ALACAR: 2º DIA. Experiência Mística e Espiritual de Teresa-03
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Frei Pablo Ureta, OCD.
“A Mística verdadeira leva a pessoa pelos caminhos da história. Ela não é uma evasão da realidade, mas uma encarnação histórica”.
“Em Santa Teresa a experiência espiritual não fica fora da história. Não, ela vive o divino no humano”.
“A experiência de Teresa quanto mais espiritual é mais humana. Ou seja, a vida espiritual nos leva nos humanizar-se”.
“Para Santa Teresa, o melhor local para se viver a espiritualidade é na sociedade”.
“A oração é uma forma de oração humana, humana porque é uma relação com Deus. Quanto mais somos míticos- homens e mulheres de oração, mais somos humanos”.
ALACAR: 2º DIA. Teresa de Jesus e os Movimentos de seu tempo-02
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Frei Daniel de Pablo Maroto, OCD.
“Para a inquisição, Santa Teresa era considerada um perigo para a fé”.
“No tempo de Teresa a inquisição perseguia as mulheres místicas e consideradas mulheres de oração”.
“A inquisição não impediu Santa Teresa de viver a sua liberdade espiritual. Pelo contrário, ela teve mais liberdade que muitos letrados da época”.
ALACAR: 2º DIA. Teresa de Jesus e os Movimentos de seu tempo-01
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Frei Daniel de Pablo Maroto, OCD.
“Santa Teresa defende- a partir das ideias do renascimento- a liberdade de seu tempo amparada na Palavra de Deus”.
“Para entender as reformas da Espanha- A partir de Santa Teresa de Jesus- temos que entender o seu desejo carmelitano baseado na oração e contemplação”.
ALACAR: A Palavra do Frei Alberto.
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OLHAR CARMELITANO. Um olhar sobre a vida religiosa: Os Conselhos Evangélicos ou votos.
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Introdução
Os conselhos evangélicos que um religioso professa devem ser compreendidos num determinado contexto. Os votos são uma realidade vivida. São valores evangélicos proclamados publicamente na Igreja por homens e mulheres. Precisamos compreendê-los menos como um ideal, ou um estado de perfeição para o qual trabalhamos, do que como um contexto ou uma condição para seguir Jesus Cristo hoje. Eles apontam para o futuro, para o eskáton. No entanto, eles também são um modo de viver e testemunhar hoje a presença misericordiosa de Deus no mundo. Depois destes esclarecimentos, refletiremos sobre os votos a partir de três princípios básicos ou contextuais...
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OLHAR CARMELITANO. Comunidade: Compartilhando a experiência de Deus
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FREI JOSEPH CHALMERS, O. CARM.
Comunidade ou fraternidade é um aspecto essencial da nossa vocação Carmelita. Nós todos sabemos isto, mas todos temos consciência que a vida comunitária está longe da perfeição (de ser perfeita). Nós sabemos que na Ordem há toda sorte de interpretações a respeito da natureza da comunidade. Nós temos comunidades que rezam juntas, comem juntas e recreiam juntas tudo se baseando na regra (tudo numa base regular). Nós temos outras comunidades onde os membros nunca rezam juntos e raramente se encontram exceto quando se cruzam pelo corredor (passam um pelo outro no corredor). Nós temos comunidades grandes e comunidades pequenas de dois (de duas pessoas). Outros carmelitas vivem sozinhos ou por escolha pessoal ou devido a uma particular determinação apostólica de sua Província.
Contemplação não é simplesmente um elemento do carisma Carmelitano entre outros. Ele é o elemento que sustenta todos os outros juntos. Ser um contemplativo quer dizer tomar a sério o chamado de Jesus para segui-lo. E ser/estar/estando (?) preparado para perder a própria vida em vista de recebe-la de volta das mãos de Deus. Contemplação não é um prêmio por ser muito santo; ela é uma necessidade (?) em vista de ser verdadeiramente santo, (???) isto é, ser parecido com Deus. O contemplativo é um amigo maduro de Jesus Cristo e está querendo (desejando !) livrar-se do falso eu para que o verdadeiro eu possa nascer...
