PRISÃO DE LULA: Manifestantes depredam emissora de TV e agridem repórter em JP
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Manifestantes que realizavam um protesto no centro de João Pessoa na tarde desta sexta-feira (06) depredaram o prédio da TV Cabo Branco, afiliada da Rede Globo.
Um grupo de vândalos atirou pedras nas janelas e derrubou o portão de entrada de veículos da sede da empresa. Muitos funcionários tiveram que ser retirados de seus postos de trabalho. Ninguém ficou ferido.
Um jornalista da rádio Band News que fazia a cobertura do protesto foi agredido por quatro vândalos. Eles derrubaram o gravador e o celular que o jornalista usava para trabalhar e deram vários socos nele.
Todas as imagens com flagrantes de vandalismo vão ser entregues à polícia. Fonte: https://paraibaonline.com.br
PRISÃO DE LULA: Prazo dado por Moro termina sem Lula se entregar à Polícia Federal
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imagens ao vivo - Mídia Ninja
Advogados do petista e Polícia Federal negociam os próximos passos. Discurso de Lula é esperado em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo
O prazo dado ao juiz Sérgio Moro para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se entregasse à Polícia Federal se esgotou às 17h desta sexta-feira sem que o petista anunciasse como agirá. As últimas informações são de que os advogados de Lula, a Polícia Federal e a Justiça negociam os próximos passos.
Desde a determinação da prisão feita por Moro, a intenção de Lula nunca foi se entregar conforme sugerido pelo magistrado. Como o Correio divulgou ontem, Lula espera transformar sua prisão em um grande ato político, reforçando o discurso de que é vítima.
Há, portanto, a possibilidade de Lula esperar ser preso no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, onde está desde a quinta-feira à noite (o que a PF tenta evitar a qualquer custo), ou se dirigir à Polícia federal em São Paulo. No entanto, Lula deve fazer um discurso ainda neste fim de tarde.
Especialistas ouvidos pelo Correio explicam que Lula não tem a obrigação de se apresentar à Polícia Federal. O prazo dado por Moro era uma concessão, que cabe ao ex-presidente aceitar ou não. O cumprimento da prisão é uma função da Polícia Federal. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
PRISÃO DE LULA: Lula diz que não vai se entregar em Curitiba
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A prisão do ex-presidente foi decretada pelo juiz Sérgio Moro; ele tem até às 17h30 desta sexta-feira (6) para se apresentar à Polícia Federal
O ex-presidente Lula decidiu não se entregar à Polícia Federal (PF). Ele confirmou à Folha de S.Paulo por volta das 8h30 desta quinta-feira (6), que não irá para Curitiba, mesmo após ter prisão decretada pelo Sérgio Moro.
O petista passou a noite no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo dos Campos (SP), com os filhos, amigos e dirigentes do partido, e pretende continuar por lá durante o dia. Moro decretou que Lula se apresente á PF em Curitiba, até às 17h30 desta sexta-feira (6).
A decisão do juiz foi tomada após receber ofício da autorização da prisão de Lula, do Tribunal Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Fonte: http://bahia.ba
PRISÃO DE LULA: MST bloqueia estradas contra a prisão de Lula
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou o bloqueio de rodovias em diversos Estados protestando contra a ordem de prisão ao ex-presidente Lula. A ideia é bloquear cerca de 50 rodovias nos 24 estados em que o movimento está presente.
Já existem bloqueios na Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso e Pernambuco. Durante a manhã desta sexta-feira (06) as manifestações e piquetes vão se multiplicar por todo o País.
Um dos principais coordenadores do MST, João Pedro Stédile, afirmou que a tentativa de prisão de Lula é um golpe contra o povo brasileiro. “Prender Lula é prende o povo”, disse ele. Fonte: www.esmaelmorais.com.br
ELEIÇÕES- 2018: Ex-presidente Dilma Rousseff será candidata ao Senado por Minas Gerais
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Nesta quinta, Lula e Dilma estavam reunidos com outras lideranças do partido no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, na Grande SP, para definir os próximos passos da legenda nas eleições deste ano
Nessa quinta, Lula e Dilma estavam reunidos com outras lideranças do partido no
A ex-presidente Dilma Rousseff vai ser candidata ao Senado nas eleições deste ano. A petista deve mudar seu domicílio eleitoral para Minas Gerais ainda nesta sexta-feira (6/4), onde passará a morar. A notícia surgiu em uma tarde agitada, após a ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser expedida nessa quinta-feira (5/4) pelo juiz federal Sérgio Moro.
Nessa quinta, Lula e Dilma estavam reunidos com outras lideranças do partido no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, na Grande SP, para definir os próximos passos da legenda nas eleições deste ano.
Em 2017, uma enquete promovida pelo mandato Sempre na Luta, do deputado estadual Rogério Correia (PT-MG), apontou que a maioria ampla gostaria que a ex-presidenta Dilma Rousseff fosse a candidata do PT ao Senado, nas eleições deste ano. O levantamento, realizado no perfil do parlamentar no Twitter, contou com a participação de 2.208 pessoas.
