Casal morre e filhos sobrevivem após acidente na BR-116
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Casal morre e filhos sobrevivem após acidente na BR-116
O motorista do caminhão não teve ferimentos graves, mas precisou ser atendido porque ficou abalado com o acidente
Um homem e uma mulher morreram após um caminhão bater no carro em que eles estavam, na BR-116, na altura da cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, na madrugada desta quinta-feira (5).
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o casal estava com os filhos – uma menina de 12 anos e um jovem de 18 – que sobreviveram e estão internados em estado grave. A placa do carro é de Diadema (SP), porém a PRF não tem detalhes de onde a família partiu.
A polícia informou ainda que o condutor do caminhão seguia no sentido sul e o veículo menor ia na direção oposta. No km-804 da rodovia, a carreta tentou entrar em um posto de combustível, localizado do outro lado da pista, porém bateu no carro quando tentou atravessar a pista.
O motorista do caminhão contou que não viu o veículo por causa de neblina na região. Ainda de acordo com a PRF, o rapaz não teve ferimentos graves, mas precisou ser atendido porque ficou abalado com o acidente. O condutor foi levado para a delegacia de Vitória da Conquista, onde prestou depoimento e foi liberado.
Os filhos do casal estão internados no Hospital Regional de Vitória da Conquista. Já os corpos das vítimas foram encaminhados para o Departamento de Polícia Técnica da mesma cidade. Fonte: http://bahia.ba/municipios
Saiba como se proteger do sarampo
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Confira perguntas e respostas sobre a doença. A melhor forma de prevenção é a vacinação, independentemente da idade
RIO - O caso de sarampo com confirmação preliminar no Rio de Janeiro acendeu um sinal de alerta entre autoridades de saúde e especialistas sobre o risco de retorno da doença ao estado. A preocupação com um surto também atinge a população e gera questionamentos. A vacinação é a principal e melhor alternativa para se proteger contra o sarampo. A imunização pode ser feita em qualquer idade.
1-O que é a doença e como se prevenir?
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave — especialmente para crianças pequenas —, transmissível e extremamente contagiosa. A única prevenção é a vacina tríplice viral, que também protege contra caxumba e rubéola.
2-Quantas doses de vacina são necessárias?
Para ser considerado protegido, é preciso tomar duas doses na vida, com intervalo mínimo de um mês. O esquema atual do Calendário Nacional de Vacinação é de uma dose da tríplice viral aos 12 meses de idade, e a segunda dose da vacina tetra viral aos 15 meses.
3-Mesmo quem não tem certeza se já foi imunizado deve tomar a vacina?
Sim. Não existe "overdose" de vacina. Caso haja dúvida se foi imunizado ou não, o recomendado é se vacinar, tomando as duas doses. Isso vale para adultos e crianças.
4-Há riscos mesmo com a carteira de vacinação em dia?
Sim, há riscos por causa de mudanças no esquema de vacinação nos últimos anos. Quem tem hoje até 26 anos de idade tem grandes chances de estar imunizado com as duas doses da vacina, porque elas foram adotadas em 1992. Até então, as crianças recebiam uma dose única. Isso significa que quem tem mais de 26 anos provavelmente precisa tomar mais uma dose.
Em 2003, houve uma mudança nas idades em que cada dose era aplicada: a primeira passou a ser aplicada nas crianças aos 12 meses de vida, e a segunda, aos 15 meses. Até aquele ano, a primeira dose era dada aos 9 meses, mas estudos comprovaram que a eficácia não era tão grande nessa fase da vida. Portanto, quem tem entre 15 e 26 anos hoje — ou seja, quem provavelmente tomou a primeira dose aos 9 meses — também pode ter menos imunidade à doença. As pessoas que estão mais protegidas são as que têm até 15 anos de idade atualmente, porque é provável que elas tenham tomado a primeira dose aos 12 meses de vida.
Já quem tem mais de 50 anos não precisaria procurar os postos de saúde, segundo especialistas. Considera-se que a chance de alguém com essa idade já estar imunizado porque já contraiu a doença quando criança é extremamente alta.
5-Mesmo quem já recebeu as duas doses tem algum risco de pegar a doença?
Sim, mas é um risco bem pequeno. A coordenadora do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia, Lessandra Michelin, ressalta que nenhuma vacina traz 100% de proteção:
— A vacina contra o sarampo tem 97% de eficácia, se a pessoa tomar as duas doses. Com a primeira dose, a eficácia já é de 93%. Então há uma margem de pessoas que podem pegar a doença mesmo vacinadas. O importante é que, se não estiverem vacinadas, é quase certo que pegarão a doença.
6-Vale a pena, para ter maior proteção, tomar uma terceira dose?
Não é necessário. A eficácia da imunização não aumentará substancialmente. Se a pessoa tiver certeza de que tomou duas doses, ela não precisa ir aos postos.
7-Há alguma contraindicação para a vacina?
A vacina é contraindicada para gestantes, bebês menores de 6 meses de idade e pessoas com a imunidade comprometida por causa de alguma doença. No caso das gestantes, elas devem esperar para serem vacinadas após o parto.
8-Como o sarampo é transmitido?
Geralmente, o sarampo se espalha no ar por gotículas respiratórias produzidas ao tossir ou espirrar. Também pode ser transmitido pela saliva (beijo ou bebidas compartilhadas); por contato com a pele (apertos de mão ou abraços); e pelo toque em uma superfície contaminada (cobertor ou maçaneta).
9-Quais são os sintomas?
Os sintomas do sarampo aparecem apenas de 10 a 14 dias após a exposição ao vírus. Os principais sinais são: febre alta, conjuntivite, irritação na pele e manchas vermelhas pelo corpo, tosse, coriza, dor de garganta.
10-Existe tratamento?
Não há tratamento. A estratégia terapêutica é para aliviar os sintomas, com uso de antitérmicos vendidos sem prescrição médica ou vitamina A.
11-Adolescentes e adultos podem tomar outras vacinas junto com a do sarampo?
Sim. É possível, por exemplo, tomar junto com a vacina da febre amarela. No entanto, no próprio posto de saúde, médicos e técnicos avaliarão a necessidade de outras vacinas.
12-Onde posso me vacinar?
Há 232 unidades de postos de vacinação no município do Rio. A orientação é procurar a que for mais próxima do endereço de residência. Fonte: https://oglobo.globo.com
Meditação é adotada em escolas e beneficia crianças e adolescentes
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Prática melhora o foco e reduz a ansiedade dos alunos, dentro e fora da sala de aula
“Se todas as crianças de 8 anos aprenderem meditação, nós eliminaremos a violência do mundo dentro de uma geração” . A afirmação do monge budista Dalai Lama faz mais sentido do que nunca e está sendo levada a sério em algumas instituições de ensino do Rio. Colégios das redes pública e particular da cidade estão oferecendo exercícios de meditação para crianças e adolescentes durante o horário escolar. A prática, que estimula a observação e aguça a concentração, está conectando estudantes que se relacionam com um mundo cada vez mais agitado e repleto de estímulos externos. Mas, desta vez, a conexão não é virtual e, sim, interior.
