Francisco: Nossa Senhora do Carmo conceda a paz a quem sofre com a guerra
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Ao final do Angelus dominical, Papa implora a Nossa Senhora do Carmo conforto e paz para as populações "oprimidas pelo horror da guerra". E pede orações por Ucrânia, Oriente Médio e Mianmar. Uma saudação aos marítimos pelo "Domingo do Mar".
Vatican News
No dia 16 de julho a Igreja celebra Nossa Senhora do Carmo e foi a Ela que Francisco recorreu para suplicar conforto e paz às populações "oprimidas pelo horror da guerra".
Ao final do Angelus dominical, o Papa renovou seu convite aos fiéis para que continuem rezando pela paz na martirizada Ucrânia, na Palestina, em Israel e Mianmar.
O Pontífice também pediu orações aos trabalhadores do setor marítimo e a quem lhes presta assistência por ocasião do "Domingo do Mar", celebrado neste 14 de julho.
A saudação do Papa se estendeu a todos os romanos e peregrinos da Itália e de outros países, inclusive do Brasil, de modo especial aos participantes do Congresso Internacional dos leigos da Ordem e Santo Agostinho, às Irmãs da Sagrada Família de Nazaré, reunidas em Capítulo, e aos fiéis poloneses no Santuário de Nossa Senhora de Częstochowa, na Polônia, por ocasião da peregrinação anual da família da Rádio Maria. Fonte: https://www.vaticannews.va
Novena de Nossa Senhora do Carmo: Outro Olhar. 7º Dia
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Devoção e Esperança, é o sétimo Dia da Novena- reflexão- de Nossa Senhora do Carmo, Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Padre Carmelita e Jornalista da Ordem do Carmo. Comunidade do Carmo- Paróquia Nossa Senhora do Carmo- Vila Kosmos, Vicente de Carvalho, Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Sábado, 13 de julho-2024.
Novena de Nossa Senhora do Carmo: Outro Olhar. 5º Dia
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Devoção e Paz, é o quinto o Dia da Novena- reflexão- de Nossa Senhora do Carmo, Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Padre Carmelita e Jornalista da Ordem do Carmo. Comunidade do Carmo- Paróquia Nossa Senhora do Carmo- Vila Kosmos, Vicente de Carvalho, Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Quinta-feira,11 de julho-2024.
ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA: Devoção, Tradição e Fé!
“Pare de tirar Maria de mim, para que Maria não pare de proteger-me”. Papa Leão XI
(Quando Leão XI, já criado pontífice romano, estava sendo despido da veste cardinalícia para ser revestido com a papal, o prelado que o estava vestindo quis tirar-lhe do pescoço juntamente com as outras vestes o Escapulário do Carmo que o Papa trazia desde a infância, dizendo que as vestes pontifícias eram superiores a qualquer outra roupa. O Pontífice o impediu dizendo estas palavras: «Deixa-me Maria para que não me deixe Maria». Como se dissesse: «Pare de tirar Maria de mim, para que Maria não pare de proteger-me).
Santo Escapulário de Nossa Senhora dos Carmo nas Palavras dos Papas ao longo da história.
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JOÃO XXII
Jacques d’Euse, nascido em Cachors (França), papa de 1316 a 1334. É-lhe atribuída a “Bula Sabatina”, que contém o Privilégio Sabatino, muitas vezes confirmado pelos sucessivos Sumos Pontífices.
CLEMENTE VII
Júlio de Médici, nascido em Florença no dia 26 de maio de 1478; Papa desde 19 de novembro de 1523 a 25 de setembro de 1534. Com a Bula (Ex clementi Sadis Apostolicae” de 12 de agosto de 1530 aprova a Bula Sabatina (Bull. Carm. II, 47).
PAULO III
Alexandre Farnese, nascido em Canino (Roma) em fevereiro de 1478; papa desde 13 de outubro de 1534 a 10 de novembro de 1549. Com a Bula “Provisionis nostrae” de 3 de novembro de 1534 confirma o Privilégio Sabatino (Bull. Carm. II, 68)
SÃO PIO V
Antônio Ghisliere, nascido em Bosco Marengo (Alexandria) em 17 de janeiro de 1504; papa desde 7 de janeiro de 1566 a 1º de maio de 1572. Com a bula “Superma disposiotione” de 18 de fevereiro de 1566 aprova todos os privilégios, indulgências e graças concedidos à Ordem do Carmo, inclusive o Privilégio Sabatino (Bull. Carm. II, 141)
GREGÓRIO XIII
Hugo Boncompagni, nascido em Bolonha a 7 de fevereiro de 1502; papa de 13 de maio de 1572 a 10 de abril de 1585. Com a Bula “Ut laudes” de 18 de setembro de 1577, confirma novamente entre as outras graças concedidas à Ordem do Carmo, o Privilégio Sabatino (Bull. Carm. II, 194). Este Papa mandou que os frades de tal religião (do Carmo) não ficassem sem o Escapulário nem de dia nem de noite tanto para poderem lucrar as infinitas graças e indulgências da Ordem, quanto para a salvação que alcançarão ao morrer aqueles que o vestem” (DIOGO MARTINEZ DE CÓRIA MALDONADO Dilucidário e Demonstração das Crônicas etc. Córdoba 1598 T.p. 465).
GREGÓRIO XIV
Nicolau Sfondrati, nascido em Cremona no dia 11 de fevereiro de 1535; Papa de 5 de dezembro de 1950 a 15 de outubro de 1591. “Por aí se vê que antigamente muitos fiéis procuravam pertencer a esta confraria (...). Isto quase nos tempos de hoje quando o Reverendíssimo Geral João Batista Rúbeo de feliz memória visitou a Espanha e descobriu que o Rei de Portugal, trazia por devoção particular o hábito dos Carmelitas juntamente com inúmeros personagens daqueles Reinos. E que mais? Temos mesmo visto um Nicolau Sfrondato (sic) chamado Gregório XIII (sic; é XIV), Sumo Pontífice de feliz memória, muitos cardeais, bispos e outros prelados da Igreja de Deus serem revestidos e revestirem-se constantemente com um símbolo tão nobre e salutar, por devoção e para honra da nossa Gloriosíssima Padroeira” (PEDRO LUCIUS Compêndio histórico da Ordem etc. Florença 1598 p. 167).
LEÃO XI
Alexandre d’Octaviano de’ Médici, nascido em Florença a 11 de junho de 1535; papa de 1º de abril de 1605 a 27 de abril de 1605. (...) Em seguida sobre Leão, XIº Pontífice com este nome, certo Mestre de Sagrada Teologia, hoje ornado com a dignidade episcopal, deixou-nos escrito as coisas seguintes ouvidas de testemunhas oculares: «Quando Leão XI, já criado pontífice romano, estava sendo despido da veste cardinalícia para ser revestido com a papal, o prelado que o estava vestindo quis tirar-lhe do pescoço juntamente com as outras vestes o Escapulário do Carmo que o Papa trazia desde a infância, dizendo que as vestes pontifícias eram superiores a qualquer outra roupa. O Pontífice o impediu dizendo estas palavras: «Deixa-me Maria para que não me deixe Maria». Como se dissesse: «Pare de tirar Maria de mim, para que Maria não pare de proteger-me»” (SEGERO PAULI Vita Simonis Angli Speculum Carmelitanum II p. 433 n. 1523).
PAULO V
Camilo Borghese, nascido em Roma em 17 de setembro de 1552; Papa de 16 de maio de 1605 a 28 de janeiro de 1621. “Seja permitido aos Padres carmelitas pregar que o povo cristão pode piedosamente acreditar em tudo o que diz respeito à ajuda às almas dos irmãos e irmãs do sodalício da Santíssima Virgem Maria do Monte Carmelo: isto é, que a Santíssima Virgem ajudará as almas dos irmão e irmãs, que morreram cheios de caridade e durante a vida trouxeram o seu hábito (...), com a sua contínua intercessão, com os seus piedosos sufrágios e merecimentos e com especial proteção depois da morte deles, de modo particular no dia de sábado, dia que foi pela Igreja dedicado à mesma Virgem Santíssima. Portanto as imagens, que sobre este assunto costumam ser feitas ou pintadas pelos devotos, de modo nenhum representem a descida da Santíssima Virgem ao Purgatório para libertar as almas, mas estas, pela intercessão da Virgem Bem-aventurada sejam tiradas daquela grande pena para o céu pelas mãos dos anjos”. (Decreto da Sagrada Inquisição [´Santo Ofício] de 20 de janeiro de 1613 (Bull. Carm. I,62 e II, 601), onde se encontra também uma antiga tradução em italiano)
ALEXANDRE VII
Fábio Chigi, nascido em Sena no dia 13 de fevereiro de 1599; Papa de 7 de abril de 1655 a 22 de maio de 1667. No ano de 1655, no mesmo dia em que devia entrar em Conclave, Alexandre VII, Senense, chamado primeiro Fábio Chigi, foi até o Convento dos Carmelitas de Sta. Maria da Transpontina: aí, após fazer a oração, recebeu do Pe. Mário Venturino, Prior Geral de toda a Ordem, o Escapulário Mariano, e foi inscrito na sua confraria: adornado com este distintivo do patrocínio da Mãe de Deus, dirigiu-se para o Vaticano e foi elevado ao Sumo Pontificado pelo patrocínio, como se pode crer, da Mãe de Deus, numa quarta-feira, dia em honra a Virgem Mãe de Deus dedicado à abstinência que o até então Cardeal Fábio Chigi tinha guardado escrupulosamente”. O seu confessor, o Pe. Batista Cancellati, SJ, louva a devoção deste Papa para com Nossa Senhora do Carmo: “Em dia de quarta-feira celebraste a alegria nupcial da luz com a costumada abstinência de carne, como segundo o costume dos Carmelitas, é hábito ser observada em honra da Mãe de Deus pela multidão piedosa dos fiéis, que professam um culto peculiar à Virgem por meio da veste que cobre o peito e as costas como um reconhecimento de servidão” (Pe. Rafael de São José OCD. Signum Salutis (Sinal de Salvação) Linz 1718 p. 626)
CLEMENTE X
João Batista Emílio Altieri, nascido em Roma no dia 13 de julho de 1590; Papa desde 29 de abril de 1670 até 22 de julho de 1676. Com a Bula “Commissae Nobis” de 8 de maio de 1673 confirma as Bulas dos seus predecessores sobre o Privilégio Sabatino (Bull. Carm. II, 596).
CLEMENTE XI
João Francisco Albani, nascido em Urbino no dia 23 de julho de 1649; Papa desde 23 de dezembro de 1700 a 19 de março de 1721. “Mas faz-se conhecer muito melhor tão grande devoção no Pontífice reinante Clemente XI, que Deus conserve por uma longa seqüência de anos para o bem da sua Igreja, pelo fato de que com tão heróica virtude e singular admiração revestiu com o santo hábito da Virgem a uma sua sobrinha; refletindo, porém, consigo mesmo que esta devoção era nativa na casa Albani, e porque todos se gloriam de serem filhos da Virgem Maria do Carmo por trazerem o Santo Escapulário, bem se devia, recolhidos todos em Deus na uniformidade das vontades, fazer tal sacrifício. Acontece, na verdade, que a Virgem por um ato tão heróico, não cessa de prestar a Sua Santidade assistência cada vez mais singular junto ao seu divino Filho, e especialmente em tempos tão necessitados devido a encontrar-se convulsionado o mundo inteiro e toda agitada a pequena barca da Igreja; mas pela bondade divina dotada providencialmente de um piloto tão hábil” (F. ARSÊNIO DE STO. NATÔNIO Impulsos de piedade Roma 1704 p. 98 e 99)
BENTO XIV
Próspero Lambertini, nascido em Bolonha no dia 31 de março de 1675; Papa desde 17 de agosto de 1740 a 3 de maio de 1758. “No decurso do século XIII morreu Simão Stock, Geral da Ordem dos Carmelitas, homem de eminente santidade, a quem muito tempo antes da mote tinha aparecido a Virgem Bem-aventurada e lhe tinha dado o Escapulário como sinal de reconhecimento da Ordem do Carmo e como peculiar garantia da sua especial proteção; mais ainda, depois de cinqüenta anos, a Virgem Santa apareceu também ao Sumo Pontífice João XXII e comunicou-lhe muitas indulgências que ela havia alcançado do seu Filho Jesus Cristo em favor dos irmãos e irmãs da Ordem do Carmo, indulgências que o mesmo pontífice promulgou depois no dia 3 de março de 1322. E este é aquele que se chama Privilégio Sabatino pela razão, que apresentaremos em seguida: e se diz que isto foi sucessivamente confirmado pelos sumos pontífices Clemente VII, Pio V e Gregório XIII. “Diz-se que a Santíssima Virgem, quando deu ao Beato Simão o Escapulário, lhe tenha dito: «Este será para ti e para todos os carmelitas um privilégio: quem morrer com ele não padecerá o fogo eterno... E acreditamos que esta visão seja verdadeira e que deva ser tida como verdadeira por todos ... No Breviário Romano se faz menção dela...”.
“Concorda com este Decreto (o Decreto «Sapientissimo» de Paulo V) tudo o que se encontra nas segundas lições do Ofício do Breviário Romano. De fato lê-se nelas que as almas dos fiéis, que estejam inscritos na confraria do Escapulário e tenham praticado as obras piedosas que ela prescreve, mas tenham caído nas chamas do Purgatório, serão ajudadas pela Santa Virgem de tal modo que, quanto antes libertadas dali possam voar para o céu: todavia a tudo isto se acrescenta esta frase: «como piedosamente se crê».
Além do mais, deve julgar-se em erro quem nega que esta prática de usar devotamente o Escapulário mariano esteja enriquecida de muitas graças pelos Pontífices Romanos e que ainda tenha sido comprovada por muitos benefícios divinos, já que foram superadas, seja com sábios argumentos de homens eruditos, seja por decreto do Romano Pontífice todas aquelas coisas que poderiam criar dificuldade tanto sobre a visão de S. Simão Stock como sobre a Bula Sabatina; ainda mais, posto que, enquanto estavam mais acesas as controvérsias, ninguém nunca ousou reprovar o culto à Bem-Aventurada Virgem do Monte Carmelo, que os Pontífices Romanos enriqueceram com tantas e tão singulares indulgência; e enfim, visto que Deus, por intercessão da Virgem Bem-Aventurada, realizou muitos milagres em favor dos que praticam esta piedosa devoção”.
PIO VI
João Ângelo Braschi, nascido em Cesena no dia 27 de dezembro de 1717; Papa de 15 de fevereiro de 1775 a 29 de agosto de 1799. “Fomos enriquecidos com a honra do sumo pontificado numa quarta-feira do mês de fevereiro passado, dia que é dedicado com um culto especial à Santíssima Virgem do Carmo, de modo que atribuímos ao seu patrocínio a suprema autoridade, que carregamos ...” Alocução do dia 3 de junho aos Gremiais do Capítulo Geral – Atas dos Capítulos Gerais II p.. 434-437
BEATO PIO IX
João Maria Mastai-Ferreti, nascido em Senigália no dia 13 de março de 1792; papa de 16 de junho de 1846 a 7 de fevereiro de 1878.
“Foi-nos grata a vida de S.Simão Stock, que escreveste, tanto mais porque as virtudes admiráveis deste homem e o seu zelo (...) podem não só animar-nos ao culto de pessoa tão grande (...), mas também despertar e promover devoção e atos de piedade para com a Santíssima Virgem, graças aos admiráveis testemunhos de amor que lhe deu a Mãe de Deus, especialmente pelo exímio benefício do santo Escapulário a ele concedido para o bem não somente da família carmelita, mas também daqueles fiéis que desejariam honrá-la com especial veneração juntamente com essa Ordem religiosa (...)” Breve Apostólico do dia 23 de outubro de 1869 sobre a Vida de S.Simão Stock de Alfredo Mombrum Bordéus 1870.
