25ª Visita do Papa: Rise up Elisah: Levanta Elias- Homenagem ao Papa
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25ª Viagem Apostólica de Francisco: Um Olhar. NOTA: Fatos da 25ª Viagem Apostólica de Francisco aos países Bálticos: Lituânia, Letônia e Estônia. A viagem se concluirá na próxima terça-feira, dia 25. O Papa Francisco é o segundo Pontífice a visitar a Lituânia, após João Paulo II, há 25 anos. Fotos: vaticannews.va Divulgação: Olhar Jornalístico.
Alerta do Papa
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O papa Francisco fez um alerta neste domingo (23/09) contra o revisionismo histórico e um possível avanço de ideologias totalitárias. Em viagem à Lituânia, ele lembrou o extermínio dos judeus pelos nazistas no país báltico, advertindo contra o ressurgimento de sentimentos antissemitas. A visita do pontífice coincide com os 75 anos da destruição do gueto de Vilnius, estabelecido pela Alemanha nazista na capital da Lituânia. Milhares de pessoas morreram de fome, doenças e maus-tratos no local ou foram deportadas dali para campos de concentração. Fonte: www.terra.com.br
25ª Viagem Apostólica do Papa Francisco: Lituânia: a oração do Papa em memória das vítimas da ocupação soviética
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25ª Viagem Apostólica do Papa Francisco: Lituânia: a oração do Papa em memória das vítimas da ocupação soviética
A oração no Museu das Ocupações e Lutas pela Liberdade, em Vilnius, conclui visita de dois dias do Papa Francisco à Lituânia, primeira etapa de sua viagem aos países bálticos.
Cidade do Vaticano
A oração no Museu das Ocupações e Lutas pela Liberdade, em Vilnius, conclui a visita de dois dias do Papa Francisco à Lituânia, primeira etapa de sua viagem aos países bálticos.
Vítimas do Gueto
Após deixar a Catedral de Kaunas, onde se encontrou com os religiosos, o Pontífice voltou a Vilnius e, a caminho do Museu, fez uma visita ao Monumento pelas Vítimas do Gueto, onde se deteve em oração silenciosa.
Dos cerca de 95 mil residentes judeus (quase a metade da população) e as 110 sinagogas ativas antes da ocupação nazista, hoje existem quatro mil judeus e somente duas sinagogas. O dia 23 de Setembro de 1943, quando foi fechado o Gueto de Vilnius, foi declarado o Dia do genocídio hebraico na Lituânia.
Escritório da KGB
Do Monumento, o Pontífice prosseguiu até o Museu das Ocupações. O local é o símbolo da dominação soviética, e na época foi sede dos escritórios da KGB e, sobretudo, no sótão, das prisões em que eram torturados e detidos os opositores do regime.
Precedentemente, foi a Gestapo a ocupar o edifício entre 1941 e 1944 com finalidades análogas.
Segundo estimativas, mais de mil pessoas perderam a vida no prédio entre 1944 e os anos 60.
Para recordar esta parte da história, em 1992 o edifício foi reformado para se tornar um Museu em memória das vítimas. Ali dentro, é possível visitar cerca de 20 celas, das quais as duas de isolamento são as mais impressionantes, com 60 cm quadrados cada uma.
Oração
O Papa visitou as celas 9 e 11, onde acendeu uma vela, e a sala das execuções. Além das autoridades, o Pontífice foi acolhido por um bispo católico da Companhia de Jesus, sobrevivente da perseguição e por um descendente de deportados. No pátio externo, Francisco depositou flores e pronunciou a seguinte oração: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?» (Mt 27, 46).
O vosso grito, Senhor, não pára de ressoar, ecoando dentro destas paredes que recordam os sofrimentos vividos por tantos filhos deste povo. Lituanos e originários de diferentes nações sofreram na sua carne o delírio de omnipotência daqueles que tudo pretendiam controlar.
No vosso grito, Senhor, ecoa o grito do inocente que se une à vossa voz e se eleva para o céu. É a Sexta-feira Santa do sofrimento e da amargura, da desolação e da impotência, da crueldade e do absurdo que viveu este povo lituano face à ambição desenfreada que endurece e cega o coração.
Neste lugar da memória, nós Vos imploramos, Senhor, que o vosso grito nos mantenha despertos. Que o vosso grito, Senhor, nos liberte da doença espiritual que sempre nos tenta como povo: esquecer-nos dos nossos pais, de quanto viveram e sofreram.
Que, no vosso grito e na vida dos nossos pais que tanto sofreram, possamos encontrar a coragem de nos comprometermos, com determinação, no presente e no futuro; que aquele grito seja estímulo para não nos adequarmos às modas do momento, aos slogans simplificadores e a toda a tentativa de reduzir e tirar a qualquer pessoa a dignidade de que Vós a revestistes.
Senhor, que a Lituânia seja farol de esperança; seja terra da memória operosa, que renova os compromissos contra toda a injustiça. Que promova esforços criativos na defesa dos direitos de todas as pessoas, especialmente das mais indefesas e vulneráveis. E que seja mestra na reconciliação e harmonização das diferenças. Fonte: http://press.vatican.va
Papa: um sacerdote sem vida de oração não vai muito longe
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O Papa recebeu os sacerdotes e membros da Cúria da Arquidiocese de Valência que este ano celebra o jubileu de São Vicente Ferrer. O religioso trabalhou e lutou com todas as suas forças pela unidade na comunidade eclesial.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (21/09), na Sala do Consistório, no Vaticano, os sacerdotes e membros da Cúria da Arquidiocese de Valência, na Espanha.
“Valência, terra de santos, este ano celebra o jubileu de um deles, São Vicente Ferrer, que trabalhou e lutou com todas as suas forças pela unidade na comunidade eclesial”, frisou o Pontífice.
Segundo o Papa, este santo propõe aos sacerdotes três meios fundamentais para conservar a amizade e a união com Jesus Cristo: o primeiro é a oração como alimento de todo sacerdote.
Rezar é a primeira tarefa do bispo e do sacerdote
“O sacerdote é homem de oração. Um sacerdote sem vida de oração não vai muito longe. O povo fiel tem bom olfato e percebe se seu pastor reza e se relaciona com Deus. Rezar é a primeira tarefa do bispo e do sacerdote. Dessa relação de amizade com Deus se recebe a força e a luz necessária para enfrentar todo apostolado e missão, pois aquele que foi chamado vai se identificando cada vez mais com os sentimentos do Senhor e suas palavras e ações adquirem o sabor puro do amor de Deus”, sublinhou Francisco.
Para o Santo Padre, “a vida interior do sacerdote repercute em toda a Igreja, começando por seus fiéis. Precisamos da graça para seguir no caminho e percorrê-lo com aqueles que nos foram confiados. O sacerdote, assim como o bispo, vai adiante de seu povo, mas também no meio e atrás, onde for necessário, sempre com a oração.”
Testemunhas no mundo
O segundo aspecto fundamental para conservar a amizade e a união com Jesus Cristo é a obediência à vocação da pregação do Evangelho a toda criatura.
“O Senhor nos chama ao sacerdócio para ser suas testemunhas no mundo, para transmitir a alegria do Evangelho a todas as pessoas. Esta é a razão do nosso existir. Não somos proprietários da Boa Nova, nem empresários do divino, somos custódios e dispensadores do que Deus nos confia através de sua Igreja. Isto supõe uma grande responsabilidade, pois comporta preparação e atualização do que foi aprendido e assumido. São necessários o estudo e o confronto com outros sacerdotes para enfrentar os momentos que estamos vivendo e as realidades que nos questionam.”
Para Francisco, “a formação permanente é uma realidade que deve ser aprofundada e tomar corpo no presbitério. Sempre digo aos bispos para ouvir e serem acessíveis aos seus sacerdotes, pois eles são seus colaboradores imediatos, e junto com eles os demais membros da Igreja, pois a barca da Igreja não é de um, nem de uns poucos, mas de todos os batizados e precisa também do entusiasmo dos jovens e da sabedoria dos idosos para ir mar afora”.
O sacerdote é livre enquanto está unido a Cristo
O terceiro aspecto é a liberdade em Cristo a fim de beber o cálice do Senhor em qualquer circunstância. “O sacerdote é livre enquanto está unido a Cristo, e dele obtém a força para ir ao encontro dos demais. “Somos chamados a sair e testemunhar a todos a ternura de Deus, também nas atividades e tarefas da cúria, com atitude de saída, ir ao encontro do irmão.”
Acolhimento dos migrantes
O Papa agradeceu aos sacerdotes pelo que fazem na Arquidiocese de Valência em favor dos necessitados, e “pela generosidade e grandeza de coração no acolhimento dos migrantes. Eles encontram em vocês uma mão amiga e também proximidade e amor.”
O Papa agradeceu aos sacerdotes pelo exemplo e testemunho que dão, “muitas vezes com escassez de meios e ajuda, mas sempre com o preço mais alto, que não é o reconhecimento dos poderosos nem da opinião pública, mas o sorriso de gratidão no rosto de tantas pessoas às quais” eles “devolveram a esperança”.
“Continuem levando a presença de Deus às pessoas que dela precisam. Este é um dos desafios do sacerdote hoje”, concluiu. Fonte: http://press.vatican.va
Os pais nos deram a vida, jamais insultá-los, pediu Francisco
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"Nunca, nunca, nunca insultar os outros, os pais. Nunca insultar o pai, a mãe. Nunca. Tomem esta decisão interior. A partir de hoje nunca insultarei o pai ou a mãe de quem quer que seja. Nos deram a vida. Nunca insultá-los”, foi o pedido do Papa Francisco na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
Nunca insultar os pais! “Poderemos começar a honrar nossos pais com a liberdade de filhos adultos e com misericordiosa acolhida de seus limites”, “quando descobrirmos que o verdadeiro enigma não é mais “por que?”, mas “por quem?”” aconteceu isto ou aquilo que forjou a minha vida.
“Honrar pai e mãe”. O quarto mandamento foi o tema da catequese do Papa na Audiência Geral desta quarta-feira, 19, ao dar continuidade a sua série de reflexões sobre o Decálogo. Francisco pediu para nunca insultarmos os pais. Do Brasil estava presente um grupo do Colégio Santo Inácio, de Fortaleza.
