Manipulação religiosa e fake news são ameaças ao processo eleitoral, diz CNBB
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BRASILIA, 29 abr. 22 / 03:24 pm (ACI).- Por ocasião do fim da etapa virtual da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a entidade divulgou a tradicional mensagem ao povo brasileiro. O texto recorda as eleições deste ano e afirma que “o cenário é de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança”. Além disso, diz que “duas ameaças merecem atenção especial”: a manipulação religiosa e a fake news.
A mensagem é assinada pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, por dom Walmor Oliveira de Azevedo, pelo arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da entidade, dom Jaime Spengler, pelo arcebispo nomeado de Cuiabá (RS) e segundo vice-presidente, dom Mário Antônio da Silva, e pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.
A mensagem afirma que o Brasil passa por uma “complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política”, que foi acentuada com a pandemia de covid-19. Neste âmbito, a CNBB espera que os governantes “promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988”.
A mensagem ainda toca no processo eleitoral deste ano, que segundo a entidade está envolto “de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança”. A CNBB chama atenção para as ameaças ao pleito e faz um apelo pela democracia.
“Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro”, afirma a entidade.
Além disso, afirma que há a ameaça da “manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo”, e das fake news, que “modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder”.
Acompanhe o texto da mensagem na íntegra:
MENSAGEM AO POVO BRASILEIRO
59ª. Assembleia Geral da CNBB
“A esperança não decepciona” (Rm 5,5).
Guiados pelo Espírito Santo e impulsionados pela Ressurreição do Senhor, unidos ao Papa Francisco, nós, bispos católicos, em comunhão e unidade, reunidos para a primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, de modo on-line e com a representação de diversos organismos eclesiais, dirigimos ao povo brasileiro uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil.
Enche o nosso coração de alegria perceber a explosão de solidariedade, que tem marcado todo o País na luta pela superação do flagelo sanitário e social da COVID-19. A partilha de alimentos, bens e espaços, a assistência a pessoas solitárias e a dedicação incansável dos profissionais de saúde são apenas alguns exemplos de incontáveis ações solidárias. Gestores de saúde e agentes públicos, diante de um cenário de medo e insegurança, foram incansáveis e resilientes. O Sistema Único de Saúde-SUS mostrou sua fundamental importância e eficácia para a proteção social dos brasileiros. A consciência lúcida da necessidade dos cuidados sanitários e da vacinação em massa venceu a negação de soluções apresentadas pela ciência. Contudo, não nos esquecemos da morte de mais de 660.000 pessoas e nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, trazendo ambas em nossas preces.
Agradecemos ainda, de modo particular às famílias e outros agentes educativos, que não se descuidaram da educação das crianças, adolescentes, jovens e adultos, apesar de todas as dificuldades. Com certeza, a pandemia teria consequências ainda mais devastadoras, se não fosse a atuação das famílias, educadores e pessoas de boa vontade, espírito solidário e abnegado. A Campanha da Fraternidade 2022 nos interpela a continuar a luta pela educação integral, inclusiva e de qualidade.
A grave crise sanitária encontrou o nosso País envolto numa complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política, que já nos desafiava bem antes da pandemia, escancarando a desigualdade estrutural enraizada na sociedade brasileira. A COVID-19, antes de ser responsável, acentuou todas essas crises, potencializando-as, especialmente na vida dos mais pobres e marginalizados.
O quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem! A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade. Assistimos estarrecidos, mas não inertes, os criminosos descuidos com a Terra, nossa casa comum. Num sistema voraz de “exploração e degradação” notam-se a dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais, a precarização das ações de combate aos crimes contra o meio ambiente e projetos parlamentares desastrosos contra a casa comum.
Tudo isso desemboca numa violência latente, explícita e crescente em nossa sociedade. A crueldade das guerras, que assistimos pelos meios de comunicação, pode nos deixar anestesiados e desapercebidos do clima de tensão e violência em que vivemos no campo e nas cidades. A liberação e o avanço da mineração em terras indígenas e em outros territórios, a flexibilização da posse e do porte de armas, a legalização do jogo de azar, o feminicídio e a repulsa aos pobres, não contribuem para a civilização do amor e ferem a fraternidade universal.
Diante deste cenário, esperamos que os governantes promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988, já tão desfigurada por meio de Projetos de Emendas Constitucionais. Não se permita a perda de direitos dos trabalhadores e dos pobres, grande maioria da população brasileira. A lógica do confronto que ameaça o estado democrático de direito e suas instituições, transforma adversários em inimigos, desmonta conquistas e direitos consolidados, fomenta o ódio nas redes sociais, deteriora o tecido social e desvia o foco dos desafios fundamentais a serem enfrentados.
Nesse contexto, iremos este ano às urnas. O cenário é de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança. Nossas escolhas para o Executivo e o Legislativo determinarão o projeto de nação que desejamos. Urge o exercício da cidadania, com consciente participação política, capaz de promover a “boa política”, como nos diz o Papa Francisco. Necessitamos de uma política salutar, que não se submeta à economia, mas seja capaz de reformar as instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos, como as conquistas da Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar 135 de 2010, que afasta do pleito eleitoral candidatos condenados em decisões colegiadas, e da Lei 9.840 de 1999, que criminaliza a compra de votos. Não existe alternativa no campo democrático fora da política com a ativa participação no processo eleitoral.
Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro. Reiteramos nosso apoio às Instituições da República, particularmente aos servidores públicos, que se dedicam em garantir a transparência e a integridade das eleições.
Duas ameaças merecem atenção especial. A primeira é a manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo. A autonomia e independência do poder civil em relação ao religioso são valores adquiridos e reconhecidos pela Igreja e fazem parte do patrimônio da civilização ocidental. A segunda é a disseminação das fake news, que através da mentira e do ódio, falseia a realidade. Carregando em si o perigoso potencial de manipular consciências, elas modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e o respeito aos resultados nas eleições. A democracia brasileira, ainda em construção, não pode ser colocada em risco.
Conclamamos toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade, escolhendo projetos representados por candidatos e candidatas comprometidos com a defesa integral da vida, defendendo-a em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural. Que também não negligenciem os direitos humanos e sociais, e nossa casa comum onde a vida se desenvolve. Todos os cristãos somos chamados a preocuparmo-nos com a construção de um mundo melhor, por meio do diálogo e da cultura do encontro, na luta pela justiça e pela paz.
Agradecemos os muitos gestos de solidariedade de nossas comunidades, por ocasião da pandemia e dos desastres ambientais. Encorajamos as organizações e os movimentos sociais a continuarem se unindo em mutirão pela vida, especialmente por terra, teto e trabalho. Convidamos a todos, irmãos e irmãs, particularmente a juventude, a deixarem-se guiar pela esperança e pelo desejo de uma sociedade justa e fraterna. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, obtenha de Deus as bênçãos para todos nós. Fonte: https://www.acidigital.com
Evangelho Dominical: 3º Domingo da Páscoa (1º de maio-2022)
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO- Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Direto do Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ, deixa para você um olhar sobre o Evangelho desde domingo, 1º de maio-2022.): 3º Domingo da Páscoa- Ano Litúrgico C. (Jo 21,1-19)
1º DE MAIO: Hoje é a festa de São José Operário, padroeiro dos trabalhadores
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Hoje, 1º de maio, a Igreja celebra a festa de são José Operário, padroeiro dos trabalhadores, coincidindo com o Dia Mundial do Trabalho. Esta celebração litúrgica foi instituída em 1955 pelo papa Pio XII, diante de um grupo de trabalhadores reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Naquela ocasião, o papa pediu que “o humilde operário de Nazaré, além de encarnar diante de Deus e da Igreja a dignidade do trabalho manual, seja também o providente guardião de vocês e suas famílias”.
Pio XII desejou que o santo custódio da Sagrada Família “seja para todos os trabalhadores do mundo, especial protetor diante de Deus e escudo para proteger e defender nas penalidades e nos riscos de trabalho”.
Por sua vez, João Paulo II, em sua encíclica “Laborem Exercens”, sublinhou que, “mediante o trabalho, o homem não somente transforma a natureza, adaptando-a às suas próprias necessidades, mas também se realiza a si mesmo como homem e até, num certo sentido, ‘se torna mais homem’”.
Mais tarde, no Jubileu dos Trabalhadores, em 2000, o papa da família disse: “Queridos trabalhadores, empresários, cooperadores, homens da economia: uni os vossos braços, as vossas mentes e os vossos corações a fim de contribuir para a construção de uma sociedade que respeite o homem e o seu trabalho”.
“O homem vale pelo que é e não pelo que possui. Tudo o que se realiza ao serviço de uma justiça maior, de uma fraternidade mais ampla e de uma ordem mais humana nas relações sociais conta muito mais do que qualquer progresso no âmbito técnico”, acrescentou.
Oração a são José Operário
Glorioso são José, modelo de todos os que se dedicam ao trabalho, obtende-me a graça de trabalhar com espírito de penitência para expiação de meus numerosos pecados;
De trabalhar com consciência, pondo o culto do dever acima de minhas inclinações;
De trabalhar com recolhimento e alegria, olhando como uma honra empregar e desenvolver pelo trabalho os dons recebidos de Deus;
De trabalhar com ordem, paz, moderação e paciência, sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades;
De trabalhar, sobretudo com pureza de intenção e com desapego de mim mesmo, tendo sempre diante dos olhos a morte e a conta que deverei dar do tempo perdido, dos talentos inutilizados, do bem omitido e da vã complacência nos sucessos, tão funesta à obra de Deus!
Tudo por Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, oh, patriarca são José! Tal será a minha divisa na vida e na morte. Amém. Fonte: https://www.acidigital.com
Sexta-feira, 29 de abril-2022. 2ª SEMANA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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1) Oração
Concedei. ó Deus, aos vossos servos a graça da ressurreição, pois quisestes que o vosso Filho sofresse por nós o sacrifício da cruz para nos libertar do poder do inimigo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 1-15)
Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da GaliléEa, ou seja, de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, vendo os sinais que ele fazia a favor dos doentes. 3Jesus subiu a montanha e sentou-se lá com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que vinha a ele, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que estes possam comer?” 6Disse isso para testar Filipe, pois ele sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentos denários de pão bastariam para dar um pouquinho a cada um”. 8Um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei as pessoas sentar- se”. Naquele lugar havia muita relva, e lá se sentaram os homens em número de aproximadamente cinco mil. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Depois que se fartaram, disse aos discípulos: “Juntai os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13Eles juntaram e encheram doze cestos, com os pedaços que sobraram dos cinco pães de cevada que comeram. 14À vista do sinal que Jesus tinha realizado, as pessoas exclamavam: “Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Quando Jesus percebeu que queriam levá-lo para proclamá-lo rei, novamente se retirou sozinho para a montanha.
