OLHAR DO DIA NESTA QUINTA, 29...
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Elisângela Salomon, Priora da Venerável Ordem Terceira do Carmo da Esplanada, São Paulo e o Sr. Carlos, irmão daquele Sodalício.
*ESPIRITUALIDADE CARMELITANA: CARMELITAS E ORAÇÃO
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Mt 6,6: “Quando você rezar, entre no seu quarto, feche a porta, e reze ao seu Pai ocultamente; e o seu Pai, que vê o escondido, recompensará você”.
Titus Brandsma escreveu que a oração é vida, não um oásis no deserto da vida. A oração é uma parte essencial do carisma carmelitano. Espera-se que sejamos homens de oração e que formemos comunidades orantes. O Carmelo é certamente símbolo da oração para a maioria das pessoas em todo mundo.
A Ratio (art. 29) faz uma distinção entre oração e contemplação, embora afirme que na tradição carmelitana a oração foi muitas vezes identificada com a contemplação. A oração é a porta para a contemplação (Castelo Interior, 1,7). Na Regra, temos um equilíbrio entre oração em comum e tempo sozinhos com Deus na cela. A oração litúrgica certamente é a forma mais alta de oração já que é a oração de Cristo dirigida ao Pai no Espírito Santo. Quando celebramos a liturgia estamos partilhando dessa oração, dessa comunicação íntima entre o Pai e o Filho, que é o Espírito Santo.
Para o carmelita, a celebração diária da liturgia é muito importante. Somos incumbidos de celebrar o ofício divino para o mundo em nome da Igreja. Esse é um compromisso muito sério que aceitamos na profissão solene. Contudo, celebrar a liturgia em certos momentos do dia não é o suficiente. A liturgia deve influenciar cada momento de nossa vida. A idéia da Liturgia das Horas é santificar todo o dia e recordar a presença de Deus a cada momento. É muito importante viver a Eucaristia, aprender com o exemplo de Cristo a nos doarmos aos outros, a viver na presença de Deus. Logo, a Eucaristia e a Liturgia das Horas não são celebrações momentâneas, mas o coração de cada dia. Na liturgia ganhamos força para servir ao Povo de Deus e para viver em harmonia com nossos irmãos e irmãs.
Gostaria de enfocar a oração pessoal. Se vamos crescer em nosso relacionamento com Deus, é essencial termos um tempo sozinhos com Deus. Existem muitas maneiras de rezar, mas todas elas se voltam para estabelecer uma amizade íntima com Jesus Cristo. Santa Teresa d’Ávila nos advertiu que devemos fazer tudo para aumentar nosso amor pelo Senhor. O único modo de julgar a oração é se ela transforma nossas vidas. Isto é: estamos tratando as outras pessoas um pouco melhor? As Constituições nos lembram que: “Uma vida de oração também exige que examinemos nosso modo de vida à luz do Evangelho, para que a oração possa influenciar tanto nossas vidas pessoais quanto as vidas de nossas comunidades” (art. 81). O modo como rezamos depende muito de nossas personalidades e do tipo de relacionamento que temos e queremos ter com Deus.
Talvez a Lectio Divina seja o modo mais tradicional de crescer no relacionamento com Deus. Existem muitas formas de usar esse modo de oração. Ela pode ser usada tanto comunitária quanto individualmente. Podemos usá-la como a estrutura de todo nosso dia. Na Missa ou na Oração da Manhã lemos a Palavra de Deus. Durante o dia podemos recordar essa Palavra em determinados momentos, repetindo uma frase curta ou mesmo uma única palavra. Os eremitas no Monte Carmelo meditavam dessa forma. Ás vezes isso pode permitir que nossos corações falem diretamente com Deus respondendo aos acontecimentos de nosso dia. Quando chega o momento da oração pessoal, podemos simplesmente abandonar nossos pensamentos e palavras e repousar em Deus.
A Prática da Presença de Deus
Foi o carmelita descalços de Lourenço da Ressurreição quem primeiro viveu e tornou famosa a Prática da presença de Deus. Essa prática é muito simples e, ao mesmo tempo, muito difícil. A Regra nos lembra: “que tudo seja feito na Palavra do Senhor” (Regra 19). Isso é um eco da carta aos Colossenses: “E tudo o que vocês fizerem através de palavras ou ações, o façam em nome do Senhor Jesus” (Cl 3,17). A prática da presença de Deus é um método de oração simples porque não requer qualquer regra complicada. Significa simplesmente viver na verdade. Deus está presente em cada momento de nossas vidas, mantendo-nos vivos. Essa prática envolve partilhar com Deus tudo que acontece com você. Não é necessário conversar com Deus apenas sobre coisas sagradas. Podemos falar com Deus sobre o que nos interessa e partilhar com Deus o que acontece conosco. Lourenço da Ressurreição conversou com Deus sobre todos os detalhes práticos de seu trabalho como cozinheiro e tesoureiro comunitário. Santa Teresa d’Ávila nos lembra que Deus caminha entre os utensílios da cozinha. Deus está no meio da realidade que nos rodeia, seja ela qual for. Nós não trazemos Cristo para as circunstâncias em que vivemos. Ele está lá antes de nós.
