CRÔNICA- Vida despedaçada.
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Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Convento do Carmo, São Paulo. 23 de março-2012.
Vida? Que vida? No morro não se nasce, não tem passos, não tem laços, não tem braços. No morro tem fracasso, tem um grito, um suspiro, um lamento, um olhar e um destino já marcado, traçado, crucificado, condenado, amarrado e deletado.
No morro do Alemão ele nasceu. Era um dia de chuva. Os raios e trovões o acolheram naquela tarde quente. Sua mãe, Teresa Joaquina da Silva, vítima de um estupro com o traficante Pedrão da Pedra Lascada Quente, foi mais uma vítima das estatísticas violenta contra a mulher.
Mulheres? No morro não tem mulheres. Lá tem objetos do prazer. Cobaia para traficar, bumbum para alegrar, cabelos para enfeitar, sorriso para enganar e carne para saborear.
A família de Teresa era da Igreja do Apocalipse Ardente. Não importava se foi estupro ou não, para eles a criança tinha que nascer. Aborto era coisa do diabo e pecado mortal.
Pecado mortal? No morro não tem pecado. Todos querem sobreviver, lutar, ganhar a vida, cantar, ultrapassar os conceitos e pré-conceitos. Falar com Deus com o baseado na mão e dar glórias a Jesus com um tiro de escopeta.
Mesmo assim, aquela aflita mãe tentou várias vezes matar o filho. Todas em vão. Foram nove meses gerando uma criança que seria vítima do destino ensanguentado e da falta de sorte. Destino por seguir os passos do pai e falta de sorte pôr a sua infância roubada.
Destino? Que destino! Destino se faz na raça, na luta e labuta, no tiro e no grito, no agito e na raça.
No dia treze de janeiro de 2013 nascia Pedrinho. Sua cor negra já trazia a marca da discriminação. Os seus olhos pareciam assustados, suas mãos inquietas eram como se já estivessem pedindo socorro.
Socorro? No morro não tem socorro, tem sorte, tem luta, labuta, corrida contra o tempo a morte e a sorte. Sim meu velho, no morro se vive o céu de manhã, o purgatório à tarde e o inferno à noite.
Por alguns anos aquela criança foi à alegria da casa. Teresona, nome de guerra da mãe, voltou a se encontrar com o traficante Pedrão. Entre a violência doméstica, o choro e a miséria, o menino crescia e convivia em um mundo cão.
Mundo cão? Cão é o dia cinzento, escuro e frio. Sim, frio nos becos, rua e vielas marcadas pelas balas berdidas, os sonhos partidos e as vidas cruzadas.
Aos oito anos Pedrinho desceu o morro. Mas para onde ele foi? Para a escola? Para o Parque de Diversões? Não, não... Ele foi apresentado ao tráfico por seu pai. Religiosamente todos os dias às 13 horas, horário de pico na Praia do Leblon, lá estava o menino entre os carros, transeuntes e os turistas vendendo drogas, pedindo dinheiro e, muitas vezes, fazendo pequenos furtos.
Pai? Que pai? No mundo das drogas não se ama, não se perdoa, não se conversa, não se confia. Lá se troca, se vende, se mata, se consome e se despedaça.
Ao voltar para casa era recebido com gritos e a saudação das grandes mãos de sua mãe. Eram gritos de alegria? Sua mãe o abraçava? Não, não... Drogada e bêbada, aquela infeliz mulher xingava o filho e com as suas mãos batia no seu rosto e nas costas como se estivesse se vingando do estupro do seu pai. A cena se repetiu ao longo de cinco anos. Por sua vez, Pedrinho crescia cresceu revoltado e prometia a si mesmo que um dia daria um fim naquele inferno familiar.
Inferno? Inferno é ser negro, discriminado, favelado, sem ter nome, status social, uma família para amparar, uma mãe carinhosa para conversar e irmãos para brincar.
Finalmente naquela tarde, após roubar um turista na Lagoa, seguindo os mesmos passos do pai, Pedrinho comprou uma arma. Ao subir o morro estuprou uma mulher. A pobre jovem gritava, pedia socorro e como se estivesse voltado no tempo o menino viu nos olhos da vítima a sua própria mãe sendo violentada por seu pai. Passado e presente se encontraram naquela paranoia psicológica. O então adolescente, nos seus 17 anos não suportou a tal angustia e perturbação mental, pega o revólver calibre 38 de fabricação do exército e tira a sua própria vida.
Vida? Que vida? Foram 17 anos de morte. Sonhos despedaçados, alegria roubada, infância perdida, família falida e adolescência repartida. Sim meu caro leitor, céu e inferno, fogo e frio, destino e sorte. Tudo, tudo tinha parado no tempo e no espaço com aquele tiro fatal. Pedro da Pedra Lascada Quente- o pai ou Pedrinho- o filho? Não sei, só sei que as vidas se cruzaram, o temo parou, o morro sangrou e Teresa Joaquina da Silva- a mãe, até hoje nunca mais sonhou.
OS CARMELITAS E A RESSURREIÇÃO: Ressurreição e espiritualidade
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Arie G. Kallenberg
São muito poucos os textos dos primeiros autores Carmelitas que estabeleceram uma relação clara com a Ressurreição. Existe um texto notável escrito entre 1317 e 1345/1352 por John Baconthorpe, Laus Religionis Carmelitanae 48, pouco depois de 1312, o ano em que o Ordinário de Siberto de Beka foi prescrito para toda a Ordem. O capítulo 2 de Laus Religionis Carmelitanae aborda o modo como os Carmelitas mostram nos seus hábitos a graça da Ressurreição 49. Escreve Baconthorpe:
"Quando Cristo foi glorificado, o esplendor da sua divindade sobrepôs-se à sombra da sua humanidade – visto que a sua face resplandecia gloriosamente como o sol e as suas vestes eram brancas como a neve - como se durante algum tempo e de forma mística, envolvesse com carícias as vestes e as capas dos Carmelitas, mostrando a gloria da sua Ressurreição. Nessa mesma transfiguração apareceu o Pai dos Carmelitas, Elias, juntamente com Moisés. como testemunha da Lei, prefigurando misticamente a gloria e o esplendor da graça [da Ressurreição]" 50.
Ao estudar mais profundamente o significado das duas cores (cinza e branco) dos mantos dos Carmelitas, no qual o branco simboliza o tempo de Graça e a união a Maria, conclui o capítulo com as seguintes palavras: "Então o apóstolo diz: 'Saiamos das trevas e lutemos com as armas de luz'. Desta forma, passamos do tempo da Graça para a glória da Ressurreição eterna" 51. Também no terceiro capítulo que trata o "Elogio do traje da Ordem dos irmãos Carmelitas" Baconthorpe estabelece uma relação entre o manto dos Carmelitas e a Ressurreição: "era então certo que os Carmelitas, que representavam tempos antigos com as suas roupas, deveriam agora mostrar a futura glória imaculada dos crentes de uma forma respeitável com os seus esplêndidos mantos. Isto acontece então no tempo de Graça". 52 Ele refere-se aqui ao facto de que o antigo manto de duas cores ter sido mudado para branco. Na sua opinião, esta mudança aconteceu graças à intervenção divina para que desse modo os Carmelitas pudessem "mostrar claramente aos crentes a paz eterna e a glória da Ressurreição" 53. De seguida diz que está a falar de uma ligação direta à liturgia dos Carmelitas que mais do que os outros celebram a Ressurreição do Senhor: "e particularmente estes irmãos celebram nas suas igrejas a liturgia da Ressurreição do Senhor, de um modo mais especial do que todos os outros” 54. Este testemunho de John Baconthorpe pode ser considerado extraordinário por causa da relação explícita que estabelece entre a Ressurreição e a primeira liturgia Carmelita. Segundo os seus textos é óbvio que a liturgia da Ressurreição não é mera recordação de um acontecimento histórico, mas antes uma realidade dinâmica que passou da liturgia até ao âmago do pensamento e da vida espiritual dos Carmelitas medievais. Apesar de, até hoje, nenhum dos estudos de outros textos espirituais medievais ter produzido pontos de contato entre os elementos referidos, ainda assim estou convencido que ao longo dos séculos a influência da liturgia da Ressurreição, consciente ou inconscientemente, deixou a sua marca na maneira de pensar e de agir dos Carmelitas, uma vez que tinha de ser celebrada em todos os seus mosteiros desde o início do século XIV até ao século XVI. Num estudo recente sobre a Regra dos Carmelitas, Kees Waaijman55 abordou o tema da Ressurreição, não diretamente em termos da liturgia, mas dentro do contexto da Regra.