3) Reflexão
Hoje começa a leitura do capítulo 6 do evangelho de João que se prolongará por vários dias. Sinal da importância deste capítulo para a vivência da nossa fé. O capítulo 6 traz dois sinais ou milagres: a multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) e a caminhada sobre as águas (Jo 6,16-21). Em seguida, traz o longo diálogo sobre o Pão da Vida (Jo 6,22-71). João situa o fato perto da festa de Páscoa (Jo 6,4). O enfoque central é o confronto entre a antiga Páscoa do Êxodo e a nova Páscoa que se realiza em Jesus. O diálogo sobre o pão da vida vai esclarecer a nova páscoa que se realiza em Jesus.
João 6,1-4: A situação. Na antiga páscoa, o povo atravessou o Mar Vermelho. Na nova páscoa, Jesus atravessa o Mar da Galileia. Uma grande multidão seguia a Moisés. Uma grande multidão segue Jesus neste novo êxodo. No primeiro êxodo, Moisés subiu a Montanha. Jesus, o novo Moisés, também sobe à montanha. O povo seguia Moisés que realizou grandes sinais. O povo segue a Jesus porque tinha visto os sinais que ele fazia para os doentes.
João 6,5-7: Jesus e Filipe. Vendo a multidão, Jesus confronta os discípulos com a fome do povo e pergunta a Filipe: "Onde vamos comprar pão para esse povo poder comer?" No primeiro êxodo, Moisés tinha conseguido alimento para o povo faminto. Jesus, o novo Moisés, irá fazer a mesma coisa. Mas Filipe, em vez de olhar a situação à luz da Escritura, olhava a situação com os olhos do sistema e respondeu: "Duzentos denários não bastam!" Um denário era o salário mínimo de um dia. Filipe constata o problema e reconhece a sua total incapacidade para resolvê-lo. Faz o lamento, mas não apresenta nenhuma solução.
João 6,8-9: André e o menino. André, em vez de lamentar, busca solução. Ele encontra um menino com cinco pães e dois peixes. Cinco pães de cevada e dois peixes eram o sustento diário do pobre. O menino entrega o seu sustento! Ele poderia ter dito: "Cinco pães e dois peixes, o que é isso para tanta gente? Não vai dar para nada! Vamos partilhá-los aqui entre nós com duas ou três pessoas!" Em vez disso, ele teve a coragem de entregar os cinco pães e os dois peixes para alimentar 5000 pessoas (Jo 6,10)! Quem faz isso, ou é louco ou tem muita fé, acreditando que, por amor a Jesus, todos se disponham a partilhar sua comida como fez o menino!
João 6,10-11: A multiplicação . Jesus pede para o povo se acomodar na grama. Em seguida, multiplicou o sustento, a ração do pobre. Diz o texto: "Jesus tomou os pães e, depois de ter dado graças, distribuiu-os aos presentes, assim como os peixes, tanto quanto queriam!" Com esta frase, escrita no ano 100 depois de Cristo, João evoca o gesto da Última Ceia (1Cor 11,23-24). A Eucaristia, quando celebrada como deve, levará as pessoas à partilha como levou o menino a entregar seu sustento para ser partilhado.
João 6,12-13: A sobra dos doze cestos. O número doze evoca a totalidade do povo com suas doze tribos. João não informa se sobrou algo dos peixes. O que interessa a ele é evocar o pão como símbolo da Eucarística. O evangelho de João não tem a descrição da Ceia Eucarística, mas descreve a multiplicação dos pães como símbolo do que deve acontecer nas comunidades através da celebração da Ceia Eucarística. Se entre os povos cristãos houvesse real partilha, haveria comida abundante para todos e sobrariam doze cestos para muitos outros povos!
João 6,14-15: Querem fazê-lo rei O povo interpreta o gesto de Jesus dizendo: "Esse é verdadeiramente o profeta que deve vir ao mundo!" A intuição do povo é correta. Jesus de fato é o novo Moisés, o Messias, aquele que o povo estava esperando (Dt 18,15-19). Mas esta intuição tinha sido desviada pela ideologia da época que queria um grande rei que fosse forte e dominador. Por isso, vendo o sinal, o povo proclama Jesus como Messias e avança para fazê-lo rei! Jesus percebendo o que ia acontecer, refugia-se sozinho na montanha. Não aceita esta maneira de ser messias e aguarda o momento oportuno para ajudar o povo a dar um passo.
4) Para um confronto pessoal
1) Diante do problema da fome no mundo, você age como Filipe, como André ou como o menino?
2) O povo queria um messias que fosse rei forte e poderoso. Hoje, muitos vão atrás de líderes populistas. O que o evangelho de hoje nos tem a dizer sobre isto?
5) Oração final
O SENHOR é minha luz e minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é quem defende a minha vida; a quem temerei? (Sl 26, 1)
Quinta-feira, 28 de abril-2022. 2ª SEMANA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei, ó Deus, que vejamos frutificar em toda a nossa vida as graças do mistério pascal, que instituístes na vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 3, 31-36)
Naquele tempo, João Batista disse aos seus discípulos: 31Aquele que vem do alto está acima de todos. Quem é da terra, pertence à terra e fala coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32Ele dá testemunho do que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois ele dá o espírito sem medida. 35O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. 36Aquele que crê no Filho tem a vida eterna. Aquele, porém, que se recusa a crer no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.
3) Reflexão
No dia 12 de janeiro deste ano meditamos João 3,22-30, que traz o último testemunho de João Batista a respeito de Jesus. Era a resposta dada por ele aos seus discípulos, e na qual reafirmou que ele, João, não é o Messias mas apenas o precursor (Jo 3,28). Naquela ocasião, João disse aquela frase tão bonita que resume o seu testemunho: "É necessário que ele cresça e eu diminua!" Esta frase é o programa de todos e de todas que querem seguir Jesus.
Os versículos do evangelho de hoje são, novamente, um comentário do evangelista para ajudar as comunidades a entender melhor todo o alcance das coisas que Jesus fez e ensinou. Temos aqui uma outra amostra daqueles três fios de que falamos ontem.
João 3,31-33: Um refrão que sempre volta. Ao longo do evangelho de João, muitas vezes aparece o conflito entre Jesus e os judeus que contestam as palavras de Jesus. Jesus fala a partir do que ele ouve do Pai. Ele é total transparência. Os seus adversários, por não se abrirem para Deus e por se agarrarem nas suas próprias ideias aqui da terra, não são capazes de entender o significado profundo das coisas que Jesus vive, diz e faz. No fim, é este mal-entendido que vai levar os judeus a prender e condenar Jesus.
João 3,34: Jesus nos dá o Espírito sem medida. O evangelho de João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito desceu sobre Jesus "como uma pomba, vinda do céu" (Jo 1,32). É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despediu, ele disse que ia enviar um outro consolador, um outro defensor, para ficar conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através da sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós. Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo!" (Jo 20,22). O Espírito é como água que jorra de dentro das pessoas que crêem em Jesus (Jo 7,37-39; 4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: "Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados serão perdoados; aqueles aos quais retiverem, serão retidos" (Jo 20,23). O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado pleno das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus podemos adorar a Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade do Espírito de que fala São Paulo: "Onde há o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" (2Cor 3,17).
João 3,35-36: O Pai ama o filho. Reafirma a identidade entre o Pai e Jesus. O Pai ama o filho e entregou tudo em sua mão. São Paulo dirá que em Jesus habita a plenitude da divindade (Col 1,19; 2,9). Por isso, quem aceita Jesus e crê em Jesus ele já tem a vida eterna, pois Deus é vida. Quem recusa crer em Jesus se coloca a si mesmo do lado de fora.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus nos comunica o Espírito sem medida. Você teve ou tem alguma experiência desta ação do Espírito em sua vida?
2) Quem crê em Jesus tem a vida eterna. Como isto acontece hoje na vida das famílias e das comunidades?
5) Oração final
O SENHOR está perto de quem tem o coração ferido, salva os ânimos abatidos. Muitas são as desventuras do justo, mas de todas o SENHOR o livra. (Sl 33, 19-20)
Quarta-feira, 27 de abril-2022. 2ª SEMANA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Imploramos, ó Deus, a vossa clemência, ao recordar cada ano o mistério pascal que renova a dignidade humana, e nos traz a esperança de ressurreição: concedei-nos acolher com amor o que celebramos com fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 3, 16-21)
Naquele tempo Jesus disse a Nicodemos: 16De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. 17Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem crê nele não será condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus. 19Ora, o julgamento consiste nisto: a luz veio ao mundo, mas as pessoas amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. 20Pois todo o que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que suas ações sejam manifestadas, já que são praticadas em Deus.
3) Reflexão
O evangelho de João é como um tecido, feito com três fios diferentes mas parecidos. Os três combinam tão bem entre si que, às vezes, não dá para perceber quando se passa de um fio para outro. 1. O primeiro fio são os fatos e as palavras de Jesus dos anos trinta, conservados pelas testemunhas oculares que guardaram as coisas que Jesus fez e ensinou. 2. O segundo fio são os fatos da vida das comunidades. A partir da sua fé em Jesus e convencidas da presença dele em seu meio, as comunidades iluminavam a sua caminhada com as palavras e os gestos de Jesus. Isto influenciou a descrição dos fatos. Por exemplo, o conflito das comunidades com os fariseus do fim do primeiro século marcou a maneira de descrever os conflitos de Jesus com os fariseus. 3. O terceiro fio são comentários feitos pelo evangelista. Em certas passagens, é difícil perceber quando Jesus deixa de falar e o próprio evangelista começa a tecer seus comentários. O texto do evangelho de hoje, por exemplo, é uma reflexão bonita e profunda do próprio evangelista a respeito da ação de Jesus. A gente quase nem percebe a diferença entre a fala de Jesus e a fala do evangelista. De qualquer maneira, tanto uma como outra, ambas são palavra de Deus.
João 3,16:: Deus amou o mundo. A palavra mundo é uma das palavras mais freqüentes no evangelho de João: 78 vezes! Ela tem vários significados. Em primeiro lugar mundo pode significar a terra, o espaço habitado pelos seres humanos (Jo 11,9; 21,25) ou mesmo o universo criado (Jo 17,5.24). Mundo também pode significar as pessoas que habitam esta terra, a humanidade toda (Jo 1,9; 3,16; 4,42; 6,14; 8,12). Pode significar ainda um grande grupo, um grupo numeroso de pessoas, no sentido quando falamos “todo mundo” (Jo 12,19; 14,27). Aqui no nosso texto a palavra mundo tem o sentido de humanidade, todo ser humano. Deus ama a humanidade de tal modo que chegou a entregar seu filho único. Quem aceita que Deus chega até nós em Jesus, este já passou pela morte e já tem a vida eterna.
João 3,17-19: O verdadeiro sentido do julgamento. A imagem de Deus que transparece nestes três versículos é de um pai cheio de ternura e não de um juiz severo. Deus mandou seu filho não para julgar e condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem crê em Jesus e o aceita como revelação de Deus não é julgado, pois já é aceito por Deus. E quem não crê em Jesus já está julgado. Ele se excluiu a si mesmo. E o evangelista repete o que já disse no prólogo: muitas pessoas não querem aceitar Jesus, porque a sua luz revela a maldade que nelas existe (cf. Jo 1,5.10-11).
