- Detalhes
1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12, 39-48)
39Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa. 40Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem. 41Disse-lhe Pedro: Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos? 42O Senhor replicou: Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo? 43Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier! 44Em verdade vos digo: confiar-lhe-á todos os seus bens. 45Mas, se o tal administrador imaginar consigo: Meu senhor tardará a vir, e começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, 46o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e na hora em que ele não pensar, e o despedirá e o mandará ao destino dos infiéis. 47O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. 48Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir.
3) Reflexão Lucas 12,39-48
O evangelho de hoje traz novamente uma exortação à vigilância com outras duas parábolas. Ontem, a parábola era de patrão e empregado (Lc 12,36-38). Hoje, a primeira parábola é do dono de casa e do ladrão (Lc 12,39-40) e a outra fala do proprietário e do administrador (Lc 12,41-47).
Lucas 12,39-40: A parábola do dono da casa e do ladrão
“Fiquem certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe arrombasse a casa. Vocês também estejam preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem”. Assim como o dono da casa não sabe a que hora chega o ladrão, assim ninguém sabe a hora da chegada do Filho do Homem. Jesus deixa bem claro: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!" (Mc 13,32). Hoje, muita gente vive preocupada com o fim do mundo. Nas ruas das cidades, se vê escrito nas paredes: Jesus voltará! Teve até gente que, angustiada com a proximidade do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Mas o tempo passa e o fim não chega! Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a freqüentar uma determinada igreja! De tanto esperar e especular em torno da vinda de Jesus, muita gente já nem percebe mais a presença dele no meio de nós, nas coisas mais comuns da vida, nos fatos do dia-a-dia. Pois o que importa mesmo não é saber a hora do fim deste mundo, mas sim ter um olhar capaz de perceber a vinda de Jesus já presente no meio de nós na pessoa do pobre (cf Mt 25,40) e em tantos outros modos e acontecimentos da vida de cada dia.
Lucas 12,41: A pergunta de Pedro
“Então Pedro disse a Jesus: "Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?" Não se vê bem o porquê desta pergunta de Pedro. Ela evoca um outro episódio, no qual Jesus respondeu a uma pergunta semelhante dizendo: “A vocês é dado conhecer o mistério do Reino de Deus, mas aos outros tudo é dado a conhecer em parábolas” (Mt 13,10-11; Lc 8,9-10).
Lucas 12,42-48ª: A parábola do proprietário e do administrador
Na resposta à pergunta de Pedro Jesus formula uma outra pergunta em forma de parábola: "Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a todos na hora certa?” Logo em seguida, o Jesus mesmo, na própria parábola, já dá a resposta: bom administrador é aquele que cumpre sua missão de servidor, nunca usa os bens recebidos em proveito próprio, e está sempre vigilante e atento. Talvez seja uma resposta indireta à pergunta de Pedro, como se dissesse: “Pedro, a parábola é realmente para você! É para você saber administrar bem a missão que Deus lhe deu como coordenador das comunidades. Neste sentido, a resposta vale também para cada um de nós. E aí toma muito sentido a advertência final: “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”.
A chegada do Filho do Homem e o fim deste mundo
A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. Muita gente das comunidades dizia que o fim deste mundo estava perto e que Jesus voltaria logo. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1 Tes 4,13-18; 2 Tes 2,2). Por isso, havia até pessoas que já não trabalhavam, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas. Trabalhar para que, se Jesus ia voltar logo? (cf 2Ts 3,11). Paulo responde que não era tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisava: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” Outros ficavam só olhando o céu, aguardando o retorno de Jesus sobre as nuvens (cf At 1,11). Outros reclamavam da demora (2Pd 3,4-9). Em geral, os cristãos viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para encerrar a história injusta deste mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso no céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca! (2 Pd 3,4). Até hoje, a vinda final de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? É que já não percebemos que Jesus já voltou, já está no nosso meio: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. A plenitude ainda não chegou, mas uma amostra ou garantia do Reino já está no meio de nós. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25). E enquanto esperamos e lutamos, dizemos acertadamente: “Ele já está no meio de nós!” (Mt 25,40).
4) Para um confronto pessoal
1) A resposta de Jesus a Pedro serve também para nós, para mim. Será que sou um bom administrador, uma boa administradora da missão que recebi?
2) Como faço para estar vigilante sempre?
5) Oração final
Do nascer ao pôr-do-sol seja louvado o nome do Senhor. O Senhor é excelso sobre todos os povos, mais alta que os céus é sua glória. (Sl 112, 3-4)
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12, 49-53)
49Eu vim lançar fogo à terra, e que tenho eu a desejar se ele já está aceso? 50Mas devo ser batizado num batismo; e quanto anseio até que ele se cumpra! 51Julgais que vim trazer paz à terra? Não, digo-vos, mas separação. 52Pois de ora em diante haverá numa mesma casa cinco pessoas divididas, três contra duas, e duas contra três; 53estarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz algumas frases soltas de Jesus. A primeira sobre o fogo na terra só ocorre em Lucas. As outras têm frases mais ou menos paralelas em Mateus. Isto nos remete para o problema da origem da composição destes dois evangelhos que já fez correr muita tinta ao longo dos últimos dois séculos e só será resolvido plenamente quando pudermos conversar com Mateus e Lucas, depois da nossa ressurreição.
Lucas 12,49-50: Jesus veio trazer fogo sobre a terra
"Eu vim para lançar fogo sobre a terra: e como gostaria que já estivesse aceso! Devo ser batizado com um batismo, e como estou ansioso até que isso se cumpra!” A imagem do fogo ocorre muito na Bíblia e não tem um sentido único. Pode ser imagem de devastação e castigo e também pode ser imagem de purificação e iluminação (Is 1,25; Zc 13,9). Pode até evocar proteção como transparece em Isaías: “Se passar pelo fogo, estarei contigo” (Is 43,2). João Batista batizava com água, mas depois dele Jesus haveria de batizar pelo fogo (Lc 3,16). Aqui, a imagem do fogo é associada à ação do Espírito Santo que desceu no dia de Pentecostes sob a imagem de línguas de fogo (At 2,2-4). Imagens e símbolos nunca têm um sentido obrigatório, totalmente definido, que não permitiria divergência. Nesse caso já não seria imagem nem símbolo. É da natureza do símbolo provocar a imaginação dos ouvintes e expectadores. Deixando liberdade aos ouvintes, a imagem do fogo combinado com a imagem do batismo indica a direção na qual Jesus quer que a gente dirija a imaginação. Batismo é associado com água e é sempre expressão de um compromisso. Em outro lugar o batismo aparece como símbolo do compromisso de Jesus com a sua paixão: “Você podem ser batizados com o batismo com que serei batizado?”. (Mc 10,38-39).
Lucas 12,51-53: Jesus veio trazer a divisão
Jesus sempre fala em paz (Mt 5,9; Mc 9,50; Lc 1,79; 10,5; 19,38; 24,36; Jo 14,27; 16,33; 20,21.26). Então, como entender a frase do evangelho de hoje que parece dizer o contrário: “Vocês pensam que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu lhes digo, vim trazer divisão”. Esta afirmação não significa que Jesus estivesse a favor da divisão. Não! Jesus não quer a divisão. Mas o anúncio da verdade de que ele, Jesus de Nazaré, era o Messias tornou-se motivo de muita divisão entre os judeus. Dentro da mesma família ou comunidade, uns eram a favor e outros radicalmente contra. Neste sentido a Boa Nova de Jesus era realmente uma fonte de divisão, um “sinal de contradição” (Lc 2,34) ou, como dizia Jesus: “Ficarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra”. Era o que estava acontecendo, de fato, nas famílias e nas comunidades: muita divisão, muita discussão, como conseqüência do anúncio da Boa Nova entre os judeus daquela época, uns aceitando, outros negando. O mesmo vale para o anúncio da fraternidade como o valor supremo da convivência humana. Nem todos concordavam com este anúncio, pois preferiam manter seus privilégios. Por isso, não tinham medo de perseguir os que anunciavam a fraternidade e a partilha. Esta é a divisão que surgia e que está na origem da paixão e morte de Jesus. Era o que estava acontecendo. Era o julgamento em andamento. Jesus quer é a união de todos na verdade (cf. Jo 17,17-23). Até hoje é assim. Muitas vezes, lá onde a Igreja se renova, o apelo da Boa Nova se torna um “sinal de contradição” e de divisão. Pessoas que durante anos viveram acomodadas na rotina da sua vida cristã, já não querem ser incomodadas pelas “inovações” do Vaticano II. Incomodadas pelas mudanças, elas usam toda a sua inteligência para encontrar argumentos em defesa de suas opiniões e para condenar as mudanças como contrárias ao que elas pensam ser a verdadeira fé.
4) Para um confronto pessoal
1) Buscando a união, Jesus era causa de divisão. Isto já aconteceu com você?
2) Diante das mudanças na Igreja, como me situo?
5) Oração final
Exultai no Senhor, ó justos, pois aos retos convém o louvor. Celebrai o Senhor com a cítara, entoai-lhe hinos na harpa de dez cordas. (Sl 33, 1-2)
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Com o suspeito foram apreendidos um coquetel molotov, uma garrada de plástico com líquido inflamável, além de isqueiros. O fogo foi controlado pela equipe do local
Ponto na Igreja da Candelária onde suspeito ateou fogo após jogar líquido inflamável — Foto: Reprodução
Por O Globo – Rio de Janeiro
Um homem de 28 anos foi preso em flagrante suspeito de tentar incendiar a Igreja de Nossa Senhora da Candelária, Praça Pio X, no Centro, na manhã desta terça-feira. A equipe conseguiu controlar as chamas e chamou uma equipe do Segurança Presente, que levou o suspeito.
Segundo o órgão, o homem forneceu um líquido inflamável no interior da Catedral e ateou fogo. As chamadas foram controladas pelos funcionários da igreja, que acionaram os agentes para a prisão.
O preso foi encaminhado para a 5ª DP (Centro). Com ele, foi percebido um coquetel molotov, uma garrada de plástico com líquido inflamável, além de isqueiros. Fonte: oglobo.globo.com
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O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão para a Informação, Paolo Ruffini, no briefing da Sala de Imprensa: "a leitura da carta foi recebida com aplausos". O "Documento Síntese" será divulgado no sábado à noite. Schönborn: com esse Sínodo, a Europa não é mais o centro da Igreja. Aguiar Retes: "Se colocarmos em prática o que falamos, haverá um caminho a seguir". Aveline: "Agora é a semana decisiva. Nos próximos meses, colheremos os frutos". Irmã Rigon: "Vamos construir um belo mosaico".
Vatican News
A leitura do esboço da Carta ao Povo de Deus foi recebida com aplausos pela assembleia nesta manhã. A convite do cardeal secretário geral Mario Grech, "foram propostas e aceitas pequenas sugestões de mudanças e acréscimos ao texto, particularmente no que diz respeito às traduções para os diversos idiomas: haverá tempo até as 18 horas de hoje para apresentar outras propostas de mudanças à Secretaria Geral do Sínodo". A Carta "será aprovada e publicada na quarta-feira". O anúncio foi feito por Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação e presidente da Comissão para a Informação, no briefing de hoje com os jornalistas, que começou às 14h30 na Sala de Imprensa da Santa Sé, e foi apresentado pela vice-diretora Cristiane Murray.
