Quinta-feira, 11 de abril-2019. 5ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Assisti, ó Deus, aqueles que vos suplicam e guardai com solicitude os que esperam em vossa misericórdia, para que, libertos de nossos pecados, levemos uma vida santa e sejamos herdeiros das vossas palavras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 8, 51-59)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 51Disse Jesus aos Judeus em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte. 52Disseram-lhe os judeus: Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte... 53És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu... e os profetas também. Quem pretendes ser? 54Respondeu Jesus: Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus 55e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra. 56Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria. 57Os judeus lhe disseram: Não tens ainda cinquenta anos e viste Abraão!... 58Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou. 59A essas palavras, pegaram então em pedras para lhas atirar. Jesus, porém, se ocultou e saiu do templo. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O capítulo 8 parece uma exposição de obras de arte, onde se podem admirar e contemplar famosas pinturas, uma ao lado da outra. O evangelho de hoje traz mais uma pintura, mais um diálogo entre Jesus e os judeus. Não há muito nexo entre uma e outra pintura. É o expectador ou a expectadora que, pela sua observação atenta e orante, consegue descobrir o fio invisível que liga entre si as pinturas, os diálogos. Deste modo vamos penetrando aos poucos no mistério divino que envolve a pessoa de Jesus.
* João 8,51: Quem guarda a palavra de Jesus jamais verá a morte. Jesus faz um solene afirmação. Os profetas diziam: Oráculo do Senhor! Jesus diz: “Em verdade, em verdade vos digo!” E a afirmação solene é esta: “Se alguém guardar minha palavra jamais verá a morte!” De muitas maneiras este mesmo tema aparece e reaparece no evangelho de João. São palavras de grande profundidade
* João 8,52-53: Abraão e os profetas morreram. A reação dos judeus é imediata: "Agora sabemos que estás louco. Abraão morreu e os profetas também. E tu dizes: 'se alguém guarda a minha palavra, nunca vai experimentar a morte'. Por acaso, tu és maior que o nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morreram. Quem é que pretendes ser?" Eles não entenderam o alcance da afirmação de Jesus. Diálogo de surdos..
* João 8,54-56: Quem me glorifica é meu Pai. Sempre de novo Jesus bate na mesma tecla: ele está de tal modo unido ao Pai que nada do que ele diz e faz é dele. Tudo é do Pai. E ele acrescenta: "Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vocês dizem que é o Pai de vocês. Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. Se dissesse que não o conheço, eu seria mentiroso como vocês. Mas eu o conheço e guardo a palavra dele. Abraão, o pai de vocês, alegrou-se porque viu o meu dia. Ele viu e encheu-se de alegria." Estas palavras de Jesus devem ter sido como uma espada a ferir a auto-estima dos judeus. Dizer às autoridades religiosas: “Vocês não conhecem o Deus que vocês dizem conhecer. Eu o conheço e vocês não o conhecem!”, é o mesmo que acusa-las de total ignorância exatamente naquele assunto no qual eles pensam ser doutores especializados. E a palavra final encheu a medida: “Abraão, o pai de vocês, alegrou-se porque viu o meu dia. Ele viu e encheu-se de alegria”.
* João 8,57-59: Não tens 50 anos e já viu Abraão! Tomaram tudo ao pé de a letra mostrando assim que não entenderam nada do que Jesus estava dizendo. E Jesus faz nova afirmação solene: “Em verdade, em verdade digo a vocês: antes que Abraão existisse, EU SOU!” Para quem crê em Jesus, é aqui que alcançamos o coração do mistério da história. Novamente pedras para matar Jesus. Nem desta vez o conseguiram, pois a hora ainda não chegou. Quem determina o tempo e a hora é o próprio Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) Diálogo de surdos entre Jesus e os judeus. Você já teve alguma vez a experiência de conversar com alguém que pensa exatamente o oposto de você e não se dá conta disso?
2) Como entender esta frase: “Abraão, o pai de vocês, alegrou-se porque viu o meu dia. Ele viu e encheu-se de alegria” ?
5) Oração final
Procurai o SENHOR e o seu poder, não cesseis de buscar sua face. Lembrai-vos dos milagres que fez, dos seus prodígios e dos julgamentos que proferiu. (Sl 104, 4-5)
Quarta-feira, 10 de abril-2019. 5ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus de misericórdia, iluminai nossos corações purificados pela penitência. E ouvi com paternal bondade aqueles a quem dais o afeto filial. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 8, 31-42)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 31Jesus dizia aos judeus que nele creram: Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; 32conhecereis a verdade e a verdade vos livrará. 33Replicaram-lhe: Somos descendentes de Abraão e jamais fomos escravos de alguém. Como dizes tu: Sereis livres? 34Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo. 35Ora, o escravo não fica na casa para sempre, mas o filho sim, fica para sempre. 36Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. 37Bem sei que sois a raça de Abraão; mas quereis matar-me, porque a minha palavra não penetra em vós. 38Eu falo o que vi junto de meu Pai; e vós fazeis o que aprendestes de vosso pai. 39Nosso pai, replicaram eles, é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. 40Mas, agora, procurais tirar-me a vida, a mim que vos falei a verdade que ouvi de Deus! Isso Abraão não o fez. 41Vós fazeis as obras de vosso pai. Retrucaram-lhe eles: Nós não somos filhos da fornicação; temos um só pai: Deus. 42Jesus replicou: Se Deus fosse vosso pai, vós me amaríeis, porque eu saí de Deus. É dele que eu provenho, porque não vim de mim mesmo, mas foi ele quem me enviou. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* No evangelho de hoje, continua a reflexão sobre o capítulo 8 de João. Em forma de círculos concêntricos, João vai aprofundando o mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus. Parece repetição, pois ele sempre torna a falar do mesmo assunto. Na realidade, é o mesmo assunto, mas é cada vez num nível mais profundo. O evangelho de hoje aborda o tema do relacionamento de Jesus com Abraão, o Pai do povo de Deus. João procura ajudar as comunidades a compreender como Jesus se situa dentro do conjunto da história do Povo de Deus. Ajuda-as a perceber a diferença que existe entre Jesus e os judeus, pois também os judeus e aliás todos nós somos filhos e filhas de Abraão.
* João 8,31-32: A liberdade que nasce da fidelidade à palavra de Jesus. Jesus afirma aos judeus: "Se vocês guardarem a minha palavra, vocês de fato serão meus discípulos; conhecerão a verdade, e a verdade libertará vocês". Ser discípulo de Jesus é o mesmo que abrir-se para Deus. As palavras de Jesus são na realidade palavras de Deus. Elas comunicam a verdade, pois fazem conhecer as coisas do jeito que elas são aos olhos de Deus e não aos olhos dos fariseus. Mais tarde, durante a última Ceia, Jesus ensinará a mesma coisa aos discípulos.
* João 8,33-38: O que é ser filho e filha de Abraão? A reação dos judeus é imediata: "Nós somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: 'vocês ficarão livres'?” Jesus rebate fazendo uma distinção entre filho e escravo e diz: "Quem comete o pecado, é escravo do pecado. O escravo não fica para sempre na casa, mas o filho fica aí para sempre. Por isso, se o Filho os libertar, vocês realmente ficarão livres”. Jesus é o filho e vive na casa do Pai. O escravo não vive na casa. Viver fora de casa, fora de Deus, é viver em pecado. Se eles aceitarem a palavra de Jesus poderão tornar-se filhos e terão a liberdade. Deixarão de ser escravos. E Jesus continua: “Eu sei que vocês são descendentes de Abraão; no entanto, estão procurando me matar, porque minha palavra não entra na cabeça de vocês”. Em seguida aparece bem clara a distinção: “Eu falo das coisas que vi junto do Pai; vocês também devem fazer aquilo que ouvem do pai de vocês”. Jesus lhes nega o direito de dizer que são filhos de Abraão, pois as obras deles dizem o contrário.
* João 8,39-41a: Um filho de Abraão pratica as obras de Abraão. Eles insistem em afirmar: “Nosso Pai è Abraão!” como se quisessem apresentar a Jesus o documento de sua identidade. Jesus rebate: "Se vocês são filhos de Abraão, façam as obras de Abraão. Agora, porém, vocês querem me matar, e o que eu fiz, foi dizer a verdade que ouvi junto de Deus. Isso Abraão nunca fez. Vocês fazem a obra do pai de vocês”. Nas entrelinhas, ele sugere que o pai deles é satanás (Jo 8,44). Sugere que são filhos da prostituição.
* João 8,41b-42: Se Deus fosse pai de vocês, vocês me amariam, porque eu saí de Deus. Usando palavras diferentes, Jesus repete a mesma verdade: “Quem é de Deus escuta as palavras de Deus”. A origem desta afirmação vem de Jeremias que disse: “Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais precisará ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: "Procure conhecer a Javé". Porque todos, grandes e pequenos, me conhecerão - oráculo de Javé. Pois eu perdoo suas culpas e esqueço seus erros” (Jr 31,33-34). Mas eles não se abriram para esta nova experiência de Deus, e por isso não reconhecem Jesus como o enviado do Pai.
4) Para um confronto pessoal
1) Liberdade que se submete totalmente ao Pai. Existe algo assim em você? Conhece pessoas assim?
2) Qual a experiência mais profunda em mim que me leva a reconhecer Jesus como o enviado de Deus?
