Ex-freira abusada por um padre elogia declarações do papa Francisco
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Ex-freira francesa carmelita elogiou as declarações do papa Francisco em relação à condição de 'escravas sexuais' de religiosas dentro do clero
Le Chesnay, França - Uma ex-freira francesa carmelita, que narrou em um livro o abuso sexual, incluindo estupro, que sofreu nas mãos de um padre francês, elogiou as declarações do papa Francisco em relação à condição de "escravas sexuais" de religiosas dentro do clero.
O pontífice reconheceu na terça-feira que padres e bispos abusaram sexualmente de religiosas e expressou sua disposição de avançar na discussão dessa questão. Essas declarações são "uma esperança", mas "há muito a ser feito", segundo Claire Maximova, uma ex-irmã que contou sua história no livro, "The Tyranny of Silence".
Claire Maximova nasceu na Ucrânia e foi para a França com 23 anos para ingressar em uma escola de evangelização antes de entrar nas carmelitas. No mosteiro para o qual foi designada, se sentiu "agonizando e teve a impressão de que todas as suas iniciativas eram limitadas". "Eu estava completamente arrasada, perdi minha personalidade", resumiu.
Maximova então conheceu um padre carismático, com quem ela encontrou apoio espiritual. Até o dia em que ele tentou beijá-la, ela lembra. Ela cessou então todo contato com o padre, mas dois anos depois, quando encontrou emprego no exterior, voltou a vê-lo. Vulnerável, isolada, "cheguei em uma bandeja", afirmou. Segundo sua história, ele então impôs agressões sexuais, até estupro, por um período de um ano e meio. "Toda vez que ele me dizia que era a última vez."
Em 2017, consternada com a reação do superior do padre a quem contou sua história, a mulher decidiu entrar com uma ação judicial: uma investigação preliminar foi aberta, confirmou à AFP a procuradoria competente.
O padre e seu superior, no exterior, não puderam ser contatados nesta sexta-feira. Um julgamento canônico também foi iniciado, mas a ex-religiosa não tem notícias sobre seu prosseguimento.
Desde então, aquele que ela aponta como seu agressor, cujo nome ela não revela em seu livro, permanece um prior, isto é, superior em um mosteiro. Com 44 anos, hoje professora, ela tem muita dificuldade para ir à igreja e não se confessa mais. Apesar disso, não se vê "deixando a Igreja", onde "viveu coisas muito bonitas".
Com seu livro, ele queria "levar luz" para as outras vítimas. Ela queria fazer isso sem precisar do anonimato: "não sou eu quem tem vergonha, é ele". Ela pede que as coisas mudem. Entre os fiéis, ela diz que a "mentalidade mudou", mas, embora os responsáveis "comecem a dizer que eles se tornaram conscientes, em relação a suas ações, eu não vejo nada em movimento". Fonte: www.correiobraziliense.com.br
'Divino amor' mostra como os evangélicos poderão dominar o Brasil
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'A religião e o Estado andam de mãos dadas em um projeto de poder muito explícito', destaca o diretor Gabriel Mascaro, que se declara ateu
A ficção científica como reflexo da realidade: com seu filme "Divino amor", selecionado pelo Festival de Berlim, o brasileiro Gabriel Mascaro constrói uma alegoria sobre um futuro próximo em seu país, dominado em todos os níveis pelos evangélicos.
No entanto, Mascaro ("Boi Neon") começou a trabalhar nesse filme em 2016, muito antes de os poderosos movimentos evangélicos no Brasil se mobilizarem intensamente para eleger presidente Jair Bolsonaro.
"Para mim, ficou muito claro o que estava acontecendo e que um projeto conservador, apoiado pelos evangélicos e seu discurso sedutor, logo chegaria ao poder", declarou Mascaro à AFP.
Em 2027, a festa mais importante do Brasil não é mais o Carnaval, mas a celebração do Supremo Amor. A família está acima de tudo e Joana (Dira Paes), uma funcionária vive para seu trabalho, que consiste em salvar casamentos em crise.
Terapias de grupo, discursos persuasivos, sexo com terceiros... Tudo é válido para manter a união dos casais. Mas ela se questiona: por que Deus não a recompensa com o filho que tanto deseja?
Deus acima de tudoEm competição na seção Panorama da Berlinale, "Divino amor" trata com humor o caminho "perigoso" que Mascaro antevê para seu país. "Além da distopia, tento pensar no futuro, conectando-o à agenda conservadora, nacionalista e populista que está se manifestando no mundo", afirma.
Em seu país, isso "se materializou com a eleição de Bolsonaro e seu lema 'Brasil acima de tudo, Deus acima de todos'".
"A religião e o Estado andam de mãos dadas em um projeto de poder muito explícito", destaca o diretor, que se declara ateu. Como exemplo, o presidente nomeou a pastora evangélica Damares Alves como ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.
Apesar de ser um fenômeno relativamente recente no Brasil, o país com o maior número de católicos do mundo, os evangélicos representam quase um terço da população. "É uma religião muito viva, ocupa todos os espaços públicos, não se limita mais aos templos", explica Mascaro. "O engraçado é que começou há 20-30 anos na periferia e ninguém, nem os artistas, nem os políticos, perceberam isso".
Papel da esquerda
Mascaro também acredita que foram os governos de esquerda anteriores que começaram a "normalizar a participação religiosa no Estado, aliando-se a uma Igreja mais progressista".
"E agora, quando a ideologia muda, é outra facção da Igreja mais conservadora que intervém", acrescenta.
Em seu filme, rodado quase inteiramente em uma luz artificial e com uma atmosfera futurista, o cineasta mostra um "drive thru" religioso, espaços que já existem no Brasil, onde os crentes chegam com seus carros para confessar pela janela com seu pastor.
"Eu observo elementos da vida real e fantasio um pouco mais", diz Mascaro sobre seu terceiro longa-metragem. Mas poucas coisas são tão curiosas em "Divino amor" como os arcos de segurança que os funcionários públicos atravessam ao entrar e sair da repartição e que detectam seu estado civil ou se as mulheres estão grávidas. "Já existe tecnologia para isso", afirma o cineasta.
"Divino amor" é um dos cinco filmes brasileiros que integram a seção Panorama da Berlinale, que acontece até sábado. Fonte: https://www.uai.com.br
Terça-feira, 12 de fevereiro-2019 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 7, 1-13)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 1Os fariseus e alguns dos escribas vindos de Jerusalém tinham se reunido em torno dele. 2E perceberam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. 3(Com efeito, os fariseus e todos os judeus, apegando-se à tradição dos antigos, não comem sem lavar cuidadosamente as mãos; 4e, quando voltam do mercado, não comem sem ter feito abluções. E há muitos outros costumes que observam por tradição, como lavar os copos, os jarros e os pratos de metal.) 5Os fariseus e os escribas perguntaram-lhe: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos impuras? 6Jesus disse-lhes: Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 7Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos (29,13). 8Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição dos homens. 9E Jesus acrescentou: Na realidade, invalidais o mandamento de Deus para estabelecer a vossa tradição. 10Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; Todo aquele que amaldiçoar pai ou mãe seja morto. 11Vós, porém, dizeis: Se alguém disser ao pai ou à mãe: Qualquer coisa que de minha parte te pudesse ser útil é corban, isto é, oferta, 12e já não lhe deixais fazer coisa alguma a favor de seu pai ou de sua mãe, 13anulando a palavra de Deus por vossa tradição que vós vos transmitistes. E fazeis ainda muitas coisas semelhantes. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O Evangelho de hoje fala dos costumes religiosos daquele tempo e dos fariseus que ensinavam tais costumes ao povo. Por exemplo, comer sem lavar as mãos ou, como eles diziam, comer com mãos impuras. Muitos destes costumes estavam desligados da vida e tinham perdido o seu sentido. Mesmo assim, estes costumes eram conservados e ensinados, ou por medo, ou por superstição. O Evangelho traz algumas instruções de Jesus a respeito destes costumes.
* Marcos 7,1-2: Controle dos fariseus e liberdade dos discípulos.
Os fariseus e alguns escribas, vindos de Jerusalém, observavam como os discípulos de Jesus comiam pão com mãos impuras. Aqui há três pontos que merecem ser assinalados: 1) Os escribas eram de Jerusalém, da capital! Significa que tinham vindo para observar e controlar os passos de Jesus. 2) Os discípulos não lavavam as mãos para comer! Significa que a convivência com Jesus os levou a criar coragem para transgredir normas que a tradição impunha ao povo, mas que já não tinham sentido para a vida. 3) O costume de lavar as mãos, que, até hoje, continua sendo uma norma importante de higiene, tinha tomado para eles um significado religioso que servia para controlar e discriminar as pessoas.
* Marcos 7,3-4: A Tradição dos Antigos
“A Tradição dos Antigos” transmitia as normas que deviam ser observadas pelo povo para conseguir a pureza exigida pela lei. A observância da pureza era um assunto muito sério para o povo daquele tempo. Eles achavam que uma pessoa impura não podia receber a bênção prometida por Deus a Abraão. As normas de pureza eram ensinadas para abrir o caminho até Deus, fonte da paz. Na realidade, porém, em vez de serem uma fonte de paz, as normas eram uma prisão, um cativeiro. Para os pobres, era praticamente impossível observar as centenas de normas, costumes e leis. Por isso, eles eram desprezados como gente ignorante e maldita que não conhece a lei (Jo 7,49).
