Igreja interdita padre comunista candidato em MG e ameaça expulsá-lo.
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O Arcebispo da Diocese de Leopoldina, na Zona da Mata de Minas Gerais, Dom José Eudes, suspendeu a atividade do sacerdócio do padre Eduardo Abreu na segunda-feira.
O religioso se filiou ao PCdoB, desobedeceu ordens superiores e se candidatou a vereador na pequena Visconde do Rio Brando (MG).
A cúpula da CNBB em Brasília acompanha atenta a desenrolar da situação 'profana' – e, claro, a desenvoltura do sacerdote nas urnas.
No ofício da Cúria – Leia aqui o documento oficial e veja parte abaixo – o arcebispo cobra obediência aos parâmetros da Igreja Católica, e que a suspensão da atividade do sacerdócio vale em 'toda a face da terra', sob risco de expulsão do Estado Clerical se insistir na desobediência.
A Igreja há décadas autoriza padres licenciados a se candidatarem. Muitos deles foram ou ainda são prefeitos, vereadores. Há ainda dois padres deputados federais, o padre João (PT-MG) , e o padre Luiz Couto (PT-PB). No mandato passado ainda havia o Padre Zé (PT), do Ceará.
O problema desta vez e a cizânea na cúria foi o fato de o religioso ter se filiado ao PCdoB . Tradicionalmente os dois lados não batem.
Nomeações de bispos: questionário deve ser Nomeações de bispos: questionário deve ser reformado.
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O Conselho dos Cardeais debateu a possibilidade de alterar o questionário utilizado na sondagem sobre a adequação de candidatos ao episcopado. A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 14-09-2016. A tradução de Isaque Gomes Correa.
Um dos tópicos discutidos recentemente pelo C9, o conselho dos nove cardeais assessores do Papa Francisco para a reforma da Cúria e do comando da Igreja, tinha a ver com o processo de nomeação de bispos. O procedimento, que sempre segue um certo grau de discrição – a decisão final depende de quantas e quais pessoas são interrogadas –, não deverá aparentemente ser reformado. O que deverá ser alterado é o questionário utilizado.
Na realidade, existe um questionário empregado pelas nunciaturas para obter informação em que se pergunta a clérigos e leigos sobre a adequação de um determinado candidato. O C9 sugeriu redigi-lo, seguindo uma abordagem “mais pastoral”, que seja mais “biblicamente inspirado” e que possua uma “abordagem mais espiritual”. Isso o deixaria com um ar menos burocrático e jurídico.
Essas alterações, no entanto, não deverão ser entendidas com relação ao perfil dos candidatos ao episcopado. Já existem documentos produzidos pelo magistério recente que dão uma descrição abrangente das qualidades que um clérigo deve possuir a fim de liderar uma diocese. Em vez disso, as mudanças se referem, sobretudo, ao indivíduo que está sendo interrogado, seja ele membro do clero ou leigo. A pessoa precisará estar cada vez mais cônscia do fato de estar dando informações sigilosas à Santa Sé e que se deseja que ela entre no estado de espírito de alguém que está ajudando na escolha de um pastor.
O processo de nomear bispos já passou por numerosas reformas ao longo da história e foi influenciado por autoridades civis. Problemas ligados a “panelinhas” e grupos existiram e continuam existindo. Dependendo do período, ênfases diferentes são dadas, destacando os aspectos do perfil de um candidato que estão mais em sintonia com o pontificado em vigor.
Ao olhar para as nomeações episcopais feitas durante o pontificado de Francisco, parece haver uma preferência por candidatos que tenham experiência como párocos. A figura que surge como o candidato ideal nos discursos do papa é a de um bispo que está em meio ao seu rebanho, confirmando o seu povo na fé, mas caminhando com ele. São bispos peritos em humanidade, graças ao conhecimento deles das situações existenciais concretas que as pessoas vivem. Em sua alocução à assembleia da Conferência Episcopal Italiana em maio de 2015, o papa explicou que o que a Igreja precisava era não de “bispos-pilotos”, mas de “bispos pastores” que tenham condições de reforçar o papel “indispensável dos leigos dispostos a assumir as responsabilidades que lhe correspondem”.