Seguem-se algumas afirmações da sua obra. A primeira citação refere-se ao capítulo décimo da Regra, capítulo que trata do oratório e da prática da união.
"Os antigos monges do deserto celebravam a Eucaristia uma vez por semana. No século XIII era diferente. A maioria das comunidades religiosas juntava-se todos os dias para a Eucaristia. A reunião diária dá uma estrutura rítmica à vida. O facto de se juntarem diariamente, de manhã cedo, ao crepúsculo, dá ao dia um ritmo básico. O nascer do sol que conquista a noite deve ter sido intuitivamente entendido como sinal do Ressuscitado” 56
O encontro dos irmãos tinha uma dimensão litúrgica. O facto de virem todos juntos para a Eucaristia quase lembra a Ressurreição:
"A Eucaristia, afinal de contas, começa onde nós permitimos que o Senhor nos una num só. Ele convida-nos a escutar a sua palavra para que ela nos toque, forme o desejo no nosso coração e nos faça procurar a sua presença. Ele convida-nos a tornar o seu corpo e sangue, para nos lembrarmos d'Ele e nos identificarmos com Ele, para que entremos na sua morte e sejamos encontrados pelo próprio Deus.
A Eucaristia radicaliza o ato de sair de nós próprios: não somos nós quem vimos: mas somos conduzidos, conduzidos para a vastidão do Mundo para a profundeza da Morte para sermos encontrados, para sermos reunidos, para sermos unidos.
Esta é a perspectiva mística do facto de se reunir para a celebração da Eucaristia. Este movimento místico está lindamente representado através das palavras ‘de manhã cedo’, palavras que evocam a marcha silenciosa de Maria Madalena até ao túmulo: 'No primeiro dia da semana, ainda era escuro, Maria de Mágdala foi ao túmulo de manhã cedo...' (João 20:1). De manhã cedo os Carmelitas reúnem-se no oratório, e ninguém ocupa o centro. Como a noiva do Cântico dos Cânticos, também eles, enquanto ainda é noite, procuram Aquele a quem as suas almas amam.
À procura do amor através da escuridão da noite segue-se a experiência da Páscoa na escuta da voz suave: 'Miriam', o teu querido nome pronunciado por aquele que é amado pela tua alma. Segue-se a resposta não menos terna: 'Rabbouni'. Esta é a Páscoa do amor, a profundidade mística da Eucaristia. Aqui esta o coração do Carmelo". 57
No seu comentário sobre capítulo da Regra que trata o capítulo semanal, Kees Waaijman continua as suas reflexões sobre o Domingo, como o dia da celebração da Ressurreição:
"Identidade e reciprocidade soam mais profundamente quando colocadas no contexto do amor do Ressuscitado. A Eucaristia no dia da Ressurreição, a referência ao amor de Maria Madalena, a reunião dos apóstolos no primeiro dia da semana e o aparecimento no meio deles d'Aquele que ressuscitou - tudo isto centraliza o capítulo no contexto do amor d'Aquele que ressuscitou e se entregou na sua Palavra, no seu Corpo e Sangue…”58.
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46 Kallenberg, Fontes. 292.
47 Idem, op. cit., 56.
48 Adrianus Staring, Medieval Carmelite Heritage. Roma, Institutum Carmelitanum 1989, 176-177.
49Adrianus Staring, Medieval Carmelite Heritage. 249: Capitulum II, Quod Carmelitae ostendunt in habitu gratiam resurrectionis.
50 Adrianus Staring, Medieval Carmelite Heritage, 249: “Cum etiam ipse Christus transfiguratus est, super umbram humanitatis suae claritas apparuit deitatis, quia resplenduit facies eius sicut sol, et vestimenta eius facta sunt alba sicut nix, ac si mystice habitum Carmelitarum et cappam pro tempore, quasi super umbram <humanitatis> gloriam resurrectionis praemonstrando, baiularet. In ipsaque transfiguratione pater Carmelitarum Elias cum Moyse apparuit velut Legis testes, et gloriam ac splendorem gratiae mystice praefigurantes".
51 Adrianus Staring, Medieval Carmelite Heritage, 251: Unde apostolus: "Abiiciamus opera tenebrarum et induamur arma lucis". Et sic de tempore Gratiae pervenitur ad gloriam resurrectionis perpetuae.
54 Adrianus Staring, Medieval Carmelite Heritage, 251: Et ipsi quidem fratres officium resurrectionis Dominicae in ecclesia ceteris specialius exercent.
55 Kees Waaijman. De mystieke ruimte van de Karmel. Een uitleg van de Karmelregel. Kok Kampen-Carmelitana Gent. 1995. 230 pp.
56 Kees Waaijman. De mystieke ruimte van de Karmel, 100.
52 Adrianus Staring, Medieval Carmelite Heritage, 251: Dignum igitur fuit ut Carmelitae, qui tempora priora cum indumenti speculo monstrabant, ordinatim futuram resurrectionis gloriam fidelium, non habentem maculam, cum cappa splendida praesentarent. Unde sub tempore Gratiae.
53 Adrianus Staring, Medieval Carmelite Heritage, 251: ut sic pacem aeternam et resurrectionis gloriam...palam ostenderent fidelibus
OS CARMELITAS E A RESSURREIÇÃO: A veneração da cruz e a liturgia da Ressurreição
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Arie G. Kallenberg
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38 Sibertus de Beka, Ordinaire, 9.
39 Joannes Cassianus, Collationes XXI, 11, 20; citado em Kees Waaijman, De Mystieke ruimte van de Karmel. Een uitleg van de Karmelregel. Kok Kampen-Carmelitana, Gent, 1995, 124.
40 Louis van Tongeren, Exaltio crucis, passim.
No livro Exaltatio Crucis 40, Louis van Tongeren descreve como as diferentes comemorações à volta da Cruz, especialmente a da Descoberta e a da Exaltação da Cruz, se desenvolveram ao longo dos séculos. Acerca deste assunto escreve: "A informação mais antiga relata uma festa para a dedicação anual de duas igrejas erguidas em Jerusalém em locais sagrados: a Basílica dos Mártires perto do Gólgota e (...) a chamada Igreja do Santo Sepulcro ou Igreja da Ressurreição" 41.
No princípio do século quarto, "de acordo com a tradição enraizado principalmente na lenda, Helena, a mãe de Constantino, o Grande, encontrou a cruz na qual Jesus morreu em Jerusalém. No lugar onde a encontraram depressa edificaram uma basílica em memória da cruz. Essa basílica dos Mártires foi inaugurada em 335 e pouco tempo depois transformou-se num grande complexo, enquanto, por cima do túmulo de Jesus que estava situado perto da Basílica foi construída a igreja da Ressurreição (...)" 42. Numa primeira fase Eusébio de Cesareia estabeleceu uma ligação entre a cruz e a Ressurreição. Dado que ele "substituiu a cruz pelo túmulo... Do ponto de vista de Eusébio a Ressurreição constituiu o coração e a alma da fé e ele desejava relacionar o túmulo com Constantino. Era seu objetivo, acima de tudo, acentuar a ressurreição e o túmulo, e não a cruz, porque queria principalmente realçar a divindade de Cristo e não o seu sofrimento" 43. Não demorou muito até que a cruz fosse vista como a cruz triunfante por meio da qual veio a salvação e onde Cristo reina como um rei 44. In hoc signo vinces: neste símbolo vencerás. Isto foi assim durante séculos.
