Beato Frei Tito Brandsma: homem de seu tempo
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*Dom Frei Vital Wilderink, O Carm, In Memoriam. (30/11/ 1931 +11 de junho de 2014)
Ainda recentemente um historiador holandês anunciou um projeto seu de escrever uma nova biografia de Tito Brandsma.[1] O que motivou o escritor foram não só seu estudo de inúmeras fontes que oferecem novos dados, mas também a importância- de uma visão mais crítica da vida e do trabalho desse carmelita que corresponda mais à realidade dele mesmo e da época turbulenta em que ele viveu. A personalidade de Tito seria mais complexa do que a imagem que dele durante decênios foi apresentada à admiração e à devoção pública. A compreensível emoção provocada por sua morte, teria comprometido a visão da realidade. Isto seria uma pena. Jamais deve-se despojar Tito Brandsma da sua humanidade com as contradições e limitações que ela possa apresentar. Do contrário perderia seu interesse para a geração de hoje. Tito é uma figura suficientemente pura para passar por essas provas críticas.
É evidente que não podemos privar uma pessoa espiritual ou mesmo santa, da sua humanidade. Não sobraria nenhuma possibilidade para falar da sua espiritualidade ou santidade que não teriam nenhum significado histórico. Espiritualidade sem história não existe e é só a partir da sua história que pode ser conhecida e descrita. Daí o caráter interdisciplinar da espiritualidade como ciência. A experiência da nossa relação com Deus sempre supõe um contexto histórico caracterizado por determinados fatores culturais.
O discurso que Tito Brandsma, como reitor magnífico pronunciou, em 1932, no dies natalis da Universidade Católica de Nijmegen sobre o conceito ou imagem de Deus, conserva uma atualidade surpreendente. Na época a formação teológica trazia o carimbo da neo-escolástica caracterizada por uma linguagem especulativa e abstrata. Falava-se de Deus como se tratasse de uma espécie de realidade eterna, atemporal e imutável sobre a qual a nossa busca de peregrinos não tinha muito a dizer. Insistia-se, sem dúvida, na prática das virtudes, mas, como Tito diz no seu discurso, não sem perigo de reduzir a vida espiritual a uma prática exterior. Para Tito, porém, Deus não independe de formas humanas de conhecimento que são marcadas pelo tempo e pelo contexto. Neste ponto o professor Brandsma quer insistir na necessidade de uma abertura em relação a novas evoluções na espiritualidade.[2]
"Credo che sia nostro dovere guardare attorno a noi al fenomeno della negazione di Dio. Non perché, innanzittutto, dobbiamo assumere verso di esso un atteggiamento di difesa; bensì, a causa di questo fenomento, trarre motivo per far conoscere l'immagine di Dio in forme nuove, per adattarne il concetto alla cultura moderna. In modo tale che dalla ricchezza di questo concetto venga messa in evidenza quell'aspetto della grandezza del nostro Dio che più oggi affascina... Vi è una così grande ricchezza di aspetti sotto i quali si può considerare l'immagine di Dio, che dobbiamo stare attenti a non appoggiarci troppo sul vecchio e a non ritenere sufficienti le immagini tradizionali. Tempi nuovi richiedono forme nuove....Non basta insistere sull'esigenza di mettere in pratica la fede in Dio e impegnarci in questa direzione: occorre di più. Dobbiamo comprendere il nostro tempo e non estraniarcene. Anche noi siamo figli del nostro tempo: siamo-lo con chiara conscienza! Lasciamo che il tempo attuale agisca su di noi con quanto di buono ha"[3].
Neste tempo de transformação o discernimento torna-se uma necessidade. O conceito de Deus na nossa época tem um caráter pragmático. A verdade para o homem moderno é pragmática. O que explica porque muitos se afastam de Deus e que muita injustiça existente no mundo é considerada uma realidade evidente. Além disto a imagem que se tem de Deus tem caráter intuitivo. Mas freqüentemente a intuição não é mais que o resultado de um simples raciocínio que se tornou inconsciente: o hábito torna-se uma segunda natureza.
Tito Brandsma iniciou seu discurso com a seguintes palavras: "Tra le numerose domande che mi pongo, nessuna me preoccupa di più della questione perché l'uomo con il suo sviluppo e nella fierezza orgogliosa del suo progresso, si allontani in cosi gran número da Dio".A época dos anos 20-30 que marcaram mais a atuação de Tito, já era uma época de mudanças. Já se falava do aparecimento de uma "sociedade aquisitiva". Nos dias atuais percebemos que a história se acelerou. As mudanças se tornaram vertiginosas, comunicando-se a todos os cantos do mundo, configurando uma mudança de época, mais que uma época de mudanças. É um fenômeno que afeta a vida dos povos e o sentido religioso e ético dos que buscam o rosto de Deus, mas que são desafiados por novas linguagens do domínio técnico. É muito significativo o título do livro escrito em 1977 por Erich From: "Ter ou Ser" mostrando que são os BENS, não mais o "bem" ou os valores que constituem o eixo articulador da organização social. É uma caça de bens, não em vista de necessidades, mas em vista de desejos de possuir[4].