A Igreja, disse Francisco já em fevereiro de 2014, “não precisa de apologistas para suas causas nem de cruzados paras suas batalhas”, bispos que não sejam escolhidos “pelas nossas pretensões, condicionadas por eventuais ‘escuderias’, camarilhas ou hegemonias”. São bispos que permanecem em suas dioceses e não ficam viajando, gastando o seu tempo em “reuniões e congressos”. Bispos que são selecionados pelo Vaticano porque foram “escolhidos pelo Espírito Santo”, pedidos pelo “santo povo de Deus”, testemunhos da ressurreição, proclamadores da salvação, capazes de agir não “para eles mesmos” mas para a “Igreja, para a grei, sobretudo para aqueles que segundo o mundo são descartáveis”.
Nessa ocasião, Francisco disse ainda que os bispos devem ser “pacientes” porque “sabem que o joio nunca será muito, capaz de invadir o campo (…) Dizem que o Cardeal Siri costumava repetir: ‘São cinco as virtudes de um Bispo: a primeira é a paciência, a segunda é a paciência, a terceira é a paciência, a quarta é a paciência e a última é a paciência com aqueles que nos convidam a ter paciência’”.
O questionário alterado deverá ser revisto pelas três congregações vaticanas diretamente envolvidas nas nomeações episcopais: a Congregação para os Bispos, a Congregação para as Igrejas Orientais e a Propaganda Fide [mais conhecida como a Sagrada Congregação para a Evangelização dos Povos]. Ligada a este tema está a questão dos núncios apostólicos, que também foi abordada na sessão do C9 que terminou nesta quarta-feira, 14 de setembro. O Jubileu deles deverá ser celebrado em Roma nos próximos dias e o Papa Francisco irá dirigir-se a eles com um discurso. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
CARMELITAS: A atitude dinâmica do “Vacare Deo”
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Na Regra Carmelitana a oração, antes de ser um precioso exercício, constitui-se numa postura dinâmica no sentido do “Vacare Deo”, com seu caráter de continuidade, conduzindo a uma dependência de Deus, buscado na própria vida, em cada situação e aspecto da realidade quotidiana.
Por isto, segundo a Regra, o carmelita deve concretizar a oração numa atitude vital, tornando-se sempre disponível ao encontro com o Senhor, deixando-se tomar e conduzir por Ele, saboreando sua presença, buscada e experimentada na realidade da vida, nas várias circunstâncias que formam o seu quotidiano.
O “Vacare Deo” produz, como consequência, o desenvolvimento mais profundo da dimensão contemplativa do ser humano, levando-o à total transformação de seu mundo relacional: sair dos próprios esquemas mentais para, em Deus, ver a realidade com os seus “olhos” e amá-la com o seu “coração”, em cada um dos momentos da vida que se tornam momentos de salvação, doados a cada um, “enquanto espera o retorno definitivo do Senhor” (Regra, n. 24).
“O mundo está cansado de mentirosos, de padres da moda, de arautos de cruzadas”
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Palavras do Papa Francisco a bispos recém-nomeados.
Por Iacopo Scaramuzzi
Aos novos bispos do curso anual de formação, o papa afirma que fazer pastoral da misericórdia não é fazer liquidação de pérolas. “Não poupem esforços para ir ao encontro do povo de Deus, estejam perto das famílias com fragilidade. Nos seminários, apontem para a qualidade, não para a quantidade. Desconfiem dos seminaristas que se refugiam na rigidez.”