Por volta de 1200 "deu-se no Ocidente uma mudança dramática na maneira de ver a cruz. A atenção centrou-se no Jesus histórico. Como resultado do trabalho de Bernardo de Claraval (1090-1153) e Francisco de Assis (1181/1182-1226) o modo de entender a cruz sofreu uma mudança decisiva. A ênfase já não era no Cristo crucificado vencedor da morte, mas no Cristo terrestre, que sofreu e morreu na cruz. Graças a uma interpretação realista de Mat. 10, 38 e 16, 24 relativa ao carregar a cruz à imitação de Cristo, fundamental era a identificação com o sofrimento de Cristo. O Cristo que viveu e triunfou na cruz da gloria deu lugar a um Cristo que sofreu uma morte dolorosa na cruz' 45.
A oração do Papa na Via-Sacra: Senhor, desarmai a mão levantada do irmão contra o irmão
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A Via-Sacra voltou a ser realizada no Coliseu de Roma, com a participação de milhares de fiéis. Um momento tocante foi representado por duas mulheres, uma ucraniana e outra russa, que juntas carregaram a Cruz na XIII Estação, que narra a morte de Cristo.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
A Paixão de Cristo encarnada na vida das famílias: o Coliseu de Roma concentrou hoje as alegrias e cruzes dos lares, durante a Via-Sacra desta Sexta-feira Santa, com a participação de dez mil pessoas.
Adentrando na cotidianidade de pais, avós e filhos, foram tocados temas da atualidade, como a educação, a pobreza, a migração, a pandemia, a doença e também a guerra. De fato, um dos momentos mais tocantes foi vivido durante a XIII Estação, que narra a morte de Jesus. Neste momento, a Cruz é carregada por duas famílias, uma ucraniana e outra russa, em especial por duas mulheres amigas que trabalham juntas em Roma. A câmera flagra o olhar de cumplicidade entre elas, enquanto o Pontífice cobre com a mão o seu rosto em profunda oração.
O texto da meditação foi modificado no decorrer da celebração, para dar mais espaço à oração e ao silêncio, como explicou a Sala de Imprensa da Santa Sé: "Diante da morte, o silêncio é mais eloquente do que as palavras. Detemo-nos, portanto, num silêncio orante e cada um, no coração, reze pela paz no mundo."
Ao final das 14 estações, o Papa Francisco recitou a seguinte oração:
Pai misericordioso, que fazeis nascer o sol sobre bons e maus, não abandoneis a obra das vossas mãos, pela qual não hesitastes em entregar o vosso único Filho, nascido da Virgem,
crucificado sob Pôncio Pilatos, morto e sepultado no coração da terra, ressuscitado dentre os mortos ao terceiro dia, aparecido a Maria de Magdala, a Pedro, aos outros apóstolos e discípulos, sempre vivo na santa Igreja, o seu Corpo vivo no mundo.
Mantende acesa nas nossas famílias a lâmpada do Evangelho, que ilumina alegrias e sofrimentos, fadigas e esperanças: cada casa espelhe o rosto da Igreja, cuja lei suprema é o amor. Pela efusão do vosso Espírito, ajudai a despojar-nos do homem velho, corrompido pelas paixões enganadoras, e revesti-nos do homem novo, criado segundo a justiça e a santidade.
Segurai-nos pela mão, como um Pai, para que não nos afastemos de Vós; convertei ao vosso coração os nossos corações rebeldes, para que aprendamos a seguir desígnios de paz; fazei que os adversários se deem as mãos, para que saboreiem o perdão recíproco;
desarmai a mão levantada do irmão contra o irmão, para que, onde há ódio, floresça a concórdia.
Fazei que não nos comportemos como inimigos da cruz de Cristo, para participar na glória da sua ressurreição. Ele que vive e reina convosco, na unidade do Espírito Santo, para sempre. Amém. Fonte: https://www.vaticannews.va
A prisão de Jesus
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Orani Joao, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Esta semana – a Semana Santa – é um tempo propício para meditarmos, de modo mais especial, sobre os últimos acontecimentos da vida de Jesus Cristo, Nosso Senhor, em sua entrega plena de amor por nós.
Reflitamos sobre o início de tudo ou o início do fim da vida pública de Cristo neste mundo. É a história de um inocente traído, preso sem direito à ampla defesa, e abandonado pelos seus… Isso é o que vemos se olharmos, cruamente, para os relatos da prisão, sem levarmos em conta a total entrega de Jesus por você e por mim, naquela noite, depois de lavar os pés dos Apóstolos e querer ficar conosco, de modo perpétuo, na Eucaristia.
O primeiro ponto que nos chama a atenção é a traição de Judas, um dos doze, que sempre esteve com o Senhor. Por 30 moedas de prata ele entrega o Mestre e amigo com quem convivera por três anos e de quem fora discípulo. No meio dos discípulos, há um traidor…
O Senhor que é verdadeiro Homem também é verdadeiro Deus e, por isso tudo sabe, de modo a prever: “Um de vós há de me trair”. Cada um dos doze não apontou para o irmão, mas, ao contrário, examinou a própria consciência: “Acaso, serei eu, Senhor? ”, até que o verdadeiro culpado surge. É Judas. Pega o pão, come e sai para concretizar sua traição nefasta e vergonhosa. Volta com os soldados – que também cumpriam ordens – e ainda tem a desfaçatez de dar um beijo no Senhor, que o recrimina docemente: “Judas, com um beijo traís o Filho de Deus? ”
Tudo, porém, já estava feito e o desenlace, que já conhecemos, será celebrado nos próximos dias. O desespero não constrói nada de bom, só leva a desatinos, como o de Judas. Enforcou-se! Seu psicológico não aguentou tamanha covardia para com Aquele que só fez o bem a todos. Peçamos, aqui, duas graças a Deus: a de ser como os Apóstolos, na hora da Ceia, antes de acusar alguém, examinar primeiro a nossa consciência: “que fiz eu de mal, Senhor? Como posso mudar de vida?…” Mas também a de não ser como Judas que trai o Senhor, não mais por 30 moedas, mas, talvez, por um cargo, por um status social, pelo poder etc.
O segundo ponto desta meditação é o despojamento de Cristo totalmente humano ali no Horto das Oliveiras. Quando Pedro corta a orelha do servo do chefe de polícia, Jesus cura o ferido e repreende o líder do Colégio Apostólico mandando-o guardar a espada. Se não quisesse dar a vida por nós, pediria ao Pai e Ele mandaria legiões de anjos que, em pouco tempo, reduziria as centúrias de soldados a cinzas. Mas não é hora da grandeza, e, sim, do despojamento total.
Charles de Foucauld, assassinado em 1916, no Marrocos, Beato da Igreja, aprendeu com o Pe. Huvelin, seu diretor espiritual, uma verdade que bem se aplica a este momento da vida de Jesus e da nossa: “Aprendamos uma coisa, dizia o padre, devemos buscar sempre o último lugar, mas Cristo já o ocupou de tal maneira que só nos resta o penúltimo”. Ora, de Jesus aprendamos a superar a violência, derramando mais amor e nunca (nunca) sangue inocente.
O terceiro ponto, dentro da dramática prisão de Jesus, é a negação covarde de Pedro. Esteve sempre com o Senhor, tem o primeiro lugar entre os doze, fala, em sua teimosia, que vai morrer no lugar de Jesus, mas, na hora decisiva, nega o Mestre como o próprio Senhor previra. “Eu não conheço esse homem”. Que fracasso o de Pedro e também o nosso quando o Evangelho nos chama a dar testemunho de nossa fé com sadia radicalidade. Falamos também: “Estou pronto a morrer pelo Senhor”, mas depois O negamos, nem sempre somos fiéis até o fim.
