Lula chega a Curitiba para depor a Moro
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Nesta quarta-feira, 10, o ex-presidente Lula fica, pela primeira vez, frente a frente com o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou há pouco a Curitiba para prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro em uma das ações em que é réu na Operação Lava Jato. Lula chegou no aeroporto Afonso Pena em um avião particular e deve seguir para um hotel antes de ir à Justiça Federal, onde vai estar pela primeira vez frente a frente com Moro.
Nesta quarta-feira, 10, o ex-presidente Lula fica, pela primeira vez, frente a frente com o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, em depoimento, na sede da Justiça Federal de Curitiba. O petista vai depor no âmbito de ação em que é réu acusado de receber propinas de R$ 3,7 milhões da OAS. Uma das supostas benesses seria o triplex no condomínio Solaris, no Guarujá e suas respectivas reformas, como elevadores, piscina e cozinha – o empreendimento foi incorporado pela empreiteira junto à Bancoop. Em depoimentos recentes, executivos da OAS, como o ex-presidente da construtora Léo Pinheiro, admitiram que o apartamento foi destinado ao petista. A defesa de Lula tem negado que o ex-presidente seja o dono do imóvel.
Os desembarques de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), nesta manhã, motivaram a montagem de um esquema especial de segurança no aeroporto. Funcionários receberam a notícia da chegada de Lula a Curitiba às 9h25 e começavam a organizar o desembarque em um hangar destinado à viação executiva. Fonte: http://politica.estadao.com.br
Preocupado com CNBB, Temer chamou núncio apostólico ao Planalto
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Com interlocução fragilizada junto à Igreja, foi o presidente Michel Temer quem convocou para uma reunião no Palácio do Planalto, na quarta-feira pela manhã, o embaixador da Santa Sé no Brasil, o núncio apostólico dom Giovanni d’Aniello. O encontro se deu ao mesmo tempo em que ocorria em Aparecida (SP) a 55ª Assembleia-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O governo anda preocupado com oposição dos líderes católicos nacionais a seus projetos reformistas. A informação é de Felipe Frazão, publicada por Veja e reproduzida pelo sítio italiano Il Sismógrafo, 06-05-2017.
Temer interrompeu a agenda com deputados para receber em seu gabinete o representante do Vaticano – e do papa Francisco, que ainda não aceitou convite do presidente para vir ao Brasil neste ano. O presidente fora aconselhado por parlamentares de sua base aliada dois dias antes a buscar um contato direto com o Vaticano, dada a resistência da CNBB às reformas trabalhista e da Previdência, a principal do governo.
Temer explicou ao núncio apostólico detalhes da reforma da Previdência e entregou a ele documento com dados em defesa do projeto aprovado na comissão especial da Câmara dos Deputados. O discurso do governo é de que as mudanças são necessárias e protegem a aposentadoria da camada mais pobre da população.
Na sexta-feira anterior, padres e religiosos católicos, como as comunidades eclesiais de base (um dos berços do petismo), marcaram presença nas marchas da greve geral, inclusive na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No fim de março, o Conselho Permanente da CNBB pediu mobilização social e criticou a reforma da Previdência. Em nota oficial, o órgão disse que o projeto do governo “escolheu o caminho da exclusão social” e que “nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores éticos-sociais e solidários”, enquanto a reforma tratava a Previdência sob a ótica “estritamente econômica”. Segundo os bispos, o governo discute a reforma com base em informações “inseguras, desencontradas e contraditórias”. “O debate não pode ficar restrito a uma disputa ideológico-partidária e sujeito a influências de grupos dos mais diversos interesses”, diz a nota.
Logo depois da visita de dom Giovanni d’Aniello, a CNBB voltou à carga contra as reformas e ainda criticou a degradação da política nacional e a corrupção – desta vez sem citar governos, nem partidos, de forma indireta. A nota de encerramento da Assembleia-Geral da CNBB afirma que o Brasil é um “país perplexo diante de agentes públicos e privados que ignoram a ética e abrem mão dos princípios morais, base indispensável de uma nação que se queira justa e fraterna”.
“O desprezo da ética leva a uma relação promíscua entre interesses públicos e privados, razão primeira dos escândalos da corrupção”, diz o texto. “O Estado democrático de direito, reconquistado com intensa participação popular após o regime de exceção, corre riscos na medida em que crescem o descrédito e o desencanto com a política e com os Poderes da República cuja prática tem demonstrado enorme distanciamento das aspirações de grande parte da população… Intimamente unida à política, a economia globalizada tem sido um verdadeiro suplício para a maioria da população brasileira, uma vez que dá primazia ao mercado, em detrimento da pessoa humana e ao capital em detrimento do trabalho, quando deveria ser o contrário.”
Em entrevista à Rede TV!, Temer argumentou que apenas setores da Igreja e “parte da CNBB” se opõem publicamente às reformas. O peemedebista também disse que já havia se comprometido a enviar informações aos bispos e conversado com líderes como dom Sergio da Rocha, dom Odilo Scherer, dom Cláudio Hummes e dom Damasceno Assis. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
*Ainda é cedo para 2018, mas Doria e Luciano Huck são 'o novo', diz FHC
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Principal referência do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz ser "muito cedo" para falar em candidaturas ao Planalto em 2018, mas considera que hoje "o novo" no cenário político é representado por figuras como o prefeito paulistano, João Doria, e o apresentador de TV Luciano Huck.
O apresentador da Globo já disse que está na hora de "sua geração" chegar ao poder, mas não confirma pretensões eleitorais e até aqui não está filiado a nenhuma agremiação –foi sondado pelo Partido Novo, sigla neófita em pleitos nacionais.
