AO-VIVO: SANTA MISSA COM FREI PETRÔNIO. 17º Domingo do Tempo Comum.
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AO-VIVO: SANTA MISSA COM FREI PETRÔNIO. 17º Domingo do Tempo Comum. "Oração não é palavra, rito ou mágica. Oração é vida". Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, Rio de Janeiro.
*BEATO FREI TITO BRANDSMA: Perfil humano-Espiritual-Carmelitano.
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Frei Emanuele Boaga, O.Carm e Augusta de Castro Cotta, Cdp
Características psicológicas
O ambiente familiar, aliado aos dons naturais - notável bagagem de qualidades humanas - foi propício ao desabrochamento da rica personalidade de nosso Tito. Um seu biógrafo afirma: ‘Tito possui um físico gracioso e frágil, uma saúde não muito boa, mas um caráter vigoroso, feito de aço nobre e resistente’. Ele mesmo se define como um ‘otimista nato’. Era dotado de grande autocontrole, sempre se apresentando de bom humor, mesmo nos momentos de sofrimentos físicos (sofreu pelo menos quatro hemorragias intestinais). Mantém sempre a calma e a serenidade, revelando grande equilíbrio em todos os seus momentos. Sem sentimentalismos é cordial no trato, paciente para com todos, capaz de respeitar sempre as opiniões contrárias à sua, embora não abrisse mão de suas convicções profundas. É interessante o testemunho do policial que o interrogou; ‘Não se pode esperar que o Pe. Tito mude de opinião, por isso o considero um homem perigoso’. E outro testemunha de vida afirmou: ‘Pe. Tito é um homem bom, mas quando necessário sabe ser enérgico’.
Tem uma elevada cultura que alia a um jeito humilde e simples de ser. Jamais usa sua sabedoria para vangloriar-se ou sobressair-se sobre os demais. Nas constantes viagens de trem, feitas em razão de seu serviço, escolhe sempre, de forma natural, a terceira classe.
É dotado de enorme sentido de humor. Tudo nele é simples, sóbrio, sem nenhuma ostentação. Sua aparência é sempre a de uma pessoa comum, ainda que alguém tenha testemunhado sobre ele: ‘Era uma pessoa extraordinariamente fora do comum”. Isto é confirmado por outras afirmações, como: ‘O contato com Frei Tito tinha um efeito calmante’. ‘Era um homem ‘sui generis’, com um grande coração’, atesta outra pessoa que com ele conviveu.
Esta rica personalidade humana é animada por uma fé inabalável, intensa, profunda, encarnada em seu dia-a-dia, herdada da família e aprofundada na formação. Tal experiência é alimentada pela oração e gera nele um filial abandono ao Senhor e à Sua Vontade. Gostava de repetir: ‘Devemos deixar que o Senhor faça sempre em nós o que lhe apraz’ e ‘Deus terá sempre a última palavra, já que em suas mãos podemos ter a certeza de que estamos seguros’.
Pode-se dizer que Frei Tito teve as seguintes e fortes características que o tornam uma personalidade marcante:
Vida social: pertencia às minorias sociais de seu país. Sua família encontra-se entre os 10% de católicos da sua região. Ao aprofundar seus conceitos filosóficos descobre o valor da pessoa humana e seus direitos. Sob esta luz vai encarar a relação com as diversas minorias de seu país: não lutando contra qualquer delas, porém, tudo empreendendo para elevar todas à sua própria dignidade humano-espiritual.
Vida eclesial: era católico com prática séria da vida eclesial: sensibilidade para com os problemas de seu tempo, participação ativa e criativa na vida da igreja. Sabia unir o amor e o serviço à Igreja ao amor e serviço ao ser humano. Sente-se, como Santa Teresa, ‘filho da Igreja’. Para servi-la, funda escolas, dedica-se ao magistério, torna-se jornalista atuante, procurando por estes meios difundir a fé. Esta dedicação o levou ao martírio.
Vocação carmelita: revelou grande empenho na observancia regular, vivendo com entusiasmo a espiritualidade e a mística carmelitanas, cuidando com verdadeiro carinho de tudo o que dizia respeito ao Carmelo, destacando-se no amor à Eucaristia e a Nossa Mãe. Dedicou-se a entusiasmar os co-irmãos para o estudo e a promoção da presença carmelitana na Igreja e na sociedade de seu tempo. Viveu intensamente os valores carmelitanos.
BIOGRAFIA
Nasceu em Bolsward, Holanda, em 1881. Filho de uma família católica. Devoto fervoroso de Nossa Senhora, decide entrar na Ordem do Carmo. Ordena-se em 1905. Inteligente e sempre dedicado aos estudos, ele revela uma admirável vocação para o jornalismo. Escreve artigos para jornais e revistas. Em Roma, doutora-se em filosofia e Sociologia. Ao voltar para a Holanda, torna-se professor, escritor, pregador e editor de revista. Em 1932, é eleito Reitor da Universidade Católica de seu País. Escreve o livro “Exercícios Bíblicos com Maria para chegar a Jesus”, um pequeno tratado de Mariologia. Esta publicação é fruto de suas orações e meditações que ele jamais descuidava, apesar de sua intensa atividade apostólica: missões, união das igrejas, escola e educação católica, meios de comunicação.
Os problemas começaram quando os nazistas invadem a Holanda, em 1940. Na época, Frei Tito era Presidente da União dos Jornalistas Católicos. Protestou corajosamente contra a invasão. Foi preso dia 19 de janeiro de 1942. Passou pelos presídios de Scheveninguem, Amersfoort, Kleve e Dachau. Foi espancado, submetido à fome e ao frio. Nos interrogatórios deu testemunho de fé, de suas convicções católicas em defesa da justiça. Foi um exemplo de ânimo, de paciência até para aqueles que eram inimigos de sua religião. Seu corpo serviu de cobaia para experiências bioquímicas. Esteve em estado de coma durante dois dias. Antes de morrer, exclamou: “Faça-se a Tua vontade, não a minha”. Faleceu a 27 de julho de 1942, aos 61 anos. Foi beatificado dia 3 de novembro de 1985, pelo Papa João Paulo II.
*Curso de Formação Carmelitana em módulos. Módulo VI - Testemunhas da Vivência Carmelitana. São João del Rei – MG. 2003
Quinta-feira 25, Festa de São Tiago Apóstolo
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que pelo sangue de São Tiago consagrastes as primícias dos trabalhos Apostólicos, concedei que a vossa igreja seja confirmada pelo seu testemunho e sustentada pela sua proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 20, 20-28)
20A mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, aproximou-se de Jesus e prostrou-se para lhe fazer um pedido. 21Ele perguntou: “Que queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. 22Jesus disse: “Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23“Sim”, declarou Jesus, “do meu cálice bebereis, mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda não depende de mim. É para aqueles a quem meu Pai o preparou”. 24Quando os outros dez ouviram isso, ficaram zangados com os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os e disse: “Sabeis que os chefes das nações as dominam e os grandes fazem sentir seu poder. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, 27e quem quiser ser o primeiro entre vós, seja vosso escravo. 28Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos”.
3) Reflexão (Mateus 20,20-28)
Jesus e os discípulos estão a caminho de Jerusalém (Mt 20,17). Jesus sabe que vão matá-lo (Mt 20,8). O profeta Isaías já o tinha anunciado (Is 50,4-6; 53,1-10). Sua morte não será fruto de um destino cego ou de um plano já preestabelecido, mas será conseqüência do compromisso livremente assumido de ser fiel à missão que recebeu do Pai junto aos pobres da sua terra. Jesus já tinha avisado que o discípulo deve seguir o mestre e carregar sua cruz atrás dele (Mt 16,21.24), Mas os discípulos não entendiam bem o que estava acontecendo (Mt 16,22-23; 17,23). O sofrimento e a cruz não combinavam com a idéia que eles tinham do messias.
Mateus 20,20-21: O pedido da mãe dos filhos de Zebedeu
Os discípulos não só não entendem, mas continuam com suas ambições pessoais. A mãe dos filhos de Zebedeu, como porta-voz de seus dois filhos Tiago e João, chega perto de Jesus para pedir um favor: "Promete que meus dois filhos se sentem, um à tua direita e o outro à tua esquerda, no teu Reino". Eles não tinham entendido a proposta de Jesus. Estavam preocupados só com os próprios interesses. Isto reflete as tensões nas comunidades, tanto no tempo de Jesus e de Mateus, como hoje nas nossas comunidades.
Mateus 20,22-23: A resposta de Jesus
Jesus reage com firmeza. Ele responde aos filhos e não à mãe: "Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso, vocês podem beber o cálice que eu vou beber?" Trata-se do cálice do sofrimento. Jesus quer saber se eles, em vez do lugar de honra, aceitam entregar sua vida até à morte. Os dois respondem: “Podemos!” Era uma resposta sincera e Jesus confirma: "Vocês vão beber do meu cálice”. Ao mesmo tempo, parece uma resposta precipitada, pois, poucos dias depois, abandonaram Jesus e o deixaram sozinho na hora do sofrimento (Mt 26,51). Eles não têm muita consciência crítica, nem percebem sua realidade pessoal. E Jesus completa: “Não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou esquerda. É meu Pai quem dará esses lugares àqueles para os quais ele mesmo preparou". O que ele, Jesus, tem para oferecer é o cálice do sofrimento da cruz.
Mateus 20,24-27: Entre vocês não seja assim
“Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram com raiva dos dois irmãos”. O pedido que a mãe fez em nome dos dois, provocou briga e discussão no grupo. Jesus os chamou e falou sobre o exercício do poder:"Vocês sabem: os governadores das nações têm poder sobre elas, e os grandes têm autoridade sobre elas. Entre vocês não deverá ser assim: quem de vocês quiser ser grande, deve tornar-se o servidor de vocês; e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se servo de vocês. Entre vocês não deve ser assim! Quem quiser ser o maior, seja o servidor de todos!”. Naquele tempo, os que detinham o poder não prestavam conta ao povo. Agiam conforme bem entendiam (cf. Mc 14,3-12). O império romano controlava o mundo e o mantinha submisso pela força das armas e, assim, através de tributos, taxas e impostos, conseguia concentrar a riqueza dos povos na mão de poucos lá em Roma. A sociedade era caracterizada pelo exercício repressivo e abusivo do poder. Jesus tem outra proposta. Ele traz ensinamentos contra os privilégios e contra a rivalidade. Inverte o sistema e insiste na atitude de serviço como remédio contra a ambição pessoal. A comunidade deve preparar uma alternativa. Quando império romano desintegrar, vítima das suas próprias contradições internas, as comunidades deverão estar preparadas para oferecer ao povo um modelo alternativo de convivência social.
Mateus 20,28: O resumo da vida de Jesus
Jesus define a sua vida e a sua missão: “O Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir, e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos”. Nesta auto-definição de Jesus estão implicados três títulos que o definem e que eram para os primeiros cristãos o início da Cristologia: Filho do Homem, Servo de Javé e Irmão mais velho (Parente próximo ou Goêl). Jesus é o messias Servidor, anunciado pelo profeta Isaías (cf. Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). Aprendeu da mãe que disse: “Eis aqui a serva do Senhor!”(Lc 1,38). Proposta totalmente nova para a sociedade daquele tempo.
4) Para um confronto pessoal
1-Tiago e João pedem favores, Jesus promete sofrimento. E eu, o que busco na minha relação com Deus e o que peço na oração? Como acolho o sofrimento que acontece na vida e que é o contrário daquilo que pedimos na oração?
2-Jesus diz: “Entre vocês não deve ser assim!” Nosso jeito de viver na comunidade e na igreja está de acordo com este conselho de Jesus?
5) Oração final
Então se comentava entre os povos: “O Senhor fez por eles maravilhas”. Maravilhas o Senhor fez por nós, encheu-nos de alegria. (Sl 125, 2-3)
Fotografia e liturgia: o Sagrado rompe as barreiras da visão
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O fotógrafo que se dispõe a registrar uma ação litúrgica, precisa conhecê-la e, conhecendo-a, verdadeiramente a amará. Artigo sobre fotografia nos espaços litúrgicos.
Fernando Nunes - Londrina
“A liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com ritos, na Igreja e pela Igreja, se exerce e prolonga a obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a santificação dos homens e a glorificação de Deus (SC 7). ”
Quando fotografamos uma celebração litúrgica (casamento, batizado, missa), buscamos “capturar” dos sinais e símbolos litúrgicos aquilo que os olhos não podem ver. As lentes da câmera ajudam romper as barreiras impostas pelas limitações humanas e fazer uma experiência do céu.
O sentido da visão humana unida ao sentido da fé é algo essencial para enxergar as realidades sobrenaturais que não vemos, mas que estão implícitas em toda a criação. Devemos, portanto, “treinar os olhos da alma”, deixar que a fé venha, por suplemento, os sentidos completar, como diz São Tomás de Aquino.
“A liturgia da Igreja pressupõe, integra e santifica elementos da criação e da cultura humana, conferindo-lhes a dignidade de sinais da graça, da nova criação em Cristo Jesus (CIC, n. 1149). ”
Para criar imagens que reflitam verdadeiras experiências de fé, primeiro, é preciso vivenciar pessoalmente essas experiências, pois, corre-se o risco de obter uma imagem qualquer, vazia de significado.
Portanto, o fotógrafo que se dispõe a registrar uma ação litúrgica, precisa conhecê-la e, conhecendo-a, verdadeiramente a amará. Assim nos diz Santo Agostinho: "Só se ama aquilo que se conhece". O tema “fotografia e liturgia” está entre as dúvidas mais frequentes dos fotógrafos. Obter orientações para sanar as dúvidas e realizar um bom trabalho como fotógrafo é de suma importância, sem esquecer, é claro, a maior de todas as regras: o amor.
