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OLHAR SAÚDE: Regularidade é mais importante que intensidade do exercício para sair do sedentarismo
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Uma ideia é começar a fazer caminhadas entre 10 e 20 minutos, se esforçando para manter a prática durante cinco dias por semana. A partir do hábito, o aumento do tempo e da intensidade do exercício acontece com naturalidade.
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Mais de 40% dos brasileiros até 14 anos vivem em situação de pobreza
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Mais de 40% dos brasileiros até 14 anos vivem em situação de pobreza
Número representa 17,3 milhões de jovens, aponta estudo da Fundação Abrin
Por Agência Brasil
São Paulo - Mais de 40% de crianças e adolescentes de até 14 anos vivem em situação domiciliar de pobreza no Brasil, o que representa 17,3 milhões de jovens. Em relação àqueles em extrema pobreza, o número chega a 5,8 milhões de jovens, ou seja, 13,5%. Os dados são da publicação "Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil", que será divulgado nesta terça-feira, pela Fundação Abrin.
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O estudo relaciona indicadores sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), compromisso global para a promoção de metas de desenvolvimento até 2030, do qual o Brasil é signatário junto a outros 192 países.
"Algumas metas (dos ODS) certamente o Brasil não vai conseguir cumprir, a menos que invista mais em políticas públicas voltadas para populações mais vulneráveis. Sem investimento, fica muito difícil cumprir esse acordo", avaliou Heloisa Oliveira, administradora executiva da Fundação Abrinq. "Se não houver um investimento maciço em políticas sociais básicas voltadas à infância, ficamos muito distantes de cumprir o acordo".
O que caracteriza a população como pobres e extremamente pobres é rendimento mensal domiciliar per capita de até meio e até um quarto de salário mínimo, respectivamente.
Metas
Um dos exemplos de metas difíceis de serem cumpridas está relacionada à educação, mais especificamente ao acesso à creche.
"Você tem uma meta, que entra no Plano Nacional de Educação, de oferecer vagas para 50% da população de 0 a 3 anos (até 2024). Se você não aumentar o investimento e a oferta de vagas em creches – hoje estamos com 27% de cobertura –, não chegaremos em 50% para atender o PNE. Essa é também uma meta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (da ONU)”, explica Heloisa.
Outra meta distante do cumprimento é sobre a erradicação do trabalho infantil.
“O acordo (com a ONU) prevê que, até 2025, os países erradiquem todo tipo de trabalho escravo e trabalho infantil. Nós ainda temos 2,5 milhões crianças em situação de trabalho. Se não houver investimento na erradicação do trabalho infantil, essa meta certamente não vai ser alcançada", avaliou.
Jovens vulneráveis
Segundo Heloisa, o relatório ressalta o quanto os jovens são vulneráveis à pobreza. Ela compara que, enquanto as crianças e adolescentes representam cerca de 33% da população brasileira, entre os mais pobre esse patamar é maior.
"Se você fizer um recorte pela pobreza cruzado com a idade, você vai perceber que entre a população mais pobre tem um contingente ainda maior de crianças e adolescentes (40,2%). Esse é um ponto importante que ressalta o quanto as crianças são vulneráveis à pobreza", diz.
A representante destaca ainda a importância de analisar os indicadores do ponto de vista regional, uma vez que a média nacional não reflete o que se passa nas regiões mais pobres. Em relação à renda, o Nordeste e o Norte continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo na condição de pobreza, enquanto a média nacional é de 40,2%.
"Quando olhamos para uma média nacional, tendemos a achar que a realidade está um pouco melhor do que de fato ela está. O Brasil é um país muito grande, muito desigual, então, se você olhar os dados regionais, vai ver que as regiões mais pobres concentram os piores indicadores de educação, de acesso à água e saneamento, de acesso a creches, por exemplo".
Violência
O relatório mostra que 18,4% dos homicídios cometidos no Brasil em 2016 vitimaram menores de 19 anos de idade, um total de 10.676. A maioria desses jovens (80,7%) foi assassinada por armas de fogo. O Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo (85%) e supera a proporção nacional, com 19,8% de jovens vítimas de homicídios sobre o total de ocorrências na região.
A violência é a consequência da falta do investimento nas outras políticas sociais básicas, segundo Heloisa.
"Os outros índices influenciam diretamente a estatística da violência. Se você investir na manutenção das crianças e adolescentes na escola até completar a educação básica – que está prevista na lei brasileira, que seria até 17 anos –, se investir na proteção das famílias, na disponibilização de atividades e espaços esportivos para crianças e adolescentes, você vai ter um número muito menor de jovens envolvidos com a violência", conclui
Heloisa destaca que há uma relação direta dos altos índices de violência com as estatísticas de pobreza.
“A prova de que isso é uma relação direta é que, entre esses 10,6 mil crianças e adolescentes assassinados (em 2016), a maioria deles, mais de 70%, são jovens negros, pobres e que vivem em periferia. Portanto, são adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social, ou seja, poderia ser evitado com investimento em enfrentamento da pobreza, melhorando a qualidade de moradia, educação e saúde", acrescenta.
Evasão escolar
Para reduzir a violência e os homicídios nessa faixa etária, Heloisa alerta que não basta investir em segurança pública.
"O melhor indicador da segurança pública é a evasão escolar zero", diz.
Ela cita um estudo, realizado pelo sociólogo Marcos Rolim, do Rio Grande do Sul, com jovens que ficaram na escola e outros que saíram precocemente.
"O resultado que ele encontrou é que os jovens que permanecem na escola não se envolvem com violência. Portanto, há uma relação direta e o melhor investimento para segurança pública é a escolarização, é a manutenção dessas crianças na escola".
Os indicadores selecionados para o Cenário da Infância e da Adolescência podem ser encontrados no portal criado pela Fundação Abrinq Observatório da Criança e do Adolescente.
Fonte: https://odia.ig.com.br
Suicídio: uma falsa "epidemia silenciosa"
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A cada 40 segundos, uma pessoa se mata no mundo. Isso é mais do que guerra e homicídios juntos. No Brasil, a taxa de homicídios é maior, mas o número não deixa de ser assustador: são 32 casos por dia. Apesar de ser chamada de “epidemia silenciosa”, há informações disponíveis que são muito úteis para prevenção. Precisam ser divulgadas e colocadas em prática.
Listei algumas informações abaixo. Há informações novas e outras resgatadas de posts anteriores. São sinais de alertas, mitos, orientações para familiares, amigos e psiquiatras. Espero que sejam úteis. A reportagem é de Camila Appel, publicada por portal Uol, 24-04-2018.
Cartilha da OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem uma cartilha sobre o aconselhamento do suicídio com algumas recomendações. Ela pode ser acessada aqui. Há um capítulo muito importante sobre crianças e adolescentes. Destaco o parágrafo abaixo.
