O que está acontecendo no Vaticano
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O Papa está prestes a tomar novas medidas sobre um movimento leigo controverso? Qual será o futuro do cardeal Pell? A reportagem é de Robert Mickens, publicada por La Croix International, 14-12-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
Nem tudo é sempre como aparenta ser no misterioso mundo do Vaticano.
Na semana passada, o Papa Francisco comemorou 49 anos como presbítero ordenado. Enquanto muitos padres fazem do seu aniversário de ordenação um dia de grande celebração, o seu aniversário, que aconteceu no dia 13 de dezembro, passou praticamente despercebido, sem muitas comemorações.
Francisco começou o dia em uma oração particular antes de celebrar a missa matinal. Tomou seu café da manhã na sala de jantar de sua residência, na Santa Marta, se preparando para uma série de reuniões privadas e audiências em grupo, incluindo com dez novos embaixadores para a Santa Sé.
Antes do almoço, Francisco também havia conversado com três bispos de língua espanhola numa importante reunião. Uma sessão para indicar que o Vaticano está prestes a entrar em ação contra o Sodalitium Christianae Vitae, um movimento leigo de homens e mulheres conservadores e cultuados, fundado nos anos 70 no Peru.
Como observado aqui há algumas semanas, o fundador da Sodalitium, Luis Figari, junto à vários outros líderes masculinos foram acusados de manipular psicologicamente e abusar sexualmente de várias mulheres no movimento. A ex-chefe da filial feminina, Rocio Figueroa, recentemente reafirmou as alegações de que as autoridades do Vaticano demoraram a agir quando ela denunciou os abusos, enquanto trabalhava como funcionária do então Pontifício Conselho para os Leigos.
O Papa não ficou indiferente. No dia 13 de dezembro, se reuniu com os dois homens que ele havia indicado no mês de janeiro para assumir o Sodalitium como comissários papais - o bispo Noel Antonio Londoño Buitrago, redentorista que dirige a diocese de Jericó, na Colômbia, e o padre franciscano Guillermo Rodríguez. Também participaram da reunião o funcionário número 2 da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, Dom José Rodríguez Carballo, ex-superior geral da Ordem dos Frades Menores.
Nada foi divulgado sobre tais conversas. Mas é interessante notar que, na mesma manhã, Francisco também teve um encontro particular com o cardeal Luis Ladaria, SJ, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. No dia seguinte, teve um cara a cara com o cardeal Stanislaw Rylko, ex-presidente do antigo Conselho Pontifício para os Leigos.
Neste ponto, você provavelmente está começando a conectar os fatos. O escritório do cardeal Ladaria lida com penalidades canônicas para o abuso sexual de padres. Enquanto o fundador suspenso de Sodalitium, Luis Figari, não é um padre, ele atua como um ex-oficial ou líder.
Quanto ao cardeal Rylko, Rocio Figueroa declarou publicamente que ele - seu ex-chefe -, se recusou a apoiá-la quando ela emitiu suas denúncias sem resposta para outros escritórios do Vaticano. Provavelmente descobriremos em breve a natureza plena desses vários encontros que o Papa teve na semana passada e o que eles significam para o futuro do Sodalitium Christianae Vitae, sua liderança e seus membros.
A maior notícia sobre a agenda do Papa Francisco na semana passada, é claro, foi a mais recente reunião do Conselho de Cardeais (C9), seleto grupo de conselheiros seniores que ele criou em 2013, apenas um mês após sua eleição para a cátedra de Pedro.
Esse foi o 27º encontro do gabinete do Papa, que tem a tarefa específica de ajudar o bispo de Roma em seu papel de governança universal da Igreja. Mais precisamente, ajudar nos negócios imediatos de reformar a Cúria Romana.
O grupo tem sido chamado de C9, já que é formado por nove cardeais de várias partes do mundo e do Vaticano. Como Nicolas Senèze relatou esta semana, Francisco liberou três dos cardeais de seu mandato no conselho.
Dois deles estão ligados à escândalos de abuso sexual. O cardeal Francisco Errazuriz, de 85 anos, foi acusado de encobrir abusos no Chile, enquanto o cardeal George Pell, de 77 anos, está na Austrália há mais de um ano para enfrentar acusações de "ofensas históricas de agressão sexual", lutando por sua inocência.
O terceiro cardeal é Laurent Monsengwo, de 79 anos, que recentemente se aposentou como arcebispo de Kinshasa na República Democrática do Congo.
Todos os três estão além da idade da aposentadoria e já completaram o mandato inicial de cinco anos no Conselho dos Cardeais. Francisco, que faz 82 anos na semana que vem, informou a eles no mês de outubro que seus termos não serão renovados. Os termos dos seis membros originais restantes do C9 foram estendidos, pelo menos por enquanto, embora nenhum substituto foi nomeado para os outros três cardeais.
Esse conselho privado foi formado por representantes de diferentes áreas continentais. Tudo indica que, na hora certa, o Papa possa escolher novos membros da Oceania(para substituir Pell), América do Sul (para substituir Errazuriz) e África (para substituir Monsengwo). Tenha em mente que este é um Conselho de Cardeais, então - a menos que o Papa esteja prestes a surpreender a Igreja com planos de colocar mulheres na faculdade de elite - você pode esquecer a ideia dele nomear conselheiras como membros de pleno direito no C9.
Dos três membros que saíram, apenas um ainda não está aposentado, que é o cardeal George Pell. Ele está tecnicamente em uma licença de seu trabalho no Vaticano para que possa enfrentar acusações de abuso na Austrália, incluindo um segundo julgamento em março.
Por enquanto, ele continua a ser o prefeito da Secretaria da Economia. Esse prazo termina em 24 de fevereiro, o último dia da cúpula de três dias do Papa Francisco com os chefes das conferências episcopais do mundo a respeito de abuso de menores.
Seja qual for o resultado das batalhas do tribunal de Cardeal Pell, é provavelmente seguro dizer que seus esforços para vencer os problemas financeiros que o Vaticanoenfrenta acabaram. Ele não vai voltar. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Aniversário do Papa Francisco: 82 anos
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Nossos parabéns! Bergoglio é o primeiro Papa filho do Continente Americano, o primeiro não europeu em mais de doze séculos, o primeiro Papa originário da "Companhia de Jesus" e o primeiro a chamar-se Francisco. Eleito Sucessor de Pedro em 13 de março de 2013, governa a Igreja há mais de cinco anos.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco completa nesta segunda-feira, 17 de dezembro, 82 anos de vida.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em uma família católica, em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires. Seus pais, Mário José Bergoglio e Regina Maria Sívori, eram imigrantes italianos.
Jorge foi batizado no dia de Natal de 1936, na Basílica Maria Auxiliadora e São Carlos, da capital argentina. Estudou no Colégio salesiano e na Escola de Educação Técnica, onde se formou como técnico em química.
Durante a sua juventude, Bergoglio foi acometido por uma enfermidade pulmonar e submetido a uma operação cirúrgica, na qual foi extirpada parte de seu pulmão.
Ingresso na Companhia de Jesus e ordenação sacerdotal
Em 11 de março de 1958, ingressou para a Companhia de Jesus e concluiu seus estudos no Seminário Jesuíta de Santiago do Chile. Durante o Curso de Teologia foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1969, com quase 33 anos de idade. Partiu para a Espanha, em 1970, onde terminou seus estudos e fez sua profissão perpétua como Jesuíta.
