A MORTE DE SÃO JOSÉ...
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Papa Francisco telefona para família de Marielle Franco
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O papa Francisco manifestou sua solidariedade com a família da vereadora e defensora dos direitos humanos Marielle Franco. Seu assassinato em 14 de março gerou uma onda de indignação no Brasil e no mundo.
"Francisco ligou para Marinette, mãe da vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), defensora dos direitos humanos e relatora da comissão responsável por investigar a Intervenção Militar no Rio de Janeiro, para comunicar seu afeto e solidariedade", indico o Vatican Insider, o site do jornal italiano "La Stampa" especializado em notícias do Vaticano.
O papa argentino decidiu ligar para a família de Marielle, de 38 anos, após receber uma carta da filha da vereadora, assassinada a tiros no Estácio, região central do Rio.
Negra, nascida e criada na favela da Maré, Marielle lutava pelos direitos de negros, mulheres e da comunidade LGBT e não hesitava em denunciar abusos policiais e criticar a recente Intervenção Militar ordenada pelo presidente Michel Temer.
Até agora, a Polícia não deu informações precisas sobre suspeitos do crime, que causou comoção dentro e fora do Brasil.
* AFP. Fonte: http://anoticia.clicrbs.com.br
Comunicado da Nunciatura Apostólica sobre a situação da Diocese de Formosa, em Goiás
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21/03/2018 Santa Sé. A Nunciatura Apostólica publicou na manhã desta quarta-feira, 21 de março, um comunicado sobre o processo de acompanhamento da situação atual de pastoral e de governo da Diocese de Formosa (GO).
Confira o Comunicado:
“O Santo Padre ordenou, no dia 3 de março do corrente ano, que se realize uma Visita Apostólica na Diocese de Formosa, com a finalidade de examinar a situação pastoral e de avaliar o governo do Bispo, Sua Excelência Dom José Ronaldo Ribeiro. Sucessivamente, no dia 10 de março, o Arcebispo de Uberaba, Sua Excelência Dom Paulo Mendes Peixoto, foi nomeado Visitador Apostólico.
À luz dos novos fatos que envolvem a Diocese de Formosa, o Santo Padre nomeou Sua Excelência Dom Paulo Mendes Peixoto Administrador Apostólico sede plena da Diocese de Formosa ad nutum Sanctae Sedis, conferindo-lhe todas as faculdades para governar a circunscrição eclesiástica e para realizar, contemporaneamente, a Visita Apostólica, precedentemente ordenada.
Sua Excelência Dom Paulo Mendes Peixoto convida a todos, o Clero e a comunidade diocesana de Formosa, a unirem-se em torno de Cristo, Pastor dos Pastores”.
Nunciatura Apostólica
Fonte: http://cnbb.net.br
Bispo de Formosa e padres ficam em área isolada de presídio, tomam banho de água fria e têm até 2 h de banho de sol por dia
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Clérigos foram presos na Operação Caifás, suspeitos de desviar dinheiro do dízimo. Secretário-geral da CNBB manifestou solidariedade aos fiéis e mandou mensagem para bispo.
Por Raquel Morais, G1 GO
Presos suspeitos de desviar dinheiro do dízimo e de doações, o bispo de Formosa, Dom José Ronaldo, e outros cinco padres ocupam celas em uma área separada no novo presídio da cidade. Segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o isolamento ocorre para garantir a integridade física dos clérigos. Eles têm direito a banho de sol de duas horas por dia e tomam banho em chuveiro sem eletricidade.
Todos têm ensino superior – exigência da formação como padre. A DGAP disse não poder informar o tamanho da cela e outros detalhes. Os padres devem começar a prestar depoimento ao Ministério Público DE Goiás (MP-GO) na tarde desta terça-feira (20).
Em nota, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Leonardo Ulrich Steiner, disse ao G1 manifestar solidariedade aos fiéis da Diocese de Formosa, “, recordando ao irmão bispo que a justiça é um abandonar-se confiante à vontade misericordiosa de Deus”.
“A verdade dos fatos deve ser apurada com justiça e transparência, visando o bem da igreja particular e do bispo”, declarou.
O bispo de Formosa, Dom José Ronaldo; o vigário-geral e segundo na hierarquia de Formosa, monsenhor Epitácio Cardozo Pereira; o juiz eclesiástico Thiago Wenceslau; e mais três padres foram presos temporariamente nesta segunda-feira (19), suspeitos de integrar um esquema que pode ter desviado mais de R$ 2 milhões dos cofres da Igreja Católica.
Além deles, o secretário da Cúria de Formosa e dois empresários também foram detidos. A prisão temporária tem validade de cinco dias, podendo ser estendida para mais cinco. Denúncias do MP-GO apontam que o juiz eclesiástico fez vista grossa para denúncias de desvio de recursos e que padres pagavam “mesada” ao bispo para se manterem em igrejas mais “lucrativas”.
As apurações apontam que o grupo age desde 2015. As investigações começaram no ano passado, após denúncias de fiéis. Eles afirmaram que as despesas da casa episcopal subiram de R$ 5 mil para R$ 35 mil desde a chegada do bispo Dom José Ronaldo. Na ocasião, o clérigo negou haver irregularidades nas contas da Diocese de Formosa.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça apontaram que os suspeitos compraram uma fazenda de criação de gado e uma casa lotérica com o dinheiro desviado. As aquisições, conforme o MP, também eram uma forma de lavar o dinheiro.
À TV Anhanguera, Dom José Ronaldo disse que o advogado dele ainda não teve acesso ao processo e nega envolvimento dele no caso.
‘Juramento de fidelidade’
Convocado após denúncias de desvios de dízimos e doações na Diocese de Formosa, o juiz eclesiástico Thiago Wenceslau forjou um relatório das contas questionadas anunciando que “auditoria rigorosa” apontou não haver nenhuma irregularidade, de acordo com o MP-GO.
“[O juiz eclesiástico] Veio [de São Paulo] com um objetivo: intimidar de forma definitiva os padres e fazer com que eles fizessem, como de fato muitos fizessem, um juramento de fidelidade ao bispo [Dom José Ronaldo, apontado como líder do esquema]”, explicou o promotor Douglas Chegury.
“Chamados nominalmente, [os padres] deveriam responder se estavam com o bispo ou contra o bispo, não era com a igreja ou contra igreja. Isso aconteceu em uma reunião a portas fechadas”, completou.
De acordo com o MP-GO, havia “clima de terror e opressão” e ameaças de retaliação, transferências e até perda de ministério aos clérigos que não se calassem ou não demonstrassem apoio ao bispo.
'Mesada' por paróquias mais rentáveis
A investigação aponta ainda que padres de Formosa, Posse e Planaltina pagavam ao bispo de Formosa, Dom José Ronaldo, para que fossem mantidos em paróquias mais lucrativas. O valor mensal da "mesada" variava entre R$ 7 mil e R$ 10 mil.
"As informações que nós obtivemos é que, para permanecer nas paróquias que davam mais dinheiro, os padres pagavam uma mesada, em dinheiro, ao bispo. Um pároco, que contribuiu com as investigações, inclusive, chegou a ver esse repasse", disse o promotor Douglas Chegyry ao G1.
Dinheiro escondido em guarda-roupa
A Operação Caifás apreendidos cordões de ouro, relógios e caminhonetes da cúria em nomes de terceiros, além de uma grande quantia de dinheiro em espécie, com valor ainda não foi divulgado. Havia moedas estrangeiras, incluindo dólares americanos, dólares australianos, pesos argentinos, pesos chilenos e euros.
Na casa do vigário-geral, segundo na linha de sucesso da Diocese, foi apreendida grande quantidade de dinheiro no fundo falso de um guarda-roupa. Segundo a TV Anhanguera apurou, o montante contabilizou R$ 70 mil. A quantia estava em sacos plásticos.
Grupo suspeitava de apuração
O promotor afirmoui que os clérigos desconfiavam da operação antes mesmo dela ocorrer. Escutas telefônicas também corroboram a tese.
Em uma conversa com um interlocutor, datada de 8 de março último, Dom José Ronaldo questiona sobre um padre ter sido chamado para prestar esclarecimentos a respeito de uma festa da igreja, cujas contas não foram prestadas.
"Igreja não tem que prestar conta de festa, dessas coisas, para o Ministério Público."
Em outro trecho, quatro dias depois, o bispo volta a falar sobre possíveis denúncias sobre desvios de recursos. Entre outras falas, ele alega que uma investigação "tem fundamento zero", que "o negócio já morre no nascedouro" e que "investigação de tributos é da Justiça Federal".
