Prefeito que morreu na véspera da eleição é reeleito com 60,8% dos votos em MG
- Detalhes
Antônio Claret Mota Esteves estava internado e morreu na noite de sábado (14) em Passa Quatro (MG). Partido Verde fez a solicitação para substituição e Justiça Eleitoral ainda irá avaliar o pedido.
Por G1 Sul de Minas — Passa Quatro, MG
O atual prefeito e candidato à reeleição que morreu na véspera da eleição foi escolhido por 60,8% dos eleitores e acabou reeleito, neste domingo (15), em Passa Quatro (MG). O Partido Verde fez a solicitação para a substituição do candidato antes do início das votações, mas as urnas já estavam lacradas. A Justiça Eleitoral ainda irá avaliar o pedido.
Antônio Claret Mota Esteves (PV) teve 5.638 votos na cidade. Betinho Paiva (DEM) foi o segundo colocado, com 35,61% dos votos (3.302). Em terceiro lugar ficou Dr. Aledson (PSC), que teve 333 votos (3,59%). A cidade ainda teve 666 votos nulos e outros 244 brancos.
Claret estava internado havia duas semanas após sofrer infarto e veio a óbito na noite de sábado (14). Ele foi o prefeito eleito mais novo da história de Passa Quatro, aos 28 anos, no ano de 1986. Ele ainda foi vereador, presidente da Câmara, vice-prefeito e prefeito em duas ocasiões.
Pedido de alteração e avaliação
O juiz eleitoral Ronaldo Ribar, da comarca e Itanhandu (MG), que responde por Passa Quatro, informou que o Partido Verde fez a solicitação para substituição de Antônio Claret ainda na noite de sábado. O pedido da legenda era de que, neste caso, entrasse na disputa a chapa de Henrique Nogueira Gonçalves como candidato a prefeito e Marco Torres como vice.
No entanto, como as urnas já estavam lacradas, não houve tempo para substituição do nome e da foto de Antônio Claret. Desta forma, o candidato apareceu nas urnas.
A Justiça Eleitoral ainda irá avaliar o pedido de substituição, o que é comum em toda troca de candidatos. A lei eleitoral permite a troca de candidatura após o prazo (20 dias antes do pleito) em caso de morte. Segundo o advogado da chapa, todo o trâmite foi feito de forma correta para permitir a substituição.
Caso o pedido seja aceito, os votos destinados a Antônio Claret vão para Henrique Nogueira Gonçalves. Caso seja indeferido, os votos serão anulados. Fonte: https://g1.globo.com
Voto e Coronavírus
- Detalhes
O Frei Petrônio de Miranda, Padre Frade Carmelita e Jornalista- Direto da Ilha da Gipóia em Angra dos Reis/RJ- fala sobre a importância voto no próximo dia 15. Câmera: Bruno Moreira. Convento do Carmo de Angra/RJ, 14 de novembro-2020. Críticas e sugestões de temas direto no whatsapp do Frei. (21) 98291-7139. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio
Escalada de violência política nas eleições municipais já soma 82 candidatos ou militantes assassinados
- Detalhes
Gameleira, no interior de Pernambuco, teve dois vereadores assassinados em 2020. Um deles, Irmão Ednaldo (PRB), foi executado em frente à Câmara Municipal. REPRODUÇÃO
Disputa de votos por milicianos acirra barbárie durante a campanha. Nesta segunda, houve mais um ataque durante uma live na internet
Dois candidatos e três cabos eleitorais mortos, um vereador baleado, quatro crimes com motivações políticas no intervalo de um mês. Este é apenas o saldo recente da escalada de violência política na região metropolitana do Rio de Janeiro durante a eleição. No começo de outubro, Mauro Miranda, candidato a vereador de Nova Iguaçu pelo PTC, foi executado numa padaria. Dez dias depois, na mesma cidade, o candidato do DEM, Domingos Rocha Cabral, conhecido como Domingão, acabou assassinado na porta de um bar. No fim do mês, foi a vez de Renata Castro, militante de um candidato a vereador de Magé ser morta com 14 tiros ao sair de casa. Na última terça-feira, um dos 15 disparos efetuados em direção ao carro do vereador carioca Zico Bacana (Podemos) o acertou de raspão na cabeça. E o Rio de Janeiro está longe de ser uma exceção.
Nesta segunda-feira, Ricardo de Moura (PL), candidato a vereador em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, sofreu ataque enquanto conversava com eleitores em uma live. A transmissão captou o exato momento em que ele é alvejado por dois tiros, que atingiram, segundo a polícia, o braço e a perna direita do candidato. Moura sobreviveu ao que sua companheira de chapa, Adriana Afonso, candidata a prefeita, qualificou como “um atentado”. O autor dos disparos ainda não foi identificado. No último fim de semana, pelo menos seis ocorrências de agressões ou tentativas de homicídio contra candidatos foram registradas em todo o país, de acordo com o monitoramento do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC).
Já nesta quarta-feira a candidata do PSDB à Prefeitura de São Vicente (no litoral de São Paulo), Solange Freitas, teve o carro alvejado por rajadas de tiros. Ela estava acompanhada de assessores, mas ninguém se feriu pois o carro era blindado. Os autores da tentativa de homicídio ainda não foram identificados. Solange é uma conhecida jornalista brasileira, tendo atuado por 30 anos como repórter no litoral paulista, sendo 15 deles na afiliada da TV Globo em Santos.
Os episódios em sequência são um retrato da violência política que continua assolando as eleições municipais no Brasil. Somente este ano, 82 militantes e candidatos foram assassinados, indica o levantamento do pesquisador Pablo Nunes, que coordena o CESeC. Além das mortes, o estudo ainda mapeou 170 agressões de janeiro a outubro. “Não deixa de ser dramático o grau de violência contra pessoas que são mortas por defender suas bandeiras. A proximidade das eleições fez com que o número de casos aumentasse desde julho, mas os primeiros meses de 2020 já tinha sido muito violentos”, afirma o cientista político. Em 2016, segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, foram 100 mortos ao longo de todo o ano eleitoral.
Primeiro homicídio registrado no monitoramento, a execução do prefeito João Schwambach (MDB), em 9 de janeiro, chocou a população de Imbuia, no interior de Santa Catarina. Ele foi morto com dois tiros nas imediações da Prefeitura. Os disparos saíram da arma do motorista José Cardoso, que teria se suicidado depois do crime. A polícia encerrou as investigações sem desvendar o que motivou o assassinato. Até o momento, o mês com maior registro de violência política foi setembro, que marcou o início da campanha eleitoral, com 13 homicídios catalogados.
Segundo estado com mais mortes (oito), o Rio de Janeiro experimenta um acirramento das disputas eleitorais em áreas controladas por milícias, especialmente na Baixada Fluminense, onde nove políticos foram assassinados em 2016, ano da última eleição municipal. Nos casos recentes, a polícia investiga possíveis relações das vítimas com grupos paramilitares. Domingão, do DEM, havia sido preso em julho, ao lado do irmão, que é policial militar, por suspeita de chefiar uma milícia de Nova Iguaçu. Já Mauro Miranda tinha em sua ficha uma condenação por porte ilegal de arma. Por causa dos assassinatos na cidade, a Polícia Civil criou uma força-tarefa para combater o crime organizado na Baixada. “A ideia é asfixiar a milícia e permitir uma eleição limpa, com candidatos circulando e o povo votando livremente”, explicou o secretário Allan Turnowski.
Na primeira operação da força-tarefa, em meados de outubro, 12 suspeitos de integrar milícias foram mortos. Os trabalhos são coordenados pelo delegado Giniton Lages, responsável por prender os supostos executores da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Mais de dois anos depois do crime, as autoridades ainda não conseguiram identificar os mandantes. A mobilização da polícia não foi capaz de impedir o assassinato de Renata Castro, cabo eleitoral ligada a um tradicional clã político da cidade, a família Cozzolino (PP), e que fazia campanha para o policial Pablo Vasconcelos (PSL), candidato a vereador. Na mesma semana em que foi executada, ela havia denunciado nas redes sociais e à Polícia Federal que estaria sendo ameaçada pelos vereadores Clevinho Vidal (PCdoB) e Felipe da Gráfica (PTB) —eles negam as ameaças. Em agosto, a pré-candidata a vereadora Tia Sandra (PSB) já tinha sido morta por traficantes no município.
