Terça-feira, dia 18. 3ª Semana do Advento: Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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Frei Carlos Mesters, O.Carm
1) Oração
Ó Deus todo-poderoso, concedei aos que gememos na antiga escravidão, sob o jugo do pecado, a graça de ser libertados pelo novo natal do vosso Filho que tão ansiosamente esperamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 1, 18-24)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - 18Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. 19José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. 20Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. 22Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: 23Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7, 14), que significa: Deus conosco. 24Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa.
3) Reflexão
* No Evangelho de Lucas a história da infância de Jesus (capítulos 1 e 2 de Lucas) está centrada em torno da pessoa de Maria. Aqui no Evangelho de Mateus a infância de Jesus (capítulos 1 e 2 de Mateus) está centrada em torno da pessoa de José, o prometido esposo de Maria. José era da descendência de Davi. Através dele Jesus pertence à raça de Davi. Assim, em Jesus se realizam as promessas feitas por Deus a Davi e à sua descendência.
* Como vimos no evangelho de ontem, nas quatro mulheres companheiras de Maria na genealogia de Jesus, havia algo anormal que não estava de acordo com as normas da lei: Tamar, Raab, Rute e Betsabéia. O evangelho de hoje mostra que também em Maria havia algo de anormal, contrário às leis da época. Aos olhos do povo de Nazaré ela apareceu grávida antes de conviver com José. Nem o povo nem José o futuro marido sabiam a origem desta gravidez. Se José tivesse sido justo conforme a justiça dos escribas e fariseus, ele deveria ter denunciado Maria, e a pena para ela teria sido a morte por apedrejamento.
* José era justo, sim! mas a sua justiça era diferente. Por antecipação ele já praticava o que Jesus haveria de ensinar mais tarde: “Se a justiça de vocês não ultrapassar a justiça dos escribas e fariseus, vocês não vão poder entrar no Reino dos Céus” (Mt 5,20). É por isso que José, não compreendendo os fatos e não querendo repudiar Maria, resolveu licenciá-la em segredo.
* Na Bíblia, a descoberta do apelo de Deus dentro dos fatos acontece de várias maneiras. Por exemplo, através de ruminação dos fatos (Lc 2,19.51), através da meditação da Bíblia (At 15,15-19; 17,2-3), através de anjos (a palavra anjo significa mensageiro), que ajudam a descobrir o significado dos fatos (Mt 28,5-7). José chegou a perceber o significado do que estava acontecendo em Maria através de um sonho. No sonho um anjo usou a Bíblia para esclarecer a origem da gravidez de Maria. Ela vinha da ação do Espírito de Deus.
* Quando tudo ficou claro para Maria, ela disse: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua Palavra!” Quando tudo ficou claro para José, ele assumiu Maria como sua esposa, e foram morar juntos. Graças à justiça de José, Maria não foi apedrejada e Jesus continuou vivo no seio dela.
4) Para um confronto pessoal
1) Aos olhos dos escribas, a justiça de José seria uma desobediência. Existe mensagem nisto para nós?
2) Como você descobre o apelo da Palavra de Deus dentro dos fatos da sua vida?
5) Oração final
Ele libertará o pobre que invoca e o indigente que não acha auxílio; terá piedade do fraco e do pobre, e salvará a vida de seus indigentes. (Sal 71, 12-13)
Segunda-feira, dia 17. 3ª Semana do Advento: Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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Frei Carlos Mesters, O.Carm
1) Oração
Ó Deus, criador e redentor do gênero humano, quisestes que o vosso Verbo se encarnasse no seio da Virgem. Sede favorável à nossa súplica para que o vosso Filho Unigênito, tendo recebido a nossa humanidade, nos faça participar da sua vida divina. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 1,1-17)
1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; 4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; 5Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé. 6Jessé gerou o rei Davi.
Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão. Jorão gerou Ozias; 9Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.
12Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 17Assim, as gerações desde Abraão até Davi são catorze; de Davi até o exílio na Babilônia catorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, catorze.
3) Reflexão
* A genealogia define a identidade de Jesus. Ele é o "filho de Davi e filho de Abraão" (Mt 1,1; cf 1,17). Como filho de Davi, ele é a resposta de Deus às expectativas do povo judeu (2Sam 7,12-16). Como filho de Abraão, é uma fonte de bênção para todas as nações (Gn 12,13). Judeus e pagãos vêem suas esperanças realizadas em Jesus.
* Na sociedade patriarcal dos judeus, as genealogias traziam nomes somente de homens. Surpreende o fato de Mateus colocar cinco mulheres entre os antepassados de Jesus: Tamar, Raab, Rute, a mulher de Urias e Maria. Por que Mateus escolhe precisamente estas quatro mulheres como companheiras de Maria? Nenhuma rainha, nenhuma matriarca, nenhuma juíza, nenhuma das mulheres lutadoras do êxodo: por quê? Esta é a pergunta que o evangelho de Mateus deixa na nossa cabeça.
* Na vida das quatro mulheres companheiras de Maria existe algo anormal. As quatro são estrangeiras, conceberam seus filhos fora dos padrões normais e não satisfaziam às exigências das leis da pureza do tempo de Jesus. Tamar, uma Cananéia, viúva, se vestiu de prostituta para obrigar o patriarca Judá a ser fiel à lei e dar-lhe um filho (Gn 38,1-30). Raab, uma Cananéia de Jericó, era a prostituta que ajudou os israelitas a entrar na Terra Prometida (Js 2,1-21). Rute, uma Moabita, viúva pobre, optou para ficar do lado de Noemi e aderiu ao Povo de Deus (Rt 1,16-18). Tomou a iniciativa de imitar Tamar e de ir passar a noite na eira, junto com Booz, forçando-o a observar a lei e dar-lhe um filho. Da relação entre os dois nasceu Obed, o avô do rei Davi (Rt 3,1-15; 4,13-17). Betsabea, uma Hitita, mulher de Urias, foi seduzida, violentada e engravidada pelo rei Davi, que, além disso, mandou matar o marido dela (2Sm 11,1-27). O modo de agir destas quatro mulheres estava em desacordo com as normas tradicionais. No entanto, foram estas iniciativas pouco convencionais que deram continuidade à linhagem de Jesus e trouxeram a salvação de Deus para todo o povo. Tudo isto nos faz pensar e nos questiona quando damos demasiado valor à rigidez das normas.
* O cálculo de 3 x 14 gerações (Mt 1,17) tem um significado simbólico. Três é o número da divindade. Quatorze é o dobro de sete. Sete é o número da perfeição. Por meio deste simbolismo Mateus exprime a convicção dos primeiros cristãos de que Jesus apareceu no tempo estabelecido por Deus. Com a sua chegada a história alcançou o seu pleno cumprimento.
4) Para um confronto pessoal
1) Qual a mensagem que você descobre na genealogia de Jesus? Você encontrou uma resposta para a pergunta que Mateus deixou na nossa cabeça?
2) As companheiras de Maria, a mãe de Jesus, são bem diferentes do que imaginávamos. Qual a conclusão que você tira disso para a sua devoção a Nossa Senhora?