O que Tito defende como necessária para o nosso tempo é "a contemplação de tudo que existe na sua dependência de Deus e na sua origem em Deus" É ver assim a sua ação, discernir assim o seu Ser, antes de tudo em nós mesmos.
Os homens devem reencontrar Deus e viver na sua contemplação. Chamam isto de mística: que seja! Até aceito com satisfação se nisso posso ver a expressão da verdade de que na mística podemos observar o progresso ulterior e mais alto daquilo que potencialmente foi depositado na natureza humana..Contanto que se saiba que a realização dessa potencialidade só acontece por especial graça divina. De nenhuma maneira ela é em conflito com a natureza; pelo contrário, é vocação da natureza humana ver a Deus como o mais alto que ela possa conhecer. É lamentável que isso não seja mais entendido"[5].
Percebe-se que o discurso de Tito Brandsma segue um caminho que partindo da filosofia, passa pela teologia para chegar à mística. Não recorre a uma retórica que arrasta os auditório.. O pensamento de Tito em movimento para o mistério de Deus é simples e toca o interior dos seus ouvintes.Um dos colegas-professores de Tito, o jesuíta Jacques van Ginneken, observou depois de ouvir o discurso: "Se não me engano, havia no discurso de Brandsma tonalidades da sua própria experiência mística"
[1] O historiador Ton Crijnen falou do seu projeto numa palestra feita em 3 de novembro de 2007. Uma síntese dessa palestra foi publicada no Informativo da Província holandesa dos carmelitas Achter de Karmel, 2007/5 pp.11-12
[2] Kees Waaijman, Naar God toe denken met Titus Brandsma, in Achter de Karmel, 2008/3, pp 8-12. Trata-se de uma parte de uma palestra de Kees Waaijman, feita no simpósio realizada em Nijmegen, em 12 de abril de 2008 por ocasião dos 40 anos do Instituto Tito Brandsma.
[3] O texto do discurso, sobre Godsbegrip (conceito de Deus) e outros textos de Titus Brandsma, foram publicados numa antologia a cura de Bruno Borchert- Tius Brandsma, Mystiek leven/Een bloemlezing, Ed. B.Gottmer, Nijmegen, 1985, O texto citado encontra-se nas páginas 75-77. .
[4] Ver Diretrizes Gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010, Documento aprovado na Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, em abril de 2008. Capítulo I A realidade que nos interpela.
[5] Godsbegrip, pp 106-107.
*Dom Frei Vital Wilderink, O Carm- Eremita Carmelita- foi vítima de um acidente de automóvel quando retornava para o Eremitério, “Fonte de Elias”, no alto do Rio das Pedras, nas montanhas de Lídice, distrito do município de Rio Claro, no estado do Rio de Janeiro. O acidente ocorreu no dia 11 de junho de 2014. O sepultamento foi na cidade de Itaguaí/RJ, no dia 12, na Catedral de São Francisco Xavier, Diocese esta onde ele foi o primeiro Bispo.
19 de março: São José- O Santo do Carmelo [1]
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A São José "devem afeiçoar-se de maneira especial as pessoas de oração, porque não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos e nos grandes trabalhos que teve de sofrer com o Menino Jesus, sem agradecer a São José que serviu de tanta ajuda para os dois", assim falava a grande Santa do Carmelo, Santa Teresa de Jesus (V. Autobiografia VI nº8). Com estas palavras Santa Teresa não exprime somente uma convicção sua pessoal, mas de todo o Carmelo, em cuja escola aprendeu a venerar o puríssimo Esposo de Maria.
A Ordem do Carmo, na verdade, que nasceu do amor à oração ─ amor do qual vive e cresce até agora - e que deve aos cuidados maternais da Rainha dos Anjos a sua existência na Igreja de Deus, não podia deixar de associar com a devoção a Nossa Senhora a mais afetuosa devoção a São José, Seu puríssimo Esposo: "O Carmelo teve-O sempre numa veneração cheia de carinho, e com muita solenidade não cessou de celebrar a sua festa", já escrevia, no longínquo ano de 1479, o carmelita Arnoldo Bóstio (V. Speculum Carmelitanum nº1109).
Atribui-se à Ordem, que transmigrou do Oriente para o Ocidente, o mérito de ter dado ao culto de São José, na Igreja Ocidental, o esplendor particular de que hoje se reveste, como escreve Bento XIV: "É sentença comum entre os eruditos que foram os Carmelitas que trouxeram do Oriente para o Ocidente o costume louvável de honrar São José com soleníssimo culto, acompanhados depois neste ponto pelas Famílias Religiosas de São Domingos e São Francisco" (De Servorum Dei beatificatione et Beatorum canonizatione L.IV p.II c.XX). Para isto deve ter contribuído não pouco o belíssimo ofício que, até o ano de 1585, se cantava no dia 19 de março no coro dos carmelitas, com antífonas, responsórios, etc. especiais, em versos rimados.
