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1) Oração
Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 9,1-6)
Naquele tempo, 1Reunindo Jesus os doze apóstolos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curar enfermidades. 2Enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3Disse-lhes: Não leveis coisa alguma para o caminho, nem bordão, nem mochila, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas. 4Em qualquer casa em que entrardes, ficai ali até que deixeis aquela localidade. 5Onde ninguém vos receber, deixai aquela cidade e em testemunho contra eles sacudi a poeira dos vossos pés. 6Partiram, pois, e percorriam as aldeias, pregando o Evangelho e fazendo curas por toda parte.
3) Reflexão Lucas 9,1-6
O evangelho de hoje traz a descrição da missão que os Doze receberam de Jesus. Mais adiante, Lucas fala da missão dos setenta e dois discípulos (Lc 10,1-12). Os dois se completam e revelam a missão da igreja.
Lucas 9,1-2. Envio dos doze para a missão.
“Jesus convocou os Doze, e lhes deu poder e autoridade sobre os demônios e para curar as doenças. E os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar”. Chamando os doze, Jesus intensificou o anúncio da Boa Nova. O objetivo da missão é simples e claro: eles recebem poder e autoridade para expulsar os demônios, para curar as doenças e para anunciar o Reino de Deus. Assim como o povo ficava admirado diante da autoridade de Jesus sobre os espíritos impuros e diante da sua maneira de anunciar a Boa Nova (Lc 4,32.36), o mesmo deverá acontecer com a pregação dos doze apóstolos.
Lucas 9,3-5. As instruções para a Missão
Jesus os enviou com as seguintes recomendações: não podem levar nada “nem bastão, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas”. Não podem andar de casa em casa mas “em qualquer casa onde entrarem, fiquem aí, até se retirarem do lugar” Caso não forem recebidos, “sacudam a poeira dos pés, como protesto contra eles". Como veremos, estas recomendações estranhas para nós tem um significado muito importante.
Lucas 9,6. A execução da missão
E eles foram. É o começo de uma nova etapa. Agora já não é só Jesus, mas é todo o grupo que vai anunciar a Boa Nova de Deus ao povo. Se a pregação de Jesus já dava conflito, quanto mais agora, com a pregação de todo o grupo.
Os quarto pontos básicos da missão
No tempo de Jesus havia vários outros movimentos de renovação: essênios, fariseus, zelotes. Também eles procuravam uma nova maneira de conviver em comunidade e tinham os seus missionários (cf. Mt 23,15). Mas estes, quando iam em missão, iam prevenidos. Levavam sacola e dinheiro para cuidar da sua própria comida. Pois não confiavam na comida do povo que nem sempre era ritualmente “pura”. Ao contrário dos outros missionários, os discípulos e as discípulas de Jesus receberam recomendações diferentes que nos ajudam a entender os pontos fundamentais da missão de anunciar a Boa Nova:
1) Devem ir sem nada (Lc 9,3; 10,4). Isto significa que Jesus os obriga a confiar na hospitalidade. Pois quem vai sem nada, vai porque confia no povo e acredita que vai ser recebido. Com esta atitude eles criticam as leis de exclusão, ensinadas pela religião oficial, e mostravam, pela nova prática, que tinham outros critérios de comunidade.
2) Devem ficar hospedados na primeira casa até se retirar do lugar (Lc 9,4; 10,7). Isto é, devem conviver de maneira estável e não andar de casa em casa. Devem trabalhar como todo mundo e viver do que recebem em troca, “pois o operário merece o seu salário” (Lc 10,7). Com outras palavras, eles devem participar da vida e do trabalho do povo, e o povo os acolherá na sua comunidade e partilhará com eles casa e comida. Isto significa que devem confiar na partilha. Isto também explica a severidade da crítica contra os que recusavam a mensagem: sacudir a poeira dos pés, como protesto contra eles (Lc 10,10-12), pois não recusam algo novo, mas sim o seu próprio passado.
3) Devem tratar dos doentes e expulsar os demônios (Lc 9,1; 10,9; Mt 10,8). Isto é, devem exercer a função de “defensor” (goêl) e acolher para dentro do clã, dentro da comunidade, os excluídos. Com esta atitude criticam a situação de desintegração da vida comunitária do clã e apontam saídas concretas. A expulsão de demônios é sinal de que chegou o Reino de Deus (Lc 11,20).
4) Devem comer o que o povo lhes dava (Lc 10,8). Não podem viver separados com sua própria comida mas devem aceitar a comunhão de mesa. Isto significa que, no contato com o povo, não devem ter medo de perder a pureza tal como era ensinada na época. Com esta atitude criticam as leis da pureza em vigor e mostram, pela nova prática, que possuem outro acesso à pureza, isto é, à intimidade com Deus.
Estes eram os quatro pontos básicos da vida comunitária que deviam marcar a atitude dos missionários ou das missionárias que anunciavam a Boa Nova de Deus em nome de Jesus: hospitalidade, partilha, comunhão de mesa, e acolhida aos excluídos (defensor, goêl). Caso estas quatro exigências fossem preenchidas, eles podiam e deviam gritar aos quatro ventos: “O Reino chegou!” (cf. Lc 10,1-12; 9,1-6; Mc 6,7-13; Mt 10,6-16). Pois o Reino de Deus que Jesus nos revelou não é uma doutrina, nem um catecismo, nem uma lei. O Reino de Deus acontece e se faz presente quando as pessoas, motivadas pela sua fé em Jesus, decidem conviver em comunidade para, assim, testemunhar e revelar a todos que Deus é Pai e Mãe e que, portanto, nós, seres humanos, somos irmãos e irmãs uns dos outros. Jesus queria que a comunidade local fosse novamente uma expressão da Aliança, do Reino, do amor de Deus como Pai, que faz de todos irmãos e irmãs.
4) Para um confronto pessoal
- A participação na comunidade tem ajudado você a acolher e a confiar mais nas pessoas, sobretudo nos mais simples e pobres?
- 2. Qual o ponto da missão dos apóstolos que tem maior importância para nós hoje? Por que?
5) Oração final
Afastai-me do caminho da mentira, e fazei-me fiel à vossa lei. Mais vale para mim a lei de vossa boca que montes de ouro e prata. (Sl 118, 29.72)
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Por Eduardo Ribeiro
Sucessos do mês abrangem temas que vão desde a trajetória de um imigrante até a busca por uma vida mais plena a partir da espiritualidade
Periodicamente, o site especializado Publish News monitora o segmento literário no Brasil para produzir um ranking de best-sellers. Neste mês de setembro, o topo da lista ficou com Onde estão as flores, de Ilko Minev. O autor mergulha profundamente na trajetória de Licco Razan, um homem cujas raízes se estendem da Bulgária e Turquia até a floresta amazônica.
A busca por um mundo de paz do protagonista também se acha em outros roteiros pelos quais o público vem nutrindo bastante interesse, como Nunca foi segredo, do Padre Reginaldo Manzotti. Em segundo lugar, apresenta um guia trazendo à luz conselhos e sabedorias “escondidos” nas páginas da Bíblia.
A biblioteca da meia-noite, de Matt Haig, aparece em terceiro com uma ficção sobre Nora Seed, mulher à beira do desespero que encontra-se numa biblioteca misteriosa onde cada livro representa uma vida que ela poderia ter vivido. De estrela do rock a nadadora olímpica, as possibilidades parecem infinitas. Mas qual vida vale a pena viver?, questiona a narrativa.
Na quarta posição, Da Silva: a grande fake news da esquerda, de Pavinatto, é o único que remonta a fatos históricos na apuração. A obra revisita a figura de Lampião, desmistificando o cangaceiro e destacando suas atitudes violentas e mercenárias. Pavinatto argumenta que a imagem de Lampião como herói foi uma construção da esquerda brasileira da década de 1920.
O tom reflexivo surge novamente em Café com Deus pai, de Junior Rostirola, que oferece doses diárias de espiritualidade, com foco na renovação da mente e na busca por uma vida alinhada com os ensinamentos religiosos para obter bem-estar e sucesso em todas as áreas. Fonte: https://www.estadao.com.br
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1) Oração
Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 8,16-18) (Mc 4,21-25)
Naquele tempo, disse Jesus a multidão: 16Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram. 17Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta. 18Vede, pois, como é que ouvis. Porque ao que tiver, lhe será dado; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado.
3) Reflexão Lucas 8,16-18 (Mc 4,21-25)
O evangelho de hoje traz três pequenos dizeres de Jesus. São frases soltas que Lucas colocou aqui logo depois da parábola da semente (Lc 8,4-8) e da sua explicação aos discípulos (Lc 8,9-15). Este contexto literário, em que Lucas colocou as três frases, ajuda a entender como ele quer que a gente entenda estas frases de Jesus.
Lucas 8,16: A lâmpada que ilumina
"Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama. Ele a coloca no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz”. Esta frase de Jesus é uma pequena parábola. Jesus não explica, pois todo mundo sabia de que se tratava. Era algo da vida de todos os dias. Naquele tempo, não havia luz elétrica. Você imagine o seguinte. A família está reunida em casa. Começa a escurecer. Alguém levanta, pega a lamparina, acende e coloca debaixo de um caixote ou debaixo de uma cama. O que o pessoal vai dizer? Todo mundo vai gritar: “Seu bobo! Coloque a luz na mesa!” Numa reunião bíblica, alguém fez o seguinte comentário: A palavra de Deus é uma lamparina para ser acesa na escuridão da noite. Enquanto ela estiver dentro do livro fechado da Bíblia, ela é como a lamparina debaixo do caixote. Ela só é colocada na mesa e ilumina a casa, quando for lida em comunidade e ligada à vida.
No contexto em que Lucas colocou esta frase, ela se refere à explicação que Jesus deu da parábola da semente (Lc 8,9-15). É como se dissesse: as coisas que vocês acabaram de ouvir, vocês não devem guardá-las para si mesmos, mas devem irradiá-las aos outros. Um cristão não deve ter medo de dar testemunho e de irradiar a Boa Nova. Humildade é importante, mas é falsa a humildade que esconde os dons de Deus dados para edificar a comunidade (1Cor 12,4-26; Rom 12,3-8).
Lucas 8,17: O escondido se tornará manifesto
“Tudo o que está escondido, deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo, deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto.” Esta segunda frase de Jesus, de acordo com o contexto em que foi posto por Lucas, também se refere aos ensinamentos que Jesus deu em particular aos discípulos (Lc 8,9-10). Os discípulos não podem conservá-los só para si, mas devem divulgá-los, pois fazem parte da Boa Nova de Deus que Jesus nos trouxe.
* Lucas 8,18: Prestar atenção aos preconceitos
“Prestem atenção como vocês ouvem: para quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; para aquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter". Naquele tempo, havia muitos preconceitos sobre o Messias que impediam o povo de entender de maneira correta a Boa Nova do Reino que Jesus anunciava. Por isso, esta advertência de Jesus com relação aos preconceitos tinha muita atualidade. Jesus pede aos discípulos para tomar consciência dos preconceitos com que escutam o ensinamento que ele lhes oferece. Através desta frase de Jesus, Lucas está dizendo às comunidades e a todos nós: “Prestem bem atenção nas idéias com que vocês olham para Jesus!” Pois, se a cor dos óculos é verde, tudo aparece verde. Se for azul, tudo será azul! Se a idéia com que eu olho para Jesus for errada, tudo o que penso, recebo e ensino sobre Jesus estará ameaçado de erro. Se eu penso que o messias deve ser um rei glorioso, não vou entender nada do que Jesus ensina sobre a Cruz, sobre o sofrimento, perseguição e compromisso, e até vou perder aquilo que eu pensava possuir. Unindo esta terceira frase com a primeira, pode-se concluir o seguinte: quem segurar fechado em si o que receber e não o distribuir aos outros, perde aquilo que tem, pois vai apodrecer.
4) Para um confronto pessoal
- Você já teve experiência de preconceitos que o impediam de perceber e de apreciar no seu devido valor, as coisas boas que as pessoas fazem?
- Você já percebeu os preconceitos que estão por trás de certas histórias, piadas e parábolas que as pessoas contam?
5) Oração final
Senhor, quem há de morar em vosso tabernáculo? Quem habitará em vossa montanha santa? O que vive na inocência e pratica a justiça, o que pensa o que é reto no seu coração. (Sl 14)
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Quando Deus nos criou não existíamos, Ele nos amou primeiro sem nenhum mérito nosso. E assim continua, porque Ele é Deus!