Conhecer e amar
Para sanar as muitas dúvidas sobre a fotografia no âmbito litúrgico, é preciso saber que a liturgia precede a fotografia. Antes de nos preocupar com o “clique”, devemos estudar, conhecer profundamente a Liturgia. Esse é o primeiro passo, o remédio para muitas de nossas dúvidas.
Preocupar-se somente com o que fazer, com a regência do “posso ou não posso” demonstra o quanto podemos ser superficiais. Quando “mergulho” com profundidade naquilo que estou fotografando (rito, espaço, etc) acontece uma mudança, não somente da postura, como de toda a escrita da fotografia: a imagem torna-se religiosa, ou seja, uma imagem que nos religa ao sagrado.
Cristo é o centro da Liturgia e não podemos, com nosso descuido e indiscrição também chamado de “ruídos litúrgicos” –, antepor a Ele. Assim como na liturgia, também na fotografia, quando algo de indesejado aparece em sua composição visual, chamamos de “ruído fotográfico”. Será que em muitos casos, não estamos nós, durante nosso trabalho, sendo “ruídos litúrgicos”?
O fotógrafo deve “desaparecer” durante a ação litúrgica, fazendo com que durante o seu trabalho, brilhe Aquele que é o centro da nossa existência: “É preciso que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3,30).
Regras quanto a fotografia no espaço litúrgico
Acredito que este seja o tema mais esperado nesta matéria. Entretanto, devemos respeitar a hierarquia da Igreja, cada diocese e/ou paróquia tem suas regras sobre o assunto. A responsabilidade primeira são dos Bispos e párocos, conforme nos ensina o Código de Direito Canônico:
“ Exercem o múnus de santificar, primeiramente os Bispos, que são os grandes sacerdotes, principais dispensadores dos mistérios de Deus e dirigentes, promotores e guardiães de toda a vida litúrgica na Igreja que lhes foi confiada (cân. 835 §1); [...] Sob a autoridade do Bispo diocesano, o pároco deve dirigir a liturgia em sua paróquia e é obrigado a cuidar que nela não se introduzam abusos (cân. 528 §2). ”
Para saber sobre as orientações para fotógrafos durante as celebrações litúrgicas numa Igreja/paróquia orientamos procurar, antecipadamente, o pároco ou o coordenador da Pascom.
Nesse sentido, apresentamos alguns conselhos importantes sobre a fotografia no espaço litúrgico:
1º- Sentido do Sagrado
Nisto se diferencia o bom fotógrafo: ter consciência que nas celebrações litúrgicas o Senhor está presente! Fotografar no ambiente sacro não é a mesma coisa que fotografar em qualquer outro local, onde o objeto do clique são as pessoas, valendo-se tudo por um clique. O objetivo da Fotografia Religiosa no espaço litúrgico é deixar Cristo resplandecer.
2º- Respeito e empatia
Ter respeito com os irmãos que estão ali celebrando, vivendo sua intimidade com Deus e não para serem fotografados. Um momento que muitas vezes pode parecer bonito aos nossos olhos, como por exemplo, uma pessoa chorando, pode ser, para aquele que está sendo fotografado um momento de dor. Naquele momento a fotografia torna-se algo inconveniente.
Uma dica respeitosa que damos é a de colocar um aviso no Datashow, discreto, mas que diga que a Pascom estará registrando durante aquela celebração dando a liberdade para aqueles que não querem ser fotografados que procurem os agentes da pastoral para informa-los. Também é importante informar onde serão disponibilizadas as imagens.
Os fotógrafos também devem vestir-se de maneira discreta, evitando bermudas, roupas decotadas, e cores chamativas. Pode-se usar o uniforme da Pascom ou roupas brancas.
3º- Escondimento
O fotógrafo deve ser o mais discreto possível, movimentos modestos, evitar cruzar o corredor de um lado para o outro sem reverência ou bruscamente. Estabeleça pontos para que possa fazer um bom registro sem chamar atenção; caso estejam trabalhando em equipe, dividam-se em pontos laterais. Movimente-se quando a assembleia estiver em pé.
4º- Lugares celebrativos
Toda a área do presbitério (lugar onde encontra-se o altar, o ambão, a sede e o sacrário), deve ser evitada. No presbitério, procure formas de fotografar que não sejam invasivas, para não nos transformarmos em “ruídos litúrgicos”.
5º- As partes mais sagradas do rito
Evitar excessos ao fotografar a proclamação das leituras e do Evangelho; durante a Oração Eucarística, especialmente na consagração e elevação das espécies eucarísticas e durante a distribuição da comunhão.
Nestes momentos devemos nos concentrar com máxima sacralidade e silêncio, devemos ser objetivos, com poucos cliques e com muito discernimento. Outro ponto importante: durante a homilia devemos sentar e ouvir. Fotografar neste momento pode desviar a atenção do sacerdote e das pessoas.
Com essas palavras de São Paulo VI convido os meus irmãos fotógrafos a meditar diante da grandeza em que estamos ao fotografar a Santa Missa:
“Talvez vos possa parecer que a Liturgia está feita de coisas pequenas: atitudes do corpo, genuflexões, inclinações de cabeça, movimentos do incensório, do missal, das galhetas. É então que se devem recordar aquelas palavras do Cristo no Evangelho: quem é fiel no pouco sê-lo-á no muito (Lc 16, 16). Por outro lado, nada é pequeno na Santa Liturgia, quando se pensa na grandeza daquele a quem se dirige”
*Fernando Nunes é criador e professor da Técnica de Fotografia Religiosa.
Fonte: www.vaticannews.va
200 mil católicos abandonaram a Igreja na Alemanha em 2018
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Segundo dados revelados pela Conferência dos Bispos alemães, 430 mil católicos e protestantes abandonaram suas respectivas Igrejas em 2018.
Em 2018, a Igreja Católica na Alemanha perdeu 216.078 membros, enquanto nas Igrejas protestantes a perda foi de cerca 220 mil membros. Os dados foram divulgados na última sexta-feira, 19, pela Conferência Episcopal Alemã.
Os membros da Igreja Católica na Alemanha são 23.002.128 e representam 27,7% da população alemã. As estatísticas divulgadas falam de uma Igreja que, nas 27 dioceses e arquidioceses em que está subdividido o país, vive nas 10.045 paróquias (com uma redução em relação a 2017, quando eram 10.191, devido às redefinições em andamento nas dioceses).
Os sacerdotes são 13.285 (13.560 no ano anterior), dos quais 6.672 são sacerdotes diocesanos. Para auxiliá-los no ministério pastoral existem 3.327 diáconos permanentes (mais 19 do que em 2017), 3.273 assistentes pastorais (dos quais 1.495 são mulheres e 1.778 homens) e 4.537 assistentes de comunidades (3.558 mulheres, 979 homens - menos 20 em relação a 2017). Já os religiosos são 3.668 religiosos e as religiosas 14.357.
Houve um ligeiro aumento no número de matrimônios (42.789 em 2018, enquanto em 2017 foram 42.523). Os batismos foram 167.787 (em 2017 eram 169.751), as Primeiras Comunhões 171.336 (178.045 em 2017) e os sepultamentos católicos 243.705 (243.824 em 2017).
Por outro lado, passaram a fazer parte da Igreja 2.442 pessoas (em 2017: 2.647) e retornaram a ela após um período de abandono 6.303 (6.685 em 2017).
O dado que mais chama a atenção, no entanto, é o número daqueles que decidiram "deixar" a Igreja: foram 216.078 pessoas em 2018, contra as 167.504 no ano anterior.
A brochura publicada é mais detalhada, trazendo todos os dados diocese por diocese. Fonte: https://www.vaticannews.va
Religiosas e sacerdotes presos nos EUA no protesto contra políticas migratórias
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Religiosas e sacerdotes presos nos EUA no protesto contra políticas migratórias
Uma manifestação de desobediência civil organizada no Senado dos Estados Unidos resultou na prisão de alguns religiosos. O protesto foi promovido pelo Colomban Center para a defesa e a sensibilização, pela Conferência dos Superiores Maiores do sexo masculino, pela Conferência Jesuíta do Canadá e dos EUA, pela Conferência das Religiosas dos Estados Unidos, pela Pax Christi EUA, entre outros, contra as políticas de imigração implementadas na fronteira, em particular as medidas contra as crianças.
Os manifestantes entraram no Salão Oval do Senado tendo em mãos fotos de crianças migrantes que morreram em instalações de custódia do governo federal. Pouco antes, no gramado externo, haviam rezado, ouvido testemunhos de migrantes aterrorizados com a ideia de perder seus filhos e lido as mensagens dos bispos presentes em apoio ao protesto.
Ignorando as advertências dos agentes, segundo a agência de notícias Sir, cinco dos ativistas deitaram-se no piso do Capitólio formando uma cruz humana. Em coro, entoavam os nomes das pequenas vítimas: "Darlyn, Jakelin, Felipe, Juan, Wilmer, Carlos".
A polícia teve que intervir, prendendo alguns dos manifestantes enquanto deitados entoavam cânticos. Foram algemadas freiras, membros de paróquias e outros líderes católicos, retirados enquanto recitavam a Ave Maria.
Entre os 70 presos, está a Irmã Pat Murphy, de 90 anos, que trabalha com migrantes e refugiados em Chicago e que há 13 anos organiza, todas as sextas-feiras, vigílias de oração em frente à agência de migração.
"O tratamento dos migrantes deveria ofender todas as pessoas de fé", reiterou Irmã Pat, apoiada pela Irmã Ann Scholz, da Conferência das superioras das religiosas estadunidenses. "Estamos aqui porque o Evangelho nos obriga a agir e estamos indignadas com o horrível tratamento reservado às famílias, em particular, às crianças", afirmaram.
"Luzes pela liberdade"
A manifestação de quinta-feira, 18, é apenas uma das tantas ocorridas em várias cidades em todo o país desde o último sábado. O anúncio da ação dos agentes imigratórios mobilizou centenas de pessoas de todas as religiões, que juntas, pedem uma mudança radical nas leis de migração e o fim da detenção de migrantes em centros de detenção na fronteira com o México, onde as imagens de crianças imigrantes, separadas de suas famílias e mantidas em uma espécie de gaiolas e áreas com cercas, completamente insalubres, indignaram a nação.
"Luzes pela liberdade" é o nome dado a esses protestos, que têm como símbolo a Estátua da Liberdade, um ícone da acolhida de imigrantes nos Estados Unidos.
Manifestantes da religião judaica também são presos
Na terça-feira passada, escreve Maddalena Maltese em seu artigo, dez manifestantes judeus também foram presos: a acusação foi que eles tinham entrado ilegalmente no hall da sede da Agência para controle de fronteiras e da imigração em Washington, enquanto outros 100 ativistas criaram uma barreira humana, todos de mãos dadas, na frente das portas e garagens do prédio, com o objetivo de interromper as operações de limpeza feitas por agentes da imigração.
Basta de ódio contra os refugiados
O cardeal de Nova York Timothy M. Dolan, após a Missa dominical celebrada na Capela de Santa Francisca Cabrini, padroeira dos imigrantes, denunciou a atitude geralmente negativa em relação aos refugiados e requerentes de asilo, precisamente em um país que, por definição, “é nação de imigrantes ".
O purpurado reconheceu com dor que existem "muitos lugares" onde "os refugiados são objeto de ódio e de malícia".
Ameaças de deportação são cruéis
No Texas, o bispo de Brownsville, Daniel Flores, disse que "as ameaças de deportação são cruéis para as famílias e crianças, e que a separação dos pais de seus filhos, sem sequer a possibilidade de comparecer no tribunal, é reprovável".
"As leis – acrescentou – deveriam tratar famílias e crianças de maneira diferente de como são tratados os chefões do tráfico".
Por fim, o diretor executivo da Rede de Solidariedade Inaciana, Christopher Kerr, explicou que os grupos e paróquias associados aos jesuítas no serviço aos migrantes, distribuíam manuais de emergência durante as Missas em espanhol , e muitas paróquias declararam-se "santuários" para garantir a segurança das famílias que teriam pedido acolhida.
( Com informações de Maddalena Maltese, de New York – Agência Sir). Fonte: www.vaticannews.va
16º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Saibamos acolher Deus em nossa casa
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Abraão e Sara souberam acolher com generosidade os três viajantes, mesmo sem os conhecerem. Cena que vai mais além de um quadro simplesmente doméstico, pois foi o próprio Deus quem neles se manifestou. Marta e Maria também souberam receber Jesus, cada uma a seu modo. Escutar sua Palavra é o que importa. Acolher a Palavra sim, mas o que vem antes: servir os irmãos ou acolher a Palavra? É um falso dilema este. Somos convidados a ser Marta e Maria ao mesmo tempo. Caridade e contemplação exigem-se mutuamente.
A reflexão é de Marcel Domergue (+1922-2015), jesuíta francês, publicada no sítio Croire, comentando o evangelho do 16º Domingo do Tempo Comum - Ciclo C (21 de julho de 2019). A tradução é de Francisco O. Lara, João Bosco Lara e José J. Lara.
Referências bíblicas:
1ª leitura "Meu Senhor,... não prossigas viagem sem parar junto a mim, teu servo" (Gênesis 18,1-10).
Salmo: Sl. 14(15) - R/ Senhor, quem morará em vossa casa?
2ª leitura: "O mistério escondido por séculos e gerações, mas agora revelado" (Colossenses 1,24-28).
