De Silas Malafaia a Estevam Hernandes, veja a posição dos líderes evangélicos após vitória de Lula
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Muitos lamentaram derrota de Bolsonaro, mas conclamaram fiéis a orar pelo presidente eleito
Por Bernardo Mello
Pastores que lideram grandes denominações evangélicas, e que haviam se engajado na campanha do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), fizeram acenos ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o resultado do segundo turno neste domingo. Mesmo lamentando a derrota de Bolsonaro, nomes como o apóstolo Estevam Hernandes, líder da Igreja Renascer e criador da Marcha para Jesus, e o bispo Renato Cardoso, atual número dois na hierarquia da Igreja Universal, conclamaram fiéis a orar pelo novo presidente e disseram não ter resistência "pessoal", tampouco "desejar o mal" ao petista.
Entre os líderes das maiores igrejas do país, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi quem expressou contrariedade com a vitória de Lula de forma mais explícita. Aliado próximo a Bolsonaro, Malafaia escreveu em suas redes sociais ter "consciência limpa" por não ter sido "omisso, nem covarde", e publicou em seguida uma citação atribuída a João Calvino, um dos principais líderes da reforma protestante no século XVI. "Quando Deus quer punir uma nação, Ele lhes dá governantes ímpios", diz a frase.
Cardoso, tido como sucessor do bispo Edir Macedo na Universal, adotou um tom distinto após semanas de campanha aberta contra Lula em cultos e no jornal "Folha Universal", distribuído a fiéis gratuitamente. Em transmissão ao vivo nas redes sociais na noite de domingo, Cardoso reafirmou acusações de que "a esquerda quer sexualizar as crianças, liberar as drogas e desarmar a população", que foram a tônica de ataques a Lula durante a campanha, mas frisou a seus seguidores que "a vontade de Deus sempre vai ser a melhor" ao comentar o resultado.
— Se você quer seu bem, então você ora às autoridades. Todos os cristãos têm que orar às autoridades que estão no poder. Nosso desejo não é pelo mal de ninguém, não é pelo mal do presidente Lula nem de outros governantes, é pelo bem das pessoas. Se eles fizerem um bom trabalho, então vamos ter uma vida melhor e mais fácil. Não temos em nosso coração nenhum medo ou preocupação — afirmou.
Hernandes, que afirmou ter feito "tudo que era possível" pela reeleição de Bolsonaro, afirmou que a "luta pelos valores cristãos" deverá continuar "de forma ordeira, porque o Brasil continua sendo um país abençoado". O líder da Igreja Renascer também elogiou a "atitude corretíssima" do ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), eleito governador de São Paulo, por ter se posicionado reconhecendo o resultado da eleição presidencial e conversado com o adversário derrotado no estado, o petista Fernando Haddad.
— Lamento quando as pessoas invadem a área que não é a deles. Nunca me levantei para falar pessoalmente contra A ou B. Temos que ter nossa postura de cristãos, e como cristãos precisamos realmente dar os exemplos. Seria absurdo falar coisas como "tem que tirar nossos filhos das escolas", não estamos vivendo esse clima. Jesus nos deu o desafio de orar até pelos nossos inimigos. Em caso de política, não temos inimigos, mas sim divergentes — disse Hernandes.
Outras lideranças de igrejas neopentecostais, como o bispo Robson Rodovalho, da Igreja Sara Nossa Terra, e o apóstolo Rina, da Bola de Neve, fizeram publicações em suas redes sociais afirmando que a "palavra de Deus jamais será abalada", independentemente do resultado das eleições. Rodovalho escreveu que para os evangélicos "não existe derrota, existem lições".
Na Assembleia de Deus, lideranças dos ministérios do Belém e de Madureira, os dois principais ramos da igreja, evitaram se manifestar diretamente sobre o resultado. Já o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP), líder da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento e com atuação historicamente próxima ao Ministério do Belém, citou as sucessivas referências religiosas de Lula em seu primeiro discurso após se eleger:
"Vi o discurso de Lula. Começou agradecendo a Deus. Falou de Deus em vários momentos. Reafirmou compromisso pela liberdade religiosa, evitou temas que causam divergências com o segmento evangélico e terminou agradecendo a Deus", escreveu Feliciano, deixando em aberto o futuro da relação do petista com o segmento: "(Lula) Aprendeu a nos respeitar? Tenho dúvidas. Só o tempo dirá". Fonte: https://oglobo.globo.com
PRESIDÊNCIA DA CNBB: “O EXERCÍCIO DA CIDADANIA NÃO SE ESGOTA COM O FIM DO PROCESSO ELEITORAL”
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A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta segunda-feira, 31 de outubro, uma mensagem sobre a conclusão das Eleições 2022. O momento, segundo a mensagem, “convoca-nos, ainda mais, para a reconciliação, essencial ao novo ciclo que se abre”.
A presidência da CNBB aponta o caminho que todos os brasileiros, indistintamente, precisam trilhar: acompanhar, exigir e fiscalizar aqueles que alcançaram êxito nas urnas. “O exercício da cidadania não se esgota com o fim do processo eleitoral”, diz o documento.
Em um trecho da mensagem, a CNBB cumprimenta candidatos eleitos, deputados, senadores, governadores e presidente da República e “parabeniza ainda o Tribunal Superior Eleitoral por sua atuação no zelo de todo o processo democrático”.
“Todos possam caminhar unidos para a construção da política melhor, aquela que está a serviço do bem comum, conforme define o nosso amado Papa Francisco. São os votos da CNBB. É o que suplicamos em preces para o nosso país”.
Conheça a íntegra da mensagem abaixo:
Mensagem da Presidência da CNBB
sobre a conclusão do processo eleitoral 2022
Saúde e paz!
A conclusão das Eleições 2022 convoca-nos, ainda mais, para a reconciliação, essencial ao novo ciclo que se abre. Agora, todos, indistintamente, precisam acompanhar, exigir e fiscalizar aqueles que alcançaram êxito nas urnas. O exercício da cidadania não se esgota com o fim do processo eleitoral.
A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – cumprimenta candidatos eleitos, deputados, senadores, governadores e presidente da República. Parabeniza ainda o Tribunal Superior Eleitoral por sua atuação no zelo de todo o processo democrático.
Todos possam caminhar unidos para a construção da política melhor, aquela que está a serviço do bem comum, conforme define o nosso amado Papa Francisco. São os votos da CNBB. É o que suplicamos em preces para o nosso país.
Com a materna intercessão de Nossa Senhora Aparecida – Rainha e Padroeira do Brasil, Deus muito abençoe a sua vida e a sua família.
Fraterno abraço, com apreço.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
Fonte: https://www.cnbb.org.br
Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo: Mensagem para o Presidente Eleito
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Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
São Paulo, 31.10.2022
Ao ilustríssimo senhor Luiz Inácio Lula da Silva Presidente eleito do Brasil Congratulo-me com o senhor pela sua eleição como Presidente da República Federativa do Brasil, no segundo turno do pleito eleitoral transcorrido no domingo, 30 de outubro de 2022.
Democraticamente, a maioria dos eleitores depositou no senhor sua confiança para governar nossa nação, assumindo a desafiadora missão de unir o País, em harmonia com os demais poderes da República e instituições da sociedade.
Faço votos que seu governo seja comprometido com a promoção da vida e da dignidade humana, da justiça e da paz social, empenhado, sobretudo, na busca de caminhos para o desenvolvimento econômico e social que beneficie a todos, especialmente aqueles que mais sofrem com os impactos da crescente desigualdade social, do desemprego e da fome.
Com meus parabéns pela vitória eleitoral, apresento-lhe também as minhas preces a Deus para que o ilumine e lhe dê sabedoria para a realização de um mandato profícuo para o povo brasileiro, na edificação do bem comum.
Respeitosas saudações,
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo Metropolitano de São Paulo
Fonte: https://arquisp.org.br
Padre relata ser ameaçado de morte após alugar salão de paróquia para festejar aniversário de Lula.
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Por Jéssica Marques — Rio de Janeiro
O padre Volnei Luiz Weber, da Paróquia São José Operário, da Diocese de Rondonópolis, no Mato Grosso, relata ter sofrido ameaças de morte e ataques nas redes sociais depois de alugar o salão de eventos da igreja para uma equipe local do Partido dos Trabalhadores (PT). O grupo afiliado locou o espaço para comemorar o aniversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira, embora o petista não fosse para lá.
O pároco, que administra a igreja há quatro anos, registrou um boletim de ocorrência na quarta-feira. Ao GLOBO, ele contou que foi procurado por membros do partido na segunda-feira e que na ocasião negociou o aluguel do espaço por R$1.200. Na mesma noite, postagens em redes sociais começaram a aparecer, mostrando revolta.
"Triste realidade, disponibilizar o salão paroquial para esse tipo de evento", comentou uma internauta ao compartilhar o post.
Segundo o padre, a festa de comemoração fazia parte de uma celebração nacional a Lula e era organizado por partidos e movimentos sociais. Por conta dos ataques e ameaças, o evento foi cancelado e a locação retirada. Mesmo assim, Weber continuou sendo atacado.
— Começaram a ligar para a igreja e a me ameaçar. A maior parte da população aqui da cidade vota no (Jair) Bolsonaro (candidato à reeleição pelo PL). Acredito que se fosse uma festa para ele, não teria tido nenhuma reação. Eu fiquei com medo dos ataques. Alegaram que a igreja tomou partido. Eu nunca declarei meu voto abertamente. É claro que eu tenho minha preferência, mas faltou tolerância por parte das pessoas — afirma o padre que se mantem afastado dos eventos paroquiais.
O espaço de 40 metros quadrados é constantemente utilizado para eventos políticos, aniversários, casamentos e cerimônias. Segundo o padre, durante a campanha do primeiro turno, o prefeito de Rondonópolis, José Carlos Junqueira (Solidariedade), reservou o salão para uma festa de campanha da esposa, conhecida como Dona Neuma, que na época era candidata da deputada federal pelo PSB, mas que não foi eleita.
Devido às ameaças, a paróquia decidiu cancelar o contrato de locação. O padre explicou que algumas pessoas ligaram e disseram que, se o evento fosse realizado na igreja, iriam até o local e fariam um ato de protesto.
— Disseram que eu tinha que ser metralhado. Um senhor que frequenta a paróquia me ligou e disse que não concordava com a locação desse espaço para evento do Lula porque ele era a favor do aborto e da ideologia de gênero. Disseram que eu tinha que ir embora, que não poderia ficar mais aqui — completou.
Uma carta de repúdio aos ataques foi publicada no perfil do Facebook da igreja pelo bispo Dom Mauricio da Silva Jardim, que administra as Dioceses da região. Um trecho do documento agradecia as mensagens de apoio e comunicava o rompimento do evento.