É preciso, contudo, lembrar que, longe de entrar em um desespero angustiante, Pedro se arrependeu de sua covardia e chorou amargamente. Depois da Ressurreição, reafirmou por três vezes seu amor a Cristo, assumiu a sua função, pregou, de modo destemido, o Evangelho e morreu mártir, em Roma, crucificado de cabeça para baixo. Não se achou digno de falecer como Jesus. Aprendamos com Pedro, não a teimosia nem muito menos a covardia, mas o arrependimento salutar que perdoa as nossas faltas e restitui a nossa dignidade perdida.
O quarto ponto é o julgamento de Jesus em si. Quem O julga tenta se livrar do pecado de condenar um inocente, enquanto Jesus assume os pecados da humanidade. Eis a oposição entre a humildade do Deus-Homem e a arrogância de alguns homens que se julgam deuses e aptos a condenar à morte um inocente. Sem entrar nos detalhes longos do que ocorreu, pois os veremos na Sexta-feira Santa, na Celebração da Paixão, deixo um ponto para reflexão.
Os acusadores e condenadores de Jesus sabem que prendem e condenam um homem puro e soltam Barrabás, um malfeitor. No “calor” do momento pedem que o sangue de Cristo caia sobre eles em forma de maldição. Contudo, Jesus não paga o mal com o mal, mas, sim, com o bem. Retribui-lhes com a bênção de seu sangue redentor, ela dá a cada pecador, sinceramente arrependido, a graça do perdão e da vida eterna. Pensemos nisso. Amém! Fonte: https://catequizar.com.br
SEMANA SANTA 2022
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Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Essa Semana não é diferente daquelas de outros anos, com abertura no Domingo de Ramos, na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, capital da fé do Povo de Deus daquele tempo. Os ramos trazidos pelas pessoas representam a alegria pela presença daquele, apresentado pelos profetas, como a esperança para todos. Ao lado da esperança, estava a preocupação das autoridades de Jerusalém.
Na visão comum da sociedade de então, o rei, que ia nascer, profetizado na literatura do Antigo Testamento, viria como sendo o “salvador da pátria”, com capacidade além do que tinham os reis de seu tempo. Essa ideia causava espanto para as autoridades, e isso foi confirmado quando Jesus é acolhido pela multidão quando entrou, montado em um jumento, na cidade de Jerusalém.
A profundidade do mistério que envolve Jesus Cristo escapa aos olhos da cultura moderna, carente de fé. Não é fácil entender que, na paixão e morte do Senhor, estava o germe da vida cristã, culminando com a Ressurreição, com a Páscoa e com uma vida nova. Acompanhar esse itinerário da Paixão de Cristo na Semana Santa, em novos tempos, é ressignificar a dimensão do mistério da vida.
Já são mais de dois mil anos de cristianismo e os objetivos proféticos da vinda e da vida de Cristo ainda não atingiram o que fora proposto como aliança de Deus com o mundo. O mistério de Deus é colocado em segundo plano, ascendendo cada vez mais as práticas de tudo aquilo que degrada a dignidade da vida humana e o desrespeito para com a natureza, criada para o bem de todos.
A sensibilidade da Semana Santa toca no coração de quem admira Jesus como Deus e Homem, aquele que se despojou de todos os tipos de dignidade próprios de um rei. Foi realmente um caminho difícil, de martírio e de morte, assumido com liberdade e consciência clara quanto aos objetivos desse projeto do Pai. Foi como a semente plantada num campo, que morre para gerar nova vida.
O martírio vem acontecendo na vida de muita gente. É só olhar para a situação dos milhares de refugiados dos últimos tempos. No momento o mundo está sendo sensibilizado diante dos migrantes venezuelanos, dos ucranianos forçados a sair de seu país, sem rumo e sem perspectiva de futuro, buscando refúgio em outros países. A Paixão de Cristo, da Semana Santa, se repete na vida das pessoas. Fonte: https://www.cnbb.org.br
O FREI RADICAL: Fundador da Educafro, frei David ajudou 100 mil jovens negros e pobres a terem acesso ao ensino superior
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LÍLIAN BERALDOCOLABORAÇÃO PARA ECOA, DE BRASÍLIA (DF)
Ajudar o mundo a ser um lugar melhor para todos sempre foi o sonho de frei David dos Santos, 69. A busca por uma sociedade mais igualitária ganhou forma e objetivo em um momento crucial de sua vida: descobrir-se negro no Brasil. Foi a partir dessa autopercepção - e de tudo o que ela carrega - que frei David pautou sua vida e militância.
Ainda nos anos 1960, durante a ditadura militar, o jovem David já se angustiava por ver o sofrimento do povo brasileiro com crescimento de pessoas empobrecidas e do processo de favelização. Uma pergunta não saía de sua cabeça: "qual a minha missão nisso tudo?"
À época, ele avaliou o cenário e pensou que poderia ajudar o país sendo diplomata. "Fui para o Itamaraty, quando ele ainda era no Rio de Janeiro, pedir informação sobre o que fazer para ser diplomata. Lá, a pessoa que me atendeu foi bastante grosseira e falou que não conhecia diplomata negro. Falei: mas eu quero ser diplomata negro. Qual o problema? Não é um espaço público? E ele: 'Você fala inglês? Fala francês? Alemão? Esse espaço não é para você'."
A porta fechada foi decisiva para que ele mudasse os rumos profissionais, mas não para abandonar o sonho de transformar o planeta.
A ditadura militar se tornava mais e mais violenta e o jovem começou a pensar em alternativas e instituições que pudessem enfrentar o poder vigente, mas com menos danos pessoais. Ele encontrou na Igreja Católica a aliada que procurava e foi estudar no Seminário de Petrópolis (RJ).
Eu quis ser frei para ajudar os pobres sem ser classificado pela ditadura como comunista. Foi o meu processo de doação radical a essa causa. Uma busca de como servir ao mundo.
Frei David, ativista e fundador da Educafro
Cursinho para pobres e negros
Durante um evento para adolescentes negros na Baixada Fluminense, frei David perguntou quantos da plateia estavam se preparando para entrar no ensino superior. A resposta foi muito diferente da que ele esperava. Apenas duas pessoas das mais de 100 presentes tinham a intenção de seguir os estudos.
"O passo seguinte foi criar o pré-vestibular comunitário para jovens pobres poderem se preparar para disputar o espaço com os ricos e fazerem a sua faculdade", conta. Surgiu assim a Educafro, ONG que há mais de 30 anos ajuda jovens pobres, em especial negros, a entrarem em universidades em todo o país.
Com sede em São Paulo, a Educafro já garantiu o acesso ao ensino superior a cerca de 100 mil pessoas e esteve à frente de importantes conquistas da população preta e parda, como a Lei de Cotas nas universidades.
Sementes e vidas transformadas
Um dos muitos alunos a passar pelos bancos da ONG foi o assessor parlamentar Ewerton da Silva Carvalho, 30. "Quando eu cheguei, não tinha perspectiva nenhuma de vida. Minha família é muito pobre, não tinha condição de me ajudar nem com passagem", relembra o advogado.
"A Educafro me ajudou a tornar real esse sonho. Foi lá que eu descobri cursinhos comunitários, a existência de políticas de cotas, a entender sobre política. E isso me ajudou a entrar na faculdade sabendo qual era o meu lugar na sociedade", conta Ewerton, que fez cursinho pré-vestibular na instituição e conseguiu uma bolsa de 100% no Programa Universidade para Todos (Prouni).
O advogado credita sua formação profissional e humana aos trabalhos de frei David. "Considero o frei David como um pai. Uma pessoa que moldou o meu caráter todos esses anos. Aprendi muitas coisas com ele. Concordei e discordei", conta Ewerton. A passagem pelo projeto foi tão importante que hoje atua no setor jurídico da Educafro e representa a instituição no Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social do Ministério da Justiça.
Também formada em direito, Keit Lima, 30, afirma que frei David é uma das pessoas mais comprometidas com a equidade racial e com a diminuição da desigualdade no Brasil. "Falar sobre a Educafro é falar sobre comprometimento e coletividade. É uma organização que transforma vidas, e eu sou uma dessas vidas", afirma Keit, que conheceu a Educafro em 2009 e foi aluna da ONG.