Elas responderam a seguinte questão: “Dilma tem até este sábado para optar se será candidata a senadora em Minas pelo PT. Ajude na decisão. Dilma senadora em MG?”. Dos que responderam, 89% optaram pelo “sim” e 11% optaram por “não.” Ao ser questionado pelo EM quanto a candidatura, o deputado não quis confirmar a informação sobre a possível candidatura de Dilma ao Senado. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
Não há o que se comemorar com a prisão de Lula
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Não existe nenhum motivo para contentamento ou satisfação na execução da pena que a Justiça Federal aplicou ao ex-presidente Lula.
A trajetória pessoal e política do petista e o seu envolvimento e empatia com fatia expressiva da população brasileira, notadamente a situada nas camadas mais populares, é algo admirável e singular. Mas, à luz do sol, é pouco provável e até ilógico que o ex-presidente não tenha tomado conhecimento do ´rosário´ de negociatas que permearam a sua gestão e da ex-presidente Dilma.
É sabido, deploravelmente, que a corrupção é uma chaga impregnada na cultura da administração pública brasileira, com um longo rastro de impunidade.
Mas o que potencializa o ciclo petista é a carga de simbologia que envolveu a chegada de Lula ao poder. Não podia, não devia ter dado nisso. Era “a esperança vencendo o medo”, um salto e um marco na vida da Nação.
Tudo isso é algo triste e melancólico, até porque um País aprendeu com Lula a avançar “sem medo de ser feliz”. Fonte: https://paraibaonline.com.br
Lula preso até às 17h desta sexta, determina Sérgio Moro
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Documento foi divulgado pela Justiça Federal do Paraná, principal sede da Operação Lava Jato
O juiz Sérgio Moro decretou nesta quinta-feira a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) negar um pedido de habeas corpus da defesa do presidente. A ordem, emitida pela Justiça de Curitiba, é que Lula se entregue até às 17h desta sexta-feira, "vedada a utilização de algemas em qualquer hipótese".
A rapidez da decisão foi uma surpresa até mesmo para os jornalistas e para o entorno do petista. Essa decisão não era esperada para esta quinta-feira. Um dos motivos é que, de acordo com a fontes do tribunal de Justiça do Paraná, antes de decretar a prisão de Lula, Moro teria de ser oficialmente notificado da negativa do STF ao petista, o que não se sabe se ocorreu.
Lula foi condenado a 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter recebido como propina da construtora OAS um tríplex no Guarujá e reformas neste imóvel, num valor total de 2,4 milhões de reais. A ação correu no âmbito da Operação Lava Jato. A primeira sentença é do juiz Moro, que foi conformada em 24 de janeiro passado pelo Tribunal Regional Federal 4 (TRF-4), órgão de segunda instância.
No decreto de prisão Moro afirmou que "não cabem mais recursos com efeitos suspensivos junto ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região". Sobre os "embargos dos embargos" a que a defesa do ex-presidente ainda tinha direito, o juiz disse que se tratam de "uma patologia protelatória e que deveria ser eliminada do mundo jurídico". "De qualquer modo", continua o juiz, "embargos de declaração não alteram julgados, com o que as condenações não são passíveis de alteração na segunda instância".
Moro disse ainda no decreto que o pedido de prisão está "conforme o precedente inaugurado pelo plenário do Egrégio Supremo Tribunal Federal (...) e conforme a decisão pro maioria (...) no habeas corpus 152.752". O habeas corpus em questão, impetrado pela defesa de Lula, foi analisado e negado pelo STF na quarta-feira.
O ex-presidente ficará detido, ao menos temporariamente, em uma cela separada, "em razão da dignidade do cargo ocupado"."Foi previamente preparada uma sala reservada, espécie de Sala de Estado Maior, na própria Superintendência da Polícia Federal, para o início do cumprimento da pena, e na qual o ex-presidente ficará separado dos demais presos, sem qualquer risco para a integridade moral ou física", escreveu Moro.
Agora, com a prisão decretada, a grande chance de Lula é a análise, pelo STF, de duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade. Elas pedem a revisão do entendimento da Corte que permite o início da execução de pena após prisão em segunda instância. A expectativa é de que existe maioria no tribunal (6 votos a favor e cinco contrários) para alterar a jurisprudência adotada pelo Supremo em 2016, que permitia a prisão após sentença por órgão colegiado. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, no entanto, tem se mostrado reticente a pautar a matéria.
Polarização e tensão
Lula ainda não se pronunciou sobre a derrota no STF e sobre a prisão. Nesta tarde, ele estava reunido na sede do Instituto Lula, informa a repórter Talita Bedinelli, do local, no bairro do Ipiranga em São Paulo. Pouco depois da notícia da ordem de prisão, o petista deixou a sede de sua fundação.
O ex-metalúrgico que governou o Brasil entre 2003 e 2019 é um dos líderes mais populares e mais odiados da história do país. O anúncio da sua prisão chocou seus apoiadores enquanto provocou manifestações de júbilo em várias cidades, com reportes de fogos de artifício em Brasília e em ao menos um bairro nobre de São Paulo. Fonte: https://brasil.elpais.com
STF nega habeas corpus e permite prisão de Lula
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Após mais de 10 horas de julgamento, Cármen Lúcia desempatou e placar ficou em 6 a 5 contra o pedido do ex-presidente
O Supremo Tribunal Federal levou mais de dez horas para negar, na início da madrugada desta quinta-feira, 5, o pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por 6 votos a 5, com desempate da presidente Carmen Lúcia. A ministra reafirmou entendimento anterior de que é possível execução provisória de pena após confirmação da segunda instância judicial, sem prejuízo ao princípio da presunção de inocência
“Estou mudando [meu voto] porque estamos cometendo injustiças aos borbotões” Gilmar Mendes, ministro
Agora, a execução da prisão do ex-presidente depende do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que, em janeiro, condenou Lula a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP).