* Marcos 7,5: Escribas e fariseus criticam o comportamento dos discípulos de Jesus
Os escribas e fariseus perguntam a Jesus: Por que os teus discípulos não se comportam conforme a tradição dos antigos e comem o pão com as mãos impuras? Eles fingem estar interessados em conhecer o porquê do comportamento dos discípulos. Na realidade, criticam Jesus por ele permitir que os discípulos transgridam as normas da pureza. Os fariseus formavam uma espécie de irmandade, cuja principal preocupação era observar todas as leis da pureza. Os escribas eram os responsáveis pela doutrina. Ensinavam as leis referentes à observância da pureza.
* Marcos 7,6-13 Jesus critica a incoerência dos fariseus
Jesus responde citando Isaías: Este povo me honra só com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (cf. Is 29,13). Insistindo nas normas da pureza, os fariseus esvaziavam os mandamentos da lei de Deus. Jesus cita um exemplo concreto. Eles diziam: a pessoa que oferecer ao Templo os seus bens, não pode usar esses bens para ajudar os pais necessitados. Assim, em nome da tradição esvaziavam o quarto mandamento que manda amar pai e mãe. Tais pessoas pareciam muito observantes, mas era só por fora. Por dentro, o coração delas fica longe de Deus! Como diz o canto: “Seu nome é Jesus Cristo e passa fome, e vive à beira das calçadas. E a gente quando vê passa adiante, às vezes, para chegar depressa à igreja!”. No tempo de Jesus, o povo, na sua sabedoria, não concordava com tudo que se ensinava. Esperava que, um dia, o Messias viesse indicar um outro caminho para alcançar a pureza. Em Jesus se realiza esta esperança.
4) Para um confronto pessoal
- Conhece algum costume religioso de hoje que já não tem muito sentido, mas que continua sendo ensinado?
- Os fariseus eram judeus praticantes mas sua fé estava desligada da vida da vida do povo. Por isso, Jesus os criticou. E hoje, Jesus nos criticaria? Em que?
5) Oração final
Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus. Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? (Sl 8, 2.5a)
Segunda-feira, 11 de fevereiro-2019 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 6, 53-56)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 53Navegaram para o outro lado e chegaram à região de Genesaré, onde aportaram. 54Assim que saíram da barca, o povo o reconheceu. 55Percorrendo toda aquela região, começaram a levar, em leitos, os que padeciam de algum mal, para o lugar onde ouviam dizer que ele se encontrava. 56Onde quer que ele entrasse, fosse nas aldeias ou nos povoados, ou nas cidades, punham os enfermos nas ruas e pediam-lhe que os deixassem tocar ao menos na orla de suas vestes. E todos os que tocavam em Jesus ficavam sãos. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O texto do Evangelho de hoje é a parte final do conjunto mais amplo de Marcos 6,45-56 que compreende três assuntos diferentes: 1) Jesus sobe sozinho a montanha para rezar (Mc 6,45-46). 2) Em seguida, andando sobre as águas, ele vai ao encontro dos discípulos que lutam contra as ondas do mar (Mc 6,47-52). 3) Agora, no evangelho de hoje, estando já em terra Jesus é procurado pelo povo que a cura das suas enfermidades (Mc 6,53-56).
* Marcos 6,53-56. A busca do povo.
“Acabando de atravessar, chegaram à terra, em Genesaré, e amarraram a barca. Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus”. O povo vai em massa atrás de Jesus. Eles vêm de todos os lados, carregando seus doentes. O que chama a atenção é o entusiasmo do povo que reconheceu Jesus e vai atrás dele. O que o move nesta busca de Jesus não é só o desejo de encontrar-se com ele, de estar com ele, mas também o desejo de obter a cura das suas doenças. “Iam de toda a região, levando os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. E onde ele chegava, tanto nos povoados como nas cidades ou nos campos, colocavam os doentes nas praças e pediam que pudessem ao menos tocar a barra da roupa de Jesus. E todos os que tocaram, ficaram curados”. O evangelho de Mateus comenta e ilumina este fato citando a figura do Servo de Javé, do qual Isaías diz: “Carregou sobre si as nossas enfermidades” (Is 53,4 e Mt 8,16-17)
* Ensinar e curar, curar e ensinar. Desde o começo da sua atividade apostólica, Jesus anda por todos os povoados da Galiléia para falar ao povo sobre o Reino de Deus que estava chegando (Mc 1,14-15). Onde encontra gente para escutá-lo, ele fala e transmite a Boa Nova de Deus, acolhe e cura os doentes, em qualquer lugar: nas sinagogas durante a celebração da Palavra nos sábados (Mc 1,21; 3,1; 6,2); em reuniões informais nas casas de amigos (Mc 2,1.15; 7,17; 9,28; 10,10); andando pelo caminho com os discípulos (Mc 2,23); ao longo do mar na praia, sentado num barco (Mc 4,1); no deserto para onde se refugiou e onde o povo o procurava (Mc 1,45; 6,32-34); na montanha, de onde proclamou as bem-aventuranças (Mt 5,1); nas praças das aldeias e cidades, onde povo carregava seus doentes (Mc 6,55-56); no Templo de Jerusalém, por ocasião das romarias, diariamente, sem medo (Mc 14,49)! Curar e ensinar, ensinar e curar era o que Jesus mais fazia (Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era o costume dele (Mc 10,1). O povo ficava admirado (Mc 12,37; 1,22.27; 11,18) e o procurava em massa.
* Na raiz deste grande entusiasmo do povo estava, de um lado, a pessoa de Jesus que chamava e atraía, e, de outro lado, o abandono do povo que era como ovelha sem pastor (cf. Mc 6,34). Em Jesus, tudo era revelação daquilo que o animava por dentro! Ele não só falava sobre Deus, mas também o revelava. Comunicava algo do que ele mesmo vivia e experimentava. Ele não só anunciava a Boa Nova do Reino. Ele mesmo era uma amostra, um testemunho vivo do Reino. Nele aparecia aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar, tomar conta de sua vida. O que vale não são só as palavras, mas também e sobretudo o testemunho, o gesto concreto. Esta é a Boa Nova do Reino que atrai!
4) Para um confronto pessoal
- O entusiasmo do povo em busca de Jesus, em busca de um sentido para a vida e uma solução para os seus males. Onde existe isto hoje? Existe em você, existe em mim?
- O que chama a atenção é a atitude carinhosa de Jesus para com os pobres e abandonados. E eu, como me comporto com as pessoas excluídas da sociedade?
5) Oração final
Ó Senhor, quão variadas são as vossas obras! Feitas, todas, com sabedoria, a terra está cheia das coisas que criastes. Bendize, ó minha alma, ao Senhor! (Sl 103, 24.35c)
11 DE FEVEREIRO: Dia Mundial do Enfermo: a presença da Igreja missionária no mundo do sofrimento
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Nas chamadas terras de missão, o trabalho muitas vezes silencioso da Igreja e de seus missionários ajuda a levar um pouco de esperança a um mar de desespero e sofrimento. Onde há uma missão, existe um ponto de assistência à saúde, muitas vezes o único em um raio de centenas, senão milhares de quilômetros. Muitos dispensários, clínicas e verdadeiros hospitais, nasceram e continuam a operar nos lugares mais remotos do mundo, graças ao trabalho de missionários.
Cidade do Vaticano
Em 11 de fevereiro de cada ano, na memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, a Igreja celebra o Dia Mundial do Enfermo, instituído pelo Papa João Paulo II em 1992, para ser "um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de chamado para todos a reconhecerem no rosto de seu irmão doente, a Santa face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, alcançou a salvação da humanidade "(Carta que instituiu o Dia Mundial do Enfermo, 13 de maio de 1992, n. 3).
Anuário Estatístico
Segundo o último Anuário Estatístico da Igreja, os Institutos de caridade e assistência administrados pela Igreja incluem: 5.287 hospitais, com maior presença na América (1.530) e África (1.321); 15.957 dispensários, principalmente na África (5.177), na América (4.430) e Ásia (3.300); 610 leprosários distribuídos principalmente na Ásia (352) e na África (192); 15.722 casas para idosos, doentes crônicos e pessoas com necessidades especiais, principalmente na Europa (8.127) e América (3.763); 9.552 orfanatos, a maior parte na Ásia (3.660); 11.758 Jardins de Infância, com maior número na Ásia (3.295) e na América (3.191); 13.897 centros de aconselhamento matrimonial, principalmente na Europa (5.664) e América (4.984); 3.506 centros de educação ou reeducação social e 35.746 instituições de outros tipos.
Trabalho silencioso
Nas chamadas terras de missão, o trabalho muitas vezes silencioso da Igreja e de seus missionários, ajuda a levar um pouco de esperança a um mar de desespero e sofrimento. Onde há uma missão, existe um ponto de assistência à saúde, muitas vezes o único em um raio de centenas, senão milhares de quilômetros. Muitos dispensários, clínicas e verdadeiros hospitais, nasceram e continuam a operar nos lugares mais remotos do mundo, graças ao trabalho de missionários e voluntários animados pelo espírito evangélico.