LEÃO XIII
Joaquim Pecci, nascido em Carpineto Romano (Roma) aos 2 dias de março de 1810; papa desde 20 de fevereiro de 1878 a 20 de julho de 1903
“(...) Na verdade o Escapulário do Carmo, que de modo especial recomendam a própria nobreza da sua origem, a propagação extensíssima desde muitos séculos no meio do povo cristão, os efeitos salutares de piedade surgidos por seu intermédio e os insignes milagres que se afirmam acontecidos, parece que necessariamente exige uma distinção honrosa no próprio rito de recepção, de modo que não se imponha unido aos outros nem se confunda com outros escapulários, como se fosse qualquer um deles, mas se imponha aos fiéis separadamente, do modo como se conta que na sua primitiva instituição a Santíssima Virgem o tinha dado ao Beato Simão Stock como distintivo próprio da sua Ordem. Desta maneira se dará, sem dúvida, que conservar-se-á intacta aquela devoção de todo singular, universal e constante de todo o orbe católico para com este escapulário mariano, que quase por antonomásia se chama Escapulário, uma devoção que teve a sua origem legítima no fato de que, como se conta, a piedosíssima Virgem garantiu assegurar favores especiais, graças e privilégios a quem devotamente levar este seu sinal de predileção (...)”. Sobre executar-se o Escapulário da Bem-Aventurada Virgem do Monte Carmelo da entrega simultânea com mais escapulários 27 de abril de 1887. ACTA SANCTAE SEDIS XIX 554-556.
“Para perpétua memória – A fim de que possam crescer sempre mais a devoção e piedade dos fiéis para com a Santíssima Virgem do Carmelo, das quais possam derivar-se frutos abundantes e salutares, condescendendo benignamente com o piedoso pedido do querido filho, Aloísio Maria Galli, supremo moderador da Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, resolvemos enriquecer as igrejas dos carmelitas com um privilégio especial. Assim, baseando-nos sobre a misericórdia onipotente de Deus e sobre a autoridade dos seu Apóstolos Pedro e Paulo, a todos e cada um dos fiéis de ambos os sexos sinceramente arrependidos e sustentados com a santa comunhão, que visitarem devotamente qualquer igreja ou oratório público tanto de frades como de monjas, seja calçados ou descalços de toda a Ordem do Carmo, em qualquer que seja o lugar onde existirem, no dia 16 de julho de todos os anos, dia no qual se celebra a Festa de Nossa Senhora do Carmo, desde as primeiras Vésperas até o pôr-do-sol de tal dia, e que aí elevarem a Deus preces piedosa pela concórdia dos príncipes cristãos, pela extirpação das heresias, pela conversão dos pecadores e pela exaltação da Santa Madre Igreja, concedemos misericordiosamente no Senhor que, tantas vezes quantas isto fizerem, adquiram a indulgência e a remissão plenária de todos os seus pecados, e que também se possa aplicar a modo de sufrágio em favor das almas dos fiéis cristãos, que se foram desta vida na graça de Deus (...)”. Breve de 16 de maio de 1892 Acta Leonis XIII vol.XII p.128
SÃO PIO X
José Sarto, nascido em Riese (Treviso) no dia 2 de junho de 1835; papa de 4 de agosto de 1903 a 20 de agosto de 1914.
“(...) Todos os fiéis já inscritos ou a inscrever-se no futuro numa regular, como se diz, inscrição em um ou mais escapulários aprovados pela Santa Sé, podem, após a inscrição, em lugar dos próprios escapulários de pano, seja no lugar de um, seja no lugar de muitos, trazer sobre si, ao pescoço ou em outra parte, mas decentemente, uma só medalha de metal, com a qual, observando as leis próprias de cada escapulário, podem participar de todos os favores espirituais (não se excetuando o assim chamado Privilégio Sabatino do Escapulário da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo), e lucrar todas as indulgências anexas a cada um (...)” (Decreto do Sto. Ofício de 16 de dezembro de 1910 Acta Apostolicae Sedis III p. 23)
Por Decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, em data de 12 de novembro de 1913, foram aprovadas as Missas próprias de Nossa Senhora do Carmo, isto é, as da Vigília, da Festa e Votiva (Ver sentido do Intróito em Analecta O. Carm. vol.III p.5)
BENTO XV
Giácomo Della Chiesa, nascido em Gênova a 21 de novembro de 1854; papa de 3 de setembro de 1914 a 12 de janeiro de 1922.
“Exortou os jovens do Seminário romano que fossem unidos no espírito, por mais que se estivessem divididos em Seminário Maior e Menor. Dizia: «Por isto queremos deixar para todos uma palavra, uma arma comum: a palavra do Senhor no Evangelho, que agora vos transmitimos, e a arma do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, com o qual estais todos revestidos e pelo qual vos é dada continuamente a proteção da Virgem, até mesmo depois da morte». Em seguida, exortando os jovens a estudar o Evangelho a fim de praticarem unanimemente as sua máximas e a ser devotos da Virgem, terminou dando-lhes a Bênção Apostólica acompanhada de palavras paternais e comovidas” (Alocução aos alunos do Pontifício Seminário romano no dia 18 de julho de 1917 – Osservatore romano).
“Numa breve admonição o Sto.Padre respondeu, dirigindo-se a todos os que ali estavam, e disse que com a sua presença lhe faziam vir como que um eco das devotas orações e louvores que naqueles exatos dias do solene otavário (do Carmo) se elevavam à Virgem do Carmelo na igreja da Transpontina ali próxima e que o faziam saborear a mística fragrância desta festa querida”.
“Depois, tomando impulso nas palavras do Profeta Isaías: «Revestiu-me com as vestes da salvação», se entreteve bastante longamente a falar da admirável eficácia do santo Bentinho do Carmo tanto na ordem física como na ordem moral, recordando, sobretudo, a poderosa ajuda que a Virgem oferece para além do túmulo, no cárcere do Purgatório, a todos que em vida, revestidos com o seu celeste uniforme o carregam com as devidas disposições. Finalmente, depois de ter exortado com palavras ardorosas de modo especial as mães cristãs a se enamorarem do santo Bentinho e a infundirem o seu amor também no coração dos seus filhinhos, Sua Santidade deu a bênção a todos os presentes (...)” (Alocução aos Terceiros Carmelitas no dia 28 de julho de 1917 – Osservatore Romano).
PIO XI
Aquiles Ratti, nascido em Désio a 30 de maio de 1857; papa desde 6 de fevereiro de 1922 a 10 de fevereiro de 1939.
“Ao decorrer o sexto século desde o tempo em que começou a divulgar-se na Igreja o Privilégio Sabatino, pedem-nos para recomendar a devoção à Virgem Maria do Monte Carmelo a todos os católicos que estão pelo mundo, assim como aos sodalícios de leigos, que têm o nome desta Santíssima Virgem. Fazemo-lo com a melhor boa vontade por meio desta carta. Estamos alegres ao poder prestar este testemunho de piedade à Mãe Puríssima de Deus, que amamos de todo o coração desde a infância, e de colocar debaixo do seu patrocínio os inícios do nosso Pontificado. Não há necessidade de alongar-nos em recomendar aqueles sodalícios, que na sua liberalidade a própria Virgem recomenda, os quais nossos predecessores enriqueceram com graças numerosas, e que a solícita caridade dos religiosos carmelitas propagou tão largamente e com tanto fruto pelo mundo. Parece-nos suficiente exortar aos que deram o seu nome a estes sodalícios que com uma atenção constante procurem praticar tudo o que está prescrito pra lucrarem as indulgências concedidas, de modo especial aquela extraordinária chamada Sabatina. Na verdade a Virgem ama aqueles que a amam, e ninguém pode com justiça esperar tê-la como auxiliadora na morte se na vida não tiver merecido esta graça, quer mantendo-se longe da culpa, quer praticando tudo o que redunde em sua honra (...)”. (Autógrafo por ocasião do VI Centenário do Privilégio Sabatino a 18 de março de 1922 – Acta Apostolicae Sedis XIV, 274)
“ (...) Neste campo os Terceiros não terão no seu coração mais do que procurar o crescimento da vossa Ordem, a qual, ilustre pela santidade de tantas pessoas, tende ao seguinte fim, que é pregar e difundir por toda parte a altíssima dignidade da Mãe Celeste, cuja benigna generosidade do Privilégio Sabatino recordais com centenárias comemorações. Portanto, sob tal faustoso auspício, acorram os Terceiros Carmelitas ao Congresso que haverá no mês de dezembro, e de todas as conferências firmem-se sobre aquelas conclusões que, levadas a efeito, façam reviver a piedade dos fiéis para com Nossa Senhora do Carmo e façam crescer de modo maravilhoso o próprio sodalício em toda a República do Brasil com o maior proveito das almas (...)”. (Carta Apostólica de 28 de outubro de 1922 para o Congresso da Ordem Terceira no Brasil – Acta Apostolicae Sedis XIV, 638 e Analecta O. Carm. vol. V, p.55).
PIO XII
Eugênio Pacelli, nascido em Roma no dia 2 de março de 1876; papa desde 2 de março de 1939 e felizmente reinante.
“(...) A Virgem do Carmo, padroeira da gente do mar que entrega todos os dias a sua vida à instabilidade das ondas e do vento!
Deste nosso posto de timoneiro da barca de Pedro, ao sentirmos o rugido da tempestade e ao vermos diante dos nossos olhos inchar-se de raiva o mar com desejo de engolir o nosso batel, tranqüilos e confiantes erguemos os olhos até a Virgem do Carmelo - «Respice stellam, voca Mariam» = «Olha para a estrela, invoca Maria» - e lhe rogamos que não nos abandone. Ainda que o inferno não cesse os seus assaltos e aumentem sempre a violência, a audácia, porquanto contamso com o seu poderoso patrocínio (...)”. (Radiomensagem à Colômbia a 19 de julho de 1946 – Acta Apostolicae Sedis XXXVIII, 34).
Novena de Nossa Senhora do Carmo: Outro Olhar. 4º Dia
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Devoção e Caridade, é o Terceiro o Dia da Novena- reflexão- de Nossa Senhora do Carmo, Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Padre Carmelita e Jornalista da Ordem do Carmo. Comunidade do Carmo- Paróquia Nossa Senhora do Carmo- Vila Kosmos, Vicente de Carvalho, Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Quarta-feira,10 de julho-2024.
Mãe do Carmelo
Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Mãe do Carmelo, pra onde vais, Virgem do Carmo, onde estais. / Ensina a seguir Jesus, ensina encontrar a paz (bis)
1- Na Ordem, Terceira do Carmo, vamos juntos evangelizar, / Senhora do Escapulário, vem logo nos ajudar (bis)
2- No mês, da Flor Carmelo, a Novena vamos rezar. / julho é carmelitano, com o Cristo vamos encontrar (bis).
3- Com, Madalena de Pazzi, e Tito Brandsma, vamos louvar. / Com Teresona e João da Cruz, para o Monte vamos caminhar (bis)
4- Não me fale, em devoção, e para os pobres, os olhos fechar. / O Carmelo é compaixão, e vidas sempre salvar (bis)
Novena de Nossa Senhora do Carmo: Outro Olhar. 3º Dia
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Devoção e Compromisso Social, é o Terceiro o Dia da Novena- reflexão- de Nossa Senhora do Carmo, Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Padre Carmelita e Jornalista da Ordem do Carmo. Comunidade do Carmo- Paróquia Nossa Senhora do Carmo- Vila Kosmos, Vicente de Carvalho, Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Terça-feira, 9 de julho-2024.
TRAGA DE VOLTA SEUS SONHOS PERDIDOS
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Dom Frei Vital Wilderink, O. Carm, (*30/11/1931 +11/06/2014).
Traga de volta seus sonhos perdidos. Deus vai realizá-los para você.
"Pouco depois seguiu Ele viagem para uma cidade chamada Naim; e iam com Ele seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam para fora um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade.
Logo que o Senhor a viu, encheu-se de compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. Então, chegando-se, tocou no esquife e, quando pararam os que o levavam, disse: Moço, a ti te digo: Levanta-te." Lucas 7:11 – 14. Aqui neste texto, vemos uma situação que parece ter mexido ou comovido toda a cidade. Aquela mãe chorando seu único filho.
Quantos de nós temos projetos que idealizamos desde pequenos. Quantos de nós acalentamos sonhos que se tornam como filhos para nós. Sonhos que começamos a gerar em nosso íntimo. Muitas vezes sonhamos e perdemos nossos sonhos.
A sensação que temos quando perdemos um sonho muito almejado é semelhante ao luto desta mulher citada dos versículos acima. Sentimos que só nos resta chorar e enterrar aquele sonho. Quando vivemos este momento, de vermos nossos projetos frustrados somos tomados de grande tristeza.
Mas na Bíblia há muitas histórias de sonhos que naturalmente eram impossíveis de se realizar, são tomadas pela ação de Deus, e no poder da Sua palavra, Ele resgatou o sonho e fez além daquilo que esperavam. Muitas vezes Jesus chega no último minuto. Quando estamos no momento de maior desespero, quando não existe nenhuma hipótese de realização.
Deus é especialista em realizar o impossível, porque Ele não divide a sua glória com ninguém. Ele nos ama o suficiente para fazer por nós. Quero lhe incentivar meu irmão, a resgatar os seus sonhos enterrados. Aqueles que você não tem sequer coragem de lembrar, por serem, pela ótica humana, impossíveis de se realizarem.
Levante-se meu irmão/minha irmã, traga-os de volta ao seu coração, coloque suas expectativas no lugar certo: na presença de Deus. Deixe Deus realizar seus sonhos. Essa é à vontade dEle para nós. É tempo de restituição e Deus quer realizar na minha vida, na sua vida e na minha e sua família. Ele vai fazer isso pela Palavra de autoridade que Ele tem.
Encontro dos Sodalícios do Regional Rio de Janeiro
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OLHAR DO DIA... Província Carmelitana Fluminense- Venerável Ordem Terceira do Carmo - Encontro dos Sodalícios do Regional Rio de Janeiro.
Com a presença dos Sodalícios de; Angra dos Reis, Vicente de Carvalho, Lapa e Saquarema, aconteceu neste domingo 26, no Carmo da Lapa, um importante momento de convivência fraterna e orientação no que se refere aos diversos aspectos formativo e administrativos para os Priores, Conselheiros e Formadores.
Agradecemos o apoio do Sodalício da Lapa, na pessoa da sua priora, senhorita Vivian Moreno, pela acolhida e organização do Encontro.
O Frei Eduardo Ferreira, O. Carm, enquanto reitor do Carmo, Conselheiro e ecônomo da Província, nos enriqueceu com os seus conhecimentos sobre a regência dos Sodalícios e seus desafios no que se refere a administração.
Obrigado os irmãos e irmãs que, neste domingo de chuva no Rio, não mediram esforços para este importante encontro no Domingo da Santíssima Trindade. Em breve nos encontraremos nos regionais de São Paulo (I e II); Minas-Brasília ( I, II e II); Bahia e Manaus, no mês de julho.
RETIRO DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO DE SÃO JOÃO DEL REI-MG. Tema: Ao Redor da Fonte. 17-19 DE MAIO-2024
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Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm e Irmão Paulo Danher, OTC.
O SILÊNCIO PROFÉTICO NA REGRA DO CARMO
Frei Carlos Mesters, O. Carm
Na solidão do Monte Carmelo, onde viviam os primeiros carmelitas, reinava um grande silêncio. Não havia barulho, a não ser os ruídos da própria natureza que convidam ao silêncio. Mesmo assim, a Regra recomenda com muita insistência o silêncio. Numa cidade barulhenta tem sentido insistir que se faça silêncio. Mas pedir que se faça silêncio naquela serra imensa do Carmelo, cheia de solidão, qual o sentido? Parece o mesmo que carregar água para o mar! Qual o silêncio que a Regra pede daqueles primeiros carmelitas do Monte Carmelo e, através deles, de todos nós da Família Carmelitana?
Há muitos tipos de silêncio: o silêncio de uma sala de estudo ou de uma biblioteca; o silêncio que se pede num hospital; o silêncio da noite ou da madrugada; o silêncio da natureza, o silêncio da morte; o silêncio que precede à tempestade; o silêncio do medo; o silêncio do censurado e do povo silenciado e amordaçado; o silêncio do aluno que não sabe a resposta; o silêncio do fulano frustrado ou do jovem abafado; o silêncio do namorado na presença da namorada; o silêncio de Deus que nunca aparece; o silêncio do místico; o silêncio da quebra interior: tudo que a pessoa tinha imaginado e planejado até àquele momento cai no vazio e se desintegra. Parece que não valeu nada. Tantos silêncios!... Qual o silêncio que a Regra pede e recomenda?
