Missionários cristãos atuam em mais da metade de grupos indígenas na Amazônia
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Em algumas aldeias, religiosos construíram igrejas dentro de unidades de conservação, o que é proibido por lei
Renato Grandelle
RIO — Começou nas décadas de 1930 e 40, quando pesquisadores estrangeiros, com apoio de instituições brasileiras, adentraram na Amazônia para resgatar idiomas quase extintos diante do desaparecimento de tribos. Mas além do interesse científico os missionários linguistas carregavam a Bíblia debaixo do braço. Quase um século depois, o avanço cristão deixou marcas floresta afora. Das 340 etnias indígenas presentes na região, 182, ou 53,5% do total, têm presença missionária evangélica. Em 132, representantes da população nativa participam d a pregação, segundo um relatório de 2010 da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB).
Órgãos oficiais, como a Fundação Nacional do Índio (Funai), não têm estimativas sobre a quantidade de grupos atuantes nas tribos. Em algumas, os religiosos construíram igrejas dentro dos territórios indígenas, o que é proibido por lei.
— É uma ocupação desordenada. Quando percebemos, os missionários já estão ali sem respeitar critérios como apresentar documentação e vacinação — relata Junio Esllei Martins de Oliveira, coordenador geral da ONG Instituto Kabu, que representa 12 aldeias caiapós no Pará. — Às vezes as missões condenam aspectos de nossa cultura, como o canto, a dança e a figura do pajé.
Esllei calcula que, entre os 1.700 caiapós que habitam as aldeias, 30% foram convertidos ao cristianismo evangélico. E ressalta que “não é contra nem a favor” do fenômeno, desde que as crenças indígenas sejam respeitadas:
— A Funai, que deveria controlar a entrada dessas pessoas, está muito fragilizada. Tem outras prioridades, como conter a ação de nosso território por grileiros. Estamos em uma área conhecida pelo intenso desmatamento.
O órgão indígena reconhece que algumas missões religiosas chegam à Amazônia sob o pretexto de realizar pesquisas científicas, incluindo o aprendizado de idiomas. Antropóloga e professora do Museu Nacional, Aparecida Vilaça, que estuda em Rondônia a tribo wari, critica o “descontrole e a conivência” do poder público.
— Um pesquisador precisa passar por uma série de requisitos para entrar em uma aldeia, como apresentar cronogramas do estudo e enviar seu projeto a colegas. Para os missionários, porém, não há controle, uma autorização formal para ingresso ou processo de expulsão. Alguns estão na mesma região há gerações — compara. — Eles entram no território com tecnologias e medicamentos. Associam a cura de doenças à oração, dizem que o fim do mundo está próximo e, por isso, aqueles que não rezam podem sofrer punições como ser engolidos por animais gigantes.
‘Ex-pajé’
O sermão catastrofista e o encanto com os artigos levados à aldeia põem em xeque a credibilidade dos líderes locais. É o caso de Perpera Suruí, pajé do Território Indígena Paiter Suruí, na fronteira de Rondônia com Mato Grosso. A cruzada promovida por pastores evangélicos contra rituais tradicionais, como a adoração de espíritos, jogou-o em uma espécie de limbo — deixou de receber remédios, bolsa de assistência social e carona para a cidade.
— Entregar programas de educação e saúde indígena a fundamentalistas é complicado — adverte Luiz Bolognesi, diretor e roteirista de “Ex-pajé”, documentário sobre Perpera
Suruí. — Os missionários promovem uma série de práticas ilegais, como montar igrejas em territórios indígenas. Hoje, Perpera é zelador de um templo.
Em 2010, segundo o relatório da AMTB, o país contava com uma associação indígena de tradutores — voltados principalmente para a conversão da Bíblia aos idiomas locais — e um conselho de pastores e líderes evangélicos indígenas.
— Os missionários estabelecem nas aldeias uma relação de cumplicidade, inclusive com os líderes indígenas, que muitas vezes estão em situação precária. Hoje, muitas têm pastores e diáconos indígenas — explica Artionka Capiberibe, antropóloga da Unicamp.
Da mesma forma como conseguem entrar em uma tribo, os missionários, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, não encontram dificuldades em retirar crianças daquele ambiente. Para isso, fazem exames em que atestam o que seriam más condições de saúde, e, já na cidade, cortam o contato entre os pequenos índios e sua família. Eles, então, passam por um processo “civilizacional” — aprendem o cristianismo, são alfabetizadas em português, ganham roupas e brinquedos e provam alimentos que não existem em sua aldeia. Fonte: https://oglobo.globo.com
2 de fevereiro, Dia Mundial da Vida Consagrada. “A missão dos consagrados é ser testemunhas do Reino de Deus, anunciado por Jesus”, dom Jaime Spengler
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No dia 2 de fevereiro, a Igreja celebra a Apresentação de Jesus no Templo e também o Dia Mundial da Vida Consagrada. O arcebispo de Porto Alegre e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, dom Jaime Spengler concedeu entrevista exclusiva ao portal da CNBB sobre a data e deixou uma mensagem especial a todos os consagrados. Na ocasião, dom Jaime confessou que expressar reconhecimento pela obra de evangelização realizada pelos consagrados e consagradas ainda é pouco diante de tantas inciativas e frentes alçadas em distintas regiões do Brasil.
Confira a entrevista na íntegra:
Dom Jaime, no contexto sociocultural em que vivemos, qual é o papel dos membros da vida consagrada?
A missão dos consagrados e consagradas é ser testemunhas do Reino de Deus, anunciado por Jesus. Através da profissão dos conselhos evangélicos os consagrados e consagradas escolheram e abraçaram um caminho especial de seguimento de Cristo, para se dedicarem a Ele e à causa do Reino por Ele anunciado de coração indiviso.
As pessoas que abraçam a Vida Consagrada deixam tudo para estar com Cristo e colocar-se, como Ele, ao serviço de Deus e dos irmãos e irmãs. A história da Igreja do Brasil é marcada pelo testemunho de uma miríade de consagrados/as. Quanto bem se fez e se faz através do empenho e dedicação de mulheres e homens que assumiram e assumem o Evangelho como regra de vida!
Expressar reconhecimento e gratidão por todo bem realizado em prol da obra da evangelização entre nós por esta parcela particular da comunidade de fé é pouco diante de tantas iniciativas, de tantas frentes de evangelização em distintas regiões de nosso imenso território.
A pastoral vocacional se tornou prioritária neste novo momento da história da evangelização?
A pastoral vocacional tem a tarefa de apresentar à comunidade de fé a beleza e dignidade da consagração através da profissão dos conselhos evangélicos. Ela é desafiada a propor às novas gerações esse estilo de vida na sua radicalidade e simplicidade.
No entanto, a melhor forma de promover a vida consagrada não consiste na criação de metodologias, organização, planejamento e estratégias. Isto é também necessário. Contudo, decisivo é o testemunho de vida de cada consagrado e de cada comunidade de vida consagrada. Há um ditado que diz o seguinte: “as palavras convencem, mas os exemplos arrastam”. O exemplo de vida comunitária, baseado no princípio da ‘mesa comum, caixa comum, capela comum’ e sustentado por uma vida autenticamente fraterna, onde cada membro da fraternidade cuida do outro e se deixa também cuidar pelo outro, onde as tarefas são assumidas em fraternidade, onde se faz sentir a alegria do Evangelho, na simplicidade e na generosidade, ali implicitamente se promove vocações. Onde o senso de pertença à família religiosa se faz sentir e a corresponsabilidade é visível se manifesta também o desejo de outros de participar da forma de vida.
São Paulo VI usou uma expressão muito bela e que, de algum modo, continua tendo valência em nossos dias: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”. Não podemos esquecer que o primeiro mandamento do Senhor ao falar de operários para a vinha é rezar; “Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe”. Será que em nossas comunidades religiosas, em nossas Paróquias estamos rezando pelas vocações à Vida Consagrada? Como rezamos?
Um outro aspecto que merece destaque quando falamos de pastoral vocacional diz da necessidade de falar bem uns dos outros; falarmos bem de nossas fraternidades; ou seja, apresentar a comunidade ou a fraternidade com lugar de convívio sadio, engajado, alegre. É verdade que nossas casas não são, por vezes, um ‘paraíso’. No entanto, é ‘minha casa’, são’ meus irmãos, minhas irmãs’ – dons do Senhor! Não é raro encontrar fragilidades de todo o tipo, omissões, conformismo. Este dado oferece a chance para um ainda maior engajamento pessoal, com o intuito de ali promover a forma de vida, o Evangelho.