Ao voltar à Argentina, foi mestre de noviços, professor na Faculdade de Teologia de San Miguel, consultor provincial da Companhia de Jesus e reitor do Colégio Máximo da Faculdade San José.
Arcebispo de Buenos Aires e cardinalato
Jorge Bergoglio foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires, pelo Papa João Paulo II, em 1992; depois coadjutor e, em 1998, sucessor do cardeal Antônio Quarracino, tornando-se Arcebispo de Buenos Aires. Foi criado cardeal por João Paulo II em 21 de fevereiro de 2001, ocupando muitos cargos importantes na Igreja.
O cardeal Bergoglio foi presidente da Conferência Episcopal Argentina, por dois períodos consecutivos (2005-2011) e membro do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM).
Estilo de vida simples e austero
Contudo, o cardeal Bergoglio sempre manteve um estilo de vida simples e austero: vivia em um pequeno apartamento, em vez do palácio arquiepiscopal; utilizava os transportes públicos para se locomover e fazia a sua comida; gostava de óperas, tango e futebol, sendo sócio e torcedor do time São Lourenço de Almagro.
Ao completar 75 anos, o cardeal Bergoglio apresentou sua renúncia, por limite de idade, ao Papa Bento XVI, e queria retirar-se em uma Casa para Sacerdotes idosos ou enfermos, levando uma vida de oração e de direção espiritual.
Eleição à Cátedra de Pedro
Porém, no dia 11 de fevereiro de 2013 o Papa Bento XVI renunciou ao governo da Igreja, sendo convocado um novo Conclave, durante o qual o cardeal Jorge Mário Bergoglio foi eleito, em 13 de março de 2013, seu Sucessor, escolhendo para si o nome de Papa Francisco, em honra a São Francisco de Assis.
Bergoglio é o primeiro Papa do Continente Americano, o primeiro não europeu em mais de doze séculos, o primeiro da Companhia de Jesus e o primeiro a chamar-se Francisco. Hoje, com 82 anos de idade, o Papa Francisco, proveniente “quase do fim do mundo”, como ele mesmo afirmou, governa a Igreja há mais de cinco anos. Feliz Aniversário, Papa Francisco!
Fonte: www.vaticannews.va
*3º Domingo do Tempo do Advento – Ano C: E NÓS, O QUE DEVEMOS FAZER?
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O tema deste 3º Domingo pode girar à volta da pergunta: “e nós, que devemos fazer?” Preparar o “caminho” por onde o Senhor vem significa questionar os nossos limites, o nosso egoísmo e comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus.
O Evangelho sugere três aspectos onde essa transformação é necessária: é preciso sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar; é preciso quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar absolutamente a dignidade dos nossos irmãos. O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é “batizado no Espírito”, recebe de Deus vida nova e tem de viver de acordo com essa dinâmica.
ATUALIZAÇÃO (EVANGELHO - Lc 3,10-18)
“E nós, que devemos fazer?” A expressão revela a atitude correta de quem está aberto à interpelação do Evangelho. Sugere-se aqui a disponibilidade para questionar a própria vida, primeiro passo para uma efetiva tomada de consciência do que é necessário transformar.
Os bens que temos à nossa disposição são sempre um dom de Deus e, portanto, pertencem a todos: ninguém tem o direito de se apropriar deles em seu benefício exclusivo. As desigualdades chocantes, a indiferença que nos leva a fechar o coração aos gritos de quem vive abaixo do limiar da dignidade humana, o egoísmo que nos impede de partilhar com quem nada tem, são obstáculos intransponíveis que impedem o Senhor de nascer no meio de nós. As nossas comunidades e nós próprios damos testemunho desta partilha que é sinal do Reino proposto por Jesus?
Os publicanos eram aqueles que extorquiam dinheiro de modo duvidoso, despojando os mais pobres e enriquecendo de forma ilícita. Que dizer dos modernos esquemas imorais (às vezes lícitos, mas imorais) de enriquecimento rápido? Que dizer da corrupção, do branqueamento de dinheiro sujo, da fuga aos impostos, das taxas exageradas cobradas por certos serviços, das falcatruas? Será possível prejudicar conscientemente um irmão ou a comunidade inteira e acolher “o Senhor que vem”?
“Não exerçais violência sobre ninguém”… E os atos de violência, que tantas vezes atingem inocentes e derramam sangue ou, ao menos, provocam sofrimento e injustiça? E os actos gratuitos de terrorismo, ainda que sejam mascarados de luta pela libertação? E a exploração de quem trabalha, a recusa de um salário justo, ou a exploração de imigrantes estrangeiros? E as prepotências que se cometem nos tribunais, nas repartições públicas, na própria casa e, tantas vezes, nas recepções das nossas igrejas? Neste quadro, é possível acolher Jesus?
Ser cristão é ser batizado no Espírito, quer dizer, é ser portador dessa vida de Deus que nos permite testemunhar Jesus e a sua proposta. O que é que conduz a nossa caminhada e motiva as nossas opções – o Espírito, ou o nosso egoísmo e comodismo?
*Leia a reflexão na íntegra. Clique ao lado no link- EVANGELHO DO DIA.
Presépio da Glória entra na luta contra o conservadorismo
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Escultura de Maria será trocada no dia 24 e promete surpreender o público
RIO — Uma das imagens mais simbólicas do Natal é a do presépio, que remete à noite do nascimento de Jesus. Nada mais divino e, ao mesmo tempo, tão humano, na opinião do padre Wanderson Guedes, da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Glória. Ele, que é o responsável pelo presépio que já virou tradição no bairro, diz que este ano quer abordar o que considera um “retrocesso humano existencial”.
— Temos que entrar na luta contra a onda de conservadorismo e puritanismo de uma parte da população que se escandaliza com questões tão normais como mães amamentando seus filhos em locais públicos — afirma ele, que é pároco da igreja há 14 anos.
Este ano, a imagem da Virgem Maria aparece grávida em cima de um burrinho, na companhia de José. O religioso adianta que no dia 24 o público terá uma grande surpresa, que ele não revela de jeito nenhum.
— Vamos trocar a imagem de Maria por uma outra que vai mostrar exatamente a mensagem que queremos passar — diz o padre, que também é artista plástico e restaurador e que esculpe cada uma das imagens em tamanho natural.
Ele lamenta o episódio de vandalismo que aconteceu ano passado e que danificou parte das imagens. Este ano, o presépio vem com metade das peças habituais.
— Não tivemos recursos financeiros para restaurar tudo e fazer um novo cenário. Reaproveitamos tudo o que pudemos. Queríamos ter feito um presépio à altura do que os cariocas merecem — diz o padre, que não recebe patrocínio para montar a maquete. — Se não fosse pela força e o apoio dos paroquianos, que abraçaram a causa junto comigo, não teríamos conseguido.
Para esta data do ano, padre Wanderson deseja que as pessoas entendam que o Natal é a própria graça de Deus encarnada no mundo:
— Ela se deu pela divinização do humano que veio através do menino Jesus. que nasceu, viveu e morreu como qualquer outro ser humano. É na ternura dessa criança que veio fazer morada conosco que está o caminho que nos leva até Deus. Se conseguir trazer isso para o nosso coração de fato teremos um Natal diferente. Fonte: https://oglobo.globo.com
Povo faz padre deixar o ministério sacerdotal
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Pe. Crispim Guimarães
Pároco da Catedral de Dourados/ MS
Foi o único título que encontrei para definir o que venho observando nos últimos tempos na Igreja. Reclama-se dos padres, diáconos e religiosos/as que supostamente não atendem bem o povo, que não se sente acolhido. Não se pode negar que algumas acusações devem ter suas razões, contudo, existem outras questões mais profundas.