Evangelho: "Marta recebeu-o em sua casa. ... Maria escolheu a melhor parte" (Lucas 10,38-42).
Um texto difícil
Temos visto muitas vezes Marta ser apresentada como imagem da ação e sua irmã, Maria, da contemplação. Também se fala muito de superioridade do "espiritual" em relação ao "material". Ora, por certo, “nem só de pão vive o homem” (Lucas 4,4), mas os que são espirituais devem também sentar-se à mesa, assim como os "intelectuais" que têm a tendência de desprezar os trabalhadores "manuais". Só que, sem estes, aqueles não sobreviveriam. Ou, então, podemos ir para o lado da psicologia: o que Jesus repreende em Marta não é que ela se esforçasse em preparar a refeição, mas que se inquietasse e se agitasse, por medo de não estar fazendo o suficiente. Notemos a oposição entre "muitas coisas" (no versículo 41) e "uma só coisa" (no versículo 42). Tratando-se duma refeição, o texto brinca com as imagens de "muitos pratos” e de “um só". A partir deste sentido imediato, Jesus quer fazer-nos compreender algo mais importante: esta "uma só coisa" de que fala não é da mesma natureza daquelas "muitas coisas" que inquietam Marta. Estaríamos assim voltando à oposição entre material e espiritual? Não, porque ficamos sabendo que o material é suporte e expressão do espiritual, que o espírito passa pelo corpo e o impregna; que servir ao Cristo, sendo uma realidade espiritual, passa pelo dom do pão para quem tem fome... É o próprio Cristo quem nos dá a sua carne e o seu sangue, realidades corporais, através do pão e do vinho! Mas, então, qual é o problema que existe na oposição entre as "muitas coisas" e "uma só coisa"?
O alimento inaugural
Foi Marta quem recebeu Jesus (versículo 38). Sendo assim, entende caber a ela dar a Jesus o alimento, o trabalho etc. Ela é quem vai dar e Jesus, quem recebe. Façamos a transposição: recebemos a visita de Deus. Isto O coloca na condição de nosso hóspede, sendo verdade que Ele então se manifesta como quem tem necessidade de nós (cf. Mateus 25, João 4, João 21...). O que dá o que pensar, pois, à força de insistirmos na gratuidade do ato criador e da vinda do Cristo, nunca chegamos a compreender que há em Deus a "necessidade" de que nós existamos. E a isto se diz: ser Amor. Em Deus, a necessidade de dar e a gratuidade do dom tornam-se uma só coisa. Para resumir, Jesus tem necessidade de Marta, e esta, aliás, só pode dar o que recebeu. Quanto a Maria, está posicionada no tempo do "receber", do alimentar-se da Palavra que faz existir: do tempo original e fundador. Aí é Deus quem dá o pão da vida, o alimento inaugural. Maria, que escuta aos pés de Jesus, é a imagem do ser humano que faz da Palavra a sua substância. Foi esta a "porção" que Maria escolheu, o alimento que se obtém sem trabalho: basta sentar e deixar-se invadir pelo "que sai da boca de Deus". Mas será que podemos contrapor este alimento aos alimentos terrestres? Busquemos reconciliar Marta e Maria.
As duas irmãs
Marta mantém-se na posição (em) de quem se dá a Deus o que o próprio Deus já nos tem dado. É um pouco o esquema do Ofertório Eucarístico: "Bendito sejais (...) pelo pão que recebemos (trata-se do pão de cada dia, que já vem de Deus), fruto da terra e do trabalho humano (vem de fato de Deus, mas através do nosso trabalho sobre a natureza: Deus concedeu à terra e aos homens, sua imagem e semelhança, serem criadores) que agora vos apresentamos (é onde está Marta, que vai oferecer ao Cristo o fruto do seu trabalho)." Jesus repreende Marta porque sua agitação sinaliza estar esquecendo que só pode dar o que recebeu. Mas, tomando-se como a fonte do dom, tem medo de não fazê-lo suficientemente. Em lugar da Ação de graças, sofre a angústia de não estar à altura. Jesus vem então ajudá-la, não lhe enviando Maria, mas tirando-lhe a necessidade de fazer "tantas coisas". Também ela pode "entrar em repouso". Acontece que em nossa vida temos fases de Marta e fases de Maria, o que Santo Agostinho fez notar a propósito de seu trabalho de bispo. O segredo é viver as ocupações necessárias, mesmo aquelas de lazer, com a mesma atitude de Maria, ou seja, recebendo-as como dons de Deus. Então o que recebemos muda de natureza ("para nós vai se tornar o pão da vida", diz o Ofertório). Através das "coisas", o que recebemos é o próprio Ser de Deus, a Palavra criadora que nos faz existir. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
16º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Trabalho contemplativo
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“Maria sentou-se aos pés do Senhor, e escutava sua palavra” (Lc 10,39).
A reflexão bíblica é elaborada por Adroaldo Palaoro, padre jesuíta, comentando o evangelho do 16° Domingo do Tempo Comum - Ciclo C (21/07/2019) que corresponde ao texto bíblico de Lucas 10,38-42.
Neste domingo, a liturgia nos desloca até Betânia, a viver Betânia, a ser Betânia, lugar de acolhida e hospitalidade; ali somos convidados a entrar em casa de Marta e Maria, junto com Jesus, para deixar-nos impactar por tudo o que acontece nesse ambiente tão familiar e humano.
Betânia, “casa do pão”, simboliza um lugar de nutrientes, de alimento em sentido amplo: afeto, distensão, sensibilidade, cuidados, atenção, presença e ternura.
Para Jesus, Betânia é um lugar de intimidade e de descobertas; busca acolhida na casa das duas irmãs, nesse anseio tão humano de companhia, hospitalidade e contato. É frente às suas amigas de Betânia que Jesus deixa transparecer, de um modo mais explícito, a dimensão feminina de sua vida.
Quando Jesus passa e se permite o encontro, as pessoas são transformadas. Ao hospedar-se na casa de Marta e Maria surge a novidade: uma mulher senta-se aos pés do mestre em horário dos trabalhos domésticos. As palavras de Jesus embelezam o coração mediante os ouvidos atentos de Maria. Ela bebe do poço profundo do “novo” ensinamento. A Jesus também não lhe interessa outra coisa que não seja formar mais uma discípula.
À luz deste relato, abre-se uma nova perspectiva para a mulher. Maria, é acolhida por Jesus como interlocutora privilegiada. Talvez seja o relato mais subversivo do evangelho. “Sentada aos pés de Jesus, escutava sua palavra”. Maria está ali como discípula. A parte essencial, que não lhe será tirada, é a marca dessa experiência aos pés de Jesus.
Isto desloca toda uma concepção machista da época que não permitia às mulheres serem discípulas de um mestre. Mas, para Jesus, a mulher também precisa desenvolver sua interioridade, precisa ativar seus recursos internos para o seu enriquecimento como pessoa humana. Quando se elimina a gratuidade do encontro e da acolhida, a vida pode perder seu sabor e seu sentido.
Na atitude de Maria, Jesus convida todas as mulheres a desenvolver seus valores espirituais; Maria, por sua vez, oferece a ocasião para Jesus des-velar tudo isso.
Se queremos compreender mais profundamente o verdadeiro sentido do texto deste domingo, não devemos esquecer o contexto do evangelho de Lucas. Situado dentro da viagem a Jerusalém, este relato procura revelar o perfil daqueles(as) que querem seguir Jesus. Durante essa subida, Ele vai formando os(as) seus(suas) discípulos(as).
Lucas é o único que relata este episódio em Betânia e não é casualidade que, uma vez mais, se sinta interessado em destacar a importância das mulheres na vida pública de Jesus.
Não tem nenhum sentido extrair deste relato uma distinção ou uma oposição entre a vida contemplativa e a vida ativa; tampouco deixa transparecer a pretendida superioridade de uma sobre outra.
Não é correto interpretar este evangelho como proclamação de dois tipos de cristãos: uns que se dedicam à vida ativa e outros à contemplativa.
Poderíamos dizer que esta imagem caseira do encontro amistoso entre Jesus e as irmãs revela uma atitude sensata na vida, de acordo com a tradição sapiencial: “Tudo tem sem momento, e cada coisa seu tempo” (Ecle 3,1). Jesus não censura Marta por trabalhar; o que Ele censura é a sua inquietação, a sua preocupação, o fato de andar agitada no seu “tarefismo”, “com um olhar atravessado” para sua irmã, a quem se queixa e clama uma intervenção de Jesus.
Jesus chamará Marta por duas vezes, como Moisés foi chamado por Deus diante da sarça ardente, porque o lugar que ela pisa, sua própria casa, é sagrado e há nela um fogo que não se consome. Ele a chama para que não se identifique com sua função, nem com seus afazeres, mas que vá progredindo em direção ao seu “eu profundo”, que saia da dinâmica das comparações e se atreva a ser “Marta completa”.
O que Jesus censura em Marta é, sobretudo, o seu estrabismo. Dois olhos que olham, cada um para uma direção diferente. No entanto, “uma única coisa é necessária”. Com efeito, Marta tenta olhar, ao mesmo tempo, para Jesus e para a irmã; dessa forma, não consegue enxergar o único Bem-Amado.
Compara-se com a irmã, está possuída pelo que os antigos chamavam o “demônio da comparação”.
Trata-se de uma tendência, presente em todos nós, de nos comparar, nos avaliar, viver incessantemente equiparando-nos aos outros. Esse “demônio” é sempre atual e acaba por envenenar múltiplas relações.
Quando comparamos, passamos ao largo do único necessário. A comparação faz com que nós não percebamos “a única coisa necessária”. A “melhor parte” não é somente a contemplação, é não ver Jesus. A melhor parte é olhar em direção a Ele, é termos o desejo orientado para o Senhor.
E se nosso desejo é orientado para o Senhor, nós podemos ter momentos de contemplação e momentos de ação. Não são momentos opostos. A não-dualidade entre ação e contemplação, trabalho e repouso, encontra-se nessa unificação ou nesse despertar do olhar em direção ao Único.
A qualidade da ação e da contemplação depende da orientação do coração e da inteligência em direção Àquele que mantém unidas todas as coisas.
A cena de Betânia nos está dizendo: todos somos, ao mesmo tempo, Marta e Maria. Todos nos sentimos, com frequência, ansiosos, angustiados, dispersos e tentados a fazer da eficácia nossa principal preocupação. Mas, vivemos também a experiência do sossego e da unificação, que nos faz ordenar nossas prioridades e viver centrados no essencial. E, uma vez mais, somos convidados a saborear a Palavra que, no mais profundo de nós mesmos, se converte em uma fonte de assombro e de prazer e nos re-envia a um serviço mais generoso e mais livre.
Marta representa um lado nosso que calcula, que mede e que compara. É preciso reencontrar Marta em união com Maria. Não é nada fácil manter o equilíbrio, integrando-as. Marta e Maria são como os dois olhos de um olhar, ou as duas faces do mesmo rosto. Os dois olhando em direção ao Único. Significa unir em nós, Marta e Maria, a contemplação e a ação, o silêncio e a palavra.
A “melhor parte” está por todo lado: é o Senhor que deve ser acolhido em nossa ação e em nossa contemplação, no trabalho e no descanso.
Ser humano é ser capaz de ação e ser capaz de contemplação. Mas o único necessário nesta ação ou nesta contemplação, no trabalho ou no repouso, é amar o Senhor.
Em cada momento devemos buscar alcançar nosso “eu profundo” – exatamente onde jorra a vida – e formar uma só coisa com essa Vida que atua incessantemente no nosso interior. Estar centrado na Fonte: eis a melhor parte.
Para meditar na oração:
Entre em sua “Betânia interior”: verifique se ela é lugar de integração, unidade e pacificação. Ou, pelo contrário, espaço de divisão, ruídos, ansiedade e preocupação.
- “Betânia interior” se projeta na “Betânia exterior”: peça a Deus a graça de poder transformar a sua casa em nova Betânia: casa da acolhida, da amizade, da partilha solidária, da convivência sadia... Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Sexta-feira, 19 de julho-2019. 15ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé, rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mt 12, 1-8)
1Atravessava Jesus os campos de trigo num dia de sábado. Seus discípulos, tendo fome, começaram a arrancar as espigas para comê-las. 2Vendo isto, os fariseus disseram-lhe: Eis que teus discípulos fazem o que é proibido no dia de sábado. 3Jesus respondeu-lhes: Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros, 4como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição? Ora, nem a ele nem àqueles que o acompanhavam era permitido comer esses pães reservados só aos sacerdotes. 5Não lestes na lei que, nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tornam culpados? 6Ora, eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo. 7Se compreendêsseis o sentido destas palavras: Quero a misericórdia e não o sacrifício... não condenaríeis os inocentes. 8Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado.
3) Reflexão Mateus 12,1-8 (Mc 2,23-28; Lc 6,1-5)
* No evangelho de hoje veremos de perto um dos muitos conflitos entre Jesus e as autoridades religiosas da época. São conflitos em torno das práticas religiosas daquele tempo: jejum, pureza, observância do sábado, etc. Colocados em termos de hoje seriam conflitos como, por exemplo, casamento de pessoas divorciadas, amizade com prostitutas, acolher os homossexuais, comungar sem estar casado na igreja, faltar à missa no domingo, não fazer jejum na sexta feira santa. São muitos os conflitos: em casa, na escola, no trabalho, na comunidade, na igreja, na vida pessoal, na sociedade. Conflitos de crescimento, de relacionamento, de idade, de mentalidade. Tantos! Viver a vida sem conflito é impossível. O conflito faz parte da vida e já aparece no nosso próprio nascimento. Nascemos com dor de parto. Os conflitos não são acidentes na estrada, mas são parte integrante do caminho, do processo de conversão. O que chama atenção é a maneira como Jesus enfrenta os conflitos. Na discussão com os adversários, não se tratava de ele obter razão contra eles, mas sim de fazer prevalecer a experiência que ele, Jesus, tinha de Deus como Pai e Mãe. A imagem de Deus dos outros era a de um juiz severo que só ameaçava e condenava. Jesus procurava fazer prevalecer a misericórdia sobre a observância cega de normas e de leis que não tinham mais nada a ver com o objetivo da Lei que é a prática do amor.