Qual mensagem deixaria aos consagrados neste dia dedicado a eles?
A Vida Consagrada, a partir dos seus múltiplos carismas, precisa avançar no tempo, tendo um olho no Evangelho e o outro na realidade histórico-social na qual se encontra inserida. Disto depende também o profetismo característico da forma de vida.
O Papa Francisco dizia recentemente que “parece ter-se instalado nas nossas comunidades uma espécie subtil de cansaço (…) Trata-se duma tentação que poderíamos chamar o cansaço da esperança (…) Um cansaço que nasce ao olhar o futuro quando a realidade me cai em cima pondo em questão as forças, os recursos e a viabilidade da missão neste mundo, que não cessa de mudar e interpelar”.
De fato, o mundo não cessa de mudar e nos interpelar. É justamente neste momento histórico que a Vida Consagrada não deve temer realizar uma auto crítica, avaliar as formas de atuação e, talvez, se refundar, delineando novas formas de atuação em, talvez, outros contextos. Refundar não no sentido de voltar atrás para um passado que não mais existe, mas de, com discernimento e determinação, colher os desafios que o mundo hoje apresenta à Vida Consagrada. Também não se trata de adaptar-se à mentalidade do mundo, mas de resgatar os princípios basilares da Vida Consagrada, compreender o que significa ser sinal de contradição e lançar-se corajosamente na tarefa de anunciar e testemunhar ao mundo que o Evangelho é vida e vida em plenitude; que a Vida Consagrada vale a pena, que é caminho de realização e felicidade.
Não podemos ter medo! O Senhor prometeu estar com os seus todos os dias até o final dos tempos. As contradições que encontramos e as fragilidades que se fazem sentir são condição para avançar com ainda maior determinação no caminho proposto e assumido. Vale a pena , talvez, aqui recordar o que dizia D. Helder Câmara: “Quando os problemas se tornam absurdos, os desafios se tornam apaixonantes”.
É preciso sempre e de novo voltar a Jesus e seu Evangelho. O Evangelho é apaixonante. Por isso, o consagrado/a não deve ter receio ou medo de dizer a quem encontra que ‘gosta do que é e ama o que faz’ Fonte: http://www.cnbb.org.br
BRUMADINHO: Dom Beto demonstra apreensão com risco de contaminação do São Francisco
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O bispo de Juazeiro (BA), dom Carlos Alberto Breis Pereira, divulgou mensagem na última quarta-feira, 30, sobre os rompimentos de barragens de rejeitos de mineração de Mariana (MG) e Brumadinho (MG). No texto, dom Beto convocou a todos para que exijam das autoridades competentes a preservação de rios e córregos “ainda não envenenados pelo fel dos criminosos”.
Dom Beto é enfático ao tratar como crimes os acontecidos em Mariana e Brumadinho e denuncia a mineradora Vale, “para a qual o lucro e os sucessos nas cotações importam incomparavelmente mais que vidas humanas e de tantos outros elementos da Criação, nossa Casa Comum”.
Tendo a sua diocese localizada na “bacia hidrográfica do Rio da Integração Nacional”, o rio São Francisco, dom Carlos Alberto manifestou em seu texto apreensão com os “riscos reais de que o veneno que escorre com a enorme quantidade de lama, substâncias e sedimentos diversos em densidade e em grau de contaminação, chegue às águas do Rio São Francisco, nosso Velho Chico”.
“Ele é nosso irmão e o pai das populações por onde suas generosas águas fluem até desaguarem na imensidade do Atlântico (após percorrerem 2.700 km de sua extensão). Estudos realizados comprovam que tal veneno nem sempre terá a visibilidade da lama que destrói e provoca mortes imediatas, comporta grau nocivo e letal. Podemos imaginar, apreensivos, o que pode ocorrer se medidas efetivas e imediatas não forem tomadas no sentido de que esse material contaminante não chegue à bacia hidrográfica do Rio da Integração Nacional”, afirmou dom Beto.
O chamado do bispo de Juazeiro é de convocação para exigir das autoridades que sejam tomadas medidas “cabíveis e urgentes no sentido de garantir a preservação de rios e córregos ainda não envenenados pelo fel dos criminosos movidos pelo afã do dinheiro ‘fácil’”.
De acordo com o Serviço Geológico Brasileiro, na quinta-feira, a lama de rejeitos já percorreu cerca de 100 quilômetros no curso do rio Paraopeba. O órgão reforça que os sedimentos não devem chegar à barragem de Três Marias e consequentemente no Rio São Francisco. Mesmo assim, há a preocupação dos metais pesados comprometerem a qualidade da água e a biodiversidade da bacia do Velho Chico, uma vez que estes materiais seguirão o fluxo da água.
No fim da mensagem, o bispo sugere um pedido a Deus para que “a lama que corre e escorre, represas de ganância e cobiça, abra nossos olhos das brumas que ofuscam a sensibilidade moral e a responsabilidade pelo cuidado com a Vida”. E continua: “Que não represemos, com olhos abertos pelo toque recriador daquEle que com uma porção de lama abriu os olhos do cego, nossa compaixão indignada e a capacidade de repensarmos este mundo e nossa convivência”.
O regional Nordeste 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no qual estão reunidas as dioceses da Bahia e do Sergipe, preparou a “Cartilha Ecológica do Rio São Francisco”, um subsídio pelo qual a Igreja convida a população a um esclarecimento e uma reflexão que possam surtir efeitos práticos pela restauração da bacia do Velho Chico.
A Cartilha Ecológica pretende: descrever o Rio São Francisco e seus afluentes de maneira simples e didática, com toda a sua riqueza para a vida da população ribeirinha; apresentar as principais causas que estão levando o Rio a morrer; propor ações concretas que devem ser adotadas urgentemente para reverter o processo de morte instaurado nos rios da bacia; exortar a todos os agentes responsáveis nos vários segmentos sociais, para que cada um assuma sua parcela de responsabilidade na defesa da vida do rio e de seu povo. Fonte: http://www.cnbb.org.br
BRUMADINHO: Acolher a missão de reconstruir a Casa Comum
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Dom Otacilio Ferreira de Lacerda, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, convida todos a refletirem sobre a preservação de nossa Casa Comum. A poesia e a dor dão o tom às palavras de dom Otacílio instigadas pelas tragédias de Brumadinho, de Bento Rodrigues e tantas outras que matam as pessoas e a natureza. Mas a esperança da conversão prevalece no convite a acolhermos a missão confiada por Deus: recriar o paraíso.
Ela está gritando
“Com efeito, sabemos que toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto…” (Rm 8,22)
Posso ouvir seus gritos, porque sugada, pisoteada.
Impossível secar suas lágrimas, porque são como um mar.
Há que se ter um limite para ambição desmedida,
Sobretudo quando movida pelo interesse insano
Da produção, consumo, venda e lucro sem fim.
Posso ouvir seus gemidos, clamores subindo aos céus;
Ela não suporta nossa arrogância e falta de escrúpulos,
Com exploração abismal, graves consequências,
Muitas vezes, pagas por vidas de pobres e indefesos,
Que se sobrevivendo, sem direitos sagrados garantidos.
Posso ouvir seus suspiros profundos de esperança,
Como que dizendo: “convertam-se, enquanto é tempo!”
Retomemos o projeto do Criador no Paraíso:
“Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra” (Gn 1,18),
Desde que “dominar” não seja sinônimo de “destruição”!
Ela, nossa “casa comum”, Planeta Terra, apesar do que façamos,
Por desígnio divino, nos sacia, como um milagre, todos os dias,
Como rezamos ontem, hoje e sempre com o Salmista:
“Eu o sustentaria com a fina flor do trigo e
saciaria com o mel que escorre da rocha” (Sl 81,16).
Ela está gritando, agonizando…
Urge rever com ela nossa postura.
Amar e cuidar de nossa casa comum,
Recriar o Paraíso, sem adiamento,
Missão que Deus a nós confia. Amém.
*Referencial para a Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida (Rensa)
Responsável pelo Vicariato Episcopal para a Ação Social. Fonte: http://arquidiocesebh.org.br
Corações em luto: Missa de Sétimo Dia pelos mortos da tragédia em Brumadinho
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A Igreja São Sebastião, Matriz de Brumadinho, foi pequena para receber tantos fiéis. Corações em luto, unidos na dor e na fé, rezaram pelos parentes e amigos que morreram na tragédia da barragem que se rompeu. A Missa de Sétimo Dia com preces dedicadas às vítimas foi marcada por muita emoção. Presidida pelo arcebispo dom Walmor, concelebrada por muitos padres e diáconos, a Celebração Eucarística foi além do ambiente da Igreja. Reuniu fiéis nas escadarias do templo, nas ruas da cidade, em muitas Igrejas da Capital e de sua Região Metropolitana, que também tiveram Missas dedicadas às vítimas.