5) Oração final
Seu nome dure para sempre, diante do sol permaneça seu nome. Nele serão abençoadas todas as raças da terra e todos os povos vão proclamá-lo feliz meu coração e que na inocência lavei minhas mãos
ELIAS NO MONTE HOREB (1Rs 19,1-8)
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Frei Joseph Chalmers O. Carm. Ex-Prior Geral da Ordem do Carmo.
Invocação
Ó Senhor, salvai-nos dos perigos da vida. Ajudai-nos quando pensamos que nossos problemas são maiores do que podemos suportar e não queremos continuar. Dai-nos o pão da vida para que possamos continuar nossa jornada rumo a ti.
Texto
Leia o texto atentamente pela primeira vez para compreender o sentido geral e para conhecer a história em detalhes.
1Rs 19, 1 Acab contou a Jezabel tudo o que fizera Elias e como passara a fio de espada todos os profetas.
2 Então Jezabel mandou a Elias um mensageiro para lhe dizer: “Que os deuses me façam este mal e acrescentem este outro, se amanhã a esta hora eu não tiver feito de tua vida o que fizeste da vida deles!”
3 Elias teve medo; levantou-se e partiu para salvar a vida. Chegou a Bersabéia, que pertence a Judá, e deixou lá seu servo.
4 Quanto a ele, fez pelo deserto a caminhada de um dia e foi sentar-se debaixo de um junípero. Pediu a morte, dizendo: “Agora basta, Iahweh! Retira-me a vida, pois não sou melhor que meus pais.”
5 Deitou-se e dormiu debaixo do junípero. Mas eis que um Anjo o tocou e disse-lhe: “Levanta-te e come.”
6 Abriu os olhos e eis que, à sua cabeceira, havia um pão cozido sobre pedras quentes e um jarro de água. Comeu, bebeu e depois tornou a deitar-se.
7 Mas o Anjo de Iahweh veio pela segunda vez, tocou-o e disse: “Levanta-te e come, pois do contrário o caminho te será longo demais.”
8 Levantou-se, comeu e bebeu e, depois, sustentado por aquela comida, caminhou por quarenta dias e quarenta noites até à montanha de Deus, o Horeb.
Ler
Após a tremenda vitória no Monte Carmelo, Elias tem que fugir da ira de Jezabel que quer matá-lo (vv. 1-3). Elias foi sozinho para o deserto e desejou a morte (v. 4). Sentiu-se completamente só. Não tinha mais forças para continuar a luta contra o culto ao ídolo. Contudo, Deus não o deixa ter autopiedade. Elias tem mais trabalho a fazer e Deus envia um anjo para encorajar o profeta. Ele deve comer e beber para ter força suficiente para a jornada até o Monte Horeb (vv. 5-8).
A jornada de Elias ao Horeb e a manifestação de Deus na montanha estão intimamente ligados com a tradição de Moisés no Monte Sinai. Horeb e Sinai são dois nomes para o mesmo lugar. Elias segue a mesma estrada que Moisés percorreu para receber a palavra de confirmação para sua atividade. Moisés e Elias aparecem juntos na montanha da Transfiguração. Devido à coragem e aos numerosos sofrimentos que tiveram que suportar para realizar a missão profética, eles mereciam estar ao lado de Jesus e conversar com ele sobre o sofrimento que ele tinha que passar em Jerusalém (cf. Lc 9,31).
As palavras “pedras quentes” onde o pão foi cozido (v. 6) são muito raras na Bíblia. De fato, elas ocorrem uma outra vez em Isaías 6,6, quando o Serafim tira as brasas do altar no Templo e toca os lábios do profeta Isaías como uma resposta a sua expressão de ser indigno de aceitar a tarefa do Senhor. O anjo do Senhor aparece duas vezes a Elias. A primeira vez, a figura misteriosa é chamada simplesmente de “anjo”, que significa mensageiro. A mesma palavra é usada para descrever a pessoa enviada por Jezabel para contar a Elias que ela pretendia matá-lo. Os ouvintes dessa história não saberiam se esse mensageiro levaria a morte que Elias pediu ou a salvação. Quando o mensageiro é mencionado pela segunda vez, a situação se torna clara: é o mensageiro do Senhor. Então, Elias se levanta e caminha quarenta dias e quarenta noites em direção ao Horeb, que é um outro nome para Sinai, o lugar sagrado onde Deus deu os mandamentos a Moisés. Não é necessário acreditar que Elias caminhou exatamente quarenta dias porque este número é simbólico e tem um significado especial na Bíblia. Ele nos recorda dos quarenta anos que o povo escolhido passou no deserto antes de entrar na Terra Prometida.
Refletir
Releia o texto para ouvir o que Deus quer lhe dizer com essa história.
Para ajudá-lo a entrar no texto e receber alguns frutos dele, sugiro algumas perguntas para ajudá-lo a pensar:
- O que deixa você com medo?
- O que você faz quando alguém ou alguma coisa interrompe seus planos?
- O que a fé pode dizer a alguém deprimido?
- Você já encontrou um mensageiro de Deus?
- Em que altura de sua jornada para Deus você está?
Responder
Abra seu coração para Deus e diga o que está dentro dele. Talvez você queira falar de seus medos ou esperanças quanto ao futuro. Reze pela coragem de aceitar a vontade de Deus mesmo quando ela é contrária ao que você quer. Talvez você queira pedir força para viver fielmente a mensagem de Cristo. Talvez você deseje apenas estar em silêncio com seu Deus. O Apêndice I possui um método para ajudá-lo.
“Até quando me esquecerás, Iahweh? Para sempre? Até quando esconderás de mim a tua face?
3 Até quando terei sofrimento dentro de mim e tristeza no coração, dia e noite? Até quando vai triunfar meu inimigo?
4 Atenta, Iahweh meu Deus! Responde-me! Ilumina meus olhos, para que eu não adormeça na morte.
5 Que meu inimigo não diga: “Venci-o!”, e meus opressores não exultem com meu fracasso.
6 Quanto a mim, eu confio no teu amor! Meu coração exulte com a tua salvação. Vou cantar a Iahweh pelo bem que me fez, vou tocar ao nome de Iahweh, o Altíssimo!” (Sl 13,1-6).
Repousar
Muitas vezes não nos damos conta da presença de Deus, mesmo se nossa fé nos dá a certeza de que Deus não está realmente ausente. Devemos caminhar na escuridão e, de vez em quando, sentimos um pouco mais de força. Nessas horas, Deus nos envia um anjo para nos dar o necessário para continuarmos nossa jornada rumo ao Reino de Deus. Contudo, nem sempre é fácil reconhecer um anjo quando não podemos ver suas asas! Os anjos que nos são enviados são aquelas pessoas que encontramos durante o dia. Estamos muito ocupados e preocupados, por isso muitas vezes não percebemos o que Deus está nos dizendo através de algum mensageiro humilde. Existe muito barulho dentro e fora de nós. O objetivo da contemplação é trazer silêncio para todo esse barulho e, assim permitir que vejamos o mundo como Deus vê e o amemos com um amor divino.
A vida não é fácil e, às vezes, é difícil discernir a presença de Deus. Vivemos no meio de tanto barulho e não percebemos a voz de Deus. Precisamos de um pouco de silêncio em nossas vidas para percebermos Deus em meio a tantas outras vozes.