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
Mais uma vez a liturgia nos corrige quando dizemos que aquelas coisas boas que nos acontecem ou com os nossos amigos, são consequências dos méritos a que fizemos jus. Do mesmo modo, quando ocorre algum acontecimento infausto, perguntamos o que fizemos para recebermos tal castigo. Por outro lado, se isso acontece com alguém que não nos é simpático, comentamos que essa pessoa deve ter aprontado e, por isso, recebe essa punição.
Toda essa maneira de pensar está errada e não é cristã. O Cristianismo trabalha com a gratuidade, isto é, com a ação de Deus, e Deus é Pai, é Amor. Deus nos ama não por aquilo de bom que fizemos e nem nos deixa de amar pelas coisas erradas que praticamos. O Amor ama por amar e, mesmo vendo nossas culpas, continua nos amando. Essa é a grande eterna verdade. Somos amados gratuitamente por Deus!
Quando Deus nos criou não existíamos, Ele nos amou primeiro sem nenhum mérito nosso. E assim continua, porque Ele é Deus!
Isso nos diz Isaías na primeira leitura: “Meus pensamentos não são como vossos pensamentos e meus caminhos não são como os vossos caminhos, diz o Senhor!” (Is 55, 8)
Essa idéia é retomada e referendada por Jesus com a parábola do patrão generoso. O patrão dá a mesma quantia como pagamento tanto aos que começaram pela manhã, quanto aos que foram contratados no final do dia. Ao ouvir as reclamações dos que se achavam mais cheios de méritos que outros, ele responde: “Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” (Mt 20,15)
A justiça do Reino de Deus é dar a cada um o que precisa para viver e viver abundantemente, ainda nesta terra.
Não faz parte da justiça de Deus a realidade na qual alguns que não trabalham tanto ganham quantias enormes, e outros que trabalham muito como empregadas domésticas, como professores de escola média, e como outros profissionais ganham insuficiente para uma vida decente.
Todos são filhos de Deus e a igualdade deve acontecer já nesta vida, e não apenas na outra. O amor deverá superar todas as desigualdades e fazer justiça a todos, isto é, todos deverão ter o necessário para uma vida tranquila com direito ao que precisam. Está errado e não é justo alguns terem tanto e outros, nem o necessário para sobreviver. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Uso de termos como ‘Deus’ e ‘Jesus’ em tuítes políticos perde força após disputa eleitoral acirrada, aponta levantamento
Por Sergio Denicoli
BLOG
Conectado Blog analisa a política a partir de dados e sentimentos das redes
A mistura entre religião e poder político faz parte da história da humanidade e é transversal a inúmeras culturas. Eventualmente, há uma radicalização dos movimentos imbuídos na instrumentalização da fé, em favor de um projeto político ou de um candidato.
No Brasil, a ascensão bolsonarista foi ancorada em preceitos neopentecostais, inclusive com a apropriação, pelas campanhas eleitorais da direita, de termos antes restritos aos templos e aos meios de comunicação de massa usados pelas igrejas midiáticas para difundir seus dogmas.
Um estudo feito pela AP Exata Inteligência Digital durante o segundo turno das eleições de 2018 revelou que termos religiosos permearam praticamente todas as frentes da campanha de Jair Bolsonaro, abarcando áreas como educação, segurança, saúde, emprego e até transporte.
Enquanto Bolsonaro era associado a palavras como Jesus, Deus, Israel, Abraão, gênesis, Jacó, Inri, bíblia, cristianismo, etc., Fernando Haddad disputou o segundo turno mais distante da seara cristã e, no máximo, era associado, pontualmente, aos termos Deus e Jesus. Um léxico nada amplo, perante todo um vocabulário específico adotado pela campanha que ajudou a alçar Bolsonaro ao poder e cunhou o discurso dele no exercício da Presidência.
As falas religiosas eram um esteio confortável para a esfera conservadora, em meio a inúmeras polêmicas e esticar de cordas do governo Bolsonaro. Mas a dinâmica da narrativa antissistema, os embates durante a pandemia, a inflação e os rompantes discursivos jogaram a religião dentro da arena de conflitos ideológicos.
As igrejas entraram no debate acalorado da política, o que gerou, também nessas instituições, os conflitos que marcaram o embate entre direita e esquerda, que dividiu famílias, amigos e, consequentemente, cristãos.
O pilar religioso do bolsonarismo deu ao ex-presidente a maioria expressiva dos votos evangélicos. Mas as lideranças religiosas parecem ter acendido a luz amarela após a vitória de Lula. Alguns entendem que, como diz a Bíblia, em Romanos 13:1, “todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas”. Outros simplesmente acham que na Casa de Deus não deve entrar os debates políticos.
O fato é que os termos religiosos estão menos presentes nas conversações políticas nas redes. Apesar de Bolsonaro e seus familiares seguirem na retórica cristã, ela já não avança tanto sobre os temas de Estado.
O blog analisou 523 mil tuítes que falavam de Bolsonaro ou Lula e tinham também os termos “Deus” e “Jesus”, publicados nos oito primeiros meses deste ano. Os resultados mostram que, até o dia 10 de janeiro, esses termos foram muito usados, concentrando 29% das menções a eles ao longo de todo período analisado. Nas primeiras semanas do ano, o Brasil se encontrava em um cenário pós-eleição acirrado, que ficou ainda mais tumultuado com as invasões do 8 de janeiro. Já o mês de agosto abarcou apenas 0,5% das menções religiosas em posts políticos, no período do estudo.
O afastamento da narrativa religiosa nos posts sobre as principais lideranças políticas do País começou a ficar mais claro a partir de abril. Naquele mês, a confiança nas publicações sobre Lula registrou um índice de 15,7%, um percentual que foi aumentando gradativamente, chegando a 19,9%, em agosto. Paralelamente, os termos bíblicos foram ficando menos frequentes nos comentários políticos, o que indica que uma melhora da imagem do governo permite que algumas instituições tenham menos protagonismo na guerra narrativa da polarização.
O processo histórico nos mostra que a dissociação entre religião e política é algo praticamente impossível, mesmo em um Estado laico. Mas a fadiga da briga eleitoral nos dá sinais de que, também nas igrejas, a intoxicação do debate acirrado entre esquerda e direita começa a atenuar. Fonte: https://www.estadao.com.br
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1) Oração
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 7,31-35) (Mt 11,2-19)
31A quem compararei os homens desta geração? Com quem se assemelham? 32São semelhantes a meninos que, sentados na praça, falam uns com os outros, dizendo: Tocamos a flauta e não dançastes; entoamos lamentações e não chorastes. 33Pois veio João Batista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Ele está possuído do demônio. 34Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e libertinos. 35Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.
3) Reflexão
No evangelho de hoje veremos como a novidade da Boa Nova foi avançando de tal modo que as pessoas agarradas às formas antigas da fé ficavam perdidas sem entenderem mais nada da ação de Deus. Para esconder sua falta de abertura e de compreensão elas se defendiam e buscavam pretextos infantis para justificar sua atitude de não aceitação. Jesus reage com uma parábola para denunciar a incoerência dos seus adversários "Vocês parecem crianças que não sabem o que querem!"
Lucas 7,31: Com que vou comparar vocês?
Jesus estranha a reação do povo e diz: "Com quem eu vou comparar os homens desta geração? Com quem se parecem eles?” Quando uma coisa é evidente e as pessoas, ou por ignorância ou por má vontade, não o perceber nem querem perceber, é bom encontrar uma comparação evidente que lhes revele a incoerência e a má vontade. E Jesus é mestre em encontrar comparações que falam por si.
Lucas 7,32: Com crianças sem juiz
A comparação que Jesus encontrou é esta. Vocês se parecem com “crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: Tocamos flauta, e vocês não dançaram; cantamos música triste, e vocês não choraram”. No mundo inteiro crianças mimadas têm a mesma reação. Reclamam quando os outros não fazem e agem como elas querem. O motivo da queixa de Jesus é a maneira arbitrária como, no passado, reagiram diante de João Batista e, agora no presente, diante do próprio Jesus.
Lucas 7,33-34: A opinião deles sobre João e Jesus
“Pois veio João Batista, que não comia nem bebia, e vocês disseram: 'Ele tem um demônio!' Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e vocês dizem: Ele é um comilão e beberrão, amigo dos cobradores de impostos e dos pecadores!” Jesus foi discípulo de João Batista, acreditava nele e se fez batizar por ele. Foi por ocasião do batismo no Jordão, que ele teve a revelação do Pai a respeito da sua missão como Messias Servo (Mc 1,10). Ao mesmo tempo, Jesus ressalta a diferença entre ele mesmo e João. João era mais severo, mais ascético, não comia nem bebia. Ficava no deserto e ameaçava o povo com os castigos do Juízo final (Lc 3,7-9). Por isso diziam que ele tinha um demônio, era possesso. Jesus era mais acolhedor, comia e bebia como todo mundo. Andava pelos povoados e entrava nas casas do povo, acolhia cobradores de impostos e prostitutas. Por isso diziam que era comilão e beberrão. Apesar de generalizar ao falar dos “homens desta geração” (Lc 7,31), provavelmente, Jesus tem em mente a opinião das autoridades religiosas que não acreditavam em Jesus (Mc 11,29-33).
Lucas 7,35: A conclusão óbvia a que Jesus chega
E Jesus termina tirando a conclusão: “Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos” A falta de seriedade e de coerência aparece claramente na opinião que emitem sobre Jesus e João. A má vontade é tão evidente que não precisa de prova. Isto faz lembrar a resposta de Jó aos amigos que pretendiam ser sábios: “Oxalá vocês ficassem calados! Seria o melhor ato de sabedoria!” (Jó 13,5).
4) Para um confronto pessoal
1) Quando emito opinião sobre os outros sou como os fariseus e escribas que opinavam sobre João e Jesus? Eles apenas expressavam seus próprios preconceitos e nada informavam sobre as pessoas que por eles eram julgados.
2) Você conhece grupos na igreja de hoje que mereceriam a parábola de Jesus?
5) Oração final
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus, e o povo que ele escolheu para sua herança. O Senhor olha dos céus, vê todos os filhos dos homens (Sl 32,12-13)
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1) Oração
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 7,11-17)
11No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo.12Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade.13Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: Não chores! 14E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: Moço, eu te ordeno, levanta-te.15Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe.16Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo.17A notícia deste fato correu por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.
3) Reflexão Lucas 7,11-17
O evangelho de hoje traz o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim. É esclarecedor o contexto literário deste episódio no capítulo 7 do Evangelho de Lucas. O evangelista quer mostrar como Jesus vai abrindo o caminho, revelando a novidade de Deus que avança através do anúncio da Boa Nova. A transformação e a abertura vão acontecendo: Jesus acolhe o pedido de um estrangeiro não judeu (Lc 7,1-10) e ressuscita o filho de uma viúva (Lc 7,11-17). A maneira como Jesus revela o Reino surpreende aos irmãos judeus que não estavam acostumados com tão grande abertura. Até João Batista ficou perdido e mandou perguntar: “É o senhor ou devemos esperar por outro?” (Lc 7,18-30). Jesus chegou a denunciar a incoerência dos seus patrícios: "Vocês parecem crianças que não sabem o que querem!" (Lc 7,31-35). E no fim, a abertura de Jesus para com as mulheres (Lc 7,36-50).
Lucas 7,11-12: O encontro das duas procissões
“Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Com ele iam os discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto para enterrar; era filho único, e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade ia com ela”. Lucas é como um pintor. Com poucas palavras consegue pintar o quadro tão bonito do encontro das duas procissões: a procissão da morte que sai da cidade e acompanha a viúva que leva seu filho único para o cemitério; a procissão da vida que entra na cidade e acompanha Jesus. As duas se encontram na pequena praça junto à porta da cidade de Naim.
Lucas 7,13: A compaixão entra em ação
“Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela, e lhe disse: Não chore!" É a compaixão que leva Jesus a falar e a agir. Compaixão significa literalmente “sofrer com”, assumir a dor da outra pessoa, identificar-se com ela, sentir com ela a dor. É a compaixão que aciona em Jesus o poder, o poder da vida sobre a morte, poder criador.
Lucas 7,14-15: "Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!"
Jesus se aproxima, toca no caixão e diz: "Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!" O morto sentou-se, e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe”. Às vezes, na hora de um grande sofrimento provocado pelo falecimento de uma pessoa querida, as pessoas dizem: “Naquele tempo, quando Jesus andava pela terra havia esperança de não perder uma pessoa querida, pois Jesus poderia ressuscitá-la”. Elas olham o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim como um evento do passado que apenas suscita saudade e uma certa inveja. A intenção do evangelho, porém, não é suscitar saudade nem inveja, mas sim ajudar-nos a experimentar melhor a presença viva de Jesus em nós. É o mesmo Jesus, capaz de vencer a morte e a dor da morte, que continua vivo no meio de nós. Ele está hoje conosco e, diante dos problemas e do sofrimento que nos abatem, ele nos diz: “Eu lhe ordeno: levante-se!”
