NOTÍCIAS ATUALIZADAS SOBRE A SAÚDE DO FREI MESTERS (Sábado 8. 23h 10min)
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O Frei Carlos Mesters, carmelita, já se encontra no Hospital do Carmo, aqui na cidade do Rio de Janeiro. Nas próximas horas ele será transferido para um outro hospital onde será submetido a um cateterismo cardíaco- procedimento realizado com o objetivo de diagnosticar ou tratar doenças cardíacas. As nossas preces ao confrade.
NOTÍCIAS ATUALIZADAS DO FREI CARLOS MESTERS (Sábado 8. 15h :55min).
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O Frei Carlos Mesters, Carmelita, está sendo transferido neste momento da CTI de Angra dos Reis para a cidade do Rio de Janeiro. Ele sofreu um infarto ontem no Convento do Carmo de Angra. Mais informações nas próximas horas aqui no Olhar.
AS NOSSAS ORAÇÕES PARA O FREI CARLOS MESTERS, CARMELITA.
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Ontem, (sexta, dia 7) na cidade de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, o confrade, Frei Carlos Mesters, sofreu um infarto e se recupera bem. As nossas orações. Mais informações nas próximas horas.
*7 PASSOS DE JESUS: SEXTA FEIRA DO TRIUNFO.
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(SEXTA FEIRA, ANTES DA SEXTA FEIRA DA PAIXÃO)
ACOMPANHANDO OS 7 PASSOS DE JESUS, RUMO À RESSURREIÇÃO.
Frei Victor Kruger, O. Carm.
1- ACOLHIDA / ABERTURA DA CELEBRAÇÃO.
(Cel- Celebrante. T- Todos. C- Comentarista. L1- Primeiro Leitor. L 2º- Segundo Leitor).
COMENTÁRIO INICIAL:
1-Hoje celebramos de modo especial, o sofrimento, a incompreensão, a prisão, a tortura e a morte de Jesus.
Ele foi vítima das pessoas que se sentiam ameaçadas em seus privilégios pelas palavras e pelo modo de agir de Jesus
1-Então se armaram contra Ele e o maltrataram até a morte e morte de cruz.
- A cruz de Jesus mostra o mal que existe no mundo. Mostra toda a violência da mentira, da injustiça e da exploração contra a vida.
1-E essa violência se manifesta ainda hoje na cruz pesada do nosso povo.
- Eis o que significa a cruz de Jesus Cristo: Jesus não morreu para exaltar o sofrimento. Ele aceitou a cruz para ser fiel à sua missão e para não trair a verdade que viveu e pregou.
CAMINHANDO E ACOMPANHANDO JESUS ATRAVÉS DOS ÚLTIMOS 7 PASSOS TRIUNFANDO SOBRE A MORTE.
CANTANDO:
Eles queriam um grande rei que fosse forte dominador e por isso não creram nele e mataram o Salvador. ( bis )
1º- NO PRIMEIRO PASSO CONTEMPLAMOS JESUS NO HORTO DAS OLIVEIRAS.
O SENHOR DA AGONIA
Cel. Nós vos adoramos Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos!
- Porque pela vossa Santa cruz remiste o mundo!
- O quê se passa no íntimo de Jesus? Uma luta dramática em que entra em confronto a companhia e a solidão, o medo e a serenidade, a coragem de continuar o Projeto de Deus até o fim e a vontade de desistir e fugir.
A oração é a fonte que reanima nosso projeto de vida, segundo a vontade de Deus.
L1-. LENDO MARCOS 14, 32 - 42
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Na vossa agonia experimentastes o mais intenso sofrimento e, diante da provação acolhestes sem reservas a vontade do Pai.
Concedei a nós vossos servos a graça de aceitar tudo, de suportar tudo, de confiar tudo, fazendo de nossa vida um ato contínuo de acolhida da vontade do Pai. Amém!
CANTANDO:
Eu vim para que todos tenham vida! Que todos tenham vida plenamente! ( bis )
2º- NO SEGUNDO PASSO CONTEMPLAMOS A PRISÃO DE JESUS.
Cel. Nós vos adoramos ...
1-Um dos discípulos se alia ao poder repressivo das autoridades e trai Jesus com um gesto de amizade. Todos fogem e Jesus fica sozinho e preso.
Aquele que realiza o projeto de Deus e atrai o povo é considerado pelos poderosos como bandido perigoso.
L2- LENDO MARCOS 14, 43 – 46 . 53
REFLEXÃO.
Cel. Senhor Jesus! Vós viestes não para condenar, mas para salvar, não para aprisionar, mas para libertar.
Infundi em nós a vossa serenidade, a fim de que possamos enfrentar as grandes lutas de nossa vida, sem ódio e sem violência. Amém!
CANTANDO:
Tu és Senhor, o meu pastor, por isso nada em minha vida faltará! ( bis )
3º- NO TERCEIRO PASSO CONTEMPLAMOS JESUS ATADO À COLUNA E FLAGELADO.
Cel. Nós vos adoramos ...
L 1- O OLHAR DO PROFETA ISAIAS:
Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas. (Is 53, 4-5)
1-A flagelação de Jesus é ao mesmo tempo, uma covardia do sistema injusto de Pilatos e também já anuncia um julgamento premeditado.
L2. LENDO JOÃO 18, 28 – 19, 1
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Inspirai em cada um de nós a consciência de nossa fragilidade. Fazei-nos dignos do carinho e da confiança que depositastes em nós quando decidimos trilhar o caminho do Evangelho. Amém!
CANTANDO:
Entre nós está e não o conhecemos entre nós está e nós o desprezamos. (bis)
4º- NO QUARTO PASSO CONTEMPLAMOS JESUS ESCARNECIDO E COROADO DE ESPINHOS
Cel. Nós vos adoramos ...
- Revestido com todos os sinais de poder: manto de púrpura, coroa, cetro e adoração, Jesus é motivo de zombaria.
L1. LENDO JOÃO 19, 2 – 3
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Zombado por todos como caricatura de rei; no entanto, quando retoma suas próprias vestes se revela como verdadeiro rei, aquele que entrega sua vida para salvar seu povo.
Que Tu sejas para nós: caminho, verdade e vida para nos tornar imensamente felizes. Amém!
CANTANDO:
No peito eu levo uma cruz e no meu coração o que disse Jesus. ( bis )
5º NO QUINTO PASSO CONTEMPLAMOS JESUS APRESENTADO AO POVO POR PILATOS. EIS O HOMEM!
Cel. Nos vos adoramos ...
