*O profeta Eliseu visita os conventos dos Profetas e ressuscita um morto
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Logo que Eliseu aceitou o cargo de dirigir a religião profética fundada por Elias, foi visitar cada um dos centros de monges Filhos dos Profetas e, para consolá-los da ausência de Elias, fazia milagres e prodígios diante deles, já para que não parecesse que havia recebido inutilmente esta graça extraordinária de Deus, já para mostrar-lhes com isto que estava no lugar de Elias, já também para fortalecê-los na perseverança da vida monástica.
E por isto, vivendo com os monges Filhos dos Profetas de Jericó, tornou doces as águas amargas da cidade a pedido de seus habitantes, lançando sal no manancial em presença deles.
Subindo dali para visitar os Filhos dos Profetas que moravam em Betel, os homens desta cidade tratavam o profeta como a um homem detestável, porque adorava o verdadeiro Deus, e incitaram os jovens para que insultassem e zombassem de Eliseu: “e saíram da cidade uns jovens e zombavam dele, dizendo: sobe calvo, sobe calvo” (IV Rs 2, 23).
Ao ver que aqueles cidadãos idólatras olhavam o Deus verdadeiro como se não fosse nada, pois o desprezavam a ele por dar-lhe culto, Eliseu, voltando-se para os jovenzinhos, olhou-os e os amaldiçoou em nome do Senhor, querendo, desde modo, engrandeceu o nome, do Senhor a quem eles desprezavam e, “em seguida, saindo do bosque dois ursos despedaçaram 42 daqueles rapazes” (IV Rs 2, 24). Quando os homens de Betel tiveram notícia do acontecido, temeram muito o nome do Deus de Eliseu e os Filhos dos Profetas que viviam ali, ante tão grande prodígio, receberam a Eliseu como seu Pai e Mestre com grande honra e cheios de alegria.
“Depois Eliseu partiu para o monte Carmelo” (IV Rs 2, 25) para visitar e consolar os Filhos dos Profetas que ali residiam. Então se deteve por pouco tempo no Monte Carmelo pelo desejo que tinha de visitar logo a todos os demais Filhos dos Profetas e logo voltar ao Carmelo.
Foi, pois a Samaria e visitou também os Filhos dos Profetas naquela cidade; ali encontrou a esposa de Abdias oprimida pelas dívidas contraídas por causa do alimento que Abdias proporcionou aos cem discípulos de Elias quando lhes conservou a vida, escondendo-os em grutas. Eliseu pagou a dívida da viúva e proporcionou alimento a ela e a seus filhos, multiplicando milagrosamente em grande quantidade o pouco azeite que a mulher tinha em sua casa; a viúva vendeu o azeite e com o preço pagou ao seu credor e ainda lhe sobrou para alimentar a si e a seus filhos.
Voltando Eliseu ao monte Carmelo passou pela cidade de Sunan onde vivia uma mulher rica em cuja casa se hospedava sempre que passava por aquele lugar. Esta mulher o recebia em sua casa, o atendia com presteza e até fez uma casa destinada só para o Profeta e mantinha com generosidade com tudo que precisava. Não tinha filhos, pois seu marido já era velho. Mas Eliseu como prêmio pela caridade com que o recebia, lhe prometeu que teria um filho de seu marido. Cumprida a profecia, aconteceu que, correndo o tempo, o filho crescido morreu.
A mulher disse a seu marido que queria ir ver Eliseu no monte Carmelo, porém ignorando o marido a morte do filho, lhe respondeu: “por que queres ir visitá-lo? Hoje não é dia de festa nem sábado” (IV Rs 4, 23); como se dissesse: se hoje fosse dia de festa terias razão para subir lá.
As pessoas piedosas costumavam visitar Eliseu e os demais monges do monte Carmelo, nos dias de festa, pela devoção que tinham de escutar de seus lábios e dos outros profetas a palavra de Deus e lhes levavam alimentos como agradecimento.
Chegando esta mulher a Eliseu, no monte Carmelo, lançando-se por terra se abraçou a seus pés e lhe disse: “por ventura te pedi um filho? Não te disse que não me enganasses?” (IV Reis 4, 28). Considerava-se enganada porque perdeu tão depressa o filho que Eliseu lhe havia obtido de Deus sem que ela o pedisse.
Vendo-a Eliseu tão cheia de amargura, levantou-se e a seguiu até sua casa e, entrando no quarto onde estava o menino morto, se pôs em oração até que o ressuscitou. Entregando-o o vivo à sua mãe, ela se lançou por terra aos pés de Eliseu, venerando-o e dando graças a Deus e ao Profeta.
Com estas e outras muitas maravilhas, Eliseu mostrou aos Religiosos os Filhos dos Profetas e discípulos de Elias haver recebido dele o espírito em dobro e por isto o receberam todos estes monges por Pai principal e comum e Mestre de todos.
*Livro da Instituição dos Primeiros Monges Fundados no Antigo Testamento e que perseveram no Novo, por Juan Nepote Silvano, Bispo XLIV de Jerusalém
*6º Domingo da Páscoa - Ano B: Um Olhar.
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A liturgia do 6º Domingo da Páscoa convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na pessoa, nos gestos e nas palavras de Jesus e dia a dia tornado presente na vida dos homens por ação dos discípulos de Jesus.
No Evangelho, Jesus define as coordenadas do “caminho” que os seus discípulos devem percorrer, ao longo da sua marcha pela história… Eles são os “amigos” a quem Jesus revelou o amor do Pai; a sua missão é testemunhar o amor de Deus no meio dos homens. Através desse testemunho, concretiza-se o projeto salvador de Deus e nasce o Homem Novo.
ATUALIZAÇÃO (EVANGELHO – Jo 15,9-17)
As palavras de Jesus aos discípulos na “ceia de despedida” deixam claro, antes de mais, que os discípulos não estão sozinhos e perdidos no mundo, mas que o próprio Jesus estará sempre com eles, oferecendo-lhes em cada instante a sua vida. Este é o primeiro grande ensinamento do nosso texto: a comunidade de Jesus continuará, ao longo da sua marcha pela história, a receber vida de Jesus e a ser acompanhada por Jesus. Nos momentos de crise, de desilusão, de frustração, de perseguição, não podemos esquecer que Jesus continua ao nosso lado, dando-nos coragem e esperança, lutando conosco para vencer as forças da opressão e da morte.
Os discípulos são os “amigos” de Jesus. Jesus escolheu-os, chamou-os, partilhou com eles o conhecimento e o projeto do Pai, associou-os à sua missão; estabeleceu com eles uma relação de confiança, de proximidade, de intimidade, de comunhão. Este tipo de relação que Jesus quis estabelecer com os discípulos não exclui, no entanto, que Ele continue a ser o centro e a referência, à volta da qual se constrói a comunidade dos discípulos. Jesus é, de fato, o centro à volta do qual se articula a vida das nossas comunidades? Que lugar é que Ele ocupa na nossa vida? Como é que no dia a dia desenvolvemos e aprofundamos o nosso encontro e a nossa comunhão com Ele?
Fazer parte da comunidade dos “amigos” de Jesus não é ficar “a olhar para o céu”, contemplando e admirando Jesus; mas é aceitar o convite que Jesus faz no sentido de colaborar na missão que o Pai Lhe confiou e que consiste em testemunhar no mundo o projeto salvador de Deus para os homens. Compete-nos a nós, os “amigos” de Jesus, mostrar em gestos concretos que Deus ama cada homem e cada mulher – e de forma especial os pobres, os marginalizados, os débeis, os pequenos, os oprimidos; compete-nos a nós, os “amigos” de Jesus, eliminar o sofrimento, o egoísmo, a miséria, a injustiça, tudo o que oprime e escraviza os irmãos e desfeia o mundo; compete-nos a nós, os “amigos” de Jesus, sermos arautos da justiça, da paz, da reconciliação, do amor; compete-nos a nós, “amigos” de Jesus, denunciarmos os pseudo-valores que oprimem e escravizam os homens… Nós, os “amigos” de Jesus, temos de ser testemunhas desse mundo novo que Deus quer oferecer aos homens e que Jesus anunciou na sua pessoa, nas suas palavras e nos seus gestos. Estamos, de fato, disponíveis para colaborar com Jesus nessa missão?