Um pouco de história:
Os motivos do silêncio invocados pela Regra, pelas religiões e pelo bom senso. Comparando o texto escrito por Alberto em 1207 com o texto aprovado pelo Papa Inocêncio IV em 1247, a gente nota uma diferença. Alberto dizia que se devia observar um silêncio estrito desde a oração das Vésperas no fim da tarde até a Hora Terceira do dia seguinte. O texto definitivo, aprovado pelo Papa, encurtou o tempo do silêncio estrito. Agora é desde a oração do Completório à noite até a Hora Primeira do dia seguinte. O motivo deste abrandamento do silêncio estrito deve ter sido a atividade pastoral, o contato com o povo.
Na Regra o silêncio é uma arma a mais a ser usada na luta espiritual. E é uma das armas mais importantes. Pois, dentro do conjunto da Regra, o capítulo sobre o silêncio (Rc 21) é o ponto de chegada após as longas recomendações sobre a luta (Rc 18-19) e o trabalho (Rc 20). É o topo do Monte Carmelo, onde se chega após longa e dolorosa subida. É através do silêncio que todos os valores da vida carmelitana, aos poucos, vai sendo assimilados e encarnados na vida.
Todas as religiões, de uma ou de outra forma, recomendam a prática do silêncio como condição necessária para o encontro do ser humano com Deus. O silêncio é importante, não só para o nosso relacionamento com Deus, mas também para o relacionamento com o próximo, conosco mesmos, com a natureza e com as coisas. É importante, inclusive, para a saúde mental e corporal das pessoas.
Silêncio é muito mais do que ausência de barulho. É o espaço onde se refaz a síntese final, onde a pessoa se possui a si mesma, onde ela conversa com Deus, onde ela se prepara para poder falar e conversar com os outros. Sem silêncio não há conversa, nem com o irmão e a irmã, nem com Deus. Pois a condição para a conversa verdadeira é saber escutar o outro. Palavras verdadeiras nascem é do silêncio.
Silêncio é saber escutar. É fazer a outra pessoa sentir que, no momento da conversa, ela, e só ela, é o absoluto diante do qual todo o resto é relativo. Isto exige uma ascese muito grande. Sobretudo, saber escutar as pessoas que sempre foram silenciadas, os pobres, tanto na sociedade como na igreja.
Elias e o Silêncio
Deus vai passar! Primeiro, um furacão! Depois, um terremoto! Depois, um fogo! No passado, ao concluir a Aliança com o povo naquela mesma Montanha Horeb ou Sinai, Deus tinha se manifestado no furacão, no tremor da montanha e nos raios de fogo (Ex 19,16). Eram os sinais tradicionais da presença atuante de Deus no meio do povo. Eram estes os critérios que orientavam Elias na busca de Deus. Ele mesmo tinha experimentado a presença de Deus no fogo quando, no Monte Carmelo, enfrentou os profetas de Baal (1Rs 18,36-38).
Elias estava fazendo uma coisa certa. Ele buscava Deus voltando às origens do povo. Ele voltou à experiência de Deus no êxodo. Mas os critérios da sua busca estavam desatualizados. Ele vivia no passado. Encerrou Deus dentro dos critérios! Queria obrigar Deus a ser como ele, Elias, o imaginava e desejava. Por isso acontece o inesperado, a surpresa total: Deus não estava mais no furacão, nem no terremoto, nem mesmo no fogo que tinha sido sinal da presença de Deus, pouco antes, no Monte Carmelo! Parece até um refrão que volta três vezes: Javé não estava no furacão! Javé não estava no terremoto! Javé não estava no fogo! Se Ele não está nestes sinais, então onde está Deus? Onde encontrá-lo?
É a desintegração do mundo de Elias. A crise mais violenta e mais dolorosa que se possa imaginar! Cai tudo! Pois se Deus não está mais nestes sinais familiares e tradicionais de sempre, então Ele não está em canto nenhum! É o silêncio de todas as vozes! É a escuridão da noite! Ora, é neste momento, que se abre para Elias um novo horizonte. É no silêncio de todas as vozes que a voz de Deus se manifesta.
Elias cobriu o rosto com o manto (1Rs 19,13). Sinal de que tinha experimentado a presença de Deus exatamente naquilo que parecia ser a ausência total de Deus! A escuridão se iluminou por dentro e a noite ficou mais clara que o dia. É a libertação de Elias. Reencontrando-se com Deus, ele se reencontra consigo mesmo e descobre que não é ele, Elias, que defende a Deus, mas sim que é Deus quem defende a Elias. Libertado por Deus, ele é livre para libertar os outros!
A experiência de Deus reconstrói a pessoa e lhe revela a sua missão (1Rs 19,15-18). Refeito pelo encontro com Deus, Elias redescobre sua missão (1Rs 19,15-18) e se preocupa em dar-lhe continuidade, indicando Eliseu como sucessor (Rs 19,19-21). Antes, ele queria morrer. Já não via mais sentido no que fazia. Agora, a nova experiência de Deus mudou tudo. Ele volta para o lugar onde queriam matá-lo. Já não tem mais medo. Em vez de querer morrer, quer que sobreviva a sua missão. Sinal de que novamente crê no que faz e deve fazer.
Maria, a Virgem do silêncio
De Maria se fala pouco na Bíblia, e ela mesma fala menos ainda. Os textos da Bíblia sobre Maria são todos dos evangelhos, menos três (Gl 4,4; At 1,13; Ap 12,1-17). Os evangelhos conservam apenas seis palavras de Maria.
A 1ª: “Como pode ser, pois não conhece homem?” (Lc 1,34)
A 2ª: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38)
A 3ª: “A minha alma engrandece ao Senhor! “ (Lc 1,46-55)
A 4ª: “Filho, por que fz isto conosco?” (Lc 2,48)
A 5ª: “Eles não têm mais vinho!” (Jo 2,3)
A 6ª: “Fazei tudo o que ele vos disser!” (Jo 2,5)
A 7ª é o silêncio eloqüente ao pé da Cruz (Jo 19,25-27).
A Mãe de Jesus aparece duas vezes no evangelho de João: no começo, nas bodas de Caná (Jo 2,1-5), e no fim, ao pé da Cruz (Jo 19,25-27), e pronuncia apenas duas frases: "Eles não têm mais vinho!" (Jo 2,3) e: "Fazei tudo o que ele vos disser!" (Jo 2,5). Nos dois casos, em Caná e ao pé da Cruz, Maria representa o Antigo Testamento que aguarda a chegada do Novo e, nos dois casos, ela contribui para que o Novo chegue. Maria é o elo entre o que havia antes e o que virá depois.
O Valor do silêncio
Na primeira parte, usando frases da Bíblia, a Regra começa lembrando a recomendação do apóstolo Paulo a respeito do trabalho em silêncio (Rc 20). Em seguida, para descrever o valor do silêncio, ela cita por inteiro duas frases do profeta Isaías: "A justiça é cultivada pelo silêncio", e “É no silêncio e na esperança, que se encontrará a vossa força. Isto significa que o silêncio recomendado pela Regra tem a ver com a Bíblia: a sua origem está nos profetas. É um silêncio profético! Trata-se de um silêncio que é muito mais do que só ausência de barulho ou de falatório. Conforme as duas frases do profeta Isaías, o silêncio tem a ver com a prática da justiça, com a esperança e a resistência (força). Para nós, carmelitas, o silêncio profético evoca imediatamente o profeta Elias.
A recomendação do silêncio
Num primeiro momento, a Regra descreve como a pessoa deve fazer para cultivar o silêncio que gera a justiça. Este cultivo consiste sobretudo no controle da língua. Citando frases da Bíblia, Alberto aponta os perigos do muito falatório. Ele diz: No muito falar não faltará o pecado; e quem fala sem refletir sentirá um mal-estar, e ainda quem fala muito prejudica sua alma. E o Senhor no Evangelho: de toda palavra inútil que as pessoas disserem, dela terão que prestar conta no dia do juízo.
Em seguida, num segundo momento, citando novamente frases da Bíblia, a Regra passa a recomendar o cultivo do silêncio ou o controle da língua, como sendo o caminho para se chegar ao silêncio mais profundo que é o silêncio profético. A Regra diz: Portanto, cada um faça uma balança para as suas palavras e rédeas curtas para a sua boca, para que, de repente, não tropece e caia por causa da sua língua, numa queda sem cura que conduz à morte. Que, com o profeta, cada um vigie sua conduta para não pecar com a língua, e se empenhe, com diligência e prudência, em observar o silêncio pelo qual se cultiva a justiça. De um lado, o pecado, a morte. Do outro lado, a justiça, a vida. O muito falatório conduz ao pecado e à morte. O controle da língua conduz à justiça e à vida.
Ponto de chegada: o silêncio profético que enfrenta a morte e conduz à vida
Hoje em dia, o fluxo de palavras, de imagens e de falatório nas mídias sociais e na TV nos envolvem é tanto, que impede as pessoas de perceberem o que está acontecendo de fato. Envolve-nos de tal maneira, que acabamos achando normal aquilo que, na realidade, é uma situação de morte. Por exemplo, anos atrás, o povo se revoltava diante de assassinatos e diante da violência. Hoje em dia, a violência tornou-se uma coisa tão freqüente e tão presente, que já nos acostumamos. A miséria crescente do povo, a injustiça impune, o sofrimento dos que nunca cometeram algum mal, o abandono, o desemprego, a exclusão, a doença, a solidão, o desamor...! Vivemos numa situação de morte, e já não nos damos conta. Além disso, muitas vezes, o consumismo mata qualquer esforço de consciência crítica. Nesta perspectiva podemos citar as Guerras no mundo- Entre elas na Faixa de Gaza- a tragédia climática e política no Rio Grande do Sul, a violência no Rio de Janeiro, o abandono das famílias em situações de vulnerabilidade nas cidades...
O primeiro passo do silêncio profético está expresso na primeira citação de Isaías que diz: A justiça é cultivada pelo silêncio. Este cultivo consiste num trabalho ativo nosso que faz silenciar tudo dentro de nós, para que a realidade possa aparecer do jeito que ela é em si mesma e não como aparece desfigurada através do muito falatório, do barulho da moda, do diz-que-diz, ou através dos meios de comunicação, da ideologia dominante. Este trabalho ativo da prática do silêncio produz, aos poucos, o desmantelo das falsas idéias, da ideologia dominante ou dos preconceitos que tínhamos na cabeça. Faz nascer a visão justa das coisas. Gera em nós a justiça.
Resumindo
1- O silêncio favorece a comunicação: fazer silêncio para aprender a escutar. Fazer silenciar tudo para dar atenção ao outro, ao pobre, ao povo, a Deus.
2- O silêncio é o caminho para a maturidade. Evita a superficialidade, pois exige o recolhimento e concentração das forças da gente.
3- O domínio da língua é condição para o domínio da mente e para a consciência crítica que nos revela as situações de morte que ameaçam a vida.
4- O silêncio deve ter uma expressão concreta e comunitária, para que lembre a todos que o objetivo da vida fraterna é a busca de Deus e do irmão.
5- O silêncio é como a solidão e o quarto: não vale em primeiro lugar pelo não falar, mas pelo silêncio interior que por ele deve ser gerado.
Para refletir e rezar
1- O Salmo 37,7 diz: Descansa em Javé e nele espera. Literalmente se diz: Esvazia-te diante de Javé e agüenta firme. A palavra esperar (agüentar), sugere a atitude da mulher em dores de parto. Ela agüenta firme, porque sabe que vai nascer vida nova, apesar das muitas dores. Como o silêncio me ajuda enfrentar as adversidades da vida?
2- Lamentação 3,26 diz: É bom esperar em silêncio a salvação de Javé. É a mesma experiência da certeza que vem de Deus. Não sai de frente de Deus, porque sabe que vai ser atendido. Tenho parado para falar com Deus ou rezo na base do grito e do oba, oba?
MISSÃO DO CARMELO BRASILEIRO EM ITAITUBA/PA.
- Detalhes
Nas palavras de Dom Frei Wilmar Santin; “Toda vez que as Ordens religiosas e congregações se fecharam para a Missão, entraram em crise vocacional”.
14 DE DEZEMBRO: SÃO JOÃO DA CRUZ, PRESBÍTERO E DOUTOR DA IGREJA
- Detalhes
Nasceu em Fontiveros (Ávila), no ano de 1540. em Medina Del Campo, aos 21 anos de idade, recebeu o hábito da Ordem, na qual pediu para viver uma vida mais austera, de acordo com a chamada Regra Primitiva. Foi um instrumento providencial nas mãos de Santa Teresa de Jesus, a quem ajudou na sua obra desde a primeira fundação de religiosas contemplativos em Duruelo no dia 28 de novembro de 1568. morreu em Úbeda, no dia 13 de dezembro de 1591. é um grande mestre nos caminhos do espírito. As suas obras, Subida do Monte Carmelo, Noite Escura, Cântico Espiritual e Chama Viva de Amor e muitos ditos, valeram-lhe o título de Doutor da Igreja universal, conferido por Pio XI em 24 de agosto de 1926. São João da Cruz é Pai e Mestre espiritual do Carmelo Teresiano, Doutor da vida cristã no seu dinamismo teologal, Cantor da formosura de Deus e da beleza da criação. A sua recordação transforma-se hoje em liturgia viva; mediante esta, sobretudo na Liturgia das Horas, a sua oração e poesias servem de viático do Carmelo peregrino na terra. A sua doutrina foi uma exegese viva do Evangelho. A Palavra de Deus ilumina a sua experiência mística, e os seus ensinamentos constituem uma meditação sobre a palavra revelada e vivida por um justo sofredor, cujo lema era “sofrer e ser desprezado por amor de Jesus”. Assim a Liturgia das Horas desta celebração é Palavra de Deus e palavra de São João da Cruz, numa síntese que constitui o louvor e ação de graças de todo o Carmelo por todos os benefícios concedidos por Deus à Igreja.
Invitatório
- Vinde, adoremos o Senhor Jesus, Palavra única do Pai!
Ofício das Leituras
Hino à escolha 1) ou 2)
1) Em uma noite escura, com ânsias, em amores inflamada,
- Oh! Ditosa Ventura! –
OFÍCIO DAS LEITURAS
Saí sem ser notada, ´Stando já minha casa sossegada.
Nessa noite ditosa,
Em segredo, porque ninguém me via
Nem via eu qualquer coisa,
Sem outra luz ou guia,
Exceto a que no coração ardia;
Mas esta me guiava,
Mais certeira que a luz do meio-dia,
Aonde me esperava
Quem eu pra mim sabia,
Em parte onde ninguém morar par’cia.
Oh! Noite, que guiaste!
Oh! Noite amável mais do que a alvorada!
Oh! Noite, que juntaste
Amado com Amada:
A Amada no Amado transformada!
Fiquei-me e esqueci-me,
O rosto reclinado sobre o Amado.
Cessou tudo e rendi-me,
Deixando meu cuidado
Em meio de açucenas olvidado.
ou
2) “O Pai celeste disse uma Palavra,
que foi seu Filho em quem ‘stava a Vida,
e a diz sempre no eterno silêncio:
no silêncio há de ser ouvida”.
No silêncio da noite, irmão santo,
o Amor de Deus em nosso peito grava.
Prepara a nossa alam pra falar com Deus
e para ouvir atenta a sua Palavra.
Tu, que tanto amaste a Sagrada Escritura,
com ela confirmastes a tua doutrina,
ensina a todos a beber desta Fonte,
Fonte de Vida, de Vida divina.
Já na agonia, ouvindo a meia-noite,
tu, que aos filhos até o fim ensinas,
a todos dizes muito simplesmente:
“Vou para o Céu a cantar Matinas!”
Se a nossa alma procura o Bem-Amado,
muitos mais o Amado nos procura:
prepara-nos pra ir ao seu encontro
ao nos chamar desta noite escura.
Nós te louvamos, ó Pai Celeste,
por teu Filho, Palavra Divina,
e ao Espírito, que a João da Cruz
inspirou tão celestial doutrina.
Salmodia
Ant. 1 Deus predestinou-nos a sermos conformes à imagem do seu Filho.
Salmo 15(16)
O Senhor é a minha herança
Deus ressuscitou Jesus, libertando-o das angústias da morte (At 2,24)
=1 Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!†
2 Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor:*
nenhum bem eu posso achar fora de vós!”