Principais Ordens e Congregações no campo da saúde
Entre as principais Ordens religiosas que atuam no campo da saúde nos territórios de primeira evangelização, estão os Ministros dos Enfermos (Camilianos), as Ministras dos Enfermos de São Camilo, a Ordem Hospitaleiros de São João de Deus (Fatebenefratelli), as missionárias e os missionários Combonianos, os missionários e missionárias da Consolata, os Xaverianos e Xaverianas, os Rogacionistas, as Filhas do Divino Zelo, os Capuchinhos, as Dominicanos, os missionários do PIME, os Salesianos e Salesianas, as missionárias da Caridade ...
Testemunhos heroicos
Não faltaram heroicos testemunhos de religiosos e religiosas que diante da emergência, preferiram sacrificar suas vidas em vez de abandonar as pessoas que assistiam. Entre estes, recordamos a família religiosa dos Fatebenefratelli, que em 2014 perdeu na Libéria e na Serra Leoa quatro irmãos, uma religiosa e treze colaboradores dos hospitais em Monróvia e Lunsar, por terem contraído o vírus ebola, em seu generoso compromisso em cuidar dos doentes.
Um destino semelhante tiveram seis missionários italiano das Irmãs “delle Poverelle” de Bergamo, falecidas no Congo em 1995, após terem contraído contraído o vírus Ebola., mas quiseram permanecer no local, de modo a não deixar as pessoas sem cuidados de saúde. Fonte: https://www.vaticannews.va
Unidos na Esperança
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Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
“Consolai, consolai meu povo, diz vosso Deus. (Is 40, 1)
Os últimos dias têm sido de recolhimento e oração junto aos irmãos e irmãs diante da dor e do sofrimento de nosso povo. Os desastres que ceifaram vidas em nossa querida cidade do Rio de Janeiro, nesta semana, nos unem em uma corrente de fé e solidariedade por todos aqueles que sofrem enlutados por imensa perda.
Desde quarta-feira (6), sete pessoas perderam suas vidas devido a fortes chuvas e ventos que deixaram um rastro dramático de destruição no Rio de Janeiro, especialmente, na comunidade da Rocinha, na região de São Conrado e outros locais. Todos os anos, acompanhamos com profunda consternação as notícias desesperadoras sobre os estragos causados nesta época do ano. Já é passado da hora o investimento em uma cultura que se preocupe com o bem comum, a ecologia e a justiça entre as gerações, para que não tenhamos mais que assistir a tantas imagens de flagelo social, onde especialmente os mais pobres e vulneráveis pagam com suas vidas o preço da falta histórica de planejamento urbano.
São famílias que perderam tudo, menos a fé e a confiança em Deus para superar esses desafios. O Papa Francisco, em sua encíclica “Laudato si”, relaciona as questões ecológicas, o cuidado da criação, o esforço por unir a sociedade na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, a partir das consequências tão perversas da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. Eles são os excluídos do planeta, são bilhões de vítimas da chamada cultura do lixo.
Na manhã desta sexta-feira (8), somos surpreendidos, desta vez, pela morte de dez (10) pessoas, entre jovens atletas e funcionários, após um incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, no Rio. O fogo destruiu parte dos alojamentos do “Ninho do Urubu” e os sonhos de tantas famílias que perderam seus entes queridos. Nosso coração está unido a elas, nesse momento, pedindo que Deus Pai acolha os seus filhos que perderam a vida e conforte os familiares e amigos.
De joelhos dobrados, peço ao povo de toda a nossa Arquidiocese que mantenham as orações constantes em suas Igrejas e Paróquias, pedindo que Nosso Senhor Jesus Cristo possa para confortar as famílias e iluminar as autoridades do Rio de Janeiro, para que possam prover recursos que sanem os problemas urbanos e cessem as tragédias sociais evitáveis. Lembrando o que disse o Papa emérito Bento XVI, na abertura da conferência em Aparecida (SP): “Os povos latino-americanos e caribenhos têm direito a uma vida plena, própria dos filhos de Deus, com condições mais humanas: livres das ameaças da fome e de todas as formas de violência. Para estes povos, os seus Pastores têm que fomentar uma cultura da vida que permita, como dizia o meu Predecessor Paulo VI, "passar da miséria à posse do necessário, à aquisição da cultura, à cooperação no bem comum... até chegar ao reconhecimento, por parte do homem, dos valores supremos e de Deus, que é a origem e o termo deles" (cf. Populorum progressio, 21).
Diante das calamidades ensinou o Papa Francisco: “Pode ser. Mas há um Pai que chora conosco; há um Pai que chora lágrimas de infinita piedade para com os seus filhos. Nós temos um Pai que sabe chorar, que chora conosco. Um Pai que espera por nós para nos consolar, porque conhece os nossos sofrimentos e nos preparou um futuro diferente. Esta é a grande visão da esperança cristã que se expande por todos os dias da nossa existência, e nos quer reanimar”.
A nossa atitude diante da tragédia e de tanto sofrimento é morte é a oração, como nos ensinou o Papa Bento XVI: “Caros irmãos e irmãs, o Salmo 3 nos apresentou uma súplica plena de confiança e de consolação. Rezando este salmo, podemos fazer nossos, os sentimentos do Salmista, figura do justo perseguido que encontra em Jesus a sua plenitude. Na dor, no perigo, na amargura e na incompreensão e nas ofensas, as palavras do Salmo abrem o nosso coração à certeza confortante da fé. Deus é sempre próximo – também nas dificuldades, nos problemas, nas obscuridades da vida – escuta, responde e salva ao seu modo. Mas necessitamos saber reconhecer a sua presença e aceitar as suas vias, como Davi na sua fuga humilhante do filho de Absalão, como o justo perseguido do livro da Sabedoria e, por último e completamente, como o Senhor Jesus no Gólgota. Que o Senhor nos dê a fé, nos ajude na nossa fraqueza e nos torne capazes de crer e de rezar em meio a todas as angústias, nas noites dolorosas da dúvida e nos longos dias de dor, abandonando-nos com confiança nEle que é nosso escudo e nossa Glória”.
As paróquias das regiões afetadas nessas duas tristes ocorrências estão tomando as providências, seja de assistência, proximidade, orações e celebrações. É a Igreja do Rio de Janeiro próxima e presente junto as pessoas. Na questão da ajuda social a Caritas Arquidiocesana está coordenando as ajudas humanitárias. As paróquias da sede do Flamengo na região do Leblon e do Centro de Treinamento em Vargem Grande estão unidas e com a proximidade possível celebrando e rezando nas várias intenções. O mesmo ocorre com as Paróquias de São Conrado e Rocinha que estão muito presentes com os desabrigados e necessitados. Em todas as nossas paróquias e capelas, neste final de semana recomendo que façam orações e súplicas nessas intenções.
Com a confiança em Deus, Pai, Filho e Espírito Santo encomendamos as almas das pessoas falecidas de maneira trágica e confiamos o seu eterno descanso ao Pai. Unidos às famílias enlutadas as abraçamos e queremos estar próximos na confiança da esperança da vida. Junto aos necessitados a nossa Caritas Arquidiocesana procura cumprir sua missão de concretizar as ajudas em unidade com as paróquias locais.
Que nosso padroeiro São Sebastião interceda pelo Rio de Janeiro e por todos nós. Amém!
Fonte: www.vaticannews.va
A NOSSA VOCAÇÃO: 5º Domingo do Tempo Comum – Ano C. Domingo, 10 de fevereiro-2019.
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A liturgia deste domingo leva-nos a refletir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.
Na primeira leitura, encontramos a descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. De uma forma simples e questionadora, apresenta-se o modelo de um homem que é sensível aos apelos de Deus e que tem a coragem de aceitar ser enviado.
No Evangelho, Lucas apresenta um grupo de discípulos que partilharam a barca com Jesus, que acolheram as propostas de Jesus, que souberam reconhecê-l’O como seu “Senhor”, que aceitaram o convite para ser “pescadores de homens” e que deixaram tudo para seguir Jesus… Neste quadro, reconhecemos o caminho que os cristãos são chamados a percorrer.
PRIMEIRA LEITURA I – Is 6,1-2a.3-8
AMBIENTE
Estamos em Jerusalém, por volta de 740/739 a. C.. Isaías tem, então, à volta de vinte anos. Enquanto está no Templo em oração, descobre que Deus o chama a ser profeta. O texto de hoje relata-nos essa descoberta e a resposta de Isaías. No entanto, este relato não deve ser visto como uma reportagem jornalística de acontecimentos, mas sim como uma apresentação teológica de uma experiência interior de vocação.
Os pormenores folclóricos – o trono alto e sublime em que o Senhor Se senta, o seu manto que enche o Templo, os “serafins” com seis asas que voam sem cessar à volta e que cobrem a face e os pés, o oscilar das portas nos seus gonzos, o fumo – são elementos simbólicos com que o profeta desenha a grandeza, a omnipotência e a magnificência de Deus. É essa a perspectiva que o profeta tem do Deus que o chamou.
MENSAGEM
Nesta catequese sobre a experiência de vocação, encontramos vários passos. Vamos resumi-los brevemente.
Em primeiro lugar (vers. 1-5), Isaías deixa claro que a sua vocação é obra de Jahwéh, o Deus majestoso e santo, infinitamente acima do mundo e distante da realidade pecadora em que os homens vivem mergulhados. Os elementos literários típicos das teofanias (o temor, a voz forte, o fumo) definem o quadro típico das manifestações de Deus no Antigo Testamento: foi esse Deus que se manifestou a Isaías e que o convocou para o seu serviço.