Missa e trabalho esta manhã
O dia de hoje, segunda-feira, 23 de outubro, começou às 8h45 com a celebração eucarística presidida - no altar da cátedra da Basílica Vaticana - pelo cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon, em Mianmar. Em seguida, na Décima Sexta Congregação Geral - coordenada pelo presidente delegado pe. Giuseppe Bonfrate - na presença do Papa Francisco (e 350 participantes), falaram, depois de ouvir o trecho do Evangelho de Marcos (4,26-34), os assistentes espirituais - o dominicano pe. Timothy Radcliffe e a beneditina madre Maria Ignazia Angelini - e o teólogo australiano pe. Ormond Rush. A Carta ao Povo de Deus foi então apresentada e discutida, conforme anunciado pelo prefeito Ruffini.
Cardeal Schönborn: fé, esperança e caridade em comunhão
O cardeal dominicano Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, membro do Conselho Ordinário da Secretaria do Sínodo, com base em sua experiência em assembleias anteriores, confidenciou uma lembrança de 1965, no final do Concílio Vaticano II, quando tinha 20 anos e era estudante de teologia. Ele ouviu uma palestra de Karl Rahner e a última frase permaneceu em seu coração: "Se deste Concílio não resultar um aumento na fé, na esperança e na caridade, tudo será em vão".
Portanto, acrescentou o cardeal, "eu diria o mesmo sobre o Sínodo" em andamento. Como teólogo, Schönborn também participou em 1985 do sínodo extraordinário convocado por João Paulo II vinte anos após a conclusão do Vaticano II. Com relação ao conceito fundamental de communio, ele disse que tinha a impressão de que "o que estamos fazendo agora, após o 50º aniversário da instituição do Sínodo", é precisamente perguntar "como viver a comunhão na Igreja". É a comunhão da fé; comunhão com o Deus uno e trino; comunhão entre os fiéis e comunhão aberta a todos os homens". Como vivê-la? "A sinodalidade é a melhor maneira", é a resposta do cardeal Schönborn. É uma questão de repensar a visão da Lumen gentium, que fala do grande mistério da Igreja. Portanto, a Igreja é mistério, é povo de Deus, e só depois se deve falar da constituição hierárquica de seus membros.
O cardeal também criticou a Europa "que não é mais o principal centro da Igreja", como pode ser visto diariamente no Sínodo. A América Latina, a Ásia, a África e suas conferências continentais são protagonistas, enquanto o episcopado europeu não conseguiu ter o potencial desenvolvido, por exemplo, pela Fabc e pelo CELAM. No velho continente, admitiu, "ficamos um pouco para trás na sinodalidade vivida. É necessário um estímulo". O cardeal trouxe como exemplo o fato de que as Conferências Episcopais Europeias nunca disseram uma palavra comum sobre o drama dos migrantes. Por fim, uma menção às Igrejas Orientais que sempre experimentaram como a sinodalidade não existe sem a liturgia. Daí o convite para valorizar uma fé que é celebrada antes de ser discutida.
Cardeal Aguiar Retes: continuidade sinodal
O cardeal Carlos Aguiar Retes, arcebispo do México, um dos presidentes delegados da assembleia e membro por nomeação pontifícia, recordou, em espanhol, o sínodo de 2012 convocado por Bento XVI sobre a nova evangelização, que concluiu que a transmissão da fé estava "fraturada": "as famílias não eram mais capazes de se dirigir às novas gerações". É por isso que o primeiro Sínodo de Francisco foi dedicado às famílias, que são fundamentais nesse sentido. E é importante trabalhar com elas para alcançar os jovens, aos quais o próximo Sínodo, em 2018, foi dedicado. Falando sobre sua própria experiência com as novas gerações na arquidiocese de Tlalnepantla, onde foi pároco antes de se mudar para a capital do México, ele relatou ter tido reuniões com jovens de diferentes classes sociais, com o objetivo de dialogar para promover a amizade além das fronteiras de classe. Portanto, o anseio pela fé deve ser transmitido por meio dos jovens que vivem a fé.
Em seguida, continuou o cardeal mexicano em sua reconstrução, o Papa Francisco o convocou para o Sínodo dedicado à Amazônia. E refletindo sobre a importância da mudança climática e da proteção da criação, percebeu-se que era importante contar com a sensibilidade ecológica das crianças e dos jovens. Portanto, eles devem ser ajudados a entender a Palavra de Deus sobre essas questões. Finalmente, o cardeal falou sobre o processo sinodal na arquidiocese da Cidade do México, que ele gostaria de ter feito antes da pandemia, mas que, por causa da covid-19, foi adiado, começando em outubro de 2021. Uma experiência de visita às realidades locais, com um método baseado no consenso, no diálogo e na escuta mútua, cujos frutos foram reunidos para atender às necessidades da sociedade; porque, concluiu, "o caminho da Igreja é a sinodalidade".
Cardeal Aveline: escuta, silêncio, oração e liberdade
O cardeal Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, presente no Sínodo como membro pontifício, eleito para a Comissão para o Relatório Síntese, começou expressando os sentimentos que o acompanharam em sua primeira experiência na assembleia sinodal: "Alegria por uma nova aventura, curiosidade por encontrar pessoas de todo o mundo, com as quais houve uma troca mútua de experiências; mas também preocupação com as notícias de guerra que chegaram aqui no início dos trabalhos e que continuaram com o passar dos dias".
Diante de eventos tão dramáticos, o cardeal Aveline enfatizou que "a Igreja deve assumir a responsabilidade de espalhar a mensagem do amor de Deus ainda mais fortemente no mundo". Outro sentimento foi o de apreensão devido ao fato de que "em meu país nem todos aderiram ao processo sinodal e, portanto, há espaço para progresso", a fim de que mais pessoas participem dessa jornada compartilhada. Isso, reiterou o cardeal, "está criando muitas expectativas sobre nossas decisões finais que refletirão nossa responsabilidade comum". Aveline concluiu dizendo que esta será "uma semana decisiva, na qual passaremos por etapas importantes, tentando chegar a um acordo sobre várias questões e resolver as diferenças. E nos próximos meses colheremos os frutos que semeamos".
Irmã Rigon: O que posso fazer para tornar o mundo um lugar melhor para todos?
A irmã Samuela Maria Rigon, superiora geral das Irmãs da Santíssima Mãe das Dores, professora da Pontifícia Universidade Gregoriana, que está participando do Sínodo como membro nomeado pelo pontífice, tomou a palavra. "Em oração, aceitei como um chamado de Deus ser nomeada para o Sínodo, como uma mulher batizada, cristã e consagrada", disse ela. E o Sínodo está provando ser "uma experiência muito enriquecedora, na qual estou tocando a universalidade da Igreja". Uma experiência, continuou ela, que é "um convite à humildade; e meu ponto de vista é apenas uma janela no horizonte que pode ajudar a construir um belo mosaico".
"Desde ontem, trago comigo três palavras da liturgia eucarística em que o apóstolo Paulo nos falou da fé laboriosa, do trabalho árduo na caridade e da firmeza na esperança em Jesus Cristo. Se isso saísse deste Sínodo, já teríamos feito uma verdadeira revolução em um sentido positivo", disse a religiosa; porque, acrescentou, "recebemos uma semente importante que Deus fará crescer através de nós ou conosco". Sobre esse princípio, irmã Samuela se referiu ao pensamento de São Francisco: "Hoje eu começo novamente a ser um cristão diferente". Se todos fizessem isso, ela relançou, "teríamos uma transformação".
O "Documento de Síntese" será divulgado no sábado à noite
Em resposta a uma pergunta, o prefeito Ruffini disse que a votação, com modalidades ainda a serem definidas, e a divulgação do Documento Síntese estão programadas para a noite de sábado. Com relação à segunda pergunta - se em um futuro conclave o atual Sínodo deve ser levado em consideração em termos de conteúdo e forma - o Cardeal Aguilar Retes explicou que se o que foi discutido e experimentado for colocado em prática, haverá um caminho a seguir. Tudo, acrescentou, depende do que será alcançado quando as pessoas retornarem às suas dioceses.
Outra pergunta se referia ao método escolhido para a Assembleia e à possibilidade de aplicá-lo na Igreja em todos os níveis, ampliando também a participação de leigos e mulheres. O Cardeal Schönborn recordou seu discurso em 2015 sobre o tema da sinodalidade, quando, a partir do Concílio de Jerusalém, explicou que, antes de tudo, o método é a escuta, ou seja, escutar o que Deus mostra por meio da experiência de caminhar. A conclusão do Sínodo vem dessa escuta, do discernimento comum. O cardeal disse que já estava acostumado com um método semelhante, praticado na Arquidiocese de Viena; e lembrou, a esse respeito, que de 2015 até hoje houve cinco assembleias diocesanas com 1400 participantes, uma expressão de todo o povo de Deus. Mesmo que não tenha havido votação, disse ele, a escuta e a comunhão foram experimentadas. O importante, enfatizou, é que no final as decisões devem ser tomadas. De fato, o Concílio de Jerusalém tomou uma decisão fundamental para a história da Igreja; e a maneira de chegar lá é como lemos nos Atos dos Apóstolos. Esse método é caracterizado pelos três estágios: escuta, silêncio e discussão.
A irmã Rigon salientou que o estilo de trabalho usado no Sínodo é um método, mas o aspecto essencial é ouvir. Todos, disse ela, precisam redescobrir essa dimensão, no local de trabalho, nas famílias, nas comunidades religiosas. Todos devem ter a oportunidade de compartilhar e de serem ouvidos. Não é por acaso que o primeiro mandamento da Bíblia é "escuta Israel".
A natureza do Sínodo não mudou
Em resposta às críticas que questionavam a integridade do Sínodo dos Bispos pelo fato de incluir leigos como delegados, o cardeal Schönborn ressaltou que, em sua opinião, isso não é um problema, pois continua sendo um Sínodo episcopal, embora tenha uma participação real de não-bispos. E constitui um órgão que serve para exercer a responsabilidade colegiada. Sua natureza não mudou; apenas foi ampliada e a experiência é definitivamente positiva. Por outro lado, disse o Cardeal, sempre houve especialistas leigos, com algumas intervenções muito importantes, mas agora há uma relação muito mais próxima: um Sínodo dos Bispos com participação ampliada.
Com relação à questão de saber se a perda da sinodalidade levou a Igreja à divisão e até que ponto todas as Igrejas podem ser convidadas a seguir um caminho comum, o mesmo cardeal dominicano apontou que a divisão dos cristãos é um obstáculo ao testemunho; mas, referindo-se às palavras de um monge ortodoxo copta, afirmou que talvez Deus permita essa "vergonha" porque ainda não se é capaz de fazer bom uso da unidade para o bem da humanidade.