“A política está contaminada pela violência e pelo crime organizado, como é o caso do Rio de Janeiro, com o fenômeno das milícias”, observa Renato Sérgio de Lima, diretor presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que vê a necessidade de regulamentação das candidaturas de policiais e agentes das forças de segurança, em maior proporção nos partidos de direita. “É legítimo que policiais se candidatem e tentem representar a categoria. O ponto de tensão é a parcela corrupta que quer se apropriar do Estado por interesses criminosos. Quando não se regulamenta o direito do policial ser candidato, cria-se um ambiente tóxico em que o interesse de representar uma categoria e o comportamento miliciano acabam se misturando.”
Laços de família e de milícia
No começo deste mês, o vereador Zico Bacana (Podemos) sobreviveu a um atentado a tiros que matou dois de seus apoiadores e o feriu de raspão na cabeça durante evento de campanha na zona oeste do Rio. Em 2008, ele foi citado pela CPI das Milícias como chefe de uma facção paramilitar na região. O ex-policial sempre negou as acusações e não chegou a ser indiciado. Após resistir ao ataque, o parlamentar se pronunciou dizendo ter sido vítima de uma “covarde tentativa de homicídio”, mas está disposto a retomar a campanha pela eleição assim que se recuperar do ferimento. “Querem parar a democracia e meu trabalho como representante do povo, mas não vão conseguir. Em breve estarei de volta às ruas”, afirmou em vídeo divulgado por seu comitê de campanha.
Já no dia seguinte, outro atentado contra candidato a vereador, dessa vez na zona norte. Simone Sartório (Patriota) sofreu uma emboscada e seu carro foi atingido por um tiro, mas ela não se feriu. Em Paraty, o postulante ao Legislativo da cidade pelo PT, Valmir Tenório, não teve a mesma sorte de Bacana e Sartório. Foi assassinado na tarde da quarta-feira passada. A polícia apura o suposto envolvimento dos três suspeitos com o tráfico de drogas. “A violência nas eleições municipais é um problema que ameaça a democracia em todo o país e agora atinge, mais uma vez, Paraty”, manifestou em nota a coligação Trabalhando o Futuro, encabeçada pelo PT, que cobrou apuração rigorosa sobre o assassinato e reforço no policiamento até a eleição.
Em Minas Gerais, empatado com o Rio de Janeiro na segunda colocação entre os estados com mais homicídios de políticos em 2020, a execução à luz do dia do candidato a vereador Cássio Remis (PSDB), em Patrocínio, no Alto Paranaíba, ganhou repercussão nacional por também ter sido registrada ao vivo em uma live transmitida pela própria vítima. O autor dos cinco disparos foi o ex-secretário de Obras, Jorge Marra, irmão do atual prefeito da cidade. Ele está preso desde o fim de setembro e acabou indiciado por homicídio, porte ilegal de arma e roubo, devido à subtração do celular de Remis. A Polícia Civil, porém, descartou o enquadramento do caso como crime político. “Apesar de alguns políticos terem tentado nos influenciar [durante as investigações], nossa atuação é independente”, disse o delegado regional Valter André.
Pernambuco, por sua vez, é o recordista de assassinatos vinculados à política. Foram 13 mortes desde janeiro. Gameleira, com 30.000 habitantes, por exemplo, teve dois de seus 11 vereadores executados. A motivação dos crimes ainda está em investigação. “É um estado que há muito tempo figura como um dos lugares onde há mais atentados contra políticos. Nas cidades do interior, rivalidades políticas passam de pai pra filho, e a violência se reproduz de geração para geração”, diz Pablo Nunes. Em Itambé, na divisa com a Paraíba, apelidada de “Fronteira do Medo”, o empresário Adson Mattos foi assassinado por denunciar e criticar políticos da região em agosto, uma década depois da execução de seu primo Manoel Mattos (PT), que era vereador e ativista dos direitos humanos.
Para Renato Sérgio de Lima, a atmosfera bélica de divisão no cenário político nacional lembra os conflitos recentes às vésperas da eleição americana e favorece o embrutecimento dos embates regionais. “O Brasil sempre teve histórico de resolver de forma violenta suas contendas eleitorais. Logo, a violência política não é uma novidade”, afirma o pesquisador. “Atualmente, estamos mimetizando o que acontece nos Estados Unidos. Uma polarização tão grande da sociedade que faz as pessoas se sentirem liberadas para eliminar o inimigo. A banalização do discurso de ódio autoriza que a política continue fazendo suas vítimas.”
Matéria originalmente publicada em 9 de novembro, atualizada em 11 de novembro com novas informações. Fonte: https://brasil.elpais.com
ELEIÇÃO NO PARANÁ: Carro atropela manifestantes em passeata
- Detalhes
Um carro desgovernado atropelou 09 pessoas que estavam na passeata de um candidato a prefeito de Centenário do Sul- PR, neste sábado (07), pela manhã. Segundo a imprensa local, sete pessoas tiveram ferimentos leves e duas foram atendidas no Hospital de Centenário do Sul em estado mais grave - tendo uma delas sido transportada de helicóptero para Londrina, dada gravidade dos ferimentos.
O condutor alegou que o carro deu problema no freio. Testemunhas que estiveram no local relataram que o veículo estava em uma velocidade incompatível com a via. A Polícia Militar atendeu a ocorrência e encaminhou os relatórios para investigações da Polícia Civil. Fonte: https://tnonline.uol.com.br
Eleição – 2020: Voto e Estrada
- Detalhes
O Frei Petrônio de Miranda, Padre Frade Carmelita e Jornalista- Direto da Ilha da Gipóia em Angra dos Reis/RJ- fala sobre a importância voto no próximo dia 15. Câmera: Bruno Moreira. Convento do Carmo de Angra/RJ, 12 de novembro-2020. Críticas e sugestões de temas direto no whatsapp do Frei. (21) 98291-7139. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio
Moradia digna: um direito essencial em tempos de pandemia
- Detalhes
Luciana Novaes, vereadora do PT do Rio de Janeiro
Durante a pré-história os seres humanos desenvolveram técnicas de domesticação de plantas e animais em um processo que historiadores e antropólogos conhecem como sedentarização. Aos poucos deixamos de vagar pelo mundo em busca de alimentos e passamos a construir o que chamamos hoje de moradia. Desde então, as habitações se tornaram elementos indispensáveis para a boa manutenção da vida humana. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, no artigo 25°, reconhece que todo ser humano deve ter um padrão de vida suficiente para garantir a si e a sua família saúde e bem-estar, e isso inclui a habitação. O mesmo faz a Constituição Brasileira ao garantir no artigo 6º que a moradia é um direito social.
Porém, os dispositivos legais não foram suficientes para assegurar moradia digna para todos os brasileiros. Estima-se que o Brasil tenha um déficit habitacional de cerca de 7,7 milhões de residências. Na cidade do Rio de Janeiro, a situação é dramática e faltam mais de 220 mil habitações. Ao mesmo tempo, a capital fluminense é a segunda cidade com o aluguel mais caro do país, perdendo apenas para São Paulo. A defasagem no número de domicílios é um dos fatores que fizeram a população de rua do município crescer acentuadamente. Dados da Defensoria Pública do Rio de Janeiro de 2019 estimam que ao menos 15 mil cariocas estão no relento. Por sua vez,os abrigos atendem apenas 2,3 mil pessoas menos de 15% do necessário.
No meio da crise do coronavírus, não são apenas os desabrigados que preocupam, mas também quem reside em habitações insalubres. É preciso lembrar que 22,5% da população da cidade do Rio de Janeiro mora em favelas. Na periferia da cidade o isolamento social mostrou-se inviável, e um dos motivos é a precariedade das habitações. Na Rocinha, por exemplo, 38% dos moradores dividem o mesmo cômodo com uma ou mais pessoas, já na Tijuca esse percentual cai para apenas 2% dos habitantes.
Contudo, o poder público municipal parece dar de ombros para o problema habitacional, mesmo quando se trata de conter o vírus. Medidas paliativas que poderiam amenizar a situação de quem não dispõe de uma casa segura nesse momento não foram tomadas. É o caso do arrendamento de hotéis inoperantes, que poderiam abrigar parcela da população de rua, ou mesmo servir para isolar casos suspeitos. Essa medida foi importante, por exemplo, na Itália, cuja rede hoteleira acolheu moradores de rua e cidadãos que não tinham condições de isolamento, uma vez que nos centros urbanos como a Lombardia grande parte das habitações são apartamentos verticais pouco espaçosos.