5) Oração final
Bendito és tu, Senhor, Deus dos nossos pais, sejas louvado e exaltado para sempre! Bendito seja o teu nome santo e glorioso! Sejas louvado e exaltado para sempre! (Dn 3, 52)
Bispo defende a própria mãe de agressão do presidente das Filipinas, e Facebook suspende sua conta
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Depois de defender a própria mãe de um ataque do presidente Rodrigo Duterte, um bispo das Filipinas teve seu perfil no Facebook temporariamente suspenso. A reportagem é de Charles Collins, publicada em Crux, 07-04-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Há muito tempo, Dom Pablo Virgilio David, bispo de Kalookan, é um crítico da brutal campanha do presidente contra o tráfico de drogas, que grupos de direitos humanos dizem que levou a milhares de assassinatos extrajudiciais.
Duterte sempre repreendeu o bispo pelas críticas, chegando a ameaçá-lo com a decapitação em novembro do ano passado e insinuando que ele era um usuário de drogas que rouba as coletas das missas. Mais tarde, David confirmou que recebeu ameaças de morte anônimas após as declarações do presidente.
No dia 2 de abril, o presidente chamou David de “filho de uma prostituta” – um epíteto comum de Duterte, que ele também usou no passado para descrever o Papa Francisco e Barack Obama.
“Esse David, ele não faz nada além de reclamar”, disse o presidente. “Você sabe, se você for um padre e quiser me criticar – David, é melhor você ouvir, seu filho de uma prostituta –, saia do púlpito. Não use a sua religião.”
No dia seguinte, David postou uma homenagem à sua mãe, Bienvenida Siongco David, que morreu no ano 2000, em seu perfil pessoal no Facebook. “Ela é a mulher que o presidente do nosso país chamou de prostituta em seu discurso ontem. Ele me chamou de filho de uma prostituta por supostamente atacá-lo no púlpito da Igreja, o que eu nunca fiz. O púlpito nunca é para esse propósito. A menos, é claro, que ele pense que pedir o fim da violência e do assassinato extrajudicial na minha diocese equivale a atacá-lo”, escreveu o bispo.
David falou da fortaleza de sua mãe durante a ocupação japonesa na Segunda Guerra Mundial, do seu apoio à carreira de seu marido no serviço público e de seus esforços para cuidar de seus 13 filhos depois que ela ficou viúva aos 58 anos de idade.
“Ela conseguiu criar um sociólogo, um arquiteto/urbanista, dois advogados, um engenheiro civil, um corretor imobiliário, um banqueiro, um tecnólogo médico, um enfermeiro de cuidados intensivos, um bispo, um nutricionista, um dentista e um economista. Seus esforços não foram em vão; nenhum de seus filhos se tornou um fardo para o país”, continuou o bispo.
“A nossa família não espera que ninguém no governo dê a ela o reconhecimento por sua imensa contribuição na construção da nação. Mas também não esperamos que alguém insulte a sua memória e a chame de prostituta. ELA NÃO MERECE ISSO”, escreveu ele.
Na quinta-feira, o Facebook bloqueou a sua conta, acusando-o de “phishing” – ou seja, de tentar acessar os dados pessoais de uma pessoa por meios fraudulentos. “Eu fui bloqueado. Recebi alguns conselhos sobre como reativar a conta”, disse David ao CBCPNews, o serviço oficial de notícias da Conferência Episcopal.
O Facebook possui muitos sistemas antiphishing automatizados, e as contas podem ser bloqueadas temporariamente por diversos motivos, inclusive se um grande número de pessoas denunciar um usuário por cometer tal prática. Isso pode tornar o perfil de uma pessoa vulnerável a uma campanha coordenada de falsas denúncias de atividade de phishing.
O perfil do bispo foi restaurado mais tarde naquele dia.
Duterte tem estado em desacordo com a Igreja Católica do país desde antes de assumir o cargo em 2016. Duterte alegou ter sido abusado por um padre quando frequentava a Davao High School, uma instituição administrada pelos jesuítas, no fim dos anos 1950.
Em 24 de março, o presidente disse que seria “um mundo melhor” se todos os padres molestadores fossem “mortos hoje à noite”. No mesmo discurso, Duterte também chamou os bispos da nação de “filhos da puta”, que “servem aos ricos e à elite, aos donos de bancos e de outros negócios”.
Em dezembro, o presidente chegou a pedir que as pessoas “matem [os bispos], esses tolos não servem para nada. Tudo o que eles fazem é criticar”. Seu porta-voz disse que o presidente estava usando “hipérboles” e “faz certas declarações de efeito dramático”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
O NOVO BEATO DA IGREJA: Padre Donizetti. Reportagem do "Jornal Nacional", do dia 8 de abril-2019
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Terça-feira, 9 de abril-2019. 5ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei-nos, ó Deus, perseverar no vosso serviço para que, em nossos dias, cresça em número e santidade o povo que vos serve. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 8, 21-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 21Jesus disse-lhes: Eu me vou, e procurar-me-eis e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir. 22Perguntavam os judeus: Será que ele se vai matar, pois diz: Para onde eu vou, vós não podeis ir? 23Ele lhes disse: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24Por isso vos disse: morrereis no vosso pecado; porque, se não crerdes o que eu sou, morrereis no vosso pecado. 25Quem és tu?, perguntaram-lhe eles então. Jesus respondeu: Exatamente o que eu vos declaro. 26Tenho muitas coisas a dizer e a julgar a vosso respeito, mas o que me enviou é verdadeiro e o que dele ouvi eu o digo ao mundo. 27Eles, porém, não compreenderam que ele lhes falava do Pai. 28Jesus então lhes disse: Quando tiverdes levantado o Filho do Homem, então conhecereis quem sou e que nada faço de mim mesmo, mas falo do modo como o Pai me ensinou. 29Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, porque faço sempre o que é do seu agrado. 30Tendo proferido essas palavras, muitos creram nele. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* Na semana passada, a liturgia nos levava a meditar o capítulo 5 do Evangelho de João. Esta semana ela nos confronta com o capítulo 8 do mesmo evangelho. Como o capítulo 5, também o capítulo 8 contém reflexões profundas sobre o mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus. Aparentemente, trata-se de diálogos entre Jesus e os fariseus (Jo 8,13). Os fariseus querem saber quem é Jesus. Eles o criticam por ele dar testemunho de si mesmo sem nenhuma prova ou testemunho para legitimar-se diante do povo (Jo 8,13). Jesus responde dizendo que ele não fala a partir de si mesmo, mas sempre a partir do Pai e em nome do Pai (Jo 8,14-19).
* Na realidade, os diálogos são também expressão de como era a transmissão catequética da fé nas comunidades do discípulo amado no fim do primeiro século. Eles refletem a leitura orante que os cristãos faziam das palavras de Jesus como expressão da Palavra de Deus. O método de pergunta e resposta ajudava-os a encontrar a resposta para os problemas que, naquele fim de século, os judeus levantavam para os cristãos. Era uma maneira concreta de ajudar a comunidade a ir aprofundando sua fé em Jesus e sua mensagem.
* João 8,21-22: Onde eu vou, vocês não podem me seguir. Aqui João aborda um novo assunto ou um outro aspecto do mistério que envolve a pessoa de Jesus. Jesus fala da sua partida e diz que, para onde ele vai, os fariseus não podem segui-lo. “Eu vou e vocês me procuram e vão morrer no seu pecado”. Eles procuram Jesus, mas não vão encontra-lo, pois não o conhecem e o procuram com critérios errados. Eles vivem no pecado e vão morrer no pecado. Viver no pecado é viver afastado de Deus. Eles imaginam Deus de um jeito, e Deus é diferente do que eles o imaginam. Por isso não são capazes de reconhecer a presença de Deus em Jesus. Os fariseus não entendem o que Jesus quer dizer e tomam tudo ao pé da letra: “Será que ele vai se matar?”
* João 8,23-24: Vocês são aqui de baixo e eu sou lá de cima. Os fariseus se orientam em tudo pelos critérios deste mundo. “Vocês são deste mundo e eu não sou deste mundo!” O quadro de referências que orienta Jesus em tudo que ele diz e faz é o mundo lá de cima, isto é, Deus, o Pai, e a missão que recebeu do Pai. O quadro de referências dos fariseus é o mundo cá de baixo, sem abertura, fechado nos seus próprios critérios. Por isso, eles vivem em pecado. Viver em pecado é não ter o olhar de Jesus sobre a vida. O olhar de Jesus é totalmente aberto para Deus a ponto de Deus estar nele em toda a sua plenitude (cf. Col 1,19). Nós dizemos: “Jesus é Deus”. João nos convida a dizer: “Deus é Jesus!”. Por isso, Jesus diz. “Se vocês não acreditarem que EU SOU, vocês vão morrer em seus pecados”. EU SOU é a afirmação com que Deus se apresentou a Moisés no momento de libertar o seu povo da opressão do Egito (Ex 3,13-14). É a expressão máxima da certeza absoluta de que Deus está no meio de nós através de Jesus. Jesus é a prova definitiva de que Deus está conosco. Emanuel.
* João 8,25-26: Quem è você? O mistério de Deus em Jesus não cabe nos critérios com que os fariseus olham para Jesus. De novo perguntam: “Quem è você?” Eles nada entenderam porque não entendem a linguagem de Jesus. Jesus teria muito a falar a eles a partir de tudo que ele experimentava e vivia em contato com o Pai e a partir da consciência da sua missão. Jesus não se auto-promove. Ele apenas diz e expressa o que ouve do Pai. Ele é pura revelação porque é pura e total obediência.
