7º DIA DA NOVENA- Convite
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Outubro: mês dedicado a celebrar a missão nas comunidades no Brasil e no mundo
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Outubro chega e com ele o mês missionário. Época que a Igreja convida os cristãos a colaborarem com as missões no mundo. Esse ano, o tema do mês, reforça a importância do discurso das Bem-Aventuranças: “Felizes os que promovem a Paz – Mt 5,9.
“A missão, identidade essencial da Igreja, não se resume num dia, mês ou atividades de cunho missionário. A missão é permanente e eixo que impulsiona toda a vida das comunidades”, ressalta o diretor geral das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Maurício Jardim, diante das intolerâncias e fundamentalismos.
Na Mensagem deste ano para o Dia Mundial das Missões, instituído pelo Papa Pio XI em 1926, o papa Francisco destaca: “Todo homem e toda mulher é uma missão e essa é a razão pela qual se vive na terra ser atraídos e enviados. Cada um de nós é chamado a refletir sobre esta realidade: “Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo” (papa Francisco, Evangelii gaudium, 273).
Para colaborar de forma concreta com as missões, as POM preparou várias ações e um rico material que vai ajudar as comunidades a trabalharem a temática. Destacamos três deles:
1 – Rezar pelas missões e missionários
2 – Ir ao encontro dos que mais necessitam
3 – Contribuir com a coleta em favor da evangelização dos povos.
Coleta
O Papa Pio XI instituiu, em 1926, o penúltimo domingo de outubro, o Dia Mundial das Missões, onde se realiza a coleta. Nesse dia, a colaboração de cada cristão tem como finalidade a Evangelização, Animação e Cooperação Missionária.
Dessa coleta, 80% são destinados a auxiliar atualmente 1.050 dioceses pobres nos “territórios de missão” e diversos projetos na África, Ásia, Oceania e América Latina. Os outros 20% são para a ação missionária no Brasil.
Campanha Missionária 2018
Atividades missionárias estão programadas para ocorrer no Brasil e no mundo durante toso esse mês. As POM, que celebra 40 anos de missão esse ano, preparou uma série de materiais para ajudar na vivência do mês missionário.
Oração do Mês Missionário 2018
Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
nós Vos louvamos e bendizemos
pela Vossa comunhão,
princípio e fonte da missão.
Ajudai-nos, à luz do Evangelho da paz,
testemunhar com esperança,
um mundo de justiça e diálogo,
de honestidade e verdade,
sem ódio e sem violência.
Ajudai-nos a sermos todos irmãos e irmãs,
seguindo Jesus Cristo
rumo ao Reino definitivo. Amém.
Apresentação dos subsídios
As POM têm a responsabilidade de organizar a Campanha Missionária, na qual colaboram a CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina). Todos os itens da Campanha são enviados no final do mês de junho a todas as dioceses e prelazias do Brasil para serem distribuídos entre as paróquias e comunidades. É importante verificar se o material está chegando e organizar a sua distribuição.
Além disso, os materiais estão disponíveis nesta página para baixar e multiplicar livremente.
Cartaz
Em comunhão com a arte dos materiais da Campanha Missionária de 2017, neste ano destacamos o envio para testemunhar o Evangelho da Paz. A arte mostra a Igreja, Povo de Deus, formada por diferentes sujeitos da missão (leigos e leigas, consagrados e consagradas, diáconos, padres, bispos e o papa), representantes de todas as idades e etnias.
Nesta ciranda aberta, todos irmãos e irmãs são convidados por Cristo a comunicar o Evangelho da Paz no mundo cinza e sem vida. É a Igreja em saída, ad gentes, enviada a testemunhar a alegria do Evangelho em todo o mundo. O povo traz a Palavra de Deus, fonte da missão. As cores missionárias recordam a dimensão universal da missão. A arte é uma criação do Ateliê15.
Pelo segundo ano, o cartaz e outros materiais da Campanha trazem o Zapcode. Para utilizá-lo basta baixar gratuitamente o Aplicativo Zappar no Smartphone (celular e tablet). Depois, ao direcionar o aparelho para o cartaz é possível assistir a um vídeo e acessar os conteúdos da Campanha Missionária.
Novena
O livrinho da Novena Missionária contém o roteiro de 9 encontros, com cantos e orações. Inclui a Mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial das Missões e vem acompanhada de um DVD. É um dos principais subsídios para animar a Campanha Missionária do mês de outubro. Destacam-se testemunhos, de missionários e missionárias, que testemunham e anunciam o Evangelho da Paz em diversos contextos. Em cada dia da Novena, o método da Leitura Orante da Palavra ilumina e orienta a nossa vida na missão. O objetivo é criar comunhão, rezar, refletir e incentivar para o compromisso, tendo presente os diversos aspectos da Missão. A Novena pode ser feita pelos grupos de reflexão, famílias, nas comunidades ou escolas.
A capa do livrinho também traz o Zapcode. Para utilizá-lo basta baixar gratuitamente o Aplicativo Zappar no Smartphone (celular e tablet). Depois, ao direcionar o aparelho para a capa é possível assistir a um vídeo e acessar os conteúdos da Campanha Missionária.
Mensagem do papa para o Dia Mundial das Missões
Com o título “Juntamente com os jovens, levemos o Evangelho a todos”, a Mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial das Missões 2018 encontra-se nas páginas centrais do
livrinho da Novena.
“Muitos jovens encontram, no voluntariado missionário, uma forma para servir aos “mais pequenos” (cf. Mt 25, 40), promovendo a dignidade humana e testemunhando a alegria de amar e ser cristão. Essas experiências eclesiais fazem com que a formação de cada um não seja apenas preparação para o seu bom êxito profissional, mas também para desenvolver e promover os seus dons dados por Deus, para melhor servir aos outros”, diz o papa.
