Homilia do Papa Francisco na Missa em Bogotá - Texto integral
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Durante a Missa no Parque Simón Bolívar de Bogotá o Papa Francisco falou da Colômbia como terra de inimaginável fecundidade. Mais de um milhão os participantes.
O evangelista recorda que a chamada dos primeiros discípulos teve lugar nas margens do lago de Genesaré, onde as pessoas se reuniam para ouvir uma voz capaz de as orientar e iluminar; e é também o lugar onde os pescadores concluem a sua jornada fatigante, durante a qual buscam o sustento para levar uma vida sem penúrias, digna e feliz. É a única vez, em todo o evangelho de Lucas, que Jesus prega junto do chamado mar da Galileia. No mar aberto, confundem-se a esperada fecundidade do trabalho com a frustração pela inutilidade dos esforços vãos. Segundo uma antiga interpretação cristã, o mar também representa a vastidão onde convivem todos os povos. Finalmente, pela sua agitação e obscuridade, evoca tudo aquilo que ameaça a existência humana e que tem o poder de a destruir.
Usamos expressões semelhantes para definir multidões: uma maré humana, um mar de gente. Naquele dia, Jesus tem atrás d’Ele o mar e, à sua frente, uma multidão que O seguiu ao ver como Ele Se comove perante o sofrimento humano... e as suas palavras justas, profundas, seguras. Todos vêm ouvi-Lo; a Palavra de Jesus tem algo de especial que não deixa ninguém indiferente. A sua Palavra tem o poder de converter os corações, mudar planos e projetos. É uma Palavra corroborada pela ação, não são conclusões redigidas no escritório, expressões frias e distantes do sofrimento das pessoas; por isso, é uma Palavra que serve tanto para a segurança da margem como para a fragilidade do mar.
Esta querida cidade, Bogotá, e este belo país, a Colômbia, têm muito destes cenários humanos apresentados pelo Evangelho. Aqui vivem multidões que anseiam por uma palavra de vida, que ilumine com a sua luz todos os esforços e mostre o sentido e a beleza da existência humana. Estas multidões de homens e mulheres, crianças e idosos habitam uma terra de fertilidade inimaginável, que poderia dar frutos para todos. Mas também aqui, como noutras partes do mundo, há densas trevas que ameaçam e destroem a vida: as trevas da injustiça e da desigualdade social; as trevas corrutoras dos interesses pessoais ou de grupo, que consomem, egoísta e desaforadamente, o que se destina para o bem-estar de todos; as trevas da falta de respeito pela vida humana que diariamente ceifa a existência de tantos inocentes, cujo sangue brada ao céu; as trevas da sede de vingança e do ódio que mancha com sangue humano as mãos de quem faz justiça por sua conta; as trevas de quem se torna insensível ao sofrimento de tantas vítimas. Todas estas trevas, as dissipa e destrói Jesus com o seu mandato na barca de Pedro: «Faz-te ao largo» (Lc 5, 4).
Nós podemos enredar-nos em discussões intermináveis, somar tentativas fracassadas e fazer um elenco de esforços que acabaram em nada; tal como Pedro, sabemos o que significa a experiência de trabalhar sem resultado algum. Esta nação também sabe disso, quando nos inícios, durante um período de seis anos, teve dezasseis Presidentes e pagou caro as suas divisões («a pátria tonta»); também a Igreja na Colômbia sabe de trabalhos pastorais vãos e infrutuosos..., mas, como Pedro, também somos capazes de confiar no Mestre, cuja Palavra suscita fecundidade mesmo onde a inospitalidade das trevas humanas torna infrutíferos muitos esforços e fadigas. Pedro é o homem que acolhe, decidido, o convite de Jesus, que deixa tudo e O segue para se transformar num novo pescador, cuja missão é levar os seus irmãos ao Reino de Deus, onde a vida se torna plena e feliz.
Mas o mandato de lançar as redes não é dirigido apenas a Simão Pedro; a ele, coube-lhe fazer-se ao largo, como aqueles que na vossa pátria foram os primeiros a ver o que era mais urgente fazer, aqueles que tomaram iniciativas de paz, de vida. Lançar as redes implica responsabilidade. Em Bogotá e na Colômbia, peregrina uma comunidade imensa, que é chamada a tornar-se uma rede vigorosa que congregue a todos na unidade, trabalhando na defesa e cuidado da vida humana, particularmente quando é mais frágil e vulnerável: no seio materno, na infância, na velhice, nas condições de invalidez, e nas situações de marginalização social. Também as multidões que vivem em Bogotá e na Colômbia podem tornar-se verdadeiras comunidades vivas, justas e fraternas, se escutarem e acolherem a Palavra de Deus. Nestas multidões evangelizadas, hão de surgir muitos homens e mulheres tornados discípulos que, com um coração verdadeiramente livre, sigam a Jesus; homens e mulheres capazes de amar a vida em todas as suas fases, de a respeitar e promover.
É necessário chamar uns pelos outros, fazermos sinais como os pescadores, voltar a considerar-nos irmãos, companheiros de estrada, sócios desta empresa comum que é a pátria. Bogotá e a Colômbia são simultaneamente margem, lago, mar aberto, cidade por onde Jesus passou e passa para oferecer a sua presença e a sua palavra fecunda, para nos fazer sair das trevas e conduzir-nos para a luz e a vida. Chamar os outros, chamar a todos para que ninguém seja deixado ao arbítrio das tempestades; fazer entrar na barca todas as famílias, santuário de vida; colocar o bem comum acima dos interesses mesquinhos ou particulares, ocupar-se dos mais frágeis promovendo os seus direitos.
Pedro experimenta a sua pequenez, a grandeza da Palavra e da ação de Jesus; Pedro sabe das suas fraquezas, das suas hesitações..., como o sabemos nós, como o sabe a história de violência e divisão do vosso povo que nem sempre nos encontrou disponíveis para compartilhar a barca, as tempestades, os infortúnios. Mas Jesus, como a Simão, convida-nos a fazer-nos ao largo, impele-nos a compartilhar o risco, a deixar os nossos egoísmos e a segui-Lo; convida-nos a perder medos que não vêm de Deus, que nos paralizam e atrasam a urgência de ser construtores da paz, promotores da vida. (Bogotá, 7 de setembro de 2017).
Fonte: http://pt.radiovaticana.va
Emissora católica faz campanha contra visita do Papa à Colômbia
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A Colômbia é um país de católicos. Dos 49 milhões de habitantes, 45,3 milhõesdizem que o são, de acordo com o Anuário Pontifício e de Estatísticas da Igreja. Os fieis estão em festa esta semana com a visita do papa Francisco à Colômbia,anunciada em julho de 2016 e confirmada em março. Haverá ponto facultativo e as cidades que o receberão se preparam há várias semanas. Em Bogotá, Villavicencio, Medellín e Cartagena as avenidas por onde o Papamóvel passará foram reformadas e foram montadas tribunas, telões e as plataformas de onde Francisco falará. A reportagem é de Sally Palomino e publicada por El País, 05-09-2017.