Sobretudo, os “amigos” de Jesus devem amar como Ele amou. Jesus cumpriu os “mandamentos” do Pai – isto é, o projeto de Deus para salvar e libertar os homens – fazendo da sua vida um dom total de amor, sem limites nem condições; a cruz é a expressão máxima dessa vida vivida exclusivamente para os outros. É esse o caminho que Jesus propõe aos seus discípulos (“é este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei”). É aqui que reside a “identidade” dos discípulos de Jesus… Os cristãos são aqueles que testemunham diante do mundo, com palavras e com gestos, que o mundo novo que Deus quer oferecer aos homens, se constrói através do amor. O que é que condiciona a nossa vida, as nossas opções, as nossas tomadas de posição: o amor, ou o egoísmo? As nossas comunidades são, realmente, cartazes vivos que anunciam o amor, ou são espaços de conflito, de divisão, de luta pelos próprios interesses, de realização de projetos egoístas?
*LEIA O EVANGELHO NA ÍNTEGRA. CLIQUE AO LADO NO LINK- EVANGELHO DO DIA.
“Maio com Maria”, obra do arcebispo de Teresina fala sobre tradição secular
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Dedicar o mês de maio – também chamado de “mês das flores” no hemisfério norte – à Maria é uma devoção arraigada há tempos. Em seu livro “Maio com Maria”, recentemente publicado pela Editora “Edições CNBB” o arcebispo de Teresina, dom Jacinto Brito, revela que esta tradição já era costume desde o século XVIII.
O fato é que a Igreja sempre incentivou essa devoção. Exemplo claro disso é a concessão de indulgências plenárias especiais e referências em alguns documentos do Magistério, como a encíclica “Mense Maio”, do papa Paulo VI, publicada em 1965. O papa João Paulo II também já falava em suas audiências sobre tal devoção. “De fato, este é o seu mês”, dizia.
Não tão distante da realidade brasileira, em 2016 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) decidiu convocar o Ano Nacional Mariano com o objetivo de celebrar, fazer memória e agradecer pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição no rio Paraíba do Sul, em São Paulo. A iniciativa teve início no dia 12 de outubro e seguiu até 11 de outubro de 2017.
Segundo dom Jacinto Brito, a atitude da CNBB em proclamar o Ano Mariano confirmou a experiência pastoral que envolve a todos: “Maria é um caminho seguro de evangelização!”. O bispo também fez questão de destacar que as Conferências Gerais do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, tais como Medellín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida primaram em demonstrar o potencial da piedade popular.
“Quantas dioceses, paróquias, igrejas e até pequeninas capelas lhe são dedicadas! É difícil encontrar um lar brasileiro sem uma imagem de Nossa Senhora! Quem não aprendeu na mais tenra infância, no colo da mãe, a ‘Ave-Maria’”?, questiona o bispo na apresentação de seu livro.
Continuando o louvor das gerações, dom Jacinto no exercício do ministério que lhe foi confiado achou que seria oportuno apresentar Maria aos fiéis, por meio de seu livro “Maio com Maria – Quem é esta mulher?”. “Eis porque os fundamentos dos trinta e um encontros deste livrinho é a Bíblia-Sagrada, comentada pelos Santos Padres, os Santos e o Magistério da Igreja”, explica o arcebispo.
À luz de sua prática pastoral, dom Jacinto percebe que o mês de maio é um veículo natural para o seu projeto. Afinal, de acordo com ele, quando em 1725, o padre Jesuíta Antônio Dionísio iniciou esse costume, a partir de então, a prática do mês de maio não cessou de crescer e lançar raízes. “De fato, Deus nos procedeu em seu amor a Maria! Rezando, escutando e meditando neste mês de maio as maravilhas que ele operou em sua humilde serva, ganhamos mais razões para amá-la, conhecendo-a através de seu divino Autor!”, enfatiza.
O livro é composto por 31 roteiros, um para cada dia do mês de maio, levando a refletir por meio de cada um dos temas tratados, sobre “quem é esta Mulher”. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Filipinas: assassinado sacerdote defensor dos indígenas
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O jovem sacerdote, Pe. Mark Ventura foi assassinado na manhã de domingo (29/04) na província setentrional de Cagayan. Um homem não identificado, atirou no sacerdote que tinha acabado de celebrar a Santa Missa. A condenação dos bispos filipinos que pedem justiça.
Cidade do Vaticano
Padre Mark Ventura, 37 anos, foi assassinado às 8h15 da manhã de domingo (29/04) logo depois de ter celebrado a missa no ginásio esportivo de Peña Weste, vilarejo na periferia da cidade de Gattaran, ilha de Luzon, no extremo norte do país. O sacerdote estava abençoando as crianças e falando com os membros do coral, quando um homem não identificado vestindo um capacete de motociclista entrou pela porta dos fundos do local e disparou dois tiros contra ele. O chefe da polícia nacional, Oscar Albayarde refere que o homicida fugiu em uma motocicleta guiada pelo cúmplice que o esperava, em direção a Baggao.
A condenação dos bispo que pedem justiça
Dom Sergio Lasam Utleg, arcebispo de Tuguegarao, foi ao local do crime, onde guiou orações junto com os fiéis presentes. A Conferência Episcopal das Filipinas, condenou o homicídio do sacerdote, oferecendo orações pelo padre Ventura, pela sua família em luto e pela comunidade católica de Tuguegarao. “Condenamos este ato violento – declara D. Romulo Valles, presidente dos bispos filipinos –, estamos profundamente chocados e incrédulos com a notícia da morte de padre Mark Ventura”. Os bispos pedem às autoridades “ações imediatas para identificar os autores deste bárbaro crime e para entregá-los à justiça”.
Padre conhecido pela sua luta contra a exploração dos trabalhadores nas minas
Padre Ventura era o diretor da “San Isidro Labrador Mission Station”, cargo que tinha assumido há pouco, no início do mês de abril, no vilarejo de Mabuno. Sacerdote há quase sete anos, era conhecido pela sua luta contra a exploração do território pelas Companhias minerárias e pelas suas iniciativas em favor das populações indígenas da província. A região de Gattaran é famosa pelas suas minas de cobre e de ouro. Antes de assumir seu cargo em Gattaran, o sacerdote foi reitor do seminário maior Thomas Aquinas com sede em Aparri, Cagayan.
É o segundo sacerdote morto nas Filipinas nos últimos meses
Padre Mark é o segundo sacerdote assassinado nas Filipinas nos últimos meses. Em dezembro de 2017, padre Marcelito Paez, 72 anos, foi morto por homens armados ainda não identificados depois de ter facilitado a libertação de um preso político em Jaen, Nueva Ecija. Em 2011, com as mesmas modalidades e pelos mesmos motivos foi assassinado o sacerdote do Pime, padre Fausto Tentorio. Fonte: www.vaticannews.va
5ª Semana da Páscoa. Quarta-feira, 2 de Maio: Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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Oração
Ó Deus, que amais e restituís a inocência,
orientai para vós os nossos corações,
para que jamais se afastem da luz da verdade
os que tirastes das trevas da descrença.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do Evangelho segundo João (Jo 15,1-8)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim.
5 Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.
Reflexão - Jo 15,1-8
Os Capítulos 15 até 17 do Evangelho de João trazem vários ensinamentos de Jesus que o evangelista juntou e colocou aqui no contexto amigo e fraterno do último encontro de Jesus com seus discípulos:
Jo 15,1-17: Reflexões em torno da parábola da videira
Jo 15,18 a 16,4a: Conselhos sobre a maneira de como comportar-se quando forem perseguidos
Jo 16,4b-15: Promessa sobre a vinda do Espírito Santo
Jo 16,16-33: Reflexões sobre a despedida e o retorno de Jesus
Jo 17,1-26: O Testamento de Jesus em forma de oração
Os Evangelhos de hoje e de amanhã trazem uma parte da reflexão de Jesus em torno da parábola da videira. Para entender bem todo o alcance desta parábola, é importante estudar bem as palavras que Jesus usou. Igualmente importante é você observar de perto uma videira ou uma planta qualquer para ver como ela cresce e como acontece a ligação entre o tronco e os ramos, e como o fruto nasce do tronco e dos ramos.
João 15,1-2: Jesus apresenta a comparação da videira
No Antigo Testamento, a imagem da videira indicava o povo de Israel (Is 5,1-2). O povo era como uma videira que Deus plantou com muito carinho nas encostas das montanhas da Palestina (Sl 80,9-12). Mas a videira não correspondeu ao que Deus esperava. Em vez de uvas boas deu um fruto azedo que não prestava para nada (Is 5,3-4). Jesus é a nova videira, a verdadeira. Numa única frase ele nos entrega toda a comparação. Ele diz: "Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não produz fruto, ele o corta. E todo ramo que produz fruto, ele o poda!". A poda é dolorosa, mas é necessária. Ela purifica a videira, para que cresça e produza mais frutos.