“Não há como reputar ilegal a decisão do Superior Tribunal de Justiça contra a qual Lula se insurge" Rosa Weber, ministra
A defesa de Lula ainda tem possibilidade de impetrar um último recurso no TRF-4, mas que não tem poder de resultar na modificação da sentença condenatória. O prazo de 12 dias para apresentação desse recurso começou a contar no último dia 27.
“Os poderes do Estado são limitados pela Constituição, que não pode submeter-se ao império dos fatos e circunstâncias” Celso de Mello, ministro
Lula acompanhou o julgamento do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e entrou e saiu sem dar declaração à imprensa.
Votos
O relator, o ministro Edson Fachin, abriu o julgamento e negou o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente, sob alegação de que acompanha entendimento recente da maioria da Corte, de que é possível executar uma pena depois de esgotadas as instâncias ordinárias da Justiça.
O que foi contrariado por Gilmar Mendes, que ressaltou a grande repercussão do caso em questão e criticou que a "possibilidade" de prisão depois de decisão de segunda instância judicial tenha se tornado automática no Brasil. "A possibilidade virou obrigação", registrou Mendes.
Depois do primeiro intervalo da sessão, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso votaram contra Lula e concordaram que a prisão depois de sentença em segundo grau não seria ilegal nem abuso de poder.
Ao enumerar casos que levam anos para serem julgados, Barroso disse que esse não é o país que quer deixar para os filhos dele, um país de "impunidade" em que apenas os que não têm recursos ficam presos, enquanto corruptos, estupradores e homicidas ficam soltos por conta de recursos judiciais. "Um pais feio e desonesto que dá os incentivos errados e extrai o pior das pessoas", descreveu.
Rosa Weber, um dos votos mais esperados por conta da dúvida quanto ao posicionamento que tomaria, votou contra Lula. Ela foi seguida, depois de mais um intervalo na sessão, por Luiz Fux que teve o mesmo entendimento.
O julgamento mudou de rumo a partir do voto de Dias Toffoli, que foi favorável a Lula. Toffoli defendeu a discussão não apenas do caso específico, mas sobre a jurisprudência do Supremo quanto as prisões em segunda instância. “Não há petrificação da jurisprudência. Entendo por possibilidade de reabrir o embrulho e enfrentar a questão de fundo”, explicou.
Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello também votaram em favor do habeas corpus e o placar ficou empatado em 5 a 5. Os favoráveis ao habeas corpus ressaltaram a observância ao princípio da presunção de inocência, previsto na Constituição Federal. Lewandowski afirmou que a liberdade é o direito mais importante e Marco Aurélio Mello foi enfático: "No Brasil presume-se que todos sejam salafrários até prova em contrário".
Coube à presidente da Corte, a ministra Cármen Lúcia, dar o chamado voto de minerva e, como já estava claro durante todo o julgamento, foi contra o pedido da defesa do petista.
Polêmica
Gilmar Mendes criticou a imprensa, que chamou de ofensiva e chantagista, e afirmou que a intolerância existente hoje no Brasil foi gestada com atos do PT: "Aprenderam na oficina do diabo", opinou. Para Gilmar Mendes, o PT teria implantado no país o "germe ruim" da violência e deveria pedir desculpas públicas por isso.
O ministro disse ainda que o Supremo não pode ser pautado pela mídia nem os resultados dos julgamentos orientados pelo posicionamento dos veículos de comunicação. "Se um tribunal for se curvar a isso é melhor que desapareça, que deixe de existir", frisou.
O desabafo foi uma forma do ministro explicar que tem direito de mudar de posicionamento em relação à possibilidade de prisão após decisão de segunda instância sem ser taxado de incoerente.
Polêmica II
Alexandre de Moraes que teve o posicionamento contra Lula questionado pelo advogado do ex-presidente, José Roberto Batochio, disse que o fato se deu porque o advogado conversaria durante o voto e, por isso, não teria compreendido.
Democracia
Na abertura do julgamento, a presidente do STF afirmou que a Corte guarda a Constituição e que a Justiça cumpre papel "insubstituível" na democracia.
“Toda decisão judicial é importante, entretanto algumas têm, eventualmente, maior impacto que outras. Mas todas são tratadas pelos juízes com igual rigor e responsabilidade por este e por qualquer outro tribunal do país”, ressaltou.
Lula foi condenado a 12 anos e um mês de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo caso Triplex. Em sessão realizada no último dia 22 de março, os ministros do Supremo concederam liminar que garantiu que o ex-presidente esperasse em liberdade pelo resultado do pedido de habeas corpus no Supremo.