Na Escola Municipal Dom Pedro I, na Barra da Tijuca, a instrutora de práticas contemplativas e mindfulness Bruna Andrade atua como voluntária, compartilhando a técnica com os alunos.
— Trouxe a ideia para o colégio e a diretora aceitou imediatamente. Desde março, aplico exercícios de mindfulness por uma hora para um grupo de adolescentes de 13 a 15 anos. Não é obrigatório, só faz quem quer — explica ela, lembrando que existem várias pesquisas que comprovam a utilidade do método no tratamento da depressão, da ansiedade e do estresse.
Durante a prática, que é acompanhada por uma música que tranquiliza, os adolescentes são guiados delicadamente pela instrutora, que chama a atenção para o ritmo da respiração, pede que eles tragam o pensamento para o presente e os induz a um relaxamento profundo.
— O meditador é um observador. Observa a respiração, o corpo, os sons e os pensamentos, que são como uma onda do mar, vêm e vão — orienta Bruna, que estimula o olfato, a audição, o paladar, a visão e o tato. — Sinta essa folha com seus dedos, toque de forma suave, porém atenta, observe a textura, explore a folha — propõe ela durante a prática, acompanhada pela reportagem.
Durante o exercício, alguns estudantes chegam a dormir. E já sentem no dia a dia os efeitos benéficos do mindfulness.
— Sou muito agitada, falo muito. Com a meditação, estou ficando mais calma e prestando atenção nos detalhes das coisas — diz a estudante Gabrielle Mesquita, de 15 anos.
Já o aluno Marcos Vinicio de Souza Costa, de 14 anos, passou a lidar melhor com o videogame.
— Moderei o tempo e, quando perco, fico mais tranquilo — reconhece.
Diretora do Pedro I, Andréa Leal está satisfeita com a novidade:
— Os alunos ficam mais focados na escola e aumentam o poder de observação. A meditação é um aprendizado para a vida.
Bruna é a prova viva dos efeitos benéficos da técnica. Formada em Marketing, fez carreira no mercado financeiro e trabalhou por 15 anos em diversos bancos. Depois de ter sua primeira filha, em 2010, seguiu conciliando as funções profissionais com o papel de mãe. Por causa do trabalho, passava muito tempo viajando, longe da família. A urgência de dar conta de tudo e a cobrança implacável foram tomando conta dela, que, simplesmente, entrou em colapso.
— Em 2013, desenvolvi um transtorno de ansiedade. Tive gastrite, não dormia bem, minha alimentação era irregular, não estava feliz. Resolvi abrir mão daquela carreira e ir embora para casa. Passei por um processo medicamentoso, comecei a fazer terapia, e o meu analista me indicou grupos de meditação.
E foi assim que Bruna viu sua vida mudar. A identificação com a meditação aconteceu de forma instantânea e a levou a conhecer outras vertentes do método, como o mindfulness, também conhecido como atenção plena. Além de se tornar uma praticante dedicada, fez um curso de especialização na PUC-Rio e passou a trabalhar como voluntária.
Gestora pedagógica da Escola Pedra da Gávea há quatro anos, Denise Martinez Pinto também é praticante de ioga e meditação há dez. No colégio, ela atua como facilitadora das práticas contemplativas e é a responsável por “nutrir” de informações os professores da escola, que proporcionam aos alunos, de 1 a 9 anos, momentos de ioga e de meditação.
— Não estipulamos um horário fixo, mas é preciso contemplar diariamente. O maior lucro da meditação é o autoconhecimento e a autorregulação. Eles aprendem a lidar com os sentimentos e a a ter maior controle das emoções desde cedo. Já tivemos o retorno de crianças que falaram assim: “eu estava nervoso e respirei” — relata.
Se na Pedra da Gávea o alvo são as crianças, no Colégio Bahiense são os adolescentes que estão no foco. A iniciativa partiu do professor de física e de matemática Thiago Narahari, que também é instrutor de meditação formado pela Escola Arte de Viver.
— Existem diversos tipos de meditação, do sol, da lua cheia, mindfulness. Ofereço uma técnica chamada meditação sem esforço. Para realizá-la, basta sentar com a coluna ereta e as mãos viradas para cima, fechar os olhos e guiar a respiração — diz o professor, que disponibiliza o exercício, que não é obrigatório, toda quarta-feira, durante o recreio, para os alunos do Ensino Médio. — Encontrei na meditação uma maneira de cuidar da saúde mental dos meus alunos.
Segundo o coordenador pedagógico do Colégio Bahiense, André Luiz de Souza Carnasciali, a resposta é positiva:
— Um aluno fala para o outro e a aula tem cada vez mais adeptos. No futuro, planejamos incluir a meditação na grade, a partir do Ensino Fundamental.
Especialista em Práticas Integradas Complementares e diretora do Instituto Brasileiro de Ayurveda (IBRATA), Ma Prem Ila acredita no poder da meditação desde a mais tenra idade.
— Músicas meditativas acalmam bebês — exemplifica.
No caso de adolescentes, que enfrentam uma rotina pesada de provas — principalmente aqueles que vão fazer o Enem —, o que gera muita ansiedade, Ma Prem Ila diz que quanto mais meditação, melhor.
— Melhora a capacidade mental de quem estuda e também auxilia pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH). A meditação atua de forma profunda na mente. E todos os tipos são válidos, não existe uma pior nem melhor.
Para quem não pode usufruir da meditação no ambiente escolar, a terapeuta integrativa sugere praticá-la em casa.
— Crianças a partir de 6 anos já podem começar com a orientação dos pais. Indico uma técnica simples, chamada Pranayama, que é a respiração pura. Grande parte das pessoas não sabe respirar. Ensinar a criança a respirar traz calma. Fonte: https://oglobo.globo.com
Prefeito de Garanhuns proíbe peça com Jesus trans em festival
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Izaías Régis não vai ceder centro cultural para a montagem de espetáculo
RIO — Após tentativas de proibições em cidades como Jundiaí (SP), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS), e no Rio, por ação do prefeito Marcelo Crivella, o espetáculo "O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu", protagonizado pela atriz transexual Renata Carvalho, foi proibido de ser apresentado no Festival de Inverno de Garanhuns (PE), por ordem do prefeito Izaías Régis.
A programação da 28ª edição do evento, que neste ano tem como tema a liberdade, havia sido divulgada na última quinta-feira, mas no dia seguinte o prefeito procurou o secretário estadual de Cultura, Marcelino Granja, e solicitou a retirada da peça da programação do evento. Diante da negativa, Régis disse que não irá ceder o Centro Cultural de Garanhuns para a apresentação.
Escrita pela autora trans inglesa Jo Clifford (que em 2006, aos 56 anos, abriu mão do nome John), a peça traz Renata Carvalho interpretando Jesus como se ele vivesse nos dias atuais como uma travesti, e provoca reflexões sobre temas como gênero e inclusão.