Em seguida, o Cardeal Aguiar Retes se referiu à experiência da Conferência Episcopal Mexicana, em um país com 180 milhões de habitantes, 80% dos quais são católicos, unidos em torno de uma religiosidade ancorada em Nossa Senhora de Guadalupe. Há, no entanto, condições diferentes entre o norte, o sul e o centro do México. Em sua visita apostólica em 2016, o Papa pediu um processo seguro em resposta às necessidades do contexto sociocultural. E nisso, a diversidade não deve ser um obstáculo: há diferentes modus operandi, mas todos eles concentram seus esforços para o bem da Igreja.
Por sua vez, o cardeal Aveline enfatizou que um grande momento de unidade no Sínodo foi a vigília ecumênica de oração "Together": todos estavam presentes em torno de Cristo Crucificado, porque o desejo de unidade cresce na contemplação do Crucificado, pois a fraqueza de Cristo é o único caminho seguro para a unidade.
Alterações no Catecismo só podem ser feitas pelo Papa
Com relação ao fato de que algumas pessoas Lgbtq+ podem se sentir magoadas com as palavras do Catecismo da Igreja Católica que se referem à "desordem" moral, o cardeal Schönborn recordou que foi secretário da redação do próprio Catecismo. Segundo ele, esse é o trabalho da Igreja, promulgado pelo Papa. E, desde então, houve apenas uma mudança, quando Francisco interveio sobre a pena de morte. Se haverá outras, depende exclusivamente da decisão do Pontífice. O cardeal recomendou, então, sempre ler os textos como um todo. Essas são questões, acrescentou, que dizem respeito à teologia moral, mas o princípio é que existe uma ordem objetiva e existem pessoas humanas. Elas sempre têm o direito de serem respeitadas, mesmo que pequem, e o direito de serem aceitas, como são por Deus.
Finalmente, sobre a relação entre a atualidade do magistério e a contribuição dos teólogos e o sensum fidelium, foi novamente o cardeal Schönborn que explicou que precisamos olhar para São João XXIII e ouvir o que ele disse no início do Concílio Vaticano II sobre a imutabilidade da doutrina e a forma como ela é apresentada. O cardeal acrescentou que há grandes desenvolvimentos no nível de compreensão, mas há também a imutabilidade da fé: não se pode mudar a doutrina sobre a Trindade, a encarnação ou a instituição da Eucaristia. Sobre isso se funda um Credo que é válido em todo o mundo e, mesmo que as culturas sejam diferentes, a substância da fé não pode ser alterada, mesmo que tenha se desenvolvido tanto desde a época dos apóstolos. Fonte: https://www.vaticannews.va
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12, 13-21)
13Disse-lhe então alguém do meio do povo: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. 14Jesus respondeu-lhe: Meu amigo, quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós? 15E disse então ao povo: Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas. 16E propôs-lhe esta parábola: Havia um homem rico cujos campos produziam muito. 17E ele refletia consigo: Que farei? Porque não tenho onde recolher a minha colheita. 18Disse então ele: Farei o seguinte: derrubarei os meus celeiros e construirei maiores; neles recolherei toda a minha colheita e os meus bens. 19E direi à minha alma: ó minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos; descansa, come, bebe e regala-te. 20Deus, porém, lhe disse: Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma. E as coisas, que ajuntaste, de quem serão? 21Assim acontece ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus.
3) Reflexão Lucas 12, 13-21
O episódio narrado no evangelho de hoje só se encontra no Evangelho de Lucas e não tem paralelo nos outros evangelhos. Ele faz parte da longa descrição da viagem de Jesus, desde a Galiléia até Jerusalém (Lc 9,51 a 19,28), na qual Lucas colocou a maior parte das informações que ele conseguiu coletar a respeito de Jesus e que não se encontram nos outros três evangelhos (cf. Lc 1,2-3). O evangelho de hoje traz a resposta de Jesus à pessoa que lhe pediu para ser mediador na repartição de uma herança.
Lucas 12,13: Um pedido para repartir herança
“Do meio da multidão, alguém disse a Jesus: "Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo". Até hoje, a distribuição da herança entre os familiares sobreviventes é sempre uma questão delicada e, muitas vezes, ocasião de brigas e tensões sem fim. Naquele tempo, a herança tinha a ver também com a identidade das pessoas (1Rs 21,1-3) e com a sua sobrevivência (Nm 27,1-11; 36,1-12). O problema maior era a distribuição das terras entre os filhos do falecido pai. Sendo a família grande, havia o perigo de a herança se esfacelar em pequenos pedaços de terra que já não poderiam garantir a sobrevivência de todos. Por isso, para evitar o esfacelamento ou desintegração da herança e manter vivo o nome da família, o mais velho recebia o dobro dos outros filhos (Dt 21,17. cf. 2Rs 2,11).
Lucas 12,14-15: Resposta de Jesus: cuidado com a ganância
“Jesus respondeu: "Homem, quem foi que me encarregou de julgar ou dividir os bens entre vocês?" Na resposta de Jesus transparece a consciência que ele tinha da sua missão. Jesus não se sente enviado por Deus para atender ao pedido de arbitrar entre os parentes que brigam entre si por causa da repartição da herança. Mas o pedido do homem despertou nele a missão de orientar as pessoas, pois “ele falou a todos: Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens". Fazia parte da sua missão esclarecer as pessoas a respeito do sentido da vida. O valor de uma vida não consiste em ter muitas coisas mas sim em ser rico para Deus (Lc 12,21). Pois, quando a ganância toma conta do coração, não há como repartir a herança com equidade e paz.
Lucas 12,16-19: Parábola que faz pensar no sentido da vida
Em seguida, Jesus conta uma parábola para ajudar as pessoas a refletir sobre o sentido da vida: "A terra de um homem rico deu uma grande colheita. E o homem pensou: O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita”. O homem rico está totalmente fechado dentro da preocupação com os seus bens que aumentaram de repente por causa de uma colheita abundante. Ele só pensa em acumular para garantir-se uma vida despreocupada. Ele diz: “Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir outros maiores; e neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: meu caro, você possui um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse, coma e beba, alegre-se!”
Lucas 12,20: Primeira conclusão da parábola
“Mas Deus lhe disse: Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?” A morte é uma chave importante para redescobrir o sentido verdadeiro da vida. Ela relativiza tudo, pois mostra o que perece e o que permanece. Quem só busca o ter e esquece o ser perde tudo na hora da morte. Aqui transparece um pensamento muito freqüente nos livros sapienciais: para que acumular bens nesta vida, se você não sabe para quem vão ficar os bens que você acumulou, nem sabe o que vai fazer o herdeiro com aquilo que você deixou para ele (Ecl 2,12.18-19.21).
Lucas 12,21: Segunda conclusão da parábola
“Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus”. Como tornar-se rico para Deus? Jesus deu várias sugestões e conselhos: quem quer ser o primeiro, seja o último (Mt20,27; Mc 9,35; 10,44); é melhor dar que receber (At 20,35); o maior é o menor (Mt 18,4; 23,11; Lc 9,48) preserva vida quem perde a vida (Mt 10,39; 16,25; Mc 8,35; Lc 9,24).
4) Para um confronto pessoal
1) O homem pediu a Jesus para ajudar na repartição da herança. E você, o que você pede a Deus nas suas orações?
2) O consumismo cria necessidades e desperta em nós a ganância. Como você faz para não ser vítima da ganância provocado pelo consumismo?
5) Oração final
Aclamai o Senhor, por toda a terra. Servi o Senhor com alegria. Vinde, entrai exultantes em sua presença. (Sl 99, 1-2)
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Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
“Ide(…) e pregai o Evangelho a toda a criatura”. (Mc 16,15).
Jesus veio ao nosso encontro, pela encarnação, para que nós pudéssemos ir ao encontro dos outros, levando a Boa Nova, de que Deus existe, e é amor, misericórdia, perdão e reconciliação. Seu Paraíso foi perdido e a culpa não é de Deus, pois, apesar do pecado, o Pai enviou seu Filho, para nos salvar. Assim, falar em missões, significa: evangelizar, reavivar a Boa Nova ao mundo e construir o Reino de Deus. Ser missionário, não requer, logo, ir para África, Ásia, etc…
Podemos ficar até em casa. Santa Teresinha nunca saiu do Convento, e é a padroeira das missões. Ser missionário é, então: viver intensamente o sentido da vida cristã, amar e viver a beleza da família, da educação, do bem e da justiça. Se possível: colaborar financeiramente com a manutenção das missões e dos missionários em outras terras. Rezar também, para que o espírito missionário, cresça na Igreja, a partir da vivência do batismo e da Eucaristia. Lembro então, uma vez mais, que a missionariedade é intrínseca à vivência da fé e da fidelidade a Jesus Cristo. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé confirma que a Santa Sé recebeu os sacerdotes recentemente desencarcerados. Eles ficarão alojados em algumas estruturas da Diocese de Roma.
Vatican News
“Posso confirmar que foi pedido à Santa Sé de receber 12 sacerdotes da Nicarágua, recentemente libertados da prisão. A Santa Sé aceitou”: foi o que disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, respondendo às perguntas dos jornalistas.
“Eles serão recebidos por um funcionário da Secretaria de Estado à tarde – continuou Bruni – e alojados em algumas estruturas da Diocese de Roma”. Fonte: https://www.vaticannews.va
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1) Oração
Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12, 1-7)
1Enquanto isso, os homens se tinham reunido aos milhares em torno de Jesus, de modo que se atropelavam uns aos outros. Jesus começou a dizer a seus discípulos: Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser conhecido. 3Pois o que dissestes às escuras será dito à luz; e o que falastes ao ouvido, nos quartos, será publicado de cima dos telhados. 4Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disto nada mais podem fazer. 5Mostrar-vos-ei a quem deveis temer: temei àquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno; sim, eu vo-lo digo: temei a este. 6Não se vendem cinco pardais por dois asses? E, entretanto, nem um só deles passa despercebido diante de Deus. 7Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois. Mais valor tendes vós do que numerosos pardais.
3) Reflexão Lucas 12,1-7 (Mt 10,28-31)
O evangelho de hoje traz uma última crítica de Jesus contra as autoridades religiosas do seu tempo.
Lucas 12,1ª: Milhares buscam Jesus
“Enquanto isso, milhares de pessoas se reuniram, de modo que uns pisavam nos outros”. Esta frase deixa transparecer a enorme popularidade de Jesus e o desejo do povo de encontrar-se com ele (cf. Mc 6,31; Mt 13,2). Deixa transparecer também o abandono em que se encontrava o povo. “São como ovelhas sem pastor”, dizia Jesus em outra ocasião quando via a multidão aproximar-se dele para ouvir a sua palavra (Mc 6,34).
Lucas 12,1b: Cuidado com a hipocrisia
“Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: "Tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”. Marcos já falava do fermento dos fariseus e dos herodianos e sugeria que se tratava da mentalidade ou da ideologia dominante da época que esperava um messias glorioso e poderoso (Mc 8,15; 8,31-33). Aqui no nosso texto, Lucas identifica o fermento dos fariseus com a hipocrisia. Hipocrisia é uma atitude que inverte os valores. Esconde a verdade. Mostra uma casca bonita que encobre e disfarça a podridão dentro da casca. No caso, a hipocrisia era a casca aparente da fidelidade máxima à palavra de Deus que escondia a contradição da vida deles. Jesus quer o contrário. Quer a coerência que não deixa no escondido.