“O mundo está cansado de encantadores mentirosos… e, eu me permito dizer, de padres ou bispos na moda. As pessoas ‘farejam’ e se afastam quando reconhecem os narcisistas, os manipuladores, os defensores das causas próprias, os arautos de cruzadas vãs.”
O Papa Francisco dirigiu um longo discurso aos bispos recém-nomeados, em Roma, para um curso de formação, tocando diversas questões do seu ministério, a partir da necessidade de tornar pastoral – “isto é, acessível, tangível, encontrável” – a misericórdia, que é o “resumo daquilo que Deus oferece ao mundo”.
Os bispos, disse Jorge Mario Bergoglio, devem ser capazes de encantar e de atrair os homens e as mulheres do nosso tempo a Deus, sem “lamentações”, sem “deixar nada de não tentado a fim de alcançá-los” ou “recuperá-los”, e graças aos percursos de iniciação (“Hoje, pedem-se frutos demais de árvores que não foram cultivadas o suficiente”).
Além disso, é necessário vigiar a formação dos futuros sacerdotes, apontando para a “qualidade do discipulado”, e não para a “quantidade” de seminaristas, e usando “cautela e responsabilidade” ao acolher sacerdotes na diocese. Francisco também convidou os novos bispos a estarem perto do seu clero, àqueles que Deus coloca “por acaso” no seu caminho e às famílias com as suas “fragilidades”.
“Perguntem a Deus, que é rico em misericórdia – disse o papa aos 154 novos bispos (16 dos territórios de missão) que participaram do curso anual de formação promovido conjuntamente pela Congregação para os Bispos e pela Congregação para as Igrejas Orientais – o segredo para tornar pastoral a Sua misericórdia nas suas dioceses. De fato, é preciso que a misericórdia forme e informe as estruturas pastorais das nossas Igrejas. Não se trata de rebaixar as exigências ou vender barato as nossas pérolas. Ou, melhor, a única condição que a pérola preciosa dá àqueles que a encontram é a de não poder reivindicar menos do que tudo. Não tenham medo de propor a Misericórdia como resumo daquilo que Deus oferece ao mundo, porque o coração do homem não pode aspirar a nada maior”, disse Francisco, que, sobre a misericórdia como “limite para o mal”, citou Bento XVI, acrescentando duas perguntas retóricas: “Por acaso, as nossas inseguranças e desconfianças são capazes de suscitar doçura e consolação na solidão e no abandono?”.
Para tornar a misericórdia “acessível, tangível, encontrável”, acima de tudo, o papa recordou que “um Deus distante e indiferente pode ser ignorado, mas não resistimos facilmente a um Deus tão próximo e, além disso, ferido por amor. A bondade, a beleza, a verdade, o amor, o bem – eis o que podemos oferecer a este mundo mendicante, ainda que em vasos meio quebrados. No entanto, não se trata de atrair a si mesmos. O mundo – disse Francisco – está cansado de encantadores mentirosos… e, eu me permito dizer, de padres ou bispos na moda. As pessoas ‘farejam’ e se afastam quando reconhecem os narcisistas, os manipuladores, os defensores de causas próprias, os arautos de cruzadas vãs. Em vez disso, tentem ajudar a Deus, que já Se introduz antes ainda da chegada de vocês”.
Nesse sentido, “Deus não se rende nunca! Somos nós, que, acostumados ao rendimento, muitas vezes nos acomodamos, preferindo nos deixar convencer que realmente puderam eliminá-Lo e inventamos discursos amargos para justificar a preguiça que nos bloqueia no som imóvel das lamentações vãs: as lamentações de um bispo são coisas feias”.