Num cenário ampliado da mais recente pesquisa do Datafolha com inúmeros candidatos, inclusive dos mesmos partidos, Huck aparece com 3%, e Doria, 5%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera esse e outros cenários de primeiro turno...
*Leia na íntegra. Clique aqui:
Filho do senador Fernando Collor quer mandato no Senado ao lado do pai
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O empresário e jornalista Arnon de Mello Neto (Foto), filho do senador Fernando Collor (PTC) vai tentar uma vaga de deputado federal ou de senador na eleição de 2018.
Atualmente, Arnon vem sendo assediado por partidos políticos de Alagoas e do Rio de Janeiro, mas caso decida encarar as urnas vai mesmo entrar na disputado pelo Estado alagoano. Será a segunda tentativa de Arnon, já que em 2002 ele concorreu a uma vaga de federal, sem êxito.
Caso vença a disputa eleitoral para o Senado, no ano que vem, Arnon de Mello será o terceiro membro da família Collor a ter uma cadeira no Senado, que já teve como destaque o senador Arnon de Mello (Arena). O pai, Fernando, tem mandato de senador até 2022. Fonte: http://www.cadaminuto.com.br
(Só faltava isso para Alagoas. Êita povo, acorda! Frei Petrônio de Miranda, Carmelita)
Doria quer impedir 1º de Maio da CUT na Avenida Paulista
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Prefeitura conseguiu liminar na Justiça para que central não faça ato no local
SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), quer impedir que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) realize o seu ato de 1º de Maio na Avenida Paulista. No começo da noite deste sábado, a gestão municipal conseguiu um liminar na Justiça que estipula uma multa de R$ 10 milhões se a central sindical insistir em fazer o evento no local.
A CUT informou que vai recorrer da decisão, mas manterá o ato político na Paulista independentemente da posição da Justiça. Se a liminar for mantida, a central apenas não realizará os shows que acompanhariam os discursos políticos. A CUT alega que o evento vem sendo convocado há mais de um mês para a Paulista.
Ao conceder a liminar, o juiz de plantão Emanuel Brandão Filho aceita os argumentos da prefeitura de que um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado como o Ministério Publico só permite a realização de três eventos por ano no local em feriados e finais de semana: a Parada do Orgulho LGBT, a Corrida de São Silvestre e a festa de Réveillon.
Brandão Filho também destaca que a CUT tradicionalmente promove o evento de 1º de Maio no Vale do Anhagabaú e “a partir deste ano simplesmente decidiu apoderar-se de espaço já tradicionalmente reservado ao escasso lazer do paulistano”.
O magistrado afirma ainda que, para a realização desse tipo de evento, é necessária a prévia autorização do Poder Público para que seja feita a organização e fiscalização. “Fato é que que não se verificam condições legais para que o evento/festa de comemoração pelo Dia do Trabalho seja realizado pela CUT na Avenida Paulista”, escreveu o juiz. Em nota, a prefeitura disse esperar que a “central cumpra a decisão judicial e se dispõe a colaborar para realizar o evento em outro local, como o Vale do Anhangabaú, onde ocorreu a comemoração em outros anos anteriores”.
Na sexta-feira, o presidente da CUT, Vagner Freitas, já havia avisado que a central não iria respeitar a posição da prefeitura.
— Vamos fazer o 1º de Maio na Paulista com ou sem autorização da prefeitura. Se for preciso, faremos por cima dele (Doria) — afirmou o líder sindical, ao discursar em ato de encerramento da greve geral de sexta-feira.
A gestão municipal não colocou empecilhos para a realização de atos de 1º de Maio da Força Sindical, na Praça Campo Bagatelle, na Zona Norte da cidade, e cedeu o Sombódromo do Anhembi para a Central dos Sindicatos do Brasileiros (CSB) realizar o seu ato.
Doria tem entrado em confronto com sindicalistas ao longo da última semana. Primeiro, se colocou contra a greve geral e ameaçou cortar o ponto de funcionários que faltassem na sexta-feira. Na manhã de sexta-feira, Doria chamou os grevistas de “vagabundos” e “preguiçosos” ao comentar uma tentativa de movimentos de bloquear uma das vias que o prefeito usa para chegar ao trabalho. Os grevistas bloquearam a via às 6h30, mas Doria havia passado pelo local antes.
—Acordo cedo e trabalho. Não sou grevista, que dorme, é preguiçoso e acorda tarde. Eu não sou Jaiminho, não — afirmou o prefeito, em entrevista à Rádio Jovem Pan, fazendo referência ao personagem Jaiminho carteiro, do seriado mexicano Chaves.
Neste sábado, Doria disse que os sindicatos serão obrigados pela prefeitura a arcar com os prejuízos provocados por depredações em atos relacionados à greve.
— O Bruno Covas (secretário de Prefeituras Regionais) e os prefeitos regionais já foram orientados também a levantar o prejuízo e vamos cobrar também de todos os sindicatos que assinaram com balãozinho, camiseta e bonés, vão dividir a conta — disse o tucano, segundo o site G1. Fonte: http://oglobo.globo.com
Nota da Sala de Imprensa Vaticana sobre carta do Papa a Michel Temer
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A Sala de Imprensa da Santa Sé confirma que “dias atrás o Santo Padre enviou uma carta pessoal ao Presidente do Brasil. A missiva não foi publicada por ter caráter privado”, afirma o comunicado.