O silêncio não é fácil para nós, pois estamos rodeados por um barulho constante e estamos repletos de comentários sobre nós mesmos e sobre os outros. Para encontrar algum silêncio em nossas vidas, é bom descobrir um método que possa nos ajudar a permanecer em silêncio. A oração em segredo sugerida o Apêndice I pode ser útil. Não julgue sua oração. Espere por Deus no silêncio e quando perceber que está pensando em outra coisa, volte sempre gentilmente para o Senhor através da palavra sagrada que você escolheu, a palavra que representa tudo que você quer dizer a Deus. A palavra sagrada é o símbolo de seu consentimento com a presença e ação purificadora e transformadora de Deus em sua vida.
Agir
Para ajudá-lo a permanecer na presença de Deus durante o dia, sugiro algumas palavras ou frases que você pode levar em seu coração ao realizar seu trabalho. Elas foram tiradas do próprio texto:
“ele teve medo”;
“partiu para salvar a vida”;
“ele foi para o deserto”;
“ele pediu a morte”;
“basta”;
“retira-me a vida”;
“um Anjo o tocou”;
“levanta-te e come”;
“pedras quentes”;
“o Anjo de Iahweh voltou”;
“sustentado pela comida”;
“a montanha de Deus”.
De acordo com o texto bíblico que vimos, a cena da fuga de Elias para o deserto vem quase imediatamente após seu grande triunfo no Monte Carmelo. Diante da primeira ameaça da rainha Jezabel, o profeta Elias vai para o deserto e sua confiança em Deus quase desaparece. Ele deseja a morte e apenas a intervenção do anjo lhe dá força para continuar sua jornada rumo ao Monte Horeb, a montanha de Deus.
Tente estar atento a tudo que lhe acontecer e às pessoas que você encontrar hoje. Deus está se comunicando com você em algum pequeno evento de seu dia ou através de uma pessoa? O veículo para a mensagem de Deus possivelmente será algo que acontece todos os dias ou uma pessoa que você conhece bem, ou apenas alguém que passe por você na rua. Mantenha os olhos e ouvidos abertos hoje!
*Do Livro- O Som do Silêncio (Esgotado)
Noite Escura.
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São João da Cruz
Em uma noite escura
De amor em vivas ânsias inflamada
Oh! Ditosa aventura!
Saí sem ser notada,
Estando já minha casa sossegada.
Na escuridão, segura,
Pela secreta escada, disfarçada,
Oh! Ditosa aventura!
Na escuridão, velada,
Estando já minha casa sossegada.
Em noite tão ditosa,
E num segredo em que ninguém me via,
Nem eu olhava coisa alguma,
Sem outra luz nem guia
Além da que no coração me ardia.
Essa luz me guiava,
Com mais clareza que a do meio-dia
Aonde me esperava
Quem eu bem conhecia,
Em lugar onde ninguém aparecia.
Oh! noite, que me guiaste,
Oh! noite, amável mais do que a alvorada
Oh! noite, que juntaste
Amado com amada,
Amada, já no amado transformada!
Em meu peito florido
Que, inteiro, para ele só guardava,
Quedou-se adormecido,
E eu, terna o regalava,
E dos cedros o leque o refrescava.
Da ameia a brisa amena,
Quando eu os seus cabelos afagava,
Com sua mão serena
Em meu colo soprava,
E meus sentidos todos transportava.
Esquecida, quedei-me,
O rosto reclinado sobre o Amado;
Tudo cessou. Deixei-me,
Largando meu cuidado,
Por entre as açucenas olvidado.
A NOITE ESCURA: Reflexão sobre a espiritualidade da noite escura na vida de São João da Cruz e na história da salvação.
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Frei Pedro Caxito, 0.Carm.
São João da Cruz (1540-1591), filho de Elias, pela vida e pelos escritos mostrou conhecer noites escuras pontilhadas de estrelas ou de trevas sem luz. E ensina a caminhar.
A Noite Escura "é o fim do narcisismo e da abstração, é disponibilidade para o encontro com o Outro e com os outros. É a constante adaptação do homem a Deus. Não é um breve período de crises, um intermezzo, mas uma situação permanente, porque nunca nós acabamos de nos adaptarmos à lógica divina, ao amor de Deus. Atitude crítica para consigo mesmo e perante a realidade; discernimento frente à história e dentro da história; uma consciência da relatividade das metas alcançadas, concedendo espaço para a novidade do Espírito. A noite é conseqüência do amor, é escola de amor. É o meio pelo qual se consegue uma nova consciência: tornamo-nos mais livres para Subir a Montanha sem que Nada se interponha
Há noite dos sentidos e há noite do espírito. Há um escurecer aos poucos, progressivo, até à plena noite e há um caminhar por um manso amanhecer até deslumbrar-se na claridade plena da luz do Sol. Noite Escura do crescimento e Noite Escura do envelhecimento. Noite Escura dos caminhos da libertação e Noite Escura das ânsias que nunca se realizaram. Noite Escura das estradas da Fé e Noite Escura das esperanças que teimam em se realizar. Noite Escura debaixo da carga da opressão e Noite Escura tenebrosa por sob o peso do aviltamento da pessoa. Noite Escura, que entenebrece a alma do artista e Noite Escura da arte, que se condói do seu genitor. Noite Escura do homem e da mulher e Noite Escura de todas as veredas do Universo em busca da Luz. Noite Escura pelo eclipse do Esposo Divino e Noite Escura, filha da debilidade da alma ou da falta de amor[1].
[1]. cf. Bruno Secondin em Carmelus Institutum Carmelitanum Roma 1993 vol 40 fasc. I pp. 172-198, sob o título San Giovanni della Croce - Riletture acculturate e attualità del suo Carisma
Sexta-feira, dia 14. 2ª Semana do Advento: Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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Frei Carlos Mesters, O.Carm
1) Oração
Ó Deus onipotente, dai ao vosso povo esperar vigilante a chegada do vosso Filho, para que, instruídos pelo próprio Salvador, corramos ao seu encontro como nossas lâmpadas acesas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 11, 16-19)
Naquele tempo disse Jesus: 16 “Com quem vou comparar esta geração? É parecida com crianças sentadas nas praças, gritando umas para as outras: 17 ‘Tocamos flauta para vós, e não dançastes. Entoamos cantos de luto e não chorastes!’ 18 Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Tem um demônio’. 19 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras”.conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.
3) Reflexão
* Os líderes, os sábios, não gostam quando alguém os critica ou questiona. Isto acontecia no tempo de Jesus e acontece hoje, tanto na sociedade, como na igreja. João Batista veio, criticou, e não foi aceito. Diziam:”tem o demônio!” Jesus veio, criticou e não foi aceito. Diziam: -“Beberão!”. –“Louco!” (Mc 3,21) -“Tem o diabo!” (Mc 3,22) -“É um samaritano!” (Jo 8,48) -“Não é de Deus!” (Jo 9,16). Hoje acontece o mesmo. Há pessoas que se agarram ao que sempre foi ensinado e não aceitam outra maneira de explicar e viver a fé. Logo inventam motivos e pretextos para não aderir: -“É marxismo!” -“É contra a Lei de Deus!” -“É desobediência à tradição e ao magistério!”
* Jesus se queixa da falta de coerência do seu povo. Eles inventavam sempre algum pretexto para não aceitar a mensagem de Deus que Jesus lhes trazia. De fato, é relativamente fácil encontrar argumentos e pretextos para refutar os que pensam diferente de nós.