Lucas 12,2-3: O escondido será revelado
“Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. Pelo contrário, tudo o que vocês tiverem feito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que vocês tiverem pronunciado em segredo, nos quartos, será proclamado sobre os telhados". É a segunda vez que Lucas fala deste assunto (cf. Lc 8,17). Em vez da hipocrisia dos fariseus que esconde a verdade, os discípulos devem ter a sinceridade. Não devem ter medo da verdade. Jesus os convida a partilhar com os outros os ensinamentos que dele aprenderam. Os discípulos não podem conservá-los só para si, mas devem divulgá-los. Um dia, as máscaras vão cair e tudo será revelado às claras, proclamado sobre os telhados (cf. Mt 10,26-27).
Lucas 12,4-5: Não ter medo
“Pois bem, eu digo a vocês, meus amigos: não tenham medo daqueles que matam o corpo, e depois disso nada mais têm a fazer. Vou mostrar a quem vocês devem temer: tenham medo daquele que, depois de ter matado, tem poder de jogá-los no inferno. Eu lhes digo: é a este que vocês devem temer”. Aqui Jesus se dirige aos seus amigos, os discípulos e discípulas. Eles não devem ter medo daqueles que matam o corpo, que torturam, machucam e fazem sofrer. Os torturadores podem até matar o corpo, mas não conseguem matar neles a liberdade e o espírito. Devem ter medo, isto sim, de que o medo do sofrimento os leve a esconder ou a negar a verdade e, assim, os faça ofender a Deus. Pois quem se afasta de Deus se perde para sempre.
Lucas 12,6-7: Vocês valem mais que muitos pardais
“Não se vendem cinco pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. Até mesmo os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais”. Os discípulos não devem ter medo de nada, pois eles estão na mão de Deus. Jesus manda olhar os passarinhos. Dois pardais se vendem por poucos centavos e no entanto nenhum pardal cai no chão sem o consentimento do Pai. Até os cabelos na cabeça estão contados. Lucas diz que nenhum cabelo cai sem a licença do Pai (Lc 21,18). E caem tantos cabelos! Por isso, “não tenham medo. Você valem muito mais que muitos pardais”. É a lição que Jesus tirou da contemplação da natureza. (cf Mt 10,29-31)
A contemplação da natureza
No Sermão da Montanha, a mensagem mais importante, Jesus a tirou da contemplação da natureza. Eles diz: "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo, e odeie o seu inimigo!' Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês! Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos. Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu." (Mt 5,43-45.48). A observação do ritmo do sol e da chuva levaram Jesus e esta afirmação revolucionária: “Eu lhes digo amem os seus inimigos!” O mesmo vale para o convite de olhar os lírios do campo e as aves do céu (Mt 6,25-30). Esta surpreendente atitude contemplativa diante da natureza levou Jesus a criticar verdades aparentemente eternas. Seis vezes em seguida ele teve a coragem de corrigir publicamente a Lei de Deus: “Antigamente foi dito, mas eu digo...”. A descoberta feita na contemplação renovada da natureza tornou-se para ele uma luz muito importante para reler a história com outros olhos e descobrir nela luzes que antes não eram percebidas. Hoje está em andamento uma nova visão do universo. As descobertas da ciência a respeito da imensidão do macro-cosmo e do micro-cosmo estão sendo fonte de uma nova contemplação do universo, Já está começando a crítica de muitas verdades aparentemente eternas.
4) Para um confronto pessoal
1) O escondido será revelado. Tem em mim algo do qual tenho medo de que seja revelado?
2) A contemplação dos pardais e das coisas da natureza levaram Jesus a atitudes novas e surpreendentes que revelavam a bondade gratuita de Deus. Tenho costume de contemplar a natureza?
5) Oração final
A palavra do Senhor é reta, em todas as suas obras resplandece a fidelidade: ele ama a justiça e o direito,da bondade do Senhor está cheia a terra. (Sl 32, 4-5)
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1) Oração
Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 47-54)
Naquele tempo disse Jesus: 47Ai de vós, que edificais sepulcros para os profetas que vossos pais mataram. 48Vós servis assim de testemunhas das obras de vossos pais e as aprovais, porque em verdade eles os mataram, mas vós lhes edificais os sepulcros. 49Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, mas eles darão a morte a uns e perseguirão a outros. 50E assim se pedirá conta a esta geração do sangue de todos os profetas derramado desde a criação do mundo, 51desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e o templo. Sim, declaro-vos que se pedirá conta disso a esta geração! 52Ai de vós, doutores da lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar. 53Depois que Jesus saiu dali, os escribas e fariseus começaram a importuná-lo fortemente e a persegui-lo com muitas perguntas, 54armando-lhe desta maneira ciladas, e procurando surpreendê-lo nalguma palavra de sua boca.
3) Reflexão Lucas 11,47-54
Novamente, pela enésima vez, o evangelho de hoje fala do conflito entre Jesus e as autoridades religiosas da época.
Lucas 11,47-48: Ai de vocês, que constroem túmulos para os profetas
“Ai de vocês, porque constroem túmulos para os profetas; no entanto, foram os pais de vocês que os mataram. Com isso, vocês são testemunhas e aprovam as obras dos pais de vocês, pois eles mataram os profetas, e vocês constroem os túmulos”. Mateus diz que se trata de escribas e fariseus (Mt 23,19). O raciocínio de Jesus é claro. Se os pais mataram os profetas e os filhos construíram os túmulos, é porque os filhos aprovaram o crime dos pais. Além disso, todo mundo sabe que profeta morto não incomoda. Deste modo os filhos tornam-se testemunhas e cúmplices no mesmo crime (cf. Mt 23,29-32).
Lucas 11,49-51: Pedir contas do sangue derramado desde a criação do mundo
“É por isso que a sabedoria de Deus disse: 'Eu lhes enviarei profetas e apóstolos. Eles os matarão e perseguirão, a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário'. Sim, eu digo a vocês: pedirão contas disso a esta geração”. Comparado com o evangelho de Mateus, Lucas costuma oferecer uma versão abreviada do texto de Mateus. Mas aqui ele acrescentou a observação: “derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel”. Ele fez a mesma coisa com a genealogia de Jesus. Mateus, que escrevia para os judeus convertidos, começa em Abraão (Mt 1,1.2.17), enquanto Lucas vai até Adão (Lc 3,38). Lucas universaliza e inclui os pagãos, pois escreve o seu evangelho para os pagãos convertidos. A informação sobre o assassinato de Zacarias no Templo é dada pelo livro das Crônicas: “Então o espírito de Deus se apoderou de Zacarias, filho do sacerdote Joiada. Ele se dirigiu ao povo e disse: "Assim fala Deus: Por que é que vocês estão desobedecendo aos mandamentos de Javé? Vocês vão se arruinar. Vocês abandonaram Javé, e ele também os abandona!" Então eles se reuniram contra o profeta e, por ordem do rei, o apedrejaram no pátio do Templo de Javé”. (2Cr 24,20-21). Jesus conhecia a história do seu povo até nas minúcias. Ele sabe que vai ser o próximo na lista de Abel até Zacarias. Até hoje a lista continua aberta. Muita gente é morta pela causa da justiça e da verdade.
Lucas 11,52: Ai de vocês, especialistas em leis
“Ai de vocês, especialistas em leis, porque vocês se apoderaram da chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e impediram os que queriam entrar". Fecham o Reino como? Eles pensam ter o monopólio da ciência a respeito de Deus e da lei de Deus e impõem o seu modo de ver aos outros, sem deixar margem para um pensamento diferente. Apresentam Deus apenas como juiz severo e em nome de Deus impõem leis e normas que não têm nada a ver com os mandamentos de Deus, falsificam a imagem do Reino e matam nos outros o desejo de servir a Deus e ao Reino. Uma comunidade que se organiza ao redor deste falso deus “não entra no Reino”, nem é expressão do Reino, e impede que seus membros entrem no Reino. É importante notar a diferença entre Mateus e Lucas. Mateus fala da entrada no Reino do céu e a frase é redigida na forma verbal do presente: "Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês fecham o Reino do Céu para os homens. Nem vocês entram, nem deixam entrar aqueles que desejam” (Mt 23,13). A expressão entrar no Reino do Céu pode significar entrar no céu depois da morte, mas é mais provável que se trate da entrada na comunidade ao redor de Jesus e nas comunidades dos primeiros cristãos. Lucas fala da chave da ciência e a frase é redigida na forma verbal do passado. Lucas simplesmente consta que a pretensão dos escribas de possuir a chave da ciência a respeito de Deus e da lei de Deus impediu a eles de reconhecer Jesus como Messias e impediu que o povo judeu reconhecesse Jesus como messias: Vocês se apoderaram da chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e impediram os que queriam entrar.
Lucas 11,53-54: Reação contra Jesus
A reação das autoridades religiosas contra Jesus foi imediata. “Quando Jesus saiu daí, os doutores da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos. Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa em qualquer coisa que saísse de sua boca”. Considerando-se os únicos intérpretes verdadeiros da lei de Deus, tentam provocar Jesus em torno da interpretação da Bíblia para poder pegá-lo de surpresa em qualquer coisa que saísse de sua boca. Assim, continua e cresce a oposição contra Jesus e cresce o desejo de elimina-lo (Lc 6,11; 11,53-54; 19,48; 20,19-20; 22,2).
4) Para um confronto pessoal
1) Muitas pessoas que queriam entrar foram impedidos de entrar ou deixaram de crer por causa de atitudes ante-evangélicas de sacerdotes. Você tem experiência neste ponto?
2) Os escribas começaram a criticar Jesus que pensava e agia diferente deles. Não é difícil encontrar motivos para criticar quem pensa diferente de nós. Você tem experiência neste ponto?
5) Oração final
O Senhor fez conhecer a sua salvação. Manifestou sua justiça à face dos povos. Lembrou-se de sua bondade e de sua fidelidade em favor da casa de Israel. Os confins da terra puderam ver a salvação de nosso Deus. (Sl 97, 2-3)
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De seu claustro no Monte das Oliveiras, o testemunho das monjas que vivem no lugar onde, de acordo com uma tradição cristã muito antiga, Jesus ensinou o Pai-Nosso. "Ouvimos manifestações e tiros vindos do lado de fora de nossos muros: até gás lacrimogêneo chegou ao claustro.... Somente a justiça e o respeito podem levar a uma paz, difícil, mas duradoura. Todos os dias podemos colher suas sementes por meio de pessoas extraordinárias, tanto judias quanto palestinas"
Vatican News*
"Vivemos com os povos da Terra Santa, com seus altos e baixos, de nossa pequena realidade, oramos pela paz e pela justiça esta segunda e terça-feira". É o que escrevem as carmelitas do Mosteiro do Pai-Nosso, em Jerusalém, que, na clausura, dedicam suas vidas à oração em uma das fronteiras mais esquentadas entre os dois povos que, mais uma vez, estão lutando entre si, semeando morte, dor e destruição. Elas fazem isso no Monte das Oliveiras, no lugar que uma tradição cristã muito antiga vincula à oração ensinada por Jesus e às suas palavras sobre o perdão. Um lugar hoje imerso em uma área árabe da Cidade Santa, onde também nestas horas as tensões são muito altas. O que publicamos a seguir é uma carta que as carmelitas do Mosteiro do Pai-Nosso enviaram a seus amigos nesses dias tão dolorosos para a Terra Santa. E é fazendo nossos o olhar e as palavras desse testemunho que convidamos todos a vivenciar o Dia de Jejum e Oração pela Paz convocado para 17 de outubro pelo Patriarcado Latino de Jerusalém.
por Carmelitas do Mosteiro do Pai-Nosso
Nossa Senhora do Rosário: durante o Ofício das Laudes e a Eucaristia na manhã de sábado, 7 de outubro, o alarme soou quase ininterruptamente sobre Jerusalém... até por volta do meio-dia. Os sons abafados de foguetes sendo destruídos pelo Iron Dome nos fizeram entender que se tratava de um ataque. A surpresa foi total. Era um evento grave e surpreendente: um ataque a Jerusalém.