A prática da presença de Deus é um modo de continuar o diálogo com Deus durante todo o dia. O Concílio Vaticano Segundo enfatizou o perigo da divisão entre fé e vida. Elas são e devem ser uma. Partilhar os eventos do dia é um modo de permitir que a Palavra de Deus influencie tudo que fazemos, pensamos ou dizemos. Se não temos vergonha de fazer ou dizer alguma coisa na presença de Deus, estamos vivendo uma ilusão ou nossas ações e palavras estão realmente de acordo com a vontade de Deus. Nosso falso eu levantará todos os tipos de razões para nos assegurar de que estamos certos e que não precisamos de mudança. Para vivermos na presença de Deus e trilharmos o caminho espiritual, a honestidade é uma virtude algumas vezes dolorosa, mas essencial.
A devoção a Maria, a Mãe de Jesus
A devoção mariana está intimamente ligada à Ordem Carmelitana na memória da maioria das pessoas. Maria é a Padroeira, Mãe e Irmã dos Carmelitas e cada um de nós deve pôr em prática seu próprio relacionamento com ela. O rosário é uma devoção popular resistente. Existem inúmeras maneiras de usá-lo para a oração. Ele só se limita à criatividade de cada pessoa. O símbolo mais importante da devoção mariana entre os carmelitas é o escapulário. Foram feitas diversas tentativas de atualizar esse símbolo para nossos dias. Pela ocasião do 750º aniversário da devoção ao escapulário, o Papa escreveu uma carta na qual descreveu seus dois elementos fundamentais. O escapulário faz parte de todo conjunto da espiritualidade carmelitana e nos lembra especificamente a presença constante de Maria em nossas vidas. Ela é a mãe da vida divina dentro de nós e nos acompanha até que essa vida cresça e nos transformemos em Deus. Esse é o objetivo de nossa existência. O segundo elemento fundamental da devoção ao escapulário é nosso compromisso de assumir as virtudes de Maria.
No Evangelho que usamos para a Solenidade de Nossa Senhora do Monte Carmelo, ouvimos as palavras que Jesus disse na cruz ao dar Maria ao discípulo amado como mãe a um filho. Então o evangelista nos fala que o discípulo assumiu Maria “para si”. Geralmente essa frase é traduzida como “a recebeu em sua casa”, mas os gregos não queriam dizer isso. Acredito que o texto diz que o discípulo amado, que representa todos nós, levou Maria para o local mais precioso para ele. O que caracteriza o discípulo amado acima de tudo é seu relacionamento com Jesus. Logo, ele levou Maria para seu relacionamento com Jesus e Maria levou o discípulo (nós) para seu próprio relacionamento com seu Filho.
A Oração Silenciosa
A Ratio nos diz que a oração é essencialmente um relacionamento pessoal, um diálogo entre Deus e o ser humano. Somos convidados a cultivá-la e a encontrar tempo e espaço para estarmos com o Senhor. A amizade só pode crescer através “da freqüente compatibilidade com Aquele que nos ama” (Santa Teresa d’Ávila – Livro da Vida 8,5) (Ratio 31). A Ratio continua dizendo que além de todas as questões da forma da oração, o importante é cultivar um relacionamento profundo com Cristo. Ela cita Santa Teresa mais uma vez dizendo que a oração perfeita “não consiste em muito pensar, e sim em muito amar” (Fundações 5,2; Castelo Interior 4, 1, 7) (Ratio). As Constituições nos lembram que: “A oração em silêncio é de grande ajuda no desenvolvimento de um espírito de contemplação. Portanto, devemos praticá-la diariamente por um período de tempo apropriado” (Art. 80).
Então o que é a oração em silêncio e o que é um período de tempo apropriado? Nossas vidas são muito agitadas, mas precisamos estabelecer prioridades. A oração é absolutamente essencial. O período de tempo depende do relacionamento da pessoa com Deus e, até certo ponto, depende da criatividade em encontrar espaço e tempo.
Todo relacionamento tem seu próprio ritmo. Geralmente, após um período de tempo, um relacionamento tende a ser menos complicado quando as duas pessoas se acostumam com o jeito uma da outra. Quando você não conhece bem uma pessoa, é difícil sentar em silêncio com ela. Temos a tendência de conversar. Ao conhecermos melhor a pessoa, o relacionamento torna-se mais fácil e sentar-se no silêncio amistoso torna-se normal e agradável. Quando entramos em harmonia com o outro podemos começar a ler seu silêncio. Trata-se de um relacionamento íntimo. O silêncio pode ser mais eloqüente do que muitas palavras.