O perfil oficial do espetáculo no Facebook publicou um post sobre o posicionamento do prefeito de Garanhuns: “Mais uma tentativa de barrar a apresentação do Evangelho… sem ao menos ler ou assisti-lo. Isso deve-se a construção social e a criminalização da travesti. Jesus é a imagem e semelhança de todos, menos de nós, pessoas trans. A folclorização que se construiu e se constrói da imagem da travesti não é de hoje. Isso deve-se à exclusão, à marginalização desses corpos. Precisamos desmistificá-los, precisamos naturalizar e humanizar nossas identidades, vivências e corpos e isso só conseguiremos convivendo com estes corpos, com esses corpos presentes nos espaços. No mais convido o prefeito e a todos de Garanhuns a irem assistir ao espetáculo e conhecer a obra de Jo Clifford e, se mesmo assim, depois disso, vocês acharem um desrespeito estamos abertas a conversar. Fazemos essa peça para abrir mentes e corações mostrando a realidade de um corpo trans no país que mais mata pessoas trans no mundo. Queremos parar de morrer”.
Em nota publicada em seu site, a Câmara Municipal de Garanhuns endossa a decisão do prefeito, por entender que "a falta de respeito à religiosidade não se mostra neste momento como oportuno ou enriquecedora culturalmente aos munícipes" e que "se faz necessário que as entidades culturais respeitem o exercício da religiosidade por parte da população, pois diversos embates nascem justamente da satirização das crenças". Fonte: http://bahia.ba/politica
Advogado, Haddad passará a ter acesso livre a Lula na PF
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Haddad está, inclusive, entre os nomes do partido como plano B, ao lado do ex-governador Jaques Wagner, caso Lula não consiga concorrer ao Palácio do Planalto
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, será protocolado como advogado do ex-presidente Lula e, com isso, passará a ter acesso livre ao petista na sala de Estado Maior instalada na sede da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba (PR).
Com a medida, o principal articulador da campanha à presidência do PT não terá impedimentos para se reunir diariamente com o, até então, candidato do partido, segundo a coluna de Mônica Bergamo, no jornal Folha de S. Paulo.
Haddad está, inclusive, entre os nomes da sigla como plano B, ao lado do ex-governador Jaques Wagner, caso Lula não consiga concorrer ao Palácio do Planalto. Fonte: http://bahia.ba/politica
RIO DE JANEIRO: Escavações podem revelar cemitério de escravos africanos
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Descobertas vieram à tona com expansão do VLT no centro da cidade
Por Agência Brasil
Há indícios de africanos enterrados no Largo de Sta. Rita - Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio - Quem atravessa o Largo de Santa Rita, no centro da cidade do Rio de Janeiro, depara-se com uma das heranças da escravidão de africanos no Brasil. Ali, a sociedade civil e os historiadores apontam o que pode ser um dos primeiros cemitérios para africanos recém-chegados ao país. Os chamados pretos novos.
Os registros indicam que os africanos mortos nos tumbeiros ou ao chegarem eram enterrados em frente à Igreja de Santa Rita, atual Largo de Santa Rita, entre 1722 e 1769. O local ficava perto do mercado de escravos da Praça XV e distante do Largo da Carioca, onde ficava a nobreza. Os corpos teriam sido descartados em covas rasas, muitos, cobertos de doenças, como as bexigas de varíola, provocadas pelas péssimas condições do translado. A igreja serviria como local de triagem dos negros, antes de serem vendidos no Cais do Valongo, na zona portuária do Rio.
Essa é uma das versões que pode vir à tona com as escavações arqueológicas no local, que antecedem a instalação do último trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ligando a Central do Brasil à Avenida Marechal Floriano. As obras estão previstas para começar no próximo mês e aguardam a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O local foi interditado há uma semana e a igreja está sendo escorada para não sofrer danos. Fonte: https://odia.ig.com.br
STJ liberta padre Amaro, aliado de Dorothy Stang e vítima de perseguição política
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Nesta quinta-feira (28), o ministro Rogerio Schietti Cruz, da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu uma liminar para que o padre José Amaro Lopes de Sousa possa responder em liberdade ao processo em que é réu. Amaro deve ser solto ainda hoje, após três meses de prisão. A reportagem é de Júlia Rohden, publicada por Brasil de Fato, 28-06-2018.
São atribuídos ao teólogo uma série de crimes de naturezas diversas, como esbulho possessório, extorsão, assédio sexual, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro. Advogados de movimentos populares avaliam a prisão como uma forma de criminalizar padre Amaro, que é agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e foi o braço direito da missionária Dorothy Stang, assassinada a tiros, em 2005.
“A prisão foi feita com o único objetivo de impedir a luta pela reforma agrária na região”, afirma o advogado Marco Apolo Santana Leão, que atua na Sociedade Paraense de Defesa de Direito Humanos (SDDH-PA) e na Comissão Pastoral da Terra(CPT). Leão explica que o padre foi declarado inimigo de fazendeiros e madeireiros da região e é uma das maiores liderança na luta pela terra em Anapu, município no Pará onde ocorreram os conflitos que resultaram no assassinato da freira Dorothy Stang em 2005.
As acusações
O advogado Paulo Freire, da Cezar Britto Advogados Associados, concorda que a prisão teve o objetivo de impedir o trabalho que estava sendo realizado pelo padre Amaro. “Os fazendeiros tentam criminalizar as lideranças religiosas do estado do Pará, apontando elas como as responsáveis por esse conflito [de terras]. Nós sabemos que, na prática, os responsáveis são os fazendeiros que grilam as terras públicas da União em proveito próprio, retirando essas terras que deveriam ser destinadas para a reforma agrária”, avalia.
Ainda de acordo com Leão, três acusações usadas para decretar a prisão preventiva do padre Amaro foram retiradas: assédio sexual, fornecimento de armas e envolvimento em homicídio.
“Essas três acusações foram desfeitas e aí inventaram outras acusações de formação de quadrilha e também lavagem de dinheiro. Já apresentamos a defesa preliminar e a gente acredita que, quando tiver a oportunidade de levar as testemunhas para serem ouvidas, essas acusações vão todas cair", informa o advogado.
A decisão do STJ
A liminar do Superior Tribunal de Justiça substitui a prisão por outras medidas cautelares, como manter distância das testemunhas.
Paulo Freire informa que essas medidas propostas pelo ministro serão avaliadas por um juiz de Anapu (PA) que irá decidir quais serão implementadas. O advogado afirma ainda que não há nenhum sinal de que o religioso pudesse significar alguma ameaça às testemunhas, e lembra que padre Amaro é réu primário. “Mesmo porque todas as testemunhas ou são os próprios fazendeiros, ou são seus funcionários”, pontua.
Freire avalia que as pessoas que se posicionam contra os fazendeiros da região acabam sendo perseguidas. “A decisão do Superior Tribunal de Justiça, do ministro RogerioSchietti Cruz, ao revogar o decreto de prisão estabelecido pelo Poder Judiciário do Pará, reconhece que trabalhadores não podem ser criminalizados por lutar por aquilo que lhes é de direito", afirma. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
EUA: Atirador deixa vários mortos em jornal de Annapolis
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Suposto autor do crime já foi preso; estagiário pediu socorro por rede social
ANNAPOLIS, EUA — Um ataque a tiros deixou vários mortos na redação do jornal "Capital Gazette", em Annapolis, capital do estado de Maryland, nos EUA, de acordo com autoridades. À CBS News, uma autoridade não identificada falou que havia pelo menos quatro mortos no local. A publicação pertence ao "The Baltimore Sun", e a sua sede fica a meia hora de Washington.
