Papa: passar do estilo de vida morno ao alegre anúncio de Jesus
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Papa Francisco durante a Missa na Capela da Casa S. Marta ( 23/05/2017 14:50). Muitas pessoas consagradas foram perseguidas por terem denunciado atitudes de mundanidade: o espírito mau prefere uma Igreja sem riscos e morna. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta.
Na sua homilia, o Pontífice comentou o capítulo 16 dos Atos dos Apóstolos, que narra Paulo e Silas em Filipos. Uma escrava que tinha um espírito de adivinhação começou a segui-los e, gritando, os indicou como “servos de Deus”. Era um louvor, mas Paulo, sabendo que esta mulher estava possuída por um espírito maligno, um dia o expulsou. Paulo – notou o Papa – entendeu que “aquele não era o caminho da conversão daquela cidade, porque tudo permanecia tranquilo”. Todos aceitavam a doutrina, mas não havia conversões.
Muitos consagrados perseguidos por terem dito a verdade
Isto se repete na história da salvação: quando o povo de Deus estava tranquilo, não arriscava ou servia - não "digo aos ídolos" - mas "à mundanidade", explica Francisco. Então o Senhor enviava os profetas que eram perseguidos "porque incomodavam", como ocorreu com Paulo: ele entendeu o engano e mandou embora esse espírito que, apesar de dizer a verdade – isto é, que ele e Silas eram homens de Deus - no entanto, era "um espírito de torpor, que tornava a igreja morna". "Na Igreja - afirma - quando alguém denuncia tantos modos de mundanidade é encarado com olhos tortos, não deve ser assim, melhor que se distancie":
“Eu lembro na minha terra, tantos, tantos homens e mulheres, consagrados bons, não ideólogos, mas que diziam: ‘Não, a Igreja de Jesus…’ – ‘Ele é comunista, fora!’, e os expulsavam, os perseguiam. Pensemos no beato Romero, não?, o que aconteceu por dizer a verdade. E muitos, muitos na história da Igreja, também aqui na Europa. Por quê? Porque o espírito maligno prefere uma Igreja tranquila sem riscos, uma Igreja dos negócios, uma Igreja cómoda, na comodidade do torpor, morna”.
No capítulo 16, se fala ainda dos patrões dessa escrava, que ficaram bravos com ela porque não podiam mais ganhar dinheiro às suas custas por ter perdido o poder de adivinhação. O Papa destacou que “o espírito maligno sempre entra pelo bolso”. “Quando a Igreja está morna, tranquila, toda organizada, não existem problemas, mas olhem onde há negócios”, afirmou Francisco.
Mas além do dinheiro, há outra palavra ressaltado pelo Pontífice, que é a “alegria”. Paulo e Silas são arrastados pelos patrões da escrava diante dos juízes, que ordenaram que fossem açoitados e levados à prisão. O carcereiro os leva para a parte mais escondida da prisão. Paulo e Silas cantavam. Por volta da meia-noite, há um forte tremor de terremoto e todas as portas da prisão se abrem. O carcereiro está para se matar antes que fosse assassinado por ter deixado os prisioneiros escaparem, mas Paulo o exorta a não se machucar, porque – disse – “estamos todos aqui”. Então o carcereiro pede explicações e se converte. Lava as feridas deles, é batizado e fica cheio de alegria”:
“E este é o caminho da nossa conversão diária: passar de um estado de vida mundano, tranquilo, sem riscos, católico, sim, sim, mas assim, morno, a um estado de vida de verdadeiro anúncio de Jesus Cristo, à alegria do anúncio de Cristo. Passar de uma religiosidade que olha demasiado para os lucros para uma religiosidade de fé e de proclamação: ‘Jesus é o Senhor’”.
Este é o milagre que o Espírito Santo faz. O Papa exortou então a ler o capítulo 16 dos Atos para ver como o Senhor “com os seus mártires” leva a Igreja para frente:
“Uma Igreja sem mártires não dá nenhuma confiança; uma Igreja que não se arrisca provoca desconfiança; uma Igreja que tem medo de anunciar Jesus Cristo e afugentar os demónios, os ídolos, o outro senhor, que é o dinheiro, não é a Igreja de Jesus. Na oração pedimos a graça e também agradecemos o Senhor pela renovada juventude que nos dá com Jesus e pedimos a graça que ele mantenha esta renovada juventude. Esta Igreja de Filipos foi renovada e tornou-se uma Igreja jovem. Que todos nós tenhamos isso: uma renovada juventude, uma conversão do modo de viver morno ao anúncio alegre que Jesus é o Senhor”. (BS-BF-SP). Fonte: http://pt.radiovaticana.va
COISAS DE FRANCISCO: Periferia de Roma. Papa Francisco faz visita-surpresa às casas de alguns paroquianos para abençoá-los.
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O papa se “fez pároco”: com grande simplicidade, encontrou-se com as famílias, abençoou alguns apartamentos que compõem o condomínio da Praça Francesco Conteduca 11, deixando um terço de presente. A reportagem é publicada por Radio Vaticana, 19-05-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O Santo Padre Francisco quis, também no mês de maio, dar sequência às “Sextas-feiras da Misericórdia”, sinais inspirados nas obras de misericórdia corporais e espirituais que o papa fez durante o Jubileu.