“O aconselhamento é apropriado para todas as crianças e adolescentes com comportamentos suicidas e deve focar-se no tratamento cognitivo comportamental, com ênfase na capacidade para enfrentar problemas. Os objetivos do aconselhamento eficaz podem incluir uma melhor compreensão de si mesmo, identificar sentimentos conflituosos, melhorar a auto-estima, mudar comportamentos desadaptativos, aprender a resolver conflitos, e a interagir mais eficazmente com os colegas. É provável que estudantes peçam ajuda a um amigo durante os estádios iniciais da ideação suicida. Treinar estudantes para que identifiquem colegas em risco de tal comportamento pode contribuir para que os estudantes recebam o auxílio de que necessitam. Os programas de aconselhamento por colegas têm-se revelado de grande ajuda para aumentar o conhecimento que os estudantes têm sobre fatores de risco do suicídio, e de como entrar em contato com uma linha telefônica de emergência ou centro de crise, e como encaminhar um amigo para um conselheiro. Os estudantes necessitam de um foro onde possam receber informação, fazer perguntas e aprender como ajudarem os seus amigos e a si mesmos com as suas preocupações suicidas. Infelizmente, apenas 25% dos estudantes contarão a um adulto se um amigo tiver ideações suicidas. No entanto, apresentações cuidadosamente preparadas para a sala de aula, feitas por conselheiros, podem ajudar a aumentar essa taxa”.
Mitos
Segundo a cartilha "Preventing Suicide: A Global Imperative" – também da OMS.
Mito: “Pessoas que falam sobre suicídio não estão falando sério”. Fato: pessoas que falam a respeito estão buscando ajuda e suporte. Um número significativo daqueles que contemplam o suicídio estão experienciando ansiedade, depressão e falta de esperança e podem sentir que não há outra alternativa.
Mito: “A maior parte dos suicídios acontece sem aviso prévio”. Fato: a maioria dos suicídios ocorre precedidos de sinais de alertas, sejam verbais ou comportamentais. Claro que alguns ocorrem sem avisos, mas é importante entender quais são os sinais e procurar por eles, como: ter tido uma tentativa prévia de suicídio, distúrbios mentais, perda financeira ou de emprego, dor crônica ou doença, falta de esperança (normalmente acompanhada de distúrbios mentais ou tentativas anteriores de suicídio), histórico familiar, abuso de álcool e outras substâncias, genética e fatores biológicos (como baixos níveis de serotonina, que são associados a pacientes com distúrbios de humor, esquizofrenia e distúrbios de personalidade).
Mito: “Alguém que é suicida está determinado a morrer”: Fato: pessoas com tendências suicidas são ambivalentes sobre viver ou morrer e o ato pode ocorrer por impulso. Acesso a apoio emocional na hora certa pode ser determinante para evitá-lo.
Mito: “Uma vez suicida, ele ou ela será para sempre um suicida em potencial”. Fato: muitas vezes a vontade de se matar é temporária e específica a uma situação. Pensamentos suicidas podem retornar, mas não são permanentes.
Mito: “Só pessoas com distúrbios mentais são suicidas”. Fato: o comportamento suicida indica uma profunda infelicidade, mas não é necessariamente fruto de um distúrbio mental. Muitas pessoas que vivem com doenças mentais não são afetadas por comportamentos suicidas e nem todos que tiram sua própria vida tinham esses tipos de distúrbios.
Mito: “Falar sobre suicídio é uma ideia ruim e pode ser interpretado como encorajamento”. Fato: devido ao tabu em torno do tema, muitas pessoas que estão contemplando o suicídio não sabem com quem falar a respeito. Ao invés de encorajar o comportamento, falar abertamente sobre isso pode dar outras opções ou um tempo para repensarem sua decisão, evitando o ato.
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), junto ao Conselho Federal de Medicina, disponibilizam a cartilha “Suicídio: informando para prevenir”. Em seu site, mencionam que 17% da população brasileira já pensou, em algum momento, em cometer o suicídio. A cartilha fala sobre como “abordar um paciente, explica de que forma as doenças mentais podem estar relacionadas ao suicídio, os fatores psicossociais e dados atualizados sobre o tema”.
Acreditam que desmistificar o suicídio seja fundamental para quebrar o preconceito que cerca o tema e ajudar a preveni-lo. Como a OMS, também listam alguns mitos. Um mito não mencionado pela OMS é o de que:
Mito: “o suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio”. Fato: “suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção de realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante de prevenção do suicídio. Após o tratamento da doença mental, o desejo de se matar desaparece”.
Alertas
A cartilha da ABP indica que para uma prevenção, é necessário procurar fatores de risco, como: eventos adversos na infância e na adolescência, como abuso físico e sexual, histórico familiar e genética. A cartilha diz que “estudos de genética epidemiológica mostram que há componentes genéticos, assim como ambientais envolvidos”. Por exemplo: “O risco de suicídio aumenta entre aqueles que foram casados com alguém que se suicidou”.
A cartilha sugere a psiquiatras como abordar o paciente com desejo suicida e como identificar doenças mentais, como depressão, transtorno bipolar, transtorno relacionado ao uso de álcool e outras substâncias, esquizofrenia e transtorno de personalidade. Também ajuda a avaliar o risco real da pessoa cometer o suicídio.
A publicação americana de neurociência, Nature, lançou o artigo “A base molecular do cérebro suicida” (em tradução livre) analisando que há mudanças no sistema de neurotransmissores, mudanças inflamatórias e disfunção das células de glia no cérebro de quem está prestes a se matar.
O artigo da Nature defende que alguns fatores, como predisposição familiar, assim como adversidades no início da vida, aumentam o risco de suicídio na medida em que alteram as respostas do cérebro ao stress e a outros processos através de mudanças epigenéticas nos genes e na regulação da emoção e do comportamento.
A “American Foundation for Suicide Prevention” (uma organização americana voltada a prevenção do suicídio) diz que 90% das pessoas que cometem suicídio tem algum distúrbio mental. O mais comum é a depressão grave e outros distúrbios de humor, que podem levar ao suicídio se não forem diagnosticados corretamente ou recebido tratamento adequado. A organização aponta certas condições que podem ser consideradas riscos em potencial e divulga estudos comprovando análises post-mortemindicando diferenças biológicas no cérebro de quem cometeu suicídio.
Segundo essa organização, os sinais de alerta são: A pessoa falar sobre se matar, dizer não ter mais razão para viver, ou achar que é um fardo para os outros e falar sobre uma sensação de se sentir preso e sentir uma dor insuportável. Deve-se prestar atenção em mudanças bruscas de comportamento, especialmente relacionado a algum evento dolorido como perdas, notar se a pessoa aumentou o uso de álcool e drogas e passou a agir imprudentemente. Um sinal de alerta importante é a pessoa se isolar de familiares e amigos.
Na seção das perguntas mais frequentes do site da instituição, indicam que a melhor forma de agir quando vemos alguém considerando o ato, não é tentar convencê-lo a sair da situação com frases como: “você tem tanto para viver” ou “pensa em como isso vai machucar sua família”, mas sim mostrar empatia: “imagino como deve ser difícil para você estar se sentindo assim” e se colocar a disposição para ouvir.
Grupos de apoio
Saiba dos próximos eventos do CVV na página do Facebook da instituição.