Segundo a polícia local, uma pessoa foi presa sob a suspeita de ser o autor do crime. Um estagiário do jornal relatou numa publicação do Twitter que havia um atirador no local e pediu socorro: "Por favor nos ajudem". Outro repórter fez um relato de pânico sobre os acontecimentos pela mesma rede social, após ter deixado a cena do crime.
"Um atirador baleou várias pessoas no meu escritório, algumas das quais estão mortas", escreveu. "O atirador disparou através de uma porta de vidro no escritório e abriu fogo contra vários funcionários. Não posso dizer muito e não quero declarar ninguém morto, mas a situação está feia. Não há nada mais apavorante do que ouvir várias pessoas serem baleadas enquanto você está debaixo da sua mesa e então ouvi-lo recarregar a arma".
Imagens exibidas na rede CNN mostram pessoas sendo retiradas do local, enquanto autoridades faziam buscas dentro do prédio onde aconteceu o crime. A repórteres, o policial Ryan Frashure disse que agentes de segurança inspecionavam o local para garantir que não havia bombas nem qualquer outro tipo de ameaça.
O governador do estado de Maryland, Larry Hogan, escreveu no Twitter: "Absolutamente devastado ao saber desta tragédia em Annapolis. Por favor, respeitem todos os alertas e mantenham-se longe da área. Rezando por todos que estavam na cena e pela nossa comunidade". Fonte: https://oglobo.globo.com
MÍDIAS SOCIAIS: Instagram: como fazer chamadas de vídeo na rede social
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O Instagram ultrapassou recentemente a barreira de 1 bilhão de usuários mensais e tem ampliado os recursos para atender ao público. A funcionalidade mais nova a chegar na rede social é a liberação das videochamadas.
O recurso foi anunciado ontem para Android e iOS, e o Olhar Digital já preparou um passo a passo mostrando como utilizá-lo, com várias pessoas ao mesmo tempo ou de forma individual.
Seguem os passos:
Com o Instagram aberto, procure por um dos contatos com quem deseja falar e clique no ícone “Enviar mensagem”. Fonte: https://olhardigital.com.br
Quatorze transexuais são selecionados para trabalhar em rede de hipermercados
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POR MARIA FORTUNA
Quatorze transexuais dos projetos de inclusão da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual da Prefeitura (CEDS Rio) foram selecionados para trabalhar em lojas de uma famosa rede de hipermercados. Onze já começaram e três aguardam em um banco de talentos da multinacional. Entre 2017 e 2018, em parceria com empresas públicas e privadas, a CEDS Rio já conquistou 109 vagas para trans. Fonte: https://oglobo.globo.com
CARMELITAS: Dia de corrida
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NESTA QUARTA, 27: Copa Social
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Cinquenta e uma crianças brasileiras estão separadas dos pais nos EUA
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Desde maio, a política do presidente Donald Trump, de tolerância zero com a imigração ilegal, levou à separação de mais de 2 mil crianças de suas famílias
Pelo menos 51 crianças brasileiras ainda estão separada dos pais, depois de terem cruzado a fronteira entre o México e os Estados Unidos, conforme informou o cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Santarosa, nesta segunda-feira (25). Até a última sexta (22), o número que o governo brasileiro tinha confirmado era de 49 crianças.
Segundo Santarosa, uma das crianças deve se encontrar com a mãe em breve. “Eu espero que o menino consiga sair esta semana já”, disse o cônsul-geral adjunto à Agência Brasil. Ele informou que o menino, de 9 anos, está em um abrigo perto de Houston, e sua mãe, no estado de Massachusetts, depois de ter tido liberdade condicional concedida na quarta-feira (20) pela Justiça norte-americana.
Por enquanto, a assistente social do abrigo está providenciando os papéis para promover o reencontro da família. O menino já conversou com a mãe por telefone, e a família deve ficar nos Estados Unidos até que o processo seja finalizado, e a Justiça decida se ela pode ficar no país ou deve ser deportada.
Segundo o cônsul-geral adjunto, que conversou com a criança na sexta, o menino está sendo bem tratado. “É claro que ele está em um abrigo, está há 20 dias dentro de um abrigo. Mas o abrigo tem uma escola, ele tem frequentando aulas nessa escola, me pareceram condições geralmente boas. Ele está sendo bem alimentado, é claro que psicologicamente é uma situação um pouco mais difícil”. Apesar disso, Santarosa afirmou que, durante a entrevista dele com o menino, a criança não chorou.
De acordo com Santarosa, o menino está em um abrigo pequeno, para apenas 170 crianças. Como é o único que fala português, acaba se comunicando em espanhol na maior parte do tempo, embora tenha direito a solicitar um intérprete do idioma materno quando houver dificuldades de comunicação.
Santarosa disse que, a partir de agora, cada consulado é responsável pelas informações sobre as crianças de sua jurisdição. Por isso, não tem informações sobre outras crianças que poderiam se unir aos pais em breve, acrescentou. Na jurisdição de Houston, há oito no total. O cônsul-geral adjunto afirmou que “o interesse dos abrigos é reunir [as crianças] com os pais, eles não querem manter as crianças separadas. Agora, a dificuldade é que os pais estavam em prisões, eles não podem mandar as crianças para prisões”.
Desde maio, a política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tolerância zero com a imigração ilegal, levou à separação de mais de 2 mil crianças de suas famílias ao passar pela fronteira entre México e Estados Unidos. Na quarta-feira (20), depois de muita pressão doméstica e internacional, Trump assinou um decreto executivo que poria fim à separação das famílias. A solução deve ser manter as crianças presas ao lado dos pais. Fonte: http://bahia.ba/mundo
Luto da terra se torna depressão em Mariana após tragédia
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Vítimas do desastre sofre
Por Ana Lucia Azevedo
Dois anos e sete meses depois, vítimas do desastre sofrem de distúrbio psicológico de origem social
MARIANA (MG) — A cada amanhecer em Mariana, Minas Gerais, Eliana da Silva se pergunta a mesma coisa. Vê o sol raiar e, como nos últimos dois anos e sete meses após o desastre que devastou sua vida, não enxerga uma luz para os filhos. Lorraine, de 17 anos, “perdeu a alegria de viver”. João, de 9 anos, passou a não dormir e a chorar, “com medo de morrer”. Eliana os acompanha as noites adentro, quase nunca dorme. “Será que alguma mãe sabe acabar com essa dor?”.