João 3,20-21: Praticar a verdade. Existe em todo ser humano uma semente divina, um traço do Criador. Jesus, como revelação do Pai, é uma resposta a este desejo mais profundo do ser humano. Quem quer ser fiel ao mais profundo de si mesmo, aceitará Jesus. Difícil você encontrar uma visão ecumênica mais ampla do que o evangelho de João expressa nestes versículos.
Completando o significado da palavra mundo no Quarto Evangelho. Outras vezes, a palavra mundo significa aquela parte da humanidade que se opõe a Jesus e à sua mensagem. Aí a palavra mundo toma o sentido de “adversários” ou “opositores” (Jo 7,4.7; 8,23.26; 9,39; 12,25). Este mundo contrário à prática libertadora de Jesus é chefiado pelo Adversário ou Satã, também chamado de “príncipe deste mundo” (Jo 14,30; 16,11). Ele representa o império romano e, ao mesmo tempo, os líderes dos judeus que estão expulsando os seguidores e as seguidoras de Jesus das sinagogas. Este mundo persegue e mata as comunidades, trazendo tribulações aos fiéis (Jo 16,33). Jesus as libertará, vencendo o príncipe deste mundo (Jo 12,31). Assim, mundo significa uma situação de injustiça, de opressão, gerando ódio e perseguição contra as comunidades do Discípulo Amado. Os perseguidores são aquelas pessoas que estão no poder, os dirigentes, tanto do império quanto da sinagoga. Enfim, todos aqueles que praticam a injustiça usando para isto o nome do próprio Deus (Jo 16,2). A esperança que o evangelho dá para as comunidades perseguidas é que Jesus é mais forte que o mundo. Por isso ele diz: “No mundo tereis tribulações. Mas tende coragem: eu venci o mundo!” (Jo 16,33).
4) Para um confronto pessoal
1) Deus amou o mundo de tal modo que chegou a entregar seu próprio filho. Será que esta verdade já chegou a penetrar no mais profundo do meu eu, da minha consciência?
2) A realidade mais ecumênica que existe é a vida que Deus nos deu e pela qual Ele entregou seu próprio filho. Como vivo o ecumenismo no dia a dia da minha vida?
5) Oração final
Bendirei o SENHOR em todo tempo, seu louvor estará sempre na minha boca. Eu me glorio no SENHOR, ouçam os humildes e se alegrem. (Sl 33, 2-3)
Terça-feira, 26 de abril-2022. 2ª SEMANA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Fazei-nos, ó Deus todo-poderoso, proclamar o poder do Cristo ressuscitado, e, tendo recebido as primícias dos seus dons, consigamos possuí-los em plenitude. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 3, 7b-15)
Naquele tempo Jesus disse a Nicodemos: 7bÉ necessário para vós nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito”. 9Nicodemos, então, perguntou: “Como pode isso acontecer?” 10Jesus respondeu: “Tu és o mestre de Israel e não conheces estas coisas? 11Em verdade, em verdade, te digo: nós falamos do que conhecemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho. 12Se não acreditais quando vos falo das coisas da terra, como ireis crer quando eu vos falar das coisas do céu? 13Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu: o Filho do Homem. 14Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também será levantado o Filho do Homem, 15a fim de que todo o que nele crer tenha vida eterna”.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz uma parte da conversa de Jesus com Nicodemos. Nicodemos tinha ouvido falar das coisas que Jesus realizava, ficou impressionado e queria conversar com Jesus para poder entender melhor. Ele pensava conhecer as coisas de Deus. Vivia com o livrinho do passado na mão para ver se o novo que Jesus anunciava estava de acordo. Na conversa, Jesus disse que a única maneira para ele, Nicodemos, poder entender as coisas de Deus era nascer de novo! Às vezes, nós somos como Nicodemos: só aceitamos como novo aquilo que está de acordo com as nossas antigas idéias. Outras vezes, deixamos nos surpreender pelos fatos e não temos medo de dizer: "Nasci de novo!"
Quando os evangelistas recolhem as palavras de Jesus, eles têm presente os problemas das comunidades para as quais escrevem. As perguntas de Nicodemos a Jesus eram um espelho das perguntas das comunidades da Ásia Menor do fim do primeiro século. Por isso, as respostas de Jesus a Nicodemos eram, ao mesmo tempo, uma resposta para os problemas daquelas comunidades. Era assim que os cristãos faziam a catequese naquele tempo. Muito provavelmente, o relato da conversa entre Jesus e Nicodemos fazia parte da catequese batismal, pois diz que as pessoas devem renascer da água e do espírito (Jo 3,6).
João 3,7b-8: Nascer do alto, nascer de novo, nascer do Espírito. Em grego, a mesma palavra significa de novo e do alto. Jesus tinha dito “Quem não nasce da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5). E acrescentou: "O que nasceu da carne é carne. O que nasceu do Espírito é Espírito" (Jo 3,6). Aqui, carne significa aquilo que nasce só das nossas idéias. O que nasce de nós tem o nosso tamanho. Nascer do Espírito é outra coisa! E Jesus reafirmou novamente o que tinha dito antes: “Vocês devem nascer do alto (de novo)”. Ou seja, devem renascer do Espírito que vem do alto. E ele explica que o Espírito é como o vento. Tanto no hebraico como no grego, usa-se a mesma palavra para dizer espírito e vento. Jesus diz: "O vento sopra onde quer e você ouve o seu ruído, mas você não sabe de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do espírito". O vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção. Nós percebemos a direção do vento, por exemplo, o vento Norte ou o vento Sul, mas não conhecemos nem controlamos a causa a partir da qual o vento se movimenta nesta ou naquela direção. Assim é o Espírito. "Ninguém é senhor do Espírito" (Ecl 8,8). O que mais caracteriza o vento, o Espírito, é a liberdade. O vento, o Espírito, é livre, não pode ser controlado. Ele age sobre os outros e ninguém consegue agir sobre ele. Sua origem é mistério, seu destino é mistério. O barqueiro deve, primeiro, descobrir o rumo do vento. Depois, deve colocar as velas de acordo com este rumo. É o que Nicodemos e todos nós temos de fazer.
João 3,9: Pergunta de Nicodemos: Como é que isto pode acontecer? Jesus não disse nada mais do que resumir o que o Antigo Testamento já ensinava sobre a ação do Espírito, do vento santo, na vida do povo de Deus e que Nicodemos, como mestre e doutor, devia saber. Mesmo assim, Nicodemos se espantou com a resposta de Jesus e se faz de ignorante: "Como é que isto pode acontecer?".
João 3,10-15: Resposta de Jesus: a fé nasce do testemunho e não do milagre. Jesus dá o troco: "Você é mestre em Israel e não sabe disso?" Pois para Jesus, se uma pessoa crê só quando as coisas estão de acordo com os seus próprios argumentos e ideias, ainda não é perfeita a sua fé. Perfeita, sim, é a fé da pessoa que acredita por causa do testemunho. Ela deixa de lado seus próprios argumentos e se entrega, porque crê naquele que testemunhou.
4) Para um confronto pessoal
- Você já passou por alguma experiência que lhe deu a sensação de nascer de novo? Como foi?
- Jesus compara a ação do Espírito Santo com o vento. O que esta comparação nos revela sobre a ação do Espírito de Deus em nossa vida? Você já colocou as velas do barco da sua vida de acordo com o rumo do vento, do Espírito?
5) Oração final
O SENHOR reina, de esplendor se veste, o SENHOR se reveste e se cinge de poder; está firme o mundo, jamais será abalado. Dignos de fé são teus testemunhos; a santidade convém à tua casa por dias sem fim, ó SENHOR! (Sl 92, 1.5)
Pastor é preso após confessar manter relação com menina de 12 anos em SP
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Pastor é preso após confessar manter relação com menina de 12 anos em SP
Vítima revelou ter feito sexo sem preservativo com o religioso de 38 anos que pregava em Itanhaém, no litoral de São Paulo.
Por Nicole Leslie, g1 Santos
Um pastor de 38 anos, de uma igreja evangélica em Itanhaém, no litoral de São Paulo, foi preso nesta segunda-feira (25), após confessar manter relações sexuais com uma menina de 12 anos que frequentava o templo religioso no bairro Jardim Coronel. Segundo o homem, os dois se envolviam há aproximadamente dois meses.
De acordo com informações obtidas pelo g1 nesta terça-feira (26), o caso chegou ao 2° Distrito Policial de Itanhaém na manhã de segunda (25). O caso foi apresentado por duas testemunhas para quem o pastor revelou manter o relacionamento amoroso, que inclusive julgou ser errado.
De acordo com a polícia, o pastor é casado, tem uma filha, e a família não sabia sobre o envolvimento dele com a menor. Diante da situação, as testemunhas teriam informado sobre o relacionamento à mãe da vítima e, depois, seguido à unidade policial.
A partir do relato que configura crime, equipes de polícia foram até o endereço da família da vítima de 12 anos. A mãe conversou com a filha, que confirmou a situação, afirmando ter mantido relações sexuais, sem preservativo, com o pastor em dois encontros.
Segundo o investigador à frente do caso, o religioso se encontrava com a menor nos fundos de uma casa em construção, que fica em frente à residência da vítima.
Após a menina confirmar o crime, mãe, vítima, testemunhas e o pastor foram encaminhados ao Distrito Policial, onde foi registrada a ocorrência.
Segundo informações obtidas pelo g1, inicialmente o pastor não quis confessar o crime, mas, depois de ser indagado e ver provas sobre o caso, admitiu manter o relacionamento amoroso com a menina e afirmou que este acontecia há aproximadamente dois meses.
Conforme descrito pelo investigador à frente do caso ao g1, o homem teria demonstrado estar verdadeiramente apaixonado pela criança.
Após o registro e a confissão do pastor, o caso foi encaminhado ao Ministério Público, que expediu o mandado de prisão preventiva contra o homem de 38 anos. Ele foi detido e encaminhado à cadeia pública de Peruíbe ainda na segunda-feira. O g1 contatou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem. Fonte: https://g1.globo.com
Sexta-feira, 22 de abril-2022. OITAVA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que no Sacramento pascal restaurastes vossa aliança, reconciliando convosco a humanidade, concedei-nos realizar em nossa vida o mistério que celebramos na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 21, 1-14)
Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele. 3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Nós vamos contigo”. Saíram, entraram no barco, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já de manhã, Jesus estava aí na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Ele perguntou: “Filhinhos, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. 6Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo que Jesus mais amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros. 9Quando chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. 11Então, Simão Pedro subiu e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
3) Reflexão
O Capítulo 21 do evangelho de São João parece um apêndice que foi acrescentado mais tarde depois que o evangelho já estava terminado. A conclusão do capítulo anterior (Jo 20,30-31) ainda deixa perceber que se trata de um acréscimo. De qualquer maneira, acréscimo ou não, é Palavra de Deus que traz uma bonita mensagem de ressurreição para esta sexta-feira da semana de Páscoa.