* João 8,27-30: Quando vocês tiverem elevado o Filho do Homem saberão que EU SOU. Os fariseus não entendem que Jesus, em tudo que diz e faz, é expressão do Pai. Só vão compreendê-lo depois que tiverem elevado o Filho do Homem. “Aí vocês saberão que EU SOU”. A palavra elevar tem o duplo sentido de elevar sobre a Cruz e de ser elevado à direita do Pai. A Boa Nova da morte e ressurreição vai revelar quem é Jesus, e eles saberão que Jesus é a presença de Deus no meio de nós. O fundamento desta certeza da nossa fé é duplo: de um lado, a certeza de que o Pai está sempre com Jesus e nunca o deixa sozinho e, de outro lado, a radical e total obediência de Jesus ao Pai, pela qual ele se torna abertura total e total transparência do Pai para nós
4) Para um confronto pessoal
1) Quem se fecha nos seus critérios e acha que já sabe tudo, nunca será capaz de compreender o outro. Assim eram os fariseus frente a Jesus. E eu frente aos outros, como me comporto?
2) Jesus é radical obediência ao Pai e por isso é total revelação do Pai. E eu, que imagem de Deus se irradia a partir de mim?
5) Oração final
SENHOR, escuta minha oração, e chegue a ti meu clamor. Não me ocultes teu rosto no dia da minha angústia. Inclina para mim teu ouvido; quando te invoco, atende-me depressa. (Sl 101, 2-3)
Frei Damião dá mais um passo para ser reconhecido como santo
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No processo de canonização, que já dura nove anos, ele foi reconhecido pelo Vaticano como Venerável, título que precede os de Beato e Santo
O Papa Francisco autorizou promulgar, nesta segunda-feira (8), o decreto que reconhece a figura de Frei Damião de Bozzano como Venerável — título que reconhece virtudes heroicas e precede os decretos de beato e de santo na Igreja Católica. A decisão ocorreu em audiência com o Reverendíssimo Cardeal Angelo Becciu, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, no último dia 6 de abril de 2019, no Vaticano.
Apesar de já ser considerado um verdadeiro santo aos olhos de muitos fiéis nordestinos, o processo de canonização é demorado. como destacou o dom Fernando Saburido, da Arquidiocese de Olinda e Recife, e inclui uma série de documentações e testemunhos sobre a vida e trajetória da pessoa.
"O povo já proclama Frei Damião santo por tudo que ele viveu nas missões e no dia-a-dia da população pobre do Nordeste, mas a Igreja mantém a salutar cautela dos estudos da vida e das obras, antes e depois de sua morte, para declará-lo santo”, explicou dom Fernando em nota oficial da Arquidiocese.
No Recife, o capuchinho frei Jociel Gomes é o responsável pelo encaminhamento dos documentos e relatórios referente à causa, em processo que teve início há nove anos. A solicitação estava em análise no Vaticano desde 2012.
Para se tornar santo, antes é preciso ser reconhecido como beato e ter ao menos dois milagres reconhecidos pela Igreja Católica. Fonte: https://jconline.ne10.uol.com.br
Papa Francisco reconhece virtudes heroicas do menino Nelsinho Santana
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Nascido em Ibitinga, ele morreu em Araraquara em 1964 após ficar meses internado na Santa Casa.
Por Brenda Bento*, G1 São Carlos e Araraquara
O Papa Francisco reconheceu as virtudes heroicas do servo de Deus, Nelson Santana, conhecido como Nelsinho. Nascido em Ibitinga (SP), que faz parte da Diocese de São Carlos, o menino de 9 anos morreu em Araraquara em 1964 após ficar meses internado na Santa Casa.
A aprovação do decreto pelo Papa Francisco ocorreu no sábado (6), mas a decisão foi publicada manhã desta segunda-feira (8). O próximo passo do Vaticano é o reconhecimento dos milagres para o processo de beatificação. O Vaticano também reconheceu um dos milagres do sacerdote brasileiro Donizetti Tavares de Lima. Fiéis de Tambaú comemoraram.
Segundo a Diocese de São Carlos, um dos supostos milagres atribuídos a Nelsinho foi enviado ao Vaticano em 2012. No ano de 2007, o pequeno Vitor da Silva Leitão, de 1 ano, sofria de uma doença chamada macrocefalia e foi curado em Brasília (DF). A família do garoto relatou que recebeu uma cópia da certidão de óbito de Nelsinho e que pediu por sua intercessão.
Trajetória
Nelsinho nasceu em 31 de julho de 1955 e tinha câncer no braço. Entre os sete e oito anos, ele sofreu uma queda que provocou um ferimento no ombro esquerdo e, devido às complicações, precisou ser amputado.
Até os 9 anos, Nelsinho morou na Santa Casa de Araraquara onde fez sua primeira comunhão. Ele anunciou previamente sua morte e morreu no hospital em 24 de dezembro de 1964.
O corpo foi sepultado em Araraquara no dia de Natal como indigente, pois a família não tinha recursos para bancar o funeral. Posteriormente a família recebeu a doação de uma sepultura no Cemitério São Bento.
O lugar onde Nelsinho foi sepultado com o passar do tempo tornou-se muito visitado pelas graças alcançadas que foram atribuídas a ele. Segundo o cemitério, o local ainda recebe visitas.
Em 24 de outubro de 2011, o corpo de Nelsinho foi exumado e os restos mortais foram colocados em duas caixas e transferidos para a Paróquia Senhor Bom Jesus, em Ibitinga. O corpo dele foi preparado para ser colocado na cripta construída dentro da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus.
Sob supervisão de Fabio Rodrigues, do G1 São Carlos e Araraquara.
Fonte: https://g1.globo.com
Igreja no Brasil terá um novo beato: Pe. Donizetti Tavares de Lima
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Igreja no Brasil terá um novo beato: Pe. Donizetti Tavares de Lima
Na audiência ao prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, no último sábado, o Papa Francisco reconheceu o milagre por intercessão do Venerável Servo de Deus Pe. Donizetti Tavares de Lima que será beatificado.
Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco recebeu em audiência, no último sábado (06/04), o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu.
Pe. Donizetti Tavares de Lima será beatificado
Durante o encontro, o Santo Padre autorizou a promulgação de alguns decretos, reconhecendo o milagre por intercessão do Venerável Servo de Deus Pe. Donizetti
Tavares de Lima que será beatificado.
O sacerdote diocesano brasileiro nasceu em 3 de janeiro de 1882, em Cássia (MG), e faleceu em 16 de junho de 1961, em Tambaú (SP).
Padre Donizetti espalhou por Tambaú diversas obras sociais, dentre as quais a fundação do asilo São Vicente de Paulo e da Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Tambaú. Criou também a Congregação Mariana, a Irmandade das Filhas de Maria e o Círculo Operário Tambauense.
Exerceu seu sacerdócio como Jesus, a serviço dos pobres, dos marginalizados e doentes. Viveu de maneira simples e humilde, sempre à disposição do povo.
Ainda hoje em Tambaú as suas obras sociais continuam sendo testemunhas de seu zelo social. Tinha grande devoção a Nossa Senhora Aparecida. Em sua época, contam-se vários sinais milagrosos da multidão que ia a Tambaú para receber a bênção do pe. Donizetti.
Nelsinho Santana, menino de grande fé
Francisco reconheceu as virtudes heroicas do Servo de Deus Nelson Santana. Leigo, brasileiro de Ibitinga (SP), Nelson nasceu 31 de julho de 1955, e morreu em Araraquara (SP), em 24 de dezembro de 1964., na vigília de Natal.
Nelsinho, como era conhecido, era um garoto que tinha câncer no braço. Dos 7 aos 9 anos praticamente morou no hospital e fez lá sua primeira comunhão.
Frei Damião- O Missionário do Nordeste
Francisco também reconheceu as virtudes heroicas do Servo de Deus Damiano da Bozzano, no século Pio Giannotti, sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Ele nasceu em Bozzano, na Itália, em 5 de novembro de 1898 e morreu em Recife, no Brasil, em 31 maio de 1997.
Leia a reportagem completa aqui: www.vaticannews.va
Domingo, 7 de abril-2019. 5ª DOMINGO DA QUARESMA.
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1) Oração
Ó Deus, que pela vossa graça inefável, nos enriqueceis de todos os bens, concedei-nos passar da antiga à nova vida, preparando-nos assim para o reino da glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 8, 1-11)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 1Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras. 2Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar. 3Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério. 4Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério. 5Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso? 6Perguntavam-lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra. 7Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. 8Inclinando-se novamente, escrevia na terra. 9A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele. 10Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? 11Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* No Evangelho de hoje, vamos meditar sobre o encontro de Jesus com a mulher que ia ser apedrejada. Pela sua pregação e pelo seu jeito de agir, Jesus incomodava as autoridades religiosas. Por isso, elas procuravam todos os meios possíveis para acusá-lo e eliminá-lo. Assim, levam até ele uma mulher, pega em flagrante de adultério. Sob a aparência de fidelidade à lei, usam a mulher para ter argumentos contra Jesus. Também hoje, sob a aparência de fidelidade às leis da igreja, muitas pessoas são marginalizadas: divorciados, aidéticos, prostitutas, mães solteiras, homossexuais, etc. Vejamos como Jesus reage:
* João 8,1-2: Jesus e o povo. Depois da discussão sobre a origem do Messias, descrita no fim do capítulo 7 (Jo 7,37-52), “cada um tinha voltado para casa” (Jo 7,53). Jesus não tinha casa em Jerusalém. Por isso, foi para o Monte das Oliveiras. Lá havia um Horto, onde ele costumava passar a noite em oração (Jo 18,1). No dia seguinte, antes do nascer do sol, Jesus já estava novamente no templo. O povo também veio bem cedo para poder escutá-lo. Eles sentavam no chão ao redor de Jesus e ele os ensinava. O que será que Jesus ensinava? Deve ter sido muito bonito, pois o povo vinha antes do nascer do sol para poder escutá-lo!