- O dilema de Pilatos é o mesmo do homem de hoje, dependente do sistema capitalista injusto e violento. Ou arrisca sua posição de poder, ou sacrifica o inocente.
L1. LENDO JOÃO 19, 4 - 7
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Que Tu sejas para nós a força que nos sustenta na tentação, a mão que nos reergue no momento da queda e o bálsamo que alivia nossas chagas, afim de que perseveremos até o fim. Amém!
CANTANDO:
Prova da amor maior não há! Que doar a vida pelo irmão! ( bis )
6º NO SEXTO PASSO CONTEMPLAMOS JESUS CARREGANDO A CRUZ ÀS COSTAS.
O SENHOR DOS PASSOS.
Cel. Nós vos adoramos ...
- A cruz é o trono de onde Jesus exerce sua realeza. Ele não esta só, mas é a motivação daqueles que o seguem, aqueles que dão a vida como Ele “ para que todos tenham vida“.
L2. LENDO JOÃO 19, 16 – 18
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Nós te contemplamos carregando a cruz e Te reconhecemos como nosso Deus.
Aceitando a cruz, Jesus nosso Salvador aponta para a vida nova, para um mundo mais humano e para a libertação dos males que oprimem homens e mulheres. Amém!
CANTANDO:
Sou bom pastor ovelhas guardarei, não tenho outro ofício nem terei! Quantas vidas eu tiver eu lhes darei!
7º NO SÉTIMO PASSO CONTEMPLAMOS A CRUCIFIXÃO E MORTE DE JESUS.
Cel. Nós vos adoramos ...
- Jesus está completamente só. Seu corpo está reduzido a uma fraqueza extrema. Contudo, até o fim Ele permanece fiel e consciente de sua entrega.
L1. LENDO JOÃO 19, 28 – 30
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Tu não Te apegaste a tua condição divina, mas como homem te esvaziaste por inteiro, assumindo a condição de servo, humilhando-se até a morte e morte de cruz.
Ensina-nos a dizer diante de cada angustia de nossa vida: “ Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito”.
CANTANDO:
Vitória, tu reinarás! Ó cruz tu nos salvará! ( bis)
8-CONCLUSÃO- DIANTE DO SACRÁRIO
L2. LENDO 1 Cor 15, 1 - 8
REFLEXÃO
Cel. Celebrando os últimos 7 Passos de Jesus rumo à Ressurreição sentimos quanto e fraco é ainda nosso amor, apesar de entendermos um pouco melhor o sofrimento dos outros. Acreditamos que não há morte sem Ressurreição; essa é a razão de nossa fé!
- A VIDA TRIUNFA SOBRE A MORTE!
Cel. Introdução ao... Pai nosso que estais ...
CANTANDO:
Porque Ele vive, eu posso crer no amanhã. Porque Ele vive, temor não há!
Mas eu bem sei que o meu futuro está nas mãos do meu Senhor que vivo está.
Cel. Avisos / Despedida / Pedido de bênção.
*“ Desde meados do Sec. XVII, os carmelitas introduziram na Colônia a devoção da Via Crucis ou 7 Passos, em que se representava o drama da Paixão através de quadros ou Estações. Essa devoção passou a ser representada inicialmente através de uma Procissão que se realizava na SEXTA-FEIRA anterior à Semana Santa, designada também como SEXTA FEIRA do TRIUNFO.
No Sec. XIX Thomas Ewbank ainda pôde assistir a essa Procissão promovida pelos carmelitas, e que iniciava com o Quadro representando a Oração de Cristo no Horto das Oliveiras. Em São Paulo, ao que consta, a primeira Procissão desta Via Crucis foi realizada em 1681.”
Bibliografia
Riolando Azzi in A Teologia Católica na Formação da Sociedade Colonial Brasileira. Ed. Vozes, pg 197.
ELES QUERIAM UM GRANDE REI
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ELES QUERIAM UM GRANDE REI
Os Freis; Petrônio de Miranda- Do Convento do Carmo da Lapa/RJ e Victor Krüger- Do Convento do Carmo de Salvador/BA (Atualmente e tratamento de saúde em Jaboticabal, São Paulo- Canta a música; Eles queriam um grande Rei. Música tradicional da Semana Santa. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 7 de abril-2017. DIVULGAÇÃO: www.olharjornalistico.com.br
LETRA.
Eles queriam um grande rei
que fosse forte e dominador,
e por isso não creram Nele
e mataram o Salvador. (BIS)
1- Quantos surdos que escutaram,
quantos cegos que enxergaram,
quantos coxos que andaram...
Só eles não enxergaram.
2- Quantas pessoas de má vida
se converteram e aceitaram
no que viram e ouviram...
Só eles o rejeitaram!
3- Quantos vinham lhe escutar
e escreveram, pra não esquecer,
que falava brilhantemente
como a luz do amanhecer!
4- Jesus Cristo aceita o homem
que se entrega inteiramente;
não aquele apegado ao mundo
que hora é frio, outra hora é quente.
OCARM-OCD: Congresso Mariano Internacional.
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A Ordem do Carmo e a Ordem dos Carmelitas Descalços, motivadas pela celebração do I Centenário das Aparições de Fátima, decidiram oferecer à sua própria família e a toda a Igreja um congresso mariano internacional a fim de reavivar a sua espiritualidade mariana, pois o Carmelo é todo de Maria. Foi sob a sua inspiração e proteção que, no Séc. XII, os primeiros frades se reuniram no cimo do Monte Carmelo para cultivarem a relação com o Deus vivo. Este Congresso a realizar de 15 a 17 de Setembro de 2017, na Domus Carmeli, em Fátima, terá o seguinte programa: |
Beato Tito Brandsma, Carmelita, Jornalista e Mártir: Biografia.
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Nasceu em Bolsward, Holanda, em 1881. Filho de uma família católica. Devoto fervoroso de Nossa Senhora, decide entrar na Ordem do Carmo. Ordena-se em 1905. Inteligente e sempre dedicado aos estudos, ele revela uma admirável vocação para o jornalismo. Escreve artigos para jornais e revistas. Em Roma, doutora-se em filosofia e Sociologia. Ao voltar para a Holanda, torna-se professor, escritor, pregador e editor de revista. Em 1932, é eleito Reitor da Universidade Católica de seu País. Escreve o livro “Exercícios Bíblicos com Maria para chegar a Jesus”, um pequeno tratado de Mariologia. Esta publicação é fruto de suas orações e meditações que ele jamais descuidava, apesar de sua intensa atividade apostólica: missões, união das igrejas, escola e educação católica, meios de comunicação.
