Domingo 28, São Pedro e São Paulo: Dia do Papa.
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Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 28.06.2009
Celebrando hoje a festa de São Pedro e São Paulo, exaltamos seu exemplo de fidelidade a Jesus Cristo e seu ardoroso testemunho no projeto libertador de Deus.
Na pessoa de Pedro, destaca-se o Pastor das Comunidades, aquele que é referência da fé para os irmãos. Na pessoa de Paulo, aparece mais o líder Missionário, que forma comunidades e faz expandir a fé em todas as nações. Pedro recorda mais a instituição... Paulo, o carisma...
As Leituras bíblicas nos falam dos dois Apóstolos:
Na 1ª Leitura, vemos SÃO PEDRO: (At 12,1-11)
Preso pelas autoridades... "para agradar os judeus"... Guardado como "perigoso" por 16 homens... e libertado por Deus... - O texto mostra que o testemunho dos discípulos gera oposição e morte.
Mas a oposição não pode calar esse testemunho.
- Mostra uma Comunidade cristã unida e solidária, na Oração. E Deus escuta a oração da Comunidade...
- Mostra a presença efetiva de Deus na caminhada da Igreja e o cuidado de Deus para os que lhe dão testemunho. O nosso Deus não nos abandona...
Na 2ª Leitura vemos SÃO PAULO: (2Tm 4, 6-8.17-18)
Também está preso, pela última vez: Está ciente da própria condenação. Faz um balanço final de sua vida a serviço do Evangelho:
- "Estou pronto... chegou a minha hora... combati o bom combate ... terminei a corrida... conservei a fé...
- E agora aguardo o prêmio dos justos...
- O Senhor esteve comigo... a ele GLÓRIA..." A própria Morte ele a vê como a Libertação definitiva...
Suas palavras são um "testamento espiritual" sereno e alegre, consciente do dever cumprido.. Modelo de Missionário ardoroso e entusiasta...
No Evangelho, Pedro faz a Profissão de Fé e recebe o Primado. (Mt 16, 13-19)
O texto tem duas Partes:
- A primeira de caráter cristológico: centra-se em CRISTO e na definição de sua identidade: "Tu é o Cristo, o Filho de Deus Vivo".
- Na segunda de caráter eclesiológico: centra-se na IGREJA que Jesus convoca à volta de Pedro:
"Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja". A base ("Rocha") firme sobre a qual vai se assentar a Igreja de Jesus é a fé que Pedro e a Comunidade dos discípulos professaram: a fé em Jesus como o "Messias, Filho de Deus vivo".
Dessa adesão, nasce a Igreja, a Comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro.
A Pedro e à Comunidade dos discípulos é confiado o poder das chaves, isto é, a autoridade para interpretar as palavras de Jesus, às novas necessidades e situações e para acolher ou não novos membros na dos discípulos do Reino.
Pedro torna-se assim uma figura de referência para os primeiros cristãos e desempenha uma papel de primeiro plano na animação da igreja nascente.
+ PEDRO E PAULO são figuras gigantescas da Igreja primitiva, que tinha a missão de continuar a OBRA salvadora de Cristo...
Na Igreja, Pedro recebe poderes para desempenhar a sua missão: Por isso, nem o poder do inferno terá vez contra ela...
E essa promessa de Cristo não é apenas à pessoa de Pedro. Se a Igreja deve permanecer, mesmo depois da morte de Pedro, devemos admitir que os poderes concedidos a Pedro, passem também aos seus legítimos sucessores, que são os PAPAS...
Por isso, nesse dia celebramos também o DIA DO PAPA, que ainda hoje continua sendo sinal de unidade e de comunhão na fé.
O Papa é o chefe visível da Igreja na terra. Sua missão é espinhosa, sobretudo hoje, com mudanças rápidas e violentas... com contestações dentro e fora da Igreja... Como é difícil saber discernir, no meio de tantas turbulências!...
Ele merece o nosso amor... mas que não seja um amor só de palavras, mas um amor concreto... Rezando por ele... escutando a sua voz... e praticando seus ensinamentos...
Relembrando as figuras de São Pedro e São Paulo, perguntemo-nos:
- Damos testemunho de Cristo, como eles, no ambiente em que vivemos?
- Acreditamos que somos responsáveis pela continuação do Projeto de Deus?
Relembrando a figura do Papa, continuemos a nossa oração, pedindo a Deus que lhe dê:
- MUITA LUZ... para apontar sempre o melhor caminho para a Igreja... e MUITA FORÇA... para enfrentar com otimismo e alegria as contestações do mundo moderno...
Graças ao entusiasmo de Paulo, a Igreja avançou no espaço e no tempo. Sejamos continuadores dessa maravilhosa obra inaugurada por Cristo.
A Formação Sacerdotal e a Pandemia
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“Olhando para o futuro, vamos ler os sinais que a COVID-19 exibiu claramente. Não esqueçamos o quanto a perda do contato humano durante este tempo nos tenha empobrecido profundamente, quando fomos separados dos vizinhos, dos amigos, colegas de trabalho e especialmente da família, incluindo a crueldade total de não podermos acompanhar os moribundos nos seus últimos momentos de vida e depois chorá-los devidamente. Não consideremos óbvio o fato de podermos retomar a convivência no futuro mas redescubramo-la e encontremos formas de fortalecer agora esta possibilidade”. (p.15) Papa Francisco.
"A pandemia exigiu de todos uma redescoberta e valorização da vida espiritual. Ouvimos tantas pessoas destacando a importância dessa dimensão da vida, para que pudessem viver um pouco melhor esse momento. Para os seminaristas, a pandemia pediu e proporcionou um processo de crescimento espiritual. Contudo, este crescimento só é possível, através de um sincero e permanente esforço de conversão do coração".
O comentário é de Dra. Luciana Campos, psicóloga pela UFRJ, pedagoga pela UFF, especializada em psicopedagogia pela UFRJ, mestre em educação pela UFF, doutora pela UFRJ e Pe. Douglas Alves Fontes, reitor do Seminário São José da Arquidiocese de Niterói (RJ), mestre e doutor em Teologia Sistemática pela PUC Rio.
Eis o artigo.
Um ambiente formativo
"Foi então a Nazaré, onde se tinha criado." (Lc 4,16)
Um dos primeiros desafios, que a pandemia nos apresentou, foi: permanecer com os seminaristas no Seminário ou enviá-los para outro lugar? Este desafio, provavelmente, foi exigente para todos: formandos, formadores e familiares. Na pesquisa, vimos que a maioria foi para a casa de suas famílias (62,2%), e um segundo grande grupo permaneceu nos Seminários (25,6%). O restante se dividiu entre casas paroquiais, conventos, e alternando casa e seminário.
O Documento de Aparecida (n. 314), há mais de 10 anos, nos recorda que a Pastoral vocacional começa na família. Contudo, sabemos que esta realidade não é tão simples como podemos pensar. Muitas famílias, de fato, se envolvem no processo formativo dos seminaristas, às vezes até de maneira delicada.
A Igreja sempre enfatizou a necessidade de uma participação ativa das famílias no processo formativo dos futuros presbíteros. Já João Paulo II, na Pastores DaboVobis (n. 41), reconhecia a importância da família, na acolhida e formação das vocações. Ela é considerada a primeira comunidade eclesial de formação dos vocacionados (Doc. 110, n. 88). É fato que muitas das experiências familiares, vividas no seio da família, poderão influenciar demais a caminhada vocacional dos futuros presbíteros.
Retomando a AmorisLaetitia, a Ratiofundamentalis (n. 148) recorda que "os laços familiares são fundamentais para fortificar a autoestima sadia dos seminaristas. Por isso, é importante que as famílias acompanhem todo o processo do Seminário e do sacerdócio, pois ajudam a revigorá-lo de forma realista."
Não obstante, os formandos precisam ser educados para uma experiência de liberdade que favoreça uma "justa autonomia no exercício do ministério, e um sadio distanciamento em face de eventuais expectativas da respectiva família." (Ratio, 148) O formando é chamado a não esquecer sua origem, mas, ao mesmo tempo, a fazer um caminho de independência.
Para os seminaristas que ficaram no Seminário, sem dúvida, a pandemia favoreceu um novo estilo de vida comunitária. Relações mais próximas, uma rotina mais flexível, um ritmo de atividades mais sereno, e outras características, são possíveis nessa nova vivência de Seminário, no tempo da pandemia. Provavelmente, a relação dos seminaristas entre eles, e com os formadores, pode estar sendo bem vivida.
O próprio autoconhecimento também pode ter sido uma conquista desse tempo. Talvez, nessa nova vivência comunitária, formadores e formandos puderam olhar-se e relacionar-se, de modo diverso do cotidiano a que estávamos acostumados, antes da pandemia. Provavelmente, a pandemia deu um tempero novo à vida comunitária, mas deu também oportunidade de viver na comunidade de uma maneira diferente, privilegiando o que é mais importante e necessário.
Diferentemente do que muitos poderiam pensar, os seminaristas que responderam ao questionário, em sua maioria, disseram que conseguiram ter privacidade dentro da própria família (71%). Este dado pode dizer algo sobre a necessária independência do formando em relação a sua família.
Porém, estando em casa, outro desafio possível seria o enfrentamento dos conflitos familiares. 42,6% responderam que tiveram que enfrentá-los. Por um lado, foi apenas uma troca: os conflitos no Seminário foram suspensos e chegaram os familiares. Neste sentido, podemos questionar: os conflitos familiares foram causados pelos próprios seminaristas ou, talvez, eles tenham sido os mediadores desses conflitos? Essa experiência é de suma riqueza, para o processo formativo, porque permite que os seminaristas sejam "colocados à prova" para lidar com essas realidades que os tocam de maneira significativa. Ao mesmo tempo, lhes dá a possibilidade de conhecer sua família de maneira mais profunda e real.
Um bom formando nunca pode se esquecer da sua origem, da sua raiz familiar. Contudo, infelizmente, sabemos que muitos optam por virar uma página, de tal maneira que parece que "caíram do céu" e chegaram ao Seminário. Vergonha? Medo? Raiva? Por tantos motivos, muitos seminaristas ignoram ou tentam ignorar sua família. Aqui, caberá sempre um olhar atento dos formadores, para perceber quando esse fato está ocorrendo e ajudar o formando a se perceber como membro daquele núcleo familiar, e auxiliá-lo a lidar com essa dificuldade, em relação a sua família.
Um seminarista que não fala de sua família, não a visita, prefere passar férias em outros lugares e não com a família, evita a vinda desta ao Seminário, precisa do auxílio atento e delicado dos formadores, para seu bem, hoje no Seminário e, amanhã, no presbitério. Neste caso, voltar para casa na pandemia, pode ter sido um desafio para muitos, mas, para todos, foi uma oportunidade de encontro com sua história e com os seus.
Se para muitos de nós, a pandemia favoreceu um estado de elevação da ansiedade, a maioria dos seminaristas respondeu que seu estado emocional, nesse momento de pandemia, está normal (41,9%). Não obstante, um outro grupo se percebeu levemente ansioso (33%), e (8,1%) muito ansioso. Poderíamos dizer que muitos conseguiram e estão conseguindo lidar bem com suas emoções, neste momento. Mas e os que não o estão? "Perderam" muitos dos auxílios ordinários da vida de Seminário. Não é um número pequeno e inexpressivo, aquele que apresenta um quadro de ansiedade. Por isso, talvez, a alimentação tenha sido uma das válvulas de escape. Ao mesmo tempo em que (41,8%) responderam que a alimentação está boa, outros (11,3%) destacaram que ela está exagerada.
Na entrevista, (35,7%) dos rapazes responderam que sentiam o peso da solidão. A maioria (64,3%) afirmou que não sentia. Poderíamos elencar inúmeros motivos,pelos quais os seminaristas não sentiam o peso da solidão. Porém, podemos também nos perguntar: não sentiram ou não se davam o direito de sentir? É fato que um dos nossos desafios é perceber e lidar com os nossos sentimentos.
Ao mesmo tempo, os que estavam sentindo o peso, nos fazem pensar em duas questões centrais: como estão as relações pessoais dos seminaristas? Tendo em vista que estão, na maioria, com suas famílias, como sentir o peso da solidão? Estão sabendo conviver com os seus e com os outros? Além disso, outra questão central precisa ser colocada: tendo em vista que a maioria dos que responderam ao nosso questionário, foi dos seminários diocesanos, como estão lidando com a experiência do estar/viver sozinho? Sabemos que uma característica do clero diocesano é uma vida bem diversa da vida dos religiosos que vivem em comunidade. Talvez, essa resposta nos faça pensar em um dos desafios enfrentados pelos diocesanos, que têm uma vida mais "solitária".