_3 Deus me inspirou uma admirável afeição *
pelos santos que habitam sua terra.
_4 Multiplicam no entanto suas dores *
os que correm para os deuses estrangeiros;
_ seus sacrifícios sanguinários não partilho *
nem seus nomes passarão pelos meus lábios.
_5 Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, *
meu destino está seguro em vossas mãos!
_6 Foi demarcada para mim a melhor terra, *
e eu exulto de alegria em minha herança.
_7 Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, *
e até de noite me adverte o coração.
_8 Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, *
pois, se o tenho a meu lado, não vacilo.
=9 Eis por que meu coração está em festa, †
minha alma rejubila de alegria, *
e até meu corpo no repouso está tranqüilo,
_10 pois não haveis de me deixar entregue à morte, *
nem vosso amigo conhecer a corrupção.
=11 Vós me ensinais vosso caminho para a vida: †
junto a vós felicidade sem limites, *
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
Ant. 1 Deus predestinou-nos a sermos conformes à imagem do seu Filho.
Ant. 2 Entre vós eu de nada quis saber a não ser de Jesus Cristo, e Jesus Cristo Crucificado.
Salmo 33(34)
O Senhor é a salvação dos justos
Vós provastes que o Senhor é bom (1Pd 2,3).
I
_2 Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, *
seu louvor estará em minha boca.
_3 Minha alma se gloria no Senhor: *
que ouçam os humildes e se alegrem! ___
_4 Comigo engrandecei ao Senhor Deus, *
exaltemos todos juntos o seu nome!
_5 todas as vezes que o busquei, ele me ouviu *
e de todos os temores me livrou.
_6 Contemplai a sua face e alegrai-vos, *
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
_7 Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, *
e o Senhor o libertou de toda angústia.
_8 O anjo do Senhor vem acampar *
ao redor dos que o temem e os salva.
_9 Provai e vede quão suave é o Senhor! *
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio.
_10 Respeitai o Senhor seus santos todos, *
porque nada faltará aos que o temem;
_11 Os ricos empobrecem, passam fome, *
mas, aos que o buscam o Senhor, não falta nada.
Ant. Entre vós eu de nada quis saber a não ser de Jesus Cristo, e Jesus Cristo Crucificado.
Ant. 3 Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.
II
_12 Meus filhos, vinde agora e escutai-me: *
vou ensinar-vos o temor do Senhor Deus!
_13 Qual o homem que não ama sua vida, *
procurando ser feliz todos os dias?
_14 Afasta tua língua da maldade *
e teus lábios, de palavras mentirosas.
_15 Afasta-te do mal e faze o bem, *
procura a paz e vai com ela em seu caminho.
_16 O Senhor pousa seus olhos sobre os justos *
e seu ouvido está atento ao seu chamado,
_17 mas ele volta a sua face contra os maus, *
para da terra apagar sua lembrança. ___
OFÍCIO DAS LEITURAS
_18 Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta *
e de toda as angústias os liberta.
_19 Do coração atribulado ele está perto *
e conforta os de espírito abatido.
_20 Muitos males se abatem sobre os justos, *
mas o Senhor de todos eles os liberta,
_21 mesmo os seus ossos ele os guarda e protege, *
e nenhum deles haverá de se quebrar.
_22 A malícia do iníquo leva à morte, *
e quem odeia o justo é castigado,
_23 mas o Senhor liberta a vida dos seus servos, *
e castigado não será quem nele espera.
Ant. Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.
- Em vós, Senhor, está a fonte da vida!
- E em vossa luz contemplamos a luz.
Primeira Leitura
Da Carta de São Paulo aos Colossenses (Cl 1,12-29)
Deus nos transferiu para o Reino do seu Filho
Irmãos, com alegria daí graças ao Pai, que vos tornou
Capazes de participar d luz, que é a herança dos santos. Ele nos liberou do poder das trevas e nos recebeu no reino de seu Filho amado, pelo qual temos a redenção, o perdão dos pecados.
Cristo Jesus é a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a criação, pois por causa dele foram criadas todas as coisas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele existe antes de todas as coisa e todas têm nele a sua consistência.
Ele é a Cabeça do corpo, isto é, da Igreja. Ele é o princípio, o Primogênito dentre os que ressuscitam dos mortos, de sorte que em tudo ele tem a primazia, porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude, e por ele reconciliar consigo todos os seres. Todos os que estão na terra e no céu ele quis conduzir a Cristo, que trouxe a paz, ao derramar seu sangue na cruz.
E vós, que outrora éreis estrangeiros e cujas más obras manifestavam profunda hostilidade, eis que agora Cristo vos reconciliou pela morte que sofreu no seu corpo mortal, para vos apresentar como santos, imaculados, irrepreensíveis diante de si. Mas é necessário que permaneçais inabaláveis e firmes na fé, sem vos afastardes da esperança, que vos dá o Evangelho. A toda criatura debaixo do céu foi anunciado o Evangelho, que ouvistes, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.
Alegro-me com tudo o que já sofri por vós e procuro compensar na minha própria carne as deficiências que atribulam a Cristo, em solidariedade com seu corpo, isto é, a Igreja. A ela eu sirvo, exercendo o cargo, que Deus me confiou de transmitir-vos a palavra de Deus em sua plenitude. Esta palavra é o mistério escondido por séculos e gerações, mas agora revelado ao seu povo santo, a quem Deus quis manifestar como é rico e glorioso entre as nações este mistério: a presença de Cristo junto a vós, a esperança da glória. nós o anunciamos, admoestando a todos e ensinando a todos, com toda a sabedoria, para tornar perfeitos a todos na sua união com Cristo. Para isso eu me esforço com todo o empenho, sustentado pela força que em mim opera.
Responsório Mt 17,5b; Hb 1,1-2a
- Ressoou a voz do Pai: “Este é o meu Filho muito amado: * escutai-o!”
- Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio do seu Filho. * Escutai-o!
OFICIO DAS LEITURAS
Segunda Leitura [à escolha 1) ou 2)]
1) Do Cântico Espiritual de São João da Cruz, presbítero (Séc. XVI).
(Red. B. str. 36-37. Ed Pacho, S. Juan de la Cruz – Obras Completas Burgos 1982 p. 1124-1135).
Conhecimento do mistério escondido em Cristo Jesus
Embora os santos doutores tenham explicado muitos mistérios e maravilhas, e pessoas devotadas a esse estudo de vida os conheçam está por ser enunciada, ou melhor, resta para ser entendida.
Pro isso, é preciso cavar fundo em Cristo, que se assemelha a mina riquíssima, contendo em si os maiores tesouros; nela, por mais que alguém cave em profundidade, nunca encontra fim ou termo; ao contrário, em toda cavidade, aqui e ali, novos veios de novas riquezas.
Por este motivo o Apóstolo Paulo falou acerca de Cristo: “Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência de Deus (Cl 2,3). A alma não pode ter acesso a estes tesouros nem consegue alcançá-los se não houver antes atravessado e entrado na espessura dos trabalhos, sofrendo interna e externamente, e sem ter primeiro recebido de Deus muitos benefícios intelectuais e sensíveis, e sem prévio e contínuo exercício espiritual.
Tudo isto é, sem dúvida, insignificante: são meras disposições para as sublimes profundidades do conhecimento dos mistérios de Cristo, a mais alta sabedoria a que se pode chegar nesta vida.
Quem dera reconhecessem os homens ser totalmente impossível chegar à espessura das riquezas e da sabedoria de Deus! Importa antes entrar na espessura das lutas, suportar muitos sofrimentos, a ponto de renunciar à consolação e ao desejo dela. Com quanta razão a alma, sedenta da divina sabedoria, escolhe antes, em verdade, entrar na espessura da cruz.
Por isso, São Paulo exortava os efésios a não desanimaram nas tribulações, a serem fortíssimos, “enraizados e fundados na caridade, para que pudessem compreender com todos os santos qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento, a fim de serem cumulados até receberem toda a plenitude de Deus (Ef 3,17-19).
Já que a porta, por onde se pode entrar até esta preciosa sabedoria, é a cruz, e é porta estreita, muitos são os que cobiçam as delícias, que por ela se alcançam; pouquíssimos os que por ela entrar.
Responsório ( 1 Cor 2,9-10)
- Os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, nem suspeitou a mente humana * o que Deus preparou para aqueles que o amam.
- Deus, porém, revelou-nos pelo Espírito Santo. * O que Deus.
ou
2) Do Cântico Espiritual de São João da Cruz.
(Canção V 1,4).
As criaturas são como que a marca dos passos de Deus
A resposta das criaturas à alma, como diz Santo Agostinho, é o testemunho que dão, em si, da grandeza e excelência de Deus. Deus criou todas as coisas com grande facilidade e brevidade, e nelas deixou algum rastro de quem era, e não só dando-lhes o ser do nada, mas ainda dotando-as de inumeráveis graças e virtudes, aformoseando-as com uma ordem admirável e uma dependência indefectível, que têm umas das outras, e tudo isto fez pela sua Sabedoria, pela qual as criou, que é o Verbo, seu Unigênito Filho.
Segundo diz São Paulo, “O Filho é o esplendor da usa glória e imagem da sua substância”. É, pois, de saber que só com esta imagem de seu Filho olhou Deus todas as coisas, que foi dar-lhes o ser natural, comunicar-lhes muitas graças e dons naturais, e fazendo-as acabadas e perfeitas, segundo diz no Gênesis, por estas palavras: “Olhou Deus par todas as coisas que tinha feito e eram muito boas”. Vê-las muito boas era fazê-las muito boas no Verbo, seu Filho. E não somente olhando-as lhes comunicou o ser e graças naturais, como dissemos, mas também só com esta figura de seu Filho as deixou vestidas de formosura, comunicando-lhes o ser sobrenatural. Isto foi quando se fez homem, exaltando-o em formosura de Deus e, por conseguinte, a todas as criaturas nele, por se ter unido com a natureza de todas elas no homem. Pelo que disse o mesmo Filho de Deus: “Quando for levantado da terra, atrairei tudo a mim”. E assim, neste levantamento da Encarnação do seu Filho e na glória da sua Ressurreição segundo a carne, não somente o Pai aformoseou as criaturas em parte, mas podemos dizer que totalmente as deixou vestidas de formosura e dignidade.
Responsório (Oração da alma enamorada).
- Não me tirareis, meu Deus, o que uma vez me destes em vosso único Filho: * nele me destes tudo quanto quero.
- O céu é meu e minha a terra; minhas são as gentes; os justos são meus e meus, os pecadores; os anjos são meus e a Mãe de Deus é minha; e todas as coisas são minhas; e o próprio Deus é meu e para mim, porque Cristo é meu e todo para mim.
- * Nele me destes.
Hino Te Deum (omite-se quando se reza a Oração da Vigília logo em seguida).
Oração
Senhor, Nosso Deus, que inspirastes a São João da Cruz extraordinário amor à Cruz e perfeita abnegação de si mesmo, concedei que, imitando o seu exemplo, cheguemos à contemplação eterna da vossa glória. Por N.S.J.C.
Laudes
Hino
Oh! Chama de amor viva,
Que ternamente feres
Da minha alma no centro mais profundo!
Pois já não és esquiva,
Acaba já se queres:
Rompe a teia de encontro tão jucundo.
Oh! Cautério suave!
Oh! Saborosa chaga!
Oh! Branda mão! Oh! Toque delicado,
Que à vida eterna sabe!
E quanto deves paga!
Matando, morte em vida tens trocado.
Que manso e que amoroso
Acordas em meu seio,
Onde tu só secretamente moras!
Nesse aspirar gozoso
De bem e glória cheio
Quão delicadamente me enamoras!
Ant. 1 Verdadeiramente vós sois um Deus escondido, ó Deus de Israel, ó Salvador!
Salmos e Cântico do domingo da I Semana.
Ant. 2 Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus.
OFÍCIO DAS LEITURAS
Ant. 3 Do fundo dos vossos corações cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças.
Leitura breve (2 Cor 3,17-18)
Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor aí está a liberdade. E nós todos, que temos a face descoberta,
Refletimos, como num espelho, a glória do Senhor, e somos transfigurados nesta mesma imagem cada vez mais resplandecente, vinda do Senhor que é Espírito.
Responsório breve
- Então a tua luz brilhará nas trevas * e a tua escuridão será como a luz do meio-dia. R. Então a tua luz.
- E o Senhor inundará de luz a tua alma. * E a tua escuridão.
Glória ao Pai. R. Então a tua luz.
Cântico evangélico, Ant. à escolha 1) ou 2) ou 3)
1) Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz.
Ou
2) O Senhor nascido de Maria vem para iluminar a todos os que jazem entre as trevas e estão sentados na sombra da morte, e par guiar os nosso passos no caminho da paz.
ou
3) Prestai bem atenção à palavra dos Profetas, como a uma lamparina, que brilha em lugar escuro, até que desponte o dia, e a Estrela da Manhã venha raiar nos vossos corações.
Preces
Acalmemos o Senhor Jesus Cristo, Cabeça e Esposo da Igreja, que nos alegra hoje com a festa de São João da Cruz; e digamos:
- Senhor Jesus Cristo, Vós sois o Rei da Glória!
Palavra única do Pai pronunciada desde sempre ao eterno silencio e recebida no seio da Virgem Maria na plenitude dos tempos,
- ensinai-nos hoje a escutar a vossa palavra na íntimo do coração e guardá-la e manifestá-la pelas obras. R.
Sabedoria do Pai, que nos revelastes e excesso do vosso amor, quando vos humilhastes na Encarnação e na Cruz,
- concedei aos que redimistes com o vosso Sangue que vivam continuamente em íntima comunhão convosco. R.
Imagem perfeita do Pai, em vós nos são revelados e concedidos todos os mistérios do Amor eterno,
- fazei que, movidos pelo vosso Espírito, caminhemos de claridade em claridade até à vossa Luz inacessível. R.
Encanto Supremo do Pai, em vós Deus olha com ternura e carinho para todos os homens e mulheres,
- fazei que sejamos perfeitos e misericordiosos como o vosso Pai celeste. R.
Jesus, Primogênito de todas as criaturas, por meio de vós o Pai criou e reformou todas as coisas com o seu Amor,
- fazei que passemos das coisas visíveis para a contemplação da vossa beleza, que é invisível. R.
(intenções livres)
Pai Nosso...
Oração
Senhor, Nosso Deus, que inspirastes a São João da Cruz extraordinário amor à Cruz e perfeita abnegação de si mesmo, concedei que, imitando o seu exemplo, cheguemos à contemplação eterna da vossa glória. Por N.S.J.C.
HORA MÉDIA
HORA MÉDIA
Oração das Nove Horas
Hino
Oh! Deus, quem pudera
em vosso amor abrasar-se?!
Ai de mim! Quem me dera
deixar todo o criado,
ver-me na glória transformado?!
Gravai no íntimo do meu
a vossa imagem sagrada!
Sem jamais vos esquecer,
unida ao vosso querer,
A “Casa” esteja habitada!
Neste esconderijo secreto,
num vazio mui profundo,
num silêncio amoroso,
escutarei a voz do Amado:
encher-me-ei de gozo!
Quem me dera, ó Bom Jesus,
em minha mente vos pintar!
Meu coração vos amara,
amando e sendo amado,
e em vós já transformado.
Antífona e salmos do dia da semana corrente.
Leitura breve Ef 4,23-24
Renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade e transformai-vos. Revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus em verdadeira justiça e santidade.
- Criai em mim, Senhor, um coração que seja puro!
- E dai-me de novo um espírito decidido.
Oração
Senhor, Nosso Deus, que inspirastes a São João da Cruz extraordinário amor à Cruz e perfeita abnegação de si mesmo, concedei que, imitando o seu exemplo, cheguemos à contemplação eterna da vossa glória. Por N.S.J.C.
Oração das Doze Horas
Hino
Que buscas, ó alma minha?
São meus os céus e a terra.
Meu é todo ser criado,
Que neste globo se encerra.
Meus são os Anjos celestes.
É minha a Mãe de Deus
E são meus todos os justos;
Os pecadores são meus.
Cristo é meu, todo para mim,
Dom que o Pai me quis dar:
“Scutando a Palavra, verei
em mim a Trindade habitar!
E, no centro mais profundo
Desta imensa solidão,
Viverei perdida em Deus,
Em profunda união.
Antífona e salmos do dia da semana corrente.