É muito normal que no decorrer do tempo nossa oração se torne mais e mais simples. Pode ser que já tenhamos uma palavra que resuma tudo que queremos dizer a Deus. Dizer essa palavra significa milhares de coisas. Jesus abriu seu coração a seus discípulos e partilhou conosco o nome especial que tinha para Deus. Esse nome é “Abba”. Essa palavra contém todo relacionamento de Jesus com o Pai. É muito útil trabalhar nossa própria estenografia com Deus para que possamos lembrar durante o dia da presença constante de Deus conosco ao repetirmos uma simples palavra ou frase.
Cada relacionamento com o Senhor é diferente. Se você aproveita o máximo em sentar-se e conversar com o Senhor, ou de meditar sobre um tema, ou de ler e pensar sobre uma passagem da Escritura, ou de refletir sobre um livro espiritual, isso é bom. Por favor, continue a fazer isso. No entanto, podem existir momentos numa jornada de oração quando a pessoa se torna um pouco confusa e procura para onde ir. Também é comum ser levado ao silêncio durante a oração e, a princípio, isso pode parecer estranho e assustador. Não sabemos o que fazer e temos a sensação de estarmos perdendo tempo. A grande tentação é deixar de lado a oração porque não podemos mais encontrar o consolo que tivemos e ceder à sensação de perda de tempo. Como Santa Teresa d’Ávila, insisto que você não ceda a essa tentação e tenha uma “determinação muito determinada” de agarrar-se à oração especialmente quando ela não está de acordo com os seus planos.
É uma experiência muito comum passar por períodos prolongados de aridez na oração. Mais uma vez sentimos como se estivéssemos desistindo ou chateados. Sentimos que Deus foi embora não deixando endereço. Se, de alguma forma, mesmo no meio da confusão e da aridez, estamos convencidos do valor da oração, devemos apenas nos sentar na poeira e esperar por Deus. Em ocasiões muito estranhas em que um pensamento santo flutua sobre o rio de nossa consciência, temos a tendência de nos precipitarmos sobre ele e sufocá-lo, exaurindo-o por estarmos ressecados. No entanto, existe outra forma de lidar com esses pensamentos santos ocasionais. Não importa o quanto possam parecer santos, eles são nossos pensamentos, por isso subtende-se que deixamos que eles venham ou não. Se esses pensamentos forem verdadeiramente de Deus, retornarão em outro momento.
Existem muitos métodos de esperar por Deus no silêncio. Gostaria de propor um método de oração que pode fazer com que o silêncio seja muito produtivo e que pode nos ajudar a esperar por Deus no silêncio. Trata-se de um método de oração cristão baseado na rica tradição contemplativa e, especialmente, num livro clássico dessa tradição, “A Nuvem do Não-Saber”, um escrito anônimo do século XIV. Não estou sugerindo que devemos deixar de lado outras formas pessoais de oração, mas esse método pode aprofundar esses outros métodos e torná-los mais produtivos. O mais importante para esse tipo de oração é estar convencido de que Deus não está longe, mas muito perto. Deus faz sua morada em nós (cf. Jo 14,23).
Esse método de oração pode ser chamado de oração do silêncio ou de oração do desejo porque, no silêncio, nos voltamos para Deus com nosso desejo. Ele também foi chamado de oração em segredo, seguindo o conselho de Jesus para entramos em nosso quarto e rezarmos ao Pai ocultamente (M 6,6). A primeira fase dessa oração é encontrar um local adequado onde as interrupções sejam reduzidas ao mínimo. Depois se coloque numa posição confortável que você possa manter durante todo tempo da oração. Recomenda-se um mínimo de 20 minutos. Pode-se começar essa oração com uma pequena leitura da Bíblia. Não é hora de pensar no significado das palavras. Esse tipo de meditação fica para outra hora. Agora é hora de simplesmente estar na presença de Deus e de consentir na ação divina com nossa intenção. Então, com os olhos fechados, introduza gentilmente uma palavra sagrada em seu coração. Uma palavra sagrada é aquela que tem um grande significado para você em seu relacionamento contínuo com Deus. A palavra sagrada deve ser sagrada para você. De acordo com o ensinamento de “A Nuvem do Não Saber”, é melhor que essa palavra seja breve, de uma sílaba se possível. Sugiro algumas palavras: “Deus, Senhor, Amor, Jesus, Espírito, Pai, Maria, Sim”. Escolha uma palavra significativa para você. Talvez você pense em uma, se pedir a ajuda de Deus.
Quando peço que você introduza uma palavra sagrada no seu coração, não estou sugerindo que você a pronuncie com seus lábios, ou mesmo mentalmente, mas acolha-a dentro de você sem pensar em seu significado. Não é necessário forçar a palavra sagrada. Ela deve ser muito gentil. A palavra sagrada não é um mantra a ser repetido constantemente. A palavra concentra nosso desejo e sempre a usamos do mesmo modo simplesmente voltando nosso coração para o Senhor assim que percebemos que estamos distraídos. Essa é uma oração de intenção e não de atenção. Nossa intenção é estar na presença de Deus e consentir na ação divina em nossas vidas. A palavra sagrada expressa essa intenção e, assim, quanto tomamos consciência de que estamos pensando em algo diferente, podemos decidir se continuamos com a distração por ser mais interessante, ou se voltamos nossa intenção para a presença de Deus e consentimos com aquilo que Deus quer realizar em nós. Voltamos nosso coração para Deus pelo uso da palavra sagrada. Ela é um símbolo de nossa intenção. Não é necessário repeti-la frequentemente, apenas quando desejamos voltar nosso coração para Deus.