Outro dado interessante, mas não novo, diz respeito ao uso das redes sociais. Hoje, mais do que nunca, não nos é possível falar de formação sacerdotal, desconsiderando esse dado. Se antes da pandemia o uso das redes sociais estava na pauta de cada dia, o tempo da pandemia nos colocou diante de um desafio que não podemos mais deixar de lado, porque faz e fará parte da vida formativa antes, durante e depois do Seminário. Não podemos desconsiderar que estamos no século XXI, nossos formandos, em sua maioria, nasceram neste século, e todos exercerão o ministério neste século.
A entrevista revelou que (36,7%) dos seminaristas estavam usando a internet para redes sociais. Estas são o pão nosso de cada dia, na caminhada formativa. Contudo, ao mesmo tempo em que ela se torna um necessário instrumento de evangelização, e assim deve ser, tem se tornado o palco de muitos conflitos e muitas questões formativas que, talvez, não apareçam na vida ordinária e real, mas ficam gritantes no mundo virtual.
Acompanhamos não só os seminaristas, mas tantos padres e leigos redescobrindo as redes sociais, neste tempo de pandemia. Contudo, sem desmerecer e desconsiderar a busca por novas amizades, e um empenho sincero para um profícuo apostolado, até que ponto essa busca desenfreada por "estar nas redes" não está nos dizendo muito sobre nossos candidatos ao presbiterado?
Da mesma forma que constatamos uma busca significativa dos jovens, pelas redes sociais, os seminaristas, em sua maioria, não fariam diferente. Infelizmente, precisamos constatar que essas buscas, muitas vezes, estão em desacordo com a vida "real" deles. Além disso, é comum criar um mundo virtual que não seja condizente com o real. É possível também reconhecer a busca de seguidores, curtidas e compartilhamentos dos formandos, quase como se fossem novos artistas e/ou youtubers. Mas esse seria o papel de um sacerdote e/ou futuro sacerdote, nas redes sociais e na internet, em geral?
As inúmeras lives que aparecem em todo canto e ao longo do dia podem, no fundo, ser uma possível revelação de pessoas que não estão lidando bem com a solidão. Revestem o meio e o acesso com ótimas intenções, mas escondem o verdadeiro sentido da busca: afeto. No fundo, o que vemos e constatamos é um desejo ardente de afeto e de reconhecimento. Tendo em vista que, no mundo virtual, aparece o que queremos, muitos dos nossos formandos podem viver uma certa esquizofrenia formativa. Caberá aos envolvidos na formação um olhar atento e um acompanhamento cuidadoso, para fomentar o autoconhecimento dos formandos e um verdadeiro amadurecimento da liberdade e da responsabilidade.
Todos esses dados nos fazem refletir e questionar o processo formativo! Por isso, é preciso pensar e repensar a formação, sobretudo, atentos aos sinais dos tempos!
Formação continuada fora do seminário
"Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré E Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens."(Lc 2,51s)
Comecemos refletindo sobre como as diferentes dimensões da formação sacerdotal - humano-afetiva, espiritual, comunitária e intelectual - foram trabalhadas neste período.
Um aspecto importante, indicado nos questionários, refere-se a este momento de profunda introspecção, propiciado pelo confinamento, e a questão vocacional. (67,2%) dos rapazes admitiram que repensaram sua vocação, neste período. O que isto significa? Poderemos contemplar este dado como uma fragilidade vocacional, ou como percurso natural, diante de um tempo apartado do cotidiano formativo no interior do Seminário? E teria este quesito ligação com a qualidade da relação com Deus, apontada como ótima, por um quantitativo de apenas (16,4%)? Como o diretor espiritual poderia estar mediando este momento desafiador para os seminaristas? Apenas (30,8%) dos rapazes continuaram contando com o acompanhamento espiritual online, ao passo que (69,2%) ficaram sem esta possibilidade, ressaltando que este é um percentual muito próximo dos que admitiram questionar sua vocação. Estes dados possuem potencial para nos arguir sobre o quanto a mediação de um sacerdote experiente pode impactar um jovem formando em sua caminhada. Talvez, forçosamente, nos perguntemos se antes mesmo da pandemia este acompanhamento ocorria com a frequência e a efetividade necessárias. Por outro lado, quando indagados sobre a presença dos formadores neste período, as respostas são mais animadoras, pois a maioria dos rapazes (89%) foram contatados pelos formadores, para interação social (25,6%) e também para a continuidade do trabalho formativo (74,4%).
É preciso reconhecer que as dificuldades na vida de um vocacionado ao sacerdócio não se resumem ao tempo do Seminário, uma vez que antes, durante e depois, os vocacionados ao presbiterado lidam com inúmeros desafios e dificuldades. Vale lembrar que outras vocações também têm as suas. Porém, a resposta sobre o repensar a vocação também nos faz pensar até que ponto, os seminaristas têm raízes firmes e um alicerce sólido, sobre os quais "edificarão" seus ministérios. De fato, a pandemia é algo totalmente novo e questionador, mas outros desafios ainda virão.
É sempre necessário auxiliar os vocacionados a terem, cada vez mais claro, o motivo pelo qual deixaram suas famílias, ingressaram no Seminário, nele permanecem e dele partirão, para seguir outro caminho ou assumir o ministério sacerdotal. Muitas vezes, o que ocorre é que as motivações vocacionais são superficiais, ilusórias e inconstantes. Contudo, é sempre possível depurar, para chegar no seu essencial, no seu núcleo sólido, mesmo que tantas camadas apareçam cobrindo o núcleo central do chamado vocacional. Caberá, aos formadores, oferecer um auxílio constante e sereno, para que os formandos façam o seu caminho de discernimento!
Já o dado da direção espiritual parece fazer ecoar um dado percebido na vida presbiteral. Infelizmente, é perceptível um hiato, entre a rotina da direção espiritual e a vida sacerdotal. Sem querer minimizar os desafios da pandemia, essa resposta dos seminaristas não estará apontando para o que vemos no presbitério e continuaremos a ver? Por outro lado, o valor da direção espiritual talvez não esteja ainda internalizado e assumido pelos formandos. O que acontece durante a pandemia pode ser o mesmo que acontece no período de férias: a direção espiritual fica em segundo plano.
Francisco Fernandez Carvajal, em sua pequena e profunda obra, A quem pedir conselho?, começa a redação com um provérbio africano, que diz: "Ninguém é juiz em causa própria". Os formandos precisam aprender o valor do abrir o coração, com sinceridade, a um irmão mais velho, no mesmo caminho discipular. Às vezes, a direção será um falar diante do espelho, fazer ecoar o que está dentro de si. Desta maneira, muitas questões vão se apaziguando. Quando um jovem formando deixa a direção, vai permitindo que suas questões cresçam dentro dele e podem, futuramente, causar sérios danos. Contudo, se ele tivesse aberto o coração, na direção, estaria se preservando de tantos problemas futuros. O que acontece é que a direção esquecida será retomada, quando a coisa estiver complicada. Aí, talvez, já seja tarde demais! Dizia um velho e sábio diretor espiritual: "mesmo quando você não tiver nada a dizer na direção, venha, porque eu tenho."
Ao serem questionados sobre as maiores dificuldades, neste momento, as respostas são bem difusas e plurais: dificuldades para manter a rotina de orações (32,5%) aparecem seguidas de dificuldades pela falta de contatos sociais (22,1%), de manutenção da castidade (11,1%), por falta de direção espiritual (10,5%), dificuldades de assistir à missa online (7%), entre outros fatores. Outro desafio no momento, refere-se à perda de entes queridos: (14,6%) perderam algum ente próximo e deste quantitativo, (31,9%) vêm demonstrando dificuldades em elaborar o luto.
Sobre o luto, sabemos o quão desafiador é lidar com ele. Porém, é importante que os seminaristas aprendam cada vez mais a lidar com essa experiência, porque será uma constante na vida ministerial. Não só o próprio seminarista, e o futuro presbítero lidam, com frequência com o luto, mas precisarão auxiliar muitos a lidar com essa experiência. Neste contexto, se faz necessário iluminar o luto com a luz da fé. O presbítero é aquele que se alegra com os que se alegram, e chora com os que choram (Rm 12,14s), muitas vezes, no mesmo dia.
Em relação à rotina das orações, elencada como a maior dificuldade, pode ser a mesma experiência vivida por muitos, nos períodos de férias. É claro que manter uma rotina espiritual dentro de uma casa, com uma família que talvez não valorize tanto o que está tentando ser mantido, é sempre um desafio. Porém, a ausência da estrutura do Seminário pode também revelar uma vida espiritual de fachada, que não se mantém sem a comunidade, sem o sino, a capela e, sobretudo, sem os formadores. Tudo isso precisa ser refletido, para que os formandos reconheçam a importância e a necessidade de uma vida espiritual sólida, disciplinada e bem vivida, como uma realidade necessária para a vida vocacional e não tanto como um dever que parecerá mera obrigação.
Como itens positivos, propiciados pelo momento, destacam-se a possibilidade de aproveitar o contato estreito com a família (29,4%), a descoberta de novas habilidades (23%), o aumento da espiritualidade (22,4%) e da qualidade dos estudos (12,7%), como principais ganhos.
Aqui, percebemos dados importantíssimos! Como essa "redescoberta" das famílias pode ser muito produtiva. É a volta às origens, e um contato próximo e real daqueles que são responsáveis pela existência de todo vocacionado. Este contato facilita a humanização do futuro presbítero, que lidará com as famílias e suas questões, ao longo de todo o seu ministério sacerdotal. O contato estreito com a família, nestes meses, também pode ter possibilitado um conhecimento mais profundo sobre si mesmo.
Da mesma maneira, a oportunidade de descobrir novas habilidades mostra o quanto todos nós precisamos nos reinventar. Como Igreja, esse é sempre um desafio que toca no exercício da nossa missão. É não se contentar com a formação inicial e reconhecer a formação permanente como necessidade para o bom e frutuoso desempenho do ministério sacerdotal, no meio de um mundo que se transforma da noite para o dia. O formando, que já se fecha a essas mudanças, está fadado a viver seu ministério em uma bolha, que ele próprio está construindo e que estourará quando menos pensar.
Se a dimensão espiritual e humano-afetiva ganhou novos contornos, como será que a dimensão intelectual caminhou nestes tempos? Esta tem sido parte da pauta da mídia, sobre como os sistemas educacionais tiveram, rapidamente, que dar uma resposta de ensino a distância (EAD), sem o devido preparo e muitas vezes, sem condição, por parte dos estudantes, de corresponderem às novas demandas educativas, pois ainda que o professor tenha meios de oferecer seu curso, o estudante, muitas vezes, não conta com os equipamentos físicos necessários, nem com conexões, tampouco com espaço adequado para a realização das atividades.
A maior parte dos seminaristas brasileiros relataram que deram continuidade aos seus estudos, neste período, de modo remoto (86,7%), contrastando com um número menor que não tiveram oportunidade de fazê-lo (13,3%). A qualidade desta nova modalidade de ensino foi considerada ótima, por um pequeno grupo (12,1%), boa, por (38,7%), mediana, para (36,6%) e, finalmente, avaliada como ruim, por (12,6%) dos rapazes. Um dado importante é sobre a percepção de que há uma atuação sistemática, por parte da coordenação pedagógica, em seus institutos formativos. Neste quesito, (41,4%) têm a percepção de organicidade pedagógica dando corpo ao processo formativo, enquanto (32,4%) sentem falta da mesma, o que propicia, a cada professor, funcionar de modo independente e desarticulado. (13,1%) dos rapazes foi contatado pela parte pedagógica do Seminário, para verificar se possuíam os meios de realizar as aulas, enquanto o mesmo percentual (13, 1%) relatou que não houve nenhum contato e verificação neste sentido. No tocante aos procedimentos avaliativos remotos, a maior parte (43,3%) disse que tais procedimentos foram encaminhados de modo independente pelos professores,ocorreram de modo padronizado em plataforma específica (24,9%),e não fizeram avaliações (20,2%).