A direção da Sala de Imprensa vaticana acrescenta “tratar-se da resposta do Papa a uma carta do Sr. Michel Temer na qual o Chefe de Estado convidava o Pontífice a visitar o Brasil em 2017 por ocasião dos 300 anos de Aparecida. O Papa respondeu infelizmente não poder ir porque outros compromissos não lhe permitiam”.
“Ademais, como o próprio Presidente Temer em sua carta fazia referência a seu compromisso no combate aos problemas sociais do país, o Papa ressalta tal aspecto e encoraja a trabalhar pela promoção dos mais pobres”, lê-se no comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé. Fonte: http://arqrio.org
Temer tenta minimizar efeitos de carta do Papa Francisco
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O presidente Michel Temer e aliados do peemedebista tentaram minimizar hoje (19) os efeitos da carta que o papa Francisco enviou a Brasília negando um convite de visitar o Brasil e pedindo que o governo dê mais atenção "aos pobres". Fontes do Palácio do Planalto negaram que a recusa de Jorge Mario Bergoglio ao convite de Temer seja um sinal de desaprovação ao governo brasileiro e garantiram que já tinham sido informados de que o Papa não viria ao país em outubro para as celebrações dos 300 anos da aparição da padroeira Nossa Senhora Aparecida.
"[Na carta], o Papa confirmou o que já tinha sido dito pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil", comentaram funcionários do governo. Aliados de Temer também fizeram questão de afirmar que o presidente "ficou feliz" com a carta de Francisco e que seu governo "tem tomado medidas" de proteção à população carente.
"Ao ler a carta, Temer ficou feliz e viu que a mensagem do Papa coincide com o que ele tem feito no governo", disse o deputado Arthur Maia após um encontro com o presidente.
"Como latino-americano, o Papa reconhece a gravidade da crise e acreditamos que a reforma da previdência representa a síntese que responde a todas as questões apresentadas na carta", defendeu o parlamentar aliado, apesar das críticas de sindicatos e trabalhadores de que as mudanças dificultam a aposentadoria.
A carta do líder católico repercutiu no Brasil, assim como sua decisão de recusar o convite de viajar ao país. Nesta quarta-feira (19), o prefeito de São Paulo, João Doria, assistiu à audiência geral de Francisco no Vaticano e reforçou o convite, tentando convencer o Papa a mudar de ideia. "Ofereci a camisa da seleção brasileira assinada por todos os jogadores ao Santo Padre e disse que gostaria de pedir, em nome do povo brasileiro, que ele revisasse sua decisão de não ir ao Brasil em outubro", contou Doria à imprensa após o encontro.
"Ele respondeu que sabia da importância do evento, mas que era 'difícil'. Eu rebati que 'difícil não é impossível', pois são 130 milhões de católicos no Brasil que vão saudá-lo", disse o prefeito de São Paulo. "O Papa respondeu sorrindo: 'vamos ver, mas o Brasil terá sempre minhas bênçãos'".
Apesar do clima cordial do breve encontro entre Doria e Francisco, o prefeito confessou discordar da decisão do líder católico de não participar das celebrações em outubro. "Não quero fazer juízo, nem me cabe, porém acho que não houve uma orientação adequada ao Santo Padre de não estar presente em uma data tão importante como essa. Mas quem sou eu para julgar o Papa?", confessou o tucano.
O Brasil, maior país católico do mundo, recebeu uma visita de Francisco em 2013, quando esteve no Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). No ano passado, o Papa chegou a enviar uma carta à então presidente Dilma Rousseff demonstrando "preocupação" com a crise política e com o processo de impeachment. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Arquidiocese de Londrina divulga nota contra a reforma da previdência
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“Comprometemo-nos com toda e qualquer iniciativa da classe trabalhadora e suas organizações que venham questionar e exigir o respeito aos direitos já conquistados e digam não a qualquer ameaça de uma suposta reforma que venha anular os direitos já adquiridos”, manifesta-se a Arquidiocese de Londrina, por meio de seu Administrador Apostólico dom Manoel João Francisco, posicionando-se contra a reforma da previdência. A nota é publicada no sítio do Conselho Episcopal Regional Sul II da CNBB, 15-03-2017.
Eis a nota.
“Concede-me a vida, eis o meu pedido; salva meu povo, eis o meu desejo” (Ester 7, 3b)
Inspirada pelos princípios evangélicos e pelos direitos humanos fundamentais, a Arquidiocese de Londrina manifesta apoio e solidariedade a toda e qualquer iniciativa que se oponha a esta proposta de reforma da Previdência.
Interpelada com a constante ameaça de perdas de direitos já conquistados com o sacrifício de tantas vidas de trabalhadoras e trabalhadores, posicionamo-nos contra as propostas do Governo enviadas ao Congresso, entre as quais: a mudança de idade mínima para aposentadoria aos 65 anos para homens e mulheres, a extinção da aposentadoria especial para professoras e professores da educação básica, para trabalhadoras e trabalhadores rurais.
O Governo propõe ainda mudanças que dificultam e restringem o acesso à aposentadoria de milhões de trabalhadoras e trabalhadores, por exemplo: para se aposentar com 100% do piso salarial, o trabalhador deverá contribuir com o INSS por 49 anos ininterruptos.
Os países que já fizeram a sua reforma do Sistema Previdenciário não foram tão injustos quanto quer se tornar o Brasil, pois essa proposta apresentada ao Congresso privilegia uma minoria, isto é, os que hoje usufruem de melhores condições de vida, em detrimento dos anseios da maioria dos trabalhadores e trabalhadoras que constroem a riqueza deste país.