A defesa de Lula entende que a determinação do TRF-4 de pedir a execução da pena após julgamento da segunda instância judicial representa uma ameaça ao direito de locomoção do ex-presidente e comprometeria a presunção de inocência. Sustenta ainda que o STF assentou a possibilidade e não obrigação de execução provisória, ainda que não há motivação concreta que justifique a necessidade da prisão. Fonte: http://atarde.uol.com.br
Em nota, PSOL repudia declaração do comandante do Exército
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O PSOL publicou uma nota oficial repudiando as declarações do general Vilas Boas na véspera (03) do julgamento do Habeas Corpus preventivo do ex-presidente Lula. O comandante do Exército usou sua conta no Twitter dizendo compartilhar os anseios dos “cidadãos de bem em repúdio à impunidade”.
A declaração foi recebida como mais uma forma de pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) para que negue o HC de Lula. As associações com o golpe militar de 1964 foram inevitáveis em função da posição que Vilas Boas exerce nas forças armadas. Leia a nota do PSOL:
PSOL repudia declarações do General Villas Boas
O PSOL repudia com veemência as declarações do general Vilas Boas, proferidas às vésperas do julgamento do STF. Em tom inaceitável, o comandante das Forças Armadas sugere veladamente que o Exército poderia agir a depender do resultado do julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Lula. Dessa forma, o General age como “indutor” da violência entre os brasileiros, incentivando os mais desequilibrados a se insurgir contra a Constituição brasileira.
Nesta terça-feira (03), o general da reserva Luís Gonzaga Schroeder Lessa já havia incentivado a violência entre os brasileiros. Na semana passada, o ex-oficial afirmou que “Vai ter derramamento de sangue, infelizmente é isso que a gente receia.” Disse ainda que essa crise “vai ser resolvida a bala”.
O Brasil está sobressaltado com o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, que desfaz a ideia de que a intervenção militar no Rio de Janeiro teria vindo para solucionar a violência. Soma-se a isso os atentados a bala contra a comitiva de Lula, no Sul do país. O quadro é de uma escalada de violência política inédita desde a redemocratização. A declarações do General Villas-Boas só agravam esse cenário.
Bandos de extrema-direita – incentivados por figuras do mundo político e agora das Forças Armadas – ameaçam as liberdades democráticas. O Brasil só vencerá a profunda crise em que se encontra com mais democracia e coibindo ameaças intolerantes e desequilibradas como as aqui mencionadas.
Não abriremos mão dos direitos democráticos e da necessidade premente da união de todos os setores progressistas e democráticos em uma frente contra a violência, o fascismo e a escalada autoritária.
Executiva Nacional do PSOL
03 de abril de 2018
Fonte: www.esmaelmorais.com.br
Em nota, PT acusa Globo de incitar um novo golpe militar
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O Partido dos Trabalhadores publicou na manhã desta quarta-feira (04) uma nota oficial acusando a Rede Globo de incentivar um novo golpe militar. Segundo a nota, a emissora quer “repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de Jango Goulart.”
O documento assinado pela senadora Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, pelo senador Lindbergh Farias, líder do partido no Senado, e pelo deputado Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara dos Deputados condena a pressão da emissora contra o Habeas Corpus de Lula que será julgado hoje no Supremo Tribunal Federal.
Por fim, a nota conclama a realização de eleições livres e democráticas como a única saída para a crise política que o país vive desde fim das eleições de 2014. Sem os “vetos autoritários a Lula”. Leia a íntegra a seguir:
Nota do PT:
É escandalosa a pressão da Rede Globo para que o Supremo Tribunal Federal negue ao ex-presidente Lula o direito constitucional de se defender em liberdade da condenação ilegal e injusta, sem crime nem provas, imposta por Sérgio Moro e agravada em decisão previamente combinada da 8a. Turma do TRF-4.
Chegaram ontem (3/4) ao cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando uma declaração do comandante do Exército, general Villas Boas, ao julgamento marcado para hoje do habeas corpus em defesa de Lula no STF.
Não é natural da democracia que chefes militares se pronunciem sobre questões políticas ou jurídicas, como vem ocorrendo nos últimos dias. Mais estranho ainda é que uma manifestação do comandante do Exército, general Villa Boas, em rede social, seja divulgada e manipulada no decorrer de uma edição do Jornal Nacional especialmente dedicada (23 minutos) a pressionar os ministros do STF.
Nos governos do PT, prestigiamos as Forças Armadas como nenhum outro desde a redemocratização do País. Em nossos governos, não faltou fardamento nem rancho para os recrutas. Investimos na defesa das fronteiras terrestres, das águas territoriais e do espaço aéreo, devolvendo a dignidade aos militares.
E assim como defendeu o general Villas Boas nas redes sociais, nós do PT sempre combatemos a impunidade e respeitamos a Constituição, inclusive no que tange ao papel das Forças Armadas definido na Constituição democrática de 1988.
A defesa da Constituição implica em reconhecer a presunção da inocência, conforme definida no parágrafo 57 do artigo 5o. É o que esperamos que seja ratificado hoje pelo plenário do STF.
A Globo quer repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de Jango Goulart. E o faz agora para pressionar o Supremo. A Globo tem sido historicamente um veneno à democracia.
Colunistas amestrados da imprensa, porta-vozes do fascismo e até oficiais da reserva vêm brandindo a ameaça de um novo golpe militar contra o reconhecimento dos direitos de Lula. São as vozes do fascismo e da intolerância.
A saída para a crise política, econômica e social está na realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e sem vetos autoritários a Lula. E no respeito ao pacto político consagrado na Constituição de 1988. É este pacto, democrático, que o STF tem o dever de proteger.