João 21,1-3: O pescador de homens volta a ser pescador de peixes. Jesus morreu e ressuscitou. No fim daqueles três anos de convivência com Jesus, os discípulos voltaram para a Galileia. Um grupo deles está de novo diante do lago. Pedro retoma o passado e diz: “Eu vou pescar!” Os outros disseram: “Nós vamos com você!” Assim, Tomé, Natanael, João e Tiago junto com Pedro saíram de barco e foram pescar. Retomaram a vida do passado como se nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu. Algo estava acontecendo! O passado não voltou! “Não pagaram nada!” Voltaram à praia cansados. Foi uma noite frustrante.
João 21,4-5: O contexto da nova aparição de Jesus. Jesus estava na praia, mas eles não o reconheceram. Jesus pergunta: “Moços, por acaso vocês alguma coisa para comer?” Responderam: “Não!” Na resposta negativa reconheceram que a noite tinha sido frustrante e que não pescaram nada. Eles tinham sido chamados para serem pescadores de homens (Mc 1,17; Lc 5,10), e voltaram a ser pescadores de peixes. Mas algo mudou em suas vidas! A experiência de três anos com Jesus provocou neles uma mudança irreversível. Já não era possível voltar para atrás como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado.
João 21,6-8: Lancem a rede do lado direito do barco e vocês vão encontrar. Eles fizeram algo que, provavelmente, nunca tinham feito na vida. Cinco pescadores experimentados obedecem a um estranho que mandou fazer algo que contrastava com a experiência deles. Jesus, aquela pessoa desconhecida que estava na praia, mandou que jogassem a rede do lado direito do barco. Eles obedeceram, jogaram a rede, e foi um resultado inesperado. A rede ficou cheia de peixes! Como era possível! Como explicar esta surpresa fora de qualquer previsão? O amor faz descobrir. O discípulo amado diz: “É o Senhor!” Esta intuição clareou tudo. Pedro se jogou na água para chegar mais depressa perto de Jesus. Os outros discípulos vieram mais devagar com o barco arrastando a rede cheia de peixes.
João 21,9-14: A delicadeza de Jesus. Chegando em terra, viram que Jesus tinha aceso umas brasas e que estava assando peixe e pão. Ele pediu que trouxessem mais uns peixes. Imediatamente, Pedro subiu no barco, arrastou a rede com cento e cinquenta e três peixes. Muito peixe, e a rede não se rompeu. Jesus chamou a turma: “Venham comer!” Ele teve a delicadeza de preparar algo para comer depois de uma noite frustrada sem pescar nada. Gesto bem simples que revela algo do amor com que o Pai nos ama. “Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14,9). Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. E evocando a eucaristia, o evangelista João completou: “Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles”. Sugere assim que a eucaristia é o lugar privilegiado para o encontro com Jesus ressuscitado.
4) Para um confronto pessoal
1) Já aconteceu com você ter que te pediram jogar a rede do lado direito do barco da sua vida, contrariando toda a sua experiência? Você obedeceu? Jogou a rede?
2) A delicadeza de Jesus. Como é a sua delicadeza nas coisas pequenas da vida?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, porque ele é bom; pois eterno é seu amor. Que Israel diga: eterno é seu amor. Que a casa de Aarão diga: eterno é seu amor. Digam os que temem o SENHOR: eterno é seu amor. (Sl 117, 1-4)
Quarta-feira, 20 de abril-2022. OITAVA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que nos alegrais todos os anos com a solenidade da ressurreição do Senhor, concedei-nos, pelas festas que celebramos nesta vida, chegar às eternas alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 24, 13-35)
13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. 17Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” 19Ele perguntou: “Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. 20Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu”. 25Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. 29Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entrou para ficar com eles. 30Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu- o e deu a eles. 31Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
3) Reflexão Luca 24,13-35
O evangelho de hoje traz o episódio tão conhecido da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús. Lucas escreve nos anos 80 para as comunidades da Grécia que na sua maioria eram de pagãos convertidos. Os anos 60 e 70 tinham sido muito difíceis. Houve a grande perseguição de Nero em 64. Seis anos depois em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Em 72, em Massada no deserto de Judá, foi o massacre dos últimos judeus revoltosos. Nesses anos todos, os apóstolos, testemunhas da ressurreição, foram desaparecendo. O cansaço ia tomando conta da caminhada. Onde encontrar força e coragem para não desanimar? Como descobrir a presença de Jesus nesta situação tão difícil? A narração da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús procura ser uma resposta para estas perguntas angustiantes. Lucas quer ensinar as comunidades como interpretar a Escritura para poder redescobrir a presença de Jesus na vida.
Lc 24,13-24: 1º Passo: partir da realidade. Jesus encontra os dois amigos numa situação de medo e de descrença. As forças de morte, a cruz, tinham matado neles a esperança. Era a situação de muita gente no tempo de Lucas e continua sendo a situação de muitos hoje em dia. Jesus se aproxima e caminha com eles, escuta a conversa e pergunta: "De que estão falando?" A ideologia dominante, isto é, a propaganda do governo e da religião oficial da época, impedia-os de enxergar. "Nós esperávamos que ele fosse o libertador, mas...". Qual é hoje a conversa do povo que sofre?
O primeiro passo é este: aproximar-se das pessoas, escutar sua realidade, sentir seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que ajudem as pessoas a olhar a realidade com um olhar mais crítico.
Lc 24,25-27: 2º Passo: usar a Bíblia para iluminar a vida. Jesus usa a Bíblia e a história do povo de Deus para iluminar o problema que fazia sofrer os dois amigos, e para esclarecer a situação que eles estavam vivendo. Usa-a também para situá-los dentro do conjunto do projeto de Deus que vinha desde Moisés e os profetas. Ele mostra assim que a história não tinha escapado da mão de Deus. Jesus usa a Bíblia não como um doutor que já sabe tudo, mas como o companheiro que vem ajudar os amigos a lembrar o que estes tinham esquecido. Jesus não provoca complexo de ignorância nos discípulos, mas procura despertar neles a memória: “Como vocês demoram para entender o que os profetas anunciaram!”.
O segundo passo é este: com a ajuda da Bíblia, ajudar as pessoas a descobrir a sabedoria que já existe dentro delas mesmas, e transformar a cruz, sinal de morte, em sinal de vida e de esperança. Aquilo que as impedia de caminhar, torna-se agora força e luz na caminhada. Como fazer isto hoje?
- Lc 24,28-32: 3º Passo: partilhar na comunidade. A Bíblia, ela por si, não abre os olhos. Apenas faz arder o coração. O que abre os olhos e faz enxergar, é a fração do pão, o gesto comunitário da partilha, rezar juntos, a celebração da Ceia. No momento em que os dois reconhecem Jesus, eles renascem e Jesus desaparece. Jesus não se apropria da caminhada dos amigos. Não é paternalista. Ressuscitados, os discípulos são capazes de caminhar com seus próprios pés.
O terceiro passo é este: saber criar um ambiente de fé e de fraternidade, de celebração e de partilha, onde possa atuar o Espírito Santo. É ele que nos faz descobrir e experimentar a Palavra de Deus na vida e nos leva a entender o sentido das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,13).
- Lc 24,33-35: O resultado: Ressuscitar e voltar para Jerusalém. Os dois criam coragem e voltam para Jerusalém, onde continuavam ativas as mesmas forças de morte que tinham matado Jesus e que tinham matado neles a esperança. Mas agora tudo mudou. Se Jesus está vivo, então nele e com ele está um poder mais forte do que o poder que o matou. Esta experiência os faz ressuscitar! Realmente tudo mudou! Coragem, em vez de medo! Retorno, em vez de fuga! Fé, em vez de descrença! Esperança, em vez de desespero! Consciência crítica, em vez de fatalismo frente ao poder! Liberdade, em vez de opressão! Numa palavra: vida, em vez de morte! Em vez da má noticia da morte de Jesus, a Boa Notícia da sua Ressurreição! Os dois experimentam a vida, e vida em abundância! (Jo 10,10). Sinal do Espírito de Jesus atuando neles!
4) Para um confronto pessoal
- Os dois disseram: “Nós esperávamos, mas….!” Você já viveu uma situação de desânimo que o levou a dizer: “Eu esperava, mas...!”?
- Como você lê, usa e interpreta a Bíblia? Já sentiu arder o coração ao ler e meditar a Palavra de Deus? Lê a Bíblia sozinho ou faz parte de algum grupo bíblico?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, invocai seu nome, manifestai entre as nações suas grandes obras. Cantai em sua honra, tocai para ele, recordai todos os seus milagres. Gloriai-vos do seu santo nome, alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR. (Sl 104, 1-3)
Terça-feira, 19 de abril-2022. OITAVA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que nos concedestes a salvação pascal, acompanhai o vosso povo com vossos dons celestes, para que, tendo conseguido a verdadeira liberdade, possa um dia alegra-se no céu, como exulta agora na terra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 20, 11-18)
Naquele tempo, 11Maria tinha ficado perto do túmulo, do lado de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para olhar dentro do túmulo. 12Ela enxergou dois anjos, vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras”. Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Dizendo isto, Maria virou-se para trás e enxergou Jesus, de pé, mas ela não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou- lhe: “Mulher, por que choras? Quem procuras?” Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste, e eu irei buscá-lo”. 16Então, Jesus falou: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabûni!” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures, pois ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então, Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”, e contou o que ele lhe tinha dito.
3) Reflexão
O evangelho de hoje descreve a aparição de Jesus a Maria Madalena. A morte do seu grande amigo levou Maria a uma perda do sentido da vida. Mas ela não desistiu da busca. Foi ao sepulcro para reencontrar aquele que a morte lhe tinha roubado. Há momentos na vida em que tudo desmorona. Parece que tudo acabou. Morte, desastre, doença, decepção, traição! Tantas coisas que podem tirar o chão debaixo dos pés e jogar-nos numa crise profunda. Mas também acontece o seguinte. Como que de repente, o reencontro com uma pessoa amiga pode refazer a vida e nos fazer redescobrir que o amor é mais forte do que a morte e a derrota.
O Capítulo 20 de João, além da aparição de Jesus a Madalena, traz vários outros episódios que revelam a riqueza da experiência da ressurreição: (1) do discípulo amado e de Pedro (Jo 20,1-10); (2) de Maria Madalena (Jo 20,11-18); (3) da comunidade dos discípulos (Jo 20,19-23) e (4) do apóstolo Tomé (Jo 20,24-29). O objetivo da redação do Evangelho é levar as pessoas a crer em Jesus e, acreditando nele, ter a vida (Jo 20,30-3).
Na maneira de descrever a aparição de Jesus a Maria Madalena transparecem as etapas da travessia que ela teve de fazer, desde a busca dolorosa até o reencontro da Páscoa. Estas são também as etapas pelas quais passamos todos nós, ao longo da vida, na busca em direção a Deus e na vivência do Evangelho.
João 20,11-13: Maria Madalena chora, mas busca. Havia um amor muito grande entre Jesus e Maria Madalena. Ela foi uma das poucas pessoas que tiveram a coragem de ficar com Jesus até a hora da sua morte na cruz. Depois do repouso obrigatório do sábado, ela voltou ao sepulcro para estar no lugar onde tinha encontrado o Amado pela última vez. Mas, para a sua surpresa, o sepulcro estava vazio! Os anjos perguntam: "Por que você chora?" Resposta: "Levaram meu senhor e não sei onde o colocaram!" Maria Madalena buscava o Jesus, o mesmo Jesus, que ela tinha conhecido e com quem tinha convivido durante três anos.