Acesso à educação e oportunidades de trabalho
Outra linha de atuação da Educafro é a luta pela garantia de um sistema de cotas, não apenas na educação, mas em diversas áreas. No início dos anos 2000, quando as ações afirmativas começaram a ser pensadas no Brasil, frei David era voz potente em prol da população negra e presença constante nos debates e na imprensa.
As primeiras experiências de cotas raciais começaram a ser implantadas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 2003, e na Universidade de Brasília (UnB), em 2004.
Quase uma década após a criação das primeiras políticas de reserva de vagas para pretos e pardos no ensino público brasileiro, a Lei de Cotas (Lei 12.711/2012) foi aprovada com abrangência nacional, incluindo como critério de reserva de vagas não só a raça como a condição socioeconômica.
"Lotar a votação de negros e negras gritando por seus direitos foi a grande diferença. Se deixasse só na mão de deputados e senadores, até hoje, não teria cota para negro", lembra David das caravanas de jovens até o Congresso Nacional.
Com a conquista das cotas no ensino superior e o consequente aumento de pretos e pardos com graduação, a Educafro estendeu sua linha de atuação para cursinhos preparatórios para concursos de grande visibilidade econômica e social.
"Temos preparatório para concursos do MPF, da Defensoria, de cartórios, de magistratura e assim vai. Atendendo as pessoas que já ganharam reforço da Educafro pelas cotas, na graduação, e agora precisam de reforço, via curso, para entrada em vagas de alta demanda em que não se tem negros", explica. Para essa empreitada, frei David pede apoio de instituições e entidades para que ofereçam bolsas em parceria com a Educafro.
Vitória recente
Na luta incansável para inclusão de pretos, pardos e pobres, frei David comemora uma conquista recente: a aprovação, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), das cotas para afrodescendentes nos concursos de cartórios. Segundo ele, foram 3 anos de batalhas até aprovação da reserva mínima de 20% das vagas para negros. A resolução é válida para os cartórios nos 27 Tribunais de Justiça do Brasil.
A aprovação não escapou de polêmicas e, segundo ele, escancara o racismo ainda presente na sociedade. "No edital do concurso de cartório para o Tribunal de Justiça de São Paulo, por exemplo, estava expresso que os pobres - e os negros são pobres - tinham só um dia para fazer a inscrição com isenção de taxa. Quem é rico tinha 30 dias para fazer a inscrição. Nós, negros, somos as grandes vítimas dessa exclusão. O racismo estrutural está aí", critica. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56,2% da população se declara negra.
Processos como arma contra racismo
Em uma sociedade estruturalmente racista, a Educafro busca novos mecanismos para combater essa violência direcionada à população negra. Depois de muitos anos de estudo sobre o tema, a entidade compreendeu que uma importante frente de trabalho é a abertura de processos por danos coletivos - uma prática pouco usual no Brasil.
"Tinha um episódio de racismo, fazíamos passeata, chorávamos e acabava por ali. Agora, tem também o processo contra o causador do racismo pedindo danos coletivos", afirma.
Para frei David, essa é uma importante batalha que mostra o amadurecimento da população afrodescendente brasileira. "É mais uma maneira de mostrar que o povo negro está atento e com mais consciência de direitos." Fonte: https://www.uol.com.br
Mapeamento aponta 14,6 mil imóveis em áreas de risco de Angra dos Reis
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Fortes chuvas em Angras dos Reis causam deslizamentos em Angra dos Reis; levantamento parcial elaborado por técnicos da prefeitura em 2019 identificou que mais de 14,6 mil imóveis estão em áreas de risco na cidade Foto: Prefeitura de Angra dos Reis/via Reuters - 02/04/2022
Entre os bairros mais ameaçados, está Monsuaba (com 501 edificações), o mais afetado pela chuva que atingiu a Costa Verde do Rio nos últimos dias, causando deslizamentos e mortes
Priscila Mengue, O Estado de S.Paulo
Levantamento parcial elaborado por técnicos da prefeitura de Angra dos Reis em 2019 identificou que mais de 14,6 mil imóveis estão em áreas de risco. Entre os bairros mais ameaçados, está Monsuaba (com 501 edificações), o mais afetado pela chuva que atingiu a Costa Verde do Rio nos últimos dias, causando deslizamentos e mortes.
O mapeamento não informa a classificação de risco dos locais (de baixo a muito alto). Segundo o documento, a avaliação foi feita in loco, por meio de vistorias em conjunto com a Defesa Civil.
Em 2013, o Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ) publicou o Diagnóstico Sobre Risco a Escorregamentos no Estado do Rio, no qual apontava Angra dos Reis, Niterói, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo como as cidades com mais setores de risco iminente. Petrópolis, na região serrana, teve a maior tragédia da sua história neste ano, com 234 mortos após um temporal recorde em fevereiro.
“(As regiões têm) Características que apontam para uma possibilidade muito alta de ocorrência de escorregamentos com danos: vertentes íngremes, amplitudes topográficas expressivas, maciços rochosos fraturados, depósitos de tálus e solos residuais dispostos diretamente sobre rocha, combinadas com ocupação urbana densa e vulnerável”, aponta o documento do DRM-RJ.
O documento reconhece que desastres não são um risco só quando há eventos extremos. Ele ressalta que há locais com “alta probabilidade de ocorrência de escorregamentos com danos, mesmo num cenário de chuvas não excepcionais, ou seja, chuvas regulares que ocorrem todos os anos, principalmente no verão”.
O Plano de Emergência do Estado, de 2020, admite “grande dificuldade de realocar e remover grandes contingentes populacionais em uma região de topografia acidentada”, como a Região Serrana, Costa Verde, Sul Fluminense, entre outras. Isso, continua o documento, é “um dos maiores entraves a qualquer política que vise ou venha a objetivar a prevenção de desastres naturais.” Cientistas dizem que eventos climáticos extremos ficarão cada vez mais frequentes com o aquecimento global.
Levantamento de 2011 aponta 318 casas em risco em Paraty
Uma carta geológica elaborada pelo Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ) em 2011 apontou 38 setores de "risco iminente a escorregamentos" em Paraty, incluindo 318 casas, além de outros imóveis, como escolas, pousadas e bares. Na época, a estimativa era de que 1.274 pessoas estavam “sob risco”.
No Plano de Contingências do Estado do Rio de Janeiro Para Chuvas Intensas - Verão 2021/2022, é destacado que "desastres no Estado do Rio de Janeiro têm ocorrido com frequência e intensidade e acompanham a expansão desordenada das áreas urbanas e também devido às mudanças climáticas globais". "As necessidades estruturais, humanas e ambientais, bem como as políticas públicas que, em geral, não contemplam de forma eficiente o tema desastre, refletindo no aumento do número de mortos, feridos, causando danos e prejuízos públicos e privados vultosos, insegurança de investidores e estagnação econômica do Estado." Fonte: https://brasil.estadao.com.br
AINDA É TEMPO DE PENITÊNCIA
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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
O fruto de uma autêntica penitência, que é a conversão do coração a Deus, pode perder-se se cai na tentação, que não é só de épocas remotas, de tentar esquecer que o pecado é pessoal com consequências sociais e comunitárias. Deus quer que o pecador se converta e viva, mas este deve cooperar com o arrependimento e com as obras de penitência. No seu sentido próprio e verdadeiro, o pecado – dizia São João Paulo II – “é sempre um ato da pessoa, porque é um ato de um homem, individualmente considerado, e não propriamente de um grupo ou de uma comunidade.
Descarregar o homem dessa responsabilidade seria obliterar a dignidade e a liberdade da pessoa, que também se revelam – se bem que negativa e desastrosamente – nessa responsabilidade pelo pecado cometido. Por isso, em todos e em cada um dos homens, não há nada tão pessoal e intransferível como o mérito da virtude ou a responsabilidade da culpa.