Na procissão de entrada, dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, referencial para o Vale do Paraopeba, e padre Renê Lopes, pároco da Paróquia São Sebastião, de Brumadinho, não continham a emoção. Incansáveis na acolhida aos que sofrem as dores da perda, desde sexta-feira, dia e noite, choraram com os que sofrem.
Durante a homilia, o arcebispo dom Walmor transmitiu aos fiéis a bênção apostólica do Papa Francisco, enviada pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal dom Pietro Parolin. Partilhou também mensagem de solidariedade do Núncio Apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello, que planeja visitar Brumadinho.
Dom Walmor sublinhou que a fé não deixa morrer a esperança. Por isso, com o objetivo de fortalecer ainda mais o anúncio do Evangelho e a acolhida aos que sofrem, no Vale do Paraopeba, fez importante anúncio: a criação do Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora do Rosário, em Brumadinho. “Juntos, com segmentos da sociedade, devemos caminhar no horizonte de Deus – bem, justiça e verdade. Minas Gerais não pode ser a mesma, o Brasil também precisa mudar. Em Minas Gerais, a legislação minerária não poderá ficar como está, ou teremos novas catástrofes”.
Após a homilia, o nome de cada pessoa que morreu na tragédia da mineração em Brumadinho foi relembrado por dom Vicente e padre Renê. No ofertório, um carrinho de mão, cheio de lama, simbolizou a devastação que pôs fim a vidas e feriu gravemente o meio ambiente.
Ao final da Missa, com a Igreja escura, fiéis acenderam velas. Cada ponto luminoso homenageou as pessoas que morreram na tragédia, deixando Brumadinho, Minas e o Brasil de luto. Fonte: http://arquidiocesebh.org.br
Sexta-feira, 01 de fevereiro-2019. 3ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 4, 26-34)
Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão: "O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece.
28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou".
30E Jesus continuou: "Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra'.
33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
* É bonito ver como Jesus, cada vez de novo, buscava na vida e nos acontecimentos elementos e imagens que pudessem ajudar o povo a perceber e experimentar a presença do Reino. No evangelho de hoje ele, novamente, conta duas pequenas histórias que acontecem todos os dias na vida de todos nós: “A história da semente que cresce sozinha” e “A história da pequena semente de mostarda que cresce e se torna grande”.
* A história da semente que cresce sozinha. O agricultor que planta conhece o processo: semente, fiozinho verde, folha, espiga, grão. Ele não mete a foice antes do tempo. Sabe esperar. Mas não sabe como a terra, a chuva, o sol e a semente têm esta força de fazer crescer uma planta do nada até a fruta. Assim é o Reino de Deus. Tem processo, tem etapas e prazos, tem crescimento. Vai acontecendo. Produz fruto no tempo marcado. Mas ninguém sabe explicar a sua força misteriosa. Ninguém é dono. Só Deus!
* A história da pequena semente de mostarda que cresce e se torna grande. A semente de mostarda é pequena, mas ela cresce e, no fim, os passarinhos vêm para fazer seu ninho nos ramos. Assim é o Reino. Começa bem pequeno, cresce e estende seus ramos para os passarinhos fazerem seus ninhos. Começou com Jesus e uns poucos discípulos e discípulas. Foi perseguido e caluniado, preso e crucificado. Mas cresceu e foi estendendo seus ramos. A parábola deixa uma pergunta no ar que vai ter resposta mais adiante no evangelho: Quem são os passarinhos? O texto sugere que se trata dos pagãos que vão poder entrar na comunidade e ter parte no Reino.
* O motivo que levava Jesus a ensinar por meio de parábolas. Jesus contava muitas parábolas. Tudo tirado da vida do povo! Assim ele ajudava as pessoas a descobrir as coisas de Deus no quotidiano. Tornava o quotidiano transparente. Pois o extraordinário de Deus se esconde nas coisas ordinárias e comuns da vida de cada dia. O povo entendia da vida. Nas parábolas recebia a chave para abri-la e encontrar dentro dela os sinais de Deus.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus não explica as parábolas. Ele conta as histórias e provoca em nós a imaginação e a reflexão da descoberta. O que você descobriu nestas duas parábolas?
2) Tornar a vida transparente é o objetivo das parábolas. Ao longo dos anos, sua vida ficou mais transparente ou aconteceu o contrário?
5) Oração final
Deus, tem piedade de mim, conforme a tua misericórdia; no teu grande amor cancela o meu pecado. Lava-me de toda a minha culpa, e purifica-me de meu pecado. (Sal 50, 3-4)
Quinta-feira, 31 de janeiro-2019. 3ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 4, 21-25)
Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21"Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? 22Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça". 24Jesus dizia ainda: "Prestai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem".
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
* A lâmpada que ilumina. Naquele tempo, não havia luz elétrica. Imagine o seguinte. A família está em casa. Começa a escurecer. O pai levanta, pega a lamparina, acende e coloca debaixo de um caixote ou debaixo de uma cama. O que os outros vão dizer? Vão gritar: “Pai! Coloca na mesa!” Esta é a história que Jesus conta. Ele não explica. Apenas diz: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! A Palavra de Deus é a lâmpada a ser acesa na escuridão da noite. Enquanto estiver dentro do livro fechado da Bíblia, ela é como a lamparina debaixo do caixote. Quando ligada à vida e vivida em comunidade, ela é colocada na mesa e ilumina!
* Prestar atenção aos preconceitos. Jesus pede aos discípulos para tomar consciência dos preconceitos com que escutam o ensinamento que ele oferece. Devemos prestar atenção nas idéias com que olhamos para Jesus! Se a cor dos óculos é verde, tudo aparece verde. Se for azul, tudo será azul! Se a idéia com que eu olho para Jesus for errada, tudo o que penso sobre Jesus estará ameaçado de erro. Se eu acho que o messias deve ser um rei glorioso, não vou entender nada do que Jesus ensina e vou entender tudo errado.
* Parábolas: um novo jeito de ensinar e de falar sobre Deus. O jeito de Jesus ensinar era, sobretudo, através de parábolas. Ele tinha uma capacidade muito grande de encontrar imagens bem simples para comparar as coisas de Deus com as coisas da vida que o povo conhecia e experimentava na sua luta diária pela sobrevivência. Isto supõe duas coisas: estar por dentro das coisas da vida, e estar por dentro das coisas do Reino de Deus.
* O ensino de Jesus era diferente do ensino dos escribas. Era uma Boa Nova para os pobres, porque Jesus revelava um novo rosto de Deus, no qual o povo se re-conhecia e se alegrava. “Pai, eu te agradeço, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado! (Mt 11,25-28)”.
4) Para um confronto pessoal
1) Palavra de Deus, lâmpada que ilumina. Qual o lugar que a Bíblia ocupa em minha vida? Qual a luz que dela recebo?
2) Qual a imagem de Jesus que está em mim? Quem é Jesus para mim, e quem sou eu para Jesus?
5) Oração final
Busquei o SENHOR e ele respondeu-me e de todo temor me livrou. Olhai para ele e ficareis radiantes, vossas faces não ficarão envergonhadas. (Sal 33, 5-6)
Quarta-feira, 30 de janeiro-2019. 3ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 4,1-20)
Naquele tempo, 1Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galiléia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia.
2Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em seu ensinamento, dizia-lhes: 3"Escutai! O semeador saiu a semear. 4Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram. 5Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda, 6mas, quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou. 7Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto.
8Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um”. 9E Jesus dizia: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça". 10Quando ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas. 11Jesus lhes disse: "A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas, 12para que olhem mas não enxerguem, escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados".
13E lhes disse: "Vós não compreendeis esta parábola? Então, como compreendereis todas as outras parábolas? 14O semeador semeia a Palavra. 15Os que estão na beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada. 16Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria, 17mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra, logo desistem.
18Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; 19mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto. 20Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um."
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
* Sentado num barco, Jesus ensina o povo. Nestes versos, Marcos descreve o jeito que Jesus tinha de ensinar o povo: na praia, sentado no barco, muita gente ao redor para escutar. Jesus não era uma pessoa estudada (Jo 7,15). Não tinha freqüentado a escola superior de Jerusalém. Vinha do interior, da roça, de Nazaré. Era um desconhecido, meio camponês, meio artesão. Sem pedir licença às autoridades, começou a ensinar o povo. Falava tudo diferente. O povo gostava de ouvi-lo.