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ALACAR: 1º Dia. Teresa e a mulher Latina-02.
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“O Carmelo é chamado para a missão, o que falta é a audácia carmelitana para sairmos em missionariedade”. Irmã Mariveld Bravo- Carmelita Missionária.
Igreja Católica polonesa suspende padre Charamsa
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O padre polonês que perdeu o seu cargo no Vaticano no começo do mês após revelar ser gay e ter um namorado foi, nesta quarta-feira, suspenso indefinidamente pela Igreja na Polônia de desempenhar as funções de um sacerdote. A informação é divulgada por Avvenire, 21-10-2015.
Krzysztof Charamsa, de 43 anos, assumiu-se como gay e criticou o Vaticano por sua abordagem à homossexualidade na véspera de um importante encontro mundial dos bispos em Roma. O Vaticano o demitiu imediatamente de seu cargo junto à Congregação para a Doutrina da Fé, e o seu bispo local na Polônia, país predominantemente católico-romano, pediu-lhe que retornasse a um comportamento sacerdotal adequado.
Na quarta-feira, a Diocese de Pelplin disse que ele não havia mostrado nenhum sinal de melhora e que havia sido suspenso da qualidade de sacerdote, não podendo mais usar as vestimentas sacerdotais. Em um comunicado, a diocese afirmou que a punição pode ser revertida caso Charamsa retorne ao “verdadeiro ensino da Igreja e ao sacerdócio de Cristo”.
“A penalidade visa inspirar (…) Charamsa a uma melhora real de vida e ela pode ser revertida. Isso depende, no entanto, do comportamento futuro do sacerdote acima citado”, segundo lê-se no texto divulgado no website da diocese.
A nota diz que, na Igreja Católica, uma suspensão visa fazer a pessoa “dar-se conta de seu comportamento”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
*Os cinco protagonistas do Sínodo
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Sínodo sobre a família, última semana, a decisiva para desatar os nós mais intrincados da pastoral familiar, da homossexualidade até as coabitações, da paternidade responsável à comunhão aos divorciados recasados civilmente. A reportagem é de Giovanni Panettiere, publicada no sítio do jornal Quotidiano Nazionale, 19-10-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Embora o papa e mais de um bispo tenham se esgoelado nesses dias ao reiterar que a hóstia aos irregulares não é o tema principal da assembleia, a avalanche de intervenções na Aula sobre esse ponto demonstra como esse, e não outros, é o critério decisivo sobre o qual vai se medir o sucesso dos conservadores ou dos progressistas na assembleia.
Pelo que vaza das coletivas diárias na Sala de Imprensa vaticana e das confidências de alguns participantes, o que prevalece são as intervenções dedicadas a uma abordagem mais misericordiosa...
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http://www.ihu.unisinos.br/noticias/548131-os-cinco-protagonistas-do-sinodo
ALACAR: 1º Dia. Teresa e a mulher Latina-01.
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Irmã Mariveld Bravo- Carmelita Missionária.
“Na época de Santa Teresa- e também hoje- o padre era pai, pastor e guia espiritual. Por sua vez a mulher era inferior e marginalizada”.
Dom Oscar Romero e a Virgem do Carmo
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Frei Fernando Millán Romeral, O.Carm. Prior Geral
No passado 23 de maio, aconteceu em San Salvador a beatificação de Dom Óscar Romero, fato que nos encheu de alegria, e, sem dúvida alguma, muito significativo para a Igreja em El Salvador, na América Latina e no mundo inteiro. Para nós, carmelitas, esse acontecimento gera uma satisfação toda especial, já que Dom Óscar Romero teve uma grande devoção à Virgem do Carmo e levou consigo até sua morte o santo escapulário. Não deixa de ser significativo que, após ser atingindo por um franco atirador enquanto celebrava a eucaristia no Hospital da Divina Providência, Romero caísse quase aos pés da imagem da Virgem do Carmo. O Arcebispo de San Salvador tinha vivido com grande simplicidade naquele hospital em que serviam as Carmelitas Missionárias de Santa Teresa (uma congregação pela qual sinto especial carinho por diversas razões que agora não vêm ao caso) e ali terminaria sua peregrinação nesta terra.