Santinho dos Padroeiros da Missão
Este ano foram confeccionadas duas versões dos santinhos com os Padroeiros da Missão, São Francisco Xavier e Santa Teresinha do Menino Jesus. O material traz a Oração da Campanha Missionária. Também é possível utilizar o Zapcode. Basta baixar gratuitamente o Aplicativo Zappar no Smartphone (celular e tablet). Depois, ao direcionar o aparelho para o santinho é possível assistir a uma animação e acessar os conteúdos da
Campanha Missionária.
Envelopes para a coleta do Dia Mundial das Missões
O envelope deve ser utilizado exclusivamente para a Coleta do Dia Mundial das Missões, feita nas celebrações do penúltimo final de semana de outubro (este ano, dias 20 e 21). As ofertas devem ser integralmente enviadas às Pontifícias Obras Missionárias (POM) que as repassam ao Fundo Universal de Solidariedade para apoiar projetos em todo o mundo.
Orações dos fiéis
As orações dos fiéis para os quatro domingos de outubro incluem um comentário inicial e a Oração da Campanha. As orações encontram-se disponíveis em PDF e podem ser projetadas através de aparelho multimídia para que a comunidade, reunida em celebração, acompanhe e reze em sintonia com a temática da Campanha Missionária. Além disso, serão inseridas em alguns
Folhetos Litúrgicos.
A Novena Missionária vem acompanhada do DVD, com destaque para os testemunhos missionários que testemunham o Evangelho da Paz em diversos contextos da missão. Produzido pela Verbo Filmes e organizado pelas POM, o DVD contém nove capítulos, um para cada dia da Novena. Pode ser utilizado nas reuniões das pastorais, conselhos paróquias e comunitários, grupos e movimentos, e até mesmo nos encontros de oração. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Um padre africano chama a atenção para o aumento dos “missionários VIP” que pensam que são “muito importantes”
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“Os missionários que querem sentir o cheiro dos pobres são cada vez mais escassos” na África. Esta é a denúncia do padre Donald Zagore, sacerdote marfinense, que também fez um alerta para o crescimento no continente dos “missionários VIP, para quem trabalhar entre os pobres é um insulto à sua pessoa, porque são muito educados ou muito importantes”. A reportagem é publicada por Religión Digital, 06-10-2018. A tradução é de André Langer.
“Hoje, precisamos reconhecer com sofrimento”, explicou o também teólogo e membro da Sociedade de Missões Africanas, que o espírito de solidariedade com os pobres “está desaparecendo” entre os religiosos que vêm para realizar seu trabalho de evangelização no continente. Em compensação, a missão de cada vez mais estrangeiros “desenvolve-se em áreas onde ‘mana leite e mel’, como menciona o livro do Êxodo, limitando a missão a um grupo específico de pessoas”, denunciou Zagore, fenômeno que, lamenta, “compromete a dinâmica missionária da Igreja”.
“Incorporar o espírito fundamental da missão para reinventar a atividade missionária na África hoje é mais crucial do que nunca para a nossa Igreja”, continuou o sacerdote africano. “A essência da atividade evangelizadora é o anúncio do Evangelho aos pobres, a alegria de serem enviados aos pobres... a alegria de chegar aos pobres, aos marginalizados e aos que não têm voz em seus ambientes, como repete o Papa Francisco”.
“Estava claro para os primeiros missionários que praticar o amor aos pobres e aos marginalizados, assim como o serviço dos sacramentos e da Palavra era a essência da missão evangelizadora da Igreja. Estar com os pobres, viver com os pobres, sentir o cheiro dos pobres para viver e ser testemunhas autênticas do amor de Cristo foi o principal motivo de seu compromisso missionário”, continuou Zagore.
O teólogo explicou: “Nunca devemos esquecer que no centro da missão de Cristo estavam os mais pobres e abandonados. Jesus foi uma grande esperança para os pobres. Através de Jesus, os pobres se sentiram amados por Deus. De fato, se a Igreja em geral, e mais particularmente a Igreja na África, se esquecer dos pobres, perderá a sua razão de ser; se se afastar Daquele para quem ela existe, não poderá existir”. Zagore concluiu citando o arcebispo Romero com uma frase que também é válida para a África: “Partindo dos pobres, a Igreja pode existir para todos. De fato, a honra da Igreja consiste em que os pobres a sintam”.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
27° Domingo do Tempo Comum: Contra o poder do homem
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A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 10,2-16 que corresponde ao 27° Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Os fariseus colocam a Jesus uma pergunta para o pôr à prova. Desta vez não é uma questão sem importância, mas um fato que faz sofrer muito as mulheres da Galileia e é motivo de vivas discussões entre os seguidores de diversas escolas rabínicas: «É lícito ao marido separar-se da sua mulher?».
Não se trata do divórcio moderno que conhecemos hoje, mas da situação em que vivia a mulher judia dentro do matrimônio, controlado absolutamente pelo homem. Segundo a Lei de Moisés, o marido podia quebrar o contrato matrimonial e expulsar de casa a sua esposa. A mulher, pelo contrário, submetida em tudo ao homem, não podia fazer o mesmo.
A resposta de Jesus surpreende a todos. Não entra nas discussões dos rabinos. Convida a descobrir o projeto original de Deus, que está acima das leis e normas. Esta lei «machista», em concreto, impôs-se no povo judeu pela dureza de coração dos homens, que controlam as mulheres e as submetem à sua vontade.