Na tarde dessa sexta-feira, 19, o papa saiu do Vaticano e se dirigiu a Ostia. Como sinal de proximidade com as famílias residentes na periferia de Roma, ele decidiu que abençoaria as suas residências, casa por casa, como o pároco faz todos os anos, justamente durante o período pascal.
Há dois dias, o Pe. Plinio Poncina, pároco de Stella Maris, uma das seis paróquias de Ostia, tinha afixado – como de costume – um aviso na porta do condomínio de casas populares, avisando as famílias que passaria para visitá-las para a costumeira bênção pascal.
Nessa sexta-feira, foi grande a surpresa quando os moradores viram que quem estava tocando a campainha não era o pároco, mas sim o Papa Francisco.
O papa se “fez pároco”: com grande simplicidade, entreteve-se com as famílias, abençoou alguns apartamentos que compõem o condomínio da Praça Francesco Conteduca 11, deixando um terço de presente.
Brincando, quis pedir desculpas pelo incômodo, tranquilizando, porém, que respeitou o horário de silêncio em que os condôminos descansam depois do almoço, como afirma o cartaz afixado na entrada do prédio.
Embora pertencendo ao território do município de Roma, Ostia, com os seus cerca de 100.000 habitantes, é um núcleo em seu próprio direito, acolhendo no seu contexto urbano uma viva comunidade de fiéis, que vive e compartilha também algumas realidades difíceis, ligadas à vida da periferia.
A igreja, a paróquia e o pequeno campo de futebol adjacente, muitas vezes, tornam-se um ponto de referência para a comunidade e constroem um ponto de desembarque para aquelas realidades sociais e existenciais que, frequentemente, sofrem formas de exclusão, ficando às margens. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
PENSAMENTOS DE FRANCISCO: Segunda-feira, 22 de maio-2017.
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“É feio ver pessoas que se dizem cristãs mas são cheias de amarguras. A linguagem do Espírito Santo é doce e a Igreja o chama de doce hóspede da alma”. Francisco- O Papa da ternura.
(Palavras do Papa em uma visita na Paróquia de São Damião, no bairro Acilia, na periferia sul da capital italiana no último domingo, 22. Fonte: Rádio Vaticana)
O BISPO AUXILIAR CARDEAL: Entrevista.
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CÁRITAS – Como conheceu Monsenhor Romero?
MONSENHOR GREGORIO ROSA CHÁVEZ – Monsenhor Romero e eu somos oriundos da mesma diocese, a diocese de San Miguel. Ele ordenou sacerdote em 1942, no mesmo ano em que eu nasci. Eu o conheci na cidade de San Miguel, onde ele era o encarregado da catedral ainda em construção. Eu tinha então 14 anos. Com o passar do tempo, nos tornamos muito amigos e tive o privilégio de estar ao seu lado nos momentos mais difíceis do ministério dele como arcebispo de San Salvador. Ele chegou a dizer em seu diário que me considerava “como amigo que lo ha sido desde tanto tiempo y muy de fondo” (“como um amigo de muito tempo, e cuja amizade era muito profunda” – Diario, 18 de maio de 1979).
CÁRITAS – Que coisas no aspecto solidário fez ou disse Oscar Romero que mais tocaram as pessoas em El Salvador?
MONSENHOR GREGORIO – Monsenhor Romero criticou em uma célebre homilia aos “cristianos de misa dominical y de semanas injustas” (“cristãos de missas aos domingos, e de injustiças na semana”). Ele queria cristãos coerentes, com grande sentido social. E ele foi um modelo do que predicava. Seus colaboradores próximos se preocupavam com o fato de que, com sua política de caridade para com os pobres, as finanças da paróquia estavam com frequência no vermelho. Sendo sacerdote em San Miguel, vários o reprovavam por dar dinheiro a gente pobre que facilmente o ia usar para emborrachar-se (embriagar-se). Não esqueço a resposta que nos deu: “Prefiero equivocarme por dar una ayuda a quien no lo necesita, que, por estar dudando, negársela a quien sí lo necesita” (“Prefiro equivocar-me por dar uma ajuda a quem não a necessita do que, por hesitar, negá-la a quem de fato dela precisa”). Sem dúvida, como arcebispo, ele mostrou claramente que devemos ultrapassar os limites do mero assistencialismo; temos que fomentar a promoção humana e também agir para que se formulem políticas adequadas, de forma que se consiga incidir nas grandes decisões que afetam aos pobres. As pessoas valorizaram seu espírito de pobreza, simplicidade de vida e sua profunda solidariedade.
CÁRITAS – Que disse Oscar Romero sobre o trabalho da Cáritas durante a vida?
MONSENHOR GREGORIO – O tema aparece com frequência, sobretudo em seu Diario. Mas é bom recordar que o nascimento da Cáritas em El Salvador foi atípico: havia uma diretoria nacional, mas não existiam estruturas diocesanas e praticamente não tínhamos Cáritas paroquiais. Era como “um Estado-Maior sem soldados”. Por outro lado, a Cáritas, nessa época, estava voltada para o trabalho assistencial e, timidamente, atuava na promoção humana. Sendo arcebispo, coube a ele responder a uma grave acusação: o governo denunciou que, em caminhões da Cáritas, naqueles tempos de guerra, se levavam, mesclados aos feijões, projéteis para a guerrilha. O fundo do problema é que a Cáritas, ao levar alimentos às zonas de guerra, dificultava a estratégia dos militares: “Há que retirar a água aos peixes”. A “água” eram os alimentos. Podemos dizer que Monsenhor Romero tinha uma profunda estima pela Cáritas e decididamente apoiou seu trabalho.