A pandemia escancara aos gestores públicos que é preciso frear a grande especulação imobiliária no município do Rio de Janeiro, que supervaloriza imóveis enquanto escanteia para os morros e os cantões urbanos os pobres e desabrigados, negando a eles o direito à cidade. É necessário também apostar em uma política pública justa de urbanização e construção de moradias populares. Moradia digna não pode ser o privilégio de poucos, deve ser direito de todos. Fonte: https://jornalistaslivres.org
O caminhão da mudança chegou: a nova ordem mundial do despejo
- Detalhes
Por Joaquim Ferreira dos Santos
Junte tudo que é seu - os comprimidos de hidroxicloroquina, as bíblias de araque que você não leu, os tweets em caixa alta, a bílis escorrendo no canto da boca – e, vá, se mande, faz o que mais dia menos dia se torna inevitável na vida de todo ignorante empoderado. Sai de fininho, o rabo entre as pernas, deste palácio que não te pertence mais. Tudo passa, chegou a hora de pastar longe daqui.
Hoje é você, amanhã será o outro que te arremeda, e esta ordem de despejo que ora aqui se apresenta devia estar pronta, afixada desde sempre, na porta dos fundos dos gabinetes de todos os adoradores da morte, do autoritarismo e do preconceito. O pé na bunda lhes é destino e ponto final, seja na Pensilvânia, Roraima ou Irajá.
Fora, malandragem, com a tralha de tacos de golfe, camisas de time de futebol, piadinhas homofóbicas, caneta Bic, e volta ao condomínio da tua insignificância municipal. O mundo gira, a Lusitana roda, e o caminhão de mudança já está na porta para carregar os cacarecos dourados da cafonice, a máquina de bronzear laranja, a arma embaixo do travesseiro, o muro na fronteira e toda a traquitana maligna da falta de consideração pelo próximo. Deu pra ti, grosseirão!
Os votos demoram a ser contados, alguns chegarão apenas no próximo domingo, outros ainda em dois anos, mas eis que já se fazem evidentes os trovões de volta à civilidade e eles estão mostrando a porta da rua para que você saia sem alguém lhe bater. Prazo de locação vencido. A tristeza não é mais senhoria. Faz as malas, pica a mula, puxa o carro, vaza, sebo nas canelas, rala peito - e não tenha o topete de aparecer tão cedo.
Deixa as emas na santa paz laica do quintal. De resto, encaixota os demônios vermelhos com que você assustava a vizinhança. Leva também a seringa para injetar desinfetante na veia dos seus doentes, a luz ultravioleta para combater o vírus da família e todas a cristaleira de mentiras, decretos de incentivo ao caos, ao tiroteio, ao golden-shower e ao uso do leite moça no recheio do pão.
Desta vez não é uma gripezinha, é o cartão vermelho, o fim de jogo e o suspiro aliviado por quem já vai tarde. Os supremacistas, os milicianos, a Fox News, os guardiões dos hospitais, os juízes conservadores, os generais de pijama, todo esse exército de homens de bem, com Deus no peito e a suástica no coração, foi insuficiente para convencer os demais inquilinos de que o ódio seria bom pastor e vizinho. Hoje não tem cantoria de pastor gospel, mas a decisão unânime dos moradores - você está despejado!
Pela vulgaridade ideológica, por falar aos gritos, palavrões aos berros, desprezar máscaras, gays, negros, mulheres e todos os funcionários do palácio. Posto isso, enquanto não se faz obrigatória aos governantes a vacina do bom senso, a assembleia aqui reunida resolveu aplicar em vossa ex-excelência este artigo primeiro, parágrafo único, da lei internacional do ponha-se-no-olho-da-rua. Favor deixar a chave na portaria e pagar os atrasados. Atenção: o condomínio não aceita dinheiro vivo. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Eleição – 2020: Ainda temos 8 dias!
- Detalhes
O Frei Petrônio de Miranda, Padre Frade Carmelita e Jornalista- Direto do Morro da Caixa D`Água em Angra dos Reis/RJ, fala sobre a importância voto no próximo dia 15. Convento do Carmo de Angra/RJ, 8 de novembro-2020. Críticas e sugestões de temas direto no whatsapp do Frei. (21) 98291-7139. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio
A saudação dos bispos dos EUA a Biden: agora é tempo de unidade
- Detalhes
Dom Gomez falou em nome da Conferência Episcopal: "Parabenizamos o senhor Biden e reconhecemos que se une a John F. Kennedy como segundo presidente dos Estados Unidos a professar a fé católica".
Vatican News
O arcebispo de Los Angeles e presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Dom José H. Gomez, divulgou uma nota após a vitória de Joe Biden nas eleições do último dia 3 de novembro.
“Agradecemos a Deus pela bênção da liberdade. O povo americano se expressou nestas eleições. Agora, é o momento de os nossos líderes se unirem num espírito de unidade nacional e se disporem ao diálogo e ao compromisso pelo bem comum.
Como católicos e estadunidenses, as nossas prioridades e a nossa missão são claras. Estamos aqui para seguir Jesus Cristo, para testemunhar o seu amor em nossas vidas e para construir o seu reino sobre a terra. Creio que neste momento da história dos Estados Unidos, os católicos têm o dever especial de serem agentes de paz, de promover a fraternidade e a confiança recíproca e de rezar por um renovado espírito de verdadeiro patriotismo no nosso país.
A democracia requer que todos nós nos comportemos como pessoas virtuosas e autodisciplinadas. Requer que respeitemos a livre expressão das opiniões e nos tratemos uns aos outros com caridade e civilidade, mesmo que estejamos profundamente em desacordo em nossos debates sobre questões de direito e de política pública.
Assim, reconhecemos que Joseph R. Biden, Jr. recebeu votos suficientes para ser eleito o 46° presidente dos Estados Unidos. Parabenizamos o senhor Biden e reconhecemos que se une a John F. Kennedy como segundo presidente dos Estados Unidos a professar a fé católica. Nos congratulamos também com a senadora da Califórnia Kamala D. Harris, que se torna a primeira mulher da história a ser eleita vice-presidente.
Peçamos à Bem-aventurada Virgem Maria, padroeira desta grande nação, que interceda por nós. Nos ajude a trabalhar unidos para realizar a bela visão dos missionários e fundadores dos Estados Unidos: uma nação sob Deus, onde se defenda a santidade de cada vida humana e se garanta a liberdade de consciência e de religião." Fonte: https://www.vaticannews.va
Vereador Zico Bacana recebe alta após ser baleado e diz que foi vítima de tentativa de homicídio
- Detalhes
Atingido de raspão na cabeça, Zico Bacana (Podemos) participou de uma pelada em Ricardo de Albuquerque e estava num bar em um bairro vizinho no momento da ação. Rio já registrou 14 cidades com denúncias de milicianos e traficantes infiltrados na eleição
Filipe Vidon
RIO — Após ter alta do Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, o vereador e candidato à reeleição Zico Bacana (Podemos) afirmou nesta terça-feira que foi vítima de uma tentativa de homicídio na noite anterior. O parlamentar participou durante a tarde de segunda de uma partida de futebol em Ricardo de Albuquerque, bairro vizinho, e estava num bar no momento em que teria acontecido o ataque, ficando ferido de raspão na cabeça.
O vereador passou a madrugada na Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, prestando depoimento e na saída falou com a equipe do Bom Dia Rio, da TV Globo, sobre a ação. Segundo o candidato, ele não vinha sofrendo ameaças de vida, mas acredita que foi uma tentativa de homicídio. Zico Bacana ainda disse que tudo aconteceu muito rápido e não viu de onde partiram os disparos.
– Eu só queria deixar bem claro, o parlamentar não pode ficar passando por isso, o parlamentar é para o povo, é para ajudar a população. Em momento algum, ele pensa que isso vai acontecer com ele porque ele quer o bem da população e faz o seu melhor. E infelizmente isso tá acontecendo com vários outros políticos durante esses meses aí - lamentou.
Segundo testemunhas, os bandidos chegaram às 20h em dois carros e começaram a efetuar os disparos contra o vereador. Além do parlamentar, outras quatro pessoas também foram baleadas, sendo que duas não resistiram e morreram no local. Um deles é um criminoso que integrou a ação e o outro um cliente que estava no mesmo bar. Investigadores seguem buscando outras informações que ajudem a localizar os outros integrantes do crime.