O último Pontífice que esteve no país foi João Paulo II, em 1986. Um ano difícil para os colombianos, que acabavam de sair de duas tragédias. Em 1985, o centro do poder Judiciário, em pleno no coração da Colômbia, sangrou sob os olhos de todos. A guerrilha do M-19 tomou o Palácio da Justiça e, ao vivo, pela televisão, os colombianos testemunharam a retomada do lugar pela Polícia e pelo Exército. Houve mortos e desaparecidos. Naquele mesmo ano, uma avalanche produzida pela erupção do vulcão Nevado del Ruiz matou ao menos 20 mil pessoas. Da cidadezinha de Armero ficou uma dolorosa lembrança. A visita do papa João Paulo II a esse lugar foi um momento histórico no país.
O papa Francisco chega quando os colombianos tentam superar o capítulo de mais de 50 anos de guerra, enquanto enfrentam a desesperança provocada por cada escândalo de corrupção. Em meio da alegria que desperta entre os paroquianos e os discursos que falam da importância de sua presença no país para impulsionar a paz, alguns setores católicos rejeitam sua visita. O canal de televisão Teleamiga se dedicou nos últimos meses a transmitir mensagens contrárias. Por trás do protesto está José Galat, ex-candidato à presidência, reitor da Universidade Gran Colômbia e diretor da emissora. “O canal é católico, os que não são católicos são aqueles que negam a fé católica, isto é, os bispos que acompanham um Papa que nega as verdades da fé”, afirmou. A posição da Teleamiga provocou a reação do Episcopado Colombiano, que pediu aos fiéis para não assistirem esse canal sob o argumento de que não representa o ensinamento da Igreja Católica. Em uma carta, os mais altos representantes do catolicismo na Colômbia advertiram que o canal “fere seriamente a comunhão da Igreja”.
Galat lançou campanhas para se opor ao aborto e ao processo de paz com as FARC. Fez isso a partir da academia e da televisão. Seu protesto nas últimas semanas se concentrou no Papa. “Sua designação foi obra de uma máfia de cardeais. Supondo que sua origem seja pura e não tenha nenhuma mancha, ensinou coisas contrárias à fé da Igreja”, afirmou. A essas críticas uniu-se a voz daqueles que questionam a visita de Franciscopelos custos que representa. Os cálculos apontavam há alguns dias uma cifra próxima de 10,1 milhões de dólares (cerca de 31,53 milhões de reais) por toda a sua permanência no país.
Mas nenhuma queixa foi suficiente para conter a expectativa pela visita do Papa.Somente em Bogotá espera-se a chegada de 700.000 pessoas e um faturamento próximo de 30 milhões de dólares. De acordo com os especialistas, ativará o turismo religioso e dinamizará a economia. A transmissão das atividades do Pontífice naColômbia será vista em oitenta países. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Papa Francisco escreve prefácio de livro de ex-padre, vítima de abusos de um frei capuchinho
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“Testemunhos como o seu (...) lançam luz sobre uma terrível escuridão da Igreja. (...) Um testemunho, necessário, precioso e corajoso (...) Peço perdão pelos padres pedófilos: um sinal do diabo, seremos muito severos”: são reflexões do Papa Francisco contidas no prefácio escrito para o livro, nas livrarias [italianas] a partir desta quinta-feira, do ex-monge suíço Daniel Pittet, hoje com 57 anos, no qual ele conta uma experiência dolorosa sua, mantida em segredo por muitos anos. A nota foi publicada no sítio Il Sismografo, 16-08-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No livro Mon Père, je vous pardonne (“Meu Pai, eu o perdoo”), Ed. Philippe Rey, Pittet conta ter sido vítima de repetidos estupros, dezenas e dezenas, por parte de um frei capuchinho suíço, Pe. Joel Allaz.
O autor do livro, e vítima do caso, diz ter esperado 20 anos antes de comunicar às autoridades eclesiásticas aquilo que tinha sofrido e ter feito isso apenas depois de ter tomado conhecimento de atos semelhantes contra outra vítima do capuchinho.
Daniel Pittet, vítima reconhecida e indenizada pela diocese de Friburgo e pela Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, conta as diversas fases do processo aberto em 2002 junto ao tribunal eclesiástico de Grenoble (França), para onde Allazfoi transferido, mas encerrado um ano depois “por falta de provas”.
Enquanto isso, o capuchinho, sobre o qual cresciam as suspeitas sobre as suas condutas, era transferido de uma diocese para a outra. Só em 2008 foram abertas novas investigações depois de outras denúncias de 24 vítimas, mas os crimes, cometidos entre 1958 e 1995, prescreveram tanto na Suíça quanto na França.
No fim, em dezembro de 2011, Joel Allaz se salvaria da prisão com suspensão condicional da pena (dois anos). Allaz “nunca foi removido do estado clerical”, assegura Daniel Pittet e acrescenta: hoje, ele tem 76 anos e ainda vive na comunidade, na Suíça.
Daniel Pittet, hoje, em Friburgo, trabalha como bibliotecário e se ocupa da associação fundada por ele, “Rezar e Testemunhar”. Há dois anos, o ex-sacerdote Daniel Pittet, casado e pai de seis filhos, encontrou-se com o pontífice no Vaticano e lhe contou a sua história.
Eis o prefácio do papa.
Para quem foi vítima de um pedófilo, é difícil contar o que sofreu, descrever os traumas que ainda persistem à distância de anos. Por esse motivo, o testemunho de Daniel Pittet é necessário, precioso e corajoso. Eu conheci Daniel no Vaticano, em 2015, por ocasião do Ano da Vida Consagrada. Ele queria difundir em grande escala um livro intitulado “Amar é dar tudo”, que recolhia os testemunhos de religiosos e religiosas, de padres e consagrados. Eu não podia imaginar que esse homem entusiasmado e apaixonado por Cristo tinha sido vítima de abusos por parte de um padre. Porém, foi isso que ele me contou, e o seu sofrimento me tocou muito.
Eu vi mais uma vez os assustadores danos causados pelos abusos sexuais e o longo e doloroso caminho que espera pelas vítimas. Estou feliz de que outras pessoas possam ler hoje o seu testemunho e descobrir a que ponto o mal pode entrar no coração de um servidor da Igreja. Como um padre, a serviço de Cristo e da sua Igreja, poder chegar a causar tanto mal? Como pode ter consagrado a sua vida para levar as crianças a Deus e, em vez disso, acabar devorando-as naquele que eu chamei de “um sacrifício diabólico”, que destrói tanto a vítima quanto a vida da Igreja?
Algumas vítimas chegaram ao suicídio. Essas mortes pesam no meu coração, na minha consciência e na de toda a Igreja. Às suas famílias, eu estendo os meus sentimentos de amor e de dor, e, humildemente, peço perdão. Trata-se de uma monstruosidade absoluta, de um horrendo pecado, radicalmente contrário a tudo o que Cristo nos ensina.
Jesus usa palavras muito severas contra todos aqueles que fazem mal às crianças: “Quem escandalizar um desses pequeninos que acreditam em mim, melhor seria para ele pendurar uma pedra de moinho no pescoço, e ser jogado no fundo do mar”
(Mt 18, 6).