Jesus aprofunda o mistério original do ser humano. Deus «criou-os homem e mulher». Os dois foram criados em igualdade. Deus não criou o homem com poder sobre a mulher. Não criou a mulher submetida ao homem. Entre homens e mulheres não tem de haver domínio por parte de ninguém.
A partir desta estrutura original do ser humano, Jesus oferece uma visão do matrimônio que vai mais além de tudo o que é estabelecido pela Lei. Mulheres e homens se unirão para «ser uma só carne» e iniciar uma vida partilhada numa mútua entrega, sem imposição nem submissão.
Este projeto matrimonial é para Jesus a suprema expressão do amor humano. O homem não tem direito algum de controlar a mulher como se fosse o seu dono. A mulher não deve aceitar viver submetida ao homem. É Deus mesmo quem os atrai a viver unidos por um amor livre e gratuito. Jesus conclui de forma rotunda: «O que Deus uniu que não o separe o homem».
Com esta posição, Jesus destrói pela raiz o fundamento do patriarcado em todas as suas formas de controle, submissão e imposição do homem sobre a mulher. Não só no matrimônio, mas em qualquer instituição civil ou religiosa.
Temos de escutar a mensagem de Jesus. Não é possível abrir caminhos para o reino de Deus e da sua justiça sem lutar ativamente contra o patriarcado. Quando reagiremos na Igreja com energia evangélica contra tanto abuso, violência e agressão do homem sobre a mulher? Quando defenderemos a mulher da «dureza de coração» dos homens? Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Arquidiocese rebate declaração de Kalil de que 'a pastoral tem que cuidar de pedofilia de padre'
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Após declaração do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), dada à Itatiaia na manhã da última terça-feira (2), de que "a pastoral tem que cuidar de pedofilia de padre", a Arquidiocese de Belo Horizonte emitiu uma nota se posicionando e explicando a ação e o trabalho das pastorais.
A afirmação do político foi feita quando questionado a respeito da atuação mais firme da administração municipal para a retirada de moradores de rua, que gera resistência tanto dos próprios moradores quanto de instituições, como as pastorais.
A arquidiocese disse que a Igreja se preocupa em cuidar de seus membros e entende que, assim como qualquer outra organização social, enfrenta problemas. "A Igreja zela por todos os seus agentes, investindo na qualificação espiritual e humana dos padres, consagrados e consagradas, cristãos leigos e leigas. Nesse trabalho, enfrenta os desafios existenciais, disciplinadamente, com adequado tratamento de cada situação, certa de que os problemas humanos não são apenas circunscritos à Igreja, mas também desafios para as famílias e outras instituições".
Leia a nota na íntegra:
A Arquidiocese de Belo Horizonte, para superar qualquer declaração equivocada, como a recentemente veiculada na imprensa, que desconsidera todo o bem promovido a partir do trabalho solidário das pastorais sociais, esclarece: pastoral é cuidado, por compromisso de fé e fidelidade no seguimento de Jesus Cristo. Importante sublinhar que a Arquidiocese de Belo Horizonte congrega aproximadamente 1500 comunidades de fé, na Capital Mineira e em sua região metropolitana, totalizando 28 municípios. Cada uma dessas comunidades tem trabalhos caritativos, de promoção humana e social, dedicados aos mais pobres, em lugares que, muitas vezes, não contam com a presença do poder público. Muito necessário também é sublinhar a importância das pastorais sociais que, somente em 2017, realizaram aproximadamente 104.000 atendimentos – amparo às pessoas pobres, em situação de rua, às crianças de vilas e favelas, idosos, enfermos. Para a Igreja, fé, caridade e solidariedade são indissociáveis. Por isso, preservando o diálogo, as pastorais sociais e comunidades de fé da Arquidiocese continuarão trabalhando, incansavelmente, na promoção da justiça e da fraternidade. Assim, a Igreja Católica, com muita seriedade, promove a vida, em todas as suas etapas, defendendo-a, desde a fecundação até a morte com o declínio natural.
A Igreja também zela por todos os seus agentes, investindo na qualificação espiritual e humana dos padres, consagrados e consagradas, cristãos leigos e leigas. Nesse trabalho, enfrenta os desafios existenciais, disciplinadamente, com adequado tratamento de cada situação, certa de que os problemas humanos não são apenas circunscritos à Igreja, mas também desafios para as famílias e outras instituições. A Arquidiocese de Belo Horizonte reafirma, ainda, sua reverência aos cristãos leigos e leigas, padres, religiosos e religiosas, que amparam o povo pobre, em todos os lugares, especialmente o amado povo que vive nas ruas da cidade.Fonte: http://itatiaia.sili.com.br
Cardeais na mira de católicos milionários com o “Relatório do Chapéu Vermelho”
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Enquanto os bispos dos EUA trabalham para formular uma resposta oficial ao acobertamento e abuso sexual clerical, um novo grupo de fiscalização apoiado por cristãos milionários está buscando resolver a questão com suas próprias mãos. A reportagem é de Christopher White, publicada por Crux, 01-10-2018. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
Uma nova organização, que organizou um evento apenas para convidados no domingo à noite, planeja gastar mais de US$ 1 milhão no próximo ano para investigar todos os membros do Colégio dos Cardeais “para indicar os que sofreram acusações plausíveis de escândalos, casos de abuso e acobertamento”.
O grupo, chamado “The Better Church Governance Group”, foi lançado no campus da Universidade Católica da América (em inglês, Catholic University of America - CUA) com a intenção declarada de produzir seu ‘Red Hat Report’ (Relatório do Chapéu Vermelho, em tradução livre) até abril de 2020.
Os bispos dos EUA fundaram a Universidade Católica da América, e todos os seis cardeais residentes dos EUA fazem parte do Conselho de Administração.