João 15,3-6: Jesus explica e aplica a parábola
Os discípulos já são puros. Já foram podados pela palavra que ouviram de Jesus. Até hoje, Deus faz a poda em nós através da sua Palavra que nos chega pela Bíblia e por tantos outros meios. Jesus alarga a parábola e diz: "Eu sou a videira e vocês são os ramos!" Não se trata de duas coisas distintas: de um lado a videira, do outro, os ramos. Não! Videira sem ramos não existe. Nós somos parte de Jesus. Jesus é o todo. Para que um ramo possa produzir fruto, deve estar unido à videira. Só assim consegue receber a seiva. "Sem mim vocês não podem fazer nada!" Ramo que não produz fruto é cortado. Ele seca e é recolhido para ser queimado. Não serve para mais nada, nem para lenha!
João 15,7-8: Permanecer no amor.
Nosso modelo é aquilo que Jesus mesmo viveu no seu relacionamento com o Pai. Ele diz: "Assim como o Pai me amou, também eu amei vocês. Permaneçam no meu amor!" Ele insiste em dizer que devemos permanecer nele e que as palavras dele devem permanecer em nós. E chega a dizer: "Se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, aí podem pedir qualquer coisa e vocês o terão!" Pois o que o Pai mais quer é que nos tornemos discípulos e discípulas de Jesus e, assim, produzamos muito fruto.
Para confronto pessoal
1- Quais as podas ou momentos difíceis, que já passei na minha vida e que me ajudaram a crescer? Quais as podas ou momentos difíceis, que passamos na nossa comunidade e nos ajudaram a crescer?
2- O que mantém a planta unida e viva, capaz de dar frutos, é a seiva que a percorre. Qual é a seiva que percorre nossa comunidade a mantém viva, capaz de produzir frutos?
Oração final
Cantai ao Senhor um canto novo,
Cantai ao Senhor em toda a terra.
Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome. (Sl 95, 1)
1º DE MAIO: Origem da devoção a São José Operário
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O culto a São José começou provavelmente no Egito, passando mais tarde para o Ocidente, onde hoje alcança grande popularidade. Em 1870, o papa Pio IX o proclamou “O Patrono da Igreja Universal” e, a partir de então, passou a ser cultuado no dia 19 de março.
Em 1955 Pio XII fixou o dia 1º de maio para “São José Operário- o trabalhador”. Foi num dia 1º de maio, só que de 1886, que operários de uma fábrica em Chicago nos Estados Unidos se revoltaram com a situação desumana a que eram submetidos iniciando um movimento que tomou conta do país e deixou um saldo de mais de uma dezena de mortos e cinquenta pessoas gravemente feridas. Em homenagem a eles é que se consagrou este dia como sendo o Dia do Trabalhador.
São José é o modelo ideal do operário. Sustentou sua família durante toda a vida com o trabalho artesanal, cumpriu sempre seus deveres para com a comunidade, ensinou ao filho a profissão de carpinteiro e, desta maneira segundo os preceitos da religião católica, permitiu que as profecias se cumprissem e seu povo fosse salvo, assim como toda a humanidade. Ao proclamar São José protetor dos trabalhadores a Igreja Católica demonstrou estar ao lado deles, dando-lhes como patrono o mais exemplar dos homens, que aceitou ser o pai adotivo do Deus feito homem, mesmo pressentindo o que poderia acontecer à sua família.
São José é tão glorioso que é o único santo celebrado em duas datas, no dia 19 de março, como esposo de Maria e em primeiro de maio, Padroeiro dos Trabalhadores. Esta última foi instituída, diante de uma multidão de 200 mil operários, reunidos no dia 1º de Maio de 1955, na Praça de São Pedro, quando o Papa Pio XII decidiu cristianizar o Dia do Trabalho, dando-lhe como santo protetor São José Operário.
PRECE PELO TRABALHADOR
Ó glorioso São José, que velaste a tua incomparável e real dignidade de guarda de Jesus e da Virgem Maria, sob a humilde aparência de artífice, e com o teu trabalho sustentaste as suas vidas, protege com amável poder os teus filhos que estão a ti confiados. Tu conheces as angústias e sofrimentos deles, porque tu mesmo experimentaste isto ao lado de Jesus e de sua Mãe. Não permitas que, oprimidos por tantas preocupações, esqueçam o fim para que foram criados por Deus; não deixes que os germes da desconfiança lhes dominem as almas imortais. Recorda a todos os trabalhadores que - nos campos, nas fábricas, nas minas e nos laboratórios da ciência - não estão sós para trabalhar, gozar e servir, mas que junto a eles está Jesus com Maria, Mãe sua e nossa, para os suster, para lhes enxugar o suor e mitigar as fadigas. Ensina-lhes a fazer do trabalho, como fizeste tu, instrumento altíssimo de santificação (João XXIII). Fonte: http://www.amoranossasenhora.com.br
Padre Reginaldo Manzotti lança CD, sonha gravar com Anitta e diz ser um pé de valsa
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O padre Reginaldo Manzotti é pop. E convidou artistas como Simone e Simaria, e Michel Teló, para ir além das fronteiras das rádios religiosas com o seu novo CD, “Tá na mão de Deus”.
— É destinado a todas as idades, mas eu quis destinar à juventude. E já consegui. “Espalhar amor” (em parceria com as “coleguinhas”) está tocando em todos os lugares. Me mandaram até um vídeo da música tocando em uma festa cheia de jovens, que não são católicos. Só não publiquei no meu Facebook porque aparecia muita cerveja — ri Padre Reginaldo.
Eclético (“escuto de Guns N’Roses a sofrência”), o Padre buscou diferentes influências para gravar o seu 14º trabalho. Tem modão sertanejo, pop rock e até arrocha, ritmo que Reginaldo garante se sair bem nos passos.
— Quando adolescente não tinha arrocha, mas tinha xote. Sempre gostei. Hoje em dia não danço mais em clube, mas com minhas irmãs e parentes, quando tem um casamento. Sou um pé de valsa. Fora isso só danço para Jesus — se diverte.
Sendo um pé de arrocha, seria possível imaginá-lo fazendo um passinho do funk?
— Eu queria gravar com a Anitta, queria atingir o público dela e que ela viesse abrilhantar o meu trabalho. Ela tem muita aceitação , é religiosa e já começamos umas tratativas. Se achar um funk que alguém compor, e eu me sentir tranquilo em cantar, não veria problemas. Mas dançar não vou conseguir.
Além das missas, livros na lista dos mais vendidos, e programas em diversas rádios do país, Reginaldo Manzotti também se destaca nas redes sociais. No Instagram, por exemplo, tem quase 880 mil seguidores. E recebe mensagens bem diversas.
— Quem não me conhece pode se encantar à primeira vista pelo pacote, e não prestar atenção no conteúdo. E às vezes extrapola. Já recebi cantadas, vale motel, calcinha… É preciso saber lidar, não ser ríspido — diz. Fonte: https://extra.globo.com
SEGUNDA-FEIRA, 30: Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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5ª Semana da Páscoa. Lectio Divina do Evangelho do dia com Frei Carlo Mesters, Carmelita.
Oração
Ó Pai, que unis os corações dos fiéis num só desejo,
dai ao vosso povo amar o que ordenais
e esperar o que prometeis,
para que, na instabilidade deste mundo,
fixemos os nossos corações
onde se encontram as verdadeiras alegrias.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do Evangelho segundo João (Jo 14,21-26)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 21“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. 22Judas — não o Iscariotes — disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” 23Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.
Reflexão - Jo 14,21-26
Como dissemos anteriormente, o capítulo 14 do Evangelho de João é um exemplo bonito de como se praticava a catequese nas comunidades da Ásia Menor no fim do primeiro século. Através das perguntas dos discípulos e das respostas de Jesus, os cristãos formavam sua consciência e encontravam uma orientação para os seus problemas. Assim, neste capítulo 14, temos a pergunta de Tomé com a resposta de Jesus (Jo 14,5-7), a pergunta de Filipe com a resposta de Jesus (Jo 14,8-21), e a pergunta de Judas com a resposta de Jesus (Jo 14,22-26). A última frase da resposta de Jesus a Filipe (Jo 14,21) forma o primeiro versículo do evangelho de hoje.
João 14,21: Eu o amarei e me manifestarei a ele.