A nossa Igreja, como recordei na carta apostólica “Como uma mãe amorosa”, de 4 de junho de 2016, deve cuidar e proteger com afeto particular os mais frágeis e os indefesos. Declaramos que é nosso dever dar prova de severidade extrema com os sacerdotes que traem a sua missão e com a sua hierarquia, bispos ou cardeais, que os protejam, como já aconteceu no passado.
Na desgraça, Daniel Pittet também pôde encontrar outra face da Igreja, e isso lhe permitiu não perder a esperança nos homens e em Deus. Ele também nos conta a força da oração que nunca abandonou e que o confortou nas horas mais escuras. Ele optou por se encontrar com o seu algoz 44 anos depois e olhar nos olhos do homem que o feriu nas profundezas da alma. E lhe estendeu a mão.
A criança ferida é, hoje, um homem de pé, frágil, mas de pé. Estou muito tocado com as suas palavras: “Muitas pessoas não conseguem entender que eu não o odeio. Eu o perdoei e construí a minha vida sobre aquele perdão”.
Agradeço a Daniel porque os testemunhos como o seu derrubam o muro de silêncio que sufocava os escândalos e os sofrimentos, lançam luz sobre uma terrível zona de sombra na vida da Igreja. Abrem o caminho para uma justa reparação e para a graça da reconciliação, e também ajudam os pedófilos a tomar consciência das terríveis consequências das suas ações.
Rezo por Daniel e por todos aqueles que, como ele, foram feridos na sua inocência, para que Deus os levante novamente e os cure, e dê a nós todos o seu perdão e a sua misericórdia. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Carta de um jovem católico: da Renovação Carismática à descoberta da Teologia da Libertação
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Dener Ricardo tem apenas 25 anos. Escreveu-me uma carta em tom pessoal, um relato pungente de sua trajetória na Igreja, da Renovação Carismática Católica e a rotina de adorações até a adesão à tradição da trajetória da Igreja latino-americana, à Teologia da Libertação e à liderança do Papa Francisco.
A informação é publicada por Mauro Lopes, jornalista, no blog Caminho Pra Casa, 17-08-2017.
No final do texto, uma convocação, um questionamento: “Vamos aspirar a uma Igreja simples, profética, que denuncia as injustiças contra os pobres e não se alia aos poderosos desta terra.”
Um jovem que torna verdade a profecia de Isaías no Segundo Canto do Servo Sofredor: “De minha boca fez uma espada cortante, abrigou-me na sombra da sua mão; fez de mim uma seta afiada, escondeu-me na sua aljava.” (Is 49, 2)
Uma carta-provocação, às vésperas do II Encontro Nacional de Juventudes e Espiritualidade Libertadora, que acontecerá entre 7 e 10 de setembro em Poá (SP).
Os ouvidos da Igreja estão se abrindo para a voz dos jovens que desejam o retorno à originalidade das primeiras comunidades cristãs? Os olhos da Igreja estão se abrindo para a luz que carregam os jovens? Já passa da hora.
A íntegra da carta de Dener:
“Sou de São José do Rio Preto (SP), tenho 25 anos. Minha família sempre foi católica, mas, antes dos meus 14 anos, eu não praticava muito a religião: ia à Missa, fazia algumas poucas orações e só. Muito pouco me importava a dimensão comunitária da fé. Aos 15 anos me apresentaram a Renovação Carismática Católica (RCC). Adotei este tipo de espiritualidade com muito entusiasmo: participava ativamente dos grupos de orações e eventos da RCC. Tinha um apreço muito grande pela Canção Nova e outras emissoras de TV deste segmento. Durante três anos, a minha espiritualidade foi moldada neste contexto…até que algo começou a mudar.
Já na faculdade, passei a questionar o porquê de muitos irmãos (ãs) nada possuírem para comer ou viver com um patamar mínimo de dignidade, ao passo que uma minoria acumula rios de dinheiro. Comecei a me questionar, dentro da fé católica, se isso poderia ser justo. Mas nos grupos da RCC não encontrei nenhum tipo de resposta: pouco ou nada se falava sobre os pobres e seus mais diversos sofrimentos, quase nunca se incentivavam ações concretas para pelo menos aliviar as tribulações daqueles mais necessitados.
Em três anos de Renovação Carismática, NUNCA, repito, NUNCA houve um pregador sequer que tivesse pautado sua pregação em Mateus 25, 31-46 ou nos documentos sociais da Igreja, que eu sequer sabia que existiam. Muitas e muitas pregações, a massacrante maioria, era pautada num discurso extremamente moralizante, bem do tipo pode ou não pode, um discurso bélico e apologético. O resultado em minha espiritualidade você já pode imaginar: o meu cristianismo tinha pouco de Evangelho. Gostava de cruzadas religiosas, tinha aversão ao ecumenismo, a ponto de até recusar uma oração comum, com dois irmãos protestantes que faziam um trabalho de visita a um hospital onde eu estava internado. Discutia áspera e frequentemente com pessoas dos Testemunhas de Jeová que vinham à minha porta. Era moralista e algumas vezes gostava de julgar quem não pensava como eu. Graças a esse moralismo exacerbado deixei de viver muita coisa boa e saudável próprias do tempo de juventude.
Em um dado momento desta trajetória minha consciência começou cutucar se estas minhas atitudes eram mesmo alinhadas ao Evangelho de Nosso Senhor. Isso se somou aos questionamentos que eu fazia sobre a disparidade entre ricos e pobres. Um dia, fui apresentado à Teologia da Libertação e à Doutrina Social da Igreja. Comecei a ler os textos do padre Gustavo Gutierrez, frei Leonardo Boff, padre Jon Sobrino, Dom Helder Câmara, Dom Paulo Evaristo Arns, as ideias de São Vicente de Paulo e Beato Antonio Frederico Ozanam, entre outros. Por meio destes cheguei aos documentos que compõem o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, bem como aos ensinamentos do Concílio Vaticano II e do CELAM.
O ponto culminante veio com o pontificado do Papa Francisco. Entrei de cabeça. Uma Igreja pobre para os pobres, uma Igreja misericordiosa, solidária, fraterna, de portas abertas e que denuncia profeticamente a injustiça social decorrente de um sistema que coloca o dinheiro no centro de tudo. Esse encontro me fez muito bem. Comecei a entender que Cristo se identifica nos pobres e sofredores do mundo e, dentro dos meus limites, comecei a dar início a pequenas ações concretas: visitar asilos, levar alimentos a instituições que atendem os pobres, inteirar-me da politica brasileira para ver o que eu podia fazer para cobrar dos governantes uma atenção privilegiada aos mais necessitados.
Neste caminho identifiquei-me com a Pastoral do Povo da Rua, onde hoje atuo com grande alegria. Confesso: Não há dinheiro no mundo que pague o trabalho junto e a favor dos pobres; ver o sorriso no rosto de um morador de rua quando encontra sorriso e amizade é algo excepcional. Passei aos poucos de uma espiritualidade pesada, intimista, preconceituosa e truncada para uma espiritualidade de partilha, comunhão, solidariedade e acolhimento. Hoje sou muito mais feliz com minha espiritualidade.