Mateus 12,1-2: Colher trigo em dia de sábado e a crítica dos fariseus
Num dia de sábado, os discípulos passavam pelas plantações e abriam caminho arrancando espigas para come-las. Estavam com fome. Os fariseus chegam e invocam a Bíblia para dizer que os discípulos estão cometendo uma transgressão da lei do Sábado (cf Ex 20,8-11). Jesus também usa a Bíblia e responde evocando três exemplos tirados da Escritura: (1) de Davi, (2) da legislação sobre o trabalho dos sacerdotes no templo e (3) da ação do profeta Oséias, ou seja, ele cita um livro histórico, um livro legislativo e um livro profético.
Mateus 12,3-4: O exemplo de Davi
Jesus lembra que o próprio Davi também fez uma coisa proibida pela lei, pois tirou os pães sagrados do templo e os deu de comer aos soldados que estavam com fome (1 Sm 21,2-7). Nenhum fariseu teria coragem de criticar o rei Davi!
Mateus 12,5-6: O exemplo dos sacerdotes
Acusado pelas autoridades religiosas, Jesus argumenta a partir do que elas mesmas, as próprias autoridades religiosas, fazem em dia de sábado. No templo de Jerusalém, em dia de sábado, os sacerdotes trabalham muito mais do que nos dias de semana, pois devem sacrificar os animais para os sacrifícios, devem limpar, varrer, carregar peso, degolar os animais etc. E ninguém dizia que era contra a lei, pois achavam normal. A própria lei os obrigava a fazer isto (Nm 28,9-10).
Mateus 12,7: O exemplo do profeta
Jesus cita a frase do profeta Oséias: Quero misericórdia e não sacrifício. A palavra misericórdia significa ter o coração (cor) na miséria (miseri) dos outros, ou seja, a pessoa misericordiosa deve estar bem perto do sofrimento das pessoas, deve identificar-se com elas. A palavra sacrifício significa fazer (fício) com que uma coisa fique consagrada (sacri), ou seja, quem oferece um sacrifício separa o objeto sacrificado do uso profano e o distancia da vida diária do povo. Se os fariseus tivessem em si este olhar do profeta Oséias, saberiam que o sacrifício mais agradável a Deus não a pessoa consagrada viver distanciada da realidade, mas sim ela colocar o coração inteiramente consagrado para aliviar a miséria dos irmãos e das irmãs. Eles não teriam condenado como culpados os que, na realidade eram inocentes.
Mateus 12,8: O Filho do Homem é dono do sábado
Jesus termina com esta frase: o Filho do Homem é dono até do sábado! Jesus, ele mesmo, é o critério da interpretação da Lei de Deus.Jesus conhecia a Bíblia de cor e salteado, e a invocava para mostrar que os argumentos dos outros não tinham fundamento. Naquele tempo, não havia Bíblias impressas como temos hoje em dia. Em cada comunidade só havia uma única Bíblia, escrita a mão, que ficava na sinagoga. Se Jesus conhecia tão bem a Bíblia, é sinal de que ele, durante os trinta anos de vida em Nazaré, deve ter participado intensamente da vida da comunidade, onde todo sábado se liam as escrituras. A nova experiência de Deus como Pai fazia com que Jesus chegasse a descobrir melhor qual tinha sido a intenção de Deus ao decretar as leis do Antigo Testamento. Convivendo com o povo da Galileia durante trinta anos em Nazaré e sentindo na pele a opressão e a exclusão de tantos irmãos e irmãs em nome da Lei de Deus, Jesus deve ter percebido que isto não podia ser o sentido daquelas leis. Se Deus é Pai, então ele acolhe a todos como filhos e filhas. Se Deus é Pai, então nós temos que ser irmãos e irmãs uns dos outros. Foi o que Jesus viveu e pregou, desde o começo até o fim. A Lei deve estar a serviço da vida e da fraternidade. “O ser humano não foi feito para o sábado, mas o sábado para o ser humano” (Mc 2,27). Foi por causa da sua fidelidade a esta mensagem que Jesus foi preso e condenado à morte. Ele incomodou o sistema, e o sistema se defendeu, usando a força contra Jesus, pois ele queria a Lei a serviço da vida, e não vice-versa. Ainda falta muito para nós termos a mesma familiaridade com a Bíblia e a mesma participação na comunidade como Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1-Que tipo de conflitos você vive na família, na sociedade e na igreja? Quais os conflitos em torno de práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo de muita discussão e polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos estes preconceitos, normas e proibições?
2-O que o conflito já ensinou a você nestes anos todos? Qual a mensagem que você tira de tudo isto para as nossas comunidades de hoje?
5) Oração final
No meu leito te recordo, penso em ti nas vigílias noturnas, pois tu foste meu auxílio; exulto de alegria à sombra de tuas asas. A ti está ligada a minha alma, a tua mão direita me sustenta. (Sl 62, 7-9)
Quinta-feira, 18 de julho-2019. 15ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé, rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mt 11, 28-30)
Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. 29Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. 30Porque meu jugo é suave e meu peso é leve.
3) Reflexão
O evangelho de hoje tem apenas três versículos (Mt 11,28-30) que fazem parte de uma pequena unidade literária, uma das mais bonitas, na qual Jesus agradece ao Pai por ele revelar a sabedoria do Reino aos pequenos e por escondê-la aos doutores e entendidos (Mt 11,25-30). No breve comentário que segue incluiremos toda a pequena unidade literária.
Mateus 11,25-26: Só os pequenos entendem e aceitam a Boa Nova do Reino
Jesus faz uma prece: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequenos”. Os sábios, os doutores daquela época, tinham criado um sistema de leis que eles impunham ao povo em nome de Deus (Mt 23,3-4). Eles achavam que Deus exigia do povo estas observâncias. Mas a lei do amor, trazida por Jesus, dizia o contrário. O que importa para salvar-nos, não é o que nós fazemos para Deus, mas sim o que Deus, no seu grande amor, faz por nós! Deus quer misericórdia e não sacrifício (Mt 9,13). O povo pequeno e pobre entendia esta fala de Jesus e ficava alegre. Os sábios diziam que Jesus estava errado. Eles não podiam entender tal ensinamento. Sim, Pai, assim foi do teu agrado! É do agrado do Pai que os pequenos entendam a mensagem do Reino e que os sábios e entendidos não o entendam! Se eles quiserem entendê-lo deverão fazer-se alunos dos pequenos! Este modo de pensar e ensinar subverte a convivência e incomoda.
Mateus 11,27: A origem da nova Lei: o Filho conhece o Pai.
Aquilo que o Pai nos tem a dizer, Ele o entregou a Jesus, e Jesus o revela aos pequenos, porque estes se abrem para a sua mensagem. Jesus, o Filho, conhece o Pai. Ele sabe o que o Pai nos queria comunicar quando, séculos atrás, entregou sua Lei a Moisés. Hoje também, Jesus está ensinando muita coisa aos pobres e pequenos e, através deles, à toda a sua Igreja.
Mateus 11,28-30: O convite de Jesus que vale até hoje
Jesus convida a todos que estão cansados para vir até ele, e lhes promete descanso. Nós, das comunidades de hoje, deveríamos ser a continuação deste mesmo convite que Jesus dirigia ao povo cansado e oprimido debaixo do peso das observâncias exigidas pelas leis de pureza. Ele dizia: “Aprendam de mim que sou manso e humilde de coração”. Muitas vezes, esta frase foi manipulada para pedir ao povo submissão, mansidão e passividade. O que Jesus quer dizer é o contrário. Ele pede que o povo deixe de lado “os sábios e entendidos”, os professores de religião da época, e comece a aprender dele, de Jesus, um camponês do interior da Galiléia, sem instrução superior, que se diz "manso e humilde de coração". Jesus não faz como os escribas que se exaltam de sua ciência, mas é como o povo que vive humilhado e explorado. Jesus, o novo mestre, sabia por experiência o que se passava no coração do povo e o que o povo sofria. Ele o viveu e conheceu de perto durante os trinta anos em Nazaré.
O jeito de Jesus praticar o que ensinou no Sermão da Missão
Uma paixão se revela no jeito de Jesus anunciar a Boa Nova do Reino. Paixão pelo Pai e pelo povo pobre e abandonado da sua terra. Onde encontrava gente para escutá-lo, Jesus transmitia a Boa Nova. Em qualquer lugar. Nas sinagogas durante a celebração da Palavra (Mt 4,23). Nas casas de amigos (Mt 13,36). Andando pelo caminho com os discípulos (Mt 12,1-8). Ao longo do mar, à beira da praia, sentado num barco (Mt 13,1-3). Na montanha, de onde proclamou as bem-aventuranças (Mt 5,1). Nas praças das aldeias e cidades, onde o povo carregava seus doentes (Mt 14,34-36). Mesmo no Templo de Jerusalém, durante as romarias (Mt 26,55)! Em Jesus, tudo é revelação daquilo que o animava por dentro! Ele não só anunciava a Boa Nova do Reino. Ele mesmo era e continua sendo uma amostra viva do Reino. Nele aparece aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar e tomar conta de sua vida. O evangelho de hoje revela a ternura com que Jesus acolhia os pequenos. Ele queria que eles encontrassem descanso e paz. Por causa desta sua opção pelos pequenos e excluídos, Jesus foi criticado e perseguido. Sofreu muito! O mesmo acontece hoje. Quando uma comunidade se abre e procura ser um lugar de acolhida e consolo, de descanso e paz também para os pequenos e excluídos de hoje que os estrangeiros e imigrantes, muitas pessoas reclamam e criticam.
4) Para um confronto pessoal
1) Você já experimentou alguma vez o descanse que Jesus prometeu?
2) Como as palavras de Jesus podem ajudar a nossa comunidade a ser um lugar de descanso para as nossas vidas?
5) Oração final
Em ti está a fonte da vida e à tua luz vemos a luz. Concede sempre a tua graça a quem te conhece, e a tua justiça aos retos de coração. (Sl 35)
MÍDIAS SOCIAIS: Instagram faz teste no Brasil e oculta o número de curtidas em postagens
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A partir desta quarta-feira, o app inicia um teste no Brasil que oculta o número de curtidas que cada publicação recebeu. Segundo a rede, a ideia é diminuir a competitividade entre usuários do aplicativo. A medida, no entanto, ainda não será aplicada em caráter definitivo. Fonte: Twitter
Mulher empurra Padre Marcelo Rossi de altar durante missa em Cachoeira Paulista
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A mulher furou a segurança, invadiu o altar durante a celebração que acontecia na Canção Nova e empurrou o padre de cima da estrutura. Apesar da queda, ele não ficou ferido e a mulher foi contida pela Polícia Militar.
Por G1 Vale do Paraíba e Região
Uma mulher invadiu o altar e empurrou o padre Marcelo Rossi durante uma missa em Cachoeira Paulista neste domingo (14). A mulher furou a segurança, invadiu o palco durante a celebração que acontecia na Canção Nova e empurrou o padre de cima da estrutura. Apesar da queda, ele não ficou ferido e a mulher foi contida pela Polícia Militar.
O padre estava no local para a missa de encerramento do acampamento ‘Por Hoje Não’ (PHN). Por volta das 14h50 a mulher, que participava do evento, conseguiu furar a segurança, invadiu o palco por trás e empurrou o padre, que caiu da estrutura.
No momento, pelo menos 50 mil pessoas participavam da celebração. Apesar da queda, o padre voltou ao palco minutos depois e continuou a celebração.
De acordo com a Polícia Militar, a mulher está sendo encaminhada para a delegacia de Lorena para o registro do caso. A PM informou que a ocorrência está sendo feita pela Canção Nova porque o Padre Marcelo Rossi decidiu não registrar a agressão.
A polícia informou que a mulher tem 32 anos e que fazia parte de um grupo que veio do Rio de Janeiro para o evento. Os acompanhantes informaram à PM que ela sofre de transtornos mentais.
Em nota a Canção Nova informou que lamenta o incidente ocorrido com o padre Marcelo Rossi durante a missa e informou que ele foi atendido pela equipe médica do evento e, após ser liberado, seguiu com a celebração até o fim.
Vídeo
Em um vídeo divulgado após a agressão, o Padre Marcelo Rossi diz que 'Maria passou na frente e pisou na cabeça da serpente'. A imagem foi divulgada pela Canção Nova, ao final da celebração.
“Maria passou na frente, pisou na cabeça da serpente, estou ótimo”, disse. “Fiquem tranquilos, só umas dorzinhas, não quebrou nada”, acrescentou. Fonte: https://g1.globo.com
Jovens abusados por padres revelam seus dramas pela primeira vez
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Eles são testemunhas do escândalo que chegou ao Vaticano e provocou a renúncia do bispo que protegia os pedófilos
Por João Batista Jr., Adriana Dias Lopes e Edoardo Ghirotto
O pecado abjeto foi premeditado em detalhes. Após celebrar uma missa na zona rural de Araras, cidade a 180 quilômetros de São Paulo, o padre Pedro Leandro Ricardo convidou o coroinha Ednan Aparecido Vieira, então com 17 anos, para dormir na casa paroquial. A desculpa: estar a postos no dia seguinte para ajudá-lo na missa do domingo de manhã. Embora soubesse que não haveria mais ninguém na residência, o menino jamais desconfiaria que estava prestes a cair em uma arapuca. Chegando ao local, o clima começou a ficar estranho com as perguntas do anfitrião, que só queria saber da vida íntima do garoto. Tinha namorada? Qual era seu tipo físico preferido de menina?