Em segundo lugar (vers. 6-7), temos a objecção e a purificação. A objecção do profeta é um elemento típico dos relatos de vocação (cf. Ex 3,11, no chamamento de Moisés). Manifesta o sentimento de um homem que, chamado por Deus a uma missão, tem consciência dos seus limites e da sua indignidade, ou prefere continuar no seu cantinho cômodo, sem se comprometer. A “purificação” sugere que a indignidade e a limitação não são impeditivos para a missão: a eleição divina dá ao profeta autoridade, apesar dos seus limites bem humanos.
Em terceiro lugar, temos a aceitação da missão pelo profeta. Convém, a propósito, notar o seguinte: Isaías oferece-se sem saber ainda qual a missão que lhe vai ser confiada; manifesta, dessa forma, a sua disponibilidade absoluta para o serviço de Deus.
Temos, aqui, descrito o caminho da verdadeira vocação.
ATUALIZAÇÃO
Cada um de nós tem a sua história de vocação: de muitas formas Deus entra na nossa vida, desafia-nos para a missão, pede uma resposta positiva à sua proposta. Temos consciência de que Deus nos chama – às vezes de formas bem banais? Estamos atentos aos sinais que Ele semeia na nossa vida e através dos quais Ele nos diz, dia a dia, o que quer de nós?
A missão que Deus propõe está, frequentemente, associada a dificuldades, a sofrimentos, a conflitos, a confrontos… Por isso, é um caminho de cruz que, às vezes, procuramos evitar. Será que eu consigo vencer o comodismo e a preguiça que me impedem de concretizar a missão?
É preciso ter consciência, também, que as minhas limitações e indignidades muito humanas não podem servir de desculpa para realizar a missão que Deus quer confiar-me: se Ele me pede um serviço, dar-me-á a força para superar os meus limites e para cumprir o que Ele me pede.
Isaías aceita o envio, ainda antes de saber, em concreto, qual é a missão. É o exemplo de quem arrisca tudo e se dispõe, de forma absoluta, para o serviço de Deus. No entanto, é difícil arriscar tudo, sem cálculos nem garantias: é o pôr em causa os nossos projetos e esquemas para confiar apenas em Deus, de forma que Ele possa fazer de nós o que quiser. Qual a minha atitude em relação a isto?
EVANGELHO- ATUALIZAÇÃO (Lc 5,1-11)
1- O nosso caminho é feito no barco de Jesus, ou, às vezes, embarcamos noutros projetos onde Jesus não está e fazemos deles o objetivo da nossa vida? Por outro lado, deixamos que Jesus viaje conosco ou, às vezes, obrigamo-l’O a desembarcar e continuamos viagem sem Ele?
2- Ao longo da viagem, somos sensíveis às palavras e propostas de Jesus? As suas indicações são para nós sinais obrigatórios a seguir, ou fazem mais sentido para nós os valores e a lógica do mundo?
3- Reconhecemos, de fato, que Jesus é o “Senhor” que preside à nossa história e à nossa vida? Ele é o centro à volta do qual constituímos a nossa existência, ou deixamos que outros “senhores” nos manipulem e dominem?
4-Chamados a ser “pescadores de homens”, temos por missão combater o mal, a injustiça, o egoísmo, a miséria, tudo o que impede os homens nossos irmãos de viver com dignidade e de ser felizes. É essa a nossa luta? Sentimos que continuamos, dessa forma, o projeto libertador de Jesus?
5-A nossa entrega é total, ou parcial e calculada? Deixamos tudo na praia para seguir Jesus, porque o seu projeto se tornou a prioridade da nossa vida?
*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
Arcebispo da PB proíbe contato de padres com menores desacompanhados
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Determinação ocorre após Justiça condenar Igreja a pagar indenização de R$ 12 mi por exploração sexual
O arcebispo da Paraíba, dom Manoel Delson Pereira, baixou um decreto, nesta quarta-feira (6), com uma série de proibições aos padres católicos para evitar novos casos de abuso sexual na Arquidiocese paraibana.
O documento proíbe que os religiosos frequentem a casa paroquial na companhia de adolescentes que não estejam acompanhados de pais ou responsáveis e também de adultos considerados vulneráveis. A mesma regra se estende ao carro paroquial e a outros ambientes reservados. No documento, dom Manoel Delson avisa que os clérigos precisam ter clareza de que abuso sexual de pessoas com menos de 18 anos e de adultos vulneráveis é crime.
Em outro ponto, a Arquidiocese veta o oferecimento, durante atividades paroquiais, de alojamento a menores sem que os pais ou responsáveis estejam junto. “O atendimento espiritual a menores e adultos vulneráveis, sobretudo no sacramento da confissão, deve ser feito nos confessionários ou em lugares adequados na igreja que garantam segurança e visibilidade”, diz o terceiro ponto do artigo 4 do decreto.
Dom Manoel Delson também faz um alerta sobre a aquisição ou divulgação de imagens pornográficas de menores com idade inferior a 14 anos. Ele determina que qualquer padre que receba acusações relacionadas a abuso sexual deve comunicar o caso imediatamente ao arcebispo.
O decreto ordena o afastamento de maneira cautelar de religiosos acusados, mesmo que o caso não esteja concluído. “O acusado será informado das acusações específicas contra ele e será aconselhado a constituir um advogado aprovado pelo arcebispo. As despesas com a assistência legal serão assumidas pelo imputado”, diz o artigo 8.
As novas regras foram impostas após divulgação de reportagem no Fantástico, da TV Globo, informando que a Justiça do Trabalho condenou a Arquidiocese da Paraíba a pagar uma indenização de R$ 12 milhões por exploração sexual de adolescentes.
Na próxima terça-feira (12), o Tribunal de Justiça da Paraíba deve concluir o julgamento do caso em que o padre Adriano José da Silva, já falecido, é acusado de ter abusado sexualmente de pelo menos 20 jovens.
Já existe maioria formada pela condenação. Os magistrados que votaram até agora determinam que a Arquidiocese da Paraíba deve ser multada em R$ 300 mil. Fonte: https://arapiraca.7segundos.com.br
Homem é preso por tentar assaltar igreja 'armado' com controle remoto; pastor foi mantido como refém
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Caso ocorreu na Mangueira, na tarde desta sexta-feira
RIO — Um homem foi preso depois manter um pastor de uma igreja refém, na Mangueira, Zona Norte do Rio, na tarde desta sexta-feira. Identificado como Igor Cavalcante Peixoto, ele utilizou um controle remoto, simulando ser uma arma, para render a vítima. A informação é da Polícia Militar. A igreja fica localizada na Avenida Visconde de Niterói
Policiais foram acionados após receberem uma denúncia de que haveria um assaltante no interior da igreja. Uma patrulha, então, foi até o local e encontraram Igor, após procurarem pelos cômodos do templo.
O controle remoto estava em sua cintura. Nos bolsos, ele, ainda conforme informou a Polícia Militar, escondia objetos roubados da igreja. Após ser encontrado pelos policiais, ele foi levado para a delegacia da Tijuca, a 19 DP. Apesar do susto, o pastor não ficou ferido.
Ainda conforme ressaltou a polícia, ele estaria envolvido em outros dois assaltos a igrejas. Além disso, Igor já havia sido preso, mas fugiu da prisão. Fonte: https://oglobo.globo.com
Padre é expulso de Arquidiocese de Alagoas após chamar pobre de raça miserável
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Caso envolvendo o padre Givaldo Rocha teria acontecido em 20 de janeiro de 2018
Após a divulgação de um vídeo polêmico, um padre que pertence a Diocese de Propriá, em Sergipe, mas que havia pedido transferência para Alagoas, foi expulso da Arquidiocese de Maceió. O motivo foi a publicação de imagens onde o sacerdote aparece fazendo declarações controversas, como a que “pobre é uma raça miserável de lidar”.
O caso envolvendo o padre Givaldo Rocha teria acontecido em 20 de janeiro de 2018 durante uma celebração eucarística em homenagem aos festejos da padroeira de Santana do Mundaú, Nossa Senhora Sant’Ana. O vídeo repercutiu nas redes sociais e causou a revolta de fiéis.
Nas imagens é possível ver o padre lançando uma série de acusações contra moradores da localidade que supostamente teriam prometido ajudar nas barracas de comidas nos dias da festa.
“Eu costumo dizer que a igreja fez a evangélica opção preferencial pelos pobres, mas pense numa raça miserável de lidar é pobre. Com todo respeito, pois eu digo a vocês: são vocês, os pobres, que mantêm a igreja. Mas quando eu digo pobre, é sobretudo aqueles que querem somente se beneficiar por causa de um metro de asfalto. É uma vergonha”, destacou o padre.
Com a medida, padre Givaldo deve retornar para a sua diocese de origem e será impedido de celebrar no território da arquidiocese, ficando a cargo do seu bispo tomar as medidas punitivas.
Arquidiocese de Maceió divulgou uma nota sobre o ocorrido.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Arquidiocese de Maceió comunica que o padre Givaldo Rocha de Santana, da Diocese de Propriá, em Sergipe, que exercia a função de administrador paroquial na Paróquia Senhora Sant’Ana, na cidade de Santana do Mundaú, não é *incardinado no Clero da Arquidiocese de Maceió. Portanto, o sacerdote estava no território arquidiocesano em experiência pastoral.