O Vita Alere promove encontros também. Entenda o que é a posvenção do suicídio saiba sobre os próximos encontros aqui.
Um depoimento
Eu já publiquei, aqui, a carta de Gabriel de Souza Cunha. Um estudante que sobreviveu a uma tentativa de suicídio. Achei importante retomar dois parágrafos dela. Parecem representar bem o que as cartilhas acima apontam. O depoimento foi escrito em terceira pessoa.
“A conclusão mais precisa e confiável que ele pode compartilhar após passar por tudo isso, aponta para a importância do diálogo e da compreensão. Como disse Goethe, “Falar é uma necessidade e ouvir é uma arte”. E muitas vezes não estamos preparados para dialogar e compreender o que se passa com o outro nem sequer para falar sobre aquilo que se passa com nós mesmos.
“Hoje ele pensa que não se pode crer que a depressão seja uma frescura, ou que a ansiedade seja falta do que fazer ou mesmo que o suicídio se dê por falta de religião. Também não acredita que há que se falar em drama ou tentativa de chamar atenção. Na realidade, o que ele entendeu é que esses estados tornam a pessoa desinteressada pela própria vida e a diminuição da autoestima pode levar a consequências devastadoras. Isso porque não apenas o indivíduo como também todos aqueles que convivem com ele são impactados pela dor e pelo sofrimento que esses distúrbios acarretam.
Por isso, é de extrema importância exercitar a nossa empatia e se abrir ao diálogo. Falar sobre a depressão, a ansiedade e tantos outros transtornos mentais é dar visibilidade para assuntos que são considerados um tabu. Ajudar a difundir essa discussão é essencial para diminuir o preconceito e encorajar a procura pelo tratamento. É essencial não se resignar diante de uma situação dessas. Mesmo que seja difícil, é preciso se abrir para alguém de confiança. É preciso compreender as nossas emoções. É fundamental contar com o apoio da ajuda médica especializada. Ele descobriu tudo isso com o tempo, fazendo daquele famigerado erro o seu maior acerto. Viu que não estava a sós nessa luta, e só a partir disso começou a entender a fluidez da vida e a descobrir a sua leveza. Tal como na simplicidade dos escritos de Tolstói, colocou em prática que “o segredo da felicidade não é fazer sempre o que se quer, mas querer sempre o que se faz”.
A central de ajuda do Facebook tem um uma seção direcionada para “ajudar um amigo em necessidade”, estimulando usuários a relatarem ameaças de suicídios. Na “linha direta” ainda não há endereços ou telefones de ajuda no Brasil. Ao clicar em “tenho pensado em automutilação ou suicídio”, há recomendações como: fale com um amigo, procure uma linha de ajuda, saia, seja criativo, acalme seus sentidos, relaxe, mas ainda não há informações aplicadas à realidade brasileira – como uma lista de instituições nacionais que trabalham com prevenção e posvenção ao suicídio.
O Facebook, nos nos Estados Unidos, oferece uma ferramenta para que amigos de usuários reportem posts suspeitos – que indiquem uma tendência ao suicídio. Após analisar o pedido, uma equipe da empresa manda uma mensagem ao usuário em questão, contando que um amigo pensa que ele está passando por dificuldades e oferecendo canais de ajuda – ver uma seção de dicas e suporte ou falar com um amigo ou um profissional da área. Ainda não disponível em outros países.
A organização Samaritans chegou a lançar o aplicativo “Samaritans Radar” para alertar sobre usuários do Twitter com risco de se matar. O risco era medido por frases e palavras que indicassem a tendência, como “me odeio”, “cansado de estar sozinho”, “ajude-me” e “preciso falar com alguém”. O aplicativo foi cancelado nove dias após seu lançamento (novembro de 2014) devido a críticas sobre invasão de privacidade e facilitar que pessoas mal intencionadas tivessem acesso àqueles que estão em seu momento mais vulnerável.
Há diversos aplicativos internacionais gratuitos disponíveis para celular oferecendo informações – como mitos sobre o suicídio, sinais de alerta, como ajudar alguém em situação de risco, como ter uma conversa difícil, como ser um bom ouvinte… Mas eu não encontrei um aplicativo brasileiro nesse sentido.
Posvenção do Suicídio (Um luto diferente)
A psicóloga e psicoterapeuta Karen Scavacini é a primeira brasileira a levantar sua bandeira e se especializar nesse conceito, originalmente criado pelo psicólogo americano Edwin Shneidman (1918 – 2009).
Segundo ela, esse tipo de luto difere-se dos demais e deve ser tratado com a especificidade que merece. Ela diz que se o psicólogo não tiver treinamento sobre os componentes do luto por suicídio, poderá confundi-lo com depressão e não trabalhá-lo da forma mais correta. Ele seria diferente em sua intensidade, duração e no impacto que tem no sistema familiar. Há um sentimento de rejeição, de responsabilidade e de julgamento que não necessariamente ocorre nos outros lutos. A culpabilização da família e dos amigos, por não terem percebido sinais, por exemplo, é muito grande. E segundo Karen, nem sempre há sinais claros. É possível uma família ser pega completamente de surpresa. Muitos desses sinais só farão sentido depois da morte e podem ser indiretos, difíceis de codificar.
“A dor do luto não pode ser quantificada, mas o impacto da perda por suicídio é maior. É um tsunami devastador. A forma como a família vai lidar com esse luto será muito singular e vai depender de como ela se relaciona entre si e seu conceito sobre o suicídio”, afirma Karen. A proibição do tema, que acaba virando um segredo familiar, também prejudica sua compreensão. “Quanto mais proibido ele fica, mais difícil de as pessoas poderem dar um sentido, mesmo que próprio, para essa perda”.
O tratamento de posvenção também deve ser levado às escolas, para minimizar o trauma dos colegas daquele aluno que se matou e evitar o suicídio por imitação. Karen diz que é indicado falar a respeito com naturalidade, mas evitar romantizar o ocorrido ou dar detalhes desnecessários.
Ela diz acreditar que o suicídio tem aumentado em função da observação clínica que sua profissão lhe permite fazer. Além de receber mais pacientes com tendências suicidas em seu consultório, notou o aumento de mais enlutados em função dele também. Nos congressos, Karen pergunta a seus colegas se observam a mesma realidade e ela afirma que todos, inevitavelmente, confirmam que sim.
E por quê? Para ela, as pessoas não estão conseguindo lidar com suas frustrações e não veem esperança e saídas para os problemas que encontram. O aumento seria um reflexo da sociedade contemporânea – indivíduos mais solitários e com maior dificuldade de se relacionar, de ter uma rede de apoio real e física. “Os contatos estão mais superficiais e menos genuínos. As pessoas não se encontram mais pessoalmente. O encontro virtualmuitas vezes é ilusório”, afirma Karen.
Segundo a psicóloga, as redes sociais podem ter aspectos negativos, por naturalmente propiciarem uma comparação da sua vida com a do outro e daí concluir-se que sua vida não é tão legal assim, e como consequência, sentirem-se mais isoladas e menos felizes do que o outro. O bullying seria altamente prejudicial e um desafio a ser controlado, já que adolescentes têm menos consciência dos desdobramentos de seus atos e a velocidade da internet não permite “voltar atrás”.