Senadora Gleisi Hoffmann
Presidenta do Partido dos Trabalhadores
Senador Lindbergh Farias
Líder do PT no Senado Federal
Deputado Paulo Pimenta
Líder do PT na Câmara dos Deputados
Fonte: www.esmaelmorais.com.br
Comandante do Exército cita ‘repúdio à impunidade’; ministro nega mensagem de uso de força
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Declaração do general Villas Bôas ocorre na véspera de julgamento de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
BRASÍLIA — O comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, afirmou nesta terça-feira que a instituição "julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade". A declaração foi realizada na véspera do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em sua conta no Twitter, Villas Bôas disse que o Exército também defende o "respeito à Constituição, à paz social e à Democracia", e que a instituição "se mantém atenta às suas missões institucionais".
O general ainda destacou que, "nessa situação que vive o Brasil", é preciso questionar às instituições e ao povo quem "está pensando no bem do país" e "quem está preocupado apenas com interesses pessoais".
Procurado, o Centro de Comunicação Social do Exército confirmou que as postagens são de autoria do comandante e que elas revelam o que ele pensa sobre o momento do país.
O ministro interino da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, afirmou ao GLOBO que as publicaçõs do comandante do Exército foram no sentido contrário ao uso da força e que a população "pode ficar tranquila" em relação ao teor do que foi dito.
Luna disse ainda que não há, dentro do governo do presidente Michel Temer, qualquer sentimento de reprovação à iniciativa de Villas Boas.
– O general Villas Boas tem mostrado coerência, é uma marca de sua gestão. Ele tem preocupação com preceitos constitucionais. E valoriza nossas bases, que são os anseios do povo, o legado em termos de valores para as gerações futuras. A mensagem é que a população pode ficar tranquila, pois as instituições estão aqui. Não é uma mensagem de uso da força. É o contrário – afirmou o ministro interino da Defesa.
Segundo Luna, Villas Bôas "jamais faria algo diferente disso".
– Não há reprovação dentro do governo – afirmou.
Abaixo, a íntegra das mensagens de Villas Boas no Twitter, publicadas às 20h39m:
"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?"
"Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais."
GENERAIS DA ATIVA DO EXÉRCITO COMPARTILHAM MENSAGEM
Cerca de 40 minutos após o general publicar a mensagem em sua conta no Twitter, o ex-comandante do Comando Militar da Amazônia (CMA) general Geraldo Miotto compartilhou o post de Villas Boas e comentou:
"Estamos juntos meu COMANDANTE!!! Na mesma trincheira firmes e fortes!!!! Brasil acima de tudo!!! Aço !!!", escreveu.
Após dois anos à frente do CMA, Miotto foi substituído, em março, por outro general do Exército, César Augusto Nardi de Souza. Segundo o G1, Miotto deverá assumir o Comando Militar do Sul (CMS).
O general José Luiz Dias Freitas, comandante do Comando Militar do Oeste (CMO), também compartilhou a mensagem de Villas Bôas. Ele diz que o comandante "expressa as preocupações e anseios dos cidadãos brasileiros que vestem fardas".
"Mais uma vez o Comandante do Exército expressa as preocupações e anseios dos cidadãos brasileiros que vestem fardas. Estamos juntos, Comandante", diz o comandante.
Nesta quarta-feira, o Alto Comando do Exército, formado por Vilas Bôas e os 16 generais quatro estrelas da Força, irá se reunir às 17h. O encontro estava agendado desde a semana passada e, segundo militares, deve discutir a conjuntura política. Fonte: https://oglobo.globo.com
HC de Lula: Comandante diz que Exército está 'atento' contra impunidade
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Segundo ele, a corporação compartilha anseios do 'cidadão de bem'. O general Villas Boas usou as redes sociais para mandar o recado velado ao STF.
Na véspera da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o habeas corpus que pode evitar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o comandante do Exército Brasileiro, general Villas Boas, usou as redes sociais para dizer que a corporação está atenta às suas “missões institucionais".
“Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”, postou o general . Apesar de ele não citar o habeas corpus de Lula, a fala soou como um recado velado ao STF.
O chefe do exército disse ainda que é preciso avaliar as instituições do país. “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”, questionou.
Em cerca de uma hora, o post teve cerca de 6 mil curtidas e 3 mil compartilhamentos.
A declaração em um momento de total pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), que julga nesta quarta-feira (4) o habeas corpus de Lula. O petista foi condenado pelo Tribunal Regional Federal (TRF4) a 12 anos e um mês de prisão pelo caso do triplex no Guarujá.
Rodrigo Janot, ex-Procurador-Geral da República, lamentou a fala do general do Exército Brasileiro. Em sua página oficial no Twitter, Janot disse "Isso definitivamente não é bom. Se for o que parece, outro 1964 será inaceitável. Mas não acredito nisso realmente". Fonte: https://www.em.com.br
Gleisi Hoffmann: “É escandalosa a pressão da Rede Globo sobre o STF”
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A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, denunciou na noite desta terça (3) a “escandalosa” pressão da Rede Globo sobre o STF na véspera do julgamento do habeas corpus para Lula. Em três tuítes, a petista resume o desespero da emissora dos Marinho:
“É escandalosa a pressão da Rede Globo sobre o STF pra que seja negado o direito de Lula se defender em liberdade de uma condenação ilegal e injusta, sem provas, sem crime. Chegaram ao cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando ao julgamento um tuíte do comandante do Exército.”