Em um primeiro momento a assessoria de Zico Bacana confirmou que ele tinha sido baleado e informou que ele corria risco de vida. Em torno das 21h voltaram atrás, afirmaram que o tiro tinha sido de raspão na cabeça e que o quadro do vereador era estável.
Policial militar e presidente da Comissão de Defesa Civil da Câmara, Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana, há dois anos chegou a ser chamado para prestar depoimento sobre a morte de Marielle Franco (PSOL). Na época, sua defesa afirmou que a oitiva, que durou cerca de 4 horas, foi dada na condição de testemunha. Ele também foi citado na CPI das Milícias, como suposto integrante de um grupo de paramilitares que atuavam nas favelas da Palmeirinha e da Eternit, em Guadalupe, ligação que ele também nega.
Escalada da violência política
Segundo informações reunidas pelo Disque Denúncia, 14 cidades do Estado do Rio registram milicianos e traficantes infiltrados no processo eleitoral. A pedido do GLOBO, o órgão elaborou um relatório com base em ligações recebidas pelo órgão desde o início da campanha, em 27 de setembro, até o último dia 13.
A maior parte relata atuação de milicianos para interferir no pleito, 24 ao todo. Outras 13 apontam a influência do tráfico. Em cinco municípios, foram registradas denúncias tanto de traficantes quanto de paramilitares direcionando votos e impedindo a presença de candidatos: Rio, Itaguaí, Duque de Caxias, Belford Roxo e Niterói.
Entre os casos mais recentes de violência, apenas três dias antes do caso de Zico Bacana, uma cabo eleitoral aliada da família Cozzolino — que permaneceu à frente da Prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense, por quase duas décadas e agora tenta voltar — foi morta a tiros na manhã da última sexta-feira, menos de 12 horas após prestar depoimento na Polícia Federal. Renata Castro, de 38 anos, disse à PF que estava sendo ameaçada pelo vereador Clevinho Vidal (PCdoB), segundo fontes do Extra.
Renata Castro foi assassinada menos de 12 horas após denunciar à Polícia Federal ameaças de adversários políticos Foto: Reprodução
Renata estava em casa, no bairro Fragoso, quando foi morta com ao menos 14 tiros. Para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), responsável pelo caso, a principal linha de investigação é crime político.
Até a primeira metade de outubro, mais dois casos foram registrados: no dia 15, o candidato a vereador Domingos Barbosa Cabra (DEM), de 57 anos, foi morto a tiros na noite deste sábado, no bairro do Cabuçu, em Nova Iguaçu. Ele foi alvejado por diversos disparos, realizados por homens com toucas ninjas, enquanto também estava num bar. Domingão, como era conhecido na região, chegou a ser encaminhado para a UPA de Cabuçu, porém não resistiu aos ferimentos.
Antes dele, no dia 1º de outubro, Mauro Miranda da Rocha, de 41 anos, também candidato a vereador em Nova Iguaçu, pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC), foi morto a tiros no Bairro Rancho Fundo. O político levou tiros na cabeça, braço e peito. Ele ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na chegada ao Hospital Geral de Nova Iguaçu. Fonte: https://oglobo.globo.com
Fiéis a Trump, cristãos conservadores se firmam como um dos pilares de apoio do presidente
- Detalhes
Integrantes do grupo acreditam que presidente cumpriu promessas e lhes deu voz e poder; descontentamento com estilo agressivo do republicano, no entanto, começa a aparecer
Paola de Orte, especial para O Globo
GREENSBORO, EUA — “Deus abençoe o presidente Trump”, diz um outdoor na I-95, a estrada interestadual que percorre a Costa Leste dos Estados Unidos, quando ela atravessa a Carolina do Norte. Mensagens religiosas de apoio ao presidente são comuns no Cinturão da Bíblia, que abarca o Sul dos EUA, do Texas ao Alabama e às Carolinas do Sul e do Norte. Nesse arco, o protestantismo evangélico conservador desempenha papel mais forte na sociedade do que em outras regiões, e esse papel transborda para a política.
Para a maioria dos eleitores protestantes da região e de outras mais conservadoras no Meio-Oeste do país, os quatro anos de governo Trump significaram um período de promessas cumpridas e reconhecimento do poder de uma voz até então negligenciada e mesmo menosprezada por Hollywood e pela mídia.
— Jesus deu uma parábola que é perfeita para as eleições — disse ao GLOBO o pastor Jim Muld na última quarta-feira, logo antes do início do culto na igreja A Casa da Adoração de Greensboro, usando a assistente de voz para abrir a “parábola dos dois filhos” no celular. — Um homem tinha dois filhos e pediu para irem trabalhar. O primeiro disse “sim, vou”, mas não foi. O outro disse “não vou”, mas depois pensou melhor e foi. Jesus perguntou: quem era o mais justo?
Aliança paradoxal
A relação entre Trump e os evangélicos pode parecer paradoxal à primeira vista. O magnata apresentador de TV chegou a defender que mulheres pudessem decidir sobre o aborto, está no terceiro casamento e adota estilo pouco conservador nas palavras e nas atitudes. Em 2015, se colocou como o candidato dos cristãos e disse frequentar uma igreja em Manhattan que negou que ele fosse um fiel assíduo.
Apesar da aparente contradição, o apoio se explica por uma razão: o grupo entende que Trump faz, enquanto outros apenas prometiam, como na parábola lida pelo pastor.
Entre as promessas de Trump em 2016 estavam a mudança da embaixada americana em Israel para Jerusalém e a indicação de juízes conservadores para a Justiça federal e para a Suprema Corte — que poderiam, no futuro, reverter a decisão que abriu caminho para o aborto legal em todos os estados americanos. Ambas foram cumpridas.
— Ele ama os EUA e o povo de Deus — diz a dona de casa Sarah Bazen, que usava uma camiseta com os dizeres “Jesus é meu salvador, Trump é meu presidente” no comício de Trump em Greenville, Carolina do Norte, na última quinta.
Frequentadora de uma igreja batista, Sarah percorreu 250 quilômetros de sua casa em Asheboro para assistir ao comício com a família e amigos.
— Este presidente nos deu uma voz — diz a dona de casa de 31 anos Charity Younts, que também integrava o grupo de Asheboro. — Ele deu aos cristãos uma voz, a pessoas que são pró-vida uma voz, a pessoas que são pró-Israel uma voz, e, pela primeira vez em muitos, muitos anos, provavelmente desde Ronald Reagan, nós sentimos que temos alguém que nos apoia.
O sentimento que Charity descreve é similar ao de outros evangélicos da base do presidente. Ela conta que, antes de Trump, sentia que sua crença não importava e que os cristãos eram “cidadãos de segunda classe”.
— Parecia que todos tinham voz: muçulmanos, outras religiões. O que é bom, é a beleza dos EUA. Eles devem ter como ter uma voz, mas a nossa voz foi silenciada na tentativa de proteger outras religiões.
Evangélicos brancos são a base mais fiel de Trump desde o início do seu mandato: 78% dizem que vão votar no presidente, segundo pesquisa do Centro de Pesquisas Pew desta semana. Entre protestantes negros, o número se inverte: 90% votarão em Biden. Protestantes não evangélicos e católicos brancos também apoiam o presidente, mas com margem de diferença bem menor: pouco mais da metade prefere Trump a Biden. Se católicos latinos forem somados, Biden ganha por pouco.
— A base evangélica se importa com dois temas: aborto e temas relacionados à comunidade LGBT+. Eles querem muito reverter Roe x Wade e mudar a Suprema Corte — diz David Schultz, professor de Ciências Políticas da Universidade Hamline, em referência à decisão de 1973 que permitiu o aborto em todos os estados. — Eles gostam mais de Trump do que de George Bush e até Reagan, porque, na visão deles, ele está entregando resultados nos temas importantes. Eles não se importam com seu estilo de vida pessoal.
Além dos jantares para líderes religiosos na Casa Branca, Trump também se empenhou em demonstrar o prestígio do grupo de outras formas. Em sua disputa com a mídia, deu preferência aos meios de comunicação cristãos: no primeiro ano de governo, deu mais entrevistas à Christian Broadcasting Network, do televangelista Pat Robertson, do que aos grandes canais de televisão CNN, ABC e CBS.