* Por meio das parábolas, Jesus ajudava o povo a perceber a presença misteriosa do Reino nas coisas da vida. Uma parábola é uma comparação. Ela usa as coisas conhecidas e visíveis da vida para explicar as coisas invisíveis e desconhecidas do Reino de Deus. Por exemplo, o povo da Galiléia entendia de semente, de terreno, chuva, sol, sal, flores, colheita, pescaria, etc. Ora, são exatamente estas coisas conhecidas do povo que Jesus usa nas parábolas para explicar o mistério do Reino.
* A parábola da semente retrata a vida do camponês. Naquele tempo, não era fácil viver da agricultura. O terreno tinha muita pedra. Muito mato. Pouca chuva, muito sol. Além disso, muitas vezes, o povo encurtava estrada e, passando no meio do campo, pisava nas plantas (Mc 2,23). Mesmo assim, apesar de tudo isso, todo ano, o agricultor semeava e plantava, confiando na força da semente, na generosidade da natureza.
* Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! Jesus começou a parábola dizendo: “Escutem!” (Mc 4,3). Agora, no fim, ele termina dizendo: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” O caminho para chegar ao entendimento da parábola é a busca: “Tratem de entender!” A parábola não entrega tudo pronto, mas leva a pensar e faz descobrir a partir da própria experiência que os ouvintes têm da semente. Provoca a criatividade e a participação. Não é uma doutrina que já vem pronta para ser ensinada e decorada. A Parábola não dá água engarrafada, mas entrega a fonte. O agricultor que escutou, diz: “Semente no terreno, eu sei o que é! Mas Jesus diz que isso tem a ver com o Reino de Deus. O que seria?” E aí você pode imaginar as longas conversas do povo! A parábola mexe com o povo e leva a escutar a natureza e a pensar na vida.
* Jesus explica a parábola aos discípulos. Em casa, a sós com Jesus, os discípulos querem saber o significado da parábola. Eles não entenderam. Jesus estranhou a ignorância deles (Mc 4,13) e respondeu por meio de uma frase difícil e misteriosa. Ele diz aos discípulos: “A vocês foi dado o mistério do Reino de Deus. Aos de fora, porém, tudo acontece em parábolas, para que vendo não vejam, ouvindo não ouçam e para que não se convertam e não sejam salvos!”. Esta frase faz a gente se perguntar: Afinal, a parábola serve para que? Para esclarecer ou para esconder? Será que Jesus usa parábolas, para que o povo continue na ignorância e não chegue a se converter? Certamente que não! Pois em outro lugar Marcos diz que Jesus usava parábolas “conforme a capacidade dos ouvintes” (Mc 4,33)
* Parábola revela e esconde ao mesmo tempo! Revela para “os de dentro”, que aceitam Jesus como Messias Servidor. Esconde para os que insistem em ver nele o Messias, Rei grandioso. Estes entendem as imagens da parábola, mas não chegam a entender o seu significado.
* A explicação da parábola, parte por parte. Uma por uma, Jesus explica as partes da parábola, desde a semente e o terreno até a colheita. Alguns estudiosos acham que esta explicação foi acrescentada depois. Ela seria de alguma comunidade. É bem possível. Pois dentro do botão da parábola está a flor da explicação. Botão e flor, ambos têm a mesma origem que é Jesus. Por isso, nós também podemos continuar a reflexão e descobrir outras coisas bonitas dentro da parábola. Certa vez, alguém perguntou numa comunidade: “Jesus falou que devemos ser sal. Para que serve o sal?” Discutiram e, no fim, encontraram mais de dez finalidades diferentes para o sal! Aí foram aplicar tudo isto à vida da comunidade e descobriram que ser sal é difícil e exigente. A parábola funcionou! O mesmo vale para a semente. Todo mundo tem alguma experiência de semente.
4) Para um confronto pessoal
1) Qual a experiência que você tem de semente? Como ela te ajuda a entender melhor a Boa Nova
2) Que terreno eu sou?
5) Oração final
Busquei o SENHOR e ele respondeu-me e de todo temor me livrou. Olhai para ele e ficareis radiantes, vossas faces não ficarão envergonhadas. (Sal 33, 5-6)
Terça-feira, 29 de janeiro-2019. 3ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 3,31-35)
Naquele tempo, 31chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: "Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura".
33Ele respondeu: "Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?" 34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: "Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
* A família de Jesus. Os parentes chegam na casa onde Jesus estava. Provavelmente tinham vindo de Nazaré. De lá até Cafarnaum são uns 40 quilômetros. Sua mãe veio junto. Eles não entram, mas mandam recado: Tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs estão lá fora e te procuram! A reação de Jesus é firme: Quem é minha mãe, quem são meus irmãos? E ele mesmo responde apontando para a multidão que estava ao redor: Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Pois todo aquele que faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã, minha mãe! Para entender bem o significado desta resposta convém olhar a situação da família no tempo de Jesus.
* No antigo Israel, o clã, isto é, a grande família (a comunidade), era a base da convivência social. Era a proteção das famílias e das pessoas, a garantia da posse da terra, o veículo principal da tradição, a defesa da identidade. Era a maneira concreta do povo daquela época encarnar o amor de Deus no amor ao próximo. Defender o clã era o mesmo que defender a Aliança.
* Na Galiléia do tempo de Jesus, por causa do sistema implantado durante os longos governos de Herodes Magno (37 a.C. a 4 a.C.) e de seu filho Herodes Antipas (4 a.C. a 39 d.C.), o clã (a comunidade) estava enfraquecendo. Os impostos a serem pagos, tanto ao governo como ao templo, o endividamento crescente, a mentalidade individualista da ideologia helenista, as freqüentes ameaças de repressão violenta por parte dos romanos, a obrigação de acolher os soldados e dar-lhes hospedagem, os problemas cada vez maiores de sobrevivência, tudo isto levava as famílias a se fecharem dentro das suas próprias necessidades. Este fechamento era reforçado pela religião da época. Por exemplo, quem dedicava sua herança ao Templo podia deixar seus pais sem ajuda. Isto enfraquecia o quarto mandamento que era a espinha dorsal do clã (Mc 7,8-13). Além disso, a observância das normas de pureza era fator de marginalização de muita gente: mulheres, crianças, samaritanos, estrangeiros, leprosos, possessos, publicanos, doentes, mutilados, paraplégicos.
* Assim, a preocupação com os problemas da própria família impedia as pessoas de se unirem em comunidade. Ora, para que o Reino de Deus pudesse manifestar-se na convivência comunitária do povo, as pessoas tinham de ultrapassar os limites estreitos da pequena família e abrir-se, novamente, para a grande família, para a Comunidade. Jesus deu o exemplo. Quando sua própria família tentou apoderar-se dele, reagiu e alargou a família: “Quem é minha mãe, quem são meus irmãos? E ele mesmo deu a resposta apontando para a multidão que estava ao redor: Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Pois todo aquele que faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã, minha mãe! (Mc 3,33-35). Criou comunidade.
* Jesus pedia o mesmo de todos que queriam segui-lo. As famílias não podiam fechar-se. Os excluídos e os marginalizados deviam ser acolhidos dentro da convivência e, assim, sentir-se acolhidos por Deus (cf Lc 14,12-14). Este era o caminho para realizar o objetivo da Lei que dizia: “Entre vocês não pode haver pobres” (Dt 15,4). Como os grandes profetas do passado, Jesus procura reforçar a vida comunitária nas aldeias da Galiléia. Ele retoma o sentido profundo do clã, da família, da comunidade, como expressão da encarnação do amor de Deus no amor ao próximo.
4) Para um confronto pessoal
1) Viver a fé em comunidade. Qual o lugar e a influência da comunidade na minha maneira de viver a fé?
2) Hoje, na cidade grande, a massificação promove o individualismo que é o contrário da vida em comunidade. O que estou fazendo para combater este mal?
5) Oração final
Esperei firmemente no SENHOR e ele se inclinou para mim, atendendo a minha súplica. Fez-me cantar um canto novo, um louvor ao nosso Deus. (Sal 39, 2.4)
Segunda-feira, 28 de janeiro-2019 3ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 3,22-30)
Naquele tempo, 22os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebul, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: "Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, não poderá manter-se. 26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa.
28Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto nos pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno". 30Jesus falou isso, porque diziam: 'Ele está possuído por um espírito mau".