Leitura breve (Rm 5,1-2)
Assim, justificados pela fé, estamos em paz com Deus por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por meio dele, temos acesso à graça, através da fé, graça na qual permanecemos e nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus.
HORA MÉDIA
- A vida, que vivo agora, eu vivo pela fé no Filho de Deus.
- Que me amou e se entregou por mim.
Oração
Senhor, Nosso Deus, que inspirastes a São João da Cruz extraordinário amor à Cruz e perfeita abnegação de si mesmo, concedei que, imitando o seu exemplo, cheguemos à contemplação eterna da vossa glória. Por N.S.J.C.
Oração das Quinze Horas
Hino
Um pastorinho está só e dorido,
alheio ao prazer e ao contento,
posto em sua Pastora o pensamento,
e o peito pelo amor muito ferido.
Não chora por havê-lo o amor chagado,
que lhe não dá pena ser afligido,
embora o coração esteja ferido,
mas chora por se crer já olvidado:
Que só de pensar que estará esquecido
da sua bela Pastora, com pesar
se deixa em terra estranha maltratar,
o peito pelo amor muito ferido.
E diz o pastorinho mui dorido:
“Ai do que a meu amor fizer ausência
e não quiser gozar minha presença
e o peito por seu amor tão ferido”.
Passado longo tempo, ei-lo subido
à árvore, onde abriu seus belos braços
e, morto, se ficou entre esses laços,
o peito pelo amor muito ferido!
Ant. No silêncio e na esperança estará a vossa força.
Leitura breve (Rm 8,24-25)
É na esperança que já foram salvos, pois ver o que se espera não é esperar: quem espera o que já está vendo? Mas, se esperamos o que não vemos, é na perseverança que o esperamos.
- O Senhor é bom para os que nele esperam.
- E para a alma que o procura.
Oração
Senhor, Nosso Deus, que inspirastes a São João da Cruz extraordinário amor à Cruz e perfeita abnegação de si mesmo, concedei que, imitando o seu exemplo, cheguemos à contemplação eterna da vossa glória. Por N.S.J.C.
Vésperas
Hino
Do Céu à terra vieste,
Filho de Deus humanado,
e por meu amor quiseste
sofrer e ser desprezado.
De igual modo eu quisera
provar-te como és amado:
por ti, Senhor, quem me dera
sofrer e ser desprezado.
Tua cruz é minha cruz,
em ti vivo transformado;
na vida só me seduz
sofrer e ser desprezado.
Meu Cristo Crucificado!
Todos os bens encontrei
VÉSPERAS
quando de ti alcancei
sofrer e ser desprezado.
“Quem se humilha é exaltado!”
bendito sejas, Senhor!
É grande prova de amor
sofrer e ser desprezado.
Salmodia
Ant. 1 Por causa do grande amor, com que nos amou, Deus nos deu a vida com Cristo.
Salmo 14 (15)
Quem é digno aos olhos de Deus?
Vós vos aproximastes do monte Sião e da Cidade do Deus Vivo (Hb 12,22).
_1 “Senhor, quem morará em vossa casa *
e em vosso Monte santo habitará?”
_2 É aquele que caminha sem pecado *
e pratica a justiça fielmente;
_ que pensa a verdade no seu íntimo *
3 e não solta em calúnias a sua língua;
_ que em nada prejudica o seu irmão, *
nem cobre de insultos o seu vizinho;
_4 que não dá valor algum ao homem ímpio, *
mas honra os que respeitam o Senhor;
_ que sustenta o que jurou mesmo com dano; *
5 não empresta o seu dinheiro com usura,
_ nem de deixa subornar contra o inocente.*
Jamais vacilará quem vive assim!
Ant. Por causa do grande amor, com que nos amou, Deus nos deu a vida com Cristo.
Ant. 2 Nós reconhecemos o amor, que Deus tem por nós, e nós acreditamos no Amor.
Salmo 111 (112)
A felicidade do justo
Vivei como filhos da luz. E o fruto da luz chama-se bondade, justiça, verdade (Ef 5,8-9).
_1 Feliz o homem que respeita o Senhor *
e que ama com carinho a sua lei!
_2 Sua descendência será forte sobre a terra, *
abençoada a geração dos homens retos!
_3 Haverá glória e riqueza em sua casa, *
e permanece para sempre o bem que fez.
_4 Ele é o correto, generoso, compassivo, *
como luz brilha nas trevas para os justos.
_5 Feliz o homem caridoso e prestativo, *
que resolve seus negócios com justiça.
_6 Porque jamais vacilará o homem reto: *
sua lembrança permanece eternamente!
_7 Ele na teme receber notícias más: *
confiando em Deus, seu coração está seguro.
_8 Seu coração está tranqüilo e nada teme, *
e confuso há de ver seus inimigos.
=9 Ele reparte com os pobres os seus bens, †
permanece para sempre o bem que fez, *
e crescerão a sua glória e o seu poder.
=10 O ímpio, vendo isto, se enfurece, †
range os dentes e de inveja se consome; *
mas os desejos do malvado dão em nada.
Ant. Nós reconhecemos o amor, que Deus tem por nós, e nós acreditamos no Amor.
VÉSPERAS
Ant. 3 O amor de Deus derramou-se sobre nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado.
Cântico (Ef 1,3-10)
O plano divino da salvação
_3 Bendito e louvado seja Deus, *
o Pai de Jesus Cristo, Senhor Nosso,
_ que do alto céu nos abençoou em Jesus Cristo *
com bênção espiritual de toda sorte!
(R. Bendito sejais vós, nosso Pai, que nos abençoastes em Cristo!)
_4 Foi em Cristo que Deus Pai nos escolheu, *
já bem antes de o mundo ser criado,
_ para que fôssemos, perante a sua face , *
sem mácula e santos pelo amor. (R)
=5 Por livre decisão da usa vontade, †
predestinou-nos, através de Jesus Cristo, *
a sermos nele os seus filhos adotivos,
_6 para o louvor e para a glória de sua graça, *
que em seu Filho bem-amado nos doou. (R)
_7 É nele que nós temos redenção, *
dos pecados remissão pelo seu sangue.
= Sua graça transbordante e inesgotável †
8 Deus derrama sobre nós com abundância, *
de saber e inteligência nos dotando. (R)
_9 E assim ele nos deu a conhecer *
o mistério do seu plano e sua vontade,
_ que propusera em seu querer benevolente *
10 na plenitude dos tempos realizar:
_ o desígnio de em Cristo reunir *
todas as coisas, as da terra e as do céu. (R)
Ant. O amor de Deus derramou-se sobre nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado.
Leitura breve (1Cor 13,8-10.12-13;14,1a)
O amor não acabará nunca! As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência acabará. Com efeito o nosso conhecimento é limitado e a nossa profecia é imperfeita. Mas quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas então veremos face a face. Agora conheço apenas de modo imperfeito, mas então conhecerei como sou conhecido. Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, amor. Mas a maior delas é o amor. Ambicionai o amor.
Responsório breve
- Forte como a morte é o amor. * Suas chamas são chamas de fogo, um raio de Javé. R. Forte.
- Quem nos separará do amor de Cristo? * Suas chamas.
Glória ao Pai. R. Forte.
Cântico evangélico
Ant. Pai, aqueles que me deste quero que estejam comigo onde eu estiver; o amor com que me amaste esteja neles e eu mesmo esteja neles também.
Preces
Demos graças a Deus Pai, por meio do seu amado Filho, nos enviou o seu Espírito, para que participemos da natureza divina e sejamos na Igreja testemunhas do Amor; e imploremos:
- Pela intercessão de São João da Cruz, ouvi-nos, Senhor!
Daí à vossa Igreja uma fé viva que conduza todos, homens e mulheres, para vós,
- e os faça viver em íntima união convosco. R.
A todos os que vos procuram com sinceridade concedei a esperança celeste,
- que tanto mais alcança quanto mais espera. R
Derramai sobre nós o vosso amor,
- para que possamos semear amor onde ele não existir. R.
Fazei que, nos Carmelos, as nossas irmãs, a exemplo da Virgem Maria, sua Mãe,
- sempre sejam fiéis e dóceis às inspirações do Espírito. R.
(intenções livres)
Concedei aos nossos irmãos e irmãs falecidos que, por fim purificados no fogo do vosso Amor,
- possam quanto antes cantar-vos, com Maria e todos os Santos, o seu eterno Cântico de Amor.
Pai Nosso...
Oração
Senhor, Nosso Deus, que inspirastes a São João da Cruz extraordinário amor à Cruz e perfeita abnegação de si mesmo, concedei que, imitando o seu exemplo, cheguemos à contemplação eterna da vossa glória. Por N.S.J.C.
CARMO DO RIO DE JANEIRO... Um Olhar
- Detalhes
PRIMEIRA COMUNHÃO: Primeiras fotos. Paróquia Nossa Senhora do Carmo- Vila Kosmos, Vicente de Carvalho. Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Sábado, 26 de agosto-2023. Imagens: Rosemiro Magalhaes. @sgmomiromb
9 de agosto: Edith Stein, Carmelita.
- Detalhes
Irmã Teresa Benedita da Cruz - Edith Stein (1891-1942)
HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II NA CERIMÓNIA DE CANONIZAÇÃO DE EDITH STEIN.
11 de Outubro de 1998
- Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Gl 6, 14).
As palavras de São Paulo aos Gálatas, que acabámos de escutar, adaptam-se bem à experiência humana e espiritual de Teresa Benedita da Cruz, que hoje é solenemente inscrita no álbum dos santos. Também ela pode repetir com o Apóstolo: Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.
A cruz de Cristo! No seu constante florescimento, a árvore da Cruz dá sempre renovados frutos de salvação. Por isso, os fiéis olham com confiança para a Cruz, haurindo do seu mistério de amor a coragem e o vigor para caminhar com fidelidade nas pegadas de Cristo crucificado e ressuscitado. Assim, a mensagem da Cruz entrou no coração de muitos homens e mulheres, transformando a sua existência.
Um exemplo eloquente desta extraordinária renovação interior é a vicissitude espiritual de Edith Stein. Uma jovem em busca da verdade, graças ao trabalho silencioso da graça divina, tornou-se santa e mártir: é Teresa Benedita da Cruz, que hoje repete do céu a todos nós as palavras que caracterizaram a sua existência: «Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de Jesus Cristo».
- No dia 1 de Maio de 1987, durante a minha visita pastoral na Alemanha, tive a alegria de proclamar Beata, na cidade de Colónia, esta generosa testemunha da fé. Hoje, a onze anos de distância aqui em Roma, na Praça de São Pedro, é-me dado apresentar solenemente esta eminente filha de Israel e filha fiel da Igreja como Santa perante o mundo inteiro.
Assim como nessa data, também hoje nos inclinamos diante da memória de Edith Stein, proclamando o testemunho invicto que ela deu durante a vida e sobretudo com a morte. Ao lado de Teresa de Ávila e de Teresa de Lisieux, esta outra Teresa vai colocar-se no meio da plêiade de santos e santas que honram a Ordem carmelitana.
Caríssimos Irmãos e Irmãs, que vos congregastes para esta solene celebração, dêmos glória a Deus pela obra que realizou em Edith Stein.
- Saúdo os numerosos peregrinos vindos a Roma, com um particular pensamento para os membros da família Stein, que quiseram estar connosco nesta feliz circunstância. Uma cordial saudação dirige-se também à representação da Comunidade carmelitana, que se tornou a «segunda família» para Teresa Benedita de Cruz.
Depois, dou as minhas boas-vindas à delegação oficial da República Federal da Alemanha, chefiada pelo Chanceler Federal resignatário, Helmut Kohl, a quem saúdo com deferente cordialidade. Além disso, cumprimento os representantes das regiões de Nordrhein-Westfalen e Rheinland-Pfalz, bem como o Primeiro Presidente da Câmara Municipal de Colónia. Inclusivamente da minha Pátria veio uma delegação oficial, guiada pelo Primeiro-Ministro Jerzy Buzek.
Dirijo-lhe uma cordial saudação. Depois, quero reservar uma especial menção aos peregrinos das dioceses de Vratislávia, Colónia, Monastério, Espira, Cracóvia e Bielsko-Žywiec, presentes com os seus Bispos e sacerdotes. Eles unem-se ao numeroso grupo de fiéis vindos da Alemanha, dos Estados Unidos da América e da minha Pátria, a Polónia.
- Dilectos Irmãos e Irmãs! Porque era judia, Edith Stein foi deportada juntamente com a irmã Rosa e muitos outros judeus dos Países Baixos para o campo de concentração de Auschwitz, onde com eles encontrou a morte nas câmaras de gás. Hoje recordamo-nos de todos com profundo respeito. Poucos dias antes da sua deportação, a quem lhe oferecia uma possibilidade de salvar a vida, a religiosa respondera: «Não o façais! Por que deveria eu ser excluída? A justiça não consiste acaso no facto de eu não obter vantagem do meu baptismo? Se não posso compartilhar a sorte dos meus irmãos e irmãs, num certo sentido a minha vida é destruída».
Doravante, ao celebrarmos a memória da nova Santa, não poderemos deixar de recordar todos os anos também o Shoah, aquele atroz plano de eliminação de um povo, que custou a vida a milhões de irmãos e irmãs judeus. O Senhor faça brilhar o seu rosto sobre eles, concedendo-lhes a paz (cf. Nm 6, 25s.).
Por amor de Deus e do homem, lanço de novo um premente brado: nunca mais se repita uma semelhante iniciativa criminosa para nenhum grupo étnico, povo e raça, em qualquer recanto da terra! É um brado que dirijo a todos os homens e mulheres de boa vontade; a todos aqueles que crêem no Deus eterno e justo; a todos aqueles que se sentem unidos em Cristo, Verbo de Deus encarnado. Aqui, todos nós devemos ser solidários: é a dignidade humana que está em jogo. Só existe uma única família humana. É isto que a nova Santa afirmou com grande insistência: «O nosso amor pelo próximo - escrevia - é a medida do nosso amor a Deus. Para os cristãos - e não só para eles - ninguém é "estrangeiro". O amor de Cristo não conhece fronteiras».
- Estimados Irmãos e Irmãs! O amor de Cristo foi o fogo que ardeu a vida de Teresa Benedita da Cruz. Antes ainda de se dar conta, ela foi completamente arrebatada por ele. No início, o seu ideal foi a liberdade. Durante muito tempo, Edith Stein viveu a experiência da busca. A sua mente não se cansou de investigar e o seu coração de esperar. Percorreu o árduo caminho da filosofia com ardor apaixonado e no fim foi premiada: conquistou a verdade; antes, foi por ela conquistada. De facto, descobriu que a verdade tinha um nome: Jesus Cristo, e a partir daquele momento o Verbo encarnado foi tudo para ela. Olhando como Carmelita para este período da sua vida, escreveu a uma Beneditina: «Quem procura a verdade, consciente ou inconscientemente, procura a Deus».
Embora sua mãe a tenha educado na religião hebraica, aos 14 anos de idade Edith Stein, «consciente e propositadamente desacostumou-se da oração». Só queria contar consigo mesma, preocupada em afirmar a própria liberdade nas opções de vida. No fim do longo caminho, foi-lhe dado chegar a uma surpreendente conclusão: só quem se une ao amor de Cristo se torna verdadeiramente livre.
A experiência desta mulher, que enfrentou os desafios de um século atormentado como o nosso, é para nós exemplar: o mundo moderno ostenta a porta atraente do permissivismo, ignorando a porta estreita do discernimento e da renúncia. Dirijo-me especialmente a vós, jovens cristãos, em particular aos numerosos ministrantes reunidos em Roma nestes dias: evitai conceber a vossa vida como uma porta aberta a todas as opções! Escutai a voz do vosso coração! Não permaneçais na superfície, mas ide até ao fundo das coisas! E quando chegar o momento, tende a coragem de vos decidirdes! O Senhor espera que coloqueis a vossa liberdade nas suas mãos misericordiosas.