Lucas 7,16-17: A repercussão
“Todos ficaram com muito medo, e glorificavam a Deus, dizendo: "Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo." E a notícia do fato se espalhou pela Judéia inteira, e por toda a redondeza” É o profeta que foi anunciado por Moisés (Dt 18,15). O Deus que nos veio visitar é o “Pai dos órfãos e o protetor das viúvas” (Sl 68,6; cf. Judite 9,11).
4) Para um confronto pessoal
1) Foi a compaixão que levou Jesus a ressuscitar o filho da viúva. Será que o sofrimento dos outros provoca em nós a mesma compaixão? O que faço para ajudar o outro a vencer a dor e criar vida nova?
2) Deus visitou o seu povo. Percebo as muitas visitas de Deus na minha vida e na vida do povo?
5) Oração final
Aclamai o Senhor, por toda a terra. Servi o Senhor com alegria. Vinde, entrai exultantes em sua presença. (Sl 99,1-2)
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Dom Carmo João Rodhen
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Versículo motivador: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim, até sete vezes?” Jesus respondeu-lhe: “Não te digo até sete vezes, mas setenta vezes sete”. (Mt 18, 21-22). Sempre, Pedro… Como queres ser perdoado?
Amar e perdoar é divino. Vingar-se é diabólico. Não por nada, Jesus incluiu a necessidade do perdão no Pai Nosso. Porque? Porque ele simplesmente perdoa sempre. Perdoa, somente quem ama. Ama e perdoa quem se sente amado, perdoado. Nós o somos. Deus é amor (1Jo 4, 8-16). Precisamos aprender a perdoar. Por isso, precisamos aprender até aprender. Quanto tempo temos para isso? Não sei. Não convém, por isso, perder tempo. Poderia ser tarde.
No fundo, somente, os homens e mulheres podem aprender. Deus sabe tudo, é onisciente. Onipotente. Todo amoroso. Todo poderoso. Deus é Deus. Os animais estão sob a lei do automatismo. Do instinto. O João de barro: faz sempre o ninho do mesmo jeito. A abelha faz seu favo sempre com a mesma técnica… etc. etc… Só nós, os racionais (as vezes, nem sempre), podemos e devemos aprender. Aprender a caminhar (já aprendemos?) a falar, a amar, a perdoar, a trabalhar e envelhecer. Não esqueçamos: aprender a morrer. Somente o conseguirá, quem souber amar e perdoar. Eu já, ouvi dizer: “Aquele sujeitinho, lá, eu não perdoo nem na morte. Cuidado…
Geralmente todos têm dificuldade em perdoar. Por isso, é urgente aprender. O Evangelho de hoje o deixa claro. Pedro tinha dificuldades, com o perdão… Perguntou então: até sete vezes? Muitos orientais têm dificuldades, asas grandes em perdoar. No entanto, não são somente eles… Pedro não negava a sua raça. Vai a Jesus para redimir seu problema. Deve ter levado, um grande susto, ao ouvir setenta vezes sete, isto não significa 490 vezes, mas sempre. O perdão não susta a ordem da quantidade, mas da qualidade, da intensidade: da perfeição. Sem perdão jamais haverá convivência social, menos ainda cristã. Por que tantos casais se separam? Por que tantos feminicídio, agressões?
Jesus, até inventa uma parábola, para ensinar a lição do perdão. Conta, por isso, uma historieta: O patrão tinha dois empregados, era certamente um microempresário. Tinha somente dois empregados. Um lhe devia uma verdadeira fortuna, dez mil talentos. Isso era impagável. Mas, para sua sorte o patrão perdoou tudo. Deve ter ficado muito feliz… Contudo, ele tinha também um devedor; o qual lhe devia uma ninharia. Para ele, no entanto, era hora de cobrar. Exigiu tudo imediatamente, até com violência e agressões. Foi-lhe pedido um prazo. Mas não conseguiu. O sujeito, ganancioso, queria tudo e logo. Estava furioso. E investiu contra seu devedor. Deus é o “bom patrão”. Pergunto: aquele mau patrão, porventura, não poderíamos ser nós?
As parábolas devem ser bem interpretadas. Portanto, não literalmente, pois no caso, falsificaríamos o belo ensinamento de Jesus. Esse quero deixar bem claro que: Deus perdoa incondicionalmente, contanto que haja arrependimento.
Nós, diante dos devedores deveríamos também imitar a Deus. Isto não significa que não devamos pedir devolução do que é justo e que estamos precisando.
Conclusão. Do ensinamento da parábola. Deus é sempre Deus: riquíssimo em amar, ter misericórdia e perdoar. Não podemos, nós, agir com duplicidade, quando se trata de nossos devedores. Jesus, é claro, está falando do perdão, não da mera justiça legal. Quis ensinar, que mesmo falhando nós, até bastante, Deus está sempre disposto a perdoar, onde houver condições. Deus, sempre, nos trata como filhos, enquanto nós, nem sempre nos tratamos como verdadeiros irmãos. Deu de entender? Nunca foi fácil de ser autêntico cristão; contudo, não tentar sê-lo, é mais arriscado ainda… A decisão é nossa. É bom, portanto, aprendermos do Pai celeste. Somente assim podemos rezar, de modo cristão, o Pai Nosso. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
1) Oração
Ó Deus, quando o vosso Filho foi exaltado, quisestes que sua Mãe estivesse ao pé, junto à cruz, sofrendo com ele. Dai à vossa Igreja, unida a Maria na paixão de Cristo, participar da ressurreição do Senhor. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 19,25-27)
Naquele tempo, 25Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. 26Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. 27Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.
3) Reflexão João 19,25-27
Hoje, festa de Nossa Senhora das Dores, o evangelho do dia traz a passagem em que Maria, a mãe de Jesus, e o discípulo amado se encontram no calvário diante da Cruz. A Mãe de Jesus aparece duas vezes no evangelho de João: no começo, nas bodas de Caná (Jo 2,1-5), e no fim, ao pé da Cruz (Jo 19,25-27). Estes pois episódios, exclusivos do evangelho de João, têm um valor simbólico muito profundo. O evangelho de João, comparado com os outros três evangelhos é como quem tira raio-X onde os outros três só tiram fotografia. O raio-X da fé ajuda a descobrir dimensões nos acontecimentos que os olhos comuns não chegam a perceber. O evangelho de João, além de descrever os fatos, revela a dimensão simbólica que neles existe. Assim, nos dois casos, em Caná e na Cruz, a Mãe de Jesus representa simbolicamente o Antigo Testamento que aguarda a chegada do Novo Testamento e, nos dois casos, ela contribui para que o Novo chegue. Maria aparece como o elo entre o que havia antes e o que virá depois. Em Caná, ela simboliza o AT, percebe os limites do Antigo e toma a iniciativa para que o Novo possa chegar. Ela vai falar ao Filho: “Eles não tem mais vinho!” (Jo 2,3). E no Calvário? Vejamos:
João 19, 25: As mulheres e o Discípulo Amado junto à Cruz
Assim diz o Evangelho: “A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz”. A “fotografia” mostra a mãe junto do filho, em pé. Mulher forte, que não se deixa abater. “Stabat Mater Dolorosa!” Ela é uma presença silenciosa que apóia o filho na sua entrega até à morte, e morte de cruz (Flp 2,8). Além disso, o “raio-X” da fé mostra como se realiza a passagem do AT para o NT. Como em Caná, a Mãe de Jesus representa o AT. O Discípulo Amado representa o NT, a comunidade que cresceu ao redor de Jesus. É o filho que nasceu do AT, a nova humanidade que se forma a partir da vivência do Evangelho do Reino. No fim do primeiro século, alguns cristãos achavam que o AT já não era necessário. De fato, no começo do segundo século, Márcion recusou todo o AT e ficou só com uma parte do NT. Por isso, muitos queriam saber qual a vontade de Jesus a este respeito.
João 19,26-28 : O Testamento ou a Vontade de Jesus
As palavras de Jesus são significativas. Vendo sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: "Mulher, eis aí o seu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a sua mãe." Os Antigo e o Novo Testamento devem caminhar juntos. A pedido de Jesus, o discípulo amado, o filho, o NT, recebe a Mãe, o AT, em sua casa. É na casa do Discípulo Amado, na comunidade cristã, que se descobre o sentido pleno do AT. O Novo não se entende sem o Antigo, nem o Antigo é completa sem o Novo. Santo Agostinho dizia: “Novum in vetere latet, Vetus in Novo patet”. (O Novo está escondido no Antigo. O Antigo desabrocha no Novo). O Novo sem o Antigo seria um prédio sem fundamento. E o Antigo sem o Novo seria uma árvore frutífera que não chegou a dar fruto.
Maria no Novo Testamento
De Maria se fala pouco no NT, e ela mesma fala menos ainda. Maria é a Mãe do silêncio. A Bíblia conservou apenas sete palavras de Maria. Cada uma destas sete palavras é como uma janela que permite olhar para dentro da casa de Maria e descobrir como ela se relacionava com Deus. A chave para entender tudo isso é dada por Lucas nesta frase: “Felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática." (Lc 11,27-28)
1ª Palavra: "Como pode ser isso se eu não conheço homem algum!" (Lc 1,34)
2ª Palavra: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!" (Lc 1,38)
3ª Palavra: "Minha alma louva o Senhor, exulta meu espírito em Deus meu Salvador!" (Lc 1,46-55)
4ª Palavra: "Meu filho porque nos fez isso? Teu pai e eu, aflitos, te procurávamos" (Lc 2,48)
5º Palavra: "Eles não tem mais vinho!" (Jo 2,3)
6ª Palavra: "Fazei tudo o que ele vos disser!" (Jo 2,5)
7ª Palavra: O silêncio ao pé da Cruz, mais eloqüente que mil palavras! (Jo 19,25-27)
4) Para um confronto pessoal
1) Maria ao pé da Cruz. Mulher forte, silenciosa. Como é minha devoção a Maria, a mãe de Jesus?
2) Na Pietà de Miguelangelo, Maria aparece bem jovem, mais jovem que o próprio filho crucificado, quando já devia ter no mínimo em torno de 50 anos. Perguntado porque tinha esculpido o rosto da Maria tão jovem, Miguelangelo respondeu: “As pessoas apaixonadas por Deus não envelhecem nunca”. Apaixonada por Deus! Existe paixão por Deus em mim?
5) Oração final
Quão grande é, Senhor, vossa bondade, que reservastes para os que vos temem e com que tratais aos que se refugiam em vós, aos olhos de todos. (Sl 30,20)
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1) Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos, concedei aos que crêem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 6, 20-26)
Naquele tempo, 20Jesus ergueu os olhos para os seus discípulos e disse: Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus! 21Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis fartos! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque vos alegrareis! 22Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do Homem! 23Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu. Era assim que os pais deles tratavam os profetas. 24Mas ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação! 25Ai de vós, que estais fartos, porque vireis a ter fome! Ai de vós, que agora rides, porque gemereis e chorareis! 26Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos profetas!
3) Reflexão Lucas 6, 20-26
O evangelho de hoje traz as quatro bem-aventuranças e as quatro maldições do Evangelho de Lucas. Há uma revelação progressiva na maneira de Lucas apresentar o ensinamento de Jesus. Até 6,16, ele disse muitas vezes que Jesus ensinava o povo, mas não chegou a relatar o conteúdo do ensinamento (Lc 4,15.31-32.44; 5,1.3.15.17; 6,6). Agora, depois de informar que Jesus viu a multidão desejosa de ouvir a palavra de Deus, Lucas traz o primeiro grande discurso que começa com as exclamações: "Felizes vocês pobres!" e "Ai de vocês, ricos!", e ocupa todo o resto do capítulo (Lc 6,12-49). Alguns chamam este discurso de "Sermão da Planície", pois, segundo Lucas, Jesus desceu da montanha e parou num lugar plano onde fez o discurso. No evangelho de Mateus, este mesmo discurso é feito na montanha (Mt 5,1) e é chamado "Sermão da Montanha". Em Mateus, o sermão traz oito bem-aventuranças, que traçam um programa de vida para as comunidades cristãs de origem judaica. Em Lucas, o sermão é mais breve e mais radical. Ele traz quatro bem-aventuranças e quatro maldições, dirigidas para as comunidades helenistas, constituídas de ricos e pobres. Este discurso de Jesus vai ser meditado no evangelho diário dos próximos dias até 13 de setembro.