A Carolina do Norte está entre os dez estados mais religiosos dos EUA, com 66% dos habitantes rezando diariamente, segundo o Pew. O estado é terra natal de Billy Graham (1918-2018), o “pastor dos presidentes”, que teve audiências com ocupantes da Casa Branca de Harry Truman a Barack Obama.
No final do ano passado, o editor-chefe da revista Christianity Today, ligada ao legado de Graham, publicou um editorial em defesa do impeachment de Trump. Apesar da grande repercussão, o texto acabou resultando na saída do editor, Mark Galli. Ficou evidente que o apoio da comunidade evangélica ao presidente continuava forte.
Em busca de caráter
Forte, mas não igual ao de quatro anos atrás. A pesquisa do Centro Pew desta semana mostrou que a aprovação dos evangélicos brancos a Trump escorregou: de 76% para 72% ao longo da Presidência. Entre brancos protestantes não evangélicos, caiu de 60% para 53%, e entre os outros grupos religiosos está abaixo dos 50%.
— Cresci na igreja, e na época era significativo dizer que você ia à igreja: as pessoas pensavam que podiam confiar em você — diz o caminhoneiro Joe Coltrane, de 48 anos, que participou do culto liderado pelo pastor Jim em Greensboro (o estado permite cultos durante a pandemia).
Coltrane é forte opositor do aborto legalizado —“eu amo ela!”, diz sobre a indicada por Trump para a Suprema Corte, Amy Barrett — e confirma o sentimento de que Hollywood teria traído os cristãos, tratando-os como bobos ou loucos em filmes e séries.
— Eu tinha um adesivo no meu carro que dizia “eu amo minha igreja”, e um cara ateu do meu trabalho me atacava constantemente, mesmo eu tendo sido sempre gentil.
Apesar de ter votado em Trump há quatro anos, Coltrane não o apoia incondicionalmente. A igreja evangélica que frequenta está passando por mudanças: apesar de quase todos os 50 fiéis que acompanharam o culto da quarta estarem sem máscaras e muitos terem confirmado que votaram em Trump em 2016, alguns demonstram preocupação com seu caráter, sua maneira de comprar brigas públicas e políticas mais agressivas contra os direitos humanos, como a separação de crianças de suas famílias na fronteira. Chegam a cogitar se um novo voto de confiança valerá a pena.
— Eu procuro caráter. Eu gostaria de ter uma pessoa com caráter, como Obama. Foi maravilhoso ter um homem afro-americano lá em cima para quem as crianças afro-americanas podiam olhar e dizer “nós somos ótimos, somos boas pessoas, Deus nos fez e podemos ser grandes também”. Isso significou muito para mim, não o fato de ele ser um democrata — diz Joe, que é registrado como republicano, votou em Obama em 2008 e está em dúvida sobre o que fará neste ano. — Eu sou caminhoneiro, tenho que gastar um dia de férias para votar. E realmente estou indeciso. Fonte: https://oglobo.globo.com
Como um vídeo de Bolsonaro gerou revolta e demissão no alto escalão do Facebook
- Detalhes
Como um vídeo de Bolsonaro gerou revolta e demissão no alto escalão do Facebook
Por Rennan Setti
Reprodução de live de Bolsonaro sobre índios | Reprodução
Reportagem da edição desta semana da revista “New Yorker” revela como uma live de Jair Bolsonaro provocou revolta e debate acalorado no alto escalão do Facebook, culminando na demissão de um engenheiro. Ele pediu para sair inconformado com a aparente condescendência dos executivos da rede social com supostas violações das regras da plataforma pelo presidente brasileiro.
A live controversa foi aquela em que Bolsonaro afirmou que “cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós”, gravada em janeiro passado. Segundo conta Andrew Marantz — que assina a reportagem da “New Yorker” e é autor do livro “Antisocial”, sobre extremismo on-line —, notícias sobre a declaração do presidente chocaram David Thiel, um especialista em cibersegurança baseado na sede do Facebook, em Menlo Park, Califórnia.
Ele ficou ainda mais inconformado quando constatou que o Facebook não havia removido o vídeo, apesar de clara violação à regra que veda discursos que “desumanizem” ou classifiquem de sub-humano qualquer grupo ou etnia (em português, os termos falam em conteúdo “degradante”).
'Politicamente incorreto'
Prontamente, Thiel publicou na Workplace, rede social interna do Facebook, um questionamento sobre a permanência do vídeo na plataforma. Dois experts, um em Brasília e outro em Dublin, avaliaram a queixa e concluíram que a declaração de Bolsonaro não violava as regras. De acordo com a reportagem, o especialista baseado em Brasília justificou a decisão informando que Bolsonaro é “politicamente incorreto” e que, na verdade, o presidente falava em sentindo figurado.
“Na verdade, ele quis dizer que os índios estão se tornando mais integrados à sociedade”, explicou o especialista, de acordo com a “New Yorker”.
Thiel discordou da avaliação e suspeitou da objetividade do colega, “já que ele havia trabalhado para pelo menos um político pró-Bolsonaro”, descreveu a revista. O engenheiro recorreu, então, a instâncias superiores, e pelo menos quatro membros do time responsável pela política de conteúdo do Facebook concordaram em se reunir virtualmente com Thiel para debater o tema.
PowerPoint
O engenheiro estava tão inconformado com a tolerância do Facebook com Bolsonaro que preparou um PowerPoint de 15 slides para convencer a “banca” de que o brasileiro violou, sim, as regras da plataforma. Segundo a reportagem, a apresentação recorria até a definições de dicionário e outras declarações racistas de Bolsonaro para provar seus argumentos. Um dos slides lembrava um discurso em que Mark Zuckerberg dizia que declarações “desumanizantes” são o primeiro passo para a incitação da violência.
Mas os interlocutores se mostraram irredutíveis, segundo Thiel, interrompendo seus argumentos e questionando a credibilidade do engenheiro. Em março, dois meses depois da live de Bolsonaro, Thiel se demitiu, revoltado com a complacência de seus superiores.
“O Facebook está hoje cada vez mais alinhado com os ricos e poderosos, permitindo que eles sigam regras diferentes”, acusou o engenheiro, em post publicado na rede social interna no dia de sua saída.
Segundo a revista, pouco depois de Thiel postar sua despedida, o time de conteúdo contatou o engenheiro contando que haviam mudado de ideia sobre o discurso do Bolsonaro. Ele preferiu sair mesmo assim.
Hoje, Thiel é diretor técnico do Observatório da Internet de Stanford, universidade mais prestigiosa do Vale do Silício.
(Atualização: Após a publicação da nota pela coluna, o Facebook enviou a seguinte nota à Capital:
“Proibimos discurso de ódio e aplicamos nossas regras de conteúdo globalmente, independentemente da posição ou afiliação política de quem publicou. Sabemos que temos mais a fazer, mas estamos progredindo na forma como aplicamos nossas regras e auditamos nossos processos com frequência para garantir precisão e imparcialidade”.). Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Renda básica de R$ 7 mil: Vereadores aumentam salários discretamente em cidades pequenas
- Detalhes
Aos 57 anos, Marcio Bittar é um político em ascensão no Congresso. Chegou ao Senado há apenas 20 meses, pelo MDB do Acre, e já é relator de alguns dos mais disputados projetos da temporada legislativa. Entre eles, está o programa de renda básica que Jair Bolsonaro sonha levar embaixo do braço para os palanques da reeleição.
Bittar foi comunista de carteirinha, no PCB, e estudante na extinta União Soviética. Girou a chave na vida de pecuarista no noroeste do Acre, região recordista em incêndios, desmatamentos e conflagrada pelo narcotráfico na fronteira com Peru e Bolívia. Tornou-se um expoente da bancada ruralista, onde há gente que quase enfarta quando ouve a palavra “Ibama”, e um conservador em cruzada contra a liberação do aborto.
Tenta negociar solução para uma antiga equação, insolúvel aos olhos de muitos comunistas e conservadores: reduzir os gastos públicos e, ao mesmo tempo, criar um mecanismo de transferência de renda aos pobres.