Os problemas começaram quando os nazistas invadem a Holanda, em 1940. Na época, Frei Tito era Presidente da União dos Jornalistas Católicos. Protestou corajosamente contra a invasão. Foi preso dia 19 de janeiro de 1942. Passou pelos presídios de Scheveninguem, Amersfoort, Kleve e Dachau. Foi espancado, submetido à fome e ao frio. Nos interrogatórios deu testemunho de fé, de suas convicções católicas em defesa da justiça. Foi um exemplo de ânimo, de paciência até para aqueles que eram inimigos de sua religião. Seu corpo serviu de cobaia para experiências bioquímicas. Esteve em estado de coma durante dois dias. Antes de morrer, exclamou: “Faça-se a Tua vontade, não a minha”. Faleceu a 27 de julho de 1942, aos 61 anos. Foi beatificado dia 3 de novembro de 1985, pelo Papa João Paulo II.
Beato Tito Brandsma, Carmelita, Jornalista e Mártir.
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Oração feita diante da imagem de Cristo na prisão
“Ó Jesus, quando te contemplo,
Eu redescubro, a sós contigo,
Que te amo e que teu coração
Me ama como a um dileto amigo.
Ainda que a descoberta exija
Coragem, faz-me bem a dor:
Por ela me assemelho a ti
Que ela é o caminho redentor.
Na minha dor me rejubilo:
Já não a julgo sofrimento,
Mas sim predestinada escolha
Que me une a ti neste momento.
Deixa-me, pois, nessa quietude,
Malgrado o frio que me alcança.
Presença humana não permitas,
Que a solidão já não me cansa,
Pois de mim sinto-te tão próximo
Como jamais antes senti.
Doce Jesus, fica comigo,
Que tudo é bom junto de ti”.
Esta oração foi escrita por Frei Tito, na passagem do dia 12 para 13 de fevereiro de 1942, na prisão de Scheveningen.
O Som do puro silêncio
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Frei Joseph Chalmers, O. Carm.
Onde está Deus no meio de todos os nossos problemas? (Sl 42(41),4; 79(78),10; Jl 2,17). Nossa fé nos diz que Deus não pode estar realmente ausente de nossas vidas. Isto seria o inferno. O Profeta Isaías fala do Deus escondido (Is 45,15). Talvez tenhamos que aprender a discernir a presença de Deus na aparente ausência de Deus e aprender uma nova linguagem, a linguagem de Deus. São João da Cruz nos diz que:
“O Pai disse uma palavra, que era Seu Filho, e esta palavra ele repete sempre no silêncio eterno, e no silêncio ela deve ser ouvida pela alma” (Máximas e Conselhos, 21). Espanhol – Ruiz Salvador – Dichos de luz y amor, 104.
Devemos cultivar um profundo silêncio dentro de nós para que possamos ouvir o que Deus quer nos dizer (cf. Is 50,4). É claro que devemos ouvir a Deus na oração mas também nos acontecimentos do nosso dia-a-dia. Muitas vezes fazemos tanto barulho dentro de nós que não podemos ouvir ou discernir qualquer coisa. Como carmelitas, esse silêncio deveria vir naturalmente a nós ou, pelo menos, o desejo dele. Não é apenas uma prática ascética e não se refere meramente ao silêncio exterior. É um silêncio interno para discernir a presença de Deus mesmo diante da situação mais desesperadora, para que possamos continuar nossa jornada com esperança. Nossa Regra nos diz: “O apóstolo recomenda o silêncio, quando nos diz que é nele que se deve trabalhar. E como afirma o profeta: a justiça é cultivada pelo silêncio. E ainda: no silêncio e na esperança estará a força de vocês” (Regra 21).
Precisamos tentar identificar o barulho dentro de nós: os comentários sobre os outros, sobre os acontecimentos e sobre nós mesmos. Uma vez que estejamos conscientes de nosso barulho interior, podemos começar a deixá-lo ir embora, para que não influencie tudo que fazemos, pensamos ou dizemos. Se continuarmos nesta jornada, seremos levados face a face com nossos preconceitos, medos irracionais e presunções. Essa experiência não é para nos deprimir mas para que possamos nos libertar.
É necessário cultivar um silêncio interior para que estejamos conscientes daquilo que Deus nos fala através de algum mensageiro simples e humilde. Se não cultivarmos o silêncio interior, a vida passa por nós e nunca alcançaremos o real significado do que nos aconteceu (cf. Mt 16,1-3). Muitos de nós não se sentem inteiramente à vontade com o silêncio exterior.
Temos uma espécie de fita ou CD interno, que comenta sobre tudo e todos durante todo o dia. Os comentários na fita interior são baseados em nossa perspectiva pessoal da vida que, é claro, geralmente está a nosso favor. Instintivamente nos defendemos quando nos sentimos sob ataque e buscamos a estima e a aceitação dos outros. Fazemos isso geralmente sem estarmos conscientes do que está acontecendo dentro de nós. É um barulho interno constante que nos dificulta ouvir qualquer outra voz. A jornada de fé em direção à transformação nos leva através da brilhante luz do sol e de vales escuros (cf. Sl 23(22),4).
Deus usa todos os fatos de nossa vida, bons e maus, como instrumentos de purificação, o que é essencial se desejamos nos tornar o que Deus nos chama a ser. Devemos tentar discernir a mão de Deus trabalhando, mas este discernimento é mais fácil se acalmarmos o barulho dentro de nós e ouvirmos a voz de Deus que fala no som da brisa suave, ou como dizem alguns exegetas: “o som do leve silêncio” ou “o som do puro silêncio” (1Rs 19,12).
*FR. JOSEPH CHALMERS, O. CARM.
Nascido em Glasgow, na Escócia, em 5 de abril de 1952, e pós-graduado em Direito, Pe. Joseph Chalmers entrou na Ordem Carmelita em 1975. Completou seus estudos filosóficos e teológicos na Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma) com uma licença em espiritualidade que ganhou a Medalha de Ouro do Papa.
Em 1981, um ano antes de terminar seus estudos, Pe. Joseph foi ordenado sacerdote em Glasgow pelo cardeal, o arcebispo Thomas Winning.
De 1995 a 2007, o Pe. José era prior geral de toda a Carmelita. Depois de dois mandatos como Prior Geral ele retured à sua própria província e serviu como Novice Director durante os últimos quatro anos em Aylesford Priory em Kent. Fr. Chalmers recentemente ingressou no Instituto Saint Luke como Diretor de Formação.