Talvez o melhor exemplo da devoção mariana de Monsenhor Romero está em suas homilias, e entre elas deve-se destacar as três nas quais, em maior ou menor medida, se refere à Virgem do Carmo e ao Escapulário. É bem sabido que, em seu afã de chegar a um número de maior de pessoas, especialmente as pessoas mais simples, suas homilias eram transmitidas pela rádio diocesana YSAX. As três às quais me refiro correspondem à festa de N.Sra. do Carmo dos anos 1977,1978 e 1979.
Na primeira delas – uma verdadeira joia –o mesmo arcebispo mostra como a igreja salvadorenha estava vivendo um momento dramático de perseguição e repressão, e, como fez São Simão Stock no século XIII, ele também se dirige a Maria sob a invocação popular do Carmelo. Monsenhor Romero não oculta sua terna devoção a Maria: “E nesta hora em que a Igreja salvadorenha se renova, precisamente pela perseguição, como é doce encontrar-se com o olhar da Virgem: olhar de aprovação, olhar de consolo, olhar de ânimo”.
Posteriormente, Dom Romero insiste em que a promessa da Virgem a São Simão segue tendo validade, porém deve ser interpretada num duplo sentido.
Em primeiro lugar, a promessa que oferece a Virgem não se refere somente a uma salvação para depois da morte, mas que é algo que aponta já ao presente, à história, às realidades terrenas: “o santo escapulário é uma mensagem da eternidade, uma mensagem escatológica, do mais além; também é uma mensagem do mais aquém”. Certamente – e ele o avisa em diversas ocasiões – , essa salvação terrena nunca poderá ser plena. A Igreja quer melhorar o mundo, porém é bem consciente de que a perfeição nunca se dará nesta terra e que transcende as realidades humanas. Porém também é verdade que uma salvação individualista (“salvar a minha alma”), espiritualista, limitada ao “mais além” não corresponde à mensagem de Cristo. Deve-se começar a trabalhar por essa salvação já aqui: é o que antigamente se explicava dizendo que se devia levar o escapulário com tudo o que que supõe (uma vida de virtude, de piedade sacramental, de deveres temporais, etc.).
Em segundo lugar, a salvação se entende hoje – Romero fala no pós-concílio – como salvação integral de toda pessoa (alma, corpo, coração, inteligência, vontade… ). Além disso, Romero sublinha inclusive a dimensão social da salvação.
Terminava esta homilia pedindo que todos os “carmelitas”, ou seja, os que levam ou recebem o escapulário, sejam seguidores fiéis do evangelho, e também que a Virgem do Carmo transforme os corações de todos aqueles que colocam osbstáculos na construção de uma sociedade mais justa e fraterna, aos quais Romero não considera inimigos e aos quais convida a trabalhar juntos para melhorar a sociedade.
Na homilia de 1978, Monsenhor Romero faz uma análise muito crítica da situação que atravessa o país e denuncia, sem rodeios e sem censura, a repressão em certas zonas (o caso das inspeções ilegais das casas). Frente a esse panorama, o pastor deve anunciar sem ambiguidades e sem parcialidade a Palavra de Deus. No começo e no fim da homilia, ele se refere à Virgem do Carmo, cuja festa celebravam. Trata-se de duas referências muito belas nas quais fala de Maria que, “sob esse título do Carmo, é a grande missionária popular”; se refere “ao carinho do povo, da vida religiosa e sacerdotal a Nossa Senhora do Carmo”; e, quase como um suspiro que brota de uma alma preocupada, proclama: “como não pensar em Maria quando todo nosso povo a olha com esperança…”
Um ano mais tarde, em 1979, o Arcebispo de San Salvador trata em sua homilia radiada o tema do profetismo, porém em diversas ocasiões menciona a Festa do Carmo. Com palavras bem diretas, denuncia uma devoção mariana vazia que consiste somente em levar ao pescoço um escapulário, simplesmente por levar; agradece aos diversos grupos e congregações carmelitas pelo seu trabalho na Arquidiocese; e convida a que essa devoção seja libertadora e torne-se semente de evangelização, já que Maria nos conduz sempre à boa notícia do Evangelho.