No último dia da festa judaica dos Tabernáculos (Sucôt ou Cabanas, ndr), as alegres canções da festa de repente deram lugar aos sons da guerra. Alarmes mais raros ressoaram nos dias que se seguiram: nesses momentos, cada uma permaneceu em seu lugar, imóvel, em silêncio, orando e esperando.
Jerusalém ficou paralisada, como se estivesse em um longo shabat: lojas fechadas, escolas fechadas, turistas e peregrinos desapareceram repentinamente, poucas pessoas nas ruas, o som abafado de aviões militares entrando e saindo da Faixa de Gaza, realizando pesadas represálias, podia ser ouvido. Nossa cidade é "protegida" por inúmeros postos de controle contra o "inimigo" que entrou em Israel e aqueles que gostariam de se juntar a ele.
Os Territórios Palestinos estão isolados, ninguém pode entrar ou sair, muitos trabalhadores são severamente penalizados por não poderem vir de Belém ou Jericó para seu trabalho diário...
Os ataques são realizados por indivíduos isolados. No domingo, isso aconteceu contra a delegacia de polícia perto da agência dos correios, onde temos de recolher nossas correspondências; esta segunda-feira, contra judeus comuns de passagem, ou em reação ao lançamento de pedras por jovens palestinos...
O governo palestino em Gaza realizou um terrível ataque contra os judeus que vivem perto de seu território, e os palestinos em outras áreas poderiam ou estão tentando fazer o mesmo: quando a noite cai em nosso bairro palestino, ouvimos manifestações e tiros vindos do lado de fora de nossos muros... Não é a primeira vez que isso acontece. Mas a experiência deste ano nos propiciou bombas de gás lacrimogêneo, nunca antes tínhamos visto essas pequenas granadas que recolhemos pela manhã nos claustros e no jardim: e nosso conhecimento está se expandindo, depois dos cartuchos inteiros de fogos, cartuchos de bala e água fétida...
Soubemos dos ataques às comunidades judaicas próximas à Faixa de Gaza, com os assassinatos inimagináveis, os feridos, os reféns e o número excessivo de mortos... e estamos igualmente tomadas de compaixão pelos habitantes da Faixa de Gaza, submetidos a intensos bombardeios, ao bloqueio e ao êxodo em massa. Nossos corações estão com a pequena comunidade cristã que se refugia na escola e na igreja, com suas poucas religiosas e seminaristas, e também com alguns muçulmanos.
Todavia, ainda estamos nos preparando para a celebração da Mãe de Deus de domingo (a festa de Santa Teresa de Ávila foi celebrada este domingo, ndr), com o 150º aniversário de nossa fundação. O mosteiro e suas monjas passaram por muitos períodos de hostilidade e viveram sob diferentes autoridades, otomanas, jordanianas, britânicas... Hoje, essas autoridades são israelenses, embora nosso bairro da Cidade Velha e do Monte das Oliveiras, com sua população palestina, continue sendo a área "disputada, ocupada e anexada" de Jerusalém Oriental.
Nossos carmelos em Belém, Nazaré e Haifa também estão sob ataque da Faixa de Gaza e, agora, também do sul do Líbano, que fica em frente e muito perto do Monte Carmelo. Somos solidárias... As embaixadas estão nos propondo repatriações, mas é claro que não se trata de ir embora!
Vivemos com os povos da Terra Santa, com seus altos e baixos, de nossa pequena realidade, oramos pela paz e pela justiça esta segunda e terça-feira. Essa guerra prova que muros e outras restrições ou proteções são inúteis a longo prazo. Somente a justiça e o respeito podem levar a uma paz, difícil, mas duradoura. Todos os dias podemos colher suas sementes por meio de pessoas extraordinárias, tanto judias quanto palestinas.
Para o nosso mosteiro, é o momento da colheita da azeitona, um período cansativo, mas sereno e alegre; a oração é a ordem do dia; a tensão é palpável. Obrigado a toda a Ordem pela comunhão de oração por aqueles que sofrem e por aqueles cuja tarefa é decidir. E também por aqueles que lutam em ambos os lados: que eles permaneçam humanos...
Para os cristãos da Terra Santa, a terça-feira, 17 de outubro, será um dia de jejum e oração pela reconciliação "porque Deus não é um Deus de desordem, mas de paz" (1 Cor 14,33). Convidamos vocês, irmãos e irmãs, a se unirem a nós em oração para que o Senhor realmente nos conceda a sua paz!
*(Fonte - AsiaNews). Fonte: https://www.vaticannews.va
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1) Oração
Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 37-41)
37Enquanto Jesus falava, pediu-lhe um fariseu que fosse jantar em sua companhia. Ele entrou e pôs-se à mesa. 38Admirou-se o fariseu de que ele não se tivesse lavado antes de comer. 39Disse-lhe o Senhor: Vós, fariseus, limpais o que está por fora do vaso e do prato, mas o vosso interior está cheio de roubo e maldade! 40Insensatos! Quem fez o exterior não fez também o conteúdo? 41Dai antes em esmola o que possuís, e todas as coisas vos serão limpas.
3) Reflexão Lucas 11,37-41
No evangelho de hoje continua o relacionamento tenso entre Jesus e as autoridades religiosas daquele tempo. Apesar de tenso, havia algo de familiar entre Jesus e os fariseus. Convidado para jantar na casa deles, Jesus aceita o convite. Jesus não perde a liberdade diante deles, nem os fariseus diante de Jesus.
Lucas 11,37-38: Admiração do fariseu diante da liberdade de Jesus
“Enquanto Jesus falava, um fariseu o convidou para jantar em casa. Jesus entrou, e se pôs à mesa. O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tinha lavado as mãos antes da refeição”. Jesus aceita o convite para jantar na casa do fariseu, mas não muda o seu modo de agir, pois senta-se à mesma sem lavar as mãos. Nem o fariseu muda de atitude frente a Jesus, pois expressa a sua admiração pelo fato de Jesus não lavar as mãos. Naquele tempo, lavar as mãos antes das refeições era uma obrigação religiosa, imposta ao povo em nome da pureza, exigida pela lei de Deus. O fariseu estranhou o fato de Jesus não observar esta norma religiosa. Mesmo assim, apesar de totalmente diferentes, o fariseu e Jesus tinham algo em comum: a seriedade de vida. O jeito de viver dos fariseus era assim: cada dia, dedicavam oito horas ao estudo e à meditação da lei de Deus, outras oito horas ao trabalho para poder sobreviver com a família e oito horas ao descanso. Este testemunho sério da sua vida dava a eles uma grande liderança popular. Talvez seja por isso, que, apesar de totalmente diferentes, os dois, Jesus e os fariseus, se entendiam e se criticavam mutuamente, sem perder a possibilidade do diálogo.
Lucas 11,39-41: A resposta de Jesus
“Vocês, fariseus, limpam o copo e o prato por fora, mas o interior de vocês está cheio de roubo e maldade. Gente sem juízo! Aquele que fez o exterior, não fez também o interior? Antes, dêem em esmola o que vocês possuem, e tudo ficará puro para vocês”. Os fariseus observavam a lei ao pé da letra. Olhavam só a letra e, por isso, eram incapazes de perceber o espírito da lei, o objetivo que a observância da lei queria alcançar na vida das pessoas. Por exemplo, na lei está escrito: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Lv 19,18). E eles comentavam: “Devemos amar o próximo, sim, mas só o próximo, os outros não!” E daí nascia a discussão em torno da questão: “Quem é meu próximo?” (Lc 10,29) O apóstolo Paulo escreve na sua segunda carta aos Coríntios: “A letra mata, é o espírito que dá vida à letra” (2Cor 3,6). No Sermão da Montanha, Jesus critica os que observam a letra da lei mas transgridem o espírito da lei (Mt 5,20). Para ser fiel ao que Deus pede de nós não basta observar só a letra da lei. Isto seria o mesmo que limpar o copo e o prato por fora e deixar o interior cheio de sujeira: roubo e maldade. Não basta não matar, não roubar, não cometer adultério, não jurar. Só observa plenamente a lei de Deus aquele que, para além da letra, vai até à raiz e arranca de dentro de si os desejos de “roubo e de maldade” que possam levar ao assassinato, ao roubo, ao adultério. É na prática do amor que se realiza a plenitude da lei (cf. Mt 5,21-48).
4) Para um confronto pessoal
1) Nossa Igreja hoje merece esta acusação de Jesus contra os escribas e fariseus? Eu mereço?
2) Respeitar a seriedade de vida dos outros que pensam diferente de nós pode facilitar o diálogo tão necessário e tão difícil hoje em dia. Como pratico o diálogo na família, no trabalho e na comunidade?
5) Oração final
Desçam a mim as vossas misericórdias, Senhor, e a vossa salvação, conforme vossa promessa. Não me tireis jamais da boca a palavra da verdade, porque tenho confiança em vossos decretos. (Sl 118, 41.43)
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1) Oração
Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 29-32)
Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas. 30Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração. 31A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão.32Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas.
3) Reflexão Lucas 11, 29-32
O evangelho de hoje traz uma acusação muito forte de Jesus contra os fariseus e os escribas. Eles queriam que Jesus lhes desse um sinal, pois não acreditavam nos sinais e milagres que ele estava realizando. Esta acusação de Jesus continua nos evangelhos dos próximos dias (até sexta feira, 13 de outubro). Ao meditarmos estes evangelhos, devemos tomar muito cuidado para não generalizar a acusação de Jesus como se fosse dirigida contra todo o povo judeu. No passado, a ausência deste cuidado contribuiu, lamentavelmente, para aumentar em nós cristãos o anti-semitismo que tantos males trouxe à humanidade ao longo dos séculos. Em vez de levantarmos o dedo contra os fariseus do tempo de Jesus, é melhor olharmos no espelho dos textos para perceber neles o fariseu que vive escondido na nossa igreja e em cada um de nós, e que merece a mesma crítica da parte de Jesus.