"Diante da repercussão nas redes sociais sobre o contrato de aluguel firmado pela Paróquia São José Operário, da cidade de Rondonópolis, comunico que, após um diálogo fraterno e respeitoso com o Pe. Volnei Weber, decidimos romper o contrato para garantir a comunhão que nos identifica como cristãos católicos. Expresso minha gratidão pela alegria com que me acolheram", dizia o documento.
A Polícia Civil do Mato Grosso abriu um inquérito para apurar as ameaças, mas não deu detalhes do andamento. Em nota, disse que "como previsto na legislação, é necessário que a vítima se manifeste pela representação para que a investigação tenha sequência, uma vez que se trata de crime de âmbito privado".
A missa que será realizada no domingo, dia da eleição, não foi cancelada. No entanto, padre Weber informou que por medo de sofrer retaliações e ataques, dependendo do resultado, pediu que as celebrações sejam conduzidas pelo padre adjunto Marco Antônio. Fonte: https://oglobo.globo.com
Quinta-feira, 27 de outubro-2022. 30º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 13, 31-35)
31No mesmo dia chegaram alguns dos fariseus, dizendo a Jesus: Sai e vai-te daqui, porque Herodes te quer matar. 32Disse-lhes ele: Ide dizer a essa raposa: eis que expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e ao terceiro dia terminarei a minha vida. 33É necessário, todavia, que eu caminhe hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não é admissível que um profeta morra fora de Jerusalém. 34Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os enviados de Deus, quantas vezes quis ajuntar os teus filhos, como a galinha abriga a sua ninhada debaixo das asas, mas não o quiseste! 35Eis que vos ficará deserta a vossa casa. Digo-vos, porém, que não me vereis até que venha o dia em que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor!
3) Reflexão Lucas 13, 31-35
O evangelho de hoje nos faz sentir o contexto ameaçador e perigoso no qual Jesus vivia e trabalhava. Herodes, o mesmo que tinha matado João Batista, quer matar Jesus.
Lucas 13,31: O aviso dos fariseus a Jesus
“Nesse momento, alguns fariseus se aproximaram, e disseram a Jesus: "Deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar". É importante notar que Jesus recebeu o aviso da parte dos fariseus. Algumas vezes, os fariseus estão juntos com o grupo de Herodes querendo matar Jesus (Mc 3,6; 12,13). Mas aqui, eles são solidários com Jesus e querem evitar a morte dele. Naquele tempo, o poder do rei era absoluto. Ele não prestava conta a ninguém da sua maneira de governar. Herodes já tinha matado a João Batista e agora está querendo acabar também com Jesus.
Lucas 13,32-33: A resposta de Jesus
“Jesus disse: "Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho”. A resposta de Jesus é muito clara e corajosa. Ele chama Herodes de raposa. Para anunciar o Reino Jesus não depende da licença das autoridades políticas. Ele até manda um recado informando que vai continuar seu trabalho hoje e amanhã e que só vai embora depois de amanhã, isto é, no terceiro dia. Nesta resposta transparece a liberdade de Jesus frente ao poder que queria impedi-lo da realizar a missão recebida do Pai. Pois quem determina os prazos e a hora é Deus e não Herodes! Ao mesmo tempo, na resposta transparece um certo simbolismo relacionado com a morte e a ressurreição ao terceiro dia em Jerusalém. E para dizer que não vai ser morto na Galiléia, mas sim em Jerusalém, capital do seu povo, e que vai ressuscitar no terceiro dia.
Lucas 13,34-35: Lamento de Jesus sobre Jerusalém
"Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis!” Este lamento de Jesus sobre a capital do seu povo evoca a longa e triste história da resistência das autoridades aos apelos de Deus que chegavam a elas através de tantos profetas e sábios. Em outro lugar Jesus fala dos profetas perseguidos e mortos desde Abel até Zacarias (Lc 11,51). Chegando em Jerusalém pouco antes da sua morte, olhando a cidade do alto do Monte das Oliveiras, Jesus chora sobre ela, porque ela não reconheceu o tempo em que Deus veio para visitá-la." (Lc 19,44).
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus qualifica o poder político como raposa. O poder político do seu país merece esta qualificação?
2) Jesus tentou muitas vezes converter o povo de Jerusalém, mas as autoridades religiosas resistiram. E eu, quanto vezes resisti?
5) Oração final
Procurai o SENHOR e o seu poder, não cesseis de buscar sua face. Lembrai-vos dos milagres que fez, dos seus prodígios e dos julgamentos que proferiu. (Sl 104, 4-5)
Quarta-feira, 26 de outubro-2022. 30º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 13, 22-30)
22Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus ia atravessando cidades e aldeias e nelas ensinava.23Alguém lhe perguntou: Senhor, são poucos os homens que se salvam? Ele respondeu:24Procurai entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão.25Quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos, ele responderá: Digo-vos que não sei de onde sois.26Direis então: Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste em nossas praças.27Ele, porém, vos dirá: Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores.28Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados para fora.29Virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus.30Há últimos que serão os primeiros, e há primeiros que serão os últimos.
3) Reflexão Lucas 13, 22-30
O evangelho de hoje traz mais um episódio acontecido durante a longa caminhada de Jesus desde a Galiléia até Jerusalém, cuja descrição ocupa mais de uma terça parte do evangelho de Lucas (Lc 9,51 a 19,28).
Lucas 13,22: A caminho de Jerusalém
“Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo caminho para Jerusalém”. Mais uma vez Lucas menciona que Jesus está a caminho de Jerusalém. Durante os dez capítulos que descrevem a viagem até Jerusalém (Lc 9,51 a 19,28), Lucas, constantemente, lembra que Jesus está a caminho de Jerusalém (Lc 9,51.53.57; 10,1.38; 11,1; 13,22.33; 14,25; 17,11; 18,31; 18,37; 19,1.11.28). O que é claro e definido, desde o começo, é o destino da viagem: Jerusalém, a capital, onde Jesus será preso e morto (Lc 9,31.51). Raramente, informa o percurso e os lugares por onde Jesus passava. Só no começo da viagem (Lc 9,51), no meio (Lc 17,11) e no fim (Lc 18,35; 19,1), ficamos sabendo algo a respeito do lugar por onde Jesus estava passando. Deste modo, Lucas sugere o seguinte ensinamento: temos que ter claro o objetivo da nossa vida, e assumi-lo decididamente como Jesus fez. Devemos caminhar. Não podemos parar. Nem sempre, porém, é claro e definido por onde passamos. O que é certo é o objetivo: Jerusalém, onde nos aguarda o “êxodo” (Lc 9,31), a paixão, morte e ressurreição.
Lucas 13,23: A pergunta sobre os número dos que se salvam
Nesta caminhada para Jerusalém acontece de tudo: informações sobre massacres e desastres (Lc 13,1-5), parábolas (Lc 13,6-9.18-21), discussões (Lc 13,10-13) e, no evangelho de hoje, perguntas do povo: "Senhor, é verdade que são poucos aqueles que se salvam?" Sempre a mesma pergunta em torno da salvação!
Lucas 13,24-25: A porta estreita
Jesus diz que a porta é estreita: "Façam todo o esforço possível para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo: muitos tentarão entrar, e não conseguirão”. Será que Jesus diz isto só para encher-nos de medo e obrigar-nos a observar a lei como ensinavam os fariseus? O que significa esta porta estreita? De que porta se trata? No Sermão da Montanha Jesus sugere que a entrada para o Reino tem oito portas. São as oito categorias de pessoas das bem-aventuranças: (1) pobres em espírito, (2) mansos, (3) aflitos, (4) famintos e sedentos de justiça, (5) misericordiosos, (6) puros de coração, (7) construtores da paz e (8) perseguidos por causa da justiça (Mt 5,3-10). Lucas as reduziu para quatro: (1) pobres, (2) famintos, (3) tristes e (4) perseguidos (Lc 6,20-22). Só entra no Reino quem pertence a uma destas categorias enumeradas nas bem-aventuranças. Esta é a porta estreita. É o novo olhar sobre a salvação que Jesus nos comunica. Não há outra porta! Trata-se da conversão que Jesus pede de nós. Ele insiste: "Façam todo o esforço possível para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo: muitos tentarão entrar, e não conseguirão. Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês vão ficar do lado de fora. E começarão a bater na porta, dizendo: Senhor, abre a porta para nós! E ele responderá: Não sei de onde são vocês”. Enquanto a hora do julgamento não chegar, é tempo favorável para a conversão, para mudar nossa visão sobre a salvação e entrar em uma das oito categorias.
Lucas 13,26-28: O trágico mal-entendido
Deus responde aos que batem na porta: “Não sei de onde são vocês”. Mas eles insistem e argumentam: Nós comíamos e bebíamos diante de ti, e tu ensinavas em nossas praças! Não basta ter convivido com Jesus, de ter participado da multiplicação dos pães e de ter escutado seus ensinamentos nas praças das cidades e povoados. Não basta ter ido à igreja e de ter participado das instruções do catecismo. Deus responderá: Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês que praticam injustiça!”. Mal-entendido trágico e falta total de conversão, de compreensão. Jesus declara injustiça aquilo que os outros consideram ser coisa justa e agradável a Deus. É uma visão totalmente nova sobre a salvação. A porta é realmente estreita.
Lucas 13,29-30: A chave que explica o mal-entendido
“Muita gente virá do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. Vejam: há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos". Trata-se da grande mudança que se operou com a vinda de Deus até nós em Jesus. A salvação é universal e não só do povo judeu. Todos os povos terão acesso e poderão passar pela porta estreita.
4) Para um confronto pessoal
1) Ter o objetivo claro e caminhar para Jerusalém: Será que tenho objetivos claros na minha vida ou deixo-me levar pelo vento do momento da opinião pública?
2) A porta é estreita. Qual a visão que tenho da Deus, da vida, da salvação?
5) Oração final
Glorifiquem-vos, Senhor, todas as vossas obras, e vos bendigam os vossos fiéis. Que eles apregoem a glória de vosso reino, e anunciem o vosso poder. (Sl 144, 10-11)
CNBB MANIFESTA SOLIDARIEDADE À MINISTRA CÁRMEN LÚCIA E ÀS PESSOAS VÍTIMAS DE AGRESSÕES VERBAIS E FÍSICAS
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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) diante de fatos que, nas últimas horas, chocaram cidadãos e cidadãs comprometidos com o bem comum de nosso país, vem manifestar sua solidariedade às pessoas diretamente atingidas por ofensas verbais e outras formas de agressão, como as sofridas pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia Antunes Rocha.
Lamenta e recorda que um país efetivamente democrático não se constrói desse modo. A história tem exemplos a indicar o resultado dessas atitudes, exemplos que não devem ser desejados nem para o Brasil nem para qualquer outro lugar.
A vitória, no Brasil, há de ser sempre da paz, do bem comum, da convivência social serena, do respeito às instituições e da Democracia.
Em Cristo,
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
Fonte: https://www.cnbb.org.br
Padre da Polícia Militar no DF é preso em flagrante por importunação sexual de jovem de 16 anos.
