OLHAR HERESIAS: Heresias de origens judaicas
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A primeira se referia à obrigatoriedade de se fazer a circuncisão antes do Batismo. Isto foi refutado pelo chamado Concílio de Jerusalém no ano 50 (At 15). Ficou mais restrita a Jerusalém. Depois do martírio do apóstolo Tiago Menor provocou uma separação da Igreja. Isso deu ocasião para controvérsias a respeito da sucessão à sede episcopal de Jerusalém. Quando começou a guerra judaica (ano 66), a comunidade cristã passou de Jerusalém para Pela, na Transjordânia (Peréia) e naquele isolamento sofreu a influência das seitas hebraicas, como a dos essênios.
No do século II surgiu a heresia dos ebionitas ou nazareus. Eles tinham um grande repúdio ao apóstolo Paulo, por eles considerado como apóstata e inimigo da lei mosaica. Tinham um Evangelho próprio, em língua siro-caldaica ou aramaica, que uma reelaboração do Evangelho canônico de São Mateus. As sedes principais dos ebionitas estavam na Transjordânia e depois também a Síria. Aqui sustentaram-se até o século V ou mesmo até a invasão árabe (ano 637).
Cerinto viveu na Ásia Menor nos fins do século I. Era um rígido judaísta, mas também propugnou teses gnósticas. Para ele, o criador do mundo não era Deus, mas uma espécie de anjo (demiurgo). Jesus não era senão um puro homem, sobre o qual teria descido, no batismo, o Cristo divino, em forma de pomba para anunciar aos homens o Pai desconhecido e operar os milagres, mas o teria abandonado antes da paixão (docetismo).
Segundo Irineu, o apóstolo João tê-lo-ia combatido escrevendo o seu Evangelho.
Uma estranha mistura de judaísmo, cristianismo e paganismo representam os elcessitas ou Mandeus. Surgiram na época do imperador Trajano na Transjordânia. Um certo Elkasai é o fundador e autor do livro sagrado da seita, com o qual certo Alcibíades de Apuméia (Síria) fazia propaganda em Roma ainda por volta de 220. Sua base é judaica.
Os elcessitas observam a lei mosaica (circuncisão, sábado, prescrições rituais), mas juntavam a isto a astrologia caldaica e a magia; tinham ainda um batismo para a remissão dos pecados semelhante ao dos cristãos e praticavam frequentes abluções (costume entre os essênios?); não podiam alimentar-se de carne nem beber vinho. De cristão há pouco na sua doutrina e assim mesmo deturpado. Os mandeus tem uma veneração particular por João Batista.
Os elcessitas permanecem até nossos dias na Mesopotâmia meridional com o nome de mandeus.
As pontes do cardeal, após o assassinato que sacudiu o Brasil
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Visita à família de Marielle Franco. Na foto: Os pais Antônio Francisco e Marinete, a irmã Anielle (e a filha) e a filha Luyara. A visita foi acompanhada pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora de Bonsucesso de Inhaúma, padre Anderson Batista Monteiro. (Fotos: Carlos Moioli). Fonte: facebook
O Rio de Janeiro é uma cidade militarizada. E a tensão social está nas nuvens, sobretudo após o violento assassinato da vereadora do Partido Socialismo e Liberdade(PSOL), Marielle Franco. Enquanto a conferência de bispos do Brasil guarda silêncio sobre o homicídio e a intervenção das forças públicas, o Papa irrompeu com um surpreendente telefonema aos familiares da ativista morta. Apenas alguns dias depois, o cardeal Orani João Tempesta seguiu seus passos. Em um simbólico gesto, confortou os familiares de Franco e os de seu motorista. Mas, não parou aí, também quis dar uma atenção a um policial aposentado. A reportagem é de Andrés Beltramo Álvarez, publicada por Vatican Insider, 30-03-2018. A tradução é do Cepat.
Tudo ocorreu no dia 26 de março. Nesse dia, na página do purpurado na rede social Facebook, foram publicadas as fotografias das três reuniões: “Encontro com os familiares de Anderson Pedro Gomes, motorista assassinado com a vereadora Marielle Franco. Na foto, com sua mulher, Agatha Arnaus Re, mãe de Silvinha Rita, e familiares. O encontro ocorreu na Paróquia São Tiago, em Inhaúma, com a presença dos padres Alexandre Tarquino da Silva (pároco) e Charles (vigário paroquial)”, conforme o primeiro dos artigos.
Mais tarde, publicou-se: “Antes da visita aos familiares da vereadora Marielle, tive um encontro com o agente Marcelo e seus familiares, em Cascadura. O agente policial está aqui há nove anos com sequelas por um enfrentamento com traficantes. O encontro aconteceu na presença dos sacerdotes Marcelo de Assis Paiva, capelão da Polícia Militar, e Luiz Fernando de Oliveira Gomes, da Paróquia Santo Sepulcro, em Madureira.
Finalmente, Tempesta acrescentou as fotografias de sua visita aos familiares da vereadora. Nas imagens, é possível ver o consolo afetuoso e muito próximo do arcebispo aos pais de Marielle, Antonio Francisco e Marinete, à irmã Anielle e à filha, Luyara. Também estava no encontro Anderson Batista Monteiro, pároco de Inhaúma.
Ações tipicamente “bergoglianas”, que recordam muito os próprios gestos do cardeal argentino, hoje Papa. É muito sugestivo que tenham ocorrido justamente após o telefonema de Francisco. No dia 14 de março, quando se soube do assassinato de Marielle Franco, o Brasil foi sacudido. A notícia provocou multitudinárias manifestações de protesto e chegou até o Vaticano, onde o Papa segue com preocupação os acontecimentos no país sul-americano.
Na segunda-feira, dia 19, ele recebeu uma carta de Luyara. A mensagem foi breve, mas significativa. Nela, a jovem de 19 anos lhe contava que sua mãe é crente, que sempre lhe falava dos mártires e do Evangelho. Francisco respondeu um dia depois se comunicando. Queria falar com a filha, mas acabou falando com a avó, Marinete da Silva. Isso ocorreu poucas horas antes de uma missa que, naquela terça-feira, 20 de março, foi dedicada à memória da vereadora morta, na Igreja Nossa Senhora do Parto, no centro do Rio.
Contudo, a comunicação com o Papa não passou pela Igreja institucional. A carta da filha de Marielle chegou até a Casa Santa Marta do Vaticano graças a Gustavo Vera, um velho conhecido do líder católico e referência da organização argentina de luta contra o tráfico de pessoas, La Alameda.
Até agora, a direção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) guardou silêncio. Só os bispos do Regional Leste 1 desse organismo emitiram uma nota de protesto pelo assassinato e o recrudescimento da violência, produto da intervenção militar.
Com um decreto do presidente Michel Temer, desde o dia 16 de fevereiro, todas as forças de segurança que operam no Rio estão sob um mesmo comando dependente do Exército. Uma situação inédita, nunca antes verificada desde o retorno da democracia ao país, em 1985. Uma imprevista onda de delinquência levou o mandatário a ordenar a operação, aprovada com o apoio do Congresso Nacional. Contudo, os organismos sociais e de direitos humanos se opuseram, advertindo que o novo estado de coisas seria utilizado para execuções sumárias contra a população civil.