No fim das contas, as três homilias – das quais destacamos só o elemento carmelitano –, são uma bela mostra dos traços profético e pastoral de Dom Óscar Romero. São muitos os temas que poderiam ser estudados de forma mais detalhada, inclusive a partir de uma análise teológica, porém gostaria de deter-me somente num aspecto que sempre me chamou muito a atenção e sobre o qual espero poder aprofundar algum dia: a atitude de Romero diante da religiosidade e da piedade popular. Sem deter-nos nas possíveis conexões com o documento de Aparecida e com o magistério do Papa Francisco, creio que Romero mostra uma atitude muito bela e muito pastoral. Por uma parte, denuncia uma piedade popular que se agarra ao sentimentalismo exagerado, ao passageiro, ao exterior, ao folclórico, etc., como já dissera o Concílio Vaticano II: “a verdadeira devoção não consiste num sentimentalismo estéril e transitório nem numa vã credulidade” (LG 67). Se a isso unimos outros problemas como o sincretismo religioso, a superstição, os desvios doutrinais e morais, etc., chegamos à conclusão de que se faz necessário purificar ou, talvez melhor, evangelizar a religiosidade popular. Porém, ao mesmo tempo, Romero reconhece com alegria que também a piedade popular nos evangeliza e que com ela o povo mostra, às vezes de forma simples – como no caso do escapulário – as grandes verdades e esperanças de nossa fé. E, o que é mais importante, como bom pastor, Romero se dá conta que essa piedade popular não deve ser desprezada ou ignorada, mas bem utilizada como plataforma de evangelização e de humanização.
Por isso, em julho de 1977, afirma nosso Monsenhor: “No meio de nosso povo, não há pregadora que mais atraia que a Virgem do Carmo”. E um ano mais tarde ensina: “Hoje, 16 de julho, nosso povo sente que Maria, sob esse título do Carmo, é a grande missionária popular”… Queira Deus que nós, Carmelitas, saibamos imitar esse estilo pastoral, popular, simples, profético!
Visitei, em várias ocasiões, El Salvador. Faz anos que tive a sorte de celebrar a eucaristia diante da tumba de Monsenhor Romero. Era o dia de finados. Não pude deixar de referir-me à imagem da Virgem do Carmo que, com o escapulário, resgata as almas do purgatório. Veio-me à mente a sábia homilia de Romero.
Que ele, lá do céu, nos ajude a nós que nos honramos com o título de carmelitas para que continuemos libertando nossos irmãos de tantos purgatórios e os ajudemos a dirigir suas vidas à plena salvação da qual falava Dom Romero.
Fontes: CITOC magazine; http://fradescarmelitas.org.br Tradução: Província Carmelitana Pernambucana.
ALACAR: 1º Dia. As Conversões de Santa Teresa de Jesus-04
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“A verdadeira experiência de Deus em Santa Teresa não foi nos “momentos místicos” ou na forte experiência de oração, mas nas limitações e nos pecados diários”. Frei Osvaldo Escobar OCD, Provincial dos Carmelitas Descalços de El Salvador.
ALACAR: 1º Dia. As Conversões de Santa Teresa de Jesus-03
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“Para Santa Teresa cada vez mais que amamos a Deus amamos o nosso próximo. É impossível amar a Deus, pensar em Deus, falar com Deus e não suportar, perdoar, compreender e aceitar o próximo”. Frei Osvaldo Escobar OCD, Provincial dos Carmelitas Descalços de El Salvador.
ALACAR: 1º Dia. As Conversões de Santa Teresa de Jesus-02
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“Para Santa Teresa a experiência mística deixa mudança na vida. Se a nossa experiência espiritual ou a nossa oração não nos converte, não passa de uma oração vazia”. Frei Osvaldo Escobar OCD, Provincial dos Carmelitas Descalços de El Salvador.
ALACAR: 1º Dia. As Conversões de Santa Teresa de Jesus
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Frei Osvaldo Escobar OCD, Provincial dos Carmelitas Descalços de El Salvador.
“Uma monja descontente eu temo mais que o demônio” Santa Teresa de Jesus.
