandamento dependem toda a lei e os profetas!" (Mt 22,40) Os discípulos e as discípulas, que coloquem na memória, na inteligência, no coração, nas mãos e nos pés esta lei maior, pois não se chega a Deus a não ser através da doação total ao próximo!
* Jesus tinha dito ao doutor da Lei: "Você não está longe do Reino!" (Mc 12,34). O doutor já estava perto, mas para poder entrar no Reino teria que dar mais um passo. No AT o critério do amor ao próximo era ““Amar o próximo como a sim mesmo”. No NT, Jesus alargou o sentido do amor: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado! (Jo 15,12-13). Agora o critério será “Amar o próximo como Jesus nos amou!”. É o caminho certo para se chegar a uma convivência mais justa e mais fraterna.
4) Para um confronto pessoal
- Para você, o que é o mais importante na religião?
- Nós, hoje, estamos mais perto ou mais longe do Reino de Deus do que o doutor que foi elogiado por Jesus? O que você acha?
5) Oração final
Entre os deuses nenhum é como tu, Senhor, e nada há que se iguale a tuas obras. Pois tu és grande e fazes maravilhas; só tu és Deus. (Sl 85, 8.10)
Morre vigário-geral de Formosa acusado de desviar dinheiro da igreja
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Morre vigário-geral de Formosa acusado de desviar dinheiro da igreja
Epitácio Cardozo Pereira, 69 anos, teve complicações decorrentes de um quadro de pneumonia e morreu vítima de uma infecção generalizada
Morreu, nesta quinta-feira (28/3), aos 69 anos, o vigário-geral da cidade de Formosa, em Goiás, Epitácio Cardozo Pereira. O religioso era o número dois na hierarquia da Igreja no município e na região e não resistiu às complicações de um quadro de pneumonia. Ele estava internado desde o início do mês, antes de dar entrada no Hospital de Neurologia Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia (GO), em estado grave.
Epitácio era um dos investigados na Operação Caifás, do Ministério Público de Goiás (MPGO), que apura, desde o ano passado, o desvio de R$ 2 milhões dos cofres da Igreja Católica. De acordo com o atestado de óbito emitido por uma das médicas plantonistas do hospital, a morte ocorreu às 18h05 e foi provocada por uma infecção generalizada. Ainda não há detalhes sobre o velório ou o sepultamento de Epitácio.
Os advogados do vigário lamentaram o fato e emitiram uma nota acerca do ocorrido. No texto, eles afirmam que a operação do MPGO se trata de uma "ação penal midiática sustentada tão-somente em condutas atípicas" e que têm a "firme convicção de que as injustiças e as misérias do processo penal também causam mortes diretas". O documento é assinado por 13 defensores dos envolvidos.
Operação Caifás
Deflagrada em 19 de março de 2018, a Operação Caifás resultou na acusação de 11 pessoas, devido a denúncias de envolvimento no esquema de desvio de bens. A suspeita é de que os investigados na operação tenham adquirido propriedades, veículos e joias com dinheiro pago pelos fiéis em casamentos, batizados e eventos promovidos pelas paróquias e cujos preços foram reajustados. Os envolvidos respondem por apropriação indébita, associação criminosa e alguns por lavagem de dinheiro.
Além de Epitácio, foram investigados Thiago Wenseslau, juiz eclesiástico; Waldson José de Melo, pároco da Paróquia Sagrada Família, em Posse (GO); Guilherme Frederico Magallhães, secretário da Cúria de Formosa; Darcivan da Conceição Serracena, funcionário da Diocese de Formosa; Edmundo da Silva Borges Junior, advogado da Diocese de Formosa; Pedro Henrique Costa Augusto e Antônio Rubens Ferreira, empresários apontados como laranjas do esquema; Mario Vieira de Brito, pároco da Paróquia São José Operário, em Formosa; Moacyr Santana, pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, também em Formosa; e José Ronaldo Ribeiro, bispo da mesma cidade.
Assim que a ação foi deflagrada, nove dos acusados permaneceram presos por quase 30 dias. Mas, na terceira tentativa dos advogados na Justiça, a defesa conseguiu um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Os advogados dos réus afirmaram que a denúncia era "uma verdadeira peça de ficção produzida desde as investigações exclusivas realizadas pelo Ministério Público, como que buscando transformar atividades corriqueiras do exercício religioso e sua gestão interna em tipos penais alheios à atividade da Igreja Católica".