Desejo tecer algumas reflexões, fruto da convivência diária com o povo que nos procura na igreja, com os mais variados problemas. Muita gente vem desabafar seus problemas psicológicos, e o padre tem que ser um pouco profissional nesta área, outros relatam as dificuldades de relações familiares e o padre precisa compreender o momento existencial da família para acolher e aconselhar, outros ainda têm necessidades de transporte, remédios, comida, moradia, e o sacerdote, no mínimo deve acompanhar com carinho suas queixas e depois, se não pode solucioná-las, encaminhar para os que são qualificados para este fim, mas poucos são os que voltam de mãos vazias dos nossos ambientes e a prova é: se somos tão procurados é porque a notícia que corre é que a igreja sempre ajuda.
Todavia, ouço frequentemente as pessoas falando dos seus esforços para perder peso, malhar e conquistar um belo corpo, saúde, falam dos colégios caros e exigentes que podem qualificar profissionalmente, sobretudo, seus filhos, gastam pequenas fortunas para enviar a prole a países desenvolvidos para dominar línguas, mesmo que fique em casa de desconhecidos. Admiro esses esforços, realmente são louváveis tais atitudes.
Repito, ouço muitas reclamações de pessoas que foram atendidas por sacerdotes e pessoas da Igreja e que não se sentiram acolhidas e muitas deles dizem: “por isso as igrejas protestantes estão cheias”, já ouvi reclamações a meu próprio respeito, ouço isso com frequência quando tento explicar o que é a Igreja Católica e sua doutrina.
Estes dias comecei a pensar: muitos padres deixaram o ministério, não porque se apaixonaram e quiseram casar simplesmente, muitos, na realidade tiveram a mesma sensação de impotência diante de certas pessoas que chegam às secretarias e desejam ter todos os direitos e nenhum dever, e por isso, são grossas com as secretárias, com os padres, com qualquer pessoa que represente a Igreja.
Experiência própria: é raro um dia em que não me sinto apreensivo com as propostas que algumas pessoas, que se dizem católicas, me fazem. Exemplos: chegam para batizar e não querem fazer o curso, “por não terem tempo”, querem padrinhos de outras religiões, querem casar-se, porém sem a preparação necessária e denominam as exigências de burocracia, querem usar as dependências da Igreja como se fosse um salão de festas. Para resumir, tudo que a gente fala – como forma de manifestar o amor da Igreja, que pretende preparar bem, fazer conhecer aquilo que será celebrado, é visto como falta de acolhida ou empecilho.
Mas, por que será que para a Igreja nunca se tem tempo, mas para a academia, para o inglês, para as festas, para manter os filhos nos melhores colégios, não se cria tantas dificuldades? De fato, se por um lado alguns deixam e outros têm vontade de deixar a Igreja, muitos padres também têm a tentação de deixá-la por causa de certos católicos que em tudo acham dificuldades, querem todos os direitos e não vêem que as preparações são necessárias para o bom exercício da catolicidade, não é barreiras, mas expressão de amor. Não ama o pai que prepara bem o filho para a vida?
Por mais pecados que cada padre possa ter, assim como os leigos, nenhum padre vai negar os “serviços” da igreja, sobretudo, os sacramentos, mas seria pecado de sua parte não fazer com que a pessoa seja preparada para recebê-lo. Quero ver quem leva seu filho ao médico que fez o curso de medicina em um ano, em um dentista que estudou no seu próprio quintal, quem colocaria livremente seu filho no pior colégio? Muitas pessoas chegam à igreja querendo obrigar o sacerdote a fazer o que lhe convém e não o que está certo. Pergunto-me em que nos diferenciamos dos corruptos?
O processo de conversão da Igreja passa por todos, Papa, bispos, padres, religiosos (as) e leigos, precisamos sair do marasmo e do maldito “jeitinho”, que no fundo é uma tentação para tornar a Igreja de Cristo uma Instituição falida. Por isso, o padre é ministro por Cristo, o fiel deve ser católico por amor a Cristo, quem é padre por “causa do povo”, não persiste quem é católico por causa de pessoas abandonará sua fé, católica ou qualquer outra. Fonte: http://www.radiocoracao.org
‘Larguei tudo para morar com o padre e ele sumiu’, reclama curitibano em Maringá
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Sem casa para morar e só com uma mochila nas costas e a sensação de que foi “abandonado”. Desse jeito, um homem procurou a reportagem para relatar que largou tudo para morar com um padre de uma paróquia pertencente à arquidiocese de Maringá. Mas, segundo ele, depois de meses residindo juntos na casa paroquial, o padre teria desaparecido “sem dar satisfação nenhuma”.
O padre que reza missa em uma paróquia de uma cidade da região faz mestrado em Curitiba e, de acordo com relato do rapaz, foi em uma dessas idas do padre à capital, em maio, que eles se conheceram. “A gente começou um relacionamento e no começo de agosto ele propôs que eu morasse com ele na casa paroquial. Larguei, tudo, meu apartamento, um bico que fazia lá, e vim”, diz.
De acordo com o rapaz, ele residiu na casa paroquial até recentemente, mas, na semana passada, o padre teria desaparecido sem dar explicações. Fonte: www.cantuemfoco.com.br
O Advento nas palavras de Jesus.
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Artigo de Matteo Ferrari
“Contemplar o mistério da vinda do Filho do homem, ampliando o olhar para todo o Evangelho e não nos detendo unicamente nos relatos da infância, que ouviremos proclamados na liturgia do Advento e do Natal, pode dar à expectativa um rosto mais ligado à nossa existência concreta e às exigências do seguimento do Senhor.”
A opinião é do monge beneditino e teólogo italiano Matteo Ferrari, da Comunidade de Camaldoli, professor do Instituto de Liturgia Pastoral Santa Justina, de Pádua, e da Faculdade Teológica da Itália Central, de Florença. O artigo foi publicado por Settimana News, 01-12-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Todos os anos, a liturgia da Igreja nos propõe um tempo em que a palavra-chave é “vinda”: o Advento. Nesse tempo do ano litúrgico, ouvimos ressoar muitas vezes a invocação “Vem, Senhor!”, falamos de uma vinda passada, presente e futura do Senhor, celebramos depois, no tempo de Natal, a sua vinda na carne e na história da humanidade.
Mas que significado tem a vinda do Senhor? Poderia haver muitas perspectivas para responder a essa pergunta. No entanto, há uma na qual talvez pensemos mais raramente. A de deixar que o próprio Jesus nos diga o sentido da sua vinda.
Na Carta a Tito, no trecho que lemos na noite de Natal (Tt 2, 11-13), o autor afirma que “a graça de Deus” se manifestou para nos ensinar “a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade”, resumindo, de modo muito eficaz, o sentido da vinda na história e na carne humana do Filho de Deus.
Jesus veio para nos ensinar a viver uma vida humana plena, para fazer resplandecer aos nossos olhos o sonho de Deus sobre a nossa existência e sobre a da humanidade inteira.
No entanto, nos Evangelhos, muitas vezes, é o próprio Jesus que nos diz por que ele veio, qual é o sentido da sua missão de “narrador” do rosto de Deus (cf. Jo 1, 18).