Lucas 11, 29-30: O sinal de Jonas
“Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: "Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas”. O evangelho de Mateus informa que eram os escribas e os fariseus que pediram um sinal (Mt 12, 38). Queriam que Jesus realizasse para eles um sinal, um milagre, para que pudessem verificar se ele era mesmo o enviado de Deus conforme eles o imaginavam. Queriam que Jesus se submetesse aos critérios deles. Queriam enquadrá-lo dentro do esquema do messianismo deles. Não havia neles abertura para uma possível conversão. Mas Jesus não se submeteu ao pedido deles. O evangelho de Marcos diz que Jesus, diante do pedido dos fariseus, soltou um profundo suspiro (Mc 8,12), provavelmente de desgosto e de tristeza diante de tão grande cegueira. Pois não adianta mostrar uma pintura bonita a quem não quer abrir os olhos. O único sinal que lhe será dado é o sinal de Jonas. “De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração”. Como será este sinal do Filho do Homem? O evangelho de Mateus responde: “Assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12,40). O único sinal será a ressurreição de Jesus. Este é o sinal que, futuramente, vai ser dado aos escribas e fariseus. Jesus, por eles condenado à morte de cruz, será ressuscitado por Deus e continuará ressuscitando de muitas maneiras naqueles que nele acreditarem. O sinal que converte não são os milagres, mas sim o testemunho de vida!
Lucas 11,31: Salomão e a rainha do Sul
A alusão à conversão do povo de Nínive associou e fez lembrar a conversão da Rainha de Sabá: “No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra esta geração, e a condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão". Esta evocação quase ocasional do episódio da Rainha de Sabá que reconheceu a sabedoria de Salomão, mostra como se usava a Bíblia naquele tempo. Era por associação. A regra principal da interpretação era esta: “A Bíblia se explica pela Bíblia”. Até hoje, esta é uma das normas mais importantes para a interpretação da Bíblia, sobretudo para a Leitura Orante da Palavra de Deus.
Lucas 11,32: Aqui está quem é maior do que Jonas
Depois da digressão sobre Salomão e a Rainha de Sabá, Jesus volta a falar do sinal de Jonas: “No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração, e a condenarão. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar”. O povo de Nínive se converteu diante do testemunho da pregação de Jonas e vai denunciar a incredulidade dos escribas e dos fariseus. Pois “aqui está quem é maior do que Jonas”. Jesus é maior que Jonas, maior que Salomão. Para nós cristãos, ele é a chave principal para a escritura (2Cor 3,14-18).
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus criticou os escribas e os fariseus que chegavam a negar a evidência, tornando-se incapazes de reconhecer o apelo de Deus nos acontecimentos. E nós cristãos hoje, e eu: merecemos a mesma crítica de Jesus?
2) Nínive se converteu diante da pregação de Jonas. Os escribas e fariseus não se converteram. Hoje, os apelos da realidade provocam mudança e conversão nos povos do mundo inteiro: ameaça ecológica, urbanização que desumaniza, consumismo que massifica e aliena, injustiças, violência, etc. Muitos de nós cristãos vivemos alheios a estes apelos de Deus que vem da realidade.
5) Oração final
Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre. (Sl 112, 1-2)
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O material analisado pelos investigadores inclui 33 documentos e notas que sustentam as acusações de corrupção
O Ministério Público da Paraíba investiga compras de imóveis, veículos e passagens aéreas utilizando recursos do Hospital Padre Zé desde agosto deste ano, envolvendo o uso de notas frias. A denúncia, recebida anonimamente pela promotoria de saúde, expõe um amplo esquema de corrupção envolvendo não apenas a unidade de saúde, mas também o Instituto São José e a Ação Social Arquidiocesana. O material analisado pelos investigadores inclui 33 documentos e notas que sustentam as acusações de corrupção.
Diante dessas evidências, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a operação “Indignus”, voltada para a investigação do padre Egídio de Carvalho Neto e duas ex-funcionárias do Hospital Padre Zé, Jannyne Dantas e Amanda Duarte, esta última ocupando o cargo de ex-tesoureira.
Segundo a apuração da investigação, os desvios vêm ocorrendo desde que o Padre Egídio assumiu a direção da unidade de saúde, há aproximadamente 12 anos. As verbas desviadas eram destinadas a uma série de finalidades questionáveis, incluindo o custeio de passagens aéreas para amigos do religioso, reformas suntuosas e aquisições luxuosas para a igreja na qual Egídio atuava como pároco, localizada no bairro Jardim Cidade Universitária.
A operação também revelou a compra de um veículo de alto padrão com fundos destinados ao combate à Covid-19.
Principais Acusações:
-Pagamento de passagens aéreas para amigos utilizando recursos do hospital;
-Compra excessiva e frequentemente sobrevalorizada de passagens aéreas, custeadas pelo hospital;
-Aquisição de um sistema de som em São Paulo, em nome do hospital, avaliado em mais de R$ 300 mil;
-Compra de luminárias de alto padrão com dinheiro do hospital para imóveis do padre;
-Reforma completa da paróquia, incluindo luminárias, imagens religiosas, pisos e decoração, financiada pelo hospital;
-Aquisição de uma camioneta S10 com verbas destinadas ao combate à Covid-19, em valor atualizado de R$ 234.360,00.
Além disso, uma nota fiscal em nome do padre Egídio detalha gastos com iluminação superiores a R$ 90 mil.
Patrimônio de Luxo em Diferentes Localidades:
A denúncia expõe a existência de 16 imóveis registrados em nome do padre Egídio e terceiros, suspeitos de serem laranjas, com transferências que totalizam R$ 200 mil, provenientes do Hospital Padre Zé. Entre esses bens, destaca-se uma propriedade na praia do Cabo Branco, adquirida com “600 mil reais entregues em mãos pela funcionária, com verbas da Ação Social Arquidiocesana e do hospital”.
Para dissipar os fundos das entidades, eram emitidas notas fiscais fictícias, alegando aquisição de alimentos e insumos que nunca foram entregues. Fonte: https://www.portalnoticiaja.com
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Felippe Valadão ficou preso em Jerusalém com mais de 100 fieis. Em lives e cultos, líder religioso de igreja deu crédito da volta ao país ao deputado Áureo Ribeiro
O pastor Felippe Valadão em live e em culto na Igreja Lagoinha — Foto: Reprodução
— Rio de Janeiro
Após ter sido resgatado de Israel, onde ficou preso em Jerusalém com um grupo de 103 fiéis, o pastor Felippe Valadão tem dito em cultos e transmissões ao vivo nas suas redes sociais que o presidente Lula (PT) "nada tem a ver" com a sua repatriação. Valadão chegou ao Brasil na última quarta-feira em um voo comercial. No entanto, toda a operação de resgate em Israel, desde o início do conflito com o grupo terrorista Hamas, envolve a coordenação do Itamaraty junto ao Ministério da Defesa.
De acordo com o pastor que lidera a Igreja Batista Lagoinha em Niterói, na região metropolitana do Rio, o responsável por esta repatriação é o deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), e não governo federal.
— Eu falei meu amigo, eu nunca pedi nada. Eu só peço a você arrumar um avião. Tira a gente daqui, pelo amor de Deus, dá um jeito. Esse cara (em referência ao deputado Áureo) não dormiu enquanto ele não movimentou o Itamaraty e a FAB para buscar. Quem foi a pessoa que ativou tudo lá dentro foi esse homem. Obrigado meu irmão, obrigado de coração — disse o pastor, durante uma celebração na Lagoinha.
Na campanha eleitoral de 2022, o pastor André Valadão, um dos líderes da Lagoinha, apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), ao mesmo tempo que intensificou críticas ao então candidato Lula. Já Felippe Valadão chegou a declarar em postagem no início do ano passado, que votaria em Bolsonaro por falta de opção, pois o “resto é tudo lixo do mesmo que já tinha antes”.
Além das falas dentro da igreja, no Instagram, o líder religioso repetiu a mesma versão em uma transmissão ao vivo:
—Vou deixar claro que Lula não tem nada a ver com o envio da Força Aérea Brasileira para nos resgatar em Israel. Fomos escolhidos, a nossa caravana, para ir no primeiro voo da FAB. A gente tinha o direito, mas como muita gente perdeu o voo e não tinha condição financeira de comprar outra passagem, a gente optou por deixar que as outras pessoas fossem primeiro — afirmou.
Quando os ataques começaram em Israel, no último dia 7, o grupo de Felippe Valadão ficou preso sem poder sair do hotel, que ficava localizado no Centro de Jerusalém. Os fieis deixaram o estabelecimento apenas no dia 10, quando seguiram para o aeroporto e conseguiram retornar ao Brasil. Fonte: https://oglobo.globo.com
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Aborto sim. Aborto não
O Estado é laico e a questão deve ser tratada sem a interferência da religião? Suponho que o Estado laico se deve pautar por princípios altos de ética e de humanidade
Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, escreve mensalmente na seção Espaço Aberto
No Supremo Tribunal Federal (STF) está em pauta a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n.º 442/2017, que pleiteia o aborto legal até a 12.ª semana de gestação. Em palavras pobres, os ministros do STF deverão se pronunciar se até o 3.º mês da gestação de um ser humano a Constituição (“preceito fundamental”) pode ser descumprida. A questão levanta novamente o debate em torno da delicada questão do aborto, que não tem conseguido passar pela aprovação do Congresso Nacional e, agora, demanda uma decisão complexa dos ministros da Suprema Corte.
Há quem afirme que até o 3.º mês de gestação ainda não se pode afirmar que há um ser humano vivo, o que só seria possível a partir da formação do sistema nervoso central. Portanto, antes disso, o feto seria comparável ao adulto em estado vegetativo, que não tem reações neurológicas, não sente nem responde a estímulos. Minha consideração é se, do ponto de vista da ciência, isso pode ser afirmado a respeito do feto até o 3.º mês de gestação.
Há uma diferença fundamental entre um feto em desenvolvimento e um adulto em estado vegetativo. Neste, trata-se da vida em fase terminal, enquanto no feto a vida está num desenvolvimento ordenado em vista do amadurecimento da gestação e do nascimento. Fazer um aborto até a 12.ª semana de gestação não é o mesmo que desligar os aparelhos que mantêm alguém vivo mecanicamente.
De maneira até mais radical, há quem diga que até a 12.ª semana de gestação ainda não se pode falar propriamente de um ser humano, mas de um conjunto de células e funções que, depois, podem se tornar um ser humano. Aqui, entramos na complexa discussão antropológica sobre o início do ser humano.
Deixando de lado considerações acadêmicas, penso que a questão possa ser resolvida de maneira adequada a partir do bom senso e da ciência. Por que duvidar de que, quando se unem óvulo e espermatozoide e se inicia a multiplicação celular, já se tem o início de um novo ser humano? Não vale o mesmo quando se trata de outros mamíferos? Não é minimamente razoável pensar que, até certo momento da gestação, haveria no útero da mulher algo indefinido que, só depois, viria a se definir como um ser humano. Eis porque, também desde o primeiro instante da existência de um novo ser humano, este deve ser respeitado, protegido, especialmente quanto ao seu direito de existir e de viver.