* João 8,3-6a: Os escribas armam uma cilada. De repente, chegam os escribas e os fariseus, trazendo consigo uma mulher pega em flagrante de adultério. Eles a colocam no meio da roda. Conforme a lei, esta mulher deveria ser apedrejada (Lv 20,10; Dt 22,22.24). Eles perguntam: "E qual é a sua opinião?" Era uma cilada. Se Jesus dissesse: "Apliquem a lei", eles diriam: “Ele não é tão bom como parece, porque mandou matar a pobre da mulher!” Se dissesse: "Não matem", diriam: "Ele não é tão bom como parece, porque nem sequer observa a lei!" Sob a aparência de fidelidade a Deus, eles manipulam a lei e usam a pessoa da mulher para poder acusar Jesus.
* João 8,6b-8: Reação de Jesus: escreve no chão. Parecia um beco sem saída. Mas Jesus não se apavora nem fica nervoso. Pelo contrário. Calmamente, como quem é dono da situação, ele se inclina e começa a escrever no chão com o dedo. Quem fica nervoso, são os adversários. Eles insistem para que Jesus dê a sua opinião. Então, Jesus se levanta e diz: "Quem for sem pecado seja o primeiro a jogar pedra!" E inclinando-se tornou a escrever no chão. Jesus não discute a lei. Apenas muda o alvo do julgamento. Em vez de permitir que eles coloquem a luz da lei em cima da mulher para poder condená-la, pede que eles se examinem a si mesmos à luz do que a lei exige deles. A ação simbólica da escritura no chão esclarece tudo. A palavra da Lei de Deus tem consistência. Uma palavra escrita no chão não tem consistência. A chuva e o vento a apagam logo. O perdão de Deus apaga o pecado identificada e denunciado pela lei.
* João 8,9-11: Jesus e a mulher. O gesto e a resposta de Jesus derrubaram os adversários. Os fariseus e os escribas se retiram envergonhados, um depois do outro, a começar pelos mais velhos. Aconteceu o contrário do que eles esperavam. A pessoa condenada pela lei não era a mulher, mas eles mesmos que pensavam ser fiéis à lei. No fim, Jesus ficou sozinho com a mulher no meio da roda. Jesus se levanta e olha para ela: "Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou!" Ela responde: "Ninguém, Senhor!" E Jesus: "Nem eu te condeno! Vai, e de agora em diante não peques mais!"
* Jesus não permite que alguém use a lei de Deus para condenar o irmão ou a irmã, quando ele mesmo ou ela mesma é pecador ou pecadora. Este episódio, melhor do que qualquer outro ensinamento, revela que Jesus é a luz que faz aparecer a verdade. Ele faz aparecer o que existe de escondido dentro das pessoas, no mais íntimo de cada um de nós. À luz da sua palavra, os que pareciam os defensores da lei, se revelam cheios de pecado e eles mesmos o reconhecem, pois vão embora, a começar pelos mais velhos. E a mulher, considerada culpada e merecedora da pena de morte, está de pé diante de Jesus, absolvida, redimida e dignificada (cf. Jo 3,19-21).
4) Para um confronto pessoal
1) Procure colocar-se na pele da mulher: quais eram os sentimentos dela naquele momento?
2) Que passos nossa comunidade pode e deve dar para acolher os excluídos?
5) Oração final
O SENHOR é o meu pastor, nada me falta. Ele me faz descansar em verdes prados, a águas tranquilas me conduz. Restaura minhas forças, guia-me pelo caminho certo, por amor do seu nome. (Sl 22, 1-3)
Incêndios atingem igreja na Pavuna e prédio no Leblon, Rio
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Incêndios atingem igreja na Pavuna e prédio no Leblon, Rio
Igreja de Santo Antônio, na Rua Maria Joaquina, pegou fogo no início da tarde. No início da noite, chamas atingiram apartamento no Leblon. Não há informações sobre feridos
Uma igreja pegou fogo neste domingo (7) na Pavuna, Zona Norte do Rio. Bombeiros do quartel de Duque de Caxias combateram o incêndio.
As chamas atingiram a igreja de Santo Antônio, na Rua Maria Joaquina, e começaram pouco antes das 14h.
Mais tarde, no Leblon, Zona Sul do Rio, outro incêndio atingiu ao menos um apartamento na Rua Humberto de Campos.
Nos dois incêndios, não há informações sobre feridos. Fonte: https://g1.globo.com
A MORTE DO PADRE PINTO: "Nem a Igreja para uma alma livre".
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Fiéis contam histórias sobre Padre Pinto
Comunidade da Lapinha lamenta perda de “personalidade única”; padre faleceu na quinta-feira (4)
Os dogmas da igreja não poderiam parar uma alma livre. A liberdade com a qual um autor incorpora a própria arte é um processo de transgressão natural que, talvez, traduza o momento em que, todo de amarelo, o padre José de Souza Pinto surgiu no altar da Igreja da Lapinha, em janeiro de 2006, e homenageou a orixá Oxum. O ato revelou a olhos desacostumados um homem que, mesmo religioso, não deixou de lado a irreverência dos artistas.
A morte do sacerdote, nesta quinta-feira (4), aos 72 anos, é sentida pelos moradores da Lapinha, em Salvador. Lá, onde foi pároco por 30 anos, mas já não era visto há algum tempo, as referências a José Pinto vão muito além do que ficou marcado por aquela celebração de 2006. E, antes que se diga que Padre Pinto não ‘honrou’ a igreja, os mais próximos do religioso garantem: “Ele nasceu para isso”.
Anos antes de se vestir de Nossa Senhora da Guia, sincretizada no candomblé por Oxum, há 13 anos, Padre Pinto já tinha deixado sua marca na Paróquia da Lapinha: além de muitos outros, crismou, batizou e casou os quatro filhos da professora aposentada Celina dos Santos Silva, 84 anos, a quem tratava por Céu.
“Uma pessoa iluminada, de alma e espírito livres. Ele fez parte da história de toda a minha família, só não fez me casar, mas, em compensação, celebrou minhas bodas de prata e ouro”, conta Celina, emocionada, ao lembrar que conheceu o religioso em 1979, seis anos depois de ele ser ordenado ao sacerdócio, aos 26 anos de idade.
Desde a época das polêmicas até aqui, para a professora, nenhuma reportagem envolvendo Padre Pinto transmitiu às pessoas quem, de fato, era o padre. Filho único de pai e mãe, o artista plástico e bailarino nasceu e foi criado no bairro de São Caetano, em Salvador.
“Isso era o mínimo. Ele era uma pessoa de espírito livre e nem a Igreja Católica para uma alma livre. Mas, o que eu realmente acredito é que ele foi excelente em sua vida religiosa, sofreu muito quando foi afastado da Lapinha, mas precisou se acostumar”, revela.
Padre Pinto começou a vida religiosa na Paróquia Santos Cosme e Damião, na Liberdade. Mas foi na Lapinha que ele se tornou uma extensão da paróquia, ao revitalizar a Festa de Reis. Não há quem more ali, do Largo ao Queimadinho, que não conheça ou já tenha ouvido falar no sacerdote que colocou os três Reis Magos dentro de uma Fobica, em um presépio temático que tinha até uma réplica da estátua do poeta Castro Alves.
‘Tinha segurança’
A personalidade variável, como define a amiga Celina, era uma constante na vida do sacerdote. Para ela, no entanto, Padre Pinto era certo de tudo o que fazia. Ela contou ao CORREIO sobre o dia em que convidou o religioso para um passeio. Católicos, ela e o marido até já tinham se acostumado com o jeito alegre do religioso, mas sequer podiam imaginar que Pinto surgiria vestindo um short de cetim e batom vermelho.
“Eu fiquei muito surpresa e, confesso, até assustada. Hoje, não cabe mais um padre travado, fechado, mas naquela época, há 15 anos, tudo era diferente e, querendo ou não, ele representava uma comunidade religiosa e não era o que se esperava de um representante do catolicismo”, pondera.
Celina, contudo, não repreendeu o amigo. “Como? Não tive coragem, não tinha como. Ele era muito inteligente, se expressava bem demais e sabia exatamente o que fazia. A segurança dele ao argumentar as coisas quebrava qualquer um ao meio. Até a Igreja, que podia ter feito algo para parar ele, não pôde conter aquilo, estava ali, era dele”, acredita.
A aposentada lembrou que, logo que foi afastado da Lapinha, em 2006, Pinto passou a ser visto com cada vez menos frequência, com contato sempre restrito. Havia sido transferido para a Paróquia de São Caetano da Divina Providência, onde atuava como vigário paroquial. Morou lá nos últimos 13 anos. Até a aparência, segundo a amiga, era outra.
“A última vez que estivemos juntos foi em 2016 e ele estava triste, amarelado, largado. A vida dele era na Lapinha, onde fez história, missas lindas, era adorado e respeitado por todos, independentemente de tudo”, acrescenta Celina, ao lamentar que não foi informada da causa da morte de José Pinto. Por conhecidos ligados ao religioso, soube que ele foi socorrido até o Hospital Jorge Valente, nesta quarta (3), após sofrer uma queda, o que foi confirmado ao CORREIO por uma prima do padre.
Em nota, o diretor provincial da Sociedade das Divinas Vocações, Padre José Carlos Lima, afirmou que o Padre Pinto sofria de transtorno de bipolaridade, além de problemas cardiológicos e hipertensão, desde 2006. “Com o passar dos anos, o seu quadro de saúde foi se debilitando e oscilando entre períodos de estabilidades e momentos de alterações. Mais precisamente no último ano, este quadro de oscilação se apresentou com mais frequência”, disse, sem citar a queda.