Não é, portanto, para se maravilhar se Santa Teresa, que viveu plenamente as mais belas tradições do Carmelo, tenha concebido também uma particular devoção ao humilde esposo da Virgem Santíssima e, em troca, dele tenha recebido provas singularíssimas de afeto paternal. Hoje é clássica a página que a Santa Carmelita escreveu a respeito da devoção a São José na sua Autobiografia (cap. VI n.6-8). Fala da própria experiência quando aí afirma: "As almas que a Ele se recomendam são ajudadas de um modo todo especial"; "não me lembro até hoje de ter-Lhe implorado alguma graça sem logo tê-la alcançado"; "há já vários anos que no dia da sua festa eu Lhe peço uma graça especial: Ele sempre me atendeu".
Mas não foi ela somente que chegou a fazer esta constatação; muitas outras pessoas que, seguindo o seu conselho, se recomendaram a São José, confessaram o mesmo: "Isto, por outra parte, também reconheceram por experiência outras pessoas que, seguindo o meu conselho, se recomendaram ao seu patrocínio, e são muitas as almas que há pouco se tornaram suas devotas por haverem experimentado esta verdade". O Santo tudo consegue - diz Santa Teresa - e a sua proteção se demonstra eficaz em todas as nossas necessidades: "É coisa que verdadeiramente causa maravilha recordar os grandes favores que o Senhor me fez e os perigos, tanto da alma como do corpo, dos quais me livrou por intercessão deste Santo". A razão é que o Senhor quer continuar a fazer a vontade dele no céu assim como submeteu-se a ele na terra: "O Senhor quer fazer entender com isto que da maneira como era submisso a ele na terra, onde como pai e guarda podia dar-lhe ordens, hoje igualmente faz no céu quando ele lhe faz os seus pedidos". Virtudes, espírito de oração, todas são graças que este glorioso Santo concede à alma "que Lhe seja sinceramente devota e que pratique em sua honra alguma particular devoção" e que nos caminhos da vida interior a Ele se confie como a seu Mestre: "Quem, além disso, não tivesse alguém com o qual pudesse aprender a fazer oração, tome por mestre este Santo glorioso, e não se enganará". E com ardorosas palavras insiste: "Rogo, por amor de Deus, que experimente quem não acredita em mim e por experiência verá de que vantagem seja recomendar-se a este glorioso Patriarca e ser devotos dele".
Enquanto a Santa carmelita de Ávila no-lo demonstra glorioso nos prodígios que operava, uma outra Santa do Carmelo, Santa Maria Madalena de' Pazzi, nos faz contemplá-lo na sua glória no céu. Arrebatada em êxtase, a Santa do Carmelo de Florença prorrompe nesta exclamação: "Oh! Quanto o glorioso São José participa da paixão de Jesus pelos serviços que lhe prestou na Sua Humanidade!"
O culto que o Santo recebe no Carmelo, na Igreja toda, nada subtrai ao culto à Nossa Senhora, pelo contrário, o faz ressaltar mais intensamente, assim como no céu "a pureza de José se põe lado a lado com a pureza de Maria e assim naquele transbordamento de esplendor que um transmite ao outro, parece, por assim dizer, que a pureza de José faça a pureza da Virgem aparecer muito mais esplêndida e gloriosa".
Chefe da Sagrada Família, São José era todo carinho para Jesus e Maria quando ainda vivia na terra; agora no céu "está José no meio de Jesus e Maria como uma estrela brilhante" e - continua a Santa no êxtase - "concede uma proteção especial às almas que militam sob o estandarte de Maria".
Debaixo do estandarte de Maria se milita no Carmelo! Quem aí combate não sucumbirá: sobre ele vela o Santo do Carmelo! Conquistará a vitória sustentado e defendido pelo seu braço todo-poderoso!
[1]. Il Monte Carmelo 1946 (Páginas 21-23)
ORDEM TERCEIRA: Convite-01
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AO VIVO-OS 7 PASSOS DE JESUS: SEXTA FEIRA DO TRIUNFO. (Carmo do Rio. 17 de março-2019).
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OS 7 PASSOS DE JESUS: SEXTA FEIRA DO TRIUNFO.
Frei Victor Kruger, O. Carm.
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
“Desde meados do Sec. XVII, os carmelitas introduziram na Colônia a devoção da Via Crucis ou 7 Passos, em que se representava o drama da Paixão através de quadros ou Estações. Essa devoção passou a ser representada inicialmente através de uma Procissão que se realizava na SEXTA-FEIRA anterior à Semana Santa, designada também como SEXTA FEIRA do TRIUNFO.
No Sec. XIX Thomas Ewbank ainda pôde assistir a essa Procissão promovida pelos carmelitas, e que iniciava com o Quadro representando a Oração de Cristo no Horto das Oliveiras. Em São Paulo, ao que consta, a primeira Procissão desta Via Crucis foi realizada em 1681.”
7 PASSOS DE JESUS: ACOMPANHANDO OS 7 PASSOS DE JESUS, RUMO À RESSURREIÇÃO.
1- ACOLHIDA / ABERTURA DA CELEBRAÇÃO.
(Cel- Celebrante. T- Todos. C- Comentarista. L1- Primeiro Leitor. L 2º- Segundo Leitor).