Em seu momento, alguns católicos mostraram sua indignação nas redes sociais pela nota da comissão regional de bispos. Algo semelhante ocorreu com as fotos do cardeal Tempesta, publicadas em uma página seguida por mais de 180.000 pessoas. Nos dois casos, os queixosos argumentaram que Marielle defendia o aborto, as uniões homossexuais e era mãe solteira. Sua figura, já por si incômoda, tornou-se ainda mais após seu assassinato. Na internet, intensificou-se uma campanha contra ela, chegando a ser acusada – inclusive – de cumplicidade com o crime organizado.
Contudo, sua história esconde outros detalhes até agora pouco conhecidos. Aprendeu muito de seu ativismo social na Pastoral da Juventude, na qual participou durante anos. Afrodescendente, era mãe solteira. Embora tivesse se tornado um ícone dos grupos lésbico-gay, ainda se sentia parte da Igreja católica. Para além de suas vicissitudes pessoais, mantinha sua fé. Era devota de São Jorge, como demonstram suas várias fotos com esse santo e com imagens de Nossa Senhora, que chegaram – inclusive – ao Papa Francisco. Sua mãe, devota de Nossa Senhora Aparecida, foi ministra da eucaristia.
Para dizer a verdade, muitos católicos também aplaudiram o gesto de proximidade do cardeal Tempesta com sua família. Tanto dentro como fora da Igreja, sua causa e suas lutas geravam divisão. No entanto, conforme explicou Frei Betto, dominicano brasileiro e referência da Teologia da Libertação, em um artigo publicado no jornal O Globo: “Jesus jamais discriminou pessoas que não aceitavam ou viviam em contraposição aos valores que ele pregava. Acolheu o centurião romano, defendeu a mulher adúltera, valorizou o gesto afetuoso da prostituta que lhe perfumou os pés, aceitou entrar na casa do opressor Zaqueu”.
E Padre Gegê, um famoso blogueiro, refletiu: “Há momentos em que o mundo não quer ver uma Igreja de direita ou de esquerda. Tais classificações não importam em casos de suprema dor. Há momentos cruciais da história em que o mundo espera que a Igreja seja exclusivamente mãe de piedade, de carne e osso. E disso dependerá, inclusive, sua credibilidade enquanto sacramento do amor incondicional, misericordioso e lacrimoso do Deus que não faz distinção de pessoas. Diante do sangue derramado, todas as diferenças ou divergências saem de cena e entra o coração sangrante da Igreja misericordiosa, e por isso capaz de se lançar diante do corpo caído, sujar suas brancas vestimentas de sangue e chorar”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Audiência: depois da missa, passar da carne de Cristo à carne dos irmãos
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“Os frutos da Missa são destinados a amadurecer na vida de todos os dias”, disse o Papa Francisco na Audiência Geral, em que fez uma saudação especial "ao amado Papa Bento XVI".
Cidade do Vaticano (4 de abril de 2018).
A Praça S. Pedro acolheu milhares de fiéis esta quarta-feira de tempo instável em Roma para a Audiência Geral.
Depois de fazer a alegria dos fiéis ao saudá-los de papamóvel, o Papa fez notar as flores presentes na Praça, símbolo da alegria, da “flor nova” que é Cristo, pois a Páscoa faz florescer “o Cristo Ressuscitado, a nossa justificação, a santidade da Igreja”. E pediu aos presentes que desejassem “Feliz Páscoa” ao “amado Papa Bento XVI”, que nos acompanha através da televisão.
Ritos finais
Em sua catequese, o Papa Francisco encerrou o ciclo que dedicou à Missa, falando dos ritos finais: a bênção concedida pelo sacerdote e a despedida do povo.
Assim como a missa tem início com o sinal da cruz, ela se conclui no nome da Trindade e se abre para o testemunho cristão.
“Os cristãos não vão à missa para cumprir um dever semanal e depois se esquecer. Vão à missa para participar da ressurreição do Senhor e depois viver mais como cristãos. Abre-se o testemunho cristão, para sermos mais cristãos.”
Saímos da igreja para “ir em paz” para levar a bênção de Deus para a nossa vida e as atividades cotidianas, destacou o Pontífice.
Língua comprida
“Se saímos da missa conversando, falando dos outros, com a língua comprida, significa que a missa não entrou no meu coração, porque não somos capazes de dar testemunho cristão. Devo sair melhor de como entrei, com mais vida, com mais força, com mais vontade de dar testemunho cristão.”
Da celebração à vida, portanto, cientes de que a Missa encontra cumprimento nas escolhas concretas de quem se deixa envolver em primeira pessoa nos mistérios de Cristo. “Não devemos nos esquecer que celebramos a Eucaristia para aprender a nos tornar homens e mulheres eucarísticos.”
Na prática, explicou o Papa, isso significa deixar agir Cristo nas nossas obras: que os seus pensamentos, sentimentos e escolhas sejam os nossos. Isso é santidade. São Paulo expressa bem este conceito quando diz: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Este é o testemunho cristão.
Sacrário
Já que a presença real de Cristo no Pão consagrado não termina com a Missa, a Eucaristia é conservada no sacrário para a Comunhão aos enfermos e para a adoração silenciosa do Senhor no Santíssimo Sacramento; o culto eucarístico fora da Missa, seja em forma privada, seja comunitária, nos ajuda a permanecer em Cristo.
“A missa é como o grão, que na vida cresce nas obras boas, nas atitudes que nos fazem parecer com Jesus. Os frutos da Missa, portanto, são destinados a amadurecer na vida de todos os dias”, acrescentou Francisco, recordando que a Eucaristia nos separa do pecado.
“Aproximar-se regularmente ao banquete eucarístico renova, fortifica e aprofunda o elo com a comunidade cristã à qual pertencemos, segundo o princípio que a Eucaristia faz a Igreja.”
Da carne de Cristo à carne dos irmãos
Por fim, participar da Eucaristia compromete junto aos demais, principalmente dos pobres, educando-nos a passar da carne de Cristo à carne dos irmãos, na qual ele espera ser reconhecido, servido, honrado e amado por nós.
“Agradeçamos ao Senhor pelo caminho de redescoberta da santa Missa que o Senhor nos doou e deixemo-nos atrair com fé renovada a este encontro real com Jesus morto e ressuscitado por nós. E que a nossa vida seja sempre florescida, como a Páscoa, com as flores da esperança, da fé, das obras boas, que nos possamos encontrar essa força na eucaristia. Boa Páscoa a todos.” Fonte: http://www.vaticannews.va
Sacerdote assassinado em El Salvador
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Sacerdote assassinado em El Salvador
O padre Walter Osmir Vásquez foi morto na noite da Quinta-feira Santa durante um assalto em uma estrada. As suspeitas pela "execução" recaem sobre gangues de criminosos, incomodados com o trabalho do clero em favor dos jovens marginalizados.
Marco Guerra - Cidade do Vaticano
Justiça seja feita “diante de tal sacrilégio” é o pedido da Diocese de Santiago de María, El Salvador, após o assassinato do sacerdote Walter Osmir Vásquez na noite da Quinta-feira Santa, em Lolotique.
Por meio de uma nota divulgada na Sexta-feira Santa, a Diocese a qual pertencia o sacerdote condena “as violências de qualquer tipo, especialmente aquelas que ocorrem no contexto da Semana Santa” e recorda que padre Walter Vásquez Jiménez, poucas horas antes de ser assassinado, havia festejado o sétimo aniversário de sua ordenação sacerdotal.
Solidariedade da Arquidiocese de San Salvador
Uma investigação apurada do ocorrido foi pedida também pela Arquidiocese de San Salvador, ao solidarizar-se com os fiéis da Diocese de Santiago de María e os familiares do sacerdote.