Durante essa oração, não é hora de conversar com Deus usando belas palavras ou mesmo de ter pensamentos santos, mesmo se pensamos que são inspirações de Deus. É melhor deixar essas coisas para outro momento. Nosso silêncio e nosso desejo valem mais do que palavras.
Através da palavra que escolhemos, expressamos nosso desejo e nossa intenção de permanecer na presença de Deus e de consentir com a ação divina purificante e transformadora. Voltamos para a palavra sagrada, que é o símbolo de nossa intenção e de nosso desejo, apenas quando tomamos consciência de estarmos envolvidos em algo diferente.
A oração consiste simplesmente em estar na presença de Deus sem pensar em nada em especial. Se você compreende como estar em silêncio com outra pessoa sem pensar ou fazer algo em especial, então você será capaz de compreender do que trata a oração. Nem todas as pessoas se adaptam a esse método de oração. Se você sentir um chamado interior para um silêncio maior, ele pode ajudá-lo.
No final do período que você decidiu dedicar à oração, talvez você possa dizer um Pai Nosso ou outra oração lentamente. É bom permanecer em silêncio por alguns momentos para se preparar para levar o fruto de sua oração para sua vida pessoal.
(Convido você a rezar agora e usar brevemente esse método de oração em segredo. Fique à vontade e entre na sala secreta de seu coração onde Deus mora. Para marcar o final do tempo de oração recitarei lentamente uma oração comum. Esse é o momento de reajustar-se ao momento presente).
Pauta prática para a Oração em Segredo:
1- Escolha uma palavra sagrada como símbolo de sua intenção em consentir na presença e na ação de Deus dentro de você.
2- Sente-se confortavelmente e, com os olhos fechados, fixe brevemente e introduza a palavra sagrada silenciosamente como símbolo de seu consentimento da presença da ação de Deus dentro de você.
3- Quando estiver envolvido com seus pensamentos, volte sempre gentilmente à palavra sagrada.
4- No final do período de oração, permaneça em silêncio com os olhos fechados por alguns minutos.
Perguntas para reflexão
Você é fiel ao ritmo da oração pública e pessoal?
*ASSEMBLÉIA DA PROVÍNCIA DO RIO DE JANEIRO – JANEIRO 2007.
ESPIRITUALIDADE CARMELITANA: O PROFETA ELIAS VOLTA PARA DEUS (2Rs 2,1-13)
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*Frei Joseph Chalmers O. Carm. Ex- Superior Geral da Ordem do Carmo
Invocação
Ó Deus, teu profeta Elias apareceu misteriosamente sem introdução e desapareceu do mundo num carro de fogo. Elias permanece teu servo para sempre. Ajuda-me a servir-te como desejas e que um dia eu deixe este mundo para viver contigo. Por Cristo nosso Senhor.
Texto
Leia o texto atentamente para compreender o sentido geral e para conhecer a história em detalhes.
2Rs 2,1 Eis o que aconteceu quando Iahweh arrebatou Elias ao céu no turbilhão: Elias e Eliseu partiram de Guilgal,
2 e Elias disse a Eliseu: “Fica aqui, pois Iahweh me enviou só até Betel”; mas Eliseu respondeu: “Tão certo como Iahweh vive e tu vives, não te deixarei!” e desceram a Betel.
3 Os irmãos profetas que moravam em Betel foram ao encontro de Eliseu e disseram-lhe: “Sabes que hoje Iahweh vai levar teu mestre por sobre tua cabeça?” Ele respondeu: “Sei; calai-vos.”
4 Elias lhe disse: “Eliseu, fica aqui, pois Iahweh me envia só até Jericó”; mas ele respondeu: “Tão certo como Iahweh vive e tu vives, não te deixarei!” E foram para Jericó.
5 Os irmãos profetas que moravam em Jericó aproximaram-se de Eliseu e lhe disseram: “Sabes que hoje Iahweh vai levar teu mestre por sobre tua cabeça?” Ele respondeu: “Sei; calai-vos.”
6 Elias lhe disse: “Fica aqui, pois Iahweh me envia só até o Jordão”; mas ele respondeu: “Tão certo como Iahweh vive e tu vives, não te deixarei!” E partiram os dois juntos.
7 Cinqüenta irmãos profetas foram também e ficaram parados a distância, ao longe, enquanto eles dois se detinham à beira do Jordão.
8 Então Elias tomou seu manto, enrolou-o e bateu com ele nas águas, que se dividiram de um lado e de outro, de modo que ambos passaram a pé enxuto.