COMENTÁRIO INICIAL:
- Hoje celebramos de modo especial, o sofrimento, a incompreensão, a prisão, a tortura e a morte de Jesus.
Ele foi vítima das pessoas que se sentiam ameaçadas em seus privilégios pelas palavras e pelo modo de agir de Jesus
- Então se armaram contra Ele e o maltrataram até a morte e morte de cruz.
- A cruz de Jesus mostra o mal que existe no mundo. Mostra toda a violência da mentira, da injustiça e da exploração contra a vida.
- E essa violência se manifesta ainda hoje na cruz pesada do nosso povo.
- Eis o que significa a cruz de Jesus Cristo: Jesus não morreu para exaltar o sofrimento. Ele aceitou a cruz para ser fiel à sua missão e para não trair a verdade que viveu e pregou.
CAMINHANDO E ACOMPANHANDO JESUS ATRAVÉS DOS ÚLTIMOS 7 PASSOS TRIUNFANDO SOBRE A MORTE.
CANTANDO:
Eles queriam um grande rei que fosse forte dominador e por isso não creram nele e mataram o Salvador. ( bis )
1º- NO PRIMEIRO PASSO CONTEMPLAMOS JESUS NO HORTO DAS OLIVEIRAS.
O SENHOR DA AGONIA
Cel. Nós vos adoramos Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos!
- Porque pela vossa Santa cruz remiste o mundo!
- O quê se passa no íntimo de Jesus? Uma luta dramática em que entra em confronto a companhia e a solidão, o medo e a serenidade, a coragem de continuar o Projeto de Deus até o fim e a vontade de desistir e fugir.
A oração é a fonte que reanima nosso projeto de vida, segundo a vontade de Deus.
LEITOR-1. (MARCOS 14, 32 – 42)
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Na vossa agonia experimentastes o mais intenso sofrimento e, diante da provação acolhestes sem reservas a vontade do Pai.
Concedei a nós vossos servos a graça de aceitar tudo, de suportar tudo, de confiar tudo, fazendo de nossa vida um ato contínuo de acolhida da vontade do Pai. Amém!
CANTANDO:
Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.
1-No Monte das Oliveiras Ele sente a aflição, está em silêncio e desolação. Meu Pai afasta de mim essa dor, mas não seja feita a minha vontade mas/ Do Senhor (bis)
2º- NO SEGUNDO PASSO CONTEMPLAMOS A PRISÃO DE JESUS.
Cel. Nós vos adoramos ...
- Um dos discípulos se alia ao poder repressivo das autoridades e trai Jesus com um gesto de amizade. Todos fogem e Jesus fica sozinho e preso.
Aquele que realiza o projeto de Deus e atrai o povo é considerado pelos poderosos como bandido perigoso.
LEITOR-2 (MARCOS 14, 43 – 46 . 53)
REFLEXÃO.
Cel. Senhor Jesus! Vós viestes não para condenar, mas para salvar, não para aprisionar, mas para libertar.
Infundi em nós a vossa serenidade, a fim de que possamos enfrentar as grandes lutas de nossa vida, sem ódio e sem violência. Amém!
CANTANDO:
Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.
1-Judas Iscariotes traiu meu Salvador, ô quanto sofrimento ó quanta dor. No coração de Pedro a noite chegou, nega o Filho de Deus/ O Salvador. (bis)
3º- NO TERCEIRO PASSO CONTEMPLAMOS JESUS ATADO À COLUNA E FLAGELADO.
Cel. Nós vos adoramos Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos!
- Porque pela vossa Santa cruz remiste o mundo!
L 1- O OLHAR DO PROFETA ISAIAS:
Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas. (Is 53, 4-5)
- A flagelação de Jesus é ao mesmo tempo, uma covardia do sistema injusto de Pilatos e também já anuncia um julgamento premeditado.
LEITOR-3. (JOÃO 18, 19 – 28).
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Inspirai em cada um de nós a consciência de nossa fragilidade. Fazei-nos dignos do carinho e da confiança que depositastes em nós quando decidimos trilhar o caminho do Evangelho. Amém!
CANTANDO:
Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.
1- Ele foi julgado e condenado com desamor, e logo Pilatos Barrabás soltou. Cuspiam
Nele e diziam salve o Rei dos Judeus, batiam em sua cabeça/ Ô quanto dor. (bis)
4º- NO QUARTO PASSO CONTEMPLAMOS JESUS ESCARNECIDO E COROADO DE ESPINHOS
Cel. Nós vos adoramos Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos!
- Porque pela vossa Santa cruz remiste o mundo!
- Revestido com todos os sinais de poder: manto de púrpura, coroa, cetro e adoração, Jesus é motivo de zombaria.
LEITOR-4. (JOÃO 19, 2 – 3)
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Zombado por todos como caricatura de rei; no entanto, quando retoma suas próprias vestes se revela como verdadeiro rei, aquele que entrega sua vida para salvar seu povo.
Que Tu sejas para nós: caminho, verdade e vida para nos tornar imensamente felizes. Amém!
CANTANDO:
Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.