Passado um tempo, o homem se retirou para tomar banho e a jovem visita ficou vendo TV na sala. Na sequência, começou o inferno. O padre, então com 32 anos, revelou suas verdadeiras intenções ao aparecer na sala vestido apenas com uma cueca samba-canção. Seu estado de excitação marcava o tecido da peça. Começou a se masturbar e pediu que o adolescente fizesse sexo oral nele. Ao ouvir a recusa, avançou para cima do menino e começou a tocar suas partes íntimas, tentando forçar a relação. Em estado de choque, Ednan nada fez em um primeiro momento, até que conseguiu reunir coragem para se levantar e interromper o ataque. No dia seguinte, o padre celebrou a missa na Paróquia São Francisco de Assis como se nada tivesse acontecido. Mesmo traumatizado, o coroinha fez normalmente o trabalho na celebração, auxiliando o monstro que havia tentado molestá-lo na noite anterior. Uma semana depois, o padre dispensou os serviços do rapaz. O jovem era órfão de pai, e a mãe fazia parte do grupo de catequistas da paróquia. Devido a essa influência religiosa, Ednan servia a igreja havia dez anos com devoção. “Padre Leandro era como um pai para mim”, conta.
O relato do ex-coroinha faz parte de um dos maiores escândalos da história recente da Igreja Católica brasileira. Padre Leandro tem atualmente 50 anos. As barbaridades que cometeu nas sombras durante décadas só começaram a ficar conhecidas nos últimos meses. Ednan integra o grupo de seis pessoas — três homens, duas trans e uma mulher — que o denunciaram. Nesta reportagem de VEJA, pela primeira vez, elas revelam seus dramas. Até pouco tempo atrás, o clérigo era conhecido apenas como um líder carismático que cuidava de seu rebanho na periferia de Araras. Sua verdadeira face foi revelada em dezembro de 2018, quando a advogada Talitha Camargo da Fonseca e o produtor audiovisual José Eduardo Milani enviaram um dossiê de 68 páginas ao Vaticano para denunciá-lo, incluindo relatos das vítimas, que são representadas por Talitha. Todas prestaram depoimento há duas semanas na Polícia Civil de São Paulo.
Segundo elas, Leandro contava com a proteção de dom Vilson Dias de Oliveira, bispo emérito da Diocese de Limeira, jurisdição que representa dezesseis cidades do interior de São Paulo. Sem a intervenção das autoridades eclesiásticas de fora do país, que obedecem a uma diretriz do papa Francisco, tais crimes poderiam permanecer impunes. Agora, há uma esperança de que os malfeitos tenham consequências. Dois meses após o Vaticano receber o calhamaço com as denúncias, Leandro acabou afastado das funções de padre e de reitor da Basílica de Santo Antônio de Pádua e está impedido de celebrar missas até a conclusão da investigação. Mas continua recebendo cerca de 9 000 reais, entre salário e benefícios. O bispo Vilson, que o protegia, renunciou ao cargo quando o escândalo veio à tona. “Ele cansou de receber denúncias a respeito do padre Leandro, mas nunca fez nada”, diz a advogada Talitha.
Regra no Brasil e no exterior por muito tempo, a tática de acobertamento tem uma chance real de ser banida. Em fevereiro deste ano, o papa Francisco abriu um evento destinado a discutir o abuso sexual contra menores cometido por membros do clero. Para o encontro, denominado “A proteção de menores na Igreja”, o pontífice convocou 114 presidentes de conferências episcopais, como a CNBB, cardeais e embaixadores. Em uma atitude ainda mais ousada, Francisco estendeu o convite a vítimas de padres, na esperança de que seus depoimentos sensibilizem o clero para que ações de combate àquelas práticas alcancem, de modo muito contundente, as dioceses. Três meses depois, publicou um motu proprio (carta emitida diretamente pelo papa que modifica a legislação interna da Igreja), no qual torna obrigatório que padres e religiosos denunciem às autoridades eclesiásticas suspeitas de casos de abusos sexuais. Até então, os clérigos levavam adiante essas histórias de acordo com sua consciência pessoal.
O motu proprio desburocratizou o mecanismo das denúncias. Estabeleceu que em cada diocese exista um “sistema de comunicação” destinado apenas a receber as queixas — as instituições têm até um ano para criá-lo. Se a vítima quiser que a denúncia siga diretamente para a Congregação da Doutrina da Fé, será enviada, sem questionamento. Esse tipo de mecanismo já existia em alguns países, como Estados Unidos, mas o papa agora quer tornar a iniciativa obrigatória em todo o mundo. O motu proprio determinou ainda que os padres e religiosos são obrigados a denunciar qualquer suspeita. Os leigos que trabalham para a Igreja são também encorajados a relatar casos de abuso e assédio. As investigações precisam garantir a confidencialidade dos envolvidos e durar até noventa dias. A Igreja deve fornecer assistência médica, terapêutica e psicológica às vítimas. Uma das maiores críticas ao documento é não trazer nenhuma orientação para que os episódios sejam reportados às autoridades civis. Hoje, quando uma vítima procura a Igreja para relatar um caso de abuso, a entidade não tem a obrigação de relatá-lo à polícia para que ela o investigue. A Justiça comum, portanto, muitas vezes não toma conhecimento sobre atrocidades ocorridas nos meandros das paróquias.
A rigor, as regras da Igreja para um crime de pedofilia são universais e valem para casos que envolvam pessoas abusadas com idade inferior a 18 anos. A denúncia pode ser feita por qualquer pessoa — a própria vítima ou não. O caso deve ser relatado ao superior do clérigo acusado. Se o criminoso for o padre, por exemplo, deve-se falar com o bispo. A autoridade que recebeu a denúncia ouve o acusado. Se considerar a história verídica, ela seguirá para o Tribunal Eclesiástico.
No escândalo de Araras, o bispo Vilson Dias de Oliveira não deu andamento às denúncias que estavam sob sua jurisdição. Além do envolvimento de Leandro, há vítimas dos padres Carlos Alberto da Rocha e Felipe Negro. O dossiê enviado ao Vaticano não trata apenas de pedofilia. Há indícios fortes ali também de uma espécie de “mensalinho do abuso”. As vítimas afirmam que o bispo exigia propinas dos párocos de conduta condenável para deixá-los atuar sem ser investigados. A prática teria rendido dividendos visíveis. Vilson possui dez imóveis registrados em seu nome, todos em São Paulo. Metade deles na cidade de Guaíra e os outros em Itanhaém, no litoral sul paulista. Em uma avaliação conservadora, a soma do patrimônio supera a marca de 1,5 milhão de reais. É o verdadeiro milagre da multiplicação imobiliária. Procurado por VEJA, o bispo disse, por meio de seu advogado, que não cometeu condutas ilícitas. Acusado de abuso contra Paula Vallentin e de ter assediado Mariele da Silva Dibbern, Felipe Negro negou os crimes. “Essas denúncias não conferem”, limitou-se a dizer. O advogado Paulo Henrique de Moraes Sarmento falou em nome do padre Leandro: “Das seis pessoas, apenas duas foram ouvidas na delegacia competente para apurar o caso, e as outras quatro foram levadas até outra delegacia, onde foram ouvidas à revelia deste defensor, violando-se o direito de ampla defesa de meu cliente”. O defensor também refuta a história do “mensalinho do abuso”. “O padre Leandro nunca fez nenhum pagamento a dom Vilson”, afirma.
De acordo com as denúncias, o modus operandi dos três sacerdotes é muito similar. A maioria das vítimas nasceu em família pobre e desestruturada — e tinha a Igreja como esteio. Ou seja, os religiosos escolhiam a dedo as pessoas mais frágeis. No começo dos anos 2000, o bairro Jardim Ometto, na periferia da cidade, não tinha ruas asfaltadas nem quadras poliesportivas. Eram comuns assaltos, e pontos de venda de drogas funcionavam no local sem que os traficantes fossem importunados. “A paróquia representava a nossa única fonte de lazer, onde fazíamos amizade e passávamos o tempo”, conta S.M.C. Sua mãe trabalhava como faxineira de uma igreja. De tão humilde, dependia da ajuda da paróquia para fazer todas as refeições. Ele era órfão de pai e projetou no padre a figura paterna. Quando Carlos Alberto avançou o sinal, o adolescente não teve forças para reagir. “Ele me molestou, me tocou e me torturou psicologicamente durante um ano, todos os fins de semana. Dizia que, se eu contasse, seria expulso da igreja, me tornaria um bandido por ser pobre e não ter pai.”
A cartilha do padre Leandro também incluía terror psicológico, com a diferença de que os abusos começaram em incursões de Kombi para rezas na zona rural ou dentro da sacristia. Enquanto estava ao volante do carro, ele pedia às vítimas que se sentassem ao seu lado — e aproveitava para passar a mão nas pernas e no pênis dos garotos. Na sacristia, fazia questão de ver meninos tirando a roupa para usar a túnica de coroinha. Não raro, “ajudava” a vítima a vestir-se para poder tocar em seu corpo. Tempos depois, o padre adotou a tecnologia para assediar fiéis. Uma troca de mensagens por WhatsApp mostra Leandro falando sobre nudes com um rapaz.
SEM CONFISSÃO – O padre Felipe Negro: “Essas denúncias não conferem”
O religioso mantém há anos um relacionamento amoroso com o padre Diego Rodrigo, natural de Araras. “Eu presenciei Leandro e Diego se beijando na sacristia e namorando na cama dentro da casa paroquial”, diz a ex-ajudante-geral da igreja Ivone Aparecida Ferreira. Quando Leandro percebeu que a senhora que trabalhava fazia 21 anos para a entidade tinha visto o que não devia, começou a persegui-la. “Ele me expulsou da igreja e eu caí em depressão”, conta Ivone. O padre costuma mover ações contra as pessoas que denunciam seu comportamento. Já processou seis fiéis de sua igreja, alguns por emitirem comentários negativos a seu respeito no Facebook. “Parece uma defesa legítima, mas é uma estratégia de intimidação”, diz a advogada Talitha Camargo da Fonseca. “Em uma comunidade pobre, poucos têm como bancar advogado para brigar nos tribunais.” Apaixonado por luxos, Leandro fez em 2013 uma procissão para Nossa Senhora Aparecida que ficou na história de Americana. Na ocasião, a santa surgiu carregada por um Corvette vermelho conversível. Ninguém sabe até hoje de onde veio o carro e quem pagou. O mesmo padre é acusado de não ter prestado contas da venda de uma chácara que pertencia à Basílica Santo Antônio de Pádua, arrematada por 1,1 milhão de reais.
Do ponto de vista teológico, a pedofilia é um delito no qual se transgride o sexto mandamento, de “não pecar contra a castidade”. Do ponto de vista da humanidade, trata-se de uma monstruosidade. Por séculos, o que se fez foi, no máximo, reportar os crimes ao Vaticano sem nenhuma consequência aos acusados. Os clérigos só começaram a sofrer algum tipo de sanção, ainda que pequena, de pouquíssimo tempo para cá, quando os casos saíram dos muros da Santa Sé, tornando-se públicos. O primeiro episódio de grandes proporções ocorreu em 2002, com a história do cardeal americano Bernard Law, que encobriu crimes sexuais de padres entre 1984 e 2002. O ato de omissão foi divulgado pelo The Boston Globe. Após o escândalo vir à tona, Law se viu obrigado a apresentar sua renúncia como arcebispo de Boston, mas João Paulo II o enviou para Roma e o nomeou, em 2004, vigário da Basílica de Santa Maria Maggiore, uma das mais importantes da capital italiana. Law viveu seus últimos anos no Vaticano. A história foi contada no filme Spotlight, vencedor do Oscar em 2016. Ainda assim, o problema continua grave nos EUA. De acordo com levantamento encomendado pela Conferência dos Bispos dos Estados Unidos, cerca de 5% dos padres americanos cometem atos de abuso. No Brasil, não há estatísticas semelhantes. Mas estima-se que a porcentagem não seja muito diferente.
O papa Bento XVI foi o primeiro a adotar uma postura mais firme em relação a clérigos pedófilos. Em 2010, o pontífice alemão incluiu leigos nos tribunais eclesiásticos que julgariam os casos de abusos. Ao longo de seu pontificado, pelo menos 400 padres acabaram expulsos. A medida de Bento XVI foi surpreendente, porque ele próprio se envolveu em um episódio nebuloso. Entre 1996 e 1998, a Congregação para a Doutrina da Fé, dirigida pelo então cardeal Ratzinger, órgão destinado a investigar e punir os desvios, recebeu inúmeros alertas de bispos dos Estados Unidos em relação aos crimes do padre Lawrence Murphy. O sacerdote abusou de 200 meninos surdos no Estado de Wisconsin. O Vaticano pouco fez.