O sentido de "honrar"
Francisco começou explicando aos 13 mil presentes na Praça São Pedro, numa quarta-feira com tempo instável na Cidade Eterna, o sentido desta “honra”, que em hebraico indica a glória, o valor, a consistência de uma realidade. Portanto, “honrar” significa reconhecer este valor.
Se “honrar a Deus nas Escrituras quer dizer reconhecer a sua realidade, considerar a sua presença”, dando a Ele “seu justo lugar na existência”, honrar pai e mãe quer dizer então “reconhecer a sua importância também com atos concretos, que exprimem dedicação, afeto, cuidado”, mas não só.
“Honra o teu pai e a tua mãe, como te ordenou o Senhor, para que se prolonguem os teus dias e prosperes na terra que te deu o Senhor teu Deus”. O quarto mandamento – explica o Papa - “contém um êxito”, ou seja, “honrar os pais leva a uma vida longa e feliz”.
Feridas da infância
De fato, “a palavra “felicidade” no Decálogo aparece somente ligada à relação com os pais”. E essa sabedoria milenar declara o que as ciências humanas conseguiram elaborar somente há pouco mais de um século, isto é, que as marcas da infância marcam toda a vida:
“Muitas vezes pode ser fácil entender se alguém cresceu em um ambiente saudável e equilibrado. Mas da mesma forma perceber se uma pessoa vem de experiências de abandono ou de violência. A nossa infância é um pouco como uma tinta indelével, se expressa nos gostos, nos modos de ser, mesmo que alguns tentem esconder as feridas de próprias origens”.
Reconhecimento por quem nos colocou no mundo
Francisco chama a atenção, que o quarto mandamento não fala da bondade dos pais, nem pede a eles que sejam perfeitos, mas, “fala de um ato dos filhos, independente dos méritos dos genitores, e diz uma coisa extraordinária e libertadora”:
“Mesmo que nem todos os pais sejam bons e nem todas as infâncias sejam serenas, todos os filhos podem ser felizes, porque a realização de uma vida plena e feliz depende do justo reconhecimento para com aqueles que nos colocaram no mundo”.
“ A realização de uma vida plena e feliz depende do justo reconhecimento para com aqueles que nos colocaram no mundo ”
Exemplo do Santos
O Papa ressalta o quanto este quarto mandamento “pode ser construtivo para tantos jovens que vem de histórias de dor e para todos aqueles que sofreram em sua juventude. Muitos santos - e muitos cristãos - depois de uma infância dolorosa viveram uma vida luminosa, porque, graças a Jesus Cristo, se reconciliaram com a vida:
"Pensemos ao hoje Beato, mas no próximo mês Santo Sulprizio, aquele jovem napolitano que há 19 anos acabou sua vida reconciliado com tantas dores, com tantas coisas, porque seu coração era sereno e jamais havia renegado seus pais. Pensemos em São Camilo de Lellis, que de uma infância desordenada construiu uma vida de amor e serviço; mas pensemos Santa Josefina Bakhita, crescida em uma escravidão horrível; ou ao abençoado Carlo Gnocchi, órfão e pobre; e ao próprio São João Paulo II, marcado pela perda da mãe em tenra idade”.
O homem, qualquer que seja a sua história, “recebe deste mandamento a orientação que conduz a Cristo”, em quem se manifesta de fato “o Pai verdadeiro, que nos oferece renascer do alto”.
“Os enigmas de nossas vidas se iluminam quando se descobre que Deus desde sempre nos preparou a vida como seus filhos, onde cada ato é uma missão dele recebida.”
Feridas como potencialidades
As nossas feridas – observou o Santo Padre – iniciam a ser “potencialidades” quando, por graça, descobrimos que o verdadeiro enigma não é mais “por que?”, mas “por quem?”” me aconteceu isto, explicando:
“Em vista de qual obra Deus me forjou através da minha história? Aqui tudo se inverte, tudo se torna precioso, tudo se torna construtivo. Então podemos começar a honrar nossos pais com a liberdade de filhos adultos e com misericordiosa acolhida de seus limites”.
“ Em vista de qual obra Deus me forjou através da minha história? ”
Jamais insultar pai e mãe
“Honrar os pais – exortou o Papa. Nos deram a vida”. E fez um pedido:
“Se você se afastou dos seus pais, mah, faça um esforço e volte, volte para eles. Talvez sejam idosos. Deram a vida a você. E depois, entre nós existe este costume de dizer coisas feias, mesmo palavrões. Por favor. Nunca, nunca, nunca insultar os outros, os pais dos outros. Nunca! Nunca se insulta a mãe, nunca insultar o pai. Nunca! Nunca! Tomem esta decisão interior. A partir de hoje nunca insultarei a mãe ou o pai de quem quer que seja. Nos deram a vida. Nunca devem ser insultados”.
Mas essa vida maravilhosa, disse o Papa Francisco ao concluir, nos é oferta, não imposta. Renascer em Cristo é uma graça a ser acolhida livremente e é o tesouro de nosso Batismo, no qual, por obra do Espírito Santo, um só é o Pai nosso, aquele de céu”. Fonte: https://www.vaticannews.va
Novo documento do Papa: Sínodo dos bispos a serviço do Povo de Deus
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Consultar o Povo de Deus e ter uma Igreja sinodal: essas são as características da Constituição apostólica Episcopalis communio publicada esta terça-feira.
Giada Aquilino – Cidade do Vaticano
Faltando poucos dias para o início do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, foi publicada esta terça-feira (18/09) a Constituição Apostólica do Papa Francisco Episcopalis communio sobre a estrutura do organismo instituído por Paulo VI em 1965.
Pelo bem de toda a Igreja
Francisco define a instituição do Sínodo como uma das “heranças mais preciosas do Concílio Vaticano II”, e destaca a “eficaz colaboração” do organismo com o Romano Pontífice nas questões de maior importância, isto é, que “requerem uma especial ciência e prudência pelo bem de toda a Igreja”. Neste momento histórico em que a Igreja abarca uma nova “etapa evangelizadora”, através de um estado permanente de missão, o Sínodo dos bispos é chamado a se tornar sempre mais um canal adequado para a evangelização do mundo de hoje.
A Secretaria Geral
Paulo VI havia previsto que, com o passar do tempo, esta instituição poderia ser aperfeiçoada; a última edição do Ordo Synodi é de 2006, promulgada por Bento XVI. Diante da eficácia da ação sinodal, nesses anos cresceu o desejo de que o Sínodo se torne sempre mais “uma peculiar manifestação e uma eficaz atuação da solicitude do episcopado para com todas as Igrejas”.
A escuta
O bispo, reitera o Papa, é contemporaneamente “mestre e discípulo”, num compromisso que é ao mesmo tempo missão e escuta da voz de Cristo que fala através do Povo de Deus. Também o Sínodo então “tem que se tornar sempre mais um instrumento privilegiado de escuta do Povo de Deus”, através da consulta dos fiéis nas Igrejas particulares, porque mesmo que seja um organismo essencialmente episcopal, não vive “separado do restante dos fiéis”.
Portanto, é “um instrumento apto a dar voz a todo o Povo de Deus justamente por meio dos bispos”, “custódios, intérpretes e testemunhas da fé”, mostrando-se, de Assembleia em Assembleia, uma expressão eloquente da “sinodalidade” da própria Igreja, em que se espelha uma comunhão de culturas diferentes. Também graças ao Sínodo dos bispos, ficará mais evidente que nela vige uma “profunda comunhão”, seja entre os pastores e fiéis, seja entre os bispos e o Pontífice.
A unidade do todos os cristãos
A esperança do Papa Francisco é que a atividade do Sínodo possa “a seu modo contribuir ao restabelecimento da unidade entre todos os cristãos, “segundo a vontade do Senhor”. Deste modo, o organismo ajudará a Igreja Católica, segundo o auspício de São João Paulo II expresso na encíclica Ut unum sint, a “encontrar uma forma de exercício de primado que, não renunciando de modo algum à essência de sua missão, se abra a uma nova situação”. Fonte: www.vaticannews.va
Papa: não se pode acreditar em Deus e ser mafioso
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O Papa retornou à Sicília nos 25 anos da morte do padre Pino Puglisi, assassinado pela máfia em 1993. Em sua homilia, o Papa fez uma dura advertência aos mafiosos: caso não se converterem ao Deus verdadeiro de Jesus Cristo, "sua vida será perdida e será a pior das derrotas”.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
“Não se pode acreditar em Deus e ser mafiosos. Quem é mafioso não vive como cristão, porque blasfema com a vida contra o nome de Deus-amor”, e hoje “temos necessidade de homens e de mulheres de amor, não de homens e de mulheres de honra”.
Na homilia da Missa celebrada no final da manhã deste sábado no Foro Itálico, em Palermo, o Papa exortou os mafiosos a deixarem de pensar em si mesmos e em seu dinheiro e a converterem-se ao verdadeiro Deus de Jesus Cristo, advertindo que caso contrário, a vida deles "será perdida e será a pior das derrotas”.
Francisco voltou à Sicília por ocasião do 25º aniversário de morte do padre Pino Puglisi, assassinado pela máfia em 15 de setembro de 1993, “coroando a sua vitória com o sorriso, com aquele sorriso que não deixou dormir de noite seu assassino que disse: «havia uma espécie de luz naquele sorriso»”.
Vitória e derrota
A sua homilia contrapôs o amor e o egoísmo, contrapôs a vida do padre Puglisi com o estilo mafioso de ser e agir. “Hoje Deus nos fala da vitória e da derrota”, disse o Papa referindo-se ao Evangelho de São João, “e somos chamados a escolher de que parte estamos: viver para si - com a mão fechada - ou doar a vida - a mão aberta. Somente doando a vida se derrota o mal. Um preço alto, mas somente assim”.
“ Somente doando a vida se derrota o mal. Um preço alto, mas somente assim ”
“Quem vive para si, quem multiplica os seus ganhos, quem tem sucesso, quem satisfaz plenamente as suas necessidades, parece vencedor aos olhos do mundo. A publicidade martela esta ideia”, diz Francisco.