CÁRITAS – Que recordações tem a população de El Salvador sobre Oscar Romero?
MONSENHOR GREGORIO – Há que distinguir dois momentos: antes e depois da beatificação. Antes, durante seus três anos de ministério como arcebispo, foi atacado e caluniado impiedosamente pelo governo e seu aparato de propaganda. Chegou-se inclusive, em alguma ocasião, a modificar seu nome com más intenções: o chamaram de Oscar “Marxnulfo” Romero (seu nome completo era Oscar Arnulfo Romero Galdámez). Era uma forma vulgar de acusá-lo de ser comunista e de atuar como instrumento do comunismo. Muitas pessoas simples se deixaram “intoxicar” por esta propaganda. A beatificação de Monsenhor abriu os olhos de muitos, inclusive de pessoas poderosas que fizeram festa no dia de sua morte porque “por fim mataram a este comunista”. Muita dessa gente tem pedido perdão em confissão e diante da tumba do venerado mártir. É o que eu chamo de um verdadeiro “terremoto espiritual”. O Papa Francisco tem desempenhado um papel crucial para que se conheça o verdadeiro Oscar Romero. E isso ficará ainda mais claro na terça-feira, 21 de março, quando o Santo Padre presidirá a eucaristia matinal na capela da Casa Santa Marta rodeado de todos os bispos de El Salvador, às vésperas do trigésimo sétimo aniversário do martírio de Monsenhor Romero.
CÁRITAS – Que eventos terá a Cáritas de El Salvador para o centenário de nascimento de Dom Oscar Romero, no próximo mês de agosto?
MONSENHOR GREGORIO – Talvez o mais impactante é que a Cáritas será anfitriã da reunião do Secretariado Latino-americano e do Caribe da Cáritas (Selacc). Ela também prestará serviço logístico a muitos dos visitantes que virão honrar a memória do Beato Romero, esperando que em breve ele seja canonizado. E, claro, mobilizará a muitos fiéis em todas as dioceses para que se unam a esta data inesquecível. Fonte: http://caritas.org.br
Rosa Chávez, o auxiliar que o Papa fez cardeal. Uma homenagem à figura de D. Oscar Romero
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O Papa Francisco surpreendeu hoje com a sua decisão de elevar ao cardinalato a um bispo auxiliar deixando o arcebispo dessa diocese sem o barrete. Numa decisão sem precedentes, Francisco anunciou neste domingo que entregará o barrete vermelho a Gregorio Rosa Chávez, bispo auxiliar de San Salvador, em El Salvador, enquanto o titular da arquidiocese, José Luis Escobar Alas, seguirá sendo arcebispo.
Ao finalizar a bênção com o Regina Coeli, o papa informou que no próximo dia 28 de junho presidirá na Basílica de São Pedro, no Vaticano, um Consistório durante o qual elevará ao cardinalato cinco clérigos.
Juntamente com o salvadorenho, completa a lista Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, Espanha, Jean Zerbo, arcebispo de Bamako, Mali, Anders Arborelius, bispo de Estocolmo, Suécia e Louis Marie Ling Mangkhanekhoun, vigário apostólico de Paksé, Laos.
O caso se El Salvador é inédito e corresponde, entre outras coisas, a um tributo ao beato Oscar Arnulfo Romero, assassinado em março de 1980 e que foi consagrado pela história como o ‘bispo dos pobres”.
Rosa Chavez, sempre se envolveu no processo de canonização de Romero. Ele nasceu em El Salvador no dia 03-09-1942. Fez o cursos de filosofia e teologia em San Salvador, entre 1962 e 1969.
Também estudou na Universidade Católica de Lovaina, Bélgica, depois de licenciado em comunicação social.
Foi ordenado padre no dia 24 de janeiro de 1970 na catedral de San Salvador.
Eleito por João Paulo II como bispo auxiliar de San Salvador no dia 03 de julho de 1982. Atualmente é pároco de San Francisco, presidente da Cáritas de El Salvador e da Cáritas para a América Latina e o Caribe. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Vaticano: Papa convoca consistório para criação de cinco cardeais
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Cidade do Vaticano, 21 maia 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco anunciou hoje a realização do quarto consistório do seu pontificado, para a criação de cinco cardeais eleitores, a 28 de junho, véspera da festa de São Pedro e São Paulo.
Os novos cardeais são D. Jean Zerbo, arcebispo de Bamaco, Mali; D. Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, Espanha; D. Anders Arborelius, bispo de Estocolmo, Suécia; D. Louis-Marie Ling Mangkhanekhoun, vigário apostólico de Paksé, Laos; e D. Gregório Rosa Chávez, bispo auxiliar da Diocese de San Salvador, El Salvador, amigo e colaborador de D. Óscar Romero.
O anúncio foi feito no final da recitação da oração do Regina Coeli, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
O Papa explicou que a proveniência de “várias partes do mundo” dos futuros cardeais é um sinal da universalidade da Igreja. Francisco deixou votos de que estes sejam “verdadeiros servidores da comunhão eclesial” e “anunciadores alegres do Evangelho em todo o mundo”, apoiando “mais intensamente” o serviço do Papa.