Ah, não poderia esquecer: comecei ganhar alguns rótulos de pessoas da ala conservadora da Igreja: herege, comunista, falso católico, entre outros. Confesso que fiquei um pouco chateado. Mas, se viver uma Igreja acolhedora, misericordiosa e que assume a opção preferencial pelos pobres é sinônimo de heresia, então sou um “herege”.
O caminho que se abriu permitiu-me participar melhor da Santa Missa, fazer minhas orações cotidianas e viver os sacramentos, entender que na vida nem tudo é preto no branco, por isso se faz importante o discernimento que é um dom do Espirito Santo… Minha relação com a Igreja ganhou em qualidade. Comecei a descobrir no Evangelho que Jesus sempre se colocava ao lado dos que sofriam e eram excluídos da sociedade daquela época. Provavelmente, foram estas escolhas que o levaram à cruz. JESUS ERA UM REVOLUCIONÁRIO e digo isso sem medo. De conservador ele não tinha absolutamente nada. Comecei a ver que o verdadeiro profetismo é denunciar os esquemas injustos e o acúmulo de riquezas, como fizeram os profetas do Antigo Testamento.
Contudo, não me engano: reconheço que tenho muito a melhorar como ser humano, tenho muito a converter dentro de mim, tenho muito o que aprender, para assim melhor me doar ao próximo. Peço que você reze por mim!
Por fim, se você publicar mesmo esta carta, gostaria de fazer um apelo a todos os leigos (as) e presbíteros que venham a ler esse depoimento: com palavras e atitudes vamos fazendo uma Igreja pobre, com os pobres e dos pobres. Vamos aspirar a uma Igreja simples, profética, que denuncia as injustiças contra os pobres e não se alia aos poderosos desta terra. Assim era no inicio do cristianismo e é assim que verdadeiramente iremos seguir os passos do Deus que se fez pobre, para nos enriquecer com sua pobreza.
Viva o Papa Francisco e que Deus o conceda longa vida, com muita saúde, conduzindo a Igreja pelas veredas da simplicidade do Evangelho!
Servo de Deus, Dom Helder Câmara e Bem Aventurado Dom Oscar Romero, roguem por nós e especialmente pelos marginalizados, a quem devotaram as vossas vidas!
Dener Ricardo
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
OS FILHOS E FILHAS DE PADRES: O Vaticano encoraja os filhos dos padres do mundo inteiro a vir a público
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Pela forma como as coisas vêm sendo tratadas até agora pela Igreja, trata-se de uma mudança de mentalidade radical. Antes de tentar proteger o bom nome da estrutura eclesiástica a fim de evitar escândalos, deve-se proteger e ajudar a criar todas as crianças nascidas de relações com religiosos, párocos e bispos. Os filhos dos padres, desde sempre invisíveis, começam a ter uma aparência de legitimidade. Certamente um mundo submerso, desconhecido para a maioria, com contornos bastante extensos, visto os casos que estão surgindo graças a uma associação internacional criada por um psicoterapeuta irlandês com a bênção do bispo de Dublin, Diarmud Martin. Quando sua mãe morreu, Vincent Doyle, o psicoterapeuta, folheando os papéis da falecida mãe, encontrou indícios para chegar à identidade de seu verdadeiro pai, um pároco de uma cidade próxima e amigo de longa data de sua família. O choque inicial logo deu lugar à reflexão e à curiosidade para compreender os contornos de um fenômeno bastante generalizado. A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 30-08-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
Para sua surpresa, depois de algumas tentativas feitas no Facebook, ele percebeu que o mundo dos filhos dos padres era uma realidade concreta e mensurável, um mundo de sofrimento, carente de ajuda e apoio, porque as pessoas envolvidas, da mesma forma que ele próprio, haviam sofrido ou sofriam os mesmos traumas ditados pela vergonha, pelo medo da rejeição, pela solidão. O bispo Martin encorajou o jovem a dar uma estrutura à sua pesquisa. Enquanto isso, o site e a força-tarefa que estavam se formando recebiam o apoio também da Conferência Episcopal Irlandesa e, posteriormente, do Cardeal de Boston, O'Malley - um dos primeiros a entrar em campo contra o fenômeno da pedofilia ao lado das vítimas dos abusadores – e do Papa Francisco através de uma carta assinada pela Secretaria de Estado.
Estes dias, o local tem sido contatado por pessoas de todo o mundo após o Boston Globe, o jornal de onde partiu a investigação extraordinária que levou a perfurar o véu sobre o horror dos padres pedófilos nos Estados Unidos, ter publicado extensos relatórios sobre a realidade dos filhos de sacerdotes. Por exemplo, a história pessoal de Peter Murphy, um homem que soube que era filho de um bispo, muitos anos atrás, quando ele ainda era um adolescente. Enquanto isso, os bispos irlandeses também elaboraram um documento interno sobre as responsabilidades dos sacerdotes que tiveram filhos durante o seu ministério. Entre as páginas se abordam as necessidades da criança que, como é dito, deve "vir em primeiro lugar"; "Um padre, como qualquer pai, tem de cumprir as suas responsabilidades - pessoal, moral, jurídica e econômica." Escusado será dizer que se um pastor quebrou o vínculo de castidade, deve enfrentar "as suas responsabilidades." Considerações genéricas e bastante simples, mas que, de acordo com o arcebispo Martin, evitam o prolongamento de situações dolorosas e difíceis. Embora ainda existam regras ad hoc pela Santa Sé, o Papa teve a oportunidade de estudar a situação quando era arcebispo de Buenos Aires.
No livro escrito com o rabino Abraham Skorka, Sobre o céu e a terra, ele disse o que tinha acontecido com ele na Argentina. "Se alguém vem a mim e me diz que engravidou uma mulher, eu tento acalmá-lo e pouco a pouco o faço entender que a lei natural vem antes do seu direito como padre. Portanto, deve deixar o ministério e assumir a criança, mesmo que decida não se casar com a mulher. Porque, como essa criança tem o direito de ter uma mãe, tem o direito de ter um pai com um rosto. Estou empenhado em regularizar todos os documentos dele em Roma, mas ele deve deixar tudo. Agora, se um padre me diz que foi levado pela paixão, que cometeu um erro, eu vou ajudá-lo a corrigir-se. Existem sacerdotes que se corrigem e outros não."
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
O PAPA NA COLÔMBIA: Freira cantora de rap se apresentará para o Papa Francisco na Colômbia
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Maria Valetina de Los Ángeles, cantará para o pontífice após vencer um concurso de música
Colômbia - Ela usa tênis, faz rap e já participou de um reality show. Agora a freira Maria Valentina de los Ángeles, realizará o sonho de cantar para o papa Francisco em sua visita à Colômbia.
Conhecida por sua alegria e carisma, esta jovem de Bogotá de pele morena e baixa estatura colabora com o grupo musical vencedor de um concurso local que elegeu o hino que tornará mais agradável o percurso do papa.