Mas para Deus, “quem vive para si não perde somente alguma coisa, mas toda a vida, enquanto quem se doa encontra o sentido da vida e vence”. Portanto, há uma escolha a ser feita: “amor ou egoísmo”: “O egoísta pensa em cuidar da própria vida e se apega às coisas, ao dinheiro, ao poder, ao prazer. Então o diabo tem as portas abertas. O diabo entra pelos bolsos - eh! - se você é apegado ao dinheiro, isto é, ao diabo. O diabo faz acreditar que tudo está bem, mas na verdade o coração se anestesia com o egoísmo. O egoísmo é uma anestesia muito poderosa. Este caminho sempre acaba mal: no final se fica sozinho, com um vazio por dentro. O fim dos egoístas é triste: vazios, sozinhos, circundados somente por aqueles que querer herdar”.
“ Quem vive para si não perde somente alguma coisa, mas toda a vida, enquanto quem se doa encontra o sentido da vida e vence ”
Mas para muitos – observa Francisco – essa conversa poderia parecer fora da realidade, pois para seguir em frente “serve dinheiro e poder”. Mas isto, advertiu, “é uma grande ilusão: “Dinheiro e poder não libertam o homem, fazem dele um escravo. Vejam: Deus não exerce poder para resolver nossos males e os males do mundo. Seu caminho é sempre o do amor humilde: somente o amor liberta internamente, dá paz e alegria. Por isso que o verdadeiro poder, o poder segundo Deus, é serviço. Jesus o diz. E a voz mais forte não é a aquela de quem grita mais. A voz mais forte é a oração. E o maior sucesso não é a própria fama, como o pavão, não! A glória maior é, o sucesso maior é, o próprio testemunho”.
Lógica "perdedora"
Era isso o que padre Pino ensinava – recordou o Pontífice: “não vivia para se mostrar, não vivia de apelos antimáfia, e tampouco se contentava em não fazer nada, mas semeava o bem”. Sua lógica, “parecia uma lógica perdedora”, enquanto a lógica da carteira parecia vencedora”, mas “a lógica do deus-dinheiro é sempre perdedora”.
“ A lógica do deus-dinheiro é sempre perdedora ”
Ao ser morto há 25 anos, o sacerdote coroou a sua vida com um sorriso. Era inofensivo e seu sorriso transmitia a força de Deus, uma luz gentil que é a luz do amor, do dom, do serviço: “Temos necessidade de cristãos sorridentes, não porque levem pouco a sério as coisas, mas porque são ricos somente da alegria de Deus, porque acreditam no amor e vivem para servir”.
Padre Pino sabia que arriscava, “mas sabia sobretudo que o perigo verdadeiro na vida é não arriscar, é ir levando a vida entre comodidades, futilidades e atalhos”. Que Deus nos liberte disso: “Deus nos liberte de vivermos no lado negativo, nos contentando com meias-verdades. As meias-verdades não saciam o coração, não fazem bem. Deus nos liberte de uma vida pequena, que gira em torno das "mesquinharias". Liberte-nos de pensar que tudo está bem se estiver tudo bem comigo, o outro que se arranje. Liberte-nos de acreditarmos que somos justos se não fizermos nada para combater a injustiça. Quem não faz nada para combater a injustiça não é um homem ou uma mulher justo. Liberte-nos de acreditarmos que somos bons, somente porque não fazemos nada de mal (...). Senhor, dá-nos o desejo de fazer o bem; buscar a verdade detestando a falsidade; de escolher o sacrifício, não a preguiça; o amor, não o ódio; o perdão, não a vingança”.
Quem é mafioso não vive como cristão
Quem diz amar a Deus, mas odeia o seu irmão é um mentiroso - recordou o Papa referindo-se à primeira leitura -, pois “Deus-amor repudia toda a violência e ama todos os homens. Por isso, a palavra ódio deve ser apagada da vida cristã”. Então, dirigindo-se aos mafiosos disse: “ A palavra ódio deve ser apagada da vida cristã ”
“Não se pode acreditar em Deus e ser mafiosos. Quem é mafioso não vive como cristão, porque blasfema com sua vida o nome de Deus-amor. Hoje temos necessidade de homens e de mulheres de amor, não de homens e mulheres de honra; de serviço, não de subjugação; temos necessidade de homens e mulheres, de caminhar juntos, não de perseguir o poder. Se a ladainha mafiosa é: "Você não sabe quem eu sou", a cristã é: "Eu preciso de você". Se a ameaça mafiosa é: "Você vai pagar para mim", a oração cristã é: "Senhor, ajuda-me a amar". Por isso aos mafiosos eu digo: mudem irmãos e irmãs! Parem de pensar em si mesmos e em seu dinheiro. Você sabe, vocês sabem, que o Sudário não tem bolsos. Vocês não podem levar nada com vocês. Convertam-se ao verdadeiro Deus de Jesus Cristo, queridos irmãos e irmãs! Eu digo a vocês, mafiosos: se não fizerem isto a vida de vocês será perdida e será a pior das derrotas”.
O que eu posso fazer?
Nós não podemos seguir Jesus somente com ideias, mas precisamos colocar mãos-à-obra. Seguindo o exemplo de padre Pino que dizia: “Se alguém faz alguma coisa, se pode fazer muito”, o Papa pergunta o que eu posso fazer, pelos outros? Pela Igreja?”:
“Não espere que a Igreja faça algo por você, comece você. Não espere que a sociedade o faça, comece você! Não pense em si mesmo, não fuja da sua responsabilidade, escolha o amor! Sinta a vida das pessoas que têm necessidade, escuta o teu povo. Tenham medo, tenham medo, da surdez de não escutar o seu povo. Este é o único populismo possível: escutar o seu povo, o único "populismo cristão": ouvir e servir o povo, sem gritar, acusar e provocar contendas”.
“ Este é o único populismo possível, o único "populismo cristão": ouvir e servir o povo, sem gritar, acusar e provocar contendas ”
Padre Pino – continuou o Papa - vivia a pobreza, a cadeira no quarto onde estudava estava quebrada, “mas a cadeira não era o centro de sua vida, porque não vivia sentado repousando, mas vivia em caminho para amar. Eis a mentalidade vencedora, eis a vitória da fé, que nasce da doação cotidiana de si. Eis a vitória da fé que leva o sorriso de Deus pelas estradas do mundo. Eis a vitória da fé que nasce do escândalo do martírio”.
“Dar a vida”, disse o Papa ao concluir, “foi o segredo da sua vitória, o segredo de uma vida bela. Hoje, queridos irmãos e irmãs, escolhamos também nós uma vida bela”. Fonte: www.vaticannews.va
Papa: a cruz nos ensina a não temer as derrotas, pois com ela temos a vitória
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Na Festa da Exaltação da Santa Cruz, o Papa Francisco dedicou a homilia matutina à contemplação do fracasso, mas também da exaltação de Jesus, que "assumiu todo o pecado do mundo". Satanás está acorrentado, mas ainda late e se nos aproximarmos dele, nos destruirá.
Alessandro Di Bussolo – Cidade do Vaticano
A Cruz de Jesus nos ensina que na vida existe o fracasso e a vitória, e que não devemos temer os “momentos maus”, que podem ser iluminados justamente pela cruz, sinal da vitória de Deus sobre o mal. Um mal, satanás, que está destruído e acorrentado, mas “ainda late” e se você se aproximar dele para acariciá-lo, ele “destruirá você”.
Foi o que disse o Papa na homilia da Missa celebrada na manhã desta sexta-feira, 14, na Capela da Casa Santa Marta, na Festa da Exaltação da Santa Cruz.
A "derrota" de Jesus ilumina nossos momentos difíceis
Contemplar a Cruz, sinal do cristão – explica Francisco – é para nós contemplar um sinal de derrota mas também um sinal de vitória. Na cruz fracassa “tudo aquilo que Jesus havia realizado na vida”, e acaba toda a esperança das pessoas que seguiam Jesus. "Não tenhamos medo de contemplar a cruz como um momento de derrota, de fracasso".
E comentando a passagem da Carta aos Filipenses da segunda leitura, o Papa Francisco ressaltou que "Paulo, quando reflete sobre o mistério de Jesus Cristo, nos diz coisas fortes, nos diz que Jesus se esvaziou, aniquilou a si mesmo:
"Assumiu todo o nosso pecado, todo o pecado do mundo: era um "trapo", um condenado. Paulo não teve medo de mostrar essa derrota e também isso pode iluminar um pouco nossos maus momentos, nossos momentos de derrota, mas também a cruz é um sinal de vitória para nós cristãos".
Na Sexta-feira Santa, a "grande armadilha" para satanás
O Livro dos Números, na primeira leitura, narra o momento do Êxodo, no qual o povo judeu que murmurava “foi mordido pelas serpentes”. E isto evoca a antiga serpente, satanás, o Grande Acusador, recorda Francisco. Mas a serpente que provocava a morte – diz o Senhor a Moisés – será elevada e dará a salvação.
E esta - comenta o Papa Francisco - "é uma profecia". De fato, “Jesus feito pecado venceu o autor do pecado, venceu a serpente”. Satanás estava feliz na Sexta-feira Santa – enfatiza Francisco – “tão feliz que não percebeu, a grande armadilha “da história em que cairia”.
Engole Jesus, mas também a sua divindade, e perde!
Como dizem os Padres da Igreja, satanás “viu Jesus tão desfigurado, esfarrapado e como o peixe faminto que vai à isca presa ao anzol, foi lá e o engoliu”. “Mas naquele momento engoliu também a divindade porque era a isca presa ao anzol, com o peixe”.
“Naquele momento – comenta o Pontífice – satanás foi destruído para sempre. Não tem força. A Cruz, naquele momento, torna-se sinal de vitória”.