“Podemos dizer que um Frade ou Leigo Carmelita descontente é terrível. Temos que temer mais que o demônio”. Frei Osvaldo Escobar OCD, Provincial dos Carmelitas Descalços de El Salvador.
ALACAR: Abertura-01.
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Imagens do Encontro da ALACAR - Associação Latino Americana dos Carmelitas. De 26 a 31/10/2015. No vídeo, abertura com a Santa Missa no dia 26 (1º Vídeo) .CÂMERA E REPORTAGEM: Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ. Casa de Retiro dos Carmelitas Descalços de El Salvador. 26 de outubro-2015. DIVULGAÇÃO: www.mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com
Uma nova espiritualidade
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Frei John Welch, O. Carm. Whitefriars Hall, Washington
As testemunhas contemporâneas do Carmelo que testemunharam sua fé no meio de um sofrimento monstruoso, são as vítimas dos campos de concentração, Titus Brandsma e Edith Stein. Brandsma resistiu à propaganda nazista e Stein se identificou com seu povo perseguido. Eles foram presos na poderosa corrente do mal social do Século 20. Na experiência de serem despojados de toda segurança e apoio, estes carmelitas deram testemunho de uma vida de fé, esperança e amor no meio das condições mais difíceis. No reconhecimento de seu testemunho a Igreja confirma a autenticidade de suas vidas e os coloca entre aqueles arriscaram tudo no seguimento de Cristo. A regra do Carmelo conduz a várias formas de ser discípulo, mas todas levam a abraçar a Cruz.
Os Gerais das duas Ordens Carmelitas nos chamam a uma ”nova espiritualidade” para complementar a “nova evangelização”. Esta nova espiritualidade surgirá do crescente conhecimento que o Carmelo vai tendo sobre a realidade mundial que as pessoas experimentam? Enquanto o rosto do Carmelo vai mudando e entram novos membros na ordem, especialmente vindos dos países mas povoados e pobres, a situação das massas empobrecidas do mundo chegarão às portas do primeiro mundo. A internacionalidade da ordem e o vinculo internacional da família carmelitana nos oferecem uma oportunidade única para escutar o Espírito nos diversos contextos, e esta escuta nos desafia a dar uma resposta.
João Paulo II ampliou a imagem da noite escura de João da Cruz para incluir os sofrimentos do mundo moderno:
Nossa época conheceu tempos de sofrimento que nos tem feito compreender melhor esta expressão e dar-lhe um certo caráter coletivo. Nossa época fala do silêncio ou da ausência de Deus. Conheceu tantas calamidades, tantos sofrimentos infligidos pelas guerras e por matanças de tantos seres inocentes. Usamos agora o termo noite escura para todos os aspectos da vida e não somente par uma fase da viagem espiritual. Recorremos à doutrina do santo como resposta a este mistério do sofrimento humano.
Faço referência específica ao mundo do sofrimento. Sofrimento físico, moral, espiritual, como as doenças, como as pragas da fome, a guerra, a injustiça, a solidão, a falta de sentido da vida, a fragilidade da existência humana, o doloroso conhecimento do pecado, a aparente ausência de Deus; são para o crente experiências purificadoras, às quais se podem chamar noite da fé .
A esta existência São João da Cruz deu o nome simbólico e evocador de noite escura e se refere explicitamente à inquietante obscuridade do mistério da fé . Ele não tenta dar resposta ao terrível problema do sofrimento na ordem especulativa; mas à luz das Escrituras e da experiência descobre algo da maravilhosa transformação que Deus efetua na escuridão, posto que, “... de modo tão sábio e formoso sabe ele tirar dos males bens;...” (Cant. B 23: 5). Finalmente, nos dispomos a viver o mistério da morte e a ressurreição de Jesus em toda sua verdade.
SANTA TERESA D`ÁVILA: O amor obscuro de Deus.