Por isso, comprometemo-nos com toda e qualquer iniciativa da classe trabalhadora e suas organizações que venham questionar e exigir o respeito aos direitos já conquistados e digam não a qualquer ameaça de uma suposta reforma que venha anular os direitos já adquiridos.
Dom Manoel João Francisco
Administrador Apostólico
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
POLÍTICA: Sem limite para a cara de pau
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A hipocrisia e a cara de pau não têm limites. No dia 4, a empresária Renata Monteiro postou em sua página no Facebook uma foto de Sergio Moro e tascou um comentário de incentivo ao juiz:
— É de cabeça erguida que iremos limpar o país!
Beleza, Moro merece mesmo todo o apoio, mas...
Ontem, Renata foi conduzida coercitivamente para prestar depoimento na PF no bojo de mais uma etapa da Operação Lava-Jato.
Seu marido, Luiz Carlos Velloso, ex-subsecretário de Transportes de Sérgio Cabral, foi preso na mesma operação. Os procuradores pedem o bloqueio de R$ 12 milhões em bens de Velloso. Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com
FORA TEMER NO CARNAVAL DE SALVADOR: BaianaSystem é ameaçada de ser vetada do Carnaval por puxar 'Fora, Temer'
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A banda BaianaSystem foi ameaçada de ser vetada do Carnaval de Salvador após puxar gritos de "Fora, Temer" no circuito Campo Grande na última sexta-feira (24).
Durante a música "Forasteiro", o vocalista Russo Passapusso incitou o público a protestar contra o presidente Michel Temer e causou forte reação no Comcar (Conselho Municipal do Carnaval), que ameaçou deixar a banda de fora do Carnaval no ano que vem.
"Já recebi notificações por causa das manifestações da banda e vamos aplicar o Código de Ética. Não é permitida manifestação política. Foi contra, mas poderia ser a favor. Quer fazer manifestação? Saia na Mudança do Garcia", disse o presidente da Comcar, segundo o jornal "Tribuna da Bahia".
O BaianaSystem é conhecido pelo discurso politizado que tem dado as caras na folia baiana desde o pré-Carnaval. Procurada pelo UOL, a banda informou que não comentaria o assunto.
O secretário de Cultura da cidade, Claudio Tinoco (DEM), no entanto, rechaçou a possibilidade do veto e disse se tratar de um ato de censura.
"Se trata de uma manifestação pessoal do presidente do Conselho. Não há processo aberto. Mas nossa posição é muito clara e objetiva de não acatar nenhuma denúncia. Isso seria censura à manifestação de artistas", afirmou Tinoco.
O secretário ainda afirmou que avisou o Conselho da posição da prefeitura. "Eu acredito que isso não prospere e, com certeza, vamos propor a revisão desse código de ética, regramento que está desconectado com o pensamento da administração municipal".
O BaianaSystem ensaia na tarde deste domingo para mais uma apresentação no Carnaval baiano, dessa vez na Praça Castro Alves, às 17h30. Fonte: https://noticias.bol.uol.com.br
AS LOUCURAS DE DONALD TRUMP: Casa Branca proíbe 'NY Times', CNN e BBC de ir a coletiva de imprensa
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Em rota de colisão com jornais e TVs, Trump vira alvo de boicote de veículos de mídia
WASHINGTON - Jornalistas do "New York Times" e do "Los Angeles Times", da CNN, da BBC e do site especializado "Politico" foram impedidos de assistir à coletiva do secretário de imprensa do presidente Donald Trump na sexta-feira. Esta foi a violação mais marcante no contexto das difíceis relações entre a atual Casa Branca e a imprensa. Repórteres da revista "Time" e da Associated Press, que deveriam participar da coletiva, optaram por não comparecer, em protesto, contra as ações da Casa Branca. No mesmo dia, Trump cobrou veículos de comunicação para que deixem de usar fontes anônimas — prática usada no jornalismo em todo o mundo.
Os repórteres do "Times", da CNN e do Politico não foram autorizados a entrar no gabinete da Ala Oeste do porta-voz Sean Spicer. Assistentes permitiram a entrada de repórteres de apenas um grupo de organizações de notícias escolhidas a dedo que, segundo a Casa Branca, haviam sido previamente confirmadas para participar: o site "Breitbart News", a One America News Network e o "Washington Times", todos com tendências conservadoras populistas. Jornalistas de ABC, CBS, "Wall Street Journal", Bloomberg e Fox News também participaram.
"Nada como isso aconteceu na Casa Branca em nossa longa história de cobrir várias governos de diferentes partidos", disse Dean Baquet, editor-executivo do "Times", em um comunicado. "Protestamos fortemente contra a exclusão do 'New York Times' e das outras organizações de notícias. O livre acesso da mídia a um governo transparente é obviamente de crucial interesse nacional."
A Associação dos Correspondentes da Casa Branca, que representa o corpo de imprensa em contato direto com o governo, repreendeu rapidamente as ações. "A associação está protestando fortemente contra a forma como o silenciamento de hoje está sendo tratado pela Casa Branca ", disse o presidente da associação, Jeff Mason, em um comunicado. "Nós encorajamos as organizações que foram permitidas a compartilhar o material com os outros na imprensa que não foram. O conselho discutirá isso com o pessoal da Casa Branca."
Enquanto a AP afirmou que o público deve ter acesso ao presidente, a CNN chamou o episódio de "inaceitável sequência" das ações da Casa Branca no embate com a imprensa. "Aparentemente é assim que eles retaliam quando você relata fatos que eles não gostam. Continuaremos a fazê-lo, independente disto", afirmou a rede num comunicado.