Assim, é uma graça do Senhor não deixarmos de arrepender-nos dos nossos pecados passados nem mascararmos os presentes, mesmo que não passem de imperfeições. Que também nós passamos dizer: Eu reconheço a minha iniquidade e o meu pecado está sempre a minha frente (Sl 50,5).
É verdade que um dia confessamos as nossas culpas e o Senhor nos disse: Vá e não tornes a pecar. Mas os pecados deixam um vestígio na alma. “Perdoada a culpa, permanecem as relíquias do pecado, disposições causadas pelos atos anteriores, embora fiquem debilitadas e diminuídas, de maneira que não dominam o homem e permanecem mais em forma de disposição que de hábito. Além disso, existem pecados e faltas que não chegamos a perceber por falta de espírito de exame, por falta de delicadeza de consciência… são como más raízes que ficaram na alma e que é necessário arrancar mediante a penitência para impedir que produzam frutos amargos”.
Muitos são os motivos que temos para fazer penitência neste tempo da Quaresma, e devemos concretizá-la em pequenas coisas: em mortificar os nossos gostos nas refeições – em viver a abstinência que a Igreja manda – , em ser pontuais, em vigiar a imaginação. E também em procurar, com o conselho do diretor espiritual, do confessor, outros sacrifícios de maior importância, que nos ajudem a purificar a alma e a reparar os pecados próprios e alheios.
O pecado seja sempre uma ofensa pessoal a Deus, não deixa de produzir efeitos nos demais homens. Para bem ou para o mal, estamos sempre influindo naqueles que estão ao nosso lado, na Igreja e no mundo, e não apenas pelo bom ou mau exemplo que lhes damos ou pelos resultados diretos das nossas ações. Esta é a outra face daquela solidariedade que, em nível religioso, se desenvolve no profundo e magnífico mistério da Comunhão dos santos, graças à qual se pode dizer que cada alma que se eleva, eleva o mundo.
O Senhor pede-nos que sejamos motivo de alegria e luz para toda a Igreja. No meio do nosso trabalho e das nossas tarefas, ser-nos-á de grande ajuda pensar nos outros, saber que somos apoio- também mediante a penitência – para todo o Corpo Místico de Cristo, e em especial para aqueles que, ao longo da vida, o Senhor foi colocando ao viveres, serás de bom grado um homem penitente. E compreenderás que a penitência é gaudium etsi laboriosum – alegria, embora trabalhosa. E te sentirás “aliado” de todas as almas penitentes que foram, são e serão. Terás mais facilidade em cumprir o teu dever, se pensares na ajuda que te prestam os teus irmãos e na que deixas de prestar-lhes se não és fiel.
A penitência que o Senhor nos pede, como cristãos que vivem no meio do mundo, deve ser discreta, alegre…, uma penitência que quer permanecer inadvertida, mas que não deixa de traduzir-se em atos concretos. Além disso, não faz mal que vez por outra se percebam as nossas penitências. Se foram testemunhas das tuas fraquezas e misérias, que importa que o sejam da tua penitência?
Uma penitência que agrada muito a Deus é aquela que se manifesta em atos de caridade e que tende a facilitar aos outros o caminho que conduz a Deus, tornando-o mais amável. As nossas oferendas ao Senhor devem caracterizar-se pela caridade: saber pedir perdão àqueles a quem ofendemos; assumir plenamente o sacrifício que supõe cuidar da formação de alguém que está sob a nossa responsabilidade; ser pacientes; saber perdoar com prontidão e generosidade. A este respeito, nos diz São Leão Magno: “Ainda que sempre seja necessário aplicar-se à santificação do corpo, agora sobretudo, durante os jejuns da Quaresma, deveis aperfeiçoar-vos pela prática de uma piedade mais ativa. Daí esmola, que é muito eficaz para nos corrigirmos das nossas faltas; mas perdoai também as ofensas e abandonai as queixas contra aqueles que vos fizeram algum mal” (São Leão Magno, Sermão 45 – Sobre a Quaresma).
Que a Bem-Aventurada Virgem Maria nos ajude nesta etapa de santificação já caminhando para o final do tempo quaresmal e nos convida a conversão e a ter um coração completamente voltado para amar ainda mais a Deus e o próximo. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Manteve a esperança até nas asperezas dos campos de concentração
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osservatoreromano. 08 de março-2022.
Tito Brandsma foi um padre carmelita, professor universitário, escritor, ecumenista, respeitado conferencista e jornalista na Holanda.
Foi preso em 19 de janeiro de 1942 por falar contra o regime nazi e trabalhar para alinhar os jornais católicos do país com os ensinamentos da Igreja sobre o nazismo.
Na época, o regime nazi ocupava a Holanda, terra natal do padre Brandsma, e tentava alinhar seu povo com o dogma nazista. Brandsma foi finalmente morto no campo de concentração de Dachau em 26 de julho de 1942.
«Esta é uma notícia que esperávamos há muito tempo e que vem como resultado do reconhecimento da Igreja da santidade e testemunho de Titus Brandsma», disse o Padre Míceál O’Neill, O. Carm., Prior-geral da Ordem Carmelita. «É significativo que tenhamos esta celebração em um momento em que a verdade e a integridade estão sofrendo seriamente nos grandes conflitos que agora ameaçam a paz do mundo».
Como professor, conferencista e jornalista, Brandsma era bem conhecido na Holanda e tinha-se manifestado contra a filosofia nazista nas suas aulas e discursos, antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
Como assistente eclesiástico da União de Jornalistas Católicos, visitou editoras católicas, em todo o país, em nome dos bispos católicos para os incentivar a permanecerem firmes contra a impressão de propaganda nazista.
Como presidente da União das Escolas Católicas, trabalhou para derrubar a exigência nazi de expulsar as crianças judias das escolas. Ignorou os regulamentos nas escolas carmelitas. Protestou ainda, quando o governo cortou os salários dos professores em 40%.
As suas opiniões sobre o nazismo eram bem conhecidas na Holanda e dentro do establishment nazista. Foi apelidado de «o pequeno papagaio-do-mar perigoso».
Para os jornalistas católicos, tornou-se um modelo de vocação jornalística, convicção ética e compromisso com a verdade. Por isso, em 1988, a União Católica Internacional de Jornalistas ( UCIP ) criou o Prémio Titus Brandsma, que é concedido, a cada três anos, a jornalistas ou organizações que se destacam pelo compromisso com o valor da busca da verdade.
Brandsma recebeu vários prémios ao longo de sua vida, incluindo o título de Reitor Magnífico da Universidade Católica de Nijmegen e a «Ordem do Leão Holandês» da Rainha Wilhelmina, pelos seus ministérios altruístas.
Recebeu também muitos testemunhos, após sua morte, de pessoas de todas as religiões. Todos refletem que Brandsma manteve a esperança entre pessoas de todas as religiões, mesmo nas horas mais sombrias dos campos de concentração.
Entre os muitos testemunhos poderosos da exemplaridade cristã de Brandsma nos campos está o de um pastor protestante: Posso atestar que Titus Brandsma era um filho de Deus pela graça de Jesus Cristo.
Outros falaram de um respeito e afeição geral por Brandsma pela sua maneira descontraída e amigável. «Ele não conhecia ódio nem aversão, nem impaciência nem aspereza».
O processo diocesano de beatificação e canonização de Tito Brandsma começou na diocese de Den Bosch, na Holanda, em 1952: foi o primeiro processo sobre um suposto mártir do nacional-socialismo. Em 3 de novembro de 1985, São João Paulo II beatificou o padre Tito Brandsma como mártir da fé.
Em julho de 2016, iniciou-se na Diocese de Palm Beach (Flórida) uma investigação diocesana sobre um suposto milagre atribuído à intercessão do Beato, a saber, a recuperação de um melanoma maligno metastático nos gânglios linfáticos do Padre Michael Driscoll, O. C arm.
Em novembro de 2020, o Conselho Médico, nomeado pela Congregação para as Causas dos Santos, reconheceu a inexplicabilidade científica da cura do câncer do padre Driscoll, que foi atribuída à intercessão do Beato Tito Brandsma.