A única certeza de Eliana, de 41 anos, é que será mais um dia de agonia. Sem data para terminar, sem prazos garantidos. Assim como o reassentamento e o pagamento das indenizações a Eliane, sua família e as demais vítimas do rompimento da barragem de rejeito de mineração da Samarco, em Mariana. Ocorrido em 5 de novembro de 2015, o maior desastre ambiental da história do Brasil permanece impune. E ela e os filhos estão entre os muitos casos de depressão entre as vítimas do desastre.
Um estudo da UFMG revelou este ano que 28,9% dos atingidos pela tragédia da Samarco sofrem de depressão, um percentual cerca de cinco vezes maior do que o da população brasileira, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre as crianças e jovens, o percentual sobe para 39%. “Um quadro pior do que o encontrado em Fukushima (a cidade do Japão, cujas vítimas foram atingidas por um terremoto seguido de tsunami e um vazamento nuclear). Isso aconteceu porque o desastre de Mariana não acabou. O fator agressor está em curso”, afirma o psiquiatra Frederico Garcia, do Departamento de Saúde Mental da UFMG e um dos coordenadores do estudo.
Após o terror de fugirem da onda de lama e perderem tudo, os filhos de Eliana conheceram a solidão e o preconceito em Mariana. Na cidade, foram chamados de “pés de lama”, forma como parte dos moradores da cidade passou a se referir aos atingidos, depois que a Samarco foi obrigada a paralisar suas atividades devido ao desastre causado por sua barragem de rejeito de minério de ferro. “Houve caso de abaixo-assinado para que os filhos dos atingidos fossem tirados de escolas de Mariana para onde foram transferidos após o desastre. Tudo isso prolonga o dano emocional e à saúde”, observa Garcia.
— Lorraine perdeu o contato com todos os amigos. Foi xingada de pé de lama, não tinha como se defender. Com o João, foi ainda pior. Crianças disseram que iam jogar pedras nele. E jogaram. Jogaram pedra nele. Em Mariana, algumas pessoas colocam a culpa do desastre nos atingidos. Lorraine e eu já fomos discriminadas até no ponto do ônibus. Sofro, mas sou adulta. Meus filhos sofrem muito mais. Ainda vivemos sem justiça. Que mãe aguenta isso? — pergunta.
Eliana morava com os cinco filhos em Paracatu de Baixo, vilarejo rural de Mariana conhecido pelas festas, como a Folia de Reis. Hoje, como Bento Rodrigues, Paracatu está sob o literal mar de lama. Em Paracatu, “todo mundo se conhecia. De sangue ou de coração, todos eram uma família”, lembra ela.
Em Mariana, na casa alugada pela Fundação Renova (criada para gerir o desastre), se viu sozinha com os filhos. Além de Lorraine e João Vitor, ela é mãe de Joyce, 21 anos; Hugo, de 14, e Marcela, de 11. Ajuda Joyce e o marido dela a cuidarem da neta Valentina, de 1 ano. As famílias atingidas foram dispersadas pela cidade, em casas alugadas, enquanto esperam por um reassentamento prometido para 2019 e agora sem prazo garantido para acontecer.
— Tem uma hora que basta. A gente fica doente de tanta injustiça. Não adianta só tomar remédio. Nos tiraram tudo, deixaram meus filhos doentes. Fazem reuniões, reuniões, reuniões. E não resolvem nada. Só enrolam. A justiça não anda. Mas o desespero, isso é todo dia. Conto o que estamos passando porque preciso desabafar, queria ter esperança que as coisas pudessem melhorar — diz Eliana.
Lorraine foi a primeira a adoecer. Ao ser separada da comunidade de Paracatu de Baixo, se viu sem laços de família e amizades. Os amigos que cresceram juntos não estavam mais “logo ali ao lado”. Na rua, passou a encontrar gente que a olha de soslaio e a chama de “pé de lama”. O carinho da família não está mais na vizinhança. Só por telefone. Ou indo de ônibus, e nem sempre havia dinheiro para a passagem.
O lugar para as conversas dos jovens deixou de ser a quadra da escola. Se reduziu a grupos de WhatsApp — corriqueiros no mundo digital urbano e o mesmo que nada para pessoas acostumadas ao convívio com gente de carne e osso. À medida que os meses em Mariana se passavam, Eliana conta que Lorraine passou a se isolar e a chorar pelos cantos. Desde pequena elogiada pela beleza, a menina emagreceu a ponto de assustar a mãe, ficou “com menos de 30 quilos”. Os longos cabelos negros caíram em chumaços.
— Parei de dormir porque ela passava as noites em claro. Virei zumbi. Lorraine perdeu a vontade de viver, nunca mais foi a mesma. Ela era tão animada. Levei aos médicos, não melhorou quase nada. Já procurei um psicólogo particular, mas tive que desistir porque não posso pagar, fica caro — diz a mãe, que também passou a sofrer com sintomas de depressão, como pesadelos recorrentes e apatia.
Lorraine amava o cotidiano cercada por parentes e amigos de infância, das frutas colhidas no pé no quintal de casa. Preferiu ir cursar o Ensino Médio na cidade vizinha de Águas Claras, mesmo mais longe, para se sentir “um pouco mais em casa, na roça” e se livrar do preconceito.
A mãe se recorda que João Vítor não dormia nos meses seguintes ao desastre. Chorava e dizia que ia morrer. Mandaram-no para o psicólogo e deram-lhe remédios. “Mas os psicólogos fizeram uma coisa que não gostei. Ele perdeu a bicicleta na lama e os psicólogos, para que ele voltasse às consultas, disseram que ele ia ganhar uma bicicleta nova. Claro, não ganhou nada. Não precisavam tê-lo enganado”, reclama.
Para os autores do estudo, uma das piores consequências do rompimento da Barragem de Fundão foi pulverizar as comunidades.
— A dispersão dos atingidos foi o segundo desastre para as vítimas da tragédia. A capacidade de resolver problemas tem um forte componente coletivo em comunidades rurais unidas, que são como família estendidas, como as de Paracatu e Bento Rodrigues. A resiliência é do grupo. Sozinhas, as pessoas se tornam vulneráveis. O meio urbano é individualista. O rural, coletivo — afirma Garcia.
Eliana se ressente da falta da rede comunitária. Na roça, sempre havia quem tomasse conta dos filhos menores enquanto ela trabalhava. Na cidade, ainda precisa gastar o dinheiro curto no supermercado. Em Paracatu, Eliana e os filhos iam à horta do quintal de casa. O que não tinham, os parentes e vizinhos davam. Agora, não sabe quando voltarão a morar na roça, num prometido reassentamento. Tampouco imagina quando os filhos voltarão a ter paz.
— Desde aquela noite do desastre, em que busquei, um a um, os meus filhos espalhados no mato escuro pela lama, não sei de mais nada. A partir daquele dia, foi só confusão, decepção, depressão, tudo junto. Me tiraram o controle da minha vida. Como vou saber lidar com isso?
Como na canção de Cartola, Marta se queixou às rosas. Ela as plantou num vaso, para “dar um pouco de alegria” a seu mundo literalmente coberto de lama. Acalentava a esperança de logo levá-las para casa. Mas já terminaram três verões, a roseira cresceu, quebrou o vaso e plantou raízes no chão. As rosas não falam. Mas lembram a Marta que muito se tempo passou, desde que elas as plantou em fins de 2015. A esperança virou tristeza e esta, depressão. Como outros atingidos pelo rompimento da barragem de mineração da Samarco, Marta de Jesus Arcanjo Peixoto, de 46 anos, adoeceu.