Como Prior Geral da Ordem Carmelita entre 1995 e 2007, o Padre Joseph é muito conhecido em toda a Família Carmelita internacional e além. Desde que retornou ao ministério em sua província nativa da Grã-Bretanha, ele publicou uma série de livros mais vendidos, incluindo O Som do Silêncio: Ouvindo a Palavra de Deus com Elias, o Profeta, e Let It Be: Orando as Escrituras em companhia de Maria, a Mãe de Jesus. Fonte: http://ocarm.org
AS 7 PALAVRAS DE MARA: Maria, a Mãe de Jesus, nossa mestra e guia.
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Frei Carlos Mesters, Carmelita
A Regra do Carmo pede: “Permaneça cada um em sua cela ou na proximidade dela, meditando dia e noite na Lei do Senhor e vigiando em orações” (RC 10). Neste ponto, temos como mestra e guia Maria, a Mãe de Jesus. Diz o Evangelho de Lucas: “Enquanto Jesus dizia essas coisas, uma mulher levantou a voz no meio da multidão, e lhe disse: "Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram." Jesus respondeu: "Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus
e a põem em prática." (Lc 11,27-28)
A Bíblia fala muito pouco da Mãe de Jesus. Só sete livros a mencionam: Gálatas (Gl 4,4), Marcos (Mc 3,20-21.31-35), Lucas (Lc 1 e 2; 11,17), Atos (At 1,13), Mateus (Mt 1 e 2), João (Jo 2,1-13; 19.25-26) e Apocalipse (Apc 12,1-17). Ela mesma fala menos ainda, pois cinco destes sete livros só falam sobre Maria. Ela mesma não fala. Maria só fala em dois livros: Lucas e João. E mesmo estes dois livros conservam apenas sete palavras de Maria. Nada mais!
1ª Palavra: "Como pode ser isso se não conheço homem!" (Lc 1,34)
2ª Palavra: "Eis aqui a serva do Senhor!" (Lc 1,38)
3ª Palavra: "Minha alma louva o Senhor!" (Lc 1,46)
4ª Palavra: "Meu filho porque fez isso conosco?" (Lc 2,48).
5º Palavra: "Eles não têm mais vinho!" (Jo 2,3)
6ª Palavra: “Fazei tudo o que ele vos disser!" (Jo 2,5)
7ª Palavra: O silêncio ao pé da Cruz, mais eloqüente que mil palavras! (Jo 19,25-27)
Os evangelhos apresentam a Mãe de Jesus como mulher silenciosa. Apenas sete palavras! A prática do silêncio capacita as pessoas para meditar e escutar a Palavra de Deus nos fatos da vida. O que mais nos falta hoje é o silêncio. Não é fácil fazer silêncio. Não é fácil escutar. Muito barulho, não só ao redor, mas também dentro de nós. Condição para poder escutar é saber fazer silêncio, sobretudo dentro de nós.
Cada uma daquelas sete palavras da Mãe de Jesus nos faz saber como ela fazia para escutar os apelos de Deus, mesmo lá onde não havia palavras, mas apenas o silêncio de uma situação humana pedindo socorro. Além disso, tanto Lucas como João, ambos oferecem uma chave importante para entender o relacionamento de Maria com a Palavra de Deus.
O evangelho de Lucas, quando fala de Maria, pensa nas Comunidades e apresenta Maria como modelo. Na maneira de Maria relacionar-se com a Palavra de Deus, Lucas vê a maneira mais correta para a comunidade relacionar-se com a Palavra de Deus: descobri-la, escutá-la, acolhê-la, encarná-la, vivê-la, aprofundá-la, deixar-se moldar por ela, mesmo quando não a entende ou quando ela a faz sofrer. A chave para isto nos é dada no elogio à sua mãe: “Feliz quem ouve a Palavra de Deus e a coloca em prática” (Lc 11,27).
O evangelho de João costuma descrever os episódios da vida de Jesus sob a dupla a dimensão de história e de símbolo. Assim, para João, os dois acontecimentos que falam da Mãe de Jesus, a saber, as bodas de Caná (Jo 2,1-5) e ao pé da Cruz (Jo 19,25-27), são, ao mesmo tempo, história e símbolo. Para João, a Mãe de Jesus é o símbolo do Antigo Testamento. Ela aguarda a chegada do Novo Testamento e contribui para que o Novo chegue. Maria é o elo entre o que havia antes e o que virá depois. Nos dois episódios, tanto em Caná como ao pé da cruz, devemos ver o que diz a história e o que sugere o símbolo.
Vamos ver de perto de que maneira aquelas sete palavras nos ensinam como escutar os apelos de Deus e colocá-los em prática. Neste artigo veremos as três primeiras palavras: 1ª Palavra: "Como pode ser isso se não conheço homem algum!" (Lc 1,34). 2ª Palavra: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!" (Lc 1,38). 3ª Palavra: "Minha alma louva o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador!" (Lc 1,46).
1ª Palavra. "Como pode ser isso se não conheço homem algum!" (Lc 1,34)
A palavra do anjo Gabriel era transparente, não deixava dúvida. Dizia claramente o que Deus estava pedindo a Maria, a saber: ser a mãe do Messias, daquele que viria realizar as promessas dos profetas, a esperança de todo o povo. Maior missão e glória não era possível imaginar para uma moça daquela época.
Maria não se exalta, nem se sente privilegiada. Ela escuta o apelo de Deus, confronta-o com a sua condição humana e pergunta: “Como pode ser isso, se não conheço homem algum!”
Não é falta de fé, nem medo, nem recusa, nem falsa humildade. Mas realismo humilde, sem exaltação. Maria não quer ser a causa de que o plano de Deus corra perigo de fracassar devido às limitações da sua condição humana. Pois dentro da situação concreta em que ela se encontrava, a proposta do anjo não poderia ser realizada: “Não conheço homem algum!”.
2ª Palavra. "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!" (Lc 1,38)
O anjo esclarece: “O Espírito Santo descerá sobre ti!” Esclarecida pelo anjo, Maria não hesita nem volta atrás, mas se oferece: “Eis aqui a serva do Senhor!” Ela se faz a empregada de Deus. Ela sabe que isto vai trazer muitos problemas para a sua vida. Pois como explicar a gravidez ao povo de Nazaré? Ninguém iria acreditar nela. Como explicá-la a José, seu prometido esposo? Ela correria o perigo de ser apedrejada.