Ninguém é contra, todos são a favor do combate à corrupção, da luz elétrica e da água encanada. Mas sobra ceticismo no Congresso e no governo. Não é conspiração, somente apatia diante da paisagem do abismo social. Ela é hipnótica em regiões como Sena Madureira e Feijó, vizinhas acreanas, onde Bittar trocou a retórica comunista pelos votos ruralistas. Fonte: https://oglobo.globo.com
Eleição no Rio: A Record e Crivella
- Detalhes
Eleição no Rio: A Record e Crivella
Subliminar, mas nem tanto
A Record escalou o elenco para divulgar seu novo número de WhatsApp. O final é 1010. Todos falam: “Dez, dez”. Mostram as mãos e continuam: “Não esqueçam: DEZ, DEZ”. Só que dez é o número de Marcelo Crivella. Lembrando que uma vinheta parecida já foi tirada do ar pela Justiça Eleitoral por divulgar o Salmo 22, quando o número de Crivella era... 22. Fonte: https://kogut.oglobo.globo.com
TSE firma parceria com WhatsApp para identificar disparos em massa, robôs e banir contas
- Detalhes
Tribunal Superior Eleitoral também oficializou colaboração com Facebook e Instagram
Paulo Cappelli
BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral anunciou, nesta quarta-feira, uma parceria com WhatsApp, Facebook e Instagram para combater a disseminação de fake news, de disparos em massa, e para divulgar medidas de segurança para o combate à Covid-19 durante as eleições municipais de novembro.
No evento virtual, que contou com a participação do presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e de representantes das três redes sociais, foi comunicado que o WhatsApp disponibilizará um canal de comunicação para denunciar contas suspeitas de realizar disparos em massa, o que é proibido.
— O TSE será a primeira autoridade eleitoral do mundo a ter um chart bot dentro do aplicativo, que permitirá aos eleitores interagirem com o Tribunal Superior Eleitoral no WhatsApp. Haverá um canal específico para que a Justiça Eleitoral e cidadãos possam denunciar contas suspeitas de fazerem disparos em massa. Recebida a denúncia, o Whatsapp conduzirá uma apuração interna para verificar se as contas indicadas violaram as políticas do aplicativo. E, se for o caso, irá bani-las — explicou Aline Osorio, secretária-geral do TSE.
Foi anunciada ainda parceria com Facebook e Instagram para ajudar a divulgar iniciativas para o combate às fake news e medidas de segurança para o enfrentamento ao Covid-19 na eleição municipal deste ano.
— Buscamos enfrentar o que tem sido chamado de comportamentos inautênticos coordenados: uso de robôs, perfis falsos, circulação em larga escala de notícias deliberadamente falsas. E enfrentar sem criar um novo mal que, seria a censura. A revolução tecnológica digital resultou nessa difusão dos computadores e no surgimento da internet. É importante impedir que as redes sociais, que têm um papel agregador, sejam utilizadas muitas vezes com maus propósitos, seja para vantagem ilícita, difamar pessoas e destruir componentes essenciais à democracia — disse Barroso. Fonte: https://oglobo.globo.com
Impulsionamento pago de candidatura nas redes pode ser vetado esta semana pelo TSE
- Detalhes
Por Lauro Jardim
O impulsionamento pago das candidaturas de candidatos a prefeitos e vereadores no Facebook, Instagram e Google já começou. Mas pode ter vida curta.
O TSE se reúne nesta semana para continuar a votação, virtual, de uma ação que pode vetar o uso do fundo partidário para esta modalidade de propaganda. Por enquanto, dois votos foram dados. Um a favor e um contra. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU
- Detalhes
Leia a íntegra do discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU
Presidente atacou a imprensa por “disseminar” o pânico na pandemia de coronavírus. Sobre os incêndios na Amazônia e no Pantanal, se colocou como vítima de “campanha de desinformação”
O presidente Jair Bolsonaro utilizou seu discurso para a 75ª Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira para eximir seu Governo das responsabilidades pela gestão da pandemia de coronavírus, que até o momento causou mais de 137.000 mortes no Brasil, e dos devastadores incêndios na Amazônia e no Pantanal. Para isso, atacou adversários como a imprensa, ao afirmar que ela “politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população” e que o país é vítima “de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal”. Leia a seguir o discurso na íntegra.
"Senhor Presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir,
Senhor Secretário-Geral da ONU, António Guterres, a quem tenho a satisfação de cumprimentar em nossa língua-mãe,
Chefes de Estado, de Governo e de Delegação,
Senhoras e senhores,
É uma honra abrir esta Assembleia com os representantes de nações soberanas, num momento em que o mundo necessita da verdade para superar seus desafios.
A covid-19 ganhou o centro de todas as atenções ao longo deste ano e, em primeiro lugar, quero lamentar cada morte ocorrida. Desde o princípio, alertei, em meu País, que tínhamos dois problemas para resolver, o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade.
Por decisão judicial, todas as medidas de isolamento e restrições de liberdade foram delegadas a cada um dos 27 Governadores das unidades da Federação. Ao Presidente, coube o envio de recursos e meios a todo o País.
Como aconteceu em grande parte do mundo, parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema “fique em casa” e “a economia a gente vê depois”, quase trouxeram o caos social ao país.
Nosso Governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior.
Nosso Governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior.
Concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente mil dólares para 65 milhões de pessoas, o maior programa de assistência aos mais pobres no Brasil e talvez um dos maiores do mundo.
Destinou mais de 100 bilhões de dólares para ações de saúde e socorro a pequenas e microempresas, assim como compensou a perda de arrecadação dos Estados e Municípios.
Assistiu a mais de 200.000 famílias indígenas com produtos alimentícios e prevenção à covid.
Estimulou, ouvindo profissionais de saúde, o tratamento precoce da doença.
Destinou 400 milhões de dólares para pesquisa, desenvolvimento e produção da vacina de Oxford no Brasil.
Não faltaram, nos hospitais, os meios para atender aos pacientes da covid.
A pandemia deixa a grande lição de que não podemos depender apenas de umas poucas nações para a produção de insumos e meios essenciais para nossa sobrevivência. Somente o insumo da produção de hidroxicloroquina sofreu um reajuste de 500% no início da pandemia.
Nesta linha, o Brasil está aberto para o desenvolvimento de tecnologia de ponta e inovação, a exemplo da Indústria 4.0, da inteligência artificial, da nanotecnologia e da tecnologia 5G, com quaisquer parceiros que respeitem nossa soberania e prezem pela liberdade e pela proteção de dados.
No Brasil, apesar da crise mundial, a produção rural não parou. O homem do campo trabalhou como nunca e produziu, como sempre, alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas.
O Brasil contribuiu para que o mundo continuasse alimentado.
Nossos caminhoneiros, marítimos, portuários e aeroviários mantiveram ativo todo o fluxo logístico para distribuição interna e exportação.
Nosso agronegócio continua pujante e, acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta.
Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal.
A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha, escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o Governo e o próprio Brasil.
Somos líderes em conservação de florestas tropicais. Temos a matriz energética mais limpa e diversificada do mundo.
Mesmo sendo uma das 10 maiores economias do mundo, somos responsáveis por apenas 3% da emissão de carbono.
Garantimos segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% de nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e a agricultura – números que nenhum outro país possui.
O Brasil desponta como o maior produtor mundial de alimentos. Por isso, há tanto interesse em propagar desinformações sobre o nosso meio ambiente.
Estamos abertos para o mundo naquilo que de melhor temos para oferecer, nossos produtos do campo. Nunca exportamos tanto. O mundo cada vez mais depende do Brasil para se alimentar.
Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas.
Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar os autores desses crimes.
Lembro que a Região Amazônica é maior que toda a Europa Ocidental. Daí a dificuldade em combater não só os focos de incêndio, mas também a extração ilegal de madeira e a biopirataria. Por isso, estamos ampliando e aperfeiçoando o emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com a participação das Forças Armadas.
O nosso Pantanal, com área maior que muitos países europeus, assim como a Califórnia, sofre dos mesmos problemas. As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição.
A nossa preocupação com o meio ambiente vai além das nossas florestas. Nosso Programa Nacional de Combate ao Lixo no Mar, um dos primeiros a serem lançados no mundo, cria uma estratégia para os nossos 8,5 mil quilômetros de costa.
Nessa linha, o Brasil se esforçou, na COP25, em Madri, para regulamentar os artigos do Acordo de Paris que permitiriam o estabelecimento efetivo do mercado de carbono internacional. Infelizmente, fomos vencidos pelo protecionismo.