O "prêmio" é interpretar a canção ganhadora, "Demos el primer paso", um vallenato (gênero musical popular na Colômbia) pop de pouco mais de quatro minutos que inclui uma estrofe em forma de rap, enquanto o pontífice argentino se move entre a multidão de fiéis colombianos.
Francisco, um dos impulsores do acordo de paz entre o governo colombiano e a maior guerrilha do país, após meio século de conflito, visitará Bogotá, Medellín, Villavicencio e Cartagena entre 6 e 10 de setembro.
Vai ser "uma oportunidade para mostrar a ele nosso carinho através do que sabemos fazer, que é música", disse Maria Valentina, de 28 anos, que cantará a canção com cerca de 20 concertistas da fraternidade Músicos Católicos Unidos (MCU).
A religiosa se tornou conhecida no país após participar, no ano passado, do reality show "A otro nivel", no qual fez um rap com tanta "naturalidade" que os MCU a convidou para compor e cantar uma estrofe da canção que acabou sendo eleita, no início de agosto, como o ritmo oficial de Francisco na Colômbia.
"A Colômbia te recebe com os braços abertos / a uma só voz te dizemos muito contentes / bendito seja Deus, que em sua sabedoria te trouxe a nossas terras para ser seu guia", diz o rap da freira. Fonte: http://odia.ig.com.br
O legado de Carlo Maria Martini para Milão e para a Igreja
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Nas bancas, junto com o jornal diário, os textos do cardeal jesuíta desaparecido há cinco anos ‘Reflexões sobre a Sagrada Escritura, a atenção às mudanças na sociedade’. O primeiro título da coleção é "Dar voz a cada um". A reportagem é de Paolo Baldini, publicado por Corriere della Sera, 31-08-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Se o que se quer é um bispo profeta, é preciso dar-lhe muito tempo para orar"
A última dedicatória, na página final, trazia uma palavra inclinada, suave, firme: "Orem!". O príncipe da Igreja e da Palavra de Deus. A oração como um ato de devoção, amor e regeneração. Carlo Maria Martini, arcebispo de Milão, que deveria ser Papa, o intelectual da Igreja que se tornou um insuperável pastor, o homem do diálogo, da pobreza, da cátedra dos não-crentes, o sacerdote que, se a vocação não o tivesse alegremente arrebatado, teria sido um (grande) jornalista, o sacerdote com os olhos azuis a quem as Brigadas vermelhas entregaram as armas; o cardeal Carlo Maria Martini, portanto, viveu seus últimos dias, naquele agosto de 2012, com uma insuperável vontade de viver.
Certo dia citou Victor Hugo, Os Miseráveis, sobre o renascimento do prisioneiro Jean Valjean por obra do Bispo de Digne, o amado monsenhor Myriel. Citou Valjean para lembrar um antigo temor: "Quando fui ordenado em Milão por João Paulo II, pensei que me esperava ser um homem sozinho, como se me tivessem colocado em um nicho, longe das pessoas. E que isso poderia acontecer de forma bem mais acentuada em uma diocese grande, como Milão, que vai do Ticino ao Adda. Lembro-me que, ao expor minhas dúvidas, o Pontífice me confortou: não tenha medo, serão pessoas que virão ao seu encontro".
O bom bispo é "um homem humilde que sabe vencer as dificuldades com a própria suavidade, que sabe ser discreto, que sabe rir de si mesmo e da própria fragilidade. Que sabe reconhecer os seus erros sem muitas auto-justificações. Em suma, um homem de verdade"
Eis, portanto: a exigência de se comunicar, para se fazer entender. Martini era atento, curioso. Ele pedia informações, se aprofundava, refletia e se indignava. Perdoava e era severo. "Se o que se quer é um bispo profeta, é preciso dar-lhe muito tempo para orar". Escreveu O Bispo na esteira da grande tradição do Liber pastoralis, de Gregório Magno a Carlos Borromeu. Era para ser o primeiro passo de uma série, cujo título é uma declaração de intenções: "O cuidado com as palavras" O convite é também o fio condutor da iniciativa editorial que o "Corriere della Sera" propõe, cinco anos após a morte do cardeal, para recordar a sua figura e as suas obras.
Martini foi um exemplo de militância nas questões da modernidade e da Nova Sociedade, da inseminação artificial ao testamento biológico, do relacionamento com o Islã e as outras religiões, do celibato dos padres à ordenação de mulheres. Mas, mesmo sobre questões ainda hoje candentes, tais como as relações com a ciência, os não- crentes, os comportamentos amorais da política, a corrupção e a culpada desatenção para com o próximo: espírito de pobreza e renúncia de todo interesse, a força de todos os servidores fiéis do estado, de todas as pessoas honestas. "A história mostra como o fechamento apriorístico da Igreja, e das religiões em geral, diante das inevitáveis mudanças ligadas ao progresso da ciência e da tecnologia nunca tenha sido de grande utilidade. Galileu Galilei docet".
Assim Martini descreveu o bom bispo: "Um homem humilde que sabe vencer as dificuldades com a própria suavidade, que sabe ser discreto, que sabe rir de si mesmo e da própria fragilidade. Que sabe reconhecer os seus erros sem muitas auto-justificações. Em suma, um homem de verdade". Pro veritate adversa diligere
Ele acreditava na oração de intercessão. Seu lema episcopal, na tradição da regra pastoral de São Gregório Magno, era Pro veritate adversa diligere. O pior dos castigos era para ele não ser entendido ou, pior, ser mal compreendido. Em sua biblioteca, obras escolhidas: a nata de uma vida de leituras em vários idiomas, antigos e modernos. Em um canto, com modéstia, uma bela fotografia de Ano Novo, feita no seminário de Turim: entre os rostos felizes dos alunos, destacava-se um jovem alto e distinto, com os cabelos cortados à escovinha, o olhar brioso. A voz, o veículo da Palavra, silenciou-se um dia de maio de 2010, após uma internação no hospital San Raffaele. Tornou-se um sopro leve, parecia vir de muito longe. A onda de altíssima espiritualidade forçada a se retirar, a recuar diante da doença ruim, o mal de Parkinson, com o qual havia se acostumado a conviver desde os dias felizes de Milão. Restrição física, não do pensamento ou da alma.
O que sobrava do arcebispo que Milão tinha aprendido a amar à primeira vista, como acontece nos grandes amores? Daquele homem sobravam a figura imponente e a luz de bondade no olhar. "Vocês viram os melhores momentos e os piores momentos", disse ele. Sua última morada foi o Instituto Aloisianum de Gallarate, a residência dos Jesuítas a 40 quilômetros de Milão, o refúgio final depois dos anos de meditação e de estudo em Jerusalém.
Martini definia a cidade como o local de uma identidade que se recria continuamente, a partir do novo, do diferente, na coordenação das tensões. Acolhendo, não apenas contendo. A cidade dos fracos, dos últimos, dos honestos e dos iguais
A cidade, através de cartas para o "Corriere", buscava por ele, à procura de conforto. Ele sabia que a tecnologia lhe permitiria estender a relação, e, se possível, melhorá-la com aqueles que acreditavam nele e o chamavam de "eminência reverendíssima" ou mesmo simplesmente "querido Carlo Maria". A resposta havia sido traçada há tempo: "Estarei com vocês aonde quer que eu vá". Turim, Roma, Milão, Jerusalém.