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Sacerdote teria convidado adolescente que vendia bombons na rua para ir até a sua casa onde teria proposto 'brindes' por favores sexuais
Uma armadilha preparada pela polícia culminou com a prisão em flagrante, na sexta-feira (21/10), do padre Jerfson dos Santos e Santos, tenente e sacerdote da Polícia Militar do Distrito Federal. Ele é acusado de importunação sexual de um jovem de 16 anos que vendia bombom nas ruas em Águas Claras, no Distrito Federal DF. A informação, divulgada pelo Metrópoles, foi confirmada pelo GLOBO. Após passar de carro por onde o adolescente vendia doce, o sacerdote o convenceu a ir até a casa dele porque estava sem dinheiro e tentou molestá-lo. Com a recusa do garoto, Jeferson concordou levá-lo de volta desde que dirigisse o carro e, numa nova tentativa de abuso, a vítima fugiu com o veículo. O jovem foi até a polícia e combinou com os policiais de devolver o veículo no estacionamento de um supermercado onde o religioso foi preso em flagrante.
O oficial é alvo, desde o final de 2021, de apurações conduzidas pelo Departamento de Controle e Correição (DCC) da Polícia Militar. Ele é investigado por denúncias de assédio a colegas que frequentavam suas missas. Em um dos casos, o padre é suspeito de ter convidado o filho de um policial a viajar com ele até Caldas Novas. Após as denúncias, o então bispo militar afastou Jerfson até que as investigações fossem concluídas. Procurada, a assessoria de comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal informou ao GLOBO que o sacerdote foi indiciado por importunação sexual e entrega de direção a inabilitado. Segundo a instituição, a prisão do padre se deu por volta de 21h de sexta-feira e os detalhes da investigação são mantidos em sigilo porque menores têm proteção legal por força do Estatuto da Criança e do Adolescente. Jeferson está detido no Batalhão da Polícia Militar no Distrito Federal.
Mas a punição chegou antes devido à investida contra o ambulante. O adolescente contou que vendia bombons quando o militar se aproximou de carro e falou que levaria os chocolates, mas estava sem dinheiro e precisava que o acompanhasse até sua casa que era perto. No carro, o jovem já começou a observar atitudes suspeitas. Primeiramente, segundo contou aos policiais, o sacerdote ofereceu que ele dirigisse o carro apesar de ser menor de idade. Além disso, no apartamento tentou tocar o corpo do rapaz e sugeriu dar o dinheiro pelos bombons e um "brinde" se referindo, de acordo com a vítima, a um ato sexual.
O adolescente contou que convenceu o militar a deixá-lo ir embora e ele o levou de carro até a estação do metrô. Durante a viagem, ele mais uma vez teria dado a direção do veículo ao jovem que disse, durante o trajeto, que um pneu tinha furado. Quando o padre saiu para verificar o que tinha ocorrido, ele escapou e pediu socorro. Orientado sobre ir até uma delegacia, ele chegou na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) e relatou os abusos sofridos. Como o padre tinha a chave de pix do menino com o número de celular, passou a enviar mensagens ao garoto com ameaças, dizendo que ele teria problemas caso não devolvesse o carro ou contasse a situação para a polícia.
Foi combinado que a vítima do abuso deixaria o veículo no estacionamento de um supermercado de Águas Claras. No local, policiais civis esperaram o tenente da PM. Abordado, ele acabou preso em flagrante com base no depoimento e nos prints da conversa.
Padre e militar da PMDF, o acusado negou o crime e contou uma versão diferente na delegacia, segundo o Metrópoles. Ele disse que estava em Taguatinga Norte para ir ao mercado, mas não soube detalhar o nome do estabelecimento. Por perto, viu o garoto vendendo os bombons, parou e se ofereceu para comprar uma caixa inteira, mas sugeriu que o adolescente passasse a trabalhar em Águas Claras, onde o fluxo de pessoas era maior.
Segundo ele, o garoto disse que morava em Águas Lindas e não sabia como chegar lá. O padre, então, teria oferecido carona. O militar ainda argumenta que foi o menino que pediu para dirigir e só deixou porque achou que ele teria 18 anos.
Sobre a importunação sexual, o padre alegou que apenas pegou na perna do garoto dentro do carro, dizendo que ele dirigia muito bem, porque estaria surpreso com a habilidade. Outra parte da história contada na delegacia que chamou atenção foi a descrição de como eles foram parar no apartamento.
O homem diz que o adolescente perguntou onde ele morava e indicou o caminho. Quando o carro se aproximou do portão da garagem do prédio, ele teria aberto sozinho, por causa de uma TAG de identificação veicular. O acusado também se defende contando que foi o garoto que pediu para subir e, dentro da casa, teria prometido “algo a mais” caso ele comprasse todos os bombons, que seriam favores sexuais.
O padre ainda conta, na versão, que teria recebido uma proposta sexual do garoto por R$ 500. Sobre o furto do carro, ele diz que chegou a ligar para a PM, mas desistiu de formalizar a denúncia quando recebeu mensagem do garoto negociando a entrega.
Os prints das mensagens trocadas entre os dois foram anexadas ao processo e um primo da vítima foi contatado. A prisão do padre foi informada à corregedoria da Polícia Militar e um PM foi até a delegacia. Ele conduziu o autuado ao 19° Batalhão de PMDF. A reportagem entrou em contato com a corporação e solicitou nota sobre os fatos, mas não recebeu retorno até a última atualização desta matéria. O espaço segue aberto. O padre foi nomeado como capelão militar da PMDF em janeiro de 2020.
Em nota, a PMDF disse que o capelão encontrava-se afastado de suas funções no âmbito da Polícia Militar e da igreja, aguardando decisão de processo que tramitava no âmbito da Igreja Católica. “Ao ser acionada, a Polícia Militar prontamente deslocou à delegacia para as providências cabíveis. Cabe salientar que nossa Bicentenária Corporação está nas ruas 24 horas por dia, 07 dias por semana, em todas as Regiões Administrativas, para bem servir e proteger a Sociedade da Capital e não coaduna com fatos que sejam contrários a legislação e regulamentos em vigor”, destacou a corporação. Fonte: https://oglobo.globo.com
NOTA DE REPÚDIO EM SOLIDARIEDADE AO BISPO DIOCESANO DOM ALDEMIRO SENA DOS SANTOS
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DIOCESE DE GUARABIRA
NOTA DE REPÚDIO
A Diocese de Guarabira – clero diocesano, religiosos e religiosas, leigos e leigas que a constituem – demonstra, por meio desta nota, solidariedade ao seu Bispo Diocesano, Dom Aldemiro Sena dos Santos, que foi vítima de agressões verbais, na sacristia da Igreja Catedral de Nossa Senhora da Luz, em Guarabira – PB, após a celebração da Santa Missa – na manhã deste domingo (23). Essas ações de repressão e opressão à fé cristã, claramente motivadas por tendências ideológicas fascistas e autoritaristas, são e serão veementemente repudiadas pela Comunidade Diocesana que se posiciona, sobretudo, ao lado de Jesus Cristo – Príncipe da Paz (Is 9,6).
Atitudes de violência, como a que foi sofrida pelo Bispo de Guarabira, sinalizam a existência de perseguição ao cristianismo autêntico que tem sua opção pelos mais pobres (Lc 6,20), vulneráveis (Jo 8,11), estigmatizados e marginalizados (Mc 1,40-41). Não obstante, também desvelam aqueles que, de fato, desrespeitam a fé, maculam a religiosidade e profanam o templo ao modelo dos vendilhões expulsos por Nosso Senhor (Jo 2,13-16). Nesse sentido, concebemos que quaisquer tentativas de silenciar a pregação do Evangelho configura-se como uma violação à liberdade religiosa, direito assegurado constitucionalmente.
Para o catolicismo (CIC 1549), a presença de Jesus Cristo torna-se visível no seio da comunidade através do Bispo que, por excelência, corresponde ao sucessor dos apóstolos. A missão que lhe coube é, portanto, proteger, cuidar, guiar e amparar o rebanho, apascentando as ovelhas de Deus (Jo 21,15-17). Desse modo, é válido retomar a constituição dogmática Lumen Gentium, segundo a qual, “os Bispos sucedem aos Apóstolos, como pastores da Igreja; quem os ouve, ouve a Cristo; quem os despreza, despreza a Cristo e Aquele que enviou Cristo”. Nesses termos, desrespeitar a mensagem de Dom Aldemiro Sena é igualmente desrespeitar Aquele que lhe conferiu autoridade no âmbito da Igreja e que lhe confiou o papel de arauto e protetor zeloso do ensinamento de Jesus.
Por fim, é imprescindível reiterar que, através desta, repudia-se não apenas o ataque fascista à pregação do Evangelho ocorrido na casa de Nossa Senhora da Luz, mas a toda e a qualquer forma de violência, de violação à liberdade religiosa, de perseguição e intolerância. Rogos sejam feitos à Virgem Maria para que a comunidade cristã não se desvencilhe de Jesus Cristo, todavia, esteja cada vez mais a Ele ligada através da vivência do amor e da paz. Fonte: https://www.diocesedeguarabira.org.br
Os evangélicos contra-atacam com ‘Messias’
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Encontro de Michelle Bolsonaro e Damares Alves com fiéis no Rio Brenno Carvalho
Na época da ditadura militar, um censor, furibundo com alguns diálogos de uma peça teatral, convocou o autor a dar explicações. Por razões conhecidas, Shakespeare não pôde comparecer.
Nestes tempos michelenescos, o afável arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, se viu obrigado a explicar por que usa vestes vermelhas. O inquisidor ouviu algo mais ou menos assim:
—É a cor dos cardeais, meu filho.
No Twitter, dom Odilo cravou:
— Conheço bastante a História. Às vezes, parece-me reviver os tempos da ascensão ao poder dos regimes totalitários, especialmente o fascismo. É preciso ter muita calma e discernimento nesta hora!
Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, buscou inspiração em trecho de “Irmãos Karamazov”, de Dostoiévski, para cravar sua incredulidade diante da terra arrasada pelo Bolsolão:
— Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras chega ao ponto de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo.
É possível que algum eleitor de Damares ou um pastor que prega nos cultos contra os homossexuais venha a chamar os Karamazov de comunistas, mas, vá lá, é da vida: o chefe deles já disse que -5% + 4% são 9% positivos. Perdoai-o, mas com Oscar Wilde na cabeça:
—Os loucos às vezes se curam; os imbecis, nunca.
Desde a redemocratização, pela primeira vez a Igreja Católica, trazida à vida terrena, se vê às voltas com laivos autoritários. Na ditadura militar não ocorreu; mas no regime nazista aconteceu algo semelhante às cenas de 12 de outubro. No dia de Nossa Senhora Aparecida, a milícia bolsonarista perseguiu padres em Aparecida , vaiou a homilia da missa principal, gritou palavrões e ainda fez brindes com latas de cerveja dentro da igreja.