1-No caminho do calvário as santas mulheres encontrou, no caminho do calvário Verônica aflita/ As lágrimas enxugou. (bis)
5º NO QUINTO PASSO CONTEMPLAMOS JESUS APRESENTADO AO POVO POR PILATOS. EIS O HOMEM!
Cel. Nos vos adoramos ...
- O dilema de Pilatos é o mesmo do homem de hoje, dependente do sistema capitalista injusto e violento. Ou arrisca sua posição de poder, ou sacrifica o inocente.
LEITOR-5. (JOÃO 19, 4-7)
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Que Tu sejas para nós a força que nos sustenta na tentação, a mão que nos reergue no momento da queda e o bálsamo que alivia nossas chagas, afim de que perseveremos até o fim. Amém!
CANTANDO:
Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.
1-Para o calvário a cruz Ele carregou, Simão Cirineu logo o ajudou. Para o calvário a cruz Ele carregou, a sua santa Mãe/ O consolou. (bis)
6º NO SEXTO PASSO CONTEMPLAMOS JESUS CARREGANDO A CRUZ ÀS COSTAS.
O SENHOR DOS PASSOS.
Cel. Nós vos adoramos Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos!
- Porque pela vossa Santa cruz remiste o mundo!
A cruz é o trono de onde Jesus exerce sua realeza. Ele não esta só, mas é a motivação daqueles que o seguem, aqueles que dão a vida como Ele “ para que todos tenham vida“.
LEITOR-6. (JOÃO 19, 16 -18)
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Nós te contemplamos carregando a cruz e Te reconhecemos como nosso Deus.
Aceitando a cruz, Jesus nosso Salvador aponta para a vida nova, para um mundo mais humano e para a libertação dos males que oprimem homens e mulheres. Amém!
CANTANDO:
Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.
1-No suplício da cruz Dimas suplicou, e o perdão dos pecados ele ganhou. Pobre Filho de Deus homem da dor, os pecados de Dimas/ Ele deletou. (bis)
7º NO SÉTIMO PASSO CONTEMPLAMOS A CRUCIFIXÃO E MORTE DE JESUS.
Cel. Nós vos adoramos Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos!
- Porque pela vossa Santa cruz remiste o mundo!
Jesus está completamente só. Seu corpo está reduzido a uma fraqueza extrema. Contudo, até o fim Ele permanece fiel e consciente de sua entrega.
LEITOR-07. (JOÃO 19, 28 - 30)
REFLEXÃO
Cel. Senhor Jesus! Tu não Te apegaste a tua condição divina, mas como homem te esvaziaste por inteiro, assumindo a condição de servo, humilhando-se até a morte e morte de cruz.
Ensina-nos a dizer diante de cada angustia de nossa vida: “ Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito”.
CANTANDO:
Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.
1-No alto da cruz Ele gritou, meu Deus, meu Deus por que/ Me abandonou. O que fizeram com o meu Senhor, fazem todos os dias, ô/ Quanta horror. (bis)
8-CONCLUSÃO- DIANTE DO SACRÁRIO
REFLEXÃO
Cel. Celebrando os últimos 7 Passos de Jesus rumo à Ressurreição sentimos quanto e fraco é ainda nosso amor, apesar de entendermos um pouco melhor o sofrimento dos outros. Acreditamos que não há morte sem Ressurreição; essa é a razão de nossa fé!
- A VIDA TRIUNFA SOBRE A MORTE!
L 8. LENDO 1 Cor 15, 1 - 8
Cel. Introdução ao... Pai nosso que estais ...
CANTO FINAL
Ressurreição (1 Coríntios 15)
Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
1-Se não acreditamos na ressurreição, se ficamos na noite da- escuridão/ É vã, a nossa fé, é vã a nossa fé. (bis)
2-Se Ele foi condenado e a cruz venceu, se no Monte Calvário Ele- padeceu/ É vã, a nossa fé, é vã a nossa fé. (bis)
3-Se na cruz foi o fim quando Ele gritou, se o saldado com a lança- o derrotou / É vã, a nossa fé, é vã a nossa fé. (bis)
4-Se a sombra da morte o dominou, se botaram na tumba e não- mais voltou/ É vã, a nossa fé, é vã a nossa fé. (bis)
5-Se a morte venceu e o fim chegou, se no terceiro dia Ele- não voltou/ É vã, a nossa fé, é vã a nossa fé. (bis)
PADRE PROVINCIAL: Notícias da saúde do Frei Cláudio van Balen, O. Carm.
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Frei Claudio sentiu mal na missa das 11.00, no último domingo. Foi levado para o Hospital Madre Teresa em Belo Horizonte e a previsão é que tenha alta na quinta-feira. Ele NÃO ESTÁ NO CTI! Está no quarto 405, falando normalmente e recebendo visitas. Agora acabou de tomar banho e está tomando o café da manhã.
Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. Terça-feira, 12 de março-2019
Frei Evaldo Xavier, O. Carm. Superior Provincial da Província Carmelitana de Santo Elias.
NESTE DOMINGO, 10: Eleição da nova mesa administrativa da OTC da Esplanada/SP.