Em 5 de setembro, os defensores de seis dos réus encaminharam um pedido à corte para cancelar a ação penal e impedir que o processo continuasse. A justificativa era de que a verba seria privada e os religiosos poderiam dar qualquer finalidade a ela. No entanto, em 11 de setembro, a desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira indeferiu o pedido. Agora, uma liminar tramita na 2ª Vara Criminal do município goiano, onde o caso será julgado. Em 12 de setembro, o bispo dom José Ronaldo Ribeiro, acusado de ser o mentor do esquema, renunciou ao cargo. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
Quinta-feira, 28 de março-2019. 3ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
À medida que se aproxima a festa da salvação, nós vos pedimos, ó Deus, que nos preparemos com maior empenho para celebrar o mistério da Páscoa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 14-23)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 14Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. 15Alguns, porém, disseram: “É pelo poder de Beelzebu, o chefe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, ele disse-lhes: “Todo reino dividido internamente será destruído; cairá uma casa sobre a outra. 18Ora, se até Satanás está dividido internamente, como poderá manter-se o seu reino? Pois dizeis que é pelo poder de Beelzebu que eu expulso os demônios. 19Se é pelo poder de Beelzebu que eu expulso os demônios, pelo poder de quem então vossos discípulos os expulsam? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, é porque o Reino de Deus já chegou até vós. 21Quando um homem forte e bem armado guarda o próprio terreno, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um mais forte do que ele e o vence, arranca-lhe a armadura em que confiava e distribui os despojos. 23Quem não está comigo é contra mim; e quem não recolhe comigo, espalha. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O evangelho de hoje é de Lucas (Lc 11,14-23). O texto paralelo de Marcos (Mc 3,22-27) já foi meditado no dia 28 de janeiro deste ano.
* Lucas 11,14-16: As diferentes reações diante da expulsão de um demônio. Jesus tinha expulsado um demônio que era mudo. A expulsão provocou duas reações diferentes. De um lado, a multidão do povo que ficou admirado e maravilhado. O povo aceita Jesus e acredita nele. Do outro lado, os que não aceitam Jesus e não acreditam nele. Destes últimos, alguns diziam que Jesus expulsava os demônios em nome de Beelzebu, o príncipe dos demônios, e outros queriam dele um sinal do céu. Marcos informa que se tratava de escribas vindos de Jerusalém (Mc 3,22), que não concordavam com a liberdade de Jesus. Queriam defender a Tradição contra as novidades de Jesus.
* Lucas 11,17-22: A resposta de Jesus tem três partes:
1ª parte: comparação do reino dividido (vv. 17-18ª) Jesus denuncia o absurdo da calúnia escribas. Dizer que ele expulsa os demônios com a ajuda do príncipe dos demônios é negar a evidência. É o mesmo que dizer que a água é seca, e que o sol é escuridão. Os doutores de Jerusalém o caluniavam, porque não sabiam explicar os benefícios que Jesus realizava para o povo. Estavam com medo de perder a liderança. Sentiam-se ameaçados na sua autoridade junto ao povo.
2ª parte: por quem expulsam vossos filhos? (vv.18b-20) Jesus provoca os acusadores e pergunta: “Se eu expulso em nome de Belzebu, em nome de quem os discípulos de vocês expulsam os demônios? Que eles respondam e se expliquem! Se eu expulso o demônio pelo dedo de Deus, é porque chegou o Reino de Deus!”.
3ª parte: chegando o mais forte ele vence o forte (vv.21-22) Jesus compara o demônio com um homem forte. Ninguém, a não ser uma pessoa mais forte, poderá roubar a casa de um homem forte. Jesus é este mais forte que chegou. Por isso, ele consegue entrar na casa e amarrar o homem forte. Consegue expulsar os demônios. Jesus amarrou o homem forte e agora rouba a casa dele, isto é, liberta as pessoas que estavam no poder do mal. O profeta Isaías já tinha usado a mesma comparação para descrever a vinda do messias (Is 49,24-25). Por isso Lucas diz que a expulsão do demônio é um sinal evidente de que chegou o Reino de Deus.