Tentemos, então, repassar o Evangelho de Mateus para deixar que Jesus mesmo diga o porquê do seu Advento e da sua encarnação. Todos os Evangelhos apresentam afirmações em que Jesus fala da sua vinda. No entanto, o primeiro Evangelho nos permite elencar três traços principais da vinda de Jesus, que podem ser particularmente significativos.
No Evangelho de Mateus, de fato, podemos identificar três âmbitos em relação aos quais Jesus afirma o significado da sua vinda: a relação com a palavra de Deus; a relação com os pecadores e com a humanidade inteira; a relação com as lógicas do mundo e com a contraposição que o anúncio da proximidade do reino de Deus pode despertar.
Eu vim para confirmar
Acima de tudo – e é uma característica fundamental do primeiro Evangelho – Jesus afirma que não veio para abolir/destruir a Torá/Lei e os Profetas, mas para levá-los a cumprimento e para confirmá-los (Mt 5, 17).
Por Torá/Lei e Profetas, podemos entender a palavra de Deus, através da qual ele comunica a sua vontade. Trata-se, sem dúvida, da Escritura nas duas primeiras partes do cânone judaico, a Lei e os Profetas. Acima de tudo, Jesus veio, então, em relação a Deus e à sua vontade, que se comunica aos homens e às mulheres através das Escrituras.
Existe um vínculo profundo entre essa afirmação e o conceito de justiça presente no Evangelho de Mateus. A justiça, de fato, não é principalmente de caráter jurídico ou social, mas consiste em fazer a vontade de Deus. Jesus mesmo interpreta o seu ministério como “cumprimento da justiça”, no seu diálogo com João Batista no momento do batismo no Jordão (Mt 3, 15). Não por acaso, encontramos aqui o mesmo verbo pleroo (cumprir) que se encontra em Mt 5, 17 sobre a Torá e os Profetas.
Trata-se de um primeiro dado fundamental. Jesus veio dentro de uma história de salvação, na história de um povo, na qual Deus busca comunicar a si mesmo a Israel e à humanidade inteira. O Deus da Bíblia, das Escrituras judaicas, é aquele que é “o Deus conosco”, desde o início, e que em Jesus leva às últimas consequências essa sua vontade de comunicação e de doação.
Jesus, portanto, acima de tudo, veio para manifestar, para revelar esse rosto de Deus. O Evangelho de Mateus se abre e se fecha precisamente com a expressão “conosco/com vocês” (Mt 1, 23; 28, 20). Todo o primeiro Evangelho quer anunciar que, em Jesus, se manifesta, em continuidade e conformidade com as Escrituras, o rosto de Deus “como Deus conosco”. Ele é o Emanuel (Mt 1, 23).
Essa afirmação central, que ressoa várias vezes na liturgia do Advento e do Natal, não é um dado que diz respeito unicamente aos relatos da infância, como às vezes se poderia pensar. Em vez disso, é um traço que caracteriza todo o ministério de Jesus, do qual ele se torna como que uma chave interpretativa irrenunciável. É outro modo de afirmar aquilo que João anuncia no prólogo do seu Evangelho através da expressão “o Verbo se fez carne” (Jo 1, 14).
Eu vim para dar a vida
Uma segunda motivação que Jesus dá à sua vinda e à sua missão diz respeito aos pecadores e, em geral, à humanidade inteira. Acima de tudo, em referência aos pecadores, ele afirma: “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9, 13). Estamos no contexto do chamado de Mateus, o publicano, e da comunhão da mesa com os pecadores, que os fariseus contestam como comportamento inadequado para um fiel observante da Torá.
O tema, portanto, não parece se afastar da observância/cumprimento da Lei, de que falamos acima. Poderíamos quase dizer que, aqui, nos deparamos com uma consequência da afirmação geral que vimos a respeito da observância da Torá e dos profetas, e não da sua anulação.
É um exemplo concreto para explicar o que significa que Jesus não veio para abolir a Leie os Profetas. De fato, Jesus introduz as suas palavras de resposta às críticas dos fariseus – os homens religiosos da época, mas se dirigindo aos fiéis de todos os tempos – com uma citação do profeta Oseias (Os 6, 6): “Vão aprender o que significa: quero misericórdia e não sacrifícios”.
Se, por justiça, entendemos – como afirmamos anteriormente – adesão à vontade de Deus e à sua Palavra, Jesus veio para aqueles que não aderem a Deus, isto é, os pecadores, os distantes. Através dele, os pecadores, todos os distantes podem encontrar uma estrada para retornar a Deus e à comunhão com ele.
Em Jesus, revela-se o rosto de um Deus de misericórdia que quer estar não apenas “com os justos”, mas também “com os pecadores”; que não pode suportar nenhuma distância dele. O Deus de Jesus não é apenas “o Deus conosco”, mas ele é o Deus que “quer estar com todos”.
Na mesma perspectiva, encontramos em Mt 20, 28 (com o paralelo de Mc 10, 45) uma afirmação mais ampla que diz respeito, em geral, à relação de Jesus para com a humanidade inteira, à qual ele é enviado: “O Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir, e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.
O contexto dessas palavras é um ensinamento de Jesus aos seus discípulos sobre o seguimento. Jesus veio para servir e para resgatar, através da sua vida, a vida de todo homem e de toda mulher. Ele veio para “resgatar a vida” de toda desumanização; para fazer resplandecer a vida humana na sua integridade, assim como Deus a sonhou.
Jesus realiza esse “resgate” da vida através do dom de si. É na vida vivida como dom que a vida humana é resgatada. Jesus já afirmou isso em outra passagem do Evangelho de Mateus, que, de algum modo, constitui o centro do seu anúncio: “Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mt 16, 25). A vida humana é “resgatada” pelo dom, mas é destruída quando é vivida para si mesmos.
O contexto desse ditado acrescenta mais uma nuance. Essa não é apenas a missão de Jesus, mas também a de seus discípulos e das suas discípulas. Jesus afirma que existe um vínculo indissolúvel entre a sua missão e a vida daqueles que se puseram a segui-lo. A missão da comunidade dos discípulos de Jesus é o prolongamento da do seu mestre.
O advento/vinda de Jesus toca a vida daqueles que acolheram a sua palavra, de modo que, nele e no seu rosto, eles deveriam reconhecer a verdade deles mesmos e da sua missão no mundo. Eles também são chamados a “resgatar” a vida, vivendo como o seu mestre, na lógica do dom e do serviço.
Eu vim trazer a espada
Por fim, no Evangelho de Mateus, encontramos outra afirmação de Jesus a respeito da sua vinda. Talvez seja a que nos deixa mais desalentados e na qual estamos menos acostumados a pensar.
Jesus afirma que não veio para trazer a paz, mas sim a espada: “Não pensem que eu vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a espada. De fato, eu vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares” (Mt 10, 34-36).
No Natal, cantamos Jesus como príncipe da paz. No entanto, aqui, ele afirma que traz espada e divisão, até mesmo no âmbito que nós mais sonhamos como marcado pela harmonia e pela concórdia, como o das relações familiares. Talvez aqui Mateus tenha debaixo dos olhos a situação concreta da sua comunidade, na qual a adesão ao Evangelho por parte de alguns havia provocado profundas dilacerações até mesmo dentro das próprias famílias.