Em 25 de maio de 2021, o Congresso de Consultores Teológicos reconheceu o milagre.
A mesma opinião foi expressa pelos Cardeais e Bispos na Sessão Ordinária de 9 de novembro de 2021.
Finalmente, em 25 de novembro de 2021, o Papa Francisco autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar o decreto referente ao milagre atribuído à intercessão do Beato Tito Brandsma, abrindo caminho para sua canonização.
Em 4 de março de 2022, durante o Consistório Ordinário Público, o Papa Francisco confirmou a opinião dos Cardeais e Bispos e anunciou a data de sua canonização. Fonte: https://www.osservatoreromano.va
Jornalista e cineasta Arnaldo Jabor morre aos 81 anos
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Ele estava internado desde o dia 17 de dezembro no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, após sofrer um AVC
Morreu nesta terça-feira (15), aos 81 anos, o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor. Ele estava internado desde o dia 17 de dezembro no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, após sofrer um AVC.
Integrante da geração do chamado “cinema novo”, Arnaldo Jabor se tornou conhecido por seus comentários na TV Globo desde os anos 90.
Lançou o primeiro filme em 1967, “A Opinião Pública”, e outros, como “Eu Te Amo”, de 1981. Publicou ainda livros como "Os Canibais Estão na Sala de Jantar", de 1993, e "O Malabarista - Os Melhores Textos de Arnaldo Jabor", de 2014. Fonte: https://www.band.uol.com.br
CHUVAS NO PARÁ: MARABÁ PRECISA DA SUA AJUDA!
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A cidade de Marabá, no Pará, está vivendo momentos difíceis devido às cheias dos rios Itacaiúnas e Tocantins. A solidariedade está se manifestando pelos governos e pela Igreja.
Os governos do Estado do Pará, municipal de Marabá bem como a Defesa Civil, o Exército, o Corpo de Bombeiros, a Secretaria Municipal de Assistência Social estão ajudando com a construção de abrigos, deslocamento das pessoas até os abrigos ou outros locais para viver melhor, com alimentação, colchonetes, roupas e outras ajudas neste momento em que povo sofre por causa das enchentes.
A Igreja e a diocese de Marabá, com suas comunidades, sacerdotes, lideranças e também pelo projeto social Santa Dulce dos Pobres da cidade de Marabá estão se solidarizando com as famílias, vítimas das cheias dos rios Itacaiúnas e Tocantins e também presta ajuda com comidas, alimentação, colchonetes para as pessoas mais necessitadas.
“Nós estamos unidos com o povo sofredor e com todas as pessoas, entidades, governos que ajudam o povo sofredor. As doações devem ser feitas nas secretarias paroquiais. A solidariedade é fundamental no seguimento a Jesus Cristo que esteve ao lado das pessoas mais necessitadas. O amor a Deus, ao próximo como a si mesmo é a palavra de Jesus para ser seguida e vivida”, afirma o bispo local, dom Vital Corbellini.
Saiba como ajudar
Você poderá enviar sua ajuda financeira para a conta abaixo. Todo o recurso que chegar será destinado à compra de alimentos e outras necessidades para as famílias desabrigadas por causa das chuvas.
Diocese de Marabá Past Diocesana
CNPJ : 04.882.130/0001-56
Banco Itaú – Cód 341
Agência 0946
Conta Corrente 26947-9.
Fonte: https://www.cnbb.org.br
Talvez 2022 seja novo.
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Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Comunidade Capim, Lagoa da Canoa/AL. 31 de dezembro-2021.
Se a gente seguir as pegadas de Jesus Cristo não para discriminar, apontar o dedo diante dos erros e falhas dos nossos familiares e amigos, mas viver a religião para fazer pontes onde os sofridos- pecadores e excluídos- possam passar, talvez o ano seja novo.
Se a gente tirar o ódio do coração, limpar as magoas e não se deixar levar por sentimentos pessimistas e egoístas, mas saber sempre que, depois de uma tempestade, vem o brilho do sol, talvez o ano seja novo.
Se a gente não continuar propagando as fake News nas mídias sociais, contra a democracia e a vida do nosso próximo- muitas vezes julgados e condenados- por nossas posições conservadoras e ultrapassadas, talvez o ano seja novo.
Se a gente fizer a nossa parte e não ficar de braços cruzados ou estacionados no tempo, esperando que Deus resolva a nossa vida- Desde os problemas financeiros até amorosos- talvez o ano seja novo.
Se a gente não continuar apoiando políticos corruptos, sanguinários, genocidas, bandidos e assassinos dos pobres que, eleição pós-eleição, nos transforma em mamulengo, talvez o ano seja novo.
Se a gente for mais humano e solidário diante dos 15 milhões de desempregados, das 600 mil famílias que choram os seus entes queridos vítimas da pandemia, dos jovens negros assassinados nos morros, becos e vielas e dos povos em situação de vulnerabilidade em nossas ruas e praças, talvez o ano seja novo.
Se a gente for mais verdadeiro e não esconder as verdades embaixo do tapete, não fugir das responsabilidades e enfrentar os medos e as decepções com a cabeça erguida, enquanto filhos e filhas amadas por Jesus Cristo, talvez o ano seja novo.
Se a gente não tiver medo das noites escuras que se aproximarem da nossa caminhada e limpar com força e garra as pedras e os espinhos que iremos encontrar em nosso caminho ao longo do ano, talvez o ano seja novo.
Se a gente não desistir do primeiro não, da primeira cara feia ou da primeira porta que baterem em nossa cara convictos que, o Senhor Deus vai estar sempre do nosso lado para enfrentar todos os obstáculos, talvez o ano seja novo.
Se a gente não continuar apoiando os negacionistas contra a vacina do novocoronavírus, deletar os fanáticos políticos que pedem a volta da Ditadura Militar e jogar no lixo eleitoral aqueles que usam o nome de Deus para chegarem no poder, talvez o ano seja novo.
Se a gente lutar a favor da nossa casa comum- O Planeta Terra- e nas próximas eleições dizer não aos políticos que fecham os olhos diante do grito da mãe natureza, dos indígenas, dos quilombolas e dos trabalhadores ruais, talvez o ano seja novo.
Se a gente tiver a coragem de perdoar aqueles que por ventura fizerem algum mal contra nós, dá um Bom dia, uma Boa Tarde e Boa noite para os desanimados e esquecidos do sistema econômico e político, talvez o ano seja novo
Talvez... Talvez seja novo. Depende de mim, depende de você, depende de todos nós! Feliz 2022 com os pés no chão.
Crônica de um Retiro: A eterna angustia do monge
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Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Mosteiro de Itaici, São Paulo. 16 de dezembro-2021. www.instagram.com/freipetronio
Naquela manhã de nove de maio de 2014, o jovem monge estava angustiado- não pela vida- que aliás estava muito boa atrás dos muros daquele imenso e tradicional mosteiro: um bom plano de saúde, uma boa alimentação, uma boa faculdade... o seu futuro estava garantido! Quer dizer... (Aguarde a nossa crônica do dia)
Conversa com a Imaculada
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Uma conversa com a Imaculada Conceição... Homilia do Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, no 6º Dia do Novenário de Nossa Senhora da Conceição em Angra dos Reis/RJ. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 4 de dezembro-2021.
OLHAR CARMELITANO: O LOUVOR DA CELA
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de: “A flecha de fogo” de Nicolau “Gallus” (ano 1270 )
Na cela nos é mostrado o tesouro inestimável, e incomparável de contemplação cheia de perfume, de maneira que, desprezadas totalmente as cousas caducas da terra, a nossa alma se consome inteiramente no desejo fervente da contemplação; ... na cela recebemos as verdadeiras delicias do paraíso que de tal modo deleitam e restauram o nosso homem interior, que o seu desejo ao mesmo tempo aumenta a nossa sede e é saturado.
Virgem do Carmo: Uma Prece
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Virgem do Carmo: Uma Prece
Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 30 de junho-2021.