- Palavra da Salvação
3) Reflexão
* O conflito cresce. Existe uma sequência progressiva no evangelho de Marcos. Na medida em que a Boa Nova progride e é aceita pelo povo, nesta mesma medida cresce a resistência por parte das autoridades religiosas. O conflito começa a crescer e envolve vários grupos de pessoas. Por exemplo, os parentes de Jesus acham que ele ficou louco (Mc 3,20-21), e os escribas que tinham vindo de Jerusalém acham que ele é um possesso (Mc 3,22).
* Conflito com as autoridades. Os escribas caluniam Jesus. Dizem que ele está possesso e que expulsa os demônios com a ajuda de Belzebu, o príncipe dos demônios. Eles tinham vindo de Jerusalém, a mais de 120 km de distância, para vigiar o comportamento de Jesus. Queriam defender a Tradição contra as novidades que Jesus ensinava ao povo (Mc 7,1). Achavam que o ensino dele era contra a boa doutrina. A resposta de Jesus tem três partes.
* Primeira parte: a comparação da família dividida. Jesus usa a comparação da família dividida e do reino dividido para denunciar o absurdo da calúnia. Dizer que Jesus expulsa os demônios com a ajuda do príncipe dos demônios é negar a evidência. É o mesmo que dizer que a água é seca, e que o sol é escuridão. Os doutores de Jerusalém caluniavam, porque não sabiam explicar os benefícios que Jesus realizava para o povo. Estavam com medo de perder a liderança.
* Segunda parte: a comparação do homem forte. Jesus compara o demônio com um homem forte. Ninguém, a não ser uma pessoa mais forte, poderá roubar a casa de um homem forte. Jesus é este mais forte que chegou. Por isso, ele consegue entrar na casa e amarrar o homem forte. Consegue expulsar os demônios. Jesus amarrou o homem forte e agora rouba a casa dele, isto é, liberta as pessoas que estavam no poder do mal. O profeta Isaías já tinha usado a mesma comparação para descrever a vinda do messias (Is 49,24-25). Lucas acrescenta que a expulsão do demônio é um sinal evidente de que chegou o Reino de Deus (Lc 11,20).
* Terceira parte: o pecado contra o Espírito Santo. Todos os pecados têm perdão, menos o pecado contra o Espírito Santo. O que é o pecado contra o Espírito Santo? É dizer: “O espírito que leva Jesus a expulsar o demônio, vem do próprio demônio!” Quem fala assim torna-se incapaz de receber o perdão. Por quê? Quem tapa os olhos pode enxergar? Não pode! Quem mantém a boca fechada pode comer? Não pode! Quem não fecha o guarda-chuva da calúnia pode receber a chuva do perdão? Não pode! O perdão passaria de lado e não o atingiria! Não é que Deus não quer perdoar. Deus quer perdoar sempre! Mas é o pecador que se recusa a receber o perdão!
4) Para um confronto pessoal
1) As autoridades religiosas se fecham e negam a evidência. Já aconteceu comigo eu me fechar contra a evidência dos fatos?
2) Calúnia é a arma dos fracos. Você já teve experiência neste ponto?
5) Oração final
Todos os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai ao SENHOR, terra inteira gritai e exultai cantando hinos. (Sal 97, 3b-4)
JMJ de 2022 será em Lisboa
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O anúncio oficial foi feito ao final da missa conclusiva da Jornada Mundial da Juventude do Panamá, realizada neste domingo (27/01) no Campo São João Paulo II, no Metro Park, na Cidade do Panamá. Lisboa vai sediar a próxima edição da JMJ.
Andressa Collet, Cyprien Viet e Gabriella Ceraso – Cidade do Vaticano
O Presidente do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Cardeal Kevin Farrell, anunciou a próxima cidade que irá receber a Jornada Mundial da Juventude ao final da missa conclusiva do evento do Panamá neste domingo (27/01), no Campo São João Paulo II. A cidade de Lisboa, em Portugal, vai sediar a JMJ de 2022.
A preparação para a próxima festa mundial dos jovens começa já nesta semana, segundo afirma o Pe. José Manuel Pereira de Almeida, teólogo e vice-reitor da Universidade Católica de Portugal: “será uma ocasião extraordinária ter os jovens do mundo inteiro e o Papa aqui. Começamos a trabalhar já nesta semana!”.
Além da alegria de receber a JMJ em Lisboa, seja pela realidade da Igreja que pela situação da juventude local e também dos africanos de expressão portuguesa que podem chegar facilmente ao país, Pe. José acredita que "devem trabalhar para que o evento possa ser aquilo para o que é chamado ser: o encontro entre nós, com o Papa e com o Senhor Jesus, que nos chama para estar presentes com coragem, com fé e como serviço à vida e à esperança de todos".
O vice-reitor também disse que o Papa vai encontrar em Portugal uma Igreja "de um lado tradicional, ligada à fé simples das pessoas que, por exemplo, vê a mensagem de Fátima como um gancho de segurança; mas vai encontrar a possibilidade de renovar uma Igreja que gostaria de estar mais próxima do Evangelho, mais simples, mais em sintonia com os apelos que o Papa nos faz. É uma Igreja dos pobres, em saída, uma Igreja que espera ser, de fato, mais evangélica no dia a dia. Comunidades pequenas, mas cheias de vida e sentido missionário", finalizou o Pe. José. Fonte: https://www.vaticannews.va
CNBB é solidária com as vítimas em Brumadinho (MG) e afirma que o “Desastre de Mariana” ensinou muito pouco
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A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu Nota de Solidariedade na tarde deste sábado, 26 de janeiro, a respeito do fato ocorrido ontem, sexta-feira, quando houve o rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho(MG).
Na nota, os bispos destacam que aquela tragédia recente e semelhante quando houve rompimento de outra barragem em Mariana (MG) ensinou muito pouco.
Em nome do episcopado brasileiro, os bispos da presidência se unem aos familiares das vítimas e às comunidades para pedir: “As famílias e as comunidades esperam da parte do Executivo rigor na fiscalização, do Legislativo, responsabilidade ética de rever o projeto do Código de Mineração, e do Judiciário, agilidade e justiça“.
A presidência manifesta estar unida também com toda a família arquidiocesana de Belo Horizonte e reforça o pedido do arcebispo, dom Walmor Oliveira: “É urgência minimizar a dor dos atingidos por mais esse desastre ambiental, sem se esquecer de acompanhar, de perto, a atuação das autoridades, na apuração dos responsáveis por mais um triste e lamentável episódio, chaga aberta no coração de Minas Gerais”.
No final da Nota de Solidariedade, a Presidência da CNBB “oferece orações ao Senhor da Vida em favor das famílias, das comunidades da Arquidiocese de Belo Horizonte, atingidas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale. Convidamos cada pessoa cristã a se associar aos irmãos e irmãs que sofrem com a perda de seus entes queridos e de seus bens“.
Leia a Nota, na íntegra:
NOTA SOLIDARIEDADE
“Toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto” (Rm 8,22)
A tragédia em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, vem confirmar a profecia de São Paulo VI: “Por motivo de uma exploração que não leva em consideração a natureza, o ser humano começa a correr o risco de a destruir e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação (Discurso à FAO, (16/11/1970).
Por ocasião do “Desastre de Mariana”, também em Minas Gerais, o Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB afirmava que “é preciso colocar um limite ao lucro a todo custo que, muitas vezes, faz negligenciar medidas de segurança e proteção à vida das pessoas e do planeta” (25/12/2015). “O princípio da maximização do lucro, que tende a isolar-se de todas as outras considerações, é uma distorção conceitual da economia” (Laudato Sì, 195). Esse princípio destrói a natureza e a pessoa humana.
É muito triste constatar que o “desastre de Mariana” tenha ensinado tão pouco. É urgente que a atividade mineradora no Brasil tenha um marco regulatório que retire do centro o lucro exorbitante das mineradoras ao preço do sacrifício humano e da depredação do meio ambiente, com a consequente destruição da biodiversidade. “O meio ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos” (Laudato Sì, 95).
As famílias e as comunidades esperam da parte do Executivo rigor na fiscalização, do Legislativo, responsabilidade ética de rever o projeto do Código de Mineração, e do Judiciário, agilidade e justiça.
Unidos à família arquidiocesana de Belo Horizonte, assumimos como nossas as palavras do seu Arcebispo Dom Walmor Oliveira de Azevedo: “É urgência minimizar a dor dos atingidos por mais esse desastre ambiental, sem se esquecer de acompanhar, de perto, a atuação das autoridades, na apuração dos responsáveis por mais um triste e lamentável episódio, chaga aberta no coração de Minas Gerais. A justiça seja feita, com lucidez e sem mediocridades que geram passivos, com sentido humanístico e priorizando o bem comum, com incondicional respeito e compromisso com os mais pobres” (25/01/2019).