Em segundo lugar, é necessário, segundo o papa, “iniciar” aqueles que são confiados aos pastores: “Eu lhes peço para não terem outra perspectiva para olhar os seus fiéis do que a da sua unicidade, de não deixarem nada de não tentado a fim de alcançá-los, de não poupar qualquer esforço para recuperá-los. Sejam bispos capazes de iniciar as suas Igrejas nesse abismo de amor. Hoje – disse Francisco – pedem-se frutos demais de árvores que não foram cultivadas o suficiente. Perdeu-se o sentido da iniciação, e, no entanto, nas coisas realmente essenciais da vida, tem-se acesso apenas mediante a iniciação. Pensem na emergência educativa, na transmissão tanto dos conteúdos quanto dos valores, no analfabetismo afetivo, nos percursos vocacionais, no discernimento nas famílias, na busca da paz: tudo isso requer iniciação e percursos guiados, com perseverança, paciência e constância, que são os sinais que distinguem o bom pastor do mercenário”.
Francisco se debruçou com atenção particular sobre o tema da formação dos futuros padres: “Peço-lhes que cuidem com especial solicitude as estruturas de iniciação das suas Igrejas, em particular os seminários. Não os deixem ser tentados pelos números e pela quantidade das vocações, mas busquem a qualidade do discipulado. Não privem os seminaristas da sua firme e terna paternidade. Façam-nos crescer a ponto de adquirir a liberdade de estar em Deus ‘tranquilos’ e serenos como crianças desmamadas nos braços da sua mãe”; não como presas dos próprios caprichos e escravos das próprias fragilidades, mas livres para abraçar aquilo que Deus lhes pede, mesmo quando isso não parece tão doce quanto o seio materno era no início. E fiquem atentos quando alguns seminaristas se refugiam na rigidez; por baixo, sempre há algo de feio”.
E ainda: “Eu lhes peço também para agirem com grande prudência e responsabilidade ao acolher candidatos ou incardinar sacerdotes nas suas Igrejas locais. Por favor, prudência e responsabilidade nisso. Lembrem-se de que, desde o início, quis-se como inseparável a relação entre uma Igreja local e os seus sacerdotes, e nunca se aceitou um clero vagante ou em trânsito de um lugar para outro. E essa é uma doença dos nossos tempos”.
Por fim, o papa pediu que os bispos sejam “capazes de acompanhar”, citando, a esse respeito, a parábola do bom samaritano: “Sejam bispos com o coração ferido por tal misericórdia e, portanto, incansável na humilde tarefa de acompanhar o homem que, ‘por acaso’, Deus colocou no seu caminho”.
E, ainda, recomendou o papa aos novos bispos, “acompanhem por primeiro, e com paciente solicitude, o seu clero” e “reservem um acompanhamento especial para todas as famílias, regozijando-se com o seu amor generoso e encorajando o imenso bem que elas dispensam neste mundo. Acompanhem sobretudo as mais feridas. Não ‘passem ao largo’ diante da sua fragilidade”.
“Fico alegre por acolhê-los e por poder compartilhar com vocês alguns pensamentos que vêm ao coração do sucessor de Pedro, quando vejo diante de mim aqueles que foram ‘pescados’ pelo coração de Deus para guiar o Seu povo santo”, tinha iniciado o papa.
“Deus os livre de tornar vão tal frêmito, de domesticá-lo e esvaziá-lo da sua potência ‘desestabilizadora’. Deixem-se desestabilizar, é bom para um bispo”, disse Francisco.
“Muitos, hoje, se mascaram e se escondem. Eles gostam de construir personagens e inventar perfis. Tornam-se escravos dos parcos recursos que recolhem e aos quais se agarram como se bastassem para comprar o amor que não tem preço. Não suportam o frêmito de se saberem conhecidos por Alguém que é maior e não despreza o nosso pouco, é mais Santo e não culpa a nossa fraqueza, é realmente bom e não se escandaliza com as nossas chagas. Não seja assim para vocês”, concluiu: “Deixem que tal frêmito percorra vocês. Não removam-nos nem o silenciem”. Fonte: http://pt.aleteia.org
ONDE ESTÃO OS AMÓS? Frei Petrônio.
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ANGRA DOS REIS: Missa das Crianças.