Padre Walter, 31 anos, natural de Lolotique, foi ordenado sacerdote em 2010 e era vigário paroquial em San Buenaventura e Mercedes Umaña. Durante esta Semana Santa, foi enviado para as celebrações do Tríduo Pascal em sua cidade natal.
Execução
Na noite da quinta-feira Santa, após ter presidido a celebração da Missa em Las Ventas, o sacerdote deslocava-se para Las Lajas para outra celebração, quando o carro em que viajava com outras três pessoas foi interceptado.
Três homens armados e com o rosto coberto roubaram os passageiros, intimando o sacerdote a abandonar o veículo e segui-los.
Após caminhar cerca de 50 metros, o sacerdote foi executado, como afirmam as testemunhas.
Gangues
As causas do homicídio são desconhecidas, mas as suspeitas recaem sobre a gangue “maras” que praticamente domina as periferias de El Salvador.
O país registra uma média de 60 homicídios por cada cem mil habitantes, sendo considerado um dos países mais violentos do mundo.
Em El salvador os “maras” são chamados de “a máfia dos pobres”, pois proliferam-se nas áreas mais marginalizadas onde a presença do Estado é inexistente e a população não tem como se proteger.
Esta e outras gangues vivem do narcotráfico, controlado pelos cartéis mexicanos, e de pequenas extorsões de comerciantes.
Gangues
As causas do homicídio são desconhecidas, mas as suspeitas recaem sobre a gangue “maras” que praticamente domina as periferias de El Salvador.
O país registra uma média de 60 homicídios por cada cem mil habitantes, sendo considerado um dos países mais violentos do mundo.
Em El salvador os “maras” são chamados de “a máfia dos pobres”, pois proliferam-se nas áreas mais marginalizadas onde a presença do Estado é inexistente e a população não tem como se proteger.
Esta e outras gangues vivem do narcotráfico, controlado pelos cartéis mexicanos, e de pequenas extorsões de comerciantes.
Sacerdotes expostos à violência
Os sacerdotes que vivem e exercem seu ministério nestes bairros esquecidos, são muitas vezes o único apoio para os moradores, que recorrem a eles quando não podem pagar o “pizzo”.
Ou as mães dos “mareros” (líderes das gangues), quando os filhos são presos ou mortos, ou ainda os adolescentes que rejeitam ingressar nas gangues.
O leste do país, onde residia o sacerdote, é uma das regiões mais atingidas pela violência dos “maras” e o trabalho dos sacerdotes em favor dos últimos é fonte de incômodo para estes grupos criminosos. Fonte: http://www.vaticannews.va
Vice-presidente da CNBB envia mensagem de Páscoa
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Chamados a ser “testemunhas privilegiadas” da ressurreição de Cristo, os cristãos são chamados a renovar a fé no Ressuscitado. É a reflexão apresentada na mensagem de Páscoa do arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Murilo Sebastião Ramos Krieger.
Em sua reflexão, dom Murilo ressalta que a ressurreição de Cristo exige um ato de fé e que este evento fundamental da história cristã é a marca que Deus Pai colocou sobre a vida e a morte: “É o seu ‘Amém’, o seu ‘sim’. Obedecendo e assumindo a morte, Jesus disse sim ao Pai; ressuscitando-o, o Pai disse sim ao Filho, constituindo-o Senhor”.
O convite é à renovação da fé em Jesus Ressuscitado, cuja ressurreição é garantia de ressurreição para todos e de que a doação da vida à Igreja e seus desafios têm sentido.
Leia o texto na íntegra:
Mensagem de Páscoa: Cristo Ressuscitou!
Jesus nos chamou para sermos testemunhas privilegiadas de sua ressurreição. Por isso, voltamos nosso olhar para a manhã da Páscoa e ouvimos como que dirigidas a nós as palavras que o Anjo falou às piedosas mulheres que tinham ido ao túmulo do Senhor: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou!” (Mc 16,6). Nosso anúncio da ressurreição torna-se tanto mais vivo quanto mais se aproximar dessas palavras, marcadas pela simplicidade: Ele ressuscitou!
A ressurreição de Cristo exige de nós um ato de fé. Sem esse ato, os primeiros que ouviram o anúncio da boca dos apóstolos não teriam se convertido, o mundo não teria se transformado e as comunidades não teriam se formado. Da fé na ressurreição de Cristo depende a nossa salvação. Celebrar a Páscoa é, pois, crer na ressurreição. Santo Agostinho nos lembra: “Não é grande coisa crer que Jesus morreu; também os pagãos o creem, também os condenados; todos o creem. Mas a coisa realmente grande é crer que ressuscitou. A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo”.
A ressurreição é a marca que o Pai colocou sobre a vida e a morte, as palavras e os feitos de Jesus. É o seu “Amém”, o seu “sim”. Obedecendo e assumindo a morte, Jesus disse sim ao Pai; ressuscitando-o, o Pai disse sim ao Filho, constituindo-o Senhor. A ressurreição de Cristo é, antes de tudo, o ato de infinita ternura com que o Pai, depois do sofrimento da Paixão, despertou seu Filho da morte mediante o Espírito Santo, e o constituiu Senhor. Ressuscitando o Seu Filho, Deus mostrou que aceitou o sacrifício de Jesus, que a sua obediência lhe fora agradável e que, portanto, nós poderemos nos salvar, desde que aceitemos seu Filho como Senhor.
Por isso, nesta Semana Santa de 2018, renovemos nossa fé em Jesus Ressuscitado. Sua ressurreição é garantia de que, um dia, nós ressuscitaremos; é garantia também de que a doação de nossa vida à Igreja, nossos trabalhos e cansaços, nosso esforço para levar o Evangelho a todos, as contrariedades que enfrentamos, as incompreensões e calúnias, tudo tem sentido. O que fazemos é acompanhado amorosamente pelo Pai. Não é esse um motivo especial para, nesta Semana, renovarmos nosso sim a Jesus que nos chamou?… Fonte: cnbb.net.br
DOMINGO DE PÁSCOA NO RIO: Dom Orani diz que terra e asfalto do Rio ‘estão ensanguentados’
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Arcebispo discursou em favor da paz durante Missa Solene da Ressurreição do Senhor, celebrada na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro.
O Arcebispo do Rio Dom Orani Tempesta celebrou na manhã deste domingo (1) a tradicional missa de Páscoa na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, no Centro da capital. Ao falar da violência que assola a cidade, o cardeal fez um apelo em favor da paz.
“Vemos que tanto a nossa terra quanto o nosso asfalto estão ensanguentados de tantas mortes, por diversas formas e situações. Nós sabemos que a vida é importante para todos. Todos nós queremos uma vida plena cada vez mais”, disse o arcebispo.
A declaração foi feita durante a homilia. Dom Orani fez questão de enfatizar que, apesar da crescente violência, a sociedade carioca ainda possui valores morais que precisam ser mais exercitados.
“Existe um Rio de Janeiro que o mundo não conhece, que não é de samba, futebol ou violência. De gente de fé, de gente santa, de gente do bem”, afirmou.
Depois da missa, o arcebispo se dirigiu à já tradicional confraternização e almoço pascal realizado com a população de rua do Rio.
Por volta das 12h, Dom Orani se dirigiu até o local onde foi servido o almoço para servir e abençoar os fieis. Foram preparados mais de mil pratos de feijoada. Doces e frutas também foram oferecidos como sobremesa.