Mãe do Carmelo, pra onde vais, Virgem do Carmo, onde estais. / Ensina a seguir Jesus, ensina encontrar a paz (bis)
1-No Brasil, de tantos mortos, o coronavírus a nos atormentar. / Senhora do Escapulário, vem logo1nos ajudar (bis)
2- No mês, da Flor Carmelo, a Novena vamos rezar. / julho é carmelitano, com o Cristo vamos encontrar (bis).
3- Com, Madalena de Pazzi, e Tito Brandsma, vamos louvar. / Com Teresona e João da Cruz, para o Monte vamos caminhar (bis)
A ilusão Vocacional Carmelitana
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Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ.
Sábado, 12 de junho-2021.
“Quero ser uma outra Santa Teresinha do Menino Jesus”, afirmou Maria Cristina, em um encontro vocacional. “Sim, eu quero ser São João de Cruz”, disse o vocacionado jovem em um encontro para candidatos ao Carmelo. “Eu sei que o Carmelo é o meu céu na terra”, afirmou outro inocente e “imaculado” jovem.
Tais afirmações verídicas, relatam a inocência vocacional de jovens que buscam o Carmelo e as diversas ordens religiosas, congregações, seminários diocesanos e comunidades de vida. As intenções são boas e verdadeiras, mas inocentes- e o que é mais grave- alguns animadores vocacionais continuam alimentado tais ilusões vocacionais.
Talvez que você- também inocente religiosamente ou vocacionalmente- ainda não entendeu o X da questão do meu artigo.
Bem, no meu segundo CD; “Tempo do Carmelo”, tenho uma música que se chama, “Venha para o Carmelo”. Logo na primeira estrofe deixo bem claro o que de fato é a espiritualidade carmelitana: “Não somos anjos, somos humanos, não somos santos, somos humanos. A nossa humanidade, vai te ajudar crescer, subir no Carmelo, desta fonte vai beber”. Aqui retrato toda a nossa riqueza espiritual através da nossa humanidade a partir das nossas virtudes e limitações.
Conheço a história de um jovem- ex-frade carmelita- que, antes de entrar para o Carmelo- sem a orientação sincera e humana do formador- continuo a caminhar nas nuvens vocacionais. Digo, só falava em santidade, “Carmelo céu na terra”, sofrer para seguir Jesus Cristo... Essas trecaiadas toda. Depois de conviver 6 anos em um convento, viu o “outro lado da moeda”. Digo; mentiras, fofocas, ódio, jogo de interesses, acomodação- sim, porque muitas vezes o convento, mosteiros, seminário ou comunidade de vida, não passa de um belo Spa ou de uma grande Multinacional- onde tais jovens tem todos os direitos e mordomias e termina perdendo a sua própria indenidade- agora ele foge da Igreja e da MISSA igual o diabo foge da cruz. Se falar em padres ou vocação, este jovem entra em parafuso. A família não sabe mais o que fazer!
Talvez alguém “inocente” fique escandalizado quando falo das mazelas conventuais e seminarísticas. Bem, na verdade tem gente que finge não ver tais realidades que são humanas. Eu disse HUMANAS! É que muitas vezes fechamos os olhos para a nossa humanidade e “sacralizamos” a vida dos quatro muros das nossas Igrejas, conventos e seminários.
No Documento; “RECOMENDAÇÕES PASTORAIS DA ASSEMBLEIA PLENÁRIA
DA PONTIFÍCIA COMISSÃO PARA A AMÉRICA LATINA- A FORMAÇÃO SACERDOTAL NOS SEMINÁRIOS, encontramos a seguinte orientação no N° 8: “ Nos Seminários e nas casas de formação sacerdotal é importante fomentar as equipes de vida, como outras formas de integração comunitária, que favoreçam o amadurecimento para a solidariedade, a capacidade para dar e receber, a correção fraterna, e que seja estímulo para superar o individualismo e o isolamento”. Ou seja, para se formar bom padre, religioso ou religiosa, a dimensão da humanidade é fundamental. Eu disse HUMANIDADE, não uma espiritualidade das nuvens ou descontextualizada.
Termino o meu OLHAR VOCACIONAL com uma citação do Sumo Pontífice, o Papa Francisco, na audiência do dia 10 de junho-2021 na Sala Clementina, no Vaticano, com alguns membros da Comunidade do Pontifício Seminário Regional Marchigiano Pio XI de Ancona. Ele afirmou: "A formação pastoral deve encorajá-los a ir com entusiasmo ao encontro das pessoas. Torna-se sacerdote para servir o Povo de Deus, para cuidar das feridas de todos, especialmente dos pobres. Disponibilidade aos outros: esta é a prova certa do seu sim a Deus, e nada de clericalismo. Ser discípulos de Jesus significa libertar-se de si mesmos e conformar-se aos seus sentimentos, Àquele que veio "não para ser servido, mas para servir". Belas palavras de encorajamento e discernimento para o verdadeiro seguinte a Jesus Cristo Pobre, humilde, Divino e Humano. E tenho dito!
A Cruz de Jesus... Vídeo com mais de 600 mil acessos em apenas 4 dias. no Tik Tok.
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A Cruz de Jesus
Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
(Contatos com o Frei; www.instagram.com/freipetronio whatsapp- (21) 98291-7139. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.)
Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.
1-No Monte das Oliveiras Ele sente a aflição, está em silêncio e desolação. Meu Pai afasta de mim essa dor, mas não seja feita a minha vontade mas/ Do Senhor (bis)
2-Judas Iscariotes traiu meu Salvador, ô quanto sofrimento ó quanta dor. No coração de Pedro a noite chegou, nega o Filho de Deus/ O Salvador. (bis)
3- Ele foi julgado e condenado com desamor, e logo Pilatos Barrabás soltou. Cuspiam Nele e diziam salve o Rei dos Judeus, batiam em sua cabeça/ Ô quanto dor. (bis)
4-No caminho do calvário as santas mulheres encontrou, no caminho do calvário Verônica aflita/ As lágrimas enxugou. (bis)
5-Para o calvário a cruz Ele carregou, Simão Cireneu logo o ajudou. Para o calvário a cruz Ele carregou, a sua santa Mãe/ O consolou. (bis)
6-No suplício da cruz Dimas suplicou, e o perdão dos pecados ele ganhou. Pobre Filho de Deus homem da dor, os pecados de Dimas/ Ele deletou. (bis)
7-No alto da cruz Ele foi condenado, no alto da cruz Ele foi abandonado, no madeiro Ele sente uma grande dor, os pregos e a lança o/ Sangue jorrou. (bis)
8- No alto da cruz Ele gritou, meu Deus, meu Deus por que/ Me abandonou. O que fizeram com o meu Senhor, fazem todos os dias, ô/ Quanta horror. (bis)
Oração a Nossa Senhora do Carmo contra a covid-19
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Mãe dos Carmelitas e de todos os fiéis, especialmente dos que vestem o Santo Escapulário, nós vos escolhemos como protetora desta casa e desta cidade neste tempo de pandemia.
Dignai-vos mostrar neste povo de Deus a vossa proteção como outrora mostrastes à Ordem do Carmo. Preservai a todos nós da contaminação, do medo, do desamino, da falta de fé e todos os males que afetam o nosso corpo e a nossa alma.
Rainha excelsa e Mãe amável do Carmelo, dissestes que o Escapulário é a defesa nos perigos, sinal do vosso amparo e laço de aliança entre vós e os vossos filhos e filhas. Dai-nos a fé que tivestes na palavra de Deus, e o amor que nutristes para com o vosso Filho.
Ó Flor do Carmelo e Estrela do mar, cobre com o vosso manto os doentes nas filhas dos hospitais a espera de uma vaga nas UTIs. Consola os familiares e amigos que choram os seus entes queridos. Abençoa os médicos, os profissionais da saúde e os cientistas no combate ao vírus e dai-nos a mesma fé que tivestes na palavra de Deus e o amor que nutristes para com o vosso Filho. Amém
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