Diante de tudo isso, vale ressaltar que a Ratio Fundamentalis, no capítulo VI, fala dos agentes da formação: o bispo diocesano, o presbitério, os seminaristas, a comunidade dos formadores, os professores e os especialistas. A Igreja quer destacar a importância de todos se envolverem no processo formativo do futuro clero. Em tempo de pandemia, esse dado é mais do que nunca ressaltado. Os desafios enfrentados no processo formativo nos fazem pensar na necessidade de um trabalho, verdadeiramente, eclesial e colegiado, de tal maneira que o resultado possa ser muito mais proveitoso. É sempre um erro constante restringir a missão de formar aos presbíteros residentes no Seminário. Estes não são os únicos responsáveis pela formação do futuro clero!
Na pesquisa que realizamos, ao mesmo tempo em que (72,6%) responderam que não estavam fazendo qualquer acompanhamento, (21,7%) estavam fazendo acompanhamento: psicológico, nutricional, psiquiátrico e fonoaudiológico. Essa constatação nos mostra a riqueza de um processo formativo interdisciplinar, como a Ratio nos propõe (n. 145). Tudo isso também nos aponta para outro dado, que temos encontrado cada vez com mais claridade: a situação dos nossos formandos do século XXI, que exige um cuidado ampliado e profundo, por parte dos envolvidos na missão de formar os futuros presbíteros.
Um último dado que podemos destacar da pesquisa é o que diz respeito às relações. O presbítero é um homem de relações a exemplo do próprio Jesus, ao qual ele será configurado, não através de um passe de mágica, mas através de uma formação séria e profunda. A exemplo do Mestre, o presbítero sabe que sua vida é marcada por uma tríplice relação: consigo, com Deus e com os outros. Nem sempre a vivência dessa dinâmica relacional é tão simples e, por isso, bem vivida. Os formandos precisam investir nesse campo central da vocação sacerdotal.
Dos seminaristas participantes, (53,5%) responderam que se sentiam bem, na relação com eles mesmos, enquanto (30,6)% disseram que se sentiam regulares, nessa relação. (8,2%) disseram que essa relação estava ruim. Já na relação com Deus, (43,7%) responderam que estavam vivendo uma boa relação, enquanto (32,1%) disseram que era uma relação regular. Na relação social, (45,9%) disseram que viviam uma boa relação e (36,4%) viviam uma relação regular.
Tudo isso nos faz pensar e reconhecer o presbítero e, por isso, os candidatos ao presbiterado como homens de relação. Contudo, essa dinâmica relacional na vida presbiteral precisa partir de uma relação profunda e verdadeira, consigo e com Deus, para que as relações com os outros sejam maduras e responsáveis. Além disso, os formandos e, sobretudo, os presbíteros, precisam ter consciência da necessidade de uma reserva nas relações, de tal maneira que a relação consigo e com Deus seja preservada e bem vivida. A pandemia pode, também, nos fazer pensar esse quadro de relações que, para muitos, é um desafio, por não ter contato direto com o povo. Porém, essa ausência é importante e necessária, para os presbíteros e, por isso, para os seminaristas.
Luzes para o pós-pandemia
"Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus" (Rm 8,28)
Todos nós já vimos imagens de flores nascidas em cenários bem curiosos: pedras, troncos cortados, paredes… Cenários onde todos defenderiam o fim da vida e, por isso, o fim da esperança. Contudo, a vida continua desabrochando e nos convidando a acreditar e esperar. A pandemia pede de nós a superação de um otimismo utópico, ou um realismo pessimista, para darmos lugar a um realismo esperançoso. O contexto da pandemia nos motiva a reconhecer que todos podemos sair melhores dessa experiência, que afetou toda a humanidade. A formação sacerdotal não pode estar fora desse palco!
Ao concluirmos este percurso que fizemos, a partir da pesquisa, com 2000 seminaristas do Brasil, queremos destacar algumas luzes que a pandemia nos convida a enxergar e assumir, na continuidade da nossa história como homens e mulheres de fé!
A primeira luz que encontramos é uma experiência de maturidade, que a pandemia está nos pedindo. Um contexto, como este, pede presbíteros maduros e, por consequência, formandos que se empenham por uma maturidade humana e também espiritual. O Doc. 110 (n. 173) nos lembra que o cultivo da vida comunitária faz com que o formando alcance alguns objetivos, dentre eles, "definir-se como cristão adulto, purificando-se nas motivações e transformando a própria conduta, com vista a uma progressiva configuração a Cristo."
Outra luz que a pandemia está nos oferecendo, sobretudo aos formandos, é a possibilidade de uma relação mais profunda conosco, favorecendo o autoconhecimento, de tal maneira que o formando alcance "um satisfatório conhecimento das próprias fraquezas, sempre presentes em sua personalidade, tendo em vista a capacidade de autodeterminação e de uma vivência responsável." (Doc. 110, n. 190b) Contudo, isso só será possível se os formandos superarem a tentação de uma vida exibicionista, que tende ao exterior, à aparência e pouco ao interior.
Neste mesmo caminho, a pandemia ofereceu a todos e, particularmente, aos nossos formandos, um contato muito próximo das famílias. Principalmente, isso ocorreu, como vimos na entrevista, porque a maioria dos seminaristas está passando a pandemia nas casas de suas famílias. Este contato pode ter sido muito proveitoso, para que os formandos consigam "relacionar-se, com sinceridade, com a própria família, sem apegos e dependências, nem rejeições e descompromissos, e sem perder as raízes sociais e culturais." (Doc. 110, 190g)
Ao mesmo tempo em que descobrimos um novo mundo virtual, com a pandemia, muitos podem ter se refugiado nesse mesmo mundo. Para o formando, é sempre importante uma consciência clara sobre si mesmo e sua vocação, para que não se perca no mundo virtual. Uma postura equilibrada pedirá, a cada formando, uma presença evangélica nas redes sociais, e não uma presença como mais um refém do mundo virtual, em detrimento do real. Da mesma forma, os formandos também são chamados a não se omitir nesse novo campo de evangelização, que se descortina diante de nossos olhos. Por isso, é preciso "educar-se no uso adequado e responsável das novas tecnologias e dos meios modernos de comunicação e entretenimento." (Doc. 110, n. 190p)
A pandemia exigiu de todos uma redescoberta e valorização da vida espiritual. Ouvimos tantas pessoas destacando a importância dessa dimensão da vida, para que pudessem viver um pouco melhor esse momento. Para os seminaristas, a pandemia pediu e proporcionou um processo de crescimento espiritual. Contudo, este crescimento só é possível, através de um sincero e permanente esforço de conversão do coração. Ao mesmo tempo, só uma disciplina responsável possibilitará uma vivência profundamente espiritual, mesmo em tempos de crise, como o atual (Doc. 110, n. 211).
O mundo em que estamos pede, cada vez mais, que o presbítero seja perito nas coisas humanas e divinas (Doc. 110, n. 288). A pandemia pediu um constante adaptar-se em inúmeros campos, dentre eles o campo dos estudos. Uma formação intelectual sólida e adequada, para que o futuro presbítero seja capaz de ser um formador de consciência, como pedia Aparecida. Esse novo ambiente mostrou, aos formandos, a necessidade de uma disciplina e um empenho cada vez mais pessoal, para se dedicar com seriedade e profundamente aos estudos.
Todo esse contexto que estamos vendo nos faz pensar que, de fato, toda formação sacerdotal precisa ter claro o destino pastoral do futuro presbítero. Dessa maneira, a pandemia nos colocou diante dos grandes areópagos, para os quais os futuros presbíteros serão enviados. Assim, esse tempo pode proporcionar, aos formandos, novo ardor, novos métodos e novas expressões (Doc. 110, pn. 229)
Por último, podemos pontuar que a pandemia nos fez recordar que "a missão do Seminário é formar presbíteros capazes de dialogar com a realidade plural e atuar, pastoralmente, no meio do povo, valorizando os leigos e leigas em seus diversos carismas, serviços e ministérios." Só assim os formandos poderão conhecer bem a realidade para assumi-la e transformá-la à luz do Evangelho. (Doc. 110, n. 7)
Que esse tempo seja, para todos nós, a oportunidade de nos reinventarmos à luz da presença amorosa de Deus, para sermos capazes de nos tornar sinais credíveis da Sua presença no meio do Seu povo, que é confiado a nós!
Que a pandemia nos cure de tantas doenças que nos impedem de vivermos nossa missão eclesial no coração do mundo! Que assim nos empenhemos, com muito mais ardor, para que a formação sacerdotal possa gerar novos e bons presbíteros, verdadeiros homens de Deus, capazes de se compadecer do nosso povo e ter a consciência de serem servidores à luz do Mestre, que veio para servir e não ser servido (Mt 20,28)!
Que o pós-pandemia não nos encontre como se nada tivesse acontecido; não permita que continuemos da mesma forma, mas nos empenhemos para ser melhores, criativos, valorizando as coisas essenciais, enraizando-nos cada vez mais n'Aquele que nos chamou, nos formou e nos envia à missão! Todo esse caminho só será possível se corrermos, no certame que nos é proposto, "tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé."(Hb 12,2)
"'Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?' O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais."
(Homilia do Papa Francisco, Praça de S. Pedro, 27/03/2020)
"Como padres, filhos e membros de um povo sacerdotal, temos que assumir a responsabilidade pelo futuro e projetá-lo como irmãos. Coloquemos nas mãos feridas do Senhor, como uma oferta sagrada, nossa própria fragilidade, a fragilidade de nosso povo, e de toda a humanidade. O Senhor é quem nos transforma, que nos trata como pão, leva a vida nas mãos d'Ele, nos abençoa, nos quebra e nos compartilha, e nos dá ao seu povo."
(Carta do Papa Francisco aos sacerdotes da Diocese de Roma, 31/05/2020)
Referências bibliográficas
CNBB. Diretrizes para a formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil. Doc. 110. Brasília: Edições CNBB, 2019.
CONGREGAÇÃO PARA O CLERO. RatioFundamentalisInstitutionisSacerdotalis. Brasília: Edições CNBB,2016.
FERNANDEZ-CARVAJAL, Francisco. A quem pedir conselho?. São Paulo: Quadrante, 2000.
FRANCISCO, PP. Vida após a Pandemia. Roma: LibreriaEditrice Vaticana, 2020.
–––––. Amoris Laetitia. São Paulo: Paulinas, 2016.
–––––. Carta del Santo Padre Francisco a los sacerdotes de laDiócesis de Roma.31/05/2020. Disponível aqui. Tradução nossa. Acesso em 05/06/2020.
–––––.Momento Extraordinário de Oração, em tempo de epidemia, presidido pelo Papa Francisco. Adro da Basílica de São Pedro, Sexta-feira, 27 de março de 2020. Disponível aqui. Tradução nossa. Acesso em 05/06/2020.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
A volta das Missas com povo de Deus em Angra dos Reis: Diocese de Itaguaí/RJ.
- Detalhes
DIOCESE DE ITAGUAÍ – RJ REGIONAL PAR (PARATY E ANGRA DOS REIS)
Angra dos Reis, 26 de junho de 2020.
COMUNICADO AO POVO DE DEUS - 3
“Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum” (At 2,44).
Considerando, o Decreto Municipal nº 11.671 (23/06), que permite o funcionamento dos Templos Religiosos; e a transição para o regime de Distanciamento Social Seletivo; Considerando, a comunhão das Paróquias do Município de Angra dos Reis; seguindo as determinações da Igreja Católica que visam o bem do povo em sua saúde física em vista da Salvação (CDC, 1752); que, sendo a Eucaristia um direito de todos, é necessário garantir os cuidados para a participação do maior número possível de fiéis;
Considerando, os dados estatísticos, do Boletim Epidemiológico do Município, que demonstram que as medidas sanitárias adotadas têm trazido resultados positivos; daí, a possibilidade da retomada gradual de algumas atividades;
Considerando, que as orientações da OMS e demais autoridades científicas, médicas e sanitárias, indicam como isolamento social a medida mais eficaz para minimizar a propagação do novo corona-vírus;
Considerando, que, as Orientações do Senhor Bispo Diocesano quanto ao retorno das celebrações públicas (em 08/06), deixam “a juízo do Pároco” a retomada das Liturgias Públicas;
Seguindo, evidentemente, as orientações sanitárias determinadas pelas autoridades (uso de máscara, uso de álcool em gel, distanciamento entre as pessoas, sem nenhum tipo de aglomeração);
Nós, padres do Município de Angra dos Reis, decidimos que:
1-Haverá a retomada gradual das celebrações públicas (a partir de 04 de julho); a começar pela Igreja Matriz e/ou Igrejas maiores – de acordo com um calendário paroquial;
2-Cada Paróquia informará como será garantida a participação dos fiéis, bem como dará as instruções necessárias;
3-Será mantida a transmissão da Missa pela internet, para àqueles que não podem participar presencialmente (idosos, enfermos, membros dos grupos de risco, os que tiverem algum sintoma de doença respiratória);
4-As Igrejas e as Secretarias Paroquiais serão abertas ao público, segundo os critérios de cada Paróquia;
5-Serão retomados os atendimentos individuais, as confissões e algumas reuniões;
6-Continuam suspensos os encontros formativos e catequéticos; assistência e Comunhão aos enfermos, nos hospitais e nas casas; e a Comunhão Sacramental a todos os fieis.