O líder religioso afirmou que o padre prestou “inúmeros serviços” à Congregação e Arquidiocese de São Salvador da Bahia e se destacou pela “eloquência e retórica em suas pregações, grande parte do seu ministério presbiteral foi desenvolvido na Paróquia Nossa Senhora da Conceição da Lapinha em Salvador”, considerou.
‘Morreu cedo’
Quem recebeu suas bênçãos garante que Padre Pinto partiu antes da hora. Para o desenhista Daniel Cesart, 36, ainda era tempo do sacerdote celebrar missa e distribuir simpatia pelo bairro. Daniel, que nasceu, foi criado e continua morando na Lapinha, foi batizado por José Pinto e garante que sua morte foi uma perda para toda a família.
“Era um cara incrível como padre, artista plástico e bailarino. Via nele a versatilidade que uma pessoa deve ter. Ele era a equidade, laicidade e o sincretismo religioso em prática. Sua ausência foi e será sentida na Festa de Reis, que nunca mais teve o mesmo esplendor de quando ele estava à frente”, comenta.
O próprio Padre Pinto, em uma entrevista ao CORREIO, em 1999, falava sobre intolerância. “O processo de evangelização no Brasil desconsiderou, desde o início, com os jesuítas, a mística indígena e negra e, por isso, acabou contribuindo para a aniquilação dos índios e o sofrimento dos negros. Essa postura foi baseada na noção de intolerância”, declarou, após o Encontro Nacional de Padres, Bispos e Diáconos Negros.
A notícia da morte abalou a família da professora aposentada Áurea Freitas, 78. Ela conta que não faltava a uma missa celebrada pelo sacerdote que mais fez celebrações por aquela paróquia, e que crismou e batizou seus dois filhos.
"Eu não ia à missa porque era obrigação, mas porque era bom estar próximo a ele. Eu não tenho palavras, mas faço questão de garantir que ele era um excelente líder. Um padre como nunca vi, que virou uma família para todos nós e nos ensinou muito sobre ajudar e respeitar ao próximo, com sua alegria e generosidade", destaca Áurea.
A aposentada contou que, quando o padre virou assunto nacional, estava em viagem em Belo Horizonte (MG) e ficou surpresa com o que viu pela TV. "Tomei um susto, não entendi aquela manifestação, me questionei o porquê". Áurea disse, no entanto, que o sacerdote sempre teve comportamento irreverente no convívio com as pessoas, mesmo na igreja. "Brincava muito e sempre foi artista. Pintava as próprias batas, ensinava arte às crianças, sempre muito atencioso", completou.
'Um marco'
Filha de Áurea, a professora de Artes Acy Freitas, 34, tem boas lembranças dos anos de convívio com o religioso. Depois da crisma e do batismo, chegou a ser coroinha de Padre Pinto, a quem define como um marco na história da paróquia que, nesta sexta-feira (5), não abriu as portas. Todos os membros participaram da missa de corpo presente, realizada na Paróquia São Caetano e, em seguida, do enterro, na Ordem 3ª de São Francisco, na Baixa de Quintas.
"Ele sempre foi um catequista incrível, que nos transmitiu toda vivência religiosa da melhor maneira possível. Além das obras, ele pensava e vivia a arte, então a gente tinha muitos momentos de diálogo, de liberdade, sempre pautados pelo respeito à religião, mas de um jeito saudável", lembra.
Assim como a mãe, Acy garante que, por unanimidade, o legado de José de Souza Pinto foi e será respeitado pelos moradores da Lapinha. "Tinha o dom da palavra, ele era muito autêntico. Quem somos nós para apontar erros? Não estamos aqui para mudar nada e ninguém, tudo o que ele fez aquelas coisas que aconteceram, certamente partiram de um desejo dele e nós sempre respeitaremos", disse Áurea, em referência à manifestação como
Oxum.
Nas lembranças da professora Celina dos Santos, Padre Pinto será para sempre o reflexo de liberdade, amor, segurança e respeito. Foi assim quando viu as imagens do pároco reverenciando o candomblé. Mesmo católica, explica que teve o entedimento de que o amigo só queria mostrar às pessoas que a religião de matriz africana "não é um bicho de sete cabeças". Fonte: www.correio24horas.com.br
Bispo envolvido em confusão com Caetano Veloso está sendo 'coagido'
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Ingrid Soares
O bispo dom José Francisco Falcão, envolvido em uma polêmica após dizer que queria "dar veneno de rato" ao autor da música É proibido proibir, de Caetano Veloso, se manifestou nesta sexta-feira (5/4) e diz que está sendo coagido. O religioso nega, porém, que esteja pensando em ir embora do Brasil. Segundo pessoas próximas ao padre, ele foi ameaçado, após a má repercussão da homilia presidida pelo pároco da Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo, no último domingo (31/3).
Durante a celebração na capela militar, o bispo teria dito que "gostaria de dar um veneno de rato" para o "imbecil que nos anos 1970 cantou que é proibido proibir". A declaração caiu feito uma bomba na internet, principalmente devido aos tempos atuais, onde consevadores e liberais vivem em duelo constante, principalmente nas redes sociais. Até o próprio Caetano Veloso, ao ficar sabendo do teor da pregação do religioso, disse que entraria com um processo contra o padre.
Em carta divulgada nesta sexta-feira (5/4), tendo como destinatário o cantor e compositor baiano e todos os veículos de imprensa do país, José Francisco alegou que a missa foi celebrada em ação de graças pela promoção dos oficiais generais do Exército Brasileiro e ocorre desde a década de 1960 em capelanias e paróquias militares católicas.
O bispo ressaltou, ainda, que em nenhum momento da homilia fez alusão ao nome de qualquer cantor ou música, tampouco utilizou a palavra "imbecil" e que realizou exclusivamente leituras litúrgicas ao falar da passagem do filho pródigo que abandona a casa do pai em busca da liberdade sem proibição, o que prega, inclusive, a música.
"Noticiaram que eu tinha dito aquelas coisas, mas o que tenho a dizer é que minha função é prestar auxílio onde for preciso. Tenho viagens programadas até o fim do ano, mas pelo meu dever. Não guardo mágoa de quem veicula notícias erradas sem ao menos ouvir o que o outro lado tem a dizer, mas é necessário ter ética no jornalismo. Seguramente, em tempos difíceis, de fake news, precisamos do jornalismo. E que ele escute as partes interessadas. Como cristão, o que tenho a dizer é que perdoo", disse ao Correio.
"Na homilia, afirmei: 'na década de 1970, alguém fez uma música É proibido proibir. Referi-me ao refrão cunhado no final da década de 1950 e transformado em música nos anos que se seguiram ao espírito de maio de 1968, em Paris, e que se espalhou em seguida pelo mundo, notadamente na década de 1970", dizia o trecho da carta.
Caetano Veloso afirmou, na quarta-feira (3/4), que interpelaria judicialmente o bispo auxiliar do Oridinariado Militar do Brasil. A fala do bispo repercutiu nas redes sociais após a revelação feita pela revista Veja na segunda-feira (1º/4). De acordo com a publicação, também estaria na missa a viúva do coronel Brilhante Ustra, considerado o maior torturador da ditadura militar brasileira.
Em nota oficial, a Arquidiocese Militar do Brasil disse que, em nenhum momento do transcurso da missa falou-se de "ditadura" ou "golpe" ou se agradeceu a Deus por outro motivo. Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br
A Primeira Pedra
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*Luís Fernando Verissimo,
E os fariseus trouxeram a Jesus uma mulher apanhada em adultério e perguntaram a Jesus se ela não deveria ser apedrejada até a morte, como mandava a lei de Moisés. E disse Jesus: aquele entre vós que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra. E a vida da mulher foi poupada, pois nenhum dos seus acusadores era sem pecado. Assim está na Bíblia, Evangelho de São João 8, 1 a 11.
Mas imagine que a Bíblia não tenha contado toda a história. Tudo o que realmente aconteceu naquela manhã, no Monte das Oliveiras. Na versão completa do episódio, um dos fariseus, depois de ouvir a frase de Jesus, pega uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a mulher, dizendo: “Eu estou sem pecado!”.
– Pera lá – diz Jesus, segurando o seu braço. – Você é um adúltero conhecido. Larga a pedra.
– Ah. Pensei que adultério só fosse pecado para as mulheres – diz o fariseu, largando a pedra.
Outro fariseu junta uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a mulher, gritando: “Nunca cometi adultério, sou puro como um cordeiro recém-nascido!”.
– Falando em cordeiro – diz Jesus, segurando o seu braço também – e aquele rebanho que você foi encarregado de trazer para o templo, mas no caminho desviou 10% para o seu próprio rebanho?
– Nunca ficou provado nada! – protesta o fariseu.
– Mas eu sei – diz Jesus. – Larga a pedra.
Um terceiro fariseu pega uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a adúltera, dizendo: “Não só não sou corrupto como sempre combati a corrupção. Fui eu que denunciei o escândalo da propina paga mensalmente a sacerdotes para apoiar os senhores do templo”.
– Mas foste tu o primeiro a receber propina – diz Jesus, segurando seu braço.
– No meu caso foi para melhor combater a corrupção!
– Larga a pedra.
Um quarto fariseu junta uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a mulher, dizendo: “Não tenho pecados, nem da carne, nem de cupidez ou ganância!”.
– Ah, é? – diz Jesus, segurando o seu braço. – E aquela viúva que exploravas, tirando-lhe todo o dinheiro?
–Mas isto foi há muito tempo, e a mulher já morreu.
– Larga a pedra, vai.
E, quando os fariseus se afastam, um discípulo pergunta a Jesus:
– Mestre, que lição podemos tirar deste episódio?