Lucas 6,20: Felizes vocês, pobres!
Olhando para os discípulos, Jesus declara: "Felizes vocês pobres, porque o Reino de Deus é de vocês!" Esta declaração identifica a categoria social dos discípulos. Eles são pobres! E a eles Jesus promete: “O Reino é de vocês!” Não é uma promessa para o futuro. O verbo está no presente. O Reino já é deles. Eles são felizes desde já. No evangelho de Mateus, Jesus explicita o sentido e diz: "Felizes os pobres em Espírito!" (Mt 5,3). São os pobres que têm o Espírito de Jesus. Pois há pobres com cabeça ou espírito de rico. Os discípulos de Jesus são pobres com cabeça de pobre. Como Jesus, não querem acumular, mas assumem a sua pobreza e, com ele, lutam por uma convivência mais justa, onde haja fraternidade e partilha de bens, sem discriminação.
Lucas 6,21-22: Felizes vocês, que agora têm fome e choram!
Na 2ª e 3ª bem-aventurança Jesus diz: "Felizes vocês que agora estão com fome, porque serão saciados! Felizes vocês que agora choram, porque vão dar risada!" Uma parte das frases está no presente e outra no futuro. Aquilo que agora vivemos e sofremos não é o definitivo. O definitivo é o Reino que estamos construindo hoje na força do Espírito de Jesus. Construir o Reino traz sofrimento e perseguição, mas uma coisa é certa: o Reino vai chegar e “vocês serão saciados e vão dar risada!”.
Lucas 6,23: Felizes serão, quando os homens os odiarem....!
A 4ª bem-aventurança se refere ao futuro: "Felizes serão vocês, quando os homens os odiarem e rejeitarem por causa do Filho do Homem! Fiquem alegres naquele dia, porque grande será a sua recompensa, porque assim também foram tratados os profetas!" Com estas palavras de Jesus, Lucas anima as comunidades do seu tempo, que estavam sendo perseguidas. O sofrimento não é estertor de morte, mas sim dor de parto. Fonte de esperança! A perseguição era um sinal de que o futuro anunciado por Jesus estava chegando para elas. Elas estavam no caminho certo.
Lucas 6,24-25: Ai de vocês, ricos! Ai de vocês que agora têm fartura e riem!
Após as quatro bem-aventuranças a favor dos pobres e excluídos, seguem quatro ameaças ou maldições contra os ricos e os que passam bem e são elogiados por todos. As quatro ameaças têm a mesma forma literária que as quatro bem-aventuranças. A 1ª está no presente. A 2ª e a 3ª têm uma parte no presente e outra no futuro. E a 4ª se refere inteiramente ao futuro. Estas ameaças só se encontram no evangelho de Lucas e não no de Mateus. Lucas é mais radical na denúncia da injustiça.
Diante de Jesus, naquela planície não havia ricos. Só havia gente pobre e doente, vinda de todos os lados (Lc 6,17-19). Mesmo assim, Jesus diz: "Ai de vocês, ricos!" É que Lucas, ao transmitir estas palavras de Jesus, estava pensando mais nas comunidades do seu tempo. Nelas havia ricos e pobres, e havia discriminação dos pobres pelos ricos, a mesma que marcava a estrutura do Império Romano (cf. Tg 5,1-6; Apc 3,17-19). Jesus faz uma crítica dura e direta aos ricos: Vocês, ricos, já têm sua consolação! Vocês têm fartura, mas vão passar fome! Vocês estão rindo, mas vão ficar aflitos e vão chorar! Sinal de que para Jesus, a pobreza não é uma fatalidade, nem é fruto de preguiça, mas é fruto de enriquecimento injusto dos outros.
Lucas 6,26: Ai de vocês quando todos os elogiarem!
“Ai de vocês quando todos os elogiarem, porque assim seus pais tratavam os falsos profetas!” Esta quarta ameaça se refere aos filhos dos que no passado elogiavam os falsos profetas. É que algumas autoridades dos judeus usavam o seu prestígio e a sua autoridade para criticar Jesus.
4) Para um confronto pessoal
- Será que nós olhamos a vida e as pessoas com o mesmo olhar de Jesus? Dentro do seu coração, o que você acha: uma pessoa pobre e faminta é realmente feliz? As novelas da Televisão e a propaganda do comércio, qual o ideal de felicidade que elas nos apresentam?
- Dizendo “Felizes os pobres”, será que Jesus estava querendo dizer que os pobres devem continuar na pobreza?
5) Oração final
O Senhor é clemente e justo, o nosso Deus é misericordioso. O Senhor protege os simples: eu era fraco e ele me salvou (Sl 114, 5-6)
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NOSSA SENHORA DAS DORES
Dom Carmo João Rodhen
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Textos inspirantes: “Simeão disse a Maria: teu Filho será causa de queda e ressureição para muitos. Ele será sinal de contradição e teu coração será traspassado como por uma espada” (Lc 2, 34-35). “Junto à Cruz de Jesus estava de pé sua mãe.” (Jo 19, 25).
Nossa Senhora tem muitíssimos títulos, o que mostra o carinho que o povo cristão católico, sempre teve com Maria, a mãe do Senhor. Ele (povo) lembra seu amor, sofrimento, bem como sua fidelidade e fé: feliz és tu porque crestes (Lc1 45). De fato, Maria sempre esteve perto de Jesus. Acompanhou-O na vida e no exercício de sua missão. Não apenas é mãe (o que é extraordinário), mas também sua melhor discípula. Ela foi a escolhida de Deus para tornar-se a mãe do Redentor, do Messias.
Solidária, Maria acompanhou, principalmente, o sofrimento do Filho, condenado à morte injustamente. Preferido à Barrabás, o malfeitor (Jo 18, 49):foi solidária. Não esteve apenas fisicamente presente na missão, mas principalmente, nos momentos difíceis: no templo (Lc2, 34-35), na fuga para Egito (Mt 2, 13-23), mas de modo especial, junto à cruz (Jo19,27). Nem conseguimos avaliar as atitudes da soldadesca romana e as dos que conseguiram condená-lo.
Recordar as dores de Maria não é apenas fazer memória de coisas do passado, mas celebrar a certeza de sua presença em nossas dificuldades, sofrimentos e problemas. Na cruz, Jesus antes de entregar seu espírito ao Pai, entregou sua mãe à São João. Hoje João sou eu, és tu, somos todos nós. Além do mais, os santuários marianos são verdadeiras catedrais, para formação de novos cristãos. Ela está com o povo de Deus, muitas vezes sofredor, para aliviar seus sofrimentos. Ela não quer que ninguém se perca. Penso que a melhor cristologia exija também a reflexão mariológica. Mais, na eclesiologia, não pode faltar a memória, daquela que é a Mãe da Igreja.
Conclusão. Quem venera Maria saberá ouvir, amar, servir e adorar, também, a Cristo. Lutará, por um mundo melhor: de mais paz, justiça e fraternidade. Depois da Trindade, a pessoa mais importante e santa é Maria. Por isso, a Igreja lhe reserva um culto especial: hiperdulia não se trata de adoração, (só a Deus e a Eucaristia), mas de veneração especial. Quando, alguns afirmam que, nós católicos, adoramos Maria é ignorância ou então, mentira diabólica. Desqualificante: para os acusadores. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Dossiê inédito mostra que país registra 108 casos nacionais de abusos envolvendo clérigos católicos
Livro-reportagem escrito pelos jornalistas Fábio Gusmão e Giampaolo Morgado Brag — Foto: Divulgação
Por Raíssa Oliveira
Publicado em 11 de setembro
Minas é o segundo Estado do Brasil com mais padres investigados, denunciados ou condenados nos últimos anos por supostos abusos sexuais contra vulneráveis. Ao todo, 108 líderes da igreja católica foram denunciados por atentado violento ao pudor, corrupção de menores e estupro, entre outros crimes contra crianças, adolescentes e pessoas com deficiência em todo país, segundo dossiê inédito feito com base em 25 mil páginas de documentos de processos e inquéritos policiais, além de relatos de vítimas, condenados e integrantes do clero. A pesquisa aponta supostos abusos por nove cléricos católicos contra 23 vítimas em Minas Gerais. O Estado tem ainda mais dois religiosos que entraram na mira da Justiça após o fechamento do estudo.
Os padres na mira da Justiça por supostos crimes sexuais mapeados no dossiê teriam sido denunciados por situações ocorridas nas cidades Santa Bárbara, Mariana, Três Corações, Carmo da Mata, Juruaia, Arceburgo, Araguari, Oratórios, Santa Luzia, Ponto dos Volantes e Comendador Gomes. Os outros dois casos não presentes no estudo teriam ocorrido em João Monlevade. No entanto, não há informações sobre o resultado dos processos.
O dossiê consta no livro-reportagem escrito pelos jornalistas Fábio Gusmão e Giampaolo Morgado Brag. “O Brasil, que é o maior país católico do mundo, não discute esse tema que já foi debatido em diversos países. Desde o escândalo de pedofilia a partir do Estados Unidos, em 2002, quando foram trazidos à tona pela equipe investigativa Spotlight do jornal “The Boston Globe”, igrejas do mundo todo passaram a discutir o tema. Mapeamentos foram feitos em diversos países, como Chile, Alemanha e Portugal, mas no Brasil algumas legislações acabaram por criar uma postura de silêncio e complacência com o abusador”, afirma Giampaolo Morgado Brag. (Confira entrevista abaixo)
A falta de dados sobre os casos faz com que a construção de um retrato de crimes do tipo no país se torne um desafio, além de ajudar a mascarar e dificultar a identificação dos abusadores. “Parte da pesquisa tem base em dados públicos, mas a partir daí, depois que entra em investigação, isso percorre o caminho do sigilo. Toda investigação sigilosa não carrega o nome dos envolvidos. Para as crianças isso é de fato fundamental, mas ao mesmo tempo os abusadores se valem do anonimato”, aponta Fábio Gusmão.
Apesar dos desafios, o levantamento, feito ao longo de três anos, resultou na identificação de 148 vítimas suspeitas ou confirmadas entre crianças, adolescentes ou pessoas com deficiência intelectual supostamente alvos de membros da igreja em 96 cidades de 23 Estados. Dessas vítimas, 23 foram em Minas Gerais. Todos os abusos descritos no livro envolvem arcebispos, bispos, monsenhores, padres, frades e, em um deles, uma freira.
Novos casos
O número, entretanto, pode ser ainda maior. A reportagem de O TEMPO apurou que a Polícia Civil (PCMG) investiga dois padres suspeitos de estupro de vulnerável em João Monlevade, na região Central de Minas, no primeiro semestre deste ano. Como a investigação acontece em segredo de Justiça, não foi informado o número de supostas vítimas neste caso.
Segundo a PC, as investigações foram solicitadas pelo advogado de uma vítima, por meio de representação junto ao Ministério Público de Minas Gerais. No entanto, por se tratar de crimes contra a dignidade sexual, o procedimento corre em segredo de justiça e não há mais detalhes sobre o caso.
Procurada, a Diocese Itabira Coronel Fabriciano - responsável pelas igrejas da região - confirmou que um processo canônico também apura as denúncias contra os religiosos e que a investigação também está sob sigilo. Segundo o porta-voz da Diocese, padre Ueliton Neves da Silva, os padres alvos da denúncia foram licenciados da igreja.
“Os padres não estão à frente de paróquias até os esclarecimentos do caso. Eles foram licenciados, ou seja, não estão ocupando atualmente nenhuma função que requer os serviços de padres. No mais, não podemos emitir juízo do caso porque ainda está em apuração”, afirma.
Silêncio conivente
Para o teólogo e cientista da religião, Sandson Rotterdan, os dados mapeados ao longo da pesquisa são preocupantes, sobretudo, diante de uma realidade de subnotificação, seja por um acobertamento dos crimes ou por falta de denúncia. Ele pontua que a maioria dos casos de abusos registrados no país não são de religiosos. No Brasil, 6 em cada 10 vítimas são vulneráveis com idades entre 0 e 13 anos, e foram abusadas por familiares e outros conhecidos. Os dados são do Anuário de Segurança Pública 2023. No entanto, quando o crime é registrado na igreja há um agravante social por também envolver o que para muitos é essencial: a fé.