- Santa Teresa Benedita da Cruz conseguiu compreender que o amor de Cristo e a liberdade do homem se entretecem, porque o amor e a verdade têm uma relação intrínseca. A busca da verdade e a sua tradução no amor não lhe pareciam ser contrastantes entre si; pelo contrário, compreendeu que estas se interpelam reciprocamente. No nosso tempo, a verdade é com frequência interpretada como a opinião da maioria. Além disso, é difundida a convicção de que se deve usar a verdade também contra o amor, ou vice-versa. Todavia, a verdade e o amor têm necessidade uma do outro. A Irmã Teresa Benedita é testemunha disto. «Mártir por amor», ela deu a vida pelos seus amigos e no amor não se fez superar por ninguém. Ao mesmo tempo, procurou com todo o seu ser a verdade, da qual escrevia: «Nenhuma obra espiritual vem ao mundo sem grandes sofrimentos. Ela desafia sempre o homem inteiro». A Irmã Teresa Benedita da Cruz diz a todos nós: Não aceiteis como verdade nada que seja isento de amor. E não aceiteis como amor nada que seja isento de verdade!
- Enfim, a nova Santa ensina-nos que o amor a Cristo passa através da dor. Quem ama verdadeiramente, não se detém diante da perspectiva do sofrimento: aceita a comunhão na dor com a pessoa amada. Consciente do que comportava a sua origem judaica, Edith Stein pronunciou palavras eloquentes a este respeito: «Debaixo da cruz, compreendi a sorte do povo de Deus... Efectivamente, hoje conheço muito melhor o que significa ser a esposa do Senhor no sinal da Cruz. Mas dado que se trata de um mistério, isto jamais poderá ser compreendido somente com a razão». Pouco a pouco, o mistério da Cruz impregnou toda a sua vida, até a impelir rumo à oferta suprema. Como esposa na Cruz, a Irmã Teresa Benedita não escreveu apenas páginas profundas sobre a «ciência da cruz», mas percorreu até ao fim o caminho da escola da Cruz. Muitos dos nossos contemporâneos quereriam fazer com que a Cruz se calasse. Mas nada é mais eloquente que a Cruz que se quer silenciar! A verdadeira mensagem da dor é uma lição de amor. O amor torna o sofrimento fecundo e este aprofunda aquele. Através da experiência da Cruz, Edith Stein pôde abrir um caminho rumo a um novo encontro com o Deus de Abraão, Isaac e Jacob, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. A fé e a cruz revelaram-se-lhe inseparáveis. Amadurecida na escola da Cruz, ela descobriu as raízes às quais estava ligada a árvore da própria vida. Compreendeu que lhe era muito importante «ser filha do povo eleito e pertencer a Cristo não só espiritualmente, mas inclusive mediante um vínculo sanguíneo».
- «Deus é espírito e aqueles que O adoram devem adorá-Lo em espírito e verdade» (Jo 4, 24). Caríssimos Irmãos e Irmãs, com estas palavras o divino Mestre entretém-se com a Samaritana junto do poço de Jacob. Quanto Ele deu à sua ocasional mas atenta interlocutora, encontramo-lo presente também na vida de Edith Stein, na sua «subida ao Monte Carmelo ». A profundidade do mistério divino tornou-se-lhe perceptível no silêncio da contemplação. Ao longo da sua existência, enquanto amadurecia no conhecimento de Deus adorando-O em espírito e verdade, ela experimentava cada vez mais claramente a sua específica vocação de subir à cruz juntamente com Cristo, de abraçá-la com serenidade e confiança, de amá-la seguindo as pegadas do seu dilecto Esposo: hoje, Santa Teresa Benedita da Cruz é-nos indicada como modelo em que nos devemos inspirar e como protectora à qual havemos de recorrer. Dêmos graças a Deus por este dom. A nova Santa seja para nós um exemplo do nosso compromisso no serviço da liberdade e na nossa busca da verdade. O seu testemunho sirva para tornar cada vez mais sólida a ponte da recíproca compreensão entre judeus e cristãos. Santa Teresa Benedita da Cruz, ora por nós! Amém. Fonte: https://www.vatican.va
OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA ESPIRITUALIDADE CARMELITANA
- Detalhes
Frei Joseph Chalmers O. Carm. Ex- Prior Geral
Diversos modos de seguir Jesus Cristo foram experimentados e testados através dos séculos. Alguns perduram até hoje e ainda têm o poder de atrair muitas pessoas e de ajudá-las a viver uma vida mais profunda em obséquio a Jesus Cristo. Um desses modos é o carmelitano.
A vocação é um chamado muito pessoal de Deus. Cada um de nós tem sua própria vocação pessoal, em se tornar aquilo que Deus sabe que podemos ser. Uma parte importante de nossa vocação é nossa atração por um jeito determinado de seguir a Cristo. Algumas pessoas se sentem atraídas pelos jesuítas, ou pelos franciscanos ou pelos dominicanos, mas nós sentimos bem dentro de nós uma atração pelos carmelitas. Nenhuma espiritualidade é melhor do que a outra. Todas elas têm o objetivo de nos ajudar a viver o Evangelho do modo mais pleno. Nosso modo é o carmelitano porque foi para este caminho que Deus nos chamou.
Então qual é o modo carmelitano? Em primeiro lugar, como em toda a espiritualidade cristã, somos chamados a ser seguidores de Cristo. Fixamos nossos olhos nele; ele é nosso líder, nosso mestre, nosso irmão, nosso salvador, nosso Senhor. Procuramos assimilar sua mensagem e viver o Evangelho no nosso dia a dia. O modo carmelitano de realizar isso é nos comprometendo em buscar a face do Deus Vivo, que é a dimensão contemplativa de uma vida voltada para a fraternidade e para o serviço aos outros. Esses valores estão intimamente ligados uns aos outros e estão unidos pela experiência do deserto. Como Elias, devemos passar pelo deserto para alcançar o Monte Horeb, a montanha de Deus. No deserto, a chama viva do amor arde dentro de nós, queimando tudo que não é Deus e nos preparando para encontrar Deus no murmúrio da brisa suave. Não estamos sós nesta jornada. Nossa Senhora, nossa irmã e nossa mãe, sempre nos acompanha. Ela gentilmente nos ensina como escutar a voz mansa de Deus e como acolher a presença e a ação de Deus em nossa vida. O Carmelo sempre foi e será mariano. Expressamos nossa devoção a Nossa Senhora de diferentes modos, de acordo com nossas diferentes culturas, mas todos nós buscamos viver nossa devoção nos tornando iguais a ela.
Os primeiros eremitas no Monte Carmelo se reuniram como uma comunidade para buscarem juntos a vontade de Deus. Em algum lugar entre 1206 e 1214 estes eremitas alcançaram tal unidade e propósito comum. Decidiram então, formalizar seu grupo buscando aprovação eclesiástica. Pediram então a Alberto, Patriarca de Jerusalém, que escrevesse uma “formula vitae” para eles, baseada no propósito que lhe apresentaram.
Em 1997 celebramos 750 anos da aprovação definitiva da Regra. Nesta ocasião, o Superior Geral dos Carmelitas Descalços e eu enviamos uma carta conjunta sobre a Regra a toda a Família Carmelitana que foi e permanece como inspiração para as duas Ordens. Ela não é apenas um documento histórico, mas uma fonte verdadeira de inspiração para todos os carmelitas. O título de nossa carta é: “Abertos para o Futuro de Deus”. Nossa tradição espiritual não é apenas um grande tesouro do passado, mas tem o poder de nos inspirar hoje e no futuro.
A Regra carmelitana é breve e não possuímos uma cópia do original, escrito entre 1206 e 1214. A versão mais antiga que existe é a que foi definitivamente aprovada pelo Papa Inocêncio IV em 1247, quando os eremitas desejaram se unir ao novo movimento profético na Igreja daquele tempo – o movimento mendicante
Existem diversas formas de se ler um texto. Podemos perguntar o que Santo Alberto quis dizer e o que os eremitas compreenderam quando ele escreveu. Também existem outras interpretações possíveis que vão além do que Santo Alberto e os eremitas tinham em mente. Essas novas interpretações surgem ao questionarmos o texto a partir de nossa própria experiência de vida. Um texto antigo como a Regra também pode ser estudado de forma científica ou histórica. Todos esses estudos e métodos diferentes de interpretação são importantes, mas muito mais importante é viver os valores contidos na Regra.
É possível interpretar um texto e não permitir que ele nos toque profundamente. Podemos abordar um texto com a convicção de que já conhecemos muito bem o que ele tem a dizer. Neste caso, corremos o risco de não estarmos abertos às nuances do texto. O mesmo problema ocorre quando abordamos a Sagrada Escritura. Às vezes, a familiaridade com as palavras de Jesus podem ser uma barreira ao que Deus quer dizer a nós hoje com sua palavra de salvação.
A Regra está impregnada com a Palavra de Deus. Embora seja breve, ela contém aproximadamente 100 alusões bíblicas explícita ou implicitamente. Santo Alberto era um homem que meditava longamente sobre a Palavra de Deus. Os eremitas nos exortaram a meditar dia e noite sobre a lei do Senhor. A razão desse preceito se volta para a transformação da pessoa em Cristo. É importante buscar com o pensamento o que a Palavra quer dizer, mas muito mais importante é que a própria Palavra habite em nossos bocas e em nossos corações e nos acompanhe em toda ação que realizamos (Regra, 19).
No começo da Regra, Santo Alberto diz que fomos chamados a viver em “obsequium Iesu Christi”. Estudos sobre a Regra demonstram que ela não é apenas uma lista de regulamentos. De fato, comparando o esboço da comunidade cristã presente nos Atos dos Apóstolos com a Regra, podemos observar muitos pontos de convergência e uma estrutura lógica semelhante. Nos Atos encontramos:
“Eles mostravam-se assíduos ao ensinamentos dos apóstolos, à comunhão e às orações... Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum...” (2,42-27) e “A multidão dos que haviam crido era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era comum” (4,32).
Os eremitas vieram de várias partes da Europa para viver numa terra que se tornou sagrada pela presença de Jesus e onde ele derramou seu sangue para a redenção da humanidade. Jesus Cristo está no centro da Regra e da vida de cada eremita. Eles desejaram formar uma comunidade de discípulos, tendo como exemplo a comunidade cristã primitiva. Para realizar tal projeto, cada pessoa deve permitir que a lei de Deus se aposse de seu coração. Vigiar em oração é uma atitude essencial (Regra, 10) para estarmos sempre prontos para a vinda do Senhor até nós. Uma comunidade pode ser comparada a uma orquestra. Cada instrumento deve estar em harmonia com todos os outros para que toda a orquestra possa tocar a mesma melodia. Analogamente em nossas comunidades, o estado espiritual de cada membro afeta toda a comunidade.
Cada eremita deve permanecer na cela designada a ele pelo prior. Somos tentados muitas vezes a buscar Deus em toda parte, exceto onde estamos. Mas Deus vem nos encontrar em nossa realidade atual e cabe a nós descobrir a presença de Deus nos eventos do dia a dia. Santo Agostinho disse que gastou muito tempo buscando Deus fora de si mesmo, quando Deus sempre esteve presente no mais íntimo de seu ser.
A Regra fala de rezar as horas canônicas (Regra, 11). Quando rezamos os salmos, temos a chance de assimilar o modo com que o próprio Jesus pensou e rezou. Mais tarde esta seção da Regra aplicou-se à obrigação de rezar o Ofício Divino, que é a oração oficial de toda a Igreja. Cristo, a cabeça do Corpo, sempre intercede por nós diante do trono de misericórdia e nós, como membros da Igreja, fazemos parte dessa oração constante de Cristo. Somos membros vivos do Corpo de Cristo que é a Igreja e rezamos uns pelos outros e pelo mundo. Cristo é o Sacerdote eterno e nele somos uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa (1Pd 2,9). Devemos louvar e agradecer a Deus em nome daqueles que nunca pensam em Deus. No Ofício Divino, fazemos parte da liturgia celestial que é o relacionamento íntimo entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Esta oração de toda a Igreja nos alimenta e nos ajuda a crescer espiritualmente. É importante levar para a liturgia corações ardentes para que ao voltarmos para nossas “celas”, como diz a Regra, a nossa oração pessoal seja alimentada pela oração de toda a Igreja.
Os eremitas devem construir um oratório no meio de suas celas (Regra, 14) onde devem reunir-se toda manhã para celebrar a Eucaristia. No tempo em que a Regra foi escrita parece-nos que os eremitas se reuniam normalmente apenas para a Missa no domingo, por isso o preceito de reunirem-se a cada dia mostra a grande importância que o primeiro grupo de carmelitas dava à Eucaristia. A reunião diária é um convite para sair da solidão das celas individuais, e do risco de auto-suficiência, para encontrar Deus no coração da comunidade. Devemos criar espaço em nossas vidas para encontrar Deus face à face, mas nunca devemos nos esquecer de que a autenticidade de qualquer experiência religiosa se prova no modo como nos relacionamos com nosso próximo. Nossa oração pessoal nos faz aceitar as outras pessoas como elas são? Deus nos aceita como somos em toda nossa fraqueza e imperfeição. Podemos fazer o mesmo pelos outros?
A Eucaristia é a celebração dos filhos e filhas de Deus. Diante da comunhão recebemos a paz de Cristo e partilhamos esta paz uns com os outros. Assim estamos unidos em comunhão uns com os outros. Recebemos Cristo para crescer em Sua semelhança como indivíduos e como comunidade. Recebendo a comunhão entramos em união com Cristo. A Regra nos ajuda a continuar a viver em união com Cristo e em comunhão uns com os outros para que possamos juntos viver Nele. A Eucaristia é fundamental para nossa oração. Durante a celebração fazemos uma oferta viva de nós mesmos em união com Cristo ao Pai e, após a celebração, devemos colocar esta oferta viva em prática, no nosso dia a dia. Os detalhes da Regra fornecem a estrutura dentro da qual podemos realizar tal oferta e Deus nos apresenta a cada dia muitas situações onde podemos viver esta oferta. É obvio que se em dado momento estivéssemos conscientes de que Deus estava falando conosco através de algum evento, ouviríamos cuidadosamente, mas Deus tornou-se um de nós e se aproxima de nós a cada dia de modo bem humano. Muitas vezes a forma que Deus escolhe para se aproximar de nós é tão insignificante que temos muita dificuldade de reconhecer Sua presença. A solidão e o silêncio da cela é o espaço sagrado onde nossos corações estão sintonizados na escuta da voz de Deus. Através de nossa oração pessoal e comunitária, aprendemos como ouvir a voz mansa de Deus que fala dentro de nós e aprendemos a ver o rosto de Deus na face de nosso próximo.
De acordo com o tempo e o lugar onde a Regra foi escrita, a vida espiritual é vista como um combate entre o bem e o mal. Como preparação para esta grande batalha a Regra propõe o jejum e a abstinência (Regra, 16 & 17). Devemos colocar a armadura de Deus (Regra, 19) e nos proteger de todo mal com o escudo da fé.
A fé deu a Teresa de Lisieux a força para continuar apesar de grandes tentações. Ter fé implica em acreditar firmemente na presença de Deus que vive em nós e nos sustenta a cada momento. Se estamos no deserto ou no meio da escuridão, é a fé no Deus vivo que nos protege e nos leva a seguir adiante. Somos chamados a colocar o capacete da salvação para nos lembrarmos de que a salvação é necessária. Precisamos acreditar na misericórdia de Deus que nos libertará do pecado e nos levará à vida eterna. A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, deve ser abundante em nossas bocas e corações. Devemos procurar conhecer a Palavra de Deus para que ela se torne uma parte essencial de nosso ser. Devemos ser transformados pela Palavra para que o plano de Deus possa ser realizado em cada um de nós. Ler e meditar sobre a Palavra de Deus não nos torna necessariamente pessoas cultas, mas nos faz sábios, cheios da sabedoria de Deus. Aos olhos do mundo isso pode parecer loucura, mas na realidade, o que é loucura de Deus é mais sábio do que toda a sabedoria humana e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que a força humana (1Cor 1,25).
O trabalho e o silêncio são elementos importantes da vida carmelitana. Trabalhar é participar na criatividade de Deus e, por isso, qualquer trabalho que realizemos é importante. No entanto, o trabalho não deve se tornar um ídolo para nós. Ele é vital para dar espaço a Deus em meio a todas as nossas atividades. O silêncio é o meio no qual nos tornamos mais facilmente conscientes da presença de Deus. O silêncio não deve ser apenas a ausência de ruído. Ele deve ser preenchido com Deus. O silêncio exterior é útil, mas o silêncio interior é muito mais necessário. No silêncio de nossos corações começamos a discernir a voz de Deus.