* Jesus reage e mostra a incoerência deles. Eles se consideravam sábios, mas não passavam de crianças que querem divertir o povo na praça e que reclamam quando o povo não brinca conforme a música que eles tocam. Os que se diziam sábios não têm nada de realmente sábio. Apenas aceitavam o que combinava com as idéias deles. E assim eles mesmos pela sua atitude incoerente se condenavam a si mesmos.
4) Para um confronto pessoal
1) Até onde sou coerente com a minha fé?
2) Tenho consciência crítica com relação ao sistema social e eclesiástico que, muitas vezes, inventa motivos e pretextos para legitimar a situação e impedir qualquer mudança?
5) Oração final
Feliz quem não segue o conselho dos maus, não anda pelo caminho dos pecadores nem toma parte nas reuniões dos zombadores, mas na lei do Senhor encontra sua alegria e nela medita dia e noite. (Sal 1, 1-2)
PADRE PROVINCIAL: São João da Cruz.
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AO VIVO- FREI EVALDO XAVIER, O.CARM. Missa de Santa Luzia/RJ. Direto da Igreja do Carmo da Lapa, RJ.
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PADRE PROVINCIAL: Aniversário do Frei Sílvio.
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O Padre Provincial dos Carmelitas- Província Carmelitana de Santo Elias- Frei Evaldo Xavier, O. Carm, parabeniza o Frei Sílvio Ferrari, O. Carm, pela passagem de Aniversário de Ordenação Sacerdotal neste dia de Santa Luzia.
Quinta-feira, dia 13. 2ª Semana do Advento: Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
1) Oração
Despertai, ó Deus, os nossos corações, a fim de prepararmos os caminhos do vosso Filho, para que possamos, pelo seu advento, vos servir de coração purificado. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 11, 11-15)
Naquele tempo, disse Jesus as multidão: 11Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. 12Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam. 13Porque os profetas e a lei tiveram a palavra até João. 14E, se quereis compreender, é ele o Elias que devia voltar. 15Quem tem ouvidos, ouça. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* No evangelho de hoje, Jesus dá uma opinião sobre João Batista. Comparado com as pessoas do Antigo Testamento, não há ninguém maior que João. João é o maior de todos: maior que Jeremias, maior que Abraão, maior que Isaías! Mas comparado com o Novo Testamento, João é inferior a todos. O menor no Reino é maior que João. Como entender esta qualificação aparentemente contraditória que Jesus fez de João?
* Pouco antes, João tinha mandado perguntar a Jesus: “É o senhor, ou devemos esperar por outro?” (Mt 11,3). João parecia ter dúvidas a respeito a Jesus. Pois Jesus não correspondia à idéia que ele, João, se fazia do messias. João imaginava o messias como um juiz severo que devia vir realizar o julgamento da condenação e da chegada da ira (Mt 3,7). Devia cortar as árvores pela raiz (Mt 3, 10), limpar a área e jogar a palha seca no fogo (Mt 3,12). Mas Jesus, em vez de ser um juiz severo, era amigo de todos, “manso e humilde de coração” (Mt 11,29), que acolhia os pecadores e comia com eles (Mc 2,16).
* Jesus respondeu a João citando o profeta Isaias: “Vão contar para João o que estão vendo e ouvindo: cegos vêem, coxos andam, leprosos são limpos, surdos ouvem, mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a Boa Nova. E feliz quem não se escandalizar comigo!” (Mt 11,5-6; cf. Is 33,5-6;29,18). Resposta dura. Jesus manda João analisar melhor as Escrituras para ele poder mudar a visão errada que tinha do messias.
* João foi grande! O maior de todos! Mas o menorzinho no Reino dos céus é maior que João! João é o maior, porque ele era o último elo do AT. Foi João que, pela sua fidelidade, pôde, finalmente, apontar o messias para o povo: “Eis o cordeiro de Deus!” (Jo 1,36), e a longa história desde Abraão alcançou o seu objetivo. Mas João por si mesmo não foi capaz de entender todo o alcance da presença do Reino de Deus em Jesus. Ele estava na dúvida: “É o senhor ou devemos esperar por outro?” A história antiga, ela sozinha, não comunica luz suficiente para a pessoa poder entender toda a novidade da Boa Notícia de Deus que Jesus nos trouxe. O Novo não cabe no Antigo. Santo Agostinho dizia: “Novum in Vetere latet, Vetus in Novo patet”. Traduzido significa: “O Novo já está escondido no Antigo. Mas o Antigo só revela seu sentido pleno é no Novo”. Quem está com Jesus e convive com ele recebe dele uma luz que lhe dá olhos novos para descobrir um significado mais profundo no Antigo. E qual é esta novidade?
* Jesus oferece uma chave: “A lei e os profetas anunciaram o Reino até João. E se quiserem saber João é Elias que deve vir!” Jesus não explica, mas dá a dica: “Quem tem ouvidos ouça” Elias devia vir para preparar a vinda do Messias e refazer a comunidade: “Reconduzir o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais” (Mal 3,24). João anunciou o Messias e tentou refazer a comunidade (Lc 1,17). Mas o mistério mais profundo da vida em comunidade, lhe escapava. Foi só Jesus que o comunicou anunciando que Deus é Pai e, portanto, somos todos irmãos e irmãs. Este anúncio traz uma força nova que nos torna capazes de superar as divergências e criar comunidade.
* São estes os violentos que conseguem conquistar o Reino. O Reino não é uma doutrina, mas é um novo modo de conviver como irmãos e irmãs a partir do anúncio que Jesus fez de que Deus é Pai de todos
4) Para um confronto pessoal
1) O Reino é dos violentos, isto é, é dos que, como Jesus, têm a coragem de criar comunidade. Você tem?
2) Jesus ajudou João a entender melhor os fatos por meio da Bíblia. A Bíblia me ajuda a entender melhor os fatos da minha vida?
5) Oração final
Ó Deus, meu rei, quero exaltar-te e bendizer teu nome eternamente e para sempre, Quero bendizer-te todo dia, louvar teu nome eternamente e para sempre. (Sal 144, 1-2)
Beato João Soreth, fundador da Ordem Terceira do Carmo.
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(A Origem da Ordem Segunda do Carmo e a Bula CumNulla)
O século XV quando a Ordem do Carmo já havia atingido uni estado estável na Europa, contando, com a existência de inúmeros conventos, foi uma época muito importante na história da Ordem do Carmo, quando estava à sua frente a figura do Beato João Soreth, eleito Prior Geral no ano de 1451, a ele é que se deve a Fundação das Ordens Terceira Secular do Carmo.
O Beato João Soreth nasceu em Caen, na Normandia/França em 1394. Atraído pelo Carmelo, nele ingressou e tendo completado com brilhantismo os estudos teológicos, ordenou-se sacerdote em 1417 e aos 46 anos de idade foi eleito Superior Provincial dos Carmelitas na França e aos 57 anos, foi eleito Superior Geral dos Carmelitas, na Assembléia Geral de Avinhão na França. O seu governo da Ordem foi muito trabalhoso e sofrido, mas de grande sucesso, graças a sua cultura intelectual e profunda piedade. Seu maior empenho na Ordem foi a reforma da vida religiosa dos Frades. Os séculos XIII, XIV e XV foram de muita convulsão política, social e no campo religioso ele teve que enfrentar também sérias dificuldades.