O aborto seria um direito e uma livre escolha da mulher, única senhora do seu corpo? Esse argumento não leva em conta que, na gravidez, não há apenas o corpo da mulher, mas também o de um outro, que está abrigado e sendo formado dentro dela. O embrião, feto ou bebê, embora dependa inteiramente do corpo da mãe que o gera, não é parte do corpo dela, como são seus braços ou seu fígado. Portanto, na decisão de abortar, é preciso levar em conta este outro e o primeiro de todos os direitos dele: o de existir e de viver. Sendo este outro ainda frágil e indefeso, ele deve ser tutelado pela mãe e também pela sociedade, por meio de leis do Estado, sem relegar essa decisão ao arbítrio individual de quem quer que seja.
Uma gravidez indesejada dá o direito ao aborto? Muitas gestações iniciam sem terem sido planejadas ou desejadas e a mulher pode enfrentar situações difíceis. No entanto, a gravidez é resultante de um curso da natureza, que pode ser controlado mediante a vontade e a vida regrada. Mas o recurso ao aborto, neste caso, é sobrepor a vontade de alguém adulto sobre o direito à vida de um inocente e indefeso. Não é boa solução resolver um problema criando um outro ainda maior.
A gravidez indesejada pode ser prevenida. Mas a perda da vida de outro ser humano é irreparável. Mesmo não planejado ou desejado no início, o filho é sempre um bem em si mesmo e pode ser acolhido e amado. Além disso, se os bebês indesejados puderem ser eliminados, o que impede, nessa mesma linha de raciocínio, concluir que certas pessoas indesejadas por nós ou pela sociedade também possam ser eliminadas? Alguns regimes autoritários já fizeram isso e merecem a execração geral de quem preza a dignidade da humana condição.
Já existem muitos pobres e famintos pelo mundo e não se deveria fazer nascer ainda mais outros? Sinceramente, seguindo essa lógica, pais pobres não deveriam gerar filhos e pobres não deveriam ter o direito de nascer. Não é preciso argumentar. Aborto é questão de saúde pública? Ora, seria boa política de saúde pública tornar legal a supressão de inocentes e indefesos? Há quem argumente: o aborto já é feito por muitos. Por que não legalizar? Seria bom legalizar o roubo, só porque há muitos ladrões?
O Estado é laico e a questão deve ser tratada sem a interferência da religião? Suponho que o Estado laico se deve pautar por princípios altos de ética e de humanidade. O papa Francisco observou recentemente que o aborto não é, antes de tudo, questão de religião, mas de humanidade. Em todo caso, os religiosos também são cidadãos e têm o direito de se manifestar.
*CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO. Fonte: https://www.estadao.com.br
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Imagem foi encontrada no fundo do Rio Paraíba há mais de 300 anos e existem versões distintas sobre processo de enegrecimento da Santa, que originalmente era branca.
Nossa Senhora Aparecida é celebrada em 12 de outubro por fiéis — Foto: Thiago Leon/ Santuário Nacional de Aparecida
Por g1 Vale do Paraíba e região
Encontrada no fundo do rio por três pescadores há mais de 300 anos, Nossa Senhora Aparecida se tornou símbolo de fé e carrega o título de Padroeira do Brasil.
Por não haver registros em documentos oficiais da época, existem muitas dúvidas sobre o episódio de encontro da imagem. Uma das principais delas é: por que a padroeira do Brasil é negra?
Apesar de não haver comprovação oficial, historiadores têm duas principais hipóteses para isso. O único consenso é de que se tratava originalmente de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que é branca e passou por um processo de enegrecimento.
Velas
A historiadora Tereza Pasin, autora do livro ‘História de Nossa Senhora Aparecida’, afirma que uma das principais hipóteses para a Santa ter o tom escurecido - mais precisamente cor de canela ou castanho escuro, segundo ela - são as velas que sempre cercaram a imagem.
Ela conta que a imagem original se tratava de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal. Por isso, no Brasil Colônia foram produzidas muitas imagens de Conceição.
Pasin afirma que a confecção da imagem encontrada aconteceu em um mosteiro de Santana de Paranaíba, no interior de São Paulo, com barro paulista, por volta de 1.650, cerca de 70 anos antes de ter sido encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul, em 1.717.
“Ela ficava nos altares de fazendas e oratórios, cercada por velas, que foram escurecendo-a. A fuligem das velas é uma das principais hipóteses para ter deixado a cor negra”, explica a historiadora.
Ainda de acordo com ela, a energia elétrica só foi chegar ao país perto de 1.880, ou seja, até mesmo depois de ter sido encontrada, a imagem passou muito tempo em contato com velas.
“Ficava o tempo inteiro sem proteção, cercada por velas, que eram primitivas e tinham uma fumaça muito escura. Isso com certeza escureceu o tom.”
Tempo embaixo d’água
Não se sabe quanto tempo exatamente a imagem de Nossa Senhora ficou submersa no Rio Paraíba do Sul e nem como ela foi parar lá - a principal hipótese, nesse caso, é que tenha sido descartada por alguém por estar quebrada.
Apesar disso, o fato do encontro ter acontecido no rio sustenta um outro motivo atribuído ao escurecimento da imagem. Segundo a historiadora e devota Rachel Abdala, o contato com a água fez a confecção perder boa parte da tinta.
“Não sabemos quanto tempo a imagem ficou no rio, mas é certo que foram anos. E todo esse tempo fez com que o contato direto com a água apagasse parte da tinta e a imagem voltasse à cor original do barro”, conta.
Apesar de não ter sido algo intencional, a imagem negra foi aceita pelo país, formado por muitas pessoas negras, que se sentiram identificadas. Com isso, Nossa Senhora Aparecida acabou se tornando também o símbolo de acolhimento.
"A cor mais propriamente de canela foi muito aceita principalmente pelos povos negros, como os quilombos. Então ela nunca foi pintada e acabou mantida dessa maneira", diz Abdala.
"Desde sempre se soube que a imagem de Nossa Senhora Aparecida era negra. Não foi algo descoberto. Não há dúvidas de que ela é negra. A imagem está ali, no nicho do Santuário Nacional, e fala por si só," completa Tereza Pasin. Fonte: https://g1.globo.com
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1) Oração
Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis no vosso imenso amor de Pai mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 10,38-42)
38Jesus entrou num povoado, e uma mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. 39Ela tinha uma irmã, Maria, a qual se sentou aos pés do Senhor e escutava a sua palavra. 40Marta, porém, estava ocupada com os muitos afazeres da casa. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda pois que ela venha me ajudar!” 41O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. 42No entanto, uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
3) Reflexão Lucas 10, 38-42
O evangelho de hoje traz o episódio de Marta e Maria, as duas irmãs de Lázaro. Maria, sentada aos pés de Jesus escutava a sua palavra. Marta, na cozinha, ocupada nos afazeres domésticos. Esta família amiga de Jesus é mencionada somente nos evangelho de Lucas (Lc 10,38-41) e de João (Jo 11,1-39; 12,2).
Lucas 10,38: A casa amiga em Betânia
“Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa”. Jesus está a caminho para Jerusalém, onde será preso e morto. Ele chega na casa de Marta que o recebe. Lucas não diz que a casa de Marta ficava em Betânia. É João que nos faz saber que a casa de Marta ficava em Betânia, perto de Jerusalém. A palavra Betânia significa Casa da Pobreza. Era um povoado pobre no alto do Monte das Oliveiras, perto de Jerusalém. Quando ia a Jerusalém Jesus costumava passar na casa de Marta, Maria e Lázaro (Jo 12,2)
É impressionante verificar como Jesus entrava e vivia nas casas do povo: na casa de Pedro (Mt 8,14), de Mateus (Mt 9,10), de Jairo (Mt 9,23), de Simão o fariseu (Lc 7,36), de Simão o leproso (Mc 14,3), de Zaqueu (Lc 19,5). O oficial reconhece: “Não sou digno de que entres em minha casa” (Mt 8,8). O povo procurava Jesus na casa dele (Mt 9,28; Mc 1,33; 2,1; 3,20). Os quatro amigos do paralítico tiram o telhado para fazer baixar o doente dentro da casa onde Jesus estava ensinando o povo (Mc 2,4). Quando ia a Jerusalém, Jesus parava em Betânia na casa de Marta, Maria e Lázaro (12,2). No envio dos discípulos e discípulas a missão deles é entrar nas casas do povo e levar a paz (Mt 10,12-14; Mc 6,10; Lc 10,1-9).
Lucas 10,39-40: A atitude das duas irmãs
“Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e ficou escutando a sua palavra. Marta estava ocupada com muitos afazeres”. Duas atitudes importantes, sempre presentes na vida dos cristãos: estar atenta à Palavra de Deus e estar atenta às necessidades das pessoas. Cada uma destas duas atitudes exige atenção total. Por isso, as duas vivem em tensão contínua que se expressa na reação de Marta: "Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!". Expressa-se também na reação dos apóstolos diante do problema que surgiu na comunidade de Jerusalém. O serviço à mesa das viúvas estava tomando todo o tempo deles e já não podiam dedicar-se inteiramente ao anúncio da Palavra. Por isso, eles reuniram a comunidade e disseram: “Não é correto que deixemos a pregação da palavra de Deus para servir às mesas” (At 6,2).
Lucas 10,41-42: A resposta de Jesus
"Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada." Marta queria que Maria sacrificasse sua atenção à palavra para ajuda-la no serviço da mesa. Mas não se pode sacrificar uma atitude em favor da outra. O que é preciso é alcançar o equilíbrio. Não se trata de escolher entre vida contemplativa e vida ativa, como se aquela fosse melhor que esta. Trata-se de encontrar a justa distribuição das tarefas apostólicas e dos ministérios dentro da comunidade. Baseando-se nesta palavra de Jesus, os apóstolos pediram à comunidade que escolhesse sete diáconos (servidores). O serviço das mesas foi entregue aos diáconos e assim os apóstolos podiam continuar a sua atividade pastoral: “dedicar-se inteiramente à oração e ao serviço da Palavra” (At 6,4). Não se trata de encontrar nesta palavra de Jesus um argumento para dizer que a vida contemplativa nos mosteiros é superior à vida ativa dos que labutam na pastoral. As duas atividades tem a ver com o anúncio da Palavra de Deus. Marta não pode exigir que Maria sacrifique a atenção à palavra. Bonita é a interpretação do místico medieval, o frade dominicano Mestre Eckart que dizia: Marta já sabia trabalhar e servir às mesas sem prejudicar em nada sua atenção à presença e à palavra de Deus. Maria, assim ele diz, ainda estava aprendendo junto de Jesus. Por isso, ela não podia ser interrompida. Maria escolheu o que para ela era a melhor parte. A descrição da atitude de Maria diante de Jesus evoca a outra Maria, da qual Jesus dizia: “Felizes os que ouvem a Palavra e a colocam em prática” (Lc 11,27).
4) Para um confronto pessoal
1) Como você equilibra na sua vida o desejo de Maria e a preocupação de Marta?
2) À luz da resposta de Jesus para Marta, os apóstolos souberam encontrar uma solução para o problema da comunidade de Jerusalém. A meditação das palavras e gestos de Jesus me ajuda a iluminar os problemas da minha vida?