9 Depois que passaram, Elias disse a Eliseu: “Pede o que queres que eu faça por ti antes de ser arrebatado da tua presença.” E Eliseu respondeu: “Que me seja dada uma dupla porção do teu espírito!”
10 Elias respondeu: “Pedes uma coisa difícil; todavia, se me vires ao ser arrebatado da tua presença, isso te será concedido; caso contrário,, isso não te será dado.”
11 E aconteceu que, enquanto andavam e conversavam, eis que um carro de fogo e cavalos de fogo os separaram um do outro, e Elias subiu ao céu no turbilhão.
12 Eliseu olhava e gritava: “Meu pai! Meu pai! Carro e cavalaria de Israel!” Depois não mais o viu e, tomando suas vestes, rasgou-as em duas.
13 Apanhou o manto de Elias, que havia caído, e voltou para a beira do Jordão, onde ficou.
Ler
Eliseu queria uma dupla porção do espírito de Elias. A dupla porção de uma herança era tradicionalmente do filho mais velho (Dt 12,17). Eliseu queria ser reconhecido com o sucessor legítimo de Elias. No verso 12, Eliseu expressa respeito e obediência ao gritar: “Meu pai! Meu pai!”. Nos dias de Eliseu, Iahweh era considerado como o Deus da vida, mas não da morte e, por isso, os mortos estavam fora da esfera da influência de Iahweh. A ascensão de Elias era um dos poucos exemplos na Bíblia onde a morte fora derrotada. Séculos mais tarde, a fé na ressurreição foi desenvolvida a partir de exemplos como esse. O povo sempre acreditou que Elias retornaria (ver Mc 6,5; 8,28). Ele desapareceu mas não morreu, por isso não se trata de ressurgir dos mortos. O povo acreditava, e os judeus ainda acreditam, que Elias voltará para anunciar a vinda do messias.
Eliseu é uma testemunha da forma miraculosa como o profeta Elias deixou o mundo. O objetivo desse relado é mostrar que entre todos os “filhos dos profetas”, Eliseu estava bem próximo de Elias e tornou-se seu sucessor espiritual. O objetivo dessa história era preencher a lacuna quanto ao final do profeta Elias e o local de seu túmulo.
Refletir
Releia o texto para ouvir o que Deus lhe dizer. A seguir veremos algumas perguntas para ajudá-lo em sua meditação. Não existe resposta certa ou errada, apenas sua resposta à Palavra de Deus e essa resposta deve ser vivida diariamente.
- Como você se sente quanto à morte?
- Você tem alguém para acompanhá-lo em sua jornada espiritual?
- Elias pediu uma dupla porção do espírito de Elias. O que você quer pedir a Deus?
Responder
Elias chama Eliseu para segui-lo. Eliseu só se torna um profeta após o arrebatamento de seu mestre. Então, Eliseu tornou-se o líder de um grupo de profetas, dedicados ao verdadeiro Deus. Jesus Cristo nos chamou para segui-lo. Descobrir o que Deus quer de nós é um processo lento. Devemos tomar muitas decisões na vida. Toda escolha quem suas conseqüências. Vamos rezar para que nossas escolhas estejam de acordo com a vontade de Deus.
“Estando ele a caminhar junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
19 Disse-lhes: “Segui-me e eu vos farei pescadores de homens.”
20 Eles, deixado imediatamente as redes, o seguiram.
21 Continuando a caminhar, viu outro dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, no barco com o pai Zebedeu, a consertar as redes. E os chamou.
22 Eles, deixando imediatamente o barco e o pai, o seguiram.” (Mt 4,18-22)
Repousar
O profeta Elias sempre foi fiel a Deus, mas nem sempre achou fácil ser fiel. Nesse texto, Elias enfrenta seu próprio fim. Não poderemos permanecer fiéis a Deus sem enfrentarmos dificuldades. Nós também devemos enfrentar nossa própria mortalidade.
Somos gradativamente transformados no caminho contemplativo, mas a transformação normalmente não parece ser o verdadeiro caminho para a glória. Nossos modos humanos devem ser divinizados, mas nesta jornada podemos ter a sensação que estamos perdendo tudo.
“Quando, pois, este ser corruptível tiver vestido a incorruptibilidade e este ser morta tiver revestido e imortalidade, então cumprir-se-á a palavra da Escritura:
A morte foi absorvida na vitória.