A antiga serpente está acorrentada, mas não se deve aproximar dela
“A nossa vitória é a cruz de Jesus, vitória diante do nosso inimigo, a grande antiga serpente, o Grande Acusador”. Na cruz – sublinha o Pontífice – “fomos salvos, naquele percurso que Jesus quis percorrer até o mais baixo, mas com a força da divindade”. Jesus disse: “Quando eu for elevado, atrairei todos a mim”:
"Jesus elevado e satanás destruído. A cruz de Jesus deve ser para nós a atração: olhar para ela, porque é a força para continuar em frente. E a antiga serpente destruída ainda late, ainda ameaça, mas, como diziam os Padres da Igreja, é um cão acorrentado: não se aproxime e não morderá você; mas se você for acariciá-lo porque o encanto o leva até lá como se fosse um cachorrinho, prepare-se, ele destruirá você”.
Estar diante da cruz, sinal de derrota e de vitória
A nossa vida segue em frente – esclarece o Papa - com Cristo vencedor e ressuscitado, que nos envia o Espírito Santo, mas também com aquele cão acorrentado, "a quem não devo me aproximar, porque ele me morderá":
“A cruz nos ensina isso, que na vida há o fracasso e a vitória. Devemos ser capazes de tolerar as derrotas, levá-las com paciência, as derrotas, também dos nossos pecados, porque Ele pagou por nós. Tolerá-los n’Ele, pedir perdão n’Ele, mas nunca se deixar seduzir por esse cão acorrentado. Hoje seria belo se em casa, tranquilos, ficarmos 5, 10, 15 minutos diante do crucifixo, ou o que temos em casa ou aquele do rosário: olhar para ele, é o nosso sinal de derrota, que provoca as perseguições, que nos destrói, é também o nosso sinal de vitória porque Deus venceu ali.” Fonte: www.vaticannews.va
Papa aos bispos: distribuam no mundo o vinho novo que é Cristo
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Em um forte discurso, na Sala do Consistório, no Vaticano, o Papa voltou a falar sobre a missão da Igreja, no mundo de hoje. O discurso foi dirigido aos bispos que participam de um curso em Roma
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
No final da manhã desta quinta-feira (13), o Papa Francisco recebeu em audiência cerca de 150 novos bispos que participam do curso promovido pela Congregação para os Bispos que termina hoje.
Na Sala do Consistório, no Vaticano, o Papa Francisco começou seu discurso saudando os novos Pastores da Igreja “com o toque de Cristo, Evangelho de Deus que aquece o coração, reabre os ouvidos e solta os lábios para a alegria que não falha e não desaparece, porque nunca é comprada ou merecida, pelo contrário, é pura graça!”.
Ao relembrar o presente precioso de Deus que receberam ao entrar no ministério episcopal, Francisco disse que quase “por acaso” encontraram “o tesouro da vida”. E, então, abordou o tema da santidade, “a tarefa mais urgente” para os Pastores:
“Vocês não são resultado de um escrutínio meramente humano, mas de uma escolha do Alto. Por isso, de vocês se exige não uma dedicação intermitente, uma fidelidade em fases alternadas, uma obediência seletiva, mas vocês são chamados a se consumar noite e dia.”
Igreja precisa responder ao Povo de Deus
Papa Francisco observou a necessidade de ficar sempre vigilante “quando a luz desaparece” ou quando surgem as tentações; ser fiel inclusive quando, no calor do dia, diminuem “as forças da perseverança”. Isso tudo porque, segundo o Pontífice, o povo de Deus tem o direito de encontrar “nos lábios, no coração e na vida” dos bispos a mensagem tão esperada oferecida pela “paternidade de Deus”.
“A Igreja não é nossa, mas é de Deus! Ele veio antes de nós e estará depois de nós! O destino da Igreja, do pequeno rebanho, é vitoriosamente escondido na cruz do Filho de Deus. Os nossos nomes estão esculpidos no seu coração; a nossa sorte está nas suas mãos”, afirmou o Santo Padre. E acrescentou: “Cristo seja a alegria de vocês, o Evangelho seja o nutrimento”, principalmente diante das famílias que frequentam as paróquias.
“ Lá, onde nos corações há a frágil, mas indestrutível certeza que a verdade prevalece, que amar não é vão, que o perdão tem o poder de mudar e de reconciliar, que a unidade vence sempre a divisão, que a coragem de esquecer si próprio para o bem do outro é mais satisfatório do que a primazia intangível do eu. ”
Um ministério perseverante diante das próprias comunidades dos bispos, onde “o bem normalmente não faz barulho, não é tema dos blogs e não aparece nas primeiras páginas”. Um bem que precisa crescer mesmo perante as novas realidades do individualismo e indiferença que bloqueiam os pontos de referência do Povo de Deus: “inclusive as suas feridas nos pertencem”, recordou o Papa.
A missão de distribuir o vinho novo aos fiéis
Papa: o bispo é homem de oração, do anúncio e homem de comunhão
“Este é o objetivo da Igreja: distribuir no mundo este vinho novo que é Cristo. Nada pode nos desviar dessa missão. Temos necessidade contínua de odres novos (Mc 2,22), e tudo aquilo que fazemos não é nunca suficiente para nos tornar dignos do vinho novo que são chamados a conter e a distribuir. Mas, justamente por isso, os recipientes saibam que sem o vinho novo serão, de qualquer forma, jarros de pedra fria, capazes de recordar a falta, mas não de doar a totalidade. Nada os distraia dessa meta: doar a totalidade!”
Papa Francisco, então, enfatizou que a santidade – consciente - não deve ser fruto do isolamento. Aconselhou que os bispos acolham a Igreja, como “esposa para amar, virgem para proteger, mãe para fazer fecunda”; num terreno que precisa “ser fértil para a semente do Verbo e jamais pisado por javalis” (Sal 80,14).
“Não serve a contabilidade das nossas virtudes, nem um programa de levantamentos, uma academia de esforços pessoais ou uma dieta que se renova de uma segunda-feira a outra, como se a santidade fosse resultado somente da vontade. A fonte da santidade é a graça de nos encostarmos na alegria do Evangelho e deixar que seja ela a invadir a nossa vida, de modo que não se poderá mais viver diversamente.”
"Não se envergonhem da carne das suas Igrejas"
O Papa Francisco finalizou seu discurso alertando os bispos para que se perguntem o que podem fazer para tornar mais santa a Igreja, sem “apontar o dedo nos outros, produzir bodes expiatórios”, mas trabalhando juntos e em comunhão.
“Por isso, insisto para que não se envergonhem da carne das suas Igrejas. Entrem em diálogo com os seus questionamentos. Peço uma atenção especial ao clero e aos seminários. Não podemos responder aos desafios que temos em relação a eles sem atualizar os nossos processos de seleção, acompanhamento, análise. Mas as nossas respostas serão privadas de futuro se não alcançarão a profundeza espiritual que, não em poucos casos, permitiu fraquezas escandalosas.”
Três cursos para bispos em Roma
O curso para os novos bispos, que teve como tema “Servidores da alegria do Evangelho”, é um dos três de atualização que estão sendo realizados nestes dias em Roma, além daquele para quem completou 10 anos de episcopado e de outro para 74 pastores dos Territórios de Missão – promovido pela Congregação para a Evangelização dos Povos. O curso da Congregação para os Bispos acontece a cada seis meses. Fonte: www.vaticannews.va
Papa convoca conferências episcopais para falar sobre prevenção de abusos
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Os cardeais reiteraram, nesta quarta-feira, sua plena solidariedade ao Papa Francisco pelo ocorrido nas últimas semanas.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco encontrará, no Vaticano, de 21 a 24 de fevereiro de 2019, todos os presidentes das Conferências Episcopais, “para falar sobre a prevenção de abusos contra menores e adultos vulneráveis”.
Foi o que disse a vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, Paloma García Ovejero, no briefing realizado na conclusão da 26ª reunião do Conselho de Cardeais (C9), nesta quarta-feira (12/09).
Francisco tomou esta decisão depois de ser informado pelo cardeal Sean Patrick O’Malley sobre os trabalhos da Pontifícia Comissão para a Tutela de Menores.
Todos os cardeais manifestaram sua satisfação pelo bom êxito do 9º Encontro Mundial das Famílias realizado, em Dublin, na Irlanda, congratulando-se também com o cardeal Kevin J. Farrell e com o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida que organizaram o evento junto com o arcebispo dom Diarmuid Martin.
Conselho de Cardeais expressa plena solidariedade ao Papa Francisco
O C9 pediu ao Papa Francisco, na abertura dos trabalhos na última segunda-feira (10/09), “uma reflexão sobre o trabalho, a estrutura e a composição do Conselho, considerando a idade avançada de alguns membros”.
A maior parte dos trabalhos do Conselho de Cardeais, instituído em setembro de 2013, foi dedicada aos últimos ajustes no esboço da nova Constituição Apostólica da Cúria Romana, cujo título provisório é Praedicate evangelium. O C9 entregou ao Papa Francisco o texto provisório destinado a uma revisão de estilo e releitura canônica.
Seis cardeais participaram desta reunião do C9. Estiveram ausentes os cardeais Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo emérito de Santiago, Chile, Laurent Monsengwo Pasinya, arcebispo de Kinshasa, República Democrática do Congo, e George Pell, prefeito da Secretaria para a Economia.
Os cardeais reiteraram, nesta quarta-feira, sua plena solidariedade ao Papa Francisco pelo ocorrido nas últimas semanas.
O C9 colabora com o Papa Francisco no governo da Igreja e no projeto de reforma da Cúria Romana. A próxima reunião do C9 está marcada de 10 a 12 de dezembro próximo. Fonte: www.vaticannews.va
QUARTA-FEIRA 12: “A verdadeira liberdade é o amor verdadeiro”. Papa Francisco na audiência Geral.
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QUARTA-FEIRA 12: “A verdadeira liberdade é o amor verdadeiro”. Papa Francisco na audiência Geral.
"O amor verdadeiro é a verdadeira liberdade, pois desapega da posse, reconstrói as relações, sabe acolher e valorizar o próximo, transforma todo esforço em um dom alegre e torna-o capaz de comunhão. O amor torna livres mesmo na prisão, ainda se fracos e limitados”, disse Francisco.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
O amor verdadeiro é a verdadeira liberdade. A escravidão do próprio ego aprisiona mais do que uma prisão, mais do que uma crise de pânico, mais do que uma imposição de qualquer gênero. Assim, o terceiro mandamento nos convida a celebrar no repouso a libertação, trazida por Jesus.