5) Oração final
As obras de suas mãos são verdade e justiça, imutáveis os seus preceitos, irrevogáveis pelos séculos eternos, instituídos com justiça e eqüidade. (Sl 110, 7-8)
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1) Oração
Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho - Lucas 10,13-16 (Mt 11,20-24)
13 Ai de você, Corazin! Ai de você, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. 14 Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura que vocês. 15 Ai de você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada no inferno, isso sim! 16 Quem escuta vocês, escuta a mim, e quem rejeita vocês, rejeita a mim; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou."
3) Reflexão Lucas 10,13-16 (Mt 11,20-24)
O evangelho de hoje dá continuidade ao envio dos setenta e dois discípulos e discípulas (Lc 10,1-12). No final deste envio Jesus falava de sacudir o pó dos sapatos quando os missionários não fossem bem recebidos (Lc 10,10-12). O evangelho de hoje acentua e amplifica as ameaças aos que se recusam de receber a Boa Nova.
Lucas 10,13-14: Ai de você Corazin e Betsaida!
O espaço por onde Jesus andou durante aqueles três anos da sua vida missionária era pequeno. Abrangia uns poucos quilômetros quadrados ao longo do Mar da Galiléia em torno das cidades Cafarnaum, Betsaida e Corazin. Foi neste espaço tão pequeno que Jesus realizou a maior parte dos seus discursos e milagres. Ele veio salvar a humanidade inteira, e quase não saiu do limitado espaço da sua terra. Tragicamente, Jesus teve que constatar que o povo daquelas cidades não quis aceitar a mensagem do Reino e não se converteu. As cidades se fixaram na rigidez das suas crenças, tradições e costumes e não aceitaram o convite de Jesus para mudar de vida. “Ai de você, Corazin! Ai de você, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas”. Jesus compara as duas cidades com Tiro e Sidônia que, no passado, foram inimigos ferrenhos de Israel, maltrataram o povo de Deus. Por isso, foram amaldiçoadas pelos profetas (Is 23,1; Jr 25,22; 47,4; Ez 26,3; 27,2; 28,2; Jl 4,4; Am 1,10). E agora, Jesus diz que estas mesmas cidades, símbolos de toda a malvadeza feita ao povo no passado, já teriam feito conversão se nelas tivessem acontecido tantos milagres como em Cozain e Betsaida.
Lucas 10,15: Ai de você Cafarnaum!
“Ai de você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada no inferno, isso sim!” Jesus evoca a condenação que o profeta Isaías lançou contra a Babilônia. Orgulhosa e prepotente, Babilônia pensava: ”Vou subir até o céu, vou colocar meu trono acima das estrelas de Deus; vou sentar-me na montanha da Assembléia, no cume da montanha celeste. Subirei até as alturas das nuvens e me tornarei igual ao Altíssimo" (Is 14,13-14). Pensava! Mas enganou-se redondamente. Aconteceu o contrário. Diz o profeta: “Agora, aí está você precipitado na mansão dos mortos, nas profundezas do abismo” (Is 14,15). Jesus compara Cafarnaum a esta terrível Babilônia que destruiu monarquia e o templo e levou o povo para o cativeiro do qual nunca mais se recuperou. Como Babilônia, Cafarnaum pensava ser alguma coisa, mas foi parar no inferno mais profundo. O evangelho de Mateus compara Cafarnaum com a cidade de Sodoma, símbolo da pior perversão, que foi destruída pela ira de Deus (Gn 18,16 a 19,29). Sodoma teria feito a conversão se tivesse visto os milagres que Jesus fez em Cafarnaum (Mt 11,23-24). Hoje continua o mesmo paradoxo. Muitos de nós, que somos católicos desde criança, temos tantas convicções consolidadas, que ninguém é capaz de nos converter. E em alguns lugares, o cristianismo, em vez de ser fonte de mudança e de conversão, tornou-se o reduto das forças mais reacionárias da política do país.
Lucas 10,16: Quem rejeita vocês, rejeita a mim!
“Quem escuta vocês, escuta a mim, e quem rejeita vocês, rejeita a mim; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou." A frase acentua a identificação dos discípulos com Jesus enquanto rejeitado pelas autoridades. Em Mateus a mesma frase de Jesus, colocada em outro contexto, acentua a identificação dos discípulos com Jesus enquanto acolhido pelo povo (Mt 10,40). Tanto num como noutro, é na doação total de si que os discípulos se identificam com Jesus e que se realiza o encontro deles com Deus, e que Deus se deixa encontrar por quem o procura.
4) Para um confronto pessoal
1) Minha cidade e meu país merecem a advertência de Jesus contra Cafarnaum, Corazim e Betsaida?
2) Como me identifico com Jesus?
5) Oração final
Protege-me, ó Deus: em ti me refugio. Eu digo ao Senhor: “És tu o meu Senhor, fora de ti não tenho bem algum”. O Senhor é a minha parte da herança e meu cálice. Nas tuas mãos, a minha porção. (Sl 15, 1-2.5)
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Santa Sé ainda precisa aprovar o pedido, mas o pároco Ferdinando Henrique Pavan Rubio já deixou funções. Direito Canônico proíbe relacionamentos amorosos e casamentos de religiosos.
Padre Ferdinando Henrique Paiva Rubio pediu dispensa da Igreja Católica após informar a Diocese de Franca (SP) que vai ser pai — Foto: Reprodução/Pastoral Vocacional de Franca
Por g1 Ribeirão Preto e Franca
A Diocese de Franca (SP) informou nesta quinta-feira (5) que dispensou um padre das obrigações sacerdotais e do celibato depois que o religioso informou que vai ser pai.
De acordo com a entidade, o pedido de dispensa partiu do próprio padre Ferdinando Henrique Pavan Rubio. O g1 falou com o religioso, mas ele preferiu não comentar o assunto.
"A causa foi o envolvimento com uma pessoa, que resultou numa gravidez. A Igreja orienta que o sacerdote assuma a sua obrigação de paternidade", comunicou a Diocese, em nota.
No início de setembro, a Cúria Diocesana de Franca publicou comunicado informando que o bispo Dom Paulo Roberto Beloto havia acolhido o pedido de dispensa do padre Ferdinando das obrigações clericais e de celibato, mas não informou o motivo.
“Mediante isso, acima de quaisquer especulações, unamo-nos em oração por este nosso irmão, a fim de que ele seja feliz nesta nova etapa de sua vida”, publicou a Diocese em seu perfil oficial no Instagram.
Com a dispensa, padre Ferdinando já deixou todas as funções que exercia à frente da Paróquia Santa Luzia em Franca.
Agora, ele deve recorrer ao Vaticano para validar a dispensa. Segundo o Direito Canônico, que rege a Igreja Católica, padres não podem ter relacionamentos amorosos nem se casar.
"Ele deixou de exercer o ministério sacerdotal e as suas funções pastorais. Está suspenso de Ordens, até que obtenha o rescrito [nome dado a um ato administrativo baixado por escrito pelo Papa] proveniente da Santa Sé."
Ferdinando é natural de São José da Bela Vista (SP) e foi ordenado padre há oito anos. Ele era um dos líderes espirituais da Paróquia Santa Luzia, no bairro São Joaquim, desde janeiro de 2023. Antes, ele havia passado pelas paróquias São Pedro, no bairro Vila Europa, e Santa Gianna, em Franca. Ele também foi reitor do Seminário Propedêutico. Fonte: https://g1.globo.com
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Líder da igreja Vida Nova criticava estátua colocada na entrada de Bastos (SP)
Estátua de Nossa Senhora Aparecida na entrada de Bastos (SP) - Divulgação
SÃO PAULO
Contrariado com a instalação de uma estátua de Nossa Senhora Aparecida na entrada de Bastos, cidade do interior paulista a 550 km da capital, um pastor evangélico chamou um dos maiores símbolos do catolicismo nacional de "Satanás fantasiado de azul".
Líder na igreja Vida Nova, Sérgio Fernandes se disse "indignado com usarem dinheiro público" na escultura. O episódio de intolerância religiosa, registrado em vídeo, aconteceu durante um culto no domingo (1º).
"Colocaram uma imagem de escultura na entrada da nossa cidade que não nos representa", disse em sua pregação. "Não tem nada a ver com a gente."
A fé evangélica não admite a veneração de santos, equiparada à idolatria. Para esse segmento cristão, o único mediador da humanidade com Deus é Jesus Cristo. Fiéis poderiam, então, admirar Maria e outros nomes canonizados pela Igreja Católica, sem lhes atribuir santidade.
O pastor afirmou que até entenderia uma homenagem à comunidade japonesa, vasta no município. Mas não o ícone católico.
"Quando a pessoa entra em Bastos e olha lá a bandeira do Brasil, a bandeira do Japão, o obelisco, beleza, é cultura japonesa, parabéns. Põe ovo, põe galinha, põe o que quiser, mas não vem pôr o Satanás fantasiado de azul na entrada da cidade. Não traz maldição para a nossa cidade. Aquilo é ponto de contato com o inferno. Ora, porque o espírito de idolatria não vai ficar aqui. Eu não aceito."
Numa rede social, Fernandes se retratou pelos "excessos cometidos" e disse que, ao seu ver, "verbas públicas devem ser guardadas pela laicidade do Estado, não promovendo nenhuma vertente religiosa".
Ataques similares, no passado, já desgastaram a relação entre os dois maiores blocos religiosos do Brasil. O auge da animosidade foi em 1995, quando um bispo da Igreja Universal desferiu pontapés numa estátua de Aparecida. Sérgio Von Helder a descreveu, na ocasião, como "um bicho tão feio, tão horrível, tão desgraçado".
Conhecido como "chute na santa", o arroubo dominou o noticiário de um Brasil ainda predominantemente católico e chegou a motivar ataques a templos da Universal.
Uma das representações de Maria, a mãe de Jesus, Aparecida foi instituída padroeira do Brasil em 1931, pelo pouco religioso Getúlio Vargas —que, em sua formatura na faculdade de direito, fustigou a moral cristã como "contrária à natureza humana". Os ataques do pastor de Bastos vieram a duas semanas do 12 de outubro, dia dedicado à santa no calendário nacional.
O prefeito de Bastos, Manoel Rosa (MDB), reagiu à fala do líder religioso. "Não precisava polêmica nenhuma diante de uma situação pra nós tão normal", afirma, apontando que a maioria dos municípios brasileiros "têm homenagens aos santos, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo".
A estátua que enervou Fernandes foi colocada num gramado bastense na semana passada. Rosa diz que alguns evangélicos, reclamando que até há uma praça da Bíblia na cidade, porém pequena demais, propuseram um tributo ao livro sagrado do cristianismo.
E de fato o pedido foi atendido: além de Aparecida, há na chegada a Bastos a escultura de uma Bíblia e de uma pomba branca, representação do Espírito Santo.
"Tentamos fazer o melhor possível num espaço ecumênico por entendermos que as religiões podem e devem conviver pacificamente", afirma o prefeito. Ele ressalta ter sofrido ameaças judiciais em razão da imagem católica. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
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