Ao mesmo tempo, Karen afirma que é possível encontrar uma boa fonte de apoio no mundo virtual. “Ele prejudica e, ao mesmo tempo, ajuda. Vai depender da forma como o enlutado se relaciona”, ela afirma.
Ela indica dois mitos que contribuem para o aumento de sua ocorrência.
1) “Quem fala não faz” – essa desqualificação do pedido de socorro não ajuda em nada. E é comum o suicida avisar antes de cometer o ato.
2) “Não deve se perguntar sobre o pensamento suicida” – esse mito parte do pressuposto de que não se deve perguntar para uma pessoa cronicamente deprimida, por exemplo, se ela pensa em se matar. É um mito prejudicial porque, na maioria das vezes, o que ela mais quer é falar a respeito, o que segundo Karen, é o melhor remédio para a prevenção. “O interesse genuíno e a empatia têm um efeito curativo”, afirma.
Fundadora do Instituto Vita Alere, Karen faz a mediação de um grupo de enlutados por suicídio que se reúne a cada dois meses. “A ideia principal do grupo é ser um local de pertencimento, para que o outro sinta-se acolhido e possa dividir sua história”, afirma Karen. Contar sobre o ocorrido funcionaria como uma catarse – descrever como aconteceu, qual foi o último momento com aquela pessoa, se viu sinais ou não e tirar dúvidas.
“A dor é tão profunda que às vezes as pessoas acham que estão enlouquecendo de dor. É muito comum haver problemas de sono e crises de choro durante o dia e pensam no suicídio o tempo inteiro. Encontrar pessoas que passam por isso é muito benéfico, assim como ver como lidaram com datas difíceis, como o Natal, o aniversário de um ano da perda, etc”, diz Karen.
Karen quer abrir um grupo de discussão para terapeutas que muitas vezes precisam falar sobre como lidar com essa questão com seus pacientes. “Quanto mais você puder falar, mais você consegue elaborar”, ela afirma. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
A cada 19 horas, uma pessoa LGBT é assassinada ou se suicida no Brasil
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Interessados em debater questões relacionadas à diversidade, e como este tema está, efetivamente, inserido dentro das empresas, tem até quinta-feira (26) para participar da 2ª Conferência Internacional da Diversidade e Turismo, evento promovido pela Câmara LGBT (Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil) com o objetivo de ser um grande encontro para troca de experiências, apresentação de cases de sucesso e de práticas implementadas por diferentes organizações que estimulam a dissolução da discriminação às pessoas LGBT. A reportagem é de Claudia Pereira, publicada por O Estado de S. Paulo, 25-04-2018.
Para quem acredita que esta é uma discussão sem fundamento, os números a respeito da violência contra essas pessoas não deixam dúvidas sobre a importância do debate. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), associação que se dedica, entre outras coisas, a fazer um levantamento detalhado sobre a violência contra este público, registrou desde o começo deste ano até a segunda semana de abril um total de 126 crimes violentos (mortes) praticados contra LGBTs no Brasil. Isso significa que, a cada 19 horas, um LGBT é assassinado ou se suicida em nosso país. De acordo com a entidade, 52% dos homicídios contra LGBT no mundo ocorrem em terras brasileiras.
Em 2017, a organização registrou 445 mortes documentadas, um crescimento de 30% em relação ao ano anterior, com 343.
Em seu evento, a Câmara LGBT faz um recorte deste debate e convida empresas, entidades, poder público e pessoas em geral para essa discussão a fim de pensar novas práticas para que o respeito à diversidade seja uma constante.
Ricardo Gomes, presidente da Câmara LGBT, aponta que empresas nacionais ou estrangeiras com sede no Brasil e com políticas relacionadas à diversidade precisam começar a divulgar seu comprometimento com a causa para clientes e pretensos clientes, seja para negociações B2B ou B2C.
“Da mesma forma que LGBTs deixam de adquirir produtos e serviços de empresas que se posicionem a favor da LGBTfobia, é chegado o momento dos LGBT priorizarem empresas que se posicionem a favor da diversidade. Por isso se faz necessário que as empresas tornem públicos os seus compromissos. A Conferência, bem como a Câmara, são territórios férteis para este posicionamento”, comenta Gomes.
Dentre os temas debatidos, destaque para “Diversidade nos Espaços Corporativos: Uma Reivindicação de Direitos Humanos e da Legitimidade e Eficiência dos Resultados”, “Famílias Formadas por Pessoas LGBTI+: A Resistência pelo Afeto” e “Políticas Públicas LGBT e o Desafio da Interiorização”, todas nesta quarta (25). No último dia, 26, vale ficar de olho nos painéis “Executivos LGBT+ Os Principais Desafios em ser um Executivo LGBTI + Cases de Inclusão”, “Futuros Líderes LGBT+ Como Se Destacar Em Um Ambiente Inclusivo” e “Benchmark em Comunicação e Marketing”. Confira a programação completa aqui.
Dentre as empresas participantes em palestras, debates e painéis estão Avon, Monsanto, Ambev, SAP, Cargill, Braskem e KPMG. A 2ª Conferência Internacional da Diversidade e Turismo ocorre na Unibes Cultural (Rua Oscar Freire, 2.500, bairro Sumaré) e tem entrada gratuita. As inscrições podem ser feitas aqui. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
STJ aceita queixa-crime contra juíza que caluniou Marielle Franco
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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou uma queixa-crime contra a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O motivo foi uma postagem nas redes sociais pedindo o fuzilamento do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). Marília foi a mesma juíza que caluniou a vereadora Marielle Franco após o seu assassinato.
A decisão atende a um pedido do PSOL e do próprio Jean Wyllys. A desembargadora usou as redes sociais para defender o fuzilamento do deputado. “Eu, particularmente, sou a favor de um paredão profilático para determinados entes… O Jean Willis (sic), por exemplo, embora não valha a bala que o mate e o pano que limpe a lambança, não escaparia do paredão…” afirmou.
Sobre Marielle, a juíza teria afirmado que ela era “envolvida com o Comando Vermelho” e que foi engajada com bandidos* de drogas, entre outras absurdas mentiras. Quando questionada, reconheceu que “não sabia” quem era Marielle Franco e que publicou essas mentiras porque viu “no Facebook de uma amiga”. Fonte: www.esmaelmorais.com.br
Suicídio de estudantes causa comoção nas redes sociais e reflexões em escolas
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Dois alunos do ensino médio do Colégio Bandeirantes, um dos mais tradicionais e conceituados de São Paulo, suicidaram-se em casa em um intervalo de pouco mais dez dias. A notícia tomou as redes sociais e assustou pais e estudantes de escolas particulares. A reportagem é de Renata Cafardo, publicada por O Estado de S. Paulo, 24-04-2018.
Uma nota do Bandeirantes no domingo à noite, informando as famílias sobre a segunda morte, foi compartilhada publicamente e surgiram informações não confirmadas de outros casos em várias escolas da capital.