Operação Caifás
O MP-GO fez à Justiça pedido de 13 mandados de prisão temporária e 10 de busca e apreensão em residências, igrejas e um mosteiro. O juiz Fernando Oliveira Samuel concluiu haver necessidade de prisão em nove casos:
- José Ronaldo Ribeiro, bispo de Formosa
- Monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral da Diocese de Formosa
- Padre Moacyr Santana, pároco da Catedral Nossa Senhora Imaculada Conceição, Formosa
- Padre Mário Vieira de Brito, pároco da Paróquia São José Operário, Formosa
- Padre Thiago Wenceslau, juiz eclesiástico
- Padre Waldoson José de Melo, pároco da Paróquia Sagrada Família, Posse (GO)
- Guilherme Frederico Magalhães, secretário da Cúria de Formosa
- Antônio Rubens Ferreira, empresário suspeito de ser laranja da quadrilha
- Pedro Henrique Costa Augusto, empresário, suspeito de ser laranja da quadrilha
O nome da operação foi escolhido considerando que Caifás era o sumo sacerdote quando Jesus foi condenado a morrer na cruz, explicou o MP-GO.
Denúncia de fiéis
Em dezembro de 2017, fiéis denunciaram que as despesas da casa episcopal de Formosa, onde o bispo mora, passaram de R$ 5 mil para R$ 35 mil desde que Dom José Ronaldo assumiu o posto, havia três anos.
"O que nós temos certeza é que as contas da cúria não fecham. Então, nós queremos a abertura pública das contas da cúria [administração da diocese] e dos gastos da casa episcopal", disse uma fiel, que preferiu não se identificar.
O grupo que contesta as contas informou que não recolheria o dízimo até que as medidas fossem atendidas. A diocese disse, na época, que o custo das 33 paróquias é de cerca de R$ 12 milhões por ano. Já a arrecadação, no mesmo período, é de R$ 16 milhões. O restante é destinado ao fundo de cada unidade.
Dom José Ronaldo alegou na época que não tocava no dinheiro e que não houve o pedido, por parte do grupo, para a apresentação de contas.
"Não tem nada de impropriedade. Não toco nos repasses financeiros das paróquias que são destinados à manutenção das necessidades da Diocese, casa do clero, seminário, estrutura da cúria, funcionários etc.", declarou. Fonte: https://g1.globo.com
Teologia do Coração de Cristo.
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*Karl Rahner
Ao falar do Coração de Jesus recorre-se de um modo ou de outro ao termo "símbolo". O sagrado Coração é um símbolo do amor de Cristo. Não se trata, porém, de um símbolo indicativo que se baseia numa convenção: a bandeira é símbolo. Há o que se chama o símbolo essencial ou real com uma base ontológica. Rahner procura ligar intimamente o ser ao conceito de sinal, fazendo do significado de si mesmo uma necessidade íntima do próprio ser. Em seguida aplica esta ontologia à economia da salvação em geral, e em particular à SSma Trindade, à cristologia, à eclesiologia e aos sacramentos. Tendo presente o mistério da Trindade como já revelado e que, como fonte de toda a realidade, imprime nas criaturas um vestígio de si, Rahner propõe o conceito de símbolo essencial e autêntico, como um bem distinto do símbolo puramente indicativo.
O fundamento da simbologia, pela qual uma realidade torna presente a si mesma e aos outros uma realidade diversa e faz com que ela "esteja aqui", encontra-se na unidade e na complexidade do ser em geral. Por isso, o ser é por si mesmo necessariamente simbólico, porque se exprime de modo necessário, para encontrar a sua própria essência.
Mediante o símbolo verdadeiro e próprio, um ser realiza-se a si mesmo noutra realidade, que faz parte da sua constituição essencial. Isto verifica-se sobretudo no ser espiritual, que se compreende através da sua inteligência e se ama mediante a sua vontade, a tal ponto que é mais ou menos perfeito na medida em que é conhecível e conhecido. Desta maneira a ontologia do símbolo une-se à estrutura da entidade espiritual e alcança-se assim o modo supremo em que a entidade [e, em si mesma simbólica.
A ação salvífica de Deus sobre o homem, desde o início até à sua realização, acontece mediante o símbolo em que Deus se revela e se comunica de maneira histórica e compreensível. Exige-o a constituição unitária do homem, que é espírito encarnado. Por isso o corpo é símbolo da alma, dado que ela o informa, nele se realiza a si mesma, adquire consciência de si e se manifesta. Nesta unidade de símbolo e de realidade simbolizada, de corpo e de alma, os membros separadamente não são elementos que se unem uns aos outros apenas a nível material, mas são partes vitalmente unidas a todo o conjunto, embora naturalmente cada uma de maneira diferente.
Partindo da revelação, Rahner lança o fundamento supremo e radical do símbolo real e intrínseco na teologia do Verbo, no âmbito trinitário e do Verbo na sua encarnação para a nossa salvação.
Porém, o Verbo assume na sua Pessoa a nossa natureza humana e torna-se o símbolo absoluto de Deus no mundo, sempre repleto da realidade simbolizada. Além de ser a presença e a revelação daquilo que Deus é em si mesmo, exprime o que Deus é em si mesmo, exprime o que Deus quis ser para o mundo, de maneira irrevocável e indelével.
Convencido de que não pode haver uma teologia que não tenha como sujeito o símbolo, Rahner vê a Igreja como um sinal visível, autêntico e eficaz de Cristo morto e ressuscitado, sinal repleto da graça que o Redentor trouxer de maneira definitiva ao mundo. A Igreja é realmente distinta de Cristo, assim como nele a divindade é, na verdade, distinta da humanidade.
Porém distinguir não significa separar. Na Igreja existe uma profunda unidade entre estes dois aspectos diversos, mas na realidade inseparáveis. Cristo e a graça do Espírito Sano não devem ser procurados fora da Igreja. O Pai, mediante o Filho encarnado, morto e ressuscitado e operante, com o seu Espírito, comunica-nos a vida divina na Igreja, ou seja, simbólica.
No fim dos tempos, não subsistirão mais quaisquer símbolos, como as estruturas oficiais da Igreja, e também os seus verdadeiros e próprios sacramentos, através dos quais o Pai em Cristo se comunicou aos homens, enquanto eles O vêem "como que num espelho, de maneira confusa" (1 Cor 13,13). Rahner declara com vigor que a humanidade de Cristo conserva a sua função simbólica também pela visão imediata de Deus. Por isso,no ensaio O significado perene da humanidade de Cristo na nossa relação com Deus, ele escreve com toda clareza: A fé dá testemunho de que a humanidade criada de Cristo é o centro indispensável e perene pelo qual toda a criatura deve passar para encontrar a coração da sua validade permanente diante de Deus. Ele é a entrada e a porta, O Alfa e o ômega, pois abarca tudo. Na humanidade de Cristo a criação encontra a sua consistência. Quem o vê, vê o Pai; quem não o vê, a ele que é o Verbo encarnado, não vê sequer a Deus.
Rahner tira a conclusão da sua visão simbólica real do ser em geral, da única via da salvação em Cristo, cujo Coração significa o centro originário da sua existência humana. Deve existir um ato de culto fundamental, que só se pode dirigir a Deus através deste centro mediador. Neste ato, Cristo não pode e não deve ser apenas um nome simples nome ou um termo que traça na nossa vida religiosa consciente a realidade de Deus, inefável e sem nome. O vocábulo Coração designa verdadeiramente um coração humano, símbolo real, autêntico e verdadeiro de toda a pessoa de Jesus, que está de fato presente nele não só em si mesmo, mas também "por nós", no seu limite humano, na evidência descritível do seu amor que o caracteriza, sem porém o separar do amor de Deus.
Este amor divino que nos surpreende, porque pode esconder na sua origem abismal a graça e a justiça, a indignação e a piedade, só se tornou evidente para nós quando se encarnou objeto e termo, ou melhor, como centro de mediação, através do qual deve passar cada um dos nossos atos que quiserem verdadeiramente alcançar a Deus. Não se pode ser cristão sem atravessar incessantemente no movimento do nosso espírito , suscitado pelo Espírito Santo, a Humanidade de Cristo e o seu centro unificador, a que chamamos Coração. Nesta visão teológica simbólica do cristianismo, que ainda não foi devidamente desenvolvida, a devoção ao Sagrado Coração encontra a sua profunda legitimação para todos os tempos.
É uma devoção que não está a lento caminho do seu termo ou da perda da sua função no seio da Igreja. A devoção ao Sagrado Coração tem uma longa história. Já a partir da reflexões dos Padres da Igreja e sobretudo dos místicos medievais sobre a ferida do Lado de Cristo, Mas no século XVII, no âmbito de uma sociedade, cuja mensagem cristã era acolhida como uma realidade óbvia e, além disso, não contestada publicamente. Numa sociedade deste gênero, homogeneamente cristã sob o ponto de vista externo, esta devoção foi uma admoestação a considerar com seriedade o cristianismo, a ser devoto de maneira pessoal e viva, partindo do centro mais intimo da existência.