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Da esquerda para direita
Ir Olímpio, tesoureiro/ Ir Mônica, secretaria/ Ir Elisângela, Priora/ Frei Atanael, Assistente Espiritual/ Ir Ana, formadora/ Ir Altino, procurador.
Com informações do Paulo Daher.
EIS O TEMPO DE CONVERSÃO: Frei Marcelo Aquino
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Eis o tempo de conversão
Eis o tempo de conversão,
Eis o dia da salvação:
Ao Pai voltemos, juntos andemos.
Eis o tempo de conversão!
1- Os caminhos do Senhor
são verdade, são amor:
dirigi os passos meus:
em vós espero, Ó Senhor!
2- Ele guia ao bom caminho
quem errou e quer voltar:
Ele é bom, fiel e justo:
Ele busca e vem salvar. (Sl. 25)
3- Viverei com o Senhor:
Ele é o meu sustento.
Eu confio, mesmo quando
Minha dor não mais aguento
4- Tem valor aos olhos seus
meu sofrer e meu morrer:
libertai o vosso servo
e fazei-o reviver! (Sl. 116)
5- A Palavra do Senhor
é a luz do meu caminho;
Ela é vida, é alegria:
Vou guardá-la com carinho.
6- Sua lei, seu mandamento
é viver a caridade:
Caminhemos todos juntos,
Construindo a unidade! (Sl. 119)
Provincial Carmelita faz visita canônica
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Frei Evaldo Xavier, O. Carm. Provincial da Província Santo Elias, da Ordem dos Frades Carmelitas sediada em São Paulo-SP, está de visita canônica ao convento dos frades em Cachoeira-Ba. Acompanhado do Prior da Ordem Terceira do Carmo de Salvador, o Irmão Osvaldo Martins e mais dois confrades.
A comitiva esteve em audiência com Dom Antonio Tourinho, Bispo de Cruz das Almas e com os padres Hélio Vilas-Boas e Padre Tota. Este encontro firmou mais ainda a unidade entre a Diocese do Recôncavo e a Província dos Carmelitas, presente nesta Igreja Particular faz muito tempo.
Dom Antônio Tourinho se manifestou muito agradecido pela atuação do sacerdote Frei Raimundo que, por enquanto, é a única presença de um religioso consagrado na Diocese recém criada. O Padre Provincial prometeu enviar, em breve, outro frade para fazer comunidade com o tão querido Frei Raimundo. Fonte: www.diocesedecruzdasalmas.com.br
AO VIVO-SÁBADO 23. Missa de reabertura oficial da presença do Carmo na cidade de Cachoeira-BA.
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DOMINGO 24- AO VIVO: Missa de Posse do Frei Alonso, O. Carm.
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AO VIVO-DOMINGO 24. Missa de Posse do Frei Alonso Gustavo Malaquias, O. Carm, como novo Reitor da Igreja do Carmo de Salvador-BA.
OLHAR CARMELITANO: NOSSO DESEJO DE DEUS
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*Frei John Welch, O. Carm. Whitefriars Hall , Washington
Queremos tudo
“Nossos corações estão inquietos”, escreveu Santo Agostinho, e esta verdade permanece como algo fundamental à condição humana. A inquietude, o desejo humano parece que nunca serão completamente satisfeitos. Podemos ver a inquietude humana expressa na imagem de um bebê que começa a engatinhar e a explorar seu ambiente. A viagem dos primeiros carmelitas que deixaram suas casas para congregar-se num Vale do Monte Carmelo foi movida por este mesmo desejo. Somos verdadeiramente peregrinos.
Nós, os humanos, nunca estamos satisfeitos com o que temos pois, como diz Santa Tereza de Lisieux, queremos tudo. E não descansaremos até consegui-lo. A tradição carmelitana reconhece esta fome do coração humano e diz que fomos feitos desta maneira. Fomos feitos para procurar e explorar, desejar e sofrer até que o coração finalmente encontre algo ou alguém que possa harmonizar ou estar em consonância com a profundidade do seu desejo, até que o coração possa encontrar alimento suficiente para satisfazer sua fome. Chamamos a este alimento, a esta realização, a esta meta do desejo humano, Deus. Durante oitocentos anos os carmelitas têm intencionalmente perseguindo esta realização misteriosa e difícil de encontrar. “desejava viver” escreveu Santa Teresa de Ávila, “e não tinha quem me desse vida...”
Acreditamos, ainda que não o digamos, que todo ser humano está nesta procura. Podemos afirmar isto: cada estudante de nosso colégio, cada membro de nossa paróquia, cada peregrino a nosso santuário, cada candidato em nosso instituto está aberto ao mistério transcendente a que chamamos Deus. Por algum tempo o desejo pode ser negado, a fome temporariamente satisfeita, o desejo afogado, atordoado, debilitado. Mas sabemos que está aí e que de um momento a outro aparecerá. Nossa tradição tem a força, a linguagem, as imagens que nos ajudam a iluminar o que as pessoas estão experimentando no profundo do seu ser.