* Lucas 11,23: Quem não está comigo é contra mim. Jesus termina sua resposta com esta frase: “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”. Em outra ocasião, também a propósito de uma expulsão de demônio, os discípulos impediram um homem de usar o nome de Jesus para expulsar um demônio, pois ele não era do grupo dele. Jesus respondeu: “Não impeçam! Quem não é contra vocês é a vosso favor!” (Lc 9,50). Parecem duas frases contraditórias, mas não são. A frase do evangelho de hoje é dita contra os inimigos que tem preconceito contra Jesus: “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”. Preconceito e não aceitação tornam o diálogo impossível e rompe a união. A outra frase é dita para os discípulos que pensavam ter o monopólio de Jesus: “Quem não é contra vocês é a vosso favor!” Muita gente que não é cristão pratica o amor, a bondade, a justiça, muitas vezes até melhor do que os cristãos. Não podemos excluí-los. São irmãos e parceiros na construção do Reino. Nós cristãos não ´somos donos de Jesus. É o contrário: Jesus é o nosso dono!
4) Para um confronto pessoal
1) “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa” Como isto acontece na minha vida?
2) “Não impeçam! Quem não é contra vocês é a vosso favor!” Como isto acontece na minha vida?
5) Oração final
Vinde, exultemos no SENHOR, aclamemos o Rochedo que nos salva, vamos a ele com ações de graças, vamos aclamá-lo com hinos de alegria. (Sl 94, 1-2)
Outro olhar: solenidade da anunciação do Senhor
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Seguimos a jornada... entre as estações, verão e outono. “E o anjo retirou-se” (Lc 1,38), assim termina o evangelho depois do encontro entre o anjo Gabriel, enviado por Deus, e Maria de Nazaré. Para onde ele foi? Sou tomado pela voz de alguém... Quem está próximo de mim? Teria o anjo deixado Maria para me visitar? Onde ele está? Entre as esperas, chegadas, partidas e saudades, formam-se o fio elementar da tessitura da vida.
O comentário é de Carlos Rafael Pinto, mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH) e graduado em Filosofia e Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES-JF).
Imagino que Deus, depois de pensar, considerar, discernir entre os anjos, arcanjos, querubins e serafins, chamou o anjo Gabriel: “Gabriel, preciso de sua ajuda!”. Sem entender muito bem, ele se aproximou de Deus: “O Senhor me chamou?”, perguntou Gabriel, “Sim, Gabriel”, respondeu Deus, “Desejo lhe enviar à pequena cidade de Nazaré, para visitar uma jovem chamada Maria”.
Depois de pensar, por um instante de suspiro, Gabriel disse: “Estou precisando de férias mesmo... a vida está sobrecarregada! Nunca invocaram tanto meu nome: alguns me chamam de anjo Gabriel, outros de simplesmente Gabriel... Senhor, em que consiste essa visita? Quem é essa Maria?”. Deus respondeu: “Maria é uma jovem pobre e trabalhadora que escolhi entre todas. Se ela aceitar, vai gerar meu filho”. “Como assim, Senhor?”, interpelou Gabriel, “Ela não está prometida a José?”.
“Se ela aceitar, vai gerar meu filho”, disse novamente Deus, “E José? Espero que ele a acompanhe e cuide de meu filho, como se fosse dele! Gabriel, seguimos a jornada... experimentamos tantas estações: verão, outono, inverno, primavera. Desejo que a primavera seja mais intensa e leve”. Deus lhe pediu, com ternura: “Você vai proclamar a chegada do sinal primaveril, para interromper esse inverno rigoroso... Aceita?”.
Após dar uma volta no jardim, Gabriel voltou ao encontro de Deus e respondeu que faria essa viagem, desde que ela não substituísse suas férias. Então, partiu Gabriel para Galileia à procura de Maria. Passou por vários lugares. Encontrou com várias pessoas... Quando chegou a Galileia, foi direto para Nazaré em busca de Maria, conforme escutamos no evangelho de Lucas 1, 26-38.
Imagino que ele encontrou com várias jovens chamadas Maria, e, misteriosamente, uma Maria o afetou interiormente. Pensou consigo: “Que bela jovem, mas... Parece que ela vai atravessar um inverno breve e rigoroso. Seria ela mesma a que Deus escolheu?”. Gabrielsente no seu íntimo que essa era a jovem, para quem ele foi enviado: “Deus não convidaria outra jovem, a não ser aquela que poderia hospedar no seu ventre a primavera da esperança”.