O último consistório tinha sido celebrado em novembro de 2016, reforçando o papel das “periferias” no Colégio Cardinalício.
Desde 2013, quando os cardeais eleitores da Europa representavam 56% do total, Francisco tem vindo a alargar as fronteiras das suas escolhas, com uma mudança mais visível no peso específico da África, Ásia e Oceânia.
Quando foi eleito, o atual Papa tinha como colaboradores apenas 22 cardeais eleitores destes três continentes; no final de 2016, passaram a ser 33, um número praticamente igual ao da América (34 eleitores, entre América do Norte, Central e do Sul), ou seja, cerca de 28% dos participantes num eventual conclave.
Portugal está representado no Colégio Cardinalício por três cardeais: D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, e D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, ambos eleitores; e D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos. Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt
6º Domingo da Páscoa: O Legado de Jesus. (João 14,15-21).
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Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.
Neste domingo lemos um trecho de um texto do discurso das despedidas que constituem as últimas palavras de Jesus a seus discípulos.
Quando uma pessoa sabe que vai morrer, como foi o caso de Jesus, procura dizer as palavras mais importantes. Sabe que essas palavras têm um sentido especial e serão escutadas de uma forma diferente e até retidas pelos ouvintes como o mais importante de sua vida.
Para demonstrar o amor a Jesus, os discípulos devem obedecer aos mandamentos. Lembremos que, para o judaísmo, a obediência aos mandamentos faz parte de sua tradição.
Mas Jesus em várias oportunidades tinha dito como era essa obediência aos mandamentos. Lembremos em João 13 quando disse aos discípulos: “Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos.” (João 13, 34-35)
Jesus expressa com muita clareza qual é esse mandamento que ele pede que obedeçam: é um novo mandamento. O amor deve manifestar-se no amor entre eles da mesma forma como Jesus os amou.
Não significa somente cumprir normas, mas é um amor espelhado como aqueles e aquelas que estão próximos aos discípulos. A entrega de Jesus é um convite a viver como ele, amar como ele e que a entrega da vida seja similar a sua!
Neste momento, Jesus oferece a seus discípulos e discípulas o “outro Advogado”, que permanecerá como para sempre ao seu lado. Jesus o chama de Paráclito: em grego a palavra Paráclito significa aquele que defende, que auxilia, que infunde ânimo, que alenta.
Jesus sabe da fragilidade de seus discípulos e discípulas e por isso conhece sua necessidade: eles/as não podem ficar órfãos. Eles precisam de um mestre interior que os guie e os conduza pelos trajetos do discipulado e que os defenda daquilo que leva à morte.
Um companheiro que os guie pelo caminho da vida e gere continuamente vida neles, porque dessa forma ele vive e também “vocês viverão”.
Todo grupo humano, toda comunidade eclesial, sofre ao longo de sua existência diferentes tipos de dificuldades e problemas internos e externos. Nas palavras que hoje Jesus dirige aos seus, e que ressoam na comunidade cristã atual, podemos encontrar o caminho e o auxílio para viver e superar as tensões.
O caminho é o amor, que busca atingir o patamar da generosidade de Jesus. Mas Ele sabe da fragilidade de seus seguidores, conhece também a nossa. Por isso, garante para eles e para nós que não ficaremos órfãos. O Espírito que Jesus nos concede é o mesmo que animou sua vida e missão desde o início.
Há muitas pessoas no mundo inteiro que sofrem diariamente ameaças de morte ou que já foram assassinadas por causa da sua religião e do evangelho. “Quantas pessoas são perseguidas por causa de sua fé, obrigadas a abandonar suas casas, seus locais de culto, suas terras, seus afetos!”, Fonte: www.ihu.unisinos.br
6º Domingo da Páscoa – Ano A (João 14,15-21)
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A liturgia do 6º Domingo da Páscoa convida-nos a descobrir a presença – discreta, mas eficaz e tranquilizadora – de Deus na caminhada histórica da Igreja. A promessa de Jesus – “não vos deixarei órfãos” – pode ser uma boa síntese do tema.
A paixão de Jesus continua a acontecer, todos os dias, na vida de cada um de nós e na vida de tantos irmãos nossos. Sentimo-nos impotentes face à guerra e ao terrorismo; não conseguimos prever e evitar as catástrofes naturais; sofremos por causa da injustiça e da opressão; vemos o mundo construir-se de acordo com critérios de egoísmo e de materialismo; não podemos evitar a doença e a morte… Acreditamos no “Reino de Deus”, mas ele parece nunca mais chegar, e caminhamos, desanimados e frustrados, para um futuro que não sabemos aonde conduzirá a humanidade. No entanto, nós os crentes temos razões para ter esperança: Jesus garantiu-nos que não nos deixaria órfãos e que estaria sempre a nosso lado. Na minha leitura do mundo e da história, o que é que prevalece: o pessimismo de quem se sente só e perdido no meio de forças de morte, ou a esperança de quem está seguro de que Jesus ressuscitado continua presente, a acompanhar a caminhada da sua comunidade pela história?