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FREI PETRÔNIO EM ANGRA: Missa neste domingo, 18.
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MISSA COM FREI PETRÔNIO EM ANGRA: Fotos da Missa com Frei Petrônio de Miranda na Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Angra dos Reis, Rio de Janeiro- Missa das 6h: 30min- Próxima Missa às 9h. Logo mais, veja a homilia aqui no olhar.
Paraguai: inicia a assembleia das Comunidades Eclesiais de Base da América Latina
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"Continuando a caminhar proclamando o Reino" é o slogan que acompanha a assembleia que as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da América Latina realizam a partir dessa segunda-feira, 13 de setembro, até o sábado, 17 de setembro, em Luque, noParaguai. A reportagem é da Agência SIR, 13-09-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Trata-se de uma assembleia importante, pois serão lembrados os 50 anos de presença dasCEBs na América Latina e, ao mesmo tempo, serão lançadas as bases para uma nova refundação e uma reorientação dos objetivos de tais realidades, em referência aos novos sinais dos tempos, através de grupos de trabalho que terão uma abordagem bíblica, teológica e sociológica.
Um trabalho que será realizado em estreita relação com o CELAM, o Conselho Episcopal Latino-Americano, representado nessa assembleia por Dom Sergio Gualberti, arcebispo de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia).
Não faltará, dentro desse olhar ao mesmo tempo celebrativo e aberto ao futuro, uma troca de experiências sobre a realidade atual das CEBs, na consciência de que a sua presença marca profundamente a vida das Igrejas do continente.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Luta de Dom Paulo Evaristo contra ditadura vai para as telas do cinema
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A ditadura brasileira (1964-1985) é mais lembrada pela cara de seus algozes e menos pelos rostos daqueles que lutaram para livrar o país do autoritarismo e da violência dos militares. Entre eles, está o de dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, que foi o quinto arcebispo da cidade entre os anos 60 e 70 e mais tarde recebeu o título de cardeal. O religioso, que completa 95 anos nesta quarta-feira, 14 de setembro, é conhecido como “o inimigo número um da ditadura brasileira” depois de décadas de luta contra as torturas praticadas nos anos de chumbo e em prol das Diretas Já. Atualmente, vive recluso em um convento em Taboão da Serra, longe da imprensa com a qual contava para denunciar os abusos do regime. A reportagem é de Camila Moraes, publicada por El País, 14-09-2016.
Sua história, contada em dois livros lançados pelo jornalista Ricardo de Carvalho, O Cardeal e o Repórter e O Cardeal da Resistência, chegará em novembro às telas do cinema com a estreia de Coragem – As muitas vidas de dom Paulo Evaristo Arns. Dirigido por Carvalho, o documentário – coproduzido pela Globo Filmes e o primeiro a ser feito sobre o arcebispo – retrata sua resistência ao regime militar, denunciando os crimes praticados nos porões do Exército brasileiro. A estreia está prevista para meados de novembro.
Filho de imigrantes alemães, nascido em 1921, em Forquilhinha (Santa Catarina), dom Paulo foi ordenado sacerdote em 1945 e se formou depois em estudos brasileiros, latinos, gregos e literatura antiga na Sorbonne de Paris. Em 1972, ele criou a Comissão Brasileira Justiça e Paz, que articulou denúncias contra abusos do regime militar. Mais tarde, fundou também o projeto Brasil: Nunca Mais, que reuniu documentos oficiais sobre o uso da tortura durante o regime militar no Brasil. Chegou a ser fichado no Dops (Departamento de Ordem Política e Social) em 1979.
Em 1985, o cardeal criou a Pastoral da Infância com o apoio da irmã Zilda Arns, que morreu no Haiti vítima do forte terremoto que destruiu parte do país, em 2010, realizando trabalhos humanitários. É o mais antigo cardeal da Igreja Católica no mundo inteiro.