55 Morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está o teu aguilhão?
56 O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a Lei.
57 Graças se rendam a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo!
58 Assim, irmãos bem-amados, sede firmes, inabaláveis, fazei incessantes progressos na obra do Senhor, cientes de que a vossa fadiga não é vã no Senhor.” (1Cor 15,54-58)
Já mencionei o conceito da noite escura, que é um termo complexo para o processo de transformação naqueles momentos que parecem negativos ou quando tudo não está claro. A noite escura é o estado normal para a maior parte da vida. A sensação de obscuridade às vezes é maior e outras vezes menor. Durante as várias fases do processo de transformação, devemos passar pela morte que, deste lado do túmulo, nos parece muito escura. Durante o decorrer de nossa vida, devemos aceitar as pequenas mortes que nos preparam para o fim de nossa existência na terra. A primeira morte acontece quando damos as costas para o pecado grave. Podemos estar cheios de entusiasmo nessa etapa da jornada espiritual, mas ao contrário do que pensamos, ainda estamos muito longe da perfeição. Ainda existe uma longa estrada a ser percorrida.
Ao continuarmos nosso caminho espiritual, amadurecemos mais e ficamos mais preparados para aceitar as pequenas mortificações que são uma parte essencial do caminho para Deus. Essas mortificações não são necessariamente trabalhos de penitência que escolhemos, mas simplesmente as dificuldades da vida. Aos poucos vemos que nossa motivação não é totalmente pura e encontramos o falso eu, não nos outros, mas em nós mesmos. Uma crescente sensibilidade à presença de Deus nos torna mais sensíveis à ação do falso eu dentro de nós. Nos tornamos mais conscientes do barulho de nosso “cd interno” (todos os comentários sobre as outras pessoas ou sobre coisas que aconteceram conosco que continuam dentro de nós durante o dia). Outra experiência de morte é o desprendimento gradual desses comentários e da ação do falso eu. É muito difícil aceitar que nossa motivação não é totalmente cristã. Isso requer uma profunda humildade e também um intenso desejo de ser transformado.
Através da oração, como uma busca constante do rosto de Deus nos altos e baixos de nossa vida, ficamos mais preparados para deixar de lado nossas próprias idéias sobre Deus para receber o que Deus quer partilhar conosco. Esse processo também é outro tipo de morte. Finalmente, perdemos nossa própria vida para recebermos a verdadeira vida em abundância.
A fé é uma necessidade absoluta para a jornada espiritual. Em primeiro lugar, a fé é um compromisso com Deus a quem não podemos ver nem sentir. É um salto para a escuridão, confiantes de que lá existe Alguém que nos ama.
Muitas vezes nossa oração pessoal se modifica ao amadurecermos. O que pode nos ajudar em uma fase pode não ser útil na outra. A oração pode se tornar mais simples e, ao mesmo tempo, mais escura. Seja qual for a forma como você reza, confie em Deus e tente responder à iniciativa de Deus de chamá-lo para partilhar um relacionamento íntimo na vida da Trindade Santa.
Faça agora sua oração. Existe um método no Apêndice I que talvez o ajude a esperar por Deus no silêncio. Ele está sempre presente conosco, mas muitas vezes o experimentamos como ausência e escuridão. Permita que a presença de Deus e sua ação purificadora e transformadora venham até você, seja qual for a forma que Deus escolher para que isso aconteça.
Agir
Vejamos algumas frases do texto. Escolha uma ou duas para repetir agora e novamente durante o dia para lembrá-lo da presença de Deus. É claro que você tem seu próprio jeito de manter aceso seu relacionamento com Deus. Qualquer método é bom se ajuda a lembrar da presença amorosa de Deus:
“levou Elias para o céu”;
“fica aqui”;
“calai-vos”;
“não te deixarei”;
“pede o que queres”;
“Elias subiu ao céu”;
“meu pai”.
Com esse texto chegamos ao fim da vida do profeta Elias. Ele foi sempre fiel a Deus e esta fidelidade lhe custou muito. A história da saída de Elias da terra causou um grande impacto na memória religiosa dos judeus, mas também dos cristãos e muçulmanos. Cresceu a ideia de que o profeta não teria morrido e poderia voltar. Já vimos essa idéia no Novo Testamento (cf. Mt 11,4).
A morte é um mistério. Somos seguidores de Jesus Cristo que passou pela morte e foi ressuscitado na glória do Pai pelo poder do Espírito Santo. Quando Cristo apareceu a seus amigos e discípulos após a ressurreição, ele não revelou tudo que acontece no processo da morte e depois da morte. Contudo, Jesus é nosso líder (At 5,31; Hb 2,10). Cristo voltou da morte e prometeu que iríamos com ele (Jo 14,3).
Devemos deixar o futuro nas mãos de Deus que nos ama e permanecer fiéis a Deus como o profeta Elias.
“Mas, como está escrito, o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam.” (1Cor 2,9)
*DO LIVO: O SOM DO SILÊNCIO
ORDEM TERCEIRA: Salvador-02
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ORDEM TERCEIRA: Salvador
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FREI EVALDO: A Traição de Judas
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O Frei Evaldo Xavier, O. Carm, Superior Provincial da Província Carmelitana de Santo Elias-Carmelitas, faz uma homilia na Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo de Salvador/ BA, sobre a traição de Judas Iscariotes. Convento do Carmo de Salvador- BA. 27 de março-2018.
FREI EVALDO: Semana Santa
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FREI ADAILSON: Entrevista
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DOMINGO 25: Aniversariante do dia...