O anjo Gabriel se aproximou de Maria: por um tempo, olhares se interpenetraram – de um estranhamento a uma familiaridade. De um silêncio a um murmúrio... Ele lhe fez saudação dizendo: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1, 28), a partir da qual se desenrolou e ainda se desenrola o fio elementar da tessitura da vida e da salvação.
O que aconteceu com Maria de Nazaré a partir do encontro com o anjo Gabriel? O que permaneceu nela? Seria apenas a lembrança de uma visita inesperada... O rosto do anjo? Ou seria o frescor de sua presença? Suas palavras afáveis? Ela hospedou palavra por palavra do anjo Gabriel... Certamente, Maria desejaria que esse encontro entre eles se estendesse, continuasse por horas e horas a fio. O que restou? A saudade desse encontro, a gratidão pela visita e a presença misteriosa de quem se retirou. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
A grande coragem de ser pároco.
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Cardeal Gianfranco Ravasi
“Um dos principais responsáveis, talvez o único responsável, pelo aviltamento das almas é o sacerdote medíocre.” Essa advertência surgia da pena de um escritor que compôs um dos mais afiados e dramáticos retratos sacerdotais. Foi Georges Bernanos que, em 1936, publicou aquela obra-prima que é o “Diário de um pároco de aldeia”, que também se tornou um extraordinário filme de Bresson (1950).
O comentário é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, em artigo publicado por Il Sole 24 Ore, 17-03-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O protagonista, como se sabe, não é um atleta da fé e da virtude: tímido, desajeitado, doente de câncer, com uma tara hereditária. Porém, nele, o espírito de Deus é epifânico, até mesmo diáfano, porque é transmitido pela sua caridade, por uma interioridade humilde e sofrida, por uma oração transfiguradora, por uma proximidade absoluta com a humanidade sofredora e pecadora.
Ele morreria como o Cristo agonizante, despojado, sujo de sangue, sem o conforto de Deus, assistido apenas por um ex-padre e pela sua companheira, e será precisamente o ex-padre, que ainda tem em si e para sempre o caráter sacerdotal, que o absolveria na confissão, antes de pronunciar, expirando as suas últimas palavras: “O que importa? Tudo é graça”.
Mesmo a uma distância sideral dessa obra, sempre se registrou uma tentativa de escavar na intimidade profunda do padre católico, especialmente neste período em que foi levantado o manto hipócrita com o qual alguns deles se revestiam, tornando-se sepulcros caiados, debaixo de cujas lajes de mármore se ocultam vermes e podridão, de acordo com a bem conhecida imagem evangélica.
Na verdade, a vulgata midiática, a esse respeito, já cunhou um cânone acusatório global que ignora os percentuais (muito mais baixos do que supomos) e os direitos de tutela até a condenação certa. O fato é que o crime desses “sacerdotes celerados” (a expressão estava nas “Recordações” de [Giovanni] Guicciardini, mas dizia respeito a outro vício muitas vezes rotulado pelo Papa Francisco como a ânsia pelo poder clerical) é muito mais grave precisamente por causa da sua identidade. O exame severo, por isso, é mais do que justificado, como foi desejado pelos dois últimos pontífices.
Impiedosa e exagerada, mas com uma verdade parcial e terrível própria, é a afirmação de que um célebre contemporâneo de Guicciardini, Maquiavel, emitia nos seus “Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio”: “Temos com a Igreja e com os padres, nós, italianos, esta primeira obrigação: de termos nos tornado sem religião e maus”. Era a antecipação do axioma de Bernanos sobre o padre medíocre ou, pior ainda, perverso, causa de escândalo e de colapso da fé na comunidade eclesial.
Dizíamos que outros tentaram imitar o escritor francês, mesmo em distâncias abissais. Talvez o mais fino e positivo foi o florentino Nicola Lisi, com o seu “Diário de um pároco do interior” (1942), cujas páginas têm as cores dos “Fioretti” franciscanos. Recentemente (2017), foi a vez de um jornalista esportivo, Gianni Clerici, com seu “Diário de um pároco do lago”, que lida com os contrabandistas da região e com um abandono final do ministério sacerdotal.