O flagelo da Peste Negra na Europa fez com que os conventos religiosos fossem reduzidos em mais de 40% de seus efetivos. Para repovoar os conventos, os superiores locais foram aceitando candidatos sem muita formação e a disciplina da observância religiosa baixou muito de nível, provocando a decadência dos costumes até dentro dos claustros e reverter esse quadro não foi fácil. Mas, o Beato João Soreth, com muita paciência e zelo foi visitando todos os Conventos da Europa (Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra, Itália, etc) enfrentando toda espécie de dificuldades, andando muitas vezes a pé, nem sempre bem recebido pelos religiosos, mas conseguiu restabelecer a observância religiosa, o retorno à vida conventual, à prática da oração, e conseguiu ainda perfeito equilíbrio entre a vida contemplativa e apostólica; reunificou as Províncias da Alemanha, graças à sua humildade, paciência, prudência e caridade, aplicando até a justiça com medidas enérgicas quando necessárias. Soreth foi um grande Reformador, direcionando a Ordem do Carmo a seu antigo esplendor na observância regular, naquela época de grandes crises políticas, sociais e religiosas.
2 - Um dos maiores empreendimentos do Beato João Soreth foi sem dúvida, a Fundação das Ordens
Segunda e Terceira do Carmo.
O governo deste Pe. Geral durou 20 anos: de 1451 a 1471. No seu governo, já havia em diversas partes da Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda e Itália) pessoas ou grupos vivendo e convivendo com os religiosos Carmelitas procurando imbuir-se do espírito e do carisma do Carmelo; tais pessoas ou grupos residiam em suas próprias casas ou até mesmo em casas de propriedade da Ordem do Carmo; tais pessoas eram homens e/ou mulheres, casados, solteiros ou viúvos; nesses grupos, predominava o elemento feminino, que na Itália, elas se chamavam Mantelatae, ou Pinzocherae na Bélgica e na Holanda Beguinas e na Espanha Beatas. Essas pessoas procuravam imitar os religiosos Carmelitas na prática dos exercícios de piedade, nas orações, nos costumes e até mesmo no uso do hábito monacal e da capa branca (Mantelatae), igual aos Carmelitas.
No tempo do Beato João Soreth, não existiam nem se pensava nas três categorias: Ordem Primeira, Ordem Segunda e da Ordem Terceira dos Carmelitas. Essa distinção passou a existir depois de 1452. Diante dessa realidade de tantas pessoas ligadas espiritualmente ao Carmelo, o Provincial de Florença, Itália, teve a feliz idéia de ir a Roma e de pedir ao Papa Nicolau V (1447 - 1455) um documento que facultasse a existência jurídica daqueles grupos.. E o Papa Nicolau V deu-lhe uma Bula que se chamou Cum Nulla datada de 1 de outubro de 1452, e foi desse documento oficial da Igreja que o Beato João Soreth se serviu para dar um caráter jurídico aos grupos; foi assim que nasceu a Ordem Segunda do Carmo ou seja a Ordem Carmelita das Monjas de Clausura, de vida reclusa, afiliadas à Ordem do Carmo mediante a profissão dos votos de pobreza, obediência e castidade; assim os Mosteiros Carmelitas de Monjas de Clausura ficaram jurisdicionadas à Ordem Primeira do Carmo. A partir de então sucederam-se as Fundações das Monjas Carmelitas de Clausura na Europa.
CARMELITAS: A REFORMA TERESIANA
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A aprovação da Forma de Vida transformada em Regra da Ordem do Carmo foi uma semente que nasceu vigorosa e cresceu e desenvolveu-se prodigiosamente em toda a Europa, tornando-se uma Ordem de muita influência no contexto de Igreja mas em meio a erva daninha do cisma de Martinho Lutero que, dividiu a Igreja em muitos países da Europa, divisão que afetou profundamente a vida das Ordens Religiosas provocando forte enfraquecimento da disciplina moral e religiosa. Mas há males que vêm para o bem! Foram surgindo indisciplina da vida religiosa através de diversas Reformas que desenvolveram às Ordens Religiosas o antigo vigor.
A Ordem do Carmo- A Reforma Teresiana e a Reforma Turonense! Essas duas Reformas tiveram características bem comuns: impuseram obediência, humildade e amor ao silêncio, meditação e busca do Ideal Contemplativo do Carmelo! Outros resultados das Reformas: vida mais simples e frugal, amor à pobreza evangélica.
Teresa de Jesus ou DÁviIa, nasceu em 1515; aos 20 anos fugiu de casa e ingressou no Carmelo da Encarnação em Ávila. A comunidade número das Irmãs era da fidalguia espanhola; muitas delas tinham até amas particulares para servi-las; havia muito indisciplina que as agradou Teresa; ela conquistou a simpatia de algumas companheiras e partiram para a fundação de um convento pobre e mal cuidad( José. O ideal de Teresa era voltar à austeridade original da Regra do Carmelo. Esta empresa não foi fácil; ela sofreu muito, mas por fim Carmelitas: João Batista Rossi; isso foi em 1567. O Padre Geral encorajou a continuar a sua obra de Reforma. A Divina Providência cc muitas qualidades e mais ainda de muitas virtudes: foi o Carmelita Frei João de São Matias e juntos, lançaram-se a essa grande empresa de Reforma da Ordem do Carmo.
Enfrentando toda a sorte de dificuldades e de contratempos fundaram os Mosteiros tanto das Monjas como dos Frades. Além do pequeno Mosteiro de São José, Teresa com o apoio de Frei João Matias, fundou, espalhados pela Espanha mais de 16 Mosteiro e o Frei João de São Matias, que depois se chamou João da Cruz, fundou em Duruelo o primeiro Mosteiro dos Frades.
As aventuras de Sta. Teresa estão escritas em sua obra: O livro das Fundações. Teresa faleceu em Alba de Tormes a 04 de outubro de 1582. A obra da Reforma Teresiana estava consolidada mas faltava o reconhecimento oficial da Ordem do Carmo. Isso aconteceu numa Assembléia Geral da Ordem do Carmo em junho de 1593, 11 anos após a morte de Sta Teresa. E a 29 de dezembro de 1593 o Papa Clemente VIII com um documento oficial, a Constituição Apostólica Pastoralis Oficio confirmou o decreto da Assembléia da Ordem realizada em Cremona/ltália. Assim se constituiu uma Ordem do Carmo independente que se chamou a ORDEM DOS CARMELITAS DECALÇOS ficando a mesma sob a jurisdição de um Superior Geral com o nome de Preposto Geral.
Esse foi o desfecho final da Reforma idealizada por Sta. Teresa de Jesus e São João da Cruz, ambos considerados os fundadores da Ordem dos Carmelitas Descalços chamados também de Teresianos. Ë bom que se entenda que a Espiritualidade e o Carisma dos dois ramos em nada diferem um do outro; a diferença está exatamente na Constituição de duas estruturas de governo; cada Ordem do Carmo com o seu governo próprio, e as duas com residência em Roma. Todos nós, Carmelitas Calçados e Descalços somos Igreja, somos uma só Família, somos todos Irmãos!