"É muito bom ver pessoas boas que pensam na gente, né? Aqui nós somos todos iguais. Fico muito feliz de poder me alimentar e alimentar meus fihos. Além de receber a benção do padre, né? Muito feliz, fico muito feliz mesmo", disse um morador em situação de rua no Rio de Janeiro. Fonte: https://g1.globo.com
Deus também tá na rede: igrejas investem em tecnologia, marketing católico e redes sociais
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Uma das mais atuantes, Basílica do Bonfim contratou empresa para redes sociais e tem canal de TV online
O whatsapp de padre Edson Menezes, reitor da Basílica do Senhor do Bonfim, foi bombardeado por mensagens, no último dia 22. Especulava-se que o incêndio na Marina do Bonfim, na verdade, acontecia na igreja. “Depois, soubemos que o fogo não era aqui. É assim: se queremos saber de alguma coisa, colocamos nos grupos”, conta o padre. A rotina do reitor com os grupos é, inclusive, bastante agitada - ele participa de todos os 21. Na igreja, a tecnologia não só aproxima como começa a reger a liturgia - uma mostra do comportamento mais moderno de parte dos 372 templos católicos de Salvador.
A preocupação de padres e colaboradores com a tecnologia começa a ficar evidente, pelo menos entre a comunidade católica, em 2010. A crença é que ela reunirá fiéis distantes, fidelizará os já frequentes, sensibilizará os jovens. No caso do Bonfim, o uso do aplicativo de mensagens é apenas um sinal de que basílica têm incorporado a tecnologia no dia a dia. E de que a igreja de 264 anos quer não só envelhecer bem, como se manter jovem, pop, indiferente ao peso da idade. Tem conseguido.
Na Basílica desde 2009, padre Edson fez da igreja um exemplo entre os demais templos soteropolitanos. Investiu na criação de um site, contratou, em 2013, uma empresa especializada em marketing católico (leia mais ao lado) e apostou na presença da basílica nas redes sociais. Até um canal de TV online, com mensagens e transmissões de missas, foi criado, em 2014. Diariamente, a Amex, gestora da rede online, calcula a audiência média de 450 pessoas.
15 mil fitinhas online
Grande exemplo é a novidade anunciada em julho de 2016: a igreja lança um aplicativo só seu e o gradil da Basílica deixa de ser o único depósito das tradicionais fitinhas. A partir daí, os fiéis podem amarrar virtualmente fitas nas grades. Pelo menos 14,9 mil pessoas já baixaram o aplicativo, segundo a Amex, responsável pelo dispositivo. A estimativa é de que todas elas tenham amarrado fitinhas.
O aplicativo gratuito possibilita, ainda, os devotos acessarem informações sobre missas, serviços e contatos. “Se a gente não cria, as pessoas não se aproximam. Mas, se a gente inova, os jovens, principalmente são incentivados a vir”, defende padre Edson. A próxima aposta deve ser a transmissão de missas pelo Facebook, na página já existente da igreja, curtida por 8,7 mil pessoas.
“Não começamos ainda porque é muita coisa para administrar”, conta, aos risos. E, além de empenho, é preciso investimento. Para criar um site e um aplicativo, como fez a Igreja do Senhor do Bonfim, é preciso desembolsar, no mínimo, R$ 31 mil. O investimento pode chegar aos R$ 50 mil – R$ 20 mil pelo site e R$ 30 mil pelo aplicativo.
Desde que não causem prejuízos ou descaracterize a estrutura, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não se opõe à instalação de novas tecnologias em igrejas tombadas como a do Senhor do Bonfim, um dos 73 templos protegidos pela União em todo o estado.
O instituto informou, inclusive, acreditar que a tecnologia faz parte do processo de adequações, adaptações e soluções de problemas. Mas, em cada caso, são analisadas as tecnologias mais apropriadas, o que demora, em média, 45 dias.
A ordem é se adequar
Iniciativas como a do Bonfim são respostas aos novos moldes sociais, avalia o Arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger. “Precisamos reconhecer que a vida mudou, que a linguagem do ser humano de nossos tempos tem características próprias. Ora, se a Igreja recebeu uma ordem de Jesus: ‘Ide pelo mundo todo e evangelizai!’, como ficar indiferente às novas tecnologias?”, questiona. A mensagem ecoa a proposta do Papa Francisco, defensor de uma Igreja em saída, ou seja, que rompa com os limites tradicionais e físicos das paróquias.
Os jovens, ainda segundo dom Murilo, são impactados pelas novidades, embora defenda que “essas tecnologias nunca poderão possibilitar uma profunda experiência de Deus”. Nos encontros do setor jovem da Arquidiocese de Salvador, mesmo involuntariamente, o tema tem sido debatido.
Afinal, como os jovens são influenciados e agem sobre o processo? “Indiretamente, temos falado sobre esses assuntos, porque entendemos que essa é a forma que nós temos hoje mais rápida de atingir a juventude”, acredita Anderson dos Santos Oliveira, coordenador da ala.
Não há estimativa oficial do número de paróquias de Salvador que possuem, por exemplo, grupos de jovens católicos. Nem mesmo de quantos deles frequentam os encontros dos jovens arquidiocesanos. Mas, um dos indicativos da participação dos mais novos em iniciativas religiosas é a Jornada Mundial da Juventude. Somente na última edição do evento, em 2013, no Rio de Janeiro, participaram 3,5 milhões de jovens.
Denilson Jaqueira tem 26 anos e, há 8, participa da Missão Divina Face, projeto voltado para evangelização de outros jovens. No início deste ano, entrou para a coordenação do setor da Juventude da Arquidiocese de Salvador. Lá, começou a aplicar, e aprender, um pouco do uso da tecnologia para fins religiosos. “O aplicativo do Bonfim é muito conhecido entre nós. É um exemplo de como o uso da tecnologia é importante. A gente precisa estar onde as pessoas, os jovens, estão”.
Exemplo
E, para aliar tecnologia às igrejas e, assim, aproximar fiéis, as igrejas têm como inspiração o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo. Trabalham no setor de marketing da catedral 140 pessoas; na área de tecnologia, 30. Em média, são 2,4 mil funcionários.
O resultado é uma máquina católica de inovação: já são 11 aplicativos lançados - entre eles, um de realidade aumentada. E um estouro nas redes sociais digitais: apenas do Facebook, a página do santuário tem 73,3 mil curtidas.
O sucesso deve muito ao pioneirismo, já que o santuário inaugurou precocemente a prática do marketing dentro das igrejas, em 1999. “Naquela época, a própria congregação não entendia como isso poderia acontecer. Depois, entendeu-se que utilizamos o marketing de maneira muito sustentável, para divulgar a doutrina da igreja”, lembra a gerente de Marketing Solange Parron. Além dos aplicativos, das redes sociais e do site, o santuário possui uma rádio interna, sistemas de som e câmeras distribuídas nos 143 mil m² de área do pólo religioso.
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Tecnologia ajuda a reduzir despesas
No lugar dos folhetos de missa e ao lado de imagens de Jesus e Nossa Senhora, está uma presença pouco convencional. Quase como esquecido, está um objeto que destoaria na maioria das igrejas. Mas, na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no Stiep, faz todo sentido: é por meio da tela de projeção que surgem os slides com as orações do dia e as letras das canções, para espanto dos desavisados.
A novidade chegou em 2014, uma questão de adequação à tecnologia para a jovem paróquia de 34 anos. “Nosso mundo é midiático e, sem ferir a doutrina da igreja, precisamos juntar a religião à mídia para as pessoas interagirem mais”, conta o padre Valter Ruy. O pároco acredita que a mudança do analógico para o digital empolga os fiéis a participarem: orarem as rezas, cantarem as músicas.