“Estamos pensando em uma pessoa que deveria acolher e cuidar com respeito e agir de forma divergente, causando uma ferida social muito grande, ao negar tudo o que se espera de um padre. A subnotificação é preocupante, e se torna mais gravoso quando isso é cometido por um clérigo. A igreja católica é uma instituição muito séria, com uma legislação muito séria e que tem um papel social muito grande. Mas temos vários crimes que foram encobertos, aqueles que recebem as denúncias não dão andamento a ela, indo contra o que a religião prega”, afirma.
Ele pontua que, ao longo da história, a Igreja optou por um silêncio conivente, em determinados momentos, em relação aos casos de abusos sexuais dentro da instituição. No entanto, segundo o especialista, nos últimos anos houve uma abertura maior sobre a necessidade de combater o crime dentro do catolicismo.
“É vergonhoso como isso foi tratado por muito tempo. A Igreja teve uma atitude leniente em relação aos casos de abusos sexuais. Mas só a partir do pontificado do Papa Bento XVI que Igreja toma medidas estruturais de combate a pedofilia. Isso tem se intensificado com o Papa Francisco. Mas quando falamos de uma instituição histórica e grande essa implementação não é automática, há a necessidade de criar uma consciência nos membros sobre a necessidade de fiscalizar essas regras”, avalia.
A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) sobre os dados de casos de abusos sexuais em investigação contra padres e líderes religiosos, mas foi informada que não é possível realizar o levantamento por não haver “campo parametrizado que permita filtrar“ os alvos no Registro de Eventos de Defesa Social (Reds).
Sobre os dados contra clérigos no Brasil, a reportagem procurou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que disse, em nota, que “não irá se manifestar”.
Veja ranking dos Estados com padres denunciados por abusos sexuais na Igreja Católica:
São Paulo - 32
Minas Gerais - 9
Paraná - 8
Rio Grande do Sul - 8
Santa Catarina - 8
Alagoas - 5
Bahia - 4
Ceará - 4
Goiás - 4
Mato Grosso - 4
Pará - 4
Distrito Federal - 3
Rio Grande do Norte - 3
Pernambuco - 2
Espírito Santo - 2
Amapá - 1
Amazonas - 1
Mato Grosso do Sul - 1
Paraíba - 1
Piauí - 1
Rio de Janeiro - 1
Rondônia - 1
Tocantins - 1
Vergonha social é desafio, aponta Brag
Além da falta de dados e do sigilo judicial dos processos, Giampaolo Morgado Brag aponta que a construção do dossiê também esbarrou no constrangimento e na vergonha social enraizada nas vítimas, que acabam não denunciando os crimes. Confira o bate-papo com o jornalista e autor do livro Pedofilia na Igreja.
Qual foi o maior desafio na hora de reunir os dados?
“Primeira coisa o sigilo judicial em si dos processos, que dificultou para encontrar os casos, o segredo da justiça encobre tudo. Segunda coisa, a questão das vítimas que buscam muitas vezes esquecer o caso e, se são recentes, os pais e mães querem encobrir o caso, por vergonha social, constrangimento de ser vítima de crime sexual cometido por um padre, membro da sociedade respeitável. Temos ainda a questão da própria comunidade católica da região, que muitas vezes se coloca do lado do líder religioso, isto gera uma camada extra de dificuldade.”
A falta de divulgação dos casos também pode ser apontada como um empecilho para construção de uma base de dados?
“Sim, a cobertura jornalística nesses casos é muito episódica, ou seja, surge a denúncia, sai uma matéria, uma outra depois de dois a três dias e então o caso morre. Depois de 3 anos aparece uma matéria novamente e esquece a história, além disso temos as vítimas que muitas vezes são esquecidas ao focarmos nos criminosos. O dano é brutal na vida dessas pessoas. Temos vitimas de 10 a 20 anos, que continuam carregando a marca do crime que sofreram e se culpando pelo crime que sofreram.”
Foi difícil chegar até as vítimas?
“Foi extremamente difícil chegar à pessoa. Teve caso que tivemos meses para conseguir chegar a alguém. Começamos a apuração em janeiro de 2020. Mas após três anos de reunião de dados, tiramos alguns nomes pelo padre ter sido absorvido ou porque não havia consistência de informações.”
Ao longo da pesquisa, vocês presenciaram casos de padres denunciados à igreja por estuprar uma criança, mas que não respondem judicialmente pelo crime? Acha que isso segue acontecendo? Podemos dizer que isso é uma forma da Igreja ser conivente com o crime?
“Nesses 10 anos do Papa Francisco houve uma mudança de postura do clero e da legislação canônica. Há uma mudança de posicionamento porque resolveram discutir o tema, só que a igreja é uma estrutura antiga e velha, solidificada e engessada nas suas estruturas, é uma organização imensa. A ordem do Papa vence uma barreira e uma cultura de não discutir esse assunto, uma segunda barreira que é a dificuldade em expor esses padres. Não é um crime meramente canônico, é um crime civil e tem que ser tratada no âmbito da igreja e na esfera judicial. Nós lutamos para conseguir um posicionamento, lutamos pelo Vaticano, pela CNBB. O Vaticano mandou uma nota depois de 2 anos indicando para que a gente falasse com o representante brasileiro da igreja, ele é diretor. Conversamos com ele, que foi muito solicito.”
Após a divulgação do livro vocês começaram a receber relatos de casos ou contato de vítimas? O caso de João Monlevade, como chegou até vocês?
“Minas é um dos estados com mais casos, além de ser grande em extensão, o estado tem muitas Dioceses, com muitos fiéis. De uma maneira geral estão começando a surgir casos, não só de novos padres, mas de padres já conhecidos, com novas vítimas. Estamos compilando esses casos para acrescentar histórias, caso haja uma segunda edição. Das Dioceses em geral o que vemos é um profundo silêncio. Quando o livro saiu a CNBB se pronunciou de forma contundente dizendo que é crime e tem que ser tratado como tal. Mas queremos que o Brasil tenha arquidiocese como os de Boston (EUA), com os casos expostos no site”. Fonte: https://www.otempo.com.br
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1) Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos, concedei aos que crêem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 6,12-19)
12Naqueles dias, Jesus retirou-se a uma montanha para rezar, e passou aí toda a noite orando a Deus. 13Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles que chamou de apóstolos: 14Simão, a quem deu o sobrenome de Pedro; André, seu irmão; Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, 15Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado Zelador; 16Judas, irmão de Tiago; e Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor. 17Descendo com eles, parou numa planície. Aí se achava um grande número de seus discípulos e uma grande multidão de pessoas vindas da Judéia, de Jerusalém, da região marítima, de Tiro e Sidônia, que tinham vindo para ouvi-lo e ser curadas das suas enfermidades. 18E os que eram atormentados dos espíritos imundos ficavam livres. 19Todo o povo procurava tocá-lo, pois saía dele uma força que os curava a todos.
3) Reflexão Lucas 6,12-19
O evangelho de hoje traz dois assuntos: a escolha dos doze apóstolos (Lc 6,12-16) e a multidão enorme de gente querendo encontrar-se com Jesus (Lc 6,17-19). O evangelho de hoje nos convida a refletir sobre os Doze que foram escolhidos para conviver com Jesus como apóstolos. Os primeiros cristãos lembraram e registraram os nomes destes Doze e de alguns outros homens e mulheres que seguiram a Jesus e que, depois da ressurreição, foram criando as comunidades pelo mundo afora. Hoje também, todo mundo lembra o nome de alguma catequista ou professora que foi significativa para a sua formação cristã.
Lucas 6,12-13: A escolha dos 12 apóstolos
Antes de fazer a escolha definitiva dos doze apóstolos, Jesus passou uma noite inteira em oração. Rezou para saber a quem escolher e escolheu os Doze, cujos nomes estão nos evangelhos e que receberam o nome de apóstolo. Apóstolo significa enviado, missionário. Eles foram chamados para realizar uma missão, a mesma que Jesus recebeu do Pai (Jo 20,21). Marcos concretiza mais e diz que Deus os chamou para estar com ele e enviá-los em missão (Mc 3,14)..
Lucas 6,14-16: Os nomes dos 12 apóstolos
Com pequenas diferenças os nomes dos Doze são iguais nos evangelhos de Mateus (Mt 10,2-4), Marcos (Mc 3,16-19) e Lucas (Lc 6,14-16). Grande parte destes nomes vem do AT. Por exemplo, Simeão é o nome de um dos filhos do patriarca Jacó (Gn 29,33). Tiago é o mesmo que o nome de Jacó (Gn 25,26). Judas é o nome de outro filho de Jacó (Gn 35,23). Mateus também tinha o nome de Levi (Mc 2,14), que foi outro filho de Jacó (Gn 35,23). Dos doze apóstolos sete tem nome que vem do tempo dos patriarcas: duas vezes Simão, duas vezes Tiago, duas vezes Judas, e uma vez Levi! Isto revela a sabedoria e a pedagogia do povo. Através dos nomes dos patriarcas e das matriarcas, dados aos filhos e filhas, eles mantinham viva a tradição dos antigos e ajudavam seus filhos a não perder a identidade. Quais os nomes que nós damos hoje para os nossos filhos e filhas?
Lucas 6,17-19: Jesus desce da montanha e a multidão o procura
Ao descer da montanha com os doze, Jesus encontrou uma multidão imensa de gente que o procurava para ouvir sua palavra e tocá-lo, porque dele saía uma força de vida. Nesta multidão havia judeus e estrangeiros, gente da Judéia e também de Tiro e Sidônia. É o povo abandonado, desorientado. Jesus acolhe a todos que o procuram. Judeus e pagãos! Este é um dos temas preferidos de Lucas!
Estas doze pessoas, chamadas por Jesus para formar a primeira comunidade, não eram santas. Eram pessoas comuns, como todos nós. Tinham suas virtudes e seus defeitos. Os evangelhos informam muito pouco sobre o jeito e o caráter de cada uma delas. Mas o pouco que informam é motivo de consolo para nós.
Pedro era uma pessoa generosa e entusiasta (Mc 14,29.31; Mt 14,28-29), mas na hora do perigo e da decisão, o coração dele encolhia e ele voltava atrás (Mt 14,30; Mc 14,66-72). Chegou a ser satanás para Jesus (Mc 8,33). Jesus deu a ele o apelido de Pedra (Pedro). Pedro, ele por si mesmo, não era Pedra. Tornou-se pedra (rocha), porque Jesus rezou por ele (Lc 22,31-32).
Tiago e João estavam dispostos a sofrer com e por Jesus (Mc 10,39), mas eram muito violentos (Lc 9, 54). Jesus os chamou “filhos do trovão” (Mc 3,17). João parecia ter um certo ciúme. Queria Jesus só para o grupo dele (Mc 9,38).
Filipe tinha um jeito acolhedor. Sabia colocar os outros em contato com Jesus (Jo 1,45-46), mas não era muito prático em resolver os problemas (Jo 12,20-22; 6,7). Às vezes, era meio ingênuo. Teve hora em que Jesus perdeu a paciência com ele: “Mas Filipe, tanto tempo que estou com vocês, e ainda não me conhece?” (Jo 14,8-9)
André, irmão de Pedro e amigo de Filipe, era mais prático. Filipe recorre a ele para resolver os problemas (Jo 12,21-22). Foi André que chamou Pedro (Jo 1,40-41), e foi André que encontrou o menino com cinco pãezinhos e dois peixes (Jo 6,8-9).
Bartolomeu parece ter sido o mesmo que Natanael. Este era bairrista e não podia admitir que algo de bom pudesse vir de Nazaré (Jo 1,46).
Tomé foi capaz de sustentar sua opinião, uma semana inteira, contra o testemunho de todos os outros (Jo 20,24-25). Mas quando viu que estava equivocado, não teve medo de reconhecer seu erro (Jo 20,26-28). Era generoso, disposto a morrer com Jesus (Jo 11,16).
Mateus ou Levi era publicano, cobrador de impostos, como Zaqueu (Mt 9,9; Lc 19,2). Eram pessoas comprometidas com o sistema opressor da época.
Simão, ao contrário, parece ter sido do movimento que se opunha radicalmente ao sistema que o império romano impunha ao povo judeu. Por isso tinha o apelido de Zelota (Lc 6,15). O grupo dos Zelotas chegou a provocar uma revolta armada contra os romanos.
Judas era o que tomava conta do dinheiro do grupo (Jo 13,29). Ele chegou a trair Jesus.
Tiago de Alfeu e Judas Tadeu, destes dois os evangelhos nada informam a não ser o nome.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus passou a noite inteira em oração para saber a quem escolher, e escolheu estes doze! Qual a lição que você tira daí?
2) Você lembra dos nomes das pessoas que estão na origem da comunidade a que você pertence? O que mais lembra delas: o conteúdo que lhe ensinaram ou o testemunho que deram?