Na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco voltou a refletir sobre os dez mandamentos, retomando o terceiro, sobre o repouso, sobre o qual havia começado a falar na semana precedente.
Dirigindo-se aos 12 mil presentes na Praça São Pedro, Francisco começou explicando “uma preciosa diferença” existente entre o Decálogo publicado no Livro do Êxodo e aquele publicado no Livro do Deuteronômio. Enquanto no primeiro o motivo do repouso “é a bênção da criação”, no segundo é comemorado “o fim da escravidão”. “Neste dia – observa - o escravo deve repousar como o patrão, para celebrar a memória da Páscoa da libertação”, e acrescenta: “Os escravos, na verdade, por definição, não podem descansar. Mas existem tantos tipos de escravidão, quer exteriores como interiores. Existem restrições externas como as opressões, as vidas sequestradas pela violência e por outros tipos de injustiça. Existem depois, as prisões interiores, que são, por exemplo, bloqueios psicológicos, os complexos, os limites de caráter e outros mais”.
“Existe repouso nessas condições?”, pergunta o Papa. “Pode um homem preso ou oprimido permanecer livre? E pode uma pessoa atormentada por dificuldades internas ser livre?”.
Misericórdia traz liberdade interior
Francisco responde dizendo que existem pessoas que, mesmo no cárcere, “vivem uma grande liberdade de espírito”. Para ilustrar sua afirmação, cita São Maximiliano Kolbe e o cardeal Van Thuan, “que transformaram obscuras opressões em locais de luz. Assim como pessoas marcadas por grandes fragilidades interiores, que porém conhecem o repouso da misericórdia e sabem transmitir isso”:
"A misericórdia de Deus nos liberta e quando você se encontra com a misericórdia de Deus tem uma grande liberdade interior e tem capacidade de transmiti-la. Por isso é importante ser aberto à misericórdia de Deus para deixar de ser escravo de si mesmo".
A verdadeira liberdade
O que é então a verdadeira liberdade? A liberdade de escolha, fazendo aquilo que se deseja, “não basta para ser realmente livres, e tampouco felizes. A verdadeira liberdade é muito mais”, afirma, explicando:
“De fato, há uma escravidão que aprisiona mais que uma prisão, mais do que uma crise de pânico, mais do que uma imposição de qualquer tipo: a escravidão do próprio ego. Aquelas pessoas que parece que durante todo o dia estão se refletindo no espelho para ver o ego. E o próprio ego tem uma estatura mais alta que o próprio corpo. São escravas do ego".
O ego, um torturador
"O ego - observa Francisco - pode se tornar um torturador que tortura o homem onde quer que esteja e lhe causa a mais profunda opressão, aquela que se chama "pecado", que não é uma simples violação de um código, mas fracasso da existência e condição de escravos”.
O pecado, no final das contas - explica - é dizer e fazer ego: "Eu quero isto, isto, isto e não me importa se existe um limite, se existe um mandamento, nem mesmo me importa se existe amor. Ego! Este é o pecado." Pensemos nas paixões humanas: "O guloso, o lascivo, o avarento, o zangado, o irascível, o invejoso, o preguiçoso, o soberbo, e assim por diante, são escravos de seus vícios, que os tiranizam e os atormentam. Não há trégua para o guloso, porque a gula é a hipocrisia do estômago, que nos faz acreditar que está vazio. O estômago hipócrita nos faz gulosos, somos escravos do estômago hipócrita. Não há trégua para o guloso".
E o lascivo, que deve viver de prazer, a ânsia de possuir destrói o avarento, sempre acumulando dinheiro, fazendo mal aos outros. O fogo da ira e o caruncho da inveja arruínam as relações; a preguiça que evita qualquer esforço torna incapazes de viver; o egocentrismo soberbo escava um fosso profundo entre si e os outros.”
E as pessoas invejosas. "Os escritores dizem que a inveja deixa amarelo o corpo e a alma. Como quando uma pessoa tem hepatite fica amarela, os invejosos tem amarela a alma, porque nunca podem ter o frescor da saúde da alma. A inveja destrói".
Celebrar no repouso a libertação em Jesus Cristo
“Queridos irmãos e irmãs, quem é, portanto, o verdadeiro escravo? Quem é aquele que não conhece repouso? Quem não é capaz de amar!”
O Senhor Jesus nos liberta da escravidão do pecado, tornando o homem capaz de amar. Assim, o terceiro mandamento nos convida a celebrar no repouso esta libertação.
O verdadeiro amor
O verdadeiro amor, portanto, é a resposta para a pergunta “o que é a verdadeira liberdade?”:
“O amor verdadeiro é a verdadeira liberdade: desapega da posse, reconstrói as relações, sabe acolher e valorizar o próximo, transforma todo esforço em um dom alegre e torna-o capaz de comunhão. O amor torna livres mesmo na prisão, ainda se fracos e limitados”.
Esta é a liberdade – disse o Santo Padre ao concluir - que recebemos de nosso Redentor, Jesus Cristo. www.vaticannews.va
SEGUNDA-FEIRA, HOMILIA do Papa: “A novidade do Evangelho não admite vida dupla”.
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"A novidade do Evangelho é absoluta, é total. Nos abrange totalmente, porque nos transforma de dentro para fora: o espírito, o corpo e a vida cotidiana.”
Cidade do Vaticano
“Irmãos, ouve-se falar em geral de imoralidade entre vocês, e de imoralidade tal que nem entre os pagãos costuma acontecer. Vocês são cristãos e vivem assim?”
São as palavras de reprovação, extraídas da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, em que Paulo fala aos cristãos, constatando que muitos deles levam uma “vida dupla”.
Paulo, sublinhou o Papa na homilia proferida na Casa Santa Marta, nesta segunda-feira (10/09/2018), está muito zangado com aqueles que se vangloriavam de ser “cristãos abertos”, cuja “a confissão de Jesus Cristo andava de mãos dadas com uma imoralidade tolerada”. O apóstolo lembra-lhes que o fermento faz levedar toda a massa e que é preciso um novo fermento para uma nova massa. Jesus tinha dito: “Vinhos novos em odres novos”.
O Evangelho transforma totalmente a pessoa
“A novidade do Evangelho, a novidade de Cristo não é somente transformar a nossa alma. É transformar tudo em nós: alma, espírito e corpo, tudo, ou seja, transformar o vinho, o fermento, em odres novos. A novidade do Evangelho é absoluta, é total. Nos abrange totalmente, porque nos transforma de dentro para fora: o espírito, o corpo e a vida cotidiana.”
A novidade do Evangelho e as novidades do mundo
Francisco observou que os cristãos de Corinto não tinham entendido a novidade totalizadora do Evangelho que transforma todas as coisas, que não é uma ideologia ou um modo de viver social junto com os costumes pagãos. A novidade do Evangelho é a Ressurreição de Cristo, é o Espírito que ele nos enviou “para nos acompanhar na vida”. Nós cristãos somos homens e mulheres de novidade, afirmou o Papa, não das novidades.
“Muita gente procura viver o seu cristianismo “das novidades”: mas hoje, se pode fazer assim; não, hoje se pode viver assim...”. Essa gente que vive das novidades propostas pelo mundo é mundana, não aceita toda a novidade. Há um confronto entre “a novidade” de Jesus Cristo e “as novidades” que o mundo nos propõe para viver.”
Ser fraco sim, mas não hipócrita
As pessoas que Paulo condena, continuou o Papa, “são mornas, imorais, são pessoas que simulam, pessoas formais, hipócritas”. E reiterou: “O chamado de Jesus é um chamado para a novidade”.
“Mas, alguém pode dizer: Padre, nós somos fracos, somos pecadores. Isso é outra coisa. Se você reconhece ser pecador e fraco, Ele lhe perdoa, porque uma parte da novidade do Evangelho é confessar que Jesus Cristo veio para o perdão dos pecados. Mas se você que se diz cristão convive com as novidades mundanas, não, é hipocrisia. Esta é a diferença. Jesus disse no Evangelho: “Fiquem atentos quando lhes disserem: o Cristo está ali, está lá, ... As novidades são isso: não, a salvação está com este, com aquele. Cristo é um só. E Cristo é claro na sua mensagem.
O caminho de quem segue Cristo é o martírio
Jesus não ilude quem deseja segui-lo e o Papa diante da pergunta: “Como é o caminho daqueles que vivem a novidade e não querem viver as novidades?, recorda como termina a passagem do Evangelho de hoje, ou seja, com a decisão dos escribas e doutores da lei de matar Jesus, de abatê-lo.
“O caminho daqueles que aceitam a novidade de Jesus Cristo é o mesmo de Jesus: o caminho rumo ao martírio”, nem sempre sangrento, mas o de todos os dias. “Nós estamos nas ruas, advertiu o Papa, e somos olhados pelo grande acusador que desperta os acusadores de hoje para nos pegar em contradição”. E concluiu, não devemos negociar com as novidades. Não devemos “enfraquecer o anúncio do Evangelho”. Fonte: www.vaticannews.va
Por que o Papa não se defende?
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“Talvez Francisco queira unir e assumir, em suas próprias carnes, toda a vileza da crise de abusos, e deixar que toda a ira se dirija a ele. Converter-se assim em um bode expiatório, enviado ao deserto da infâmia e a traição para pagar o preço dos pecados de outros”, analisa Cameron Doody, em artigo publicado por Religión Digital, 31-08-2018. A tradução é do Cepat.
Eis o artigo.
Entre todos os comentários sobre o silêncio do Papa Francisco diante das acusações do arcebispo Viganò, talvez nenhum chegue à verdade do motivo pelo qual Bergoglio não se defende, nesse momento, que o de seu biógrafo, Austen Ivereigh. Ele acerta o alvo pela simples razão de permitir que o próprio Francisco fale, recordando um texto seu escrito em 1990: Silêncio e palavra.