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ANIVERSÁRIO DO FREI SÍLVIO.
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ANIVERSARIANTE DO DIA: Sexta 23...
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CARMELITAS: A dimensão contemplativa da vida.
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*Fraternità Carmelitana Pozzo di Gotto - 1993.
Para o Carmelo a experiência contemplativa é estilo de vida pessoal e comunitário ao mesmo tempo; itinerário para Deus - ou melhor, de Deus para nós - que pede para ser vivido no contexto de fraternidade, em companhia dos irmãos e não como busca individual e intimista.
Vejam como a Regra delineia a dimensão contemplativa da vida:
- a) A escuta comunitária da Palavra durante a mesa comum (c.4): é a relativização do pão do homem frente ao alimento espiritual do Pão da Palavra.
- b) A lectio divina (c.7), como momento pessoal de escuta da Palavra, a fim de se permanecer constantemente enraizados no Mistério de Cristo, e em vigília, aguardando a sua vinda.
- c) A celebração quotidiana da Liturgia do Louvor e da Eucaristia (c.8 e 10), onde a Palavra assimilada na lectio pessoal ressoa na comunidade, que celebra a oração dos Salmos
- Síntese orante de toda a Sagrada Escritura - e a fractio panis, memorial da Nova Aliança com Deus e com os irmãos no sinal do dom e do serviço.
- d) O cuidado pelos valores do Espírito, a fim de que, escolhendo a essencialidade (c.12 e 13), revestindo-nos do Cristo, Homem Novo (c.14), vivendo o trabalho como dom de si mesmo (c.15) e o silêncio como pedagogia sapiencial em preparação de uma autêntica comunicação humana (c.16), chegue à idade adulta dentro de nós o nosso homem espiritual e transforme o próprio ambiente da fraternidade numa epifania da presença de Deus, num lugar de procura assídua do Seu Rosto na história dos homens.
*0 CARMELO A SERVIÇO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO: Carisma, Espiritualidade, Missão – apontamentos. Tradução por Frei Pedro Caxito O. Carm. In Memoriam (São Romão-MG. *31/12/1926. São Paulo. + 02 / 09/ 2009).
ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Sodalício de São José dos Campos/SP.
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Nesta segunda 19- Solenidade de São José- foi eleito o Novo Conselho do Sodalício de São José dos Campos - SP.
Priora
Ir Marlene
Conselheiras
Ir Maria Ilma
Ir Maria Teresa
Ir Maria Serão
Ir Neli
ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Sodalício de Jacareí/SP.
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No último domingo, 18, foi eleito o Novo Conselho do Sodalício de Jacareí/ SP.
Priora
Maria de Fátima
Conselheiros
Wesley Fariai
Clayton Ricardo
VISITA AOS SODALÍCIOS DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO...
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FREI PETRÔNIO DE MIRANDA, O. CARM: Programação para os próximos dias em visita aos Sodalícios da Ordem Terceira do Carmo da Província Carmelitana de Santo Elias- Carmelitas. Dia 18, às 15h, domingo. Jacareí/SP. Dia 19, segunda-feira, às 9h. São José dos Campos/SP. De 20-21. Sodalícios da Basílica e Esplanada, São Paulo, capital. Acompanhe tudo aqui no olhar
CARMELITAS: AS COORDENADAS TEOLÓGICO-ESPIRITUAIS DO CARISMA DO CARMELO.
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*Fraternità Carmelitana Pozzo di Gotto - 1993.
1- A "koinonia" fraterna
A Regra do Carmelo fala de fratres. É o nome novo que os seus destinatários recebem. Este nome indica uma nova qualidade de relacionamentos interpessoais e de impostação de vida na comunidade: o "nós" comunitário, ou se quiserem, "a comunidade" como sujeito protagonista. Vejamos em síntese os valores que exprime.
- a) A unanimidade. Indica o sentir comum e a convergência essencial sobre um projeto único de vida. É a base para o diálogo e o discernimento comunitário, sem personalismos e atitudes arbitrárias, geradoras de instabilidade.
- b) A reciprocidade. É a unanimidade considerada na sua forma mais amadurecida; exprime um relacionamento em diálogo intenso, que assume nos irmãos a forma da obediência recíproca em Cristo e do serviço recíproco na humildade.
- c) A condivisão. É a capacidade de desconcentrar-se da reivindicação do proprium, criador de divisão e antagonismos, a fim de orientar-se para a pobreza e a comunhão total de bens. A Regra delineia várias formas de condivisão: a mesa comum (c.4), a oração em comum (c.8), a condivisão dos bens de consumo (c.9), a celebração eucarística (c.10), a reunião semanal da comunidade (c.11).