O nosso tempo é caracterizado por um ateísmo não teórico mas prático. Há um indiferentismo no que diz respeito a todos os valores transcendentes: Uma civilização técnica e informatizada parece ameaçar de tornar quase impossível uma experiência originariamente religiosa. Rahner não excluía a hipótese de que a devoção ao Sagrado Coração cessasse de ser popular e se tornasse sobretudo própria de pessoas "espirituais e místicas" que nela encontrariam como que num ponto focal, a resposta do único Coração às instancias supremas do seu coração humano. Paulo VI em 1965: "O culto ao Sagrado Coração seja por todos considerado como uma forma extremamente nobre e digna daquela verdadeira piedade de que, na nossa época, de forma especial pelo Concílio Vaticano II, é pedida com insistência em relação a Jesus Cristo, Rei e Centro de todos os corações, Cabeça do corpo que é a Igreja ... o Princípio, o Primogênito entre os vivos, a fim de que Eele tenha o primado em tudo (Investigabiles divitias Christi). Em Redemptor hominis João Paulo II definiu o mistério do homem com referência ao Coração de Cristo.
Neste início do novo milênio parece já superada a incredulidade de cunho iluminista que predominou por tanto tempo. As pessoas sentem uma forte saudade de Deus, mas acabaram por perder o caminho do santuário interior, onde acolher a sua presença. Aquele santuário é precisamente o coração onde a liberdade e a inteligência se encontram com o amor do Pai que está nos céus. O Coração de Cristo é a verdadeira sede universal da comunhão com Deus Pai, é a sede do Espírito Santo. Para conhecer Jesus e viver em sintonia com o seu Coração, amando como Ele, a Deus e ao próximo.
*Pensamento de Karl Rahner: Símbolo, simbolismo- Teologia do símbolo. Osservatore Romano. 04/10/2013.
TERÇA-FEIRA 20. HOMILIA DO PAPA: Ohar o crucifixo para superar os desertos da nossa vida
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Na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta, o Papa Francisco convidou os fiéis a olharem para o crucifixo todas as vezes que sentirem cansados diante das dificuldades da vida.
Cidade do Vaticano
Olhar o Crucifixo nos momentos difíceis, quando o coração está deprimido: este é o convite que o Papa Francisco fez na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta (20/03/2018).
O Pontífice iniciou a sua reflexão a partir da Primeira Leitura (Nm 21,4-9), na qual se narra a desolação vivida pelo povo de Israel no deserto e o episódio das serpentes que mordem o povo. Tiveram fome e Deus respondeu com o maná e depois com as codornas, tiveram sede e Deus lhes deu água. Depois, com o aproximar-se da terra prometida, alguns deles manifestaram ceticismo porque os espiões enviados por Moisés tinham dito que era uma terra rica de frutas e de animais, mas habitada por um povo alto e forte, bem armado. E, portanto, expressavam as razões do perigo de ir ali.
“Olhavam para a própria força e tinham se esquecido da força do Senhor, que os havia libertado da escravidão de 400 anos”, notou o Papa.
Memória doentia
Em síntese, “o povo não suportou a viagem”, assim como as pessoas que “iniciam uma vida para seguir o Senhor”, mas a um certo ponto as provações as superam. É aquele momento da vida em que alguém diz: “Chega! Eu paro e volto para trás” e se pensa com remorso sobre o passado: “quanta carne, quantas cebolas, quantas coisas boas comiam ali”.
O Papa convidou, porém, a ver a parcialidade desta “memória doentia”, desta saudade distorcida porque aquela era a refeição da escravidão, quando eram escravos no Egito.
Essas são as ilusões que o diabo traz: mostra o lado bom de algo que você deixou, do qual você se converteu no momento da desolação do caminho, quando você ainda não chegou à promessa do Senhor. É um pouco como o caminho da Quaresma. Sim, podemos pensar assim; conceber a vida como uma Quaresma: sempre existem as provações e as consolações do Senhor, tem o maná, a água, existem os pássaros que nos dão de comer… mas aquela comida era melhor. Mas não se esqueça que comia à mesa da escravidão!
Criticar Deus é envenenar a alma
Esta experiência – destacou o Papa – acontece com todos nós quando queremos seguir o Senhor, mas nos cansamos. Mas o pior é que o povo criticou Deus e “criticar Deus é envenenar a alma”. Talvez alguém pensa que Deus não o ajude ou que tem que superar muitas provações. Sente o “coração deprimido, envenenado”. E as serpentes, que mordiam o povo como narra a Primeira Leitura, são exatamente “o símbolo do envenenamento”, da falta de constância em seguir o caminho do Senhor.
Moisés, então, intercede junto ao Senhor, o qual responde pedindo que façam uma serpente de bronze e a coloquem no alto de uma hasta. Esta serpente curava todos os que haviam sido atacados pelas serpentes por ter criticado Deus: “Esta serpente era profética: era a figura de Cristo sobre a cruz”.
Está aqui a chave da nossa salvação, a chave da nossa paciência no caminho da vida, a chave para superar os nossos desertos: olhar o crucifixo. Olhar Cristo crucificado. “E o que devo fazer, Padre?” – “Olhar. Olhar as Chagas. Entre nas Chagas”. Por aquelas Chagas fomos curados. Você se sente envenenado, triste, sente que a sua vida não tem sentido, está cheia de dificuldades e de doenças? Olhe para lá.
Olhar para o crucifixo
Nesses momentos, portanto Francisco convida a olhar “o crucifixo feio, isso é o real” porque “os artistas fizeram crucifixos bonitos, artísticos”, alguns de ouro e pedras preciosas. E isso - destaca – “nem sempre é mundanidade” porque quer significar “a glória da cruz, a glória da ressurreição”. “Mas quando você se sente desse jeito, veja isso: antes da glória”, ressalta o Papa.
Então Francisco recorda de quando era criança e ia com a sua avó na Sexta-feira Santa: fazia-se a procissão de velas na paróquia e vinha o Cristo deitado em mármore, em dimensões naturais. E quando chega o Cristo deitado, a avó nos fazia ajoelhar: “Olhe bem para ele” - dizia – “mas amanhã ele ressuscitará!”. De fato, naquela época, antes da reforma litúrgica de Pio XII, a ressurreição se celebrava na manhã de sábado, não no domingo. E então, a avó, na manhã de sábado, quando se ouviam os sinos da ressurreição, nos fazia lavar os olhos com água, para ver a glória de Cristo.
Ensinem seus filhos a olhar para o crucifixo e para a glória de Cristo. Mas nós, nos maus momentos, em momentos difíceis, envenenados um pouco por ter dito em nossos corações qualquer desilusão contra Deus, olhemos para as feridas. Cristo elevado como a serpente: porque ele se fez serpente, ele se aniquilou para vencer “a serpente do mal”. Que a Palavra de Deus hoje nos ensine este caminho: olhar para o crucifixo. Acima de tudo, no momento em que, como povo de Deus, nos cansamos da viagem da vida. Fonte: http://www.vaticannews.va
“REZO PELA MORTE FELIZ DO PAPA FRANCISCO”: A Polêmica na Polônia
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Rezo pela sabedoria para o Papa, porque o coração está aberto ao Espírito Santo, e se ele não o fizer, rezo pela sua rápida partida para a Casa do Pai. Eu sempre posso pedir a Deus uma morte feliz por ele, porque uma morte feliz é uma grande graça - disse em uma homilia pronunciada em 25 de fevereiro, Pe. prof. Edward Staniek, ao listar a opinião errada, em sua opinião, de Franciszek, ao qual o teólogo creditou abertamente aos muçulmanos e aqueles que viviam em estado de pecado mortal.
Na homilia entregue na igreja das Irmãs Felicianas. Coração imaculado da Santíssima Virgem Maria em Cracóvia, padre dr. hab. Edward Staniek chamou a atenção para a noção de autoridade. - Para Abraham, a mais alta autoridade era Deus e por que ele fez o que ele pediu. Este é o ato de fé em Deus. Existe nele o reconhecimento de Deus como autoridade suprema e contando apenas com ele - disse o sacerdote observando que, nas páginas do Evangelho, o Deus o Pai indicou como autoridade de seu Filho. Em uma visão, o Senhor mostrou aos apóstolos que a autoridade de Jesus Cristo é maior que a possuída pelas duas maiores autoridades do Antigo Testamento - o legislador de Moisés e o profeta Elijah.
- Quem é a maior autoridade para mim? Jesus? - perguntou o Pe. prof. Staniek, ao mesmo tempo, explicou que a autoridade é o respeito por alguém responsável, por uma pessoa merecedora de confiança por algum motivo, por exemplo, especialização em um determinado campo. O respeito por essa pessoa conta com sua opinião. " O fundamento da autoridade é responsabilidade do homem " , disse o pregador, observando também a atenção ao relacionamento íntimo de um homem com autoridade e verdade.
- Meu Deus é uma responsabilidade e me cria à Sua imagem e à Sua imagem. Ele é a autoridade. E eu devo ser cem por cento a autoridade responsável pela minha palavra, pensamentos e ações - disse o Pe. prof. Edward Staniek também se refere à autoridade na Igreja. O sacerdote criticou a atribuição automática de autoridade àqueles que ocupam funções da igreja, do papa pelos cardeais e bispos aos superiores das províncias religiosas e dos padres da paróquia. Tal atitude pode causar espanto, porque às vezes as pessoas em posições não têm autoridade, embora possam encomendar.