– Evitem a hipocrisia e o moralismo relativo – diz Jesus.
E pensando um pouco mais adiante:
– E, se possível, a política partidária. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Sexta-feira, 5 de abril-2019. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que preparastes para nossa fraqueza os auxílios necessários à nossa renovação, dai-nos recebê-los com alegria e vê-los frutificar em nossa vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 7, 1-2.10.25-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 1Jesus percorria a Galileia. Ele não queria deter-se na Judeia, porque os judeus procuravam tirar-lhe a vida. 2Aproximava-se a festa dos judeus chamada dos Tabernáculos. 10Mas quando os seus irmãos tinham subido, então subiu também ele à festa, não em público, mas despercebidamente. 25Algumas das pessoas de Jerusalém diziam: Não é este aquele a quem procuram tirar a vida? 26Todavia, ei-lo que fala em público e não lhe dizem coisa alguma. Porventura reconheceram de fato as autoridades que ele é o Cristo? 27Mas este nós sabemos de onde vem. Do Cristo, porém, quando vier, ninguém saberá de onde seja. 28Enquanto ensinava no templo, Jesus exclamou: Ah! Vós me conheceis e sabeis de onde eu sou!... Entretanto, não vim de mim mesmo, mas é verdadeiro aquele que me enviou, e vós não o conheceis. 29Eu o conheço, porque venho dele e ele me enviou. 30Procuraram prendê-lo, mas ninguém lhe deitou as mãos, porque ainda não era chegada a sua hora. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* Ao longo dos capítulos 1 a 12 do Evangelho de João, vai acontecendo a progressiva revelação que Jesus faz de si mesmo aos discípulos e ao povo. Ao mesmo tempo e na mesma proporção, vai crescendo o fechamento e a oposição das autoridades contra Jesus a ponto de elas decidirem a condenação e a morte de Jesus (Jo 11,45-54). O capítulo 7, que meditamos no evangelho de hoje, é uma espécie de balanço no meio do caminho. Já faz prever como será o desfecho final.
* João 7,1-2.10: Jesus decide ir à festa dos Tabernáculos em Jerusalém. A geografia da vida de Jesus no evangelho de João é diferente da geografia nos outros três evangelhos. É mais completa. Conforme os outros evangelhos, Jesus foi apenas uma única vez a Jerusalém, aquela em que ele foi preso e morto. Conforme o evangelho de João, Jesus foi no mínimo duas ou três vezes a Jerusalém para a festa de Páscoa. Por isso sabemos que a vida pública de Jesus durou em torno de três anos. O evangelho de hoje informa que Jesus se dirigiu mais uma vez para Jerusalém, mas não publicamente. Foi às ocultas, pois na Judeia os judeus queriam matá-lo.
* Tanto aqui no capítulo 7 como nos outros capítulos, João fala de “judeus”, e de “vocês judeus”, como se ele e Jesus não fossem judeus. Esta maneira de falar reflete a situação da trágica ruptura que ocorreu no fim do primeiro século entre os judeus (Sinagoga) e os cristãos (Ecclesia). Ao longo dos séculos, esta maneira de falar do evangelho de João contribuiu para fazer crescer o anti-semitismo. Hoje, é muito importante tomar distância desta polêmica para não alimentar um antissemitismo. Nunca podemos esquecer Jesus é judeu. Nasceu judeu, viveu como judeu e morreu como judeu. Toda a sua formação é da religião e da cultura dos judeus.
* João 7,25-27: Dúvidas dos habitantes de Jerusalém a respeito de Jesus. Jesus está em Jerusalém e fala publicamente às pessoas que querem ouvi-lo. O povo fica confuso. Sabe que querem matar Jesus e ele anda solto aos olhos de todos. Será que as autoridades reconheceram que ele é o Messias? Mas como é que Jesus pode ser o messias? Todos sabem que ele vem lá de Nazaré, mas do messias, assim se ensinava, ninguém sabe a origem.
* João 7,28-29: Esclarecimento da parte de Jesus. Jesus fala da sua origem. “Vocês sabem de onde eu sou”. Mas o que o povo não sabe é a vocação e a missão que Jesus recebeu de Deus. Ele não veio por própria vontade, mas como todo profeta veio obedecendo a uma vocação, que é o segredo da vida dele. “Eu não vim por mim mesmo. Quem me enviou é verdadeiro, e vocês não o conhecem. Mas eu o conheço, porque venho de junto dele, e foi ele quem me enviou."
* João 7,30: Ainda não chegara a hora. Quiseram prender Jesus, mas ninguém pôs a mão nele, “porque ainda não chegara a sua hora”. No evangelho de João quem determina a hora e o rumo dos acontecimentos não são os que detêm o poder, mas é o próprio Jesus. Ele é que determina a hora (cf. Jo 2,4; 4,23; 8,20; 12.23.27; 13,1; 17,1). Mesmo pendurado na cruz, é Jesus quem determina até a hora de morrer (Jo 19,29-30).
4) Para um confronto pessoal
1) Como eu vivo o meu relacionamento com os judeus? Descobri alguma vez um pouco de antissemitismo dentro de mim? Consegui elimina-lo?
2) Como no tempo de Jesus, hoje em dia, há muitas ideias e opiniões novas sobre as coisas da fé. Como faço? Eu me agarro às ideias antigas e me fecho nelas, ou procuro entender o porquê das novidades?
5) Oração final
O SENHOR está perto de quem tem o coração ferido, salva os ânimos abatidos. Muitas são as desventuras do justo, mas de todas o SENHOR o livra. (Sl 33)
Quinta-feira, 4 de abril-2019. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Nós vos pedimos, ó Deus de bondade, que, corrigidos pela penitência e renovados pelas boas obras, possamos perseverar nos vossos mandamentos e chegar purificados às festas pascais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 5, 31-47)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 31Se eu der testemunho de mim mesmo, não é digno de fé o meu testemunho. 32Há outro que dá testemunho de mim, e sei que é digno de fé o testemunho que dá de mim. 33Vós enviastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. 34Não invoco, porém, o testemunho de homem algum. Digo-vos essas coisas, a fim de que sejais salvos. 35João era uma lâmpada que arde e ilumina; vós, porém, só por uma hora quisestes alegrar-vos com a sua luz. 36Mas tenho maior testemunho do que o de João, porque as obras que meu Pai me deu para executar - essas mesmas obras que faço - testemunham a meu respeito que o Pai me enviou. 37E o Pai que me enviou, ele mesmo deu testemunho de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz nem vistes a sua face... 38e não tendes a sua palavra permanente em vós, pois não credes naquele que ele enviou. 39Vós perscrutais as Escrituras, julgando encontrar nelas a vida eterna. Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de mim. 40E vós não quereis vir a mim para que tenhais a vida... 41Não espero a minha glória dos homens, 42mas sei que não tendes em vós o amor de Deus. 43Vim em nome de meu Pai, mas não me recebeis. Se vier outro em seu próprio nome, haveis de recebê-lo... 44Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a glória que é só de Deus? 45Não julgueis que vos hei de acusar diante do Pai; há quem vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança. 46Pois se crêsseis em Moisés, certamente creríeis em mim, porque ele escreveu a meu respeito. 47Mas, se não acreditais nos seus escritos, como acreditareis nas minhas palavras? - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* João, intérprete de Jesus. João é um bom intérprete das palavras de Jesus. Um bom intérprete deve ter uma dupla fidelidade. Fidelidade às palavras de quem fala, e fidelidade à linguagem de quem escuta. No Evangelho de João, as palavras de Jesus não são transmitidas materialmente ao pé da letra, mas são traduzidas e transpostas na linguagem do povo das comunidades cristãs do fim do primeiro século lá na Ásia Menor. Por este motivo, as reflexões do Evangelho de João nem sempre são fáceis de serem entendidas. Pois nelas se misturam as palavras de Jesus e as palavras do próprio evangelista que reflete a linguagem da fé das comunidades da Ásia Menor. Por isso mesmo, não basta o estudo erudito ou científico das palavras para podermos captar o sentido pleno e profundo das palavras de Jesus. É necessário ter em nós também a vivência comunitária da fé. O evangelho deste dia de hoje é um exemplo típico da profundidade espiritual e mística do evangelho do discípulo amado.
* Iluminação mútua entre vida e fé. Aqui vale repetir o que João Cassiano disse a respeito da descoberta do sentido pleno e profundo dos salmos: “Instruídos por aquilo que nós mesmos sentimos, já não percebemos o texto como algo que só ouvimos, mas sim como algo que experimentamos e tocamos com nossas mãos; não como uma história estranha e inaudita, mas como algo que damos à luz desde o mais profundo do nosso coração, como se fossem sentimentos que formam parte do nosso ser. repitamo-lo: não é a leitura (estudo) que nos faz penetrar no sentido das palavras, mas sim a própria experiência nossa adquirida anteriormente na vida de cada dia” (Collationes X,11). A vida ilumina o texto, o texto ilumina a vida. Se, por vezes, o texto não nos diz nada, não é por falta de estudo nem por falta de oração, mas simplesmente por falta de aprofundar a própria vida.
* João 5,31-32: O valor do testemunho de Jesus. O testemunho de Jesus é verdadeiro, porque ele não faz auto-promoção, nem exaltação de si mesmo. “Um outro dá testemunho de mim”, isto é o Pai. E o testemunho dele é verdadeiro e merece fé.