Neste texto, como explica Ivereigh, Bergoglio medita sobre o silêncio de Cristo em sua Paixão. Não o silêncio da cumplicidade, nem da inação, mas o silêncio do Homem das Dores em seu autoesvaziamento, em sua humildade frente à hostilidade de seus acusadores.
“Este tipo de silêncio supõe uma escolha deliberada de não responder com uma autodefesa intelectual ou arrazoada, que no contexto de confusão, de denúncias, réplicas e meias verdades, não faz mais que alimentar o ciclo de acusações e contra-acusações histéricas”, explica Ivereigh, que qualifica este silêncio de Cristo como “estratégia espiritual” não só para “deixar espaço para que Deus atue”, mas também para “forçar os espíritos por trás do ataque a se revelar”.
Mas, melhor deixar que Bergoglio se expresse em suas próprias palavras: “Na raiz de qualquer ataque feroz está a necessidade das pessoas em descarregar sua própria culpabilidade e limitações”, observa em Silêncio e palavra. Uma verdade como um templo que perfeitamente poderia se aplicar à situação em que se encontra atualmente. E continua: “Em momentos de obscuridade e grande tribulação, quando os nós e enredos não podem se desemaranhar e se endereçar, nem também esclarecer as coisas, então temos que nos calar. A mansidão do silêncio nos demonstrará ainda mais frágeis, com o que será o diabo que, fortalecido, venha à luz e nos mostre suas verdadeiras intenções, já não disfarçado de anjo, mas desmascarado.
Sobretudo, o diabo quer dividir: nós e eles, amigos e inimigos, os “bons” e os “maus”. Mas, o que é mais importante para Francisco, assim como explica Ivereigh, é que Deus quer unir, e que Cristo nos deixou o mandato de que unamos também.
Vejam, então, a possível lógica da estratégia do Papa. Talvez Francisco queira unir e assumir, em suas próprias carnes, toda a vileza da crise de abusos, e deixar que toda a ira se dirija a ele. Converter-se assim em um bode expiatório, enviado ao deserto da infâmia e a traição para pagar o preço dos pecados de outros. Para que o horror das agressões contra menores acabe de uma vez por todas. Não disse isso Ivereigh, nem Bergoglio: aventuro aqui minha própria tese. E não posso evitar de pensar no versículo do profeta Isaías: “Sobre ele descarregou o castigo que nos cura, e com suas cicatrizes nos curamos”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
HOMILIA DO PAPA NESTA QUINTA, DIA 6. “Pedir a graça de acusar a si mesmo, não os outros”.
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Sem acusar a si mesmo, reconhecer-se pecador, não se pode caminhar na vida cristã: Este é o centro da mensagem do Papa Francisco expressa na homilia na Casa Santa Marta.
Debora Donnini – Cidade do Vaticano
Sem acusar a si mesmo, reconhecer-se pecador, não se pode caminhar na vida cristã: Este é o centro da mensagem do Papa Francisco expressa na homilia na Casa Santa Marta (06/09/2018).
A reflexão de Francisco se inspirou no Evangelho do dia, de Lucas, no qual Jesus pede a Pedro que entre em seu barco e, depois de pregar, o convida a lançar as redes, com o resultado de uma pesca milagrosa. Um episódio que evoca outra pesca milagrosa, depois da Ressurreição, quando Jesus pergunta aos discípulos se tinham algo a comer.
Em ambos os casos, observou o Papa, “há uma unção de Pedro”: primeiro como pescador de homens, depois como pastor. Jesus também muda seu nome de Simão para Pedro e, como “bom israelita”, sabia que uma mudança de nome significava uma mudança de missão.
Afasta-te de mim
Pedro “se sentia orgulhoso porque realmente amava Jesus” e esta pesca milagrosa representa um passo avante na sua vida. Depois de ver que as redes quase se rompiam com a grande quantidade de peixes, se jogou aos pés de Jesus, dizendo-lhe: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador”.
Este é o primeiro passo decisivo de Pedro no caminho do discipulado, de discípulo de Jesus, acusar a si mesmo: “Sou um pecador”. O primeiro passo de Pedro é este e é também o primeiro passo de cada um de nós se quisermos caminhar na vida espiritual, na vida de Jesus, servir Jesus, segui-Lo. Deve fazer isto: acusar a si mesmo. Sem acusar a si mesmo, não se pode caminhar na vida cristã.
Porém, há um risco. Todos “sabemos que somos pecadores”, mas “não é fácil” acusar a si mesmo de ser um “pecador concreto”. “Nós estamos acostumados a dizer: ‘Sou um pecador’”, assim como dizemos: “eu sou humano” ou “eu sou um cidadão italiano”, disse o Papa.
Sentir-se mísero
Acusar a si mesmo, ao invés, é sentir a própria miséria: “sentir-se miseráveis”, míseros, diante do Senhor. Trata-se de sentir vergonha. E é algo que não se faz com palavras, mas com o coração, isto é, uma experiência concreta, como quando Pedro diz a Jesus de se afastar dele porque “realmente se sentia um pecador”. Depois, se sentiu salvo.
A salvação que “Jesus nos traz” necessita desta confissão sincera, porque “não é algo cosmético”, que muda um pouco o rosto com “duas pinceladas”: transforma, mas para que entre, é preciso deixar espaço com a confissão sincera dos próprios pecados. Assim se experimenta o estupor de Pedro.
Portanto, o primeiro passo da conversão é acusar a si mesmo com vergonha e sentir o estupor de se sentir salvo. “Devemos nos converter”, “devemos fazer penitência”, exortou Francisco, convidando a refletir sobre a tentação de acusar os outros:
Tem gente que vive falando mal dos outros, acusando os outros e nunca pensa em si mesmo e quando vou me confessar, como me confesso, como os papagaios? “Bla, bla, bla… Fiz isso, isso…”. Mas o que você fez toca o seu coração? Muitas vezes não. Você vai lá fazer cosmética, se maquiar um pouco para sair bonito. Mas não entrou no seu coração completamente, porque você não deixou lugar, porque não foi capaz de acusar a si mesmo.
A graça de se acusar
O primeiro passo então é uma graça: aprender a acusar a si mesmo e não os outros.
Um sinal que uma pessoa não sabe, que um cristão não sabe acusar a si mesmo é quando está acostumado a acusar os outros, a falar mal dos outros, a colocar o nariz na vida dos outros. E este não é um bom sinal. Eu faço isto? É uma bela pergunta para chegar ao coração. Peçamos ao Senhor hoje a graça de nos encontrar diante Dele com este estupor que a sua presença nos dá e a graça de nos sentir pecadores, mas concretos, e dizer como Pedro: “Afasta-te de mim, porque sou um pecador”. Fonte: http://press.vatican.va
Manifestações de apoio e solidariedade ao Papa Francisco
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O arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, enviou ao papa Francisco uma carta na qual manifesta ao santo padre apoio, comunhão, solidariedade e orações. Na missiva, o presidente da CNBB reafirma o compromisso do episcopado e da Igreja no Brasil de estar sempre unidos ao papa na sua missão.
Dois regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também enviaram recentemente ao papa Francisco manifestações de solidariedade por conta dos ataques que o sumo pontífice vem recebendo do arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico nos EUA. Viganó acusa o papa de ter acobertado o caso do cardeal Theodore McCarrick.
Na carta que enviou ao Vaticano, os bispos do Regional Nordeste 3 da CNBB manifestam a unidade e a solidariedade ao pontífice. “Temos consciência de que a Igreja vive um momento particularmente doloroso e difícil. Se isso aflige o nosso coração de pastores de Igrejas Particulares, imaginamos quanto o faz sofrer, diante da responsabilidade que recebeu de Jesus Cristo como continuador da missão de Pedro, de confirmar todos os seus irmãos na fé”, diz um trecho da carta.
Em referência à Carta ao Povo de Deus, de 20 de agosto, a presidência do Regional Sul 1 da CNBB expressa, sobretudo, o compromisso com a luta do papa em reconhecer e condenar, com dor e vergonha, as atrocidades cometidas por pessoas consagradas, clérigos, e inclusive por todos aqueles que tinham a missão de assistir e cuidar dos mais vulneráveis.
A Presidência do Regional Sul 1 reconhece, com gratidão e com senso de responsabilidade, tudo o que o papa Francisco tem feito para combater o abuso de menores e de vulneráveis na Igreja Católica, buscando agir segundo a verdade e a justiça. De fato, apenas na medida em que o amor estiver fundado na verdade é que pode perdurar no tempo, superar o instante efêmero e permanecer firme para sustentar um caminho comum (LF 27).
Outras manifestações de apoio o papa também vieram a público como a Carta Aberta da Comissão Regional de Presbíteros do Leste 2, publicada no site do regional; a carta de dom Pedro Carlos Cipollini, bispo diocesano de Santo André e a campanha para redes sociais que a Signis Brasil Jovens – Associação Católica de Comunicação lançou esta semana. O material da campanha afirma que está em curso a disseminação de falsas notícias com a intenção de desestabilizar o pontificado do papa. “O papa Francisco atua sem medir esforços na construção de uma cultura da paz, justiça e solidariedade”, diz o texto. A campanha, que atua com a hashtag #FranciscoEstouAqui, pretende inundar os espaços digitais com uma mensagem alegre, criativa e orante de apoio e carinho ao papa Francisco. Fonte: http://www.cnbb.org.br
CATEQUESE DO PAPA NESTA QUARTA, 5: “Domingo é dia de fazer as pazes com a vida”. Francisco.
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Em sua catequese na Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco falou sobre "o dia do repouso" para os cristãos: "Tanta gente, tanta, que tem a possibilidade de divertir-se, e não vivem em paz com a vida. Domingo é dia de fazer as pazes com a vida, dizendo, a vida é preciosa! Não é fácil, às vezes é doloroso, mas é preciosa”.
Jackson erpen - Cidade do Vaticano (5/09/ 2018)
O verdadeiro sentido do repouso. Dando continuidade a sua série de catequeses sobre o Decálogo, o Papa falou nesta quarta-feira aos mais de 13 mil fiéis presentes na Praça São Pedro sobre o repouso como “momento de contemplação e louvor”, “é a bênção da realidade”. Francisco recordou ainda a necessidade de nos reconciliarmos com nossa própria história, pois a verdadeira paz, não é mudá-la, mas dar as boas-vindas e valorizá-la.”