Mais que isso: contribuiu para as despesas da igreja diminuírem. Por um projetor e uma tela, o custo médio é R$ 3 mil. Já para imprimir apenas os jornais dominicais, por exemplo, a despesa era de R$ 1,4 mil. A escolha pelo digital também ajudou a diminuir a impressão de avisos, agora disponíveis no Facebook e no Instagram da igreja.
À espreita de iniciativas como as igrejas do Stiep e do Senhor do Bonfim, a Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, também foi lançada na rota da tecnologia. Tudo começou no dia 8 de abril de 2017, quando Marília Gabriela Dias se tornou juíza da irmandade que administra a igreja. Para ela, Nossa Senhora, rainha e padroeira do estado da Bahia, não recebia o reconhecimento necessário. O uso das novas mídias, acredita, era o que faltava. “Isso aqui é a história da Bahia, tudo começou aqui, precisamos contar”, declara.
No dia 18 de março, a primeira mudança: é lançado o site da igreja, com informações sobre a basílica, trechos das liturgias diárias e um tour virtual no local. O próprio ato de acender uma vela foi transformado pela novidade. Como já ocorria no Bonfim e em Aparecida, desde então, se tornou possível acender uma vela de oração sem precisar se deslocar até a igreja. Basta se cadastrar no site da basílica, clicar na opção “vela virtual” e mentalizar os pedidos ou agradecimentos. Amém.
A tecnologia foi, ainda, incorporada à própria gestão. No lugar das duas câmeras que fiscalizavam a igreja, são espalhadas 32, e um sistema de alarme é implantado. Também foi instalada uma rede de wi-fi - por enquanto, apenas para funcionários. Com as mudanças, a administração também espera ver crescer o número de eventos, que varia conforme o mês. O custo de fazer um casamento ou uma formatura no local é de R$ 7 mil, segundo apurou a reportagem. “A igreja é uma empresa, porque ela têm tudo”,
resume Marília.
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Empresa atende Bonfim e Irmã Dulce
Até 2007, as igrejas, com exceção do pioneiro santuário de Aparecida, pouco investiam ou conviviam com a tecnologia. Nas paróquias, reinava o analógico, mesmo em uma era predominantemente digital. Em maio daquele ano, então, uma paulista mudou parte do cenário: criou a Amex, empresa de marketing e elaboração de conteúdo digital para igrejas católicas e instituições filantrópicas.
Religiosa desde a infância, Elaine Franco já trabalhava com entidades religiosas quando decidiu dar um passo à frente, expandir a área de atuação e alinhar a tecnologia, de uma vez por todas, à religião. A iniciativa surgiu em paralelo à popularização das redes sociais. “Antes, a igreja pensava no offline. Agora mudou, percebemos que para atingir o maior número de pessoas, precisamos nos aproximar delas”, lembra. E mudou tanto que 20
igrejas e cinco organizações de oito estados brasileiros já contrataram a empresa.
Na Bahia, a empresa chegou em agosto de 2010, contratada pelas Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) para divulgar a instituição. Em dezembro de 2017, lançou o aplicativo das Osid, baixado por 489 pessoas. “A turma nova não tem Irmã Dulce na memória. A linguagem do mundo moderno está nos aplicativos, precisamos acompanhar se quisermos aproximar os mais jovens”, diz Mariana Pimentel, assessora Marketing do projeto. Hoje, a Amex também trabalha para o Santuário do Bom Jesus da Lapa, mas os projetos para o templo ainda estão em análise.
O crescimento da empresa ilustra o próprio reconhecimento do setor. Em 2016, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criou uma premiação que inclui a internet em trabalhos destinados a valores humanos e cristãos. A instituição, fundada em 1950, realiza premiações de iniciativas desde 1967. Mas, até então, reconhecia projetos nas áreas de cinema, rádio, televisão e revistas.
“As novas tecnologias de comunicação têm oferecido às Igrejas um caminho novo de maior eficiência na apresentação de seus conteúdos. Em 2016, já estávamos em condições melhores para avaliar trabalhos explicitamente do mundo digital”, justifica o presidente da CNBB, dom Darci Nicioli. No mesmo ano, o aplicativo da Igreja do Senhor do Bonfim foi premiado na categoria. Na edição de 2018, o aplicativo da Osid estará no páreo. Fonte: http://www.correio24horas.com.br
Páscoa da Ressurreição (Evangelho: João 20,1-9)
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Só uma coisa a dizer: Ele está vivo! O Cristo ressuscitou! Isso é tudo! Nada há de mais importante! O que importa é dizê-lo! É preciso correr para anunciá-lo, testemunhar o acontecido! É preciso que todos saibam! Está vivo e somos testemunhas disto… Encontramos testemunhas e nos tornamos testemunhas nós também, desde o nosso batismo… Com que presteza nós então anunciamos nesta manhã a Ressurreição do Cristo?
A reflexão é de Marcel Domergue, sacerdote jesuíta francês, publicada no sítio Croire, comentando as leituras do Domingo da Páscoa da Ressurreição (20 de abril de 2014). A tradução é de Francisco O. Lara, João Bosco Lara, e José J. Lara.
Eis o texto.
Prometidos à vida nova
É preciso voltar a dizer: a Ressurreição é a pedra angular de nossa fé. Pedra sobre a qual esta fé se pode construir, pedra contra a qual ela pode vir a se quebrar. Se o Cristo não ressuscitou, diz Paulo, “vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé” (1 Coríntios 15,14). Um dia, no caminho de Damasco, Paulo teve a evidência de que aquele que acreditava estar morto, porque o haviam crucificado, esteve sempre, ou mais precisamente, de novo estava vivo. Para ele então tudo se iluminou. Compreendeu que devia passar da religião centrada na moral, na observância da lei, para a religião do amor ativo, do amor a uma pessoa na qual Deus tornou-se visível e ativo, na qual se juntam todos os homens de todos os lugares e de todos os tempos numa só unidade, e da qual o universo tem a sua origem. Ele é o Deus para quem, apesar das aparências, tudo o que existe acaba por convergir.
Assim como o rio que corre para o oceano que é a sua fonte, ainda que meio a tantos desvios, é verdade (a imagem é de Paul Claudel), aí mesmo é onde ele vai morrer, para um novo nascimento. Renascer, e por conseguinte morrer, é necessário para o novo, para se acessar as formas superiores das realidades que vivemos: «Esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo», diz Paulo na segunda leitura. Assim ficamos sabendo que o nosso estatuto atual é apenas um esboço, uma promessa, pois somos feitos para, no final de nosso percurso, ser «como Deus».
Crer significa crer na Ressurreição
A Ressurreição está em trabalho por toda parte e desde sempre. Como diz o 6º Prefácio eucarístico, ela “manifestou-se” em Jesus. Daí em diante, todo ser humano que escuta o Evangelho deve pronunciar-se, pois o que até então estava escondido, agora veio à luz. Por isso, para Paulo, crer significa crer na Ressurreição.
Se Abraão é chamado o pai dos crentes, é porque, esquecendo o seu corpo já morto e o corpo de Sara também já morto, acreditou no anúncio do nascimento de seu filho Isaac, «crendo n’Aquele que faz viver os mortos e chama à existência as coisas que não existem» (Romanos 4,17). «Eis por que isto lhe foi levado em conta de justiça (…), mas (é levado em conta) também para nós que cremos naquele que ressuscitou dos mortos Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue pelas nossas faltas e ressuscitado para a nossa justificação» (versículos 22-25).