A turba ensandecida saiu das redes sociais, incensada pelos pastores bolsonaristas, e, inspirada pelo desamor exalado por seu capitão, agora se comporta como milícia armada —e mira o contingente de fiéis católicos.
Ali pelo século IV e V, os protocristãos, perseguidos pela ignorância e pelo ódio, eram jogados aos leões, em espécie de sádico prazer. O sadismo se manifesta diante do infortúnio alheio — por exemplo, imitar alguém sufocado pela Covid-19. Ou na descrição libidinosa, detalhada e colorida, com brilho nos olhos, de crianças com dentes arrancados para fazer sexo oral. O prazer doentio se revela nas interjeições.
A milícia atual vigia, e ameaça e caça, conceitos vagos ditados por uma sombra escura de inclemência e ressentimento. Reagem, à semelhança dos ratos de Pavlov, quando explodem em seus ouvidos palavras como miséria, fraternidade ou empatia. Por desconhecerem o Evangelho, atacam os padres durante os sermões. E destroem imagens de santos. E correm atrás de quem veste batina.
As palavras de Cristo, em ensinamentos gravados na Bíblia, são ouvidas agora como acintes da esquerda. A turba esquece que Jesus Cristo acabou crucificado por seu tom solidário e generoso, verdadeiro incômodo ao poder da época: “Não roubarás; não matarás”; e, sentiram as meninas venezuelanas, “não desejarás a mulher do próximo”.
O problema de quem vaiou a catequese no Santuário de Aparecida é ter lido apenas a orelha dos Evangelhos e/ou acreditar na má-fé dos pastores bolsonaristas, religiosamente incultos e ideologicamente comprometidos. O cristianismo (como filosofia) nasceu em meio ao descalabro da escravidão, da pobreza brutal e da miséria civilizacional —pedofilia, satanismo, matanças entre os clãs, abuso de poder.
Demorou para a Igreja Católica ser enredada e reagir, de maneira ainda capenga, à instrumentalização da fé religiosa como base partidária. Os cães bolsonaristas há tempos vociferam a postura intolerante de jogar os adversários aos leões. É a mesma toada da turba romana. Os ataques às homilias e aos padres em diversas igrejas Brasil afora ocorrem quando ecoam os ensinamentos contra a violência, a intolerância e a mentira. De novo, Dom Leonardo Steiner:
— Usar a religião como ameaça a fim de angariar voto tem cheiro de imoralidade.
O manejo descarado e argentário da religião, se no momento atiçou parte da cúpula católica brasileira, obrigada a reagir ao retrocesso civilizacional (“quero todo mundo armado”), agora gera mobilização entre as denominações não embolsadas. Desde dias atrás, o projeto de poder messiânico de Michelle e Damares é desafiado dentro de seu quintal, encarnado pelo hit gospel “Messias”, cantado por Leonardo Gonçalves, entre os maiores sucessos no YouTube. Vale muito ouvir. A letra deve azedar as manhãs delas:
E tudo isso por causa de política/Por causa de um falso pânico moral/Promovido pelos donos de igreja/Que tiveram o perdão de uma dívida /De 1,4 bilhões de reais/Decretado pelo presidente da República (…)/A gente tem fome e sede de justiça.
Para os religiosos independentes, tem nome e endereço o satanás. Fonte: https://oglobo.globo.com
De Roma, Bispos do Espírito Santo lançam carta aberta ao povo de Deus
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Paz e Bem!
Reunidos em Roma, onde participam da Visita Ad Limina Apostolorum, os bispos do Espírito Santo (Regional Leste 3) lançaram, nesta quinta-feira (20/10), uma carta aberta ao Povo de Deus sobre os valores e as atitudes que devem nortear a escolha dos candidatos, às vésperas do segundo turno eleitoral.
A carta, que exorta a todos para a promoção da paz, da justiça e da fraternidade, foi escrita pelos bispos após encontro com o Papa Francisco, ocorrido na manhã desta quinta.
“Neste segundo turno eleitoral, o futuro do nosso Estado, aquilo que desejamos para nossas crianças, jovens, adultos e idosos, está sendo moldado. Por isto, todos nós devemos agir sempre comprometidos com a verdade, a justiça e a paz, na defesa da vida e da dignidade de todas as pessoas, especialmente os mais pobres e vulneráveis”, menciona um determinado trecho.
Roma, 20 de outubro 2022.
“Deixo-vos a Paz, a minha paz vos dou!” (Jo 14,27)
Caros irmãos e irmãs
A todos, graça e bênção da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Príncipe da Paz!
Neste tempo de grandes desafios e esperanças, encontramo-nos em Roma, participando da Visita Ad Limina Apostolorum, junto aos túmulos dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, colunas da Igreja, e, em unidade com o Papa Francisco, com quem hoje nos encontramos, dirigimo-nos ao Povo de Deus do Estado do Espírito Santo, que se prepara para escolher os seus candidatos, às vésperas do segundo turno eleitoral.
Nosso Estado nasceu no dia de Pentecostes, celebração litúrgica que evoca o envio da Igreja pelo mundo inteiro para anunciar, com a alegria evangélica, as maravilhas do Reino de Deus, fazendo discípulos missionários de Jesus Cristo, formados com os valores do Reino para a promoção da paz, justiça e fraternidade.
Nossa história também foi marcada pela presença da Virgem Maria, reconhecida sempre como aquela que intercede e caminha conosco, a quem nós, capixabas, saudamos e reverenciamos como Nossa Senhora da Penha, Senhora das Alegrias.
Estas nossas origens cristãs não podem ser jamais esquecidas, a fim de que não percamos o rumo e a direção que devemos seguir na construção de um Estado marcado pelos frutos do Espírito Santo, que são: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, felicidade, mansidão e autodomínio” (Gl 5,22).
Neste segundo turno eleitoral, o futuro do nosso Estado, aquilo que desejamos para nossas crianças, jovens, adultos e idosos, está sendo moldado. Por isto, todos nós devemos agir sempre comprometidos com a verdade, a justiça e a paz, na defesa da vida e da dignidade de todas as pessoas, especialmente os mais pobres e vulneráveis, que sofrem ao longo dos anos, com a ausência de políticas públicas voltadas para o seu bem-estar integral, conforme ensina a Doutrina Social da Igreja. A verdadeira cidadania cristã exige diálogo, respeito, solidariedade e repúdio a toda e qualquer forma de violência, que fere a vida e a dignidade das pessoas.
As mentiras sobre fechamento de Igrejas, o medo, o ódio e a violência política que são disseminadas pelas ruas e pelas mídias sociais não podem calar a verdade do empobrecimento e da fome que a realidade nos mostra, orientando, assim, o agir e o voto dos cristãos. Não podemos admitir que o nosso Estado retroceda na garantia de direitos, na confiança e seriedade das instituições, no combate a toda forma de violência que provoca tanto prejuízo, dor e sofrimento ao povo, principalmente aos pequenos e empobrecidos.
Quando o voto é iluminado pela fé e a razão e não pela mentira e pelo medo, realiza-se um pacto com os governantes, pelo nosso futuro e pelo futuro de quem amamos, como uma manifestação de nossa vontade de viver num Estado que gera e faz a vida crescer.
A Carta Pastoral que escrevemos sobre a “Melhor Política” lança luzes sobre a realidade do nosso Estado e do nosso País, com princípios e orientações importantes para ajudar aos cristãos e a todos os que procuram o bem comum a escolherem os seus governantes.
Clamamos pela Paz e confiamos a vida do povo do nosso Estado do Espírito Santo à intercessão maternal de Maria, Nossa Senhora das Alegrias, a Virgem da Penha, pedindo sobre todos e todas a luz e o discernimento do divino Espírito, a fim de que nos comprometamos a construir o Estado que tanto desejamos, a partir da “Melhor Política”, isto é, a do Bem Comum.
Dom Dario Campos, OFM
Arcebispo Metropolitano de Vitória
Presidente do Regional Leste 3
Dom Paulo Bosi Dal’Bó
Bispo da Diocese de São Mateus
Vice-presidente
Dom Luiz Fernando Lisboa
Bispo da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim
Secretário
Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa
Bispo da Diocese de Colatina
Dom Andherson Franklin Lustoza de Souza
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória
Fonte: Diocese de Cachoeiro de Itapemirim-ES
30º Domingo do Tempo Comum- Dia Mundial das Missões
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QUEM ESTÁ JUSTIFICADO?
Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)
É sobre a justificação que discorre o Evangelho de Lucas 18,9-14. Um tipo de justificação um tanto diversa daquela que se combateu na ruptura de primeira hora do protestantismo.
Em questão, dois homens diante de Deus; o primeiro oferece muito e agradece porque não é pecador e igual aos outros; o segundo oferece pouco e envergonhado.
A justificação, portanto, vem das obras conscientes de quem sabe que tudo que se oferece a Deus vale somente em proveito de quem o oferece. Elas nada acrescentam a Deus, mas mostram a nossa fidelidade.
O orgulho no oferecer e o engrandecimento pessoal, ao contrário, conduzem para longe de Deus e da justificação. Até na sublime forma de vida, a oração, pode se esconder o orgulho e o interesse próprio. Quanto a isso Jesus já expôs exaustivamente: “Se alguém reza para ser visto já recebeu a sua recompensa”. Do mesmo modo, poderíamos continuar falando das oferendas e até da vida ascética.
O Senhor, por outro lado, é um juiz que não faz discriminação de pessoas. A humildade é o combustível requerido para ser acolhido por Deus. A prece do humilde atravessa as nuvens (Eclo 13,21) e chega às alturas insondáveis, onde o julgamento é pronunciado.
A contradição é instalada na parábola de Jesus: “Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos” (Lc 18,10). Dada a comparação, esperava-se que o fariseu saísse justificado. Ele mesmo está confiante em suas obras e em sua fé. Não pede, ele agradece por aquilo que é! Agradece pela diferença e não pela unidade, colocando-se acima dos demais.
Ao ficar de longe, cabeça baixa e envergonhado, o cobrador de impostos uniu sua fé, pois estava no Templo, e sua obra. Genuflexo diante de Deus exclamava “Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador”!
A coragem de ser e de crer deste homem levou Jesus a concluir: este último voltou para casa justificado, o outro não” (Lc 18,14).
A justificação, portanto, é uma junção entre fé e obra, e é ainda mais! Ela um sentimento de compaixão que se cultiva por si mesmo e pelo outro. Um movimento naquele espaço
onde a obra é Graça e a Graça é obra. Onde tudo se mistura e, sem que saibamos como, comove a Deus! Deus comovido é o princípio de nossa justificação. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Evangélicos pregam Brasil governado por igreja com Bolsonaro reeleito
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Conferência Global 22 reúne bispos e pastores pops em Brasília para profetizar um país refundado em valores cristãos a partir de 30 de outubro
BRASÍLIA
[RESUMO] Bispos e pastores pops fazem da Conferência Global 22 Renascimento, em Brasília, plataforma de difusão de profecias para um país que, acreditam, será refundado em valores cristãos a partir de 30 de outubro, com a reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Entre os dias 12 a 15, a Folha acompanhou a extensa programação do encontro que reuniu cerca de 2.500 evangélicos por dia no Hípica Hall, espaço de shows e eventos de luxo recém-adquirido pela igreja Comunidade das Nações, frequentada pela primeira-dama Michelle Bolsonaro e pela senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF).