5) Oração final
Em coros louvem o seu nome, cantem-lhe salmos com o tambor e a cítara, porque o Senhor ama o seu povo, e dá aos humildes a honra da vitória (Sl 149, 2)
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VIVER EM COMUNIDADE
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará (PA)
O Plano Arquidiocesano de Pastoral em vigência em nossa Igreja de Belém inclui quarenta referências à vida em Comunidade ou à formação de Comunidades Eclesiais Missionárias vivas e atuantes. Neste Plano de Pastoral consta como um dos horizontes de nossas ações o que se segue: “Segundo horizonte que se abre para nossa ação pastoral é oferecido pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. As Diretrizes atuais mantêm a insistência na presença da Igreja nas casas, o que exige de todos nós um empenho missionário para ir ao encontro das pessoas e das famílias, em todos os nossos espaços sociais e religiosos. Foi renovada a escolha de quatro pilares para a vida da Igreja no Brasil, iluminada pela experiência das primeiras Comunidades, segundo a descrição dos Atos dos Apóstolos: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. A Assembleia dos Bispos aprovou, e desejamos colocar em prática, a proposta da “A Palavra se fez carne, e habitou entre nós – Animação Bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias”. E estamos no mês da Bíblia, com uma excelente indicação da leitura da Carta aos Efésios, além dos textos evangélicos oferecidos pela Liturgia.
Alguns domingos do mês de setembro trazem textos do capítulo dezoito do Evangelho de São Mateus, que fala da vida de Igreja, a vida em Comunidade, para que esta possa ser uma revelação do Reino de Deus (Cf. “Lectio Divina sui Vangeli Festivi per l’anno litúrgico A, Elledici, 2010). É bom recordar que o Evangelista traz cinco grandes sermões ou discursos de Jesus, como grandes setas indicativas, com critérios claros que ajudavam e ajudam os cristãos a resolverem os problemas que aparecem, justamente a partir da luz oferecida pela Palavra de Deus.
Neste final de semana, queremos acolher ensinamentos muito práticos sobre a correção fraterna (Mt 18,15-16), a importância de ouvir a Igreja para enfrentar as dificuldades na convivência (Mt 18,17), o como as decisões tomadas na terra têm valor no Céu (Mt 18,18), a oração em comum (Mt 18,19) e a chave de tudo, a presença de Jesus entre os que se reúnem em seu nome (Mt 18,20).
Em todos os ambientes podem ocorrer falhas pessoais, divisões, suspeitas, fofocas, calúnias e outras dificuldades no relacionamento. O caminho indicado pelo Evangelho é muito claro e concreto: “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganho o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas” (Mt 18,15-17). Infelizmente, dentro e fora da Igreja, vivemos uma época de denuncismo exacerbado, saltando as instâncias constantes do Evangelho. Há que se converter a esta prática diferente do que anda ocorrendo. Lembremos ainda a exigente palavra de São Paulo: “Quando um de vós tem uma questão contra outro, como se atreve a entrar na justiça perante os injustos, em vez de recorrer aos santos? Será que ignorais que os santos julgarão o mundo? Ora, se o mundo está sujeito ao vosso julgamento, seríeis acaso incompetentes para julgar questões tão insignificantes?” (1 Cor 6,1-2). Só em situações especiais se pode recorrer à Igreja, depois da correção fraterna e as testemunhas. E, somente em caso extremo, a própria pessoa é que se exclui, não dando ouvidos à Igreja! Não é necessário excomungar alguém, mas simplesmente se confirma a exclusão assumida pela própria pessoa.
Se este caminho pode assustar, em seguida vem o libertador poder do perdão, dado a Pedro e aos Apóstolos (Mt 16,19; Jo 20,23), algo que se realiza no Sacramento da Reconciliação e, de forma impressionante, dado agora à Comunidade (Mt 18,18). Trata-se da importância da reconciliação e a enorme responsabilidade da Comunidade Cristã em seu modo de tratar os irmãos.
Tudo isso há de ser sempre acompanhado pela oração, inclusive pelas pessoas que se encontrarem em situação de pecado. Mesmo as coisas mais difíceis, e às vezes é justamente alguém que se excluiu da vida de Igreja, nunca se abandona quem quer que seja. Garantia é a palavra de Jesus: “Eu vos digo mais isto: se dois de vós estiverem de acordo, na terra, sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está nos céus o concederá” (Mt 18,19). Uma proposta para a oração autêntica em comunidade, que pede estar “de acordo”! Usemos até outras palavras! Combinar o que pedir, buscar o consenso, reconciliar-se primeiro, declarar publicamente que nos queremos bem, preparar-se para a oração com um gesto de perdão recíproco e superação dos julgamentos! Dá para experimentar em nossas comunidades, e o resultado virá, não como uma mágica, mas como graça descida do Céu!
Enfim, a condição para que tudo isso aconteça: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles.” (Mt 18,20). Nossa Liturgia põe em nossa boca inúmeras vezes esta expressão: “Ele está no meio de nós!” Trata-se do mesmo Jesus presente no irmão a quem servimos, presente em nosso coração, na sua Palavra, no ensinamento do Papa e dos Bispos, o mesmo Jesus da mais alta e concreta presença viva, na Eucaristia! Ele quer e efetivamente se faz presente onde dois ou mais estão dispostos a se amarem reciprocamente, prontos a dar a vida uns pelos outros! E quem estiver disposto a dar a vida, saberá dar escuta e atenção, saberá sair de si, acolherá os ensinamentos da Igreja, tomará iniciativa do serviço, irá ao encontro dos mais pobres e sofredores, buscará a reconciliação, não abandonará os enfermos, visitará os vizinhos, estabelecerá redes de relacionamento! Tudo isso, muito mais do que por educação e civilidade, mas porque acredita que ele está presente no meio de nós!
E podemos voltar ao Plano de Pastoral da Arquidiocese de Belém, em seu quinto horizonte de ação: “Justamente o Caminho Sinodal que a Igreja percorre durante este período. Somos convidados a participar e acompanhar o Sínodo nos meses de outubro de 2023 e 2024. Estaremos atentos, para aprender de novo e sempre a caminhar juntos. Este horizonte expressa a estrada que percorremos em nosso Sínodo Arquidiocesano, a elaboração do Plano de Pastoral e a unidade pastoral desejada por todos nós. Caminhar juntos! Belém, Igreja de portas abertas! ‘A cidade se encheu de alegria’ (At 8,8)”. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Foto Pascom São Jorge
Marcos Koboldt
Paróquias e comunidades da Arquidiocese de Porto Alegre estão mobilizadas desde o início da semana quando os temporais provocaram mortes e destruição em municípios da Serra Gaúcha e da Região Central do Rio Grande do Sul.
Mensagem de Dom Jaime Spengler
“Solidariedade é virtude e valor profundamente humano. Iluminada pela fé cristã expressa cuidado, atenção e serviço. Exortamos - e pedimos! - a quem tem condições, auxiliar as cidades mais atingidas pela tragédia provocada pelas chuvas nestes dias, em nosso Rio Grande do Sul. Neste momento, material de construção, ou reconstrução, é o mais urgente. É também possível colaborar por meio de doação em dinheiro, por meio de conta bancária específica, em nome do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre - Cáritas Arquidiocesana”
Banco Banrisul,
Agência 0834
Conta Corrente: 06.102966.0-6.
PIX CNPJ: 92.679.935/0001-64.
A cidade de São Jerônimo também decretou estado de calamidade em razão da cheia do Rio Jacuí. “Estamos fazendo uma campanha na igreja para arrecadar doações para reconstruir vidas. No abrigo montado pela defensoria civil, já tem mais de 50 pessoas que acabaram vendo suas moradias em baixo d'água”, explica Pe. Darlan Schwaab, vigário paroquial da paróquia Nossa Senhora da Conceição, reforçando que existe uma necessidade especial pela doação de colchões.
Em Porto Alegre, o Mensageiros da Caridade e a Caritas Arquidiocesana organizam ações para auxiliar às famílias que vivem nas ilhas do Guaíba e que são afetadas pela invasão das águas em suas casas.
As paróquias no território da Arquidiocese também estão mobilizadas para ajudar os moradores das cidades mais afetadas pelas enchentes. A Paróquia São Pedro está organizando doação de roupas e alimentos não perecíveis a ser enviados para o município de Roca Sales.
A paróquia São Jorge está arrecando água mineral para ser encaminhada às autoridades. A ação teve início nas missas de ontem – 7 de setembro – e prossegue neste final de semana – dias 9 e 10 de setembro.
Em Canoas, a paróquia Nossa Senhora das Graças já enviou para o município de Muçum um caminhão com mantimentos e se organiza para enviar um segundo caminhão na manhã de sábado (9). Para tanto solicita prioridade para os seguintes itens: Vela; Fósforo; Produtos de limpeza (como rodo, vassoura e pá); Produtos de higiene (como papel higiênico, escova de dente, pasta de dente e absorvente); achocolato em pó, café solúvel; e Roupa íntima.
A comunidade do movimento de Emaús de Porto Alegre também está mobilizada para receber doações, que serão recebidas até o dia 9 de setembro. O posto de coleta é a Igreja Nossa Senhora do Líbano (Av. Jerônimo de Ornelas nº 60), a partir das 16h - no mezanino localizado na entrada da igreja.
Para quem quiser divulgar ações nas comunidades encaminhe por e-mail para Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.. Fonte: https://www.arquipoa.com
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 4,31-37) (Mc 1,21-28)
Naquele tempo, 31Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali ensinava-os aos sábados. 32Maravilharam-se da sua doutrina, porque ele ensinava com autoridade. 33Estava na sinagoga um homem que tinha um demônio imundo, e exclamou em alta voz: 34Deixa-nos! Que temos nós contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: o Santo de Deus! 35Mas Jesus replicou severamente: Cala-te e sai deste homem. O demônio lançou-o por terra no meio de todos e saiu dele, sem lhe fazer mal algum. 36Todos ficaram cheios de pavor e falavam uns com os outros: Que significa isso? Manda com poder e autoridade aos espíritos imundos, e eles saem? 37E corria a sua fama por todos os lugares da redondeza.
3) Reflexão Lucas 4,31-37
No evangelho de hoje, vamos ver de perto dois assuntos: a admiração do povo pela maneira de Jesus ensinar e a cura de um homem possuído por um demônio impuro. Nem todos os evangelistas contam os fatos do mesmo jeito. Para Lucas, o primeiro milagre é a calma com que Jesus se livrou da ameaça de morte da parte do povo de Nazaré (Lc 4,29-30) e a cura do homem possesso (Lc 4,33-35). Para Mateus, o primeiro milagre é a cura de uma porção de doentes e endemoninhados (Mt 4,23) ou, mais especificamente, a cura de um leproso (Mt 8,1-4). Para Marcos, foi a expulsão de um demônio (Mc 1,23-26). Para João, o primeiro milagre foi em Caná, onde Jesus transformou água em vinho (Jo 2,1-11). Assim, na maneira de contar as coisas, cada evangelista mostra qual foi, segundo ele, a maior preocupação de Jesus.
Lucas 4,31: A mudança de Jesus para Cafarnaum
“Jesus foi a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e aí ensinava aos sábados”. Mateus diz que Jesus foi morar em Cafarnaum (Mt 4,13). Mudou de residência. Cafarnaum era uma pequena cidade junto ao entroncamento de duas estradas importantes: uma que vinha da Ásia Menor e ia para Petra no sul da Transjordânia, e a outra que vinha da região dos rios Euphrates e Tigris e descia para o Egito. A mudança para Cafarnaum facilitava o contato com o povo e a divulgação da Boa Nova.
Lucas 4,32: Admiração do povo pelo ensino de Jesus
A primeira coisa que o povo percebe é o jeito diferente de Jesus ensinar. Não é tanto o conteúdo, mas sim o jeito de ensinar, que impressiona. “Jesus falava com autoridade”. Marcos acrescenta que, por este seu jeito diferente de ensinar, Jesus criava consciência crítica no povo com relação às autoridades religiosas da época. O povo percebia e comparava: Ele ensina com autoridade, diferente dos escribas” (Mc 1,22.27). Os escribas da época ensinavam citando autoridades. Jesus não cita autoridade nenhuma, mas fala a partir da sua experiência de Deus e da vida.