“O dia do repouso” de que fala o Livro do Êxodo “parece um mandamento fácil de ser cumprido – observa - mas é uma impressão errada”, pois “existe o repouso falso e o repouso verdadeiro. Como reconhecê-los?”, pergunta o Papa.
“A sociedade de hoje está sedenta por entretenimento e férias. A indústria da distração – escutem bem, a indústria da distração - é muito florescente e a publicidade desenha o mundo ideal como um grande parque de diversões onde todos se divertem. O conceito de vida dominante hoje não tem o centro de gravidade em atividade e compromisso, mas na evasão. Ganhar dinheiro para divertir-se, satisfazer-se. A imagem-modelo é a de uma pessoa de sucesso que pode permitir-se amplos e diversos espaços de prazer”.
Divertimento que não é repouso
“Mas essa mentalidade – chama a atenção o Santo Padre - desliza para a insatisfação de uma existência anestesiada pelo divertimento que não é repouso, mas alienação e fuga da realidade. O homem nunca repousou tanto quanto hoje, e ao mesmo tempo o homem nunca experimentou tanto vazio como hoje! As possibilidades de divertir-se, sair, cruzeiros, viagens. Tanta coisa...não te dão a plenitude do coração, mais ainda, não te dão repouso.”
Neste sentido, as palavras dos Decálogo lançam uma luz sobre o que é o repouso. “O mandamento – explica o Papa – tem um elemento peculiar: fornece uma motivação. O repouso no nome do Senhor tem um motivo preciso”. Depois de ter trabalhado por seis dias, no sétimo repousou, “por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o consagrou”.
Dia da contemplação e da benção
Ou seja, no sétimo dia, “inicia o dia do repouso, que é a alegria de Deus por aquilo que criou. É o dia da contemplação e da bênção”. Assim, o repouso segundo este mandamento é “o momento da contemplação, do louvor, não da evasão. É o tempo para olhar a realidade e dizer: como é bela a vida!”. Assim, “ao repouso como fuga da realidade, o Decálogo opõe o repouso como bênção da realidade”:
“Para nós, cristãos, o centro do Dia do Senhor, o domingo, é a Eucaristia, que significa "ação de graças". É o dia para dizer a Deus: obrigado, obrigado Senhor, obrigado pela vida, pela sua misericórdia, por todos os seus dons. O domingo não é o dia para esquecer os outros dias, mas para recordá-los, abençoá-los e fazer as pazes com a vida, fazer as pazes com a vida. Tanta gente, tanta, que tem a possibilidade de divertir-se, e não vive em paz com a vida. Domingo é dia de fazer as pazes com a vida dizendo: a vida é preciosa! Não é fácil, às vezes é doloroso, mas é preciosa”.
Reconciliar-se com a própria história
Ser introduzido no repouso autêntico é uma obra de Deus em nós, afirma o Papa, mas exige que nos afastemos da maldição e do seu encanto. Inclinando o coração para a infelicidade, de fato, enfatizar as razões do descontentamento é muito fácil. Bênção e alegria implicam uma abertura para o bem que é um movimento adulto do coração. O bem é afável e nunca se impõe. Deve ser escolhido:
“A paz se escolhe, não pode ser imposta e não pode ser encontrada por acaso. Afastando-se das dobras amargas de seu coração, o homem tem necessidade de fazer as pazes com aquilo de que ele foge. É necessário reconciliar-se com a própria história, com fatos que não se aceitam, com as partes difíceis da existência. A verdadeira paz, de fato, não é mudar a própria história, mas dar as boas-vindas e valorizá-la, assim como aconteceu.”
O Pontífice recorda que muitas vezes encontramos cristãos doentes e que nos consolam “com uma serenidade que não é encontrada nos alegres e hedonistas”.
Da mesma forma, “vimos pessoas humildes e pobres alegrarem-se por pequenas graças, com uma felicidade que sabia de eternidade”.
A vida torna-se bela quando começamos a pensar bem dela
Maria fez a escolha pela vida, que tornou-se o seu “fiat”, “uma abertura ao Espírito Santo que nos coloca nas pegadas de Cristo, Aquele que se entrega ao Pai no momento mais dramático e assim segue o caminho que leva à ressurreição.
A vida se torna bela – disse o Papa ao concluir – “quando se começa a pensar bem dela, seja qual for a nossa história (...) quando o coração está aberto à Providência e o que o Salmo diz é verdade: "Somente em Deus repousa a minha alma". Fonte: http://press.vatican.va
HOMILIA DO PAPA NESTA TERÇA, 4. “Fazer exame de consciência para deixar espaço ao Espírito”.
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Na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco celebrou a missa e recordou que no coração do homem, todos os dias, combatem o “espírito do mundo” e o “espírito de Deus”.
Barbara Castelli – Cidade do Vaticano (4/09/2018)
O coração do homem é como um “campo de batalha”, onde se enfrentam dois “espíritos” diferentes: um, o de Deus, nos leva “às boas obras, à caridade e à fraternidade”, o outro, o do mundo, nos impulsiona “em direção à vaidade, ao orgulho, à suficiência e às fofocas”. Foi o que destacou o Papa Francisco, celebrando a Missa na Casa Santa Marta. O ponto de partida das reflexões do Pontífice foi a Primeira Leitura, em que o “apóstolo Paulo ensina aos Coríntios o caminho para ter o pensamento de Cristo”, um caminho marcado pelo abandono ao Espírito Santo. De fato, é o Espírito Santo que nos leva a “conhecer Jesus”, a ter os seus mesmos “sentimentos”, a compreender o “coração”.
A eterna luta entre bem e mal
Francisco recordou que “o homem deixado às suas forças não compreende as coisas do Espírito”:
“Existem dois espíritos, duas modalidades de pensar, de sentir, de agir: o que me leva ao Espírito de Deus e o que me leva ao espírito do mundo. E isso acontece na nossa vida: nós todos temos esses dois ‘espíritos’, digamos assim. O Espírito de Deus nos leva às boas obras, à caridade, à fraternidade, a adorar Deus, a conhecer Jesus, a fazer tantas obras boas de caridade, a rezar: isso. E o outro espírito do mundo, que nos leva em direção à vaidade, ao orgulho, à suficiência e à fofoca: um caminho completamente diferente. O nosso coração – dizia um santo - é como um ‘campo de batalha, um campo de guerra onde esses dois espíritos combatem”.
Vencer as tentações como Jesus
“Na vida cristã”, portanto, “se deve combater para deixar espaço ao Espírito de Deus” e “expulsar o espírito do mundo”. E um “exame de consciência” diário, sugeriu o Pontífice, ajuda a “identificar as tentações”, a esclarecer como atuam essas forças contrapostas.
“É muito simples: temos este grande dom, que é o Espírito de Deus, mas somos frágeis, somos pecadores e temos também a tentação do espírito do mundo. Neste combate espiritual, nesta guerra do espírito, é preciso ser vencedores como Jesus”.
Não animais, mas Filhos de Deus
Todas as noites, concluiu o Papa, o cristão deveria repensar o dia transcorrido para verificar se prevaleceu a “vaidade” e a “soberba” ou se conseguiu imitar o Filho de Deus.
“Conhecer o que acontece no coração. Se nós não fizermos isso, se nós não soubermos o que acontece no nosso coração – e isso não o digo eu, o diz a Bíblia – somos como os ‘animais que não entendem nada’, vão avante com o instinto. Mas nós não somos animais, somos Filhos de Deus, batizados com o dom do Espírito Santo. Por isso, é importante entender o que aconteceu hoje no meu coração. Que o Senhor nos ensine a fazer sempre, todos os dias, o exame de consciência”. Fonte: http://press.vatican.va
Papa: silêncio e oração diante de quem busca o escândalo
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O Papa Francisco retomou as celebração na na manhã desta segunda-feira. Ao comentar o Evangelho do dia, enfatizou que o desejo de "escândalo e divisão" pode ser combatido somente com o silêncio e a oração. "Que o Senhor nos dê a graça de discernir quando devemos falar e quando devemos calar".
Cidade do Vaticano (03/09/2018)
Nesta segunda-feira, 3 de setembro, quando o pontificado do Papa Francisco completa 2 mil dias, o Pontífice retomou sua habitual agenda, inclusive celebrando as missas na capela da Casa Santa Marta.
O Papa comentou o Evangelho do dia, extraído de Lucas, afirmando que a vontade de “escândalo” e de “divisão” só pode ser combatida com o silêncio e a oração.
De volta a Nazaré, Jesus é acolhido com reserva. A Palavra do Senhor cristalizada nesta narração permite, portanto, “refletir sobre o modo de agir cotidiano, quando há incompreensões” e entender “como pai da mentira, o acusador, o diabo, atua para destruir a unidade de uma família, de um povo”.
Nenhum profeta é bem recebido em sua Pátria
Ao chegar à sinagoga, Jesus é acolhido com grande curiosidade: todos querem ver com os próprios olhos as grandes obras de que foi capaz em outras terras. Mas o Filho do Pai Celeste usa somente “a Palavra de Deus”, um hábito que adota quando “quer vencer o Diabo”. E é justamente esta atitude de humildade que deixa espaço à primeira “palavra-ponte”, esclareceu o Papa, uma palavra que semeia a “dúvida”, que leva a uma mudança de atmosfera, “da paz à guerra”, “do estupor ao desprezo”. Com o “seu silêncio”, Jesus vence os “cães raivosos”, vence “o diabo” que “tinha semeado a mentira no coração”.
“Não eram pessoas, era um bando de cães raivosos que o expulsaram da cidade. Não raciocinavam, gritavam. Jesus ficou em silêncio. Levaram-no até ao alto do monte com a intenção de lançá-lo no precipício. Esta passagem do Evangelho termina assim: com o seu silêncio vence aquele bando selvagem e vai embora, pois não tinha chegado ainda a hora. O mesmo acontece na Sexta-feira da Paixão: as pessoas que no Domingo de Ramos fizeram festa para Jesus e disseram “Bendito és Tu, Filho de Davi”, diziam crucifica-o: tinham mudado. O diabo semeou a mentira em seu coração, e Jesus fazia silêncio.”