E, agora, por ordem do Arcebispo Metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, no final do mês de fevereiro do corrente ano ele retorna a sua diocese de origem, em Propiá-SE.
*INCARDINAÇÃO: Termo jurídico canônico usado pela Igreja para exprimir o vínculo jurídico do sacerdote com a Arquidiocese. Fonte: http://www.aquiacontece.com.br
Segunda-feira, 4 de fevereiro-2019. 4ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todos os homens com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 5, 1-20)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 1Jesus e os discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2Logo que Jesus desceu do barco, um homem que tinha um espírito impuro saiu do meio dos túmulos e foi a seu encontro. 3Ele morava nos túmulos, e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4Muitas vezes tinha sido preso com grilhões e com correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava os grilhões, e ninguém conseguia dominá-lo. 5Dia e noite andava entre os túmulos e pelos morros, gritando e ferindo-se com pedras. 6Ao ver Jesus, de longe, o homem correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: “Que queres de mim, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Por Deus, não me atormentes!” 8Jesus, porém, disse-lhe: “Espírito impuro, sai deste homem!” 9E perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?” Ele respondeu: “Legião é meu nome, pois somos muitos”. 10E suplicava-lhe para que não o expulsasse daquela região. 11Entretanto estava pastando, no morro, uma grande manada de porcos. 12Os espíritos impuros suplicaram então: “Manda-nos entrar nos porcos”. 13Jesus permitiu. Eles saíram do homem e entraram nos porcos. E os porcos, uns dois mil, se precipitaram pelo despenhadeiro no mar e foram se afogando. 14Os que cuidavam deles fugiram e espalharam a notícia na cidade e no campo. As pessoas saíram para ver o que tinha acontecido. 15Chegaram onde estava Jesus e viram o possesso sentado, vestido e no seu perfeito juízo – aquele que tivera o Legião. E ficaram com medo. 16Os que tinham presenciado o fato explicavam-lhes o que havia acontecido com o possesso e com os porcos. 17Então, suplicaram Jesus para que fosse embora do território deles. 18Enquanto Jesus entrava no barco, o homem que tinha sido possesso pediu para que o deixasse ir com ele. 19Jesus, porém, não permitiu, mas disse-lhe: “Vai para casa, para junto dos teus, e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20O homem foi embora e começou a anunciar, na Decápole, tudo quanto Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* No Evangelho de hoje, vamos meditar um longo texto sobre a expulsão de um demônio que se chamava Legião e que oprimia e maltratava uma pessoa. Hoje há muita gente que usa os textos do evangelho sobre a expulsão dos demônios para meter medo nos outros. É pena! Marcos faz o contrário. Como veremos, ele associa a ação do poder do mal com quatro coisas: 1) Com o cemitério, o lugar dos mortos. A morte que mata a vida! 2) Com o porco, que era considerado um animal impuro. A impureza que separa de Deus! 3) Com o mar, que era visto como símbolo do caos de antes da criação. O caos que destrói a natureza. 4) Com a palavra Legião, nome dos exércitos do império romano. O império que oprime e explora os povos. Ora, Jesus vence o poder do mal nestes quatro pontos. A vitória de Jesus tinha um alcance enorme para as comunidades dos anos setenta, época em que Marcos escreve o seu evangelho. Elas viviam perseguidas pelas legiões romanas, cuja ideologia manipulava as crenças populares nos demônios para meter medo no povo e conseguir submissão!
* O poder do mal oprime, maltrata e aliena as pessoas. Os versículos iniciais descrevem a situação do povo antes da chegada de Jesus. Na maneira de descrever o comportamento do endemoninhado, Marcos associa o poder do mal com cemitério e morte. É um poder sem rumo, ameaçador, descontrolado e destruidor, que mete medo em todos. Priva a pessoa da consciência, do autocontrole e da autonomia.
* Diante da simples presença de Jesus o poder do mal desmorona e desintegra. Na maneira de descrever o primeiro contato entre Jesus e o homem possesso, Marcos acentua a desproporção total! O poder, que antes parecia tão forte, se derrete e se desmancha diante de Jesus. O homem cai de joelhos, pede para não ser expulso da região e entrega até o seu nome Legião. Através deste nome, Marcos associa o poder do mal com o poder político e militar do império romano que dominava o mundo através das suas Legiões.
* O poder do mal é impuro e não tem autonomia nem consistência. O demônio não tem poder sobre os seus próprios movimentos. Só consegue ir para dentro dos porcos com a permissão de Jesus! Uma vez dentro dos porcos, estes se precipitam no mar. Eram 2000 porcos! Na opinião do povo, o porco era símbolo da impureza que impedia o ser humano de relacionar-se com Deus e sentir-se acolhido por Ele. O mar era símbolo do caos que existia antes da criação e que, conforme a crença da época, ameaçava a vida. Este episódio dos porcos que se precipitam no mar é estranho e difícil de ser entendido. Mas a mensagem é muito clara: diante de Jesus, o poder do mal não tem autonomia nem consistência. Quem crê em Jesus já venceu o poder do mal e já não precisa ter medo!
* A reação do povo do lugar. Alertado pelos empregados que tomavam conta dos porcos, o povo do lugar veio e viu o homem liberto do poder do mal “em perfeito juízo”. Mas eles ficaram sem os porcos! Por isso, pedem a Jesus para ir embora. Para eles, os porcos eram mais importantes que o ser humano que acabava de ser devolvido a si mesmo. Assim é hoje: o sistema neoliberal pouco se importa com as pessoas. O que importa é o lucro!
* Anunciar a Boa Nova é anunciar “o que o Senhor fez por você!” O homem liberto quer “seguir Jesus”, mas Jesus diz: “Vá para casa, para junto dos seus, e anuncia a eles o que o Senhor fez por você!”. Esta frase de Jesus, Marcos a dirige às comunidades e a todos nós. Para a maioria de nós “seguir Jesus” significa: “Vá para sua casa e anuncia aos seus o que o Senhor te fez!”
4) Para um confronto pessoal
1) Qual o ponto deste texto de que você mais gostou ou que mais chamou a sua atenção? Por que?
2) O homem curado quer seguir Jesus. Mas ele deve ficar em casa e contar a todo mundo o que Jesus fez por ele. O que Jesus fez por você que pode ser contado para os outros?
5) Oração final
Quão grande é, Senhor, vossa bondade, que reservastes para os que vos temem e com que tratais aos que se refugiam em vós, aos olhos de todos. (Sl 30, 20)
Papa Francisco chega a Abu Dhabi
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Após pouco mais de seis horas de viagem, o Papa Francisco chegou aos Emirados Árabes Unidos, onde permanecerá até a próxima terça-feira, dia 5. Trata-se da primeira visita de um Sucessor de Pedro à península arábica.
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco já se encontra nos Emirados Árabes Unidos. O avião papal da companhia Alitalia, um B777, aterrissou este domingo (03/02) às 21h48 locais (15h48 de Brasília) no Aeroporto Presidencial de Abu Dhabi após percorrer 4.298 Km, num voo de pouco mais de 6 horas de duração.
O Pontífice foi acolhido ainda a bordo pelo núncio apostólico nos Emirados, Dom Francisco Montecillo Padilla. Após deixar a aeronave, Francisco foi acolhido pelo Príncipe herdeiro Xeque Mohammed bin Zayed Al Nahyan e duas crianças em vestes tradicionais que lhe ofereceram flores. O acolhimento oficial, acompanhado de músicas tradicionais, não previa discursos.
O Santo Padre e o Príncipe herdeiro passaram pela Guarda de Honra e saudaram as respectivas delegações. Em seguida, o Papa saudou o Grão Imame de al-Azhar Ahmad al Tayyib, com o qual tomaram o veículo para transferir-se do aeroporto ao Al Mushrif Palace, residência oficial do Estado reservada aos hóspedes ilustres, onde o Pontífice estará hospedado estes dias, vez que falta uma nunciatura nos Emirados Árabes Unidos. A visita prosseguirá até esta terça-feira.
A partir desta segunda, dia 4, os primeiros compromissos oficiais do Santo Padre nesta sua 27ª viagem apostólica internacional - a primeira de um Pontífice à península arábica:
A cerimônia de boas-vindas e a visita oficial ao Príncipe herdeiro, no Palácio Presidencial às 12h locais (6h de Brasília). Na parte da tarde, 11h de Brasília, terá lugar o encontro com os membros do Conselho Muçulmano de Anciãos. E às 18h10 (12h10 de Brasília), o encontro inter-religioso no Memorial do Fundador, onde o Papa Francisco fará seu discurso, evento que a Rádio Vaticano – Vatican Media transmitirá ao vivo, via satélite, para todo o Brasil e demais emissoras que nos retransmitem. Fonte: www.vaticannews.va
Papa Francisco chega aos Emirados para visita história à Península Arábica
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Antes de deixar o Vaticano, Pontífice cobrou respeito à trégua na guerra do Iêmen, na qual o anfitrião tem forte papel militar
ABU DHABI — O Papa Francisco se transformou no primeiro Pontífice a visitar a Península Arábica, o berço do Islã, neste domingo, poucas horas depois de seu pronunciamento mais duro contra a guerra no Iêmen, na qual o anfitrião de sua viagem, os Emirados Árabes Unidos, têm importante papel militar.