- A autoridade não é recebida, a autoridade cresce. Na Igreja, a única autoridade é Jesus. Não o Papa, nem a hierarquia, nem os superiores. Jesus. E com base em Sua autoridade, a Igreja vive. Quem está na igreja está no candelabro e imita Jesus em sua vida irradia sua autoridade. Um candelabro alto dá poder, mas não dá autoridade - lembrou o retratista, observando que as pessoas no candelabro não só não têm autoridade, mas às vezes pior.
- O papa Francisco em um alto candelabro, sob pressão dos acordos, se afasta claramente de Jesus em dois pontos: ele interpreta mal a sua misericórdia - disse o Pe. prof. Edward Staniek.
- Em nome da misericórdia, ele chama paróquias e dioceses a abrir a porta para os seguidores do islamismo. Como religião, eles são hostis ao Evangelho e à Igreja. Eles mataram milhões em guerras religiosas. E nós, poloneses, lembrando a vitória sobre seus exércitos perto de Viena, melhor do que outros entendem que não há como conversar sobre o diálogo com eles. Podemos mostrar piedade aos crentes muçulmanos que estão morrendo de fome ou sede. As portas da diocese e da paróquia podem estar abertas apenas aos crentes em Jesus Cristo - disse o padre Edward Staniek em uma homilia entregue em 25 de fevereiro de 2018.
- O segundo ponto da miséria mal-entendida é abrir a porta para a Eucaristia, a comida do santo, para as pessoas que escolhem o pecado como seu mundo. Eles podem ter acesso à Eucaristia enquanto se arrependerem e se arrependerem de seus pecados. Quem sabe o que é a santidade da Sagrada Comunhão, isto antes do Santo Pão dobrar os joelhos e bater no peito: "seja misericordioso comigo, pecadores" do que estender a mão ou a língua para consumir o Pão Sagrado. Para o profano, é uma comida mortal, porque é um sacrilégio. Admitir as pessoas profanas à santidade na Igreja é uma profanação dos sacramentos - observou o padre.
- Qual é a direção do Papa? Eu não sei. Qual é o propósito de seu discurso? Eu também não sei. Eu sei como essas declarações são usadas em mídias dedicadas à destruição de Jesus e Sua Igreja. Rezo pela sabedoria para o Papa, porque o coração está aberto ao Espírito Santo, e se ele não o fizer, rezo pela sua rápida partida para a Casa do Pai. Eu sempre posso pedir a Deus uma morte feliz para ele, porque uma morte feliz é uma grande graça - disse o teólogo e patrólogo no sermão.
- Se o Papa não ouve Jesus do Monte Tabor, ele não participa da Sua autoridade. A Igreja de Cristo não é construída no poder. É construído com autoridade. Aquele que valoriza o poder acima da autoridade é o corpo estranho na Igreja de Jesus. Ouçamos a Jesus, assim como o próprio Pai no Monte Tabor nos recomendou - encerrou a homilia do Pe. prof. Edward Staniek.
Padre prof. Staniek é uma grande autoridade teológica da Igreja na Polônia. Ele foi um reitor do seminário em Cracóvia há muito tempo, escreveu várias dúzias de livros, foi membro do Comitê de Ciências Teológicas da Academia Polaca de Ciências.
Fonte: kjb24.pl/ MWL; http://www.pch24.pl
Arcebispo polonês censura padre que desejou e rezou pela morte do Papa
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Um arcebispo polonês criticou, no último sábado, um sacerdote conservador do devoto país católico que, no mês passado, teria desejado a morte antecipada do Papa Francisco caso ele não mudasse sua perspectiva. A reportagem é publicada por Religión Digital, 18-03-2018. A tradução é de André Langer.
“Tomei conhecimento, com grande dor e tristeza, dos recentes comentários do padre Edward Staniek sobre o Papa Francisco”, disse o arcebispo de Cracóvia, Marek Jedraszewski, em um comunicado.
A imprensa local informou no sábado que Staniek fez uma homilia no mês passado, na qual teria dito: “Rezo pelo juízo do papa, para que seu coração se abra ao Espírito Santo e, caso não o fizer, rezo por sua rápida partida para a Casa do Senhor”.
“Eu sempre posso pedir a Deus para que tenha uma morte feliz, porque uma morte feliz é uma grande graça”, disse em uma igreja de Cracóvia, no sul da Polônia.
Staniek referiu-se ao que ele considerava “opiniões equivocadas do papa”, como a sua abertura aos muçulmanos, de acordo com a imprensa local.
Muitas igrejas na Polônia consideram o papa latino-americano liberal demais, e ainda seguem os ensinamentos mais conservadores de João Paulo II, o falecido papa polonês que ocupou o trono de São Pedro entre 1978 e 2005. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Padre de 81 anos é xingado ao citar Marielle durante missa em Ipanema
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Durante a homilia, Mario de França Miranda comentou trecho da Bíblia que fala do grão de trigo, que ao morrer produz frutos. Ele deu vários exemplos, como o da vereadora Marielle
Rio de Janeiro – Um padre de 81 anos foi interrompido e xingado por dois homens enquanto celebrava uma missa numa igreja de Ipanema, zona sul do Rio, na manhã de domingo, após citar o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL). Os dois foram retirados da igreja e o padre continuou a celebração. O caso não foi denunciado à Polícia Civil. Pároco responsável pela paróquia lamentou o fato de nenhum fiel ter defendido o padre.
O padre Mario de França Miranda, de 81 anos, que também é professor da PUC-Rio, estava celebrando a missa das 10h30 na Paróquia da Ressurreição, quando, durante a homilia, citou a vereadora assassinada na última quarta-feira (14), no centro do Rio.
"Fiz a homilia normal, explicando um pouco o texto, e citei Martin Luther King, dom Oscar Romero e pessoas que estão tentando melhorar a sociedade, como Jesus também tentou melhorar e foi assassinado precocemente. O Evangelho fala que o grão cai na terra e dá frutos. Então, eu falei que frutos são esses. Mostrei que quando se mata uma pessoa parece que tudo termina, mas não. No caso de Jesus, ele influenciou toda a humanidade. E frutos também são aquelas pessoas que tentam seguir esse exemplo: que têm uma vida difícil, mas com sentido, e que causam muita paz por fazer o bem", contou o padre, em entrevista ao jornal O Globo.
Quando citou Marielle, dois homens começaram a gritar e xingar o padre. "Quando houve a reação dos dois homens tinha umas 500 pessoas na igreja e eu pensei: tenho que tocar a missa. Não ia ficar preso a um tumulto que lá no fundo da igreja apareceu. Duas pessoas revoltadas. Me xingaram de tudo. Logo, eles foram retirados da igreja e eu consegui recolocar a missa em oração", afirmou. Ao final da missa, fiéis se solidarizaram com o padre e o parabenizaram pela homilia.
O padre José Roberto Devellard, responsável pela Paróquia da Ressurreição, comentou o caso em texto postado no Facebook. Ele não presenciou o episódio, mas disse que "o sacerdote não falou de partidos nem de ideologias". "No Evangelho João 12, 20-33 ao entrar no Espírito da Semana Santa, os versículos 24 e 25 falam do grão de trigo, que ao morrer produz frutos.
O sacerdote deu vários exemplos, entre tantos o da vereadora Marielle. A homilia foi interrompida por uma pessoa da assembleia, que não gostando usou palavras de baixo calão para ofender o sacerdote, profanando assim o templo", escreveu.
"O padre Mário França é um dos melhores teólogos do Brasil. Foi membro da comissão de teólogos de todo o mundo. Recebeu o prêmio Cardeal Ratzinger de teologia como bons serviços prestados à teologia. Uma preocupação assustou-me: ninguém foi capaz de levantar a voz na igreja para defender o sacerdote!"
O texto, publicado no perfil da Igreja da Ressurreição e acessível a todos, havia gerado 30 comentários até as 17h30 desta segunda-feira, a maioria defendendo o padre. O primeiro deles, no entanto, é uma crítica ao sacerdote: "A igreja não deve se meter com política, ainda mais com essa onda de divisão da sociedade implantada pelo governo.... Erro do padre, erro da Igreja", escreveu um internauta. "Deveriam todos respeitar a igreja, mas não aceito o padre falar dessa senhora, quando estamos vivendo um massacre. Deveria o padre falar em nome de todos... policiais, médico morto na Lagoa etc", escreveu outra pessoa. A respeito desse comentário, um internauta alertou: "Cuidado, há um morcego entre os passarinhos!". Fonte: https://www.em.com.br
SAINDO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP
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Reflexão para a Solenidade de São José
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Leão XIII e Bento XVI recomendaram aos fiéis a especial devoção a São José, chegando este último papa a inserir no missal um prefácio próprio. O Papa Francisco ordenou que, em todas as Orações Eucarísticas da Santa Celebração, fosse pronunciado o nome de São José.