Se podemos pensar em uma situação concreta da comunidade do tempo de Mateus, no entanto, esse é um dado que diz respeito à missão de Jesus em geral: ele veio para provocar um discernimento, uma divisão entre aqueles que acolhem a sua mensagem e aqueles que a rejeitam.
Acolher a lógica do Evangelho significa ir ao encontro de rejeição e contraposição. Nesse sentido, Jesus veio para trazer divisão. Diante dele, não se pode permanecer no compromisso entre lógicas de vida e lógicas de morte; entre viver para si mesmos e viver para os outros.
A divisão de que se fala não tem tanto a ver com uma adesão institucional e formal a um grupo humano, mas sim com a necessidade de tomar posição diante do mal e da injustiça, de todas aquelas lógicas que pertencem à dureza do coração humano e que se contrapõem a Deus e à sua vontade de vida.
“És tu aquele que há de vir?”
No fim deste breve percurso, que nos levou a deixar que o próprio Jesus nos diga o sentido da sua missão e da sua vinda, nós também poderíamos assumir a pergunta de João Batista: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” (Mt 11, 2-16).
Os traços do sentido da sua vinda, que Jesus delineia com as suas palavras no Evangelho de Mateus, podem nos levar, no tempo de Advento e de Natal que está à nossa frente, a dar uma resposta a essa pergunta para nossa vida de pessoas de fé.
Contemplar o mistério da vinda do Filho do homem, ampliando o olhar para todo o Evangelho e não nos detendo unicamente nos relatos da infância, que ouviremos proclamados na liturgia do Advento e do Natal, pode dar à expectativa um rosto mais ligado à nossa existência concreta e às exigências do seguimento do Senhor.
Ou, melhor, reler os próprios relatos da infância à luz das declarações de Jesus sobre o sentido da sua vinda pode lançar uma nova luz sobre esses textos tão ricos e profundos, já iluminados pelo mistério pascal da paixão, morte e ressurreição. http://www.ihu.unisinos.br
O Natal de Jesus é revolucionário
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"Nos encontros com as pessoas, a presença de Jesus não deixou ninguém indiferente. Todos e todas sentiram-se obrigados e obrigadas a tomar uma posição: a favor ou contra. Jesus sempre anunciou a Boa Notícia do Reino de Deus em sua radicalidade. Nunca se preocupou em torna-la 'agradável' aos interesses dos poderosos, como fazem muitos cristãos e cristãs hoje, inclusive padres e bispos", escreve Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP) e professor aposentado de Filosofia da UFG.
Eis o artigo.
Nós cristãos e cristãs chamamos “Boa Notícia do Reino de Deus” a Utopia de Jesus acerca do ser humano e do mundo.
Fazer a memória, tornar presente o Natal de Jesus, significa fazer a experiência hoje de sua vinda como “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6). É nessa experiência que Jesus nos chama a seguir seus passos em nossa caminhada neste mundo.
Antes de nascer - ainda no seio de sua mãe Maria - Jesus foi “morador de rua”. “José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até à cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém (perambulando nas ruas à procura de um abrigo), completaram-se os dias para o parto” (Lc 2, 4-6).
Jesus nasceu como “sem-teto”, na manjedoura de um estábulo (não no palácio do Imperador ou em outros palácios). “Maria deu à luz o seu filho primogênito, o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro de casa”. Anunciou - pela voz do anjo - a Boa Notícia do seu nascimento aos pastores, os “sem-terra” da época. “Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor” (Lc 2, 6). Os pastores “foram então, às pressas, e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura”. “Voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que haviam visto e ouvido” (Lc 2, 16.20).
Jesus foi carpinteiro junto com seu pai José. A respeito dele, as pessoas diziam: “De onde vêm essa sabedoria e esses milagres? Esse homem não é o filho do carpinteiro?” (Mt 13, 54-55). “Esse homem não é o carpinteiro?” (Mc 6, 3).
Em sua vida pública, Jesus foi sempre próximo e entranhadamente solidário com os “sem voz e sem vez”. Entre os muitos exemplos que poderíamos lembrar, cito o do homem com a mão direita seca. “Jesus disse ao homem: ‘Levante-se e fique no meio’. ‘Estenda a mão’. O homem assim o fez e sua mão ficou boa” (Lc 6, 8.10).
Jesus denunciou - cheio de indignação - a hipocrisia dos fariseus e doutores da Lei. “Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão! Assim também vocês: por fora parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e injustiça” (Mt 23, 27-28).
Jesus dialogou com o jovem rico, que - pelo seu apego aos bens - não teve a coragem de segui-lo e foi embora triste. “Jesus disse: ‘Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro no céu. Depois venha e siga-me’. Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico” (Mt 19, 21-22).
Encontrou com Zaqueu - também homem rico - em sua casa, que se converteu e mudou totalmente de vida, praticando a partilha dos bens. “Zaqueu ficou de pé e disse ao Senhor: ‘A metade dos meus bens, Senhor, eu dou aos pobres e, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais’” (Lc 19, 8).
Jesus foi acusado de “subverter” o povo. “Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo” (Lc 23, 2).
Depois de celebrar a última Ceia com os discípulos e lavar seus pés, Jesus foi preso e morto na cruz como criminoso. “Jesus (na cruz) deu um forte grito: ‘Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito’. Dizendo isso, espirou” (Lc 23, 46).
Jesus - o Libertador, o Salvador, o Filho de Deus - ressuscitou dos mortos. “Os dois homens (mensageiros de Deus) disseram: ‘Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui! Ressuscitou!’” (Lc 24, 5-6).
Jesus Ressuscitado enviou o Espírito Santo aos discípulos. “Ele disse: ‘A paz esteja com vocês. Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês’. Tendo falado isso, soprou sobre eles, dizendo: ‘Recebam o Espírito Santo’” (Jo 20, 21-22).
Jesus Ressuscitado continua vivo na Comunidade dos seus seguidores e seguidoras. Ele caminha conosco até o fim dos tempos. “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles” (Mt 18, 20). “Eu estarei com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20). A Comunidade é no mundo testemunha de Jesus Ressuscitado.
Nos encontros com as pessoas, a presença de Jesus não deixou ninguém indiferente. Todos e todas sentiram-se obrigados e obrigadas a tomar uma posição: a favor ou contra. Jesus sempre anunciou a Boa Notícia do Reino de Deus em sua radicalidade. Nunca se preocupou em torna-la “agradável” aos interesses dos poderosos, como fazem muitos cristãos e cristãs hoje, inclusive padres e bispos.
Enfim, o Natal de Jesus é a prova existencial concreta que Ele “nasceu pobre, para os pobres, com os pobres e dos pobres”; e que a Igreja - Comunidade dos seguidores e seguidoras de Jesus - para ser fiel à sua missão, deve também ser “pobre, para os pobres, com os pobres e dos pobres”.
O Natal de Jesus é revolucionário, porque subverte todas as relações do ser humano no mundo e com o mundo, inaugurando uma maneira radicalmente nova de as pessoas se relacionarem. Jesus quer - é a sua Utopia - que todos e todas sejamos e vivamos como irmãos e irmãs, amando-nos mutuamente. “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês” (Jo 15, 12).
Ora - respeitando e valorizando a enorme diversidade dos dons (carismas) e dos serviços (ministérios) dos cristãos e cristãs e de todas as pessoas, podemos afirmar que - sem igualdade, sem justiça e sem partilha - a irmandade (fraternidade e sororidade) é hipocrisia, é mentira. Quanta hipocrisia e quanta mentira existem hoje na sociedade e na própria Igreja!