O avião do chefe da Igreja Católica aterrissou em Abu Dhabi pouco antes das 22h (16h de Brasília). Antes de sair de Roma, Francisco escreveu no Twitter que se dirigia aos Emirados "como um irmão para escrevermos juntos uma página de diálogo e percorrermos juntos os caminhos de paz".
Francisco foi recebido pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi, xeque Mohamed bin Zayed al-Nahyan, e pelo imã de Al-Azhar, a instituição mais importante do Islã sunita, sediada no Cairo, xeque Ahmed al-Tayerbiman, a quem o Pontífice abraçou.
Antes de partir para Abu Dhabi, o Papa destacou que acompanhava a crise humanitária no Iêmen com grande preocupação, durante seu discurso habitual de domingo na Cidade do Vaticano. Ele instou as partes do conflito a implementarem "com urgência" uma trégua acordada para a cidade portuária de Hodeida, crucial para o acesso da ajuda humanitária.
— O choro dessas crianças e seus pais se eleva a Deus — ressaltou ele às milhares de pessoas na Praça de São Pedro.
A guerra no Iêmen opõe as forças pró-governo, apoiadas no terreno desde 2015 pela Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, aos rebeldes houthis xiitas, respaldados pelo Irã e que controlam amplas zonas do país, incluindo a capital Sanaa. O conflito, de quase quatro anos, condenou o povo à fome.
As Nações Unidas tentam implementar uma trégua e a retirada de tropas no principal porto iemenita, em Hodeida, o que havia sido acordado em negociações de dezembro como um passo para a construção de confiança entre as partes, rumo a conversas políticas que objetivassem o fim do conflito.
— Vamos rezar com força porque são crianças que estão famintas, sedentes, não têm medicamentos e correm perigo de morte — alertou o Papa.
O Papa se reunirá com líderes muçulmanos e celebrará uma missa ao ar livre para cerca de 120 mil católicos. Francisco havia dito que a viagem, de duração até terça-feira, é uma oportunidade para escrever "uma nova página na História das relações entre as religiões".
Há cerca de um milhão de católicos nos Emirados, adeptos de um Islã moderado e cuja sociedade é bastante aberta ao mundo exterior. A maioria são trabalhadores asiáticos, que podem praticar a sua religião em oito igrejas.
Diferentemente do seu vizinho saudita, que proíbe a prática de outras religiões que não sejam o Islã, os Emirados Árabes Unidos querem projetar uma imagem de país tolerante.
No entanto, as autoridades controlam as práticas religiosas e reprimem a contestação política e a exploração da religião, inclusive pelos adeptos de um Islã político, encarnado pela Irmandade Muçulmana.
Anwar Gargash, ministro das Relações Exteriores, fez alusão a isso neste domingo em um tuíte no qual critica o Catar, boicotado por seu país e três de seus aliados, que o acusam de apoiar islamitas radicais, o que Doha desmente.
O ministro destacou a diferença entre o "mufti do terrorismo", em referência ao religioso Yusef al-Qardaui, considerado chefe espiritual da Irmandade Muçulmana, que é protegida pelo Catar, e o seu país, que acolhe um dos símbolos de "tolerância e amor", que são o papa e o imã de Al-Azhar.
A organização Anistia Internacional pediu ao papa que coloque sobre a mesa em Abu Dhabi a questão do respeito aos direitos humanos e criticou que muitos dissidentes permaneçam detidos no país.
A Human Rights Watch também pediu neste domingo ao papa que aproveite a sua visita para falar da situação dos direitos humanos no Iêmen, onde os Emirados intervêm militarmente junto com a Arábia Saudita
Desde o início do seu Pontificado, o Papa viajou a vários países cuja população é majoritariamente muçulmana, como Egito, Azerbaijão, Bangladesh e Turquia. Em março viajará ao Marrocos. Fonte: https://oglobo.globo.com
Missionários cristãos atuam em mais da metade de grupos indígenas na Amazônia
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Em algumas aldeias, religiosos construíram igrejas dentro de unidades de conservação, o que é proibido por lei
Renato Grandelle
RIO — Começou nas décadas de 1930 e 40, quando pesquisadores estrangeiros, com apoio de instituições brasileiras, adentraram na Amazônia para resgatar idiomas quase extintos diante do desaparecimento de tribos. Mas além do interesse científico os missionários linguistas carregavam a Bíblia debaixo do braço. Quase um século depois, o avanço cristão deixou marcas floresta afora. Das 340 etnias indígenas presentes na região, 182, ou 53,5% do total, têm presença missionária evangélica. Em 132, representantes da população nativa participam d a pregação, segundo um relatório de 2010 da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB).
Órgãos oficiais, como a Fundação Nacional do Índio (Funai), não têm estimativas sobre a quantidade de grupos atuantes nas tribos. Em algumas, os religiosos construíram igrejas dentro dos territórios indígenas, o que é proibido por lei.
— É uma ocupação desordenada. Quando percebemos, os missionários já estão ali sem respeitar critérios como apresentar documentação e vacinação — relata Junio Esllei Martins de Oliveira, coordenador geral da ONG Instituto Kabu, que representa 12 aldeias caiapós no Pará. — Às vezes as missões condenam aspectos de nossa cultura, como o canto, a dança e a figura do pajé.
Esllei calcula que, entre os 1.700 caiapós que habitam as aldeias, 30% foram convertidos ao cristianismo evangélico. E ressalta que “não é contra nem a favor” do fenômeno, desde que as crenças indígenas sejam respeitadas:
— A Funai, que deveria controlar a entrada dessas pessoas, está muito fragilizada. Tem outras prioridades, como conter a ação de nosso território por grileiros. Estamos em uma área conhecida pelo intenso desmatamento.
O órgão indígena reconhece que algumas missões religiosas chegam à Amazônia sob o pretexto de realizar pesquisas científicas, incluindo o aprendizado de idiomas. Antropóloga e professora do Museu Nacional, Aparecida Vilaça, que estuda em Rondônia a tribo wari, critica o “descontrole e a conivência” do poder público.
— Um pesquisador precisa passar por uma série de requisitos para entrar em uma aldeia, como apresentar cronogramas do estudo e enviar seu projeto a colegas. Para os missionários, porém, não há controle, uma autorização formal para ingresso ou processo de expulsão. Alguns estão na mesma região há gerações — compara. — Eles entram no território com tecnologias e medicamentos. Associam a cura de doenças à oração, dizem que o fim do mundo está próximo e, por isso, aqueles que não rezam podem sofrer punições como ser engolidos por animais gigantes.
‘Ex-pajé’
O sermão catastrofista e o encanto com os artigos levados à aldeia põem em xeque a credibilidade dos líderes locais. É o caso de Perpera Suruí, pajé do Território Indígena Paiter Suruí, na fronteira de Rondônia com Mato Grosso. A cruzada promovida por pastores evangélicos contra rituais tradicionais, como a adoração de espíritos, jogou-o em uma espécie de limbo — deixou de receber remédios, bolsa de assistência social e carona para a cidade.
— Entregar programas de educação e saúde indígena a fundamentalistas é complicado — adverte Luiz Bolognesi, diretor e roteirista de “Ex-pajé”, documentário sobre Perpera
Suruí. — Os missionários promovem uma série de práticas ilegais, como montar igrejas em territórios indígenas. Hoje, Perpera é zelador de um templo.
Em 2010, segundo o relatório da AMTB, o país contava com uma associação indígena de tradutores — voltados principalmente para a conversão da Bíblia aos idiomas locais — e um conselho de pastores e líderes evangélicos indígenas.
— Os missionários estabelecem nas aldeias uma relação de cumplicidade, inclusive com os líderes indígenas, que muitas vezes estão em situação precária. Hoje, muitas têm pastores e diáconos indígenas — explica Artionka Capiberibe, antropóloga da Unicamp.
Da mesma forma como conseguem entrar em uma tribo, os missionários, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, não encontram dificuldades em retirar crianças daquele ambiente. Para isso, fazem exames em que atestam o que seriam más condições de saúde, e, já na cidade, cortam o contato entre os pequenos índios e sua família. Eles, então, passam por um processo “civilizacional” — aprendem o cristianismo, são alfabetizadas em português, ganham roupas e brinquedos e provam alimentos que não existem em sua aldeia. Fonte: https://oglobo.globo.com
2 de fevereiro, Dia Mundial da Vida Consagrada. “A missão dos consagrados é ser testemunhas do Reino de Deus, anunciado por Jesus”, dom Jaime Spengler
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No dia 2 de fevereiro, a Igreja celebra a Apresentação de Jesus no Templo e também o Dia Mundial da Vida Consagrada. O arcebispo de Porto Alegre e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, dom Jaime Spengler concedeu entrevista exclusiva ao portal da CNBB sobre a data e deixou uma mensagem especial a todos os consagrados. Na ocasião, dom Jaime confessou que expressar reconhecimento pela obra de evangelização realizada pelos consagrados e consagradas ainda é pouco diante de tantas inciativas e frentes alçadas em distintas regiões do Brasil.
Confira a entrevista na íntegra:
Dom Jaime, no contexto sociocultural em que vivemos, qual é o papel dos membros da vida consagrada?
A missão dos consagrados e consagradas é ser testemunhas do Reino de Deus, anunciado por Jesus. Através da profissão dos conselhos evangélicos os consagrados e consagradas escolheram e abraçaram um caminho especial de seguimento de Cristo, para se dedicarem a Ele e à causa do Reino por Ele anunciado de coração indiviso.