A Ordem do Carmo a reforma de turonense.
Além da Reforma Teresiana, houve outras Reformas na Ordem do Carmo: a de Albí/França, a de Mãntua/ltalia e a de Turaine/França, sendo que esta foi a mais importante e duradoura. Recordemo-la! Já vimos a importância da atuação do Pe. Geral o Beato João Soreth na fundação das Monjas de Clausura e da Ordem Terceira do Carmo, no seu empenho de reformar as comunidades, levando-as à observância mais rigorosa da Regra da Ordem do Carmo, na restauração da vida comum, na implantação de um estilo de vida mais simples, pobre e frugal. O século XVI foi de grande desenvolvimento da Ordem do Carmo na Europa. A Reforma implantada por Sta. Teresa de Jesus e 5. João da Cruz, espalhou-se na França e em outros países da Europa. Na França, entretanto, a Ordem do Carmo estava em crise no fim do século XVI. Havia religiosos que levavam uma vida edificante, mas havia também aqueles que não correspondiam à sua vocação de Carmelitas. A Comunidade de Angers não andava bem até que nela entrou Felipe Thibaut nela professando. Felipe Thibaut, muito inteligente, dotado de grande capacidade, chegou até a pensar em ingressar na Ordem dos Cartuxos e mesmo em abraçar a Reforma Teresiana, mas o seu ideal era implantar na sua Província uma Reforma diversa à de Sta. Teresa de Jesus; ele não queria se separar da Ordem do Carmo. Seu ideal era implantar a experiência fundante do carisma Carmelitano, a experiência da comunhão intima com Deus e tinha como lema: Mais união menos perfeição, convencido de que a união e a fraternidade dariam uma base mais sólida para a Reforma do que as práticas externas. Ele não queria uma Ordem independente e buscava também garantias econômicas para favorecer novas fundações. Com bom senso diplomático resumiu ao mínimo conflitos com aqueles religiosos que não aceitavam a sua Reforma e assim ele foi conquistando até os estudantes, os Irmãos Leigos, e os religiosos à simpatia da Reforma como ele idealizava. Assim concretizou-se a Reforma Turonense que exerceu grande influência em toda a Europa.
Em 1603 o Pe. Geral Henrique SíIvio promulgou os Estatutos da Reforma Turonense. O Carmelita Pierre Behout, grande amigo de Thibaut, foi nomeado Prior do Convento de Rennes que, 1605 se tornou a base da Reforma Turonense. Um religioso que muito contribuiu para a consolidação da Reforma Turonense foi o Irmão Leigo Jean de Moulin que na profissão tomou o nome de Frei ~João de São Sansão. A linha espiritual planejada por Felipe Thibaut foi implantada nas comunidades: Thibaut foi eleito Prior do Convento de Rennes em 1608, que já estava com 50 religiosos; essa Comunidade foi a base, a força primeira da Reforma Turonense.
SÍNTESE DA ESPIRITUALIDADE IMPLANTA POR THIBAUT
-Meditação periódica e individual feita em Comunidade;
-Oração aspirativa implantada por Frei João de São Sansão;
-Métodos vários de exercícios da Presença de Deus.
Com estes elementos de Espiritualidade os Religiosos Carmelitas voltaram à vida de oração, à solidão, ao silêncio, enfim à Contemplação, que tinha caracterizado o Carmelo desde a sua origem. Em 1635 as Constituições da Reforma Turonense foram aprovadas pela Ordem do Carmo e oficialmente reconhecidas pelo Papa Urbano VII em 1639.
As Reformas implantadas na Espanha, na França, em toda a Europa despertaram Religiosos e Leigos ao seguimento de Cristo Senhor Nosso, Filho de Deus e da Virgem Maria, a Glória e o Esplendor do Carmelo.
A ORDEM DO CARMO DO BRASIL
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(Foto: Dom Gabriel e Frei Serapião, O. Carm)
A nossa História no Brasil começou em 1580 quando aqui chegaram, vindos de Portugal, quatro Religiosos Carmelitas liderados por Frei Bernardo Pimentel Ord. Carm. Sucederam-se então as fundações dos nossos conventos: em 1584 o Convento de Olinda/PE, em 1589 o de Santos/SP, em 1590 o do Rio de Janeiro/RJ, em 1594 ode São Paulo/SP, em 1608 ode Angra dos Reis/RJ, em 1627 o de Mogi das Cruzes/SP, em 1622 o de Vitória/ES, e em 17180 de ltú/SP.
Até aqui, esses conventos pertenceram como Vice-Província à Província Carmelitana de Portugal e somente em 1720 constituiu-se a Província Carmelitana Fluminense que em 1963 passou a chamar-se Província Carmelitana de Santo Elias.
A Ordem do Carmo no Brasil cresceu muito, chegamos até a ter três Províncias: a do Rio de Janeiro, a da Bahia e a de Pernambuco e ainda uma Vigararia, a do Maranhão. As atividades apostólicas dos Carmelitas estenderam-se por todo o litoral de São Luís do Maranhão até a cidade de Santos e, as suas atividades missionários se estenderam até o Pará e o Amazonas.
Há uma tradição de que o imenso convento de Salvador chegou a abrigar até 100 Religiosos. Entretanto, nas épocas de Brasil-Colônia e Brasil-Império a Ordem do Carmo passou momentos sombrios, tenebrosos, de muitos conflitos com o envolvimento de Vice-reis, da Rainha D. Maria 1, das autoridades eclesiásticas, etc. Um dos momentos mais dolorosos de nossa História foi a proibição de aceitar Noviços, resultado de uma circular do Ministro da Justiça e de sua Majestade o Imperador (D. Pedro II), que cassava a licença de entrada de Noviços nas Ordens Religiosas. Com esta medida governamental a Ordem do Carmo experimentou os estentores da agonia. Em 1881 havia na nossa Província apenas quatro Religiosos nos conventos da Lapa, de Angra dos Reis e de Mogi das Cruzes. Os conventos de Belém do Pará, Itu, Santos e Vitória estavam sem Carmelitas. A situação era tão dramática e desoladora que o Papa Leão XIII em 1891 submeteu as Ordens Religiosas do Brasil à inteira dependência dos Prelados Diocesanos tanto no temporal como no espiritual. Foi então que o internúncio apostólico confiou aos Beneditinos Belgas a restauração dos mosteiros Beneditinos do Brasil; aos Franciscanos da Alemanha a restauração dos conventos Franciscanos e aos Carmelitas Espanhóis a restauração dos conventos Carmelitas: A 15 de novembro de 1889 aconteceu a Proclamação da República no Brasil, D.Pedro II e a Família Real retornaram a Portugal. Foi decretada a separação entre a Igreja e o Estado e as Ordens Religiosas receberam a autorização do governo de fundar conventos, abrir noviciados e administrar os seus próprios bens.