Se ele não nos fez superar a morte, se somos destinados a desaparecer, então a afirmação de que Deus é amor perde todo o sentido. A ressurreição de Cristo nos ensina que vivemos envolvidos no amor e que tudo o que nos pode prejudicar, inclusive o «último inimigo», a morte, não será a razão de uma vida que é dom de Deus.
Novo nascimento
Hoje temos a escolha entre várias leituras dos evangelhos. Por que aquele túmulo, vazio dali para frente, me faz pensar no ventre materno após o parto? Porque a Ressurreição é, sem dúvida, o nascimento para o mundo do homem novo, perfeito e completo. «Passaram-se as coisas antigas; eis que se fez realidade nova» (2 Coríntios 5,17). E, no entanto, este mundo novo já está aí, no coração do antigo, como uma promessa, um desejo, um dinamismo que proíbe a este coração satisfazer-se com o estado de coisas presente, fazendo-o trabalhar para o mundo novo que vem. A Ressurreição está aqui, no coração escondido do mundo, em toda parte e desde sempre. Paulo explica isso em 1 Coríntios 15,12-16: se não há ressurreição, o Cristo não pode mais ressuscitar. O próprio Jesus, para justificar a fé na ressurreição, cita Êxodo 3,6 onde Deus se apresenta como «o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó».
Ora, ele não pode ser Deus dos mortos, pois, sendo ele mesmo Vida, é Deus dos viventes. Todos diante dele estão vivos. Isto foi com certeza o que o discípulo descobriu quando viu o túmulo vazio e os lençóis dobrados, como se não tivessem sido usados. «Ele viu e acreditou», diz o texto. E o que ele viu? Nada, um lugar vazio. «Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram», havia dito Maria Madalena. Por que, se tinham simplesmente retirado o cadáver, tê-lo-iam despojado dos lençóis da morte? João agora sabe onde é que Jesus foi colocado: na vida de Deus. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Sábado Santo: “ameaçados” de esperança
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“José comprou um lençol de linho, desceu Jesus da Cruz, envolveu-o no lençol e colocou-o num túmulo escavado na rocha; depois, rolou uma pedra na entrada do túmulo” (Mc 15,46). A reflexão bíblica é elaborada por Adroaldo Palaoro, sacerdote jesuíta, comentando o evangelho do Sábado Santo - Ciclo B (31/03/2018) que corresponde aos textos bíblicos de Marcos 15,42-47 e João 19,38-42.
A gravidez é uma metáfora sugestiva e provocadora sobre o Sábado Santo; no silêncio e na obscuridade do sepulcro tem lugar a segunda gestação de Jesus Cristo e o novo parto do homem, da mulher e do cosmos renovados. Assim, o sepulcro é contemplado como o ventre da terra, onde acontecerá o milagre da renovação plena da vida. O amor é mais poderoso que a morte e quem ama não morre nunca, senão que suas sementes são húmus e germe de nova vida, embora não possamos controlar quando nem onde.
É preciso saber acolher este silêncio surdo, que marca a passagem entre duas experiências intensas: a Sexta-feira de dor e o Domingo de Ressurreição. No sepulcro, Jesus se faz solidário com toda a morte humana. E é preciso esperar com Ele. É preciso esperar em nossos projetos e sonhos, na libertação dos povos, em uma nova humanidade. Em nossas vidas teremos muitas sextas-feiras santas de dor e dias de páscoa, mas, teremos muito mais sábados de espera.
Fazer memória do Sábado Santo nos faz compreender que, nos sábados santos da vida não podemos ter a pretensão de querer ver o significado de tudo o que vivemos, no mesmo momento que o vivemos. Muitas vezes, terão que passar muitos anos para poder ver o rosto do Deus vivo em situações vividas de dor e abatimento; além disso, temos que começar a entender que não podemos pretender chegar ao último dia com todas as interrogações resolvidas.
Saber viver neste tom vital é o que nos convida o Sábado Santo.
A partir da experiência sabática, a noite pode espantar, mas também pode ser chance para ver melhor; a morte pode ser ameaçadora, mas ela ensina a viver; o sepulcro vazio pode causar dúvida, mas ele aponta para a ressurreição; o infinito pode suscitar inquietação, mas consegue impulsionar para o além, até acender no coração uma chama persistente: a esperança.
A terra, a humanidade, o cosmos... estão todos grávidos de Ressurreição. Assim começa a ressurreição; assim começa essa experiência que alguns chamam “a outra vida”, mas que na realidade não é a “outra vida”, mas a vida “outra”.
Como nos deixou escrito um jornalista guatemalteco, desaparecido sob a ditadura nos anos 80. “Dizem que estou ‘ameaçado de morte’; nem eu nem ninguém estamos ameaçados de morte. Estamos ameaçados de vida, ameaçados de esperança, ameaçados de amor. Estamos ‘ameaçados’ de ressurreição. Porque Jesus, além do Caminho e da Verdade, é a Vida, embora esteja crucificado no alto do lixão do Mundo...”
Ameaçados de vida, ameaçados de esperança, mesmo que a esperança frequentemente seja uma “esperança enlutada”. Há homens e mulheres que se fizeram “experts” em transitar e esperar na noite. São nossos “mestres e mestras do Sábado Santo”.
O ser humano que espera não tem certeza, não fica seguro, não está satisfeito. Mas a esperança tem fundamento; não é uma ilusão e nem uma utopia; não é um sonho impossível e nem uma lembrança irrecuperável; não é só futuro, mas permanece, disfarçadamente, presente; não é uma morada, mas um sentimento sempre inédito. A esperança evita tropeçar no fracasso, no desânimo, na apatia e no silencioso desespero.
A esperança é caminho e meta, posse e dom, destino e encontro, antecipação e cumprimento, expectativa e busca, risco e proteção, nó e liberdade. A esperança é certa, mas não dá “garantias”.
“O coração do cristão é inquieto, está sempre em busca, em espera: esta é a esperança... porque a esperança é aquela que faz caminhar, faz abrir estradas...” (Massimo Cacciari)
O ser humano-esperança é o peregrino que caminha, é o artífice que tece o existir.
Esperança é força prospectiva que suscita passos para a gênese da nova humanidade. Esperança é o ser humano nômade. Des-loca-se. Des-dobra-se. Inventa-se. Deixa de ser o que era para chegar a ser o que ainda não é. Na noite ela se acende; na impotência, ela vence; na finitude, ela impele a caminhar.
A esperança é brasa, é pés, é caminho, é narrativa, é assombro, é antecipação.
Não há esperança na solidão das próprias seguranças e das próprias expectativas. A esperança se realiza no encontro, que impele a sair, a caminhar, a ir ao encontro, narrar aos outros o fogo que se acendeu por dentro. A esperança é o canto que ativa a coragem nos corredores escuros da história.
Poderíamos acrescentar que uma humanidade, incapaz de cultivar a esperança, não merece ser considerada, porque lhe faltaria a única razão pela qual vale a pena existir. Sem a esperança, a humanidade perde a iniciativa. Embota-se.
A vida sem desafios não é real; mas a vida sem espera, sem desejo, sem paixão, sem esperança, não é vida.
A esperança mora onde a deixamos entrar: onde lutamos, onde convivemos com o outro diferente de nós, onde a fragilidade e a transição podem desorientar, onde as trevas parecem mais fortes que a luz, onde a vida parece ser ameaçada pela morte, onde a violência pensa levar vantagem, onde o caminho é íngreme, onde a espera se confunde com a angústia...