Ele disse: "Em Jerusalém atrai-me o fato de que Jesus viveu lá, que morreu lá, que lá seja possível rezar no Calvário. Atrai-me esse povo, o povo judeu, que ao mesmo tempo traz tanto sofrimento, tanta dificuldade no convívio. Parece um cadinho do futuro. Por quê? Porque os sofrimentos do mundo estão tão presentes em Jerusalém que é provável que, se houver um futuro, este terá que passar de alguma forma por lá".
Ele mantinha uma Bíblia aberta sobre uma modesta mesinha de fórmica. Perto dela, um boneco do Ursinho Pooh, um presente, um copo de limonada, pequena delícia entre os remédios amargos, os óculos de aros dourados que os tremores de Parkinson faziam deslizar no nariz.
As reuniões na redação eram encontros editorias comentados. Fazia a revisão dos textos, era flexível. Sugeria títulos fortes, sem medo. Na parede, o diploma do Premiolino, o reconhecimento que recebeu em 2010 por sua coluna no "Corriere". Mês após mês, ensinou aos seus leitores que o paraíso existe, que os anjos da guarda nos acompanham e protegem.
"Respiro com a Igreja em sua própria luz, de dia, em suas próprias trevas, à noite"
Ele gostava de repetir as palavras do Cardeal Schuster: "Respiro com a Igreja em sua própria luz, de dia, em suas próprias trevas, à noite". Citava bastante esta passagem: "Da mesma forma, o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis: e aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus" (Rm 8: 26-27). Ele não temia a crise "a ser enfrentada com coragem civil." Tentava explicar o significado da dor. Definia a cidade como o local de uma identidade que se recria continuamente, a partir do novo, do diferente, na coordenação das tensões. Acolhendo, não apenas contendo. A cidade dos fracos, dos últimos, dos honestos e dos iguais.
Quando lhe pedimos para comentar sobre o escândalo da pedofilia, que já era um tsunami, ele levantou-se e saiu da sala em silêncio. Estava perturbado, sofria pela humilhação da Igreja, tinha lágrimas em seus olhos. Rezou em recolhimento por uns dez minutos, em seguida, reapareceu. Estava comovido, mas aliviado. Recordou as palavras de Jesus: "Mas ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos". Poucas linhas, dignas da primeira página.
"Eu gostaria de ser parte de uma igreja que se indigna e combate ao lado dos pobres e dos despossuídos, que escova a boca dos poderosos da terra, quando a enchem para falar de Deus e estão tão distantes em sua prática"
Ele costumava dizer: "Eu gostaria de ser parte de uma igreja que se indigna e combate ao lado dos pobres e dos despossuídos, que escova a boca dos poderosos da terra, quando a enchem para falar de Deus e estão tão distantes em sua prática". Quando começou a coluna, na primavera de 2009, escreveu: “Hoje, a negação da verdade muitas vezes assume a figura da omissão consciente e culpada, condicionada pelo medo ou pelo interesse, ou mesmo pelo amor ao sossego: guarde-me o Senhor dessas armadilhas!”.
Ao padre Georg Sporschill, com quem escreveu o livro Conversações noturnas em Jerusalém, disse que a Igreja estava atrasada em duzentos anos. A entrevista foi transmitida para o mundo todo. Pensando sobre o sucessor de Ratzinger, delineou um perfil que conduzia exatamente ao papa Bergoglio. "É como se o cardeal Martinitivesse este homem diante de seus olhos, quando expressou sua própria dor pela Igrejaeuropeia cansada e traçou um esboço de um bispo e Papa preparado para os desafios da atualidade. Um pastor da Igreja deveria ter ou assegurar através de seu entourage mais íntimo, a proximidade com as pessoas e, principalmente, a compaixão pelos pobres e pelos jovens".
“Hoje, a negação da verdade muitas vezes assume a figura da omissão consciente e culpada, condicionada pelo medo ou pelo interesse, ou mesmo pelo amor ao sossego: guarde-me o Senhor dessas armadilhas!”
Sporschill acrescentou: "O fundador da ordem, Inácio de Loyola, tinha certeza de que Jesus estava enraizado e vivesse em cada coirmão. Com essas raízes profundas, cultivadas através dos exercícios espirituais, o jesuíta ganha uma liberdade com a qual pode se aventurar em cada missão, local ou encontro. Lá, aonde há mais necessidade. E com essa liberdade também ganha a coragem de enfrentar os poderosos quando afligem os homens".
Conta-se que no conclave de 2005, quando foi eleito Joseph Ratzinger, o cardeal Martini tenha dado um passo à frente e, com o então cardeal Bergoglio, abriu o caminho para Bento XVI, "humilde servo na vinha do Senhor". Não sabemos se realmente aconteceu assim, declara Sporschill. Mas, talvez, a voz “indica o caminho pelo qual o Espírito Santo conduziu a Igreja, e que hoje leva para o futuro". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
CNBB divulga mensagem aos brasileiros para as celebrações do dia 7 de setembro
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A conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta sexta-feira (01), mensagem para o dia 7 de setembro, data que marca a Independência do Brasil. No documento, a entidade encoraja as pessoas de boa vontade a se mobilizarem pacificamente na defesa da dignidade e dos direitos do povo brasileiro, propondo “a vida em primeiro lugar”. A instituição convida as comunidades a se unirem ao movimento O “Grito dos Excluídos” e, nesta data também, o Conselho Permanente da CNBB sugere as comunidades rezem juntos pela realidade brasileira no O Dia de Oração e Jejum pelo Brasil.
Leia a mensagem na íntegra:
MENSAGEM DA CNBB: VIDA EM PRIMEIRO LUGAR
O “Grito dos Excluídos” nasceu com o objetivo de responder aos desafios levantados por ocasião da 2ª Semana Social Brasileira, realizada em 1994, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”, e aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade em 1995, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”.
O Grito, realizado no dia 7 de setembro, com suas várias modalidades, é construído com a participação das comunidades cristãs, movimentos, pastorais sociais e organizações da sociedade civil, tem, em 2017, como tema: “Vida em primeiro lugar”, e como lema: “Por direito e democracia, a luta é de todo dia”.
A sociedade brasileira está cada vez mais perplexa, diante da profunda crise ética que tem levado a decisões políticas e econômicas que, tomadas sem a participação da sociedade, implicam em perda de direitos, agravam situações de exclusão e penalizam o povo brasileiro pobre.
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, diante do grave e prolongado momento triste vivido no país, sugere às comunidades que, nesta data, sejam acrescentados dois elementos importantes da espiritualidade cristã, para acompanhar as reflexões e as ações sobre a realidade brasileira: UM DIA DE JEJUM E DE ORAÇÃO PELO BRASIL.