A tradição carmelitana tenta dar nome a esta fome, dar palavras ao desejo e expressar que o final da viagem está em Deus. O coração humano precisa ter clareza sobre estes seus desejos. O Carmelo sempre tem desejado o mesmo e está disposto a caminhar e acompanhar aqueles com os quais se encontrar neste caminho. Não podemos satisfazer sua fome, mas podemos ajudá-los a encontrar palavras para ela e saber para onde aponta. Temos feito isso na arte, na poesia e na canção, no aconselhamento e no ensinamento, na simples escuta e compreensão. E podemos advertir as pessoas que, no final, as palavras falham e somente fica o desejo em si mesmo.
Um autor contemporâneo diz que o problema sério da espiritualidade hoje em dia é a ingenuidade a respeito do desejo ou da energia que nos move. Nosso desejo espiritual dado por Deus, que pode expressar-se de diversas maneiras, incluindo a energia criadora e erótica, pode ser perigoso para nós se não o soubermos conduzir com cuidado. Somos muito engenhosos a respeito deste nosso profundo desejo e não estamos muito atentos ao perigo. Sem uma atitude de respeito para com esta energia, buscando o modo adequado de assumi-la e administrá-la, muitos adultos se movem entre a alienação deste fogo, isto é, ignoram a existência do desejo e vivem em depressão, ou se deixam ser consumidos por ele e vivem num estado de inflação.
Depressão, neste sentido, significa a incapacidade de desfrutar da vida como um menino, de sentir o verdadeiro prazer. A inflação se refere a nossa tendência de, por momentos, nos identificar-nos com este fogo, com este poder dos deuses. “...Estamos tão cheios de nós mesmos que somos uma ameaça para nossas famílias, amigos, comunidades e para nós mesmos.” Incapazes de conduzir esta energia, ou nos sentimos mortos interiormente ou, pelo contrário, somos hiper-ativos e inquietos . “A espiritualidade trata sobre as maneiras como podemos ter acesso a essa energia e como podemos contê-la.”
* Do livro; AS ÉPOCAS DO CORAÇÃO: A DINÂMICA ESPIRITUAL DA VIDA CARMELITANA
OLHAR CARMELITANO: SANTA MARIA MADALENA DE PAZZI +1607
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No século XVII o Mosteiro de Santa Maria dos Anjos em Florença é centro de fervorosa espiritualidade. Entre as várias pessoas que foram sublimes no caminho espiritual encontrados Santa Maria Madalena de’ Pazzi da qual se escreveu que “foi uma contemplativa eminentíssima ainda que não tenha uma doutrina sobre a contemplação e tão pouco sobre a meditação.” Ela vivia a CARIDADE para com Deus e o próximo, basca ler as suas obras.
O trecho seguinte constitui uma série inteira de ensinamentos do que ela afirma sobre o “trato e a união com Deus.”
TRATO E UNIÃO COM DEUS
De: Santa Maria Madalena de Pazzi, “Ensinamentos”
Mantende a vossa mente ocupada em Deus. Esta ocupação em Deus me parece ser a bem-aventurança da alma na terra”. “Realmente e impossível pensar atualmente em Deus... mas estar sempre unida com Deus, tendo sempre a Ele em vista, isto é possível; porque se quando trabalhais para ele, quando vos fatigais, fatigai-vos para ele, para agradar a ele e dar a ele glória e para honrar a ele, isto e estar sempre unida a Deus.” Diz que com o conhecia mento de Deus faremos com ele uma estreita amizade e ele nos trata como seus íntimos; então nos e ele faremos como fazem os amigos Íntimos. “Em primeiro lugar os amigos se contemplam um ao outro com grande amor... assim faz Deus que nos olha continuamente coro grande amor: e nos olhamos a ele... Os amigos costumam contar-se mutuamente os seus segredos; assim Deus manifesta a eles todos os seus segredos e eles manifestam a Ele os seus por não confiar em outros senão n’Ele.”
O amor também ao próximo e o fim da contemplação e a Santa via nesta chave o fim da Ordem: “Nos somos chamados a cousas maiores, somos chamados a uma vida maior, a qual não é de Marta nem de Maria separadas, porque no amor estão contidas uma e outra juntas.
Para ela o espírito da Ordem é “amar tudo e levar a amar, observando principalmente quanto isto agrada a Deus e quanto importa atender as obras internas e tratar interiormente com Deus”, como é prescrito na Regra Carmelitana, na redação da qual “os santos padres... tiveram mais atenção para a perfeição interior do que para a penitência e cousas externas.” “Eu vejo a meu Deus! ... Ele tem duas línguas... uma das quais é o louvor de Deus e a outra é a caridade e as duas clamam ao mesmo tempo. O que estou a ouvir, meu Senhor? A uma me obriga a minha profissão e a outra tu me a mandas estritamente. Ela procurava observar ambas.
Do seu mosteiro, que ela chama de “habitação de Maria”, nos diz que Deus quer “que assim como Maria foi um meio entre Deus e o homem, nos sejamos meio entre este Deus e o homem pelo zelo e desejo contínuo de ajudar as almas e conduzi-las a Deus... Estar separadas do mundo, mortas viver em Deus, nada querer a não ser este Deus, em ansioso e contínuo desejo da salvação das almas.