* João 5,33-36: O valor do testemunho de João Batista e das obras de Jesus. João Batista também deu testemunho a respeito de Jesus e o apresento ao povo como o enviado de Deus que devia vir a este mundo (cf. Jo 1,29.33-34; 3,28-34). Porém, por mais importante que seja o testemunho de João, Jesus não depende dele. Ele tem um testemunho a seu favor que é maior do que o testemunho de João, a saber, as obras que o Pai realiza por meio dele (cf. Jo 14,10-11).
* João 5,37-38: O Pai dá testemunho em favor de Jesus. Anteriormente, Jesus tinha dito: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus” (Jo 8,47). Os judeus que acusam Jesus não têm a mente aberta para Deus. Por isso, eles não conseguem perceber o testemunho do Pai que chega até eles através de Jesus.
* João 5,39-41: A própria escritura dá testemunho em favor de Jesus. Os judeus dizem ter fé nas escrituras, mas, mas realidade, eles não entendem a Escritura, pois a própria Escritura fala de Jesus (cf. Jo 5,46; 12,16.41; 20,9).
* João 5,42-47: O Pai não julga, mas confiou o julgamento ao filho. Os judeus se dizem fiéis à Escritura e a Moisés e, por isso, condenam Jesus. Na realidade, Moisés e a escritura falam a respeito de Jesus e pedem para crer nele.
4) Para um confronto pessoal
1) A vida ilumina o texto, o texto ilumina a vida. Já experimentou isto alguma vez?
2) Procure aprofundar o valor do testemunho de Jesus
5) Oração final
O SENHOR ampara todos os que caem e reergue todos os combalidos. Teu reino é reino de todos os séculos, teu domínio se estende a todas as gerações. (Sl 144, 14.13)
Quarta-feira, 3 de abril-2019. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que recompensais os méritos dos justos e perdoais aos pecadores que fazem penitência, sede misericordioso para conosco: fazei que a confissão de nossas culpas alcance o vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 5, 17-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. 28Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. 29Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. 30O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, 33e o seu reino não terá fim. 34Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? 35Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, 37porque a Deus nenhuma coisa é impossível. 38Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O Evangelho de João è diferente dos outros três. Ele revela uma dimensão mais profunda que só a fé consegue perceber nas palavras e gestos de Jesus. Os Padres da Igreja diziam que o Evangelho de João é “espiritual”, revela aquilo que o Espírito faz descobrir nas palavras de Jesus (cf. Jo 16,12-13). Um exemplo bonito desta dimensão espiritual do evangelho de João é o trecho que meditamos hoje.
* João 5,17-18: Jesus explicita o significado profundo da cura do paralítico. Criticado pelos judeus por ter feito uma cura em dia de sábado, Jesus responde: “Meu Pai trabalha até agora e por isso eu também trabalha!”. Os judeus ensinavam que em dia de sábado não se podia trabalhar, pois até o próprio Deus descansou e não trabalhou no sétimo dia da criação (Ex 20,8-11). Jesus afirma o contrário. Ele diz que o Pai não parou de trabalhar até agora. Por isso, ele, Jesus, também trabalha, mesmo em dia de sábado. Ele imita o Pai! Para Jesus, a obra criadora não terminou. Deus continua trabalhando, sem cessar, dia e noite, sustentando o universo e a todos nós. Jesus colabora com o Pai dando continuidade à obra da criação, para que um dia todos possam entrar no repouso prometido. A reação dos judeus foi violenta. Querem matá-lo por dois motivos: por negar o sentido do sábado e por se dizer igual a Deus.
* João 5,19-21: É o amor que deixa transparecer a ação criadora de Deus. Estes versículos revelam algo do mistério do relacionamento entre Jesus e o Pai. Jesus, o filho, vive em atenção permanente diante do Pai. Aquilo que vê o Pai fazer, ele também faz. Jesus é o reflexo do Pai. É a cara do Pai! Esta atenção total do Filho ao Pai, faz com que o amor do Pai possa entrar totalmente no Filho e, através do Filho, realizar a sua ação no mundo. A grande preocupação do Pai é vencer a morte e fazer viver. A cura do paralítico foi uma forma de tirar as pessoas da morte e faze-las viver. É uma forma de dar continuidade à obra criadora do Pai.
* João 5,22-23: O Pai não julga, mas confiou o julgamento ao filho. O decisivo na vida é a maneira como nós nos situamos frente ao Criador, pois dele dependemos radicalmente. Ora, o Criador se faz presente para nós em Jesus. Em Jesus habita a plenitude da divindade (cf. Col 1,19). Por isso, é na maneira como nos definimos diante de Jesus, que expressamos nossa posição frente ao Deus Criador. O que o Pai quer é que o conheçamos e honremos na revelação que Ele fez de si mesmo em Jesus.
* João 5,24: A vida de Deus em nós através de Jesus. Deus é vida, é força criadora. Onde ele se faz presente, a vida renasce. Ele se faz presente através da Palavra de Jesus. Quem escuta a palavra de Jesus como sendo de Deus já está ressuscitado. Já recebeu o toque vivificante que o leva para além da morte. Já passou da morte para a vida. A cura do paralítico é a prova disso.
* João 5,25-29: A ressurreição já está acontecendo. Os mortos somos todos nós que ainda não nos abrimos para a voz de Jesus que vem do Pai. Mas “vem a hora, e é agora, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que o ouvirem viverão”. Com a palavra de Jesus, vinda do. Pai, iniciou-se a nova criação. Ela já está em andamento. A palavra criadora de Jesus vai atingir a todos, mesmo os que já morreram. Eles ouvirão e viverão.
* João 5,30: Jesus é o reflexo do Pai. “Por mim mesmo nada posso fazer, eu julgo segundo o que ouço, e meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas sim a vontade daquele que me enviou”. Esta frase final é o resumo de tudo que foi refletido anteriormente. Esta era a compreensão que as comunidades da época de João tinham e irradiavam a respeito de Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) Como você imagina o relacionamento entre Jesus e o Pai?
2) Como você vive a fé na ressurreição?
5) Oração final
O SENHOR é clemente e misericordioso, lento para a ira e rico de graça. O SENHOR é bom para com todos, compassivo com todas as suas criaturas. (Sl 144, 8-9)
Arcebispo de Maceió implanta projeto “Geladeira Solidária” no Santuário Arquidiocesano
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O projeto Geladeira Solidária já é uma realidade em grandes centros urbanos do país e atende a população necessitada.
Por Natália Silva
O arcebispo metropolitano de Maceió, dom Antônio Muniz Fernandes, implantou, nesta sexta-feira (29), o Projeto Geladeira Solidária no Santuário Arquidiocesano da Virgem dos Pobres, em Mangabeiras. A iniciativa, que já acontece em grandes centros urbanos, tem o objetivo de manter o espaço para receber e disponibilizar alimentos aos moradores de rua e população carente da região.
Dom Antônio abençoou a geladeira, que fica logo na entrada do Santuário, como ponto estratégico para facilitar o acesso daqueles que irão em busca de alimentos. O arcebispo explicou que esta iniciativa é importante, proporcionando para população carente e moradores de rua o que comer, uma alimentação mais digna. “É um exercício de solidariedade e caridade durante 24h, para alimentar os mais necessitados de modo mais especial à noite”, disse dom Antônio.
Segundo padre José Aloísio, administrador da Paróquia São Luas e do Santuário, a iniciativa de dom Antônio Muniz é significativa, principalmente por estarmos vivendo o tempo da Quaresma que nos pede oração, jejum e, sobretudo a caridade. “Escolher o Santuário Virgem dos Pobres para essa primeira geladeira solidária é gratificante, uma vez que o Santuário se torna referencia para quem busca auxílio, seja ele alimentício ou espiritual. Há sempre alguém que vem buscar e alguém que vem trazer algo. Esperamos que a comunidade no entorno do Santuário e quem frequenta faça seu gesto de solidariedade doando algo para que outros possam alimentar-se e se essa iniciativa for implantada em outros pontos da cidade, mais pessoas serão alimentadas”, afirmou o padre.
Após o lançamento, foi realizado a Via-Sacra pelo Arcebispo com a participação de fiéis e dos padres: cônego João Neto, da Paróquia Santa Catarina de Labouré, no Residencial Aldebaran; e o cônego Walfran Fonseca, Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Bebedouro. A Santa Missa foi presidida por padre José Aloisio, na capela do Santíssimo.
PROJETO GELADEIRA SOLIDÁRIA
As doações para o projeto solidário, tem regras no abastecimento da geladeira. São proibidos alimentos vencidos, bebidas alcoólicas, carnes cruas, peixes, ovos e embalagens abertas. Apenas alimentos embalados e com data de fabricação são aceitos na geladeira. Ela ficará disponível ao público carente 24h, na Travessa Comendador Gustavo Paiva, Mangabeiras.
SACRAMENTOS "08000"... Tudo de graça!
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Filipinas: a partir da Páscoa, mais uma diocese cancela as tarifas para os Sacramentos
A diocese de Balanga tomou a decisão, com o espírito de que os fiéis doem aquilo que podem. É o chamado “Pananabangan” ou “espírito de administração”, que já havia sido adotado em 2015 pela arquidiocese de Lingayen-Dagupan. O objetivo da Igreja em todo o país é abolir esse sistema até 2021, quando se comemoram os 500 anos da chegada do cristianismo nas Filipinas.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Com o espírito de que os fiéis doem aquilo que podem que um número sempre maior de bispos filipinos está abolindo o sistema de tarifas para os serviços oferecidos pela Igreja, tais como: funerais, missas de corpo presente, matrimônios e crismas. A partir da Páscoa, dia 21 de abril, as tarifas fixas para celebrar funeral e bênção dentro da diocese de Balanga, na ilha de Luzon, por exemplo, estão canceladas. A ordem foi dada no início do mês de março através de uma circular do bispo local, Ruperto Santos, segundo informou a agência de notícias Asianews.