Em 1892 governava o Brasil o Marechal Floriano Peixoto de quem herdamos este feliz pronunciamento: Não é nem pode ser intenção do Governo da República apossar-se dos bens que a piedade dos fiéis doou as Ordens Religiosas, mas não lhe pode ser indiferente vera decadência em que se acham; trate a Santa Sé de reformá-las e conte com o meu apoio! Com estas palavras o Marechal Floriano Peixoto deu um belo testemunho de bom senso de Magistrado do Governo Brasileiro. Em 1893, iniciaram-se os entendimentos entre o Pe. Geral Aloísio Maria Galli e o Provincial espanhol Frei Anastácio Borras. Deste entendimento resultou a vinda da Espanha de seis Religiosos Carmelitas, liderados por Frei Joaquim Maria Guarch; isso aconteceu a 08 de agosto de 1894. Além deste primeiro grupo, sucederam-se outros grupos Religiosos espanhóis entre sacerdotes, professos e irmãos leigos, totalizando 21 Religiosos es~anhóis que muito se empenharam em restaurar o Carmelo Brasileiro nas três Províncias: a Fluminense, a da Bahia e a de Pernambuco.De 1894 a 1904, muita coisa aconteceu no Carmelo Brasileiro; dificuldades inúmeras de relações em que estiveram envolvidos: a Santa S~, a Província Espanhola, os Religiosos Carmelitas do Rio de Janeiro, da Bahia, de Pernambuco, etc. Até que em abril de 1904, num Capítulo Provincial da Espanha foi resolvido que os Carmelitas espanhóis deixariam o Rio de Janeiro e a Bahia e iriam a Recife. Em junho de 1904, iniciaram-seosentendimentosentreoPe. Geral Frei Pio Mayer e o Provincial holandês Frei Lamberto Smeets; ficou decidido que a Província Carmelita da Holanda iria assumir a Missão de continuar a restauração da Província Fluminense. A 31 de outubro de 1904 seis sacerdotes e dois irmãos leigos, tendo como superior o Frei Cirilo Thewes, embarcaram em Antuérpia, Bélgica, num vapor alemão; quatro deles desembarcaram em Salvador e alguns dias depois seguiram para o Rio de Janeiro e na madrugada do dia 27 de novembro, os outros quatro aportaram no Rio de Janeiro. No mesmo dia, 27 de novembro de 1904, Frei Eliseu Duran por delegação do Pe. Geral, Frei Pio Mayer, entregou a Província Carmelitana Fluminense aos Carmelitas holandeses que, com muita dedicação se atiraram à penosa missão de dar continuidade ao zeloso trabalho iniciado pelos Carmelitas espanhóis: restaurar a Província Carmelitana Fluminense. A 27 de novembro a Província Carmelitana de Santo Elias procederá à abertura do Centenário de Restauração de nossa Província.
Terça-feira, dia 11. 2ª Semana do Advento: Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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Frei Carlos Mesters, O.Carm
1) Oração
Ó Deus, que manifestastes o vosso Salvador até os confins da terra, dai-nos esperar com alegria a glória do seu natal. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 18,12-14)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:12Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? 13E se a encontra, sente mais júbilo do que pelas noventa e nove que não se desgarraram. 14Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* Uma parábola não é um ensinamento a ser recebido passivamente e a ser decorado de memória, mas é um convite para participar na descoberta da verdade. Jesus começa perguntando: “O que vocês acham?” Uma parábola é uma pergunta com resposta não definida. A resposta vai depender da nossa reação e participação como ouvintes. Então, vamos buscar a resposta desta parábola da ovelha perdida.
* Jesus conta uma história muito breve e muito simples: um pastor tem 100 ovelhas, perde uma, deixa as 99 nas montanhas e vai em busca da ovelha perdida. E Jesus pergunta: “O que vocês acham?” Ou seja: “Vocês fariam o mesmo?” Qual terá sido a resposta dos pastores e das outras pessoas que ouviram Jesus contar esta história? Fariam a mesma coisa? Qual a minha resposta à pergunta de Jesus? Pense bem antes de responder.
* Se você tivesse 100 ovelhas e perdesse uma, o que faria? Não esqueça de que as montanhas são lugares de difícil acesso, cheios precipícios, onde rondam animais perigosos e onde ladrões e assaltantes se escondem. E lembre-se que você perdeu apenas uma única ovelha. Você continua na posse de 99 ovelhas. Perdeu pouco! Você iria abandonar as 99 naquelas montanhas? Será que uma pessoa com um pouco de bom senso faria o que fez o pastor da parábola de Jesus? Pense bem!
* Os pastores que escutaram a história de Jesus, devem ter pensado e comentado: “Só um pastor sem juízo age desse jeito!” Eles devem ter perguntado a Jesus: “Jesus, desculpe, mas quem é esse pastor de que o senhor está falando? Fazer o que ele fez é uma loucura total!”
* Jesus responde: “Esse pastor é Deus, nosso Pai, e a ovelha perdida é você!” Com outras palavras, esta loucura, quem a comete é Deus por causa do seu grande amor para com os pequenos, os pobres, os excluídos! Só mesmo um amor muito grande é capaz de cometer uma loucura assim. O amor com que Deus nos ama é maior que a prudência e o bom senso humano. O amor de Deus comete loucuras. Graças a Deus! Senão fosse assim, estaríamos perdidos!
4) Para um confronto pessoal
1) Coloque-se na pele da ovelha perdida e anime a sua fé e sua esperança. Você é essa ovelha!
2) Coloque-se na pele do pastor e verifique se o seu amor para com os pequenos é verdadeiro.
5) Oração final
Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, terra inteira. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome, anunciai dia após dia a sua salvação. (Sal 95, 1-2)
ÁLBUM DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO DA LAPA/RJ, NA CELEBRAÇÃO DOS 108 ANOS.
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ORDEM TERCEIRA DO CARMO: 108 Anos.
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Segunda-feira, dia 10. 2ª Semana do Advento: Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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Frei Carlos Mesters, O.Carm
1) Oração
Cheguem à vossa presença, ó Deus, as nossas orações suplicantes, e possamos celebrar de coração puro o grande mistério da encarnação do vosso Filho. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Luca 5, 17-26)
17 Num desses dias, ele estava ensinando na presença de fariseus e mestres da Lei, que tinham vindo de todos os povoados da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. O poder do Senhor estava nele para fazer curas. 18 Vieram alguns homens carregando um paralítico sobre uma maca. Eles tentavam introduzi-lo e colocá-lo diante dele. 19 Como não encontras- sem um modo de introduzi-lo, por causa da multidão, subiram ao telhado e, pelas telhas, desceram o paralítico, com a maca, no meio, diante de Jesus. 20 Vendo a fé que tinham, ele disse: “Homem, teus pecados são perdoados”. 21 Os escribas e os fariseus começaram a pensar: “Quem é este que fala blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, a não ser Deus?” 22 Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou: “Que estais pensando no vosso íntimo? 23 Que é mais fácil, dizer: ‘Teus pecados são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda?’ 24 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem poder de perdoar pecados na terra, – e dirigiu-se ao paralítico – eu te digo: levanta-te, pega tua maca e vai para casa”. 25 No mesmo instante, levantando-se diante de todos, pegou a maca e foi para casa, glorificando a Deus. 26 Todos ficaram admirados e glorificavam Deus, cheios de temor, dizendo: “Vimos hoje coisas maravilhosas”.
3) Reflexão
* Sentado, Jesus ensinava. O povo gostava de ouvi-lo. Qual era o assunto do ensino de Jesus? Ele sempre falava de Deus, seu Pai, mas dele falava de um jeito novo e atraente, diferente dos escribas e fariseus (Mc 1,22.27). Jesus apresentava Deus como a grande Boa Notícia para a vida humana; um Deus Pai/Mãe que ama e acolhe as pessoas, e não um Deus que nos ameaça e condena.