Em 2019, o Brasil foi vítima de um criminoso derramamento de óleo venezuelano, vendido sem controle, acarretando severos danos ao meio ambiente e sérios prejuízos nas atividades de pesca e turismo.
O Brasil considera importante respeitar a liberdade de navegação estabelecida na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
Entretanto, as regras de proteção ambiental devem ser respeitadas e os crimes devem ser apurados com agilidade, para que agressões como a ocorrida contra o Brasil não venham a atingir outros países.
Não é só na preservação ambiental que o País se destaca. No campo humanitário e dos direitos humanos, o Brasil vem sendo referência internacional pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que chegam ao Brasil a partir da fronteira no Estado de Roraima.
A Operação Acolhida, encabeçada pelo Ministério da Defesa, recebeu quase 400 mil venezuelanos, deslocados devido à grave crise político-econômica gerada pela ditadura bolivariana.
Com a participação de mais de 4 mil militares, a Força-Tarefa Logística Humanitária busca acolher, abrigar e interiorizar as famílias que chegam à fronteira.
Como membro fundador da ONU, o Brasil está comprometido com os princípios basilares da Carta das Nações Unidas: paz e segurança internacional, cooperação entre as nações, respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais de todos. Neste momento em que a Organização completa 75 anos, temos a oportunidade de renovar nosso compromisso e fidelidade a esses ideais.
A paz não pode estar dissociada da segurança. A cooperação entre os povos não pode estar dissociada da liberdade.
O Brasil tem os princípios da paz, da cooperação e da prevalência dos direitos humanos inscritos em sua própria Constituição, e tradicionalmente contribui, na prática, para a consecução desses objetivos.
O Brasil já participou de mais de 50 operações de paz e missões similares, tendo contribuído com mais de 55 mil militares, policiais e civis, com participação marcante em Suez, Angola, Timor Leste, Haiti, Líbano e Congo.
O Brasil teve duas militares premiadas pela ONU na Missão da Republica Centro-Africana pelo trabalho contra violência sexual.
Seguimos comprometidos com a conclusão dos acordos comerciais firmados pelo Mercosul com a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio. Esses acordos possuem importantes cláusulas que reforçam nossos compromissos com a proteção ambiental.
Em meu Governo, o Brasil finalmente abandona uma tradição protecionista e passa a ter, na abertura comercial, ferramenta indispensável de crescimento e transformação.
Reafirmo nosso apoio à reforma da Organização Mundial do Comércio, que deve prover disciplinas adaptadas às novas realidades internacionais.
Estamos igualmente próximos do início do processo oficial de acessão do Brasil à OCDE. Por isso, já adotamos as práticas mundiais mais elevadas em todas as áreas, desde a regulação financeira até os domínios da segurança digital e da proteção ambiental.
No meu primeiro ano de Governo, concluímos a reforma da Previdência e, recentemente, apresentamos ao Congresso Nacional duas novas reformas: a do sistema tributário e a administrativa.
Novos marcos regulatórios em setores-chave, como o saneamento e o gás natural, também estão sendo implementados. Eles atrairão novos investimentos, estimularão a economia e gerarão renda e emprego.
O Brasil foi, em 2019, o quarto maior destino de investimentos diretos em todo o mundo. E, no primeiro semestre de 2020, apesar da pandemia, verificamos um aumento do ingresso de investimentos, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso comprova a confiança do mundo em nosso Governo.
O Brasil tem trabalhado para, em coordenação com seus parceiros sul-atlânticos, revitalizar a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul.
O Brasil está preocupado e repudia o terrorismo em todo o mundo.
Na América Latina, continuamos trabalhando pela preservação e promoção da ordem democrática como base de sustentação indispensável para o progresso econômico que desejamos.
A liberdade é o bem maior da humanidade.
Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia.
Também quero reafirmar minha solidariedade e apoio ao povo do Líbano pelas recentes adversidades sofridas.
Cremos que o momento é propício para trabalharmos pela abertura de novos horizontes, muito mais otimistas, para o futuro do Oriente Médio.
Os acordos de paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, e entre Israel e o Bahrein – três países amigos do Brasil, com os quais ampliamos imensamente nossas relações durante o meu Governo –, constituem excelente notícia.
O Brasil saúda também o Plano de Paz e Prosperidade lançado pelo Presidente Donald Trump, com uma visão promissora para, após mais de sete décadas de esforços, retomar o caminho da tão desejada solução do conflito israelense-palestino.
A nova política do Brasil, de aproximação simultânea a Israel e aos países árabes, converge com essas iniciativas, que finalmente acendem uma luz de esperança para aquela região.
O Brasil é um país cristão e conservador, e tem na família sua base.
Deus abençoe a todos.
Muito obrigado".
Fonte: https://brasil.elpais.com
Governo vai decidir perdão de R$ 1 bi em dívida de igrejas
- Detalhes
Aprovada no Congresso, proposta aguarda sanção no momento em que presidente tenta consolidar base
Marcello Corrêa
BRASÍLIA — No momento em que busca consolidar uma base de apoio no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro tem até sexta-feira para decidir se sanciona ou veta trecho de um projeto de lei que concede um perdão bilionário a igrejas e templos. A proposta, apresentada pela bancada evangélica, beneficia instituições religiosas que hoje devem quase R$ 1 bilhão em dívidas previdenciárias e tributárias, ao anular multas aplicadas pelo não pagamento de contribuições que incidem sobre a remuneração de pastores e líderes.
A medida, que vinha sendo negociada desde o ano passado, foi apresentada pelo deputado federal David Soares (DEM-SP), filho do missionário R.R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus. O parlamentar incluiu a proposta em um projeto de lei que trata sobre regras para pagamento de precatórios. A manobra foi revelada ontem pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
Segundo a proposta, igrejas e templos ficam livres do recolhimento da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). Além isso, as autuações relacionadas às dívidas desses tributos ficam canceladas. Em outra frente, o trecho anula as multas pelo não pagamento de contribuições previdenciárias que incidem sobre remunerações de pastores, padres e sacerdotes aplicadas antes de 2015, quando essas cobranças foram suspensas por outra lei.
Hoje, a Constituição proíbe a cobrança de impostos sobre “templos de qualquer culto”. A imunidade, no entanto, não isenta as entidades de recolherem contribuições, que são outro tipo de tributo, administradas apenas pelo governo federal. Segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), instituições religiosas têm hoje R$ 889 milhões em débitos inscritos na Dívida Ativa da União, considerando apenas dívidas previdenciárias e tributárias. Nem todas as pendências seriam afetadas pela imunidade aprovada pelo Congresso.
A emenda apresentada por Soares foi questionada pelo relator da proposta na Câmara, deputado Fábio Trad (PSD-MS). De acordo com o parlamentar, a proposta viola a Constituição, justamente porque o texto não prevê a imunidade para igrejas na cobrança de contribuições, apenas para impostos, como IPTU e Imposto de Renda. “Não podemos dar nosso apoio a esta emenda”, escreveu Trad, no relatório.
Apesar da ressalva do relator, a proposta foi aprovada com folga, com 345 favoráveis e 125 contrários. A liderança do governo na Câmara orientou favoravelmente ao perdão tributário. Os votos contrários foram puxados por partidos de oposição, como PT, PSOL e PCdoB. O texto foi aprovado no Senado sem alterações.
Ao justificar a proposta, David Soares afirmou que as autuações sobre as igrejas são resultado de “interpretações equivocadas da legislação”. Segundo o parlamentar, isso faz com que as instituições tenham que acionar a Justiça para contestar as cobranças.
— O que estou fazendo aqui é sinal de justiça. Ninguém está criando benefício algum. Nós estamos executando a lei aprovada por esta Casa, mas que a casa fiscal maior do Brasil recusa-se a cumprir. Ela rasga a Constituição, interpreta-a do seu próprio jeito — disse o parlamentar, no dia da aprovação.
A proposta de perdão tributário ocorre em um momento em que a equipe econômica tem defendido a redução dos benefícios tributários, que diminuem a entrada de recursos nos cofres públicos. Só no ano que vem, essas renúncias fiscais chegarão a R$ 341,9 bilhões, de acordo com dados da Receita Federal.