Padre Paulo de Souza OSB - Mosteiro de São Geraldo, São Paulo
Neste venerável homem de Deus, resplandece a santidade que o Pai Celeste gostaria de ver em todos os seus filhos e filhas. Depois da Virgem Maria e, obviamente, do próprio Jesus, a quem ele criou como pai adotivo, não há maior modelo de fé e de amor a Deus.
Além disso, como Esposo da Beatíssima Virgem, São José se torna espelho para todos os pais e maridos. Foi louvado desde os tempos apostólicos e, com especial deferência, pelos Padre da Igreja.
São Jerônimo louva sua extraordinária fé e virgindade. São João Crisóstomo fala com ternura de seus gozos e de suas dores. Santo Agostinho diz que ele foi verdadeiro pai de Jesus, com exceção do nascer fisicamente dele.
Já no século IV, quando Constantino passou a dedicar templos a Jesus e a Maria, Santa Helena quis uma igreja em sua honra. Nos séculos XII e XIII os beneditinos e carmelitas difundiram muito o seu louvor. São Bernardino de Sena foi seu grande propagandista. Santa Teresa de Ávila chegou a dizer: “Não me lembro de ter-me dirigido a São José, sem que tivesse obtido tudo o que pedia”.
José pertencia à tribo de Judá e à casa de Davi. Estabeleceu-se em Nazaré, numa vida simples e pobre, apesar de seu sangue real. Os Padres dizem que foi desígnio do próprio Deus. Modesto carpinteiro, seu ofício era fazer arados de madeira e utensílios rústicos de camponeses. Provavelmente tinha irmãos e irmãs que foram pais ou mães daqueles a quem o Evangelho chama de irmãos de Jesus.
Em Nazaré, José conheceu Maria, jovem de sua tribo, modesta como ele, espiritual e recolhida. O Espírito Santo uniu aqueles dois corações, e eles se amaram com o amor mais puro que pode haver entre duas criaturas de Deus.
Combinaram o matrimônio e deram entre si a Palavra de que haveriam de conservar a virgindade perpétua. José, homem bondoso, pensou unicamente na felicidade de Maria que vivia só, uma vez que seus pais idosos já haviam falecido e ela não tinha irmãos. Deus lhe inspirou que fosse o amparo daquela jovem cândida e inocente.
Dizem algumas fontes e tradições que Maria estava na faixa dos quinze anos quando se desposou, e José estava com trinta. Nos sarcófagos e monumentos dos quatro primeiros séculos, a figura de José é de um exímio e dedicado operário.
Os planos de Deus para ele eram que fosse sustentáculo da Sagrada Família e o amparo de honra da Virgem. A castidade não era fruto precisamente da idade, como alguns o imaginaram, mas da virtude e da graça de Deus.
São Mateus diz que José era um homem justo, cumpridor da Lei. Quando percebeu que sua jovem esposa estava grávida, diante dele despontaram dois caminhos: o legal, que previa a denúncia e prejudicaria a esposa; e o privado, que o levava a romper secretamente seus compromissos. Ele escolheu este último, pois de modo algum desejava expor Maria às penas de uma lei tão severa, que envolvia o apedrejamento. Grande virtude a de São José!
O anjo do Senhor veio em defesa de Maria e revelou a ele o Mistério. Sua esposa tinha concebido por obra do Espírito Santo. Era milagre! José acreditou e tomou consigo Maria como esposa e a amou com grande ternura espiritual.
A atividade posterior de São José é conhecida na viagem a Belém, na fuga para o Egito e no serviço da casinha de Nazaré, onde ele morreu. Jesus estava na idade de poder trabalhar para si e para a Mãe. Tinha terminado o papel de José como guarda de Jesus e da virgindade e da honra de Maria. Servo bom e fiel, cumpriu com muito amor e fé a sua missão. No Céu, entrou no gozo de seu Senhor, para ser Guarda e Patrono da Igreja. É, de certa forma, nosso pai também.
O Papa Clemente XI (1700-1721) compôs os hinos e declarou que esta solenidade deveria ser celebrada em toda a Igreja no dia 19 de março, e colocou todas as missões da China sob sua proteção.O Papa Pio IX declarou, em 1871, São José como padroeiro de toda a Igreja. Leão XIII e Bento XVI recomendaram aos fiéis a especial devoção a São José, chegando este último papa a inserir no missal um prefácio próprio.
Pio XII estabeleceu, em 1955, a festa de São José, operário, que ainda hoje se celebra no dia 1 de maio. João XXIII incluiu o nome de São José no Cânon Romano, que no tempo era o único da Missa. Enfim, nosso atual Papa Francisco ordenou que, em todas as Orações Eucarísticas da Santa Celebração, fosse pronunciado o nome de São José. Fonte: http://www.vaticannews.va
Padres , Bispo e Monsenhor presos, envolvidos em desvio de dinheiro em Goiás.
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Bispo e padres são presos acusados de desviar R$ 1 milhão em Goiás
Operação foi batizada de Caifás
O bispo de Formosa (GO), José Ronaldo Ribeiro, o vigário-geral e outros 4 padres foram presos na manhã desta 2ª feira (19.mar.2018) suspeitos de desvio anual de R$ 1 milhão da diocese do interior de Goiás.
Segundo a investigação do MP-GO (Ministério Público de Goiás), o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de dízimos, doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos como batismos e casamentos.
A ação, batizada de Caifás, também revelou que os criminosos usaram uma parte do dinheiro para comprar uma fazenda de gado e uma casa lotérica na cidade de Posse, também no interior de Goiás. As propriedades foram colocadas em nomes de laranjas.
Ao todo, estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão em 3 municípios de forma simultânea, sendo 9 de prisão e 5 de busca e apreensão em Formosa; 3 de prisão e 4 de busca e apreensão em Posse; e 1 de prisão e 1 de busca e apreensão em Planaltina, todos contra lideranças religiosas ou administrativas ligadas à Igreja Católica.
As investigações se iniciaram após o MP ter recebido denúncias fiéis dando conta que os desvios haviam sido iniciados em 2015. Acionado, o órgão apurou as denúncias que culminaram com a operação. Fonte: https://www.poder360.com.br
5º DOMINGO DA QUARESMA: Se o grão de trigo não morrer...
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Entre os que tinham ido à festa para adorar a Deus, havia alguns gregos. Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e disseram: «Senhor, queremos ver Jesus». Filipe falou com André; e os dois foram falar com Jesus.
Jesus respondeu para eles, dizendo: «Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. Eu garanto a vocês: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la; quem despreza a sua vida neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna. Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo. Se alguém serve a mim, o Pai o honrará. Agora estou muito perturbado. E o que vou dizer? Pai, livra-me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, manifesta a glória do teu nome!»
Então veio uma voz do céu: «Eu manifestei a glória do meu nome e vou manifestá-la de novo.» A multidão que aí estava ouviu a voz, e dizia que tinha sido um trovão. Outros diziam: «Foi um anjo que falou com ele.» Jesus disse: «Essa voz não falou por causa de mim, mas por causa de vocês. Agora é o julgamento deste mundo. Agora o príncipe deste mundo vai ser expulso e, quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim.» Jesus assim falava para indicar com que morte ia morrer.
Leitura do Evangelho segundo São João 12,20-33 (Correspondente ao Quinto domingo de Quaresma, do ano litúrgico do ciclo B). O comentário é de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.
Se o grão de trigo não morrer...
Os judeus se dirigem a Jerusalém para adorar na Festa. Jesus dirige-se também ali com seus seguidores e havia alguns gregos. Os gregos podiam ser estrangeiros simpatizantes do judaísmo.
O evangelho sinala que “queriam ver Jesus”. Tinham “vontade de ver Jesus”. Como disse José Antonio Pagola “É um desejo profundo de conhecer o mistério que se encerra naquele Homem de Deus. Também a eles lhes pode fazer bem”. (Disponível em: Só começamos a entender algo da fé quando nos sentimos amados por Deus).
Num primeiro momento se aproximaram de Filipe que fala com André e os dois foram falar com Jesus.
As pessoas que estavam junto a Jesus eram reconhecidas pela sua proximidade e confiança com o Mestre. Por isso, para quem busca conhecer Jesus, são testemunhas e intermediários desse caminhar junto ao Senhor.
Neste pequeno trecho apreciamos a importância da presença dos gregos na Festa e seu desejo de conhecer Jesus. Chama a atenção que alguns gregos procurem Jesus e não intentem ir ao Templo, mas para eles era mais importante conhecer Jesus!
A resposta de Jesus não deve ter sido fácil de entender para Filipe e André. A que hora refere-se? Jesus nas Bodas de Caná tinha dito a sua mãe que estava ali: “Minha hora ainda não chegou” (2,4) e agora disse que “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado).
Esta hora é relacionada imediatamente com a morte para produzir fruto abundante. Ele sabe que deve morrer para gerar vida. Por isso disse que o “grão do trigo deve morrer para não ficar sozinho, porque se ele morre produz muito fruto”. É a hora da exaltação de Jesus, de sua morte e ressurreição, duas realidades inseparáveis de um único acontecimento: a Páscoa de Jesus.