“Assim como afirma o general Villas Boas, nós do PT defendemos o combate à impunidade e o respeito à Constituição, inclusive no que diz respeito ao papel das Forças Armadas. E o respeito à Constituição implica na garantia da presunção de inocência.”
“A Globo quer repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo Constitucional. E o faz agora para pressionar o Supremo. É o veneno da democracia!” Fonte: www.esmaelmorais.com.br
Papa Francisco telefona e conversa com mãe de Marielle Franco
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A Fundação detalhou que em um primeiro momento a filha de Marielle escreveu uma "afetuosa carta" a Francisco, que chegou ao pontífice através do argentino Gustavo Vera, amigo do papa desde que este era arcebispo de Buenos Aires
A Fundação detalhou que em um primeiro momento a filha de Marielle escreveu uma "afetuosa carta" a Francisco, que chegou ao pontífice através do argentino Gustavo Vera, amigo do papa desde que este era arcebispo de Buenos Aires.
Posteriormente, o papa tentou entrar em contato com Luyara Santos, filha de Marielle, mas finalmente falou com a mãe da vereadora através de uma ligação telefônica.
A vereadora Marielle Franco foi morta com quatro tiros na cabeça, no dia 14 de março, quando ia para sua casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro, quando criminosos emparelharam um veículo com o carro da vítima e dispararam nove vezes. O motorista do veículo, Anderson Gomes, também morreu. Uma assessora que estava no carro sobreviveu.
Marielle Franco era carioca do Complexo da Maré, negra, feminista, mãe aos 19 anos. Socióloga pela PUC/RJ e mestre em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Autora da dissertação “UPP – A redução da favela a três letras”. Marielle foi defensora de direitos humanos por 20 anos. Fonte: www.em.com.br
Papa Francisco ligou para mãe de Marielle Franco, diz irmã
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Pontífice telefonou momentos antes do ato ecumênico que homenageou a vereadora
RIO — Momentos antes da missa de sétimo dia para Marielle Franco (PSOL), o Papa Francisco ligou para a mãe da vereadora executada a tiros na semana passada. Segundo Anielle Franco, irmã de Marielle, a advogada Marinete Franco ficou muito emocionada com o telefonema, no qual o Pontífice expressou sua solidariedade à família e disse que está rezando por todos.
A cerimônia aconteceu nesta quarta-feira, na Igreja Nossa Senhora do Parto, no Centro. De acordo com Anielle, a ligação de Francisco ocorreu momentos antes da missa.
— Ela ficou tão emocionada que não entendeu muito o que ele falou. Ela contou que o Papa disse o nome de Marielle, prestou solidariedade e disse que estava rezando pela família — contou a irmã da parlamentar morta n quarta-feira da semana passada, junto com seu motorista, Anderson Gomes.
Anielle contou ainda que chegou em casa tarde da passeata em homenagem a Marielle, ontem à noite, e que não tinha conversado com a mãe. Ela ficou sabendo da ligação após receber telefonemas de pessoas perguntando se era verdade.
— Não acreditei que ele tinha ligado. A primeira coisa que eu pensei é que era um boato, mas foi verdade e estamos todos muito emocionados com esse carinho — disse. Fonte: https://oglobo.globo.com
PSOL vai ao CNJ contra desembargadora que acusou Marielle de 'engajamento' com bandidos
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Partido também deve processar Marilia Castro Neves, que afirmou que a vereadora descumpriu 'compromissos' com facção criminosa
RIO — O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) anunciou que vai entrar com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a desembargadora Marilia Catros Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que afirmou na sexta-feira em uma rede social que Marielle Franco, vereadora executada aos 38 anos com dois tiros na cabeça, "estava engajada com bandidos" e "não era apenas uma lutadora". O vereador Tarcísio Motta disse que o partido também deve acionar a desembargadora
"De forma absolutamente irresponsável, a desembargadora entrou na 'narrativa' que vem sido feita nas redes sociais para desconstruir a imagem de Marielle, do PSOL e da luta pelos direitos humanos", afirmou o partido em nota.
Segundo o PSOL, o texto está sendo preparado e deve ser protocolado no CNJ no início da semana. A desembargadora, no cargo desde 11 de dezembro de 2006, disse nas redes sociais que "a tal Marielle descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores", que, segundo Marília, seriam do Comando Vermelho. Marielle, na avaliação da desembargadora, foi assassinada "por seu comportamento, ditado por seu engajamento político".
"Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro", escreveu. O PSOL ainda afirmou, em nota, que está estudando uma possível ação judicial contra o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), que compartilhou uma postagem com boatos que estão se espalhando nas redes sociais sobre Marielle Franco. Na posagem, Fraga faz acusações contra a vereadora.
"Conheçam o novo mito da esquerda, Marielle Franco. Engravidou aos 16 anos, ex esposa do Marcinho VP, usuária de maconha, defensora de facção rival e eleita pelo Comando Vermelho, exonerou recentemente 6 funcionários, mas quem a matou foi a PM", escreve em uma publicação do Twitter, que já foi retirada da plataforma.