Este versículo traz o resumo da resposta de Jesus a Filipe. Filipe tinha dito: “Mostra-nos o Pai e isso nos basta!” (Jo 14,8). Moisés tinha perguntado a Deus: “Mostra-me a tua glória!” (Ex 33,18). Deus respondeu: “Não poderás ver minha face, porque ninguém pode ver-me e continuar vivendo” (Ex 33,20). O Pai não pode ser mostrado. Deus habita uma luz inacessível (1Tim 6,16). “Ninguém jamais viu a Deus” (1Jo 4,12). Mas a presença do Pai pode ser experimentada através da experiência do amor. Diz a primeira carta de São João: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. Jesus diz a Filipe: “Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele”. Observando o mandamento de Jesus, que é o mandamento do amor ao próximo (Jo 15,17), a pessoa mostra o seu amor por Jesus. E quem ama a Jesus, será amado pelo Pai e pode ter a certeza de que o Pai se manifestará a ele. Na resposta a Judas, Jesus dirá como acontece esta manifestação do Pai na nossa vida.
João 14,22: A pergunta de Judas, pergunta de todos.
A pergunta de Judas: “Por que o senhor se manifesta só a nós e não ao mundo?” Esta pergunta de Judas reflete um problema que é real até hoje. Às vezes, sobe em nós cristãos o pensamento de que somos melhores que os outros e que Deus nos ama mais do que os outros. Será que Deus faz distinção de pessoas?
João 14,23-24: Resposta de Jesus.
A resposta de Jesus é simples e profunda. Ele repete o que acabou de dizer a Filipe. O problema não é se nós cristãos somos mais amados por Deus do que os outros, ou que os outros são desprezados por Deus. Este não é o critério da preferência do Pai. O critério da preferência do Pai é sempre o mesmo: o amor. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda as minhas palavras”. Independentemente do fato de a pessoa ser ou não ser cristã, o Pai se manifesta a todos aqueles que observam o mandamento de Jesus que é o amor ao próximo (Jo 15,17). Em que consiste a manifestação do Pai? A resposta a esta pergunta está estampada no coração da humanidade, na experiência humana universal. Observe a vida das pessoas que praticam o amor e que fazem da sua vida uma doação aos outros. Examine a sua própria experiência. Independentemente de religião, classe, raça ou cor, a prática do amor traz uma paz profunda e uma alegria que conseguem conviver com dor e sofrimento. Esta experiência é o reflexo da manifestação do Pai na vida das pessoas. É a realização da promessa: Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada
João 14,25-26: A promessa do Espírito Santo.
Jesus termina sua resposta a Judas dizendo: Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. Jesus comunicou tudo que ouviu do Pai (Jo 15,15). As palavras dele são fonte de vida e devem ser meditadas, aprofundadas e atualizadas constantemente à luz da realidade sempre nova que nos envolve. Para esta meditação constante das suas palavras Jesus nos promete a ajuda do Espírito Santo: “O Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.
Para confronto pessoal
1-Jesus disse: Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Como eu experimento esta promessa?
2-Temos a promessa do dom do Espírito para nos ajudar a entender as palavras de Jesus. Eu invoco a luz do Espírito quando vou ler e meditar a Escritura?
Oração final
Que a minha boca cante a glória do Senhor
e que bendiga todo ser seu nome santo,
desde agora, para sempre e pelos séculos. (Sl 144, 21)
Documentos revelam que bispo e padres reconheceram o 'sumiço' de R$ 910 mil do caixa da Diocese de Formosa, diz MP-GO
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Documentos revelam que bispo e padres reconheceram o 'sumiço' de R$ 910 mil do caixa da Diocese de Formosa, diz MP-GO
Declarações foram assinadas a pedido de contador que havia notado diferença no caixa das igrejas. Nove membros foram acusados do desvio de dízimo e respondem em liberdade.
Documentos obtidos pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) apontam que alguns dos religiosos acusados de desvios de dízimos reconheceram a ausência de R$ 910 mil nos caixas das igrejas. O órgão acredita que o padre Waldson José de Melo, de Posse, o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira e o bispo Dom José Ronaldo embolsavam os valores declarados como “desaparecidos”.
O G1 tentou contato com as defesas dos religiosos por telefone e mensagem na noite de domingo (29), e na manhã desta segunda-feira (30), e aguarda posicionamento sobre o caso.
Um dos documentos, assinado pelo monsenhor Epitácio Cardozo, aponta o déficit de mais de R$ 72 mil, acumulado em 2016, no caixa da Paróquia Divino Espirito Santo, em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
Outro relatório, este assinado pelo padre Waldson e pelo bispo Dom José Ronaldo, aponta a ausência de R$ 274 mil do caixa da Paróquia Sagrada Família em Posse, no nordeste de Goiás. O montante deveria ser resultado do acúmulo das arrecadações em 2015.
Segundo o MP-GO, faltaram ainda R$ 207 mil, que também deveriam ser o saldo de 2015, mas da Paróquia do Divino Espirito Santo, em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Por fim, o órgão aponta que “sumiram” outros R$ 357 mil do caixa da Paróquia Santana, em Posse.
“Dois documentos são referentes ao monsenhor, outro ao padre Moacyr, da catedral de Formosa, e outro do padre Wladson, de Posse, com quem foram encontrados R$ 400 mil na conta. Foram três desvios de somas bastante voluptuosas, inclusive com assinatura do bispo, atestando que tem ciência do documento, do desaparecimento do dinheiro”, disse o promotor responsável pela investigação, Douglas Chegury.
Conforme o promotor, os documentos já fazem parte da denúncia aceita pela Justiça, portanto, os citados estão respondendo pelo crime de apropriação indébita.
Operação Caifás
Deflagrada pelo MP-GO, a Operação Caifás apura o desvio de R$ 2 milhões pela Diocese de Formosa. No último dia 19 de março, nove pessoas foram presas. Além do dízimo, a apuração apontou que o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos como batismos e casamentos.
As investigações sobre o desvio começaram no ano passado, após denúncias de fiéis. Eles afirmaram que as despesas da casa episcopal subiram de R$ 5 mil para R$ 35 mil desde a chegada do bispo Dom José Ronaldo, em 2015. Na ocasião, o clérigo negou haver irregularidades nas contas da Diocese de Formosa.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça foram usadas na apuração. O grupo teria comprado uma fazenda de gado, carros de luxo e uma lotérica com os recursos. A operação culminou com apreensões em Formosa, Posse e Planaltina. Durante as apreensões, foi encontrado dinheiro escondido em fundo falso de armário.
Após menos de um mês detidos em uma ala isolada do recém-inaugurado presídio da Formosa, os presos foram liberados por habeas corpus concedidos pela Justiça. Na saída da cadeia, o bispo Dom José Ronaldo, outros quatro clérigos e dois empresários foram recebidos com festa por parentes e amigos.
Bloqueio de bens
O juiz Fernando Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal de Formosa, determinou em 27 de março o bloqueio de bens dos seis clérigos, dois empresários e do secretário da Cúria. O limite é de até R$ 1 milhão por cada. Também foi autorizada a quebra do sigilo bancário e fiscal dos acusados.
Gestor temporário da Diocese de Formosa nomeado pelo Papa Francisco e arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto criticou o bispo preso e disse que recebeu "caixa vazio e com dívida". Ele auxiliará nas atividades da paróquia da região até que seja nomeado um novo bispo.
A polícias apura outras acusações que surgiram contra o bispo fora do processo. Entre elas, está o uso de cartões da Igreja para compra de bebidas alcoólicas. De acordo com boletim de ocorrência, houve gasto de R$ 4 mil indevidamente.
Além disso, fiéis afirmam que Dom José Ronaldo aumentou em até 400% taxas de casamento quando assumiu a administração, em 2014. As mesmas informações chegaram ao MP-GO) por meio do depoimento de um dos padres que denunciou o esquema, mas, segundo o promotor, ainda não compõem uma apuração específica. Fonte: https://g1.globo.com
5º DOMINGO DA PÁSCOA: Outro Olhar
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5º DOMINGO DA PÁSCOA: Lectio Divina com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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Quarta-feira da 5ª Semana da Páscoa
Oração
Ó Deus, que amais e restituís a inocência,
orientai para vós os nossos corações,
para que jamais se afastem da luz da verdade
os que tirastes das trevas da descrença.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do Evangelho segundo João (Jo 15,1-8)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim.
5Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.
