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TEXTO
Bertold Brecht
Primeiro, levaram os negros.
Mas eu não me importei com isso, eu não era negro.
Em seguida, levaram alguns operários.
Mas não me importei com isso, eu também não era operário.
Depois, prenderam os miseráveis.
Mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável.
Depois, levaram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estão me levando, mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo.
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"O descaso e até o escárnio do governo brasileiro com os direitos constitucionais dos povos indígenas é assustador", diz bispo.
"O atual governo ao favorecer abertamente os ruralistas mostra-se intransigente para com os povos indígenas e quilombolas. Não aceita diálogo com líderes indígenas e rejeita qualquer questionamento ou crítica aos seus planos e projetos desenvolvimentistas. Essa postura arrogante estimula a perseguição e as violências contra os povos indígenas", afirma D. Erwin Kräutler, bispo do Xingu e presidente do Conselho Indigenista Missionário - CIMI, em pronunciamento feito na Assembleia Nacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, em Aparecida do Norte, no dia 22-02-105.
Segundo ele, "nos dois últimos anos assistimos a um verdadeiro “levante” contra os povos indígenas e quilombolas e seus direitos fundamentais à vida e à terra. As investidas se deram no âmbito político junto aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, mas também na mídia através da veiculação de notícias que provocam inquietação social". Fonte:http://www.ihu.unisinos.br
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Entidades e Organizações publicam Manifesto de (des)comomerização dos 50 anos da TV Globo.
Eis o Manifesto.
A TV Globo festejará os seus 50 anos de existência no dia 26 de abril. Serão promovidos megaeventos e lançados vários produtos comemorativos. No mesmo período, porém, muita gente está disposta a promover a “descomemoração” do aniversário do império global, um ato de repúdio ao papel nocivo desse grupo de mídia na história do país. Uma palavra-de-ordem que se destaca em todo o Brasil em manifestações recentes é: “O povo não é bobo. Fora Rede Globo”. E motivos não faltam para esta revolta.
A emissora é filha bastarda do golpe militar de 1964. O então diretor do jornal “O Globo” Roberto Marinho foi um dos principais incentivadores da deposição do presidente João Goulart, dando sustentação ideológica à ação das Forças Armadas. Um ano depois, foi fundada a sua emissora de televisão, que ganhou as graças dos ditadores. O império foi construído com incentivos públicos, isenções fiscais e outras mutretas. Os concorrentes no setor foram alijados, apesar do falso discurso global sobre o livre mercado.
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A indiferença com que as mortes em favela são recebidas pela mídia e pela população não favelada é reveladora do quanto é profundo o preconceito da sociedade carioca para com as favelas. Uma breve olhada nas cartas de leitores dos grandes jornais e um passeio pelas redes sociais, deixa claro porque o Estado pratica a pena de morte nas favelas e nada acontece, nem mesmo perdem votos: a vida na favela vale menos.
No mesmo dia do assassinato do menino Eduardo, no Complexo do Alemão, os noticiários da televisão levavam a exaustão os detalhes e desdobramentos da morte do jovem de 31 anos, filho do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A procura pelos culpados do acidente com o helicóptero importava muito e era motivo de auditorias, opinião de especialistas e muita comoção. A morte do jovem Thomaz Alckmin foi a pauta de dois dias seguidos nos telejornais. A morte do menino Eduardo ficou no limpo do discurso recorrente: a polícia está investigando….
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Eduardo Ferreira, de 10 anos, foi morto durante operação da polícia do RJ no Complexo do Alemão. A criança corria para receber o pai chegando do trabalho, quando foi atingida por um tiro de fuzil disparado por um policial. Eduardo morreu na porta de casa, diante de família e vizinhos.
Eduardo é mais um que entra numa estatística silenciosa: entre 2010 e 2016, o total de crianças e adolescentes assassinados no Brasil chegará a 37 mil [1], segundo a Unicef. A maioria negros que moram em bairros mais pobres. Para se ter uma ideia, na guerra da Síria, morreram 11 mil crianças e adolescentes [2], de 2011 a janeiro de 2014.
Em novembro de 2010, a PM com apoio das forças armadas invadiu o Alemão, matando dezenas de pessoas que seriam "suspeitas". A seguir, oito Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foram instaladas para fazer a gestão militar do território.
Para grupos de direitos humanos, coletivos da comunidade e especialistas em segurança pública, o projeto das UPP fracassou [3] [4] [5]. Além de endemicamente corruptas e arbitrárias, as UPPs no Rio se misturam com a milícia e não resolvem nenhum problema dos moradores. Fonte:http://www.ihu.unisinos.br
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