Jesus falava para pessoas acostumadas a semear. Possivelmente ficavam preocupadas com as sementes que tinham espalhado para que “morram” na terra e a vida que está nascendo nelas possa se libertar. Assim cresce uma vida nova, “dá fruto abundante”.
Como disse o teólogo Carlo Molari: “Esse processo nunca é apenas individual, mas pressupõe e envolve ambientes vitais. O primeiro problema, por isso, é comunitário: que ambiente vital a comunidade é capaz de criar, de modo a fazer florescer e amadurecer os gérmens de ressurreição?” (Disponível em “A metáfora da semente. Gérmens de ressurreição na Igreja”)
Quando os gregos perguntam por Jesus, ele reconhece que chegou sua hora e convida aos que desejam segui-lo a realizá-lo até o fim. Ser seus discípulos e suas discípulas não é estar ao seu lado como uma ajuda ou companhia. Jesus esclarece: “Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo”.
Jesus nos apresenta a sua opção de vida, doá-la até o extremo, morrer para oferecer à humanidade o nascimento de um novo caminho de liberdade, de comunhão fraterna com Deus.
Como dizia José Marti: ‘morrer é fechar os olhos para ver melhor’, ver Deus e as realidades bem-aventuradas que desde sempre nos preparou”.
E o teólogo Leonardo Boff disse: “Não considero a morte como o fim da vida. Morrer é um acabar de nascer. A vida vai para além da morte. ("Morrer é penetrar no coração do universo onde todas as teias de relação encontram o seu nó de origem e de sustentação". Entrevista especial com Leonardo Boff)
O/a seguidor/a de Jesus é aquele/a que por amor a ele está disposto/a não transigir com as estruturas que geram morte no ser humano, que ocasionam injustiças, discriminação, desigualdade, racismo acrescentando a ilegalidade e pobreza. Estruturas que só contribuem à morte das pessoas através dos vínculos estabelecidos.
Jesus nos convida a entregar a vida como ele por amor. Deus é Pai de todos os seres humanos e a vida entregue de Jesus é a manifestação mais plena desse amor sem limites. Deus ama a vida em todas suas situações, sem distinção de pessoa nem cultura, nem religião! Por isso foi muitas vezes abandonado pelos seus amigos e amigas, incompreendido, ficou sozinho, mas foi honrado pelo Pai. E assim convida-nos a cada um/a de nós a viver como ele porque “Se alguém serve a mim, o Pai o honrará.
Estamos dispostos a morrer pela causa de nosso Irmão maior, portanto, pela causa de nossos irmãos e irmãs, para assim nossos povos terem vida, e vida em abundância. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Papa Francisco: ser sacerdotes Pais e não funcionários do sagrado
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Francisco respondeu que “o sacerdote deve ser sempre um homem em caminho, um homem que escuta e nunca está sozinho: deve ter a humildade de ser acompanhado”.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco encontrou-se, na manhã desta sexta-feira (16/03/ 2018), na Sala Paulo VI, no Vaticano, com os seminaristas e sacerdotes que estudam nos Pontifícios Colégios Eclesiásticos em Roma.
Um encontro inesquecível ao qual eles se prepararam por muito tempo com cantos, orações e leituras. Após o acolhimento festivo do Papa Francisco, o prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Beniamino Stella, iniciou o diálogo com o Pontífice que respondeu cinco perguntas centradas na formação e na espiritualidade sacerdotal. Muitas indicações propostas pelo Papa, mas também brincadeiras e risadas.
Sacerdotes em caminho e que saibam ouvir
A primeira pergunta foi lida por um seminarista francês, representante dos europeus. Ele perguntou ao Papa como manter unido o ministério de presbítero com a humildade de sentir-se discípulos e missionários. Francisco respondeu que “o sacerdote deve ser sempre um homem em caminho, um homem que escuta e nunca está sozinho: deve ter a humildade de ser acompanhado”.
Discernimento é fundamental
É muito importante ter discernimento para entender como seguir adiante, discernir entre que é bom e o que não é. E isto Francisco explicou respondendo à segunda pergunta lida por um seminarista africano proveniente do Sudão. São duas as condições para um discernimento verdadeiro: que seja feito na oração, diante de Deus, e que seja feito confrontando-se com o outro, um guia capaz de ouvir e dar orientações. “Quando não há discernimento na vida sacerdotal, há rigidez e casuística. Existe a incapacidade de ir adiante. Tudo se torna fechado e o Espírito Santo não trabalha.”
O Papa disse aos sacerdotes para terem o Espírito Santo como companheiro de caminhada. Disse que muitas vezes temos medo do Espírito Santo e queremos engaiolá-lo. Não basta ser bons e viver como se o Espírito Santo não existisse.
Formação humana do presbítero
Um sacerdote mexicano, em nome de todos os demais da América Latina, perguntou ao Papa como é possível manter o equilíbrio integral do sacerdote ao longo de seu percurso de vida. O Papa respondeu sublinhando a importância da formação humana do presbítero. “É preciso ser pessoas normais, humanas, capazes de se alegrar com os outros, de sorrir, ouvir em silêncio um enfermo e consolar fazendo um carinho. É preciso ser pais, ser fecundos e dar vida aos outros. Sacerdotes pais e não funcionários do sagrado ou empregados de Deus.”
A espiritualidade do sacerdote diocesano
Dos Estados Unidos, um diácono pergunta-lhe quais são os traços da espiritualidade do sacerdote diocesano, que, portanto, não se refere aos ensinamentos de um fundador ou de um outro. O Papa responde com uma palavra: “diocesanidade”. E isso significa que o sacerdote deve cuidar do relacionamento com seu bispo, mesmo que seja um tipo difícil, com os seus irmãos sacerdotes e com as pessoas da sua paróquia que são seus filhos. Se vocês trabalharem nestas três frentes - disse Francisco - vocês se tornarão santos.
Cuidar da formação humana
A última pergunta feita ao Papa, foi de um sacerdote das Filipinas, sobre a formação permanente. O Papa recomenda cuidar da própria formação: humana, pastoral, espiritual, comunitária. E diz que a formação permanente nasce da consciência da própria fraqueza. É importante conhecer os próprios limites. Então, imersos na cultura contemporânea, perguntar-se sobre como se vive a comunicação virtual, como se usa o próprio celular, preparara-se para enfrentar as tentações sobre a castidade – que virão, disse o Papa - e depois cuidar-se do orgulho, da atração pelo dinheiro, pelo poder e pelo conforto.
Bianca Fraccalvieri esteve na Praça São Pedro e conversou com alguns sacerdotes que participaram do encontro com o Papa Francisco esta manhã. Fonte: http://www.vaticannews.va
'Sósia' de Lula em folheto de missa provoca reação nas redes sociais
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Segundo a editora Paulus, responsável pelo material, o desenho foi feito há mais de dois anos pelo ilustrador italiano Stefano Pachi.
À imagem e semelhança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou simples coincidência? Uma ilustração do folheto da missa de domingo, que chamou a atenção de fiéis nas igrejas do país pela semelhança de um dos personagens bíblicos com o petista, está rendendo polêmica nas redes sociais. Mas segundo a Editora Paulus, responsável pela produção do Semanário Litúrgico-Catequético, trata-se de um desenho feito há mais de dois anos por um artista italiano. A ilustração é de Stefano Pachi.
Muitos fiéis que participaram da missa no último domingo se surpreenderam ao receber, na entrada da igreja, o folheto para acompanhar a celebração. É que no alto da primeira página da publicação, há uma ilustração mostrando o encontro de Jesus e Nicodemos, que, prestando bem a atenção, é muito parecido com o ex-presidente petista.
A “teoria da conspiração” tomou conta da internet e muitos começaram a divulgar o folheto, dizendo se tratar da imagem de Lula. “Hoje fui à missa e me deparei com essa foto de JC (Jesus Cristo) batendo um papo com o Lula”, disse um internauta no Twitter. “O que significa o rosto de Lula em um folheto de missa”, perguntou outro. Os mais revoltados com a suposta provocação divulgaram uma montagem do planfleto com o Facebook do redator do livreto, dizendo que ele seria defensor do petista nas redes sociais.
Ataques virtuais
O redator da peça, Padre Nilo Luza, se tornou alvo de ataques no Facebook. Houve até quem falasse na excomunhão dele e o chamasse de herege. “Que vergonha ver um (padre) apoiando esse ladrão. Você vai pagar caro por apoiar um partido comunista, vai responder no tribunal Divino!”, disse uma usuária. Ele foi questionado sobre qual seria sua intenção ao “divulgar o comunismo na igreja de Jesus”. Outro crítico reclamou que havia posts de notícias políticas no perfil do religioso. “Triste o comportamento de certos padres e bispos da igreja católica no Brasil, eles sabem muito bem que o comunismo foi condenado pelos dez últimos papas.” Padre Nilo também recebeu apoio de alguns. "Esquenta não. Esse povo ta maluco mesmo", disse um internauta.