Numa declaração ao Crux, um porta-voz da universidade disse que “um estudante reservou um espaço no campus de acordo com os nossos procedimentos de reserva de espaços. A Universidade Católica da América não financiou o evento nem o grupo.”
Os organizadores do Better Church Governance confirmaram que se trata de um evento particular e disse que não havia nenhuma associação entre a universidade e a organização em um e-mail enviado ao Crux.
O Relatório do Chapéu Vermelho, projeto anunciado como o carro-chefe da organização, deve fazer autorias com todos os 124 eleitores papais atuais. Segundo os organizadores, até o momento, espera-se que seja conduzido por uma equipe de quase 100 pesquisadores, acadêmicos, investigadores e jornalistas, com o objetivo de “responsabilizar a hierarquia da Igreja Católica por casos de abuso e corrupção e desenvolver e apoiar a honestidade, a clareza e a fidelidade na administração da Igreja”.
Em uma gravação de áudio do lançamento do evento obtida por Crux, o diretor de operações da Better Church Governance, Jacob Imam, disse que a organização não tem o intuito de atacar o Papa Francisco, apesar de ter perguntado o seguinte ao público de quase 40 pessoas: “E se em 2013 tivéssemos elegido alguém mais proativo na proteção dos jovens e dos inocentes?”
“Se tivéssemos tido o Relatório do Chapéu Vermelho, talvez não tivéssemos elegido o Papa Francisco”, declarava uma das apresentações de slides acompanhando as observações.
Imam, atualmente acadêmico Marshall da Universidade de Oxford, que se converteu do islamismo ao catolicismo há três anos, alegou que logo após o conclave de 2013 que elegeu Francisco várias grandes agências de notícias basearam seu conhecimento sobre o papa recém-eleito no que encontravam na Wikipédia.
Insistindo que não estava difamando o pontífice, acrescentou: “Acho que é justo dizer que ele não se identificaria como um defensor dos valores tradicionais”.
Considerando a falta de conhecimento que muitos eleitores têm uns sobre os outros, ponderou Imam, é uma “situação extremamente precária... quando se fecham as portas da Capela Sistina”,
De acordo com o prospecto, o grupo Better Church Governance quer produzir o relatório antes do próximo conclave papal. Os gastos do primeiro ano estão estimados em US$1.126.500.
“Muitos de nós que fomos criados numa sociedade democrática liberal não sabemos como se forma uma hierarquia”, disse Imam aos presentes. “Mas a história nos dá muitos truques e dicas, e nós, do Better Church Governance começamos a sistematizar algumas dessas estratégias. Estamos aqui para criar transparência na Igreja e para ajudar a apoiar a integridade”.
Atualmente, os organizadores do relatório estão buscando alunos da pós-graduação para a função de assistente de pesquisa e planejam oferecer uma remuneração de US$ 25/hora, trabalhando com uma equipe de investigadores e pesquisadores acadêmicos.
O lançamento da organização vem após um período brutal de repercussões de abuso sexual nos Estados Unidos. A queda do ex-cardeal Theodore McCarrick, que renunciou seu cargo do Colégio dos Cardeais em agosto, após revelações de que teria abusado de uma série de seminaristas e pelo menos um menor, fez com que várias pessoas pedissem uma liderança leiga mais ampla na responsabilização dos bispos pelos casos de acobertamento.
Além disso, a divulgação do relatório da Suprema Corte da Pensilvânia detalhando sete décadas de abusos cometidos por mais de 30 padres abusadores resultou em um compromisso dos bispos dos EUA para uma revisão completa das políticas de denúncia e responsabilização.
Imam disse que o relatório revelou que autoridades da região estavam cientes dos contínuos abusos e acobertamentos. Portanto, o Relatório do Chapéu Vermelhobusca, assim que possível, realizar uma investigação nos locais em que reside cada cardeal.
Ele ainda descreveu a dupla proposta do relatório: compartilhar conhecimentos com cada cardeal na tentativa de melhor informá-los sobre os colegas eleitores e disponibilizar informações publicamente para que os leigos católicos possam ter acesso.
“Os cardeais precisam ser responsabilizados publicamente, portanto tem de haver alguma cultura de vergonha”, disse. “Eles sabem que se votarem em determinada pessoa.... as pessoas do seu rebanho e seus pastores saberão”.
“Isso é difícil. Toda decisão tem seu lado obscuro. Reconhecemos isso”, acrescentou. “Estamos dispostos a enfrentar isso em oração e jejum... porque não podemos deixar que as pessoas continuem a permitir que nossas crianças, os inocentes, os jovens, os seminaristas sejam devorados da forma que são”.
Imam também disse que dez ex-agentes do FBI estão envolvidos na investigação, sendo que dois eram chefes de investigação em questões eclesiásticas.
Em um e-mail a que a Crux teve acesso, enviado por Philip Nielsen, editor-chefe do Relatório do Chapéu Vermelho, para pessoas que poderiam estar interessadas, no mês passado, ele destacou que todos os cardeais serão investigados.
“Todos os dossiês terão uma classificação na parte superior indicando a conexão do cardeal com os escândalos e abusos, como ‘culpa severa, acusações plausíveis ou inocente’. A sentença final de cada um será baseada nas evidências mais contundentes e nas recomendações dos melhores especialistas”, escreveu.
Um sistema de classificação revisado foi distribuído no domingo, e os cardeais receberam uma classificação que se constitui em “Fortes evidências de abuso/corrupção, Algumas evidências, Evidências positivas contra abuso/corrupção”.