As pessoas que abraçam a Vida Consagrada deixam tudo para estar com Cristo e colocar-se, como Ele, ao serviço de Deus e dos irmãos e irmãs. A história da Igreja do Brasil é marcada pelo testemunho de uma miríade de consagrados/as. Quanto bem se fez e se faz através do empenho e dedicação de mulheres e homens que assumiram e assumem o Evangelho como regra de vida!
Expressar reconhecimento e gratidão por todo bem realizado em prol da obra da evangelização entre nós por esta parcela particular da comunidade de fé é pouco diante de tantas iniciativas, de tantas frentes de evangelização em distintas regiões de nosso imenso território.
A pastoral vocacional se tornou prioritária neste novo momento da história da evangelização?
A pastoral vocacional tem a tarefa de apresentar à comunidade de fé a beleza e dignidade da consagração através da profissão dos conselhos evangélicos. Ela é desafiada a propor às novas gerações esse estilo de vida na sua radicalidade e simplicidade.
No entanto, a melhor forma de promover a vida consagrada não consiste na criação de metodologias, organização, planejamento e estratégias. Isto é também necessário. Contudo, decisivo é o testemunho de vida de cada consagrado e de cada comunidade de vida consagrada. Há um ditado que diz o seguinte: “as palavras convencem, mas os exemplos arrastam”. O exemplo de vida comunitária, baseado no princípio da ‘mesa comum, caixa comum, capela comum’ e sustentado por uma vida autenticamente fraterna, onde cada membro da fraternidade cuida do outro e se deixa também cuidar pelo outro, onde as tarefas são assumidas em fraternidade, onde se faz sentir a alegria do Evangelho, na simplicidade e na generosidade, ali implicitamente se promove vocações. Onde o senso de pertença à família religiosa se faz sentir e a corresponsabilidade é visível se manifesta também o desejo de outros de participar da forma de vida.
São Paulo VI usou uma expressão muito bela e que, de algum modo, continua tendo valência em nossos dias: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”. Não podemos esquecer que o primeiro mandamento do Senhor ao falar de operários para a vinha é rezar; “Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe”. Será que em nossas comunidades religiosas, em nossas Paróquias estamos rezando pelas vocações à Vida Consagrada? Como rezamos?
Um outro aspecto que merece destaque quando falamos de pastoral vocacional diz da necessidade de falar bem uns dos outros; falarmos bem de nossas fraternidades; ou seja, apresentar a comunidade ou a fraternidade com lugar de convívio sadio, engajado, alegre. É verdade que nossas casas não são, por vezes, um ‘paraíso’. No entanto, é ‘minha casa’, são’ meus irmãos, minhas irmãs’ – dons do Senhor! Não é raro encontrar fragilidades de todo o tipo, omissões, conformismo. Este dado oferece a chance para um ainda maior engajamento pessoal, com o intuito de ali promover a forma de vida, o Evangelho.
Qual mensagem deixaria aos consagrados neste dia dedicado a eles?
A Vida Consagrada, a partir dos seus múltiplos carismas, precisa avançar no tempo, tendo um olho no Evangelho e o outro na realidade histórico-social na qual se encontra inserida. Disto depende também o profetismo característico da forma de vida.
O Papa Francisco dizia recentemente que “parece ter-se instalado nas nossas comunidades uma espécie subtil de cansaço (…) Trata-se duma tentação que poderíamos chamar o cansaço da esperança (…) Um cansaço que nasce ao olhar o futuro quando a realidade me cai em cima pondo em questão as forças, os recursos e a viabilidade da missão neste mundo, que não cessa de mudar e interpelar”.
De fato, o mundo não cessa de mudar e nos interpelar. É justamente neste momento histórico que a Vida Consagrada não deve temer realizar uma auto crítica, avaliar as formas de atuação e, talvez, se refundar, delineando novas formas de atuação em, talvez, outros contextos. Refundar não no sentido de voltar atrás para um passado que não mais existe, mas de, com discernimento e determinação, colher os desafios que o mundo hoje apresenta à Vida Consagrada. Também não se trata de adaptar-se à mentalidade do mundo, mas de resgatar os princípios basilares da Vida Consagrada, compreender o que significa ser sinal de contradição e lançar-se corajosamente na tarefa de anunciar e testemunhar ao mundo que o Evangelho é vida e vida em plenitude; que a Vida Consagrada vale a pena, que é caminho de realização e felicidade.
Não podemos ter medo! O Senhor prometeu estar com os seus todos os dias até o final dos tempos. As contradições que encontramos e as fragilidades que se fazem sentir são condição para avançar com ainda maior determinação no caminho proposto e assumido. Vale a pena , talvez, aqui recordar o que dizia D. Helder Câmara: “Quando os problemas se tornam absurdos, os desafios se tornam apaixonantes”.
É preciso sempre e de novo voltar a Jesus e seu Evangelho. O Evangelho é apaixonante. Por isso, o consagrado/a não deve ter receio ou medo de dizer a quem encontra que ‘gosta do que é e ama o que faz’ Fonte: http://www.cnbb.org.br
BRUMADINHO: Dom Beto demonstra apreensão com risco de contaminação do São Francisco
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O bispo de Juazeiro (BA), dom Carlos Alberto Breis Pereira, divulgou mensagem na última quarta-feira, 30, sobre os rompimentos de barragens de rejeitos de mineração de Mariana (MG) e Brumadinho (MG). No texto, dom Beto convocou a todos para que exijam das autoridades competentes a preservação de rios e córregos “ainda não envenenados pelo fel dos criminosos”.
Dom Beto é enfático ao tratar como crimes os acontecidos em Mariana e Brumadinho e denuncia a mineradora Vale, “para a qual o lucro e os sucessos nas cotações importam incomparavelmente mais que vidas humanas e de tantos outros elementos da Criação, nossa Casa Comum”.
Tendo a sua diocese localizada na “bacia hidrográfica do Rio da Integração Nacional”, o rio São Francisco, dom Carlos Alberto manifestou em seu texto apreensão com os “riscos reais de que o veneno que escorre com a enorme quantidade de lama, substâncias e sedimentos diversos em densidade e em grau de contaminação, chegue às águas do Rio São Francisco, nosso Velho Chico”.
“Ele é nosso irmão e o pai das populações por onde suas generosas águas fluem até desaguarem na imensidade do Atlântico (após percorrerem 2.700 km de sua extensão). Estudos realizados comprovam que tal veneno nem sempre terá a visibilidade da lama que destrói e provoca mortes imediatas, comporta grau nocivo e letal. Podemos imaginar, apreensivos, o que pode ocorrer se medidas efetivas e imediatas não forem tomadas no sentido de que esse material contaminante não chegue à bacia hidrográfica do Rio da Integração Nacional”, afirmou dom Beto.
O chamado do bispo de Juazeiro é de convocação para exigir das autoridades que sejam tomadas medidas “cabíveis e urgentes no sentido de garantir a preservação de rios e córregos ainda não envenenados pelo fel dos criminosos movidos pelo afã do dinheiro ‘fácil’”.
De acordo com o Serviço Geológico Brasileiro, na quinta-feira, a lama de rejeitos já percorreu cerca de 100 quilômetros no curso do rio Paraopeba. O órgão reforça que os sedimentos não devem chegar à barragem de Três Marias e consequentemente no Rio São Francisco. Mesmo assim, há a preocupação dos metais pesados comprometerem a qualidade da água e a biodiversidade da bacia do Velho Chico, uma vez que estes materiais seguirão o fluxo da água.
No fim da mensagem, o bispo sugere um pedido a Deus para que “a lama que corre e escorre, represas de ganância e cobiça, abra nossos olhos das brumas que ofuscam a sensibilidade moral e a responsabilidade pelo cuidado com a Vida”. E continua: “Que não represemos, com olhos abertos pelo toque recriador daquEle que com uma porção de lama abriu os olhos do cego, nossa compaixão indignada e a capacidade de repensarmos este mundo e nossa convivência”.
O regional Nordeste 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no qual estão reunidas as dioceses da Bahia e do Sergipe, preparou a “Cartilha Ecológica do Rio São Francisco”, um subsídio pelo qual a Igreja convida a população a um esclarecimento e uma reflexão que possam surtir efeitos práticos pela restauração da bacia do Velho Chico.
A Cartilha Ecológica pretende: descrever o Rio São Francisco e seus afluentes de maneira simples e didática, com toda a sua riqueza para a vida da população ribeirinha; apresentar as principais causas que estão levando o Rio a morrer; propor ações concretas que devem ser adotadas urgentemente para reverter o processo de morte instaurado nos rios da bacia; exortar a todos os agentes responsáveis nos vários segmentos sociais, para que cada um assuma sua parcela de responsabilidade na defesa da vida do rio e de seu povo. Fonte: http://www.cnbb.org.br
BRUMADINHO: Acolher a missão de reconstruir a Casa Comum
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Dom Otacilio Ferreira de Lacerda, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, convida todos a refletirem sobre a preservação de nossa Casa Comum. A poesia e a dor dão o tom às palavras de dom Otacílio instigadas pelas tragédias de Brumadinho, de Bento Rodrigues e tantas outras que matam as pessoas e a natureza. Mas a esperança da conversão prevalece no convite a acolhermos a missão confiada por Deus: recriar o paraíso.
Ela está gritando
“Com efeito, sabemos que toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto…” (Rm 8,22)
Posso ouvir seus gritos, porque sugada, pisoteada.