O Colégio Agostiniano São José, uma instituição católica na zona leste, informou ao Estado que houve um caso de suicídio na semana passada. Um aluno do Vértice, na zona sul, também se matou no ano passado.
A escola, assim como o Bandeirantes, aparece sempre no topo de rankings de notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e tem altos índices de aprovação nas melhores universidades do Brasil e do exterior.
O Bandeirantes estava em período de provas, quando não há aulas, apenas avaliações para todos os anos. Após o primeiro caso, no dia 10, o colégio procurou uma especialista e programou atividades para tratar do tema com alunos, o que começaria ontem, quando voltassem as aulas normais. Mas, anteontem, outro aluno se matou.
A escola está em luto. “Eram bons alunos com pais presentes”, diz o diretor, Mauro Aguiar. Coordenadores, professores e alunos de todos os anos choram ao falar do que aconteceu. Ontem, crianças de todas as idades se sentaram para rodas de conversa mediadas por professores. “Nós temos expectativas de alto desempenho dos nossos alunos, mas também desenvolvemos muito o lado humano”, completa a coordenadora Estela Zanini.
Turma após turma, as professoras perguntavam às crianças e adolescentes se sabiam o que tinha ocorrido, dando espaço para falarem do que sentiam. Muitas das crianças lembravam com indignação de comentários que surgiram nas redes sociais. “As pessoas falam que temos vida fácil financeiramente e parece que não temos permissão para sofrer”, disse o menino no fundo da sala. “Estão dizendo que eles são covardes, fico muito triste com isso”, completou a colega ao lado.
A professora Beatriz Kohlbach, de 35 anos, que mediou a conversa, diz que os alunos “precisam saber que são ouvidos”. No fim da atividade, adultos e crianças se abraçaram e choraram juntos. “Eu não me preparei para isso, nunca imaginei que passaria por uma situação assim”, afirmou a professora de Biologia Carolina Oreb, de 37 anos, que dava aulas para um dos alunos que se mataram.
Para a psicóloga Karina Okajima Fukumitsu, especialista em processo de luto por suicídio, as conversas são importantes, tanto para acolhimento quanto para identificar outros adolescentes vulneráveis. “O suicídio é um ato de comunicação. A pessoa comunica em morte o que ela não consegue comunicar em vida.”
Segundo ela, a adolescência é uma época complicada porque é quando o jovem “busca pertencimento a partir de padrões que ele estabelece e, muitas vezes, não aceita que não consegue.” Para a psicóloga, os pais precisam estar muito atentos a uma eventual dificuldade de crianças e adolescentes de lidar com as frustrações. Karina lembra que o suicídio é sempre multifatorial e envolve três características: ambivalência, impulsividade e rigidez de pensamento. “A pessoa que se mata não tem tolerância.”
Influência. Os casos de suicídios no Brasil têm crescido nos últimos anos, segundo o Ministério da Saúde. Os dados mais recentes mostram que, na faixa etária de 15 a 19 anos, foram 722 mortes em 2015, um recorde nos últimos dez anos. O suicídio é a segunda causa de morte de jovens no mundo.
Os dois casos do Bandeirantes tiveram perfis diferentes, um deles indica uma premeditação e o outro, um ato impulsivo. Os alunos eram de ano diferentes do ensino médio e não pertenciam ao mesmo grupo de amigos. A escola tem mais de 2 mil estudantes. Na história de 39 anos do Bandeirantes, houve um caso de suicídio há 15 anos e outro há cerca de 30. “O suicídio de uma pessoa pode influenciar a outra, mas não determinar”, diz Karina.
Na porta da escola, pais se diziam assustados e confusos com a notícia das mortes. “Quando soubemos do primeiro caso, conversamos muito, dissemos que ela pode pedir socorro para nós. Agora veio esse segundo e estou chocada”, disse a intérprete Sandra Tenório. A filha mudou este ano para o Bandeirantes e foi surpreendida com a notícia durante as primeiras provas. Nos grupos de WhatsApp, os pais começaram a discutir sobre como controlar a ida em festas, questionando se havia bebidas e drogas. “Está todo mundo desesperado”, diz.
O coaching George Alan fez questão de buscar a filha, que estuda no 2.º ano, ontem na escola. “Ela chorou muito, pediu para eu vir. Os pais precisam dialogar, eu tenho dito a ela que a gente precisa se adaptar e aceitar.”
A médica Alessandra Bedini, que tem dois filhos no Band, elogiou a atitude do colégio de discutir o assunto. “Tem de trabalhar o tema. Não pode virar uma comoção, senão pode ter mais um.”
O Colégio Vértice informou, por meio de nota, que “os desafios e outros temas que permeiam a vida dos alunos são constantemente abordados em projetos e ações, e trabalhados pela equipe de orientação educacional, que presta um suporte pedagógico e socioemocional individual para o aluno e a família.”
O Agostiniano São José, também por nota, afirmou que atende os alunos com orientação educacional e promove um retiro espiritual que trata de “assuntos relacionados ao interesse dos jovens: busca de si mesmo; o conhecimento de Deus e o relacionamento com Ele; família, namoro, drogas e a perseverança de sua caminhada com Cristo”.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
DIRETO DE MINAS GERAIS: Ladrão enfarta e morre durante tentativa de roubo a motorista de Uber em Venda Nova
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DIRETO DE MINAS GERALIS: Ladrão enfarta e morre durante tentativa de roubo a motorista de Uber em Venda Nova
O condutor do aplicativo de transportes também é agente penitenciário. Familiares do assaltante contaram que ele era usuário de drogas
A tentativa de roubo contra um motorista vinculado ao aplicativo Uber, que também é agente penitenciário, acabou tendo um fim nada positivo para um jovem, de 20 anos. O rapaz sofreu um infarto e morreu durante o assalto na madrugada desta terça-feira, no Bairro Minas Caixa, em Venda Nova.
De acordo com a Polícia Militar (PM), o agente do sistema prisional informou que trabalhava no aplicativo Uber e atendeu uma corrida para o Bairro Serra Verde, solicitada por Breno Silva Pedrosa.
O passageiro entrou no carro e, nas imediações da Rua Walfrido Teixeira Simões anunciou o assalto, colocando uma faca no pescoço do motorista e pedindo que entregasse os pertences. Assustado, o agente prisional entregou as chaves do carro e desceu do veículo.
Porém, segundo a corporação, quando Breno se preparava para fugir com o carro, o motorista percebeu que o assaltante não estava com uma arma e, sim, com uma faca. Ele conseguiu entrar no carro, no banco de trás, puxou o freio de mão do veículo e entrou em luta corporal com o suspeito.
Durante a confusão, o agente percebeu que o jovem estava tendo uma convulsão e acionou a PM. Uma ambulância do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) foi ao local e constatou o óbito de Breno. A suspeita é que ele tenha sofrido um infarto.
A faca usada para anunciar o assalto, um canivete e uma bucha de maconha, que estavam com o jovem, foram apreendidos. Familiares acompanharam a ocorrência e informaram que Breno Pedrosa era usuário de drogas.