Imam declarou que com o tempo eles pretendem expandir e fornecer uma auditoria completa dos bispos também. Ele disse para os presentes do domingo que a organização não buscava ir adiante com uma agenda ideológica, mas sim responder como cada cardeal está em “acordo” com a Congregação para a Doutrina da Fé, o serviço de fiscalização doutrinário do Vaticano.
Quando um dos participantes perguntou se o relatório indicaria se os cardeais eram homossexuais, ele respondeu que seguiria o direito civil conforme necessário, mas que também seguiria a lei moral da Igreja, acrescentando que “se houver boatos de que ele é homossexual, será observado muito cuidadosamente... mas precisamos ter certeza”.
Apesar de os materiais oficiais da organização sustentarem que não há intenção de atacar nenhum dos cardeais, o e-mail de Nielsen parece sugerir o contrário.
“Por exemplo, o cardeal [Pietro] Parolin, na página do Wikipédia do Secretário de Estado corrupto do Vaticano está muito benevolente atualmente, sem link algum a escândalos, apesar de ele ter sido reiteradamente associado a escândalos relacionados a bancos e ter aparecido na carta de Viganò”, afirmou.
A carta a que se refere é a de 11 páginas escrita pelo arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-embaixador papal dos EUA, alegando que havia alertado Francisco de questões de má conduta de McCarrick em 2013, mas que o pontífice não teria feito nada.
“Podemos mudar isso... até o próximo conclave ele precisa ser conhecido no mundo todo como a desgraça da Igreja. Nosso plano seria fazer com que sua página do Wikipédia mostrasse algo como “Grupo de fiscalização da Igreja The Better Governance indica que Parolin é ‘Extremamente culpado de cometer abusos’, com um link para o relatório. Ao mesmo tempo, acrescentaria todas as citações de outras fontes que o conectam a toda a corrupção financeira, etc.”, acrescentou Nielsen.
O e-mail também revela planos em andamento de fazer um lançamento em alguma reunião do Napa Institute, em Washington D.C., durante esta semana. No entanto, Nielsen disse ao Crux que por enquanto não há nenhum plano oficial de anúncio público lá.
O Napa Institute, uma organização com sede na Califórnia fundada por Tim Busch, um importante católico conservador, cuja conferência anual de verão reúne várias centenas de filantropos católicos milionários e religiosos católicos de alto escalão em seu resort, está organizando uma conferência para a terça-feira sobre a “Reforma Autêntica” no Hotel Mayflower em Washington D.C.
Como se pode imaginar, o e-mail de Nielsen afirma que o grupo ainda está no processo de formar o Conselho Diretivo, e apenas um membro é mencionado nos materiais atuais: Phil Scala, CEO da Pathfinder Consultants International, Inc., que já trabalhou no FBI.
Além disso, três pessoas são indicadas como editores-pesquisadores do Relatório do Chapéu Vermelho: os professores Jay Richards, da Faculdade Busch de Economia da Universidade Católica da América, e Michael P. Foley e Melinda Nielsen, da Universidade Baylor.
Ainda que os materiais da organização insistam em que “não somos um grupo de lobby ou de facção”, Richards já trabalhou para o Acton Institute, um think tank libertário, e já criticou Francisco abertamente. Foley e Neilsen também foram associados a várias instituições e publicações conservadoras, como, por exemplo, Hillsdale College, Crisis, The Catholic Thing e First Things.
Os materiais da organização também mencionam o Center for Evangelical Catholicism (CEC) como o “patrocinador fiscal” que atualmente recolhe doações, até que seja concedido o estatuto oficial de organização sem fins lucrativos. De acordo com o site, o CEC é uma corporação sem fins lucrativos na Carolina do Sul que “busca desenvolver a Nova Evangelização formando católicos capazes de cumprir a Grande Missão”.
Nielsen disse ao Crux que muitos participantes que trabalharam em certas universidades católicas não iriam querer que sua afiliação se tornasse pública, pois a rede mais ampla é muito maior do que os aliados conservadores.
Acrescentou, ainda, que o grupo busca tornar seus “objetivos e objeções algo com que todos possam concordar”, e que alguns dos piores casos de abuso ainda da época do fundador dos Legionários de Cristo, o padre Marcial Maciel, estavam dentre grupos ou indivíduos que tipicamente se identificavam como conservadores.
Quando um dos participantes perguntou qual era o percurso completo do projeto, Imamrespondeu: “o projeto não acaba nunca”. “Sempre temos que estar prontos para um conclave”, avisou. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
26º Domingo do Tempo Comum – Ano B
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A liturgia do 26º Domingo do Tempo Comum apresenta várias sugestões para que os crentes possam purificar a sua opção e integrar, de forma plena e total, a comunidade do Reino.
Uma das sugestões mais importantes (que a primeira leitura apresenta e que o Evangelho recupera) é a de que os crentes não pretendam ter o exclusivo do bem e da verdade, mas sejam capazes de reconhecer e aceitar a presença e a ação do Espírito de Deus através de tantas pessoas boas que não pertencem à instituição Igreja, mas que são sinais vivos do amor de Deus no meio do mundo.
A primeira leitura, recorrendo a um episódio da marcha do Povo de Deus pelo deserto, ensina que o Espírito de Deus sopra onde quer e sobre quem quer, sem estar limitado por regras, por interesses pessoais ou por privilégios de grupo. O verdadeiro crente é aquele que, como Moisés, reconhece a presença de Deus nos gestos proféticos que vê acontecer à sua volta.
No Evangelho temos uma instrução, através da qual Jesus procura ajudar os discípulos a situarem-se na órbita do Reino. Nesse sentido, convida-os a constituírem uma comunidade que, sem arrogância, sem ciúmes, sem presunção de posse exclusiva do bem e da verdade, procura acolher, apoiar e estimular todos aqueles que atuam em favor da libertação dos irmãos; convida-os também a não excluírem da dinâmica comunitária os pequenos e os pobres; convida-os ainda a arrancarem da própria vida todos os sentimentos e atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino.