Ex-repórter da Folha de S.Paulo, Ricardo Carvalho conheceu dom Paulo em 1976 por conta de sua intensa relação com a imprensa. Relata o diretor: “Ele foi, sem dúvida, a mais importante fonte de informações contra o regime militar. Como jornalista que é, dom Paulo não errava uma e tudo que dizia ou denunciava, vinha com provas, relatos... Foi assim quando o pastor Jaime Wright, ligadíssimo a dom Paulo, me passou, em 1978, a conta-gotas, a primeira lista de desaparecidos políticos checadas em diferentes fontes”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Crucificados e crucificadores
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O tempo da caça às bruxas terminou. Porém, sempre foi verdadeira a lei do pêndulo. Ao deixar a caça às bruxas, chega outro mal chamado “globalização da indiferença”. Esta, é tão desastrosa como o outro extremo do pêndulo. O Papa Francisco despontou como um profeta para ajudar a humanidade a despertar critérios de solidariedade e resgatar a dignidade das pessoas e dos povos. Precisamos reaprender a chorar, a recuperar o anonimato e cultivar a corresponsabilidade pela vida um do outro.
Em sua visita a Lampedusa, Francisco conta-nos o enredo de uma comédia da literatura Espanhola de Lopes de Vega. Os habitantes da cidade de Fonte Ovejuna mataram o Governador, porque era um crucificador e tirano. O crime foi tramado de tal modo que ninguém ficaria sabendo quem o mataria. Quando o Juiz do Rei perguntou: “Quem matou o governador?”, todos responderam: “Fonte Ovejuna, Senhor Juiz!” Na verdade todos e ninguém!
Hoje, o mundo virou um campo de cruzes e crucificados de todos os jeitos, de todos os modos. Quem os crucifica? Todos e ninguém! O desfile trágico dos crucificados de hoje já começa nos seres humanos sem defesa que são expulsos da vida antes de nascer. Há cruzes que são impostas às crianças forçadas a tecerem a vida pela amargura da revolta, porque chegam ao mundo rejeitadas. Outras tantas são jogadas de um lado a outro, sofrendo a orfandade de pais vivos. Num mundo que tanto exalta o progresso, ainda são demais as crianças crucificadas pela fome, pela ausência de qualquer oportunidade de estudo e cuidado de saúde.
E as vítimas adolescentes e jovens, crucificados pelas drogas, até onde conseguem suportar o peso da cruz? Tantos, por não conseguirem mais carregá-la sozinhos terminam crucificando os pais, os avós e ameaçando a sociedade. O desfile dos crucificados, ao invés de diminuir, parece aumentar em tantas tragédias familiares que assombram a sociedade e são incrementadas pelo sensacionalismo dos meios de comunicação.
O tráfico de pessoas configura em nossos dias uma grande chaga social, que desumaniza e crucifica milhões de pessoas em todo o planeta. Esta prática abominável se aproveita da vulnerabilidade econômica e social. São aliciadas com promessas ilusórias, levando à exploração do trabalho, a exploração sexual e a extração de órgãos. No mundo do tráfico o que mais envergonha é o tráfico de crianças e adolescentes crucificados por traições de promessas fáceis que terminam com a morte de suas esperanças.
Infelizmente, faz parte do lucro e do poder desalmado, silenciar os crucificados para fazer ouvir os gritos de vitória dos crucificadores. Assim aconteceu para o Crucificado Jesus de Nazaré e com os crucificadores de Jerusalém. Diante de tantas cruzes impostas por crucificadores frios e insensíveis, continuamos ouvindo o convite de Cristo a assumirmos a cruz proposta do serviço à vida : “Quem quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8,34). Esta cruz é vitoriosa.