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para apuração das causas da morte e a ocorrência foi encerrada na Central de Flagrantes (Ceflan) 4 da Polícia Civil. Fonte: www.em.com.br
Estudante de 16 anos é apreendido por chamar colega de “macaco”
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O episódio ocorreu em uma escola pública de Santa Maria-DF
Um estudante de 16 anos foi conduzido à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), na manhã desta segunda-feira (23/4), depois de chamar um colega de “macaco”. A Polícia Militar foi acionada após os dois entrarem em luta corporal.
O desentendimento ocorreu por volta das 9h, no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 213 de Santa Maria. A vítima, também de 16 anos, foi levada, juntamente com o acusado, para a DCA. Na unidade policial, o adolescente infrator ficou detido por injúria racial.
Em nota, a Secretaria de Educação confirmou que, assim que os dois alunos se desentenderam, o Batalhão Escolar foi acionado e encaminhou os envolvidos para a DCA. A pasta informou ainda que investiga o caso.
O que diz a lei
O Código Penal, em seu artigo 140, descreve o delito de injúria, o qual consiste na conduta de ofender a dignidade de alguém, e prevê como pena a reclusão de 1 a 6 meses ou multa.
O crime de injúria racial está previsto no parágrafo 3º do mesmo artigo. Trata-se de uma forma de injúria qualificada, na qual a pena é maior, e não se confunde com o crime de racismo, previsto na Lei nº 7716/2012.
Para sua caracterização, é necessário que haja ofensa à dignidade de alguém, com base em elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, idade ou deficiência. Neste último caso, a pena aumenta para 1 a 3 anos de reclusão. Fonte: www.metropoles.com
Incêndios, pistolas e sangue: violência no campo brasileiro cresce e ameaça comunidades tradicionais
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Em 2017 foram registrados 70 homicídios em conflitos territoriais segundo a Comissão Pastoral da Terra: nove a mais que em 2016 e mais que o dobro do registrado em 2013. Mais pobres e minorias étnicas são as principais vítimas
Fátima Barros, de 42 anos, é antes de tudo quilombola. É a primeira coisa que diz, com uma voz que normalmente é aguda, mas que hoje, depois de horas expondo injustiças em uma reunião de comunidades tradicionais do Cerrado, em Balsas (Maranhão), está rouca: “Eu construí minha identidade em torno da causa quilombola”. Essa mulher negra, de feições arredondadas e olhar duro, poderia ter construído sua identidade em torno de, por exemplo, o fato de ser a primeira mulher de sua família, descendente de escravos do Tocantins, a ir à universidade. Mas, em 2010, um fazendeiro queimou o quilombo de São Vicente, que tinha sido o lar de sua família desde que seu tataravô foi libertado da escravidão em 1888, e depois entendeu que sua vida seria uma luta onde quer que estivesse. “Eu não podia escolher não lutar porque sou mulher, negra e quilombola: sou o que o Brasil não quer ver”, disse.
Assim, Fátima Barros é uma líder quilombola. Assim como também era seu companheiro Gabriel Pacifico dos Santos, de um quilombo da Bahia. Até que, no dia 19 de setembro, alguns homens desceram de um carro branco e lhe deram 10 tiros enquanto ia a um enterro. Assim como também eram os outros 12 líderes assassinados no Brasil em 2017, um número até agora inédito, mas que sugere ser a nova norma no campo brasileiro. “No Congresso, as bancadas mais fortes são as ligadas ao agronegócio e aos latifundiários. Esse fato favorece a criação de projetos de leis que fortalecem os que têm interesse em explorar as nossas terras”, explica Fátima. “O uso da força outrora executado pelos pistoleiros agora também está sendo reforçado pelas milícias do campo que, em algumas regiões, servem como seguranças armadas particulares para os fazendeiros e empreendedores.” No dia 15 de abril, Nazildo dos Santos Brito, líder dos quilombos do Alto Acará, foi encontrado com três tiros na cabeça.
As zonas rurais brasileiras sempre foram lugares violentos, onde os problemas, sobretudo territoriais, são resolvidos com pistolas, incêndios e sangue, e não com uma sentença judicial. Mas fazia tempo que não corria tanto sangue quanto agora. De acordo com o relatório recém-publicado pelo observatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2017 foram registrados 70 homicídios em conflitos territoriais: nove a mais que em 2016 e mais que o dobro do registrado em 2013. Embora os números gerais de violência tenham aumentado no maior país da América Latina, em poucos lugares ela cresceu como no campo. Devemos recuar a 2003 para encontrar um número tão alto. As piores matanças aconteceram nos estados do Pará, Rondônia e Bahia.
As vítimas são geralmente pobres e de alguma minoria étnica. A CPT calcula que os mortos que inflam os números são, ao menos desde 2015, pessoas sem terra que trabalhavam para outros temporariamente, indígenas, quilombolas, ocupantes de terras abandonadas e pescadores. Alguns enfrentamentos são autênticas batalhas, como a chacina contra os índios Gamela que aconteceu em Viana (Maranhão) em abril do ano passado: 13 índios ficaram feridos – cinco por balas – e dois tiveram a mão decepada. Mas a maioria das vítimas se deve a enfrentamentos menos dramáticos e que, portanto, têm menos repercussão. Como o que teve a comunidade de Aliene Barbosa, uma jovem das margens do rio Arrojado (Bahia). Um dia, em 2015, descobriram que sua terra havia sido ocupada por pistoleiros, que tinham até montado barracas durante a noite para ficar de guarda.
“Éramos 80 pessoas para enfrentá-los”, lembra Aliene agora. “Eles ameaçaram atirar e quebraram o braço de um companheiro, mas não fomos embora. Ficamos e batemos neles”, diz, encolhendo os ombros na lógica cristalina entre uma ação e outra. “Quase todos fugiram, menos um. Nós o capturamos e o amarramos em um poste. Cortamos as cercas que tinham colocado, queimamos seus carros e derrubamos as casas. E então, com tudo em ordem, já respondemos à justiça”.
Muitos dos entrevistados concordam que a violência é consequência do apoio do Governo de Michel Temer à bancada do agronegócio. E a verdade é que há vítimas em ambos os lados. Mas é também verdade que, quanto mais branco alguém for e quanto mais dinheiro tiver, menos possibilidades tem de ser uma vítima. “Gente como eu não é bem atendida em hospitais, também não ensinam para nós nas escolas”, explica Cristina, uma das poucas indígenas que restam da tribo Itay, a etnia Guarani-Kaiowá de Douradina (Mato Grosso do Sul).