Em junho de 2016, VEJA denunciou o caso do padre Fabiano Santos Gonzaga. O religioso atacou um adolescente de 15 anos, portador de deficiência mental, no vestiário do Caldas Termas Clube, no interior de Goiás. Gonzaga beijou o menor na boca e segurou seu pênis. Quando o jovem se desvencilhou, o padre bloqueou a porta e o forçou a praticar sexo oral. Levado à Justiça, foi condenado a quinze anos de prisão em regime fechado. Recentemente, a Justiça o transferiu para uma Apac em Araxá (MG). Gonzaga está suspenso de ordens, ou seja, não pode presidir ou celebrar nenhum sacramento nem administrar ou exercer cargo algum na Igreja. Também não recebe salário. O processo eclesiástico do padre está em andamento. Por ora, encontra-se no Tribunal Arquidiocesano, onde é feita a fase de instrução. Após a conclusão da etapa, o caso será enviado para julgamento na Santa Sé. A sentença cabe ao Vaticano. Em situações semelhantes, a Igreja tem demonstrado uma lentidão maior que a Justiça dos homens.
O afastamento do padre Leandro pegou a comunidade do interior paulista de surpresa. Isso porque ocorreu mais de quinze anos após a primeira denúncia. Depois da renúncia de dom Vilson da Diocese de Limeira, o arcebispo dom Orlando Brandes afirmou que o colega pode, sim, celebrar missas em igrejas de outras dioceses se for convidado. Dom Vilson está sendo investigado pela Polícia Civil por extorsão, enriquecimento ilícito e por acobertar os casos de abuso sexual cometidos pelo padre Leandro. “Ao final, demonstraremos a verdade dos fatos”, diz o advogado do bispo, Virgílio Ribeiro. As sequelas nas vítimas são como tatuagens ardendo na alma. Ednan Aparecido Vieira, por exemplo, sofre de síndrome do pânico e tem taquicardia cada vez que relembra o abuso. Hoje, aos 35 anos, o ex-coroinha diz que continua acreditando em Deus. Mas tem ódio de sacerdotes. “A imagem do padre vindo para cima de mim nunca saiu da minha cabeça”, conta. A Igreja avançou contra essas monstruosidades praticadas por homens que deveriam ser líderes espirituais e se aproveitaram dessa condição para molestar crianças. Mas ainda há um longo caminho para expurgar todos os seus pecados.
“Saiu do banheiro de cueca e veio na minha direção”
“Era coroinha e andava de carro com o padre Pedro Leandro Ricardo para os trabalhos da igreja. Um dia, ele começou a esbarrar a mão na minha perna, e eu achava que poderia ser brincadeira. Em um sábado, convidou-me para dormir na casa paroquial porque iríamos celebrar missa no domingo. Fiquei sozinho com ele. O padre perguntava se eu tinha namorada, se eu era virgem… No meio da conversa, abriu um vinho e pediu que eu bebesse. Eu tinha 17 anos. Tomou quase a garrafa inteira. Depois, foi ao banho. Quando voltou, vestia apenas uma cueca samba-canção. O pênis estava ereto, marcando o tecido. Veio em direção ao sofá, começou a se masturbar e pediu que eu fizesse sexo oral nele. Mesmo com a minha recusa, começou a acariciar meu pênis. Fiquei em choque e me levantei. Não fizemos nada. Não consegui dormir, de pânico. No dia seguinte, na missa, só lembrava da imagem dele vindo para cima de mim.”
“Enquanto eu vestia a túnica de coroinha, o padre aproveitava para me tocar”
“O padre Pedro Leandro Ricardo me olhava de forma diferente. Eu tinha 16 anos, quando ainda não me entendia como uma mulher transexual. Como meu pai havia morrido, achava que o pároco tinha carinho por mim. Ele começou a ficar ao meu lado enquanto eu vestia a túnica de coroinha. Depois, passou a me ajudar com as vestes para tocar o meu corpo, com a desculpa de desamassar o tecido. Um dia, abriu as minhas pernas e segurou as minhas coxas. Dei um berro na sacristia e saí correndo. Meu corpo tremia. Na hora, lembrei do abuso sexual que havia sofrido aos 3 anos do meu padrasto. Após o episódio, o Leandro me tirou das atividades da igreja. Tempos depois, já com 18 anos, quando fui estudar no seminário, tive um caso com outro padre, o Felipe Negro. ‘Quem não tem padrinho morre pagão’, ele me dizia. Eu era pobre, e o padre me oferecia dinheiro para comprar roupa. Em troca, tinha de transar com ele. Seminário é uma fábrica de pervertidos: há sexo, coação, abuso de poder… Desisti de ser padre. Meus abusadores percebiam meus trejeitos femininos, eu era uma presa mais fácil. Hoje sou uma mulher trans e, apesar de tudo, não perdi minha fé em Deus.”
“Enquanto dirigia, o padre pegou no meu pênis”
“Minhas duas irmãs mais velhas morreram por problemas de saúde e minha família ficou muito apegada à igreja. Nós nos sentíamos acolhidos, protegidos. Fui por muitos anos coroinha da Paróquia São Francisco de Assis, na periferia de Araras. Quando o padre Pedro Leandro Ricardo assumiu a igreja, em 2002, mantive minha rotina de ajudar nas missões na zona rural. Na época, eu tinha 16 anos. Em um de nossos primeiros encontros, ele elogiou meu corpo e meu visual. No carro, esbarrou na minha perna. Depois, celebrou a missa como se nada tivesse acontecido. Na volta, porém, foi mais direto: enquanto dirigia, pegou no meu pênis. Tivemos uma discussão feia dentro do carro. No dia seguinte, enquanto eu vestia a túnica de coroinha da missa de domingo, Leandro disse que não precisava mais de mim. Como não pôde avançar no abuso, ele me expulsou da igreja. O monstro não conseguiu o que queria e me tirou a base da minha vida social. Por medo, não contei aos meus pais. Eles amavam a igreja, e eu não quis desapontá-los. Segue assim até hoje. Fiquei com sequelas e cheguei a tomar remédio para síndrome do pânico.”
“Ele me masturbava e dizia que isso era normal”
S.M.C., 37 anos, psicólogo e gestor de segurança; morador de Arara“Meu pai morreu quando eu tinha menos de 2 anos e minha mãe trabalhava como faxineira na igreja. Eu vivia ali dentro. Fui coroinha e sonhava em ser padre. O padre Carlos Alberto da Rocha era para mim uma figura paterna. Meu martírio começou aos 16 anos. Eu o ajudava nas missas e, muitas vezes, dormia na casa paroquial, pois estudava em outra cidade. Quase toda noite, durante um ano, ele me molestou (chora). O padre tocava meu pênis, me masturbava. Minha primeira ejaculação foi resultado de uma experiência de medo, forçada, nojenta. O padre dizia que aquilo era normal e fazia ameaças. Dizia que, se eu abandonasse a Igreja, iria virar um bandido por ser pobre. E também que ninguém acreditaria na minha palavra porque não tinha pai (chora). Pouco antes de morrer de câncer, minha mãe me disse, deitada na cama: ‘Sorte que o padre vai cuidar de você’ (chora muito). Ela foi embora sem saber que seu ídolo era um monstro. Quando comecei a trancar a porta do quarto e interrompi os abusos, Carlos Alberto me tirou da paróquia. Passados alguns meses, quando eu era seminarista, foi a vez de o padre Pedro Leandro Ricardo me atacar. Dentro de uma Kombi, a caminho de uma missa, ele pôs a mão em meu pênis. Resisti ao ataque e, uma semana depois, ele veio me dizer que eu havia ‘interpretado errado’. Abandonei o sonho de ser padre. Hoje sou casado, tenho uma filha de 3 anos. Minha mulher não sabe de nada.”
“O padre ofereceu um emprego e me chamou para tomar vinho”
“O padre Felipe Negro era novo na paróquia quando me mandou um ‘oi’ no Facebook. Eu tinha 16 anos. Ele começou a conversar comigo e perguntou se eu trabalhava. Venho de uma família pobre e estava buscando emprego. Felipe me prometeu que eu seria sua secretária. Um dia, sugeriu que fôssemos jantar. Ficava me perguntando se eu tomava bebidas alcoólicas e me oferecia coisas caras. Prometia celular ou roupas de marca se eu topasse um encontro. Concordei em jantar na sua casa, na esperança de arrumar o emprego. Fomos pegar uma pizza. Comemos e tomamos vinho. Ele não falou nada sobre o trabalho. Não aconteceu nada entre nós, e ele me levou de carro de volta para casa. O padre me chamava de ‘anjo’, ‘linda’ e ‘amor’. Dizia que queria repetir o encontro porque aquela tinha sido uma noite muito agradável. Foi aí que me dei conta de que a conversa não tinha nada a ver com emprego. Meus pais conversaram bastante comigo e disseram que o padre estava mal-intencionado. Senti muita vergonha e uma tristeza imensa. Agora somos só eu e Deus. Para a igreja não vou mais. Nunca mais vou ver um padre com bons olhos.”
Colaboraram Guilherme Novelli e Giulio Ferrari
Fonte: https://veja.abril.com.br
Quinta-feira, 11 de julho-2019. 14ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria, e dai aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mt 10, 7-15)
7Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai! 9Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, 10nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento. 11Nas cidades ou aldeias onde entrardes, informai-vos se há alguém ali digno de vos receber; ficai ali até a vossa partida. 12Entrando numa casa, saudai-a: Paz a esta casa. 13Se aquela casa for digna, descerá sobre ela vossa paz; se, porém, não o for, vosso voto de paz retornará a vós. 14Se não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés. 15Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade.
3) Reflexão Mateus 10,7-15
O evangelho de hoje traz a segunda parte do envio dos discípulos. Ontem vimos a insistência de Jesus em dirigir-se primeiro para as ovelhas perdidas de Israel. Hoje, veremos as instruções concretas de como realizar a missão.
Mateus 10,7: O objetivo da missão: revelar a presença do Reino.
“Vão e anunciem: O Reino do Céu está próximo”. O objetivo principal é anunciar a proximidade do Reino. Aqui está a novidade trazida por Jesus. Para os outros judeus ainda faltava muito para o Reino poder chegar. Só chegaria, depois que eles tivessem realizado a sua parte. A chegada do Reino dependia do esforço deles. Para os fariseus, por exemplo, o Reino só chegaria quando a observância da Lei fosse perfeita. Para os Essênios, quando o país fosse purificado. Jesus pensa diferente. Ele tem outra maneira de ler os fatos. Ele diz que o prazo já se esgotou (Mc 1,15). Quando ele diz que o Reino está próximo ou que o Reino chegou, Jesus não quer dizer que o Reino estava chegando só naquele momento, mas sim que já estava aí, independentemente do esforço feito pelo povo. Aquilo que todos esperavam, já estava presente no meio do povo, gratuitamente, mas o povo não o sabia, nem o percebia (cf. Lc 17,21). Jesus o percebeu! Pois ele lia a realidade com um olhar diferente. E é esta presença escondida do Reino no meio do povo, que ele vai revelar e anunciar aos pobres da sua terra (Lc 4,18). Esta é a semente de mostarda que vai receber a chuva da sua palavra e o calor do seu amor.
Mateus 10,8: Os sinais da presença do Reino: acolher os excluídos.
Como anunciar a presença do Reino? Só por meio de palavras e discursos? Não! Os sinais da presença do Reino são antes de tudo gestos concretos, realizados de graça: “Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios. Vocês receberam de graça, dêem também de graça”. Isto significa que os discípulos devem acolher para dentro da comunidade os que dela foram excluídos. Esta prática solidária critica tanto a religião como a sociedade excludente, e aponta saídas concretas.
Mateus 10,9-10: Não levar nada no caminho
Ao contrário dos outros missionários, os discípulos e as discípulas de Jesus não podem levar nada: “Não levem nos cintos moedas de ouro, de prata ou de cobre; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão, porque o operário tem direito ao seu alimento”. Isto significa que devem confiar na hospitalidade do povo. Pois o discípulo que vai sem nada levando apenas a paz (Mc 10,13), mostra que confia no povo. Acredita que vai ser acolhido, que vai poder participar da vida e do trabalho do povo do lugar e que vai poder sobreviver com aquilo que receberá em troca, pois o operário direito ao seu alimento. Isto significa que os discípulos devem confiar na partilha Por meio desta prática eles criticam as leis de exclusão e resgatam os antigos valores da convivência comunitária.
Mateus 10,11-13: Partilhar a paz na comunidade.
Os discípulos não devem andar de casa em casa, mas devem procurar uma pessoa de Paz e permanecer nesta casa. Isto é, devem conviver de maneira estável. Assim, por meio desta nova prática, criticam a cultura de acumulação que marcava a política do Império Romano, e anunciam um novo modelo de convivência. Caso todas estas exigências forem preenchidas, os discípulos podem gritar: O Reino chegou! Anunciar o Reino não consiste, em primeiro lugar, em ensinar verdades e doutrinas, mas sim em provocar a uma nova maneira fraterna de viver e de conviver a partir da Boa Nova que Jesus nos trouxe de que Deus é Pai e Mãe de todos e de todas.
Mateus 10,14-15: A severidade da ameaça.
Como entender esta ameaça tão severa? É que Jesus não veio trazer uma coisa totalmente nova. Ele veio resgatar os valores comunitários do passado: a hospitalidade, a partilha, a comunhão de mesa, a acolhida aos excluídos. Isto explica a severidade contra os que recusam a mensagem. Pois eles não recusam algo novo, mas sim o seu próprio passado, a sua própria cultura e sabedoria! A pedagogia de Jesus tem por objetivo desenterrar a memória, resgatar a sabedoria do povo, reconstruir a comunidade, renovar a Aliança, refazer a vida.
4) Para um confronto pessoal
1) Como realizar hoje a recomendação de não levar nada no caminho quando se vai em missão?