- O “caminho” que Jesus propõe aos seus discípulos (o “caminho” do amor, do serviço, do dom da vida) parece, à luz dos critérios com que a maior parte dos homens do nosso tempo avaliam estas coisas, um caminho de fracasso, que não conduz nem à riqueza, nem ao poder, nem ao êxito social, nem ao bem estar material – afinal, tudo o que parece dar verdadeiro sabor à vida dos homens do nosso tempo. No entanto, Jesus garantiu-nos que era no caminho do amor e da entrega que encontraríamos a vida nova e definitiva. Na minha leitura da vida e dos seus valores, o que é que prevalece: o pessimismo de alguém que se sente fraco, indefeso, humilde e que vai passar ao lado das grandes experiências que fazem felizes os grandes do mundo, ou a esperança de alguém que se identifica com Jesus e sabe que é nesse “caminho” de amor e de dom da vida que se encontra a felicidade plena e a vida definitiva?
- Jesus garantiu aos seus discípulos o envio de um “defensor”, de um “consolador”, que havia de animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua marcha pela história. Nós acreditámos, portanto, que o Espírito está presente, animando-nos, conduzindo-nos, criando vida nova, dando esperança aos crentes em caminhada. Quais são as manifestações do Espírito que eu vejo na vida das pessoas, nos acontecimentos da história, na vida da Igreja?
- A comunidade cristã, identificada com Jesus e com o Pai, animada pelo Espírito, é o “templo de Deus”, o lugar onde Deus habita no meio dos homens. Através dela, o Deus libertador continua a concretizar o seu projeto de salvação. A Igreja é, hoje, o lugar onde os homens encontram Deus? Ela dá testemunho (em gestos de amor, de serviço, de humanidade, de liberdade, de compreensão, de perdão, de tolerância, de solidariedade para com os pobres) do Deus que quer oferecer aos homens a salvação? O que é que nos falta – a nós, “família de Deus” – para sermos verdadeiros sinais de Deus no meio dos homens?
(Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado- Evangelho do Dia).
A Igreja católica no Brasil de hoje
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Frei Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP) e professor aposentado de Filosofia (UFG).
"A primeira posição é a de uma Igreja profética, que anuncia o projeto de vida de Jesus de Nazaré (o Reino de Deus) e denuncia sem medo - se necessário, até com o martírio - tudo o que é contrário a esse projeto. A segunda posição é a de uma Igreja - cega, surda e muda - que fica em cima do muro (na realidade, com o seu silêncio, fica do lado do poder dominante, ou seja, do “status quo”) e que lava as mãos (como Pilatos). A terceira posição é a de uma Igreja claramente aliada dos ricos e poderosos (traindo - como Judas - Jesus de Nazaré nos pobres); Qual das três posições torna presente hoje a prática de Jesus de Nazaré? Sem dúvida nenhuma, é a primeira", escreve Frei Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP) e professor aposentado de Filosofia (UFG).
Eis o artigo.
A Constituição Pastoral sobre a Igreja do Concílio Ecumênico Vaticano II tem como título “A Igreja no mundo de hoje” e não “A Igreja e o mundo de hoje”. A historia da Igreja - como também de toda e qualquer instituição, religiosa ou não - não é uma historia paralela ou oposta à história do mundo, mas parte integrante dela.
O Concílio afirma: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco em seu coração (A Igreja no mundo de hoje, 1).
E ainda: “Para desempenhar sua missão (ser ‘Igreja em saída’) a Igreja, a todo momento (reparem: a todo momento!), tem o dever de perscrutar os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho, de tal modo que possa responder, de maneira adaptada a cada geração, às interrogações eternas sobre os significados da vida presente e futura e de suas relações mútuas. É necessário, por conseguinte, conhecer e entender o mundo no qual vivemos, suas esperanças, suas aspirações e sua índole frequentemente dramática" (Ib. 4). O método sugerido é “ver-julgar-agir” (“analisar-interpretar-libertar”).
A situação do Brasil hoje é uma situação de desigualdade social cada vez maior, de injustiça institucionalizada, de práticas políticas descaradamente interesseiras (do “toma-lá-dá-cá, do “vale-tudo”).
Para ilustrar essa situação iníqua, basta lembrar a barganha do governo ilegítimo Michel Temer a respeito das Reformas (Antirreformas). “Planalto parte para ‘vale-tudo’ (manchete). Na batalha da Reforma da Previdência “Michel Temer se prepara para a votação no plenário e sabe que terá que acenar a deputados com emendas e cargos (os chamados ‘agrados’ à base aliada) para chegar aos 308 votos necessários” (O Popular, 07/05/17, p. 4). É uma prática política nojenta!
Nesta realidade, que clama a Deus por justiça, qual é a posição ou quais são as posições da Igreja? Perscrutando - como nos ensina o Concílio - os sinais dos tempos e interpretando-os à luz do Evangelho, percebemos claramente (é uma leitura crítica da realidade e não um julgamento das consciências individuais, que só Deus pode fazer) que, no Brasil, temos hoje três posições da Igreja, representando três maneiras de ser Igreja.
A primeira posição é a de uma Igreja profética, que anuncia o projeto de vida de Jesus de Nazaré (o Reino de Deus) e denuncia sem medo - se necessário, até com o martírio - tudo o que é contrário a esse projeto. A segunda posição é a de uma Igreja - cega, surda e muda - que fica em cima do muro (na realidade, com o seu silêncio, fica do lado do poder dominante, ou seja, do “status quo”) e que lava as mãos (como Pilatos). A terceira posição é a de uma Igreja claramente aliada dos ricos e poderosos (traindo - como Judas - Jesus de Nazaré nos pobres); Qual das três posições torna presente hoje a prática de Jesus de Nazaré? Sem dúvida nenhuma, é a primeira.