Eles retomaram suas terras quatro vezes desde 2011 e ainda têm que lidar com os pistoleiros de vez em quando. Vivem em um ciclo de violência e ameaças do qual suspeitam que não sairão. Mas pior seria não lutar. Fátima Barros tem isso bem claro. Ela foi ameaçada de morte, como todos de sua família. Mas, sentada em sua mesa de pedra, com a voz rouca depois de ter falado a 700 pessoas de comunidades tradicionais do Cerrado em Balsas, ela sabe por que está ali: “Essa luta não é tanto pela terra, mas pelo respeito pelo passado. A vida que meus ancestrais levaram. O quilombo de São Vicente foi dado ao meu tataravô por seu dono, Vicente Bernardinho, por ser seu escravo preferido. Eles o tiraram de nós sem razão alguma. Em 2010, provamos diante dos tribunais que era nosso legalmente, mas se não tivéssemos conseguido teríamos perdido tudo. Isso está errado. Nossa história é importante. O povo negro é bom contando histórias, as mulheres as contam enquanto quebram babaçu. Temos que conseguir que as escutem”. Fonte: https://brasil.elpais.com
TIRADENTES: Saiba o que realmente foi a Inconfidência Mineira e o que resta do período no Brasil
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Na data em que se lembra a morte de Tiradentes, professor fala sobre mitos e ensinamentos da Inconfidência Mineira, que há 230 anos agitava a mais rica das possessões portuguesas no mundo
Conspiração, reuniões na calada da noite e encontros secretos em fazendas e casarões das vilas coloniais. Há 230 anos, na Capitania de Minas – a mais rica entre todas as possessões portuguesas na Ásia, América e África –, atingia o auge o movimento que entrou para a história como Inconfidência Mineira e teve ramificações em São Paulo e Rio de Janeiro. Certo de que há muito para ser estudado, e comparado com o Brasil atual, o professor de história Luiz Carlos Villalta, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desfaz alguns equívocos sobre o levante, que teve como figura mais representativa o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792). No dia em que ocorre, em Ouro Preto, a tradicional cerimônia cívica para reverenciar a memória dos inconfidentes, o especialista fala das lições que nos chegam daquela época.
“Se 1789 ficou como marco, é bom saber que a grande agitação ocorreu no ano anterior. Em abril de 1789, o movimento já estava morto”, conta o autor dos livros História de Minas Gerais – A Província de Minas e Minas Setecentista, em parceria com a professora Maria Efigênia Lage de Resende. Diante do monumento a Tiradentes, na esquina das avenidas Afonso Pena e Brasil, em Belo Horizonte, Villalta diz que o “21 de abril” é outro ponto fundamental na história, pois confunde a cabeça de muita gente. A data se refere à morte por enforcamento de Tiradentes, em 1792, no Rio. Portanto, nada a ver com fim do levante ou a decretação da derrama, uma das palavras-chave no episódio. “Na época, Portugal tinha o direito de cobrar o ‘quinto do ouro’, taxa de até 20% sobre a produção do metal. Mas, se os mineradores não pagassem ao governo 100 arrobas de ouro anuais, a Coroa portuguesa poderia decretar a derrama, obrigando as câmaras municipais a fazer o povo pagar o valor necessário para chegar àquele total”, explica Villalta.
Passados dois séculos e três décadas do ponto alto do movimento, a lição está bem atual, “pois ficaram de herança a corrupção desenfreada e o funcionamento da Justiça”. Na avaliação de Villalta, paulista de Taubaté e estudioso da Inconfidência Mineira, “a Justiça no Brasil não é, nem nunca foi para todos”. “Um exemplo foi Tiradentes, o único dos inconfidentes punido com mais severidade pela Coroa. O funcionamento da Justiça era tratar desigualmente os desiguais, não havendo igualdade jurídica. Hoje a lei é igual, mas a Justiça praticamente não é igual para todos.”
LIDERANÇA
Outro erro que se comete, alerta o professor, é nomear Tiradentes como líder do movimento. “Na verdade, ele foi o homem a levar as ideias para o espaço público”, esclarece. E, destaca, quem se horroriza com a corrupção nos dias de hoje é porque desconhece as falcatruas do período colonial, em todas as esferas. “A corrupção sempre existiu naqueles tempos e os inconfidentes nunca foram santos. Muitos eram ricos, recebiam vantagens da Coroa, tinham poder e estavam envolvidos em negócios ilícitos, entre eles o contrabando de ouro. Para resumir, eram pessoas de carne e osso.”
Mas Villalta faz questão de enaltecer a imagem de Tiradentes. “Um grande herói nacional, personagem consagrado na memória popular como mártir e defensor da pátria. Um homem que tinha noção crítica do momento pelo qual a colônia passava e queria que a riqueza de sua ‘pátria’ (seu lugar de nascimento, Minas) não fosse drenada para fora por meio de impostos excessivos e do monopólio comercial. Falava em liberdade e denunciava que altos tributos e monopólio comercial transformaram Minas, uma capitania rica, em lugar de pobreza”, afirma o professor.
Fazendo jus à trajetória, os restos mortais dos inconfidentes repousam no Panteão dos Inconfidentes, no Museu da Inconfidência, na Praça Tiradentes, no Centro de Ouro Preto. A exceção é exatamente Tiradentes, que foi esquartejado, teve partes do corpo espalhadas pela Estrada Real e a cabeça pendurada em praça pública em Vila Rica. O crânio depois desapareceu do lugar de “exibição” e nunca mais foi encontrado.
CARTAS CHILENAS
A mobilização que resultaria na chamada Inconfidência começou em 1785, com a circulação, em Vila Rica, atual Ouro Preto, das Cartas Chilenas, poemas satíricos criticando Luís da Cunha Menezes, governador da Capitania de Minas de 1783 a 1788. Nesse último ano, assinala Villalta, chegava ao Rio, vindo da Europa, o mineiro José Álvares Maciel (filho), cunhado do tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, segunda autoridade militar da Capitania de Minas e um dos inconfidentes. “Sabe quem o esperava no porto, no Rio? Tiradentes, que logo propôs a rebelião contra Portugal, embora o recém-chegado não tenha dado muito crédito”, narra Villalta. Mesmo assim, o movimento vai crescendo e se espalha pela região de São João del-Rei e outras localidades do Campo das Vertentes.
Em 8 de outubro de 1788, já não havia mais como parar. E pairava sobre as Gerais o fantasma da derrama, pois, naquele ano, Luís Antônio Furtado de Castro do Rio Mendonça, visconde de Barbacena, chegara a Minas com ordem de decretá-la. A situação gerou descontentamento, em especial nas pessoas ligadas a grupos privilegiados – contratadores, clérigos, militares, contrabandistas etc..
Na casa do pároco Carlos Correia de Toledo, em São José del-Rei (atual Tiradentes), alguns dos futuros inconfidentes começam a arquitetar a conspiração. Há sucessivos encontros em Vila Rica: no fim de dezembro, na casa do tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrada, com a presença de Alvarenga Peixoto, Álvares Maciel e os padres Toledo e Rolim; e na casa do contratador de impostos João Rodrigues de Macedo, proprietário da Casa dos Contos.
DELAÇÃO PREMIADA
Para ajudar a entender o que estava ocorrendo é imprescindível conhecer o cenário no século 18: novos ventos sopravam sobre o Ocidente, trazendo a filosofia de pensadores franceses que criticavam o poder absoluto dos reis, a administração colonial, o monopólio comercial, a intolerância religiosa e o sistema de trabalho. “A Inconfidência floresceu no ambiente de efervescência intelectual e política, como ocorria na Europa e Américas, nesse caso em especial com a independência das 13 colônias que deram origem aos Estados Unidos (1776)”, observa o professor.