Sob um show de luzes no palco, eles profetizam uma nova era a partir de 30 de outubro e apostam na reeleição de Jair Bolsonaro (PL). JB Carvalho e Dirce Carvalho, bispos da Comunidade das Nações, são os anfitriões da Conferência Global 22, em sua 11ª edição em Brasília.
Evento profético para um Brasil com Cristo
Durante quatro dias, líderes evangélicos pops se colocaram na linha de frente da guerra espiritual travada nas eleições deste ano. Perfilados na trincheira bolsonarista e com o lema "Deus, Pátria, Família e Liberdade", os autodenominados profetas bradam contra progressistas, ideologia de gênero e degradação dos lares, males que associam ao petismo.
Para nomes famosos no meio, como o pastor Claudio Duarte, a apóstola Valnice Milhomens e o coach Tiago Brunet, Bolsonaro é o novo messias. A seguir, o relato do dia a dia do evento, definido como celeiro de profetas e missionários "de um novo Brasil governado pela igreja e por valores cristãos".
DIA 1 (12/10)
O controle de entrada no Hípica Hall é feito por QR Code. São 20h e está prestes a começar a conferência. O salão principal está lotado. No espaço VIP, mulheres com roupas e acessórios de grife e homens de terno se misturam a jovens de tênis da moda, em mix de público de festa de casamento e festival de rock.
A banda Morada convida os irmãos a "liberar a criança que está dentro de você", referência ao Dia da Criança, festejado naquela quarta-feira (12), também dedicada à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, não citada ali.
Hits gospel são entoados com fervor pela plateia que dança e louva no espaço para 2.500 fiéis sentados. Às 21h, JB Carvalho faz a oração que dá a largada à maratona de pregações e shows também transmitida ao vivo para inscritos.
"Nós estamos aqui nesse feriado dizendo que o Senhor é o Senhor do Brasil. Jesus, seja entronizado nessa nação. Seja entronizado na economia, no sistema educacional, nas famílias, na mídia, nas artes."
As palavras do bispo são recebidas com "amém" pelo público que vai de jovens tatuados a senhoras de saias longas e Bíblia em punho. Para muitos, o dress code requer vestes em verde ou amarelo, camisetas da seleção e até a bandeira enrolada ao corpo.
Nesse clima, entra em cena a principal atração de abertura, o profeta chileno Victor Hugo, pastor da Ives Church, casado com brasileira. "Quem vai sair renovado daqui?", indaga ele, exemplo de fé pela cura de um câncer no estômago.
"Neste momento do país, isso é mais que conferência, é ajuntamento profético", define. "O inimigo nunca imaginou encontrar um exército de profetas reunido em Brasília."
O pregador encoraja os irmãos: "Chegou o tempo da igreja". E critica lamentos pelo cenário político conturbado. "Vocês vão ter um encontro com a profecia", diz, sobre a vitória em 30 de outubro. Nas andanças por Argentina, Chile e México, ele costuma dizer que "Deus está preparando alguém para governar o Brasil".
Para o país decolar, avalia que os brasileiros precisam ajustar a visão, enxergar a solução e não o problema. "Quem está com a visão errada enxerga pesquisas e jornais. A visão certa enxerga a vitória."
E prevê que, se o Brasil se alinhar espiritualmente, toda a América Latina vai no mesmo caminho. "Senhor, te peço que meus irmãos brasileiros profetizem um novo tempo. Se o Brasil cai, cai todo o continente."
"Chegou o tempo da igreja. Deus está preparando alguém para governar o Brasil". Victor Hugo. Pastor e profeta chileno
Nesse clima de triunfo eleitoral, JB Carvalho faz a prece de encerramento. O bispo agradece a presença da ministra Cristiane Britto, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. "Ministra, Deus vai guardar a sua vida e a da nossa senadora eleita", diz, referindo-se a Damares Alves, ex-titular da pasta, eleita senadora pelo Distrito Federal.
"Queremos abençoar sua vida. Mais são aqueles que estão conosco do que aqueles que estão contra nós", ora Carvalho, em referência ao fogo cruzado contra a ex-ministra, após declaração de que crianças foram traficadas na Ilha de Marajó (PA) e tiveram dentes arrancados para "não morderem na hora do sexo oral".
O bispo expressa apoio. "Deus está impondo a agenda dele sobre qualquer agenda contra você. Amém."
DIA 2 (13/10)
Às 9h30, hinos de reavivamento espiritual marcam o início da jornada. O pastor Dito Rodrigues, que três dias antes postara foto com Jair Bolsonaro, declara: "O Brasil da esperança tem nome". Ele aquece o público para Lucinho Barreto, um dos pastores da Igreja Batista da Lagoinha, de Belo Horizonte.
"Quem aqui é resistência? Como no Dia D na Normandia, não temos medo de bala e vamos vencer", diz o líder da igreja de 92 mil membros, comparando o segundo turno à batalha que selou o início da derrocada dos nazistas na Segunda Guerra.
Em seguida, dá boas-vindas a irmãos de todo o Brasil. "Encontrei gente até do Maranhão. Outra língua, outro fuso horário e outro presidente", brinca, sobre o estado nordestino lulista.
"Bolsonaristas me dizem: ‘Pastor, você está chato’", admite, sobre posts pró-Bolsonaro no Instagram para os 2,3 milhões de seguidores. "Dia 30, voltamos à programação normal. Estamos sendo chamados para a guerra."
E dá o próprio exemplo de vitória sobre um câncer de boca, do qual se declara curado após cirurgia nos EUA. Usa o arquétipo de Davi, escolhido de Deus para vencer o gigante Golias e reinar em Israel. "Davi era quase gay na aparência, não era um brucutu. Um lutador de MMA saiu de dentro daquele Menudo", compara.
"Em 30 de outubro, estamos sendo chamados para a guerra". Lucinho Barreto-Pastor da Igreja Batista Lagoinha
"Já disseram que eu, André Valadão e Nikolas Ferreira temos um caso", relata, ao citar, respectivamente, o polêmico cantor e o deputado federal eleito pelo PL-MG com maior votação no país, todos da mesma Lagoinha. "Deixem falar, tenho um país pelo qual lutar."
Lucinho passa para análise do quadro eleitoral. "Lula ganhou o primeiro turno, mas vamos ver Jair Messias ganhar. Havia um clima de já ganhou e a igreja levou um susto." Encerra com prece: "Senhor, olha para quem está triste pelo momento político e com forças exauridas. Transforma eles em teus valentes".
A programação matutina traz ainda o nome internacional desta edição, a americana Chantell Cooley, cofundadora da Columbia Southern University. "O Brasil vai ocupar o trono", afirma. Ela pede que a plateia repita diversas vezes a profecia. "Os demônios que estão sobre essa nação não vão vencer."
Antes do almoço, o painel "Cosmovisão Bíblica e Escatologia", mediado por JB Carvalho, reúne Jean Regina, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Religião, e o apóstolo Henrique Schmitt.
"O plano de governo de Bolsonaro para 2023 a 2026 deixa claro o respeito às liberdades religiosa e individuais. O do Lula, ninguém sabe. Na retórica, ele deixa claríssimo que vai ter a liberdade que quiser dar", compara Regina. "Em governo progressista teremos decréscimo nas liberdades."
Carvalho indaga como ter visão positiva em cenário tão conturbado. "Você não pode andar pelas notícias, pelos jornais", responde o apóstolo. "A igreja tem que olhar pelo que ela crê, não pelo que vê."
Uma das crenças é o perigo do comunismo. O bispo introduz a questão falando dos três estágios da implantação do regime: a infiltração na educação e na mídia, a ocupação e a consumação. "Parece que interrompemos esse processo com o impeachment de Dilma Rousseff, que, com seu Plano Nacional de Direitos Humanos, ia implementar tudo isso", diz o mediador.
"Quando Lula tomou o poder, começou o processo de reconstrução de um modelo de Estado", diz Regina.
A discussão acaba em tom apocalíptico. "Minha esperança é Jesus voltar até o dia 30", diz o apóstolo. "É o início de uma nova era."
A programação noturna tem Ronny Oliveira, apresentado como um dos grandes profetas da atualidade. "Nessa conferência profética, palavras se tornam decretos, abençoando a nação inteira", diz o pastor da Assembleia de Deus Nueva Allianza, na Argentina.
"Brasil, não viva o que dizem a mídia e a estatística, mas o que Deus diz", declara. Pede para que repitam: "O gigante acordou". Avivamento que irá revolucionar outras nações, avalia.
DIA 3 (14/10)
A programação começa com cantoras gospel de rosa no palco, cor também escolhida pela primeira pregadora. Ezenete Rodrigues, líder de intercessão da Igreja Batista da Lagoinha, declara que é chegado o tempo dos improváveis.
Pede que Deus derrame sobre ela o seu espírito e profere palavras incompreensíveis. Volta à língua pátria para ensinar a se posicionar diante das ameaças. "Vamos sair daqui com estratégias do céu", diante do bombardeio no WhatsApp, na TV, no Uber. "Só se fala de direita e esquerda."
A profetiza estimula os fiéis a serem fortes e corajosos para preservar a liberdade religiosa e os valores cristãos. A guerra já foi vencida, acredita. "Pode vir a notícia que vier. Quando vejo o outro lado trabalhando, eu cancelo e digo: estou te destruindo na autoridade do Senhor", relata a profetiza que tem 607 mil seguidores no Instagram.
Ela exorta todos a sair do muro nestas eleições para vencer o "império das trevas". "Não é sobre um homem nem sobre um partido. Quem vai governar é a igreja." E passa a bola para a sua mãe espiritual, a apóstola Valnice Milhomens.
A televangelista chega de saia longa azul e blusa verde-amarela com inscrição "Ore pelo Brasil". Apoiadora em 2010 de Marina Silva, também evangélica, ela agora capitaneia jornada de jejum e oração pela reeleição de Bolsonaro.
"Não é sobre um homem nem sobre um partido. Quem vai governar é a igreja". Ezenete Rodrigues-Profetiza
"Cada um vai responder diante de Deus pelo seu voto. É a favor do aborto? Não. Ideologia de gênero? Não. Legalização da maconha? Não."
Valnice mostra como usar a armadura de Deus para ter a vitória pela fé na tal guerra espiritual. "O que vemos e ouvimos é distorcido pela atmosfera ao redor." A igreja está dividida, admite. "Como pastores estão votando no Lula?"