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) expressa solidariedade e oferece orações ao Senhor da Vida em favor das famílias, das comunidades da Arquidiocese de Belo Horizonte, atingidas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale. Convidamos cada pessoa cristã a se associar aos irmãos e irmãs que sofrem com a perda de seus entes queridos e de seus bens.
A esperança de viver na “Casa Comum” anime os nossos passos, e a fé na ressurreição ilumine a nossa dor!
Brasília-DF, 26 de janeiro de 2019
Cardeal Sérgio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB
Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Arcebispo de Salvador
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
Fonte: http://www.cnbb.org.br
*3º Domingo do Tempo Comum – Ano C
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A liturgia deste domingo coloca no centro da nossa reflexão a Palavra de Deus: ela é, verdadeiramente, o centro à volta do qual se constrói a experiência cristã. Essa Palavra não é uma doutrina abstrata, para deleite dos intelectuais; mas é, primordialmente, um anúncio libertador que Deus dirige a todos os homens e que incarna em Jesus e nos cristãos.
Na primeira leitura, exemplifica-se como a Palavra deve estar no centro da vida comunitária e como ela, uma vez proclamada, é geradora de alegria e de festa.
No Evangelho, apresenta-se Cristo como a Palavra que se faz pessoa no meio dos homens, a fim de levar a libertação e a esperança às vítimas da opressão, do sofrimento e da miséria. Sugere-se, também, que a comunidade de Jesus é a comunidade que anuncia ao mundo essa Palavra libertadora.
A segunda leitura apresenta a comunidade gerada e alimentada pela Palavra libertadora de Deus: é uma família de irmãos, onde os dons de Deus são repartidos e postos ao serviço do bem comum, numa verdadeira comunhão e solidariedade.
PRIMEIRA LEITURA I – Ne 8,2-4a.5-6.8-10
O Livro de Neemias (com o de Esdras com o qual, inicialmente, formava uma unidade) pertence ao período que se segue ao regresso dos exilados judeus da Babilônia.
Estamos nos séculos V/IV a.C.; para os habitantes de Jerusalém, é ainda um tempo de miséria e desolação, com a cidade sem muralhas e sem portas, uma sombra negra da cidade bela que tinha sido. Neemias, um alto funcionário do rei Artaxerxes, entristecido pelas notícias recebidas de Jerusalém, obtém do rei autorização para se instalar na capital judia. Neemias vai começar a sua atividade com a reconstrução da muralha (cf. Ne 3-4) e com o combate às injustiças cometidas pelos ricos contra os pobres (cf. Ne 5). Depois, procura restaurar o culto (cf. Ne 8-9).
É neste contexto de preocupação com a restauração do culto que podemos situar o trecho que nos é proposto: Neemias reúne todo o Povo “na praça que fica diante da Porta das Águas”, a fim de escutar a leitura da Lei. Trata-se de recordar ao Povo o compromisso fundamental que Israel assumiu com o seu Deus: só assim será possível preparar esse futuro novo que Neemias sonha para Jerusalém e para o Povo de Deus.
MENSAGEM (1ª Leitura)
A questão fundamental sugerida pelo texto tem a ver com a importância que a Palavra de Deus deve assumir na vida de uma comunidade. Todos os pormenores apontam nesse sentido.
Em primeiro lugar, o autor do texto sublinha a convocação de toda a comunidade para escutar a Palavra: os homens, as mulheres e as crianças em idade “de compreender”. A Palavra de Deus dirige-se a todos sem excepção, a todos interpela e questiona.
ATUALIZAÇÃO
1-Que lugar ocupa a Palavra de Deus na vida de cada um de nós e na vida das nossas comunidades? A Palavra é o centro à volta do qual tudo se articula? Encontramos espaço para ler, para refletir, para partilhar a Palavra?
2-Aqueles a quem é confiada a missão de proclamar a Palavra: preparam convenientemente o ambiente? Proclamam a Palavra clara e distintamente? Refletem a Palavra e explicam-na de forma acessível, de forma que ela toque a assembleia que escuta? Têm a preocupação de adaptá-la à vida?
3-Nas nossas assembleias comunitárias, a Palavra é acolhida com veneração e respeito, ou aproveitamos o momento em que ela é proclamada para acender velinhas ao santo da nossa devoção, para rezar o terço ou para “controlar” quem está ao nosso lado?
4- A Palavra interpela-nos, leva-nos à conversão, à mudança de vida, ou a Palavra é só para os outros (“grande recado que o padre está a mandar à dona…”)?
ATUALIZAÇÃO. EVANGELHO – Lc 1,1-4;4,14-21
No Evangelho de Lucas e neste texto em particular, Jesus manifesta de forma bem nítida a consciência de que foi investido do Espírito de Deus e enviado para pôr cobro a tudo o que rouba a vida e a dignidade do homem. A nossa civilização, há vinte e um séculos que conhece Cristo e a essência da sua proposta. No entanto, o nosso mundo continua a multiplicar e a refinar as cadeias opressoras.
Porque é que a proposta libertadora de Jesus ainda não chegou a todos? Que situações hoje, à minha volta, me parecem mais dramáticas e exigem uma ação imediata (pensar na situação de tantos imigrantes de leste ou das ex-colônias; pensar na situação de tantos idosos, sem amor e sem cuidados, que sobrevivem com pensões de miséria; pensar nas crianças de rua e nos sem abrigo que dormem nos recantos das nossas cidades; pensar na situação de tantas famílias, destruídas pela droga e pelo álcool…)?
A fidelidade ao “caminho” percorrido por Cristo é a exigência fundamental do ser cristão. Ao longo dos séculos, tem sido a defesa da dignidade do homem a preocupação fundamental da Igreja de Jesus? Preocupa-nos a libertação dos nossos irmãos escravizados? Que posso eu fazer, em concreto, para continuar no meio deles a missão libertadora de Cristo?
*Leia o Evangelho na íntegra. Clique ao lado no link- Evangelho do dia.
Solidariedade da Arquidiocese de BH com as vítimas de Brumadinho
- Detalhes
Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, foram três as barragens da mineradora Vale que se romperam e o número de vítimas é estimado entre 200 a 300 pessoas.
Cidade do Vaticano
O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, manifestou o seu pesar pelas vítimas do rompimento da barragem da mineradora Vale, no final da manhã de sexta-feira (25/01), em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, foram três as barragens da mineradora Vale que se romperam e o número de vítimas é estimado entre 200 a 300 pessoas.
Segue a nota de solidariedade de dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Mais uma “abominação da desolação”, como disse Jesus no Evangelho de Marcos, referindo-se aos absurdos nascidos das ganâncias e descasos com o outro, com a verdade e com o bem de todos: mais uma barragem rompida em Minas Gerais, agora em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Arquidiocese de Belo Horizonte une-se a cada um dos atingidos, compartilhando suas dores. Nossas comunidades de fé, especialmente às que servem ao Vale do Paraopeba, estejam juntas, para levar amparo, ajuda, a todos que sofrem diante de tão lamentável tragédia.
Os danos humanos e socioambientais são irreparáveis e apontam para uma urgência, já tão evidente: é preciso repensar modelos de desenvolvimento que desconsideram o respeito à natureza, os parâmetros de sustentabilidade. Uma triste coincidência: nesta sexta-feira, dia 25, quando uma barragem se rompe no coração da nossa amada Brumadinho, entrou em pauta, no Conselho da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, autorização para a retomada da mineração na Serra da Piedade. Uma tragédia se efetiva e outra se anuncia.
A Arquidiocese de Belo Horizonte defende, incansavelmente, de modo inegociável, a natureza, obra do Criador, compreendendo que o ser humano, as plantas e os animais devem viver em completa harmonia, pois são todos habitantes do planeta, a Casa Comum.
Rezemos pelas vítimas desta tragédia, unidos ao coração de cada pessoa e de todas as famílias que sofrem, renovemos, mais uma vez, o nosso compromisso com a solidariedade. É urgência minimizar a dor dos atingidos por mais esse desastre ambiental, sem se esquecer de acompanhar, de perto, a atuação das autoridades, na apuração dos responsáveis por mais um triste e lamentável episódio, chaga aberta no coração de Minas Gerais. A justiça seja feita, com lucidez e sem mediocridades que geram passivos, com sentido humanístico e priorizando o bem comum, com incondicional respeito e compromisso com os mais pobres. Minas Gerais está de luto.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte
Juntos por Brumadinho
Diante da tragédia ocorrida em Brumadinho, a Arquidiocese de Belo Horizonte inicia campanha solidária para arrecadar roupas, alimentos e água, destinados aos atingidos pelo rompimento da barragem.