João 20,14-15: Maria Madalena conversa com Jesus sem reconhecê-lo. Os discípulos de Emaús viram Jesus mas não o reconheceram (Lc 24,15-16). O mesmo acontece com Maria Madalena. Ela vê Jesus, mas não o reconhece. Pensa que é o jardineiro. Como os anjos, Jesus pergunta: "Por que você chora?" E acrescenta: "A quem está procurando?" Resposta: "Se foi você que o levou, diga-me, que eu vou buscá-lo!" Ela ainda busca o Jesus do passado, o mesmo de três dias atrás. É a imagem de Jesus do passado que a impede de reconhecer o Jesus vivo, presente na frente dela.
João 20,16: Maria Madalena reconhece Jesus. Jesus pronuncia o nome: "Maria!" Foi o sinal de reconhecimento: a mesma voz, o mesmo jeito de pronunciar o nome. Ela responde: "Mestre!" Jesus tinha voltado, o mesmo que tinha morrido na cruz. A primeira impressão é que a morte foi apenas um incidente doloroso de percurso, mas que agora tudo tinha voltado a ser como antes. Maria abraça Jesus com força. Era o mesmo Jesus que ela tinha conhecido e amado. Realiza-se o que dizia a parábola do Bom Pastor: "Ele as chama pelo nome e elas conhecem a sua voz". - "Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem" (Jo 10,3.4.14).
- João 20,17-18: Maria Madalena recebe a missão de anunciar a ressurreição aos apóstolos. De fato, é o mesmo Jesus, mas a maneira de ele estar junto dela já não é mais a mesma. Jesus lhe diz: "Não me segure, porque anda não subi para o Pai!" Ele vai para junto do Pai. Maria Madalena deve soltar Jesus e assumir sua missão: anunciar aos irmãos que ele, Jesus, subiu para o Pai. Jesus abriu o caminho para nós e fez com que Deus ficasse, de novo, perto de nós.
4) Para um confronto pessoal
- Você já passou por uma experiência que lhe deu um sentimento de perda e de morte? Como foi? O que foi que lhe trouxe vida nova e lhe devolveu a esperança e a alegria de viver?
- Qual a mudança que se operou em Maria Madalena ao longo do diálogo? Maria Madalena buscava Jesus de um jeito e o reencontrou de outro jeito. Como isto acontece hoje na nossa vida?
5) Oração final
Nossa alma espera pelo SENHOR, é ele o nosso auxílio e o nosso escudo. SENHOR, esteja sobre nós a tua graça, do modo como em ti esperamos. (Sl 32, 20.22)
Quarta-feira, 13 de abril-2022. SEMANA SANTA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o suplício da cruz, para arrancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vossos servos a graça da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 26, 14-25)
14Um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15e disse: “Que me dareis se eu vos entregar Jesus?” Combinaram trinta moedas de prata. 16E daí em diante, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo. 17No primeiro dia dos Pães sem fermento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?” 18Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a ceia pascal em tua casa, junto com meus discípulos’”. 19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a ceia pascal. 20Ao anoitecer, Jesus se pôs à mesa com os Doze. 21Enquanto comiam, ele disse: “Em verdade vos digo, um de vós me vai entregar”. 22Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a perguntar-lhe: “Acaso sou eu, Senhor?” 23Ele respondeu: “Aquele que se serviu comigo do prato é que vai me entregar. 24O Filho do Homem se vai, conforme está escrito a seu respeito. Ai, porém, daquele por quem o Filho do Homem é entregue! Melhor seria que tal homem nunca tivesse nascido!” 25Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, serei eu?” Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”. Palavra da salvação.
3) Reflexão
Ontem o evangelho falou da traição de Judas e da negação de Pedro. Hoje, fala novamente da traição de Judas. Na descrição da paixão de Jesus do evangelhos de Mateus acentua-se fortemente o fracasso dos discípulos. Apesar da convivência de três anos, nenhum deles ficou para tomar a defesa de Jesus. Judas traiu, Pedro negou, todos fugiram. Mateus conta isto, não para criticar ou condenar, nem para provocar desânimo nos leitores, mas para ressaltar que o acolhimento e o amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos! Esta maneira de descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para as Comunidades na época de Mateus. Por causa das freqüentes perseguições, muitos tinham desanimado e abandonado a comunidade e se perguntavam: "Será que é possível voltar? Será que Deus nos acolhe e perdoa?" Mateus responde sugerindo que nós podemos romper com Jesus, mas Jesus nunca rompe conosco. O seu amor é maior do que a nossa infidelidade. Esta é uma mensagem muito importante que colhemos do evangelho durante a Semana Santa.
Mateus 26,14-16: A Decisão de Judas de trair Jesus. Judas tomou a decisão, depois que Jesus não aceitou a crítica dos discípulos a respeito da mulher que gastou um perfume caríssima só para ungir Jesus (Mt 26,6-13). Ele foi até os sacerdotes e perguntou: “Quanto vocês me pagam se eu o entregar?” Combinaram trinta moedas de prata. Mateus evoca as palavras do profeta Zacarias para descrever o preço combinado (Zc 11,12). Ao mesmo tempo, a traição de Jesus por trinta moedas evoca a venda de José pelos seus próprios irmãos, avaliado pelos compradores em vinte moedas (Gn 37,28). Evoca ainda o preço de trinta moedas a ser pago pelo ferimento a um escravo (Ex 21,32).
Mateus 26,17-19: A Preparação da Páscoa. Jesus era da Galileia. Não tinha casa em Jerusalém. Ele passava as noites no Horto das Oliveiras (cf. Jo 8,1). Nos dias da festa de páscoa a população de Jerusalém triplicava por causa da quantidade enorme de peregrinos que vinham de toda a parte. Não era fácil para Jesus encontrar uma sala ampla para poder celebrar a páscoa junto com os peregrinos que tinham vindo com ele desde a Galileia. Ele manda os discípulos encontrar uma pessoa em cuja casa decidiu celebrar a Páscoa. O evangelho não oferece ulteriores informações e deixa que a imaginação complete o que falta nas informações. Era um conhecido de Jesus? Um parente? Um discípulo? Ao longo dos séculos, a imaginação dos apócrifos soube completar a falta de informação, mas com pouca credibilidade.
Mateus 26,20-25: Anúncio da traição de Judas. Jesus sabe que vai ser traído. Apesar de Judas fazer as coisas em segredo, Jesus está sabendo. Mesmo assim, ele faz questão de se confraternizar com o círculo dos amigos, do qual Judas faz parte. Estando todos reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor. É "aquele que põe a mão no prato comigo". Esta maneira de anunciar a traição acentua o contraste. Para os judeus a comunhão de mesa, colocar juntos a mão no mesmo prato, era a expressão máxima da amizade, da intimidade e da confiança. Mateus sugere assim que, apesar da traição ser feita por alguém muito amigo, o amor de Jesus é maior que a traição!
O que chama a atenção é a maneira de Mateus descrever estes fatos. Entre a traição e a negação ele colocou a instituição da Eucaristia (Mt 26,26-29): a traição de Judas, antes (Mt 25,20-25); a negação de Pedro e a fuga dos discípulos, depois (Mt 25,30-35). Deste modo, ele destaca para todos nós a inacreditável gratuidade do amor de Jesus, que supera a traição, a negação e a fuga dos amigos. O seu amor não depende do que os outros fazem por ele.
4) Para um confronto pessoal
1) Será que eu seria capaz de ser como Judas e de negar e trair a Deus, a Jesus, aos amigos e amigas?
2) Na semana santa é importante eu reservar algum momento para compenetrar-me da inacreditável gratuidade do amor de Deus por mim.
5) Oração final
Quero louvar com um cântico o nome de Deus e exaltá-lo com ações de graças; “Vede, humildes e alegrai-vos! Vós que buscais a Deus, vosso coração reviva! Pois o SENHOR atende os pobres, não despreza os seus cativos. (Sl 68, 31.33-34)
Kiev, seminário saqueado. O reitor: não só os russos, mas também moradores famintos
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Bombardeado duas vezes desde o início da guerra, o seminário católico de Vorzel foi saqueado. Tudo foi levado embora, desde panelas até o cálice com o qual João Paulo II celebrou a missa na Ucrânia em 2001. Padre Ruslan Mykhalkiv: "Acho que também fomos roubados por pessoas que vivem na área. Elas estão com fome e tudo está fechado. Tem comida aqui e se alimentaram. Isso é justo, o resto não".
Salvatore Cernuzio – Vatican News
"Foram os militares russos", "nos disseram os vizinhos aos quais distribuímos ajuda. Mas foram também os moradores locais. Eles estão desesperados, estão com fome, tudo está fechado aqui, então tiveram esta ideia de vir e levar nossa comida. Melhor assim, pelo menos puderam se alimentar." Não há traços de rancor nas palavras do padre Ruslan Mykhalkiv, reitor do seminário teológico católico de Vorzel, na região de Kiev, que foi em parte destruído em dois ataques ("talvez mísseis, talvez bombas", disse ele) e saqueado. Tudo foi levado embora, desde o cálice, relíquia de João Paulo II, até os sapatos velhos do reitor.
O cargo do bispo
A notícia do saque se espalhou graças a um post no Facebook do bispo da diocese católica latina de Kiev, dom Vitalii Kryvytsky, que também publicou algumas fotos. Numa se vê a imagem de Nossa Senhora decapitada. Quase parecia um gesto de profanação, na realidade é outro, mais um efeito da devastação que tomou conta da Ucrânia desde 24 de fevereiro passado.
A fuga e o bombardeio
No dia seguinte ao ataque russo, o reitor levou embora os seminaristas e também os residentes do orfanato ali próximo, duas religiosas e cinco crianças. "Estávamos prontos há dias para que algo acontecesse como realmente aconteceu." A área foi ocupada pelo exército. O grupo se refugiou num local a poucos quilômetros de distância, na estrada que de Kiev leva a Bucha, famosa tristemente pelo que o Papa definiu de "massacre" de civis. Apenas o padre espiritual permaneceu no seminário, padre Igor, também pároco do território. O sacerdote ficou lá até poucos dias atrás, mesmo depois de um ataque que quebrou as janelas e destruiu uma pequena casa de hóspedes ao lado. “Eram mísseis ou bombas, não grandes. Foram lançados no quarto dia desde o início da guerra. Eu sei porque o padre espiritual nos enviou as fotos”.
Colocar no lugar
Pouco depois que o padre Igor também deixou o seminário, outro ataque de "armas pesadas" atingiu a estrutura, criando caos internamente e externamente. "O exército russo bloqueou a entrada do território", disse o padre Ruslan, "só pudemos voltar na quinta-feira passada e descobrimos imediatamente que a porta principal tinha sido aberta. Fomos avisados por voluntários e trabalhadores da Caritas que foram a Bucha e, na volta, passaram lá. Tentaram fechar tudo, mas sem entrar”. Embora a estrutura esteja desprovida de água, eletricidade e gás, o reitor e outros sacerdotes concordaram em voltar para colocá-la de volta no lugar. "Quando voltamos, encontramos tudo aberto novamente e, por dentro, percebemos que não tinha sido apenas os bombardeios."