Lucas 4,33-35: Jesus combate o poder do mal
O primeiro milagre é a expulsão de um demônio. O poder do mal tomava conta das pessoas e as alienava. Jesus devolve as pessoas a si mesmas. Devolve a consciência e a liberdade. E ele o faz pelo poder da sua palavra: "Cale-se, e saia dele!" Ele dizia em outra ocasião: “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês” (Lc 11,20). Hoje também, muita gente vive alienada de si mesma pelo poder dos meios de comunicação, da propaganda do governo e do comércio. Vive escrava do consumismo, oprimida pelas prestações e ameaçada pelos cobradores. Acha que não vive direito enquanto não comprar aquilo que a propaganda anuncia. Não é fácil expulsar este poder que hoje aliena tanta gente, e devolver as pessoas a si mesmas!
Lucas 1,36-37: A reação do povo: ele manda nos espíritos impuros primeiro impacto
Além do jeito diferente de Jesus ensinar as coisas de Deus, o outro aspecto que causava admiração no povo era o seu poder sobre os espíritos impuros: "Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros com autoridade e poder, e eles saem". Jesus abre um novo caminho para o povo poder conseguir a pureza através do contato com ele. Naquele tempo, uma pessoa impura não podia comparecer diante de Deus para rezar e receber a bênção prometida a Abraão. Teria que purificar-se, primeiro. Havia muitas leis e normas que dificultavam a vida do povo e marginalizavam muita gente como impura. Mas agora, purificadas pela fé em Jesus, as pessoas podiam comparecer novamente na presença de Deus e rezar a Ele, sem necessidade de recorrer àquelas complicadas e, muitas vezes, dispendiosas normas de pureza.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus provocava a admiração do povo. A atuação da nossa comunidade aqui no bairro provoca alguma admiração no povo? Qual?
2) Jesus expulsava o poder do mal e devolvia as pessoas a si mesmas. Hoje, muita gente vive alienada de si mesma e de tudo. Como devolve-las a si mesmas?
5) Oração final
O Senhor é clemente e compassivo, longânime e cheio de bondade. O Senhor é bom para com todos, e sua misericórdia se estende a todas as suas obras (Sl 144, 1)
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 4,16-30)
Naquele tempo, 16Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (61,1s.): 18O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, 19para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. 20E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir. 22Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José? 23Então lhes disse: Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria. 24E acrescentou: Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria. 25Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra; 26mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. 27Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã. 28A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga. 29Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo. 30Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se. - Palavra da salvação.Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 16Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (61,1s.): 18O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, 19para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. 20E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir. 22Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José? 23Então lhes disse: Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria. 24E acrescentou: Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria. 25Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra; 26mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. 27Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã. 28A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga. 29Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo. 30Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
3) Reflexão Lucas 4,16-30
Hoje, primeiro dia do mês de setembro, começamos a meditação do Evangelho de Lucas que se prolongará por três meses até o fim do ano eclesiástico, sábado 29 de Novembro. O evangelho de hoje traz a visita de Jesus a Nazaré e a apresentação do seu programa ao povo na sinagoga. Num primeiro momento, o povo ficou admirado. Mas, em seguida, quando perceberam que Jesus queria acolher a todos, sem excluir ninguém, ficaram revoltados e quiseram matá-lo.
Lucas 4,16-19: A proposta de Jesus.
Animado pelo Espírito Santo, Jesus tinha voltado para a Galiléia (Lc 4,14) e começou a anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. Andando pelas comunidades e ensinando nas sinagogas, ele chegou em Nazaré, onde tinha sido criado. Estava de volta na comunidade, onde, desde pequeno, tinha participado durante quase trinta anos. No sábado seguinte, conforme o seu costume, Jesus foi à sinagoga para participar da celebração e levantou-se para fazer a leitura. Escolheu o texto de Isaías que falava dos pobres, presos, cegos e oprimidos (Is 61,1-2). Este texto refletia a situação do povo da Galiléia do tempo de Jesus. A experiência que Jesus tinha de Deus como Pai amoroso dava a ele um novo olhar para avaliar a realidade. Em nome de Deus, Jesus toma posição em defesa da vida do seu povo e, com as palavras de Isaías, define a sua missão: (1) anunciar a Boa Nova aos pobres, (2) proclamar a libertação aos presos, (3) a recuperação da vista aos cegos, (4) restituir a liberdade aos oprimidos e, retomando a antiga tradição dos profetas, (5) proclama “um ano de graça da parte do Senhor”. Proclama o ano do jubileu!
Na Bíblia, o “Ano Jubileu” era uma lei importante. Inicialmente, a cada sete anos (Dt 15,1; Lev 25,3), as terras deviam voltar ao clã de origem. Cada um devia poder voltar à sua propriedade. Assim impediam a formação de latifúndio e garantiam às famílias a sobrevivência. Também deviam perdoar as dívidas e resgatar as pessoas escravizadas (Dt 15,1-18). Não foi fácil realizar o ano jubileu cada sete anos (cf Jr 34,8-16). Depois do exílio, decidiram realiza-lo cada sete vezes sete anos (Lev 25,8-12), isto é, cada cinqüenta anos. O objetivo do Ano Jubileu era e continua sendo: restabelecer os direitos dos pobres, acolher os excluídos e reintegrá-los na convivência. O jubileu era um instrumento legal para voltar ao sentido original da Lei de Deus. Era uma oportunidade oferecida por Deus para fazer uma revisão da caminhada, descobrir e corrigir os erros e recomeçar tudo de novo. Jesus inicia a sua pregação proclamando um jubileu, um “Ano de Graça da parte do Senhor”.
Lucas 4,20-22: Ligar Bíblia com Vida.
Terminada a leitura, Jesus atualiza o texto de Isaías dizendo: “Hoje se cumpriu esta escritura nos ouvidos de vocês!” Assumindo as palavras de Isaías como suas próprias palavras, Jesus lhes dá o seu pleno e definitivo sentido e se declara messias que veio realizar a profecia. Esta maneira de atualizar o texto provocou uma reação de descrédito por parte dos que estavam na sinagoga. Ficaram escandalizados e já não queriam saber dele. Não aceitaram Jesus como o messias anunciado por Isaías. Diziam: “Não é este o filho de José?” Ficaram escandalizados porque Jesus falou em acolher os pobres, os cegos e os oprimidos. O povo de Nazaré não aceitou a proposta de Jesus. E assim, no momento em que apresentou o seu projeto de acolher os excluídos, ele mesmo foi excluído.
Lucas 4,23-30: Ultrapassar os limites da raça.
Para ajudar a comunidade a superar o escândalo e levá-la a compreender que sua proposta estava bem dentro da tradição, Jesus contou duas histórias conhecidas da Bíblia, uma de Elias e outra de Eliseu. As duas histórias criticavam o fechamento do povo de Nazaré. Elias foi enviado para a viúva estrangeira de Sarepta (1 Rs 17,7-16). Eliseu foi enviado para atender ao estrangeiro da Síria (2 Rs 5,14). Transparece aqui a preocupação de Lucas em mostrar que a abertura para os pagãos já vinha desde Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo no tempo de Lucas. Mas o apelo de Jesus não adiantou. Ao contrário! As histórias de Elias e Eliseu provocaram mais raiva ainda. A comunidade de Nazaré chegou ao ponto de querer matar Jesus. Mas ele manteve a calma. A raiva dos outros não conseguiu desviá-lo do seu caminho. Lucas mostra assim como é difícil superar a mentalidade do privilégio e do fechamento.
É importante notar os detalhes no uso do Antigo Testamento. Jesus cita o texto de Isaías até onde diz: "proclamar um ano de graça da parte do Senhor". Cortou o resto da frase que dizia: "e um dia de vingança do nosso Deus". O povo de Nazaré ficou bravo com Jesus por ele pretender ser o messias, por querer acolher os excluídos e por ter omitido a frase sobre a vingança. Eles queriam que o Dia de Javé fosse um dia de vingança contra os opressores do povo. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas uma virada da mesa e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita este modo de pensar, não aceita a vingança (cf.Mt 5,44-48). A sua nova experiência de Deus como Pai/Mãe ajudava-o a entender melhor o sentido das profecias.
4) Para um confronto pessoal
1) O programa de Jesus consiste em acolher os excluídos. Será que nós acolhemos a todos, ou excluímos alguém? Quais os motivos que nos levam a excluir certas pessoas?
2) Será que o programa de Jesus está sendo realmente o nosso programa, o meu programa? Quais os excluídos que deveríamos acolher melhor na nossa comunidade? O que ou quem nos dá força para realizar a missão que Jesus nos deu?
5) Oração final
Ah, quanto amo, Senhor, a vossa lei! Durante o dia todo eu a medito. Mais sábio que meus inimigos me fizeram os vossos mandamentos, pois eles me acompanham sempre (Sl 118, 1-2)
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DESCUBRAMOS A “LOUCURA DA CRUZ!”
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
A liturgia do 22º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir a “loucura da cruz”: o acesso a essa vida verdadeira e plena que Deus nos quer oferecer passa pelo caminho do amor e do dom da vida (cruz). Unidos à Igreja no Brasil, iniciamos o Mês da Bíblia. Pelo estudo e pela meditação da Palavra de Deus, reafirmamos a nossa vocação de ser uma Igreja “Casa da Palavra”.
No encontro com Jesus, somos atraídos para a missão de testemunhá-lo, renunciando a tudo o que nos impede de segui-lo com fidelidade. Ele transforma nosso pensar e agir e nos ensina que ganhamos a vida quando a pomos a serviço do Evangelho. A Palavra de Deus, à qual dedicamos um carinho especial neste mês de Setembro, ilumine nosso caminho sinodal de discípulos e discípulas de Cristo.
Na primeira leitura(Jr 20,7-9), um profeta de Israel (Jeremias) descreve a sua experiência de “cruz”. Seduzido por Deus, Jeremias colocou toda a sua vida ao serviço de Deus e dos seus projetos. Nesse “caminho”, ele teve que enfrentar os poderosos e pôr em causa a lógica do mundo; por isso, conheceu o sofrimento, a solidão, a perseguição… É essa a experiência de todos aqueles que acolhem a Palavra de Deus no seu coração e vivem em coerência com os valores de Deus. Esta leitura prepara-nos para a meditação do Evangelho, contemplamos a “quinta confissão” de Jeremias. O Senhor o seduziu e ele respondeu sim à vocação: “Deixei-me seduzir”. No entanto, a vocação tornou-se motivo de sofrimento e de zombaria. O profeta pensa e tenta desistir, mas não consegue! Sentiu a força ardente da Palavra de Deus, como que se entranhando em todo seu ser.
A segunda leitura – Rm 12,1-2 – convida os cristãos a oferecerem toda a sua existência de cada dia a Deus. Paulo garante que é esse o sacrifício que Deus prefere. O que é que significa oferecer a Deus toda a existência? Significa, de acordo com Paulo, não nos conformarmos com a lógica do mundo, aprendermos a discernir os planos de Deus e a viver em consequência. Diante da graça recebida de Deus, nossa resposta deve ser o novo relacionamento com ele, o Senhor da vida. Nossa prática diária deveria ser o espelho daquilo que celebramos.
No Evangelho(Mt 16,21-27), Jesus avisa os discípulos de que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos e êxitos humanos, mas passa pelo amor e pelo dom da vida (até à morte, se for necessário). Jesus vai percorrer esse caminho; e quem quiser ser seu discípulo tem de aceitar percorrer um caminho semelhante. No Evangelho, logo após Pedro professar a fé dizendo que Jesus é o Cristo e o Filho de Deus (cf. Mt 16,16), Senhor anuncia pela primeira vez a sua Paixão e morte. Jesus se alinha, assim, aos antigos profetas, como Jeremias, assumindo a vocação profética e de Messias servo e pobre. Pedro, ouvindo isso, começa a rejeitar tal condição do Mestre e põe-se a repreendê-lo. Pedro pensava como os homens e não como Deus. Esperava um messias político-militar. Como seus contemporâneos, Pedro era incapaz de admitir um Messias vocacionado à doação e à renúncia de si mesmo até a morte. Jesus, por sua vez, repreende Pedro e convida-lhe a comportar-se como discípulo, colocando-se atrás do Mestre. O discípulo deve, como seu Mestre, renunciar à sua vida neste mundo para salvá-la. Renunciar a si mesmo é a condição para seguir Jesus, é colocar-se no mesmo caminho do Mestre, o caminho que leva á Cruz. O discípulo não se comporta como o adversário da Cruz (Satanás), mas se oferece em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus! O discípulo fiel não se conforma com o mundo. Ao contrário, transforma-se, renovando sua maneira de pensar e de julgar, distinguindo o que é da vontade de Deus, o que é bom, o que agrada a Deus, o que é perfeito.