O fato é que se multiplicam, ao lado dos panfletos acusatórios mais ou menos escandalizadores, os livros que tentam escavar na vida padrão de um padre para encontrar as suas crises, suas sombras e suas luzes. Às vezes, com resultados um pouco banais e de fácil consumo: é o caso, por exemplo, do sucesso registrado pelo breve romance de um jornalista francês, Jean Mercier, com seu “Il signor parroco ha dato di matto” [O senhor pároco enlouqueceu] (Ed. San Paolo, 2017). O título diz tudo, porque esse padre, amargurado pela superficialidade dos seus fiéis, só conseguirá sacudi-los encastelando-se em uma cela no jardim da casa paroquial, com uma janelinha mínima para a rua, que se transforma em uma espécie de confessionário inédito.
Algo semelhante, mas com uma densidade temática diferente, até porque o relato é autobiográfico e motivado pastoralmente, está na base do testemunho de Thomas Frings, pároco em Münster, com um título desconsolado: “Non posso più fare il parroco” [Não posso mais ser pároco].
De fato, na sua página do Facebook. em fevereiro de 2016, ele anunciou que estava “corrigindo a rota”, abandonando “o esforço inútil” de um ministério eclesialesclerosado e sem sobressaltos espirituais nos fiéis: ele se retiraria para um período de licença e reflexão em um mosteiro beneditino. Nesse ponto, a sua longa sequência crítica em relação a uma missão pastoral cotidiana cinzenta e sem graça, narrada com vivacidade e até com ironia, torna-se paradoxalmente um toque de trombeta.
Outros sacerdotes e fiéis recolhem a provocação, porque se veem refletidos naquele retrato, e, assim, o Pe. Thomas retoma um ministério diferente entre mosteiro, comunidades externas e intervenções públicas. Muitos aspectos podem ser até discutidos, mas se trata de uma radiografia que revela a cárie de um esqueleto secular que precisa de sangue novo, especialmente nesta Europa tão secularizada, sobretudo se quisermos responder à interrogação inicial do título alemão “Aus, Amen, Ende?”(“Fora, amém, fim?”).
Nesse ponto, pode-se aproximar a voz de outro padre mais otimista, Giulio Dellavite, de Bérgamo, que opta por caminhar na delicada crista de dois gêneros, o narrativa e o ensaístico. O título só pode impressionar aqueles que não estão acostumados com a linguagem bíblica: “Se ne ride chi abita i cieli” [Aquele que habita os céus ri] é uma frase do versículo 4 do Salmo 2, que, com um antropomorfismo, representa um Deus bastante sarcástico em relação ao agir humano em relação a ele e ao seu Messias.
Por um lado, portanto, há o registro narrativo do empresário com o carro em pane, que, em uma noite sombria, pede socorro batendo na porta de um mosteiro isolado, com uma série de reviravoltas sucessivas.
Por outro, há o diálogo com os personagens desse pequeno mundo, do abade ao porteiro, do bibliotecário ao verdureiro, e assim por diante, em uma ramificação progressiva de temas que vagam sobre as planícies da existência, mas que também escalam os altos caminhos da reflexão moral e teológica.
Delineia-se, assim, um surpreendente contraponto, em que os papéis podem se inverter quando se inicia o caminho da busca de sentido. É claro que o monge parece ter mais a dizer e a oferecer, tanto que o empresário descobre vislumbres inéditos do ser e da existência e, acima de tudo, percebe que deve retificar precisamente aquele patrimônio de liderança que levantava como sua bandeira.
No entanto, o religioso também não sairá ileso desse longo diálogo, que é substancialmente um ensaio sobre o poder como serviço, tanto que, no fim, elencam-se as fontes do magistério do Papa Francisco adotadas como tecido das páginas desse debate vivo, espiritual, mas não clerical, intelectual.
Thomas Frings. Così non posso più fare il parroco. Prefácio de Tullio Citrini. Milão: Ancora, 164 páginas.
Giulio Dellavite. Se ne ride chi abita i cieli. L’abate e il manager: lezioni di leadership fra le mura di un monastero. Milão: Mondadori, 220 páginas.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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