De acordo com uma jornalista do site "The Hill", a vice-secretária de imprensa, Stephanie Grisham, se esquivou de perguntas sobre o veto.
— O 'pool' de jornalistas estava lá, então vários veículos de imprensa estavam representados. Relatos de que veículos foram excluídos não são fato.
ATAQUES REPETIDOS
A ação ocorreu horas após Trump atacar a imprensa em um discurso na Conferência da Ação Política Conservadora.
— Você não pode permitir que (os jornalistas) utilizem fontes a menos que mencionem o nome de alguém — disse. — Uma fonte disse que Donald Trump é um ser humano horrível. Pois que me digam na cara. Que não haja mais fontes.
O presidente mostrou-se irritado com as reportagens atribuídas a fontes anônimas, em especial aos numerosos informes sobre contatos entre seus colaboradores e os russos, que a Casa Branca rejeitou energicamente. A reportagem do "Times" usou nove fontes sob anonimato.
— Há três dias eu disse que eles são inimigos do povo, e eles são. Eles falaram em nove fontes e não citaram uma nominalmente. Eu sei com quem eles falam.
Durante os dez minutos em que falou sobre o tema, o presidente americano disse ainda que não se oporia a toda a imprensa, mas só “aos meios de notícias falsas”.
— As notícias falsas não dizem a verdade. Não representam o povo. Nunca representarão o povo e faremos algo a respeito.
Fonte: http://oglobo.globo.com
POLÍTICA: Propaganda disfarçada: governo paga youtubers para elogiar reforma
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O canal dos jovens youtubers Lukas Marques e Daniel Molo tem cerca de 7,1 milhões de assinantes. Canal do YouTube com 7,1 milhões de assinantes recebeu R$ 65 mil para fazer vídeo em que fala bem da mudança, sem qualquer indicação de se tratar de conteúdo pago
Em uma publicidade do Ministério da Educação (MEC) disfarçada, o governo pagou R$ 65 mil para o canal do YouTube "Você Sabia" falar bem da reforma do ensino médio. O vídeo "tudo que você precisa saber sobre o ensino médio" já conta com mais de 1,6 milhão de visualizações.
No vídeo publicado em 31 outubro de 2016, eles falam sobre os benefícios das mudanças propostas pela reforma. "Com esse vídeo você aí deve estar dando pulo de alegria. Se eu tivesse que fazer o ensino médio e soubesse dessa mudança eu ficaria muito feliz", afirma um deles.
Em nenhum momento os apresentadores indicam se tratar de um conteúdo pago. Eles ainda contam que resolveram falar sobre o assunto porque têm notado que há muitas dúvidas sobre o assunto. "A gente achou o tema bastante interessante, uma galera [estava] discutindo nas redes sociais, e então falamos: deixa com nós que a gente explica direitinho", diz um dos jovens.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, outros dois canais também foram procurados, mas se recusaram a fazer a publicação. Molo revelou que o conteúdo foi encomenda de sua produtora, a Digital Stars, e que é comum trabalharem com conteúdo patrocinado. "A gente já ia fazer um vídeo sobre o novo ensino médio. Como recebemos a proposta, decidimos aceitar", explicou o jovem, sem mencionar valores.
O MEC reconheceu o uso do canal para divulgar as medidas da reforma, pois complementa a estratégia de comunicação institucional. Explicou ainda que o contrato foi feito por licitação e o pagamento realizado dentro da normas.
Para melhorar a aceitação da reforma, o ministério reforçou o investimento com publicidade. Segundo a reportagem, gastou R$ 13 milhões de outubro a janeiro. O valor é 51% maior que o mesmo período do ano anterior. A reforma no ensino médio foi sancionada por meio de uma medida provisória pelo presidente Michel Temer, nesta quinta-feira (16).
Fonte: www.noticiasaominuto.com.br
LAVA JATO AGORA É FILME: Filme custa R$ 15 mi, tem investidor secreto e estreia em julho
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Com arma, uniforme, carro, helicóptero e avião cedidos pela Polícia Federal, "Polícia Federal - A Lei É para Todos" vai levar aos cinemas de forma "muito imparcial" a história da Lava Jato. O ponto de vista será -finja surpresa- o de policiais federais. Mais entretenimento, menos panfleto político. Essa é a fórmula do diretor Marcelo Antunez para remontar os primeiros anos da operação que pôs meia Brasília e parte do PIB nacional de cabelos, implantes e perucas em pé.
Mas, ao adotar a ótica dos investigadores, ele arrisca se indispor com metade deste "Fla-Flu incrível que o caso criou no país", reconhece. "Tem gente que vai ver que nós tentamos [a neutralidade], e tem gente que vai dizer que não adiantou nada", afirmou à Folha na semana passada, durante as filmagens. O apartamento na Barra da Tijuca simula o dúplex no condomínio Hill House, em São Bernardo do Campo, onde Lula e sua mulher, Marisa Letícia (1950-2017), moravam.
A cena ali gravada é uma das últimas do longa de 2 horas e 10 minutos, um colosso para padrões brasileiros. A previsão de estreia é julho. O filme abordará os primórdios da investigação e terminará com a ida compulsória de Lula para prestar depoimento na PF, quatro meses antes de virar réu da Lava Jato. Ou seja, deixará de fora a queda de grandes empreiteiros e de caciques de outros partidos que não o PT.