* Um paralítico é carregado por quatro pessoas. Jesus é a única esperança deles. Vendo a fé, ele diz ao paralítico: Teus pecados estão perdoados! Naquele tempo, o povo achava que defeitos físicos (paralisia, etc) fossem castigo de Deus por algum pecado. Por isso, os paralíticos e tantos outros deficientes físicos sentiam-se rejeitados e excluídos por Deus! Jesus ensinava o contrário. A fé tão grande do paralítico era um sinal evidente de que ele e seus carregadores estavam sendo acolhidos por Deus. Por isso, Jesus declara: Teus pecados estão perdoados! Ou seja: “Você não está afastado de Deus!”
* A afirmação de Jesus não combinava com a idéia que os doutores da lei tinham de Deus. Por isso, eles reagem: Ele blasfema! Conforme o ensinamento deles, só Deus podia perdoar os pecados. E só o sacerdote podia declarar uma pessoa perdoada e purificada. Como é que Jesus, homem sem estudo, um leigo, podia declarar o paralítico como perdoado e purificado dos pecados? Pois, se um simples leigo podia perdoar os pecados, os doutores e os sacerdotes perderiam o seu poder e também a sua fonte de renda! Por isso reagem e se defendem.
* Jesus justifica a sua ação: O que é mais fácil. dizer: ‘Teus pecados estão perdoados!’ ou dizer: ‘Levanta-te e anda!’? Evidentemente, é muito mais fácil dizer: “Teus pecados estão perdoados”. Pois ninguém pode verificar se, de fato, o pecado foi ou não foi perdoado. Mas se eu digo: “Levanta-te e anda!”, aí todos poderão verificar se tenho ou não esse poder de curar. Por isso, para mostrar que, em nome de Deus, tinha o poder de perdoar os pecados, Jesus disse ao paralítico: ”Levanta-te, toma teu leito e vá para casa!” Curou o homem! Provou que a paralisia não é um castigo de Deus pelo pecado, e mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe no seu amor.
4) Para um confronto pessoal
- Colocando-me na posição dos carregadores: será que eu seria capaz de carregar o doente, subir no telhado e fazer o que os quatro fizeram? Será que eu tenho tanta fé?
- Qual a imagem de Deus que está em mim e que se irradia nos outros? A dos doutores ou a de Jesus? Deus compassivo ou ameaçador?
5) Oração final
Vem, Senhor, visitar-nos com a tua paz: a tua presença nos enche de alegria. (cf. Sal 106, 4-5; Is 38, 3)
DOMINGO 9. II- Domingo do Advento: "Preparai o caminho"
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Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa.
(Ano Litúrgico-C. 9 de dezembro-2018)
A Liturgia desse segundo domingo do Advento nos faz um forte apelo à CONVERSÃO. Convida-nos a eliminar todos os obstáculos que impedem a chegada do Senhor ao nosso mundo e ao coração dos homens.
Na 1a leitura, Deus garante preparar o caminho do regresso: "Abaixará os montes, encherá os vales, aplainará o chão, a fim de que Israel caminhe com segurança. (Br 5,1-9)
O Profeta Baruc dirige ao povo sofrido no exílio uma profecia cheia de esperança e vibrante alegria. Apresenta o regresso à pátria como um novo "Êxodo", da terra da escravidão para a nova Jerusalém.
* Advento é um tempo favorável também para o nosso "êxodo". Devemos nos desfazer das cadeias que impedem a ação libertadora de Deus e o regresso à cidade nova da alegria e da liberdade.
- Quais são as escravidões que ainda nos prendem e nos impedem de acolher o Senhor que vem?
No Evangelho, João Batista prepara os caminhos do Senhor. (Lc 3.1-6). O Caminho de Jesus começou com João, no deserto. Ele é o grande pregador do Advento, que ainda hoje nos ensina a preparar o Caminho de Jesus para o Natal.
Convém aprofundar alguns detalhes desse texto:
- Lucas faz uma longa introdução HISTÓRICA: A pregação de João Batista é um fato concreto, não é fantasia... A intervenção de Deus na história da humanidade aconteceu num momento determinado e num lugar bem definido...
- "A PALAVRA DE DEUS desceu sobre João".
Deus rompeu um longo silêncio de 300 anos sem profetase enviou o último profeta do Antigo Testamento: João Batista.
- Tudo começou no DESERTO...
O "Deserto", na História de Israel, lembrava muitas coisas: Libertação... Purificação... Aliança... Esperança da Terra Prometida... No tempo de Jesus, era para o deserto que se dirigia quem queria repetir a experiência espiritual dos antepassados.
- "Ele percorria toda a região do JORDÃO..."
Jordão era a fronteira... por onde entraram na Terra Prometida... No batismo de João, cada um repetia o gesto de entrar, através do Jordão, na Terra da Liberdade... Queria preparar o povo para entrar na verdadeira Terra Prometida.
+ O ANÚNCIO DE JOÃO BATISTA:
- Um apelo de conversão:
"Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas... todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixados..."
* Esse processo de conversão é um verdadeiro êxodo, que nos transportará da terra da opressão para a terra nova da liberdade, da graça e da paz. Só quem aceita percorrer esse "caminho" experimentará a "salvação de Deus".
- Um anúncio de esperança: "Todos verão a salvação de Deus..."
* A salvação é oferecida para todos os homens, também para nós...
+ O TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA:
- Preparou-se no "deserto":
O barulho das festas não é ambiente propício para anunciar nem para ouvir o convite à penitência. Para escutar a voz de Deus, é necessário criar um clima de silêncio, de escuta:
* Que tal no advento, desligar a TV e dar espaço maior ao silêncio?
- Temos momentos de "deserto"?
- Desprendimento: manifestado na sobriedade no comer e no vestir: vestindo pele de camelo e comendo gafanhotos e mel silvestre...
* Temos o mesmo espírito de João Batista?
+ O CAMINHO A SEGUIR:
- Endireitar as Estradas: Nem sempre seguimos o caminho reto,indicado por Cristo: do amor, da doação, do serviço...
* João Batista nos convida a endireitar as estradas tortuosas e percorrer o caminho reto que nos leva a Deus.
- Preencher os Vales: Revendo nossa vida, descobrimos muitos vazios: muitos gestos, palavras, serviços, que deixamos de fazer...
* João Batista nos convida a preencher esses vazios, esses vales...
- Aplainar os Montes: Abaixar nosso orgulho, nossa auto-suficiência...
* João Batista nos convida a sermos mais simples e humildes, não nos julgar superiores e estar sempre dispostos a escutar.
+ Baruc e João Batista foram mensageiros de Deus para preparar os caminhos do Senhor aos homens do seu tempo...
à Deus não poderia se servir também de nós para preparar os homens de hoje para a vinda de Cristo no Natal desse ano?
MORRE O PRIOR DA VENERÁVEL ORDEM TERCEIRA DO CARMO DE SERRO-MG
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NOTA: MORRE O PRIOR DA VENERÁVEL ORDEM TERCEIRA DO CARMO DE SERRO-MG, Sr. Geraldo ( 8 de dezembro-2018).
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