Nas igrejas da capital e Grande BH, houve comentários, que se estenderam para as redes sociais. “Será que o Lula está querendo pagar seus pecados?”, comentou um católico com bom humor. Já outro começou a imitar a voz característica do ex-mandatário e comentou, com respeito, que a semelhança era grande demais. “O olhar, principalmente. A barba nem falo...” Já o desenho de Jesus não lembra nenhum político, principalmente nenhum candidato à presidência da República.
Lula ou Nicodemos?
Durante a Liturgia da Palavra, foi feita a leitura: “Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 'Do mesmo modo como Moisés mandou levantou a serpente do deserto, assim é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna (…) Mas quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus”.
Numa pesquisa na Wikipédia, vem a explicação sobre o personagem bíblico. Nicodemos foi um fariseu, membro do Sinédrio, mestre da Lei, que, segundo o Evangelho de João, mostrou-se favorável a Jesus. A igreja católica venera-o como São Nicodemos. A Ordem Franciscana ergueu uma igreja que tem o seu nome e o nome de São José de Arimatéia em Ramla, Israel.
Desenho de artista italiano
Em nota, a Editora Paulus, que também chegou a ser alvo de críticas, informou que segue a linha editorial da Itália, inclusive com a mesma publicação. "Como informado na seção de créditos do folheto O DOMINGO, nº 12, de 11/3/2018, a imagem que retrata um diálogo entre Jesus e Nicodemos é uma ilustração do artista italiano Stefano Pachì, produzida há mais de dois anos, e não faz qualquer alusão à figura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva". Fonte: https://www.em.com.br
OLHAR CARMELITANO: Fatos da Vida de Teresinha
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A visão da Igreja
No tempo de Santa Teresinha, no fim do século passado, na França, a visão de igreja que predominava era proveniente do rigorismo do Jansenismo. Deus ficou distante. Um Deus exigente e moralista. A vida comunitária do Carmelo era marcada por esta visão de Deus. Havia um manual, feito em 1842, chamado “O Tesouro do Carmelo”. Era um resumo da espiritualidade dos mosteiros da França. Mistura proveniente de Santa Teresa e do Cardeal Bérulle. Tinha forte influência do rigorismo de Jansênio. O uso frequente deste manual fez com que não se liam os grandes mestres espirituais. De S. João da Cruz só se lia a Subida do Monte Carmelo. Espiritualidade rigorista, ascética, moralista e individualista. Na Biblioteca do mosteiro de Lisieux só havia um único exemplar da Bíblia traduzida para o francês e este nem sequer era completo, pois faltavam os livros deuterocanônicos. Para uma irmã poder ler a Bíblia precisava de licença da superior.
Teresinha nasce e cresce dentro deste contexto. Quando ela está no fim da sua vida, a gente capta dos escritos dela uma visão de igreja que significa uma ruptura com este modo de ser e de viver. Para avaliar a novidade de tudo isto que apareceu na vida dela, convém não esquecer que ela era uma moça de apenas 15 anos quando entrou no convento. Ela nunca frequentou escola nenhuma. Tinha vários problemas, mas decidida em seguir a vocação que sentia dentro de si mesma.
Deus como amor e ternura.
Em Teresinha transparece uma nova imagem de Deus, fruto da sua experiência. O seu jeito de lidar com Deus era uma crítica ao jansenismo. Na história de uma alma a gente consegue seguir mais ou menos a gênese desta novidade. A experiência da vivência do próprio pai, o trauma que viveu com a perda da mãe. A experiência vivida na noite de Natal em que de repente conseguiu superar o seu problema afetivo e ter um domínio maior.
Ela soube viver todos estas aspectos da sua vida em estreita ligação com a sua fé. Ela fazia da sua vida pessoal o que nós tentamos fazer hoje: ligar fé e vida. E houve uma iluminação mútua. Talvez aqui esteja uma das maiores contribuições de Teresinha: a nova imagem de Deus e a repercussão que isto tem na vida pessoal e comunitária das pessoas.
No coração de minha mãe a igreja eu serei o amor
Por exemplo, lendo sua vida, como jovem, sentia impulsos grandes e desejos enormes. Ela queria ser tudo ao mesmo tempo e percebia que isto não era possível. Mas por outro lado pensava, se este desejo existe em mim, deve haver um caminho para realiza-lo. Lendo a Bíblia, ela descobriu: “N coração de minha mãe a Igreja, eu serei o amor!”
Cinco anos com o Papa Francisco
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O primeiro Papa jesuíta, primeiro proveniente das Américas, primeiro com o nome do Pobrezinho de Assis, Francisco, 265º Sucessor de Pedro, deseja uma Igreja com as portas abertas que saiba anunciar a todos a alegria do Evangelho.
Sergio Centofanti, Silvonei José – Cidade do Vaticano
Cinco anos atrás, no dia 13 de março de 2013, era eleito Papa Francisco. Alguns dados para sintetizar esses anos de Pontificado: duas encíclicas (Lumen fidei, sobre a fé, que continua o que fora escrito por Bento XVI e Laudato si, sobre o cuidado da casa comum, preservar a Criação não é dever dos verdes, mas dos cristãos), duas Exortações apostólicas (Evangelii gaudium, texto programático do Pontificado para uma Igreja em saída, fortemente missionária, e Amoris laetitia sobre o amor na família), 23 Motu próprio (reforma da Cúria Romana, gestão e transparência econômica, reforma do processo de nulidade matrimonial, tradução de textos litúrgicos, com indicações para uma maior descentralização e mais poderes às Conferências Episcopais), dois Sínodos sobre a família, um Jubileu dedicado à Misericórdia, 22 viagens internacionais com mais de 30 países visitados e 17 visitas pastorais na Itália, 8 ciclos de catequese na audiência geral das quartas-feiras (Profissão de fé, Sacramentos, Dons do Espírito Santo, Igreja, família, misericórdia, esperança cristã, Santa Missa), quase 600 homilias sem texto nas Missas em Santa Marta, mais de 46 milhões de seguidores no Twitter e mais de 5 milhões no Instagram. Sem contar os inúmeros discursos, mensagens e cartas, e os milhões de homens, mulheres e crianças de todo o mundo, encontrados, abraçados, acariciados.
Uma igreja com as portas abertas
O primeiro Papa jesuíta, primeiro proveniente das Américas, primeiro com o nome do Pobrezinho de Assis, Francisco, 265º Sucessor de Pedro, deseja uma Igreja com as portas abertas que saiba anunciar a todos a alegria e a frescor do Evangelho. Uma igreja acolhedora, “onde há espaço para todos com sua vida fadigada”, não um dogma que controle a graça em vez de facilitá-la. Uma Igreja que corra o risco de ser “ acidentada, ferida e suja” para chegar e estar no meio do povo, em vez de uma Igreja doente pelo fechamento e o conforto de se apegar às suas próprias seguranças”. Pede para abandonar um estilo defensivo e negativo, de mera condenação, para propor a beleza da fé, que é encontrar Deus.
O Espírito Santo perturba
O convite de Francisco é um convite para deixar-se surpreender pelo Espírito Santo, o verdadeiro protagonista da Igreja, que continua a falar e a nos contar coisas novas. Uma das palavras fortes do Pontificado, Francisco a pronunciou em Istambul em novembro de 2014: o Espírito Santo “perturba”, porque “move, faz caminhar, empurra a Igreja a ir para frente”, enquanto é muito mais fácil e mais seguro” reclinar-se nas próprias posições estáticas e inalteradas”. É muito mais reconfortante acreditar que a verdade seja “possuir” um pacote de doutrinas, muito bem confeccionado, que possamos gerenciar bem, ao invés de pertencermos nós mesmos à Verdade: é o Espírito que nos guia à verdade toda inteira. O cristão ainda tem muito a aprender porque Deus revela-se cada vez mais. Tanto que Francisco pode dizer que ele tem muitas dúvidas: “em um sentido positivo” - explica – “são um sinal de que queremos conhecer melhor Jesus e o mistério de seu amor por nós”. “Essas dúvidas nos fazem crescer”. Também Pedro, diante dos pagãos pôde dizer: ““Estou compreendendo que Deus não faz discriminação entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (Atos 10: 34-35). Cresce a inteligência da fé.
Papa de direita ou de esquerda?
Inicialmente, todos ou quase falavam bem de Francisco. Aos poucos as críticas chegaram. Uma boa notícia recordando as palavras de Jesus: “Ai de vocês quando todos falarão bem de vocês”. A direita acusa o Papa de ser comunista, porque ele ataca o atual sistema econômico liberal: “é injusto na raiz”, “esta economia mata”, prevalece a “lei do mais forte” que “come o mais fraco”. E fala demais sobre os migrantes e sobre os pobres: hoje “os excluídos não são só explorados, mas são resíduos, são restos”. A esquerda, acusa o Papa de estar parado em questões éticas: defende a vida, contra o aborto e a eutanásia: “não é ser progressista pretender resolver problemas eliminando uma vida humana”. Defende a família baseada no matrimônio entre um homem e uma mulher, condena a teoria do gênero, “erro da mente humana” e a ditadura do pensamento único e as colonizações ideológicas, também nas escolas, que correm o risco de se tornarem campos de reeducação. Ele adverte sobre questões da diminuição do direito à objeção de consciência. Ele observa a proliferação de direitos individuais, “individualistas”, diz, mas sem se preocupar com os deveres, e enquanto se fala de novos direitos - afirma - há pessoas que ainda passam fome.