Se a lei é para todos, como prega o título, será preciso aguardar cenas dos próximos capítulos para ver a casa cair de vez. Segundo o produtor Tomislav Blazic, o plano é fechar uma trilogia sobre a Lava Jato, obra em construção também na vida real. Ary Fontoura interpreta o ex-presidente, que usava roupa de ginástica (ia para a academia) quando a PF bateu à porta, em março de 2016. Achou que estava sendo preso. Um dos delegados diz que não, que "isso se chama condução coercitiva". "Isso se chama filha da putice", rebate Lula, levado à força para uma área policial no aeroporto de Congonhas.
A ficção oferece versão mais enxuta do que se passou naquela manhã, segundo gravação que a PF fez no dia. Dona Marisa (Sandra Corveloni), que morreria em menos de um ano, está nervosa. Agentes se apinham no apartamento, sob liderança de Ivan (Antonio Calloni), fusão ficcional de vários delegados. A referência mais óbvia: Igor de Paula, um dos chefes da operação, que na verdade não participou da condução de Lula na data.
Lula chega a fazer piada com a ausência de um colega deles, Newton Ishii, vulgo Japonês da Federal. Famoso por prender figurões, ele próprio foi para o xilindró, acusado de facilitar contrabando no país -depois fez escolta de suspeitos da Lava Jato usando tornozeleira eletrônica.
"Não trouxeram o japonês de Curitiba?" Lula ouve que não e se diz aliviado: "Ainda bem. Capaz de ele roubar as minhas coisas aqui em casa". Mais tarde, o depoente ameaçaria: "Eu vou voltar a ser presidente em 2018 e lembrarei da cara de cada um de vocês. Me aguardem".
Para muitos, os delegados são os salvadores de uma pátria eticamente falida -entre seus fãs, Marcelo Serrado, que vive o juiz Sergio Moro, "um herói" para o ator. Para tantos outros, eles são exemplos de um Judiciário parcial, o que teria ficado evidente com o apoio de algumas dessas autoridades a Aécio Neves nas eleições de 2014; já Lula era xingado: "Alguém segura essa anta, por favor!", escreveu o delegado Márcio Anselmo na internet. Atores tiveram canal aberto com agentes e até visitaram a carceragem da PF em Curitiba, em acordo sem precedentes, diz o produtor Tomislav. Questionada, a instituição não respondeu à Folha.
Para Antunez, terminar seu filme com o depoimento forçoso de Lula não foi gratuito. "Aquele momento é divisor de águas. Um marco para quem acha que a Lava Jato está exercendo papel benéfico. E aqueles que a veem como partidária também acham que esse momento é importante."
Até aqui, o cineasta dirigiu comédias que superaram 1 milhão de espectadores ("Até que a Sorte nos Separe 3", "Um Suburbano Sortudo"). O novo filme é um "thriller investigativo" que ele diz seguir a linha de "A Grande Aposta", obra com vários protagonistas e montagem ligeira.
BIG BANG
Antes da dona Marisa ter um aneurisma, do avião do ministro Teori Zavascki cair, de Marcelo Odebrecht, Eduardo Cunha e Eike Batista irem em cana, do Japonês da Federal perder o status de policial-celebridade para um colega barbudo, o Lenhador...
Antes disso tudo, em 2013, a PF apreendeu um caminhão carregado de palmito -e 697 kg de cocaína. Era a Operação Bidone (nome de filme de Federico Fellini, que no Brasil se chamou "A Trapaça").
Essa investigação paralela implicou o doleiro Alberto Youssef. No cárcere, ele acabou delatando na Lava Jato. Assim começa a história do filme. Já os bastidores da obra renderiam um capítulo à parte. Orçada em R$ 15 milhões, a produção não revela seus investidores. "Zero dinheiro público", limita-se a dizer Tomislav. Segundo Antunez, o sigilo (incomum no cinema) é uma proteção. Num clima tão polarizado, "as pessoas têm receios de várias ordens, até de integridade física", afirma.
A caixa preta alimentou boatos de que a prisão de Eike Batista em janeiro teria paralisado o set, já que o empresário seria um dos patrocinadores. "Ele nunca chegou perto do filme", afirma o diretor.
Poderá chegar -como personagem nas sequências planejadas. Uma coisa é certa: o Brasil dá mesmo um filme.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
ACREDITE SE QUISER... Deputado se aposenta depois de apenas dois anos de mandato
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Regras do plano de previdência dos congressistas são bem mais brandas e flexíveis do que as previstas na reforma da Previdência. Um deputado pode se aposentar a partir de apenas um ano de mandato.
O deputado Manuel Rosa Neca (PR-RJ) chegou à Câmara como suplente, em janeiro de 2013. Cinco meses mais tarde, ingressou no plano de previdência dos congressistas. Completou apenas dois anos de mandato como deputado federal. Com o aproveitamento (averbação) de parte de mandatos anteriores de vereador e prefeito em Nilópoles (RJ), além de mais 26 anos de contribuição ao INSS, conseguiu a aposentadoria e recebe, hoje, R$ 8,6 mil. Esse é um dos exemplos das facilidades do Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC), que conta com regras bem mais brandas e flexíveis do que as previstas na reforma da Previdência a ser votada pelos deputados e senadores nos próximos meses.
Mas as regras do plano são ainda mais permissivas. Um deputado pode se aposentar a partir de apenas um ano de exercício do cargo, desde que faça averbações de outros mandatos ou contribuições ao INSS. O ex-deputado Junji Abe (PSD-SP) exerceu o cargo por apenas quatro anos, entre 2011 e 2015. Em janeiro de 2015, teve aprovadas pela Câmara a averbação de mandatos de deputado estadual, vereador e prefeito de Mogi das Cruzes que somavam 20 anos de exercício desses cargos. O valor da averbação ficou em R$ 1,4 milhão. Em junho daquele ano, conseguiu ainda o aproveitamento de 12 anos de contribuições ao INSS. Fechou 24 anos de mandatos e assegurou uma aposentadoria de R$ R$ 23 mil.