Na quarta (19), o petista divulgou carta aos evangélicos qualificando de "triste escândalo" o uso da fé para fins eleitorais. Lideranças progressistas, como pastor Ed René Kivitz, posicionam-se contra o fundamentalismo. "O bolsonarismo é ameaça ao Estado democrático de Direito."
A apóstola prefere não se informar. "Não leio, não ouço, não clico nos links, não quero saber o que o Diabo está falando, não quero saber de acusações. Só quero saber o que o trono está falando." Aplausos.
Valnice enfatiza que toda semana pastores vão ao gabinete presidencial orar e dizer que quem senta naquela cadeira é Jesus Cristo. "Ele é o governante desta nação." A justificativa para a reeleição de Bolsonaro é "não queremos que Jesus saia do Planalto".
"Não leio, não clico nos links, não quero saber o que o Diabo está falando. Só quero saber o que o trono está falando". Valnice Milhomens-Apóstola
Ao concluir, ela reafirma: "Não olhemos para a mídia nem para pesquisas. Levantemos o escudo da fé contra os dardos da dúvida e do medo lançados contra nós."
É hora do intervalo. No hall, camisetas com o lema "Ore pelo Brasil" são vendidas a R$ 49,90. Filas se formam por autógrafos de JB Carvalho, tietado pela comitiva maranhense.
Depois do almoço, o bispo apresenta uma das atrações mais esperadas, Claudio Duarte, pastor com quase 8 milhões de seguidores no Instagram. De camiseta estilizada com a bandeira e a inscrição "oro por ti Brasil", o showman mescla mensagem religiosa e tiradas de humor. Também entra no tom profético-eleitoral e pergunta a si mesmo, que declarou votar 22: "Pastor, e se nós não ganharmos a eleição?".
A possibilidade de derrota não o amedronta, em cenário em que Lula está à frente por margem pequena. "Não tenho medo disso não. Em Gênesis, Isaque prospera em ambiente desfavorável." É aplaudido. "Deus está nos chamando para uma nova estação. Vem aí o melhor tempo do Brasil."
Argumenta que os fracos ficaram para trás, como provou a pandemia. "Quem não fosse forte ou adaptável morria. Casamentos fracos enfrentaram o divórcio. Empresas fracas fecharam. Fiel fraco foi embora da igreja. Tem que ser forte, meu filho! Força e coragem é o que precisamos no dia 30!"
DIA 4 (15/10)
Ivan Júlio, conhecido como pastor Insano, abre os trabalhos com um ato profético no qual ata a Bíblia ao coração com fita adesiva. Exemplar que emprestou para a primeira-dama fazer uma leitura bíblica quando ela foi ungida naquele mesmo palco. "Foi um momento profético entregar a Bíblia para a mãe da nação."
Insano passa o microfone para a estrela da manhã, Marcos Borges, o Coty, líder no Paraná da Jocum (Jovens com uma Missão). O pastor fala de maturidade ou do déficit que acomete esta geração, vítima do que chama de "síndrome de retardamento moral e emocional". "Quer crescer? Abrace a sua responsabilidade."
Gancho para bater no vitimismo, "obrigação no progressismo". "Não transfira suas responsabilidades para outros. Isso é mentalidade marxista: transferir a responsabilidade do povo para o governo."
Entre os ingredientes de uma vida madura, Coty cita a convivência sadia com as diferenças. "Ser inclusivo, mas sem pecar contra a natureza. Hoje, infelizmente, o povo está unindo o que Deus separou e separando o que Deus uniu."
Temos que acordar para isso, enfatiza. "Só de você ser homem, branco e hétero, você se tornou tóxico. Não dá, né?"
Ele deixa o palco, enquanto a banda entoa canção que lembra: "É dia do renascimento". O hino emociona a dona de casa mineira que marca o assento com a bandeira, feliz de participar da conferência. Pagou R$ 347 de inscrição, mais bilhete de avião e hotel.
"Decidi vir quando vi um post da primeira-dama no Instagram", diz ela, um dos 4,4 milhões de seguidores da esposa do presidente.
"Michelle tem o cheirinho de Jesus. É uma mulher de Deus." Bolsonaro vai levar o voto dela, apesar de "ainda precisar se converter de verdade". A fã lamenta a ausência de Michelle, mas sabe que é preciso ganhar votos Brasil afora. "Aqui tá dominado."
É meio da tarde quando Chantell Cooley volta ao palco. Conta que em conversas com Bill Hamon, o pai do movimento profético moderno, ela o teria convencido de que o Brasil é o país escolhido para liderar a "terceira reforma", nova restauração da igreja para cumprir os propósitos de Deus no fim dos tempos.
"O bispo imaginava que seria uma nação de língua hispânica, mas é o Brasil que está se alinhando às palavras proféticas dele." Informação que se casa com a nova preleção de Coty. "Deus está chamando a igreja brasileira para ser protagonista não só de um avivamento, mas de uma reforma", afirma também o brasileiro.
Para a profecia se completar, é necessária uma revolução nos costumes, prega Coty. "O maior prejuízo da esquerda no Brasil não é corrupção. É a degradação moral." Relata lamúria de pais com filhos universitários. "Pastor, desde que ele entrou na universidade não o reconheço. Não me respeita. É imoral."
"O maior prejuízo da esquerda no Brasil não é corrupção. É a degradação moral". Marcos Borges (Coty) Pastor e líder do Jovens com uma Missão
Para Coty, só agora a igreja acordou para esse aliciamento cultural. "Vamos mudar os valores dessa nação." Na oração final, ele pede que o Senhor impeça toda corrupção, mentira e fraude na eleição.
É hora dos dízimos e ofertas, momento comandado pela bispa Dirce Carvalho. Luzes verdes e amarelas são projetadas no palco. A bispa fala de sacrifício como moeda espiritual. "É trazer para tirar você do caos", afirma, enquanto dados do Pix aparecem na tela e maquininhas de cartão passam entre as fileiras.
O último palestrante é Tiago Brunet, autor do best-seller "Especialista em Pessoas". "Que Deus prepare seu coração para o que vai viver nos próximos dias. Prepare-se como pessoa e como igreja."
O coach fala de foco. "Pai, tira toda a distração. Não nos desviemos nem à direita nem à esquerda. Vamos continuar rumo ao alvo que é Cristo."
Carvalho chama vídeo com melhores momentos. "Estamos vendo emergir o princípio de uma nova era. Enquanto as trevas tentam cobrir a terra, nossa luz brilha ainda mais. Prepare-se para o renascimento", diz a mensagem de despedida.
"Pai, o Brasil vive uma encruzilhada, livra-nos do mal", ora o bispo. "Até a próxima."
PROFETAS DE UM NOVO BRASIL COM CRISTO
Chantell Cooley
Cofundadora da Columbia Southern University e vice-presidente do Columbia Southern Education Group; após 30 anos de experiência no mundo corporativo, virou conferencista à frente do ministério Chantell Cooley; é autora de "Firme na Palavra". 22 mil seguidores no Facebook
Claudio Duarte
Pastor e conferencista, é conhecido como apresentador de stand-up pelo jeito bem-humorado de pregar sobre temas religiosos, sexo e matrimônio. É autor de mais de 30 livros e foi condecorado com a Ordem de Rio Branco em 2021. 7,9 milhões de seguidores no Instagram
Coty (Marcos Borges)
Conferencista internacional, é líder no Paraná da Jocum (Jovens com uma Missão), organização cristã ligada à senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF). É autor de "A Face Oculta do Amor". 104 mil seguidores no Instagram
Dirce Carvalho
É bispa na Comunidade das Nações em Brasília e idealizadora do Modeladas, proposta voltada para o público feminino que reúne mais de 15 mil mulheres. Conhecida como "Mama", é esposa de J.B Carvalho. 66 mil seguidores no Instagram
Ezenete Rodrigues
Profetiza e pastora à frente do Ministério Restaurando Vidas na Estância Paraíso, é líder da Igreja Batista da Lagoinha (MG). Escreveu a autobiografia "Uma Vida de Milagres"
607 mil seguidores no Instagram
JB Carvalho
Bispo presidente da Comunidade das Nações no Brasil e nos Estados Unidos, com sede em Brasília e 16 unidades no país e 5 no exterior; é teólogo e autor de 13 livros, entre eles "A Jornada - De Meninos a Homens". 267 mil seguidores no Instagram
Lucinho Barreto
É pastor da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG); tem cerca de 40 livros publicados, entre eles a série "Loucos por Jesus", com testemunhos de cristãos perseguidos em nome de Cristo. 2,3 milhões de seguidores no Instagram
Tiago Brunet
Fundador do Instituto Destiny, o escritor e coach promove palestras e imersões sobre carreira e aprimoramento pessoal, unindo conceitos teológicos e neurociência. É autor de best-sellers como "Especialista em Pessoas". 5,1 milhões de seguidores no Instagram
Valnice Milhomens
Televangelista e apóstola presidente da Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo (Insejec), preside o Ministério Palavra da Fé. Nas eleições de 2010, apoiou Marina Silva; em 2022, faz jejum e oração pela reeleição de Bolsonaro. 334 mil seguidores no Instagram
Victor Hugo
Profeta chileno e casado com brasileira, é pastor presidente do Ministério Internacional Vitória do Espírito Santo. Em 2019, foi diagnosticado com um câncer no estômago e se diz curado pela fé. 126 mil seguidores no Instagram. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Quarta-feira, 19 de outubro-2020. 29ª Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12, 39-48)
39Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa. 40Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem. 41Disse-lhe Pedro: Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos? 42O Senhor replicou: Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo? 43Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier! 44Em verdade vos digo: confiar-lhe-á todos os seus bens. 45Mas, se o tal administrador imaginar consigo: Meu senhor tardará a vir, e começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, 46o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e na hora em que ele não pensar, e o despedirá e o mandará ao destino dos infiéis. 47O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. 48Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir.
3) Reflexão Lucas 12,39-48
O evangelho de hoje traz novamente uma exortação à vigilância com outras duas parábolas. Ontem, a parábola era de patrão e empregado (Lc 12,36-38). Hoje, a primeira parábola é do dono de casa e do ladrão (Lc 12,39-40) e a outra fala do proprietário e do administrador (Lc 12,41-47).
Lucas 12,39-40: A parábola do dono da casa e do ladrão
“Fiquem certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe arrombasse a casa. Vocês também estejam preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem”. Assim como o dono da casa não sabe a que hora chega o ladrão, assim ninguém sabe a hora da chegada do Filho do Homem. Jesus deixa bem claro: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!" (Mc 13,32). Hoje, muita gente vive preocupada com o fim do mundo. Nas ruas das cidades, se vê escrito nas paredes: Jesus voltará! Teve até gente que, angustiada com a proximidade do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Mas o tempo passa e o fim não chega! Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a freqüentar uma determinada igreja! De tanto esperar e especular em torno da vinda de Jesus, muita gente já nem percebe mais a presença dele no meio de nós, nas coisas mais comuns da vida, nos fatos do dia-a-dia. Pois o que importa mesmo não é saber a hora do fim deste mundo, mas sim ter um olhar capaz de perceber a vinda de Jesus já presente no meio de nós na pessoa do pobre (cf Mt 25,40) e em tantos outros modos e acontecimentos da vida de cada dia.