ATUALIZAÇÃO ( EVANGELHO – Mc 9,38-43.45-47-48)
O Evangelho deste domingo apresenta-nos um grupo de discípulos ainda muito atrasados na aprendizagem do “caminho do Reino”. Eles ainda raciocinam em termos de lógica do mundo e têm dificuldade em libertar-se dos seus interesses egoístas, dos seus esquemas pessoais, dos seus preconceitos, dos seus sonhos de grandeza e poder…
Eles não querem entender que, para seguir Jesus, é preciso cortar com certos sentimentos e atitudes que são incompatíveis com a radicalidade que a opção pelo Reino exige. As dificuldades que estes discípulos apresentam no sentido de responder a Jesus não nos são estranhas: também fazem parte da nossa vida e do caminho que, dia a dia, percorremos… Assim, a instrução que, neste texto, Jesus dirige aos seus discípulos serve-nos também a nós.
As propostas de Jesus destinam-se aos discípulos de todas as épocas; pretendem ajudar-nos a purificar a nossa opção e a integrar, de forma plena, a comunidade do Reino.
Antes de mais, Jesus mostra aos discípulos que a comunidade do Reino não pode ser uma seita arrogante, fechada, intolerante, fanática, que se arroga a posse exclusiva de Deus e das suas propostas. Tem de ser uma comunidade que sabe qual o seu papel e a sua missão, mas que reconhece que não tem o exclusivo do bem e da verdade e que é capaz de se alegrar com os gestos de bondade e de esperança que acontecem à sua volta, mesmo quando esses gestos resultam da ação de não crentes ou de pessoas que não pertencem à instituição Igreja.
O verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que outros fazem, não sente ciúmes se Deus atua através de outras pessoas, não pretende ter o monopólio da verdade nem ter o exclusivo de Jesus. O verdadeiro discípulo esforça-se, cada dia, por testemunhar os valores do Reino e alegra-se com os sinais da presença de Deus em tantos irmãos com outros percursos religiosos, que lutam por construir um mundo mais justo e mais fraterno.
Os discípulos de que o Evangelho de hoje nos fala estão preocupados com a ação de alguém que não é do grupo, pois temem ver postos em causa os seus sonhos pessoais de poder e de grandeza. Por detrás dessa preocupação dos discípulos não está o bem do homem (aquilo que, em última análise, devia “mover” os membros da comunidade do Reino), mas a salvaguarda de certos interesses egoístas.
Nas nossas comunidades cristãs ou religiosas, há pessoas capazes de gestos incríveis de doação, de entrega, de serviço aos irmãos; mas há também pessoas cuja principal preocupação é proteger o espaço que conquistaram e continuar a manter um estatuto de poder e de prestígio… Quando afastamos (com o pretexto de defender a pureza da fé, os interesses da moralidade, ou tranquilidade da comunidade) aqueles que desafiam a comunidade a purificar-se e a procurar novos caminhos para responder aos desafios de Deus, estaremos a proteger os interesses de Deus ou os nossos projetos, os nossos esquemas interesseiros, as nossas apostas pessoais?
No nosso texto, Jesus exige dos discípulos o corte radical com os valores, os sentimentos, as atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino. O discípulo de Jesus nunca está acomodado, instalado, conformado; mas está sempre atento e vigilante, procurando detectar e eliminar da sua existência tudo aquilo que lhe impede o acesso à vida plena. Naturalmente, a renúncia ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho, aos esquemas pessoais, à vontade de poder e de domínio, ao apelo do êxito, ao aplauso das multidões, é um processo difícil e doloroso; mas é também um processo libertador e gerador de vida nova. O que é que eu necessito, prioritariamente, de “cortar” da minha vida, para me identificar mais com Jesus, para merecer integrar a comunidade do Reino, para ser mais livre e mais feliz?
O apelo de Jesus à sua comunidade no sentido de não “escandalizar” (afastar da comunidade do Reino) os pequenos, faz-nos pensar na forma como lidamos, enquanto pessoas e enquanto comunidades, com os pobres, os que falharam, os que têm atitudes moralmente reprováveis, aqueles que têm uma fé pouco consistente, aqueles que a vida marcou negativamente, aqueles que a sociedade marginaliza e rejeita… Eles encontram em nós a proposta libertadora que Cristo lhes faz, ou encontram em nós rejeição, injustiça, marginalização, mau exemplo? Quem vê o nosso testemunho tem razões para aderir a Cristo, ou para se afastar de Cristo? Fonte: http://www.dehonianos.org
Papa Francisco expulsa Fernando Karadima do estado clerical
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O Papa Francisco demitiu do estado clerical Fernando Karadima Fariña, ex-sacerdote chileno condenado por abusos sexuais.
A Santa Sé informou que o decreto assinado pelo Pontífice na quinta-feira, 27 d setembro de 2018, contempla a dispensa de todas as obrigações clericais e foi realizado de modo “excepcional em coincidência e pelo bem da Igreja”, sob a potestade que compete ao Papa.
A ordem entrou em vigor desde o momento de sua publicação. Fernando Karadima foi notificado nesta sexta-feira, 28 do mesmo mês. A investigação eclesiástica sobre Fernando Karadima começou em julho de 2010 e concluiu com o decreto divulgado em 16 de janeiro de 2011, no qual foi declarado culpado de abuso sexual e lhe foi imposto como pena a retirada “a uma vida de oração e de penitência, também em reparação das vítimas de seus abusos”.