Tudo roubado
Tudo foi levado embora do seminário: panelas, roteadores, máquinas de lavar roupa, computadores, ar condicionado e pequenas ferramentas. "Mesmo coisas que não são preciosas, mas que parecem preciosas... Roubaram muitos objetos litúrgicos e o cálice de prata que João Paulo II usou numa missa durante sua visita apostólica à Ucrânia em 2001. Para nós era uma espécie de relíquia que usávamos nas grandes festas. O bispo também falou sobre o meu tênis que eu usava para correr. Este é o último dos meus pensamentos. Até mesmo os seminaristas tiveram seus sapatos e roupas roubados".
"Estavam com fome ..."
A despensa foi esvaziada: “Tínhamos algo para viver, batatas, massas, outras conservas. Não sobrou nada”, disse o reitor. "Graças a Deus", completou. "Sabemos que foram os russos que saquearam o seminário porque as pessoas que levamos comida nos contaram. Elas nos disseram que usaram uma técnica específica para abrir o portão e esmagar as portas. Mas acho que também fomos roubados pelas pessoas que moram aqui. Algumas pessoas desesperadas fizeram isso no passado, roubaram pequenos utensílios de cozinha. Agora, levaram toda a comida. Ok... Aqui tinha comida e as pessoas estavam com fome. Tudo está fechado, onde poderiam conseguir as coisas? Tiveram essa ideia, que pode não ser de acordo com a consciência, mas precisamos entender o contexto da guerra, da ocupação. Sabiam que podiam se alimentar. É justo…". Ou melhor, esclarece o reitor, “isso é justo, o resto não”. Fonte: https://www.vaticannews.va
Prisão de jesus
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A prisão de Jesus foi um evento crucial no Cristianismo registrado nos evangelhos canônicos . Jesus, um pregador que os cristãos acreditam ser o Filho de Deus, foi preso pelos guardas do Templo do Sinédrio no Jardim do Getsêmani. Ocorreu logo após a Última Ceia (durante a qual Jesus deu seu sermão final ) e imediatamente após o beijo de Judas, que tradicionalmente se diz ter sido um ato de traição, já que Judas fez um acordo com os principais sacerdotes para prender Jesus. O evento acabou levando, nos relatos dos Evangelhos, à crucificação de Jesus .
A prisão o levou imediatamente a julgamento perante o Sinédrio , durante o qual o condenaram à morte e o entregaram a Pilatos na manhã seguinte. Na teologia cristã , os eventos desde a Última Ceia até a crucificação e ressurreição de Jesus são chamados de Paixão .
No Novo Testamento , todos os quatro Evangelhos concluem com uma narrativa extensa da prisão, julgamento, crucificação, sepultamento e ressurreição de Jesus. Em cada Evangelho, esses cinco eventos na vida de Jesus são tratados com detalhes mais intensos
do que qualquer outra parte da narrativa do Evangelho. Os estudiosos observam que o leitor recebe um relato quase hora a hora do que está acontecendo.
Narrativa bíblica
De acordo com os evangelhos canônicos, após a Última Ceia, Jesus e seus discípulos foram para o Getsêmani, um jardim localizado na orla do vale do Cédron, considerado pelos estudiosos como provavelmente um olival. Uma vez lá, ele é descrito como deixando o grupo para poder orar em particular. [4] [5]
Os sinóticos afirmam que Jesus pediu a Deus que lhe tirassem o fardo e que não precisasse passar pelos acontecimentos a que devia, dando a escolha final a Deus. Lucas afirma que um anjo apareceu e fortaleceu Jesus, que então voltou para seus discípulos. Os sinópticos afirmam que os três discípulos que estavam com Jesus haviam adormecido e que Jesus os criticou por não conseguirem ficar acordados nem por uma hora, sugerindo que orassem para evitar a tentação.
Nesse momento, Judas deu um beijo em Jesus, como um sinal pré-combinado para aqueles que o acompanhavam sobre quem era Jesus. Tendo sido identificados, os policiais prenderam Jesus, embora um dos discípulos de Jesus tenha pensado em detê-los com uma espada, mas cortou a orelha de um dos policiais que os prendiam. O Evangelho de João especifica que foi Simão Pedro quem cortou a orelha de Malco, o servo de Caifás, o Sumo Sacerdote de Israel. Lucas acrescenta que Jesus curou a ferida. João, Mateus e Lucas afirmam que Jesus criticou o ato violento, insistindo que eles não resistiram à prisão de Jesus. Em Mateus, Jesus fez a conhecida declaração " todos os que vivem pela espada morrerão pela espada ".
O relato do Evangelho de João difere daquele dos sinópticos: somente em João os soldados romanos ajudam a efetuar a prisão. Judas conduz a parte que o prendeu até Jesus, mas em vez de Judas apontar Jesus, João tem o próprio Jesus, "sabendo tudo o que estava para acontecer com ele", pergunte-lhes quem eles estão procurando; quando dizem "Jesus de Nazaré", ele responde "Eu sou ele", ponto em que todos os membros do partido de prisão voltaram e caíram no chão.
Apenas na versão mais antiga da captura de Jesus, que aparece no Evangelho de Marcos 14: 51-52, há qualquer menção de um jovem nu em fuga.
A prisão de Jesus e o papel de Judas em servir de guia para aqueles que o prenderam são posteriormente mencionados por Pedro em Atos 1:16. Fonte: https://stringfixer.com
Papa: na loucura da guerra, Cristo volta a ser crucificado
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Na homilia da missa do Domingo de Ramos, o Papa Francisco afirma que a lógica do "salva-te a ti mesmo" é o refrão da humanidade, que se manifesta em quem comete violência: "Cristo é pregado na cruz mais uma vez nas mães que choram a morte injusta de maridos e filhos. É crucificado nos refugiados que fogem das bombas com os meninos no braço. É crucificado nos idosos deixados sozinhos a morrer, nos jovens privados de futuro, nos soldados mandados a matar os seus irmãos".
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Depois de dois anos, a Praça São Pedro voltou a abrigar uma missa na presença de mais de 65 mil fiéis.
O Domingo de Ramos inaugura a Semana Santa e a procissão que recorda a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém foi realizada segundo a tradição, no obelisco no centro da Praça. O Papa Francisco ouviu a narração do Evangelho de Lucas e aguardou do palco a chegada dos cardeais e bispos carregando os ramos de oliveira.
“Salva-te a ti mesmo”, o refrão da humanidade
Já na sua homilia, comentou o Evangelho da Paixão do Senhor. Em especial, uma frase repetida como um refrão: “Salva-te a ti mesmo”.
No calvário, confrontam-se duas mentalidades, disse o Papa: a de Deus e a do mundo:
“Salvar-se a si mesmo, olhar por si mesmo, pensar em si mesmo; (...) ter, poder e aparecer. Salva-te a ti mesmo é o refrão da humanidade, que crucificou o Senhor.”
Mas à mentalidade do “eu”, opõe-se a de Deus; o "salva-te a ti mesmo" se transforma em oferecer-se a Si mesmo. Em nenhum momento, Jesus reivindica qualquer coisa para Si. Pelo contrário, diz: “Perdoa-lhes, Pai”. E pronuncia estas palavras no momento da crucifixão, quando sente os cravos perfurar seus pulsos e pés.
É assim que Deus procede conosco, explicou Francisco. Quando Lhe provocamos dor com as nossas ações, Ele sofre e o único desejo que tem é poder perdoar-nos. Para entender isto, é preciso contemplar o Crucificado. É das suas chagas que brota o perdão.
O amor aos inimigos: o mandamento mais difícil
No momento da crucificação, prosseguiu o Papa, Jesus vive o seu mandamento mais difícil: o amor aos inimigos. Jesus nos ensina a romper o círculo vicioso do mal, mas nós, discípulos, “seguimos o Mestre ou o nosso instinto rancoroso? Se queremos verificar a nossa pertença a Cristo, vejamos como nos comportamos com quem nos feriu”.
Ao pedir perdão ao Pai, Jesus acrescenta uma frase: “porque não sabem o que fazem”. Ele é o nosso advogado, não Se coloca contra nós, mas por nós contra o nosso pecado. “Não sabem o que fazem” quem usa a violência, quem comete absurdas crueldades.
“Vemo-lo na loucura da guerra, onde se torna a crucificar Cristo. Sim, Cristo é pregado na cruz mais uma vez nas mães que choram a morte injusta de maridos e filhos. É crucificado nos refugiados que fogem das bombas com os meninos no braço. É crucificado nos idosos deixados sozinhos a morrer, nos jovens privados de futuro, nos soldados mandados a matar os seus irmãos.”
O Papa concluiu convidando os fiéis, nesta Semana Santa, a se abrirem à certeza de que Deus pode perdoar todo pecado, à certeza de que, com Jesus, há sempre lugar para mais um.
“Nunca é tarde demais; com Deus, sempre se pode voltar a viver. Coragem! Caminhemos para a Páscoa com o seu perdão. Porque Cristo intercede continuamente por nós junto do Pai (cf. Heb 7, 25) e, olhando para o nosso mundo violento e ferido, não Se cansa de repetir: Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.” Fonte: https://www.vaticannews.va
Reflexão para o Domingo de Ramos.
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“Fazei isto em memória de mim” é um mandamento convite para nos identificarmos com ele, para repartirmos nossa vida com os outros.
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
A Ceia, a última Ceia de Jesus, é a prefiguração de sua entrega a Deus por nós e a conclusão de sua missão. Nela ele promete a restauração da humanidade e nos associa ao seu destino. “Fazei isto em memória de mim” é um mandamento convite para nos identificarmos com ele, para repartirmos nossa vida com os outros. Quando celebramos a Eucaristia, o “partir o pão eucarístico” é porque já o fizemos com nosso pão diário e com toda a nossa vida e pretendemos continuar nesse partilhar nossa vida.
Também dentro do contexto eucarístico Lucas nos coloca a atitude cristã do serviço, do ser o último. Jesus diz: “Entre vós o maior seja como o mais novo, e o que manda, como quem está servindo”. “…estou no meio de vós como aquele que serve.” Servir, dentro da visão cristã, significa ocupar mesmo o último lugar, ser autoridade significa servir!
São Lucas, no relato da Paixão, destaca a bondade e a misericórdia do senhor.
Já no horto Jesus impede que Pedro pague mal com mal, e lhe diz para “guardar sua espada dentro da bainha”. A atitude dos cristãos para com seus adversários deverá ser a do perdão. Para Jesus, o seu discípulo não tem inimigo, aliás, o inimigo, aquele que deverá ser destruído, esmagado é o demônio. Os demais, os que fazem mal são vistos como adversários que deverão ser trabalhados para que se libertem do mal e se salvem.