Encorajamos, mais uma vez, as pessoas de boa vontade, particularmente em nossas comunidades, a se mobilizarem pacificamente na defesa da dignidade e dos direitos do povo brasileiro, propondo “a vida em primeiro lugar”.
Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, acompanhe o povo brasileiro com sua materna intercessão!
Brasília, 31 de agosto de 2017
Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB
Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de São Salvador
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
Fonte: http://cnbb.net.br
RIO DE JANEIRO: Motorista atropela e mata 5 pessoas que ajudavam vítimas de colisão em Araruama
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Cinco pessoas morreram, entre elas uma menina de 12 anos, e seis outras ficaram feridas em um trágico atropelamento na Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), em Araruama, na Região dos Lagos, na manhã deste domingo. Segundo o Corpo de Bombeiros, todas as vítimas estavam perto de dois carros envolvidos numa colisão. As pessoas ajudavam os ocupantes quando foram surpeendidas por outro automóvel, que atropelou o grupo. O motorista fugiu sem prestar socorro.
De acordo com a polícia, os carros envolvidos na colisão capotaram, e seus passageiros e motoristas estavam presos dentro dos veículos. Passantes que estavam perto do local do acidente chegaram perto para ajudar os ocupantes dos veículos a sair de dentro dos automóveis, mas um carro atingiu o grupo, matando cinco pessoas.
Segundo a assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros, três feridos foram socorridos e levados para o Hospital Municipal Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema. Os outros três feridos foram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araruama. Um helicóptero foi utilizado durante o resgate das vítimas. Fonte: https://extra.globo.com
*PAPA FRANCISCO NESTE DOMINGO: A Cruz e os talentos
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“Sempre, mesmo hoje, a tentação é de querermos seguir um Cristo sem cruz, ou melhor, de ensinar a Deus o caminho certo, como Pedro. Mas Jesus nos recorda que o seu caminho é o caminho do amor, e não existe amor verdadeiro sem o sacrifício de si mesmo. Somos chamados a não nos deixarmos absorver pela visão deste mundo, mas de sermos cada vez mais conscientes da necessidade e o esforço de nós cristãos de caminharmos contracorrente e em subida”.
Jesus completa a sua proposta, disse ainda o Pontífice, com palavras que exprimem uma grande sabedoria, sempre válida, porque desafiam a mentalidade e os comportamentos egocêntricos. Ele exorta: "Quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontra-la". Neste paradoxo, está contida a regra de ouro que Deus inscreveu na natureza humana criada em Cristo: a regra de que só o amor dá sentido e felicidade à vida, comentou Francisco:
“Gastar os próprios talentos, as próprias energias e o próprio tempo apenas para salvar, proteger e realizar a si mesmo, leva realmente à perda de si, isto é, a uma existência triste e estéril. Se, pelo contrário, vivemos para o Senhor e baseamos a nossa vida no amor, como Jesus fez, poderemos saborear a verdadeira alegria. E a nossa vida não será estéril, será fecunda”.
Na Eucaristia revivemos o mistério da cruz, não apenas recordamos, mas realizamos o memorial do sacrifício redentor, no qual o Filho de Deus perde completamente a Si mesmo para se receber novamente do Pai e assim nos reconquistar, nós que estávamos perdidos, juntamente com todas as criaturas. Sublinhou o Papa reiterando que sempre que participamos na Missa, o amor de Cristo crucificado e ressuscitado se comunica a nós como alimento e bebida, para podermos segui-Lo no caminho de cada dia, no serviço concreto aos irmãos.
*Papa no Angelus neste domingo, 3 de setembro-2017. Fonte: http://pt.radiovaticana.va
22º Domingo do Tempo Comum – Ano A: Um Olhar.
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A liturgia do 22º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir a “loucura da cruz”: o acesso a essa vida verdadeira e plena que Deus nos quer oferecer passa pelo caminho do amor e do dom da vida (cruz).
No Evangelho, Jesus avisa os discípulos de que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos e êxitos humanos, mas passa pelo amor e pelo dom da vida (até à morte, se for necessário). Jesus vai percorrer esse caminho; e quem quiser ser seu discípulo tem de aceitar percorrer um caminho semelhante.
UM OLHAR PARA O EVANGELHO: (Mt 16,21-27)
Frente a frente, o Evangelho deste domingo coloca a lógica dos homens (Pedro) e a lógica de Deus (Jesus). A lógica dos homens aposta no poder, no domínio, no triunfo, no êxito; garante-nos que a vida só tem sentido se estivermos do lado dos vencedores, se tivermos dinheiro em abundância, se formos reconhecidos e incensados pelas multidões, se tivermos acesso às festas onde se reúne a alta sociedade, se tivermos lugar no conselho de administração da empresa. A lógica de Deus aposta na entrega da vida a Deus e aos irmãos; garante-nos que a vida só faz sentido se assumirmos os valores do Reino e vivermos no amor, na partilha, no serviço, na solidariedade, na humildade, na simplicidade. Na minha vida de cada dia, estas duas perspectivas confrontam-se, a par e passo… Qual é a minha escolha? Na minha perspectiva, qual destas duas propostas apresenta um caminho de felicidade seguro e duradouro?
Jesus tornou-Se um de nós para concretizar os planos do Pai e propor aos homens – através do amor, do serviço, do dom da vida – o caminho da salvação, da vida verdadeira. Neste texto (como, aliás, em muitos outros), fica claramente expressa a fidelidade radical de Jesus a esse projeto. Por isso, Ele não aceita que nada nem ninguém O afaste do caminho do dom da vida: dar ouvidos à lógica do mundo e esquecer os planos de Deus é, para Jesus, uma tentação diabólica que Ele rejeita duramente. Que significado e que lugar ocupam na minha vida os projetos de Deus? Esforço-me por descobrir a vontade de Deus a meu respeito e a respeito do mundo? Estou atento a esses “sinais dos tempos” através dos quais Deus me interpela? Sou capaz de acolher e de viver com fidelidade e radicalidade as propostas de Deus, mesmo quando elas são exigentes e vão contra os meus interesses e projetos pessoais?
- Quem são os verdadeiros discípulos de Jesus? Muitos de nós receberam uma catequese que insistia em ritos, em fórmulas, em práticas de piedade, em determinadas obrigações legais, mas que deixou para segundo plano o essencial: o seguimento de Jesus. A identidade cristã constrói-se à volta de Jesus e da sua proposta de vida. Que nenhum de nós tenha dúvidas: ser cristão é bem mais do que ser batizado, ter casado na igreja, organizar a festa do santo padroeiro da paróquia, ou dar-se bem com o padre… Ser cristão é, essencialmente, seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. O cristão é aquele que faz de Jesus a referência fundamental à volta da qual constrói toda a sua existência; e é aquele que renuncia a si mesmo e que toma a mesma cruz de Jesus.
- O que é “renunciar a si mesmo”? É não deixar que o egoísmo, o orgulho, o comodismo, a auto-suficiência dominem a vida. O seguidor de Jesus não vive fechado no seu cantinho, a olhar para si mesmo, indiferente aos dramas que se passam à sua volta, insensível às necessidades dos irmãos, alheado das lutas e reivindicações dos outros homens; mas vive para Deus e na solidariedade, na partilha e no serviço aos irmãos.