Lembramos que, de acordo com as Orientações do Bispo Diocesano: os idosos, os enfermos, as pessoas que pertencem aos grupos de risco e as que tiverem algum sintoma de doença respiratória estão dispensados do Preceito Dominical e são orientados a permanecer em casa.
Como anteriormente, reiteramos o nosso pedido a aqueles que puderem ser generosos na entrega do seu Dízimo e ofertas, para a manutenção das nossas Paróquias; assim como as doações de alimentos não perecíveis e de higiene para continuarmos a dar assistência caritativa aos mais necessitados.
“A prudência é a mãe de todas as virtudes”. Assim, de acordo com a evolução da pandemia, para o bem de todos, reavaliaremos semanalmente essas decisões.
Certos de uma vez mais contar com o entendimento e colaboração de todos para o bem comum, confiantes na Divina Providência e na materna intercessão da Santíssima Virgem Maria, subscrevemo-nos com nossa Bênção Sacerdotal e orações, recomendando-nos às vossas.
Fraternalmente, em Cristo Jesus,
Pe. Gilberto Stanisce |
Pe. Luiz Antonio Dornelles |
Fr. Marcelo de Jesus Maciel |
Paróquia Santíssima Trindade |
Paróquia Nossa Senhora do Rosário |
Fr. Petrônio Miranda |
Vigário Geral |
Coordenador do Regional PAR |
Paróquia Nossa Senhora da Conceição |
Pe. Luis Carlos Zotesso |
Pe. Cícero Gomes Alves |
Pe. Gilson Francisco da Cruz |
Paróquia Nossa Senhora Aparecida |
Paróquia Cristo Rei |
Paróquia São Sebastião (Frade) |
Pe. Mauro Brandão |
|
Fr. José Anchieta Varela |
Paróquia São José Operário |
|
Paróquia São Sebastião (Ilha Grande) |
EVANGELHO DO DIA-12ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Sexta-feira, 26 de junho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que formais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 8, 1-4)
1Tendo Jesus descido da montanha, uma grande multidão o seguiu. 2Eis que um leproso aproximou-se e prostrou-se diante dele, dizendo: Senhor, se queres, podes curar-me. 3Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: Eu quero, sê curado. No mesmo instante, a lepra desapareceu. 4Jesus então lhe disse: Vê que não o digas a ninguém. Vai, porém, mostrar-te ao sacerdote e oferece o dom prescrito por Moisés em testemunho de tua cura.
3) Reflexão - Mt 8,1-4
Nos capítulos 5 a 7 ouvimos as palavras da nova Lei proclamada por Jesus no alto da Montanha. Agora, nos capítulos 8 e 9, Mateus mostra como Jesus praticava aquilo que acabava de ensinar. Nos evangelhos de hoje (Mt 8,1-4) e de amanhã (Mt 8,5-17), vamos ver de perto os seguintes episódios que revelam como Jesus praticava a lei: a cura de um leproso (Mt 8,1-4), a cura do servo do centurião romano (Mt 8,5-13), a cura da sogra de Pedro (Mt 8,14-15) e a cura de inúmeros doentes (Mt 8,14-17).
Mateus 8,1-2: O leproso pede: “Senhor, basta querer para eu ser curado!”
Um leproso chega perto de Jesus. Era um excluído. Quem tocasse nele também ficava impuro! Por isso, os leprosos deviam viver afastados (Lv 13,45-46). Mas aquele leproso teve muita coragem. Ele transgrediu as normas da religião para poder entrar em contato com Jesus. Chegando perto, ele diz: Se queres, podes curar-me! Ou seja: “Não precisa tocar-me! Basta o senhor querer para eu ficar curado!” Esta frase revela duas doenças: 1) a doença da lepra que o tornava impuro; 2) a doença da solidão a que era condenado pela sociedade e pela religião. Revela também a grande fé do homem no poder de Jesus.
Mateus 8,3: Jesus tocou nele e disse: Quero! Seja purificado
Profundamente compadecido, Jesus cura as duas doenças. Primeiro, para curar a solidão, antes de dizer qualquer palavra, ele toca no leproso. É como se dissesse: “Para mim, você não é um excluído. Não tenho medo de ficar impuro tocando em você. Eu te acolho como irmão!” Em seguida, cura a lepra dizendo: Quero! Seja curado! O leproso, para poder entrar em contato com Jesus, tinha transgredido as normas da lei. Da mesma forma, Jesus, para poder ajudar aquele excluído e, assim, revelar um novo rosto de Deus, transgride as normas da sua religião e toca no leproso.
Mateus 8,4: Jesus manda o homem conversar com os sacerdotes
Naquele tempo, para um leproso poder ser readmitido na comunidade, ele precisava ter um atestado de cura confirmado por um sacerdote. É como hoje. O doente só sai do hospital com o documento assinado pelo médico de plantão. Jesus obrigou o fulano a buscar o documento, para que ele pudesse conviver normalmente. Obrigou as autoridades a reconhecer que o homem tinha sido curado. Jesus não só cura, mas também quer que a pessoa curada possa conviver. Reintegra a pessoa na convivência fraterna. O evangelho de Marcos acrescenta que o homem não se apresentou aos sacerdotes. Pelo contrário, “assim que partiu, (o leproso) começou a divulgar a notícia, de modo que Jesus já não podia entrar publicamente numa cidade. Permanecia fora, em lugares desertos (Mc 1,45). Por que Jesus já não podia entrar publicamente numa cidade? É que ele tinha tocado no leproso e tornou-se impuro perante as autoridades religiosas e perante a lei da época. Por isso, agora, o próprio Jesus era um impuro e devia viver afastado de todos. Já não podia entrar nas cidades. Mas Marcos mostra que o povo pouco se importava com estas normas oficiais, pois de toda a parte vinham a Jesus! Subversão total! O recado que Marcos nos dá é este: para levar a Boa Nova de Deus ao povo, não se deve ter medo de transgredir normas religiosas que são contrárias ao projeto de Deus e que impedem a fraternidade e a vivência do amor. Mesmo que isto traga dificuldades para a gente, como trouxe para Jesus.
Em Jesus, tudo é revelação daquilo que o anima por dentro! Ele não só anuncia a Boa Nova do Reino. Ele mesmo é uma amostra, um testemunho vivo do Reino, uma revelação de Deus. Nele aparece aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar, tomar conta de sua vida.
4) Para um confronto pessoal
1) Em nome da Lei de Deus, os leprosos eram excluídos e não podiam conviver. Na nossa igreja existem costumes e normas não escritas que, até hoje, marginalizam pessoas e as excluem da convivência e da comunhão. Você conhece pessoas assim? Qual a sua opinião a respeito disso?
2) Jesus teve coragem de tocar no leproso. Você teria essa coragem?
5) Oração final
Bendirei o Senhor em todo tempo, seu louvor estará sempre na minha boca. Eu me glorio no Senhor, ouçam os humildes e se alegrem. (Sl 33, 2-3)
EVANGELHO DO DIA-12ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Quinta-feira, 25 de junho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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1) Oração
Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que formais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 7, 21-29)
21Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 22Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? 23E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus! 24Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. 26Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína. 28Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. 29Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas.
3) Reflexão - Mt 7,21-29
O Evangelho de hoje traz a parte final do Sermão da Montanha: (1) não basta falar e cantar, é preciso viver e praticar (Mt 7,21-23). (2) A comunidade construída em cima do fundamento da nova Lei do Sermão da Montanha ficará em pé na hora da tempestade (Mt 7,24-27). (3) O resultado das palavras de Jesus nas pessoas é uma consciência mais crítica com relação aos líderes religiosos, os escribas (Mt 7,28-29).
Este final do Sermão da Montanha desenvolve algumas oposições ou contradições que continuam atuais até nos dias de hoje: (1) Há pessoas que falam continuamente de Deus, mas se esquecem de fazer a vontade de Deus; usam o nome de Jesus, mas não traduzem em vida sua relação com o Senhor (Mt 7,21). (2) Há pessoas que vivem na ilusão de estarem trabalhando para o Senhor, mas no dia do encontro definitivo com Ele, descobrem, tragicamente, que nunca o conheceram (Mt 7,22-23). As duas parábolas finais do Sermão da Montanha, da casa construída sobre a rocha (Mt 7,24-25) e da casa construída sobre a areia (Mt 7,26-27), ilustram estas contradições. Por meio delas Mateus denuncia e, ao mesmo tempo, tenta corrigir a separação entre fé e vida, entre falar e fazer, entre ensinar e praticar.
Mateus 7,21: Não basta falar, é preciso praticar
O importante não é falar bonito sobre Deus ou saber explicar bem a Bíblia para os outros, mas é fazer a vontade do Pai e, assim, ser uma revelação do seu rosto e da sua presença no mundo. A mesma recomendação foi dada por Jesus àquela mulher que elogiou Maria, sua mãe. Jesus respondeu: “Felizes os que ouvem a Palavra e a põem em prática” (Lc 11,28).
Mateus 7,22-23: Os dons devem estar a serviço do Reino, da comunidade.
Havia pessoas com dons extraordinários como, por exemplo, o dom da profecia, do exorcismo, das curas, mas elas usavam os dons para si mesmas, fora do contexto da comunidade. No julgamento, elas ouvirão uma sentença dura de Jesus: "Afastem-se de mim vocês que praticam a iniqüidade!". Iniqüidade é o oposto de justiça. É fazer com Jesus o que alguns doutores faziam com a lei: ensinavam mas não praticavam (Mt 23,3). Paulo dirá a mesma coisa com outras palavras e argumentos: “Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria”. (1Cor 13,2-3).
Mateus 7,24-27: A parábola da casa na rocha.
Ouvir e praticar, esta é a conclusão final do Sermão da Montanha. Muita gente procurava sua segurança nos dons extraordinários ou nas observâncias. Mas a segurança verdadeira não vem do prestígio nem das observâncias, não vem de nada disso. Ela vem de Deus! Vem do amor de Deus que nos amou primeiro (1Jo 4,19). Seu amor por nós, manifestado em Jesus ultrapassa tudo (Rom 8,38-39). Deus se torna fonte de segurança, quando procuramos praticar a sua vontade. Aí, Ele será a rocha que nos sustenta na hora das dificuldades e das tempestades.
Mateus 7,28-29: Ensinar com autoridade
O evangelista encerra o Sermão da Montanha dizendo que a multidão ficou admirada com o ensinamento de Jesus, porque "ele ensinava com autoridade, e não como os escribas". O resultado do ensino de Jesus é a consciência mais crítica do povo com relação às autoridades religiosas da época. Suas palavras simples e claras brotavam da sua experiência de Deus, da sua vida entregue ao Projeto do Pai. O povo estava admirado e aprovava os ensinamentos de Jesus.
Comunidade: casa na rocha
No livro dos Salmos, frequentemente encontramos a expressão: “Deus é a minha rocha e a minha fortaleza... Meus Deus, rocha minha, meu refúgio, meu escudo, força que me salva...”(Sl 18,3). Ele é a defesa e a força de quem nele acredita e busca a justiça (Sl 18,21.24). As pessoas que confiam neste Deus, tornam-se, por sua vez, uma rocha para os outros. Assim, o profeta Isaías faz um convite ao povo que estava no cativeiro: "Vocês que estão à procura da justiça e que buscam a Deus! Olhem para a rocha da qual foram talhados, para a pedreira da qual foram extraídos. Olhem para Abraão, seu pai, e para Sara, sua mãe” (Is 51,1-2). O profeta pede para o povo não esquecer o passado. O povo deve lembrar como Abraão e Sara pela fé em Deus se tornaram rocha, começo do povo de Deus. Olhando para esta rocha, o povo devia criar coragem para lutar e sair do cativeiro. Do mesmo modo, Mateus exorta as comunidades para que tenham como alicerce a mesma rocha (Mt 7,24-25) e possam, dessa maneira, elas mesmas ser rocha para fortalecer os seus irmãos e irmãs na fé. Este é o sentido do nome que Jesus deu a Pedro: “Você é Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). Esta é a vocação das primeiras comunidades, chamadas a unir-se a Jesus, a pedra viva, para tornarem-se, também elas, pedras vivas pela escuta e pela prática da Palavra (Pd 2,4-10; 2,5; Ef 2,19-22).