Reflexão - Jo 15,1-8
Os Capítulos 15 até 17 do Evangelho de João trazem vários ensinamentos de Jesus que o evangelista juntou e colocou aqui no contexto amigo e fraterno do último encontro de Jesus com seus discípulos:
Jo 15,1-17: Reflexões em torno da parábola da videira
Jo 15,18 a 16,4a: Conselhos sobre a maneira de como comportar-se quando forem perseguidos
Jo 16,4b-15: Promessa sobre a vinda do Espírito Santo
Jo 16,16-33: Reflexões sobre a despedida e o retorno de Jesus
Jo 17,1-26: O Testamento de Jesus em forma de oração
Os Evangelhos de hoje e de amanhã trazem uma parte da reflexão de Jesus em torno da parábola da videira. Para entender bem todo o alcance desta parábola, é importante estudar bem as palavras que Jesus usou. Igualmente importante é você observar de perto uma videira ou uma planta qualquer para ver como ela cresce e como acontece a ligação entre o tronco e os ramos, e como o fruto nasce do tronco e dos ramos.
João 15,1-2: Jesus apresenta a comparação da videira
No Antigo Testamento, a imagem da videira indicava o povo de Israel (Is 5,1-2). O povo era como uma videira que Deus plantou com muito carinho nas encostas das montanhas da Palestina (Sl 80,9-12). Mas a videira não correspondeu ao que Deus esperava. Em vez de uvas boas deu um fruto azedo que não prestava para nada (Is 5,3-4). Jesus é a nova videira, a verdadeira. Numa única frase ele nos entrega toda a comparação. Ele diz: "Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não produz fruto, ele o corta. E todo ramo que produz fruto, ele o poda!". A poda é dolorosa, mas é necessária. Ela purifica a videira, para que cresça e produza mais frutos.
João 15,3-6: Jesus explica e aplica a parábola
Os discípulos já são puros. Já foram podados pela palavra que ouviram de Jesus. Até hoje, Deus faz a poda em nós através da sua Palavra que nos chega pela Bíblia e por tantos outros meios. Jesus alarga a parábola e diz: "Eu sou a videira e vocês são os ramos!" Não se trata de duas coisas distintas: de um lado a videira, do outro, os ramos. Não! Videira sem ramos não existe. Nós somos parte de Jesus. Jesus é o todo. Para que um ramo possa produzir fruto, deve estar unido à videira. Só assim consegue receber a seiva. "Sem mim vocês não podem fazer nada!" Ramo que não produz fruto é cortado. Ele seca e é recolhido para ser queimado. Não serve para mais nada, nem para lenha!
João 15,7-8: Permanecer no amor.
Nosso modelo é aquilo que Jesus mesmo viveu no seu relacionamento com o Pai. Ele diz: "Assim como o Pai me amou, também eu amei vocês. Permaneçam no meu amor!" Ele insiste em dizer que devemos permanecer nele e que as palavras dele devem permanecer em nós. E chega a dizer: "Se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, aí podem pedir qualquer coisa e vocês o terão!" Pois o que o Pai mais quer é que nos tornemos discípulos e discípulas de Jesus e, assim, produzamos muito fruto.
Para confronto pessoal
1-Quais as podas ou momentos difíceis, que já passei na minha vida e que me ajudaram a crescer? Quais as podas ou momentos difíceis, que passamos na nossa comunidade e nos ajudaram a crescer?
2-O que mantém a planta unida e viva, capaz de dar frutos, é a seiva que a percorre. Qual é a seiva que percorre nossa comunidade a mantém viva, capaz de produzir frutos?
Oração final
Cantai ao Senhor um canto novo,
Cantai ao Senhor em toda a terra.
Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome. (Sl 95, 1)
A voz do silêncio
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O exegeta cardeal passeia no jardim da palavra humana, palavra fraca e frágil, para a qual foi confiada a revelação da Palavra, atestada na Bíblia. Esta última é, justamente, O grande código no qual bebeu a cultura do mundo ocidental e - em menor escala, e "secularizada" - até os dias de hoje. A palavra é arrebatadora, poderosa, especialmente aquela poética. A palavra bíblica não é apenas epifania da revelação, mas diafania (Teihard De Chardin), transparência do divino. Especialmente a poesia abraça em si os "espaços em branco" que são igualmente e talvez mais expressivos do que as palavras ditas para expressar a profundidade da realidade cantada. O comentário é de Roberto Mela, teólogo italiano, publicado por Settimana News, 26-04-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
A fraqueza da palavra, especialmente aquela judaica dotada apenas de 5.740 palavras, tende à expansão máxima de sentido através da musicalidade das suas expressões. Dôdî lî waānî ledôdî, "Eu sou do meu Amado, e o meu Amado é meu", declara a Amada no Cântico dos Cânticos.
A poesia canta o êxtase do amor, da primavera que passa como um sopro de vento nas estações de Israel. Canta a tragédia dos sofrimentos, como aquela de Jerusalém prostrada no chão da poeira do exílio, de cuja boca escapa apenas um sussurro.
Elias no Monte Horeb só ouvirá "a voz de um silêncio sutil", um silêncio que fala, porque não é um silêncio "negro" - ausência de ruídos e de palavras, muito temido pelos jovens de hoje - mas um "silêncio branco" mais expressivo do que o ressoar da palavra.
YHWH, o nome do Deus de Israel, o máximo do conteúdo da experiência religiosa judaica, é impronunciável, é proibido pronunciá-lo e deve ser substituído por outro nome, 'Adonay'.
"A Bíblia é o alfabeto colorido da esperança, na qual mergulharam seus pincéis durante séculos os pintores”(Marc Chagall). Na paleta artística a Palavra pode ser atualizada (Paul Gauguin, Visão depois do sermão: depois da homilia, as mulheres bretãs reveem na praça de seu vilarejo a luta do anjo com Jacó no Vau do Jaboque); a palavra pode ser deformada (Carl Gustav Jung, Resposta a Jó: Deus fica curioso sobre o homem que protesta contra sua inquestionável vontade e envia Jesus à Terra para ouvir os argumentos de Jó, Jesus compreende que Jó está certo e contra os momentos da ira de Deus, desde aquele momento em diante, a levantar-se contra o Todo-Poderoso não será apenas Jó, mas também Jesus); a Palavra também pode ser transfigurada (Wolfgang Amadeus Mozart, nas Vésperas Solenes do Confessor K339 comenta o curto Salmo 116 [117] fazendo subir a soprano cada vez mais até "cair" na assembleia do coro que canta com confiança agora "cristã" o Glória; as palavras hésed e 'emet' do salmo, que expressam relação amorosa e não tanto misericordia e veritas da Vulgata de Jerônimo, encontram aqui expressão exaltada e fascinante).
Wozu Dichter,"Por que os poetas", questionava-se Friedrich Hölderlin, "por que os poetas em tempo de pobreza?". "Vivemos em uma época em que a pobreza, ou seja, a falta de Deus, não é mais percebida como uma falta”, comentava Heidegger em Os caminhos da floresta. Em um tempo de ouvidos obstruídos por urtigas as palavras dos profetas devem irromper "pelos portões da noite, traçando feridas de palavras nos campos do hábito" (Nelly Sachs, The Prophets). A palavra deve encontrar ouvidos que a saibam ouvir e acolher.
Hoje, o poder da palavra dos profetas e dos poetas "parece insignificante, mas ela é mais necessária do que o pão" (Ravasi, p. 42), e realiza-se assim a profecia de Am 8:11 “...enviarei a fome a toda esta terra... não fome de pão, nem sede de água, mas fome e sede de ouvir as palavras do Senhor". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
"Coragem!" Documentário exibe as muitas vidas de Dom Paulo Evaristo Arns, o cardeal da resistência à ditadura
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“Coragem!”, “Coragem!”, “Coragem!”, “Coragem!”. O insistente clamor de Dom Paulo Evaristo Arns ecoa na memória daqueles que fazem as múltiplas vozes de apresentação do documentário que apresenta as muitas vidas do cardeal. Lançado em dezembro de 2017, um ano após a morte do cardeal, foi dirigido por Ricardo Carvalho e produzido pelo Instituto Vladmir Herzog. Conta com a participação e depoimentos de figuras emblemáticas na luta contra a ditadura militar. Contribuem ainda artistas como Maria Bethânia, Chico Pinheiro e Paulo Betti.
O documentário exibe vídeos inéditos da trajetória do Cardeal Arns. Suas múltiplas histórias são as muitas vidas às quais ele se transformou e se dedicou a transformar.