Apesar de todas estas dificuldades reais, Maria se entrega à ação da Palavra de Deus: “Faça-se em mim segundo a tua palavra!” Ela não pensa em si mesma, nem se fecha dentro do seu mundo. O que conta não é o bem-estar dela mesma, nem as suas aspirações pessoais, mas sim ser um instrumento eficaz na realização do plano de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra!”
3ª Palavra. "Minha alma louva o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador!"
(Lc 1,46)
Estamos diante de uma das experiências humanas mais bonitas e mais comuns que se possa imaginar. Duas donas de casa, Maria e Isabel, ambas grávidas, se encontram e conversam entre si sobre as coisas da vida. Isabel elogia a fé de Maria, e Maria responde louvando e agradecendo a Deus: “Minha alma louva o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador!”.
Do começo ao fim, este Cântico de Maria está permeado de frases dos salmos. No cântico, ela se revela como alguém que sabe de cor a Bíblia, sobretudo os salmos. De tanto rezar e meditar os salmos, quando ela mesma se dirige a Deus, usa palavras e frases dos salmos para expressar seus próprios sentimentos, pedidos e louvores a Deus. A Bíblia de Jerusalém menciona cinco evocações de salmos.
No Cântico Maria se revela também como alguém que tem consciência clara da situação social e política em que se encontra o seu povo. A Mãe de Jesus conhece as pretensões dos soberbos (Lc 1,51), a ganância dos ricos (Lc 1,53) e a opressão que os poderosos exercem sobre os pequenos, os humildes (Lc 1,52). Ela se faz porta-voz da esperança dos pequenos (Lc 1,54-55).
Unir o conhecimento da realidade com a leitura orante e constante da Bíblia é a chave que abriu os olhos do coração de Maria para poder escutar os apelos de Deus dentro da realidade da vida do seu povo e dentro das coisas mais comuns da sua própria vida.
4ª Palavra. "Meu filho porque fez isso conosco? Teu pai e eu, aflitos, te procurávamos" (Lc 2,48)
Romaria anual até a Jerusalém. Três ou quatro dias de viagem. Famílias inteiras caminhando. Muita gente! Em Jerusalém triplica a população. As crianças pequenas vão com os pais. Os jovens de doze anos para cima se agrupam entre parentes e pessoas mais achegadas do povoado. À noite do primeiro dia do regresso a Nazaré, Maria e José se dão conta de que Jesus não estava com os parentes, nem com as pessoas mais achegadas. Susto, medo e sofrimento. Imediatamente, voltam para Jerusalém à procura do menino.
Depois de três dias de busca, eles o encontram no Templo, sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas. Menino inteligente! Emoção muito grande para os pais. Mas Maria não esconde seu sofrimento e sua preocupação: "Meu filho porque fez isso conosco? Olhe, seu pai e eu, aflitos, te procurávamos". Maria não tem medo de dizer o que pensa e de perguntar pelo motivo das coisas que ela não entende e a fazem sofrer.
Jesus responde: “Por que me procuravam? Então não sabiam que devo estar na casa do meu Pai!” Resposta enigmática! Maria já não tinha entendido a atitude do filho, e agora ela não entende a palavra dele. Jesus não dá explicação do seu comportamento. Maria silencia diante do mistério. Não deve ter sido fácil. Mas mesmo silenciando, ela continua buscando o sentido da palavra que não entendeu. “Ela conservava no coração todas estas coisas” (Lc 2,19.51). Este é o caminho para chegar à compreensão e aceitação da Palavra de Deus: ruminá-la, meditá-la, até obter o entendimento que esclarece o caminho.
*Seguem agora as palavras de Maria conservadas no Evangelho de João. Como dissemos no artigo anterior, João costuma apresentar a vida de Jesus sob a dupla a dimensão de história e de símbolo. Assim, os dois acontecimentos que falam da Mãe de Jesus, a saber, as bodas de Caná (Jo 2,1-5) e ao pé da Cruz (Jo 19,25-27), são, ao mesmo tempo, história e símbolo. Para João, a Mãe de Jesus é o símbolo do Antigo Testamento que aguarda a chegada do Novo Testamento e contribui para que o Novo chegue. Ela é o elo entre o que havia antes e o que virá depois. Nos dois episódios, tanto em Caná como ao pé da cruz, veremos o que diz a história e o que sugere o símbolo.
5ª Palavra. "Eles não tem mais vinho!" (Jo 2,3)
A história. Na descrição das bodas da Caná, a Mãe de Jesus aparece como mulher atenta aos problemas dos outros. Ela percebe o problema do casal de noivos: “Eles não têm mais vinho!” Falta de bebida na festa de casamento num povoado pequeno da área rural da Galiléia era um problema sério que comprometia o bom nome dos noivos. Maria é uma presença atenciosa. Despreocupada de si mesma, ela é capaz de perceber o problema dos outros. Pois quem vive fechado em si mesmo, não percebe o sofrimento calado do irmão e da irmã.
O símbolo. Como símbolo e porta-voz do Antigo Testamento, a Mãe de Jesus percebe e reconhece os limites do Primeiro Testamento: “Eles não tem mais vinho!” A economia da salvação do AT tinha esgotado todos os seus recursos e já não era capaz de realizar o grande sonho, alimentado pelos profetas, a saber: as Bodas de casamento entre Deus e seu povo (cf. Os 11,21; Is 54,4-8).
A Mãe de Jesus constata e reconhece os limites do AT. Sem vinho a festa do casamento corre perigo de fracassar. Maria recorre a Jesus, pois em Jesus chegou a possibilidade oferecida por Deus para superar os limites e realizar, finalmente, as promessas da união entre Deus e seu povo.
6ª Palavra. “Fazei tudo o que ele vos disser!" (Jo 2,5)
A história. A Mãe de Jesus é apresentada como uma pessoa que não só percebe o problema dos noivos, mas também toma a iniciativa concreta para solucioná-lo. Ela recorre a Jesus. Jesus responde: “Mulher, o que há entre mim e ti? Minha hora ainda não chegou”. A resposta parece uma recusa. Mas Maria não a entendeu como recusa. Pelo contrário, imediatamente ela se dirige aos empregados e diz: “Fazei tudo o que ele vos disser!” Não basta constatar o problema. É preciso contribuir para a sua solução. Não basta ouvir a Palavra de Deus. É preciso colocá-la em prática.