E Marta, que evita falar de esperança, vive a esperar. Espera que os pesadelos cessem à noite e que, ao acordar, não mergulhe em outro, na casa pequena, sem forro, chão de terra batida, paredes mal acabadas em que passou a morar desde que a lama destruiu seu sítio então recém-reformado, em Paracatu de Baixo. Tinha a entrada coberta por orquídeas e rosas, como as que agora arrebentam o vaso.
Ela espera se livrar da depressão. Esta começou seis meses depois da destruição de seu sítio e sua comunidade. Agora, consome sua energia, coisa que nunca havia lhe faltado e permitiu, que junto com o marido John, trabalhasse na roça e juntasse dinheiro para que os filhos chegassem à universidade. Hoje, o mais velho, Johne, de 27 anos, cursa doutorado em Engenharia. O mais novo, Darlei, ingressou na faculdade de Matemática. A filha Tatiane, de 24 anos, se mudou para Mariana e raramente pode visitar os pais porque a casa deles não é segura para seu filho de 3 anos. Falar do neto é uma das poucas coisas que ainda fazem sua mãe sorrir, diz Johne, que luta pelos direitos da família e passa os fins de semana ajudando os pais no trabalho pesado da roça.
Marta, que vive o desespero dos que têm a vida transformada numa espera sem fim, precisa aguardar até mesmo por tratamento. Há três meses está sem atendimento, por uma combinação de falta de transporte a médicos licenciados.
Principalmente, Marta espera a reconstrução de seu sítio em outro lugar que não seja em cima da própria lama — esta foi a única oferta feita pela Fundação Renova e que a família recusou. Esperam que a Renova reconstrua sua propriedade num terreno vizinho, mais elevado e a salvo da lama.
— Queriam que a gente morasse sobre rejeito, lama e a própria desgraça. Isso é falta de respeito — diz.
O sítio concretizava o sonho da vida de Marta, uma mulher nascida e criada na roça de Paracatu de Baixo, que se sentia mal só de pisar em cidade. “Desde que me casei, aos 18 anos, sonhava com um piso de cerâmica por toda casa e banheiro azulejado até o teto. Uns meses antes da lama, com os meninos criados, tínhamos terminado a reforma. A vida tinha ficado confortável. Não durou nada”. O sítio virou um cemitério de rejeitos, escombros, animais e lembranças.
As seis lagoas onde a família nadava e criava peixes se tornaram poços de areia movediça, armadilhas em que animais ainda atolam. Fazem parte das dezenas espalhadas pelas margens do Rio Gualaxo do Norte citadas por relatórios do Ibama, que consideram imprescindível remover a lama delas por oferecerem risco de morte a pessoas e animais.
— A gente ficava a uma pinguela de distância de Paracatu de Baixo e ia para lá aos domingos. Era só atravessar o rio. Assistia à missa, encontrava com os amigos para um churrasco. Era bom demais, muita alegria. Os meninos faziam festa com o John, o chamavam de João Raio porque era forte na lida com o gado. Agora, estamos sós. Só nós e a lama. A solidão adoece a gente. A solidão, a injustiça, tudo isso dói de um jeito que não passa. A gente nem lembrava dessa barragem e ela acabou com a nossa vida numa noite. Quem causou isso não está nem aí para a gente. Eu não sei o que passa pela cabeça dessas pessoas — afirma Marta.
A gerente de reassentamento da Renova, Patrícia Lois, afirma que até fevereiro deste ano reconstrução no mesmo lugar — isto é, sobre a lama — era de fato a única oferta para alguns sitiantes, mas que agora a fundação oferecerá opções em outros locais.
Marta espera retomar o controle da própria vida e, então, voltar a sonhar. Só não pode, dia algum, se dar ao luxo de esperar o sol raiar. Seu trabalho e o do marido John Jesus Mol Peixoto, de 53 anos, começa às 4h, quando percorrem a pé os dois quilômetros da casa alugada até o curral do antigo sítio para ordenhar suas 30 vacas. Folgas nos domingos e feriados ficaram no passado, enterrados na lama junto com o sítio que construíram.
— Chegaram a nos oferecer morar numa casa alugada na cidade. Para nós, isso é impossível porque vivemos das nossas criações, são tudo o que nos restou. Nossas vacas que escaparam da onda de lama ficaram junto das ruínas do sítio e seriam levadas para o depósito da Renova. Também íamos entregar nossos animais para a Renova e viver na dependência de um cartão, um pagamento miserável? — revolta-se John, também acometido por depressão e cada vez mais calado e recluso em casa.
John passa o dia todo no campo. Precisa evitar que as vacas entrem na lama e atolem, como muitas vezes já aconteceu. Vez por outra, uma entra nas ruínas, pula restos de sofás ou o casaco enlameado do filho mais velho onde ainda se vê o emblema bordado da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Na parede que restou da sala, ficou grudado pela lama um relógio quebrado.
— Nosso tempo está parado como o dele, no dia em que nosso mundo acabou. Vem a barragem dos outros e destrói tudo. E ninguém paga. Não acontece nada — diz ele.
Nas poucas vezes em que vai a Mariana, Marta busca quem restaure seu retrato de casamento, que conseguiu encontrar nos destroços da casa. Ninguém lhe dá muita esperança. Ela então se volta às suas rosas, “a única coisa bonita que restou por aqui”.
As rosas de Marta e as frutas no pé de Lorraine e Eliana representam mais do que plantas. São o que restou de uma forma de pertencimento destruída pelo desastre da barragem da Samarco. O psicólogo Sérgio Rossi, que coordenou a rede de assistência psicossocial aos atingidos até o ano passado, lembra que a depressão é resultado da combinação de uma perda enorme com a incerteza sobre o futuro.
— Essas pessoas foram arrancadas de seu território. Perderam seu modo de vida e vivem na incerteza, sem referências. Quando serão reassentadas? Haverá justiça? Elas não têm qualquer perspectiva. A impunidade e a morosidade da justiça também causam adoecimento — frisa.
Ser transferido da roça para a cidade pode alegrar a muita gente, inclusive vários dos atingidos, diz. Mas não a quem se sentia integrado à vida no campo. Para saber o que isso significa, basta imaginar uma pessoa completamente urbana, acostumada a comprar a comida pronta, depender de tecnologia e frequentar shoppings e cinemas, ser obrigada a revolver a terra, plantar e colher sua comida, ordenhar vacas, andar em estradas de terra desertas e quase nunca ter sinal de telefonia, quanto mais de internet. Paraíso e inferno podem ser relativos.
— Você dá remédios para um sitiante, o coloca numa terapia. E todos os dias ele volta para um mundo que não é o dele e que o hostiliza. Ele vive sob permanente sensação de estranheza e injustiça — observa Rossi.