4) Para um confronto pessoal
1) Como a nossa comunidade equilibra oração e ação, louvor e prática, falar e fazer, ensinar e praticar? O que deve melhorar na nossa comunidade, para que ela seja rocha, casa segura e acolhedora para todos?
2) Qual a rocha que sustenta a nossa Comunidade? Qual o ponto em que Jesus mais insiste?
5) Oração final
Ajudai-nos, ó Deus salvador, pela glória de vosso nome; livrai-nos e perdoai-nos os nossos pecados pelo amor de vosso nome. (Sl 78, 9)
Bispos e pastores da Universal em Angola tomam controle de templos e rompem com direção brasileira
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Líderes angolanos denunciam racismo, evasão de divisas e imposição da prática de vasectomia aos pastores
Gilberto Nascimento
SÃO PAULO | BBC NEWS BRASIL
UM GRUPO DE BISPOS E PASTORES DA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS EM ANGOLA AFIRMOU TER ASSUMIDO NA SEGUNDA-FEIRA (22) O CONTROLE DE 35 TEMPLOS DA INSTITUIÇÃO EM LUANDA E CERCA DE 50 EM OUTRAS PROVÍNCIAS DO PAÍS, COMO LUNDA-NORTE, HUAMBO, BENGUELA, MALANJE E CAFUNFO.
Os religiosos angolanos declararam ruptura com a gestão brasileira. É um movimento sem precedentes, que começou em novembro de 2019, com a divulgação de um manifesto com críticas à direção brasileira da Igreja.
Em nota oficial, a Igreja Universal do Reino de Deus de Angola afirmou que alguns templos no país foram invadidos "por um grupo de ex-pastores desvinculados da Instituição por práticas e desvio de condutas morais e, em alguns casos, criminosas e contrárias aos princípios cristãos exigidos de um ministro de culto".
A Universal diz, no documento, que os ex-pastores teriam usado a violência e promovido "ataques xenófobos", além de agredir pastores, esposas de pastores e funcionários "com objetivo de tomar de assalto a Igreja, com propósitos escusos". A Igreja Universal do Reino de Deus é liderada pelo bispo brasileiro Edir Macedo e tem hoje 10 mil templos espalhados em mais de 100 países. Reúne 500 mil fiéis em Angola.
O controle da Universal em Angola será assumido agora, segundo o grupo rebelado, pelo bispo Valente Bezerra Luiz, então vice-presidente da Igreja —ela passará a ser chamada de Igreja Universal de Angola. Os dissidentes dizem já ter o comando de 42% dos templos.
ACUSAÇÕES
Os bispos e pastores angolanos acusam a direção brasileira da Igreja de evasão de divisas, expatriação ilícita de capital, racismo, discriminação, abuso de autoridade, imposição da prática de vasectomia aos pastores e intromissão na vida conjugal dos religiosos.
Reclamam ainda de privilégios dados aos bispos brasileiros e pediam uma maior valorização do episcopado angolano.
O manifesto elaborado em novembro —com a assinatura de 320 bispos e pastores—, foi encaminhado ao principal líder da Igreja no país, o bispo brasileiro Honorilton Gonçalves, ex-vice-presidente da TV Record.
Os religiosos dizem não ter sido atendidos. No manifesto, já pediam aos líderes brasileiros da Igreja que deixassem o país para que a instituição passasse a ser administrada apenas por angolanos.
Dinis Bundo, identificado como obreiro da Universal e porta-voz do grupo rebelado, reclamou das benesses aos religiosos brasileiros. Segundo ele, as melhores igrejas sempre foram designadas aos brasileiros, que seriam beneficiados também com bons salários e carros modernos.
RESISTÊNCIA
Bundo afirmou que, além das 35 igrejas em Luanda, os manifestantes passaram a controlar 18 igrejas em Benguela, 14 em Malanje, 10 em Huambo e 8 em Luanda-Norte. O grupo tomou o controle também da Catedral do Morro Bento e do Cenáculo do Patriota, principais centros religiosos da instituição em Luanda.
Em alguns templos houve resistência. Os religiosos angolanos tomaram as chaves dos estabelecimentos e, em meio a discussões e empurrões, os responsáveis até aquele momento foram expulsos.
Em nota divulgada à imprensa, o corpo de pastores denunciou "atos de arbitrariedades" que estariam sendo praticados pela direção da Universal em Angola. O bispo Honorilton Gonçalves, segundo a nota, estaria perseguindo, punindo e intimidando bispos e pastores angolanos. Além da vasectomia imposta a pastores, mulheres dos religiosos estariam sendo obrigadas a abortar, conforme a nota.
Entre outras queixas dos religiosos, o documento denuncia ainda a "falsificação de ata de eleição de órgãos sociais da IURD", emissão de procurações com plenos poderes a cidadãos brasileiros para exercer atos reservados à assembleia geral, proibição às mulheres de pastores de terem acesso à formação acadêmica-científica e técnico-profissional, irregularidades no pagamento de segurança social dos pastores e falta de projeto de desenvolvimento pastoral em formação teológica específica.
“MENTIRAS”
A nota da Igreja Universal afirma que os invasores espalharam "mentiras absurdas, como essa acusação de racismo", para confundir a sociedade angolana.
"Basta frequentar qualquer culto da Universal, em qualquer país do mundo, para comprovar que bispos, pastores e fiéis são de todas as origens e tons de pele, de todas as classes sociais. Em Angola, dos 512 pastores, 419 são angolanos, 24 são moçambicanos, quatro vieram de São Tomé e Príncipe e apenas 65 são brasileiros", afirma a instituição.
A suposta obrigatoriedade de pastores serem submetidos a cirurgia de vasectomia, segundo a Universal, é um exemplo de fake news "facilmente desmentida pelo fato de que muitos bispos e pastores da Universal, em todos os níveis de hierarquia da Igreja, têm filhos". O que a Instituição estimula, conforme a nota, "é o planejamento familiar, debatido de forma responsável por cada casal".
E finaliza: "Esclarecemos que, respeitada a unidade de doutrina da fé que une a Igreja Universal do Reino de Deus em todos os 127 países onde está presente, nos cinco continentes, a Universal de cada nação dispõe de total autonomia administrativa para encaminhar e resolver suas questões locais, sempre observando as leis e as tradições. O que se espera é que as autoridades restabeleçam, com urgência, a ordem legal e possam assegurar que a Universal continue salvando vidas e prestando ajuda humanitária em Angola, como faz há 28 anos". Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Bento XVI visita seu irmão na Alemanha
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O Papa emérito chegou hoje (18/06) em Regensburg para ficar ao lado de seu irmão Georg
Alessandro De Carolis – Vatican News
Na manhã desta quinta-feira (18/06) o Papa emérito Bento XVI deixou sua residência, nos Jardins do Vaticano, para ir a Regensburg, na Alemanha, para ficar ao lado de seu irmão Georg de 96 anos, que está doente.
Os dois irmãos Ratzinger sempre foram muito unidos. Com diferença de idade de três anos, foram ordenados sacerdotes no mesmo dia, 29 de junho de 1951, na Catedral de Freising. As circunstâncias da vida os levaram a direções diferentes - Georg, um brilhante músico e Joseph, um grande teólogo -, mas o vínculo entre eles sempre se manteve firme. Prova disso são em particular as numerosas visitas que Georg Ratzinger fez ao Vaticano de 2005 a 2013, durante os anos do pontificado do seu irmão e também após a sua renúncia.
Em 2008, quando a cidade de Castel Gandolfo quis oferecer a cidadania honorária ao seu irmão, Bento XVI se expressou com estas palavras: “Desde que nasci, meu irmão não é apenas um companheiro para mim, mas também um guia confiável. Tem sido sempre um ponto de orientação e referência com a clareza e a determinação de suas decisões”. Palavras de grande afeto, nascidas em uma circunstância feliz e que os sentimentos do momento tornam ainda mais intensas. Fonte: https://www.vaticannews.va
“Mexer” com qual coração?
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Dom Jacinto Bergmann
Arcebispo de Pelotas
Nesta sexta-feira que passou, celebrou-se mundialmente a Festa do Sagrado Coração de Jesus. Uma celebração muito cara, especialmente, para os cristãos católicos (na cidade de Pelotas temos a Paróquia do Porto dedicado ao Sagrado Coração de Jesus). A celebração da Festa convida-nos a achegarmo-nos mais perto do “coração” do filho de Deus: ele é refúgio para o nosso íntimo – a ele podemos recorrer sempre; ele é alento para os nossos propósitos – nele podemos confiar sempre; ele é inspiração para o nosso viver – a partir dele aprendemos tomar decisões certas e verdadeiras. Assim, não são falsas as palavras de Jesus de Nazaré, o Filho de Deus: “Vinde a mim vós que estais cansados: eu sou manso e humilde de coração”.
É importante acentuarmos que na cultura semítica-bíblica, o coração é a sede das decisões – o coração é que “decide”; na cultura grega, e consequentemente na nossa cultura ocidental, o coração é mais a sede dos sentimentos – o coração é que “sente”.
O texto evangélico, proposto pela Igreja Católica para Festa do Sagrado Coração de Jesus, foi tirado do Evangelho de João, apresentando a oração de Jesus de Nazaré: “Eu te louvo ó Pai, Senhor do céu e da tua terra, porque escondeste estas coisas aos intelectóides(uso a tradução”intelectóide” no sentido de alguém possuidor de um falso intelectualismo) e entendidos e as revelaste aos simples e pequeninos.Sim ó Pai, porque assim foi do teu agrado!” O que essa oração de Jesus deixa claro?
Pois, na oração Jesus está claríssimo que as “realidades de Deus” não chegam ao “coração” dos “intelectóides e entendidos”; só chegam ao “coração” dos“simples e pequeninos”. Como entender isso?
O “coração” dos “intelectóides e entendidos” está cheio de “razões” e “explicações”.Essas, baseadas num“coração” que decidiu (coração como sede de decisões) olhar-se “criador” de si mesmo e de todas as realidades que o rodeiam:“Eu tenho sempre razão e sou o único entendido de tudo”. Assim, os “intelectóides e entendidos” fecham o seu “coração” hermeticamente para as “realidades de Deus”. Eles acabam mexendo com o “coração” erroneamente: não deixam o coração existir para decisões maiores e eternas!
Já o “coração” dos “simples e pequeninos” procura também razões e explicações. Essas, porém, estão baseadas no “coração” que decidiu (coração como sede de decisões) olhar não para si mesmo como “criador”,mas contemplar, como criatura,Deus-criador do universo e da história: ”Deus é a razão de tudo e Nele eu encontro sentido em tudo”. Assim, os “simples e pequeninos” abrem o seu “coração” totalmente para as “realidades de Deus”. Eles sabem mexer com o seu “coração” acertadamente: deixam o coração existir para decisões maiores e eternas.
Fica o desafio existencial: “Mexer” com qual coração? Como” mexem” os “intelectóides e entendidos” ou como“mexem” os“simples e pequeninos”? Fonte: https://www.cnbb.org.br
EVANGELHO DO DIA. Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Sexta-feira, 19 de junho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Senhor Deus, revesti-nos das virtudes do Coração de vossos Filho e inflamai-nos com seu amor, para que, assemelhando-nos a ele, possamos participar da redenção eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 11,25-30)
25Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos. 26Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado. 27Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo. 28Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. 29Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. 30Porque meu jugo é suave e meu peso é leve.
3) Reflexão Mt 11,25-30
Hoje celebramos a festa do Sagrado Coração de Jesus. No evangelho escutamos o convite de Jesus: “Aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração”. O evangelho mostra a ternura com que Jesus acolhe os pequenos. Ele queria que os pobres encontrassem nele descanso e paz.