Com três mandatos, entre 2003 e 2015, o deputado Carlos Souza buscou 24 anos de contribuições ao Governo do Amazonas, ao INSS e utilizou até mesmo o período de prestação de serviço militar ao Exército, de 1971 a 1972. Recebe R$ 10,6 mil como aposentado. O ex-deputado Ronaldo Zulke (PT-RS), que exerceu o mandato de 2011 a 2015, teve aprovada a averbação de 34 anos de contribuições e aposentou-se em fevereiro de 2015. Recebe R$ 3,8 mil.
As contribuições ao INSS contam para o tempo de contribuição – é necessário um mínimo de 35 anos –, mas não são consideradas para o cálculo do valor da aposentadoria. As averbações de mandato são pagas – cerca de R$ 7,4 mil por mês recuperado – e entram no cálculo da aposentadoria. Mas nem sempre é assim.
Também com três mandatos, o deputado Gervásio Silva (PSDB-SC) teve reconhecidos 23 anos de contribuição ao RGPS (Regime Geral de Previdência Social), mais cinco anos pelo mandato de vereador e quatro pelo mandato de prefeito em São José (SC). A averbação foi “não onerosa”, o que significa que o parlamentar não pagou a contribuição mensal para cada mês acrescentado ao seu tempo de contribuição. Os arquivos da Câmara registram que “não houve contribuição previdenciária”, mas destaca que o tempo de serviço registrado foi exercido antes da Emenda à Constituição nº 20/1998, podendo assim ser contado como tempo de contribuição para efeito de aposentadoria. Silva conseguiu a aposentadoria e recebe, atualmente, R$ 11,5 mil.
Durante o mandato, o deputado segurado paga R$ 3,7 mil por mês ao PSSC – parcela igual àquela paga pela Câmara. Isso representa 11% do salário do parlamentar, que está em R$ 33,7 mil. Se comprovar os 35 anos de exercício de mandatos – federais, estaduais ou municipais – e 60 anos de idade, recebe aposentadoria integral, no mesmo valor do salário de deputado. Em 2015, 24 deputados se aposentaram, com aposentadoria no valor médio de R$ 18,4 mil. Nem todo o período de averbação aprovado é aproveitado. Quando sobra tempo de contribuição, ou falta dinheiro ao deputado, acontece a “desaverbação” parcial ou total. Mais uma regra bastante flexível.
O deputado Fernando Ferro (PT-PE) chegou a 20 anos de mandato parlamentar e teve reconhecidos 15 anos de contribuições ao INSS. Mas precisou averbar quatro anos relativos ao antigo Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), entre 1995 e 1998. Ele não precisou recolher a cota patronal, que já havia sido paga pela Câmara à época do referido mandato. A operação custou R$ 126 mil. Mas cada mandato acrescido representa um acréscimo de R$ 3,8 mil na aposentadoria. O investimento será recuperado em menos de três anos. Recebe hoje R$ 21,2 mil como aposentado.
“Um absurdo”
Mesmo internamente há quem critique as facilidades oferecidas pelo PSSC. Informado sobre a aposentadoria de um colega após dois anos de mandato, o deputado Décio Lima (PT-SC), foi direto: “Isso é um absurdo. Tem deputado que entra aqui como suplente, averba um monte de tempo e sai daqui aposentado. Eu acho que isso tudo devia acabar. Deveria ter um regime geral. A lei abre uma porteira que não deveria abrir”, protestou o deputado, em entrevista ao Congresso em Foco.
Questionado sobre o valor da aposentadoria desse deputado (R$ 8,6 mil), responde: “Não é pouco não, é muito. É um modelo de privilégio capitalista”. Mas, enquanto o plano não acaba, Lima está buscando as suas averbações: quatro anos do mandato de vereador e oito pelo de prefeito de Blumenau. Os anais da Câmara registram que ele terá que pagar R$ 1 milhão ao plano de previdência. “Eu aderi a esse instituto há dois anos convencido por várias razões. Primeiro, tive que abandonar a advocacia por 20 anos. Não tenho mais como voltar no mercado. Não tenho tempo para me aposentar no Regime Geral. Eu não tive alternativa. Estou me desfazendo de patrimônio, de tudo, para me prevenir, porque têm muitos ex-deputados brasileiros sem renda, pessoas que largaram tudo pela paixão da política e ficaram sem renda”, justificou.
Reforma
Os reflexos da reforma da Previdência no plano dos congressistas ainda não estão claros para alguns dos segurados. O deputado Vilson Covatti (PP-ES), que já deixou o mandato, mas ainda busca averbações para assegurar a aposentadoria, afirma que a reforma é necessária: “Tudo tem que ser ajustado”. Questionado se vai mexer com o PSSC, responde, confuso: “Não, é um plano que não é privado, mas é basicamente privado. Não sei se interfere”.
Décio Lima diz que a reforma da Previdência “faz parte da proposta de subdesenvolvimento desse governo que caracterizamos como golpista. Ela é totalmente desnecessária, é tirar dos pobres para resolver o problema do capitalismo. E nós vamos resistir para impedir qualquer alteração que signifique retiradas de direito do povo”. Sobre os reflexos no plano dos congressistas, afirma, convicto, ou quase: “Mexe, atinge todos. Eu ainda não li o texto, mas acho que atinge todos”.