Diante das Reformas (Antirreformas) Trabalhista e da Previdência e da Lei da Terceirização, que são uma iniquidade diabólica - planejada em favor dos ricos e contra os trabalhadores - a CNBB, diversas dioceses, cerca de cem bispos e outras lideranças da Igreja se posicionaram de forma profética - oralmente ou com Notas públicas - contra as Reformas, convidando o povo a se unir e a lutar por seus direitos e dando todo apoio à greve geral do dia 28 de abril último.
Infelizmente, porém, muitas dioceses, bispos e outras lideranças ficaram calados. É um pecado de omissão e um verdadeiro crime! Pior ainda foi a atitude repugnante - desumana e antievangélica - de certos lideres da Igreja, que - mesmo sendo bispos ou cardeais - não entenderam nada do que significa ser cristãos. Como exemplo desse comportamento vergonhoso, cito somente um fato, que é muito ilustrativo.
Conforme reportagem de Mauro Lopes, “no começo da tarde (do dia 26 de abril último), o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, rompeu o silêncio e falou. Um vexame que envergonhou a Igreja. Escalado para a entrevista coletiva da primeira tarde da Assembleia Geral da CNBB, pouco depois das 15h, o cardeal foi encarregado de falar sobre os temas sociais do país. Ao apresentar a agenda da Assembleia, ele ignorou a greve geral. Questionado por um jornalista, dom Odilo deu razão a todos os que o acusam de aderir ao regime do golpe. Disse secamente que ‘o povo tem direito de se manifestar’, disse que espera que a Reforma da Previdência seja boa (?) e arrematou: ‘dizer que somos a favor ou contra é muito simplista’”. Foi realmente um vexame que envergonhou a Igreja! Como nos faz falta - em São Paulo e no Brasil - o grande profeta Dom Paulo Evaristo!
O autor da reportagem afirma: “É significativo o silêncio dos cardeais de São Paulo (dom Odilo Pedro Scherer) e do Rio (dom Orani Tempesta), que tornam suas Arquidioceses bastiões do conservadorismo católico no país, em oposição ao Papa Francisco” (acrescento eu: oposição diplomática e silenciosa, que é a mais hipócrita de todas as oposições).
Mesmo fervendo de indignação profética diante desse tipo de comportamento vergonhoso (possível em nossa condição humana neste mundo) não perdemos a esperança.
Sabemos que a Igreja - embora de origem divina - é uma instituição humana e, como tal é santa e pecadora ao mesmo tempo. E, quando dizemos que a Igreja é pecadora, não falamos somente dos pecados pessoais dos cristãos e cristãs (todos e todas - enquanto seres em construção - somos limitados e pecadores), mas sobretudo do pecado estrutural da Igreja (a injustiça institucionalizada, muitas vezes em nome de Deus) e dos que o sustentam e fortalecem com sua prática.
Em pleno século XXI temos ainda bispos, padres, religiosos/as e outras pessoas que - por incrível que pareça - sonham com uma “Igreja imperial” (basiliké), com uma “Igreja feudal” ou com uma “Igreja capitalista”.
Por falar em Igreja capitalista, lembro-me de um fato, em si de pouca relevância, mas muito significativo. A imagem de Nossa Senhora da Terra (da Paróquia homônima, do Jardim Curitiba III - Goiânia - GO), cuja história remonta à luta pela terra no Pará, é vestida de trabalhadora rural (de mulher pobre) e o menino Jesus, de filho de trabalhador rural (de menino pobre). Já vi bispos, padres, seminaristas e outras pessoas que, diante da imagem, torceram disfarçadamente o nariz com um sorriso irônico contido de desaprovação. Por felicidade, porém, encontrei também o meu irmão dominicano frei Henri, advogado e defensor dos trabalhadores rurais no Pará (atualmente na França, cuidando da saúde) que, depois de ver a imagem, com o rosto iluminado sorriu e vibrou de alegria.
Quando a imagem de Nossa Senhora é vestida de mulher rica, a maioria das pessoas acha bonito. Com isso não estão dizendo que o ideal de vida é o da mulher rica?
Maria não foi uma mulher pobre? Jesus não nasceu numa manjedoura? À luz do Evangelho, essas pessoas não precisam rever totalmente sua escala de valores?
Os cristãos e cristãs que acreditamos no projeto de Jesus de Nazaré (o Reino de Deus ou, em outras palavras, a “sociedade do bem-viver”, a “terra sem males”) renovemos a nossa esperança. Que o Espírito Santo - o Amor de Deus - nos torne verdadeiros profetas e profetisas de Jesus de Nazaré no Brasil e no mundo de hoje! E que os Profetas Dom Helder, Dom Paulo, Dom Tomás e muitos outros - sobretudo os profetas e profetisas de nossas Comunidades de Base e de nossos Movimentos Populares - que já partiram, mas que de outra forma continuam a caminhar conosco, intercedam por nós! Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
A MANIFESTAÇÃO DA CNBB
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Dom Demétrio Valentini
Bispo Emérito de Jales – S. Paulo
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tomou a iniciativa de apoiar as manifestações populares, que ocorreram no dia 28 e abril, motivadas pelas propostas de reformas em andamento no Congresso Nacional, em especial a reforma trabalhista, mas sobretudo a reforma da Previdência.