Interlocução
Ao mesmo tempo, o pedido da bancada evangélica ocorre quando Bolsonaro busca aumentar a interlocução com parlamentares. Caso sancione a medida, este não seria o primeiro aceno do presidente ao segmento. No ano passado, o governo apoiou um projeto de lei que flexibiliza obrigações fiscais de instituições religiosas. A articulação foi selada após um encontro com o
Em fevereiro deste ano, levantamento do GLOBO mostrou que Bolsonaro privilegiou lideranças evangélicas em suas agendas públicas no ano passado. Ao longo de 2019, foram 40 encontros com representantes de entidades religiosas — uma média de três reuniões por mês.
O tema deve voltar a ser discutido na tramitação da reforma tributária, hoje em análise por uma comissão mista, formada por deputados e senadores. Como os projetos em análise alteram a Constituição, será possível ampliar as imunidades tributárias a igrejas. No fim de julho, esse pedido já foi feito ao deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da proposta. Fonte: https://oglobo.globo.com
Na república dos falsos profetas
- Detalhes
Por Joaquim Ferreira dos Santos
O pastor Evraldo batiza Bolsonaro no Rio Jordão | Divulgação
Eu nasci há dez mil anos atrás e foi mais ou menos no início dessa jornada milenar que vi na Praça Quinze o profeta vestido de branco, uma barba comprida igualmente branca, tudo para dar a impressão de que acabara de saltar do papiro bíblico. Chamava-se Gentileza, escrevia “Deus” nas paredes, e com ele aprendi uma lição. O homem que diz sou, não é. Era só aparecer uma moça de minissaia e o profeta corria atrás da pecadora, gritando para que ardesse no fogo dos infernos. As aparências enganam. Gentileza era puro ódio.
O Brasil é a república dos falsos profetas, dos santos de pau oco, a terra roxa onde, se plantando o medo de Deus no coração dos trouxas, tudo dá e será permitido. Tem bandido que não está nem aí para as aparências e vai sacando do revólver, “mãos ao alto”, exigindo que o otário lhe passe a grana. Há o de outro tipo que saca do coldre a ameaça divina, “Deus acima de todos”, para realizar sem derramamento de sangue os mesmos despropósitos. É o tipo que está no poder.
Não vai aqui qualquer blasfêmia contra Deus, em quem todos pomos fé irrestrita. O problema em 2020 é acreditar nos seus divulgadores. O governador, homem de bem flagrado na semana passada com a mão no bem alheio, faz o sinal da cruz sempre que passa diante de uma igreja. A pastora-deputada-evangélica com nome de flor, 55 filhos amorosos como plataforma política, escalou meia dúzia deles para formar uma quadrilha e - todos juntos, família acima de tudo - matar o pai da prole.
O Brasil já teve beatos melhores, vozes sofridas da palavra do Messias, e os coitados acabaram perseguidos como bandidos que não eram. Antônio Conselheiro saiu pelo sertão misturando a Bíblia com a dor de ter flagrado a mulher em adultério, e foi morto no acampamento revolucionário de Canudos. O beato Salu, da novela “Roque Santeiro”, gritava para a multidão de Asa Branca que “mais forte são os poderes de Deus”. Como é próprio da espécie, anunciava o fim do mundo.
Os fanáticos de 2020 trocaram a bata branca pelo terno preto, mas continuam ameaçando para breve o fim do mundo, provocado agora pela combinação diabólica da nuvem de gafanhoto do comunismo e a pouca vergonha da maconha. Recriaram o medo e monetizaram a ignorância, na certeza de que o Brasil é campeão mundial do desemprego, mas tem sempre vago um cargo terrivelmente bem assalariado de “Salvador da Pátria”. Exige-se apenas discurso moralista em defesa da família, como fazia a deputada-flor nas sessões plenárias pela manhã, poucas horas depois de passar a noite no pegapracapá do clube de swing.
Eu nem precisava ter nascido há tanto tempo para saber que no Brasil, com a exceção da Irmã Dulce, santo de casa não faz milagre. Rouba, difama, mata, racha. Basta ler os relatórios do Coaf e os autos dos processos contra esses falsos tementes do fogo do inferno. O pastor, que usou as águas do Rio Jordão para lavar a imagem do fã da tortura, também tinha a sua quadrilha – e o jornal de amanhã deve trazer na primeira página algum novo crime do evangelismo municipal, do protestantismo estadual ou do cristianismo federal. Deus foi arrolado como cúmplice, mas é inocente. Dez mil anos atrás, ele me disse - tem horror a essa gente mentirosa e ruim. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Em missa, governador em exercício no Rio, Cláudio Castro, cantou em Igreja na Barra
- Detalhes
Em sermão, padre disse: 'O que adianta ao homem ganhar tudo neste mundo e perder a dignidade, a ética pessoal?'
Felipe Grinberg e Márcia Foletto
RIO — O governador em exercício Cláudio Castro participou na manhã deste domingo de uma missa na Paróquia Santa Rosa de Lima, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Católico e também cantor, Castro tocou violão na celebração deste domingo e cantou em diversos momentos, como durante o recolhimento da oferta e da eucaristia. Sempre de máscara, somente nos momentos das canções retira o item de proteção.
Castro participou dos cantos ao longo da celebração. Castro tocou violão na celebração deste domingo e cantou em diversos momentos, como durante o recolhimento da oferta e da eucaristia. Sempre de máscara, somente nos momentos das canções retirou o item de proteção. Já acostumado a usar o item grande parte do seu dia, em uma música até esqueceu de retirar a máscara para cantar. Com uma camisa pólo cor de vinho, Castro recebeu a hóstia ao lado do microfone, o que é comum entre os fiéis que fazem parte das bandas.
Na missa, Castro estava com um semblante tranquilo e tentou não se destacar entre os fiéis. Dois de seus seguranças chegaram minutos antes do governador em exercício, que foi acompanhado de sua esposa e filhos. Os carros oficiais que levaram a família estavam descaracterizados e não usaram as sirenes no caminho. Grande parte dos policiais que atuam na sua segurança também aguardaram o fim da celebração do lado de fora da igreja.
Os olhos dos fiéis ficaram atentos ao padre Marcelo Araújo, mas em algumas canções, um ou outro sacou o celular para filmar e fotografar o governador em exercício. Cantando como primeira voz na maior parte das músicas, ele dividiu o microfone com duas outras pessoas é foi acompanhado apenas por um violão. No fim da missa, alguns fiéis também aproveitaram para desejar boa sorte a Castro, que se limitou a dizer que estava "trabalhando duro".
Sem citar Castro, o padre Marcelo Araújo começou o sermão com a história bíblica do profeta Jeremias que aparece no Antigo Testamento e foi escolhido por Deus, mas no início acreditava não estar pronto para a missão divina. Então, após aceitar sua missão, o profeta faz da sua vida “generosa a Deus a para o povo”, mesmo após ser ridicularizado e desprezado por alguns. Ao longo da sua fala, o padre Marcelo Araújo ainda disse que para ser cristão e católico é preciso de realizar boas ações também fora da igreja
— Algumas pessoas vivem como se Deus não existisse, muitas vezes cedemos a tentação do dinheiro e do poder. Nossa salvação não está em bens terrenos. O que adianta ao homem ganhar tudo neste mundo, mas perder a dignidade, a boa fama, sua imagem e a ética pessoal? — indagou o pároco. — Não basta ser cristão católico só na igreja e na família. Tenho que ser cristão na minha vida acadêmica, profissional — completou.
Funções na Igreja
Cláudio Castro tem funções específicas na Igreja, como participar da liturgia e dos cânticos nas missas. Foi por meio da religião que chegou à política. Tudo começou no Encontro de Jovens com Cristo. Com o padre Zeca, participou, em 1998, do movimento Deus é Dez. Ali se tornou amigo de Márcio Pacheco, também católico, de quem se tornou, mais tarde, assessor, no Detran, na Câmara dos Vereadores e na Assembleia Legislativa.
Tentou ser vereador em 2012, teve oito mil votos. Em 2016, com 10 mil votos, foi eleito. Foi Castro que levou o famoso Padre Omar, da paróquia São José da Lagoa, ao catolicismo: os dois estudaram juntos na adolescência e começaram juntos a frequentar o encontro de jovens com Cristo. Guarda as imagens do encontro que teve com o Papa Francisco, em Roma, no ano passado, e também um terço que mantém no bolso permanentemente. Nascido em Santos (SP), veio para o Rio com 1 ano de idade e perdeu a mãe aos três. Casado, tem dois filhos. Fonte: https://oglobo.globo.com
Pág. 478 de 664