O GLOBO está tentando entrar em contato com a desembaradora Marilia Castro Neves, mas ainda não obteve retorno.
CORRENTE CONTRA CALÚNIA E DIFAMAÇÃO
Tarcísio Motta disse que o partido, além de entrar com uma representação no CNJ, vai processar a desembargadora criminalmente pelas declarações sobre a vereadora Marielle Franco:
— É um enorme absurdo principalmete se tratando de uma desembargadora. Um desrespeito enorme com uma vereadora. Isso é fruto de um ódio que vem se espalhando, principalmente, nas redes sociais. Além disso, sobre essas calúnias e mentiras que estão circulando sobre a Marielle, bastava pesquisar um pouco para saber se trata de mentiras. É uma mistura de cretinismo e mentira. Não houve o mínimo de postura republicana que se espera de uma desembargadora, aliás de uma pessoas que estão em cargos públicos — disse. Tarcísio contou ainda que está sendo montado um grupo de advogados para garantir que qualquer calúnia e difamação contra Marielle sejam cobradas judicialmente.
Nas redes sociais, um movimento para identificar posts ofensivos contra a vereadora já está circulando. Um e-mail está sendo disponibilizado para que as pessoas enviem publicações com ofensas e calúnias sobre Marielle para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Fonte: https://oglobo.globo.com
"Malditas as armas que ferem e matam". A indignação e o apelo dos franciscanos
- Detalhes
“Passadas 20 horas da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes no Rio de Janeiro, a direção nacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), permanecia em silêncio na tarde de quinta-feira (15) - em pleno transcurso da Campanha da Fraternidade dedicada ao tema da violência. Da mesma forma, mais de 24 horas depois da violência brutal da PM e da GCM que se abateu sobre servidoras e servidores municipais de São Paulo, a Arquidiocese da capital paulista permanecia silente”, constata Mauro Lopes, jornalista, em artigo publicado no blog, Caminho prá Casa, 16-03-2018.
Segundo o jornalista, "quem assumiu a frente da Igreja Católica no país, mais uma vez, foram os franciscanos. Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM, líder da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, divulgou na manhã desta quinta (15) uma nota vigorosa, contra a execução de Marielle e o ataque em de São Paulo, expressando a “indignação e tristeza” dos franciscanos. “Malditas as armas que ferem e matam” é o título da nota. No texto, os franciscanos acrescentaram: “maldito o dinheiro que oprime ao invés de servir, malditas estruturas que roubam a humanidade das pessoas e as transformam em objetos usados de acordo com a conveniência de quem domina”.
Os franciscanos ressaltaram que as mulheres foram os alvos das agressões inomináveis, “dois fatos que tingiram de sangue esta fatídica quarta-feira, dia 14 de março, menos de uma semana após o Dia Internacional da Mulher. Duas mulheres, atacadas de forma covarde, que encarnam duas lutas profundamente sintonizadas com a proposta do Reino de Deus encarnada em Jesus Cristo.”
Sobre a violência contra a professora Luciana Xavier, que teve seu nariz quebrado por um policial e suas colegas servidoras e servidores de São Paulo agredidos dentro e nas imediações da Câmara Municipal, frei Vanboemmel escreveu: “Desejavam o diálogo e receberam bomba, gás e balas de borracha.”
Sobre Marielle Franco, indicou o motivo de sua morte: “vinha denunciando com frequência casos de abuso de autoridade e execução de jovens pobres e negros em diversas regiões do Rio de Janeiro.” [leia a íntegra da nota ao final]
Segundo o jornalista, “enquanto a Arquidiocese de São Paulo permanecia em silêncio diante dos ataques das tropas de Alckmin/Doria", a Arquidiocese do Rio divulgou uma "nota de solidariedade às vítimas e parentes".
"Diante da morte de tantas pessoas, dentre as quais a Vereadora Marielle Franco e seu motorista, o Sr. Anderson Pedro Gomes, torna-se ainda mais urgente reafirmar o valor da vida, desde a concepção até a morte natural. De fato, a violência é um mal que se multiplica incessantemente, toma inúmeras formas, penetra nos mais diversos ambientes e faz um número cada vez maior de vítimas", afirma a nota.
"Não deixemos - continua a nota - que, junto aos corpos sepultados, se enterrem igualmente nossa esperança e nosso empenho pela construção de mundo sem violência, fome, desemprego, corrupção, preconceito e tantas outras mazelas".
“Marielle foi, na juventude, catequista na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, na Maré, ao lado da irmã”, informa o jornalista Mauro Lopes.
Manifestações de indignação e compaixão
Houve outras manifestações de protesto e compaixão de setores da Igreja Católica, além dos franciscanos – mas foram poucas, até a metade da tarde desta quinta (15).
O grupo Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM), da zona leste de São Pauloescreveu em sua nota: “Consternados e arrasados com o assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco, e com o motorista Anderson, nos movemos com todos os brasileiros indignados com a violência que atinge os mais pobres, sobretudo, a população negra. No Brasil sitiado pela violência, nos unimos ao povo da esperança que não teima em erguer a voz e denunciar e anunciar que outros mundos são possíveis.”
Leonardo Boff escreveu que Marielle e Anderson ”viraram semente de tantas e tantas outras Marielles e Anderson que brotarão no seio do povo que já não aceita a humilhação e o desprezo”.