- O que é “tomar a cruz”? É amar até às últimas consequências, até à morte. O seguidor de Jesus é aquele que está disposto a dar a vida para que os seus irmãos sejam mais livres e mais felizes. Por isso, o cristão não tem medo de lutar contra a injustiça, a exploração, a miséria, o pecado, mesmo que isso signifique enfrentar a morte, a tortura, as represálias dos poderosos.
- Leia a reflexão na íngra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA)
Evento na Arena marca retorno do padre Marcelo Rossi a Pernambuco
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Fiéis católicos e de outras igrejas cristãs vivem contagem regressiva para o maior evento religioso do ano em Pernambuco. Com o tema “A Celebração dos 50 Anos da Renovação Carismática Católica”, a festa promovida pela Comunidade Obra de Maria acontecerá no dia 1º de outubro, na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife. A grande atração do encontro, realizado pela terceira vez no local, será o padre Marcelo Rossi, que há 15 anos não fazia show no estado. Os organizadores esperam reunir 50 mil pessoas. Toda a renda será revertida aos trabalhos sociais promovidos pela comunidade, que comemora 27 anos de atividades.
A comemoração, está marcada para começar às 13h, mas os portões da Arena serão abertos a partir das 11h. Neste ano, até o gramado vai ser ocupado pelo público espectador. Serão espalhadas oito mil cadeiras no campo, que ganhará proteção especial para não danificar a grama.
O show do padre Marcelo está sendo aguardado com grande expectativa. Será a primeira vez que o religioso aparecerá em público após se recuperar de problemas de saúde. “Padre Marcelo é um dos líderes religiosos que deram maior visibilidade ao movimento carismático. Nada mais justo que trazê-lo para ser a atração especial. Será um momento mágico, de muita energia e oração. Quem for, viverá um testemunho de experiência muito forte com Deus”, comentou o fundador da Obra de Maria, Gilberto Gomes Barbosa, que organiza o evento. Na abertura, haverá apresentação da Orquestra Criança Cidadã. Padre Marcelo celebrará a missa de encerramento, marcada as 19h. O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, também confirmou presença, assim como os padres Reginaldo Manzotti, Antônio Maria, João Carlos e Damião Silva.
Durante o encontro, Gilberto Barbosa fará pregação agradecendo as parcerias firmadas ao longo dos 27 anos de caminhada. “Sem a ajuda das doações e colaboração dos voluntários, a gente não conseguiria chegar até aqui”, disse. Um dos principais parceiros é o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que rotineiramente faz doações de mobília e computadores à entidade. As peças são sempre recuperadas na oficina de marcenaria e de informática.
“O lixo de muitos quintais é de grande valor para nós. Aproveitamos restos de material de construção e madeira, e transformamos, reciclamos os objetos”, explicou. Além das doações, outra fonte de renda para a instituição são as peregrinações religiosas. Ao longo do ano, ocorrem cerca de 50, nas quais aproximadamente 12 mil pessoas conhecem lugares santos no mundo.
A comunidade possui ainda um abrigo na cidade de Dambe, em Moçambique, na África, onde é mantida uma creche com 400 crianças e adolescentes entre sete e 18 anos. “Somente para cuidar dessa casa, precisamos de R$ 150 mil por mês”, informou. Ao todo a Obra de Maria tem cerca de 2,8 mil missionários espalhados pelo mundo. Dos 690 voluntários, 300 atuam em tempo integral. Na casa de São Lourenço da Mata, em frente à Arena de Pernambuco, estão abrigadas 200 pessoas. “Aqui, temos uma despesa média de R$ 85 mil por mês”, acrescentou Gilberto Barbosa.
O primeiro lote de ingressoas para a festa, que também lembrará meio século de criação do movimento carismático, já está esgotado. Mas quem quiser participar pode adquirir o segundo lote na Livraria Paulinas, na Igreja do Espírito Santo, na Loja do Condomínio e na própria comunidade, em São Lourenço da Mata. Também é possível comprar entradas no site www.guicheweb.com.br e recebê-las em casa. Os preços foram estabelecidos de acordo com a localização. O anel inferior custa R$ 30, o anel superior é vendido por R$ 10, a área vip R$ 50 e o gramado R$ 60. No dia do evento, será necessário levar um quilo de alimento não perecível, a ser doado às casas mantidas pela Obra de Maria.
DIRETO DA PARAÍBA: Igreja Universal compra um dos terrenos mais cobiçados de Campina Grande
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Em transação ´robustamente milionária´, a Igreja Universal do Reino de Deus comprou um dos terrenos mais amplos e ambicionados do centro de Campina Grande para erguer um novo templo.
É a área que fica ao lado do Teatro Municipal Severino Cabral. A informação é da coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza. Fonte: https://paraibaonline.com.br
PERDÃO: Histórias de vida.
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Conta-se que um jovem advogado de uma pequena cidade dos Estados unidos foi indicado pelo tribunal para trabalhar com outros dois famosos advogados da cidade grande.
Arrogantes, eles receberam muito mal o tímido colega do interior, que preparava anotações sobre o processo sem que nenhum dos dois se desse ao trabalho de olhar. Como se não bastassem o desprezo e o ar de superioridade, eles se negavam a sentar-se à mesma mesa que o forasteiro do interior.
Alguns anos depois, o advogado magro, de rosto triste e tímido foi eleito presidente dos EUA- Abraham Lincoln. Quando chegou o momento de formar sua equipe, lembrou-se de um homem como a melhor opção para ocupar o cargo de ministro da Guerra: um dos dois advogados que o desprezaram.
MÉTODOS DE ORAÇÃO: Oração de Petição.
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Rafael Checa Curi. (Tradução: Elcias Ferreira da Costa)
O projeto que o orante se formula freqüentemente lhe parece difícil de ser levado à prática por seu próprio esforço. Precisa contar com a graça de Deus e sabe que esta se obtém pedindo. Daqui a necessidade da petição. A oração não é só petição a Deus, porém está incluída. E faz-se necessária dada nossa pobre condição humana.
O próprio Jesus nos exorta a pedir. E ainda por cima, assegura-nos o êxito de nossas súplicas (Lc. 11, 1-3). Certamente a resposta de Deus não se dará sempre "em espécie", segundo nossas pretensões. Deus sabe melhor do que nós mesmos o de que nós necessitamos. Entretanto o que na verdade é seguro é que toda oração bem feita, perseverante e ;humilde, será ouvida e despachada em graças de salvação:
"O Pai celestial dará o Espírito Santo aos que o pedirem." (LC 11,13)
Naturalmente que o orante cristão não pede só para si, porém estende sua súplica a todos os seus irmãos, a todas as necessidades, a todos os lugares, em todos os tempos e em qualquer circunstância. Sobretudo pelos que sofrem de mais carências e em ordem à construção do Reino. O pobre precisa pedir. A oração do pobre será escutada.
Dom José Maria Pires é sepultado
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