Um milênio
A decisão do governo de fazer a reforma da Previdência – e com normas bastante duras, como os 49 anos de contribuição – levou os deputados a buscar averbações para completar o tempo de contribuição e assegurar uma aposentadoria mais robusta. Como mostra levantamento feito pelo Congresso em Foco, as averbações feitas por 69 deputados em 2015 e 2016 somaram 960 anos – quase um milênio. No mesmo período, 150 deputados aderiram ao PSSC. O novo plano foi criado para substituir o Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), que tinha normas ainda mais benevolentes, como a aposentadoria após oito anos de contribuição, sem necessidade de averbação de outros mandatos.
O novo plano estabeleceu idade mínima de 60 anos – antes era 50 anos – e 35 anos de contribuição. Mas, ao longo dos anos, os parlamentares
foram abrindo brechas na lei que descaracterizaram o PSSC. Uma delas é a reabertura do prazo para filiação – o que já ocorreu quatro vezes, em 2005, 2006, 2010 e 2014. Após a edição do Ato da Mesa 148/2014, por exemplo, dezenas de deputados pediram a inclusão no plano com o aproveitamento dos últimos cinco anos para contagem de tempo de exercício de mandato, após recolhidas as contribuições do período.
Após um ano
Questionada sobre a aposentadoria de um deputado após dois anos de mandato, a Câmara respondeu que o deputado pode se aposentar pelo PSSC “a partir do primeiro ano de mandato”, na proporção de 1/35 por ano inteiro de mandato/contribuição, desde que tenha 35 anos de contribuições previdenciárias e 60 anos de idade.
Sobre as averbações, informou que o parlamentar também pode averbar tempo de mandato eletivo federal, estadual e municipal, desde que pague
retroativamente a contribuição ao plano, conforme está previsto no artigo 5º da Lei 9.506/97. Esclarece ainda que as contribuições ao INSS servirão para contagem de tempo de contribuição, mas não para cálculo do valor da aposentadoria pelo PSSC. O deputado deve optar pela aposentadoria do PSSC, na proporção dos anos de mandato, ou pelo INSS. Não pode ser acumulado.
A Câmara confirma que está mantida a reaposentadoria: “Se o deputado aposentado voltar a exercer o mandato e optar por contribuir para o PSSC, nesse período, poderá averbar esse tempo para atualizar os valores. Lembrando que o exercício de mandato suspende o benefício da aposentadoria que o deputado estiver recebendo”.
A respeito da natureza jurídica do plano, informa: “O PSSC é um regime próprio de previdência de parlamentares, administrado pela União, por meio de cada uma das Casas do Congresso Nacional, nos moldes do regime próprio dos servidores públicos. Não é uma entidade fechada de previdência e sim um regime orçamentário na modalidade benefício definido e financiado por repartição simples”. Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br
Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
- Detalhes
Anas Modamani, 19, aproximou-se da chanceler alemã, Angela Merkel, esticou o braço e fez um "selfie". Na internet, a foto gerou desdobramentos que o jovem refugiado sírio não esperava.
A imagem passou a circular como se Modamani fosse suspeito de atentados terroristas. Sua proximidade em relação à chanceler seria prova da ingenuidade alemã, que teria acolhido o inimigo.
Ele agora processa o Facebook por difamação e exige que o site retire as fotografias, impedindo a sua reaparição. Uma corte ouvirá a denúncia nesta segunda (6).
A ação pode ser um marco no país, enquanto o governo busca maneiras de regulamentar a internet e responsabilizar redes sociais pelas notícias falsas veiculadas.
ACUSAÇÕES
O "selfie" com Merkel foi feito em um abrigo de Berlim em 10 de setembro de 2015. Ele havia chegado à Alemanha um mês antes, fugindo da guerra e viajando por Turquia, Grécia e Sérvia.
A foto serviu, em um primeiro momento, como emblema da política alemã de portas abertas. O país recebeu quase 900 mil pessoas em 2015, em um gesto que mais tarde se provou daninho à popularidade de Merkel, candidata a um quarto mandato nas eleições de setembro deste ano.
"Foi uma foto normal, apenas por curiosidade", diz Modamani à Folha. "A chanceler é uma ótima pessoa que ajudou muitas pessoas, dando a elas a oportunidade de viverem. Mas a imagem começou a ser utilizada por quem odeia refugiados, dizendo que fiz coisas erradas."
Modamani foi identificado falsamente como Najim Laachraoui, um dos responsáveis pelos ataques terroristas a Bruxelas, em março do ano passado. Ele também foi acusado por internautas enfurecidos por uma tentativa de atentado em Ansbach, na Alemanha, em julho.
No fim do ano, a fotografia reapareceu em notícias sobre um morador de rua queimado em uma estação de metrô em Berlim. E também foi relacionada ao atentado com um terrorista que usou um caminhão para atropelar e matar 12 pessoas em um mercado de Natal na capital alemã.
Modamani acredita que o Facebook não tenha tomado medidas suficientes para impedir sua difamação. "Espero que apaguem a imagem imediatamente e impeçam outras notícias falsas", afirma o jovem, que trabalha numa rede de fast food.
Chan-jo Jun, advogado de Modamani, diz que as imagens relacionando seu cliente a ataques foram vistas dezenas de milhares de vezes. Ele foi alvo de ameaças —um usuário pedia, por exemplo, que fosse queimado vivo.
O Facebook eliminou algumas, mas outras não, e falhou em impedir sua reaparição, segundo o advogado. A empresa afirma ter agido e, portanto, não acredita haver base para a acusação. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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