O fato que repercutiu no cenário nacional, foi o apoio dado pela Igreja Católica a estas manifestações. Por sua vez, o apoio da Igreja trouxe um evidente acréscimo de consistência e de repercussão política às manifestações.
Para quem aguardava, com ansiedade, a posição da Igreja, foi um motivo de alívio, e de satisfação, perceber que desta vez a Igreja Católica assumia com convicção e firmeza seu apoio às manifestações populares, contra o procedimento e o conteúdo das propostas em andamento, sobretudo relativas às leis trabalhistas e à previdência social.
Foram estas duas reformas, a trabalhista e a previdenciária, que desencadearam uma ampla contestação em toda a sociedade.
Assim, dá para constatar que teve mais repercussão o apoio da Igreja às manifestações do dia 28 de abril, do que os seus pronunciamentos sobre a situação nacional. E o que mais ficou ressaltado foi a inconformidade da população diante das propostas de mudanças na previdência. Este foi o ponto sensível, que possibilitou ampla rejeição do projeto apresentado pelo governo.
A CNBB já tinha se pronunciado, especificamente, sobre a reforma da previdência na sua nota do Conselho Permanente ainda no final do mês de março.
Nesse documento, a CNBB tinha manifestado suas apreensões quanto à proposta de reforma da previdência. Começava constando que a Constituição de 1988 estabelece que a previdência é um direito dos cidadãos, e não uma concessão governamental. E acrescenta que o sistema previdenciário possui uma intrínseca matriz ética, da qual derivam compromissos de que o Estado não pode se eximir, sobretudo na proteção aos que estão mais expostos à vulnerabilidade social.
A Nota do Conselho Permanente reconhece que se faz necessária uma reforma previdenciária, dado o aumento da faixa etária da população, e a diminuição do ingresso no mercado de trabalho. Mas questiona a tentativa de reduzir o sistema previdenciário a uma mera questão econômica, e em base a dados que são contestáveis, e em todo o caso, não são colocados para a reflexão da sociedade. E pondera que “o diálogo sincero e fundamentado entre governo e sociedade deve ser buscado à exaustão”.
Estas ponderadas considerações do Conselho Permanente da CNBB ainda em março, abriram caminho para a Igreja se sentir motivada a participar abertamente das manifestações que foram convocadas para o dia 28 de abril, enquanto a CNBB estava reunida em Assembléia.
O conjunto destas circunstâncias resultou em amplo consenso de que se fazia necessário manifestar publicamente ao governo, que a sociedade não concordava com diversos pontos da pretendida reforma previdenciária.
O fato é que a avaliação das manifestações populares do dia 28 de abril resultou na opinião pública a versão de que a própria Igreja estava contra a reforma previdenciária proposta pelo governo.
A nota da Assembleia da CNBB, publicada no dia 03 de maio, veio corroborar a justificativa para as manifestações. Esta nota ampliou o leque das apreensões da Igreja diante do atual governo, abordando o enfrentamento da corrupção, a urgência da reforma política, e o aumento da violência, junto com outras preocupações também de ordem econômica.
A questão que alerta com mais evidência de que existem graves equívocos na atual administração governamental continua sendo a proposta da reforma previdenciária.
Resulta evidente que esta reforma precisa ser debatida abertamente, “em diálogo sincero e fundamentado entre governo e sociedade”, como propõe a CNBB.
É de desejar que a reforma da previdência se torne em oportunidade para a retomada da participação cidadã em torno de tantas questões que estão exigindo hoje uma nova abordagem e novas providências de ordem política, social e econômica.
Fonte: www.cnbb.net.br
*“Nossa Senhora não apareceu aos pastorinhos em Fátima”. Entrevista com Anselmo Borges
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Nossa Senhora apareceu em Fátima? O senhor acredita nas aparições de Fátima?
Em primeiro lugar, Fátima não é um dogma de fé. Portanto, pode-se ser um bom católico, sem crer em Fátima. Fátima não faz parte do Credo. Mais ainda, Fátima não ocupa, nem pode ocupar, o centro do cristianismo. O centro da fé é Jesus de Nazaré, confessado como Cristo. Portanto, o centro do Evangelho é Jesus Cristo e o Deus de Jesus e todas as pessoas que Ele ama.
Maria, a mãe de Jesus, apareceu em Fátima?
Aqui, o decisivo é fazer uma distinção fundamental entre aparições e visões. Uma aparição é objetiva, quando, por exemplo, estamos falando com uma pessoa e chega outra, ambos vemos a terceira pessoa que chega. Se estivéssemos em quatro ou cinco pessoas, seríamos quatro ou cinco vendo e constatando a chegada objetiva desta outra pessoa. Evidentemente, não foi isso que aconteceu em Fátima e, neste sentido, está claro que Nossa Senhora não apareceu em Fátima aos pastorinhos. Se fosse uma aparição, todos os presentes veriam e constatariam a sua presença, algo que não aconteceu, nem podia acontecer, pois Maria não tem corpo físico, que possa mostrar-se empiricamente.
Fátima é um milagre da religiosidade popular ou um puro negócio de marketing religioso?
Sim, Fátima é um milagre da religiosidade popular. O grande milagre de Fátima são os seis milhões de pessoas que anualmente visitam o santuário e ali encontraram e encontram paz, serenidade e recolhimento, consolo e alívio para suas aflições e seus sofrimentos, conversão ao Deus de Jesus e àqueles que Ele ama. O dominicano Frei Bento Domingues deu uma definição insuperável de todo esse fenômeno: ‘Fátima é a fonte de todas as lágrimas dos portugueses’...