O símbolo. Jesus responde: “Mulher, o que há entre mim e ti? Minha hora ainda não chegou”. A resposta de Jesus verbaliza um problema que existia nas comunidades no fim do primeiro século, época em que João escreve o seu evangelho, a saber: Qual é mesmo a relação entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento e como se realiza a transição? Pois, havia cristãos que consideravam o Antigo Testamento como superado e aceitavam só os textos do NT.
As palavras de Maria aos empregados iluminam o problema: “Fazei tudo o que ele vos disser!”. O próprio Antigo Testamento manda olhar para além de si mesmo e encontra a sua plena realização em Jesus. O recado final do Antigo Testamento é este: “Fazei tudo o que ele vos disser!” Quem se fecha na sua própria história, impede a chegada do futuro. Ele se fecha na letra que mata. É o espírito de Jesus que dá vida plena à letra (2Cor 3,6). “Minha hora ainda não chegou!” A realização plena das promessas do Antigo Testamento se realizará através da “hora” de Jesus, isto é, sua morte e ressurreição que transformarão a água da vida em vinho para a festa definitiva das núpcias do Cordeiro (cf Apc 19,7;21,1.9). Seis ânforas cheias de água, cada uma com cem litros, foram transformadas em vinho, vinho bom. Seiscentos litros de vinho para uma festa que já estava no fim. É muito vinho para pouca festa! O que fizeram com o vinho que sobrou? Estamos bebendo até hoje!
7ª Palavra. O silêncio ao pé da Cruz, mais eloqüente que mil palavras! (Jo 19,25-27)
A história. A mãe de Jesus está em pé junto à cruz do filho. Ela não fala. Mas o seu silêncio é mais eloqüente que mil palavras! Ela é apoio silencioso ao filho na hora suprema da sua missão. Enfrenta a noite escura da Cruz e aguarda a madrugada da ressurreição
O símbolo. Jesus “disse à mãe: "Mulher, eis aí o seu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a sua mãe." E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa”. (João 19,26-27). É o "Discípulo Amado" que acolhe a Mãe de Jesus em sua casa. O Discípulo Amado é a nova Comunidade que cresceu ao redor de Jesus, é o filho que nasceu do Antigo Testamento. A pedido de Jesus, o filho, o Novo Testamento, recebe a Mãe, o Antigo Testamento, em sua casa. Os dois devem caminhar juntos. Pois o Novo não se entende sem o Antigo. Seria um prédio sem fundamento. E o Antigo sem o Novo ficaria incompleto. Seria uma árvore sem fruto.
Traduzido para hoje, isto quer dizer: a fé não se entende sem a vida. Seria um prédio sem fundamento. E a vida sem a fé ficaria incompleta. Seria uma árvore sem fruto.
*SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS: Na maturidade do amor (1ª Parte)
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Dom Milton Kenan Júnior, bispo da Diocese de Barretos, São Paulo.
Ao iniciar o nosso Retiro, na companhia e sob a guia de Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, convido-as a colocar-nos inteiramente sob a ação do Amor, que nestes dias, quer tocar-nos tão profundamente como tocou o coração de Teresa de Lisieux. Talvez possa parecer presunção nossa aspirar algo tão elevado, e aparentemente tão distante, mas não: a própria Teresa diz que Deus seria incapaz de inspirar-nos desejos que não pudessem realizar-se.
Para muitos pode parecer difícil que Deus se sirva de uma jovem como Teresa do Menino Jesus para falar ao nosso tempo. Entretanto, a realidade é bem essa: “o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” (1Cor 1,25). Deus quer servir-se de Teresa para falar aos homens e mulheres que vivem a mudança civilizatória (mudança de época), indicando-lhes “um pequeno caminho bem reto, bem curto, uma pequena via toda nova.” (Ms C 2v)
Hoje, precisaríamos submeter-nos a uma desintoxicação espiritual. Nossos olhares ofuscados pelas luzes de neon das nossas cidades parecem incapazes de vislumbrar a beleza das estrelas que povoam os céus. Nos céus, hoje, brilham constelações de santos e santas, contemporâneos nossos, indicando-nos o caminho a percorrer, apontando-nos a direção; entre eles, a pequena Teresa, que parece ter antecipado os tempos ao chamar a atenção para a beleza do amor.
Santa Teresa de Lisieux é doutora na “ciência do amor”, como declarou o Beato João Paulo II na Carta Apostólica “Divini Amoris Scientia” (A Ciência do Amor Divino): “Ela fez resplandecer no nosso tempo o fascínio do Evangelho; teve a missão de fazer conhecer e amar a Igreja, Corpo místico de Cristo; ajudou a curar as almas dos rigores e dos temores da doutrina jansenista, inclinada a sublinhar mais a justiça de Deus do que a sua misericórdia divina. Contemplou e adorou na misericórdia de Deus todas as perfeições divinas, porque «até mesmo a justiça de Deus (e talvez mais do que qualquer outra perfeição) me parece revestida de amor» (Ms A 83v). Deste modo, tornou-se um ícone vivo daquele Deus que,segundo a oração da Igreja «mostra o Seu poder sobretudo no “perdão e na misericórdia» (cf. Missal Romano, Oração do XXVI Domingo do Tempo Comum).” (DAS 8)
Nestas palavras encontramos a razão que nos levou a escolher como tema do nosso retiro: “Na maturidade do amor”. Deixar-se conduzir por Teresa é deixar-se conduzir para a maturidade do amor. Toda a sua existência foi uma caminhada para alcançar a maturidade do amar e ser amado, do deixar-se amar, do viver de amor.
Vamos percorrer as páginas no ultimo manuscrito, intitulado Manuscrito C. Eu me atreveria em dizer que estas paginas foram escritas na maturidade da fé e do amor. Teresa consumida pela tuberculose, na escuridão da fé, prevendo que a sua morte se aproxima com rápidos passos, sabendo que estas paginas servirão para uma futura publicação sobre a sua vida, escreve por obediência, tendo que ludibriar suas irmãs que vendo-a sob as castanheiras do quintal, com aquela caderneta nas mãos, não deixam de aproximar-se dela para distrai-la, acabando por roubar-lhe o tempo precioso que dispõe para descrever sua vida no Carmelo.
Trata-se de um texto que revela a maturidade daquela que o escreve. Ela lança constantemente um olhar em profundidade sobre a vida. Consciente de que lhe sobram poucos dias sobre a terra, Teresa não demonstra ser uma mulher desorientada, e muito menos desesperada. O seu sofrimento não tem nada de estoicismo. Está na verdade habitada por uma profunda alegria.