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Frei John Welch, O. Carm. Whitefriars Hall , Washington
Teresa de Ávila advertiu que as lutas dentro de nossos frágeis psiquismos são muito mais difíceis que as externas. Teresa teve que vencer muitos obstáculos em sua reforma. Teve que lutar com os opositores, com a compra de casas adequadas para suas comunidades, contratar operários para reformá-las, arrecadar fundos para sua manutenção, recrutar membros para a comunidade, relacionar-se com vários eclesiásticos que não a apoiavam, viajar pelos difíceis caminhos da Espanha em más condições e enfrentar algum litígio com a corte.
Não obstante, ela comunicou que estas batalhas não se comparam com as batalhas enfrentadas em sua alma, enquanto ela se ocupava de suas profundidades na oração. “...Escutar Sua voz dá mais trabalho que não escutá-la”. Pode parecer que a reflexão de Teresa sobre o “entrar em si mesmo” seria como ir para casa; que as batalhas de fora são uma coisa, mas dentro da alma tudo é harmonia. Entretanto, foi o contrário, pois ao entrar em seu interior, verificava que estava em guerra consigo mesma.
A oração lança luz sobre aspectos de nossa alma que anteriormente não tínhamos examinado. As compulsões, os apegos, as maneiras não autênticas de viver, o falso eu, e os falsos deuses, tudo sai à luz enquanto a pessoa vai se afinando mais na verdade. Esta desagradável experiência pode conduzir ao medo, à debilidade do coração e à tentação de abandonar o itinerário existencial. O chamada de Teresa à valentia e a determinação através de uma vida de oração não é demasiadamente dramática. Aquilo de que a alma necessita, escreveu Teresa, é do conhecimento de si mesma. E a porta desse conhecimento de si mesma, a porta ao interior do castelo, é a oração e a reflexão.
Sem um esforço orante, nos manteremos desesperançosamente fechados na periferia de nossas vidas perguntando aos outros e à criação o que somente Deus pode nos dizer, isto é, quem somos. Sem um verdadeiro centro que emerja de nossas vidas, viveremos com muitos “centros”, fragmentados e dispersos, pedindo a cada um deles que realize os desejos do nosso coração. O único antídoto contra a morte certa que decorre do apego aos ídolos, é a dolorosa batalha que supõe entrar em si mesmo através da oração.
Os leitores modernos podem simpatizar com Teresa enquanto ela enumera as dificuldades de sua vida que são, ter sido elogiada demais, injustamente criticada, tendo além de tudo que sofrer as contradições de homens bons que pensavam que suas experiências de oração vinham do demônio e diariamente tinha que enfrentar-se a sua saúde precária.
Porém sua experiência mais difícil surgiu justamente quando sua relação com o Senhor era mais íntima. Ela começou a questionar todo seu itinerário existencial, perguntando se tudo não fora criado por sua imaginação, ou, se era de fato a presença de Deus em sua vida. Teria imaginado que Deus tinha sido bom com ela no passado? Ela própria tinha sido boa no passado ou tinha imaginado isso? Em outras palavras, quando se esperaria que a amizade com Deus fosse base sólida, então surgiram as dúvidas. Há alguém em casa, no centro? Tendo entregado sua vida e sua melhor energia ao seguimento dessa “chama” , ela começou a perguntar-se se tudo era ilusão.
A pergunta também seria feita de outra maneira: O final será todo bom? Tudo isso: a criação, o plano da salvação, o próprio Deus, é para nós? Ou somos uma paixão inútil? O imenso desejo de nosso coração, a fome da alma, serão frustrados no final de tudo? Ou existe uma realidade, um amor do tamanho do nosso desejo? Todas estas perguntas estão no coração do peregrinar humano.
O tempo, a perseverança, e a graça de Deus, deram a Teresa a resposta às suas dúvidas. Mais tarde ela nos fala da ausência dessas dúvidas que lhe corroíam a alma, e da certeza de uma relação profunda, mas não preocupante com o Senhor. Porém, ainda nessa condição que ela identifica com o “desponsório espiritual” diz que confia mais no sofrimento. Ainda nos momentos em que estava presa na periferia da vida, ela sabia que o discípulo de Jesus levaria a cruz e que através desta surgiria a vida. Ela não construía cruzes artificiais em sua vida, mas também não fugia das cruzes que a vida lhe apresentava. Ela tinha aprendido a confiar nesse, às vezes, obscuro amor de Deus.
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