A verdade é mansidão
“Isto nos ensina que quando existe este modo de agir, de não ver a verdade, permanece o silêncio”, afirmou o Papa.
“O silêncio que vence, porém através da Cruz. O silêncio de Jesus. Quantas vezes nas famílias começam as discussões sobre política, esporte, dinheiro, uma vez, depois outra e aquelas famílias acabam sendo destruídas naquelas discussões em que se vê que o diabo está ali, que quer destruir... Silêncio. Dizer o que pensa e depois se calar, pois a verdade é mansidão, a verdade é silenciosa, a verdade não é barulhenta. Não é fácil o que Jesus fez, mas há a dignidade do cristão que está fundamentada na força de Deus. Com as pessoas que não têm boa vontade, com as pessoas que buscam somente o escândalo, que buscam somente a divisão, que buscam somente a destruição também nas famílias: silêncio e oração.”
A dignidade da vitória da ressurreição
O Papa Francisco concluiu com esta oração:
“Senhor, nos dê a graça do discernimento quando devemos falar e quando devemos calar, durante a vida toda: no trabalho, em casa, na sociedade... durante a vida inteira. Assim, seremos mais imitadores de Jesus”. Fonte: Fonte: http://press.vatican.va
TERÇA-FEIRA, 28. Papa: como Santo Agostinho, oferecer boas obras aos irmãos
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Nascido na Argélia, homem culto e de pensamento aguçado, o Bispo de Hipona foi capaz de se colocar em discussão, escrevendo páginas memoráveis do Cristianismo.
Cidade do Vaticano
“Se o Senhor lhe deu riquezas, é para fazer em Seu nome muitas boas obras para os outros.” Esta é a mensagem do Papa Francisco no Twitter, em homenagem a Santo Agostinho, cuja memória litúrgica se celebra neste 28 de agosto.
Nascido na Argélia, homem culto e de pensamento aguçado, o Bispo de Hipona foi capaz de se colocar em discussão, escrevendo páginas memoráveis do Cristianismo.
De coração a coração
Movido pelo coração e pelo amor, buscava de maneira irrequieta a Verdade. Passados séculos de sua morte, em 430 D.C., quem lê uma de suas célebres obras, as Confissões, é capaz de encontrar as próprias interrogações, o estado de ânimo diante dos eventos da vida, os conflitos aparentemente insolúveis entre fé e razão.
“Quando alguém lê as Confissões, explica o agostiniano descalço padre Gabriele Ferlisi, sente que Agostinho lhe empresta as palavras e pensa: ‘Mas eu também sinto isso.’ E isto porque Agostinho falava de coração a coração.”
Santo Agostinho, modelo para os jovens
Tendo vivido o drama da busca de sentido e de verdade, o filho de Santa Mônica é particularmente próximo aos jovens de hoje.
“Agostinho encoraja os jovens à busca”, afirma ainda padre Gabriele – e os convida a jamais colocar um ponto final em seus resultados, a serem honestos diante da Verdade e a aceitá-la uma vez reconhecida”.
Buscar com o desejo de encontrar e encontrar com o desejo de continuar buscando (De Trinitate 9,1,1): é uma das máximas mais conhecidas de Agostinho, que exorta a jamais desistir da busca de Deus.
Mas qual foi o motor da conversão de Agostinho? Padre Gabriele Ferlisi explica: “O grande ideal que tocou o coração de Agostinho e que o próprio santo propõe aos outros é o encontro com Cristo, Aquele que satisfaz todos os desejos do coração humano”. Fonte: /www.vaticannews.va
*PAPA FRANCISCO: Catequese sobre os Mandamentos
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Resumo da catequese. (Audiência geral, 22.08.2018)
A audiência geral desta manhã teve lugar às 9h30 na Sala Paulo VI, onde o Santo Padre Francisco encontrou grupos de peregrinos e fiéis da Itália e de todo o mundo.
Em seu discurso em italiano, o Papa continuou a sua catequese sobre os Mandamentos, tem focado sua meditação sobre "Respeite o nome do Senhor" (Canções bíblicos: Livro do Êxodo 20,7; João 17,25-26) .
Depois de resumir sua catequese em várias línguas, o Santo Padre dirigiu expressões particulares de saudação aos grupos de fiéis presentes. A Audiência Geral terminou com o canto do Pater Noster e a Bênção Apostólica.
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Continuamos a catequese sobre os mandamentos e hoje enfrentamos hoje o mandamento: "Em princípio não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus " ( Êx 20: 7 ). Nós corretamente lemos esta Palavra como o convite para não ofender o nome de Deus e evitar usá-lo de forma inadequada. Esse claro significado nos prepara para aprofundar mais essas palavras preciosas, não para usar o nome de Deus em vão, de forma inadequada.
Vamos ouvi-los melhor. A versão "Você não pronuncia" traduz uma expressão que significa literalmente, em hebraico, como em grego, " você não assumirá isso, você não assumirá isso ".
A expressão «em vão » é mais clara e significa: « vazio, vão ». Refere-se a um envelope vazio, a uma forma desprovida de conteúdo. É a característica da hipocrisia, do formalismo e da mentira, de usar palavras ou usar o nome de Deus, mas vazia, sem verdade.
O nome na Bíblia é a verdade íntima das coisas e especialmente das pessoas. O nome geralmente representa a missão. Por exemplo, Abraão em Gênesis (ver 17.5) e Simão Pedro nos Evangelhos (cf. Jo 1.42) recebem um novo nome para indicar a mudança na direção de sua vida. E conhecer verdadeiramente o nome de Deus leva à transformação da vida: a partir do momento em que Moisés conhece o nome de Deus, sua história muda (cf. Êx 3 : 13-15).
O nome de Deus, nos ritos judaicos, é solenemente proclamado no Dia do Grande Perdão, e as pessoas são perdoadas porque através do nome entra em contato com a própria vida de Deus que é misericordiosa.
Em seguida, " tomar sobre si o nome de Deus " significa tomar sobre nós a sua realidade, entrando em uma relação forte e um relacionamento próximo com Ele. Para nós, cristãos, este mandamento é a chamada para nos lembrar que somos batizados " em nomedo Pai e do Filho e do Espírito Santo ", como se diz cada vez que nos fazemos o sinal da cruz, para viver nossas ações diárias em feltro e real comunhão com Deus, isto é, no seu amor. E sobre isso, para fazer o sinal da cruz, gostaria de reiterar novamente: ensinar as crianças a fazer o sinal da cruz. Você viu como as crianças fazem isso? Se você disser às crianças: "Faça o sinal da cruz", elas fazem algo que elas não sabem o que é. Eles não podem fazer o sinal da cruz! Ensine-os a nomear o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O primeiro ato de fé de uma criança. Tarefa para você, tarefa a fazer: ensinar as crianças a fazer o sinal da cruz.
Alguém pode perguntar: é possível tomar sobre si o nome de Deus hipocritamente, como formalidade, no vácuo? A resposta é infelizmente positiva: sim, é possível. Pode-se viver um falso relacionamento com Deus, Jesus contou-lhe sobre os doutores da lei; eles fizeram coisas, mas não fizeram o que Deus queria. Eles falaram sobre Deus, mas eles não fizeram a vontade de Deus, e o conselho de Jesus é: "Faça o que eles dizem, mas não o que eles fazem". Pode-se viver um relacionamento falso com Deus, como essas pessoas. E esta Palavra do Decálogo é precisamente o convite a um relacionamento com Deus que não é falso, sem hipocrisia, a um relacionamento em que nos entregamos a Ele com tudo o que somos. Afinal, até o dia em que não arriscarmos nossa existência com o Senhor, tocando com nossas mãos que Nele encontramos a vida, só fazemos teorias.
Este é o cristianismo que toca os corações. Por que os santos são tão capazes de tocar os corações? Porque os santos não falam apenas, eles se movem! Nós movemos nossos corações quando um santo fala para nós, nos diz coisas. E eles são capazes, porque nos santos vemos o que o nosso coração deseja profundamente: autenticidade, relacionamentos verdadeiros, radicalismo. E isso também é visto nos "santos vizinhos", que são, por exemplo, os muitos pais que dão aos filhos o exemplo de uma vida coerente, simples, honesta e generosa.
Se você multiplicar os cristãos que tomam sobre si o nome de Deus, sem falsidade - assim praticando a primeira pergunta da Oração do Senhor " santificado seja o teu nome " - o anúncio da Igreja é o mais ouvido e é mais credível. Se a nossa vida real manifesta o nome de Deus, vemos quão bonito o Batismo ea Eucaristia é o grande presente, o que é uma união sublime que existe entre o nosso corpo e do corpo de Cristo: Cristo em nós e nós n'Ele ! United! Isso não é hipocrisia, isso é verdade. Isso não é falar ou rezar como um papagaio, é orar com o coração, amar o Senhor.
Da cruz de Cristo em diante ninguém pode desprezar a si mesmo e pensar mal de sua própria existência. Ninguém nunca! Tudo o que ele fez. Porque o nome de cada um de nós está nos ombros de Cristo . Ele nos traz! Vale a pena tomar sobre nós o nome de Deus porque Ele levou o nosso nome até o fim, até o mal que está em nós; Ele se encarregou de nos perdoar, colocar seu amor em nossos corações. É por isso que Deus proclama neste mandamento: "Leve-me sobre você, pois eu tomei você sobre mim mesmo".
Qualquer um pode invocar o santo nome do Senhor, que é amor fiel e misericordioso, em qualquer situação em que se encontre. Deus nunca dirá "não" a um coração que sinceramente o invoca. E vamos voltar ao dever de casa: ensinar as crianças a fazer o sinal da cruz bem feito. [01249-EN.02] [Texto original: italiano]. Fonte: http://press.vatican.va
*Catequese do Santo Padre em italiano (Tradução do google)
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