Em 2011, foi proibido perpetuamente “o exercício público de qualquer ato de ministério, em particular da confissão e da direção espiritual de toda categoria de pessoas”. Em 28 e 29 de abril deste ano, três vítimas de Karadima se reuniram com o Papa Francisco no Vaticano. Os presentes assinalaram que “o Papa nos pediu formalmente perdão em seu nome e em nome da Igreja universal”.
Em junho, o Pontífice voltou a se reunir com outras vítimas de Karadima, desta vez cinco sacerdotes e dois leigos, aos quais também pediu perdão. Fonte: https://www.acidigital.com
A liturgia dentro da história da salvação
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"A história da salvação é atualizada nos ritos e sinais sagrados. Se a história da salvação não fosse ritualmente celebrada se transformaria em mero fato do passado, seria apenas um “rito mitológico, alienante e incapaz de despertar em nós a esperança escatológica”.
Jackson Erpen - Cidade do Vaticano
No nosso Espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos falar no programa de hoje sobre o tema “A liturgia dentro da História da salvação”.
A palavra liturgia tem sua origem no grego leitourgos, para denominar alguém que fazia serviço público ou liderava uma cerimônia sagrada. Mesmo já sendo usada na antiguidade, somente depois dos séculos VIII e IX passou a ser usada no contexto da Eucaristia na Igreja grega.
Por meio da liturgia, “exerce-se a obra da nossa redenção” (Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, 2). Assim como foi enviado pelo Pai, Cristo enviou os apóstolos para anunciarem a redenção e “realizarem a obra de salvação que proclamavam, mediante o sacrifício e os sacramentos, em torno dos quais toda a vida litúrgica gira” (ibidem, 6).
A Igreja pode celebrar e adorar o mistério de Cristo presente na eucaristia precisamente porque o próprio Cristo se entregou antes a ela no sacrifício da cruz” (Sacramentum Caritatis, 14). A Igreja vive desta presença e tem a difusão desta presença no mundo inteiro como a sua razão de ser e de existir” (Bento XVI, Discurso de 15 de abril de 2010 aos Bispos do Brasil, Regional Norte-2).
Esta é a maravilha da liturgia, que, como o catecismo recorda, é culto divino, anúncio do evangelho e caridade em ato (cf. CIC, 1070). É Deus mesmo quem age, e nós nos sentimos atraídos por esta sua ação, a fim de sermos, deste modo, transformados nele.
Inicialmente a liturgia era da responsabilidade dos apóstolos e bispos, mas é sabido que algumas Igrejas criaram a sua própria liturgia, como a Igreja da Alexandria no Egito e de Antioquia na Síria. Existem várias manifestações de liturgia, como a liturgia ambrosiana, liturgia de S. João Crisóstomo, liturgias orientais.
Até a metade do século XVI não havia uma regra geral e obrigatória para a liturgia. O Concílio Vaticano II representou uma renovação da liturgia, dando maior ênfase à Sagrada Escritura na liturgia da palavra, e permitindo o uso de línguas em vez do latim, de forma que o fiel pudessem melhor compreender e participar de forma mais ativa da celebração.
Na edição de hoje deste nosso espaço, padre Gerson Schmidt, que tem nos acompanhado neste percurso de exposição dos documentos conciliares, nos fala sobre a liturgia dentro da história da salvação:
"A Constituição Sacrosantum Concilium não foi proclamada no Concílio sem ter em conta a caminhada percorrida pelos teólogos, liturgistas e papas, antes do Concilio Vaticano II, num verdadeiro movimento sério de Reforma da Liturgia. Os teólogos Odo Casel e Romano Guardini tiveram sua importância fundamental aqui nos conceitos do Mistério Pascal e do Corpo Místico. Também contribuiram Salvatore Marsili, Dom Lambert Beauduin, Maurice Festugière, Cipriano Vagaggini. O caminho percorrido pelos papas Pio X, Pio XI e Pio XII também deram mais um passo à frente.
O teólogo pioneiro na reflexão da teologia litúrgica sem dúvida é Odo Casel. Casel explorando a doutrina dos mistérios, construiu a base sólida da teologia litúrgica, a partir da tradição e do argumento teológico. Para ele, “o mistério de Cristo é um conjunto orgânico e vivo que não pode ser fracionado; é o grande mistério da redenção, portanto, onde está presente o mistério central, como é o mistério da cruz, todos os demais mistérios da vida de Cristo estão presentes¹ ” .
Isso o leva a afirmar a presença sacramental do ato da morte e ressurreição de Cristo no ato litúrgico atual. Por isso, Casel ocupa uma posição hegemônica na teologia moderna. Salvatore Marsili, outro expoente, seguiu os passos de Odo Casel e continuou o seu pensamento, embora com as devidas diferenças. Ao redefinir teologia como teologia do mistério de Cristo e da história da salvação, naturalmente incluiu a liturgia como um eixo da teologia, pois a “liturgia é aquela realidade na qual a revelação divina se torna acontecimento de salvação em ato e se coloca como momento síntese de toda a história da salvação²”.
A Constituição Sacrosantum Concilium insere a liturgia no seu lugar legítimo que é dentro da história da salvação. “Dentro da história da salvação existe uma economia eclesial e litúrgica. Aqui, torna-se evidente que a liturgia é o elo que liga o tempo de Cristo e o tempo da Igreja. A ação litúrgica aparece claramente como um momento da revelação³” .