Mais adiante, dentro do relato da Paixão, ao ser negado por aquele a quem confiaria as suas ovelhas – Pedro -, olha-o com carinho e compreensão por sua fraqueza e a reação de Pedro foram as lágrimas de profundo arrependimento. Por isso, por essa experiência e por outras, Pedro escreveu em sua primeira: “ultrajado, não retribuía com idêntico ultraje; ele, maltratado não proferia ameaças” (1Pd2, 23).
Antes de dar o último suspiro Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes este pecado, porque não sabem o que fazem!” (Lc 23,34)
Em seu relato São Lucas comenta a atitude de pessoas como Herodes e as mulheres que estavam pelo caminho do calvário. Herodes vê Jesus como um proporcionador de benefícios. Mas Jesus não é um mercador, mas sim alguém que age em nome do Pai. Diante das mulheres que choram pelo caminho ao ver suas dores, Jesus reconhece nelas e em seus filhos os frágeis que penam por causa do interesse dos poderosos.
Finalmente Lucas apresenta Jesus morrendo entre dois bandidos. Ele nasceu entre animais, em uma estrebaria e suas primeiras visitas foram os pastores, gente impura para os judeus. Mais tarde chegam os magos, pagãos! Também ao longo de sua vida Jesus se relaciona continuamente com os desprezados da sociedade de seu tempo, os considerados impuros, como os publicanos, as meretrizes, os pecadores. Agora, na hora da morte, seus companheiros são bandidos! Seus discípulos se mantêm à distância, mas ao lado estão os dois ladrões. Mas longe de ser demérito, isto é legitimação da vida do Redentor. Ele não veio para salvar os pecadores? Pois é! Ele volta para o pai com as mãos cheias! Leva consigo Dimas, o bandido que foi recuperado na última hora e que ele mesmo, Jesus, garantiu que estaria com ele no céu, “ainda hoje”. Leva também, só que mais tarde, o oficial romano que declaro; “De fato! Este homem era justo!” Leva tantos pecadores convertidos pelos seus gestos de acolhida, de perdão, de vida!
Fazei isto em minha memória, tomai e comei, partilhar a vida! Celebremos a Paixão de Jesus, sua Páscoa, acolhendo o pecador, partilhando nossa fé na vitória da Vida, na certeza da vitória do perdão! O que recebemos de graça, de graça devemos dar. Recebemos o perdão de Deus mediante a redenção de Jesus Cristo! Fonte: https://www.vaticannews.va
Terça-feira, 05 de abril-2022. 5ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei-nos, ó Deus, perseverar no vosso serviço para que, em nossos dias, cresça em número e santidade o povo que vos serve. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 8, 21-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 21Jesus disse-lhes: Eu me vou, e procurar-me-eis e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir. 22Perguntavam os judeus: Será que ele se vai matar, pois diz: Para onde eu vou, vós não podeis ir? 23Ele lhes disse: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24Por isso vos disse: morrereis no vosso pecado; porque, se não crerdes o que eu sou, morrereis no vosso pecado. 25Quem és tu?, perguntaram-lhe eles então. Jesus respondeu: Exatamente o que eu vos declaro. 26Tenho muitas coisas a dizer e a julgar a vosso respeito, mas o que me enviou é verdadeiro e o que dele ouvi eu o digo ao mundo. 27Eles, porém, não compreenderam que ele lhes falava do Pai. 28Jesus então lhes disse: Quando tiverdes levantado o Filho do Homem, então conhecereis quem sou e que nada faço de mim mesmo, mas falo do modo como o Pai me ensinou. 29Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, porque faço sempre o que é do seu agrado. 30Tendo proferido essas palavras, muitos creram nele. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
Na semana passada, a liturgia nos levava a meditar o capítulo 5 do Evangelho de João. Esta semana ela nos confronta com o capítulo 8 do mesmo evangelho. Como o capítulo 5, também o capítulo 8 contém reflexões profundas sobre o mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus. Aparentemente, trata-se de diálogos entre Jesus e os fariseus (Jo 8,13). Os fariseus querem saber quem é Jesus. Eles o criticam por ele dar testemunho de si mesmo sem nenhuma prova ou testemunho para legitimar-se diante do povo (Jo 8,13). Jesus responde dizendo que ele não fala a partir de si mesmo, mas sempre a partir do Pai e em nome do Pai (Jo 8,14-19).
Na realidade, os diálogos são também expressão de como era a transmissão catequética da fé nas comunidades do discípulo amado no fim do primeiro século. Eles refletem a leitura orante que os cristãos faziam das palavras de Jesus como expressão da Palavra de Deus. O método de pergunta e resposta ajudava-os a encontrar a resposta para os problemas que, naquele fim de século, os judeus levantavam para os cristãos. Era uma maneira concreta de ajudar a comunidade a ir aprofundando sua fé em Jesus e sua mensagem.
João 8,21-22: Onde eu vou, vocês não podem me seguir. Aqui João aborda um novo assunto ou um outro aspecto do mistério que envolve a pessoa de Jesus. Jesus fala da sua partida e diz que, para onde ele vai, os fariseus não podem segui-lo. “Eu vou e vocês me procuram e vão morrer no seu pecado”. Eles procuram Jesus, mas não vão encontra-lo, pois não o conhecem e o procuram com critérios errados. Eles vivem no pecado e vão morrer no pecado. Viver no pecado é viver afastado de Deus. Eles imaginam Deus de um jeito, e Deus é diferente do que eles o imaginam. Por isso não são capazes de reconhecer a presença de Deus em Jesus. Os fariseus não entendem o que Jesus quer dizer e tomam tudo ao pé da letra: “Será que ele vai se matar?”
João 8,23-24: Vocês são aqui de baixo e eu sou lá de cima. Os fariseus se orientam em tudo pelos critérios deste mundo. “Vocês são deste mundo e eu não sou deste mundo!” O quadro de referências que orienta Jesus em tudo que ele diz e faz é o mundo lá de cima, isto é, Deus, o Pai, e a missão que recebeu do Pai. O quadro de referências dos fariseus é o mundo cá de baixo, sem abertura, fechado nos seus próprios critérios. Por isso, eles vivem em pecado. Viver em pecado é não ter o olhar de Jesus sobre a vida. O olhar de Jesus é totalmente aberto para Deus a ponto de Deus estar nele em toda a sua plenitude (cf. Col 1,19). Nós dizemos: “Jesus é Deus”. João nos convida a dizer: “Deus é Jesus!”. Por isso, Jesus diz. “Se vocês não acreditarem que EU SOU, vocês vão morrer em seus pecados”. EU SOU é a afirmação com que Deus se apresentou a Moisés no momento de libertar o seu povo da opressão do Egito (Ex 3,13-14). É a expressão máxima da certeza absoluta de que Deus está no meio de nós através de Jesus. Jesus é a prova definitiva de que Deus está conosco. Emanuel.
João 8,25-26: Quem è você? O mistério de Deus em Jesus não cabe nos critérios com que os fariseus olham para Jesus. De novo perguntam: “Quem è você?” Eles nada entenderam porque não entendem a linguagem de Jesus. Jesus teria muito a falar a eles a partir de tudo que ele experimentava e vivia em contato com o Pai e a partir da consciência da sua missão. Jesus não se auto-promove. Ele apenas diz e expressa o que ouve do Pai. Ele é pura revelação porque é pura e total obediência.
João 8,27-30: Quando vocês tiverem elevado o Filho do Homem saberão que EU SOU. Os fariseus não entendem que Jesus, em tudo que diz e faz, é expressão do Pai. Só vão compreendê-lo depois que tiverem elevado o Filho do Homem. “Aí vocês saberão que EU SOU”. A palavra elevar tem o duplo sentido de elevar sobre a Cruz e de ser elevado à direita do Pai. A Boa Nova da morte e ressurreição vai revelar quem é Jesus, e eles saberão que Jesus é a presença de Deus no meio de nós. O fundamento desta certeza da nossa fé é duplo: de um lado, a certeza de que o Pai está sempre com Jesus e nunca o deixa sozinho e, de outro lado, a radical e total obediência de Jesus ao Pai, pela qual ele se torna abertura total e total transparência do Pai para nós
4) Para um confronto pessoal
1) Quem se fecha nos seus critérios e acha que já sabe tudo, nunca será capaz de compreender o outro. Assim eram os fariseus frente a Jesus. E eu frente aos outros, como me comporto?
2) Jesus é radical obediência ao Pai e por isso é total revelação do Pai. E eu, que imagem de Deus se irradia a partir de mim?
5) Oração final
SENHOR, escuta minha oração, e chegue a ti meu clamor. Não me ocultes teu rosto no dia da minha angústia. Inclina para mim teu ouvido; quando te invoco, atende-me depressa. (Sl 101, 2-3)
Ladrões invadem casa do padre Antônio Maria e até tomam banho antes de furtos
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Ao Brasil Urgente, padre deu detalhes da ação dos criminosos em conversa com José Luiz Datena
Da redação, com Brasil Urgente e Band Vale
O padre Antonio Maria teve a casa invadida e roubada em Jacareí, no interior de São Paulo, na última quarta-feira (30). Em entrevista a José Luiz Datena, no Brasil Urgente, o padre contou detalhes do caso.
“Graças a Deus não havia ninguém em casa. Eu moro em uma casinha com três filhos adotivos, crianças que criei. Dois são especiais até. Eu não estava, porque estava pregando em outro retiro. Eles vieram, eu creio que foram duas pessoas, porque deixaram dois pares de chinelo de dedo, um maior e outro menor, e deixaram também roupa suja, um calção sujo e uma camiseta suja”, explicou.
O padre também disse que acredita que os criminosos usaram o banheiro, tomaram banho e até cortaram o cabelo.
“Creio que tomaram banho no meio banheiro porque vi um sabonete que eles pegaram dos novos. Também pegaram uma pasta de dente nova. Pegaram toalhas também novas e limpas. Então, eu creio que foram duas pessoas. Reviraram tudo, levaram meu notebook, um cortador de cabelo e inclusive cortaram o próprio cabelo, porque deixaram cabelo no chão”, contou.
Como não há câmeras de monitoramento, a Polícia Civil foi até o local para colher impressões digitais e tentar identificar os criminosos. Fonte: https://www.band.uol.com.br
Terça-feira, 29 de abril-2019. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que a fiel observância dos exercícios quaresmais prepare os corações dos vossos filhos para acolher com amor o mistério pascal e anunciar ao mundo a salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 5, 1-16)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 1Houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 2Há em Jerusalém, junto à porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, que tem cinco pórticos. 3Nestes pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que esperavam o movimento da água. 4[Pois de tempos em tempos um anjo do Senhor descia ao tanque e a água se punha em movimento. E o primeiro que entrasse no tanque, depois da agitação da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse.] 5Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. 6Vendo-o deitado e sabendo que já havia muito tempo que estava enfermo, perguntou-lhe Jesus: Queres ficar curado? 7O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; enquanto vou, já outro desceu antes de mim. 8Ordenou-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. 9No mesmo instante, aquele homem ficou curado, tomou o seu leito e foi andando. Ora, aquele dia era sábado. 10E os judeus diziam ao homem curado: E sábado, não te é permitido carregar o teu leito. 11Respondeu-lhes ele: Aquele que me curou disse: Toma o teu leito e anda. 12Perguntaram-lhe eles: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda? 13O que havia sido curado, porém, não sabia quem era, porque Jesus se havia retirado da multidão que estava naquele lugar. 14Mais tarde, Jesus o achou no templo e lhe disse: Eis que ficaste são; já não peques, para não te acontecer coisa pior. 15Aquele homem foi então contar aos judeus que fora Jesus quem o havia curado. 16Por esse motivo, os judeus perseguiam Jesus, porque fazia esses milagres no dia de sábado. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Jo 5,1-16
O Evangelho de hoje descreve como Jesus curou um paralítico que ficou esperando 38 anos por alguém que o ajudasse chegar à água da piscina para poder ser curado! Trinta e oito anos! Diante desta ausência total de solidariedade, Jesus, o que faz? Ele transgride a lei do sábado curando o paralítico. Hoje, com a falência do atendimento às pessoas doentes nos países pobres, muita gente experimenta a mesma falta de solidariedade. Vivem num total abandono, sem ajuda nem solidariedade da parte de ninguém.