2) Jesus manda procurar uma pessoa de paz, para poder viver na casa dela. Quais seria hoje uma pessoa de paz a quem nos dirigir no anúncio da Boa Nova?
5) Oração final
Voltai, ó Deus dos exércitos; olhai do alto céu, vede e vinde visitar a vinha. Protegei este cepo por vós plantado, este rebento que vossa mão cuidou. (Sl 79, 15-16)
*Solenidade de Nossa Senhora do Carmo, Mensagem do Prior Geral.
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Frei Fernando Millán Romeral, O.Carm. Prior Geral
Queridos irmãos e irmãs da família carmelitana, aproxima-se a solenidade de Nossa Senhora do Carmo e, por isso, quero enviar uma cordial felicitação a todos vocês que, de um modo ou de outro, fazem parte da família do Carmelo. Nesta data, não só recordamos e celebramos a Mãe do Senhor com a bela invocação do Carmelo, mas também nos sentimos parte de uma família que, com sua identidade particular, vive sua fé a serviço da Igreja e da humanidade.
Este ano minha felicitação tem um tom especial, porque, depois de doze de anos de serviço à Ordem como Prior Geral, deixarei este posto no Capítulo Geral que celebraremos em Sassone (Roma, Itália), de 09 a 29 de setembro. É esta a primeira mensagem que lhes desejo enviar este ano: que todos (religiosos, monjas contemplativas, religiosas de vida ativa, terceiros, leigos dos diversos grupos, etc.) nos unamos verdadeiramente em oração para que o Capítulo Geral seja um tempo de graça, de reflexão profunda, de discernimento e de fraternidade. O tema que escolhemos para o nosso Capítulo, como já o sabem, é: “Vós sois minhas testemunhas” (Is 43,10); de uma geração à outra: “chamados a ser fiéis ao nosso carisma carmelitano”. Tal tema foi escolhido em virtude de que, nestes últimos decênios, a Ordem tem crescido muito geograficamente, o que é uma verdadeira bênção e um motivo de alegria para todos nós. Porém, estas missões ou novas presenças contém em si um desafio, sobretudo no que se refere à formação dos futuros carmelitas, uma formação que deverá combinar o específico das culturas locais com a tradição mais genuína da Ordem, à qual devemos ser fiéis e da qual devemos ser transmissores.
Trata-se, sem dúvida, de um desafio fascinante, mas também complexo. Além disso, é uma grande responsabilidade com a qual devemos nos confrontar com muita seriedade, dado que disto dependerão, em grande medida, as configurações e a validade do Carmelo do século XXI. Por isso é importante que o Capítulo reflita, entre outras coisas, este problema em profundidade, com critérios evangélicos, seriedade e generosidade.
O Capítulo também terá a tarefa, indicada no Capítulo de 2013, de revisar as Constituições. Como já repeti várias vezes, não se trata de elaborar novas Constituições, mas de incluir alguns aspectos que estavam ausentes e que fomos tomando conhecimento com o tempo, ou de acrescentar algumas referências aos últimos documentos oficiais da Igreja, ou de aperfeiçoar melhor alguns números que, com o passar do tempo, tornaram-se obsoletos ou insuficientes frente às novas problemáticas e desafios da nossa sociedade.
Não é necessário destacar a importância deste trabalho. As Constituições não são somente um instrumento jurídico ou administrativo, mas devem mostrar o que somos e, ainda mais, o que queremos ser. Não são normas vazias e desencarnadas, fruto de um legalismo antiquado, mas mostram o nosso humilde empenho de viver como carmelitas do século XXI que, com alegria, generosidade e criatividade, se colocam ao serviço da Igreja e da evangelização. Ademais, embora as Constituições se refiram diretamente aos religiosos, influenciam também, de certo modo, na vitalidade de toda a família carmelitana.
Outrossim, o Capítulo deverá eleger os irmãos que animarão a vida da Ordem no próximo sexênio. Desde já, nos colocamos numa atitude de generosa e afetuosa colaboração com os irmãos que serão eleitos para este delicado trabalho e que assumirão o encargo de dirigir a Ordem para que seja sempre mais fiel à sua missão e ao carisma recebido.
Em não poucas ocasiões já coloquei em evidência a importância da nossa estrutura capitular, própria das ordens mendicantes. Não é só uma modalidade de organização ou de administração (tão válida quanto outras), mas leva consigo toda uma “cultura capitular” e, ainda mais, uma “espiritualidade capitular”. Esta dinâmica capitular porta inclusive uma teologia, uma forma de entender os sinais dos tempos nos quais Deus se manifesta, uma forma de compreender o discernimento espiritual, a autoridade, a sinodalidade, etc.
Por isso, nas festividades que estamos para celebrar, tenham muito em conta esta intenção diante daquela que é Mãe e Irmã, na presença da Estrela do Mar, que nos tem guiado e acompanhado durante estes oito séculos e que, sem dúvida, continuará a fazê-lo agora que entramos no terceiro milênio, cheio de desafios, de necessidades de todo tipo e também de esperanças. Da oração sincera e fraterna de todos nós dependerá em grande parte o êxito de nosso Capítulo Geral.
Gostaria de aproveitar esta ocasião para compartilhar com vocês alguns sentimentos ao terminar meu período como Prior Geral da Ordem. Permitam-me esta nota pessoal sem grandes pretensões e feita em tom fraterno e informal.
Se tivesse que destacar o que sinto neste momento, a palavra que melhor exprimiria seria “gratidão”. Gratidão ao Senhor por me ter chamado ao Carmelo e pela ocasião e grande honra de servir aos irmãos em âmbito internacional, gratidão pelas belas experiências de fraternidade, de missão, de serviço e de solidariedade que tive a oportunidade de conhecer durante estes anos. Confesso a vocês que, sem negar os problemas, as necessidades e as dificuldades ocorridas neste período, não poucas vezes me senti profundamente orgulhoso de ser carmelita e de pertencer a esta família. Não quero citar nenhuma experiência concreta (seriam tantas!), mas posso lhes dizer que muitos carmelitas, com o seu trabalho generoso, alegre, simples, sem muita publicidade e quase anônimo, me edificaram e enriqueceram, ajudaram-me a prosseguir o caminho e a renovar minha vocação. Por todos eles, pelas nossas irmãs contemplativas, pelas religiosas de vida ativa que se dedicam ao ensino, às missões, aos enfermos, pelos nossos leigos que muitas vezes vivem com grande esperança e generosidade a sua pertença ao Carmelo… vale a pena continuar a semear e a crescer como carmelitas do século XXI.
Gostaria também de pedir desculpas àqueles que em algum momento se sentiram decepcionados ou que esperavam algo diferente. Quem me conhece bem, sabe que este pedido de perdão não é um formalismo, um gênero literário que se utiliza sempre no fim de uma missão, mas que o digo de todo coração.
O Carmelo segue processos diferentes nas várias partes do mundo onde nos encontramos. Enquanto a Ásia tornou-se a maior zona geográfica da Ordem, a Europa e a América do Norte se veem imersas num processo de falta de vocações e de diminuição alarmante de nossas províncias que já dura várias décadas. A América Latina continua crescendo num ritmo estável e as jovens presenças da África, não obstante sua fragilidade, vão se consolidando e deixando entrever um futuro bastante promissor.
Em cada caso, a estratégia da Ordem deve ser diferente. O governo geral não pode agir só a partir dos critérios ou da conjuntura de uma determinada região geográfica. Seria frustrante nos deixar levar pelo pessimismo, ignorando que existem regiões do mundo no qual o Carmelo cresce com muita pujança. Seria irresponsável ignorar que existem carências e dificuldades pela falta de pessoal e que isso supõe a restruturação das nossas presenças em outras zonas do mundo. Ainda que a Cúria esteja em Roma, na Itália, na Europa… é a Cúria de toda a Ordem, em sua riqueza e diversidade.
Todavia, em qualquer caso, devemos manter um estilo evangélico, próprio de homens de fé que agem movidos por outros valores. Com muita humildade, realismo, coragem e esperança nos sintamos orgulhosos e agradecidos por esta internacionalidade, pela diversidade de línguas e culturas, que consideramos uma benção e uma riqueza enorme, e assumamos desafio de oferecer e compartilhar o carisma carmelitano com todos.
Neste sentido, procurei durante estes anos manter um sadio equilíbrio entre a presença ativa em Roma e a presença nas periferias da Ordem – para usar uma expressão tão amada pelo Papa Francisco – , da qual a vida eclesial pode ser vista com outras sensibilidades, com acentos e outros matizes, coisa que, sem dúvida, enriquece e completa o nosso serviço à Igreja universal. Por isso, pude contar com a ajuda inestimável dos diversos conselheiros e do Pe. Christian Körner, Vice-Geral, que tem mantido com grande generosidade e eficiência a atividade propriamente curial. Também têm servido de grande ajuda para manter este contato com as diversas realidades vivas da família carmelitana, tanto o Procurador Geral como o Delegado para as Monjas, o Webmaster e a Postuladora Geral. A todos eles a minha mais sincera gratidão.
Enfim, e como costumo fazer todos os anos, gostaria de recordar alguns aniversários que celebramos este ano, que não deixam de ser significativos, acerca da nossa história e identidade, sobretudo no que se refere à dimensão mariana do carisma, e que, por sua vez, nos projetam em direção a um futuro cheio de desafios.
Em primeiro lugar, quero mencionar o primeiro centenário da coroação canônica da imagem da Virgem do Carmo (Nossa Senhora do Carmo) do Recife, que ao mesmo tempo foi nomeada Patrona da cidade e da Província Eclesiástica de Pernambuco, no Nordeste do Brasil. Creio que não exagero ao dizer que se trata da festa da Senhora do Carmo com maior afluência de fiéis no mundo. Cada ano, na solenidade do dia 16, centenas de milhares de pessoas participam das celebrações e da procissão e honram à Virgem do Carmo com grande devoção. A poucos quilômetros de Recife se encontra o convento de Olinda, considerado a primeira fundação carmelitana do continente americano, do qual celebramos solenemente faz alguns anos, o restauro e a re-dedicação.
Esta profunda conexão entre a missão e uma sadia devoção mariana deve motivar-nos a continuar o trabalho cotidiano nesta mesma linha. A piedade popular mariana não pode nos distrair da missão fundamental do cristão de anunciar a boa notícia da salvação; esta piedade – se é autêntica – nos envia, nos interpela, nos lança a ser testemunhas vivas do Evangelho e a vivê-lo com gratidão e generosidade.
Parabéns à Província Carmelitana Pernambucana e a todo o Carmelo brasileiro por este centenário. Que Nossa Mãe do Carmelo faça crescer a Ordem e a família carmelitana nessas terras.
Em segundo lugar, quero destacar que, como já sabem das comunicações oficiais da Ordem, estão começando as comemorações do oitavo centenário da morte de Santo Ângelo da Sicília, para o qual foram organizadas uma série de celebrações religiosas e culturais que se desenvolverão nos próximos meses. Santo Ângelo é, sem dúvida, uma das figuras significativas dos primeiros tempos da história de nossa Ordem. Por conta da escassez de dados que possuímos da sua vida, sabemos que, com toda probabilidade, veio da Terra Santa (também é conhecido como Santo Ângelo de Jerusalém) e dedicou a própria vida à pregação. Também se costuma vinculá-lo, inclusive iconograficamente, a São Domingo de Gusmão e São Francisco de Assis, pondo em evidência a inserção do Carmelo entre as ordens mendicantes. Este ano celebramos também os 50 anos da restauração da Província Britânica, uma das mais antigas da Ordem e suprimida no século XVI, no momento do cisma nos tempos de Henrique VIII. Por este motivo, celebrarei a Solenidade da Mãe do Carmelo em Aleysford e, depois, em Gales, um dos lugares onde os carmelitas irlandeses iniciaram os trabalhos de restauração. A Província, conhecida agora como Brittania Maioris, é dedicada à Assunção da Virgem Maria, o mistério mariano que nos recorda que a Senhora nos precede no caminho, que é penhor e garantia do chamado universal à salvação. Nos países de minoria católica, mas também em todo o mundo, a Igreja nos pede hoje um esforço para viver a nossa devoção mariana com autenticidade, sensibilidade ecumênica e com a mesma humildade que tornou Maria quem ela é (Lc 1,48-49). Talvez nestes países se faça realidade, de modo mais perceptível, que Deus age no pequeno e que só a partir deste se pode construir o seu Reino. Por esse motivo, quero parabenizar a Província Britânica por este aniversário e a Província da Irlanda que, com generosidade, embarcou nesta aventura de restaurar o Carmelo na Grã-Bretanha.
Por último, quero fazer menção à celebração dos 25 anos da beatificação de Isidoro Bakanja, o jovem congolês que foi brutalmente golpeado por haver recusado renunciar a sua fé e retirar o escapulário da Mãe do Carmelo que levava ao pescoço e que era para ele um sinal tangível da fé que professava. Esse escapulário, que era para ele uma recordação do seu batismo, o levou à atitude verdadeiramente heroica de perdoar quem lhe havia ferido mortalmente, e, além disso, levou-o, definitivamente, ao sublime testemunho da caridade evangélica elevada ao máximo grau, o martírio. O seu testemunho, proposto à Igreja há 25 anos na solene cerimônia de beatificação em Roma, deve continuar a ser para nós hoje uma verdadeira fonte de inspiração. Os humildes, como Isidoro, nos mostram aquilo que é mais genuíno e mais autêntico da nossa devoção mariana.
Em 2020 será um novo Prior Geral quem assinará esta carta por ocasião da festa da Mãe do Carmelo, nossa Mãe e Irmã, a Domina Loci que está no centro das nossas vidas, nos inspira e nos encoraja a viver o carisma carmelitano ao serviço do Evangelho, do povo de Deus e de toda a humanidade.