O documentário enfatiza a luta protagonizada contra o regime militar no país e a dedicação na defesa dos operários e demais perseguidos pelo governo. Dom Paulo foi grande referência em defesa das grandes greves operárias da Grande São Paulo, da década de 1970. Segundo o diretor Ricardo Carvalho, Arns foi o “cardeal dos operários”.
O cardeal tomou destaque ao assumir a Arquidiocese de São Paulo e vender o Palácio Episcopal para a construção de 1.100 centros comunitários. O filme realça a dedicação do cardeal na militância dos direitos humanos e a perseguição que o declarado inimigo nº 1 da ditadura militar sofreu.
Dedicado à defesa dos pobres, foi suporte não apenas para os perseguidos pela ditadura brasileira, mas auxiliou exilados de todo o Conesul. Ricardo Carvalho aponta que “Dom Paulo foi o primeiro a encontrar crianças desaparecidas pelas ditaduras no continente”. Em seu depoimento especial para o filme, o cardeal afirma “Com Médici foi duro. Tivemos que ficar firmes até o fim, até a última linha, até o ponto final da frase que a gente disse: ‘que os militares não mandam na nossa liberdade!’ ”.
O documentário foi feito por uma pesquisa de dois anos em arquivo, e de longa data na convivência do diretor e do cardeal. Ricardo Carvalho é, também, autor da biografia de Dom Paulo Evaristo Arns: O cardeal da resistência — As muitas vidas de dom Paulo Evaristo Arns (São Paulo: Instituto Vladmir Herzog, 2013). Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
AO VIVO- PERMANECER...
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5º Domingo da Páscoa – Ano B: Um Olhar
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A liturgia do 5º Domingo da Páscoa convida-nos a refletir sobre a nossa união a Cristo; e diz-nos que só unidos a Cristo temos acesso à vida verdadeira.
O Evangelho apresenta Jesus como “a verdadeira videira” que dá os frutos bons que Deus espera. Convida os discípulos a permanecerem unidos a Cristo, pois é d’Ele que eles recebem a vida plena. Se permanecerem em Cristo, os discípulos serão verdadeiras testemunhas no meio dos homens da vida e do amor de Deus.
ATUALIZAÇÃO (EVANGELHO - Jo 15,1-8)
Jesus é “a verdadeira videira”, de onde brotam os frutos da justiça, do amor, da verdade e da paz; é n’Ele e nas suas propostas que os homens podem encontrar a vida verdadeira. Muitas vezes os homens, seguindo lógicas humanas, buscam a verdadeira vida noutras “árvores”; mas, com frequência, essas “árvores” só produzem insatisfação, frustração, egoísmo e morte… João garante-nos: na nossa busca de uma vida com sentido, é para Cristo que devemos olhar. Temos consciência de que é em Cristo que podemos encontrar uma proposta de vida autêntica? Ele é, para nós, a verdadeira “árvore da vida”, ou preferimos trilhar caminhos de auto-suficiência e colocamos a nossa confiança e a nossa esperança noutras “árvores”?
Hoje, Jesus, “a verdadeira videira”, continua a oferecer ao mundo e aos homens os seus frutos; e fá-lo através dos seus discípulos. A missão da comunidade de Jesus, que hoje caminha pela história, é produzir esses mesmos frutos de justiça, de amor, de verdade e de paz que Jesus produziu. Trata-se de uma tremenda responsabilidade que nos é confiada, a nós, os seguidores de Jesus. Jesus não criou um gueto fechado onde os seus discípulos podem viver tranquilamente sem “incomodarem” os outros homens; mas criou uma comunidade viva e dinâmica, que tem como missão testemunhar em gestos concretos o amor e a salvação de Deus. Se os nossos gestos não derramam amor sobre os irmãos que caminham ao nosso lado, se não lutamos pela justiça, pelos direitos e pela dignidade dos outros homens e mulheres, se não construímos a paz e não somos arautos da reconciliação, se não defendemos a verdade, estamos a trair Jesus e a missão que Ele nos confiou. A vida de Jesus tem de transparecer nos nossos gestos e, a partir de nós, atingir o mundo e os homens.
No entanto, o discípulo só pode produzir bons frutos se permanecer unido a Jesus. No dia do nosso Batismo, optamos por Jesus e assumimos o compromisso de O seguir no caminho do amor e da entrega; quando celebramos a Eucaristia, acolhemos e assimilamos a vida de Jesus – vida partilhada com os homens, feita entrega e doação total por amor, até à morte. O cristão tem em Jesus a sua referência, identifica-se com Ele, vive em comunhão com Ele, segue-O a cada instante no amor a Deus e na entrega aos irmãos. O cristão vive de Cristo, vive com Cristo e vive para Cristo.
O que é que pode interromper a nossa união com Cristo e tornar-nos ramos secos e estéreis? Tudo aquilo que nos impede de responder positivamente ao desafio de Jesus no sentido do O seguir provoca em nós esterilidade e privação de vida… Quando conduzimos a nossa vida por caminhos de egoísmo, de ódio, de injustiça, estamos a dizer não a Jesus e a renunciar a essa vida verdadeira que Ele nos oferece; quando nos fechamos em esquemas de auto-suficiência, de comodismo e de instalação, estamos a recusar o convite de Jesus e a cortar a nossa relação com a vida plena que Jesus oferece; quando para nós o dinheiro, o êxito, a moda, o poder, os aplausos, o orgulho, o amor próprio, são mais importantes do que os valores de Jesus, estamos a secar essa corrente de vida eterna que deveria correr entre Jesus e nós… Para que não nos tornemos “ramos” secos, é preciso renovarmos cada dia o nosso “sim” a Jesus e às suas propostas.
A comunidade cristã é o lugar privilegiado para o encontro com Cristo, “a verdadeira videira” da qual somos os “ramos”. É no âmbito da comunidade que celebramos e experimentamos – no Batismo, na Eucaristia, na Reconciliação – a vida nova que brota de Cristo. A comunidade cristã é o Corpo de Cristo; e um membro amputado do Corpo é um membro condenado à morte… Por vezes, a comunidade cristã, com as suas misérias, fragilidades e incompreensões, decepciona-nos e magoa-nos; por vezes sentimos que a comunidade segue caminhos onde não nos revemos… Sentimos, então, a tentação de nos afastarmos e de vivermos a nossa relação com Cristo à margem da comunidade. Contudo, não é possível continuar unido a Cristo e a receber vida de Cristo, em ruptura com os nossos irmãos na fé.
O que são os “ramos secos”? São, evidentemente, aqueles discípulos que um dia se comprometeram com Cristo, mas depois desistiram de O seguir… Mas os “ramos secos” podem também ser aquelas pequenas misérias e fragilidades que existem na vida de cada um de nós. Atenção: é preciso “limpar” esses pequenos obstáculos que impedem que a vida de Cristo circule abundantemente em nós. Chama-se a isso “conversão”.
Como podemos “limpar” os “ramos secos”? Fundamentalmente, confrontando a nossa vida com Jesus e com a sua Palavra. Precisamos de escutar a Palavra de Jesus, de a meditar, de confrontar a nossa vida com ela… Então, por contraste, vão tornar-se nítidas as nossas opções erradas, os valores falsos e essas mil e uma pequenas infidelidades que nos impedem de ter acesso pleno à vida que Jesus oferece.
*LEIA A REFLEXÃO DO 5º DOMINGO DA PÁSCOA NA ÍNTEGRA. CLIQUE AO LADO NO LINK- EVANGELHO DO DIA- E TENHA TODA A REFLEXÃO DOMINICAL
O PAPA E O CÉU: Outro Olhar
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Quinta-feira 26. 4ª Semana da Páscoa: Evangelho do dia com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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Oração
Ó Deus, que restaurais a natureza humana
dando-lhe uma dignidade ainda maior,
considerai o mistério do vosso amor,
conservando para sempre os dons da vossa graça
naqueles que renovastes.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do Evangelho (João 13, 16-20)
Naquele tempo, depois de haver lavado os pés dos discípulos, Jesus disse-lhes: 16Em verdade, em verdade, vos digo: o servo não é maior do que seu senhor, e o enviado não é maior do que aquele que o enviou. 17Já que sabeis disso, sereis felizes se o puserdes em prática. 18Eu não falo de todos vós. Eu conheço aqueles que escolhi. Mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: ‘Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar’. 19Desde já, antes que aconteça, eu vo-lo digo, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. 20Em verdade, em verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.