Lucas 12,41: A pergunta de Pedro
“Então Pedro disse a Jesus: "Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?" Não se vê bem o porquê desta pergunta de Pedro. Ela evoca um outro episódio, no qual Jesus respondeu a uma pergunta semelhante dizendo: “A vocês é dado conhecer o mistério do Reino de Deus, mas aos outros tudo é dado a conhecer em parábolas” (Mt 13,10-11; Lc 8,9-10).
Lucas 12,42-48ª: A parábola do proprietário e do administrador
Na resposta à pergunta de Pedro Jesus formula uma outra pergunta em forma de parábola: "Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a todos na hora certa?” Logo em seguida, o Jesus mesmo, na própria parábola, já dá a resposta: bom administrador é aquele que cumpre sua missão de servidor, nunca usa os bens recebidos em proveito próprio, e está sempre vigilante e atento. Talvez seja uma resposta indireta à pergunta de Pedro, como se dissesse: “Pedro, a parábola é realmente para você! É para você saber administrar bem a missão que Deus lhe deu como coordenador das comunidades. Neste sentido, a resposta vale também para cada um de nós. E aí toma muito sentido a advertência final: “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”.
A chegada do Filho do Homem e o fim deste mundo
A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. Muita gente das comunidades dizia que o fim deste mundo estava perto e que Jesus voltaria logo. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1 Tes 4,13-18; 2 Tes 2,2). Por isso, havia até pessoas que já não trabalhavam, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas. Trabalhar para que, se Jesus ia voltar logo? (cf 2Ts 3,11). Paulo responde que não era tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisava: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” Outros ficavam só olhando o céu, aguardando o retorno de Jesus sobre as nuvens (cf At 1,11). Outros reclamavam da demora (2Pd 3,4-9). Em geral, os cristãos viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para encerrar a história injusta deste mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso no céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca! (2 Pd 3,4). Até hoje, a vinda final de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? É que já não percebemos que Jesus já voltou, já está no nosso meio: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. A plenitude ainda não chegou, mas uma amostra ou garantia do Reino já está no meio de nós. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25). E enquanto esperamos e lutamos, dizemos acertadamente: “Ele já está no meio de nós!” (Mt 25,40).
4) Para um confronto pessoal
1) A resposta de Jesus a Pedro serve também para nós, para mim. Será que sou um bom administrador, uma boa administradora da missão que recebi?
2) Como faço para estar vigilante sempre?
5) Oração final
Do nascer ao pôr-do-sol seja louvado o nome do Senhor. O Senhor é excelso sobre todos os povos, mais alta que os céus é sua glória. (Sl 112, 3-4)
Diocese de Bonfim- Bahia: NOTA DE ESCLARECIMENTO
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Durante os últimos dias surgiram algumas reações às homilias de Dom Hernaldo Pinto Farias, sss, Bispo Diocesano de Bonfim, sugerindo que o mesmo se utilizou das celebrações para promover candidatos durante as eleições de 2022.
É de suma importância realizarmos alguns esclarecimentos para os diocesanos, que têm recebido informações distorcidas e ofensivas sobre a Igreja, o Bispo e a realidade dos fatos.
1- Nos dias 8 e 9 de outubro, Dom Hernaldo presidiu a Eucaristia em que jovens da Paróquia de Santo Antônio, em Campo Formoso, receberam o sacramento da Confirmação. Durante a homilia, em consonância com a liturgia própria daquela celebração, o Bispo trouxe alguns pontos de reflexão, dentre os quais o dom do discernimento: o Espírito Santo leva os homens e mulheres da sociedade a discernirem sobre a realidade na qual vivem e a olharem os acontecimentos sob as luzes do mesmo Espírito. Ao trazer temas caros ao Evangelho, não houve declaração ou indução a votos em candidatos específicos. No contexto da homilia, Dom Hernaldo aprofundou temas primariamente evangélicos e não políticos.
2- No dia 12 de outubro, durante a Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, o Bispo, mais uma vez, desempenhou o múnus episcopal de ensinar, ao convidar os fiéis a aprofundarem no mistério da celebração da Padroeira do Brasil, no cenário em que mais do que nunca necessitamos da proteção da Virgem Maria sobre os mais pobres da sociedade e, em particular, da Diocese de Bonfim. Mais uma vez, sem declarar apoio ou induzir ao voto em candidatos específicos, Dom Hernaldo reafirmou o dever de cada fiel conhecer as propostas que discordam do anúncio de Jesus e a votar de acordo com a consciência de cristãos, que nunca deve ir em desencontro ao pregado por Jesus.
Ressaltamos que o conteúdo das homilias está em sintonia com a Doutrina Social da Igreja, com a “Mensagem da CNBB ao povo brasileiro sobre o momento atual”, publicada durante sua 59ª Assembleia Geral e, principalmente, com o Evangelho de Jesus Cristo, que pelo Apóstolo dos gentios, exorta a Timóteo e a todos os que têm a missão de pastorear o rebanho de Cristo: “Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade; tu sabes de quem o aprendeste. Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras: elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra” (2 Timóteo 3,14-17).
Repudiamos o desrespeito e a lógica do ódio com que alguns irmãos e irmãs têm se direcionado ao Bispo Diocesano; lamentamos que a missão profética da Igreja seja incompreendida ainda nos tempos atuais e agradecemos as inúmeras manifestações de apoio vindas dos mais diversos setores da sociedade e da Igreja. O momento atual deve ser marcado por união, empatia e racionalidade, afastando-se da tendência passional de colocar as ideologias acima do respeito e acima da fraternidade cristã que nos une.
Senhor do Bonfim, 18 de outubro de 2022.
Assessoria de Comunicação Diocese de Bonfim
Fonte: http://diocesedebonfim.org
CNBB LAMENTA INTENSIFICAÇÃO DA EXPLORAÇÃO DA FÉ E DA RELIGIÃO PARA ANGARIAR VOTOS NO SEGUNDO TURNO
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A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota, nesta terça-feira, 11 de outubro, na qual lamenta “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno” das eleições deste ano. Os bispos recordam que a manipulação religiosa desvirtua valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no país.
Leia o pronunciamento na íntegra:
NOTA DA PRESIDÊNCIA
“Existe um tempo para cada coisa” (Ecl. 3,1)
Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.
A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.
Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-presidente da CNBB
Dom Mário Antonio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB.
Fonte: https://www.cnbb.org.br
28º DOMINGO DO TEMPO COMUM
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Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Textos inspiradores: “Mestre tem compaixão de nós” (Lc 17,13). Tomando a palavra, Jesus lhe disse: “Os dez não ficaram purificados? Onde estão os outros nove? Não houve, acaso, quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?” Em seguida, disse-lhe: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou” (Lc 17,17-19).
1º Ontem, como hoje, uns fogem de Jesus, outros dele se aproximam, mas há, os que se mantem à distância, enquanto, outros são proibidos, de se achegarem: Verbi gratia, chineses, russos ou norte-coreanos etc… Outrora, eram os fariseus e doutores da lei, que hostilizavam a Jesus, pois se consideravam donos da verdade e do sistema religioso, enquanto pobres, doentes, leprosos, mulheres, se aproximavam. Ele sabia acolhe-los, amorosamente. Não se envergonhava deles.
2º No evangelho de hoje, dez leprosos vão ao encontro de Jesus, parando à certa distância, por que eram tidos, como impuros. Eram, de fato, leprosos, mas não mudos. Gritam. Interpelam a Jesus dizendo: “Mestre tem compaixão de nós” (Lc 17,13). Ele, antes de curá-los, enviou-os aos sacerdotes, como mandava a lei de Moisés. Em indo, foram curados, pela fé que nutriam. Todos. Também, nós cristãos, não somos, sem lei: esta, no entanto, é para nós, Jesus Cristo, o Mestre que sabe amar, servir e salvar.
3º Nós todos, já fomos, quem mais, quem menos curados, disso ou daquilo. Infelizmente continuamos, espiritualmente doentes, e nem sempre procuramos os sacramentos da Igreja, de modo particular os da cura. Há, às vezes, até os que tem vergonha de pedir socorro, continuam, então doentes, sofrendo da lepra do pecado. Esta, pode matar.
4º “Levanta-te e vai, tua fé te salvou” (Lc 17,19), disse Jesus. Contudo, antes disso, se magoou, pois, eram dez os curados, dizendo, “onde estão os outros nove?” (Lc 17,17) Para o maior desaponto de Jesus, o que regressara, era um samaritano e não membro do povo de Israel, como percebemos. Jesus, não ficou insensível, diante da falta de gratidão. Esta dói: ontem, hoje e sempre. O cristão deve ser grato: “sede sempre gratos a Deus” (Cl 1,15). Jesus, continua a nos perguntar, onde estão os outros nove, hoje, os milhões de agraciados? Ainda não voltaram, talvez, nem voltem para agradecer.
5º Lembro, em tempo: outubro é o mês da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida e das crianças. Não as esqueçamos, nem as deixemos de lado. Não há ainda outros, a serem lembrados? Quem? De modo especial, médicos e professores. Não os recordamos, aqui, porém, também, não os esquecemos. Parabéns. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Filha de fundador é afastada e escancara brigas na igreja Deus É Amor
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Crise na cúpula da denominação tem troca de farpas entre familiares que inclui vazamento de áudios
SÃO PAULO
Uma das igrejas pentecostais mais tradicionais do Brasil, a Deus É Amor foi arrastada para o noticiário evangélico com o afastamento de Leia Miranda, filha do fundador, David Miranda (1936-2015). A denominação publicou em setembro uma decisão que a retira de "suas funções administrativas e ministeriais até que se apurem as graves acusações envolvendo sua conduta e comportamento".
O comunicado não especifica do que se trata. Nesta semana, Leia anunciou que a igreja decidiu desligá-la por cinco anos. O veredicto foi por insubordinação, diz sua advogada, Juliana Grigorio de Souza Ribeiro. A instituição evangélica entendeu que a evangelista teria incitado uma rebelião ao fazer comentários públicos sobre o caso, expressando neles sua revolta com o "afastamento sumário", sem direito à defesa.
Ela chegou a ser retirada por policiais militares do púlpito de onde pregava mensagens conservadoras.
O racha na cúpula da igreja tem como pano de fundo um escândalo sexual.
Circula uma troca de áudios supostamente entre a missionária e um homem casado. A igreja é conhecida pela rigidez moral —sua doutrina desaconselha, por exemplo, que fiéis frequentem a praia, tida como antro de perversão, e que as mulheres usem maquiagem, salto alto e calça.