Impossível secar suas lágrimas, porque são como um mar.
Há que se ter um limite para ambição desmedida,
Sobretudo quando movida pelo interesse insano
Da produção, consumo, venda e lucro sem fim.
Posso ouvir seus gemidos, clamores subindo aos céus;
Ela não suporta nossa arrogância e falta de escrúpulos,
Com exploração abismal, graves consequências,
Muitas vezes, pagas por vidas de pobres e indefesos,
Que se sobrevivendo, sem direitos sagrados garantidos.
Posso ouvir seus suspiros profundos de esperança,
Como que dizendo: “convertam-se, enquanto é tempo!”
Retomemos o projeto do Criador no Paraíso:
“Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra” (Gn 1,18),
Desde que “dominar” não seja sinônimo de “destruição”!
Ela, nossa “casa comum”, Planeta Terra, apesar do que façamos,
Por desígnio divino, nos sacia, como um milagre, todos os dias,
Como rezamos ontem, hoje e sempre com o Salmista:
“Eu o sustentaria com a fina flor do trigo e
saciaria com o mel que escorre da rocha” (Sl 81,16).
Ela está gritando, agonizando…
Urge rever com ela nossa postura.
Amar e cuidar de nossa casa comum,
Recriar o Paraíso, sem adiamento,
Missão que Deus a nós confia. Amém.
*Referencial para a Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida (Rensa)
Responsável pelo Vicariato Episcopal para a Ação Social. Fonte: http://arquidiocesebh.org.br
Corações em luto: Missa de Sétimo Dia pelos mortos da tragédia em Brumadinho
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A Igreja São Sebastião, Matriz de Brumadinho, foi pequena para receber tantos fiéis. Corações em luto, unidos na dor e na fé, rezaram pelos parentes e amigos que morreram na tragédia da barragem que se rompeu. A Missa de Sétimo Dia com preces dedicadas às vítimas foi marcada por muita emoção. Presidida pelo arcebispo dom Walmor, concelebrada por muitos padres e diáconos, a Celebração Eucarística foi além do ambiente da Igreja. Reuniu fiéis nas escadarias do templo, nas ruas da cidade, em muitas Igrejas da Capital e de sua Região Metropolitana, que também tiveram Missas dedicadas às vítimas.
Na procissão de entrada, dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, referencial para o Vale do Paraopeba, e padre Renê Lopes, pároco da Paróquia São Sebastião, de Brumadinho, não continham a emoção. Incansáveis na acolhida aos que sofrem as dores da perda, desde sexta-feira, dia e noite, choraram com os que sofrem.
Durante a homilia, o arcebispo dom Walmor transmitiu aos fiéis a bênção apostólica do Papa Francisco, enviada pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal dom Pietro Parolin. Partilhou também mensagem de solidariedade do Núncio Apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello, que planeja visitar Brumadinho.
Dom Walmor sublinhou que a fé não deixa morrer a esperança. Por isso, com o objetivo de fortalecer ainda mais o anúncio do Evangelho e a acolhida aos que sofrem, no Vale do Paraopeba, fez importante anúncio: a criação do Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora do Rosário, em Brumadinho. “Juntos, com segmentos da sociedade, devemos caminhar no horizonte de Deus – bem, justiça e verdade. Minas Gerais não pode ser a mesma, o Brasil também precisa mudar. Em Minas Gerais, a legislação minerária não poderá ficar como está, ou teremos novas catástrofes”.
Após a homilia, o nome de cada pessoa que morreu na tragédia da mineração em Brumadinho foi relembrado por dom Vicente e padre Renê. No ofertório, um carrinho de mão, cheio de lama, simbolizou a devastação que pôs fim a vidas e feriu gravemente o meio ambiente.
Ao final da Missa, com a Igreja escura, fiéis acenderam velas. Cada ponto luminoso homenageou as pessoas que morreram na tragédia, deixando Brumadinho, Minas e o Brasil de luto. Fonte: http://arquidiocesebh.org.br
Sexta-feira, 01 de fevereiro-2019. 3ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 4, 26-34)
Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão: "O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece.
28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou".
30E Jesus continuou: "Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra'.
33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
* É bonito ver como Jesus, cada vez de novo, buscava na vida e nos acontecimentos elementos e imagens que pudessem ajudar o povo a perceber e experimentar a presença do Reino. No evangelho de hoje ele, novamente, conta duas pequenas histórias que acontecem todos os dias na vida de todos nós: “A história da semente que cresce sozinha” e “A história da pequena semente de mostarda que cresce e se torna grande”.
* A história da semente que cresce sozinha. O agricultor que planta conhece o processo: semente, fiozinho verde, folha, espiga, grão. Ele não mete a foice antes do tempo. Sabe esperar. Mas não sabe como a terra, a chuva, o sol e a semente têm esta força de fazer crescer uma planta do nada até a fruta. Assim é o Reino de Deus. Tem processo, tem etapas e prazos, tem crescimento. Vai acontecendo. Produz fruto no tempo marcado. Mas ninguém sabe explicar a sua força misteriosa. Ninguém é dono. Só Deus!
* A história da pequena semente de mostarda que cresce e se torna grande. A semente de mostarda é pequena, mas ela cresce e, no fim, os passarinhos vêm para fazer seu ninho nos ramos. Assim é o Reino. Começa bem pequeno, cresce e estende seus ramos para os passarinhos fazerem seus ninhos. Começou com Jesus e uns poucos discípulos e discípulas. Foi perseguido e caluniado, preso e crucificado. Mas cresceu e foi estendendo seus ramos. A parábola deixa uma pergunta no ar que vai ter resposta mais adiante no evangelho: Quem são os passarinhos? O texto sugere que se trata dos pagãos que vão poder entrar na comunidade e ter parte no Reino.
* O motivo que levava Jesus a ensinar por meio de parábolas. Jesus contava muitas parábolas. Tudo tirado da vida do povo! Assim ele ajudava as pessoas a descobrir as coisas de Deus no quotidiano. Tornava o quotidiano transparente. Pois o extraordinário de Deus se esconde nas coisas ordinárias e comuns da vida de cada dia. O povo entendia da vida. Nas parábolas recebia a chave para abri-la e encontrar dentro dela os sinais de Deus.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus não explica as parábolas. Ele conta as histórias e provoca em nós a imaginação e a reflexão da descoberta. O que você descobriu nestas duas parábolas?
2) Tornar a vida transparente é o objetivo das parábolas. Ao longo dos anos, sua vida ficou mais transparente ou aconteceu o contrário?
5) Oração final
Deus, tem piedade de mim, conforme a tua misericórdia; no teu grande amor cancela o meu pecado. Lava-me de toda a minha culpa, e purifica-me de meu pecado. (Sal 50, 3-4)
Quinta-feira, 31 de janeiro-2019. 3ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 4, 21-25)
Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21"Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? 22Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça". 24Jesus dizia ainda: "Prestai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem".
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
* A lâmpada que ilumina. Naquele tempo, não havia luz elétrica. Imagine o seguinte. A família está em casa. Começa a escurecer. O pai levanta, pega a lamparina, acende e coloca debaixo de um caixote ou debaixo de uma cama. O que os outros vão dizer? Vão gritar: “Pai! Coloca na mesa!” Esta é a história que Jesus conta. Ele não explica. Apenas diz: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! A Palavra de Deus é a lâmpada a ser acesa na escuridão da noite. Enquanto estiver dentro do livro fechado da Bíblia, ela é como a lamparina debaixo do caixote. Quando ligada à vida e vivida em comunidade, ela é colocada na mesa e ilumina!
* Prestar atenção aos preconceitos. Jesus pede aos discípulos para tomar consciência dos preconceitos com que escutam o ensinamento que ele oferece. Devemos prestar atenção nas idéias com que olhamos para Jesus! Se a cor dos óculos é verde, tudo aparece verde. Se for azul, tudo será azul! Se a idéia com que eu olho para Jesus for errada, tudo o que penso sobre Jesus estará ameaçado de erro. Se eu acho que o messias deve ser um rei glorioso, não vou entender nada do que Jesus ensina e vou entender tudo errado.
* Parábolas: um novo jeito de ensinar e de falar sobre Deus. O jeito de Jesus ensinar era, sobretudo, através de parábolas. Ele tinha uma capacidade muito grande de encontrar imagens bem simples para comparar as coisas de Deus com as coisas da vida que o povo conhecia e experimentava na sua luta diária pela sobrevivência. Isto supõe duas coisas: estar por dentro das coisas da vida, e estar por dentro das coisas do Reino de Deus.
* O ensino de Jesus era diferente do ensino dos escribas. Era uma Boa Nova para os pobres, porque Jesus revelava um novo rosto de Deus, no qual o povo se re-conhecia e se alegrava. “Pai, eu te agradeço, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado! (Mt 11,25-28)”.
4) Para um confronto pessoal
1) Palavra de Deus, lâmpada que ilumina. Qual o lugar que a Bíblia ocupa em minha vida? Qual a luz que dela recebo?
2) Qual a imagem de Jesus que está em mim? Quem é Jesus para mim, e quem sou eu para Jesus?
5) Oração final
Busquei o SENHOR e ele respondeu-me e de todo temor me livrou. Olhai para ele e ficareis radiantes, vossas faces não ficarão envergonhadas. (Sal 33, 5-6)
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