A força da esperança está oculta precisamente na sua impotência e fragilidade.
Mas não basta ter esperança. É preciso ser esperança. O ser humano vive deesperança, acredita na esperança, mas, sobretudo é esperança. A esperança leva a querer algo mais. É “antecipação criadora”; ela tem “rosto novo”. É madrugada e não crepúsculo. Jamais “envelhece”. A esperança pascal antecipa aquilo que ainda não é realidade. É o futuro que ainda pode ser convertido em história nova.
O mal, a injustiça, a violência, o sofrimento, existem em nossa história, mas não tem a última palavra sobre ela. A ternura de Deus é mais poderosa e ela é nossa esperança, ela nos sustenta nos túneis mais escuros da vida a partir de dentro, atravessando-os. Deus é nossa esperança; o Deus da vida que nos ama até o extremo é a esperança que nos ampara contra toda desesperança.
Mas a esperança não é uma propriedade privada, mas um presente comunitário, coletivo, um bem comum, como nos diz o Papa Francisco: “Não vos deixeis roubar a esperança! Talvez a esperança seja como as brasas debaixo das cinzas; ajudemo-nos uns aos outros com a solidariedade, soprando nas cinzas, a fim de que o fogo volte a atear-se mais uma vez. Pois é a esperança que nos faz ir em frente. E isto não é otimismo, mas algo diferente. Todavia, a esperança não é de uma só pessoa, a esperança fazemo-la todos juntos. Temos que alimentar a esperança entre todos, entre todos nós e todos nós que estamos distantes. A esperança é algo vosso e também nosso. É algo que pertence a todos” (Discurso aos trabalhadores de Cagliari – 22/set/2013).
A Cruz permanece em seu lugar, mas o sepulcro fica vazio para sempre! É Ressurreição: vida plena antecipada.
Para meditar na oração
Como muitos mestres e mestras, cujas vidas são testemunhas da esperança, como os discípulos de
Jesus e como as mulheres que o acompanharam até o final, nos perguntamos:
- É possível esperar quando sentimos que a realidade é um “beco sem saída”?
- Como esperar em meio a tanta violência, preconceito, indiferença
- Como esperam os vencidos, os últimos, os excluídos...?
- Como aprendemos a esperar quando nos encontramos tendo que enfrentar situações-limite?
- Qual tem sido nosso suporte e ajuda nesses momentos da vida e como podemos oferecê-lo aos outros?
- Quê aprendizagens vitais fizemos na densidade da noite em nossas vidas?
- Quê e quem nos ajudou a rolar a pedra do sepulcro de nossa vida? Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
SALVADOR: Senhor Morto-03
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''Sou padre católico e 'saí do armário' na festa da Anunciação''
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O dia 25 de março de 2004, Festa da Anunciação, pareceu ser o dia mais longo da minha vida. Naquela noite, eu estava sendo homenageado pela United Way pelas pastorais da minha paróquia junto aos pobres e marginalizados na comunidade. Pouco antes da cerimônia, uma jovem repórter do jornal local me entrevistou. Ela notou que eu falava abertamente sobre muitas questões sociais e apoiava particularmente a comunidade LGBT. Eu sabia que este era o momento para “sair do armário” publicamente como padre gay católico romano. O depoimento é do padre estadunidense Fred Daley, pároco da Igreja de Todos os Santos, em Syracuse, Nova York. O artigo foi publicado por America, 23-03-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A jornada até aquele momento foi longa e muitas vezes dolorosa. Eu sabia que queria ser padre desde que estava no Ensino Médio. Como os padres são chamados ao celibato, devo ter reprimido minha sexualidade plena até o Ensino Médio, o seminário e os primeiros anos de sacerdócio. A sociedade e a Igreja Católica me ensinaram que o sexo antes do casamento era pecaminoso e que a homossexualidade era abominável.
Desde o momento em que fui ordenado, senti-me realizado em minha vocação e amei todos os aspectos do meu ministério: presidir as liturgias, visitar os doentes, ensinar as crianças e aproveitar a vida paroquial. Fui abençoado por ter um pároco que me ensinou que servir ao povo era o coração do sacerdócio.
Depois de alguns anos, no entanto, comecei a notar uma dor dentro de mim. Essa dor se aprofundou quando reconheci o surgimento de uma energia sexual que eu tentara resistir por tanto tempo. Logo, a dor se tornou pavor. Quando comecei a admitir para mim mesmo as minhas atrações a pessoas do mesmo sexo, esse pavor se tornou horror.
Durante um retiro, compartilhei a verdade sobre minha sexualidade pela primeira vez com o padre jesuíta designado como meu diretor espiritual. Eu rezei para que ele me ajudasse a voltar aos trilhos. Eu queria aprender a reprimir esses pensamentos impuros.
Em vez disso, o Pe. Paul explicou que a minha orientação sexual faz parte de quem Deus me criou para ser. Eu fui e sou totalmente amado por Deus.
Pouco a pouco, com a ajuda de alguns aconselhamentos e de orientação espiritual, comecei a me aceitar e, no fim, a me amar como homem gay. Finalmente, entendi o verdadeiro sacrifício do celibato. Embora eu nunca tenha praticado nenhum dos meus desejos, eu precisava me comprometer de novo, conscientemente, com esse modo de vida, a fim de viver como padre, com integridade. Gradualmente, eu disse a alguns amigos e familiares que eu era gay. Mas, em geral, eu fiquei ‘dentro do armário’.
Essa jornada interior de autoaceitação mudou dramaticamente a minha relação com Deus. Eu experimentei o amor incondicional de Deus na minha alma, nas minhas entranhas e na minha cabeça. Esse amor por Deus se transformou em amor pelos meus paroquianos. Minha capacidade de amizade e empatia se aprofundou muito.
Mas eu também comecei a ficar cada vez mais frustrado pelo fato de que ficar “dentro do armário” me impedia de compartilhar minha história de uma maneira que pudesse beneficiar a outros. Eu queria acompanhar e ministrar aos pobres, aos excluídos e aos marginalizados na Igreja e na sociedade, e isso incluía o ministério à comunidade LGBT.
Então, em 2002, o escândalo dos abusos sexuais irrompeu nos Estados Unidos, e várias lideranças da Igreja começaram a culpar os padres gays como a causa da crise. Eu sabia que isso não era verdade. Concluí que, se devia viver com integridade e pregar o Evangelho sem concessões desonrosas, eu precisava “sair do armário” publicamente. Não foi uma decisão impulsiva. Ela foi precedida de oração e foi fortalecida por consultas com o meu diretor espiritual e com o bispo auxiliar. Eu confiei no Espírito Santo para me mostrar o momento certo para “sair”. A entrevista na Festa da Anunciação acabou sendo esse momento.
Eu compartilhei com a repórter que, nos meus anos acompanhando membros da comunidade LGBT, eu reconheci, em sua dor profunda, a minha própria luta de autoaceitação como homem gay.
Esperei o jornal na manhã seguinte com um pouco de medo e tremor. Será que a repórter relataria o que eu disse com precisão? Será que eu seria suspenso pelo bispo? Será que os meus paroquianos me rejeitariam? Será que eu feriria as pessoas que não entendessem?
A manchete na primeira página dizia: “Padre Daley revela que é gay”. Enquanto o título “Padre Daley recebe o prêmio ‘Herói de Verdade’ da United Way por seu trabalho com os pobres” foi relegado a uma seção interna do jornal.