O sofrimento não a espanta mais, nem a amedronta; ao contrário une-a ainda mais a Jesus: “A cada nova ocasião de combate [...] corro para meu Jesus” (Ms C 7r).
Teresa, nestas paginas revela sua vocação apostólica. Ela própria anteriormente na carta que escreve a Ir. Maria do Sagrado Coração diz que a carmelita tem vocação de Esposa e Mãe (cf. Ms B 2v). Serão nas páginas deste último manuscrito que podemos vislumbrar o zelo apostólico que lhe alimentava o coração e preenchia os seus pensamentos. Ela não vive para si, está entregue totalmente à Igreja. Não pensa apenas nos limites da sua comunidade, mas tem diante de si a Igreja inteira. Tudo o que diz respeito à Igreja, lhe diz respeito também.
Relata as grandes descobertas que Deus lhe permite fazer: a pequena via, sua vocação missionária, a compreensão da caridade, a liberdade de espírito, o amor e as obras, o valor da oração, a participação na missão dos irmãos espirituais, e a direção das almas no noviciado.
Acompanharemos Teresa pelas paginas do seu ultimo manuscrito, pedindo ao Senhor a graça de aprender com ela. Teresa é nossa irmã! Nela Deus quer dar-nos uma amostra daquilo que deseja realizar em cada um de nós. Deixemo-nos guiar por Teresa, dóceis a ação do Espírito Santo que sopra onde e como quer.
Há uma primeira palavra de Teresa que gostaria de propor a nossa oração, no início do nosso retiro. Referindo-se ao modo como Madre Maria do Gonzaga lhe trata, Teresa afirma:
“ Todas as criaturas podem inclinar-se, para ela, admirá-la, cumulá-la com seus louvores, não sei por que mais isso não poderia acrescentar uma só gota de falsa alegria à verdadeira alegria que ela saboreia em seu coração, ao se ver o que ela é aos olhos de Deus: um pobre nadinha, nada mais...” (2r)
Há um elemento no início deste manuscrito que dá o tom de todo o texto: é a alegria. Teresa fala da “verdadeira alegria”. Ela diz que não teme mais a “falsa alegria” que poderia surgir do elogio e da ternura que recebe das criaturas. Não! Ela está alicerçada na “verdadeira alegria”, ou seja, “ao se ver o que ela é aos olhos de Deus um pobre nadinha, nada mais...” A causa da sua alegria é reconhecer o seu nada, aquilo que é aos olhos de Deus: um “pobre nadinha”.
Quando acompanhamos a vida de Teresa vamos vendo o quanto lhe custou reconhecer o seu “pobre nadinha”. Seu caminho é o caminho do esvaziamento, do despojamento, do empobrecimento... é o caminho que leva ao nada e no nada encontra o Tudo. Fiel discípula de sua pai São João da Cruz, Teresa sobe o “monte” que é o Tudo do Deus Amor, pela via do nada, do esvaziar-se, do despojar-se voluntariamente, do entregar-se e oferecer-se, a ponto de não colocar mais resistência. É o caminho do amor! É o caminho de Jesus!
Neste nosso primeiro encontro com Teresa precisaríamos pedir a Deus a graça de reconhecer o nosso “pobre nadinha”, reconhecer o quanto precisamos desvencilhar-nos, desprender-nos, despojar-nos para nos tornarmos livres para amar, para a maturidade do amor. Como fez Teresa, como fez Jesus!
Aí encontramos a verdadeira alegria.
As palavras de Teresa nos fazem pensar em Francisco de Assis. Em que consiste a verdadeira alegria? São Francisco diz ao Frei Leão que a perfeita alegria consiste em ser tratado como um “nada”, como um desconhecido, como um miserável. A perfeita alegria é ter percorrido um longo caminho e ao chegar no convento de frades, sob a chuva e a o frio gelado, ser jogado para fora e tratado como malfeitor. Aí está a verdadeira alegria. A alegria em reconhecer o próprio nada.
“Aquilo que se é aos olhos de Deus” – um nadinha amado por Deus. Deus ama o nosso nada, a nossa pequenez.
Quando escreve a Ir. Maria do Sagrado Coração, S. Teresa diz: “ Quanto mais se é fraco, sem desejos e virtudes, tanto mais se está apto às orações deste Amor consumidor e transformante...Onde encontrar o verdadeiro pobre de espírito? É preciso procurá-lo longe, diz o salmista. Não diz que é preciso buscá-lo entre as grandes almas, mas “bem longe”, ou seja, na baixeza, no nada...Ah! Permaneçamos, portanto bem longe de tudo aquilo que brilha, amemos nossa pequenez, amemos o não sentir nada. Então seremos pobres de espírito e Jesus virá nos procurar. Por mais longe que estejamos, ele nos transformará em chamas de amor...Oh! Como gostaria de poder vos fazer compreender aquilo que sinto! É a confiança, e nada mais que a confiança, que nos deve conduzir ao Amor...” (Carta 197)
Precisaríamos pedir a graça de perscrutar as palavras de Teresa sobre o “pobre nadinha” amado por Deus, querido por Deus, procurado por Deus!
É esta graça que lhes proponho suplicar no início destes dias: a graça de amar a nossa pequenez e nossa pobreza e a esperança cega na Misericórdia de Deus! (cf. Carta 197), pois aí está a raiz e a certeza da nossa alegria.
*Reflexões em um Retiro sobre Santa Teresinha do Menino Jesus. (1ª Parte).
OLHAR RECORDAÇÃO: Aniversário de Eduardo Gonçalves.
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OLHAR RECORDAÇÃO: Aniversário de Eduardo. por olharjornalistico
SANTOS CARMELITAS: Bênção da Água de Santo Alberto.
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- A nossa proteção está no nome do Senhor.
- Que fez o céu e a terra!
OREMOS
Senhor Jesus Cristo, nosso Deus, saúde e fortaleza de todos os vossos fiéis, que atendestes bondosamente às orações e curastes totalmente a sogra de São Pedro, que sofria de muita febre, SANTI + FICAI e ABEN + ÇOAI esta água, vossa criatura, em vosso Nome santíssimo e com as relíquias de Santo Alberto, que vos dignastes chamar a renunciar ao mundo e entrar para a Ordem da vossa Mãe Santíssima; concedei que, pelos seus gloriosos merecimentos e pela sua intercessão, todos os que forem atacados pelas febres, ao tomarem devotamente desta água, sejam libertados de todos os males do espírito e do corpo, e possam apresentar-se na vossa Igreja, para vos agradecer constantemente. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.