- d) A relativização dos encargos institucionalizados. Os cargos estão presentes na comunidade(prior, ecônomo, presbíteros etc.), mas não são enfatizados. Realmente na Regra não somos levados a pensar na distinção entre religiosos irmãos e religiosos presbíteros nem fica determinado quem deva presidir à reunião semanal da comunidade. É aqui que se revela, mais do que em outro lugar, o valor da comunidade como sujeito protagonista, a saber, a intenção de sublinhar que -_> a igualdade fundamental dos fratres vem antes de qualquer cargo e ministério.
- e) A atenção para com a pessoa. A comunidade que é o sujeito protagonista não rebaixa nem marginaliza a pessoa, antes a valoriza, garantindo a cada um espaço pessoal vital (c. 3 e 5), tendo consideração pelas suas necessidades e pela sua condição física, cultural e espiritual (c. 8, 9, 12 e 13), favorecendo a humanização das estruturas e dos costumes para o bem das pessoas e salvaguarda do ambiente (c.2,3,4,10 e 11).
*0 CARMELO A SERVIÇO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO: Carisma, Espiritualidade, Missão – apontamentos. Tradução por Frei Pedro Caxito O. Carm. In Memoriam (São Romão-MG. *31/12/1926. São Paulo. + 02 / 09/ 2009).
CARMELITAS: NAS ORIGENS, UMA COMUNIDADE
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*Fraternità Carmelitana Pozzo di Gotto - 1993.
Nas origens do Carmelo não encontramos uma pessoa isolada como Fundador, mas sim uma comunidade. Ela está provavelmente vivendo uma certa evolução interna: de pessoas mais ou menos isoladas rumo a um grupo; pede ajuda e discernimento ao Patriarca de Jerusalém, Alberto, a fim de que (a nível não apenas jurídico, mas também teológico-espiritual) consolide e codifique o projeto de vida deles, o seu "propositum", numa "vitæ formula", que a seguir, com o discernimento do Papa, adquirirá o status de Regra.
Confirmação do que dizemos nos vem antes de tudo do próprio texto da Regra - ou melhor do dinamismo e dos valores do projeto de vida que ela propõe - enquanto mediação para transmitir a "experiência do Espírito" do Fundador ou do carisma de fundação.
Além disso, aquela expressão, que aparece mais vezes nas Primeiras Constituições e em outros escritos medievais - "(...) Albertus Ierosolymitanæ ecclesiæ Patriarcha in unum collegium congregavit, scribendo eis Regulam(...)" - sintetiza tanto o discernimento feito pelo Patriarca Alberto como a fisionomia dos primeiros irmãos do Carmelo.
Podemos, então, dizer que Fundadores do Carmelo foi aquela primeira comunidade de fratres do Monte Carmelo, não outros. Eles devem permanecer o ponto de referência constante, original e originante do carisma e da missão do Carmelo. A questão, pois, de Elias e de Maria como "fundadores" do Carmelo, no meu parecer, precisa de uma releitura na ótica do "modelo de vida" fortemente personalizado, em sintonia com toda a tradição monástica e, além disso, com a carmelitana.
*0 CARMELO A SERVIÇO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO: Carisma, Espiritualidade, Missão – apontamentos. Tradução por Frei Pedro Caxito O. Carm. In Memoriam (São Romão-MG. *31/12/1926. São Paulo. + 02 / 09/ 2009).
A CRUZ DE JESUS
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O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ, canta a música; A CRUZ DE JESUS, do seu novo CD- TEMPO DO CARMELO (Lançamento nos próximos meses). IMAGENS DO VÍDEO: Youtube e arquivo do olhar. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 16 de março-2018.
A Cruz de Jesus
Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.
1-No Monte das Oliveiras Ele sente a aflição, está em silêncio e desolação. Meu Pai afasta de mim essa dor, mas não seja feita a minha vontade mas/ Do Senhor (bis)
2-Judas Iscariotes traiu meu Salvador, ô quanto sofrimento ó quanta dor. No coração de Pedro a noite chegou, nega o Filho de Deus/ O Salvador. (bis)
3- Ele foi julgado e condenado com desamor, e logo Pilatos Barrabás soltou. Cuspiam Nele e diziam salve o Rei dos Judeus, batiam em sua cabeça/ Ô quanto dor. (bis)
4-No caminho do calvário as santas mulheres encontrou, no caminho do calvário Verônica aflita/ As lágrimas enxugou. (bis)
5-Para o calvário a cruz Ele carregou, Simão Cirineu logo o ajudou. Para o calvário a cruz Ele carregou, a sua santa Mãe/ O consolou. (bis)
6-No suplício da cruz Dimas suplicou, e o perdão dos pecados ele ganhou. Pobre Filho de Deus homem da dor, os pecados de Dimas/ Ele deletou. (bis)
7-No alto da cruz Ele foi condenado, no alto da cruz Ele foi abandonado, no madeiro Ele sente uma grande dor, os pregos e a lança o/ Sangue jorrou. (bis)
8- No alto da cruz Ele gritou, meu Deus, meu Deus por que/ Me abandonou. O que fizeram com o meu Senhor, fazem todos os dias, ô/ Quanta horror. (bis)
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