Naquele fim de semana, compartilhei minha história nas liturgias paroquiais. Deparei-me com ovações em pé. Uma das minhas preocupações em discernir se eu devia “sair do armário” ou não era um medo de que eu estivesse ferindo ou confundindo paroquianos que talvez não entendessem. Uma paroquiana irlandesa idosa e muito tradicional – ela odiava “aquelas malditas guitarras na missa” – aliviou meus medos. Mary sempre contava a coleta do ofertório depois da missa dominical das 8h da manhã. Prendendo a respiração, eu bati na porta da secretaria paroquial. Mary se levantou da cadeira, me deu um abraço e disse: “Não se preocupe, padre, eu também gosto de homens!”.
Eu recebi centenas de cartas de todo o país oferecendo apoio. Algumas pessoas enviaram cartas negativas, expressando preocupação com o fato de a minha alma homossexual ir para o inferno – mas até mesmo elas me asseguraram suas orações. Meu bispo na época e seu sucessor me respeitaram e apoiaram meu ministério.
Muitas pessoas me perguntam se eu acho que outros padres gays deveriam “sair do armário”. Dar esse passo é uma decisão muito pessoal e sagrada para cada pessoa. Eu só pediria que meus irmãos padres homossexuais rezassem pela graça de refletir profundamente sobre a questão. Eu posso dizer que, para mim, “sair do armário” foi e continua sendo uma bênção.
As pessoas que estão enfrentando lutas pessoais me percebem como mais acessível, porque sabem que eu também tive lutas pessoais. Qualquer ilusão de estar em um pedestal clerical, felizmente, se desfez.
Sendo uma pessoa pública, tenho muitas oportunidades para combater os preconceitos homofóbicos que ainda existem na nossa Igreja e sociedade. Um dos meus temas espirituais favoritos vem dos escritos e dos ensinamentos do Pe. Henri Nouwen, que disse: “Nós tendemos a ser compassivos na medida em que sofremos a Paixão em nossas próprias vidas”.
Quando olho para trás, para aqueles dias em que estava no “armário”, sou muito grato porque, através do dom do Espírito, aquela porta do armário foi escancarada. Através desse dom, eu pude me tornar a pessoa que Deus pretendia que eu fosse. Se eu tenho algum arrependimento? Nenhum! Nos últimos 14 anos, eu aguardo ansiosamente pelo dia 25 de março, Festa da Anunciação do Senhor, como o dia em que um anjo sussurrou no meu ouvido: “Fred, ‘não tenha medo’”.
Naquele dia, o amor derrotou o medo nas minhas relações com Deus, com meus vizinhos e comigo mesmo. Muitas vezes, com gratidão, eu reflito sobre as palavras: “Estamos tão doentes quanto os nossos segredos”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Papa na Vigília Pascal: em meio ao silêncio, as pedras começam a gritar
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Em sua homilia na celebração da Vigília Pascal, o Papa Francisco nos interpela: "Queremos participar neste anúncio de vida ou ficaremos mudos perante os acontecimentos?”.
Cidade do Vaticano (31/03/2018)
O Papa Francisco presidiu na Basílica Vaticana na noite deste Sábado Santo, à solene celebração da grande Vigília Pascal. Durante a celebração foram batizados oito catecúmenos, provenientes da Albânia, Itália, Peru, Nigéria e Estados Unidos.
A cerimônia teve início no átrio da Basílica, com a celebração da Luz, a bênção do fogo e a preparação do Círio Pascal.
Após a procissão até ao altar da Cátedra, Francisco proclamou solenemente o anúncio da Ressurreição do Senhor, enquanto fiéis, com velas acesas, o acompanhavam o Canto Exultet.
A seguir, com o Canto do Glória e a Liturgia da Palavra, o Santo Padre continuou o rito da Vigília Pascal com a celebração da Santa Missa, durante a qual pronunciou sua homilia.
Francisco partiu do significado da rito pascal, comentando o silêncio dos discípulos de Jesus, pela condenação à morte do seu Senhor, diante da qual ficaram sem palavras, por causa das injustiças, calúnias e falsos testemunhos.
Durante as horas difíceis e dolorosas da Paixão, os discípulos experimentaram, de forma dramática, a sua incapacidade de arriscar e de defender o Mestre, a ponto de renegá-lo e fugir. E o Papa explicou:
“Esta é a noite do silêncio do discípulo que se sente enrijecido e paralisado, sem saber para onde ir diante de tantas situações dolorosas que o oprimem e envolvem. É o discípulo de hoje, emudecido diante de uma realidade que se lhe impõe, diante da qual acredita que nada se pode fazer para vencer as tantas injustiças. O discípulo fica perplexo, emudecido e ofuscado. Em meio aos nossos silêncios, as pedras começam a gritar”.
De fato, disse Francisco, a pedra do sepulcro gritou e, com o seu grito, anunciou a todos um novo percurso: o triunfo da Vida! Ela foi a primeira a entoar um canto de louvor e entusiasmo, de júbilo e esperança, do qual, hoje, todos participamos.
Com as mulheres, discípulas de Jesus, somos chamados, hoje, a contemplar o túmulo vazio e ouvir as palavras do anjo: «Não tenhais medo! Ele ressuscitou!»:
“O túmulo vazio quer desafiar, mover, interpelar, mas, sobretudo, encorajar-nos a crer e confiar que Deus se faz presente em qualquer situação e em qualquer pessoa. Cristo Ressuscitou da morte! A expectativa das mulheres nos tornam partícipes da obra de salvação. O anúncio da Ressurreição sustenta a nossa esperança, transforma as nossas ações, renova a nossa fé, ressurge a nossa esperança cristã”.
A pedra do sepulcro – concluiu Francisco - desempenhou o seu papel e as mulheres fizeram a sua parte. Agora, o convite é dirigido a nós:
“Convite a quebrar os hábitos rotineiros, renovar a nossa vida, as nossas escolhas e a nossa existência; convite que nos é dirigido na situação em que nos encontramos, naquilo que fazemos e somos; com a «quota de poder» que temos. Queremos participar neste anúncio de vida ou ficaremos mudos perante os acontecimentos?”.
“Não está aqui, ressuscitou! – exclamou o Papa ao concluir. E espera por ti na Galileia, convida-te a voltar ao tempo e lugar do primeiro amor, para te dizer: «Não tenhas medo, segue-Me»”. Fonte: http://www.vaticannews.va
Homem invade palco e dá golpe de capacete para salvar 'Jesus' em peça teatral
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Tudo corria bem durante uma encenação da Paixão de Cristo no município de Nova Hartz, no Rio Grande do Sul, até que um "soldado romano" entra em cena e machuca "Jesus Cristo" com uma "lança". Neste momento, para surpresa de todos os presentes, um homem invade o palco e dá um golpe de capacete na nuca do "soldado". O momento inusitado ocorreu na última Sexta-feira Santa, 30.
De acordo com o jornal Panorama, da região do Vale do Paranhana, após a primeira agressão, o invasor ainda trocou socos com outro ator e acabou rendido por outros participantes da peça no próprio palco.
Um irmão do agressor apareceu no local e explicou que ele sofreria de surtos psicóticos e teria acompanhamento de medicamentos. Os atores agredidos registraram um boletim de ocorrências. Fonte: http://www.correio24horas.com.br
SENHOR MORTO: Ritual-01
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SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO EM SALVADOR: Imagens do ritual diante do Senhor Morto na Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo de Salvador- BA. Logo mais às 15h, Celebração da Paixão seguida pela grande procissão pelas ruas do centro histórico.
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