O contexto dos capítulos 11 e 12 de Mateus. Este contexto destaca e ressalta o fato de que os pobres são os únicos a entender e a aceitar a sabedoria do Reino. Muita gente não entendia esta preferência de Jesus pelos pobres e excluídos. 1) João Batista, que olhava Jesus com os olhos do passado, ficou na dúvida (Mt 11,1-15). 2) O povo, que olhava para Jesus com finalidade interesseira, não foi capaz de entendê-lo (Mt 11,16-19). 3) As grandes cidades ao redor do lago, que ouviram a pregação de Jesus e viram seus milagres, não quiseram abrir-se para a sua mensagem (Mt 11,20-24). 4) Os sábios e doutores, que julgavam tudo a partir da sua própria ciência, não foram capazes de entender a pregação de Jesus (Mt 11,25). 5) Nem os parentes o entendiam (Mt 12,46-50). 6) Só os pequenos o entendiam e aceitavam a Boa Nova do Reino (Mt 11,25-30). 7) Os outros queriam sacrifício, mas Jesus quer misericórdia (Mt 12,1-8). 8) A reação contra Jesus levou os fariseus a querer matá-lo (Mt 12,9-14). 9) Eles chamavam Jesus de Beelzebu (Mt 12,22-32). 10) Mas Jesus não voltou atrás. Continuou assumindo a missão de Servo, descrita nas profecias (Mt 12,15-21). Por causa disso, ele foi perseguido, preso e morto.
Mateus 11,25-26: Só os pequenos entendem e aceitam a Boa Nova do Reino
Jesus faz uma prece: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado!” Os sábios, os doutores daquela época, tinham criado uma série de leis que eles impunham ao povo em nome de Deus. Eles achavam que Deus exigia do povo estas observâncias. Mas a lei do amor, trazida por Jesus, dizia o contrário. O que importa, não é o que nós fazemos para Deus, mas sim o que Deus, no seu grande amor, faz por nós! O povo entendia a fala de Jesus e ficava alegre. Os sábios achavam que Jesus estava errado. Eles não podiam entender tal ensinamento que modificava o relacionamento do povo com Deus.
Mateus 11,27: A origem da nova Lei: o Filho conhece o Pai.
Jesus, o Filho, conhece o Pai. Ele sabe o que o Pai queria quando, séculos atrás, entregou a Lei a Moisés. Aquilo que o Pai nos tem a dizer, Ele o entregou a Jesus, e Jesus o revelou aos pequenos, porque estes se abriam para a sua mensagem. Hoje também, Jesus está ensinando muita coisa aos pobres e pequenos. Os sábios e inteligentes fazem bem em fazer-se alunos dos pequenos!
Mateus 11,28-30: Vinde a mim vocês todos que estão cansados sob o peso da vida.
Jesus convida a todos que estão cansados para vir até ele e ele promete descanso. É o povo que vive cansado debaixo do peso dos impostos e das observâncias exigidas pelas leis de pureza. E ele diz: “Aprendam de mim que sou manso e humilde de coração”. Muitas vezes, esta frase foi manipulada para pedir ao povo submissão, mansidão e passividade. O que Jesus quer dizer é o contrário. Ele pede que o povo faça uma ruptura, deixe de lado os professores de religião da época e comece a aprender dele, de Jesus, que é "manso e humilde de coração". Jesus não faz como os escribas que se exaltam de sua ciência, mas é como o povo que vive humilhado e explorado. Jesus, o novo mestre, sabe por experiência o que se passa no coração do povo e o que o povo sofre.
O convite da Sabedoria Divina para todos que a buscam
Jesus convida a todos que estão sobrecarregados pelo peso das observâncias da lei a encontrar nele o descanso e a suavidade, pois ele é manso e humilde de coração, capaz de aliviar e consolar a gente sofrida, fatigada e abatida (Mt 11,25-30). Neste convite ressoam as palavras tão bonitas de Isaías que consolava o povo cansado do exílio (Is 55,1-3). Este convite está relacionado com a Sabedoria Divina, que convida as pessoas ao encontro com ela (Eclo 24,19), dizendo que “seus caminhos são deliciosos e suas trilhas conduzem ao bem-estar” (Pr 3,17). Ela diz ainda: “A Sabedoria educa os seus filhos, e cuida daqueles que a procuram. Quem tem amor a ela ama a vida, e os que madrugam para procurá-la ficarão cheios de alegria” (Eclo 4,11-12). Este convite revela um traço muito importante do rosto feminino de Deus: a ternura e o acolhimento que consola, revitaliza as pessoas e as leva a se sentirem bem. Jesus é o abrigo e o seio materno que o Pai oferece ao povo cansado (cf Is 66,10-13).
4) Para um confronto pessoal
1) O que lhe causa a tensão e o que traz a paz? Para você, viver em comunidade é fonte de paz ou de tensão?
2) Como estas palavras de Jesus podem ajudar a nossa comunidade a ser um lugar de descanso para as nossas vidas?
5) Oração final
O Senhor é bom e misericordioso, lento para a cólera e cheio de clemência. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos castiga em proporção de nossas faltas. (Sl 102, 8.10)
EVANGELHO DO DIA-11ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Quinta-feira, 18 de junho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 6, 7-15)
7Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. 8Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais. 9Eis como deveis rezar: PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; 10venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. 11O pão nosso de cada dia nos dai hoje; 12perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; 13e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. 14Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. 15Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará.
3) Reflexão - Mt 6, 7-15
O evangelho de hoje traz a oração do Pai Nosso, o Salmo que Jesus nos deixou. Há duas redações do Pai Nosso: de Lucas (Lc 11,1-4) e de Mateus (Mt 6,7-13). A redação de Lucas é mais curta. Lucas escreve para comunidades que vieram do paganismo. Ele busca ajudar pessoas que estão se iniciando no caminho da oração. No Evangelho de Mateus, o Pai Nosso está situado naquela parte do Sermão da Montanha, onde Jesus orienta os discípulos e as discípulas na prática das três obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum (Mt 6,16-18). O Pai Nosso faz parte de uma catequese para judeus convertidos. Eles já estavam habituados a rezar, mas tinham certos vícios que Mateus tenta corrigir. No Pai Nosso Jesus resume todo o seu ensinamento em sete preces dirigidas ao Pai. Nestes sete pedidos, ele retoma as promessas do Antigo Testamento e mandar pedir ao Pai que Ele nos ajude a realizá-las. Os primeiros três dizem respeito ao relacionamento nosso com Deus. Os outros quatro dizem respeito ao nosso relacionamento comunitário com os outros.
Mateus 6,7-8: A introdução ao Pai-nosso.
Jesus critica as pessoas para as quais a oração era uma repetição de fórmulas mágicas, de palavras fortes, dirigidas a Deus para obrigá-lo a atender a seus pedidos e necessidades. Quem reza deve buscar em primeiro lugar o Reino, muito mais que os interesses pessoais. A acolhida da oração por parte de Deus não depende da repetição das palavras, mas sim da bondade de Deus que é Amor e Misericórdia. Ele quer o nosso bem e conhece as nossas necessidades, antes mesmo das nossas preces.
Mateus 6,9a: As primeiras palavras: “Pai Nosso que estás no céu!”
Abba, Pai, é o nome que Jesus usa para dirigir-se a Deus. Expressa a intimidade que ele tinha com Deus e manifesta a nova relação com Deus que deve caracterizar a vida do povo nas comunidades cristãs (Gl 4,6; Rm 8,15). Mateus acrescenta ao nome do Pai o adjetivo nosso e a expressão que estais no Céu. A oração verdadeira é uma relação que nos une ao Pai, aos irmãos e irmãs e à natureza. A familiaridade com Deus não é intimista, mas expressa a consciência de pertencermos à grande família humana, da qual participam todas as pessoas, de todas as raças e credos: Pai Nosso. Rezar ao Pai e entrar em intimidade com ele, é também colocar-se em sintonia com os gritos de todos os irmãos e irmãs. É buscar o Reino de Deus em primeiro lugar. A experiência de Deus como Pai é o fundamento da fraternidade universal.
Mateus 6,9b-10: Os três pedidos pela causa de Deus: o Nome, o Reino, a Vontade
Na primeira parte do Pai-nosso, pedimos para que seja restaurado o nosso relacionamento com Deus. Para restaurar o relacionamento com Deus, Jesus pede (1) a santificação do Nome revelado no Êxodo por ocasião da libertação do Egito; (2) pede a vinda do Reino, esperado pelo povo depois do fracasso da monarquia; (3) pede o cumprimento da Vontade de Deus, revelada na Lei que estava no centro da Aliança. O Nome, o Reino, a Lei: são os três eixos tirados do Antigo Testamento que expressam como deve ser o novo relacionamento com Deus. Os três pedidos mostram que é preciso viver na intimidade com o Pai, fazendo com que o seu Nome seja conhecido e amado, que o seu Reino de amor e de comunhão se torne uma realidade, e que a sua Vontade seja feita assim na terra como no céu. No céu, o sol e as estrelas obedecem à lei de Deus e criam a ordem do universo. A observância da lei Deus "assim na terra como no céu" deve ser a fonte e o espelho de harmonia e de bem-estar para toda a criação. Este relacionamento renovado com Deus, porém, só se torna visível no relacionamento renovado entra nós que, por sua vez, é objeto de mais quatro pedidos: o pão de cada dia, o perdão das dívidas, o não cair em tentação e a libertação do Mal.
Mateus 6,11-13: Os quatro pedidos pela causa dos irmãos: Pão, Perdão, Vitória, Liberdade
Na segunda parte do Pai-nosso pedimos que seja restaurado e renovado o relacionamento entre as pessoas. Os quatro pedidos mostram como devem ser transformadas as estruturas da comunidade e da sociedade para que todos os filhos e filhas de Deus vivam com igual dignidade. Pão de cada dia: O pedida do "Pão de cada dia" (Mt 6,11) lembra o maná de cada dia no deserto (Ex 16,1-36), O maná era uma “prova" para ver se o povo era capaz de andar na Lei do Senhor (Ex 16,4), isto é, se era capaz de acumular comida apenas para um único dia como sinal da fé de que a providência divina passa pela organização fraterna. Jesus convida para realizar um novo êxodo, uma nova convivência fraterna que garante o pão para todos. Perdão das dívidas: O pedido, do "perdão das dívidas" (6,12) lembra o ano sabático que obrigava os credores a perdoar todas as dívidas aos irmãos (Dt 15,1-2). O objetivo do ano sabático e do ano jubilar (Lv 25,1-22) era desfazer as desigualdades e recomeçar tudo de novo. Como rezar hoje: “Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores”? E' pela dívida externa dos países pobres que os países ricos, todos cristãos, se enriquecem. Não cair na Tentação: O pedido de "não cair em tentação" (6,13) lembra os erros cometidos no deserto, onde o povo caiu na tentação (Ex 18,1-7; Nm 20,1-13; Dt 9,7-29). É para imitar Jesus que foi tentado e venceu (Mt 4,1-17). No deserto, a tentação levava o povo a seguir por outros caminhos, a voltar atrás, a não assumir a caminhada da libertação e reclamar de Moisés que o conduzia. Libertação do Mal: O mal é o Maligno, o Satanás, que tenta desviar e que, de muitas maneiras, procura levar as pessoas a não seguir o rumo do Reino, indicado por Jesus. Tentou Jesus para abandonar o Projeto do Pai e ser o Messias conforme as idéias dos fariseus, escribas ou de outros grupos. O Maligno afasta de Deus e é motivo de escândalo. Chegou a entrar em Pedro (Mt 16,23) e tentou Jesus no deserto. Jesus o venceu (Mt 4,1-11).
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus falou "perdoai as nossas dívidas", mas hoje nós rezamos "perdoai as nossas ofensas" O que é mais fácil: perdoar ofensas ou perdoar dívidas?
2) Como você costuma rezar o Pai Nosso: mecanicamente ou colocando toda a sua vida e o seu compromisso?
5) Oração final
Na presença do Senhor, fundem-se as montanhas como a cera, em presença do Senhor de toda a terra. Os céus anunciam a sua justiça e todos os povos contemplam a sua glória. (Sl 96, 5-6)
EVANGELHO DO DIA-11ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Quarta-feira, 17 de junho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 6, 1-6.16-18)
1Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. 2Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. 3Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. 4Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á. 5Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. 6Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á. 16Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. 17Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. 18Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.
3) Reflexão - Mt 6,1-6.16-18
O evangelho de hoje dá continuidade à meditação sobre o Sermão da Montanha. Nos dias anteriores, de 9 até 17 de junho, refletimos longamente sobre a mensagem do capítulo 5 do evangelho de Mateus. No evangelho de hoje e dos dias seguintes, de 18 a 21 de junho, vamos meditar a mensagem do capítulo 6 do mesmo evangelho. A seqüência dos capítulos 5 e 6 pode ajudar na sua compreensão. Os trechos em itálico indicam o texto do evangelho de hoje. Eis o esquema:
Mateus 5,1-12: As Bem-aventuranças: solene abertura da nova Lei
Mateus 5,13-16: A nova presença no mundo: Sal da terra e Luz do mundo
Mateus 5,17-19: A nova prática da justiça: relacionamento com a antiga lei
Mateus 5, 20-48; A nova prática da justiça: observando a nova Lei.