14 DE SETEMBRO: Festividade da Exaltação da Santa Cruz.
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Frei Jorge V. Kampen, O. Carm. In Memoriam. ( * 17/04/1932 + 08/08/2013)
Ao crucificar Jesus no meio de dois ladrões os chefes judeus pensaram em rebaixar Jesus. Mas sem dar conta fazem cumprir até em detalhes a profecia de Isaías (53,9), sobre a morte de Cristo. Os dois ladrões representam a humanidade pecadora ao lado de Jesus, que morre. Um deles se agarra às esperanças humanas e desejaria ganhar alguns momentos, antes de apagar a sua vida. Para ele Cristo não serve. O outro se deixa levar pela confiança neste amigo maior, que é Jesus, e que vê mais além da morte. Com um só ato de fé alcança a vida eterna. Já no tempo de Jesus, os judeus acreditavam na ressurreição dos mortos, e também sabiam que o homem não deixa de existir entre o momento da sua morte e a hora da ressurreição de todos os mortos. Comparavam o lugar dos mortos a um país extenso, dividido em duas extensões separadas ( Lc16,19 ss). Uma dessas regiões era o inferno, da qual ninguém podia salvar-se. O outro era o Paraíso, em que os bons estariam juntos (Luc. 16,22), esperando a ressurreição. Nesta festividade da Santa Cruz queremos lembrar-nos que Cristo deu a Sua vida para nos salvar.
Introdução às leituras.
Nesta vida devemos lembrar-nos que os nossos sofrimentos e contratempos desta vida nos deve levar à conversão e arrependimento das nossas falhas. A primeira leitura (Num. 21,4-9) mostra que a ingratidão do povo leva Deus ao perdão e cura. A segunda leitura (Fil. 2,6-11) Paulo lembra os cristãos de Filipos, que pecaram pelas divisões e orgulho e que Cristo sofreu na cruz com toda a humildade. O evangelho (João 3,13-17) mostra que Cristo morreu na cruz para dar vida, aos que não dão valor à vida.
Reflexão.
Nicodemos é membro do Conselho Supremo dos Judeus, homem culto e de boa fé, que reconhece em Jesus o enviado de Deus. Elogia-o com o título tão apreciado de Mestre, esperando dele algum ensinamento religioso.
O que falaram aquela noite? Sabemos que Nicodemos permaneceu fiel admirador de Jesus, mas não entrou no grupo dos seus discípulos.
Suas relações e suas tradições não o permitiram mudar o rumo da sua vida e entrar no grupo dos que seguiam Jesus, totalmente entregues ao Reino, que anunciavam: para entrar no Reino, tinha que nascer de novo.
Sem dúvida, o Evangelho usa uma expressão, que se pode entender de duas maneiras: nascer de novo e nascer do alto. É que a vida cristã não é somente uma mudança exterior. Como se tratasse de ir pregar o Evangelho ao lado de Jesus ou de reformar os nossos costumes. Ele que crê e se batiza, nasce de Deus, como diz João em vários lugares. E a pergunta desatinada de Nicodemos dá a Jesus a oportunidade para insistir na mudança profunda e misteriosa, que se produz naquele que crê, porque há de nascer da água e do Espírito Santo. Água quer dizer: pelo rito do batismo efetuado pelos homens; do Espírito, que quer dizer, que por este gesto Deus comunica o Seu próprio Espírito. Nos Atos dos Apóstolos se ressalta a atuação nos primeiros anos da Igreja dos cristãos batizados,que guardava e viviam a palavra de Deus,outorgada por Jesus. Por isso acreditamos na vida eterna e somos filhos de Deus. Jesus veio ao mundo como uma luz, que clareia o caminho da vida, para ressuscitar para a vida eterna.
MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS... Hoje, dia 13 na Lapa/RJ.
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MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS. Daqui a pouco, às 15: 30min na Casa das Irmãs de Calcutá, na Lapa, Rio de Janeiro, celebro a Missa de Ação de Graças pela canonização da Madre Teresa de Calcutá com os Moradores de Rua. Vc aqui do Rio, participe e leve o quilo de alimento.
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