A “opção pelos pobres” - oprimidos e oprimidas, excluídos e excluídas, descartados e descartadas - não é uma alternativa entre duas ou mais alternativas, mas é um caminho de vida, que revoluciona todos os critérios da convivência humana no mundo. É o caminho “desde a manjedoura” de Jesus, que não exclui ninguém, mas está aberto a todos e a todas - inclusive aos ricos - que se convertem, praticam a partilha e o seguem.
Na “opção pelos pobres”, a palavra “preferencial” é supérflua. Ela foi colocada para aqueles e aquelas que não entenderam ou não entendem o que é a “opção pelos pobres”.
Os cristãos e cristãs vivamos o tempo litúrgico do Advento como um tempo de espera alegre da vinda de Jesus - tempo forte de graça de Deus - dispostos e dispostas a mudar de vida e a retomar - com muita fé, esperança e amor - a nossa caminhada no seguimento de Jesus. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
3º domingo do advento - Ano C - Alegrai-vos sempre no Senhor! (Domingo, 16 de dezembro-2018)
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"João Batista propõe, então, atitudes concretas, adequadas para cada um dos grupos: ao povo em geral, ele recomenda a compaixão com os necessitados através da partilha dos bens; aos publicanos, pede que não explorem, que não se corrompam, que não cobrem dos mais pobres valores indevidos; aos soldados, pede que não usem de violência, que não abusem do seu poder contra fracos e indefesos… "Todas as recomendações de João Batista são para reparar danos aos irmãos, porque tudo aquilo que prejudica um irmão é contrário a Vontade de Deus."
A reflexão é de Terezinha Cota, religiosa da Congregação Nossa Senhora do Cenáculo. Ela possui graduação e mestrado em Teologia pelo Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus - CES.
EVANGELHO – Lc 3,10-18: Um Olhar
O Evangelho de hoje (Lucas 3, 10-18) tem duas partes: os vers. 10-14 e os vers. 15-18.
Na primeira parte do Evangelho, João Batista apresenta para grupos específicos as pistas concretas para preparar os caminhos do Senhor, para colocar em prática a conversão; na segunda parte compara o batismo na água ao batismo no Espírito.
Encontramos primeiro uma seção própria do evangelista Lucas, marcada pela questão: “... o que devemos fazer?” Ele coloca esta mesma questão em At 2,37; 16,30; 22,10. “O que devemos fazer?” já expressa abertura à salvação que vem de Deus.
João Batista propõe, então, atitudes concretas, adequadas para cada um dos grupos: ao povo em geral, ele recomenda a compaixão com os necessitados através da partilha dos bens; aos publicanos, pede que não explorem, que não se corrompam, que não cobrem dos mais pobres valores indevidos; aos soldados, pede que não usem de violência, que não abusem do seu poder contra fracos e indefesos…
Todas as recomendações de João Batista são para reparar danos aos irmãos, porque tudo aquilo que prejudica um irmão é contrário a Vontade de Deus. Na segunda parte do Evangelho, (vers. 15-18), João Batista anuncia o batismo no Espírito Santo. Seu batismo “na água” é uma proposta de conversão; mas o batismo de Jesus consiste em receber a vida de Deus que atua no coração humano e transforma-o por dentro. Para o evangelista Lucas tudo isso se concretizará plenamente no dia de Pentecostes (Atos 2, 1-12).
Diante de uma sociedade onde a desigualdade é escandalosa, os clamores dos excluídos colocam em nossos corações o imperativo da partilha?
A corrupção, a exploração dos trabalhadores, a apropriação ilícita do que pertence aos marginalizados e outras atitudes imorais, não são impedimentos existenciais para acolher o Senhor que vem?
Os atos de violência, que tantas vezes derramam sangue dos inocentes, o descaso e a rejeição aos imigrantes, as traições ao Evangelho por parte de igrejas que se denominam cristãs, não suscitam em nós o desejo ardente de suplicar a conversão?
Ser cristão é ser batizado no Espírito, é ser portador dessa vida de Deus que nos permite testemunhar Jesus e o seu Evangelho. Que em nossa caminhada, opções, decisões e compromissos pessoais, comunitários e solidários, sejam decididos sob a inspiração do Espírito. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
PERDÃO: Histórias caídas do céu
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Conta-se que um jovem advogado de uma pequena cidade dos Estados unidos, foi indicado pelo tribunal para trabalhar com outros dois famosos advogados da cidade grande.
Arrogantes, eles receberam muito mal o tímido colega do interior, que preparava anotações sobre o processo sem que nenhum dos dois se desse ao trabalho de olhar. Como se não bastassem o desprezo e o ar de superioridade, eles se negavam a se sentar à mesma mesa que o forasteiro do interior.
Alguns anos depois , o advogado magro, de rosto triste e tímido foi eleito presidente dos EUA. Quando chegou o momento de formar sua equipe, lembrou-se de um homem como a melhor opção para ocupar o cargo de ministro da Guerra: um dos dois advogados que o desprezaram.
PARA REFLETIR.
Uma das grandes qualidades de Abraham Lincoln era não ser revanchista.
Tiros na catedral: um recluso decidido a destroçar vidas em Campinas
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Com uma pistola e muita munição, atirador esperou pacientemente até começar a matança. "Por que na igreja?", se perguntam na cidade. A polícia ainda não tem respostas
"O que faz uma pessoa começar a atirar dentro de uma igreja, um lugar para se estar em paz?", se perguntava Caroline Mott, de 28 anos, diante de uma das portas, ainda com vestígios de sangue, da Catedral Metropolitana de Campinas, palco do ataque de um atirador que deixou quatro mortos e quatro feridos na tarde desta terça-feira –um deles em estado grave. O rastro de morte e pavor havia sido deixado horas antes por Euler Grandolpho. O homem de 49 anos, um recluso morador do município vizinho de Valinhos, deixou sua casa por volta do meio dia. Percorreu os 11 km que separam a cidade de Campinas de ônibus, carregando uma mochila com duas armas e quatro cartuchos de munição. Estava decidido a destroçar a vida de vários fiéis e o fez. O que a polícia ainda não sabe é o porquê.
A missa das 12h15 já tinha terminado. Grandolpho estava pacientemente sentado em um dos largos bancos da catedral do século XIX. Então levantou-se e começou os disparos. Cerca de 20 pessoas ainda faziam suas orações no momento que o ataque começou. "Percebi que no meio da igreja um rapaz se posicionou de frente a um casal e começou a atirar à queima-roupa. A minha reação, assim como a de vários que estavam lá dentro foi sair correndo. Tudo foi muito rápido", diz o aposentado Pedro Rodrigues, de 66 anos.
Durante a ação, o atirador recarregou uma vez a pistola, cujo pente tinha capacidade para 11 balas. Em seguida, disparou mais dez vezes e se suicidou, com a última bala, numa tragédia em parte capturada pela câmera do circuito interno da catedral, instalada num ângulo alto da nave central, a contraluz. Grandolpho só parou de atirar quando policiais, PMs e da Guarda Municipal que estavam nas redondezas, escutaram os disparos e entraram na catedral para confrontá-lo. O atirador acabou sendo ferido na lateral do corpo, na altura do abdômen, e depois resolveu atirar contra a própria cabeça, caindo próximo ao altar. “Sem a intervenção da polícia, a matança seria maior”, disse o delegado.