Uma resposta ao convite do Papa para uma Igreja pobre para os pobres
O documento público da diocese responde aos apelos do Papa Francisco que, desde a sua eleição, disse querer uma “Igreja pobre e para os pobres”. O Pontífice enfatizou mais de uma vez que os sacramentos são um dom de Deus e pediu às igrejas de celebrarem os ritos de forma gratuita. Segundo Dom Santos, a decisão “é necessária para consolar a dor das pessoas aflitas pela morte de um defunto”.
Aos fiéis, o pedido de uma oferta livre
O bispo acredita que, “do ponto de vista da Igreja, as obrigações financeiras não são de importância primária e não devem ser um fardo” para as famílias do parente que morre. Por isso, Dom Santos ordenou aos sacerdotes da sua diocese de não colocaram um valor fixo para as missas fúnebres e as comemorações dos defuntos. “Devemos estar abertos à vontade livre de doar ou depositar (a contribuição) à Igreja”, finaliza o bispo.
Abolir as tarifas para os Sacramentos em todo país até 2021
As Filipinas é o país católico mais populoso da Ásia. Em 2015, o primeiro bispo que eliminou as tarifas para os serviços eclesiásticos foi Dom Socrates Buenaventura Villegas, arcebispo de Lingayen-Dagupan. No lugar das cotas, ele sugeriu a criação do “Pananabangan” ou “espírito de administração”: as paróquias deveriam aceitar aquilo que os fiéis poderiam doar, em base à condição econômica.
Segundo Pe. Roy Bellen, do escritório de comunicação da Arquidiocese de Manila, o objetivo é abolir esse sistema até 2021, quando a Igreja do país vai festejar os 500 anos da chegada do cristianismo: “esperamos que isso possa ser um indicador da mudança dos fiéis que querem apoiar a Igreja, ao invés de pensarem que podem ‘comprar os sacramentos’ da Igreja”. Fonte: https://www.vaticannews.va
Terça-feira, 2 de abril-2019. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que a fiel observância dos exercícios quaresmais prepare os corações dos vossos filhos para acolher com amor o mistério pascal e anunciar ao mundo a salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 5, 1-16)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 1Houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 2Há em Jerusalém, junto à porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, que tem cinco pórticos. 3Nestes pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que esperavam o movimento da água. 4[Pois de tempos em tempos um anjo do Senhor descia ao tanque e a água se punha em movimento. E o primeiro que entrasse no tanque, depois da agitação da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse.] 5Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. 6Vendo-o deitado e sabendo que já havia muito tempo que estava enfermo, perguntou-lhe Jesus: Queres ficar curado? 7O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; enquanto vou, já outro desceu antes de mim. 8Ordenou-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. 9No mesmo instante, aquele homem ficou curado, tomou o seu leito e foi andando. Ora, aquele dia era sábado. 10E os judeus diziam ao homem curado: E sábado, não te é permitido carregar o teu leito. 11Respondeu-lhes ele: Aquele que me curou disse: Toma o teu leito e anda. 12Perguntaram-lhe eles: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda? 13O que havia sido curado, porém, não sabia quem era, porque Jesus se havia retirado da multidão que estava naquele lugar. 14Mais tarde, Jesus o achou no templo e lhe disse: Eis que ficaste são; já não peques, para não te acontecer coisa pior. 15Aquele homem foi então contar aos judeus que fora Jesus quem o havia curado. 16Por esse motivo, os judeus perseguiam Jesus, porque fazia esses milagres no dia de sábado. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Jo 5,1-16
* O Evangelho de hoje descreve como Jesus curou um paralítico que ficou esperando 38 anos por alguém que o ajudasse chegar à água da piscina para poder ser curado! Trinta e oito anos! Diante desta ausência total de solidariedade, Jesus, o que faz? Ele transgride a lei do sábado curando o paralítico. Hoje, com a falência do atendimento às pessoas doentes nos países pobres, muita gente experimenta a mesma falta de solidariedade. Vivem num total abandono, sem ajuda nem solidariedade da parte de ninguém.
* João 5,1-2: Jesus vai a Jerusalém . Por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus vai a Jerusalém. Havia ali, perto do Templo, uma piscina com cinco pórticos ou corredores. Naquele tempo, o culto no Templo exigia muita água por causa dos inúmeros animais que eram sacrificados, sobretudo nas grandes festas. Por isso, perto do templo havia várias cisternas, que recolhiam a água da chuva. Algumas delas tinham a capacidade de mais de um milhão de litros de água. Lá por perto, por causa da abundância de água, havia um balneário público, onde os doentes se aglomeravam à espera de ajuda ou de cura. A arqueologia informa que, naquela mesma redondeza do Templo, havia o lugar onde os escribas ensinavam a lei aos estudantes. De um lado, o ensino da Lei de Deus. Do outro lado, o abandono dos pobres. A água purificava o Templo, mas não purificava o povo.
* João 5,3-4: A situação dos doentes. Esses doentes eram atraídos pelas águas do balneário. Diziam que um anjo mexia nas águas e o primeiro que nelas descesse depois do mexido do anjo ficava curado. Com outras palavras, os doentes eram atraídos por falsas esperanças. Pois a cura era só para uma única pessoa. Como as loterias de hoje. Só uma única pessoa ganha um prêmio! A maioria só paga e não ganha nada. É nessa situação de total abandono, lá no balneário popular, que Jesus vai encontrar os doentes.
* João 5,5-9: Jesus cura em dia de sábado. Bem perto do lugar, onde se ensinava a observância da Lei de Deus, um paralítico ficou 38 anos à espera de alguém que o ajudasse a descer na água para obter a cura. Este fato revela a falta absoluta de solidariedade e de acolhida aos excluídos! O número 38 indicava a duração de uma geração (Dt 2,14). É toda uma geração que não chegou a experimentar solidariedade nem misericórdia. A religião da época já não era capaz de revelar a face acolhedora e misericordiosa de Deus. Diante desta situação dramática, Jesus transgride a lei do sábado e atende o paralítico dizendo: "Toma teu leito e anda!" O homem pegou a sua cama nas costas e foi andando, e Jesus desapareceu no meio da multidão.
* João 5,10-13: Discussão do homem curado com os judeus. Logo em seguida, alguns judeus chegam ao local e criticam o homem por ele estar carregando a cama em dia de sábado. O homem nem soube responder quem foi a pessoa que o tinha curado. Não conhecia Jesus. Isto significa que Jesus, passando por aquele lugar dos pobres e doentes, viu aquele fulano, percebeu a situação dramática em que se encontrava e, sem mais, o curou. Não fez a cura para que o homem se convertesse, nem para que acreditasse em Deus. Fez, porque queria ajudá-lo. Queria que ele pudesse experimentar um pouco do amor e de solidariedade através da sua ajuda e bem-querer.
* João 5,14-16: O reencontro com Jesus. Andando no Templo no meio da multidão, Jesus encontra o mesmo fulano e lhe diz: "Você está curado! Não deve pecar mais, para que não te aconteça algo pior!" Naquele tempo, o povo dizia: "Doença é castigo de Deus! Se você é paralítico, é sinal de que Deus está de mal com você!" Jesus não concordava com este modo de pensar. Curando o homem, ele estava dizendo o contrário: "Tua doença não é castigo de Deus. Deus está de bem com você!" Uma vez curado, o homem deve manter-se de bem com Deus e não pecar mais, para que não lhe aconteça algo pior! Meio ingênuo, o homem foi dizer aos judeus que tinha sido Jesus quem o curou. Os judeus começam a perseguir Jesus por ele fazer tais coisas em dia de sábado. No Evangelho de amanhã vem a seqüência.
4) Para um confronto pessoal
- Você já passou alguma vez por uma experiência como a do paralítico: ficar tanto tempo sem ajuda? Como é a situação de atendimento aos doentes no lugar onde você mora? Você percebe sinais de solidariedade?
- O que tudo isto ensina para nós hoje?
5) Oração final
Deus é para nós refúgio e força, defensor poderoso no perigo. Por isso não temos medo se a terra treme, se os montes desmoronam no fundo do mar. (Sl 45, 2-3)
Mãe é condenada em R$ 5 mil por batizar filha sem conhecimento do pai
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Pai alegou que a atitude desencadeou um abalo psicológico e magistrada do TJDFT determinou a indenização por danos morais
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) condenou uma mãe a pagar indenização por danos morais ao pai de sua filha. Segundo relatado por ele, a mulher batizou a criança sem comunicá-lo, o que gerou um "abalo psicológico" paterno. A 1ª Turma Cível do TJDFT julgou o caso e determinou o pagamento de R$ 5 mil ao autor do processo.
De acordo com a desembargadora relatora do caso, "não se pode minimizar o desgaste psicológico sofrido pelo apelante, ao ser excluído de forma proposital, pela ré, de um momento importante e único na vida religiosa da filha menor", como divulgado pelo TJDFT. O valor indenizatório foi estipulado em semelhança a casos deste tipo, adequando-se "aos critérios da razoabilidade e proporcionalidade" dos envolvidos.
Porém, o próprio homem apelou à sentença, questionando a quantia da condenação e pedindo uma indenização de R$ 10 mil. A magistrada negou e manteve o valor de R$ 5 mil, concluindo que se trata de uma determinação que não é tão alta a ponto de gerar grandes prejuízos, nem tão baixa "que não sirva como desestímulo à apelada para adoção de medidas que busquem evitar a recorrência de atitudes que obstem ou dificultem a boa convivência entre pai e filha". Fonte: www.correiobraziliense.com.br
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