O psiquiatra Frederico Garcia, da UFMG, destaca que a sociedade urbana é individualista, mas no campo as coisas são diferentes:
— Em Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e nos demais povoados existia o modo de vida tradicional, coletivista, em que a comunidade é parte da família. A relação com a terra é muito forte.
A psicóloga Maíra Almeida Carvalho, do grupo de apoio Conviver, que atende aos atingidos desde janeiro de 2016, diz que a depressão está ligada a “perder o pertencer e o direito de governar a própria vida”.
— A terra é parte da família. Não se trata apenas de um espaço geográfico, mas afetivo.
Ela teme que a exposição da gravidade dos danos psicológicos acarrete ainda mais preconceito contra os atingidos.
— A depressão dos atingidos é como uma tristeza muito profunda, um sofrimento imenso, com causa social. É um cotidiano de desastre em curso e sem domínio sobre o próprio destino.
Para Garcia, são necessárias três coisas fundamentais. A primeira e mais urgente é a assistência, que “não pode ficar só a cargo do Estado.” A segunda é o Brasil ter uma estratégia de saúde mental para as vítimas de desastres, pois “os dias seguintes podem ser tão devastadores quanto o da tragédia”. A terceira é uma política de compensação de longo prazo para as crianças e jovens.
— Vítimas de estresse pós-traumático correm maior risco de complicações ao longo da vida. Eles não podem ser abandonados. Algo precisa ser feito por eles.
Dois anos e sete meses após a barragem de rejeito de minério de ferro de Fundão, da Samarco, romper e causar o maior desastre ambiental do Brasil, tudo o que as pessoas atingidas podem fazer é esperar. Sem prazo definido. O andamento da ação civil, adiado por quatro vezes, deveria ser retomado no próximo dia 25. Já para a construção dos reassentamentos de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira, não há mais sequer prazo.
Em 5 de novembro de 2015, a onda de lama levou menos de meia hora para destruir Bento Rodrigues e no início da noite já engolia Paracatu de Baixo. Chegou para devastar Gesteira, em Barra Longa, de madrugada. Existia por parte da Fundação Renova um cronograma de que o novo Bento Rodrigues estivesse construído em março de 2019. Os outros reassentamentos, depois. Não mais.
— Não se pode falar de prazo agora — diz Patrícia Lois, gerente de reassentamento da Renova, a fundação criada a partir de acordo entre a Samarco, suas controladoras Vale e BHP Billinton, governos federal e estaduais de Minas Gerais e Espírito Santo para arcar com a reparação, a indenização e a compensação dos danos.
O pedido de licença ambiental para a propriedade de Lavoura, onde será construído o reassentamento de Bento Rodrigues, foi protocolado apenas no último dia 23 de maio. Sem licença, sem obras. Ainda assim, foi aberto um canteiro de obras. Mas lá só está em construção a infraestrutura _ banheiros, dormitórios etc. _ que os funcionários precisarão para fazer a obra, quando esta um dia começar.
— O atraso é relativo. O que está trazendo é o conhecimento do processo — diz a gerente.
Conhecimento do processo se traduz como novas reuniões com os atingidos para que eles digam mais uma vez o que querem. Aí, serão feitos projetos, segundo Lois, individualizados. “Cada um vai poder dizer como quer morar”, afirma. Só não informa quando existirá o lugar para morarem. A Renova contratou 17 arquitetos e “os capacitou” com oficinas ministradas por antropólogos para que, de acordo com ela, entendam o que realmente desejam os moradores, de 225 famílias.
Enquanto isso, se espera o licenciamento. Para este também não existe prazo, reconhece a gerente. “Mas a previsão é que os órgãos vão ser céleres”. Mas, diz ela, “as dificuldades trouxeram maturidade para todos”.
A Renova também não sabe quantas casas vai construir porque isso depende do cadastro dos moradores, que também “não foi consolidado”. Isto é, continua inacabado. E depois que terminar ainda será preciso fazer uma segunda fase, com levantamento de campo do que restou das propriedades. Das propriedades das quais nada restou ou foram submersas pelo dique que a Samarco construiu para conter a lama nos destroços de Bento Rodrigues, Lois explica que serão obtidas informações “por meio de entrevistas e autodeclaração”.
Só depois de concluídas essas fases, sem garantias de prazos, é que as pessoas atingidas poderão dizer se preferem ir mesmo para o reassentamento ou se querem uma opção individual, em outro lugar. “As pessoas têm que ter conhecimento e maturidade para escolher”, afirma a gerente da Renova.
Quem morava em Paracatu de Baixo terá que esperar ainda mais. Primeiro, a Renova precisa terminar de comprar as propriedades que comporão o reassentamento, uma área chamada de Lucila. Lois informa que 85% da área já foi comprada. Mas Paracatu precisa aguardar ainda a elaboração de uma legislação específica, pois, segundo a gerente, “não é rural nem urbano”.
Por enquanto, a Renova faz mais oficinas. Desta vez para que as 140 famílias de Paracatu de Baixo “definam o conceito do projeto”.
O reassentamento de Gesteira, bem menor, seria mais rápido. Já não é mais. A princípio, eram apenas 17 famílias. Agora, acrescenta Lois, com o reconhecimento e a inclusão de posseiros estabelecidos no distrito e afetados pelo desastre, o número de famílias poderá chegar a 37. “Com isso, o local de reassentamento passará de 6 para 39 hectares”, explica.
— A gente reconhece que é difícil para quem está fora de casa. Mas é preciso construir todo esse processo — observa. Prazo, não há. Fonte: https://oglobo.globo.com
DOMINGO 24, ANIVERSARIANTE DO DIA: Dom Frei João José da Costa, O, Carm, Arcebispo da Arquidiocese de Aracaju- SE.
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O Arcebispo metropolitano de Aracaju completa hoje, 24, mais um ano de vida. Ele tem se doado na missão de Jesus Cristo a frente de nossa Arquidiocese, cuidando do nosso Seminário, bem como exercendo cargos de serviço na Cáritas e no Setor NE 3 com zelo e cuidados de pastor. Por tudo isso nós somos gratos e rezamos a Deus por sua vida, para que seja longa, saudável, e, sobretudo, fecunda. Felicidades, Dom João! Parabéns! Fonte: www.facebook.com/seminario.dearacaju
Neymar reage a críticas após 1º gol na Copa do Mundo e desabafa nas redes sociais
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Principal nome da Seleção Brasileira e autor do segundo gol da vitória sobre a Costa Rica nesta sexta-feira (22), o atacante Neymar caiu em prantos ao fim da partida, válida pela segunda rodada do grupo E da Copa do Mundo e disputada em São Petersburgo. E logo após o choro no gramado, o camisa 10, que foi bastante criticado, desabafou nas redes sociais.
“Nem todos sabem o que passei para chegar até aqui. Falar, até papagaio fala, agora fazer…”. Disse que chorou de alegria, de superação e de garra. “Na minha vida as coisas nunca foram fáceis, não seria agora, né! O sonho continua, sonho não, objetivo”, afirmou Neymar no perfil oficial no Twitter.