“A alma unida a Deus fica toda amarrada por dentro e por fora o que a faz aparecer com semblante sereno sem jamais perturbar-se por qualquer contingência”. “Em tudo o que tende a fazer, seja interna ou externamente, lembrai-vos de vos voltar para Deus com olhares vivos e amorosos. Com tais olhares amorosos implorai o socorro das suas graças”.
“As obras exteriores devem ser feitas prontamente e com cuidado sem perda de vida interior”. “A oração é o espírito da religião, nas nunca ela deve servir de pretexto para qualquer dispensa, porque todos os exercícios da religião e da obediência, feitos na presença de Deus, são outras tantas orações.” A paz interior e um efeito da oração mental e é uma recompensa da união com Deus. “A verdadeira prudência dum religioso ou duma religiosa depende da íntima união que tem com Deus. E todos os nossos esforços e zelos devem originar-se do Sangue de Jesus Cristo.” Alem disto anota: “Se não gostais do doce silêncio é impossível deleitar-vos nas cousas de Deus.”
VEM, Ó ESPÍRITO SANTO
Das Obras de Santa Maria Madrilena de Pazzi
Vem, Espírito de Verdade, Luz das trevas. Riqueza dos pobres,
Consolação dos Peregrinos.
Oh! Vem, Tu, refrigério, alegria e alimento de nossa alma.
Oh! vem e toma aquilo que e meu e infunde em mim somente aquilo que e teu.
Oh! vem, Tu que és alimento de cada pensamento puro,
plenitude de toda a bondade e cumulo de toda pureza.
Oh! vem, e queima em mim tudo aquilo que impede que eu seja, tomada por Ti
Oh! vem, Espírito que estas sempre com o Pai e com o Esposo, Jesus Cristo!
*Do Livro; A ORAÇÃO NA VIDA CARMELITANA. Reflexões e textos de autores carmelitanos sobre a Comunhão com Deus e a Oração no Carmelo. Textos preparados por Frei Emanuele Boaga, O.Carm. (Para Encontros de Espiritualidade Carmelitana Das Irmãs Carmelitas da Divina Providência. JULHO - 1986 - Rio Janeiro)
CARMELITAS: A Venerável Ordem Terceira em Portugal
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Pelo que sabemos, o primeiro núcleo da Ordem Terceira do Carmo surgiu em Lisboa, na Igreja de Santa Maria dos Carmelitas, em 28 de novembro de 1629, como sugere um letreiro na primitiva capela do convento. A expansão dos terceiros está intimamente ligada à entranhada devoção mariana do povo português, particularmente no que se refere ao Escapulário do Carmo.
O organizador da Ordem terceira lusitana foi frei Pedro de Melo (+1635), que publicou a primeira Regra dos Terceiros em língua portuguesa (1630), contido num devocionário destinado a eles, obra que, infelizmente, se perdeu. Provavelmente frei Pedro deixou se orientar pela Regra de Terceiros do Prior-geral da Ordem, Teodoro Straccio, oficialmente publicada somente em 1637. Interessante notar que uma das fontes do livro de Straccio foi precisamente um tratado composto por frei João Silveira (1592-1687), por ordem do provincial de Portugal. Diversas foram as Regras para Terceiros publicadas em anos posteriores. Destacamos a de frei José de Jesus Maria, no seu Tesouro Carmelitano, cuja primeira edição é de 1705. Teve grande influência em todo o território lusitano e suas colônias. Conserva os votos, mas no final da Regra, ao tratar das obrigações, não faz mais menção dos votos! Tudo que a Regra contém — diz frei José de Jesus Maria — são conselhos e diretrizes para facilitar o caminho da salvação. O texto de frei Miguel de Azevedo (+1811), editado em Lisboa, no ano de 1778, consagra uma outra concepção dos votos de Terceiros. São considerados simples propósitos que não implicam nenhuma obrigação moral. Influenciou fortemente a vida da Ordem terceira, tanto em Portugal quanto no Brasil.
Notamos, assim, uma significativa evolução da Ordem terceira do Carmo: de uma associação só para mulheres, com voto expresso de ‘castidade perfeita’, chega-se a uma associação com voto de castidade ‘segundo o próprio estado’. Por volta de 1600 vemos surgir o que será chamada depois de ‘Ordem Terceira Secular do Carmo’, isto é, uma associação de fiéis que vivem no mundo e que, sob a obediência da Ordem do Carmo e segundo o seu espírito, se esforçam por alcançar a perfeição cristã pela observância da Regra terceira. O fim principal, portanto, é ‘uma vida mais perfeita, segundo o ideal carmelitano’, ou seja, união íntima com Deus pelo espírito de oração e uma terna devoção à Virgem Puríssima do Carmo. Semelhante estilo de vida deve contribuir para promover, no próprio ambiente em que vive o terceiro, o bem da Igreja e a salvação das almas.
Foi a Ordem Terceira que, em Portugal, manteve viva a devoção de Nossa Senhora do Carmo e o culto ao Santo Condestável durante a supressão da Primeira Ordem em terras lusitanas.
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