Na conversa, uma voz atribuída a Leia faz referência a uma relação sexual com um fiel da Deus É Amor. A pessoa no áudio elogia o órgão genital do rapaz e diz que adorou o encontro. Ele corresponde. O áudio vazou e foi inserido num vídeo que mostra fotos de Leia, que é divorciada, ao lado de um rapaz.
A filha de David Miranda "nega veementemente" que tenha participado desse diálogo, segundo sua advogada. "Ela já chorou muitas vezes, fala que não entende como pode estar sendo alvo disso."
A Folha não conseguiu falar com a igreja.
O caso detonou uma briga familiar, porque é a mãe de Leia, Ereni Miranda, quem preside a diretoria que resolveu removê-la temporariamente de postos internos, como o de coordenadora da Fundação Reviver. Numa live, a filha se diz "profundamente injustiçada por todo esse imbróglio, esse assunto nefasto", e pede perdão se porventura chorar, já chorando.
"Estou realmente profundamente machucada. Não por causa dos ataques que me fazem nas redes sociais, não, não. Nada disso me atinge. Dizer que sou isso ou aquilo outro mais", afirma. "O que tem me atingido mesmo, de verdade, me ferido profundamente, são as atitudes da minha mãe."
David Miranda Neto, sobrinho da missionária, voltou-se contra ela e definiu como "pecado gravíssimo" não só o adultério que sua tia teria cometido, mas o comportamento dela diante do caso. Leia reagiu e disse que ele "pinta e borda aqui dentro, gente". Os dois polarizam dentro da igreja: ele, mais flexível diante da austeridade moral que remonta aos tempos do avô, ela a favor da manutenção do conservadorismo.
A evangelista na berlinda é um dos quatro filhos do homem que inaugurou, em 1962, aquela que viria a ser uma das igrejas mais simbólicas do pentecostalismo nacional, sediada num templo colossal na Baixada do Glicério (região central de São Paulo).
Seu irmão David Miranda Filho já tinha se envolvido em polêmica própria, com o vazamento de áudios de teor sexual que teria enviado a uma jovem. Ele acabou saindo da denominação e fundando outra, a Igreja Pentecostal Santificação no Senhor.
A advogada de Leia diz que sua cliente está processando por difamação plataformas que mantêm no ar o vídeo com o áudio vinculado a ela. Quer que eles sejam removidos.
A missionária também contratou uma empresa para analisar o material que diz não corresponder à sua voz. CEO da OAS Perícias Forenses, Wesley Eduardo diz à reportagem que uma perícia preliminar mostrou que o começo do áudio foi suprimido, e que "há edições de censura, as palavras mais pornográficas, vamos colocar assim, foram retiradas". Elas foram substituídas pelo barulho de um apito.
Quanto à voz pertencer ou não à Leia, o relatório inicial voltou como inconclusivo. Eduardo explica que a base de comparação, vídeos dela pregando, não foi suficiente. Ele voltou para uma "coleta oficial", com um aparelho apropriado para captar os sons da evangelista. O resultado deve sair semana que vem.
Enquanto as rixas familiares crescem e se multiplicam na Deus É Amor, fiéis lamentam nas redes sociais. "Vocês deveriam ter vergonha na cara em escandalizar um ministério pelo qual [David Miranda pai] lutou durante anos", comentou uma seguidora do Instagram da igreja, num vídeo em que Leia canta. Fonte: https://www.folha.uol.com.br
Arquidiocese diz que não convidou Bolsonaro para Círio de Nazaré e afirma não permitir uso político
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Candidato à reeleição vai participar de romaria fluvial, embarcado em navio da Marinha, segundo unidade da Igreja Católica
MANAUS
A arquidiocese de Belém afirmou em nota divulgada na noite desta sexta-feira (7) que não convidou o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, para participar do Círio de Nazaré, uma das maiores celebrações religiosas e populares do país.
A unidade da Igreja Católica, responsável pela organização da festa, disse ainda que o acesso do candidato à embarcação da Marinha é uma responsabilidade da própria Força e que não está permitida a utilização política ou partidária do evento religioso.
Bolsonaro decidiu usar o Círio de Nazaré no Pará para fazer campanha na tentativa de reeleição.
A campanha de Bolsonaro confirmou a presença dele no chamado Círio fluvial, quando uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré é colocada numa embarcação da Marinha e levada de um distrito de Belém até o centro da cidade, seguida de jet skis e embarcações com capacidade para até 700 pessoas.
O presidente chegou à Base Aérea de Belém no começo da noite desta sexta-feira (7).
"Tomamos conhecimento da presença do senhor presidente da República, Jair Bolsonaro, na Corveta da Marinha Garnier Sampaio durante a romaria fluvial", cita a nota divulgada depois das 22h desta sexta.
"Comunicamos não ter havido nenhum convite da parte da arquidiocese de Belém, nem da diretoria da festa de Nazaré, a qualquer autoridade seja em nível municipal, estadual ou federal. Entretanto reconhecemos ser responsabilidade da Marinha do Brasil o acesso à referida embarcação", diz a nota, assinada pelo arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa.
"Cabe ao arcebispo de Belém a condução da imagem peregrina em todas as etapas de embarque e desembarque do Garnier Sampaio", afirma. "Temos o dever de observar a plena liberdade de qualquer cidadão ou cidadã de participar dos eventos do Círio de Nazaré. Todavia, não desejamos e nem permitimos qualquer utilização de caráter político ou partidário das atividades do Círio."
A romaria fluvial, a ser realizada neste sábado (8), não é vista como uma das principais do Círio de Nazaré.
Conforme o que consta na agenda divulgada pela campanha de Bolsonaro, a participação do presidente se limitaria a essa romaria.
Segundo integrantes da arquidiocese de Belém, uma das responsáveis pela festa, a Presidência da República fez contatos na quinta (6) para repassar orientações sobre a presença de Bolsonaro no Círio. Ele deve ficar no navio da Marinha para recepcionar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
A confirmação da presença do candidato na festa causou desconforto entre integrantes da arquidiocese. A diretoria da festa vinha mantendo o silêncio a respeito.
O gesto do candidato é considerado raro na arquidiocese. O ex-presidente Lula (PT), que disputa o segundo turno das eleições com Bolsonaro, disse que não vai comparecer para evitar uso político de um evento religioso. O governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), aliado de Lula, vem criticando o uso político do Círio por Bolsonaro.
Os festejos do Círio de Nazaré começaram na terça (4). Nesta sexta, houve uma romaria rodoviária, um trecho de 57 quilômetros que envolve Belém, Ananindeua e Marituba.
No sábado, logo cedo, a imagem é levada até o distrito de Icoaraci. O navio da Marinha, onde Bolsonaro deve estar, sai do Porto Naval e vai até o distrito para buscar a imagem.
A procissão fluvial, então, é realizada, um percurso de 26 km de navegação. Cerca de 500 embarcações devem acompanhar a romaria.
À tarde, no sábado, ocorre a romaria que é considerada a segunda mais importante do Círio, entre a basílica e a catedral. Esta romaria é feita com a imagem original —as anteriores usam o que os católicos chamam de imagem peregrina.
Nesta romaria já existem as cordas, que puxam o carro com a imagem e que são procuradas por multidões de fiéis. Para esta romaria, segundo a arquidiocese, é esperado 1,5 milhão de pessoas, num percurso de 3,7 km.
A principal romaria ocorre no domingo (9), quando são esperados 2 milhões de pessoas. Os eventos do Círio prosseguem pelos dois fins de semana seguintes, conforme a arquidiocese de Belém.
O Círio é realizado há mais de 200 anos na capital do Pará, e é considerado uma das maiores manifestações católicas do mundo. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
OPORTUNISMO ELEITOREIRO
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Dom Antonio de Assis Ribeiro
Bispo de Belém (PA)
Neste tempo de campanha eleitoral, como todos os anos, fomos tocados pelo festival das eleições: discursos inflamados, propostas mirabolantes, confusão de competências; vimos candidatos se passando por amiguinhos do povo nas periferias cumprimentando, abraçando, ouvindo e comendo com os pobres; muitos ilustres desconhecidos e sujeitos sem história de luta social!
A calmaria vai voltar, os clamores continuarão e milhares de abanadores de bandeiras permanecerão desempregados. Continuaremos com a carência de pessoas generosas, críticas e comprometidas com a promoção de um mundo melhor no dia a dia. O oportunismo eleitoreiro deve ser objeto da nossa reflexão e nos levar com criticidade a aprofundar qual perfil de servidores na categoria de políticos queremos para o Brasil. O que está por detrás de tantos interesses em se eleger? Por que tanta agressividade? Por que sempre o concorrente não presta? Por que um sujeito, partido ou instituição, gastam tanto para eleger seu candidato? Qual será a estratégia do pagamento das dívidas? Será que todo esse esforço, para todos, é sinal de compromisso com o Bem Comum? São questões importantes! O Brasil precisa de políticas institucionais de longo alcance, permanentes, universais, interdependentes. Por isso, não pode ficar à deriva das políticas de governos e nem de aventureiros.
Certa vez, houve uma discussão entre os discípulos de Jesus e o objeto da questão
era sobre quem deles era o maior (cf. Lc 9,46-49). Isso significava o desejo de um fazer prevalecer sobre os outros seus próprios interesses, fantasias, pretensões, vontade… Essa disputa entre os discípulos acusava a busca de glória pessoal, sinal de tentação da vaidade. Dela vem sutis formas de violências sobre os outros! A vaidade nunca serve, só se serve! E assim é a vida do vaidoso em qualquer contexto.
Na intervenção de Jesus, os discípulos foram chamados a uma radical mudança de preocupação e mentalidade. Quem quer ser prestigiado, reconhecido como grande, deverá cultivar a atitude de gratuidade, simplicidade, serviço! Nisso ninguém deve se impor nem comprar ninguém! Também isso serve para a política. Quem quer ser notado deve aprender a servir gratuitamente, com generosidade, transparência, ser capaz de compromisso cotidiano com o exercício da filantropia, caridade, responsabilidade social. São Paulo nos adverte para não nos deixarmos levar pela mania de grandeza (cf. Rm 12,16). Jesus esclarece que o sadio desejo de grandeza deve ser consequência do testemunho da fé, da gratuidade, do amor (cf. Mt 5,12).
Quem busca glória e status, buscará atrair sobre si benefícios, aplausos, riquezas e muitas formas de compensação. Por isso, seu serviço será seletivo e voltado para seus interesses e aqueles da sua categoria, porque lhe falta a compreensão das exigências do Bem Comum, da justiça social e do desenvolvimento humano integral.
Quem compreendeu a identidade da autêntica política, se faz servidor público com espírito ético e senso de cidadania; esse poderá fazer um grande bem à sociedade, pois se a “cidade celeste” é servida pelos anjos, por sua vez, a “cidade terrena”, é cuidada por autênticos cidadãos apaixonados pela dignidade de todos. Que todos os que forem eleitos continuem nas ruas e amigos do povo! Fonte: https://www.cnbb.org.br
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