O craque brasileiro foi alvo de críticas após a estreia na Copa do Mundo, no empate com a Suíça, especialmente por não ter rendido o esperado pela torcida e também pelos analistas.
Com o gol marcado contra os costa-riquenhos, Neymar ultrapassa Romário e se torna o quarto maior artilheiro com a camisa da seleção brasileira, agora com 56 gols em 87 jogos, ficando atrás apenas de Zico, Ronaldo e Pelé, que lidera o grupo com 95. Fonte: http://www.bandnewsfm.com.br
Suicídio
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Frei Betto
Nossas famílias e escolas tratam o tema como tabu. Calam-se sobre o que precisa ser debatido
Os recentes suicídios da estilista Kate Spade e do chef Anthony Bourdain, somados aos de alunos de colégios de classe alta em São Paulo, exigem reflexão.
Segundo dados de 2015 da Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio mata mais jovens entre 15 e 29 anos que o HIV. Fica atrás apenas dos acidentes de trânsito.
Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão do governo, admite aumento de 30% nos suicídios desde 1999, a maioria por armas de fogo. No Brasil, o índice é de 6,9 casos por cada 100 mil habitantes.
São muitas as causas: perda de entes queridos (por morte ou separação), problemas financeiros ou legais, abuso de substâncias químicas (drogas, bebidas, medicamentos), declínio da saúde física ou mental etc. Entre os jovens, perda da autoestima.
Nossas famílias e escolas tratam o tema como tabu. Calam-se sobre o que precisa ser debatido: sexo, falta de afeto, dor, separação, fracasso e morte.
Nessa sociedade neoliberal que enfatiza como valores supremos riqueza, poder, fama e beleza, é indispensável a educação fomentar a consciência crítica perante tal proposta consumista/hedonista e instruir os jovens a lidar com perdas e conflitos emocionais. E se as coisas derem errado em suas vidas, o que fazer?
O suicida é um ator que entra em cena quando cai a cortina do palco. Ele nos interpela. Joga sobre nós o peso da culpa. Por que não fomos capazes de salvá-lo? Deixamos de amá-lo o suficiente? Há várias formas de suicídio e a pior nem sempre é a que faz cessar a vida como fenômeno biológico.
A Bíblia menciona raros casos de suicídio, como Abimelec (Juízes9,54), Saul (1 Samuel 31, 4), Zimri (1 Reis 16,18) e Judas (Mateus 27,5). A Igreja primitiva silenciou diante do fato, embora eminentes teólogos, como Eusébio de Cesareia, João Crisóstomo, Ambrósio e Agostinho, tenham aconselhado encará-lo com misericórdia.
No século VI, a Igreja passou a negar funerais religiosos aos suicidas. Pouco mais de um século depois, eles foram excomungados. Isso mudou com o novo Catecismo, aprovado pelo papa João Paulo II, em 1983.
Embora cometam um atentado ao maior dom de Deus, a vida, deve-se acolher com misericórdia os suicidas induzidos por “distúrbios psíquicos graves, angústia ou o medo grave da provação, do sofrimento ou da tortura”, fatores que lhes diminuem a responsabilidade.
E acrescenta: “Não se deve desesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por muitos caminhos que só Ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida” (2283).
Meu confrade frei Tito de Alencar Lima foi levado ao suicídio, aos 28 anos, devido às torturas sofridas sob a ditadura militar, conforme retrato em Batismo de sangue (Rocco), obra levada ao cinema por Helvécio Ratton.
Por ocasião do retorno de suas cinzas ao Brasil, em solene celebração na catedral da Sé, em São Paulo, o cardeal Paulo Evaristo Arns afirmou na homilia: “Frei Tito não se matou. Buscou do outro lado da vida a unidade perdida deste lado.” Fonte: https://oglobo.globo.com
NO CONVENTO DO CARMO DE SÃO PAULO...
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Quinta-feira, 21 de junho. Arthur, de Belo Horizonte e Bruno, de Unaí-MG
OMS retira a transexualidade da lista de doenças mentais
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Nova Classificação Internacional de Doenças descreve o vício em videogames como um distúrbio de comportamento
A Organização Mundial da Saúde (OMS) deixou de considerar a transexualidade como um transtorno mental e reconheceu o vício em videogames como um distúrbio de comportamento, segundo a nova edição da Classificação Internacional de Doenças (CID), publicada nesta segunda-feira. A última revisão desta norma havia sido feita 28 anos atrás. Durante a última década, especialistas analisaram as informações científicas mais recentes para criar um novo padrão que pudesse ser usado por profissionais da saúde do mundo inteiro. Cada país, no entanto, precisa se adaptar à nova CID, com prazo até 1º. de janeiro de 2022.
A CID é uma codificação padronizada de todas as doenças, distúrbios, condições e causas de morte. Essa norma serve para que os países obtenham dados estatísticos e epidemiológicos sobre sua situação sanitária e possam planejar programas de acordo com isso.
Até agora, as pessoas que não se identificavam com o sexo que lhes foi atribuído ao nascer eram consideradas doentes mentais pelos principais manuais de diagnóstico, devido à classificação da OMS. As entidades LGTBI passaram anos reivindicando que a transexualidade, que é um transtorno de identidade de gênero, saísse do compartimento das doenças mentais e entrasse no de comportamentos sexuais. Com esta mudança, a OMS mantém a transexualidade dentro da classificação para que uma pessoa possa obter ajuda médica se assim desejar, já que em muitos países o sistema sanitário público ou privado não reembolsa o tratamento se o diagnóstico não estiver na lista.
“Queremos que as pessoas que sofrem dessas condições possam obter assistência médica quando a necessitarem”, explicou o diretor do departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS, Shekhar Saxena. Mas a transexualidade deixou de ser considerada uma doença mental “porque não há evidências de que uma pessoa com um transtorno de identidade de gênero deva ter automaticamente um transtorno mental, embora aconteça muito frequentemente seja acompanhado de ansiedade ou depressão”.
Saxena observou que se uma pessoa transexual é identificada automaticamente como vítima de um transtorno mental, “em muitos países ela é estigmatizada e pode ter reduzidas as chances de procurar ajuda”.
Outra das modificações mais chamativas da nova CID é a inclusão do vício em videogames como doença mental. Este transtorno se caracteriza por um padrão de comportamento de jogo “contínuo ou recorrente”. A OMS estima que entre 2% e 3% dos jogadores de videogames têm um comportamento abusivo, mas salienta que por enquanto faltam dados empíricos.
Saxena esclareceu que o fato de jogar a um game não é nocivo por si só, assim como ingerir álcool também não é, por exemplo. O problema, diz, ocorre quando o consumo é abusivo e altera o comportamento da pessoa. “Se a criança, adolescente ou adulto que joga faz isso sem parar e deixa de sair com seus amigos, deixa de fazer atividades com seus pais, se isola, não estuda, não dorme e só quer jogar, esses são sinais de alerta de que poderia ter um comportamento aditivo e que precisa procurar ajuda”, afirmou Saxena. Fonte: https://brasil.elpais.com
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