Um Brasil em choque tomou ciência de um inusual tipo de barbárie irracional até mesmo para um país que possui um catálogo longo de barbáries. Enquanto o ataque ganhava o noticiário e corria ainda mais rápido com fotos e primeiras impressões no WhatsApp, tomava forma também a inevitável discussão sobre a natureza do tiroteio e o papel das armas nele, o que deve seguir nos próximos dias. A tragédia ocorre em meio ao debate sobre a ampliação do porte da posse de armas no território brasileiro, uma forte bandeira do presidente eleito Jair Bolsonaro. Na igreja, a polícia encontrou duas armas – uma pistola 9 mm e um revólver 38 –, ambas como a numeração raspada, um indício de que podem ter sido adquiridas ilegalmente. Com mais armas na mão se aumenta a possibilidade de um rompante louco como esse?
Não escaparam da fúria armada de Grandolpho Sidnei Vitor Monteiro, de 39 anos, José Eudes Gonzaga, de 68 anos, Cristofer Gonçalves dos Santos,38, e Elpídio Alves Coutinho. Morreram ainda na igreja. Outras quatro pessoas foram baleadas e encaminhadas ao hospital Mário Gatti e ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Duas delas receberam alta nesta terça.
O prefeito de Campinas, Jona Donizette, decretou luto oficial de três dias na cidade, que viu outra chacina, de uma família inteira, acontecer há dois anos. Dessa vez, a matança foi no coração de Campinas. A agitada Praça José Bonifácio, em frente à catedral, foi tomada pelo medo e o corre-corre. O som de uma série de tiros ecoou e fez quem passava por ali correr automaticamente para um lugar mais seguro, uma loja, um banco ou padaria. "Aqui estava muito cheio, era na hora do almoço. E, de repente, todo mundo saiu correndo, escutei uns 20 tiros. Vi um homem saindo totalmente ensanguentado da porta da igreja. Nunca tinha visto algo assim antes, o pânico tomou conta desse lugar", conta Daiane, funcionária de uma banca de revistas da praça.
Durante toda a tarde, o local se encheu de curiosos que se concentravam perto da escadaria da igreja, que precisou ser isolada pela perícia. A corretora de imóveis Vanda Cordeiro buscava mais notícias sobre o episódio. Frequentadora da igreja há mais de 30 anos, ela tinha planejado ir à missa das 12h15 para depois se confessar, mas não chegou a tempo. "A verdade é que tenho agora que agradecer a Deus por esse livramento e, também, por ter livrado a minha filha da morte. Ela estava na missa, mas conseguiu fugir sem ser ferida. Ela me ligou apavorada contando que um homem armado estava atirando, um horror", explicava Cordeiro, que fazia questão de mostrar os áudios de celular que recebeu de pessoas que estavam dentro da igreja. Um deles era o de Daniele Coutinho, que escutou do atirador uma ameaça macabra: ou se afastava, ou morreria ali mesmo, com um tiro na cabeça.
No fim da tarde, quando os primeiros corpos começaram a ser removidos da catedral, dezenas de passantes começaram a se aglomerar novamente. Conversavam e tentavam se aproximar da cena do crime e também reviviam a ação, uma e outra vez, nas telas dos celulares. Muitas faziam especulações sobre o motivo de crime e mostravam as fotos de vítimas feridas e do atirador morto caído próximo ao altar. "A gente recebe toda hora essas fotos por Whatsapp. Parece que ele entrou na igreja para matar a mulher e o amante. Esse foi o primeiro casal que ele matou", especulava uma comerciante.
A polícia, no entanto, ainda não tem pistas sobre a motivação do crime. O delegado José Henrique Ventura afirmou apenas que já foi apurado pela Polícia Civil que o atirador chegou a fazer tratamento de depressão. Em um primeiro momento, a polícia afirmou que Grandolpho era analista de sistema. Depois emergiu a informação de que ele teria se formado em publicidade. Consta que ele foi aprovado no concurso de auxiliar de promotoria do Ministério Público de São Paulo e estava lotado na Comarca de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo, até pedir exoneração, em 2014. Morava com o pai, Eder, um senhor afeito a postagens católicas no Facebook. O atirador não trabalhava desde 2015, ficava quase todo o tempo recluso no quarto e tinha, segundo o delegado, um "comportamento estranho". Não tinha passagens pela polícia. Nos dois únicos boletins de ocorrência registrados com seu nome ele aparece como vítima, informou Ventura passada às 17h diante da catedral.
Às 18h, o último último corpo foi retirado da igreja em um caixão azul, o que fez a multidão começar a se dispersar. Alguns transeuntes afirmaram nunca ter visto a igreja com portas fechadas naquela hora, em uma terça-feira. Outros depositavam rosas vermelhas em homenagem às vítimas. A Catedral de Campinas em luto deve permanecer assim até a manhã desta quarta, mas informa que, às 12h15, estará aberta mais uma vez, para celebrar uma missa em sufrágio dos falecidos. Fonte: https://brasil.elpais.com
CNBB manifesta solidariedade com a arquidiocese de Campinas e familiares das vítimas
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CNBB manifesta solidariedade com a arquidiocese de Campinas e familiares das vítimas
A Presidência da CNBB enviou, na quarta-feira, 11 de dezembro, uma mensagem de solidariedade ao Mons. José Eduardo Meschiatt, administrador da arquidiocese de Campinas (SP). O atentado deixou pelo menos cinco pessoas mortas, inclusive o atirador, e outras quatro feridas.
Regionais
Dom Pedro Luiz Stringhini, presidente do regional Sul 1 da CNBB, emitiu nota de solidariedade: “Em nome dos senhores arcebispos e bispos do Regional Sul 1 da CNBB, apresentamos ao sr. Administrador Diocesano de Campinas, Revdo. Mons. José Eduardo Meschiatti, ao Revdo. Pároco da Catedral, ao Clero e fiéis da Arquidiocese de Campinas, sentimentos de solidariedade e orações, por ocasião do ataque, ocorrido na Catedral, e que vitimou diversas pessoas. Nesse tempo santo do Advento, preparando o Natal de Jesus Cristo, Príncipe da Paz, é necessário que os cristãos intensifiquem a oração pela Paz, com gestos concretos de Fraternidade, reconciliação e amor ao próximo, depondo as armas da violência seja das mãos, seja dos corações. Como discípulos de Cristo e membros do Seu Corpo, a Igreja, sofremos com os que sofrem, sempre movidos pela esperança que não decepciona (Rm 5,5). Rezemos pelas vítimas e pelo consolo de suas famílias. Rezemos pelo agressor, pela Arquidiocese de Campinas e pela Paz“.
Dom Jaime Spengler, presidente do regional Sul 3, acompanhado por dom José Gislon e dom Zeno Hastenteufel, vice-presidente e secretário, respectivamente, assinam a nota de solidariedade à arquidiocese de Campinas: “O Regional Sul 3 da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se solidariza com a Arquidiocese de Campinas/SP, diante do ataque sofrido na tarde desta terça-feira, dia 11 de dezembro, no interior de sua Catedral Metropolitana, deixando vítimas. Rezamos pelos familiares das vítimas e pelos feridos. Rezamos também pela Arquidiocese de Campinas, pedindo ao Príncipe da Paz, em favor da superação da violência, que marca a vida do nosso povo, que juntos possamos cooperar para construir dias melhores para as futuras gerações“.