Reflexão
Nos próximos dias, com exceção das festas, o evangelho diário é tirado da longa conversa de Jesus com os discípulos durante a Última Ceia (Jo 13 a 17). Nestes cinco capítulos que descrevem a despedida de Jesus, percebe-se a presença daqueles três fios de que falamos anteriormente e que tecem e compõem o evangelho de João: a palavra de Jesus, a palavra das comunidades e a palavra do evangelista que fez a última redação do Quarto Evangelho. Nestes cinco capítulos, os três fios estão de tal maneira entrelaçados que o todo se apresenta como uma peça única de rara beleza e inspiração, onde é difícil distinguir o que é de um e o que é do outro, mas onde tudo é Palavra de Deus para nós.
Estes cinco capítulos trazem a conversa que Jesus teve com os seus amigos, na véspera de ser preso e morto. Era uma conversa amiga, que ficou na memória do Discípulo Amado. Jesus, assim parece, queria prolongar ao máximo esse último encontro, momento de muita intimidade. O mesmo acontece hoje. Há conversa e conversa. Há conversa superficial que gasta palavras à toa e revela o vazio das pessoas. E há conversa que vai fundo no coração e fica na memória. Todos nós, de vez em quando, temos esses momentos de convivência amiga, que dilatam o coração e vão ser força na hora das dificuldades. Ajudam a ter confiança e a vencer o medo.
Os cinco versículos do Evangelho de hoje tiram duas conclusões do lava-pés (Jo 13,1-15). Falam (1) do serviço como característica principal dos seguidores e seguidoras de Jesus, e (2) da identidade de Jesus como revelação do Pai.
João 13,16-17: O servo não é maior que o seu senhor. Jesus acabou de lavar os pés dos discípulos. Pedro levou susto e não quis que Jesus lhe lavasse os pés. “Se eu não te lavar os pés, não terás parte comigo” (Jo 13,8). E basta lavar os pés; o resto não precisa (Jo 13,10). O valor simbólico do gesto do lava-pés consistia em aceitar Jesus como o Messias Servidor que se entrega a si mesmo pelos outros, e recusar um messias rei glorioso. Esta entrega de si mesmo como servo de todos é a chave para entender o gesto do lava-pés. Entender isto é a raiz da felicidade de uma pessoa: “Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática". Mas havia pessoas, mesmo entre os discípulos, que não aceitavam Jesus como Messias Servo. Não queriam ser servidores dos outros. Provavelmente, queriam um messias glorioso como Rei e Juiz, de acordo com a ideologia oficial. Jesus diz: "Eu não falo de todos vocês. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: Aquele que come pão comigo, é o primeiro a me trair!” João se refere a Judas, cuja traição vai ser anunciada logo em seguida (Jo 13,21-30).
João 13,18-20: Digo isto agora, para que creiais que EU SOU. Foi por ocasião da libertação do Egito ao pé do Monte Sinai, que Deus revelou o seu nome a Moisés: “Estou com você!” (Ex 3,12), “Estou que Estou” (Ex 3,14), “Estou” ou “Eu sou” me mandou até vocês!” (Ex 3,14), O nome Javé (Ex 3,15) expressa a certeza absoluta da presença libertadora de Deus junto do seu povo. De muitas maneiras e em muitas ocasiões esta mesma expressão Eu Sou ou Sou Eu é usada por Jesus (Jo 8,24; 8,28; 8,58; Jo 6,20; 18,5.8; Mc 14,62; Lc 22,70). Jesus é a presença do rosto libertador de Deus no meio de nós.
Para um confronto pessoal
1) O servo não é maior que o seu senhor. Como faço da minha vida um serviço permanente aos outros?
2) Jesus soube conviver com pessoas que não o aceitavam. E eu consigo?
Oração final
Vou cantar para sempre a bondade do SENHOR;
anunciarei com minha boca sua
fidelidade de geração em geração.
Pois disseste: “Minha bondade está de pé para sempre”.
O Papa, um menino e os pobres redefinem santidade
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Na surpreendente Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate” (Alegrai-vos e exultai), Francisco muda a norma tradicional católica sobre santidade. A Exortação teve sua redação concluída numa assembleia com o pequeno Emanuele de 10 anos de idade e com os pobres da periferia de Roma. Ela indica que o caminho para a santidade é a decidida opção pelos pobres e a busca pela justiça. Mais ainda: que este caminho não é exclusivo dos católicos e nem mesmo dos cristãos; está aberto a todos, inclusive aos ateus e ateias. Dom Oscar Romero é santo; igualmente santas são Edith Stein, Olga Benário Prestes e Marielle Franco. O comentário é de Mauro Lopes, jornalista, em artigo publicado por Caminho pra Casa, 24-04-2018.
Eis o artigo.
O Papa imaginou haver concluído no dia dedicado à memória de São José (19 de março) o mais franciscano documento de seu papado, a Exortação Apostólica sobre o caminho de santidade. Mas não. O texto foi finalizado por Francisco somente um mês depois, no 3º Domingo da Páscoa, em 15 de abril, no encontro com um menino de dez anos com o significativo nome de Emanuele, numa assembleia com pobres da periferia de Roma.
Naquele domingo, o Papa, que é antes de tudo o bispo de Roma, foi à paróquia de São Paulo da Cruz, na periferia mais pobre de sua diocese. O primeiro momento da agenda foi um encontro com crianças que frequentam a catequese. Quando chegou a vez de Emanuele, de apenas 10 anos, o menino aproximou-se do microfone e começou a chorar copiosamente.
Francisco chamou-o, “Vem, vem aqui comigo, Emanuele, e me diz ao ouvido, diz-me ao ouvido”. O menino foi, aos prantos, abraçado pelo pároco, padre Roberto Cassano. Francisco e o menino conversaram por poucos minutos, longe dos microfones, cabeça a cabeça. Quando Emanuele voltou ao seu lugar, o Papa, autorizado pela criança, relatou o diálogo.
Emanuele perdeu o pai recentemente e estava com o coração apertado com a dúvida se seu pai, que era ateu, estaria no céu no inferno – mesmo ateu, o pai de Emanuele fez batizar o menino e seus dois irmãos e uma irmã. Esta era a razão do choro angustiado.
O que disse o Papa?
Primeiro, sobre o pai de Emanuele:
“Que bonito quando um filho diz que o seu papai era bom! Um bonito testemunho sobre aquele homem, quando os seus filhos podem dizer que ele era um homem bom! Se esse homem foi capaz de ter filhos assim, é verdade que era um grande homem!”
Depois, sobre a angústia do menino:
“Quem diz quem vai para o céu é Deus! Mas como será o coração de Deus diante de um pai assim? (…) Será que Deus abandona os seus filhos quando eles são bons?”
Nesta hora, a comunidade reunida respondeu – e foi um dos momentos culminantes do papado de Francisco, pois ali, na periferia, entre os pobres de Roma, sua Exortação Apostólica teve seu ponto final, em redação comunitária do o bispo com o povo pobre. Em uníssono, todos responderam à indagação do Papa se Deus abandona seus filhos:
“Não!”
“Bom, Emanuele, esta é a resposta” – atalhou o Papa, dirigindo-se ao menino e, na verdade, a todos os católicos e à humanidade.
Pois assim completou-se o espírito que animou a Exortação do Papa. O céu, tempo/lugar de realização máxima do ser, da Partilha e da Amizade, e a santidade são caminhos abertos a todas as pessoas que têm sede de justiça e fazem a opção de estar ao lado, vive e conviver com os pobres, marginalizados e excluídos pelo sistema.
Uma revolução na história do cristianismo. Nunca antes um Papa concluiu um texto seu numa assembleia com os pobres e sob inspiração de um menino de 10 anos de idade.
Como escrevi, Emanuele, o nome do menino, talvez não tenha sido tão acidental assim. Pois esse era o nome do menino esperado em Israel quando do nascimento de Jesus, conforme a profecia de Isaías (Is 7,14), o sinal de que Deus estava com seu povo pobre de Israel – Emanuel quer dizer exatamente Deus conosco. A passagem foi retomada no Evangelho de Mateus (Mt 1, 23) para anunciar que o Esperado havia chegado. Não teve o nome de Emanuel, mas de Jesus (o Senhor salva), mas era o pequeno Emanuel tão aguardado por seu povo.
Pois o pequeno Emanuel tomou para si a condução da assembleia de Francisco com aquele grupo de pobres em Roma e imprimiu uma virada história no catolicismo.