Pensar as coisas de Deus é converter-se à lógica do Reinado de Deus, é mudar a mentalidade e compreender que o único caminho para ganhar a vida é doar-se pela mesma causa de Jesus. Pois só encontra a vida quem se perde na paixão pela humanidade, deixando-se interpelar pela miséria dos irmãos desfigurados sem sua dignidade, sofrendo com os que sofrem, entregando a própria vida para que outros possam ter mais vida.
Tomar a própria cruz, portanto, não é simplesmente sofrer, porque Jesus não quer sofredores sem causa. Ser discípulo e discípula e tomar a própria cruz significa sofrer as consequências de ter assumido a mesma missão de Jesus, no serviço e na entrega da vida pelos outros. Percorrendo esse caminho é que nossa vida ganha sentido.
Compreender a “cruz de Jesus” e assumir a “própria cruz”, renunciando aos projetos pessoais não condizentes com as propostas do Mestre, é o grande desafio dos cristãos de todos os tempos. Quem não consegue acolher a cruz pode tornar-se “pedra de tropeço” no caminho dos discípulos e discípulas de Jesus. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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1) Oração
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 25,14-30)
Naquele tempo, Jesus contou esta parábola aos discípulos: 14Será também como um homem que, tendo de viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens. 15A um deu cinco talentos; a outro, dois; e a outro, um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu. 16Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles; fê-los produzir, e ganhou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois. 18Mas, o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro de seu senhor. 19Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e pediu-lhes contas. 20O que recebeu cinco talentos, aproximou-se e apresentou outros cinco: - Senhor, disse-lhe, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei. 21Disse-lhe seu senhor: - Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor. 22O que recebeu dois talentos, adiantou-se também e disse: - Senhor, confiaste-me dois talentos; eis aqui os dois outros que lucrei. 23Disse-lhe seu senhor: - Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor. 24Veio, por fim, o que recebeu só um talento: - Senhor, disse-lhe, sabia que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. 25Por isso, tive medo e fui esconder teu talento na terra. Eis aqui, toma o que te pertence. 26Respondeu-lhe seu senhor: - Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei. 27Devias, pois, levar meu dinheiro ao banco e, à minha volta, eu receberia com os juros o que é meu. 28Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez. 29Dar-se-á ao que tem e terá em abundância. Mas ao que não tem, tirar-se-á mesmo aquilo que julga ter. 30E a esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.
3) Reflexão Mateus 25,14-30 * O evangelho de hoje traz a Parábola dos Talentos. Esta parábola está situada entre duas outras parábolas: a parábola das Dez Virgens (Mt 25,1-13) e a parábola do Juízo Final (Mt 25,31-46). As três parábolas esclarecem e orientam as pessoas sobre a chegada do Reino. A parábola das Dez Virgens insiste na vigilância: o Reino pode chegar a qualquer momento. A parábola do Juízo Final diz que para tomar posse do Reino se deve acolher os pequenos. A parábola dos Talentos orienta sobre como fazer para que o Reino possa crescer. Ela fala sobre os dons ou carismas que as pessoas recebem de Deus. Toda pessoa tem alguma qualidade, sabe alguma coisa que ela pode ensinar aos outros. Ninguém é só aluno, ninguém é só professor. Aprendemos uns dos outros.
Uma chave para compreender a parábola. Uma das coisas que mais influi na vida da gente é a idéia que nos fazemos de Deus. Entre os judeus da linha dos fariseus, alguns imaginavam Deus como um Juiz severo que os tratava de acordo com o mérito conquistado pelas observâncias. Isto produzia medo e impedia as pessoas de crescer. Sobretudo, impedia que elas abrissem um espaço dentro de si para acolher a nova experiência de Deus que Jesus comunicava. Para ajudar a estas pessoas, Mateus conta a parábola dos talentos.
Mateus 25,14-15: A porta de entrada na história da parábola
Jesus conta a história de um homem que, antes de viajar, distribuiu seus bens aos empregados, dando-lhes cinco, dois ou um talento, conforme a capacidade de cada um. Um talento corresponde a 34 quilos de ouro, o que não é pouco! No fundo, cada um recebeu igual, pois recebeu “de acordo com a sua capacidade”. Quem tem copo grande, recebe o copo cheio. Quem tem copo pequeno, recebe o copo cheio. Em seguida, o patrão viajou para o estrangeiro e lá ficou por muito tempo. A história tem um certo suspense. Você não sabe com que finalidade o proprietário entregou o seu dinheiro aos empregados, nem sabe como vai ser o fim.
Mateus 25,16-18: O jeito de agir de cada empregado
Os dois primeiros trabalham e fazem duplicar os talentos. Mas o que recebeu um enterrou o dinheiro no chão para guardar bem e não perder. Trata-se dos bens do Reino que são entregues às pessoas e às comunidades de acordo com a sua capacidade. Todos e todas recebemos algum bem do Reino nem todos respondemos da mesma maneira!
Mateus 25,19-23: Prestação de conta do primeiro e do segundo empregado, e a resposta do Senhor
Depois de muito tempo, o proprietário voltou. Os dois primeiros dizem a mesma coisa: “O senhor me deu cinco/dois. Aqui estão outros cinco/dois que eu ganhei!” E o senhor dá a mesma resposta: “Muito bem, servo bom e fiel. Sobre pouco foste fiel, sobre muito te colocarei. Vem alegrar-te com teu senhor!”
Mateus 25,24-25: Prestação de conta do terceiro empregado
O terceiro empregado chega e diz: “Senhor, eu sabia que és um homem severo que colhes onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste. Assim, amedrontado, fui enterrar teu talento no chão. Aqui tens o que é teu!” Nesta frase transparece uma idéia errada de Deus que é criticada por Jesus. O empregado vê Deus como um patrão severo. Diante de um Deus assim, o ser humano sente medo e se esconde atrás da observância exata e mesquinha da lei. Ele pensa que, agindo assim, a severidade do legislador não vai poder castigá-lo. Na realidade, uma pessoa assim já não crê em Deus, mas crê apenas em si mesma e na sua observância da lei. Ela se fecha em si, desliga de Deus e já não consegue preocupar-se com os outros. Torna-se incapaz de crescer como pessoa livre. Esta imagem falsa de Deus isola o ser humano, mata a comunidade, acaba com a alegria e empobrece a vida.
Mateus 25,26-27: Resposta do Senhor ao terceiro empregado
A resposta do senhor é irônica. Ele diz: “Empregado mau e preguiçoso! Você sabia que eu colho onde não plantei, e que recolho onde não semeei. Então você devia ter depositado meu dinheiro no banco, para que, na volta, eu recebesse com juros o que me pertence!” O terceiro empregado não foi coerente com a imagem severa que tinha de Deus. Se ele imaginava Deus severo daquele jeito, deveria ao menos ter colocado o dinheiro no banco. Ou seja, ele sai condenado não por Deus, mas pela idéia errada que tinha de Deus e que o deixou mais medroso e mais imaturo do que devia ser. Nem seria possível ele ser coerente com aquela imagem de Deus, pois o medo desumaniza e paralisa a vida.
Mateus 25,28-30: A palavra final do Senhor que esclarece a parábola
O senhor manda tirar o talento e dar àquele que tem dez, “pois a todo aquele que tem será dado, mas daquele que não tem até o que tem lhe será tirado”. Aqui está a chave que esclarece tudo. Na realidade, os talentos, o “dinheiro do patrão”, os bens do Reino, são o amor, o serviço, a partilha. É tudo aquilo que faz crescer a comunidade e revela a presença de Deus. Quem se fecha em si com medo de perder o pouco que tem, este vai perder até o pouco que tem. Mas a pessoa que não pensa em si e se doa aos outros, esta vai crescer e receber de volta, de maneira inesperada, tudo que entregou e muito mais. “Perde a vida quem quer segurá-la, ganha a vida quem tem coragem de perdê-la”
A moeda diferente do Reino
Não há diferença entre os que recebem mais e os que recebem menos. Todos têm o seu dom de acordo com a sua capacidade. O que importa é que este dom seja colocado a serviço do Reino e faça crescer os bens do Reino que são amor, fraternidade, partilha. A chave principal da parábola não consiste em fazer render e produzir os talentos, mas sim em relacionar-se com Deus de maneira correta. Os dois primeiros não perguntam nada, não procuram o próprio bem-estar, não guardam para si, não se fecham, não calculam. Com a maior naturalidade, quase sem se dar conta e sem procurar mérito, começam a trabalhar, para que o dom dado por Deus renda para Deus e para o Reino. O terceiro tem medo e, por isso, não faz nada. De acordo com as normas da antiga lei ele estava correto. Manteve-se dentro das exigências. Não perdeu nada e não ganhou nada. Por isso, perdeu até o que tinha. O Reino é risco. Quem não quer correr risco, perde o Reino!
4) Para um confronto pessoal
1) Na nossa comunidade, procuramos conhecer e valorizar os dons de cada pessoa? Nossa comunidade é um espaço, onde as pessoas podem desenvolver seus dons? Às vezes, os dons de uns geram inveja e competição nos outros. Como reagimos?
2) Como entender a frase: "A todo aquele que tem, será dado mais, e terá em abundância. Mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado"?
5) Oração final
Nossa alma espera no Senhor, porque ele é nosso amparo e nosso escudo. Nele, pois, se alegra o nosso coração, em seu santo nome confiamos. (Sl 32, 20-21)
- Detalhes
O pároco de Cachoeira, padre Adeilson Pugas, foi vítima de sequestro na noite de ontem, 30.
De acordo com o Diário da Notícia, o sacerdote teria sido abordado por dois criminosos armados em frente à Casa Paroquial e levado encapuzado para a casa do também padre Hélio Vilas-Boas, em Belém, distrito de Cachoeira.
No local, os suspeitos vasculharam todo o imóvel em busca de objetos de valores e em seguida fugiram com o veículo do padre Adeilson.
Guarnições da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal foram acionadas, mas até a publicação desta matéria ninguém havia sido preso. Fonte: https://fortenanoticia.com.br
O a mídia falou sobre o assunto?
Padre é sequestrado e assaltado em Cachoeira após visitar suposto fiel que dizia precisar de orientação espiritual
Ninguém foi preso.
Na madrugada de quinta-feira (31) em Cachoeira, um padre foi sequestrado e roubado. De acordo com informações da Polícia Civil, ele foi até a casa de um fiel que dizia necessitar de orientação espiritual e no local foi surpreendido por homens que praticaram o crime.
Os homens obrigaram o padre a ir até a casa de outro padre que fica no distrito de Belém em Cachoeira, distante 4 km do centro da cidade, com o intuito de roubar ouro e dinheiro guardados onde estava o segundo padre.
Ninguém foi preso e a polícia não informou se o segundo padre foi vítima da ação dos criminosos.
Foram roubados cartões de crédito, documentos, dinheiro e um veículo que pertence a diocese.
O padre foi liberado, mas a polícia não disse em qual local. Ele não sofreu agressões. Fonte: https://www.acordacidade.com.br
O a mídia falou sobre o assunto?
Padre é sequestrado e assaltado após visitar suposto fiel que dizia precisar de orientação espiritual na BA
Crime aconteceu em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, nesta quinta (31). Ninguém foi preso.
Por g1 BA
Um padre da cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, foi sequestrado e roubado na madrugada desta quinta-feira (31). Segundo a Polícia Civil, o crime aconteceu após o religioso ter ido até a casa de um fiel, que dizia precisar de orientação espiritual. Ninguém foi preso.
Ao chegar no suposto endereço do fiel, o pároco foi surpreendido por homens que o obrigaram a ir até a residência de outro segundo padre, que fica no distrito de Belém, a cerca de 4 km do centro da cidade.
Segundo a polícia, o objetivo do grupo era roubar ouro e dinheiro guardados no imóvel onde estava o segundo padre. A polícia, no entanto, não esclareceu se o outro padre estava na casa e também teria sido vítima da ação dos criminosos
Os suspeitos roubaram cartões de crédito, dinheiro, documentos e um carro que pertence a diocese.
A polícia não especificou em qual local o padre foi sequestrado e liberado, mas afirmou que ele não foi agredido pelos suspeitos. O crime é investigado pela delegacia de Cachoeira.
Outro crime contra religioso
Na quarta-feira (30), os suspeitos de matar o pastor Marcos José Froz de Almeida foram presos. O crime aconteceu em fevereiro deste ano, na cidade de Santo Antônio de Jesus, também no Recôncavo da Bahia.
No dia do crime, os homens seguiram a vítima e efetuaram os disparos na porta da Igreja Batista Missionária Redenção, no bairro Salomão. O pastor morreu no local. Fonte: https://g1.globo.com
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