No fim de 1789, a derrama foi suspensa e comunicada em 14 de março do ano seguinte. Com a delação “premiada” feita por Joaquim Silvério dos Reis, o movimento dos inconfidentes é abortado e as prisões ocorrem a partir de 2 de maio. Ao entregar os inconfidentes à Coroa portuguesa, com a qual estava em débito, Silvério dos Reis teve sua dívida perdoada. “Fez uma denúncia por escrito e uma delação premiada, porque teve benefícios e não pagou suas dívidas à Fazenda Real”, observa o professor. Preso durante três anos, no Rio, Tiradentes foi enforcado em 21 de abril de 1792.
EDUCAÇÃO
As homenagens aos 230 anos da Inconfidência fortalecerão os programas de educação patrimonial nas escolas de Ouro Preto, diz o secretário municipal de Cultura e Patrimônio de Ouro Preto, Zaqueu Astoni Moreira. Este ano, a cidade já celebra, com ações e eventos, os 280 anos do nascimento de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, filho ilustre da terra; os 320 anos da chegada do bandeirante paulista Antonio Dias, fundador do primitivo arraial; e os 80 anos de tombamento do conjunto barroco pelo governo federal, quando Getúlio Vargas (1882-1954) era presidente.
A face da conjuração
Ao longo dos seus 90 anos, que se completaram em março deste ano, o EM vem reservando espaço constante à memória dos inconfidentes. Em abril de 2011, foi publicada reportagem sobre o inconfidente José Resende Costa, que viveu na Região do Campo das Vertentes e morreu, aos 70 anos, em 1798, no degredo na Guiné-Bissau, África. Envolvida com pesquisas e minucioso trabalho sobre os restos mortais desde 1993, na Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a equipe do professor Eduardo Daruge (foto) fez a reconstituição facial do herói. Assim, o levante ganhava finalmente um rosto – na verdade, o único conhecido, até hoje, de um integrante do movimento pela liberdade, reprimido em 1789 por ordem da rainha de Portugal, dona Maria I, a Louca. Em Minas, a primeira ação pedindo a transferência das ossadas dos conjurados mineiros partiu do poeta e autor da obra História da Inconfidência de Minas Gerais, Augusto de Lima Júnior (1889-1970).
REFRESCO PARA A MEMÓRIA
» O dia 21 de abril é marco que se refere à morte de Tiradentes, enforcado no Rio de Janeiro nessa data, em 1792. A Inconfidência ou Conjuração Mineira se deu entre aproximadamente 1788 e 1789
» A palavra inconfidente tinha um sentido pejorativo e, aos olhos e ouvidos da Coroa portuguesa, significava traidor. Conjuração quer dizer conspiração e é mais apropriada aos ideais dos mineiros do século 18
» A bandeira da república dos inconfidentes tinha no centro do pano branco um triângulo vermelho simbolizando a Santíssima Trindade e a inscrição retirada do poeta Virgílio: Libertas quae sera tamem – Liberdade ainda que tardia. O formato foi adotado como bandeira de Minas Gerais
» A senha dos conspiradores era: “hoje é o dia do batizado”, uma referência à data da derrama. Isso foi combinado durante o batizado da filha de Alvarenga Peixoto
» Em Minas, na segunda metade do século 18, houve outros movimentos que receberam o nome de inconfidência: em Curvelo, Sabará e Mariana. Mas nesses casos não houve a mesma repercussão da de 1789
» Em Minas, outra revolta memorável contra a cobrança exorbitante de impostos foi a Sedição de Vila Rica, em 1720, que teve à frente Felipe dos Santos
enquanto isso...
EXPOSIÇÃO DE DOCUMENTOS
Até sexta-feira poderão ser vistos no Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), em Belo Horizonte, documentos inéditos sobre a Inconfidência Mineira (1788-1789). O destaque vai para as “Cartas de encaminhamento”, enviadas em 1936, pela então colônia portuguesa de Moçambique, sobre o processo investigativo da exumação dos restos mortais dos inconfidentes Tomás Antônio Gonzaga, João da Costa Rodrigues e Vitoriano Gonçalves Veloso, que cumpriram o degredo na África ordenado pela Coroa portuguesa. A mostra é coordenada pela Comissão Cultural Permanente de Geografia e Ciências Afins do instituto, formada pelos especialistas Márcia Maria Duarte dos Santos, Marcos Paulo de Souza Miranda, Maria Cândida Trindade Costa Seabra e Adalberto Mateus. O IHGMG fica na Rua dos Guajajaras, 1.268, no Bairro Barro Preto, Região Centro-Sul de BH, e está aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 17h30. Entrada franca. Mais informações: www.ihgmg.org.br. Fonte: www.em.com.br
NESTA TERÇA, 17: Em protesto a favor de Lula, MST invade sede da TV Bahia
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Ato também protesta contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o governo Temer na manhã desta terça-feira (17)
Em protesto em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram, na manhã desta terça-feira (17), a sede da TV Bahia, afiliada da Rede Globo e emissora de propriedade do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
Segundo os organizadores, o ato também protesta contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o governo Temer. Foi organizado pela Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.
“A Rede Globo teve papel importante na articulação desse golpe, na manipulação da informação, e estamos nas ruas para denunciar que a Globo é golpista e não representa o povo brasileiro”, diz texto divulgado pelo movimento Frente Brasil Popular, em sua conta no Facebook.
O ex-presidente Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, após ser condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. Fonte: http://bahia.ba
AO VIVO NESTA SEGUNDA, 16: MTST e Povo Sem Medo ocupam o triplex do Guarujá. #lulalivre
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‘Se é do Lula, o tríplex é nosso’, diz MTST
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocupa desde a manhã desta segunda (16) o tríplex do Guarujá (SP) atribuído, sem provas, ao ex-presidente Lula. Os integrantes da Frente Povo Sem Medo deixam claro que ‘Se [o imóvel] é do Lula, [o tríplex] é nosso’.
O juiz Sérgio Moro condenou o petista a 9 anos e meio de reclusão e o TRF4 elevou a pena para 12 anos um mês pela propriedade do apartamento. Por causa disso, Lula cumpre antecipadamente em Curitiba a prisão.
Embora Moro tenha atribuído a Lula o tríplex, o magistrado da lava jato marcou para 15 de maio o leilão do imóvel do Guarujá. O preço estimado no edital é de R$ 2,2 milhões.
“MTST e a Povo Sem Medo acabam de ocupar o tríplex do Guarujá, atribuído a Lula por Moro. Se é do Lula, o povo poderá ficar. Se não é, por que então ele está preso?”, informou via Twitter Guilherme Boulos, presidenciável do PSOL e líder do MTST.
Integrantes do MTST também sinalizam que podem ocupar o apartamento do juiz Sérgio Moro em Curitiba, segundo as palavras de ordem: “Ô, Sergio Moro, preste atenção: a sua casa vai virar ocupação.”. Fonte: www.esmaelmorais.com.br
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