- Amém.
(Em seguida, pegando com respeito a relíquia, mergulha-a três vezes na água na forma de uma cruz, dizendo uma só vez).
Pelos merecimentos de Santo Alberto
ABEN + ÇOAI, Senhor, esta água
vossa CRIA + TURA,
Vós que com o vosso Corpo glorioso
SANTI + FICASTES as águas do rio Jordão,
e concedei
que todos os que beberem desta água
alcancem a saúde do corpo e do espírito.
Vós que viveis e reinais
pelos séculos dos séculos.
Amém.
Agora se diz a
ANTÍFONA:
Ó Santo Alberto,
modelo de castidade,
pureza e continência,
pedi à Mãe de Misericórdia
que neste vale de misérias
nos defenda do inimigo maléfico,
para que ao sairmos
deste corpo tão efêmero,
gozemos de um eterno alívio.
- Rogai por nós, Santo Alberto!
- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
OREMOS
Deus onipotente e misericordioso, concedei-nos - nós Vos pedimos - que, pela virtude desta água benta, pelos merecimentos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, de Santo Alberto e de todos os Santos e Santas de Deus, os fiéis, que beberem desta água com fé e piedade, consigam obter sáude para o corpo e para o espírito e permaneçam no vosso santo serviço. Por Cristo Nosso Senhor.
- Amém.
ANTÍFONA
Esperançosos,
Aguardam os doentes
Junto ao templo
De Santo Alberto:
Surdos e aleijados
Logo suplicam a Deus,
E o Santo cura a febre
E todas as doenças,
Afasta os males,
Acalma as ondas
E retira o enjôo do mar.
- Ó Bom Jesus, pelos merecimentos de Santo Alberto!
- Derramai sobre nós as vossas graças!
OREMOS
Senhor Jesus, nosso Deus, que vos dignastes chamar Santo Alberto, vosso Sacerdote, para renunciar ao mundo e entrar para a Ordem de Maria, vossa Mãe Santíssima, concedei-nos - nós Vos pedimos -que, pelos seus méritos e a seu exemplo, Vos sirvamos fielmente e com ele mereçamos gozar da vossa presença na glória eterna. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.
- Amém!
O CORAÇÃO DA REGRA DO CARMO, QUAL É?
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Frei Bruno Secondin. O. Carm.
São conhecidos mais de setenta comentários sobre a Regra do Carmo; quase na sua totalidade consideram como núcleo central do texto e do projeto de vida a prescrição do capítulo 7º, que diz: "Maneant singuli in cellulis suis vel juxta eas, die ac nocte in lege Domini meditantes nisi aliis justis occasionibus occupentur" (permaneça cada um na sua cela ou proximidades, dia e noite meditando na lei do Senhor, em vigílias e orações, a não ser que esteja ocupado em alguma eventualidade justificada). As atuais Constituições da Ordem repetem esta convicção, implicitamente ao menos (cf. n.10 e 59). Por esta razão é possível falar-se de uma resposta tradicional, e praticamente unânime, sobre o coração da Regra.
Só recentemente começou-se a duvidar da centralidade do capítulo 7º. Egídio Palumbo, por exemplo, um jovem carmelita, que estudou os comentários de todas as épocas, escreve: "Perguntamo-nos se a centralidade do capítulo 7º é uma "necessidade", que o texto revela ou pelo contrário, uma compreensão do sujeito-leitor condicionada pela idéia de perfeição da vida cristã nas formas de vida solitária e eremítica. Sobre isto demonstra a história da interpretação da Regra um fato: quando a centralidade do capítulo 7º deixou trancadas outras "verdades" do texto, que não entravam na ótica do sujeito-leitor, a pré-compreensão transformou-se em pré-julgamento e a leitura da Regra ficou redutiva e estática".
Estamos convictos de que a centralidade do capítulo 7º, entendido na tradição especialmente como solidão e oração, deve ser profundamente reconsiderada e até mesmo superada. O centro do projeto de vida da Regra - segundo os recentes estudos promovidos na Itália - é constituído pelo conjunto dos capítulos 7-11, tendo como vértice teologal e intencional o capítulo 10º, aquele que fala sobre o oratório e a Eucaristia de todos os dias. A Regra faz as suas principais referências não a cada pessoa isolada, solitária, em oração na cela, mas à fraternidade, isto é, ao grupo de irmãos, que estavam empenhados num caminho de unidade, corresponsabilidade e dedicação ao Senhor, numa fidelidade total, embora proviessem de experiências diferentes, com suas exigências pessoais não uniformes. É sobre isto que desejamos falar, apresentando argumentos, que o comprovem.
*ORDEM TERCEIRA DO CARMO: BULA CUM NULLA
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“Nicolau, Bispo, Servo de Deus, em perpétua memória.
Visto que nenhum grupo de fiéis, sob qualquer forma de religião, pode organizar-se, sem autorização do Sumo Pontífice, e para que os grupos de religiosas, virgens, viúvas, beguinas, manteladas ou outras formas particulares que vivem sob o título e proteção da Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, ou que no futuro assim queiram viver, não pareçam bem sem a aprovação da autoridade apostólica.
Nós, pelas presentes letras, decretamos que para a recepção, modo de viver, admissão e proteção das supracitadas, a Ordem, o Mestre Geral da mesma e os Priores Provinciais gozem e usem dos mesmos e idênticos privilégios concedidos à Ordem dos Pregadores e à Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, de modo que as sobreditas virgens, viúvas, beatas e manteladas, vivam em continência e honestamente, guardem o jejum e façam todas as demais coisas, como soem fazer, de acordo com seu regulamento e estatutos.
Que ninguém, por isto, ouse infringir ou contradizer esta nossa constituição. Se, contudo, alguém cogitasse contrariá-la, saiba que incorreria na ira de Deus onipotente e de seus santos apóstolos Pedro e Paulo.
Dado em Roma, em São Pedro no ano de 1452 da Encarnação de Nosso Senhor, no dia 07 de outubro, sexto ano de nosso Pontificado”.
*Da Regra da Venerárvel Ordem Terceira do Carmo.
SÁBADO, 25: Olhar do dia.
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OLHAR DO DIA: Missa de 7º Dia do Senhor Tiãozinho, irmão da Ordem Terceira do Carmo de Carapicuíba/SP e Encontro com a Ordem Terceira do Carmo. Nas fotos; O Delegado Provincial, Frei Petrônio de Miranda e os irmãos e irmãs dos Sodalícios de Carapicuíba e Osasco.
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