Frei Betto, (o frade dominicano Carlos Alberto Libânio Christo), afirma que “os assassinatos da vereadora Marielle Franco, do PSOL, na noite de 14 de março, no Rio, e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, equivalem ao do estudante Edson Luis, no Calabouço, em 28 de março de 1968. Este representou o desmascaramento da ditadura militar e de sua natureza cruel, sacramentada pelo AI-5, a 13 de dezembro de 1968.” Para ele, “os tiros que ceifaram a vida de Marielle atingem todos nós que lutamos para que, nas palavras de Jesus (João 10, 10), ‘todos tenham vida e vida em plenitude’. A morte dos mártires comprova que em vão a injustiça busca predominar sobre a justiça. Gandhi, Luther King, Chico Mendes são apenas alguns exemplos de como os mortos comandam os vivos.”
Padre José Oscar Beozzo, coordenador-geral do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular/CESEEP, também manifestou-se com “profunda dor e indignação” diante das mortes. E reafirmou o “compromisso com pessoas, movimentos e instituições dedicadas a construir uma sociedade mais justa, único caminho para se superar a violência, na construção da paz”.
A SOTER (Sociedade de Teologia e Ciências da Religião), entidade que reúne os teólogos, teólogas e cientistas da religião do país, divulgou uma nota no fim da tarde desta quinta, assinada por seu presidente, Cesar Kuzma, e demais diretores. No texto, afirmam que a execução “foi mais uma tentativa de calar a voz daqueles e daquelas que lutam pela justiça e pela busca de direitos, que trazem como causa a defesa dos mais pobres e vulneráveis, em especial, na causa de Marielle, a luta pela defesa e dignidade de homens e mulheres negros, na maioria jovens, vítimas da violência e da exclusão construídas pela sociedade e sistema vigentes”. E exigem “das autoridades competentes a total investigação e apuração dos fatos”.
O reitor da PUC-RJ, o sacerdote jesuíta Josafá Carlos de Siqueira, também manifestou-se com “sentimento de pesar pelo brutal assassinato da ex-aluna de Ciências Sociais, a Vereadora Marielle Franco, defensora dos direitos humanos dos pobres e marginalizados de nossa cidade”. Além dele, vice-reitores decanos e diretores também divulgaram notas. Marielle foi aluna da instituição.
Eis a íntegra da nota dos franciscanos
Malditas as armas que ferem e matam
Nossa vocação primeira enquanto franciscanos é “seguir os passos de Cristo ao modo de Francisco”. São cristalinamente manifestos na Sagrada Escritura, o respeito, o carinho, a dileção e a confiança que Jesus depositava na figura das mulheres. Desde Maria, sua Mãe, passando por Marta e Maria, grandes amigas, as muitas mulheres que ele curou e libertou, inclusive Maria Madalena, sua discípula, o Mestre sempre soube valorizar e promover a participação feminina na Missão Evangelizadora por Ele proposta e apresentada.
Diante deste direcionamento que o próprio Senhor nos apresenta, não poderia deixar de manifestar, em nome de todos os frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, minha indignação e tristeza diante de dois fatos que tingiram de sangue esta fatídica quarta-feira, dia 14 de março, menos de uma semana após o Dia Internacional da Mulher. Duas mulheres, atacadas de forma covarde, que encarnam duas lutas profundamente sintonizadas com a proposta do Reino de Deus encarnada em Jesus Cristo.
A primeira, Luciana Xavier, Professora da Rede Municipal de São Paulo há 14 anos, teve o nariz fraturado durante uma confusão na Câmara Municipal, onde a Guarda Civil Metropolitana agiu com truculência contra um grande grupo de professores. Eles estavam ali para manifestar seu descontentamento em relação à Reforma da Previdência Municipal que, aos moldes da Reforma Nacional, corta benefícios e aumenta a taxação e o número de anos de trabalho para aqueles que já recebem pouco para sobreviver. Desejavam o diálogo e receberam bomba, gás e balas de borracha.
A segunda, Marielle Franco, vereadora da cidade do Rio de Janeiro, morta a tiros na Região Central da capital fluminense. De acordo com os jornais, a principal linha de investigação aponta para o crime de execução. Marielle foi morta às 21h30, quando voltava de um evento sobre o protagonismo das jovens mulheres negras. Ela tinha 38 anos, foi a quinta vereadora mais votada no Rio nas eleições de 2016, formou-se pela PUC-Rio e destacava-se pelo firme engajamento nas causas sociais e na defesa dos direitos humanos. Em suas redes sociais vinha denunciando com frequência casos de abuso de autoridade e execução de jovens pobres e negros em diversas regiões do Rio de Janeiro.
Que estas barbáries, sinais de uma sociedade doente e cega por conta de interesses egoístas e antievangélicos, nos ajudem a renovar nosso compromisso cristão e franciscano no engajamento firme e comprometido pela superação da violência. Que o Senhor da Vida nos livre de toda tentação ao revanchismo e ao combate da violência com mais violência: malditas as armas que ferem e matam, maldito o dinheiro que oprime ao invés de servir, malditas estruturas que roubam a humanidade das pessoas e as transformam em objetos usados de acordo com a conveniência de quem domina.
Que Deus ilumine nossos passos e inspire nossas ações, hoje e sempre.
Fraternalmente,
Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM, ministro provincial
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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