*Leia na íntegra. Clique aqui:
http://mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com.br/2017/05/nossa-senhora-nao-apareceu-aos.html
O Caminho: 5º Domingo da Páscoa.
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«Eu sou o caminho»
O problema de muitos não é que vivam extraviados ou desencaminhados. Simplesmente vivem sem caminho, perdidos numa espécie de labirinto: andando e desandando os mil caminhos que, de fora, lhes vão indicando os slogans e modas do momento.
E que pode fazer um homem ou uma mulher quando se encontra sem caminho? A quem se pode dirigir? Aonde pode ir? Quem caminha seguindo os passos de Jesus ainda poderá encontrar problemas e dificuldades, mas está no caminho certo que leva ao Pai. Esta é a promessa de Jesus.
«Eu sou a verdade»
Estas palavras contêm um convite escandaloso aos ouvidos modernos. E, no entanto, hoje também temos de ouvir Jesus. Nem tudo é reduzido à razão. O desenvolvimento da ciência não contém toda a verdade. O mistério último da realidade não se deixa apanhar pelas análises mais sofisticadas. O ser humano tem de viver perante o mistério último da existência.
Jesus apresenta-se como o caminho que conduz e aproxima a esse Mistério último. Deus não se impõe. Não força ninguém com provas nem evidências. O Mistério último é silêncio e atração respeitosa. Jesus é o caminho que nos pode conduzir a confiar na sua bondade.
«Eu sou a vida»
Jesus pode ir transformando a nossa vida. Não como o mestre longínquo que deixou um legado de sabedoria admirável à humanidade, mas como alguém vivo que, desde o mais profundo do nosso ser, infunde em nós um gérmen de vida nova.
Esta ação de Jesus em nós produz-se quase sempre de forma discreta e silenciosa. O mesmo crente apenas intui uma presença imperecível. Por vezes, no entanto, invade-nos a certeza, a alegria incontida, a confiança total: Deus existe, ama-nos, tudo é possível, inclusive a vida eterna. Nunca entenderemos a fé cristã se não acolhermos Jesus como o caminho, a verdade e a vida.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Papa em Fátima: com Maria sejamos sinal da misericórdia de Deus
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Hoje 13 de maio, Dia de Nossa Senhora de Fátima, o Papa Francisco conclui a sua peregrinação ao Santuário da Cova da Iria, iniciada na tarde de ontem, onde 100 anos atrás a Mãe de Deus apareceu aos três pastorzinhos. Uma viagem, como disse ontem Francisco aos jornalistas durante o voo que o trouxe a Portugal, “um pouco especial, uma viagem de oração, um encontro com o Senhor e com a Santa Mãe de Deus”.
Nesta manhã de sábado a canonização de Francisco e Jacinta, dois dos videntes que receberam a mensagem de Maria para ser divulgada ao mundo.
Explicando a Mensagem de Fátima e o seu “segredo”, num célebre texto do ano 2000, o então Cardeal Ratzinger disse que as visões interiores acontecem especialmente com crianças, cujo espírito se encontra mais disponível e menos distraído, para mais facilmente captarem o que o Céu lhes queira transmitir. E foi o que ocorreu aqui em Fátima com as três crianças.
Os fiéis portugueses, mas também os fiéis do mundo inteiro expressam a grande alegria pela canonização de dois dos três pastorzinhos. A essa alegria une-se uma profunda gratidão a Deus que concede à Igreja dois novos santos. Uma profunda gratidão porque a canonização destes que são os mais jovens santos não mártires a serem canonizados abre um novo capítulo na história da Igreja que se estende à infância.
Muitos dos fiéis que hoje participam da Santa Missa e da canonização de Francisco e Jacinta passaram a noite ao ar livre, dormindo na grande praça diante do Santuário mariano, esperando a luz do novo dia e o momento do encontro com o Cristo Eucarístico.
Já no início da noite de ontem Francisco rezou diante da imagem de Fátima, no seu primeiro momento na Cova da Iria, na Capelinha das Aparições. Ali aos pés da imagem colocou flores e depois uma Rosa de Ouro. O Santo Padre pediu paz e concórdia para o mundo, para os povos. Recordou os pastorzinhos beatos e que podemos ser peregrinos de todos os caminhos, e derrubarmos todos os muros e fronteiras, “saindo em direção a todas as periferias, revelando a justiça e a paz de Deus”.
Durante o momento de oração o Papa usou uma estola criada especialmente para a sua Peregrinação, com motivos baseados no bordado do manto da Imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Francisco chegou ao Santuário proveniente do Estádio de Fátima, a bordo do papamóvel. Ao longo do caminho foi saudado por milhares de fiéis. Na Capelinha das Aparições foi acolhido por centenas de crianças das escolas da cidade.
O dia de ontem de Francisco se concluiu com a oração do Terço junto com uma praça repleta de fiéis e peregrinos que com suas velas nas mãos, abençoadas pelo Papa, iluminaram a escuridão da noite de Fátima.
Encontramos peregrinos provenientes de todas as partes do Brasil, da África e de Portugal. Fonte: http://pt.radiovaticana.va
Francisco em Fátima:Despedida.
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