Cardeal João Orani Tempesta, presidente do regional Leste 1, também assina nota: “O regional Leste 1 da CNBB e Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro se solidarizam diante do ocorrido aos fiéis na catedral metropolitana da arquidiocese de Campinas (SP), na tarde desta terça-feira, 11 de dezembro de 2018. Em unidade e comunhão com toda a Igreja, nos unimos com a dor e em oração dos familiares das vítimas, e pedimos pela recuperação dos feridos. Rezamos também pela arquidiocese de Campinas, suplicando a Deus, que apesar deste tempo de violência que marca nossa história, não deixemos de ser instrumentos de paz. Que as vítimas descansem em paz e que seus familiares encontrem em Deus a paz tão necessária para este momento!”.
Confira a Nota da Presidência.
Mensagem da CNBB ao Administrador da Arquidiocese de Campinas
Ao Revmo. Sr.
Mons. José Eduardo Meschiatt
Administrador Diocesano
Caro irmão,
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB oferece a sua solidariedade e oração à Arquidiocese de Campinas, especialmente às famílias atingidas pelo trágico acontecimento da morte violenta de seus entes queridos, durante a celebração da Eucaristia na Catedral Metropolitana. Solidariedade e preces extensivas aos irmãos que foram internadas devido aos ferimentos.
A violência não faz parte da vida de quem segue Jesus Cristo. Vemos, mais uma vez, como as armas podem ser usadas para tirar a vida de outras pessoas e de quem as usa. A Campanha da Fraternidade deste ano foi uma longa e profunda meditação a partir da necessidade de superar a violência. Temos diante de nós mais uma demonstração de que há necessidade de buscarmos incessantemente a superação da violência para vivermos na fraternidade, com direito e a justiça.
O senhor, por favor, transmita a proximidade da Presidência da CNBB a todas as pessoas que estão sofrendo, inclusive aos familiares do irmão que provocou essa dor. Deus, na sua misericórdia, o perdoe e conceda aos falecidos o descanso eterno. Continuamos unidos pela oração e pelo desejo de servir.
Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB
Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Arcebispo de São Salvador
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
Fonte: http://www.cnbb.org.br
13 de dezembro: Santa Luzia, o olhar da esperança que salva
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Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, Bispo Diocesano de Campos (RJ)
Celebramos junto a memória de Santa Luzia, Virgem e mártir, o dia de nossos irmãos cegos e dos que padecem doenças ou deficiências visuais. A eles nossa oração e solidariedade, unindo-nos a suas lutas pelo reconhecimento dos seus direitos.
Lembramos a vida de José Alvares de Azevedo, jovem cego que introduziu o sistema braille no Brasil em 1850, sendo sinal de um testemunho generoso e altruísta em favor de aqueles que como ele precisavam de ser integrados no aprendizado e na participação da cultura, superando as deficiências visuais. Mas Santa Luzia nos ajuda a viver e preparar o Natal, purificando nosso olhar, desembaçando-o de tantas luzes falsas ou traves que nos impedem ver a realidade com amor e esperança.
Ficamos como que aturdidos por uma propaganda mercantil que apela para o consumismo natalino. As pressões sociais de eventos de encerramento do ano, distraem nossa visão do verdadeiro foco. Com um coração puro e virginal é importante concentrar nosso olhar fixo em Cristo que vem para nos salvar.
Ele que é o verdadeiro e único presente como dom do Pai que é capaz de dar-nos a felicidade. Renunciemos como Santa Luzia as idolatrias que nos consomem e escravizam, para com Jesus tornar a nossa vida e história num presépio acolhedor, onde brilhe a luz da fé que transforma e liberta.
Que tenhamos a coragem de Santa Luzia de libertar-nos daquelas programações ou roteiros que outros querem impor para nossas vidas, aceitando com alegria o custo da opção radical por Cristo. Inspirados com o olhar límpido dos pastores ou a visão dos santos reis que desejavam encontrar o Messias e a sabedoria, possamos ver Jesus para adorá-lo e glorificá-lo, construindo com os pobres e os oprimidos um Novo Reino de justiça, paz e fraternidade, pois, como afirma Santo Irineu a Gloria de Deus é a vida plena da pessoa humana. Deus seja louvado! Fonte: http://www.cnbb.org.br
AO VIVO- MISSA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE COM FREI PETRÔNIO, CARMELITA. (Quarta-feira, dia 12)
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CONCERTO DE NATAL: Carmo Sion.
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Imagens do Concerto de Natal na Igreja do Carmo em Belo Horizonte- MG no dia 11 de dezembro-2018.
Tragédia na Catedral de Campinas: Notas da CNBB e da Arquidiocese
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Tragédia na Catedral de Campinas: Notas da CNBB e da Arquidiocese
O Regional Sul I da CNBB divulgou uma Nota de Solidariedade a todos os fiéis e à Cúria fazendo um apelo para depor “as armas da violência seja das mãos, seja dos corações” . A Arquidiocese de Campinas apresentou uma Nota oficial sobre a agressão ocorrida ontem (11/12) dentro da Catedral.
Cidade do Vaticano
“Por volta das 13h15 de hoje, 11 de dezembro de 2018, após a missa das 12h15, um homem, em porte de duas armas de fogo, entrou na Catedral de Campinas e efetuou disparos contra os fiéis que faziam suas orações. A ação foi rápida e resultou no óbito de quatro pessoas. Após os disparos, o homem atirou contra si mesmo. Ainda não sabemos as motivações destes disparos”. Assim inicia a Nota Oficial da Arquidiocese de Campinas, que informa sobre o trágico ataque ocorrido nesta terça-feira na Catedral da cidade.
“A Catedral de Campinas forneceu às autoridades todas as informações possíveis, bem como as gravações do circuito interno de segurança. O Poder Público está investigando o caso", prossegue o texto. Lamentamos profundamente o ocorrido. Sofremos com as pessoas que neste momento choram a morte de seus amigos, irmãos e parentes. Pedimos a oração de todos para que estas famílias encontrem em Deus o conforto e a paz”.
Solidariedade da CNBB
Ao mesmo tempo o Regional Sul I da CNBB enviou uma nota de Solidariedade a todo o Clero e fiéis da Arquidiocese de Campinas, com “sentimentos de solidariedade e orações, por ocasião do ataque, ocorrido na Catedral, e que vitimou diversas pessoas”. A Nota evidencia também que neste santo Tempo do Advento “é necessário que os cristãos intensifiquem a oração pela Paz, com gestos concretos de Fraternidade, reconciliação e amor ao próximo, depondo as armas da violência seja das mãos, seja dos corações”.
A CNBB conclui com o apelo “rezemos pelas vítimas e pelo consolo das famílias. Rezemos pelo agressor, pela Arquidiocese de Campinas e pela Paz.
A Catedral será reaberta hoje
Segundo a Nota da Arquidiocese, a Catedral de Campinas permanecerá fechada até às 12h deste dia 12 de dezembro. Às 12h15 de hoje celebra-se uma missa em sufrágio pelas almas dos fiéis falecidos. Segundo informações da própria Arquidiocese, o agressor chamava-se Euler Fernando Gandolfo, de 49 anos, sem antecedentes criminais. Dentro da igreja havia cerca de 20 pessoas e tinha terminado a missa quando começou a atirar. Quando a polícia chegou o homem já tinha se suicidado. Embora logo tenham chegado as ambulâncias, as pessoas já estavam mortas enquanto os feridos foram levados ao hospital. Fonte: https://www.vaticannews.va
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