Crítica interna
Aumentaram também as críticas dentro da Igreja. Há quem que até mesmo chama de herege o Papa, que diz que rompe com a Tradição secular da Igreja, que se irrita porque “bate” em quem está perto e acaricia quem está distante; há quem o contrapõe aos Papas precedentes. No entanto, Bento XVI já havia convidado a refletir sobre o discernimento para a Comunhão aos divorciados e recasados em certos casos especiais. João Paulo II já havia respondido a Dom Lefebvre, 40 anos atrás, explicando o verdadeiro significado da Tradição que “tem origem nos Apóstolos, progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”. De fato, “a compreensão, tanto das coisas quanto das palavras transmitidas, cresce (...) com a reflexão e o estudo dos crentes”. Mas é “acima de tudo contraditória” – afirmava São João Paulo II – “uma noção de Tradição que se opõe ao Magistério universal da Igreja, do qual é detentor o Bispo de Roma e o Corpo dos Bispos. Não se pode permanecer fiel à Tradição, rompendo o vínculo eclesial com o qual Cristo mesmo, na pessoa do apóstolo Pedro, confiou o ministério da unidade na sua Igreja”. “A autodestruição ou o fogo amigo - afirma o Papa Francisco - é o perigo mais sorrateiro. É o mal que ataca de dentro; e, como disse Cristo, todo reino dividido acaba em ruínas”. O Papa cita frequentemente o diabo: é Ele que tenta destruir a Igreja. A sua “é uma guerra suja” e “nós ingénuos estamos ao seu jogo”.
Canteiros abertos
Duas ações fortemente promovidas por Francisco estão ainda em andamento: a primeira é a reforma da Cúria, devido à complexidade da reorganização de uma instituição secular (“fazer reformas em Roma é como limpar a Esfinge do Egito com uma escova de dentes” disse o Papa, citando Dom De Mérode). Mas também os escândalos, como Vatileaks2, não detém Bergoglio. A segunda ação é a luta contra os abusos sexuais na Igreja. Alguns membros da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, criada por Francesco, renunciaram, denunciando resistências e atrasos. O Papa reitera a “tolerância zero” porque “não há lugar no ministério para aqueles que abusam de crianças”. E vai avante.
Diplomacia da paz
Francisco promove a cultura do encontro, em campo ecuménico, inter-religiosos, na frente social e política e no nível meramente humano. Ele se move em direção à unidade, mas sem cancelar as diferenças e as identidades. Importante o seu papel no desgelo entre os Estados Unidos e Cuba, assim como no processo de paz na Colômbia e na África Central. Ataca quem fabrica e vende armas. Ao mesmo tempo denuncia fortemente as perseguições dos cristãos, talvez hoje mais graves do que ontem, no “silêncio cúmplice de tantas potências” que podem detê-las. Lança apelos contra o tráfico de seres humanos, “uma nova forma de escravidão”.
Tempo de misericórdia, mas até um certo ponto
É incontestável que a palavra central deste pontificado seja “misericórdia”: é o sentido da Encarnação do Verbo. É uma palavra que escandaliza. Francisco percebe isso. Deus é excessivo no amor pelas suas criaturas. No entanto, há um limite: a corrupção. O corrupto é quem não sabe que é corrupto, que recusa a misericórdia divina. E Deus não se impõe. Existe um juízo final. É por isso que o Papa sempre propõe o capítulo 25 do Evangelho de Mateus: “Eu estava com fome e você me deu comer...”. No ocaso da vida, seremos julgados pelo amor.
Menos clericalismo na Igreja, mais espaço aos leigos, mulheres e jovens
Francisco se opõe ao clericalismo, porque o pastor deve “servir” e ter “o cheiro das ovelhas”. Ele afirma que os leigos devem descobrir cada vez mais sua identidade na Igreja: eles não devem permanecer à margem das decisões. Basta com os “bispos piloto”. Relança o papel das mulheres, mas olhando para o seu mistério, não à sua funcionalidade: não se trata de uma luta pelo poder ou de reivindicações impossíveis, como o sacerdócio. Trata-se de refletir sobre a hermenêutica da mulher porque - reitera - Maria é mais importante do que os Apóstolos. Convida os jovens a terem um maior protagonismo e a incomodarem os pastores com sua criatividade.
Evangelizadores com Espírito
O Papa pede a todos os cristãos que sejam “evangelizadores com Espírito” para “anunciar a novidade do Evangelho com audácia, em voz alta e em todos os momentos e lugares, também contracorrente”, tocando “a carne sofrida dos outros”, dando “razão da nossa esperança, mas não como inimigos que apontam o dedo e condenam”. “Se eu consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor - afirma Francesco - isso já é suficiente para justificar o dom da minha vida”. Fonte: http://www.vaticannews.va
Dom Oscar Romero e Paulo VI serão canonizados juntos
- Detalhes
No dia 06 de março de 2018, o Papa Francisco autorizou a promulgação dos decretos que reconhecem os milagres atribuídos, respectivamente, à intercessão do beato Paulo VI e do beato Óscar Arnulfo Romero, o arcebispo de El Salvador que foi assassinado enquanto celebrava a missa. Para o papa que conduziu os trabalhos do Concílio e para o pastor mártir que se tornou o símbolo da defesa dos últimos, as portas da canonização se abriram. A informação foi dada por Stefania Falasca no jornal Avvenire. E reforça-se a hipótese de uma proclamação durante a mesma cerimônia em outubro, no final do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens. A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 07-03-2018. A tradução é de André Langer.
No dia 6 de fevereiro passado, a reunião dos cardeais e bispos do dicastério expressou por unanimidade o seu parecer favorável, reconhecendo o milagre que é devido à intercessão do Papa da Bréscia, ou seja, o desenvolvimento completo de uma gravidez de alto risco, da qual nasceu uma menina completamente saudável. No mesmo dia, os cardeais e bispos também aprovaram o milagre atribuído a Romero, a cura de uma mulher que estava em perigo de morte devido ao parto.
Durante as primeiras semanas de maio, acontecerá o consistório durante o qual o Papa Francisco anunciará aos cardeais a data exata da canonização. É provável que seja num dos domingos de outubro, e que a cerimônia aconteça durante o Sínodo dos Bispos(instituído precisamente por Paulo VI como uma instituição que auxilia e assessora o pontífice), dedicado nesta ocasião aos jovens.
Mas a canonização de Romero também poderá ser acontecer na América Latina. E poderá ser celebrada pelo Pontífice em janeiro de 2019 no Panamá, durante a Jornada Mundial da Juventude. Este seria o desejo dos bispos salvadorenhos, devido à importância do arcebispo martirizado na América Latina. O bispo auxiliar de San Salvador, o cardeal Gregório, disse há um ano que a canonização no Panamá “nos daria o tempo necessário para trabalhar com afinco e obter o que eu chamo de ‘milagre da paz’”.
Além das decisões sobre a data e a proclamação conjunta na mesma cerimônia (ou deslocada com a proclamação de Romero em sua terra), a harmonia entre os dois novos santos é mais do que evidente. Paulo VI foi um papa muito atento à América Latina. Montini participou, em 1968, da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano de Medellín, que decretou a opção preferencial pelos pobres, chamando a atenção para páginas importantes da doutrina social da Igreja. Não se pode esquecer a importante encíclica ‘montiniana’ Populorum Progressio.
Romero, por sua vez, agia na linha do magistério de Paulo VI e da exortação apostólica Evangelii Nuntiandi, documento ainda atual e fonte de inspiração para o próprio Papa Francisco. O arcebispo mártir conservava no coração a lembrança do último encontro com Montini: “Paulo VI apertou a mão direita e segurou-a longamente entre as suas mãos, e eu também apertei com as minhas duas mãos a mão do papa”. “Eu entendo sua difícil tarefa – disse o Papa Montini –, é um trabalho que pode ser mal interpretado e requer muita paciência e fortaleza. Mas siga em frente com coragem, paciência, força e esperança”. O Pontífice referia-se às dificuldades e às incompreensões que Romero viveu em El Salvador, onde sua proximidade evangélica com os pobres e sua defesa dos últimos foi vista como “marxista”.
Independentemente de se suas canonizações forem celebradas juntas em Roma durante o Sínodo dos Bispos em outubro, ou separadamente (Sínodo e Jornada Mundial da Juventude), os dois novos santos serão novos modelos para a Igreja, especialmente dedicados aos jovens. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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