As doações podem ser entregues no Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política:
Rua Além Paraíba, 208 – Lagoinha | (31) 3423-2187
Para a população de Brumadinho as doações podem ser entregues na Paróquia São Sebastião.
Também é possível doar pela conta:
Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política
Banco do Brasil
Agência – 3494-0
Conta Corrente: 26227-7
Fonte: site Arquidiocese de Belo Horizonte/ www.vaticannews.va
Quinta-feira, 24 de janeiro-2019 2ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 3,7-12)
Naquele tempo, 7Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia o seguia. 8E também muita gente da Judeia, de Jerusalém, da Iduméia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9Então Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse.
10Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: "Tu és o Filho de Deus!" 12Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era.
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
* A conclusão a que se chega, no fim destes cinco conflitos (Mc 2,1 a 3,6), é que a Boa Nova de Deus tal como era anunciada por Jesus dizia exatamente o contrário do ensinamento das autoridades religiosas da época. Por isso, no fim do último conflito, se prevê que Jesus não vai ter vida fácil e será combatido. A morte aparece no horizonte. Decidiram matá-lo (Mc 3,6). Sem uma conversão sincera não é possível as pessoas chegarem a uma compreensão correta da Boa Nova.
* Um resumo da ação evangelizadora de Jesus. Os versículos do evangelho de hoje (Mc 3,7-12) são um resumo da atividade de Jesus e acentuam um enorme contraste. Um pouco antes, em Mc 2,1 a 3,6, só se falou em conflitos, inclusive em conflito de vida e morte entre Jesus e as autoridades civis e religiosas da Galileia (Mc 3,1-6). E aqui no resumo, aparece o contrário: um movimento popular imenso, maior que o movimento de João Batista, pois veio gente não só da Galileia, mas também da Judeia, de Jerusalém, da Iduméia, da Transjordânia e até da região pagã de Tiro e Sidônia para encontrar-se com Jesus! (Mc 3,7-12). Todos querem vê-lo e tocar nele. É tanta gente, que o próprio Jesus fica preocupado. Ele corre o perigo de ser esmagado pelo povo. Por isso, pediu aos discípulos para manter um barco à disposição a fim de que o povo não o apertasse. E do barco falava à multidão. Eram sobretudo os excluídos e os marginalizados que vinham a ele com seus males: os doentes e os possessos. Estes, que não eram acolhidos na convivência social da sociedade da época, são acolhidos por Jesus. Eis o contraste: de um lado, a liderança religiosa e civil que decide matar Jesus (Mc 3,6); do outro lado, um movimento popular imenso que busca a salvação em Jesus. Quem vai ganhar?
* Os espíritos impuros e Jesus. A insistência de Marcos na expulsão dos demônios é muito grande. O primeiro milagre de Jesus é a expulsão de um demônio (Mc 1,25). O primeiro impacto que Jesus causa no povo é por causa da expulsão dos demônios (Mc 1,27). Uma das principais causas da briga de Jesus com os escribas é a expulsão dos demônios (Mc 3,22). O primeiro poder que os apóstolos vão receber quando são enviados em missão é o poder de expulsar os demônios (Mc 6,7). O primeiro sinal que acompanha o anúncio da ressurreição é a expulsão dos demônios (Mc 16,17). O que significa expulsar os demônios no evangelho de Marcos?
* No tempo de Marcos, o medo dos demônios estava aumentando. Algumas religiões, em vez de libertar o povo, alimentavam nele o medo e a angústia. Um dos objetivos da Boa Nova de Jesus era ajudar o povo a se libertar deste medo. A chegada do Reino de Deus significou a chegada de um poder mais forte. Jesus é “o homem mais forte” que chegou para amarrar o Satanás, o poder do mal, e roubar dele a humanidade prisioneira do medo (Mc 3,27). Por isso, Marcos insiste tanto, na vitória de Jesus sobre o poder do mal, sobre o demônio, sobre o Satanás, sobre o pecado e sobre a morte. Do começo ao fim, com palavras quase iguais, ele repete a mesma mensagem: “E Jesus expulsava os demônios!” (Mc 1,26.27.34.39; 3,11-12.15.22.30; 5,1-20; 6,7.13; 7,25-29; 9,25-27.38; 16,9.17). Parece até um refrão! Hoje, em vez de usar sempre as mesmas palavras preferimos usar palavras diferentes. Diríamos: “O poder do mal, o Satanás, que mete tanto medo no povo, Jesus o venceu, dominou, amarrou, destronou, derrotou, expulsou, eliminou, exterminou, aniquilou, abateu, destruiu e matou!” O que Marcos nos quer dizer é isto: “Ao cristão é proibido ter medo de Satanás!” Depois que Jesus ressuscitou, já é mania e falta de fé apelar, a toda hora, para Satanás, como se ele ainda tivesse algum poder sobre nós. Insistir no perigo dos demônios para chamar o povo de volta para as igrejas é desconhecer a Boa Nova do Reino. É falta de fé na ressurreição de Jesus!
4) Para um confronto pessoal
1) Como você vive a sua fé na ressurreição de Jesus? Contribui para vencer o medo?
2) Expulsão dos demônios. Como você faz para neutralizar esse poder em sua vida?
5) Oração final
Exultem e se alegrem em ti todos os que te buscam; digam sempre: “O SENHOR é grande” os que desejam a tua salvação. (Sal 39, 17)
Conheça os Santos Patronos da JMJ Panamá
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Conheça os Santos Patronos da JMJ Panamá
A Jornada Mundial da Juventude Panamá 2019 que acontecerá de 22 a 27 de janeiro, conta com oito santos patronos, sendo que a maioria é da América Latina.
São João Bosco
Nasceu em 16 de agosto de 1815, em Becchi (Itália), e foi ordenado sacerdote em 1841. Em 1859, fundou os Salesianos, tomando como modelo São Francisco de Sales. Mais adiante, fundou as Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Além disso, construiu a Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Turim, e a Basílica do Sagrado Coração, em Roma, somente com doações.
São João Paulo II o declarou “pai e mestre da juventude”.
Beata Maria Romero Meneses
Nasceu em Granada (Nicarágua), em 13 de janeiro de 1902. Em 1923, ingressou na Família Salesiana através das Filhas de Maria Auxiliadora.
Em 1931, a religiosa, de grande devoção mariana, foi enviada como missionária para a Costa Rica, onde desenvolveu um trabalho apostólico incansável, auxiliando crianças e famílias de baixa renda.
São João Paulo II a declarou venerável no ano 2000 e dois anos depois foi beatificada.
São Óscar Romero
Dom Óscar Arnulfo Romero, Arcebispo mártir de San Salvador (El Salvador), nasceu em Ciudad Barrios, no leste do país, em 15 de agosto de 1917, dia da Assunção da Virgem Maria.
Ele foi ordenado sacerdote em 4 de abril de 1942. Paulo VI o nomeou Arcebispo de San Salvador em 8 de fevereiro de 1977, no início do que veio a ser um dos períodos mais sangrentos da história de El Salvador, por causa do conflito armado entre o governo militarizado de direita e a guerrilha de esquerda.
Foi assassinado por um atirador de elite do exército enquanto celebrava a Missa em 24 de março de 1980.
O Papa Francisco reconheceu seu martírio em fevereiro de 2015 e foi beatificado em 25 de maio daquele ano. Sua canonização foi em 14 de outubro de 2018.
São João Paulo II
Karol Jósef Wojtyla, mais conhecido como São João Paulo II, nasceu em Wadowice (Polônia) em 1920. Teve que estudar no seminário clandestinamente por causa da perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Foi ordenado sacerdote em 1946.
Em 1958, foi nomeado bispo e escolheu como seu lema “Totus Tuus” (todo teu), em homenagem à Virgem Maria.
Participou ativamente do Concílio Vaticano II e sucedeu João Paulo I como Pontífice em 1978.
São João Paulo II iniciou as Jornadas Mundiais da Juventude em 1985 e inaugurou os Encontros Mundiais das Famílias.
Conhecido como o “Papa Peregrino”, fez 104 viagens apostólicas fora da Itália.
Faleceu em 2 de abril de 2005 e é um dos quatro Papas que têm o título de “Magno” (“o Grande”). Sua beatificação foi em 2011 por seu sucessor, Bento XVI, e foi canonizado pelo Papa Francisco em 2014.