“Deus pronunciou uma palavra que foi seu Filho. Ele sempre a repete num silêncio eterno e, no silêncio, ela deve ser escutada pela alma” (João da Cruz, Máximas e Conselhos, 21).
O primeiro grupo de eremitas carmelitanos floresceu, quando a família carmelitana mundial. Ser membro de uma família é um elemento muito importante de nossa vocação carmelitana. Não seguimos Cristo como indivíduos isolados, mas como irmãs e irmãos. É óbvio que existem diferentes formas de viver este valor de fraternidade de acordo com nosso chamado particular. No entanto, o elemento essencial é que estamos conscientes de nossa ligação uns com os outros como irmãos e irmãs. O coração da vocação cristã é tornar-se como Cristo e amar como Deus ama. Podemos ser muito bons em amar nosso próximo na teoria. O que nos causa problemas é amar realmente as pessoas na prática. Em nossa jornada através do deserto e na escalada rumo ao Monte Carmelo, caminhamos com outras pessoas que partilham nossos valores fundamentais e que estão tentando seguir a Cristo assim como nós. Penso em nosso relacionamento com outras pessoas como o dom de Deus para nós. É como a estátua da Pietá na Basílica de São Pedro. Ela começou como um bloco de mármore e somente Michelangelo podia ver no que este bloco se transformaria. Ele começou seu trabalho usando um martelo e um formão. Deus é o grande artista. Deus pode ver o que podemos ser e trabalha em nós. As ferramentas que Deus usa são muitas vezes outras pessoas, especialmente aquelas com quem convivemos todos os dias. São elas que vão fazendo o polimento de nossas asperezas.
Somos indivíduos únicos, mas partilhamos uma herança comum. Estamos unidos como irmãos e irmãs. Buscamos a face de Deus juntos e encontramos Deus uns nos outros. Provamos nosso amor por Deus no modo como tratamos uns aos outros. Temos uma tendência normal de restringir nosso amor de algum modo, mas ao buscarmos Deus juntos, aprendemos gradualmente a amar, partindo da Fonte de todo amor. Ao deixarmos de lado nossa visão limitada de quem merece ser amado, aprendemos a olhar as pessoas como Deus olha para elas. Aprendemos a ter compaixão e respeito pelos outros e eles se libertam através de nosso amor.
Unidos como uma família internacional é um modo profético de viver. Um dos elementos essenciais do modo de vida carmelitano é o compromisso com o serviço. Existem muitas formas de realizar tal serviço no nosso dia a dia. Todo serviço cristão se volta, de algum modo, para a vinda do Reino de Deus. Buscamos viver os valores do Reino aqui e agora e estamos conscientes de que o fazemos de modo profético com a força da tradição de Elias. Profeta é aquele que proclama a Palavra de Deus em determinadas situações. Podemos profetizar de maneira simples e discreta, mas também em trabalhos muito importantes. Elias foi levado à ação profética por causa de sua experiência de Deus. O âmago do modo de vida carmelitano é a dimensão contemplativa. Ser contemplativo não significa necessariamente passar muitas horas em oração todos os dias, embora seja essencial um compromisso de passar algum tempo sozinho com Deus. O teste para saber se nossa experiência de Deus é autêntica é como vivemos nosso dia a dia – como tratamos outras pessoas – se buscamos servir ou não aos outros.
Titus Brandsma disse que a vocação carmelitana nos transforma em outra Maria e penso que isso resume da melhor maneira nossa vocação contemplativa. Ela teve o relacionamento mais íntimo com Cristo. Ela abandonou sua própria vontade, suas próprias idéias e planos para que a vontade de Deus se realizasse nela. Algumas pessoas têm dificuldades com o jeito católico de tratar Nossa Senhora e ressaltam que ela aparece muito pouco nos Evangelhos, mas é exatamente este o modo do(a) contemplativo(a) que está repleto de Deus e sempre aponta para Deus e não para si mesmo(a).
Ser contemplativo (a) não significa ter experiências extraordinárias na oração. Isso acontece a muito pouca pessoas. A maioria dos contemplativos seguem Cristo pelo deserto à noite e raramente vislumbra o que está acontecendo com eles, mas Deus trabalha na escuridão, formando-os e moldando-os numa nova criação. O artigo 17 das Constituições dos frades nos diz que a contemplação começa quando nos confiamos a Deus seja qual for a forma que Deus escolher de chegar a nós. Deus geralmente vem a nós da forma mais inesperada. Maria recebeu a Palavra de Deus através da mensagem de um anjo, mas ela também estava aberta para escutar a voz de Deus aos pés da cruz. Elias não encontrou Deus no terremoto ou no fogo ou no vento forte, mas no murmúrio da brisa suave. Devemos estar atentos à voz de Deus no nosso dia a dia.
Existem muitos aspectos de nossa vocação carmelitana, mas estou convencido de que o aspecto contemplativo é crucial porque se o considerarmos seriamente, os outros aspectos também se tornarão muito mais proveitosos. O Carmelo é sinônimo de oração e de contemplação. Não concretizamos nossa vocação realizando muitas coisas para Deus, mas sim permitindo que Deus nos transforme.
Se aceitarmos o convite de Deus para continuar essa jornada interior, encontraremos algumas dificuldades porque começaremos a ver mais claramente o que está nos motivando. Teremos consciência de que, às vezes, nossas melhores ações emergem de motivos egoístas. Contudo, seguindo esse caminho, viveremos os valores fundamentais de nossa Regra e de nossa espiritualidade e assim, nosso modo humano de pensar, amar e agir, será transformado num modo divino. Finalmente veremos com os olhos de Deus e amaremos toda a criação com o coração de Deus.
Por quase 800 anos a Regra tem inspirado diversas pessoas a revestirem-se com a Palavra de Deus. A espiritualidade carmelitana não se resume a um breve texto da Regra, mas é a fonte da qual emerge toda a tradição. Rezo para que nossa Regra seja uma palavra viva para todos nós e que nos inspire hoje e no futuro para que sejamos dignos de seguir os passos de todos aqueles homens e mulheres que assumiram a Regra como uma luz para seus caminhos através dos tempos.
20 de julho-2023. LITURGIA DA MISSA DE SANTO ELIAS.
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O profeta Elias aparece nas Sagradas Escrituras como o homem de Deus que caminha na presença do Senhor, e que, abrasado de zelo, luta pela defesa do culto do único Deus verdadeiro. Defendeu os direitos de Deus num desafio público, realizado no monte Carmelo entre ele e os sacerdotes de Baal. Entregou-se à íntima experiência do Deus vivo no monte Horeb. Nele se inspiraram os primeiros eremitas que, por volta do séc. XII, iniciaram no Monte Carmelo um novo estilo de vida que originou a Ordem dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Por este motivo, o profeta Elias é considerado o Fundador ideal da Ordem.
ANTÍFONA DE ENTRADA 1Rs 17, 1
O profeta Elias disse: «Vive o Senhor, Deus de Israel, a quem eu sirvo».
ORAÇÃO COLETA
Deus eterno e onipotente, que concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta e nosso pai, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória,
Fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
1ª LEITURA: 1Rs 19,1-9.11-14
Leitura do primeiro livros dos Reis.
Acab contou a Jezabel tudo que Elias tinha feito e como tinha passado ao fio da espada todos os profetas de Baal. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias para lhe dizer: “Os deuses me cumulem de castigos, se amanhã, a esta hora, eu não tiver feito contigo o mesmo que fizeste com a vida desses profetas”. Elias ficou com medo e, para salvar sua vida, partiu. Chegou a Bersabéia de Judá e ali deixou o seu servo. Depois, adentrou o deserto e caminhou o dia todo. Sentou-se, finalmente, debaixo de um junípero e pediu para si a morte, dizendo: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais”. E, deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse: “Levanta-te e come!” Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado na pedra e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. Mas o anjo do SENHOR veio pela segunda vez, tocou-o e disse: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”. Elias levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus. Chegando ali, entrou numa gruta, onde passou a noite. Então a palavra do SENHOR veio a ele, dizendo: “Que fazes aqui, Elias?” Ele respondeu: “Estou ardendo de zelo pelo SENHOR, Deus dos exércitos, porque os israelitas abandonaram tua aliança, demoliram teus altares, mataram à espada teus profetas. Só eu escapei; mas agora querem matar-me também”. O SENHOR disse-lhe: “Sai e permanece sobre o monte diante do SENHOR”. Então o SENHOR passou. Antes do SENHOR, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o SENHOR não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo, mas o SENHOR não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa. Ouvindo isto, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta. Ouviu, então, uma voz que dizia: “Que fazes aqui, Elias?” Ele respondeu: “Estou ardendo de zelo pelo SENHOR, Deus dos exércitos, porque os israelitas abandonaram tua aliança, demoliram teus altares e mataram à espada teus profetas. Só eu escapei. Mas, agora, querem matar-me também”. – Palavra do Senhor.
SALMO DE MEDITAÇÃO
Diante dos meus olhos tenho presente o Senhor.
Protege-me, ó Deus: em ti me refugio.
Eu digo ao SENHOR: “És tu o meu Senhor,
Fora de ti não tenho bem algum”.
O SENHOR é a minha parte da herança e meu cálice.
Nas tuas mãos, a minha porção.
Para mim a sorte caiu em lugares deliciosos,
maravilhosa é minha herança.
Sempre coloco à minha frente o SENHOR,
Ele está à minha direita, não vacilo.
Disso se alegra meu coração, exulta a minha alma;
também meu corpo repousa seguro,
Pois não vais abandonar minha vida no sepulcro,
Nem vais deixar que teu santo experimente a corrupção,
O caminho da vida me indicarás,
alegria plena à tua direita, para sempre.
2ª LEITURA: 1Pd 1,8-12
Leitura da primeira carta de São Pedro.
Sem terdes visto o Senhor, vós o amais. Sem que agora o estejais vendo, credes nele. Isto será para vós fonte de alegria inefável e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação. Esta salvação tem sido objeto das investigações e meditações dos profetas. Eles profetizaram a respeito da graça que estava destinada para vós. Procuraram saber a que época e a que circunstâncias se referia o Espírito de Cristo, que estava neles, ao anunciar com antecedência os sofrimentos de Cristo e a glória que viria depois. Foi-lhes revelado que não para si mesmos, mas para vós é que estavam ministrando esses ensinamentos, que agora são anunciados a vós. Agora vo-los anunciam aqueles que vos pregam a Boa Nova em virtude do Espírito Santo, enviado do céu; são revelações que até os anjos desejam contemplar! – Palavra do Senhor.
EVANGELHO: Lc 9,28B-36
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para orar. Enquanto orava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou branca e brilhante. Dois homens conversavam com ele: eram Moisés e Elias. Apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a saída deste mundo que Jesus iria consumar em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Quando acordaram, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E enquanto esses homens iam se afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Nem sabia o que estava dizendo. Estava ainda falando, quando desceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Ao entrarem na nuvem, os discípulos ficaram cheios de temor. E da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-o!” Enquanto a voz ressoava, Jesus ficou sozinho. Os discípulos ficaram calados e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto. – Palavra da Salvação.
Onde se celebra como Solenidade, diz-se o Credo.
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja, e, assim como aceitastes o sacrifício do profeta Elias, dignai-Vos, de igual modo, receber as nossas ofertas de pão e vinho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PREFÁCIO O profeta Elias, amigo de Deus e apóstolo.
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Corações ao alto.
- O nosso coração está em Deus.
- Demos graças ao Senhor nosso Deus.
- É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai Santo, Deus eterno e onipotente é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo nosso Senhor. Vós suscitastes profetas para que proclamassem que sois o Deus vivo e verdadeiro e conduzissem o vosso povo na esperança da salvação. Entre eles honrastes com a vossa divina amizade o profeta Elias, para que, devorado pelo zelo da vossa glória, manifestasse a vossa onipotência e a vossa misericórdia. Ele caminhou sempre na vossa presença e por isso o quisestes junto a Cristo no Tabor, como testemunha da Transfiguração, para se alegrar com a presença gloriosa do vosso Filho. Por isso, com os Anjos e os Santos, proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz: Santo, Santo, Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Cfr 1Rs 19, 8
Elias comeu e bebeu, e, fortalecido com o alimento, caminhou até ao monte de Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fortalecidos com a comida e a bebida angélica da mesa do vosso Filho, concedei-nos, Senhor, que, procurando-Vos sempre por meio da fé, alcancemos a contemplação da vossa presença no monte santo da glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
BÊNÇÃO SOLENE
- Deus, nosso Pai, que hoje nos reuniu para celebrar a festa de Santo Elias, vos abençoe e proteja e vos confirme na sua paz.
- Amém
- Cristo Nosso Senhor, que manifestou de modo admirável em Santo Elias a força e a imagem do mistério pascal, faça de vós testemunhas fiéis do seu Evangelho.
- Amém.
- O Espírito Santo, que em Santo Elias nos deu um sinal da caridade divina, vos torne capazes de formar uma verdadeira comunidade de fé e amor.
- Amém.
- Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo.
- Amém.
MISSA DE ELIAS: LUTAR PELA JUSTIÇA E DEFENDER OS POBRES.
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COMENTÁRIO
Boa noite!
Nesta Missa iremos entrar na espiritualidade profética a partir da história de Elias em defesa de Nabot.
Hoje, queremos rezar............. (Falar as intenções do dia ou da comunidade.
O rei Acab queria que Nabot lhe vendesse um terreno que ficava perto da propriedade do rei. Mas Nabot não quis. O rei ficou muito triste com a recusa de Nabot. Então, Jezabel apoiando-se nos assim chamados "direitos do rei" (cf. 1Sam 8,11-17), mandou matar Nabot e roubou dele o terreno para entregá-lo ao rei Acab. Quando Acab foi tomar posse do terreno de Nabot, Elias aparece para denunciar o Rei.
Na história do povo de Deus os profetas eram homens escolhidos por Ele para serem canais da manifestação de sua vontade. Durante muito tempo, eles foram instrumentos de Deus a favor dos pobres. “Se eles se calarem, as pedras falarão”, disse Jesus sobre a missão dos discípulos.
De pé, vamos iniciar a Santa Missa cantando!
Primeira leitura. 1Reis 21,15-26.
Comentário.
Elias atua em defesa de Nabot, um agricultor, cujos direitos tinham sido desrespeitados pela rainha Jezabel e pelo rei Acab.
Ouçamos com atenção a palavra de Deus.
15Quando Jezabel ouviu que Nabot tinha sido apedrejado e que estava morto, disse a Acab: "Levanta-te e vai tomar posse da vinha de Nabot de Jezrael, que ele não quis te ceder por seu preço em dinheiro; pois Nabot já não vive: está morto." 16Quando Acab soube que Nabot estava morto, levantou-se para descer à vinha de Nabot de Jezrael e dela tomar posse. 17Então a palavra de Iahweh foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos: 18"Levanta-te e desce ao encontro de Acab, rei de Israel, que está em Samaria. Ele se encontra na vinha de Nabot, aonde desceu para dela tomar posse. 19Isto lhe dirás: Assim fala Iahweh: Mataste e ainda por cima roubas! Por isso, assim fala Iahweh: No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, os cães lamberão também o teu."
20Acab disse a Elias: "Então me apanhaste, meu inimigo!" Elias respondeu: "Sim, apanhei-te. Porque te deixaste subornar para fazer o que é mau aos olhos de Iahweh, 21farei cair sobre ti a desgraça: varrerei a tua raça, exterminarei os varões da casa de Acab, ligados ou livres em Israel. 22Farei com tua casa como fiz com as de Jeroboão, filho de Nabat, e de Baasa, filho de Aías, porque provocaste a minha ira e fizeste Israel pecar. 23(Também contra Jezabel Iahweh pronunciou uma sentença: 'Os cães devorarão Jezabel no campo de Jezrael.')
24A pessoa da família de Acab que morrer na cidade será devorada pelos cães; e quem morrer no campo será comido pelas aves do céu." 25De fato, não houve ninguém que, como Acab, se tenha vendido para fazer o que desagrada a Iahweh, porque a isso o incitava sua mulher Jezabel. 26Agiu de um modo extremamente abominável, cultuando os ídolos, como fizeram os amorreus que Iahweh expulsara de diante dos filhos de Israel.
Palavra do Senhor
SALMO DE MEDITAÇÃO.