João 5,1-2: Jesus vai a Jerusalém . Por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus vai a Jerusalém. Havia ali, perto do Templo, uma piscina com cinco pórticos ou corredores. Naquele tempo, o culto no Templo exigia muita água por causa dos inúmeros animais que eram sacrificados, sobretudo nas grandes festas. Por isso, perto do templo havia várias cisternas, que recolhiam a água da chuva. Algumas delas tinham a capacidade de mais de um milhão de litros de água. Lá por perto, por causa da abundância de água, havia um balneário público, onde os doentes se aglomeravam à espera de ajuda ou de cura. A arqueologia informa que, naquela mesma redondeza do Templo, havia o lugar onde os escribas ensinavam a lei aos estudantes. De um lado, o ensino da Lei de Deus. Do outro lado, o abandono dos pobres. A água purificava o Templo, mas não purificava o povo.
João 5,3-4: A situação dos doentes. Esses doentes eram atraídos pelas águas do balneário. Diziam que um anjo mexia nas águas e o primeiro que nelas descesse depois do mexido do anjo ficava curado. Com outras palavras, os doentes eram atraídos por falsas esperanças. Pois a cura era só para uma única pessoa. Como as loterias de hoje. Só uma única pessoa ganha um prêmio! A maioria só paga e não ganha nada. É nessa situação de total abandono, lá no balneário popular, que Jesus vai encontrar os doentes.
João 5,5-9: Jesus cura em dia de sábado. Bem perto do lugar, onde se ensinava a observância da Lei de Deus, um paralítico ficou 38 anos à espera de alguém que o ajudasse a descer na água para obter a cura. Este fato revela a falta absoluta de solidariedade e de acolhida aos excluídos! O número 38 indicava a duração de uma geração (Dt 2,14). É toda uma geração que não chegou a experimentar solidariedade nem misericórdia. A religião da época já não era capaz de revelar a face acolhedora e misericordiosa de Deus. Diante desta situação dramática, Jesus transgride a lei do sábado e atende o paralítico dizendo: "Toma teu leito e anda!" O homem pegou a sua cama nas costas e foi andando, e Jesus desapareceu no meio da multidão.
João 5,10-13: Discussão do homem curado com os judeus. Logo em seguida, alguns judeus chegam ao local e criticam o homem por ele estar carregando a cama em dia de sábado. O homem nem soube responder quem foi a pessoa que o tinha curado. Não conhecia Jesus. Isto significa que Jesus, passando por aquele lugar dos pobres e doentes, viu aquele fulano, percebeu a situação dramática em que se encontrava e, sem mais, o curou. Não fez a cura para que o homem se convertesse, nem para que acreditasse em Deus. Fez, porque queria ajudá-lo. Queria que ele pudesse experimentar um pouco do amor e de solidariedade através da sua ajuda e bem-querer.
João 5,14-16: O reencontro com Jesus. Andando no Templo no meio da multidão, Jesus encontra o mesmo fulano e lhe diz: "Você está curado! Não deve pecar mais, para que não te aconteça algo pior!" Naquele tempo, o povo dizia: "Doença é castigo de Deus! Se você é paralítico, é sinal de que Deus está de mal com você!" Jesus não concordava com este modo de pensar. Curando o homem, ele estava dizendo o contrário: "Tua doença não é castigo de Deus. Deus está de bem com você!" Uma vez curado, o homem deve manter-se de bem com Deus e não pecar mais, para que não lhe aconteça algo pior! Meio ingênuo, o homem foi dizer aos judeus que tinha sido Jesus quem o curou. Os judeus começam a perseguir Jesus por ele fazer tais coisas em dia de sábado. No Evangelho de amanhã vem a seqüência.
4) Para um confronto pessoal
- Você já passou alguma vez por uma experiência como a do paralítico: ficar tanto tempo sem ajuda? Como é a situação de atendimento aos doentes no lugar onde você mora? Você percebe sinais de solidariedade?
- O que tudo isto ensina para nós hoje?
5) Oração final
Deus é para nós refúgio e força, defensor poderoso no perigo. Por isso não temos medo se a terra treme, se os montes desmoronam no fundo do mar. (Sl 45, 2-3)
Segunda-feira, 28 de março-2022. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, que renovais o mundo com admiráveis sacramentos, fazei a vossa Igreja caminhar segundo a vossa vontade, sem que jamais lhe faltem neste mundo os auxílios de que necessita. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 4,43-54)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 43Passados os dois dias, Jesus partiu para a Galiléia. 44(Ele mesmo havia declarado que um profeta não é honrado na sua pátria.) 45Chegando à Galiléia, acolheram-no os galileus, porque tinham visto tudo o que fizera durante a festa em Jerusalém; pois também eles tinham ido à festa. 46Ele voltou, pois, a Caná da Galiléia, onde transformara água em vinho. Havia então em Cafarnaum um oficial do rei, cujo filho estava doente. 47Ao ouvir que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi a ele e rogou-lhe que descesse e curasse seu filho, que estava prestes a morrer. 48Disse-lhe Jesus: Se não virdes milagres e prodígios, não credes... 49Pediu-lhe o oficial: Senhor, desce antes que meu filho morra! 50Vai, disse-lhe Jesus, o teu filho está passando bem! O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu. 51Enquanto ia descendo, os criados vieram-lhe ao encontro e lhe disseram: Teu filho está passando bem. 52Indagou então deles a hora em que se sentira melhor. Responderam-lhe: Ontem à sétima hora a febre o deixou. 53Reconheceu o pai ser a mesma hora em que Jesus dissera: Teu filho está passando bem. E creu tanto ele como toda a sua casa. 54Esse foi o segundo milagre que Jesus fez, depois de voltar da Judéia para a Galiléia. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Jo 4, 43-54
Jesus tinha saído da Galiléia, andou pela Judéia, foi até Jerusalém por ocasião da festa (Jo 4,45) e, passando pela Samaria, ia voltar para a Galiléia (Jo 4,3-4). Para os judeus observantes era proibido passar pela Samaria, nem era costume conversar com os samaritanos (Jo 4,9). Jesus não se importa com estas normas que impedem a amizade e o diálogo. Ele ficou vários dias na Samaria e muita gente se converteu (Jo 4,40). Depois disso ele resolveu voltar para a Galiléia.
João 4,43-46ª: O retorno para a Galiléia. Mesmo sabendo que o povo da Galiléia olhava para ele com uma certa reserva, Jesus quis voltar para a sua terra. Provavelmente, João se refere à má acolhida que Jesus recebera em Nazaré da Galiléia. Jesus mesmo tinha dito: “Um profeta não é honrado em sua pátria” (Lc 4,24). Mas agora, diante da evidência dos sinais de Jesus em Jerusalém, os galileus mudaram de opinião e lhe fizeram uma boa acolhida. Jesus voltou para Caná, onde tinha feito o primeiro “sinal” (Jo 2,11).
João 4,46b-47: O pedido de um funcionário do rei. Trata-se de um pagão. Pouco antes, na Samaria, Jesus tinha conversado com uma samaritana, pessoa herética para os judeus, à qual Jesus revelara sua condição de messias (Jo 4,26). E agora, na Galiléia, ele recebe um pagão, funcionário do Rei, que buscava ajuda para o filho doente. Jesus não se fecha na sua raça nem na sua religião. Ele é ecumênico e acolhe a todos.
João 4,48: A resposta de Jesus ao funcionário. O funcionário queria que Jesus fosse com ele até à casa dele para curar o filho. Jesus responde: “Se vocês não vêem sinais e prodígios vocês não acreditam!”. Resposta dura e estranha. Por que será que Jesus respondeu assim? Qual era o defeito do pedido do funcionário? O que Jesus queria alcançar com esta resposta? Jesus quer ensinar como deve ser a fé. O funcionário do rei só acreditaria se Jesus fosse com ele até à casa dele. Ele queria ver Jesus fazendo a cura. No fundo, esta é e continua sendo a atitude normal de todos nós. Não nos damos conta da deficiência da nossa fé.
João 4,49-50: O funcionário repete o pedido e Jesus repete a resposta. Apesar da resposta dura de Jesus, o homem não se abalou e repetiu o mesmo pedido: “Desça comigo antes que meu filho morra!” Jesus continuou firme. Ele não atendeu ao pedido e não foi com o homem até à casa dele e repetiu a mesma resposta, mas formulada de outra maneira: “Vai! Teu filho vive!” Tanta na primeira resposta como agora na segunda resposta, Jesus pede fé, muita fé. Pede que o funcionário acredite que o filho já esteja curado. E o verdadeiro milagre aconteceu! Sem ver nenhum sinal nem prodígio, o homem acreditou na palavra de Jesus e voltou para casa. Não deve ter sido fácil. Este é o verdadeiro milagre da fé: acreditar sem nenhuma outra garantia a não ser a Palavra de Jesus. O ideal é crer na palavra de Jesus, mesmo sem ver (cf. Jo 20,29).
João 4,51-53: O resultado da fé na palavra de Jesus. Enquanto o homem vai indo para casa, os empregados lhe vem ao encontro para dizer que o filho estava curado. Ele investigou a hora e descobriu que era exatamente a hora em que Jesus tinha dito: “Teu filho vive!” Ele teve a confirmação da sua fé.
João 4,54: Um resumo da parte de João, o evangelista. João termina dizendo: “Este foi o segundo sinal que Jesus fez”. João prefere falar sinal e não milagre. A palavra sinal evoca algo que eu vejo com os olhos, mas cujo sentido profundo só a fé me faz descobrir. A fé é como Raio-X: faz descobrir o que a olho nu não se vê.
4) Para um confronto pessoal
1) Como você vive a sua fé? Confia na palavra de Jesus ou só crê na base de milagres e experiências sensíveis?
2) Jesus acolhe pessoas heréticas e estrangeiras. E eu, como me relaciono com as pessoas?
5) Oração final
Cantai hinos ao SENHOR, ó seus fiéis, rendei graças a sua santa memória; porque sua ira dura um instante, a sua bondade, por toda a vida. Se de tarde sobrevém o pranto de manhã vem a alegria. (Sl 29, 5-6)
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