São José Sánchez del Río
Nasceu em 28 de março de 1913, em Sahuayo, no estado mexicano de Michoacán. São Joselito se uniu ao exército Cristero em meio à perseguição religiosa liderada pelo governo de Plutarco Elías Calles.
Ao pedir permissão a seus pais para se alistar como soldado no exército dos cristeros, disse a sua mãe: “Mamãe, nunca foi tão fácil ganhar o céu como agora e não quero perder a oportunidade”.
Com apenas 14 anos, São José Sánchez del Río foi preso pelas tropas do governo em 10 de fevereiro de 1928. No mesmo dia, foi torturado, cortaram as solas dos seus pés e foi levado com os pés descalços para o seu túmulo.
No caminho, São Joselito rezava e gritava: “Viva Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe!”.
Foi beatificado em 2005 e canonizado pelo Papa Francisco em 16 de outubro de 2016.
São Juan Diego
Juan Diego Cuauhtlatoatzin nasceu em 1474, na atual cidade de Cuautitlan, estado de México, e foi batizado em 1524, após a chegada dos missionários franciscanos na região.
Quando tinha 57, entre 9 e 12 de dezembro de 1531, a Virgem de Guadalupe lhe apareceu na colina de Tepeyac e pediu-lhe para dizer a Dom Juan de Zumárraga, primeiro bispo do México, para construir uma igreja naquele local.
Diante da descrença do Prelado, Santa Maria lhe encomendou que levasse em sua ‘tilma’ algumas rosas que milagrosamente apareceram na colina. Quando São Juan Diego apresentou as rosas a Dom Zumárraga, a imagem da Virgem ficou impressa na ‘tilma’.
São João Paulo II o beatificou em 1990 e o canonizou em 31 de julho de 2002, na Basílica de Guadalupe, na Cidade do México.
Santa Rosa de Lima
Isabel Flores de Oliva nasceu em Lima (Peru), em 20 de abril de 1586, e foi batizada em 25 de maio do mesmo ano.
Era conhecida como Rosa por sua família, pois quando era apenas um bebê seu rosto era muito rosado. No momento da sua crisma, o então Arcebispo de Lima, Santo Toríbio de Mogrovejo, definitivamente lhe deu esse nome.
Seu amor por Cristo levou-a a fazer um voto de virgindade. Em 10 de agosto de 1606, ingressou na Ordem Terceira de São Domingos (Terciárias Dominicanas), imitando Santa Catarina de Sena, seu modelo de espiritualidade.
Com a ajuda do seu irmão Fernando, construiu uma ermida em um espaço em sua casa, onde ela se mortificava para imitar a paixão de Cristo. Visitava frequentemente a igreja da Virgem do Rosário e cuidava dos doentes e escravos.
Nesses trabalhos, tornou-se amiga de São Martinho de Lima.
Faleceu em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos. Ela foi canonizada pelo Papa Clemente X em 1671 e se tornou a primeira santa da América. Além disso, o Santo Padre a declarou padroeira principal do Novo Mundo (América), das Filipinas e das Índias Ocidentais.
São Martinho de Lima
De mãe panamenha, São Martinho nasceu em Lima (Peru), em 1579. Desde a infância, sentiu a predileção pelos enfermos e os pobres. Aprendeu o ofício de barbeiro e algo sobre medicina. Aos 15 anos, pediu para ser admitido como terciário no convento dos Dominicanos.
Era tamanho o carinho e a admiração que tinham pelo humilde Frei Martinho, que até o vice-rei daquela época foi visitá-lo no seu leito de morte para beijar sua mão e lhe pedir para interceder por ele no céu.
Morreu no dia 3 de novembro de 1639. São João XXIII, ao canonizá-lo em 1962, disse: “Que o exemplo de Martinho ensine a muitos como é feliz e maravilhoso seguir os passos e obedecer aos mandamentos divinos de Cristo!”. Fonte: https://misericordia.org.br
Quarta-feira, 23 de janeiro-2019 2ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 3,1-6)
Naquele tempo, 1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus disse ao homem da mão seca: "Levanta-te e fica aqui no meio!" 4E perguntou-lhes: "E permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?" Mas eles nada disseram. 5Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: "Estende a mão". Ele a estendeu e a mão ficou curada.
6Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
No evangelho de hoje vamos meditar o último dos cinco conflitos que Marcos colecionou no início do seu evangelho (Mc 2,1 a 3,6). Os quatro conflitos anteriores foram provocados pelos adversários de Jesus. Este último é provocado pelo próprio Jesus e revela a gravidade do conflito entre ele e as autoridades religiosas do seu tempo. É um conflito de vida e morte. Importa notar a categoria de adversários que aparece neste último conflito. Trata-se dos fariseus e dos herodianos, ou seja, das autoridades religiosas e civis. Quando Marcos escreve o seu evangelho nos anos 70, muitos traziam na lembrança a terrível perseguição dos anos 60, que Nero moveu contra as comunidades cristãs. Ouvindo agora como o próprio Jesus tinha sido ameaçado de morte e como ele se comportava no meio destes conflitos perigosos, os cristãos encontravam uma fonte de coragem e de orientação para não desanimar na caminhada.
Jesus na sinagoga em dia de sábado. Jesus entra na sinagoga. Ele tinha o costume de participar das celebrações do povo. Havia ali um homem com a mão atrofiada. Um deficiente físico não podia participar plenamente, pois era considerado impuro. Mesmo presente na comunidade, era marginalizado. Devia manter-se afastado.
A preocupação dos adversários de Jesus. Os adversários observam para ver se Jesus faz curas em dia de sábado. Querem acusá-lo. O segundo mandamento da Lei de Deus mandava “santificar o sábado”. Era proibido trabalhar nesse dia (Ex 20,8-11). Os fariseus diziam que curar um doente era o mesmo que trabalhar. Por isso ensinavam: “É proibido curar em dia de sábado!” Colocavam a lei acima do bem-estar das pessoas. Jesus os incomodava, porque ele colocava o bem-estar das pessoas acima das normas e das leis. A preocupação dos fariseus e dos herodianos não era o zelo pela lei, mas sim a vontade de acusar e de eliminar Jesus.
Levanta-te e vem aqui para o meio! Jesus pede duas coisas ao deficiente físico: Levanta-te e vem aqui para o meio! A palavra “levanta-te” é a mesma que as comunidades do tempo de Marcos usavam para dizer “ressuscitar”. O deficiente deve “ressuscitar”, levantar-se, vir para o meio e ocupar o seu lugar no centro da comunidade! Os marginalizados, os excluídos, devem vir para o meio! Não podem ser excluídos. Devem ser incluídos e acolhidos. Devem estar junto com todo mundo! Jesus chamou o excluído para ficar no meio.
A pergunta de Jesus deixa os outros sem resposta. Jesus pergunta: Em dia de sábado é permitido fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matá-la? Ele podia ter perguntado: ”Em dia de sábado é permitido curar: sim ou não?” Aí, todos teriam respondido: “Não é permitido!” Mas Jesus mudou a pergunta. Para ele, naquele caso concreto, “curar” era o mesmo que “fazer o bem” ou “salvar uma vida”, e “não curar” era o mesmo que “fazer o mal” ou “matar uma vida”! Com a sua pergunta Jesus colocou o dedo na ferida. Denunciou a proibição de curar em dia de sábado como sendo um sistema de morte. Pergunta sábia! Os adversários ficaram sem resposta.
Jesus fica indignado diante do fechamento dos adversários. Jesus reage com indignação e tristeza diante da atitude dos fariseus e herodianos. Ele manda o homem estender a mão, e ela ficou curada. Curando o deficiente, Jesus mostrou que ele não estava de acordo com o sistema que colocava a lei acima da vida. Em resposta à ação de Jesus, os fariseus e os herodianos decidem matá-lo. Com esta decisão eles confirmam que são, de fato, defensores de um sistema de morte! Eles não têm medo de matar para defender o sistema contra Jesus que os ataca e critica em nome da vida.
4) Para um confronto pessoal
1) O deficiente foi chamado para estar no centro da comunidade. Na nossa comunidade, os pobres e os excluídos têm um lugar privilegiado?
2) Você já se confrontou alguma vez com pessoas que, como os herodianos e os fariseus, colocam a lei acima do bem-estar das pessoas? O que você sentiu naquele momento? Deu razão a eles ou os criticou?
5) Oração final
De todos tens compaixão porque tudo podes, e fechas os olhos aos pecados dos mortais, para que se arrependam. Sim, amas tudo o que existe e não desprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa, não a terias criado. (Sab 11,23-24)
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