Salmo 128: O lar abençoado por Deus.
(Salmo de Romaria que o povo rezava no tempo de Elias)
Todos: Feliz todo aquele que teme o Senhor e anda em seus caminhos.
1-Do trabalho de tuas mãos comerás, tranquilo e feliz: tua esposa será como vinha fecunda, na intimidade do teu lar; teus filhos, como rebentos de oliveira, ao redor de tua mesa.
2-Assim será abençoado quem teme o Senhor. Que o Senhor te abençoe de Sião, que possas ver a prosperidade de Jerusalém.
3-Todos os dias de tua vida; que possas ver os filhos de teus filhos. Paz sobre Israel!
EVANGELHO.
Comentário.
O programa de Jesus é programa de justiça em favor dos pobres e oprimidos. Ouçamos!
Leitura do Evangelho: Lucas 4,16-22
16Ele foi a Nazaré, onde fora criado, e, segundo seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. 17Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; abrindo-o, encontrou o lugar onde está escrito: 18O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos 19e para proclamar um ano de graça do Senhor. 20Enrolou o livro, entregou-o ao servente e sentou-se. Todos na sinagoga olhavam-no, atentos. 21Então começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura". 22Todos testemunhavam a seu respeito, e admiravam-se das palavras cheias de graça que saíam de sua boca.
Palavra da Salvação.
PRECES
1-Para que, a exemplo de Santo Elias, Pai e Guia do Carmelo, possamos viver na presença de Deus e refazer a nossa história a partir da Boa Nova de Jesus Cristo, rezemos.
Senhor, atendei a nossa prece.
2-Para que, o exemplo de partilha da viúva de sarepta, nos inspire a vivermos uma fé solidária e comprometida com os menos favorecidos, rezemos.
3- Para que, as nossas ações sejam coerentes com a fé que professamos no Deus vivo e verdadeiro do Profeta Elias, rezemos.
4- Para que, em nossas noites escuras, não percamos de vista a presença amorosa do nosso Bom Deus, rezemos.
5- Para que, na agitação do dia a dia, tenhamos a coragem de silenciar para ouvir a voz de Deus, rezemos.
6- Para que, inspirados em Santo Elias- O Profeta, não fechemos os olhos diante das injustiças sociais, rezemos ao Senhor.
Textos para ajudar na homilia/ Reflexão.
Frei Carlos Mesters, O. Carm.
1Reis 21,15-24: Lutar pela justiça e defender os pobres
1 Reis 21,17-29
Elias atua em defesa de Nabot, um agricultor, cujos direitos tinham sido desrespeitados pela rainha Jezabel e pelo rei Acab. Acab queria que Nabot lhe vendesse um terreno que ficava perto da propriedade do rei. Mas Nabot não quis. O rei ficou muito triste com a recusa de Nabot. Então, Jezabel apoiando-se nos assim chamados "direitos do rei" (cf. 1Sam 8,11-17), mandou matar Nabot e roubou dele o terreno para entregá-lo ao rei Acab. Quando Acab foi tomar posse do terreno de Nabot, Elias aparece e fulmina a sentença de Deus: " Você matou, e ainda por cima está roubando? Por isso, assim diz Javé: No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão também o seu". Elias não tem medo de denunciar o rei, como transparece neste diálogo. Acab disse a Elias: "Então, meu inimigo, você me surpreendeu?" Elias deu o troco na hora e respondeu: "Sim, eu surpreendi você. Pois você se deixou subornar para fazer o que Javé reprova. Por isso, farei cair sobre você a desgraça. Vou deixá-lo sem descendência, vou exterminar todo israelita da sua família. Javé também pronunciou uma sentença contra Jezabel: Os cães devorarão Jezabel no campo de Jezrael". Elias não é um profeta da corte como Natã e outros antes dele. Ele age em plena liberdade a partir da experiência que ele mesmo tem de Deus. A mesma liberdade transparece na carta de Elias para o rei Jorão (2Crôn 21,12-15). Qual a raiz da liberdade que existe em nós carmelitas? Será que é aquela mesma liberdade que nasce da experiência de Deus vivo?
EVANGELHO: Lucas 4,16-21 O programa de Jesus é programa de justiça
DOMINGO 16 DE JULHO- 2023. SOLENE COMEMORAÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA DO MONTE CARMELO-SOLENIDADE
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A nossa comunidade celebra hoje a Solenidade da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo- A Senhora do Santo Escapulário, mãe e protetora dos carmelitas.
A Ordem do Carmo nasceu no início do séc. XIII, com o título de Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Esta invocação, que exprime o conjunto de benefícios recebidos da nossa Padroeira, começou a celebrar-se com toda a solenidade no séc. XIV na Inglaterra, expandindo-se rapidamente por toda a Ordem, até se tornar a festa principal e mais solene.
De pé, vamos receber o presidente da celebração (-------------------------) o ministro da eucaristia, os ministros da palavra e os coroinhas....................................... Cantemos!
ANTÍFONA DE ENTRADA (Is 35, 2)
Foi-lhe dada à glória do Líbano, e a formosura do Carmelo e do Sáron; verão a glória do Senhor e a beleza do nosso Deus.
ORAÇÃO COLETA
Venha em nossa ajuda, Senhor, a poderosa intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, para que, protegidos pelo seu auxílio, cheguemos ao verdadeiro monte da salvação, Jesus Cristo Nosso Senhor. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PRIMEIRA LEITURA (1 Reis 18, 42b-45)
Elias orou no monte Carmelo e o céu fez cair a chuva Leitura do Primeiro Livro dos Reis Naqueles dias, Elias foi ao cimo do monte Carmelo, prostrou-se em terra e pôs a cabeça entre os joelhos. Depois disse ao seu servo: «Sobe e olha em direção ao mar». O servo subiu, olhou e disse: «Não há nada». Elias ordenou-lhe: «Volta sete vezes». À sétima vez, o servo exclamou: «Do lado do mar vem subindo uma nuvenzinha, tão pequena como a palma da mão». Elias ordenou-lhe: «Vai dizer a Acab: ‘Manda atrelar os cavalos e desce, para que a chuva te não detenha’». Num instante o céu se cobriu de nuvens, soprou o vento e caiu uma forte chuvada. Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 14 (15), 1.2-3.4
Refrão: Chamai-nos, ó Virgem Maria, e seguiremos os vossos passos.
1-Quem habitará, Senhor, no vosso santuário, quem descansará na vossa montanha sagrada?
2-O que vive sem mancha e pratica a justiça e diz a verdade que tem no seu coração,
3-O que não usa a língua para levantar calúnias e não faz o mal ao seu próximo nem ultraja o seu semelhante.
4-O que tem por desprezível o ímpio mas estima os que temem o Senhor.
SEGUNDA LEITURA (Gal 4, 4-7)
«Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher» Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas Irmãos: Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus filhos adoptivos. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: «Abbá ! Pai !». Assim, já não és escravo, mas filho. E, se és filho, também és herdeiro, por graça de Deus. Palavra do Senhor.
SEQUÊNCIA
Flor do Carmelo, Videira florescente, Esplendor do Céu, Virgem Mãe, singular. Doce Mãe, Mas sempre Virgem, Aos teus filhos Dá teus favores, Ó Estrela do mar.
ALELUIA (Lc 11, 28)
Refrão: Aleluia Repete-se
Felizes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática. Refrão
EVANGELHO (JO 19, 25-27)
«Eis o teu filho... Eis a tua Mãe» ✠ Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Naquele tempo, estavam junto à cruz de Jesus sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cleofas, e Maria Madalena. Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto, Jesus disse a sua Mãe: «Mulher, eis o teu filho». Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe». E a partir daquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa. Palavra da salvação.
PRECES
Celebrante: Irmãos caríssimos, neste tempo de pandemia, elevemos a oração da nossa comunidade a Deus Pai, para que nos conceda a graça de viver como seus filhos devotos na prática da caridade fraterna, empenhando a nossa vida na vivência cristã tendo como exemplo a flor do Carmelo. Rezemos.
Todos: Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós
Leitor: Pelo Papa Francisco, pelo nosso Bispo ...................., Pelo nosso Padre......................para que o Senhor lhes infunda com abundância os dons de suas graças para que possam dirigir-nos no caminho da justiça e santidade, roguemos a Senhora do Lugar.
Leitor: Pelos devotos e devotas de Nossa Senhora do Carmo, para que seja um sinal do Evangelho na Igreja Sinodal, roguemos a Virgem do Escapulário.
Leitor: Para que nós; revestidos com o Santo Escapulário, sejamos fiéis a nossa vocação de seguidores de Jesus Cristo tomando como modelos a vida do profeta Elias e de nossa Mãe e Irmã, a Senhora do Carmo, Roguemos.
Leitor: Para que nós, revestidos do Santo Escapulário, busquemos força e ânimo frente aos diversos desafios com a mesma confiança da Senhora do Carmo. Roguemos.
PREFÁCIO. A maternidade espiritual de Maria.
O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Corações ao alto.
O nosso coração está em Deus.
Demos graças ao Senhor nosso Deus.
É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai Santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, e louvar-Vos, bendizer-Vos e glorificar-Vos na solenidade da Virgem Maria, Mãe do Carmelo. Ela acolheu e conservou fielmente a vossa palavra, e, perseverando em oração com os Apóstolos, foi associada de modo admirável ao mistério da salvação e constituída mãe espiritual de todos os homens. Agora, velando pelos irmãos do seu Filho com amor materno, brilha como sinal de esperança segura e de consolação para nós que peregrinamos para o monte da vossa glória. Nela, como em imagem perfeita, já contemplamos o que desejamos e esperamos na Igreja. Por isso, com os Anjos e os Santos, proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz: Santo, Santo, Santo...
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 2, 19.
Maria guardava todas estas palavras, meditando-as em seu coração.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Renovados pelo sacramento do vosso Corpo e Sangue, nós Vos pedimos, Senhor, que o dom inefável da vossa graça nos fortaleça, e, entregues aos cuidados da bem-aventurada Virgem Maria, nos faça fiéis imitadores das suas virtudes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
BÊNÇÃO FINAL
Deus, Pai de bondade, encha de alegria a vossa vida na celebração da festa de Nossa Senhora do Carmo.
Amém.
Deus conceda a todos os Carmelitas e a quantos levam o escapulário do Carmo a graça de meditar e proclamar a Palavra, a exemplo de Maria.
Amém
Deus vos faça sentir na hora da morte, a proteção maternal da Virgem Maria para que, purificados do pecado, possais gozar eternamente da sua companhia na comunhão dos santos.
Amém.
Abençoe-vos Deus todo-poderoso Pai, Filho e Espírito Santo.
Amém
CONSAGRAÇÃO DA CASA À NOSSA DO CARMO.
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Por Frei Petrônio de Miranda, O Carm.
Mãe dos Carmelitas e de todos os fiéis, especialmente dos que vestem o Santo Escapulário, nós vos escolhemos como protetora desta casa e desta cidade.
Dignai-vos mostrar nesta família e nesta cidade, a vossa proteção como outrora mostrastes à Ordem do Carmo. Preservai esta casa do incêndio, dos ladrões, da inundação, dos raios, das tempestades, da violência, do ódio, da inveja, da desunião, dos vícios e de todos os males que afetam o corpo e a alma destes vossos filhos e filhas.
Rainha excelsa e Mãe amável do Carmelo, dissestes que o Escapulário é a defesa nos perigos, sinal do vosso amparo e laço de aliança entre vós e os vossos filhos e filhas. Dai-nos a fé que tivestes na palavra de Deus, e o amor que nutristes para com o vosso Filho, e atendei a nossa oração. (Faz um pedido).
Senhora do Carmo, cobri com o vosso manto os motoristas, os jovens e as crianças, e rogai por todos que moram nesta casa e na nossa cidade. Amém
Nota de pesar – Sr. Osvaldo Martins, ex- prior da Ordem Terceira do Carmo de Salvador-BA.
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Nós, Província Carmelitana Fluminense, e Comissão para Ordem Terceira do Carmo, nos solidarizamos com os irmãos (as) do Sodalício do Carmo de Salvador-Ba, seus familiares e amigos pela Páscoa do nosso grande carmelita, sr. Osvaldo Martins. Para quem não sabe, foi ele que reorganizou a OTC de Salvador/BA, quando da intervenção da Província e, logo em seguida, foi eleito prior, missão esta que exerceu por vários mandatos.
Com o seu jeito simples, conseguiu reerguer aquele sodalício e incentivar o cultivo pela devoção a Nossa Senhora do Carmo.
Deus na sua infinita misericórdia, a Virgem do Carmo, Santo Elias juntamente com a glória celestes dos seus santos e santas carmelitas, o acolha.
Pela Província- Ordem Terceira do Carmo- Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, Delegado Provincial e Paulo Daher.
A ORAÇÃO NO CARMELO
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Mariano Cera
IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO
Na Vida dos Padres do deserto se conta este episódio. Um dia um jovem monge pediu ao velho mestre: “Por que estás sempre rezando? A oração é tão importante assim para ti?” Então o bom mestre leva o jovem à fonte, lhe segura a cabeça e coloca-a dentro d‘água, segurando-a forte, enquanto o jovem se debatia... Finalmente o tira para fora já meio asfixiado e lhe pergunta: “Enquanto estavas debaixo d‘água, qual a coisa que mais desejavas?” Responde o jovem: “Queria respirar!” Então, concluiu o velho mestre: “Assim é para mim. Orar se tornou a respiração da minha vida”.
“À fórmula da nossa existência falta algo, que nossa ilusória auto-suficiência não dá: necessitamos de um suplemento de causalidade providencial; necessitamos de Deus, de conversar com Ele, de encontrar Nele aquela segurança, aquela plenitude que nos pode vir somente da sua concomitante bondade. É preciso rezar para viver” (Paulo VI).
O ser humano tem necessidade de rezar, porque tem absoluta necessidade de Deus. Necessita de Deus para preencher de eternidade seu vazio existencial e assim, atenuar sua angustiante e misteriosa saudade.
"Senhor, ensina-nos a orar". Este é apenas um dos muitos pedidos que os apóstolos fazem ao Mestre. Mas, nesse pedido, está o ser humano de todos os tempos exprimindo um profundo desejo de seu coração.
A oração nos coloca em contato com Deus, cria uma comunhão, um face a face, um coração-a-coração, no qual a riqueza de Deus se derrama sobre a miséria da criatura e a faz definitivamente feliz. Eis porque a oração sempre foi considerada uma necessidade fundamental do ser humano de todo tempo e em qualquer lugar.
A oração é um fenômeno primário da vida religiosa. Todo crente sente a necessidade de comunicar-se com Deus. Por isso, a oração se encontra em todas as religiões teístas como ato fundamental da vida religiosa.
Nas religiões primitivas, segundo F. Heiler, a oração é a expressão imediata de experiências profundas que possuem origem no sentimento de necessidade, de gratidão. É o livre derramar-se de um devoto, que no diálogo com um Outro, mais ou menos Absoluto, extravasa suas angústias, confessa seus pecados, confia os próprios desejos, dá prova de sua dedicação ou de sua gratidão.
As pesquisas da psicologia religiosa sobre o fenômeno da oração mostram que a atividade de orar é o ato de toda a pessoa humana que se dirige a um Absoluto. Esta atividade exige entrar em si mesmo, distanciar-se das coisas ordinárias e, ao mesmo tempo, provoca um movimento e uma abertura em direção do Outro, que se expressa num diálogo.[1]
No mundo de hoje, onde o ser humano, estressado pelas múltiplas tarefas e preso a mil problemas, percebe-se sozinho, experimentando a falta de comunicação. Então ele ou ela pode preencher sua solidão pela oração e dialogar com Deus, a quem vê como um Amigo.
Pela oração, Deus volta a ser a resposta das interrogações existenciais, o significado para compreender nossa própria existência, para nos descobrirmos como seres espirituais.
Neste contexto de nova religiosidade, a oração se torna o meio da união, a resposta dialógica, o ponto de encontro, o momento silencioso.
[1]ANCILLI E., La Preghiera, dois volumes, Città Nuova 1988, 1°, pg. 15.
Declaramos que a presente pesquisa, na primeira parte, depende muito destes dois volumes que apresentam uma riqueza sobre o desenvolvimento da oração. Algumas vezes tomamos o texto literalmente.
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