A história da salvação é atualizada nos ritos e sinais sagrados. Se a história da salvação não fosse ritualmente celebrada se transformaria em mero fato do passado, seria apenas um “rito mitológico, alienante e incapaz de despertar em nós a esperança escatológica”. Fonte: www.vaticannews.va
DOMINGO 23, DIA DA BÍBLIA. 25º Domingo do Tempo Comum – Ano B
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A liturgia do 25º Domingo do Comum convida os crentes a prescindir da “sabedoria do mundo” e a escolher a “sabedoria de Deus”. Só a “sabedoria de Deus” – dizem os textos bíblicos deste domingo – possibilitará ao homem o acesso à vida plena, à felicidade sem fim.
O Evangelho apresenta-nos uma história de confronto entre a “sabedoria de Deus” e a “sabedoria do mundo”. Jesus, imbuído da lógica de Deus, está disposto a aceitar o projeto do Pai e a fazer da sua vida um dom de amor aos homens; os discípulos, imbuídos da lógica do mundo, têm dificuldade em entender essa opção e em comprometer-se com esse projeto. Jesus avisa-os, contudo, de que só há lugar na comunidade cristã para quem escuta os desafios de Deus e aceita fazer da vida um serviço aos irmãos, particularmente aos humildes, aos pequenos, aos pobres.
ATUALIZAÇÃO- EVANGELHO (Mc 9,30-37)
Os anúncios da paixão testemunham que Jesus, desde cedo, teve consciência de que a missão que o Pai Lhe confiara ia passar pela cruz. Por outro lado, a serenidade e a tranquilidade com que Ele falava do seu destino de cruz mostram uma perfeita conformação com a vontade do Pai e a vontade de cumprir à risca os projetos de Deus.
A postura de Jesus é a postura de alguém que vive segundo a “sabedoria de Deus”… Ele nunca conduziu a vida ao sabor dos interesses pessoais, nunca pôs em primeiro lugar esquemas de egoísmo ou de auto-suficiência, nunca se deixou tentar por sonhos humanos de poder ou de riqueza… Para Ele, o fator decisivo, o valor supremo, sempre foi a vontade do Pai, o projeto de salvação que o Pai tinha para os homens.
Nós, cristãos, um dia aderimos a Jesus e aceitamos percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu. Que valor e que significado tem, para nós, essa vontade de Deus que dia a dia descobrimos nos pequenos acidentes da nossa vida? Temos a mesma disponibilidade de Jesus para viver na fidelidade aos projetos do Pai? O que é que dirige e condiciona o nosso percurso: os nossos interesses pessoais, ou os projetos de Deus?
Neste episódio, os discípulos são o exemplo clássico de quem raciocina segundo a “sabedoria do mundo”. Quando Jesus fala em servir e dar a vida, eles não concordam e fecham-se num silêncio amuado; e logo a seguir, discutem uns com os outros por causa da satisfação dos seus apetites de poder e de domínio. Aquilo que os preocupa não é o cumprimento da vontade de Deus, mas a satisfação dos seus interesses próprios, dos seus sonhos pessoais. A atitude dos discípulos mostra a dificuldade que os homens têm em entender e acolher a lógica de Deus. Contudo, a reação de Jesus diante de tudo isto é clara: quem quer seguir Jesus tem de mudar a mentalidade, os esquemas de pensamento, os valores egoístas e abrir o coração à vontade de Deus, às propostas de Deus, aos desafios de Deus. Não é possível fazer parte da comunidade de Jesus, se não estivermos dispostos a realizar este processo.
O Evangelho de hoje convida-nos a repensar a nossa forma de nos situarmos, quer na sociedade, quer dentro da própria comunidade cristã. A instrução de Jesus aos discípulos que o Evangelho deste domingo nos apresenta é uma denúncia dos jogos de poder, das tentativas de domínio sobre os irmãos, dos sonhos de grandeza, das manobras para conquistar honras e privilégios, da busca desenfreada de títulos, da caça às posições de prestígio… Esses comportamentos são ainda mais graves quando acontecem dentro da comunidade cristã: trata-se de comportamentos incompatíveis com o seguimento de Jesus. Nós, os seguidores de Jesus, não podemos, de forma alguma, pactuar com a “sabedoria do mundo”; e uma Igreja que se organiza e estrutura tendo em conta os esquemas do mundo não é a Igreja de Jesus.
Na nossa sociedade, os primeiros são os que têm dinheiro, os que têm poder, os que frequentam as festas badaladas nas revistas da sociedade, os que vestem segundo as exigências da moda, os que têm sucesso profissional, os que sabem colar-se aos valores politicamente corretos… E na comunidade cristã? Quem são os primeiros? As palavras de Jesus não deixam qualquer dúvida: “quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos”. Na comunidade cristã, a única grandeza é a grandeza de quem, com humildade e simplicidade, faz da própria vida um serviço aos irmãos.
Na comunidade cristã não há donos, nem grupos privilegiados, nem pessoas mais importantes do que as outras, nem distinções baseadas no dinheiro, na beleza, na cultura, na posição social… Na comunidade cristã há irmãos iguais, a quem a comunidade confia serviços diversos em vista do bem de todos. Aquilo que nos deve mover é a vontade de servir, de partilhar com os irmãos os dons que Deus nos concedeu.
A atitude de serviço que Jesus pede aos seus discípulos deve manifestar-se, de forma especial, no acolhimento dos pobres, dos débeis, dos humildes, dos marginalizados, dos sem direitos, daqueles que não nos trazem o reconhecimento público, daqueles que não podem retribuir-nos… Seremos capazes de acolher e de amar os que levam uma vida pouco exemplar, os marginalizados, os estrangeiros, os doentes incuráveis, os idosos, os difíceis, os que ninguém quer e ninguém ama?
*Leia a reflexão completa clicando ao lado no link- EVANGELHO DO DIA.
Fonte: http://www.dehonianos.org
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