Mateus 6,1-4: A nova prática das obras de piedade: a esmola
Mateus 6,5-15: A nova prática das obras de piedade: a oração
Mateus 6,16-18: A nova prática das obras de piedade: o jejum
Mateus 6,19-21: Novo relacionamento com os bens materiais: não acumular
Mateus 6,22-23: Novo relacionamento com os bens materiais: visão correta
Mateus 6,24: Novo relacionamento com os bens materiais: Deus ou dinheiro
Mateus 6,25-34: Novo relacionamento com os bens materiais: abandono à Providência
O evangelho de hoje trata de três assuntos: da esmola (6,1-4), da oração (6,5-6) e do jejum (6,16-18). São as três obras de piedade dos judeus.
Mateus 6,1: Não praticar o bem para ser visto pelos outros
Jesus critica os que praticam as boas obras só para serem vistos pelos homens (Mt 6,1). Jesus pede para construir a segurança interior não naquilo que nós fazemos por Deus, mas sim naquilo que Deus faz por nós. Nos conselhos que ele dá transparece um novo tipo de relacionamento com Deus: “O teu Pai que vê no segredo te recompensará" (Mt 6,4). "Vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de o pedirdes a Ele” (Mt 6,8). "Se Perdoardes aos homens seus delitos, também vosso Pai celeste vos perdoará" (Mt 6,14). É um novo caminho que aqui se abre de acesso ao coração de Deus Pai. Jesus não permite que a prática da justiça e da piedade seja usada como meio de auto-promoção diante de Deus e diante da comunidade (Mt 6,2.5.16).
Mateus 6,,2-4: Como praticar a esmola
Dar esmola é uma maneira de realizar a partilha tão recomendada pelos primeiros cristãos (At 2,44-45; 4,32-35). A pessoa que pratica a esmola e a partilha para se promover a si mesmo diante dos outros merece a exclusão da comunidade, como foi o caso de Ananias e Safira (At 5,1-11). Hoje, tanto na sociedade como na igreja, há pessoas que fazem grande publicidade do bem que fazem aos outros. Jesus pede o contrário: fazer o bem de tal maneira que a mão esquerda não fique sabendo o que a mão direita está fazendo. É o total desapego e a total entrega na gratuidade do amor que crê em Deus Pai e o imita em tudo que faz.
Mateus 6,5-6: Como praticar a oração
A oração coloca a pessoa em relação direta com Deus. Alguns fariseus transformavam a oração numa ocasião para aparecer e se exibir diante dos outros. Naquele tempo, quando tocava a trombeta nos três momentos de oração, manhã, meio dia e entardecer, eles deviam parar no lugar onde estavam para fazer as suas orações. Havia gente que procurava estar nas esquinas em lugares públicos, para que todos pudessem ver como rezavam. Ora, uma atitude assim perverte nossa relação com Deus. É falsa e sem sentido. Por isso, Jesus diz que é melhor fechar-se no quarto e rezar em segredo, preservando a autenticidade da relação. Deus te vê mesmo no segredo e ele sempre te escuta.Trata-se da oração pessoal, não da oração comunitária.
Mateus 6,16-18: Como praticar o jejum
Naquele tempo a prática do jejum era acompanhada de alguns gestos exteriores bem visíveis: não lavar o rosto nem alinhar os cabelos, usar roupa sombria. Era o sinal visível de jejum. Jesus critica este jeito de jejuar e manda fazer o contrário, para que ninguém consiga perceber que você está jejuando: tome banho, use perfume, arrume bem o cabelo. Aí, só o Pai que vê no segredo sabe que você está jejuando e ele saberá recompensa-lo.
4) Para um confronto pessoal
1) Quando você reza, como você vive a sua relação com Deus?
2) Como vive o seu relacionamento com os outros em família e na comunidade?
5) Oração final
Quão grande é, Senhor, vossa bondade, que reservastes para os que vos temem e com que tratais aos que se refugiam em vós, aos olhos de todos. (Sl 30, 20)
Dom Valério: Homenagem
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Dom Valério: Homenagem
Homenagem a Dom Valério Breda (*24/01/1945 + 16/06/2020), Bispo da minha Diocese- Penedo/AL- falecido hoje em Maceió.
Ressurreição (1 Coríntios 15)
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
1-Se não acreditamos na ressurreição, se ficamos na noite da- escuridão/ É vã, a nossa fé, é vã a nossa fé. (bis)
2-Se Ele foi condenado e a cruz venceu, se no Monte Calvário Ele- padeceu/ É vã, a nossa fé, é vã a nossa fé. (bis)
3-Se na cruz foi o fim quando Ele gritou, se o saldado com a lança- o derrotou / É vã, a nossa fé, é vã a nossa fé. (bis)
4-Se a sombra da morte o dominou, se botaram na tumba e não- mais voltou/ É vã, a nossa fé, é vã a nossa fé. (bis)
5-Se a morte venceu e o fim chegou, se no terceiro dia Ele- não voltou/ É vã, a nossa fé, é vã a nossa fé. (bis)
Comunidade Capim, Lagoa da Canoa/AL. 16 de junho-2020. Divulgação: www.instagram.com/freipetrônio
Após ameaças contra bispo, governador do DF manda fechar Esplanada por dois dias
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Decreto será publicado em edição extra do Diário Oficial ainda nesta terça-feira
Adriana Mendes
BRASÍLIA — Após ameaças feitas por manifestantes ao bispo-auxiliar dom Marcony Vinícius Ferreira, da Arquidiocese de Brasília, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), determinou que a Esplanada dos Ministérios seja fechada por dois dias. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial nesta terça-feira.
O texto proíbe o trânsito de veículos e pedestres desde a rodoviária do Plano Piloto até a Praça dos Três Poderes hoje e amanhã. Integrantes do governo informaram que Polícia Civil do DF identificou ameaças ao bispo por parte do grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, autointitulado como "300 do Brasil".
No decreto, o chefe do Executivo cita ameaças "dirigidas contra a Cúria Metropolitana de Brasília"; ameaça "de manifestações com conteúdo anticonstitucionais"; ameaça "aos Poderes constituídos" ; e também considera que "as aglomerações contrariam as medidas sanitárias de combate ao novo coronavírus".
A Arquidiocese de Brasília informou que, na manhã desta terça-feira, um grupo de manifestantes esteve na Catedral de Brasília e pediu para acampar no local. De acordo com a nota, o bispo auxiliar recusou "tanto em função da impossibilidade de acolher aglomerações ", como também para proteger a "integridade física da Catedral". O texto justifica que além de representar um monumento tombado, a igreja é "um local de culto e que deve ser protegido contra qualquer ameaça".
Segundo o bispo, em entrevista ao G1, uma das pessoas foi clara nas ameaças. Um deles disse: 'você não sabe com quem está falando, nós vamos voltar". Fonte: https://oglobo.globo.com
Morre dom Valério Breda, bispo de Penedo (AL), aos 75 anos
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Morreu nesta terça (16), dom Valério Breda, bispo da diocese de Penedo (AL). O religioso tinha 75 anos de idade e faleceu depois de um grave quadro de insuficiência renal, provocado por uma reação alérgica intensa.
A missa de corpo presente será celebrada às 16h, na Catedral Nossa Senhora do Rosário, em Penedo (AL). A solenidade será presidida por dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, bispo de Garanhuns (PE) e presidente do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O arcebispo de Maceió (AL), dom Antônio Muniz Fernandes, concelebrará o rito.
Devido às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, apenas padres da diocese de Penedo poderão participar da celebração dentro do templo. A solenidade será transmitida pelas redes sociais das paróquias e comunidades locais. Após a missa, o corpo de dom Valério, que também era presidente da Comissão Regional Pastoral Bíblico-Catequética da CNBB Nordeste 2, será sepultado na catedral.
Internado no Hospital Memorial Arthur Ramos, em Maceió, desde o dia 15 de abril, após sofrer uma acidente vascular cerebral na casa paroquial onde morava em Penedo, dom Valério ficou inicialmente 14 dias na UTI. O bispo continuou o tratamento médico em um apartamento do hospital, mas precisou retornar aos cuidados intensivos no dia 3 de maio depois de apresentar desconforto respiratório.
Dom Valério chegou a ser submetido a sessões de hemodiálise e à ventilação mecânica. O religioso também fez dois exames para detecção do novo coronavírus, ambos, porém, deram negativos para Covid-19.
Na última quarta (10), dom Valério teve uma forte reação alérgica e precisou voltar à ventilação mecânica e ao processo de hemodiálise, não resistindo sete dias depois.
Dados biográficos
Dom Valério Breda nasceu em 24 de janeiro de 1945, em San Fior di Sotto, na Itália. Fez sua profissão religiosa na Congregação Salesiana (Sociedade de São Francisco de Sales, os Salesianos de Dom Bosco) em 16/08/1962 e foi ordenado presbítero em 29 de junho de 1973, em sua cidade natal. Antes do episcopado, dom Valério trabalhou no Liceu Clássico Salesiano de Manfredini di Este, em Padova, e foi encarregado do Centro Juvenil na Paróquia Salesiana de Padova. Já no Brasil, trabalhou na paróquia da Matriz de Camaragibe (PE), entre 1983 e 1993). Foi sócio da Sociedade Brasileira de Canonistas (SBC) e também atuou como superior da Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil, com sede em Recife, entre 1993 e 1997, quando foi nomeado bispo.
Sua nomeação pelo Papa João Paulo II foi em 30 de julho de 1997, já para a diocese de Penedo. A ordenação episcopal foi no dia 19 de outubro daquele ano, em Recife (PE). Dom Valério escolheu como lema “Caritas Christi Urget” (O amor de Cristo pede). Dom Breda, nestes últimos anos, era presidente da Comissão Regional Pastoral Bíblico-Catequética do Regional Nordeste 2 da CNBB. Fonte: https://www.cnbb.org.br
DIOCESE DE PENEDO EM LUTO: Acabou de falecer Dom Valério Breda.
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O bispo da Diocese de Penedo (AL), Dom Valério Breda, 75 anos, faleceu nas primeiras horas desta terça-feira 16, no Hospital Arthur Ramos, em Maceió.
O religioso sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no dia 15 de abril e desde então passava por dificuldades de recuperação.
Dom Valério Breda nasceu no dia 24 de janeiro de 1945, na cidade de San Fior, no norte da Itália. Filho de Antônio e Elizabetta, Dom Valério é da Congregação Salesiana de Dom Bosco.
Veio para o Brasil integrando o Projeto Inspetoria-Irmãs, em 1983, ficando em Matriz de Camaragibem, em Alagoas. Foi inspetor da Inspetoria Salesiana de Recife e o segundo estrangeiro a assumir a diocese penedense, em 1997, onde permanece até os dias atuais.
O religioso foi ordenado bispo em Recife, Pernambuco, em 19 de outubro de 1997, pelo saudoso cardeal Dom Lucas Moreira Neves, Arcebispo de Salvador, na Bahia, Primaz do Brasil e presidente CNBB.
Foram bispos ordenantes; Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, SDB, arcebispo de Maceió e Dom Frei José Cardoso Sobrinho – OC, arcebispo de Recife e Olinda. Sua posse aconteceu em dia 23 de novembro de 1997 na Catedral de Penedo.
Dom Valério era presidente da Comissão Regional Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB NE2).
MORRE PADRE NO RIO DE COVID-19.
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A missa de corpo presente do padre Marcos Vinício será realizada nesta segunda-feira, 15 de junho, às 9h, presidida por Dom Orani, no jardim do Palácio São Joaquim, na Glória. Logo após, o corpo será transladado para Juiz de Fora (MG). A chegada para o velório está prevista para às 13h, no Cemitério Municipal de Juiz de Fora, na Capela 7, seguida de sepultamento, às 16h.
Igreja: Abre ou fecha?
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Abre Igreja, fecha Igreja... Um Olhar de compromisso com a Igreja Povo de Deus. Por Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista, do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Gravação: Mirante do Camorim/ Angra. Convento do Carmo de Angra. 14 de junho-2020. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio
EVANGELHO DO DIA-11ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Segunda-feira, 15 de junho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 38-42)
Naquele tempo disse Jesus: 38Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 39Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. 40Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. 41Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. 42Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado. 43Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo.