Sim, porque a resposta da comunidade da paróquia de São Paulo da Cruz não foi nada óbvia. Fosse um encontro com paroquianos ricos ou integristas, a resposta seria provavelmente oposta. Ou seja: que a santidade e o céu eram “propriedades” reservadas exclusivamente aos batizados e (aqueles que a hierarquia denomina de fiéis). Este era até agora o estabelecido, a regra, a lei, e ela foi reafirmada por João Paulo II em 1983 na Constituição Apostólica Divinus Perfectionis Magister e no Catecismo da Igreja Católica (nº 1023)
Com a Exortação de Francisco em coautoria com Emanuele e os pobres da paróquia de São Paulo da Cruz não é mais assim.
O coração da Exortação de Francisco diz: santidade é um caminho aberto a todas as pessoas e não exclusivamente aos fiéis católicos e um caminho que se faz à luz da grande convocação de Jesus no texto central dos Evangelhos, o Discurso das Bem-Aventuranças, complementado por um trecho do capítulo 25 do Evangelho de Mateus.
Sobre este trecho, escreveu frei Leonardo Boff no último sábado, 21 (Estive preso e me impediram de visitar-te):
“Há uma cena de grande dramaticidade no evangelho se São Mateus quando se trata do Juízo Final, quer dizer, quando se revela o destino último de cada ser humano. O Juiz Supremo não perguntará a que Igreja ou religião alguém pertenceu, se aceitou os seus dogmas, quantas vezes frequentou os ritos sagrados.
Esse Juiz se voltará aos bons e dirá: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino preparado para vós desde a criação do mundo; porque tive fome e de me destes de comer, tive sede e me destes de beber, fui peregrino e me acolhestes, estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, estava preso e viestes me ver… todas as vezes que fizestes a um destes meus irmãos e irmãs menores, foi a mim que o fizestes… e quando deixastes de fazer a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes’ (Evangelho de S.Mateus25, 35-45).
Neste momento supremo, são as práticas e não as prédicas para com os sofredores deste mundo que contarão. Se os tivermos atendido, ouviremos aquelas palavras benditas.”
Segundo o texto de Gaudete et Exsultate, a caminhada para a santidade tem uma única “grande regra de comportamento”, estabelecido por este trecho de Mateus, à luz das Bem-Aventuranças: “No capítulo 25 do Evangelho de Mateus (vv. 31-46), Jesus volta a deter-se numa destas bem-aventuranças: a que declara felizes os misericordiosos. Se andamos à procura da santidade que agrada a Deus, neste texto encontramos precisamente uma regra de comportamento com base na qual seremos julgados: ‘Tive fome e destes-Me de comer, tive sede e destes-Me de beber, era peregrino e recolhestes-Me, estava nu e destes-Me que vestir, adoeci e visitastes-Me, estive na prisão e fostes ter comigo’ (25, 35-36)” [95].
As bem-aventuranças são a grande convocação de Jesus para um jeito de levar a vida, rumo a um novo tempo e lugar chamado Reino de Deus. No seu discurso, Jesus convocou: “em marcha!”. Em marcha (ashréi, em aramaico/hebraico, línguas de uso corrente na Israel de Jesus). Em marcha os pobres em espírito (ou os pobres, simplesmente, na versão de Lucas), os aflitos, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os que são perseguidos. Santos e santas são, dentre estes, os que se colocarem em marcha a caminho do tempo/lugar chamado por Jesus de Reino de Deus e se dispuserem a, de alguma maneira, por suas vidas, presentificarem tal Reino.
Não, escreve o Papa, rezar o terço e ir à missa aos domingos por si só não faz ninguém santo ou santa. Obedecer às prescrições formais da religião, mas alimentar o ódio, incensar os ricos e a riqueza, desejar o mal não é caminho de santidade: “Não é saudável amar o silêncio e esquivar o encontro com o outro, desejar o repouso e rejeitar a atividade, buscar a oração e menosprezar o serviço. Tudo pode ser recebido e integrado como parte da própria vida neste mundo, entrando a fazer parte do caminho de santificação. Somos chamados a viver a contemplação mesmo no meio da ação, e santificamo-nos no exercício responsável e generoso da nossa missão.” (26)
“Poder-se-ia pensar que damos glória a Deus só com o culto e a oração, ou apenas observando algumas normas éticas (é verdade que o primado pertence à relação com Deus), mas esquecemos que o critério de avaliação da nossa vida é, antes de mais nada, o que fizemos pelos outros. A oração é preciosa, se alimenta uma doação diária de amor. O nosso culto agrada a Deus, quando levamos lá os propósitos de viver com generosidade e quando deixamos que o dom lá recebido se manifeste na dedicação aos irmãos.” (104)
É cara aos jesuítas como o Papa a expressão “contemplar na ação”. Em outras palavras, caminhar no cotidiano com os olhos e o coração bem apertos para testemunhar a Presença daquele que se fez Amor entre nós. É viver contagiado pelo Mistério. É este o espírito original da oração que pode desenhar um traço de união entre toda a gente de todo mundo, os que creem e os que não creem, mas estão comprometidos com este desejo.
Um homem que está para ser declarado formalmente santo pela Igreja, dom Oscar Romero, arcebispo de El Salvador assassinado pelos militares sob a indiferença do Vaticano em março de 1980, deixou claro em uma homilia em dezembro de 1977 o caminho de santidade e como ele pode ser corrompido no interior mesmo da Igreja Católica:
“Uma religião de missa dominical, mas de semanas injustas não agrada ao Deus da Vida. Uma religião de muita reza, mas de hipocrisias no coração não é cristã. Uma Igreja que instala só para estar bem, para ter muito dinheiro, muita comodidade, porém que não ouve os clamores das injustiças não é a verdadeira igreja de nosso Divino Redentor.”
O caso de Oscar Romero é exemplar. Fez-se santo no exato espírito da Exortação de Francisco ainda em vida. Portanto, era santo – e assim foi considerado por milhares de católicos de todo o mundo por décadas- muito antes de seu reconhecimento pela hierarquia católica. Era santo enquanto era condenado por João Paulo II, que lhe ordenou abandonar os pobres de seu país e aliar-se à genocida elite política salvadorenha e à reacionária cúpula da Igreja local. Era santo quando, depois de morto, sua memória sofreu intensa campanha de difamação orquestrada pela Cúria romana, que bloqueou o processo de canonização por mais de 30 anos.
Santa foi também Edith Stein, sequestrada pelos nazistas no mosteiro carmelita de Echt, na Holanda, em 2 de agosto de 1942 para ser morta na câmara de gás em Auschwitzuma semana depois. Ela oficialmente canonizada em 1999. Mas sua santidade continha uma contradição que só agora, com a Exortação de Francisco, está resolvida: Edith Stein não foi sequestrada e morta pelos nazistas por ser católica ou por ser monja, mas por ser judia. Tornou-se santa por pertencer a um povo e fazer a escolha de levantar-se contra a injustiça e o ódio e não por seu caminho particular de fé.
A história de Edith Stein guarda enorme semelhança com a de outra judia, Olga Benário Prestes, ambas alemãs. Enquanto Edith foi sequestrada na Holanda, a comunista Olga, casada com Luís Carlos Prestes foi sequestrada no Brasil e enviada para uma prisão de mulheres da Gestapo. Grávida, deu à luz Anita Leocádia Prestes(hoje com 81 anos). Depois não de sete dias, como Edith, mas de sete anos de intenso sofrimento na prisão, onde sofreu diversas torturas psicológicas, agressões e humilhações morreu na câmara de gás quatro meses antes da monja carmelita, em 23 de abril de 1942, no campo de extermínio de Bernburg. É santa, por sua vida pobre ao lado dos pobres, igualmente pelo Reino, como Stein.
Santa igualmente fez-se Marielle Franco, mártir do tempo da Justiça-Paz como Edith Stein e Olga Benário Prestes. Executada, como as duas, com uma diferença de quase 80 anos. Não num campo de concentração nazista, mas numa rua do Rio, cidade cercada por um sem-número de campos de concentração conhecidos, no Brasil, como favelas.
Francisco, o pequeno Emanuele e a comunidade da periferia mais pobre de Romamudaram a história da Igreja e proclamam em alto e bom som: Oscar Romero, Edith Stein, Olga Benário Prestes, Marielle Franco e milhares de homens e mulheres ao redor do planeta e ao longo da história, fizeram-se santas e santos. Cada um do seu jeito escutou a convocação de Jesus e pôs-se em marcha. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
CURIOSIDADES DE SÃO MARCOS...
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