Desde agora lhe desejamos todo bem e um frutuoso serviço à família do Carmelo. Colocamos sob a proteção materna de Maria tanto o capítulo Geral como o próximo sexênio. Ela saberá nos guiar com doçura e afeto e, como Stella Maris, nos mostrará o caminho da salvação ao qual ela, Maria de Nazaré, entregou a sua inteira vida.
Um forte abraço a todos. Felicidades!
* Tradução de Frei José Cláudio Alencar Batista, O, Carm, da Província Carmelitana Pernambucana.
Paróquia virtual: intenções de oração podem ser solicitadas por rede social na Itália
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A iniciativa é da diocese de Livorno através da sua página no Facebook. Os fiéis podem enviar o pedido ao “Mosteiro Invísivel” que será dirigido ao Instituto religioso das Carmelitas Descalças de Antignano.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
A diocese de Livorno, cidade toscana na Itália, há cerca de um ano oferece a possibilidade dos fiéis enviarem pedidos de oração por todas as situações de sofrimento e de dificuldade. A iniciativa da paróquia virtual ganhou até um nome: “Mosteiro Invisível”, pois as intenções são enviadas à Ordem Religiosa das Carmelitas Descalças de Antignano (Livorno).
As intenções de oração podem ser solicitadas pelo próprio perfil da diocese no Facebook (basta procurar “Diocesi Livorno” ou “Parrocchia virtuale della diocese di Livorno”, em língua italiana). Os pedidos, porém, também podem ser enviados através de mensagens privadas. A iniciativa tem chamado muito a atenção dos fiéis que se encontram em situações difíceis e precisam de oração e proximidade espiritual.
As freiras do Mosteiro, segundo a diocese, periodicamente recebem com muito prazer as intenções e rezam para todos que solicitam. Através da superiora, a Irmã Gabriella, as freiras se comprometem de orar incessantemente por todos os pedidos enviados e encaminhados diretamente a elas.
Curson online e gratuito sobre amor conjugal
Com as novas mídias, a diocese também inova ao oferecer um curso online e gratuito via Skype sobre o amor conjugal. O percurso foi oferecido no primeiro semestre deste ano, através de cinco encontros virtuais, dirigido a casais de namorados ou casados interessados no crescimento espiritual e em compreender de maneira mais profunda o desenho de Deus sobre o homem, a mulher e a família. Fonte: www.vaticannews.va
AO VIVO- 2º DIA DA NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO/RJ
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Igreja do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. Presidente da celebração, Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
Circuito de trem é novidade para peregrinos no Santuário de Aparecida
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Circuito de trem é novidade para peregrinos no Santuário de Aparecida
Monotrilho percorre trajeto de 1,4km em 15 minutos
RIO - Peregrinos e devotos que pretendem visitar o Santuário de Aparecida encontrarão um jeito mais confortável de fazer o Caminho do Rosário. O Trem do Devoto, monotrilho elétrico que percorre o trajeto, começou a operar nesta sexta-feira (05/07). Segundo Fábio Cardoso, gerente operacional, ele foi pensado como opção de retorno para quem percorreu o caminho a pé.
- O intuito é que a pessoa continue fazendo o caminho a pé, para poder ir meditando os mistérios do terço, que estão pelo trajeto, mas que depois volte pelo trenzinho. É possível, claro, fazer ida e volta com ele, mas essa é uma opção mais voltada para quem tem dificuldade de locomoção, idosos e crianças - explica.
O monotrilho elétrico vai percorrer um trajeto total de 1,4 km, em cerca de 15 minutos. São duas locomotivas com cinco vagões, que atendem ao máximo de 60 pessoas por trecho. O itinerário passa pelos pelas 128 esculturas do caminho. O embarque e o desembarque podem ser feitos na estação Cidade do Romeiro e na Porto Itaguaçú.
- Pensamos em conceito mais retrô, baseado em uma locomotiva antiga do século XIX, o que acaba oferecendo uma experiência diferenciada ao visitante - conta Cardoso.
O ingresso custa R$10 por trecho. Idosos e crianças pagam meia, mediante apresentação de documento com foto. O trem funciona de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h; aos sábados, das 8h às 18h; e aos domingos, das 8h às 16h.
Conheça o Caminho do Rosário
O Caminho do Rosário foi inaugurado em outubro de 2018 mostrando 20 cenários que retratam os mistérios do rosário da religião católica. O percurso é feito por um extenso calçadão construído às margens do Rio Paraíba, que faz a ligação entre a Cidade do Romeiro, um Centro Comercial localizado próximo ao Santuário Nacional, ao Porto do Itaguaçu, local do encontro da Imagem de Nossa Senhora.
- Durante a construção desse espaço já se pensava em ter algum meio de transporte que facilitasse o acesso de pessoas com dificuldade de locomoção, como idosos e deficientes físicos, por exemplo - comenta Fábio.
A implantação e operação do trem está a cargo da Bontur, que já opera os Bondinhos Aéreos, ligando o Santuário Nacional ao Morro do Cruzeiro. Fonte: https://oglobo.globo.com
Segunda-feira, 8 de julho. 14ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria, e dai aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mt 9, 18-26)
18Falava ele ainda, quando se apresentou um chefe da sinagoga. Prostrou-se diante dele e lhe disse: Senhor, minha filha acaba de morrer. Mas vem, impõe-lhe as mãos e ela viverá.19Jesus levantou-se e o foi seguindo com seus discípulos.20Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto.21Dizia consigo: Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada.22Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou. E a mulher ficou curada instantaneamente.23Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada. Disse-lhes:24Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme. Eles, porém, zombavam dele.25Tendo saído a multidão, ele entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se.26Esta notícia espalhou-se por toda a região.
3) Reflexão - Mateus 9,18-26
O evangelho de hoje nos leva a meditar dois milagres de Jesus em favor de duas mulheres. O primeiro foi em favor de uma senhora, considerada impura por causa de uma hemorragia irregular que já durava doze anos. O outro, em favor de uma menina que acabava de falecer. Conforme a mentalidade daquela época, qualquer pessoa que tocasse em sangue ou em cadáver era considerada impura e quem tocasse nela também ficava impura. Sangue e morte eram fatores de exclusão! Por isso, aquelas duas mulheres eram pessoas marginalizadas, excluídas da participação na comunidade. Quem nelas tocasse também estaria impura, impedida de participar na comunidade, e já não poderia relacionar-se com Deus. Para poder ser readmitida na plena participação comunitária teria de fazer o rito de purificação, prescrito pelas normas da lei. Ora, curando através da fé a impureza daquela senhora, Jesus abriu um novo caminho para Deus que já não dependia dos ritos de purificação, controlados pelos sacerdotes. Ressuscitando a menina, venceu o poder da morte e abriu um novo horizonte para a vida.
Mateus 9,18-19: A morte da menina.
Enquanto Jesus ainda estava falando, um chefe do lugar vem interceder pela filha que acabava de morrer. Ele pede que Jesus venha e imponha a mão na menina, “e ela viverá”. O chefe crê que Jesus tem o poder de devolver a vida à filha. Sinal de muita fé em Jesus da parte do pai da menina. Jesus se levanta e vai com ele levando consigo os discípulos. Este é o ponto de partida para os dois episódios que seguem: a cura da mulher com doze anos de hemorragia e a ressurreição da menina. O evangelho de Marcos traz os mesmos dois episódios, mas com muitos detalhes: o chefe se chamava Jairo e era um dos chefes da sinagoga. A menina ainda não estava morta, e tinha doze anos, etc (Mc 5,21-43). Mateus abreviou a narração tão viva de Marcos.
Mateus 9,20-21: A situação da mulher.
Durante a caminhada para a casa do chefe, uma mulher que sofria doze anos de hemorragia irregular aproxima-se de Jesus em busca de cura. Doze anos de hemorragia! Por isso, ela vivia excluída, pois, como dissemos, naquele tempo o sangue tornava a pessoa impura. Marcos informa que a mulher tinha gastado toda a sua economia com os médicos e, em vez de ficar melhor, ficou pior (Mc 5,25-26). Ela tinha ouvido falar de Jesus (Mc 5,27). Por isso, nasceu nela uma nova esperança. Dizia consigo: “Se ao menos tocar na roupa dele, eu ficarei curada”. O catecismo da época mandava dizer: “Se eu tocar na roupa dele, ele ficará impuro”. A mulher pensava exatamente o contrário! Sinal de muita coragem. Sinal de que as mulheres não concordavam com tudo o que as autoridades religiosas ensinavam. O ensinamento dos fariseus e dos escribas não conseguia controlar o pensamento do povo! Graças a Deus! A mulher aproximou-se por de trás de Jesus, tocou na roupa dele, e ficou curada.
Mateus 9,22. A palavra iluminadora de Jesus
Jesus voltando-se e vendo a mulher declara: “Coragem, minha filha, sua fé curou você!” Frase curta, mas que deixa transparecer três pontos muito importantes: (1) Dizendo “Minha filha”, Jesus acolhe a mulher na nova comunidade, que se formava ao seu redor. Ela já não é uma excluída. (2) Aquilo que ela esperava e acreditava aconteceu de fato. Ela ficou curada. Prova de que o catecismo das autoridades religiosas não estava correta e que em Jesus se abriu um novo caminho para as pessoas poderem obter a pureza exigida pela lei e entrar em contato com Deus. (3) Jesus reconhece que, sem a fé daquela senhora, ele não poderia ter feito o milagre. A cura não foi um rito mágico, mas um ato de fé.
Mateus 9,23-24: Na casa de chefe.
Em seguida, Jesus vai para a casa do chefe. Ao ver o alvoroço dos que faziam luto pela morte da menina, mandou que todo mundo saísse. Dizia: “A criança não morreu. Está dormindo!”. O pessoal deu risada. O povo sabe distinguir quando uma pessoa está dormindo ou quando está morta. Para eles, a morte era uma barreira que ninguém poderia ultrapassar! É a risada de Abraão e de Sara, isto é, dos que não conseguem crer que para Deus nada é impossível (Gn 17,17; 18,12-14; Lc 1,37). As palavras de Jesus têm ainda um significado mais profundo. A situação das comunidades do tempo de Mateus parecia uma situação de morte. Elas também tinham que ouvir: “Não é morte! Vocês é que estão dormindo! Acordem!”
Mateus 9,25-26: A ressurreição da menina.
Jesus não deu importância à risada do povo. Ele esperou até que todos saíssem da casa. Aí ele entrou, tomou a criança pela mão e ela se levantou. Marcos conservou as palavras de Jesus: “Talita kúmi!”, o que quer dizer: Menina, levanta-te (Mc 5,41). A notícia espalhou-se por toda aquela região. Fez o povo acreditar que Jesus é o Senhor da vida que vence a morte.
4) Para um confronto pessoal
1-Hoje, quais as categorias de pessoas que se sentem excluídas da participação na comunidade cristã? Quais os fatores que hoje causam a exclusão de tantas pessoas e lhes dificultam a vida tanto na família como na sociedade?
2-“A criança não morreu. Está dormindo!” “Não é morte! Vocês é que estão dormindo! Acordem!” Esta é a mensagem do evangelho de hoje. O que ela diz para mim? Sou daqueles que dão risada?
5) Oração final
Dia a dia vos bendirei, e louvarei o vosso nome eternamente. Grande é o Senhor e sumamente louvável, insondável é a sua grandeza. (Sl 144, 2-3)
DEVOÇÃO CARMELITANA: LADAINHA
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(Antes da Ladainha, cantar um canto a Nossa Senhora do Carmo enquanto o Padre incensa a imagem)
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, ouvi-nos
Cristo, atendei-nos
Deus Pai do céu, tende piedade de nós
Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós
Mãe de Jesus Cristo, Rogai por nós.
Mãe da Igreja, Rogai por nós.
Mãe e Senhora do Carmelo, Rogai por nós.
Santa Maria do Monte Carmelo, Intercedei por nós
Modelo da família carmelitana, Rogai por nós.
Flor do Carmelo, Rogai por nós.
Estrela do Mar, Rogai por nós.
Nossa Senhora da Subida do Monte Carmelo, Intercedei por nós
Espelho da justiça, Rogai por nós.
Rainha dos Mártires Carmelitas, Rogai por nós.
Rainha de todos os Santos, Rogai por nós.
Rainha do Carmelo, Intercedei por nós
Rainha do Santo Escapulário, Rogai por nós.
Nossa Senhora do Carmo, nossa consolação na hora da morte, Rogai por nós
Nossa Senhora do Carmo, modelo dos missionários, Rogai por nós.
Nossa Senhora do Carmo, perfeito modelo da Boa Nova, Intercedei por nós
Por aqueles desempregados e abandonados, Rogai por nós.
Por aqueles no leito de dor, Rogai por nós
Pelo nosso Santo Padre, o Papa Francisco e seus pastores, Rogai por nós.
Pela nossa comunidade, Intercedei por nós
Pela família carmelitana e os devotos do Escapulário, Rogai por nós.
Pela paz e justiça social em nosso país, Rogai por nós.
Pela paz na cidade do Rio de Janeiro, Rogai por nós.
Pelos devotos do Escapulário, Intercedei por nós
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Padre: Rogai por nós, Flor e Esplendor do Carmelo.
Todos: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo
OREMOS: Venha em nossa ajuda, Senhor, a intercessão da gloriosa e bem-aventurada sempre Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo. Concedei-nos, por sua intercessão, chegarmos à verdadeira montanha, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.
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