3) Reflexão - Mt 5, 38-42
O evangelho de hoje faz parte de uma pequena unidade literária que vai desde Mt 5,17 até Mt 5,48, na qual se descreve como passar da antiga justiça dos fariseus (Mt 5,20) para a nova justiça do Reino de Deus (Mt 5,48). Descreve como subir a Montanha das Bem-aventuranças, de onde Jesus anunciou a nova Lei do Amor. O grande desejo dos fariseus era alcançar a justiça, ser justo diante de Deus. Este é também o desejo de todos nós. Justo é aquele ou aquela que consegue viver no lugar onde Deus o quer. Os fariseus se esforçavam para alcançar a justiça através da observância estrita da Lei. Pensavam que era pelo próprio esforço que poderiam chegar até o lugar onde Deus os queria, Jesus toma posição diante desta prática e anuncia a nova justiça que deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). No evangelho de hoje estamos quase chegando no topo da montanha. Falta pouco. O topo é descrita com a frase: “Sede perfeito como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48), que meditaremos no evangelho de amanhã. Vejamos de perto este último degrau que nos falta para chegar ao topo da Montanha, da qual São João da Cruz diz: “Aqui reinam o silêncio e o amor”.
Mateus 5,38: Olho por olho, dente por dente
Jesus cita um texto da Lei antiga dizendo: "Vocês ouviram o que foi dito: Olho por olho e dente por dente!”. Ele abreviou o texto. O texto inteiro dizia: ”Vida por vida, olho por olho, dente por dente, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Ex 21,23-25). Como nos casos anteriores, também aqui Jesus faz uma releitura inteiramente nova. O princípio “olho por olho, dente por dente” estava na raiz da interpretação que os escribas faziam da lei. Este princípio deve ser subvertido, pois ele perverte e estraga o relacionamento entre as pessoas e com Deus.
Mateus 5,39ª: Não retribuir o mal com o mal
Jesus afirma exatamente o contrário: “Eu, porém, lhes digo: não se vinguem de quem fez o mal a vocês”. Diante de uma violência recebida, nossa reação natural é pagar o outro com a mesma moeda. A vingança pede “olho por olho, dente por dente”. Jesus pede para retribuir o mal não com o mal, mas com o bem. Pois, se não soubermos superar a violência recebida, a espiral da violência tomará conta de tudo e já não haverá mais saída. Lameque dizia: “Por uma ferida recebida, eu matarei um homem, e por uma cicatriz matarei um jovem. Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por setenta e sete” (Gn 4,24). Foi por causa desta vingança extremada que tudo terminou na confusão da Torre de Babel (Gn 11,1-9). Fiel ao ensinamento de Jesus, Paulo escreve na carta aos Romanos: “Não paguem a ninguém o mal com o mal; a preocupação de vocês seja fazer o bem a todos os homens. Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem”. (Rm 12,17.21). Para poder ter esta atitude é necessário ter muita fé na possibilidade da recuperação do ser humano. Como fazer isto na prática. Jesus oferece 4 exemplos concretos.
Mateus 5,39b-42: Os quatro exemplos para superar a espiral da violência
Jesus diz: “Pelo contrário: (1) se alguém lhe dá um tapa na face direita, ofereça também a esquerda! (2) Se alguém faz um processo para tomar de você a túnica, deixe também o manto! (3) Se alguém obriga você a andar um quilômetro, caminhe dois quilômetros com ele. (4) Dê a quem lhe pedir, e não vire as costas a quem lhe pedir emprestado.” (Mt 5,40-42). Como entender estas quatro afirmações? Jesus mesmo nos ofereceu uma ajuda de como devemos entendê-las. Quando o soldado lhe deu uma bofetada numa face, ele não ofereceu a outra. Pelo contrário, ele reagiu energicamente: "Se falei mal, mostre o que há de mal. Mas se falei bem, por que você bate em mim?" (Jo 18,23) Jesus não ensina passividade. São Paulo acredita que, retribuindo o mal com o bem, “você fará o outro corar de vergonha” (Rm 12,20). Esta fé na possibilidade da recuperação do ser humano só é possível a partir de uma raiz que nasce da total gratuidade do amor criador que Deus mostrou para conosco na vida e nas atitudes de Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) Você já sentiu alguma vez uma raiva tão grande de querer aplicar a vingança “olho por olho, dente por dente”? Como fez para supera-la?
2) Será que a convivência comunitária hoje na igreja favorece a ter em nós o amor criador que Jesus sugere no evangelho de hoje?
5) Oração final
Senhor, ouvi minhas palavras, escutai meus gemidos. Atendei à voz de minha prece, ó meu rei, ó meu Deus. É a vós que eu invoco, Senhor. (Sl 5, 2-4)
Como nasceu a tradição do pão de Santo Antônio
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O Reitor da Basílica de Santo Antônio de Pádua, na Itália, Padre Oliviero Svanera, explicou a origem do tradicional pão de Santo Antônio que se entrega em muitos lugares do mundo no dia 13 de junho, dia no qual a Igreja celebra o grande santo.
O Padre Svanera destacou que “o pão de Santo Antônio é sinônimo de caridade. Esta tradição nasceu a partir de um dos milagres do santo, cujo protagonista foi Tomasito, um menino de 20 meses que se afogou em um poço de água”.
O reitor contou que “a mãe desesperada invocou a ajuda do santo e fez uma promessa: se conseguisse esta graça, ia dar aos pobres uma quantidade de pão igual ao peso do menino. E milagrosamente o pequeno voltou a viver”.
De acordo com o Padre, este milagre “deu origem a duas obras fieis ao espírito de Santo Antônio: A primeira é a Obra do Pão dos Pobres, organização antoniana em Pádua responsável por levar alimentos e materiais básicos e assistência às pessoas necessitadas”.
A segunda é referente ao trabalho da “Caritas Antoniana Onlus, organismo de caridade dos frades do santo, que em 2016 apoiou 124 projetos de desenvolvimento em 40 países do mundo, com um total de 2,6 milhões de euros”.
Além disso, o Reitor destacou que a devoção do “‘Santo do Povo’ é universal, talvez porque ele quis considerar o mundo inteiro como sua casa. Nasceu em Portugal, foi ao Marrocos para levar a fé, chegou à Sicília depois de um naufrágio (…) se uniu aos frades de São Francisco que o enviaram à França. Quando voltou para a Itália, se estabeleceu em Pádua, onde morreu em 1231″.
“Dizem que falava uma língua com milhares de sotaques, mas todos compreendiam. E ele era próximo a todos: pobres, pessoas com dificuldade, doentes. Neste ser, irmão de todos, também está a sua universalidade”, afirmou o Padre Svanera.
O reitor do Santuário destacou o exemplo do santo para viver a humildade e a necessidade de superar a “tentação do poder, o orgulho e, como diria o Papa Francisco, o mundanismo”.
** Entrevista do Padre Svanera cedida ao ACI Stampa – agência italiana do Grupo ACI.
Fonte: Acidigital
Fonte: https://misericordia.org.br
EVANGELHO DO DIA-10ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Sexta-feira, 12 de junho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por sua inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 27-32)
27Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. 28Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração. 29Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena. 30E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo inteiro seja atirado na geena. 31Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. 32Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher, a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério.
3) Reflexão - Mt 5, 27-32
No evangelho de ontem, Jesus fez uma releitura do mandamento “Não Matarás” (Mt 5,20-26). No evangelho de hoje, ele faz uma releitura do mandamento “Não cometer adultério”. Jesus relê a lei a partir da intenção que Deus tinha ao proclama-la, séculos atrás, no Monte Sinai. Ele procura o Espírito da Lei e não se fecha dentro da letra. Ele retoma e defende os grandes valores da vida humana que estão por de trás de cada um dos Dez Mandamentos. Ele insiste no amor, na fidelidade, na misericórdia, na justiça, na veracidade, na humanidade (Mt 9,13; 12,7; 23,23; Mt 5,10; 5,20; Lc 11,42; 18,9). O resultado da observância plena da Lei de Deus é a humanização perfeita da vida. A observância da Lei humaniza a pessoa. Em Jesus aparece aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus tomar conta da sua vida. O objetivo último é unir os dois amores, a construção da fraternidade em defesa da vida. Quanto maior a fraternidade, tanto maior será a plenitude da vida e maior a adoração das criaturas todas ao Deus Criador e Salvador.
No evangelho de hoje, Jesus olha de perto o relacionamento mulher e homem no casamento, a base fundamental da convivência em família. Havia um mandamento que dizia: “Não cometer adultério”, e um outro que dizia: “Quem se divorciar da sua mulher lhe dê uma certidão de divórcio”. Jesus retoma os dois e lhes dá um novo sentido.
Mateus 5,27-28: Não cometer adultério
O que pede de nós este mandamento? A resposta antiga era esta: o homem não pode dormir com a mulher do outro. É o que exigia a letra do mandamento. Mas Jesus vai além da letra e diz: “Eu, porém, lhes digo: todo aquele que olha para uma mulher e deseja possuí-la, já cometeu adultério com ela no coração”. O objetivo do mandamento é a fidelidade mútua entre o homem e a mulher que assumiram viver juntos como casados. E esta fidelidade só será completa, se os dois souberam manter a fidelidade mútua até no pensamento e no desejo e se souberem chegar a uma total transparência entre si.
Mateus 5,29-30: Arrancar o olho e cortar a mão
Para ilustrar o que acaba de dizer Jesus traz uma palavra forte que ele usou também em outra ocasião quando tratava do escândalo aos pequenos (Mt 18,9 e Mc 9,47). Ele diz: “Se o olho direito leva você a pecar, arranque-o e jogue-o fora! É melhor perder um membro, do que o seu corpo todo ser jogado no inferno”. E ele afirma o mesmo a respeito da mão. Estas afirmações não podem ser tomadas ao pé da letra. Elas indicam a radicalidade e a seriedade com que Jesus insiste na observância deste mandamento.
Mateus 5,31-32: A questão do divórcio
Ao homem era permitido dar uma certidão de divórcio para a mulher. Jesus dirá no Sermão da Comunidade que Moisés o permitiu por causa da dureza do coração do povo (Mt 19,8). “Eu, porém, lhes digo: todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por causa de fornicação, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada, comete adultério". Muita discussão já foi feita em torno deste assunto. Baseando-se nesta afirmação de Jesus, a igreja oriental permite o divórcio no caso de “fornicação”, isto é, de infidelidade. Outros dizem que, aqui, a palavra fornicação traduz um termo aramaico ou hebraico zenuth que indicava um casamento dentro de um grau parentesco proibido. Não seria um casamento válido.
Qualquer que seja a interpretação correta desta palavra, o que importa é ver o objetivo e o sentido geral das afirmações de Jesus na nova leitura que ele faz dos Dez Mandamentos. Jesus aponta um ideal que deve estar sempre diante dos meus olhos. O ideal último é este: “ser perfeito como o pai de céu é perfeito” (Mt 5,48). Este ideal vale para todos os mandamentos revistos por Jesus. Na releitura do mandamento “Não cometer adultério“, este ideal se traduz na total e radical transparência e honestidade entre marido e mulher. Ninguém nunca vai poder dizer: “Sou perfeito como o Pai do céu é perfeito”. Estaremos sempre abaixo da medida. Nunca vamos poder merecer o prêmio pela nossa observância que sempre será abaixo da medida. O que importa é manter-se na caminhada, manter o ideal diante dos olhos, sempre! Mas ao mesmo tempo, como Jesus, devemos saber aceitar as pessoas com a mesma misericórdia com que ele aceitava as pessoas e as orientava para o ideal. Por isso, certas exigências jurídicas da igreja hoje, como por exemplo, não permitir a comunhão a pessoas que vivem em segundas núpcias, parecem mais com os fariseus do que com a atitude de Jesus. Ninguém aplica ao pé da letra a explicação do mandamento “Não Matar”, onde Jesus diz que todo aquele que chama seu irmão de idiota merece o inferno (Mt 5,22). Pois neste caso, todos já teríamos viagem garantida até lá e ninguém se salvaria. Por que a doutrina nossa usa medidas diferentes no caso do quinto e do nono mandamento?
4) Para um confronto pessoal
1) Você consegue viver a total honestidade e transparência com as pessoas do outro sexo?
2) Como entender a exigência “ser perfeito como o Pai celeste é perfeito”?
5) Oração final
A vossa face, ó Senhor, eu a procuro. Não escondais de mim vosso semblante, não afasteis com ira o vosso servo. Vós sois o meu amparo, não me rejeiteis. Nem me abandoneis, ó Deus, meu Salvador. (Sl 26, 8-9)
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